Você está na página 1de 20

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE –

1. Noção inicial – controlar é fiscalizar a compatibilidade de alguma norma com a


constituição. É um sistema de verificação de compatibilidade com a constituição.

2. Pressupostos:

2a – rigidez constitucional – somente podemos falar em controle de constitucionalidade


quando a constituição for rígida, porque na flexível uma lei pode mudar uma norma
constitucional;

2b – Supremacia da constituição – é estranho falar que uma lei tem supremacia sobre
uma constituição, todavia em períodos remotos se dizia que a constituição sequer tinha
força jurídica. O que prevalecia era a supremacia das leis. Daí, para que tenha um
controle de constitucionalidade, necessário se faz que haja supremacia da constituição
ante a qualquer ato normativo;

2c – existência de um órgão competente para declarar a inconstitucionalidade – no Brasil


esse órgão é o supremo Tribunal Federal.

3 – Elementos:

3a – objeto do controle – são as leis e os atos normativos do poder público, ser dotado de
estatalidade. Observe que o objeto de controle não poderá ser ato da esfera privada, mas
tão-somente ato do poder público;
Destaque-se que não são todos os atos normativos que serão objeto de controle. Dessa
forma, só serão objetos de controle os atos normativos que emanam diretamente da
constituição, aqueles que foram editados a partir da carta política.
Já os atos normativos que emanam diretamente da lei não são objeto de controle de
constitucionalidade, mas de controle de legalidade. INVALIDADE COMPREENDE
INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE. Por isso, temos que a ofensa indireta,
reflexa à constituição não é objeto de controle de constitucionalidade, mas de legalidade.

3b – Parâmetro de controle – quando falamos desse tema, estamos falando dos


dispositivos da CF que servem de paradigma para a realização do controle. Portanto, o
parâmetro do controle de constitucionalidade é a constituição vigente quando da edição
da lei ou ato normativo. Vale salientar, que uma lei anterior à CF pode ser declarada hoje
inconstitucional, porém o parâmetro que o STF utilizará não é a atual constituição, mas a
constituição anterior tendo cabimento somente pela via difusa, haja vista que pelo poder
concentrado só poderá ser utilizada como paradigma a CF atual, ou seja, a de 1988.

BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE – é o conjunto de dispositivos que podem servir


de parâmetro de controle. Por exemplo: podemos dizer que os artigos 5º e 37 servirão de
parâmetro para apreciar se uma determinada lei é ou não inconstitucional? Posso sim. É
bom salientar, que somente fazem parte do bloco de constitucionalidade, dispositivos que
possuam valor jurídico. Dessa forma, como o STF considerava que o preâmbulo não tinha
valor jurídico, ele não pode servir como parâmetro para o controle de constitucionalidade.

Sabemos que as normas constitucionais podem ser:

I – formal e material;
II – apenas formal;
III – apenas material.

Dessa forma, podemos concluir que as normas que fazem parte do bloco formal pode
servir como paradigma para o controle, neste caso os blocos de números 1 e 2 citados
acima. Por outro lado, em relação às normas materialmente constitucionais é que existe
divergência doutrinária. Para isso, existem duas correntes:

I – só as formais – corrente do bloco formal – entendimento do STF:


II – as formais e materiais – corrente do bloco total ou global

Apesar de o STF adotar a corrente do bloco formal, parte da doutrina adota a do bloco
global para que haja uma ampliação dos parâmetros para abranger os tratados
internacionais sobre direitos humanos. A despeito de o STF adotar a tese de quedos
tratados internacionais sobre direitos humanos servem de paradigma para a realização de
controle, recentemente vem adotando o entendimento de que leis internas não podem
violar tratados e a isso não chamaremos de controle de constitucionalidade, mas de
controle de convencionalidade.

4 – SISTEMAS DE CONTROLE – dois são os critérios para classificação dos sistemas de


controle:

I – o momento – leva em consideração ao procedimento legislativo, podendo ser:


IA – preventivo – feito durante a elaboração do ato normativo. Evita que entre no
ordenamento jurídico uma lei que já se sabe que viola a constituição;
IB – repressivo – quando recai sobre um ato que já passou pelo procedimento legislativo,
já se aperfeiçoou, já entrou no sistema.

II – natureza do órgão:

IIA – político – quando o órgão responsável pelo controle não faz parte do poder judiciário;
IIB – jurisdicional ou judicial – quando o órgão responsável pelo controle faz parte do
poder judiciário.
Observe-se que no Brasil, em regra, o controle preventivo é feito de forma política e o
controle repressivo é realizado de forma jurisdicional (os juízes e tribunais de maneira
difusa) e (STF de forma difusa e concentrada). Cabe acrescentar que o controle
preventivo, excepcionalmente, também é feito de forma jurisdicional ou judicial, como
também o controle repressivo também é realizado excepcionalmente de forma política.

SISTEMA DIFUSO - CONCRETO (americano) – surgiu no direito americano através do


caso Madison X Marbury (1803) julgada pela suprema corte americana – juiz John
Marchal (judicial review)
É DIFUSO porque pode ser feito o controle por qualquer órgão do poder judiciário;
É CONCRETO porque acontece no caso concreto, específico;
É SUBJETIVO porque está atrelado a tutela dos interesses subjetivos, ou seja, das partes
envolvidas naquele determinado processo;
É INCIDENTAL porque o exame da validade da suposta norma é feito como um incidente
no processo. Perceba que a discussão principal, o mérito da lide não é a validade ou
invalidade da lei, mas sim o bem pretendido;
É EXCEÇÃO E DEFESA porque vai excepcionar a aplicação da lei, ou seja, vai negar a
aplicação daquela determinada lei.

SISTEMA CONCENTRADO – EM ABSTRATO (Kelsen, jurista austríaco) – elaborou a CF


austríaca de 1920, teorizando tal sistema. Kelsen pensou nesse modelo porque pensando
sobre o sistema difuso ele enxergou que este traria problemas. Como trata-se de um
controle realizado por qualquer juiz e a decisão somente valerá entre as partes, pode
ocorrer que uma mesma lei seja considerada inconstitucional para um magistrado na
Bahia e considerada constitucional para outro magistrado em São Paulo. Assim, ele criou
um modelo concentrado onde a decisão da lei ser inconstitucional se dará apenas por um
órgão e toda a nação se submeterá. Tal sistema é:

CONCENTRADO – porque é feito por um único órgão constitucional. O tribunal do


legislador;
ABSTRATO – porque não se discute um caso concreto;
OBJETIVO – porque não está atrelado a direito subjetivo de ninguém (não existe pedido,
bem da vida. O interesse é geral de proteger a CF;
PRINCIPAL – porque a discussão da validade da lei é objeto principal da lide;
VIA DE AÇÃO – porque para se chegar ao tribunal constitucional o cidadão deve lançar
mão de uma ação específica (ADI).

Causa estranheza, mas suponha que o cidadão por via de defesa suscitou ao juiz do TJ
que a lei municipal é inconstitucional por ter majorado o IPTU. No julgamento o juiz
declara por via difusa a inconstitucionalidade dessa lei e o cidadão passa a não pagar o
tributo com aumento. Tempos depois alguma entidade legitimada propõe uma ADI sobre a
inconstitucionalidade dessa mesma lei ao STF que declara a lei constitucional. Observe-
se que para todos os efeitos tal lei irá ser aplicada, mas não poderá atingir o dito cidadão
que obteve a decisão já transitada em julgado. Caso o município queira rever tal decisão
só poderá fazer via ação rescisória, uma vez que a decisão de constitucionalidade do
controle concentrado não tem efeito rescisório das demandas contrárias a ela.

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL

1. Observações iniciais – o controle de constitucionalidade no Brasil é feito de forma


preventiva, repressiva, política e jurisdicional difusa e jurisdicional concentrada. Como
regra, no entanto, não é absoluta que o controle preventivo é feito de maneira política e o
repressivo de maneira jurisdicional.

2. Controle preventivo – feito durante o processo legislativo, durante o procedimento de


elaboração do ato. No Brasil os três poderes realizam o controle preventivo.

2A – Poder Legislativo – apresentada uma proposta de lei esta será encaminhada para a
comissão de constituição e justiça (CCJ), a qual tem a atribuição de realizar o controle
preventivo de constitucionalidade. Observe-se, também, que se a CCJU aprova um
projeto de lei, segue a tramitação e tal projeto será submetido ao plenário. Nesse caso o
plenário pode rejeitar tal projeto, alegando a inconstitucionalidade da lei. Dessa forma, se
extrai que não só a CCJ faz o controle da constitucionalidade, mas também o plenário da
casa;

2B – Poder Executivo – quando se fala de controle preventivo pelo executivo, nos


referimos ao veto que está disciplinado no artigo 66 §1. Da CF88. É um veto por
inconstitucionalidade. Como sabemos que somente existirá o veto em relação aos
projetos de lei, não cabendo o executivo fazê-lo em relação a proposta de emenda,
decreto legislativo etc, uma vez que tal poder só está autorizado a fazer o controle
preventivo em relação à lei;

2C – só existe o controle preventivo realizado pelo poder judiciário no caso de


parlamentar e só poderá ser um parlamentar, impetrar um mandado de segurança
arguindo vício de procedimento legislativo. Observe-se que tal vício deve ter natureza
constitucional, pois não poderá ser regimental (não poderá ser norma do regimento
interno). Trata-se de controle incidental, difuso. Note-se que não cabe controle preventivo
no modelo concentrado. Observe-se, ainda, que tal mandado só subsiste enquanto o
projeto estiver em discussão na casa, mas caso esgote a discussão, perde o sentido o
mandado de segurança que pleiteava o trancamento do processo legislativo. Por último,
saliente-se que o STF é o competente para realizar tal controle.

