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1.

INTRODUÇÃO

O presente artigo busca analisar os principais desafios do curso de Serviço Social e a formação
profissional após a contrarreforma do Estado e da educação superior no Brasil. Considerando as
altas taxas de cursos ofertados em todo o Brasil, registrando um enorme crescimento das faculdades
particulares e a distância. Segundo Scheunemann (2015), no período de 2011-2012 as Instituições
de Ensino Superior (IES) da rede pública contavam com 27% e as IES particulares 73% das
matrículas de graduação, e nas instituições de modalidade a distância (EAD), 83,7% das matrículas
eram da rede privada e apenas 16,3% eram da rede pública. Neste mesmo período, as matrículas
presenciais cresceram 3,1% e as EAD 12,2% (SCHEUNEMANN, 2015 p.2).
O pós guerra deixou muitos países devastados, sendo assim, visando o crescimento econômico o
Estado passa a investir em políticas Sociais, cria um fundo público financiando a reprodução da
força de trabalho e a reprodução do Capital. As políticas sociais ganharam destaque na agenda
governamental, tendo o papel fundamental de garantir os direitos e a concretização da cidadania,
ratificados posteriormente pela Constituição Federal de 88.
Após a crise econômica de 1974, e com o fim do “Eufare States” (Estado de Bem Estar Social),
o discurso compreendido na ideologia neoliberal responsabilizava os gastos em políticas sociais
pela crise. No entanto, Marx (1998) apud Mota (2012) sintetiza que as crises são inerentes do
sistema capitalismo, que a cada novo ciclo busca novas formas de reestruturação no modo de
produção com o objetivo de se valorizar (Marx, 1998 apud Mota, 2012 p. 4). A implementação do
sistema neoliberal no Brasil a partir da década de 90, constituiu-se numa forma de manutenção do
modo de produção capitalista tendo como sua expressão máxima a “contrarreforma” do Estado.
Dessa forma, o Estado passa de provedor social a interventor econômico executando a política
de mínimo social com o enxugamento da máquina pública. As políticas sociais concretizadas como
direitos são transferidas para o campo dos serviços não- exclusivos do Estado, e passam a ser
oferecidas por empresas não estatais, tomando mercadoria para manter a hegemonia da classe
dominante favorecendo o capital, particularmente as políticas sociais de educação, na qual, se
tornou nesse contexto, alvo das políticas privatistas característica do Estado Neoliberal, no sentido
de atender as demandas do Estado, além disso, se tornar uma oportunidade do setor privado obter
lucro (CHAUÍ, 2001 p. 175).
Os documentos redigidos pelos organismos internacionais davam conta de que, a educação seria
uma ferramenta para alavancar o desenvolvimento nos países periféricos e de economia central,
responsável por combater as expressões da questão social. (PEREIRA, 2012 p.1).
Em meados dos anos 90, vários projetos contrarreformistas foram criados com o propósito de
enfraquecer a educação pública, gratuita e de qualidade. Esses projetos gestados pelo Estado, visava
favorecer a mercadorização da educação e a privatização, com ênfase para o ensino superior.
Dessa forma, essa estratégia é expressa pelo Estado através da regulamentação do MEC com a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) promulgada em 1996. De acordo com Ferrarez (2016)
a LDB, foi implementada com o objetivo de beneficiar as empresas privadas esvaziando o currículo
na contramão dos avanços experimentados principalmente a partir da década de 70, com a
elaboração do Projeto Ético Político da profissão e da formulação das Diretrizes Curriculares com a
incorporação da teoria social crítica referenciados por autores marxistas vislumbrando um novo
projeto societário.
A contrarreforma da Educação gera resultado negativos para a profissão, uma vez que, cria um
antagonismo entre as Diretrizes do Ministério da Educação (MEC) esvaziada de conteúdo, e as
Diretrizes da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) pautada no
compromisso com a classe trabalhadora em luta por um novo modelo societário, na perspectiva de
uma teoria crítica (FERRAREZ, 2016 p.2-3).
A lei de diretrizes e bases da profissão que regulamenta o currículo mínimo do curso de Serviço
Social foi construído com base em alcançar um novo modelo societário.
Portanto, com a expansão do número de cursos a distância sendo ofertado torna-se relevante
fazer uma análise em torno das campanhas realizadas pelas instituições que ofertam o curso de
Serviço Social nesta modalidade na cidade de Viçosa-MG, considerando a Diretriz do MEC e da
ABEPSS na perspectiva da formação pedagógica num contexto de mercadorização dos cursos de
Serviço Social em defesa da educação pública, laica, presencial e de qualidade.
IMPORTÂNCIA
De acordo com o exposto, a expansão do ensino na modalidade EAD no país, conforme
demonstram os números, tornam essa temática relevante para a pesquisa, considerando a
“contrarreforma” da educação promovida pelo neoliberalismo expressas nas Diretrizes curriculares
do MEC em contraste a da ABEPSS.
Além disso, considera-se o fato de que há poucos estudos realizados nessa área,
especificamente em se tratando das instituições de Serviço Social EADs em viçosa, bem como, as
análises sobre os aspectos da formação acadêmico- pedagógico da profissão associadas ao estágio,
supervisão e a grade curricular na formação profissional dos(as) assistentes sociais.
PROBLEMA
Desde a década 1920 a cidade vem se desenvelndo em torno da Educação. Pode citar a data em
que foi fundada a UFV, a data em que foi fundada a 1a faculdade particular e o ano em que
começou a EAD.
Na primeira parte deste trabalho discorreremos sobre a história do Serviço Social no Brasil
desde o Estado novo passando pelo período da Ditadura Militar período em que a profissão inicia
um processo de rompimento com o conservadorismo característicos da sua gênesis e assume um
compromisso com a classe trabalhadora até o período da implementação do neoliberalismo no país
pós anos 90.
Na segunda parte trataremos sobre o desenvolvimento da mercadorização da profissão, o
aumento das IES privadas e EADs e o rebatimento na profissão na contramão das Diretrizes
curriculares da ABEPSS.
Na análise e resultados e nas considerações finais

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. A HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL E A CONSTRUÇÃO DA FORMAÇÃO


PROFISSIONAL NO BRASIL

A gênesis do curso de Serviço Social no cenário brasileiro se deu por volta da década de 30,
após a crise de 29. O governo getulista numa tentativa de desenvolver a economia do Brasil inicia
um processo de industrialização no país.
De acordo com Júnior (2012), o Brasil estava em um processo de profundas mudanças nos âmbitos
políticos, sociais e econômicas, e a industrialização tinha como objetivo acabar com a situação de
pobreza e atraso do país que até então era predominantemente dependente do setor agrícola.
No entanto, o processo de industrialização desencadeou o surgimento de intensas mazelas
sociais, e é neste contexto que a profissão se institucionaliza. Nesse contexto histórico, a classe
burguesa vai contribuir para a consolidação da profissão, que tem a Igreja católica como seu porta-
voz.
O serviço social desenvolvido no Brasil, embasava-se nas teorias da doutrina cristã expressas
nas encíclicas papais Rerum Novarum (1893) e Quadragésimo Anno (1933) de autoria do Papa
Leão XIII. As intervenções dos Assistentes Sociais era baseada na ideologia de caridade, e possuía
um caráter paliativo e assistencialista sendo intermediado pelas damas de caridade.
No entanto, após a década de 40, o Serviço Social brasileiro começa a incorporar na matriz do
pensamento teórico da profissão as bases técnicas e científicas norte americanas, cujo método vinha
do positivismo, responsabilizando os indivíduos pelos seus problemas, exigindo a atuação do
Assistente Social para ajustar o indivíduo a sociedade, num estado de anomia instaurando a
desordem na sociedade (JÚNIOR, 2012 p. 2).
De acordo com Cardoso (2016), nesse período, o Serviço Social brasileiro vai começar a operar
tendo como técnicas “o Serviço Social de Casos, Grupo e Comunidade” (Cardoso, 2016 p. 439).
Desse modo, a formação profissional deixa de atuar segundo os padrões europeus e passa a se
encaixar nos moldes norte-americano, conforme afirma Iamamoto 1992 p. 26 apud Cardoso, 2016
p. 439.
No senso comum, o surgimento do Serviço social está atrelado a igreja católica e ao viés
doutrinário cristão. Porém, de acordo com Montano (2009), para entender a natureza do Serviço
Social é preciso considerar duas teses, sendo elas: A perspectiva Endogenista e a Perspectiva
Histórico-Crítica.  A primeira está relacionada à análise de autores que fazem uma leitura a partir de
uma perspectiva tradicional e conservadora sobre a gênesis da profissão, afirmando que o Serviço
Social evoluiu a partir da caridade, da ajuda e da filantropia, baseada na teoria positivista³
desenvolvida por Comte e nas encíclicas papais. Um dos autores que defendem essa perspectiva
é Natálio Kisnerman (1980) que relaciona a origem do Serviço Social ao Positivismo de Augusto
Comte, século XIX. Segundo o autor esta tese não é completa, porque, não considera o processo de
institucionalização do Serviço Social, fechando os olhos para os aspectos da conjuntura histórica,
social e política que influenciam a dinâmica da sociedade.
Sobre esta questão Morais (2012) apud Montano(2009), esclarece que
A história e a sociedade são postas apenas como o cenário de desenvolvimento
profissional (...) como uma maquete que se insere uma peça autônoma do contexto.
(...) Desta forma, os fatos, tanto do Serviço Social quanto da história,
são naturalizados, se constrói a ‘história’ (...) sem recuperar a processualidade
histórica, num claro etapismo. (...) Separa-se o Serviço Social da sociedade e
autonomiza-se o primeiro; definem-se as etapas para um e para o outro (...);
vincula-se cronologicamente as etapas de um (do serviço social) e às da outra
(sociedade), sendo estas últimas os marcos onde se situam as primeiras
(MONTAÑO, 2009, p. 17).

