Você está na página 1de 6

Aluno (a): ______________________________________________nº_________

Data: ___/___/___ Bimestre: 3º Ano: 9° ano


Professor: Rommel Andrade de Souza
Ascaridíase

Ascaridíase, ascaridose, ascariose e ascaríase é uma parasitose causada pelo vermenemátode Ascaris


lumbricoides, também conhecido popularmente como lombriga ou bicha.
São vermes nemátodes, ou seja, fusiformes sem segmentação, e com tubo digestivo completo. A
reprodução é sexuada, sendo a fêmea (com até 40 cm de comprimento) bem maior que o macho, e
com o diâmetro de um lápis. Os ovos têm 50 micrometros e são absolutamente invisíveis a olho nu. Ao
contrario da crença popular, a Ascaridíase não é "Criada" quando uma pessoa fica assustada ou
traumatizada.
O ser humano infectado libera, junto às fezes, ovos do parasita. Assim a larva se desenvolve em
ambientes quentes e úmidos (por exemplo, o solo nos países tropicais) no qual permanece dentro do
ovo. A infecção ocorre por meio da ingestão dos ovos infectantes em água ou alimentos, principalmente
verduras. As larvas são liberadas no intestino delgado e alcançam a corrente sanguínea através da
parede do intestino. Infectam o fígado, onde crescem durante menos de uma semana e entram nos
vasos sanguíneos novamente, passando pelo coração e seguem para os pulmões. Nos pulmões
invadem os alvéolos, e crescem mais com os nutrientes e oxigênio abundantes nesse órgão bem
irrigado. Quando crescem demasiados para os alvéolos, as larvas saem dos pulmões e sobem
pelos brônquios chegando à faringe onde são na grande maioria deglutidas pelo tubo digestivo,
passando pelo estômago, atingem o intestino delgado onde completam o desenvolvimento, tornando-se
adultos. Apesar de haver alguns casos em que são expectoradas saindo pela boca. A forma adulta vive
aproximadamente dois anos. Durante esse período, ocorre a cópula e a liberação de ovos que são
excretados com as fezes.

Epidemiologia
Existem em todo o mundo sendo maior a prevalência em países tropicais, sendo muito frequente
no Brasil. Há no mundo 1,38 bilhões de pessoas infectadas pela parasitose segundo a OMS, ou seja,
um quinto da humanidade. O ser humano é seu único hospedeiro. A transmissão se dá pela ingestão de
água ou alimentos contaminados com ovos infectantes eliminados anteriormente por fezes de outro
hospedeiro.

Progressão e Sintomas
A grande maioria dos infectados tem apenas um número pequeno de lombrigas que não causam
nenhum sintoma.
O período de incubação entre a ingestão do ovo e a chegada do parasito adulto ao lúmen intestinal dura
cerca de dois meses. Nesse período as larvas passam por vários órgãos, como fígado e pulmões.
Normalmente não causam problemas na sua migração, mas, particularmente se existirem em grandes
números, pode causar irritação pulmonar com hemorragias e hemoptise (tosse com sangue). Outros
sintomas nesta fase além da tosse são faltos de ar (dispneia) e febre baixa.
Após chegada ao intestino e maturação nas formas adultas, os parasitos nutrem-se com o bolo
alimentar e não são invasivos. Sintomas possíveis numa maioria
incluem náuseas, vômitos, diarréia e dor abdominal, particularmente se a carga de parasitas é alta. Em
alguns casos em que existe subnutrição do hospedeiro, os parasitas alimentam-se das próprias paredes
intestinais causando hemorragias internas que podem levar à morte do hospedeiro.
As complicações graves da ascaridíase são raras e predominantemente em crianças que têm grande
número de parasitos (devido muitas vezes às crianças comerem terra ou lamberem objetos sujos de
terra). Assim, um grande número de adultos no intestino pode formar um bolo de parasitos, que obstrui
a passagem dos alimentos pelo intestino (íleo mecânico); grande número de parasitas na passagem
pelos pulmões e faringe pode provocar crises de asfixia; e a migração de parasitas para os
ductos biliares, pancreáticos ou apêndice resultar em colecistite, pancreatite ou apendicite. Pode
também existir a forma errática da infecção (altas cargas parasitárias), onde os parasitos albergam
órgãos não naturais da infecção podendo provocar hemorragias internas.

Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é feito pela observação microscópica de ovos nas fezes, através do Exame Parasitológico
de Fezes, pelo método do HPJ (Método de Sedimentação Espontânea). O diagnóstico também pode
ser feito por testes imunológicos ou exames de imagem, como endoscopias, ultrassonografias e raios-X,
sendo esses últimos acidentais.
Fármacos utilizados no tratamento de ascaridíase são os azólicos como o mebendazol e o albendazol,
em casos de obstrução intestinal, o indicado é que antes da administração desses medicamentos seja
utilizado piperazina e óleo mineral. O tratamento deve ser repetido após algumas semanas para matar
larvas que possam estar migrando e, portanto, inacessíveis aos fármacos administrados por via oral no
intestino.