3. CONTROLE REPRESSIVO – realizado após a edição do ato normativo. É feito, em


regra, pelo poder judiciário, porém, excepcionalmente, poderá ser feito de forma política.
Todavia, a PRONÚNCIA DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE é exclusiva
do poder judiciário. Perceba, ainda, que em nosso direito não se admite que uma lei tenha
por objeto declarar a inconstitucionalidade de uma outra lei, como por exemplo: lei “B”
veio para declarar a inconstitucionalidade da lei “A”. Só o poder judiciário pode fazer, ele
como disse Kelsen é o legislador negativo.

A – PODER LEGISLATIVO – O congresso nacional poderá suspender a aplicação de atos


normativos do presidente da república que exorbitem os limites de sua atuação, por
exemplo, na lei delegada. Assim, podemos dizer de outra maneira que o poder legislativo
fará o controle repressivo quando ele suspende a aplicação de atos normativos editados
pelo presidente da república que exorbitem dos limites de sua atuação. Observe-se que o
congresso faz o controle repressivo através dos decretos legislativos. Eis as hipóteses:

A1 - Art. 49, V da CF88. É cediço que o decreto regulamentar serve para conceder
aplicabilidade à lei, dentro dos seus próprios limites. Dessa forma, quando tal decreto
viola a lei ele é tido como ilegal. Por outro lado, se ele exorbita a lei regulando matéria
que a lei não disciplinou, estamos diante de um decreto autônomo. É como se o
presidente da república fizesse as vezes do legislador, inovando na ordem jurídica, e,
nesse caso, estamos diante de uma hipótese de inconstitucionalidade por violar o
princípio da reserva legal. Observe este exemplo da primeira hipótese: determinada lei diz
que será dada merenda nas escolas municipais no turno da manhã, tarde e à noite. Vem,
posteriormente, o decreto regulamentando a lei e diz que só será fornecida a merenda
pela manhã e pela tarde. Nessa hipótese houve violação à lei. Exemplo da segunda
hipótese: A lei dispõe sobre ensino médio e fundamental. Posteriormente, e editado um
decreto regulamentar inserido a regulação da lei também ao ensino superior. Perceba-se
que aqui não houve violação à lei, apenas ele exorbitou os limites dela, criando uma nova
hipótese não prevista, onde ele não tem competência para legislar sobre a matéria, é a
hipótese do art. 49, V da CF88.

Constata-se, por oportuno, que pela hipótese do art. 62, §5 da CF88, o congresso faz o
controle repressivo da medida provisória editada pelo presidente da república, através da
análise dos seus pressupostos. É bom notar que na lei delegada o presidente da
república pede autorização ao congresso para sua edição. Já a medida provisória o
presidente edita e o congresso posteriormente aprova ou não. Percebam que ambas são
leis ordinárias elaboradas pelo presidente da república.

Através da súmula 347 do STF autorizou o TCU a deixar de aplicar uma lei alegando ser
ela inconstitucional, apesar dele não ser órgão do poder judiciário, mas órgão auxiliar do
poder legislativo.
B – PODER EXECUTIVO – O STF através da ADI n. 221 declarou que o poder executivo
não exerce controle repressivo de constitucionalidade. Não se reconhece aos chefes do
executivo o poder de suspender uma lei alegando inconstitucionalidade. Todavia, permite-
se a esses chefes negar a aplicação a uma lei que entender inconstitucional.

C – PODER JUDICIÁRIO – este poder faz o controle repressivo pela via difusa e
concentrada.
C1 – Difusa – tem como parâmetro as constituições de 1988 e a CF de 1967:

I – preventivo;
II – repressivo.

PRONÚNCIA DA INCONSTITUCIONALIDADE

1 – Quórum – no difuso os legitimados são os juízes de primeiro grau, tribunal de


segundo grau, tribunal de terceiro grau e o STF. A CF88 exige o quórum de maioria
absoluta, não se aplicando aos juízes que realizam decisão monocrática.

2 – Efeitos temporais – a pronúncia, em regra, tem efeitos retroativos, e, por


consequência, desconstituem as relações jurídicas. Contudo, por vezes é muito
complicado a desconstituições dessas relações, haja vista a quantidade de tempo que já
se passou, podendo trazer uma insegurança, um prejuízo maior. Assim, por exceção, a
pronúncia não gerará efeitos retroativos pelo fato de que a nulidade da lei irá confrontar
com a ideia de segurança jurídica ou com o interesse social. Diante dessa nova situação,
o direito constitucional passou a admitir a ponderação desses princípios, acarretando o
surgimento de técnicas alternativas de decisão.

Tais técnicas irão atuar na forma de não permitir a retroatividade da nulidade para
preservar a segurança jurídica e o interesse social. Elas são conhecidas no direito
constitucional como MODULAÇÃO OU MANIPULAÇÃO TEMPORAL.
Esta técnica poderá sugerir dois caminhos:
I – efeitos a partir de agora (ex nunc);
II – efeitos a partir de um momento futuro (prospectivos ou pro futuro). É o mesmo que
dizer: é inconstitucional a lei, mas só vamos deixar de aplicá-la depois do período de 4
meses. É bom lembrar que a pronúncia de inconstitucionalidade prospectiva é diferente
da inconstitucionalidade progressiva. Vamos ver tais diferenças:
a inconstitucionalidade progressiva ou lei ainda constitucional ou em trânsito para
a inconstitucionalidade – é quando a lei por circunstâncias fáticas está se
encaminhando para a inconstitucionalidade, mas ainda é constitucional. Essa técnica é
adotada pelo STF, apesar de causar estranheza, porque uma lei ou é constitucional ou é
inconstitucional. Exemplo: art. 68 CPP ação ex delicto. O Ministério Público defendeu um
necessitado no estado de São Paulo, todavia a parte contrária arguiu
inconstitucionalidade porque quem pode defender tal pessoa seria a defensoria pública.
Dessa forma, tal art. é inconstitucional ao permitir que o parquet defenda o aludido
necessitado. Perceba que o problema é que na época não existia defensoria pública em
São Paulo, então o STF lançou a tese de que a lei ainda era constitucional até que o
estado de são Paulo crie a defensoria pública paulista.

Observe-se que a modulação temporária está disciplinada no art. 27 da lei 9868 de 1999
e também com previsão na lei 9882 de 1999, art. 11. Vale salientar que o quórum é de
dois terços dos seus membros. Sobre essa técnica cabe ainda uma indagação:
SOMENTE O STF PODE UTILIZAR ESSA TÉCNICA, JÁ QUE NO SISTEMA DIFUSO
QUALQUER JUIZ PODERÁ DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE UM ATO
NORMATIVO? Se formos enfrentar uma prova objetiva diríamos tranquilamente que sim,
tendo em vista a lei 9882 de 1999. Contudo, existe discussão na doutrina com opinião
para os dois lados.
Por último, cabe a advertência de que o STF já decidiu que não será possível fazer a
modulação quando se tiver discutindo a compatibilidade da lei anterior com a CF88, uma
vez que tal técnica não se aplica a declaração de não recepção de lei anterior.

3 – Limites subjetivos – a decisão produz efeitos inter partes ou erga omnes? Observe-se
que no controle difuso como regra produz efeitos inter partes. Mas no controle
concentrado é absoluta, sempre produz efeitos erga omnes.

CONTROLE DIFUSO –

1 – observações iniciais - é o controle feito por todo e qualquer órgão do poder judiciário
no exame de todo e qualquer caso concreto em que alguém pede a tutela de um direito
subjetivo e incidentalmente se discute a validade da constitucionalidade da lei.

2 – processos subjetivos – perceba-se que o controle é realizado através de processos


subjetivos. Eles são processos atrelados à defesa de interesses subjetivos das pessoas.
Todo e qualquer processo subjetivo permite o controle pela via difusa.

Obs: os concursos públicos têm questionado sobre o cabimento do controle de


inconstitucionalidade em sede de ação civil pública. Note-se que é perfeitamente possível
a criação do incidente de inconstitucionalidade em sede de uma ACP, mas advirta-se que
ela deverá ser feita de maneira incidental, pois se for um pedido principal, direto, ela ficará
com a máscara de uma ADI e sabemos que essa ação só poderá ser apreciada e julgada
pelo STF quando da análise de inconstitucionalidade em concreto.

3 – cláusula de reserva de plenário – art. 97 CF88 – observe-se que o art. 97 da CF88


diz que somente pela maioria absoluta dos seus membros o órgão especial e os tribunais
poderão declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativa. A cláusula de reserva de
plenário não se aplica às turmas recursais dos juizados, haja vista não serem
consideradas um tribunal, como também não se aplica ao exame de validade da lei
anterior à constituição ante a nova constituição. Apenas é exigida a cláusula de reserva
de plenário para declarar a inconstitucionalidade. Constata-se pela dicção do art. 480
§único da CF88 que os órgãos fracionários dos tribunais não precisam submeter ao
plenário ou ao órgão especial do próprio a apreciação da constitucionalidade quando já
houver pronunciamento do próprio tribunal ou pelo STF em relação à mesma lei. A
cláusula de reserva só obriga a levar a discussão sobre a constitucionalidade de uma
norma uma única vez. Uma vez já apreciada pelos órgãos competentes, basta que a
própria câmara recursal julgue a suposta inconstitucionalidade, apenas juntando à
decisão o pronunciamento sobre a constitucionalidade da lei por esses órgãos.