Na segunda tese, o autor faz uma análise do surgimento da profissão dentro de uma visão de
totalidade para explicar a institucionalização da profissão dentro da sociedade capitalista, com o
objetivo de intervir nas expressões da questão social oriunda das desigualdades geradas pela relação
capital e trabalho.
Em se tratando dessa perspectiva Netto (2010), afirma que é no sistema econômico de
monopólios dentro da sociedade capitalista que favorece as condições necessárias para o surgimento
da profissão.
É Neste mesmo raciocínio que Czapski (2012), diz “O Serviço Social é uma profissão
historicamente determinada, tem sua gênese intrinsecamente ligada às relações sociais construídas
com o surgimento do sistema capitalista, essas relações sociais desde a industrialização - marco do
sistema capitalista (...) (CZAPSKI, 2012)”.
Ao encerrar o assunto das duas teses, o autor faz uma relação entre as duas perspectivas
numa visão conjunta “Serviço Social-formas de ajuda”, se na primeira tese a natureza é a mesma,
tendo características diferentes, na segunda a natureza é distinta, tendo características semelhantes”
(MONTAÑO, 2009, p. 31/32).
O profissional de Serviço Social surge no Brasil para atender as demandas das expressões da
questão social consequente do contraditório e antagônico modo de produção capitalista instaurado
no governo de Getúlio Vargas. Assim, a profissão nasce no capitalismo, servindo a classe
dominante no sentido de atenuar as refrações da questão social.
Segundo Netto, (2009), os assistentes sociais são “executores terminais de políticas sociais”,
atuando em espaços ocupacionais de enfrentamento às violências. Entende-se que a violência é uma
das expressões que precisa ser senão sanada, pelo menos amenizada através de políticas públicas
para o seu enfrentamento.
Iamamoto e Carvalho (1983) diz que o objeto de trabalho do Serviço Social compõe-se das
expressões da questão social, entendidas como as consequências das desigualdades originadas pelas
relações sociais de produção e reprodução do sistema capitalista. Segundo Iamamoto (1999), as
expressões da questão social podem ser definidas como
O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que
têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-
se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos se mantém
privada, monopolizada por uma parte da sociedade (IAMAMOTO, 1999, p. 27).

2.2. AO AVANÇOS DO CURSO DE SERVIÇO SOCIAL NO CONTEXTO DA


AUTARQUIA BURGUESA E O PROCESSO DE RUPTURA DO
CONSERVADORISMO

A primeira escola de Serviço Social foi criada no ano de 1936 no estado de São Paulo, e no ano
posterior surge a segunda escola de Serviço Social no Rio de Janeiro. A partir de 1942, houve uma
grande demanda por Assistentes Sociais, como consequência do processo de industrialização e de
grandes instituições nacionais de assistência social, a exemplo da Legião Brasileira de Assistência.
(LBA) (JÚNIOR, 2012 p. 5). Haja vista, que a proposta de formação profissional trabalhava no
sentido de manter o modo de produção capitalista. Com isso, instituições privadas passam a
oferecer bolsas de estudos e cursos intensivos para os alunos que desejavam se tornar Assistentes
Sociais.
Aprofundando essa questão, Cardoso (2016), reforça que houve a introdução no currículo
mínimo do Curso de Serviço Social disciplinas relacionadas “ao trabalho, ao “menor” e à
contabilidade e, em 1945, a inclusão da disciplina de Serviço Social da Indústria”.
O currículo de 1945, com as disciplinas de Serviço Social de Grupo e das escolas de Serviço
Social eram fundamentados sob a influência do viés conservador oriundas do modelo norte
americano a partir dos estudos de Mary Richmond Organização Social da Comunidade. Porém, esse
viés só terá destaque em todo o Brasil com a formulação do “currículo mínimo de 1953”.
Nas décadas de de 60 e 70, no período da ditadura militar, com o acirramento das expressões da
questão social, houve uma expansão da assistência social criando um amplo mercado de trabalho
para o Assistente Social. Porém, a formação acadêmico-profissional mantinha os traços do
conservadorismo originados da gênesis da profissão.
Segundo Netto (2009), o conservadorismo começou a ser objeto de problematização para o
Serviço Social, alguns grupos da vanguarda faziam fortes críticas ao conservadorismo profissional,
principalmente, nos anos 80, com a crise da ditadura militar, se opondo a formação
profissional vigente que não dava conta de atender as necessidades da população (NETTO, 2009 p.
9). A ação profissional legitimava o poder da burguesia. No anseio da sociedade brasileira pela
redemocratização, encontrou-se solo fértil no corpo profissional, criando um ambiente propício para
a vanguarda do Serviço Social romper com o monopólio do conservadorismo na profissão (NETTO,
2009 p. 9-11).
Em meados dos anos 70 e 80, o curso de Serviço Social implementa os cursos de pós-
graduação, incorporando matrizes teóricos metodológicas inspiradas no marxismo. Essa
acumulação teórica permiti construí uma visão crítica da realidade e compatíveis com a ruptura com
o conservadorismo
Colaborando com essa temática Iamamoto (2010), coloca que o Serviço Social tradicional
fortalecia a estrutura de poder imposta pelo Estado, submetendo a classe trabalhadora a exploração
da classe burguesa (IAMAMOTO, 2010 p.205).
Contudo, nos anos 1960 e 1970 o Serviço Social insere na esfera acadêmica, visando o
aperfeiçoamento técnico-operativo da profissão , desenvolve uma interação com as ciências sociais,
resultando em um salto positivo para a formação profissional culminando no processo de renovação
da profissão.
A inserção do Serviço Social na pós graduação viabiliza um acúmulo teórico incorporando
matrizes teóricos metodológicas empregando vertentes críticas inspiradas nas teorias de Marx,
dando robustez ao debate acerca da oposição ao sistema hegemônico vigente culminando no
Movimento de Reconceituação da profissão que se dividiu em três vertentes: A Perspectiva
Modernizadora, a Reatualização do Conservadorismo e a Intenção de Ruptura. Durante esse
processo foram formulados documentos expostos nos seminários organizados pela categoria.
A Perspectiva Modernizadora encontrou sua formulação nos seminários de Araxá e
Teresópolis em 1967 e 1970, respectivamente, promovido pelo Centro Brasileiro de Cooperação e
Intercâmbio de Serviço Social (CBCISS). Esses seminários tinham como finalidade romper com o
conservadorismo ( NETTO, 2007 p. 164-169). Foram importantes, no sentido de construir uma base
para a profissão distante da ideologia conservadora e romper com o tradicionalismo direcionando o
debate para a construção do Projeto ético político da Profissão. E é nesse contexto, que a categoria
decide construir um novo projeto em defesa da sociedade, formulando a matriz curricular do curso
de Serviço Social utilizando os autores de abordagem teórica social crítica.
Outra vertente da qual Netto (2007) destaca é a Reatualização do Conservadorismo
representadas nos Seminários de Sumaré e Alto da Boa Vista . Essa vertente conferia um destaque a
subjetividade e as teorias psicologizantes de caráter conservador retomando os traços da gênesis da
profissão. Nessa perspectiva o conservadorismo aparece com novas roupagens por isso a
denominação reatualização do conservadorismo. Colaborando com essa concepção Netto (2005)
diz que “A documentação do Sumaré e do Alto da Boa Vista”se distanciou da perspectiva
modernizadora, ao contrário dos seminários de Araxá e Teresópolis (p.195).Essa percepção denota
que o Serviço Social não conseguiu romper com a questão conservadora mas emergia transfigurado
em novas concepções (NETTO, 2007 p. 203).
A última perspectiva foi a Intenção de Ruptura, essa vertente, é definida pelo seu viés
questionador em relação a prática profissional buscando romper com o Serviço Social tradicional
proporcionada pela aproximação com a teoria de Marx. Essa vertente foi representada pelos
documentos do método Belo Horizonte formuladas pelo curso de Serviço Social da Universidade
Católica de Minas Gerais com o objetivo de “romper com o tradicionalismo no plano teórico-
metodológico, no plano da intervenção profissionais e no plano da formação” (NETTO 2007p.
263).
Outro importante marco para a consolidação do processo de ruptura com o conservadorismo em
1979, foi o III Congresso de Assistência Social (CBASS), conhecido como o Congresso da Virada.
Realizado inicialmente vinculado ao Estado burguês, acabou instigado pela Comissão Executiva
Nacional das Entidades Sindicais de Assistência Social (CENEAS). Os assistentes sociais ali
presentes, criticaram o tradicionalismo da profissão.
O referido congresso foi um marco para a história do Serviço Social, pois deu subsídio para que
o Projeto ético Político da profissão fosse gestado, para além disso, contribuiu para que a profissão
se enxergasse como classe trabalhadora assumindo o compromisso de lutar pela transformação da
sociedade. Em um tempo em que a profissão atuava para atender a ordem vigente, o Congresso da
Virada marcou positivamente a formação acadêmica do Assistente Social.
Segundo Netto (2009) o PEP possibilitou“redimensionar o ensino com vistas à formação de um
profissional capaz de responder, com eficácia e competência, às demandas tradicionais e às
demandas emergentes na sociedade brasileira” (NETTO, 2009 p.13).
No mesmo sentido Boschetti (2009) reitera que “O Congresso de 1979 constitui um marco de
um processo histórico de renovação da profissão”. Nesse sentido, inicia a construção do PEP tendo
como princípios norteadores conduzir a profissão para a defesa da sociedade. Sendo assim, pode-se
ressaltar que o Projeto ético Político foi a peça fundamental para uma reforma no currículo do curso
de Serviço Social, considerando sua importância “tanto no âmbito da formação como no do
exercício profissional, a indissociabilidade das dimensões teórico-metodológica, ético-política e
técnico-operativa” (MIOTO, 2013 p.67).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996 orienta a formação
profissional dos Assistentes Sociais nos termos do projeto ético-político (NETTO, 2009 p.15-18).
Contudo, esse projeto, tem sido cada vez mais ameaçado com a privatização do Estado
implementada pela política neoliberal pela redução das políticas sociais, prioritariamente a
educação.
Segundo Cardoso (2016) “Os três currículos (1953, 1964 e 1970) mantêm a mesma direção e não
rompem com a perspectiva presente nos primeiros currículos da Escola de São Paulo” (CARDOSO
p.443).