Profilaxia
Educação sanitária; Saneamento básico, com ênfase para o destino adequado das fezes humanas;
Tratamento da água usada para consumo humano; Cuidados higiênicos no preparo dos alimentos
(particularmente de verduras); Higiene pessoal; Combate aos insetos domésticos, pois moscas e
baratas podem veicular os ovos; Tratamento das pessoas parasitadas;

Teníase
A teníase é uma infecção intestinal ocasionada principalmente por dois grandes parasitos
hermafroditas da classe dos cestódeos da família Taenidae, conhecidos como Taenia solium e Taenia
saginata. As tênias também são chamadas de solitárias, porque, na maioria dos casos, o portador traz
apenas um verme adulto. São altamente competitivas pelo seu habitat e, sendo seres monóicos com
estruturas fisiológicas para autofecundação, não necessitam de parceiros para a cópula e postura
de ovos. Responsáveis pelo complexo teníase-cisticercose que se constitui de uma série de
alterações patológicas, trazem no seu conjunto um sério problema de saúde pública, principalmente nos
países pobres, onde pode não existir higiene básica além de problemas socioculturais.
Teníase e cisticercose são causadas pelo mesmo parasita, porém com uma fase de vida diferente. A
teníase ocorre devido à presença de Taenia solium adulta ou Taenia saginata dentro do intestino
delgado dos humanos, que são os hospedeiros definitivos; a cisticercose ocorre devido presença
da larva (chamada popularmente de canjiquinha) que pode estar presente em hospedeiros
intermediários, onde os mais comuns são os suínose os bovinos, onde os humanos acidentalmente
podem abrigar esta forma. São, portanto, duas fases distintas de um mesmo verme, causando
duas parasitoses no homem, o que não significa que uma mesma pessoa tenha que ter as duas formas
ao mesmo tempo. A teníase provocada por Taenia solium é considerada não letal, todavia, sua etapa
larvária pode provocar cisticercose mortal.
Morfologia dos parasitos causadores de teníase
Escoléx

Cabeça de uma Taenia solium - notar as 4 ventosas e entre elas o rostelo cheio de acúleos

A cabeça ou escoléx das tênias é caracterizado por uma pequena expansão de tamanho aproximado de
1 mm na T. solium e 1 a 2 mm de diâmetro na T. saginata. A função desta região anatômica é a fixação
do parasito na mucosa intestinal. Em número total de 4 ventosas em cada escoléx em ambas as
espécies, seu formato é diferente em cada uma: a T. solium possui um rostelo situado entre as
ventosas e este possui diversos acúleos; a T. saginata não possui rostelo e sua escoléx é quadrada.

Colo
Esta região é a parte mais fina do cestódeo. É caracterizada pela intensa formação celular, onde
crescem as novas proglotes.

Estróbilo

Proglote grávida de Taenia solium corada, observada ao microscópio

Depois do colo, é o restante do corpo do parasito, unindo os anéis jovens, maduros e gravídicos. Cada
estróbilo formado é denominado de proglote ou anel. A Taenia solium pode ter de 800 a 1000 anéis com
tamanho máximo de 3 m e a T. saginata pode ter mais de 1000 atingido o tamanho de 8 m.
Através de técnicas de coloração, é possível visualizar as proglotes e seus órgãos genitores: o
masculino e o feminino, onde o orifício é paralelo. Assim, fica comprovado que as tênias são
hermafroditas, seres monóicos e independentes em relação à reprodução. Além desta função, os
estróbilos possuem a função de absorção de nutrientes para a tênia. Cada estróbilo funciona como uma
unidade independente e são divididas em jovens, maduras e grávidas.  As proglotes jovens são de
tamanho curto maior que largo, e possuem o início do desenvolvimento do órgão sexual masculino; as
maduras têm os órgãos sexuais já desenvolvidos, prontos para reproduzir; as grávidas estão mais
distantes da cabeça do parasito, possuem uma série de ramificações e estão cheias de ovos.

Ovos

Ovos de Taenia spp

Os ovos de Taenia solium e T. saginata são praticamente iguais e não podem ser diferenciados. Medem
30 micrometros de diâmetro, e possuem uma casca feita de quitina que protege o embrião, chamado de
hexacanto ou oncosfera. O embrião possui três pares de acúleos e é formado por membrana dupla.
Estes ovos são os responsáveis pela origem da cisticercose nos humanos. A casca protetora é sensível
à pepsinado estômago.
Habitat
O habitat de ambas as espécies mais comuns de tênia adulta é o intestino delgado dos humanos
infectados. O cisticerco é encontrado geralmente no tecido muscular de porcos, mas pode ser
encontrado no tecido subcutâneo, nos olhos e cérebro do animal e ocasionamente nos humanos.  O
cisticerco da Taenia saginata localiza-se nos mesmos tecidos, porém ocorre nos bovinos.