4 – efeitos temporais - a pronúncia, em regra, tem efeitos retroativos, e, por


consequência, desconstituem as relações jurídicas. Contudo, por vezes é muito
complicado a desconstituições dessas relações, haja vista a quantidade de tempo que já
se passou, podendo trazer uma insegurança, um prejuízo maior. Assim, por exceção, a
pronúncia não gerará efeitos retroativos pelo fato de que a nulidade da lei irá confrontar
com a ideia de segurança jurídica ou com o interesse social. Diante dessa nova situação,
o direito constitucional passou a admitir a ponderação desses princípios, acarretando o
surgimento de técnicas alternativas de decisão.

Tais técnicas irão atuar na forma de não permitir a retroatividade da nulidade para
preservar a segurança jurídica e o interesse social. Elas são conhecidas no direito
constitucional como MODULAÇÃO OU MANIPULAÇÃO TEMPORAL.
Esta técnica poderá sugerir dois caminhos:

I – efeitos a partir de agora (ex nunc);


II – efeitos a partir de um momento futuro (prospectivos ou pro futuro). É o mesmo que
dizer: é inconstitucional a lei, mas só vamos deixar de aplicá-la daqui a 4 meses. É bom
lembrar que a pronúncia de inconstitucionalidade prospectiva é diferente da
inconstitucionalidade progressiva. Vamos ver tais diferenças:
IIA – Inconstitucionalidade progressiva ou lei ainda constitucional ou em trânsito para a
inconstitucionalidade – é quando a lei por circunstâncias fáticas está se encaminhando
para a inconstitucionalidade, mas ainda é constitucional. Essa técnica é adotada pelo
STF, apesar de causar estranheza, porque uma lei ou é constitucional ou é
inconstitucional. Exemplo: art. 68 CPP ação ex delicto. O Ministério Público defendeu um
necessitado no estado de São Paulo, todavia a parte contrária arguiu
inconstitucionalidade porque quem pode defender tal pessoa seria a defensoria pública.
Dessa forma, tal art. é inconstitucional ao permitir que o parquet defenda o aludido
necessitado. Perceba que o problema é que na época não existia defensoria pública em
São Paulo, então o STF lançou a tese de que a lei ainda era constitucional até que o
estado de são Paulo crie a defensoria pública paulista.

Observe-se que a modulação temporária está disciplinada no art. 27 da lei 9868 de 1999
e também com previsão na lei 9882 de 1999, art. 11. Vale salientar que o quórum é de
dois terços dos seus membros. Sobre essa técnica cabe ainda uma indagação:
SOMENTE O STF PODE UTILIZAR ESSA TÉCNICA, JÁ QUE NO SISTEMA DIFUSO
QUALQUER JUIZ PODERÁ DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE UM ATO
NORMATIVO? Se formos enfrentar uma prova objetiva diríamos tranquilamente que sim,
tendo em vista a lei 9882 de 1999. Contudo, existe discussão na doutrina com opinião
para os dois lados.

Por último, cabe a advertência de que o STF já decidiu que não será possível fazer a
modulação quando se tiver discutindo a compatibilidade da lei anterior com a CF88, uma
vez que tal técnica não se aplica a declaração de não recepção de lei anterior.

5 – limites subjetivos – nesse ponto discutiremos se a declaração de


inconstitucionalidade tem efeito inter partes ou erga omnes. Tem-se que a regra é que no
controle difuso a decisão somente valerá para as partes envolvidas na relação
processual. Todavia, essa afirmação não é absoluta, haja vista existirem casos pontuais
que seus efeitos serão erga omnes. Por exemplo, nas demandas coletivas, a pronúncia
da inconstitucionalidade terá o efeito erga omnes.

Kelsen anteviu a existência de um grande problema quando se declarava a


inconstitucionalidade de uma norma jurídica pela via difusa. É que ela só obriga as partes.
Dessa forma, iriam surgir um mundo de questões pleiteando a mesma coisa. Foi então
que surgiu na CF34 e persiste até hoje a participação do senado federal. O art. 52, X diz
competir ao senado suspender a execução no todo em parte da lei que tenha sido
declarada inconstitucional pelo STF. Observe-se que quando o STF declara a
inconstitucionalidade de uma lei pela via difusa, ele comunica ao senado para que este
suspenda a aplicação da dita lei para evitar que surjam várias ações. Todavia, faremos
algumas observações:
A – O STF só comunica ao senado em se tratando de controle de constitucionalidade
difuso;
B – o senado quando não é obrigado a suspender a lei, tem atuação discricionária;
C – o senado quando suspende a lei, faz através de uma resolução e não por um decreto
legislativo, pois quem edita decreto legislativo é o congresso nacional. Câmara e senado
editam resolução;
D – caso o senado suspenda a lei, está esgotada a sua atuação, a sua atividade. É
porque ele não poderá suspender a lei e posteriormente voltar atrás, querer revogar a
resolução;
E – o senado deverá acompanhar o texto que veio do STF. Caso o STF declare a
inconstitucionalidade de alguns artigos, o senado só poderá suspender esses mesmos
artigos. Agora se o supremo declarar em relação a lei por completo, o senado deve
suspender a lei de forma integral.

ABSTRATIVIZAÇÃO OU OBJETIVAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO – existe uma


tendência hoje em dia de igualar os efeitos de uma decisão de inconstitucionalidade pela
via difusa aos efeitos pela via abstrata. Portanto, a tendência é fazer com que as decisões
do controle difuso tenha efeito erga omnes, independentemente da atuação do senado.
Ver a Reclamação n. 4355 do STF.

CONTROEL CONCENTRADO –

1 – É aquele controle exercido por um único órgão em abstrato em um processo de


natureza objetiva, onde a questão da constitucionalidade da norma é o principal objetivo
da discussão, sendo exercido por meio de ação (modelo austríaco, teorizado por Kelsen).
OBS: no Brasil o controle concentrado é feito pelo STF – CF88 e pelos tribunais de
justiças estaduais – em relação às constituições estaduais.

2 – processos objetivos – controle por via de ação. São eles:

A – ação de inconstitucionalidade:
A1 – ação de inconstitucionalidade genérica (ADI);
A2 – ação de inconstitucionalidade por omissão (ADO);
A3 – ação de inconstitucionalidade interventiva.
B – ação de constitucionalidade (ADC)
C – arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)

3 – eficácia temporal - a pronúncia, em regra, tem efeitos retroativos, e, por


consequência, desconstituem as relações jurídicas. Contudo, por vezes é muito
complicado a desconstituições dessas relações, haja vista a quantidade de tempo que já
se passou, podendo trazer uma insegurança, um prejuízo maior. Assim, por exceção, a
pronúncia não gerará efeitos retroativos pelo fato de que a nulidade da lei irá confrontar
com a ideia de segurança jurídica ou com o interesse social. Diante dessa nova situação,
o direito constitucional passou a admitir a ponderação desses princípios, acarretando o
surgimento de técnicas alternativas de decisão.

Tais técnicas irão atuar na forma de não permitir a retroatividade da nulidade para
preservar a segurança jurídica e o interesse social. Elas são conhecidas no direito
constitucional como MODULAÇÃO OU MANIPULAÇÃO TEMPORAL.
Esta técnica poderá sugerir dois caminhos:

I – efeitos a partir de agora (ex nunc);


II – efeitos a partir de um momento futuro (prospectivos ou pro futuro). É o mesmo que
dizer: é inconstitucional a lei, mas só vamos deixar de aplicá-la daqui a 4 meses. É bom
lembrar que a pronúncia de inconstitucionalidade prospectiva é diferente da
inconstitucionalidade progressiva. Vamos ver tais diferenças:
IIA – Inconstitucionalidade progressiva ou lei ainda constitucional ou em trânsito para a
inconstitucionalidade – é quando a lei por circunstâncias fáticas está se encaminhando
para a inconstitucionalidade, mas ainda é constitucional. Essa técnica é adotada pelo
STF, apesar de causar estranheza, porque uma lei ou é constitucional ou é
inconstitucional. Exemplo: art. 68 CPP ação ex delicto. O Ministério Público defendeu um
necessitado no estado de São Paulo, todavia a parte contrária arguiu
inconstitucionalidade porque quem pode defender tal pessoa seria a defensoria pública.
Dessa forma, tal art. é inconstitucional ao permitir que o parquet defenda o aludido
necessitado. Perceba que o problema é que na época não existia defensoria pública em
São Paulo, então o STF lançou a tese de que a lei ainda era constitucional até que o
estado de são Paulo crie a defensoria pública paulista.

Observe-se que a modulação temporária está disciplinada no art. 27 da lei 9868 de 1999
e também com previsão na lei 9882 de 1999, art. 11. Vale salientar que o quórum é de
dois terços dos seus membros. Sobre essa técnica cabe ainda uma indagação:
SOMENTE O STF PODE UTILIZAR ESSA TÉCNICA, JÁ QUE NO SISTEMA DIFUSO
QUALQUER JUIZ PODERÁ DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE UM ATO
NORMATIVO? Se formos enfrentar uma prova objetiva diríamos tranquilamente que sim,
tendo em vista a lei 9882 de 1999. Contudo, existe discussão na doutrina com opinião
para os dois lados.

Por último, cabe a advertência de que o STF já decidiu que não será possível fazer a
modulação quando se tiver discutindo a compatibilidade da lei anterior com a CF88, uma
vez que tal técnica não se aplica a declaração de não recepção de lei anterior.

4 – limites subjetivos – tem eficácia erga omnes e este efeito aqui é absoluto.