2.3. EDUCAÇÃO E O NEOLIBERALISMO

A crise econômica mundial dos anos 70, rebateu violentamente no Brasil a partir da década de
90. Principalmente a partir do ano de 1995, quando os representantes políticos passaram a se
submeter às exigências neoliberais.
O pós- guerra levou muitos países, principalmente, as grandes potências da Europa e os Estados
Unidos a investirem numa política de Bem-Estar social fundamentada na proteção social - O
“Welfare States” – porém, no Brasil não houve essa política de proteção social e direitos sociais,
prejudicando a classe trabalhadora brasileira (REIS et al 2010). Esse fator contribuiu para fortalecer
o pauperismo e as refrações da questão social como falta de moradia, desemprego, fome, violência,
etc. No processo de expansão, o capitalismo foi atingido por diversas crises mundiais, com
destaque às crises econômicas de 1929 e de 1970, e as crises do petróleo ocorridas em 1973 e 1979,
relacionadas à intensa necessidade de acumulação do capital. Marx (1998) citado por Mota (2012)
diz que quando o capitalismo tenta superar as crises “(...) o faz por meio de movimentos
restauradores que, ciclicamente, repõem novas barreiras ao seu desenvolvimento. Este processo é
determinado pela incessante pela busca de lucros e mediado por iniciativas econômicas e políticas
(...)” (MARX 1998 apud MOTA 2012 p.4).
Na década de 80, o Brasil e a América Latina foram terrivelmente afetados
pela crise econômica, em consequência da crise financeira mundial. Conforme afirma  (2016), para
vencer a crise, os Estados Unidos convocou em Novembro de 1989 uma reunião com os organismos
internacionais, os líderes dos países dependentes e os funcionários americanos – Consenso de
Washington – a fim de fazer concessão e auxílios financeiros para os países latino americanos desde
que esses submetessem a política neoliberal - que tem como principal fundamento o Estado mínimo
para o social-  tirando a responsabilidade do Estado de ser o provedor, reduzindo as políticas
sociais. Diante disso, a partir do governo Sarney começa a ser implantado no
Brasil a política neoliberal se fortalecendo com os governos posteriores, sendo eles Collor e
Fernando Henrique Cardoso. Nesse período se inicia o que Iamamoto denomina de “Contrarreforma
do Estado”
Nessa direção Chauí (2001) afirma que “o fundamento ideológico da Reforma é cristalino:
todos os problemas econômicos, sociais e políticos decorrem da presença do Estado como provedor
das políticas sociais. Ou seja, a ideia era difundir o discurso de que os gastos em políticas sociais no
período do “Welfare State” foram responsáveis pelas crises do capital. Portanto, o neoliberalismo
proporcionaria desenvolvimento ao Brasil e aos países latino americanos (BATISTA, 1994;
BRESSER-PEREIRA, 2010).
Sobre esse assunto Marx (1985) menciona que o capitalismo se sustenta em uma contradição
fundamental, sendo as crises inerentes do sistema de produção e reprodução capitalista.
Contudo, no início da década de 1990 o Brasil adere à política neoliberal, atendendo as
propostas do consenso de Washington visando “propiciar uma base produtiva integrada às
necessidades dos oligopólios internacionais, graças ao apelo ao crédito externo para o
financiamento daquela base e sua expansão” (MOTA, 2012 p. 3).
O neoliberalismo é representado por Mota (2009) apud Reis et al (2010) como um
conjunto de políticas econômicas que buscam os interesses do capital, em detrimento aos direitos da
classe trabalhadora (MOTA, 2009 p. 8 apud REIS et al 2010 p. 45). Por isso, o avanço do
neoliberalismo no contexto atual repercute diretamente nas políticas sociais, com ênfase na
educação.
Pereira e Herkenhoff (2011) afirmam que para obter a compreensão da educação, é preciso
primeiramente repensar o Estado elas recorrem a visão de Gramsci para conceituar o Estado.
Compreende o Estado composta da sociedade política e da sociedade civil capaz de usar a educação
e a escola como instrumento de coesão social para manter a classe trabalhadora sobre controle
(PORTELLI, 1977, p. 32 apud PEREIRA e HERKENHOFF, 2011 p. 39-41).
Uma das correntes interpretam a educação como redenção. Tendo como principal teórico
Durkheim funcionalista. Acreditava que o Estado deveria tomar a educação como estratégia para o
conter o individualismo do capitalismo fortalecendo os laços de solidariedade. (LUCKESI, 1994
apud PEREIRA E HERKENHOFF, 2011 p.41-42). Os organismos internacionais a partir dessa
vertente da ideologia da educação como indutora para a superar a pobreza e as desigualdades
próprios dos países periféricos e dependentes. Entende-se a educação apenas para o mercado de
trabalho (PEREIRA e HERKENHOFF ,2011p. 45). Reafirmam a responsabilidade do ser humano
pelo desempenho individual baseado na meritocracia, culpabilizando-o pelas suas mazelas.
A reforma do Estado na Educação ficou mais implícita no governo de
Fernando Collor sendo encabeçado por Bresser Pereira através do Plano Diretor da Reforma do
Estado e o discurso propagado responsabilizava os direitos sociais e o Estado provedor de ser
pesado ao Estado (CHAUÍ, 2011 p.18).
O governo de Fernando Henrique Cardoso, a partir de 1990, deu
continuidade ao desenvolvimento da política neoliberal. Com o intuito de diminuir os gastos
instituindo uma Reforma de acordo com as recomendações dos Organismos Internacionais,
transferindo os direitos como saúde e educação para o campo de serviços conforma relata Ribeiro e
Ferraz (2017 p.501-503).
“Esta “reforma”, intitulada por Behring (2008 p. 285) de “contrarreforma” teve como principal
diretriz o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, elaborado pelo Ministério da
Administração Federal e Reforma do Estado (Mare) na gestão de Luiz Carlos Bresser
Pereira e aprovado, em setembro de 1995, pela Câmara Federal” (LIMA, 2007 apud RIBEIRO
e FERRAZ p. 501). Essas ações de forma implícita buscavam favorecer as empresas privadas e o
capital mediante a uma nova forma de reestruturação capitalista.
Para Chauí (2001), a Reforma do Estado é uma “ “engenharia política” que visa
adaptar o Estado brasileiro às exigências impostas pela nova forma do capital, que não carece mais,
como careceu nos anos 1940- 1970, do Estado como parceiro e regulador da economia (CHAUÍ,
2001 p.175). O Plano distingue o setor de atividades exclusivas do Estado e o de serviços
não-exclusivos do Estado fazendo distinção entre “agências autônomas” e “organizações sociais”.
São agências autônomas as instituições de direito público, que realizam as atividades exclusivas do
Estado. São organizações sociais as instituições públicas não-estatais, que operam no setor de
serviços. As universidades, as escolas técnicas, os museus e os centros de pesquisa estão nesse
grupo (CHAUÍ, 2001 p.176).
A educação é colocada no âmbito de serviços não-exclusivo do Estado. A
universidade passa a ser alvo de especulação haja vista que o Estado passa a ver a possibilidade de
obter lucro através da apropriação dos salários indiretos (gastos com o Estado em políticas públicas)
(CHAUÍ, 2001 p.176). Diante desses fatores a universidade perde a sua essência primeira de
transmitir conhecimento para “adestrar mão-de-obra e fornece força- de-trabalho” (CHAUÍ, 2001
p.52). Dentro da lógica dos Organismos Internacionais a Educação é
versada como um serviço qualquer,” possível de ser regulado pela lógica de Mercado, do lucro e da
competição” (RIBEIRO e FERRAZ, 2017 p.504).
Para realizar essas transformações no âmbito educacional superior, no governo de Fernando
Henrique Cardoso, foram criadas as Propostas de Emenda à Constituição (PEC 233/95 e PEC
370/96); a avaliação dos cursos superiores; a elaboração e aprovação da Lei de Diretrizes e
Bases (LDB); a diversificação das instituições de ensino e dos cursos superiores; a criação do
Programa Crédito Educativo e do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior
(Fies); a gratificação de estímulo à docência (GED); a formulação do Plano Nacional de Educação
(PNE 2001-2010) e o Projeto de Lei (PL) nº 7.282/2002 que tratava da inovação tecnológica
( RIBEIRO; FERRAZ p. 501-502).
Essas propostas legislativas citadas, criou condições favoráveis para que a educação se tornasse
como mercadoria com base na financeirização da educação, na diversificação das instituições e
exigindo produtividade do professor.
Segundo Pereira; Ferraz (2017) nos governos petistas posteriores, muitas das reformas que
foram realizadas se mantiveram ou forma aperfeiçoadas com o intuito de manter e executar as
propostas dos Organismos Internacionais e promover uma diluição entre o público e o privado,
possibilitando o escoamento do dinheiro público para o setor privado (PEREIRA; FERRAZ, 2017
p. 506-508).
Dentre elas estão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),implantado já no governo Lula em
2009, se tornando acesso dos alunos do ensino médio a universidade, aperfeiçoado com a
implementação do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). (INEP, 2011 apud RIBEIRO; FERRAZ,
2017 p. 508).
Algumas outras ações foram desenvolvidas nesse período como “a Universidade Aberta do
Brasil; o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid);(...) e o Programa
Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf )” (RIBEIRO;FERRAZ,
2017 p. 508). Além disso, a até então presidenta Dilma, “instituiu cotas nas universidades
públicas federais e nos institutos técnicos federais (GENTILI; OLIVEIR A, 2013 apud
RIBEIRO;FERRAZ, 2017 p 512) [...] a reserva dos recursos do pré-sal para a educação; a II
Conae; o surgimento da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e o Programa
Ciência sem Fronteiras” ( RIBEIRO;FERRAZ, 2017 p. 512).
Assim sendo, conforme corrobora Ferrarez (2016), essas se afirmam como forma de
favorecimento do setor privado e minimização de currículos. No que tange o Serviço Social, vários
são os avanços vivenciados pela categoria a partir da década de 1990, com o debate sobre o Projeto
Ético-Político e a consolidação das Diretrizes Curriculares de 1996, a contrarreforma do ensino
superior impacta diretamente no processo de formação profissional diante da dicotomia das
diretrizes do Ministério da Educação (MEC) e das diretrizes da Associação Brasileira de Ensino e
Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) ( FERRAREZ, 2016 p.2-3).
As transformações ocorridas anteriormente, contribuiu para o aumento significativo das IES no
Brasil no setor privado. Segundo Scheunemann (2015), a partir dos dados do Censo da Educação
Superior divulgados pelo MEC (Brasil, MEC, 2012 apud SCHEUNEMANN, 2015 p.2) mostram os
dados da última década em relação ás matriculas das IES registrando um aumento de 3,5 para 7,0
milhões; Segundo, o referido autor, dessas Instituições de Ensino Superior(IES) 27% das matrículas
são na rede pública e 73% das matrículas são na rede privada. Nas EADs, o número chega a 83,7%
nas instituições privadas e nas instituições públicas o número é de 16,3%.
Dentre os anos de 2011 a 2012, houve um crescimento pela modalidade presencial de3,1%, no
entanto, a procura pela modalidade das EADs cresceu em 12,2%. Já em 2012 houve uma elevação
de 17,1% nas matrículas para as IES considerando a porcentagem de 2011. No total, o crescimento
de matrículas nas IES foi de 91,9% (SCHEUNEMANN, 2016 p.2).