Ciclo biológico

Ciclo biológico de T. saginata e T. solium

Teníase
O homem portador da teníase apresenta a tênia no estado adulto em seu intestino delgado, também
sendo, o hospedeiro definitivo. As tênias são hermafroditas, sendo que os proglotes maduros, isto é,
aptos à reprodução, possuem em seu interior, um aparelho reprodutor masculino e um feminino.
Geralmente, os espermatozóides de um proglote fecundam os óvulos de outro, no mesmo animal. A
quantidade de ovos produzidos é muito grande (30 a 80 mil em cada proglote), sendo uma garantia para
a perpetuação e propagação da espécie. Os proglotes grávidos se desprendem periodicamente e são
eliminados junto com as fezes. Os hospedeiros intermediários são os suínos e os bovinos, que se
infectam ingerindo água ou alimentos contaminados com ovos ou proglotes eliminados nas fezes
humanas. Os suínos, por possuírem hábitos coprófagos, ingerem os proglotes grávidos ou ovos
presentes nas fezes humanas. Dentro do intestino do animal, os embriões deixam a proteção dos ovos
(oncosferas) e, por meio de seis ganchos, perfuram a mucosa intestinal. Pela circulação sangüínea,
alcançam os músculos e o fígado do porco, transformando-se em larvas denominadas cisticercos, que
apresentam o escólex invaginado numa vesícula. Os cisticercos apresentam-se semelhantes a pérolas
esbranquiçadas, com diâmetros variáveis, normalmente do tamanho de uma ervilha. Na linguagem
popular, são chamados depipoquinhas ou canjiquinhas. Quando o homem se alimenta de carne suína
ou bovina crua ou malcozida contendo estes cisticercos, as vesículas são digeridas, liberando
o escólex que se inverte e fixa-se nas paredes intestinais, evoluindo então para a forma adulta.
Cisticercose

Magnética mostrando diversos cisticercos no cérebro humano - são ocasionados devido à ingestão de ovos.

Quando as pessoas comem a carne do porco mal cozida, infectada com cisticercos, desenvolvem a
teníase intestinal, porém não a cisticercose do SNC.
O homem entra no lugar do porco, ingerindo os ovos do parasita.

Transmissão

Teníase
A teníase ocorre devido à ingestão de carne suína ou bovina, que não teve os devidos cuidados de
preparo, como congelamento e cozimento, contaminada com o cisticerco (canjiquinha), dependendo da
espécie.

Cisticercose
Os portadores de teníase eliminam ovos através das fezes no ambiente, assim, por acidente, os
humanos podem ingerir estes ovos e adquirir a parasitose. Além desta forma, os humanos podem
adquirir a cisticercose através dos mecanismos abaixo:

Auto-infecção externa
A contaminação é dada pela ingestão dos ovos do próprio portador de Taenia solium, em condições de
falta de higiene e nos casos de coprófaga em crianças e indivíduos com doenças mentais.
Auto-infecção interna
Pode ocorrer quando o portador de tênia vomita, nos movimentos retroperistálticos do intestino. Assim
os ovos podem atingir o estômago e iniciar o ciclo de cisticercose.

Heteroinfecção
Outro indivíduo pode contaminar a água e os alimentos com ovos de tênia. Desta forma o homem ao
ingerir estes itens poderá contaminar-se.

Imunologia
O estudo da imunologia sobre Taenia spp ainda é restrito. No hemograma, nota-se aumento importante
de linfócitos B e T e eosinófilos sanguíneos e também no líquido cefalorraquidiano (LCR), onde sua
retirada deve ser realizada por pessoa especializada. Ainda, com relação à imunologia, metade dos
pacientes reage à proteína purificada do Mycobacterium turbeculosis.

Sintomas
Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos dispépticos, tais como:
alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjoo, diarréia freqüente, perturbações
nervosas, irritação, fadiga e insônia. Também podem ocorrer enterites ligeiras levando a um desconforto
abdominal. A cisticercose pode provocar danos no nível do SNC.
Profilaxia e tratamento
A profilaxia consiste na educação sanitária do homem para que não contamine o meio ambiente com
fezes, faça uso de instalações sanitárias adequadas, lave as mãos após usar o sanitário e antes de
manipular alimentos, em cozinhar bem as carnes e não consumir carnes mal cozidas e mal assadas,
na fiscalização da carne e seus derivados (lingüiça, salame, chouriço, etc.) Na prevenção individual
deve haver cuidados alimentares como congelar (-15 °C por três dias) e cozinhar bem a carne. Entre as
medidas profiláticas, além do que já foi referido, deve também existir um bom saneamento básico,
vermifugação dos rebanhos bovino e suíno (hospedeiros intermediários), deve-se congelar/irradiar as
carnes e haver desparasitação massiva do hospedeiro definitivo. Em relação ao tratamento, este
consiste na aplicação de dose única (2g) de niclosamida. Podem ser usadas outras drogas alternativas,
como diclorofeno, mebendazol ou albendazol. O chá de sementes de abóbora dito como remédio
popular para a cura da teníase

Diferenças entre T. solium e T. saginata


T. solium T. saginata
*Presença de rostro *Sem rostro
*Presença de dupla fita de acúleos *Sem acúleos*
*Formato globular *Formato quadrangular
*São mais passivas *São ativas (movimento)
*Ramificações uterinas em menor número *Ramificações uterinas numerosas
C. cellulosae C. bovis
Apresenta possibilidades Sem comprovação científica
Iguais Iguais

Você também pode gostar