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LUIZA LEITE
JOÃO PEDRO GARCIA
13/02/2021 08:00
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Crédito: Pixabay
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19/02/2021 Nada é mais certo que a morte, os tributos e os dados pessoais | JOTA Info
Contudo, a percepção do valor agregado aos dados pessoais por muito tempo se
restringiu a empresas. O próprio cidadão nem sempre deteve consciência do valor
contido na disponibilização de suas informações e o compartilhamento delas tornou-se
algo vulgarizado. Nascendo, assim, uma cultura pautada na falta de consciência sobre
proteção de dados no Brasil.
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Isso, pois, tais documentos muitas vezes contêm não apenas informações da empresa
como também, dados pessoais de funcionários, de representantes legais e, até
mesmo, de fornecedores. Nesse sentido, surge o questionamento sobre qual a base
legal que ampara esse tipo de tratamento de dados.
Embora, grande parte do mercado acredite, equivocadamente, que para todo e qualquer
tratamento é devida a coleta do consentimento do titular de dados, a LGPD dispõe ao
contrário. No artigo sétimo da lei, estão previstas outras hipóteses de tratamento de
dados pessoais que dispensam a coleta de consentimento como, por exemplo, para o
legítimo interesse do controlador, para cumprimento de contrato, para tutela da saúde,
entre outras. Como não existe qualquer hierarquia entre as bases legais, a correta
atribuição das mesmas se dá com base na análise de cada caso e das nalidades do
tratamento em questão.
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precisamos analisar três momentos para a realização da correta classi cação das
bases legais, (i) tratamento dos dados na emissão dos documentos, (ii) tratamento
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19/02/2021 Nada é mais certo que a morte, os tributos e os dados pessoais | JOTA Info
Somado a isso, podemos citar, também, os dados tratados no âmbito do e-social, para
o cumprimento de obrigações acessórias trabalhistas que tangenciam a esfera
tributária, como o recolhimento de INSS, FGTS e DIRF. Os referidos tratamentos
também dispensarem o consentimento do titular. Nesta circunstância, além de se
justi carem pelo cumprimento de obrigação legal, também se fazem necessário para a
execução do contrato, neste exemplo, de trabalho, conforme art. 7, V da LGPD.
os dados foram tratados, deve-se proceder com o descarte dos mesmos, não podendo
utilizá-los para objetivos diversos.
Com isso, a partir dos artigos 173 e 174 do CTN, as empresas podem armazenar tais
informação pelo período de 5 anos, dada a possibilidade de ingresso de ação de
cobrança de crédito tributário. Contudo, tendo em vista que o crédito tributário pode ser
constituído em até 5 anos, sob pena de decadência, este período até a sua constituição
também deve ser considerado pela empresa.
Resta claro, então, que a LGPD embora tenha levantado pontos de adaptação e
melhorias da proteção de dados no processo de recuperação de créditos tributários
não impede que tal atividade proceda com mesma efetividade de antes. Contudo, é
imprescindível que as consultorias, escritório e empresas estejam atentos às políticas
de descarte e segurança da informação, prazos para os tratamentos de dados e suas
respectivas nalidade.
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LUIZA LEITE – CEO da Dados Legais. Head de educação do Instituto Propague. Co-fundadora da Destro
Consultoria Jurídica. Pesquisadora do Laboratório de Estudos Institucionais – LETACI/UFRJ e do Núcleo de
pesquisa em Direito e Tecnologia no Lima ≡ Feigelson Advogados.
JOÃO PEDRO GARCIA – CEO na Tax Vision.
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