5 – efeito vinculante – observe-se que tal efeito vincula os demais órgãos do poder
judiciário, mas não vincula o STF. Efeito vinculante é a proibição de descumprimento da
decisão. Com o advento da EC n. 03 foi criado a ADC e com ele o efeito vinculante. Tal
efeito vincula os órgãos do poder judiciário, a administração pública direta e indireta
federal, estadual e municipal. Note-se que o legislador está compreendido no rol dos
proibidos. Essa ideia de excluir tal poder tem como fundamento a não paralisação da
ordem jurídica, uma vez que o legislador não poderia fazer evoluir a legislação se
submetesse ao dever de cumprir para todo o sempre uma norma jurídica.

A vinculação abrande tanto a inconstitucionalidade quanto à interpretação sobre o tema


constitucional. Esse é o entendimento do STF e esse fenômeno é chamado de
transcendência aos fundamentos da decisão. Isto quer dizer que os fundamentos
transcendem determinado caso concreto para atingirem outros casos concretos em que o
mesmo tema seja debatido. Todavia, a doutrina mais comumente denomina de
transcendência dos motivos determinantes.

OBTER DICTUM – (dito de passagem, por assim dizer) – são argumentos que auxiliam a
fundamentar o argumento principal, são argumentos laterais. Eles não vinculam, haja
vista que só ajudam o argumento principal. Por exemplo: na discussão sobre a utilização
das células tronco, o julgador ao fundamentar pela sua constitucionalidade baseou na
discussão sobre a anencefalia, mas caso ele não tivesse mencionado tal assunto, não
mudaria em nada a sua opinião.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE – ADI ART. 102, I, a CF88, disciplinada


pela lei n. 9868 de 1999 -

1 – finalidade – tem como finalidade declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato


normativo do poder judiciário. Como sabemos que a lei inconstitucional é uma lei nula,
então podemos dizer que sua finalidade é declarar a nulidade da lei ou ato normativo do
poder público. A ADI é uma ação declaratória. Observe-se que tecnicamente não existe
diferença em chamar ação direta de inconstitucionalidade e ação declaratória de
inconstitucionalidade.

2 – objeto – requisitos:

I – lei ou ato normativo do poder público - temos como exemplos as resoluções, tratados
internacionais, emendas, medidas provisórias etc.

II – federal ou estadual – Perceba que a s leis municipais foram excluídas deste rol, mas
foram incluídas na relação da ADPF. É interessante saber como fica a situação do distrito
federal. Observe-se que ele absorve as competências legislativas dos estados e
municípios. Dessa forma, quando a lei ou ato normativo tiver origem na competência do
estado, caberá a ADI, porém quando for do município não caberá. Ver ADI 642, STF.

III – posterior à CF88 – Observe-se que se uma lei for anterior à constituição ela será
declarada revogada, haja vista que só uma lei posterior à CF88 poderá ser declarada
inconstitucional, todavia tal norma anterior poderá ser objeto de uma ADPF.

IV – autônomo – a autonomia dá-se pelo fato de que o ato analisado só poderá ser
confrontado com a CF88.

V – abstrato – tal característica acontece pelo fato de que prevê uma série de condutas
destinadas às pessoas, é uma multiplicidade de condutas. Constata-se que a
jurisprudência consolidada do STF proibia via ADI a apreciação de lei de efeito concreto,
exemplo: lei municipal concedeu título de cidadania a João. Note-se que antes de 2007 o
STF não aceitava a utilização da ADI a fim de analisar lei orçamentária, alegando ser lei
concreta, visto que são atos administrativos que dizem onde devem ser aplicadas as
verbas. Todavia, após 2007 o próprio STF modificou o entendimento, considerando que
os artigos da lei orçamentária possuíam abstração. Por último, temos que as leis de
efeitos concretos podem ser objeto da ADI por conta do julgamento da ADI nº 4048 do
STF informativo 502 que teve como relator o Ministro Gilmar Mendes. Interessante é que
o aludido ministro já defendia essa tese na doutrina antes de ser ministro do STF.

VI– em vigor – não poderemos ingressar com uma ADI tomando como base uma lei ou
ato normativo que já foi revogado, com a vigência temporária expirada, como uma lei
orçamentária ou com a eficácia exaurida.

3 – Sujeitos – estão elencados na lei nº 9.868/99. são eles:

I – o presidente da república;
II – procurador geral da república;
III – governadores dos estados e do distrito federal;
IV – as mesas da câmara dos deputados e do senado;
V – a câmara legislativa do distrito federal;
VI – a mesa da assembleia legislativa;
VII – partidos políticos com representação no congresso nacional;
VIII – conselho federal da OAB;
IX – entidades de classe de âmbito nacional;
X – confederações sindicais.

Vamos agora analisar alguns legitimados:

A – O autor – Observe-se que a despeito de falarmos de sujeitos aqui não existem partes.
Temos que analisar a respeito da pertinência temática. Existem legitimados que precisam
de comprovação para que possa ingressar com a ADI, haja vista que nem todos possuem
interesse jurídico em determinadas matérias. Por outro lado, existem legitimados que são
universais, tendo em vista pela constituição presumir que qualquer questão tratada no
STF eles tenham sempre interesse.

I – o presidente da república; NÃO PRECISA


II – procurador geral da república; NÃO PRECISA
III – governadores dos estados e do distrito federal; PRECISAM
IV – as mesas da câmara dos deputados e do senado; NÃO PRECISAM
V – a câmara legislativa do distrito federal; PRECISAM
VI – a mesa da assembleia legislativa; PRECISAM
VII – partidos políticos com representação no congresso nacional; NÃO PRECISAM
VIII – conselho federal da OAB; NÃO PRECISA
IX – entidades de classe de âmbito nacional; PRECISAM
X – confederações sindicais. PRECISAM.

Outro aspecto que teremos que avaliar é acerca da capacidade postulatória. Observe-se
que a procuração deve ser específica para ingressar com essas ações, conforme
jurisprudência consolidada.

O PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA – dispõe a CF88 que o PGR será ouvido em


todo e qualquer processo de controle abstrato. Portanto ele será citado para emitir
parecer.

O ADVOGADO GERAL DA UNIÃO – perceba-se que o seu papel nesse processo vai ser
totalmente distinta das suas funções habituais. Ele exercerá uma função específica que
poderia ser atribuída até mesmo a outro órgão. Por outro lado, também, em processos em
que o STF não discuta a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, não é necessária a
sua participação. Note-se que na ADPF o STF pode ou não discutir a
inconstitucionalidade de uma lei, então, a depender do caso concreto ele pode participar
ou não. Em caso de participação obrigatória, o AGU será citado para defender o objeto da
impugnação (lei ou ato normativo).

A jurisprudência sempre firmou entendimento de que o AGU não precisará se pronunciar


quando já tiver pronunciamento do STF. Através da ADI nº 3961, o STF aperfeiçoou a
jurisprudência entendeu que o AGU não era obrigado a defender a lei quando ele achar
que tal norma seja inconstitucional.

TERCEIROS – o art. 7º da lei 9868/99 dispõe que não cabe intervenção de terceiros na
ação direta de inconstitucionalidade. Todavia, prevê a figura do AMICUS CURAE. Esse
instituto é recente no nosso ordenamento jurídico, mas antigo no direito americano. Trata-
se de um terceiro que tenha conhecimentos técnicos que possam trazer elementos que
auxiliem o julgador. Apesar da proibição da intervenção de terceiros, a jurisprudência tem
denominado tal figura como terceiro especial, anômala, sui generis. O STF firmou o
entendimento de que o amicus curae não pode interpor os embargos de declaração, mas
poderá manejar o agravo regimental da decisão monocrática do relator que negue a sua
participação no processo, podendo se manifestar até o momento em que o relator libera o
processo para julgamento.

4 – Aspectos processuais da ADI

A – ajuizamento e desistência – nenhuma ação do controle concentrado admite-se prazo,


como também não se admite a desistência, uma vez que há um interesse público em
saber se através dessa lei ocorreu alguma violão à CF88.

B – Petição Inicial - segundo o art. 3º da lei 9868/99 deve conter:

I – o objeto da impugnação (dispositivo da lei) especificada;


II – os fundamentos jurídicos do pedido (causa de pedir);
III – o pedido com a suas especificações.

OBS1: A CAUSA DE PEDIR ABERTA é quando seus fundamentos não vinculam o STF
na hora de julgar. Por exemplo: o autor diz que a lei é inconstitucional por conta do artigo
“X” da CF88 e fundamenta. Quando do julgamento da ADI o STF concluiu que realmente
é inconstitucional, contudo a violação se deu pelo art. “Y” da CF88.

OBS2: O STF ESTÁ VINCULADO AOS LIMITES DO PEDIDO? O autor revela que o
artigo “X” da lei viola o artigo 5º da CF88, por exemplo. Assim, pode o STF dizer que
quem viola é o art. “Y” da lei e julgar a lei inconstitucional? Como regra geral o STF não
poderá atuar dessa maneira, porém comporta exceção no caso das denominadas:

I – declaração de inconstitucionalidade por arrastamento, por derivação ou consequencial


– é quando a pronúncia da inconstitucionalidade de algum ato normativo termina
atingindo a lei ou ato normativo que é vinculado. Imagine que uma lei dispõe assim: §2° -
o disposto no parágrafo 1° se aplica integralmente aqui... Dessa forma, declarando a
inconstitucionalidade do §1º por consequência o §2º também é inconstitucional, pois ele
deriva do primeiro, sendo dessa maneira arrastado.

