A importância da agua na geodinâmica externa do planeta

A geodinâmica externa é entendida como um conjunto de processos externos que

possibilitam a modificação morfológica da parte superficial da crosta terrestre, e, com
isso interfere ou corrobora diretamente ou indiretamente com a organização da vida e
sua perpetuação. Alguns do agente que participam desse processo é a água, o vento, a
temperatura, seres vivos etc.

O surgimento da água está estritamente relacionado com à formação do sistema solar.

Ao longo de anos, a Terra passou por vários períodos de resfriamento e aquecimento, e,
em um desses períodos de resfriamento ocorreu a condensação do vapor que através das
chuvas, formou os lagos, rios e oceanos nas grandes depressões do relevo da época. Há
milhares de anos, uma grande quantidade de vulcões entrou em atividade e começaram
a expelir grandes quantidades de vapor de água juntamente com outros gases. Esse
evento deu origem à atmosfera.

A água é um dos recursos de exímia importância para a continuidade da vida, de

processos e fenômenos que agem sobre a camada externa e que modificam essa mesma
forma de vida. Atualmente encontramos a água no estado sólido, líquido e gasoso. O
ciclo hidrológico é um dos, senão o mais importante dentre os ciclos, pois possibilita a
disponibilidade de água para o seres bióticos e abióticos em diversas partes do globo.
Nesse ciclo ocorre a evaporação da águas de rios, lagos e oceanos que se condensa e da
origem as chuvas. No processo de condensação, o vento pode agir sobre as nuvens e
levá-las para outros locais, dispondo de água para a manutenção da vida e demais
processos e fenômenos que agem sobre aquela região. Caso esse ciclo seja interrompido
em algum momento, todas as formas de vida e demais processos recorrentes sobre a
superfície terrestre podem entrar em risco, portanto, a preservação e cuidado da água é
indispensável e essencial para que essa interferência não venha à ocorrer.

Partindo-se do litoral, nota-se a grande presença da atividade oceânica a partir das

formas e relevos aos quais as ondas conseguem modelar e remodelar, criando paisagens
costeiras que atrai turistas e propicia a rentabilidade de comunidades litorâneas. Além
disso, a água também age nos fundos oceânicos ao criar fluxo de água que além de
ajudar organismos na reprodução ao dispersas óvulos, esporos etc, contribui com o
deslocamento de organismos nectônicos e planctônicos , assim como favorece ou
possibilita, juntamente com o gradiente geotérmico elevado devido a ascensão
sistemática de magma e sais, o metamorfismo de basalto. Todavia, além dessas
transformações proporcionadas pela água na região litorânea, nessa mesma região
desastres decorrentes atividades vulcânicas podem vir à ocorrer, como é o caso do
tsunamis, a exemplo do da Indonésia e Japão, que, ao atingir as cidades, reconfigurou
toda a paisagem ao deixar seu rastro de destruição.

Ao adentrar na região continental, a atividade da água em conjunto ou não da ação

antrópicas ou em decorrência dessa, vem remodelando a geodinâmica externa constante
ao longe de gerações. Partindo-se de atividades sem interferência antrópicas, a água
corrobora com o intemperismo de rochas; as propriedades do solo ao se infiltrar em seus
poros; com o transporte de sedimentos para depressões, o que acaba criando diversas
camadas de sedimentos que, ao longe de anos, podem vir a se tornar rochas
sedimentares; criar alagados, como o pantanal, que revitaliza a paisagem e reconfigura o
relevo; erosão pluvial e fluvial que desagrega materiais superficiais do solo, dentre
outras ações que alteram a morfologia da superfície terrestre. Já as ações e/ou
transformações decorrentes da água por causa das ações antrópicas, temos as erosões
antrópicas que surgem a partir das grandes modificações ambientais feitas pelo homem,
como o desmatamento, as queimadas,a urbanização, impermeabilização do solo, drenagem de
estradas, as linhas de plantio, etc; poluição dos leitos dos rios que ao longo de seu percurso,
acaba, indiretamente ou diretamente, reduzindo a vida da fauna e flora que dependem daquela
fonte de água, e com a morte desses organismos, as encostas podem ficar descobertas,
aumentando a probabilidade de assoreamento ou deslizamentos; inundações nas cidades por
conta de lixos e cidades mal planejadas, algo recorrente no Brasil e que, indiretamente ou
diretamente, altera o relevo e paisagem das cidades, assim como causas grandes gastos aos
cofres públicos e morte de cidadãos.

Além desses desastres, a água em si pode agir para bem, mesmo indiretamente. E isso é
perceptível nas grandes savanas ou qualquer outro lugar do globo. A partir da água, a
biosfera sofre diversas metamorfoses, como se percebe nas savanas e caatinga, pois a
partir de uma chuva, toda a paisagem sofre modificações, tais quais a revitalização da
flora, a fauna reaparece e, com isso, ao decorrer dos anos, esse agentes bióticos ao
decorrer de anos vão alterando aquele bioma.

Portanto, a água tem grande importância na geodinâmica externa, pois, além de ser o
solvente universal que possibilita a ocorrência da vida, suas ações desencadeiam
fenômenos e/ou eventos que alteram a dinâmica de atividades de uma região, seja
favoravelmente ou desfavoravelmente, como o caso dos desastres. Com isso,
concluímos que as atividades e ações da água, assim como os eventos decorrentes
dessas mesmas ações são primordiais na configuração e reconfiguração da superfície
terrestre a partir dos diversos fatores/eventos aos quais mencionamos ao longo dos
parágrafos acima.

Referências

AJF. Capítulo I – Geodinamica externa da Terra. Disponível em:

<https://ajfern.blogspot.com/2014/07/capitulo-i-geodinamica-externa-da-terra.html>. Acesso:
13 ago. 2019.

UNESP. Geodinâmica Externa. Disponível em:

<http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/interacao/inter07.html>. Acesso: 13 ago. 2019.

LogicAmbiental. Geodinâmica externa da Terra e o homem. Disponível em:

<https://www.logicambiental.com.br/geodinamica-externa/>. Acesso: 13 ago. 2019.

SIGEP. Metamorfismo de fundo oceânico. Disponível em:

<http://sigep.cprm.gov.br/glossario/verbete/metamorfismo_fundo_oceanico.htm>. Acesso:
13 ago. 2019.