2.4. CONTRARREFORMA DA EDUCAÇÃO E OS DESAFIOS DO CURSO


DE SERVIÇO SOCIAL

Segundo Cardoso, Yazbek definiu a primeira fase da formação acadêmico-profissional no


Brasil entre os anos 1936 a 1945 (1980. p. 16 apud Cardoso, 2016 p. 436). E essa estava vinculada
ao pensamento conservador. As disciplinas e o projeto pedagógico, ancorava-se nessa concepção
(CARDOSO, 2016 p. 438). O debate acerca do projeto profissional da profissão começou a ganhar
relevância na década de 70, no período da Ditadura Militar.
O serviço Social tradicional já não dava conta de atender os indivíduos utilizando os instrumentos
técnico operativos conservadores dificultando uma leitura crítica da realidade. Assim, em 1979,
após o Congresso da Virada foi criado o Projeto Ético Político da profissão alicerçada no
compromisso com a sociedade e com um viés crítico.
Ancorado no PEP de 1979, no ano de 82 foi criado o currículo mínimo do curso
de Serviço Social. A partir de 1945, a formação acadêmico-profissional assume uma nova forma,
esse se aproxima do Serviço Social norte americano, sem contudo, abandonar o viés tradicional se
apropriando da “sociologia conservadora norte-americana [...]” (IAMAMOTO, 1992, p. 26). Nesse
sentido, a incorporação dessa nova teoria foi projetada na formulação dos currículos de 1945 e o de
1953.
Nas décadas de 60 e 70, o Movimento de Reconceituação e o processo de Ruptura com o
Conservadorismo e a apropriação da teoria marxista criou um ambiente favorável para a construção
de um novo Projeto Ético Político da profissão fundamentado em uma nova construção societária.
Fruto do movimento de renovação, a “intenção de ruptura” foi caudatária da perspectiva de
emancipação,14 a partir da aproximação do Serviço Social com o marxismo, e ganhou hegemonia
no seio da profissão, expressando-se num novo currículo mínimo nessa década (CARDOSO, 2016
p. 444-445).
Portanto, nesse contexto foi elaborado o currículo profissional de 1982, que manifesta as
características do tom da profissão em relação as transformações oriundas do processo de
rompimento com o tradicionalismo e conservadorismo “sendo conhecida como projeto ético-
político” (CARDOSO, 2016 p. 445.
Em 1996, foi construído as Diretrizes Curriculares do curso em Serviço Social em consonância
ao projeto ético- político determinado para o curso de Serviço Social “nos quais se podem pensar os
marcos do projeto de profissão, no que tange à formação profissional” ABEPSS.
No ano de 1993, a ABEPSS revisou o currículo de1982 e implementou a Lei de
Regulamentação da profissão. E em 1999, o Ministério da Educação (MEC) solicitou a ABEPSS
uma nova formulação das diretrizes curriculares do curso de Serviço Social com o objetivo de
adequá-lo as normas desse referido orgão.
As organizações da categoria(ABEPSS, CRESS, CFESS e outras) direcionam as lutas em favor
da classe trabalhadora considerando a luta de classes em oposição aos setores dominantes.
Após 3 anos, precisamente em 2002, o MEC aprovou um outro documento daquele proposto e
formulado pela ABEPSS, denotando um esvaziamento do conteúdo em relação a Diretriz original.
Apesar da Diretriz do ABEPSS não ter força de Lei, contudo, a hegemonia marxista é assegurada
pala Lei de Diretrizes e Bases da profissão (LDB).
Para a ABEPSS citado por o profissional no exercício da profissão deve possuir "capacidade de
promover o exercício pleno da cidadania e a inserção criativa e propositiva dos usuários do Serviço
Social no conjunto das relações sociais e no mercado de trabalho". (ABEPSS, 2012 apud
FERRAREZ, 2016 p.8). As Diretrizes do MEC, dentre outras, não permitiram o caráter marxista no
curso de Serviço Social, descaracterizando o embasamento teórico-crítico construído ao longo do
tempo pela profissão.
No entanto, dado o avanço do neoliberalismo no Brasil, as Diretrizes do MEC, se orientou para
atender a lógica privatista e atender a lógica da mercadorização da educação. De acordo com
Iamamoto (2014)“existem tensões entre projetos profissionais e políticas governamentais e nítidas
disputas teóricas e políticas no direcionamento do Serviço Social brasileiro” (IAMAMOTO, 2014
p.611). Relacionado a problemática anterior, soma-se a ela o fato de que o curso de serviço social é
teórico prático, de baixo custo, isso o coloca como o mais vendido no âmbito da IES privadas e nas
EADs.
Colaborando com essa questão, Scheunemann (2016) traz os seguintes dados do Brasil: O curso
de Serviço Social está na 7º posição no ranking de alunos matriculados, registrando total de
172.979 alunos. No ano de 2002 registrou-se 40.714 alunos na modalidade EAD, e em 2012 o
número foi de 1.113.850, totalizando um aumento de 3.655% alunos matriculados. Em relação as
EADs, essa modalidade o número chega a 15,8% , ou seja,1.113.850 atingindo a marca de
7.037.688 alunos na graduação (SCHEUNEMANN, 2016 p.2).