II – declaração de inconstitucionalidade incidental de outro disposto - é quando o STF faz


na ADI a declaração de inconstitucionalidade de algum outro dispositivo. Ex: pode ser que
o STF declare a inconstitucionalidade do:

A – do parâmetro do controle – imagine que numa EC acrescenta na CF88 um art.“X”


trazendo o seguinte: “visando levantar fundos para a copa do mundo, nós vamos criar
uma taxa disciplinada por lei e que vai incidir sobre a propriedade territorial urbana das
pessoas. Portanto, foi criada uma taxa com base de cálculo de imposto. Por outro lado, foi
aprovada uma lei “Y” disciplinando a cobrança dessa referida taxa. Oportunamente um
partido político ingressa com uma ADI relatando que a lei “Y” viola o próprio artigo “X” da
CF88. Perceba-se que nessa ADI estamos discutindo se a lei “Y” viola o art. ”X” da CF88
que foi inserido pela EC. Por sua vez o o tal artigo está sendo bastante questionado,
dizendo que a aludida emenda que a criou é inconstitucional, cogitando ingressar com a
ADI questionando a tal emenda, mas ainda não entrou. Dessa forma, quando do
julgamento da lei “A” o relator diz: preliminarmente antes de apreciar a
inconstitucionalidade da tal lei, vamos verificar a constitucionalidade do art. “X”, pois eu
não tenho certeza se ela é inconstitucional ou não. Assim, ele preliminarmente discute a
inconstitucionalidade do parâmetro, nessa caso o art. “X” da CF88 e chegando à
conclusão de que ele é inconstitucional, declara também a inconstitucionalidade da lei “Y”.
Dessa forma, se desapareceu o parâmetro, desaparece a lei que o deriva. Portanto,
apesar de que ter havido pedido acerca da inconstitucionalidade do art. “X” ele pode ser
apreciado, ficando prejudicado.

Inconstitucionalidade Sucessiva – Imagine que a lei “2” revogou a lei “1”. Observe-se que
uma ADI julgou a lei “2” e declarou a inconstitucionalidade dessa lei. Como a
inconstitucionalidade é nula desde a origem, tem-se que essa lei não revogou a lei “1”.
Estamos diante dos efeitos repristinatório da inconstitucionalidade que recupera uma lei
anterior. Note-se, ainda, que o STF poderá tranquilamente examinar a constitucionalidade
da lei “1” e declará-la inconstitucional.

Contudo, existe um debate na doutrina para saber se o STF pode fazer tal prática sem
que tenha havido pedido nesse sentido. Constata-se que antes de 1996, a jurisprudência
consolidada acenava no sentido de proibir que o STF atuasse dessa maneira, declarando
a inconstitucionalidade de uma norma e sucessivamente declarando inconstitucional outra
norma sem que tenha havido pedido nesse sentido. Porém, através das ADIs nº 2154 e
2158 que ainda não foram totalmente julgadas, foram apreciadas revelando que o artigo
11, § 2º da lei 9868/99 é constitucional, por que é ela que autoriza tal prática, permitindo
que o STF quando declarar a inconstitucionalidade de uma lei que revogou uma lei
anterior, também possa negar de ofício a aplicação da referida lei.

5 – Admissibilidade - observe-se que todo e qualquer processo para que se possa dar
prosseguimento tem que ser admitido e numa ADI não é diferente. Surgiu uma questão
interessante quando se ingressa no STF alegando a inconstitucionalidade formal e o STF
além de apreciá-la deseja apreciar a inconstitucionalidade material. Diante desse fato, foi
colocado em votação no plenário e por 6 a 5 dos votos ficou decidido que o STF não
poderá atuar dessa forma.

6 - Decisão Liminar (cautelar) – a finalidade da cautelar na ADI é a de suspender a


aplicação da lei. Deverá ser concedida com um quórum de maioria absoluta dos seus
membros, devendo ter, pelo menos, oito ministros presentes na Corte. É interessante que
se diga que todas as ações constitucionais no controle concentrado têm que respeitar a
maioria absoluta dos seus membros, presentes, no mínimo, oito ministros. Todavia, por
exceção, no período de recesso a liminar poderá ser apreciada monocraticamente pelo
relator em qualquer momento de urgência. A jurisprudência é tranquila nesse sentido.
Contudo, existe um detalhe a ser observado. Tendo a liminar sido apreciada pelo relator,
ela terá que ser submetida ao plenário para que este decida, uma vez que o juízo deve
obedecer a maioria absoluta dos membros. É o referendo do plenário. Observe-se uma
coisa interessante. Digamos que ao analisar a liminar, o relator monocraticamente
indefira. Nesse caso, o autor poderá ingressar com o agravo regimental para que se
submeta ao plenário? Diz a jurisprudência dominante que não há necessidade, por se
tratar de decisão monocrática da liminar a qual será automaticamente submetida ao
plenário.

Note-se que normalmente quando o STF julga uma ação, ele divulga a notícia de que
houve tal julgamento, publicando apenas a parte dispositiva para meses depois publicar o
acórdão na íntegra e diante desse fato, os efeitos da decisão somente começarem a
serem produzidos a partir da publicação do acórdão. É bom notar, também, que todas as
decisões em controle concentrado terá eficácia erga omnes e as cautelares terá efeitos ex
nunc, podendo o STF, caso deseje, conceda com efeitos retroativos (ex tunc).

Observe-se, ainda, caso a liminar seja deferida poderá ter efeito vinculante. É o que
depreende-se da dicção do art. 102 §2º da CF88, cabendo, também, reclamação ao STF
caso algum órgão a descumpra. Por outro lado, não caberá tal reclamação no momento
em que esta seja indeferida, haja vista que não possui efeito vinculante nessa hipótese.
Por último é bom lembrar que a liminar, igualmente como acontece com o deferimento da
ação principal, terá efeito repristinatório, podendo ainda, em caso de grande relevância
social, o relator dispensar o julgamento da cautelar e pedir ao tribunal que julgue
imediatamente a ADI.

7 – Da Decisão Final – artigos 22 a 28 da Lei nº 9868/99. O quórum para a decisão final


deverá estar presente oito ministros e julgados pela maioria absoluta dos seus membros
(6 ministros).

7A – resultado:

I – procedência;
II – improcedência;
III – procedência parcial.

Passaremos a analisar o resultado de procedência, ou seja, quando for considerado


inconstitucional.

A inconstitucionalidade pode ser:

I – total – nesse caso todo ato normativo é inconstitucional;


II – parcial – o ato normativo é em parte inconstitucional. Ele pode ser:

II a – com redução de texto – é o ato de retirar alguns artigos da lei, é a denominada


INCONSTITUCIONALIDADE QUANTITATIVA;
II b – sem redução de texto – constata-se a inconstitucionalidade, porém não retira
nenhum artigo do texto original, é a chamada INCONSTITUCIONALIDADE QUALITATIVA.
Nesse caso aqui, o que levamos em consideração são as interpretações que estavam
sendo atribuídas a alguns artigos, ver art. 114,I,CF88. Aqui haverá algumas ou algumas
interpretações que não irão prevalecer por não serem interpretações inconstitucionais.
Por outro lado, a interpretação que prevalecer será chamada de interpretação
constitucional ou interpretação conforme, ou seja, é determinar dentre as existentes a que
torna a lei compatível com a constituição.

Faremos agora a distinção entre a DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM


REDUÇÃO DE TEXTO e INTERPRETAÇÃO CONFORME – São técnicas de decisão
que atuam no plano da decisão e não na lei propriamente dita. As decisões que adotam
essa técnica são conhecidas como decisões interpretativas ou decisões intermediárias.
Anote-se que só teremos esse tipo de decisão, obviamente, quando o texto comportar
mais de uma interpretação, ou seja, quando o texto for plurissignificativo ou
plurissemântico. Elas têm em comum o fato de serem de caráter interpretativo. Todavia,
essas duas decisões não se confundem. Note-se inicialmente que a primeira técnica
exclui uma determinada interpretação, enquanto a segunda determina qual a
interpretação irá prevalecer. Observe-se outras diferenças. Imaginemos, por exemplo, que
o texto da lei comporte três interpretações:

1 – inconstitucional;
2 – inconstitucional;
3 – constitucional.

Perceba-se que na DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE SEM REDUÇÃO


DE TEXTO é declarada a inconstitucionalidade, excluindo a interpretação que não mais
poderá ser aplicada, contudo não diz qual é a que deverá prevalecer, enquanto na
INTERPRETAÇÃO CONFORME se declara a inconstitucionalidade da interpretação, mas
não exclui nenhuma interpretação, todavia já diz a que deverá prevalecer.

Segundo o art. 24 da Lei 9868/99 todas as decisões são irrecorríveis, inclusive ação
rescisória, somente cabendo os embargos declaratórios. Por último, vale dizer que o
AMICUS CURAE não tem legitimidade para opor os embargos declaratórios.

Surge, então, uma dúvida. Pode haver pedido de modulação temporal em sede dos
embargos declaratórios? Houve um debate no STF e chegou-se a seguinte decisão:
Somente poderá existir o pedido de modulação se já havia tal pleito expresso na petição
da ADI e o STF se omitiu ao julgar, porque ficará caracterizada a omissão. Vale
acrescentar que será impossível haver a oposição desses embargos sob a alegação de
que houve contradição ou obscuridade.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE – Lei nº 9868/99.

1 – Finalidade - tem por finalidade declarar a constitucionalidade de uma lei ou ato


normativo. Tem-se que qualquer lei presume-se constitucional, todavia tal presunção é
relativa. Sendo relativa pode ser afastada pelo Poder Judiciário. Observe-se que com a
declaração de constitucionalidade de uma determinada lei, tal presunção que era relativa
passou a ser absoluta. Dessa forma podemos dizer que tecnicamente a ADC tem por
finalidade transformar a presunção de constitucionalidade relativa em absoluta. Podemos,
ainda, afirmar que ela tem por finalidade paralisar o controle difuso, ou seja, proibir que os
juízes ou tribunais declarem a inconstitucionalidade dessa suposta lei. Por fim, a ADC
também tem por finalidade proteger a segurança jurídica.

