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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Biológicas e Saúde – ICBS

Curso de Fisioterapia

Eduarda Silva Mendes Santos Ângelo

FISIOTERAPIA NAS DISFUNÇÕES TRAUMATO-ORTOPÉDICAS E


REUMATOLÓGICAS - SEMINÁRIOS

Belo Horizonte
2021
Eduarda Silva Mendes Santos Ângelo

Resenha Crítica
Instabilidade Lombar - Tratamento

Trabalho apresentado à disciplina Fisioterapia


nas Disfunções Traumato-Ortopédicas e
Reumatológicas - Seminários, do Curso de
Fisioterapia da Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais como requisito
parcial para aprovação na disciplina.
Orientadora: Profª. Dra. Angélica Araújo

Belo Horizonte
2021
A dor lombar é considerada uma disfunção musculoesquelética e tem sido retratada
como um dos principais problemas de saúde pública mundial, pois acomete,
preferencialmente, adultos jovens em fase economicamente ativa. A Instabilidade
Lombar pode ser definida como a perda de habilidade da coluna vertebral em manter o
seu padrão de movimento fisiológico, após perturbações inesperadas ou forças geradas
pelos segmentos distais do corpo, sem apresentar déficit neurológico, deformidade e dor
incapacitante.
A atuação do fisioterapeuta inicia-se na identificação da origem do problema ou
disfunção. Na avaliação se associam dados advindos da história clínica do paciente,
avaliação física criteriosa do indivíduo e de seu ambiente de trabalho, analisando
exames complementares e possíveis fatores etiológicos provenientes de situações
traumáticas, laborais e/ou esportivas. Todos esses dados são reunidos e analisados sob
uma ótica integral, pois é este princípio de globalidade que definirá a intervenção
terapêutica na causa e nas repercussões desencadeadas pela tentativa de equilíbrio
compensatório do próprio organismo do paciente.
Segundo Sakamoto et al.,dentre os fatores desencadeantes da lombalgia, a instabilidade
clínica é considerada um dos fatores mais importantes, definida como perda da
capacidade de manter a coluna em um deslocamento fisiológico quando submetida a
cargas. Além disso, a dor lombar pode ser associada às disfunções das articulações
sacroilíacas, as quais podem ser uma fonte de sintomas dolorosos quando acometidas
por doenças inflamatórias ou por deficiência mecânica, como ocorre nas outras
articulações sinoviais do corpo, merecendo atenção especial durante a avaliação física e
elaboração do plano terapêutico em função do seu papel na lombalgia e na dor
pélvica.
Com isso, o tratamento fisioterapêutico deve consistir tradicionalmente por intervenções
que ajudem a promover a redução do quadro álgico e o processo da inflamação. O uso
de recursos de eletroanalgesia, como o TENS (neuroestimulação elétrica transcutânea),
se programado nos parâmetros corretos, focando na frequência, largura do impulso
elétrico, intensidade ou amplitude da corrente e tempo de estimulação, pode promover
analgesia, contrações musculares, melhoria do fluxo circulatório local, drenagem de
líquidos, tonificação ou relaxamento da musculatura. Ademais, aparelhos como o Ondas
Curtas e Micro-ondas são mecanismos em que há a transformação de energia de alta
frequência em energia térmica, fornecendo o calor profundo necessário para aumentar a
permeabilidade das membranas celulares, a pressão hidrostática e a velocidade de
filtração capilar, favorecendo assim o relaxamento da musculatura local e alívio da
tensão.
O tratamento é complementado através do uso de recursos terapêuticos manuais e da
cinesioterapia. A massagem através das manobras de deslizamento superficial,
deslizamento profundo, amassamento, rolamento e pinçamento fazem com que os
catabólitos usados sejam mobilizados removendo a fadiga da musculatura. Os músculos
fatigados pela retenção dos metabólitos têm uma recuperação mais intensa com a
massagem, pois a ativação circulatória e a remoção desses detritos permitem melhor
desempenho muscular e melhor movimentação corporal.
Para que haja amplitude de movimento normal é necessário haver mobilidade e
flexibilidade dos tecidos moles que circundam a articulação, ou seja, músculos, tecido
conectivo, pele e mobilidade articular. Para desempenhar a maioria das tarefas
cotidianas funcionais, bem como atividades ocupacionais e recreativas, é necessária
uma amplitude de movimento sem restrições e dor. Por isso, o uso da cinesioterapia
durante todo o processo de reabilitação é fundamental, visando o fortalecimento de toda
a musculatura da região, ganho de flexibilidade e mobilidade acessória, visando
alongamentos e terapia ativa livre e/ou assistida e/ou resistida, para ganho da
funcionalidade e diminuição dos desconfortos de cada paciente acometido.
É encontrado ainda na literatura, relatos do uso de métodos como Acupuntura,
Reeducação Postural Global (RPG), método Pilates e a Osteopatia, como de grande
relevância e satisfatórios para ganho funcional desses pacientes.
Dessa forma, conclui-se que o sucesso do tratamento fisioterapêutico para a
Instabilidade Lombar, uma vez que a estratégia de aplicação das condutas terapêuticas
dependerá de uma análise criteriosa do indivíduo e de sua interação com as variáveis
envolvidas nas ações de trabalho e no ambiente no qual este é executado. O profissional
fisioterapeuta dispõe de um vasto e eficaz arsenal terapêutico para o exercício de suas
intervenções. Cabe a este profissional a seleção e combinação das técnicas que melhor
assistam às necessidades dos pacientes dentro da condição. Desta forma, a fisioterapia
se apresenta como ferramenta imprescindível na promoção da saúde e melhora da
qualidade de vida e devolução da funcionalidade.

Referências

1. Sakamoto ACL, Nicácio AS, Silva LA, Victória Júnior RC, Andrade ILL,
Nascimento LR. Efeito dos exercícios de estabilização na intensidade da dor e no
desempenho funcional de indivíduos com lombalgia crônica. Consc Saúde.
2009;8(4):615-9.
2. Makofsky HW. Coluna vertebral: terapia manual. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 2006. 344p.
3. Silva Maia FE, Gurge FFA, Bezerra JCL, Bezerra CMV. Perspectivas
terapêuticas da fisioterapia em relação à dor lombar. Revista da Faculdade de
Ciências Médicas de Sorocaba. v.17, n.4, p.179-184, 2015.

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