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
  Em função da abordagem qualitativa do estudo empregaremos como metodologia a pesquisa
bibliográfica e a pesquisa documental, explorando as potencialidades das fontes de informações
secundárias sobre a amostra desse estudo, sobre as IES na modalidade EADs localizadas na cidade
de Viçosa, MG, na qual utilizou-se metodologicamente uma revisão sistemática da literatura
corrente sobre o tema.
A revisão bibliográfica tem como finalidade permitir a utilização de uma imensa fonte
de informação, auxiliando na elaboração do quadro de análise conceitual do objeto em estudo, as
Instituições de Ensino Superior a Distância. A revisão bibliográfica tem como finalidade reunir
informações e dados a partir da temática da mesma em livros, periódicos e artigos científicos que
tratam da temática da mercadorização do Ensino Superior no Brasil no contexto neoliberal e seus
impactos na formação profissional considerando as Diretrizes Curriculares da ABEPSS.            
A análise documental, possibilita coletar informações das Leis, estatutos, materiais publicados
por órgãos do estado, instituições e organismos mundiais, e etc (NORA, 2015). A análise qualitativa
é um método que tem como características conhecer a realidade da vida dos indivíduos com o
objetivo de aprofundar nos “diferentes significados de uma experiência vivida, auxiliando a
compreensão do indivíduo no seu contexto” (ALVES; SILVA, 1992, p. 61).
Essa metodologia tem se mostrado bastante eficaz para compreender os
diferentes fenômenos, a vida humana e suas relações dentro de um contexto sócio-cultural, histórico
e político. Quanto aos objetivos, este artigo é de natureza descritiva. Esse tipo de estudo pretende
descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987) visando descrever de
forma ampla o desenvolvimento da política neoliberal no Brasil e os seus rebatimentos nas políticas
Sociais, particularmente, na Educação no que tange a formação acadêmico e pedagógica dos
profissionais visando o Projeto Ético Político da profissão.
A pesquisa será realizada no município de Viçosa, Minas Gerais localizada na
região sudeste do país, na Zona da Mata Mineira. O município de Viçosa recebeu primeiramente o
nome de Santa Rita do Turvo, depois passou a chamar-se Viçosa de Santa Rita em 1876. E em 1911
passou a chamar-se apenas Viçosa (IBGE, 2017).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE 2010) a população
do município é de 78.846 habitantes, sendo a renda originada, basicamente, de três setores,
agropecuária, indústria e serviços. O município desde 2007 é constituído de 4 distritos: Viçosa,
Cachoeira de Santa Cruz, São José do Triunfo e Silvestre.
Ao longo dos anos, a cidade de Viçosa cresceu na perspectiva
educacional, se tornando reconhecida por sua tradição nessa área, recebendo o título de cidade
educadora. Além da concentração de várias instituições privadas, a cidade universitária abriga o
campus da Universidade Federal de Viçosa que tem recebido estudantes de várias partes do país e
do mundo (Câmara Municipal de Viçosa, 2015).
Diante disso, a cidade também experimenta uma expansão de suas atividades
econômicas, principalmente na construção civil, para prover habitações para esse enorme
contingente de população, além da população flutuante de quase 20.000 pessoas, intensificando a
demanda por serviços comerciais, imobiliários e etc (PMV, 2017). Estima-se que o número total da
população de Viçosa pode chegar a aproximadamente 100 mil habitantes.
A nossa amostra será as Instituições de Ensino Superior a Distância que ofertam o curso de Serviço
Social localizadas em Viçosa –MG, das quais são
Análise de sites que oferecem o curso de Serviço Social a distância em Viçosa-MG: Unopar,
Unifran, Estácio, Unigranrio e Unicesimar

Metodologia

A pesquisa é de natureza qualitativa, realizada a partir de um estudo de caso, com base em


uma análise documental em que os conteúdos dos sites institucionais as Universidades em estudo
foram tidos como documentos que trazem importante informação sobre os aspectos organizacionais
e pedagógicos das Instituições de Ensino Superior.
No processo de coleta de dados, inicialmente, foi feita uma busca nos sites das cinco
instituições particulares que oferecem o curso de Serviço Social a distância em Viçosa-MG -
Unopar, Unifran, Estácio, Unigranrio e Unicesimar - buscando identificar os discursos e apelos de
cada instituição. Como observou-se que os discursos eram muito parecidos, mudando apenas a
forma de escrita, fez-se uma tabela, elencando os temas que mais apareciam nos sites das
instituições: (1) Excelência; (2) Perfil corporativo e de gerenciamento; (3) Facilidade de ingresso e
formas para atrair novos alunos; (4) Aspectos econômicos (preço, descontos, parcelamentos,
crédito, financiamentos, convênios, bolsas de estudos, isenções e brindes); (5) Apelo para o tempo,
flexibilidade, mobilidade e facilidade de conciliação estudos e trabalho; (6) Apelo para os sonhos e;
(7) Apelo para o êxito no mercado de trabalho.
Após a disposição dos textos na tabela, eles foram organizados de forma que o texto tivesse
maior fluidez e inteligibilidade. Por fim, os dados foram analisados a luz dos referenciais teóricos
que tratam sobre educação, educação a distância e Serviço Social, na perspectiva do materialismo
histórico dialético.

Aspectos corporativos

Todas as cinco instituições analisadas fazem discursos sobre a sua excelência, de modo a
não deixar dúvidas sobre o investimento no ensino à distância. Expressões como “é a melhor”,
“Tradição em EaD”, “pioneira”e “reconhecida nacionalmente” são recursos para dar legitimidade
ao ensino à distância e convencer o estudante ou futuro estudante a cursá-los, como expressam os
excertos:

1º lugar em EaD segundo o MEC (Estácio)

Melhor Ead de acordo com o MEC (Estácio)

A Estácio foi eleita no Anuário Época Negócios 360° de 2018 como melhor
instituição do país na categoria Educação. (Estácio)

Tradição em EaD. Desde 2009 (Estácio)

Mais de 40 anos de tradição em educação de qualidade (Unopar)

[...] pioneira em atender os padrões de exigências do MEC para a oferta de cursos no


ensino a distância (Unopar).

Cursos reconhecidos pelo MEC (Unopar)

Referência no ensino a distância no Brasil (Unopar)

Um dos maiores grupos educacionais do Brasil (Unifran - Cruzeiro do Sul)

[...[ se traduz em alguns dos melhores indicadores acadêmicos. (Unifran)

A melhor plataforma de educação a distância (Unicesumar)


Considerado o melhor Centro Universitário do sul do País (UniCesumar).

Reconhecida nacionalmente por sua qualidade educacional em graduação e pós-


graduação (Unicesumar)

Unicesumar está entre as 4 das melhores faculdades do Brasil, avaliada com nota
5 no Conceito Institucional do MEC.

Com um corpo docente experiente, formado majoritariamente por mestres e


doutores, procuramos promover uma educação superior de qualidade, alinhada às
necessidades do mercado de trabalho. (Unigranrio)

Perseguimos a excelência na prestação de serviços dentro e fora da sala de aula.


(Estácio)

Como parte da divulgação de sua excelência, o aspecto quantitativo - relativo ao número de


polos, alunos atendidos, profissionais contratados e titulação dos docentes - é recorrente para
transmitir a ideia do potencial da instituição, evidenciando que a instituição pertence ao “maior
grupo”, “um dos maiores grupos privados”, “presente em todos os estados brasileiros”, “Cursos
com nota máxima no MEC”, como mostram os excertos:
Com nota IGC 4, a Universidade Estácio de Sá confirma sua excelência em EaD

Mais de 90 unidades. Mais de 600 polos EAD em todo o Brasil. Mais de 500 mil
alunos matriculados. Mais de 13 mil profissionais atuando com paixão, em linha com
a missão da companhia. (Estácio)

A Unopar é hoje a maior Universidade de Ensino a Distância (EAD) do País, com


mais de 40 anos de tradição em educação de qualidade e 300 mil alunos [...] em mais
de 450 municípios em todos os Estados brasileiros.

A Cruzeiro do Sul Educacional é um dos maiores grupos privados de educação


superior no Brasil, com mais de 50 anos de história. Reúne 10 instituições de ensino
superior, 5 colégios, mais de 400 Polos EAD em todo o território nacional, e um total
de mais de 230 mil alunos e 6 mil colaboradores. (Unifran)

Maior IGC entre as IES vinculadas aos 10 maiores grupos educacionais do Brasil
(Unicesumar)

Há oito anos consecutivos mantém o IGC 4 (Índice Geral de Cursos), indicador de


qualidade que avalia as instituições de educação superior (Unicesumar)

A Unicesumar está presente em todos os estados brasileiros, tem mais de 190 mil
alunos, aproximadamente 600 polos de educação a distância e quatro campi.