2 – pressupostos - se a lei presume-se constitucional, para que possamos ingressar com


essa ação questionando a sua constitucionalidade, necessário se faz a existência de uma
controvérsia judicial relevante, temos como exemplo, a existência de várias ações em
vários lugares do país. Perceba-se que para a caracterização da controvérsia relevante,
não devemos levar em conta o número de ações pelo país, mas a potencialidade em
gerar a insegurança.

3 – Objeto – Observe-se que a ADI e a ADC eram pra ser ações com os mesmos
elementos, todavia existem diferenças. Enquanto que na ADI seu objeto é a lei ou ato
normativo federal ou estadual, na ADC seu objeto é lei ou ato normativo apenas federal.

4 – Sujeitos - estão elencados na lei nº 9.868/99. são eles:

I – o presidente da república; NÃO PRECISA


II – procurador geral da república; NÃO PRECISA
III – governadores dos estados e do distrito federal; PRECISAM
IV – as mesas da câmara dos deputados e do senado; NÃO PRECISAM
V – a câmara legislativa do distrito federal; PRECISAM
VI – a mesa da assembleia legislativa; PRECISAM
VII – partidos políticos com representação no congresso nacional; NÃO PRECISAM
VIII – conselho federal da OAB; NÃO PRECISA
IX – entidades de classe de âmbito nacional; PRECISAM
X – confederações sindicais. PRECISAM.

Vamos agora analisar alguns legitimados:

A – O autor – Observe-se que a despeito de falarmos de sujeitos aqui não existem partes.
Temos que analisar a respeito da pertinência temática. Existem legitimados que precisam
de comprovação para que possa ingressar com a ADI, haja vista que nem todos possuem
interesse jurídico em determinadas matérias. Por outro lado, existem legitimados que são
universais, tendo em vista pela constituição presumir que qualquer questão tratada no
STF eles tenham sempre interesse.

I – o presidente da república; NÃO PRECISA


II – procurador geral da república; NÃO PRECISA
III – governadores dos estados e do distrito federal; PRECISAM
IV – as mesas da câmara dos deputados e do senado; NÃO PRECISAM
V – a câmara legislativa do distrito federal; PRECISAM
VI – a mesa da assembleia legislativa; PRECISAM
VII – partidos políticos com representação no congresso nacional; NÃO PRECISAM
VIII – conselho federal da OAB; NÃO PRECISA
IX – entidades de classe de âmbito nacional; PRECISAM
X – confederações sindicais. PRECISAM.

Outro aspecto que teremos que avaliar é acerca da capacidade postulatória. Observe-se
que a procuração deve ser específica para ingressar com essas ações, conforme
jurisprudência consolidada.

B – Procurador Geral da República – ele sempre será ouvido em todos os processos de


competência do STF.

C – Advogado Geral da União – Observe-se que ele só será ouvido em caso de ação
onde se pleiteia a inconstitucionalidade de uma lei, visto que cabe a ele a defesa dessa
norma. Mas, como na ADC o que se quer é a constitucionalidade de uma lei ou ato
normativo, por óbvio estará excluído de participar.

D – Terceiros - TERCEIROS – o art. 7º da lei 9868/99 dispõe que não cabe intervenção
de terceiros na ação direta de inconstitucionalidade. Todavia, prevê a figura do AMICUS
CURAE. Esse instituto é recente no nosso ordenamento jurídico, mas antigo no direito
americano. Trata-se de um terceiro que tenha conhecimentos técnicos que possam trazer
elementos que auxiliem o julgador. Apesar da proibição da intervenção de terceiros, a
jurisprudência tem denominado tal figura como terceiro especial, anômala, sui generis. O
STF firmou o entendimento de que o amicus curae não pode interpor os embargos de
declaração, mas poderá manejar o agravo regimental da decisão monocrática do relator
que negue a sua participação no processo, podendo se manifestar até o momento em
que o relator libera o processo para julgamento.

5 – Aspectos Processuais:

I – Ajuizamento e Desistência - nenhuma ação do controle concentrado admite-se prazo,


como também não se admite a desistência, uma vez que há um interesse público em
saber se através dessa lei ocorreu alguma violação à CF88.

II – Petição Inicial – requisitos – art. 14 , Lei 9868/99:

a – objeto -(dispositivo da lei) especificada.

b – Fundamentos Jurídicos – Neste caso aqui eu confronto o parâmetro com o objeto


porque estou defendendo a sua constitucionalidade. É a causa de pedir.

C – Pedido específico.

d – Existência de Uma Controvérsia Judicial Relevante.

6 – Da Liminar - Observe-se que o objetivo, nesse caso, da cautelar não é a suspensão


da lei, mas a paralisação da controvérsia judicial. É, na verdade, paralisar o controle
difuso. Deverá ser concedida com um quórum de maioria absoluta dos seus membros,
devendo ter, pelo menos, oito ministros presentes na Corte. É interessante que se diga
que todas as ações constitucionais no controle concentrado têm que respeitar a maioria
absoluta dos seus membros, presentes, no mínimo, oito ministros. Todavia, por exceção,
no período de recesso a liminar poderá ser apreciada monocraticamente pelo relator em
qualquer momento de urgência. A jurisprudência é tranquila nesse sentido. Contudo,
existe um detalhe a ser observado. Tendo a liminar sido apreciada pelo relator, ela terá
que ser submetida ao plenário para que este decida, uma vez que o juízo deve obedecer
a maioria absoluta dos membros. É o referendo do plenário. Observe-se uma coisa
interessante. Digamos que ao analisar a liminar, o relator monocraticamente indefira.
Nesse caso, o autor poderá ingressar com o agravo regimental para que se submeta ao
plenário? Diz a jurisprudência dominante que não há necessidade, por se tratar de
decisão monocrática da liminar a qual será automaticamente submetida ao plenário.

Note-se que normalmente quando o STF julga uma ação, ele divulga a notícia de que
houve tal julgamento, publicando apenas a parte dispositiva para meses depois publicar o
acórdão na íntegra e diante desse fato, os efeitos da decisão somente começarem a
serem produzidos a partir da publicação do acórdão. É bom notar, também, que todas as
decisões em controle concentrado terá eficácia erga omnes e as cautelares terá efeitos ex
nunc, podendo o STF, caso deseje, conceda com efeitos retroativos (ex tunc).

Observe-se, ainda, caso a liminar seja deferida poderá ter efeito vinculante. É o que
depreende-se da dicção do art. 102 §2º da CF88, cabendo, também, reclamação ao STF
caso algum órgão a descumpra. Por outro lado, não caberá tal reclamação no momento
em que esta seja indeferida, haja vista que não possui efeito vinculante nessa hipótese.
Por último é bom lembrar que a liminar, igualmente como acontece com o deferimento da
ação principal, terá efeito repristinatório, podendo ainda, em caso de grande relevância
social, o relator dispensar o julgamento da cautelar e pedir ao tribunal que julgue
imediatamente a ADI. Por último, note-se que quando a liminar é deferida o STF tem 180
dias para julgar ação principal, sob pena de a liminar perder a eficácia.

7 – Decisão Final - O quórum para a decisão final deverá estar presente oito ministros e
julgados pela maioria absoluta dos seus membros (6 ministros).

7A – resultado:

I – procedência;
II – improcedência;
III – procedência parcial.

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF) – Lei


9882/99, art. 102, §1º CF88 -

1 – Finalidade – é o de promover a tutela de preceitos fundamentais da CF88. Observe-se


que a ADPF não é estritamente uma ação de controle de constitucionalidade, visto que
fazer controle de constitucionalidade é o ato de verificar se uma lei ou um ato normativo
viola a constituição federal. Sabemos que ela é mais ampla, pois nela não só se discute
sobre uma lei ou ato normativo, mas também uma decisão judicial. Perceba-se que a
ADPF pode declarar tanto a inconstitucionalidade, como a constitucionalidade de uma lei,
são verdadeiras ADI ou ADC dependendo do caso concreto. Todavia, a doutrina prefere
não enfrentar tal debate e classificá-la como ação de controle de constitucionalidade.

2 – Natureza Subsidiária – Significa dizer que quando não couber uma ADI ou ADC ou
outra ação de controle concentrado, caberá a ADPF, haja vista que esta veio com o
objetivo de suprir os casos não contemplados pelas outras ações. Todavia, existe uma
doutrina minoritária que advoga que no caso da forma difusa ela realmente dede ter o
caráter subsidiário, contudo no modelo concentrado, não. Porém prevalece o
entendimento do STF de que em ambos os casos a ADPF terá o caráter subsidiário.

3 – Elementos – São diferentes da ADI e da ADC. Tem como elemento evitar ou reparar a
lesão a preceito fundamental decorrente do poder público. Dessa forma, teremos aqui
como OBJETO O ATO DO PODER PÚBLICO e como PARÂMETRO UM PRECEITO
FUNDAMENTAL.

3.1 – Ato do Poder Público – existe uma grande dificuldade de se saber o que é um ato
do poder público, tendo em vista que, de vez em quando, o STF desqualifica determinado
ato como se fosse típico do poder público e qualificam outros que não eram considerados.
Por isso, nessa parte, é interessante acompanhar as decisões do STF a fim de saber
quais atos estão sendo considerados do poder público. Todavia, já se têm alguns indícios
para que possamos saber quais são eles, porém tal processo está em construção. Podem
ser:

I – atos normativos;
II – atos não normativos (decisões judiciais).

OBS: Acrescente-se que súmulas e veto a projetos de lei não são objetos da ADPF.

4.2 – Preceito Fundamental (o parâmetro) – ao afirmamos que na CF88 existem preceitos


fundamentais, logo estamos admitindo também a existência de preceitos que não são
fundamentais. É dessa lógica que surge um grande debate doutrinário com o intuito de
saber quais são os realmente fundamentais. Devemos, então, atrelar o conceito de
preceito fundamental a ideia de normas materialmente constitucionais e as formais a ideia
de preceitos não fundamentais. O STF definiu o que é preceito fundamental. Observe-se
que através da lei da ADPF ele já trouxe alguns:
a – Direitos e Garantias Constitucionais;
b – Os Princípios Sensíveis (art. 34, VII CF88);
c – As Cláusulas Pétreas.

Observe-se que não existem apenas estes, porém foram os já citados pelo STF.

5 – Modalidades:

5.1 – Autônoma – caput do art. 1º;


5.2 – Incidental – par. único, art. 1º – é o ingresso da ADPF a partir de uma demanda
onde surge uma controvérsia relevante (incidente de inconstitucionalidade) e uma das
partes ingressam com a ADPF diretamente para o STF. A ideia é que o supremo a partir
do incidente debatesse logo tal controvérsia. Note-se que apesar de a doutrina aplaudir
tal hipótese, ela, na prática, não funciona. É que os legitimados para propor a ADPF são
os mesmos da ADI, já que foi vetada a possibilidade de qualquer pessoa poder ingressar
com essa ação. Desse jeito, se conclui que os legitimados não vão esperar ocorrer um
processo para haver um incidente e dessa forma ingressar com tal medida. Eles, na
verdade, irão ingressar diretamente para o STF.

6 – Sujeitos - são eles:

I – o presidente da república;
II – procurador geral da república;
III – governadores dos estados e do distrito federal;
IV – as mesas da câmara dos deputados e do senado;
V – a câmara legislativa do distrito federal;
VI – a mesa da assembleia legislativa;
VII – partidos políticos com representação no congresso nacional;
VIII – conselho federal da OAB;
IX – entidades de classe de âmbito nacional;
X – confederações sindicais.

Vamos agora analisar alguns legitimados:

A – O autor – Observe-se que a despeito de falarmos de sujeitos aqui não existem partes.
Temos que analisar a respeito da pertinência temática. Existem legitimados que precisam
de comprovação para que possa ingressar com a ADI, haja vista que nem todos possuem
interesse jurídico em determinadas matérias. Por outro lado, existem legitimados que são
universais, tendo em vista pela constituição presumir que qualquer questão tratada no
STF eles tenham sempre interesse.

I – o presidente da república; NÃO PRECISA


II – procurador geral da república; NÃO PRECISA
III – governadores dos estados e do distrito federal; PRECISAM
IV – as mesas da câmara dos deputados e do senado; NÃO PRECISAM
V – a câmara legislativa do distrito federal; PRECISAM
VI – a mesa da assembleia legislativa; PRECISAM
VII – partidos políticos com representação no congresso nacional; NÃO PRECISAM
VIII – conselho federal da OAB; NÃO PRECISA
IX – entidades de classe de âmbito nacional; PRECISAM
X – confederações sindicais. PRECISAM.

Outro aspecto que teremos que avaliar é acerca da capacidade postulatória. Observe-se
que a procuração deve ser específica para ingressar com essas ações, conforme
jurisprudência consolidada.

O PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA – dispõe a CF88 que o PGR será ouvido em


todo e qualquer processo de controle abstrato. Portanto ele será citado para emitir
parecer.

O ADVOGADO GERAL DA UNIÃO – perceba-se que o seu papel nesse processo vai ser
totalmente distinta das suas funções habituais. Ele exercerá uma função específica que
poderia ser atribuída até mesmo a outro órgão. Por outro lado, também, em processos em
que o STF não discuta a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, não é necessária a
sua participação. Note-se que na ADPF o STF pode ou não discutir a
inconstitucionalidade de uma lei, então, a depender do caso concreto ele pode participar
ou não. Em caso de participação obrigatória, o AGU será citado para defender o objeto da
impugnação (lei ou ato normativo).

A jurisprudência sempre firmou entendimento de que o AGU não precisará se pronunciar


quando já tiver pronunciamento do STF. Através da ADI nº 3961, o STF aperfeiçoou a
jurisprudência entendeu que o AGU não era obrigado a defender a lei quando ele achar
que tal norma seja inconstitucional.

TERCEIROS – o art. 7º da lei 9868/99 dispõe que não cabe intervenção de terceiros na
ação direta de inconstitucionalidade. Todavia, prevê a figura do AMICUS CURAE. Esse
instituto é recente no nosso ordenamento jurídico, mas antigo no direito americano. Trata-
se de um terceiro que tenha conhecimentos técnicos que possam trazer elementos que
auxiliem o julgador. Apesar da proibição da intervenção de terceiros, a jurisprudência tem
denominado tal figura como terceiro especial, anômala, sui generis. O STF firmou o
entendimento de que o amicus curae não pode interpor os embargos de declaração, mas
poderá manejar o agravo regimental da decisão monocrática do relator que negue a sua
participação no processo, podendo se manifestar até o momento em que o relator libera
o processo para julgamento.

7 – Aspectos Processuais -

7.1 – Ajuizamento e Desistência - nenhuma ação do controle concentrado admite-se


prazo, como também não se admite a desistência, uma vez que há um interesse público
em saber se através dessa lei ocorreu alguma violação à CF88.

7.2 – Petição Inicial – Requisitos:

a – Indicação do Preceito Fundamental (parâmetro);


b – Indicação do Ato Questionado (objeto);
c – Prova da Violação – fundamentos jurídicos – causa de pedir;
d – Pedido específico;
e – A comprovação da Existência de uma controvérsia judicial relevante – quando for o
caso.

8 – Decisão Liminar – A função dessa liminar irá depender do objeto da ADPF. Como ela
é subsidiária, pode assumir várias funções, a depender do caso concreto. Observe-se que
decisão transitada em julgado não pode ser alvo da ADPF.

9 – Decisão Final - O quórum para a decisão final deverá estar presente oito ministros e
julgados pela maioria absoluta dos seus membros (6 ministros). Terá efeitos erga omnes,
possui efeito vinculante, decisão é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória,
mas caberão embargos de declaração. Caberá, ainda, reclamação para o STF caso haja
seu descumprimento.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO – Art. 102, §2º, CF88 -

1 – Finalidade – tem como finalidade a declaração da inconstitucionalidade por omissão.

2 – Cabimento – quando existir uma inconstitucionalidade por omissão. Observe-se que


nem toda omissão tem qualificação jurídica e nem toda omissão jurídica tem repercussão
constitucional. Uma omissão tem repercussão constitucional quando ela inviabiliza a
aplicação da constituição, e tal omissão inviabiliza a aplicação da constituição quando a
lei que deveria ser elaborada posteriormente não foi elaborada. Aqui trabalharemos com
normas não auto-aplicáveis, norma constitucional de eficácia limitada.

Ela tem caráter mandatório. Perceba, por último, que só devemos verdadeiramente
qualificar uma inconstitucionalidade por omissão baseando-se na proporcionalidade do
tempo. Caso uma norma tenha que ser elaborada, mas ainda não foi, todavia a obrigação
de sua elaboração de uma emenda constitucional que entrou em vigor apenas um mês,
não se deve caracterizar tal omissão, haja vista que o parlamento precisa de um tempo
para estudar a elaboração desta lei.

3 – Tipologia da Inconstitucionalidade por Omissão – podemos analisar pelos seguintes


aspectos:
I – natureza:

a – legislativa – é a falta da lei;


b – administrativa – pode ser uma medida administrativa. Ex: estados que ainda não
implantaram a defensoria pública. Ou implementa medidas administrativas, mas de forma
parcial.

II – amplitude:

a – total – não elaborou nenhuma lei;


b – parcial – iniciou-se a elaboração de uma lei, mas foi insuficiente ou pode até
elaborado a lei, todavia não cumpriu as exigências da CF88. Ex: a lei que fixou o salário
mínimo no Brasil, não conseguiu efetivar em favor do cidadão todos os direitos lá
previstos.

4 - Sujeitos são eles:

I – o presidente da república;
II – procurador geral da república;
III – governadores dos estados e do distrito federal;
IV – as mesas da câmara dos deputados e do senado;
V – a câmara legislativa do distrito federal;
VI – a mesa da assembleia legislativa;
VII – partidos políticos com representação no congresso nacional;
VIII – conselho federal da OAB;
IX – entidades de classe de âmbito nacional;
X – confederações sindicais.

Vamos agora analisar alguns legitimados:

A – O autor – Observe-se que a despeito de falarmos de sujeitos aqui não existem partes.
Temos que analisar a respeito da pertinência temática. Existem legitimados que precisam
de comprovação para que possa ingressar com a ADI, haja vista que nem todos possuem
interesse jurídico em determinadas matérias. Por outro lado, existem legitimados que são
universais, tendo em vista pela constituição presumir que qualquer questão tratada no
STF eles tenham sempre interesse.

I – o presidente da república; NÃO PRECISA


II – procurador geral da república; NÃO PRECISA
III – governadores dos estados e do distrito federal; PRECISAM
IV – as mesas da câmara dos deputados e do senado; NÃO PRECISAM
V – a câmara legislativa do distrito federal; PRECISAM
VI – a mesa da assembleia legislativa; PRECISAM
VII – partidos políticos com representação no congresso nacional; NÃO PRECISAM
VIII – conselho federal da OAB; NÃO PRECISA
IX – entidades de classe de âmbito nacional; PRECISAM
X – confederações sindicais. PRECISAM.