Cursos com nota máxima no MEC. Mais de 50 cursos de graduação. 80% de


professores mestres e doutores. Polo em todo o Brasil. Mais de 190 mil alunos
matriculados. 90% dos alunos indicam. (Unicesumar)
O destaque para o aspecto quantitativo e a disputa pela superioridade estão ligados ao
avanço de conglomerados do ensino superior sobre a educação e a formação monopólio das
instituições particulares de ensino. No Brasil, três grandes grupos lideram o ensino superior: UNIP,
Kroton e YDUQS/Estácio. Considerando a disputa de mercado, o nome do grupo ao qual a
instituição se vincula é um aspecto mencionado nos sites das EADs em estudo, como pode ser
observado nos excertos:

Integrante do grupo Kroton Educacional1, uma das maiores organizações educacionais


privadas do país, a Unopar se destaca com a oferta de cursos de graduação, pós-
graduação (especialização) e cursos livres em mais de 450 municípios em todos os
estados brasileiros.

Cruzeiro do Sul Educacional é um dos maiores grupos privados de educação superior


no Brasil (Unifran)

YDUQS/ESTÁCIO A Estácio Participações SA agora é YDUQS. Esse é um marco


para a holding, consolidando a tradição de 49 anos da Estácio em educação, e
preparando o grupo para uma nova fase de expansão no mercado de ensino.

As universidades Unicesumar, Uninove e Cruzeiro do Sul decidiram fazer uma fusão


inédita no país.2

Das cinco instituições particulares que oferecem o curso a distância em Serviço Social em
Viçosa-MG, a Universidade do Grande Rio (Unigranrio) é a única que não está vinculada a um
grande grupo.
Como os conglomerados do ensino superior agregam instituições diversas, localizadas em
diferentes regiões do país, os enunciados evidenciam a necessidade de ter estratégias para articular
os diferentes aspectos envolvidos no monopólio, como aponta o site da Unifran:

O seu diferencial estratégico é o fato de atuar com instituições, marcas e


posicionamentos diferentes, conforme os mercados específicos e as características das
cidades onde mantém estabelecimentos de ensino. Dessa forma, todas as suas
instituições preservam a identidade, sem abrir mão dos princípios éticos e ideais de
educação que norteiam as ações da Cruzeiro do Sul Educacional, o que se traduz em
alguns dos melhores indicadores acadêmicos. (Unifran)

Para ressaltar sua imponência e abrangência, as instituições buscam mostrar que elas atual
com diferentes públicos, alguns desde a educação infantil à pós-graduação.

1
A Kroton estava negociando a compra da Estácio, mas a negociação fracassou. “Após a Kroton desistir da Estácio, por
conta da imposição do Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] de que vendesse marcas de ensino a
distância (EAD), o MEC lançou a Portaria Nº 11, que flexibiliza a oferta de cursos EAD por Instituições de Ensino
Superior (IES).” (IstoÉ dinheiro, 21/07/17. Disponível em https://www.istoedinheiro.com.br/forca-do-ead/ Acesso em
05/10/2019.
2
UNICESUMAR. Trinca de universidades se une para subir de classe. 09/09/16 Disponível em
https://relatorioreservado.com.br/assunto/unicesumar/ Acesso em 05/10/2019.
Por se tratar de grandes grupos que disputam o monopólio da educação particular presencial
e à distância, o conhecimento do mercado e as estratégias gerenciais é um dos aspectos ressaltado
nos sites. A Unifran, por exemplo, em sua estratégia de marketing, menciona que a “sua
performance alia intenso conhecimento de mercado, instalações estrategicamente localizadas,
marcas fortes e equipe de gestão experiente, o que o torna um dos mais representativos,
diversificados e eficientes grupos de educação.”
A responsabilidade social e a responsabilidade ambiental são destacadas no perfil gerencial
das cinco instituições analisadas, como algo que confere credencial às instituições que se mostram
comprometida com “um mundo sustentável”, a “defesa do meio ambiente” e o “desenvolvimento
social do país”, promovendo a “Inclusão Social”, principalmente pela “inclusão digital” e por
atender a “todos os públicos”. Nessas instituições, a responsabilidade coma sociedade e o meio
ambiente articula aspectos gerenciais aos pedagógicos (projetos de ensino, pesquisa e extensão):

Educação para um Mundo Sustentável, (Estácio)

O Relatório de Sustentabilidade 2018 da Estácio resume em uma única publicação os


principais destaques do ano nos campos econômico, social e ambiental.

O Programa Educar para Transformar direciona as ações de responsabilidade social


corporativa da Estácio, organizando-as nos cinco pilares em que a companhia contribui
de modo estruturado para o desenvolvimento social do país (Estácio)

A Universidade Norte do Paraná (Unopar) promove Responsabilidade Social por


meio da oferta de cursos de qualidade, atendendo todos os públicos com o qual se
relaciona.

Isto possibilita a realização de atividades onde haja a Inclusão Social, o


Desenvolvimento Econômico e Social, a Defesa do Meio Ambiente, além da
Preservação da Memória Cultural, da Produção Artística e do Patrimônio Cultural.
(Unopar)

Responsabilidade com o meio ambiente e promoção do desenvolvimento


sustentável. (Unicesumar)

[...] a Unigranrio também lidera projetos de responsabilidade social, onde seus alunos
podem atuar tanto para colocar em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula
quanto para exercerem seu papel de cidadãos.

Pautada pelos princípios de sustentabilidade, empreendedorismo e empregabilidade,


a Unigranrio tem como missão promover a qualidade de vida por meio do processo
educacional, formando agentes transformadores da sociedade.

[...] a instituição garante a qualidade [...] por meio da inclusão digital, e na prestação
de serviços à comunidade interna e externa, para que os princípios da
Responsabilidade Social sejam precursores do futuro. (Unopar)
Responsabilidade Social Institucional; Responsabilidade Social no Ensino;
Responsabilidade Social na Pesquisa; Responsabilidade Social na Extensão (Unopar)

Com o discurso de oferecer uma formação ampla e cidadã, todas as cinco instituições
analisadas fazem apelo para o êxito do futuro profissional no mercado de trabalho, destacando as
possibilidades de sucesso profissional e melhores salários.

Estácio Carreiras: Serviços de orientação, treinamento e vagas para o mercado de


trabalho.

Pesquisa comprova: profissionais com diploma ganham muito mais (Estácio)

Pesquisa do IBGE aponta que profissionais com curso superior ganham até 3 vezes
mais. (Estácio)

Os cursos da Unopar possuem uma grande curricular completa, seguindo as tendências


do mercado de trabalho.

Todos os cursos do EAD são reconhecidos pelo MEC e o diploma de um curso de


graduação EAD é igual ao da graduação presencial. (Unopar)

Milhares de profissionais formados com posições de destaque no mercado de


trabalho (Unifran)

[...] qualificação profissional necessária para se destacarem no mercado de trabalho,


sendo recompensados pelo seus esforços, foco e dedicação. (Unifran)

A fim de entrar no mercado de trabalho mas precisa de um currículo competitivo?


Confira agora as dicas deste conteúdo exclusivo! (Unifran)

A disputa por uma colocação no mercado de trabalho tem ficado cada vez mais
acirrada e os candidatos precisam estar preparados, pois qualificação, experiência e
características de personalidade são cada vez mais observadas como diferenciais nas
empresas. (Unicesumar)

Cursos superiores da Unigranrio têm credenciamento do MEC e ampla aceitação no


mercado de trabalho

88% dos alunos empregados (Unigranrio)

Pautada pelos princípios de [...] empregabilidade [...] aliamos teoria e prática em sala
de aula, orientando nossos alunos rumo a uma carreira de sucesso. (Unigranrio)

Todas as cinco instituições analisadas destacam o ensino à distância como a concretização


de um sonho, a única opção diante das limitações de tempo e financeiras:

Pague R$ 49,00 para iniciar seu sonho Estácio (Estácio)


Inicie seu sonho com R$ 49* nos primeiros meses + 40% de bolsa no curso todo.
(Estácio)

Experimente o seu sonho! (Estácio)

O equilíbrio perfeito entre o seu tempo e o seu sonho. (Estácio)

Estudar na Unopar é a oportunidade de realização de um sonho. É a possibilidade de


adequar a formação superior e as ocupações profissionais, unindo-as para uma melhor
atuação no mercado de trabalho.

O sonho de conquistar um diploma de ensino superior com uma bolsa de estudo 100%
está prestes a se tornar a sua realidade! (Unifran)

A Unifran me ofereceu a oportunidade de realizar um sonho.