Outro aspecto que teremos que avaliar é acerca da capacidade postulatória. Observe-se
que a procuração deve ser específica para ingressar com essas ações, conforme
jurisprudência consolidada.

O PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA – dispõe a CF88 que o PGR será ouvido em


todo e qualquer processo de controle abstrato. Portanto ele será citado para emitir
parecer.

O ADVOGADO GERAL DA UNIÃO – perceba-se que o seu papel nesse processo vai ser
totalmente distinta das suas funções habituais. Ele exercerá uma função específica que
poderia ser atribuída até mesmo a outro órgão. Por outro lado, também, em processos em
que o STF não discuta a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, não é necessária a
sua participação. Note-se que na ADO somente na omissão legislativa parcial, onde se
argui a inconstitucionalidade de uma norma, o AGU será citado para defender o objeto da
impugnação (lei ou ato normativo).
A jurisprudência sempre firmou entendimento de que o AGU não precisará se pronunciar
quando já tiver pronunciamento do STF. Através da ADI nº 3961, o STF aperfeiçoou a
jurisprudência entendeu que o AGU não era obrigado a defender a lei quando ele achar
que tal norma seja inconstitucional.

TERCEIROS – o art. 7º da lei 9868/99 dispõe que não cabe intervenção de terceiros na
ação direta de inconstitucionalidade. Todavia, prevê a figura do AMICUS CURAE. Esse
instituto é recente no nosso ordenamento jurídico, mas antigo no direito americano. Trata-
se de um terceiro que tenha conhecimentos técnicos que possam trazer elementos que
auxiliem o julgador. Apesar da proibição da intervenção de terceiros, a jurisprudência tem
denominado tal figura como terceiro especial, anômala, sui generis. O STF firmou o
entendimento de que o amicus curae não pode interpor os embargos de declaração, mas
poderá manejar o agravo regimental da decisão monocrática do relator que negue a sua
participação no processo, podendo se manifestar até o momento em que o relator libera
o processo para julgamento.

5 – Aspectos Processuais -

5.1 - Ajuizamento e Desistência - nenhuma ação do controle concentrado admite-se


prazo, como também não se admite a desistência, uma vez que há um interesse público
em saber se através dessa lei ocorreu alguma violação à CF88.

5.2 – Petição Inicial:

A – indicará a omissão total ou parcial (objeto);


B – pedido com as especificações;
C – Juízo de Admissibilidade - observe-se que todo e qualquer processo para que se
possa dar prosseguimento tem que ser admitido e numa ADO não é diferente;

5.3 – Da Medida Cautelar – observe-se que o STF através de uma decisão afirmou ser
incompatível a medida cautelar em sede de ADO, uma vez que não tem como exigir do
Poder Judiciário a elaboração de uma norma, pois mesmo com a decisão final ele não
pode garantir tal elaboração. Porém, com o advento da Lei 12.036/09 tornou-se possível,
pois ela trouxe no seu conteúdo tal possibilidade. Mas, como efetivá-la? Note-se que só
será concedida no caso de omissão parcial da lei, porque aqui existe uma lei vigendo e
ela poderá ser suspensa. Por último, frise-se, que caberá suspensão nos processos
judiciais e nas procedimentos administrativos.

5.4 – Decisão Final – Caso seja omissão por parte do poder legislativo, deve-se dar
ciência para a adoção de providências. Se for dos órgãos administrativos, deve dar
ciência para fazê-lo no prazo de 30 dias ou outro prazo razoável que o STF fixar. É bom
salientar que antes de 2007 o STF considerava a decisão em sede de ADO meramente
declaratória, todavia com o advento do mandado de injunção nº 741 o STF mudou seu
posicionamento, agora afirmando que tal decisão assume contornos mandamentais. Ex:
no caso da lei de greve dos servidores.

Tal decisão é irrecorrível, contudo caberá embargos de declaração, seu efeito é erga
omnes e ainda cabendo modulação na inconstitucionalidade de lei na omissão parcial.

Obs: Diferença Sobre ADO e mandado de Injunção – Note-se que na ADO é ação do
controle concentrado, enquanto no MI tutela os direitos subjetivos, via difusa. A
competência para o julgamento do ADO é do STF, já a MI caberá a qualquer juiz. A
finalidade da ADO é a proteção objetiva do sistema constitucional, já a finalidade da
MI é a proteção dos direitos subjetivos do cidadão. São legítimos para ingressar
com a ADO todos os legitimados da ADI, enquanto que os legitimados da MI é
qualquer titular do direito difuso. Por fim, as decisões da ADO produzem efeitos
erga omnes, enquanto na MI opera efeitos inter partes.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE INTERVENTIVA – causas de intervenção


– art. 34, CF88 - I – art. 34, VII princípios sensíveis (uma hipótese).

Representação interventiva – ADI interventiva


1 – a representação interventiva apresenta-se como pressuposto para a decretação da
intervenção federal ou estadual pelos chefes do poder executivo
- quem decreta a intervenção é o chefe do poder executivo
2 – fases:
I – o STF ou o TJ analisam os pressupostos para a intervenção. Aqui não há nulificação
do ato, apenas julga procedente o pedido e é requisitado a intervenção ao chefe de
estado
II – segunda fase – branda – o chefe do executivo, por meio de decreto, limita-se a
suspender a execução do ato impugnado, se tal medida bastar para o restabelecimento
da normalidade – não há controle político, pois esta dispensada a apreciação pelo
congresso nacional ou pela assembleia legislativa
III – terceira fase – efetiva – o chefe do poder executivo decretará a efetiva intervenção,
nomeando um interventor, aqui há controle político porque o decreto será apreciado pelo
congresso nacional e pela assembleia legislativa. Prazo de 24 horas.

3 – hipóteses

A – art 34, VII CF (princípios sensíveis)


4 – objeto – lei ou ato normativo que viole os princípios sensíveis da CF88
5 – competência – STF ou TJ
6 – legitimado – PGR na parte ativa. O ente federado na parte passiva. PGJ – estado.
7 – petição inicial –
A – indicação do principio constitucional ferido (sensível)
B – do ato normativo ou ato administrativo violador
C – a prova do ato
D – o pedido
- PGR – será ouvido
- AGU – será ouvido
- o relator poderá solicitar perícia
- cabe a figura do amicus curiae
- o quorum maioria absoluta – 8 ministros pelo menos
8 – da liminar
Objetivo – suspender o ato violador dos princípios sensíveis
9 – procedimento – livro de Pedro Lenza
17 ediçao – pg 408.

A DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS


ESTADO DE DEFESA
1. ​CONCEITO: É o meio que o Estado possui para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades
de grandes proporções na natureza

2. ​PRINCÍPIOS

A. ​DA NECESSIDADE
B. ​DA TEMPORALIDADE
C. ​DA PROPORCIONALIDADE

3. ​PRESSUPOSTOS MATERIAIS:
A. ​Grave perturbação da ordem pública ou da paz social, mercê de instabilidade
institucional ou de calamidade de grandes proporções na natureza.
B. ​Que a ordem pública ou a paz social não possam ser restabelecidas pelos
instrumentos coercitivos normais,

4. ​PRESSUPOSTOS FORMAIS:
A. ​Prévia oitiva do conselho da república e do conselho de defesa nacional.
B. ​Decreto do presidente da república, determinando o tempo de duração, as áreas
abrangidas e quais as medidas adotadas.
C. ​Submissão do ato, com sua justificativa ao congresso nacional em 24h (maioria
absoluta). Se não tiver reunido, será convocado no prazo de 5 dias, devendo apreciar em
10 dias.

5. ​TEMPO DE DURAÇÃO:
Máximo de 30 dias, renovado uma única vez.
Passados esses prazos se não as medidas não se revelaram eficazes, poderá ser
decretado o Estado de Sítio.
6. ​AS GARANTIAS DE PROTEÇÃO DA LIBERDADE FICAM SUBSTITUÍDAS PELO
SEGUINTE:
A. ​Restrições ao direito de reunião
B. ​Sigilo de correspondências
C. ​Ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos

ESTADO DE SÍTIO

1. ​CONCEITO: É uma medida de exceção, onde o Estado dentro de uma crise


institucional utiliza forma mais energética a fim de restabelecer a ordem pública.

2. ​ESPÉCIES:

A. ​REPRESSIVO: É aquele que tem como pressupostos materiais a ocorrência de


comoção grave de repercussão nacional ou a existência de fatos que comprovem a
ineficácia do Estado de Defesa.

I - MEDIDAS ADOTADAS:

a) ​Obrigação de permanência em localidade determinada


b) ​Detenção em edifícios não destinados a essa finalidade
c) ​Restrições a inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações e á
liberdade de imprensa (excetuando-se pronunciamentos parlamentares)
d) ​Suspensão da liberdade de reunião
e) ​Busca e apreensão em domicílio sem as formalidades constitucionais
f) ​Intervenção em empresas de serviços públicos
g) ​Requisição de bens

PRAZO: Não pode ser decretado por prazo superior a 30 dias.

B. ​DEFENSIVO: É aquele que tem como pressuposto material a declaração de


Estado de Guerra ou a agressão armada estrangeira. Qualquer garantia constitucional
pode ser suspensa. Pode ser decretado pelo tempo que perdurar a guerra ou a agressão
armada estrangeira.

3. ​COMPETÊNCIA: É decretado pelo presidente da república depois de prévia


autorização do Congresso Nacional com a oitiva do conselho da República e do Conselho
de defesa nacional.

Você também pode gostar