Tudo o que você precisa saber sobre o Promube e realizar o sonho de fazer uma
faculdade (UniCesumar)

Já imaginou você daqui alguns anos na colação de grau, de beca e capelo, comemorando
a sua formação em uma faculdade?! Parece distante, não é? Mas esse sonho está mais
fácil de realizar do que você imagina! (UniCesumar)

Visando atrair novos alunos e mostrar que o investimento está ao alcance de todos, as
instituições de ensino investem amplamente no oferecimento de preço acessíveis, descontos,
convênios, bolsas de estudos, crédito, parcelamentos e isenções. As universidades contam ainda
com diversas formas de financiamento, pelos programas do governo federal, como o FIES – O
Fundo de Financiamento Estudantil e o PROUNI – Programa Universidade para Todos. Além disso,
contam com outros programas específicos, que variam conforme a instituição, como o FIBE –
Financiamento Bancário Estudantil (em parceria com os Bancos Bradesco e Santander), PAI –
Parcelamento Inteligente, PROEP – Programa para alunos do Ensino Médio em Escola Pública,
Programa Desconto Família, Programa de Desenvolvimento Regional, Programa Vem Comigo,
Programa Passei, Bolsa para Imigrantes etc.
As negociações envolvem também pagamento com cheque pré-datado, divisão do curso
anual no cartão de credito Mastercard, Visa, Elo, Dinners e Hipercard, em 10 ou 15 prestações,
conforme o interesse do cliente.
As instituições oferecem ainda desconto para os estudantes que fizerem cursos simultâneos
ou duas graduações ou cursos sequenciais. Os egressos das instituições também recebem descontos
quando fizerem novos cursos de graduação ou pós-graduação, como a Cesumar e a Unocesumar,
que oferecem 15% de desconto nos cursos de Graduação (exceto Medicina) ou Pós-graduação (Lato
sensu). O benefício não é cumulativo com outros descontos.
Os descontos são concedidos também caso outros familiares se matriculem na mesma
Instituição. A Unopar chama de “Desconto Família” a redução de 5% a familiares diretos que
estejam na condição de matrícula ativa, simultaneamente. A Unigranrio chama essa modalidade
como “Desconto irmão”, “Desconto pai/mãe/filho” e “Desconto cônjuges”. A Estácio e a Unopar
anunciam ainda o oferecimento de desconto para empresas e entidades conveniadas, de acordo com
a modalidade de convênio. Os funcionários das IES e seus dependentes também recebem descontos.
As chamadas para os descontos sempre aparecem em letras grandes, de modo a se destacar na
página da instituição e não parecer despercebido:

Até 30% de desconto (Estácio)

Graduação a partir de R$149,90 (Estácio)

Isenção da taxa do vestibular e da taxa de inscrição. (Estácio)

Desconto progressivo (Estácio)

Primeira mensalidade 49,90. Inscreva-se! (Unifran)

Não perca esta promoção de desconto regressivo! (Unigranrio)

Descontos regressivos! Prorrogado até 15/10 (Unigranrio)

50% de desconto na matrícula (Unigranrio)

Quer estudar com mensalidades que cabem no seu bolso? Estude na melhor educação a
distância do Brasil segundo o MEC, com a primeira mensalidade por R$186,00
(Unicesumar)

Venha para a Unicesumar e garanta uma formação de qualidade que cabe no seu bolso.
(Unicesumar)

O Promube foi criado em 2006 para dar aquela mãozinha a quem não fez ainda uma
faculdade e os descontos podem ser de 50%, 75% e até 100% na mensalidade de uma
graduação. (Unicesumar)

A UNOPAR aderiu ao Programa com oferta de Bolsas integrais, para estudantes que
possuam renda familiar, per capita, de até um salário-mínimo e meio, e que atendam aos
critérios estabelecidos em Lei.

Quer iniciar seus estudos com tudo pago pela UNIFRAN? Participe do vestibular
tradicional e concorra a bolsa de 100%, até o final do curso, sem limite de vagas, basta
acertar 75% da prova e ganhe uma bolsa integral! E, com menos de 75%, você pode
conquistar bolsa parcial de 30% a 50%, também para o curso todo. (Unifran)
Além das estratégias citadas, as instituições de ensino investem em promoções, campanhas e
brindes em que o estudante indica um amigo e recebe prêmios ou descontos, como mostram os
excertos:

Vem Comigo – Sua Indicação Vale Descontos! O Vem Comigo é um Programa de


Indicação para todos que desejam realizar o sonho de estudar na Instituição que está
entre os 10 maiores Grupos Educacionais do Brasil. E o melhor, com desconto!
(UniCesumar)

Promoção 1 amigo vale por 10: Para cada amigo indicado que se matricular (por uma
das formas de ingresso e cursos participantes da promoção) e começar a estudar, você
ganha 10% de desconto por seis meses. Você pode ganhar até um total de 50% de
desconto nas mensalidades. (Estácio)

Quer concorrer a 1 iPhone 7 Plus? A Estácio te dá o caminho! Basta seguir alguns


passos. Confira o regulamento e participe.

A Unigranrio realiza o sonho de seus com o programa Santander Universidade de bolsa


Ibero-Americanas.

As instituições ainda oferecem de 30 a 40% de desconto para pessoas que estão investindo na
segunda graduação (Portador de Diploma). Além disso, como forma de concorrência entre as
instituições, elas oferecem descontos para a transferência entre as instituições (Transferência
Externa), como a Estácio, que oferece 50% de desconto. O processo “É rápido, sem custo e os seus
créditos são aproveitados ao máximo.”
Como forma de atrair os aposentados, a UniCesumar oferece Bolsa Maturidade para pessoas
com idade acima de 50 anos. Entre 50 a 60 anos: 20% de desconto; de 60 a 70 anos: 30% de
desconto; Acima de 70 anos: 40% de desconto.
O carro chefe dos discursos dos cursos a distância é o apelo para a falta de tempo, flexibilidade
nos horários de estudo, mobilidade (estude onde quiser) e a facilidade de conciliação entre estudo e
trabalho, como demonstram os excertos:

A mobilidade que você precisa para adaptar os estudos à sua rotina com a
Graduação a distância. (Estácio)

Estude onde e como você quiser, com a mesma qualidade e diploma do curso
presencial. (Estácio)

Aulas online para você baixar e ouvir quando puder (Estácio)

Adapte os estudos à sua rotina e à sua carreira. (Estácio)

Assista às aulas 100% online e agende as provas no seu polo. (Estácio)

Graduação Flex (30% presencial e 70% a distância) (Estácio)


92% dos ex-alunos do EAD ESTÁCIO conseguiram conciliar trabalho e estudo.
(Estácio)

A escola vai até você. (Unopar)

Horários flexíveis (Unopar)

Cada uma destas metodologias apresenta características, que se adequam melhor à


rotina de cada aluno. (Unopar)

A Unopar me permite ter liberdade para escolher meu tempo e meu ritmo, tendo
sempre o apoio dos tutores que jamais deixam que fiquemos com qualquer
dúvida.

O Ensino a Distância, conhecido como EAD, é uma modalidade de ensino que


beneficia quem quer estudar, mas não tem tempo livre para investir nesse
objetivo. (Unifran)

Uma das razões do crescente ingresso na modalidade de ensino a distância é a


possibilidade de fazer os seus próprios horários. Afinal, boa parte dos estudos
acontece on-line, de acordo com o tempo disponível que o aluno possui. (Unifran)

Estude em qualquer lugar, basta ter um computador, tablet ou smartphone com


acesso à internet. (Unifran)

A educação a distância é caracterizada pela possibilidade de assistir as aulas no


lugar que você preferir e na hora que desejar. Afinal, é o aluno que organiza
seu tempo e controla o seu desenvolvimento, com flexibilidade para estudar de
qualquer lugar, a hora que lhe for conveniente. (Unicesumar)

[...] facilitando seu acesso a uma educação de qualidade onde quer que você
esteja. (Unigranrio)

A Educação a Distância é uma modalidade de ensino que ocorre sem que haja
proximidade física ou temporal entre professor e aluno. É mediada por
tecnologias, proporcionando flexibilidade e autonomia. (Unigranrio)

Algumas instituições alertam que os cursos à distância exigem disciplina e comprometimento,


além de saber administrar o próprio tempo, como destacam a Unigranrio e a Unopar.

Na modalidade EaD, você tem flexibilidade e autonomia para organizar os seus


estudos. É imprescindível ter disciplina e comprometimento para o seu
sucesso. (Unigranrio)

Estudar na Unopar exige saber administrar o tempo. O aluno aprende a


planejar e com isso se prepara para o desafio de qualquer tarefa. Essa modalidade
de ensino também oferece oportunidade de conhecimento profissional e conta
com profissionais de alto nível.
É uma forma de transferir para o aluno a responsabilização, caso ele fracasse. Afinal, os
discursos apontam que a metodologia, as estratégias e recursos são excelente, com ótimo suporte
pedagógico.

Aspectos Pedagógicos

Em relação à metodologia de ensino e os materiais didáticos, os discursos reportam à


inovação, à tecnologia, à modernidade e a adesão a instrumentos utilizados no exterior:
Os alunos da Unopar têm o privilégio de escolher duas metodologias de ensino a
distância: a Semipresencial para todos os seus cursos e polos, e a metodologia
EAD 100% Online, disponível por enquanto em alguns polos e cursos. (Unopar)

Inovação - Devemos criar e ousar sempre. (Estácio)

Tudo isso por meio da mais moderna plataforma de aprendizagem virtual: o


Blackboard, usado em diversas universidades do mundo, com todo o apoio de
um projeto pedagógico consistente e conteúdos desenvolvidos por especialistas,
mestres e doutores. (Unifran)

A Unicesumar se preocupa em oferecer a melhor plataforma de educação a


distância, investindo em equipamentos, estrutura e corpo docente, para
proporcionar aos seus alunos um aprendizado com conforto e qualidade.

Material didático exclusivo, impresso e gratuito (Unicesumar)

A Unigranrio é uma Universidade que pensa no seu futuro. Por isso, investimos
em inovação constantemente, tanto na oferta de cursos de graduação e pós-
graduação quanto na infraestrutura que apoia sua formação.

Por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), você terá acesso a um


conjunto de mídias interativas, vídeos e materiais de leitura, além do
acompanhamento de professores-tutores que promovem discussões em grupo e
também esclarecem dúvidas individualmente. (Unigranrio)

Professores-tutores capacitados, ou seja, especialistas, mestres e doutores


experientes e atuantes no mercado de trabalho; Diferentes formatos de materiais,
como apostilas, vídeos, podcasts, infográficos etc.; Estrutura completa com
laboratórios, bibliotecas e tutores capacitados; Biblioteca virtual com mais de 20
mil títulos; [...]recursos multimídia, infraestrutura moderna e metodologias ativas.
(Unigranrio)

A sala de aula virtual é o espaço para o desenvolvimento de competências e


habilidades de forma colaborativa. (Unigranrio)

Mesmo que o Ensino à distância apresente dificuldades para realizar atividades de pesquisa
e extensão, essas modalidades são divulgadas no marketing das instituições, como os Projetos
Permanentes de Extensão da Unopar, ligados à Educação a Distância:
Ação Q Educa;
Aviso aos navegantes: conectados ao mundo digital;
Brinquedoteca virtual: um ambiente de aprendizagem com diversão;
Canto das letras: laboratório de ensino virtual;
Escritório de negócios virtual;
Hipertexto, semiótica e ensino;
Integração e Inclusão: Discutindo situações relacionadas à aprendizagem,
afetividade e conduta em sala de aula;
LEV – Laboratório de Ensino Virtual;
Museu virtual de imagem e história;
Por uma Vida sem Violência: Prevenindo e enfrentando a violência doméstica
praticada contra a mulher;
Serviço Social e cidadania: uma questão de direito. (Unopar)

Programa Ensino, Pesquisa e Extensão. (Unopar)

Além dos aspectos pedagógicos, um quesito destacado por todas as EADs é em relação ao
diploma. As instituições sempre colocam em evidência que não há diferencial entre um diploma
presencial ou à distância:

Estude onde e como você quiser, com a mesma qualidade e diploma do curso
presencial. (Estácio)

Todos os cursos do EAD são reconhecidos pelo MEC e o diploma de um curso de


graduação EAD é igual ao da graduação presencial. (Unopar)

Conquiste o mesmo diploma do presencial (Unifran)

Certificados e diplomas de cursos, na modalidade a distância, têm o mesmo valor


que os de cursos presenciais? Sim, nos termos do Art. 5º do Decreto 5.622 de
2005: Os diplomas e certificados de cursos e programas a distância, expedidos por
instituições credenciadas e registrados na forma da lei, terão validade nacional.
Dessa forma, os certificados e diplomas da modalidade a distância não diferem,
em nada, dos diplomas e certificados da modalidade presencial. (Unicesumar)

Diploma igual ao presencial, reconhecido pelo MEC e pelo mercado de trabalho


(Unigranrio)

Além do apelo para o “mesmo diploma”, as instituições buscam demonstrar a similaridade com
os cursos presenciais pelo acesso aos espaços e serviços, como mostram os excertos:
Acesso a todos os serviços e espaços da Universidade, assim como os alunos
presenciais (Unigranrio)

Ao ingressar em um curso EAD, o aluno terá acesso às suas aulas, materiais


didáticos e atividades por meio do Blackboard, uma das plataformas de ensino a
distância mais utilizadas no mundo. Além disso, se houver qualquer dúvida sobre
o assunto estudado, poderá recorrer aos tutores virtuais. Isso garante que os cursos
ofertados pela Cruzeiro do Sul Virtual tenham a mesma qualidade de um
presencial, com conteúdo equivalente, porém mensalidade inferior. (Unifran)
Nossos cursos a distância têm o compromisso de oferecer a mesma qualidade e
reconhecimento dos cursos presenciais, porém com vantagens e facilidades que só
essa modalidade pode proporcionar para a atual realidade do trabalhador
brasileiro: flexibilidade de horário e local de estudo. (Unifran)

Diante das estratégias de convencimento, os cursos à distância revelam-se muito atrativos para
quem não consegue ser aprovado em uma Federal/Estadual ou não tem disponibilidade de residir
em uma cidade que possui um ensino superior público. Assim, o Ensino à distância particular tem
se revelado um mercado altamente lucrativo, que recebe recursos do Estado que tem deixado, cada
vez mais de investir no ensino público em um contexto de neoliberalismo.

Sobre o curso de Serviço Social

Os sites dos cursos trazem informações bem sucintas sobre o curso de Serviço Social. As
informações são basicamente sobre perfil do curso, o mercado de trabalho, a matriz curricular, o
tempo de duração, a nota no MEC, estágio e a formação do(a) coordenador(a). Adicionalmente, a
Unifran traz notícias sobre o curso, como eventos e atividades de grupos de pesquisa. A
Unicesumar informa que a média salarial é R$ 2.590,20, conforme o Catho (09/2019). Todos têm
um link para a pessoa se inscrever e receber mais informações.
A Unigranrio revelou ter uma concepção conservadora sobre o Serviço Social ao destacar que
“ajudar ao próximo é o desejo de muitos jovens que buscam uma profissão”. É comum que a ideia
da profissão pautada na ajuda permeie o sendo comum. Entretanto, é comprometedor uma
instituição de Ensino Superior que oferece o curso de Serviço Socil reproduzir essa perspectiva.
Essa mentalidade mostra o quanto o curso desconhece as diretrizes da ABEPSS e o projeto ético
político da profissão que aponta um compromisso com a classe trabalhadora, com os movimentos
sociais o acesso aos direitos e às políticas públicas, tendo em vista a agudização das expressões da
questão social na realidade brasileira em um contexto de neoliberalismo e retração de direitos.

CONCLUSÃO

A análise dos sites das 5 universidades que oferecem o curso de Serviço Social em Viçosa, na
modalidade à distância, mostra que o apelo empresarial, com destaque para a grandiosidade da
instituição, é o aspecto mais ressaltado nos sites, que assume maior visibilidade que os aspectos
pedagógicos.
Dentre os aspectos envolvidos no renome da instituição, é comum as instituições fazem um
apelo para a tradição. Entretanto, os cursos EAD são novos no país, se iniciaram a partir de XXX.
Portanto, nenhuma instituição chegou a construir uma tradição em torno do ensino à distância. Esse
apelo é tão somente uma estratégia mercadológica para ampliar a credibilidade da instituição.
Verifica-se que as instituições buscam cada vez mais alcançar novos públicos, como os idosos,
que tradicionalmente ficaram excluídos dos processos de ensino e, principalmente dos aspectos
tecnológicos. Os discursos reportam à inclusão e responsabilidade social, mas, na verdade, trata-se
de uma estratégia mercadológica para expandir o seu público.
As estratégias de convencimento são amplas e reportam à realização de um grande sonho e a
inserção exitosa no mercado de trabalho com baixo investimento e facilidade de pagamento. A
facilidade de conciliar trabalho e estudo é emblemática nos discursos, afinal, quem acessa esse tipo
de serviço é geralmente o trabalhador que, para financiar o próprio estudo, precisa ter uma fonte de
renda. Entretanto, a alerta de que o ensino à distância exige muita disciplina, que é um aspecto
pessoal/individual, é uma forma de responsabilizar o estudante, caso ele fracasse, afinal ele teve
uma excelente oportunidade em uma instituição de excelência e renome, mas não se dedicou o
suficiente.
O discurso para o financiamento recebe grande evidência e aponta para a financeirização da
vida em que os brasileiros estão submetidos. Devido ao “sonho” de se ter uma formação superior e
uma melhor ocupação no mercado de trabalho, muitas pessoas se endividam com as “facilidades”
dos cursos à distância. Além disso, muitos estudantes não conseguem se adequar à dinâmica da
tecnologia, nem ao investimento solitário nos estudos e acabam não concluindo o curso, vendo os
seus sonhos se desmoronarem. Enquanto isso, as instituições ficam cada vez mais ricas, fazem
articulações, parcerias, fusões, se agigantam e monopolizam o mercado, ampliando as contradições
envolvidas na relação capital e trabalho.
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