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Estética Facial

Material Teórico
Hidratação, Nutrição, Antioxidação e Anti-aging

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Paula França

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Hidratação, Nutrição,
Antioxidação e Anti-aging

• Pele;
• Mecanismos de Hidratação;
• Ativos Hidratantes;
• Oxidação Versus Radicais Livres;
• Ativos Antioxidantes;
• Nutrição;
• Anti-Aging.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Avaliar a necessidade de cada pele, determinando o melhor cosmético para tratamento;
• Selecionar recursos de tratamento adequados, seguros e eficazes de modo individual
e personalizado;
• Indicar cosméticos para home care;
• Orientar sobre práticas de vida diária que contribuem ao sucesso do tratamento.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
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formação acadêmica e atuação profissional, siga
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da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Hidratação, Nutrição, Antioxidação e Anti-aging

Pele
A pele é composta por três camadas: epiderme, derme, a camada subcutânea
e os seus apêndices: folículo piloso, glândulas sudoríparas e sebáceas. Ademais, a
pele exerce várias funções e atividades, tais como barreira funcional, controle da
homeostase, temperatura, proteção do DNA, função sensorial e imunológica e
síntese de vitamina D.

A disposição das camadas da mais superficial para a mais profunda constituem


a epiderme, esta que é a camada mais superficial da pele, constituída por epitélio
escamoso estratificado e contém cinco tipos de células histologicamente distintas,
organizadas em camadas (Figura 1). Da superfície para a profundidade são: estrato
córneo, estrato lúcido, estrato granular, estrato espinhoso e camada basal.

Camada córnea
Camada lúcida
Camada granulosa

Camada espinhosa

Camada basal

Figura 1 – Camadas da epiderme


Fonte: Adaptado de Getty Images

No nível da epiderme, a hidratação ocorre através dos elementos que constituem


o estrato córneo e lhe permitem fixar água, opondo-se ao seu desperdício; tratam-se
das células córneas, ou corneócitos, com membrana espessa constituída por lipídios,
formando uma barreira e contendo substâncias higroscópicas NMF que são capazes
de fixar água.

O estrato córneo consiste em queratinócitos terminalmente diferenciados –


corneócitos – e no conteúdo secretado por corpos lamelares. Cada corneócito
é originário de um queratinócito ativamente proliferante na epiderme abaixo do
estrato córneo. Ademais, os corneócitos criam um caminho tortuoso para que
as moléculas atravessem, aumentando efetivamente o comprimento da difusão e
melhorando, assim, a sua função de barreira.

Os lipídeos extracelulares reduzem ainda mais a taxa de fluxo de água através


do tecido. A constituição e, portanto, eficácia da barreira lipídica é dependente das
concentrações absolutas e proporções relativas dos diferentes lipídios – por exemplo,
de ceramidas, do colesterol e de ácidos graxos.

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Pequenas perdas de água ocorrem através do estrato córneo e são capazes de
hidratar as suas camadas externas, mantendo a flexibilidade e facilitando as reações
enzimáticas que conduzem à maturação desse estrato. Se o teor de água do estrato
córneo cair abaixo de um nível crítico – ou seja, se a perda transepidérmica de água
(TEWL) aumentar –, a função enzimática necessária para a descamação normal
será prejudicada, levando à adesão dos corneócitos e ao acúmulo de corneócitos na
superfície cutânea, resultando em aparência de pele seca e flácida.

A retenção de água no estrato córneo depende de dois componentes principais:


i) os lipídios intercelulares ordenados para formar uma barreira contra a perda tran-
sepidérmica de água (TEWL) – conforme explicado –; e ii) a presença de agentes
higroscópicos naturais dentro dos corneócitos – coletivamente conhecidos como
fator de hidratação natural, ou Natural Moisturizing Factor (NMF). A capacidade
de retenção de água do estrato córneo é altamente dependente do fenótipo dos
corneócitos, de sua disposição espacial, da composição precisa e embalagem física
dos lipídios extracelulares, assim como da presença de compostos altamente hi-
groscópicos encontrados em grande parte nos corneócitos.

Cada passo de maturação que leva à formação de uma barreira eficaz contra a
umidade – incluindo o fortalecimento dos corneócitos, processamento de lipídios
e a geração de NMF – é influenciado pelo nível de hidratação do estrato córneo.

Os complexos mecanismos de hidratação da pele também são influenciados


por outros fatores intrínsecos ao estrato córneo. Descobriu-se que o glicerol, um
ingrediente cosmético amplamente conhecido, existe no estrato córneo como um
umectante natural endógeno. Igualmente, o hialuronano é encontrado na epiderme,
sendo importante para manter a estrutura do estrato córneo normal, bem como a
função da barreira epidérmica. Além desses fatores, a descoberta da proteína aqua-
porina-3 transportadora de água na epiderme viável e a presença de estruturas na
junção entre os estratos granuloso e córneo trouxeram novos conhecimentos sobre
os mecanismos de distribuição da água e a função barreira da pele.

Derme é a camada intermediária da pele, formada por tecido conjuntivo, cons-


tituída por um tecido rico em fibras, elásticas, colágenas e reticulares, dando sus-
tentação à epiderme (Figura 2). A derme é subdividida em duas camadas: a derme
papilar mais superficial; e derme reticular. Altamente vascularizadas, penetram nas
camadas profundas, além de terminações nervosas e anexos cutâneos, tais como
unhas e pelos.

A hidratação cutânea no nível da derme acontece da seguinte forma: a água do


tecido conjuntivo é, em sua maior parte, extracelular ligada às macromoléculas da
matriz intercelular, de modo que entre as macromoléculas estão os Glicosamino-
glicanas (GAG), nos quais o ácido hialurônico desempenha importante papel na
hidratação do tecido conjuntivo. A água fixa se adere aos GAG, que são compostas
por sulfato de queratina, sulfato de condrotina e ácido hialurônico, atraindo água.

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Epiderme

Colágeno
Fibroblasto
Derme
Elastina

Ácido hialurônico
Hipoderme Células de gordura

Figura 2 – Derme
Fonte: Adaptado de Getty Images

O fator de hidratação natural (NMF, em inglês) é um mecanismo dinâmico en-


volvido na hidratação cutânea, atuando em conjunto com lipídeos intercelulares
e bombas iônicas.

A água presente na epiderme não é suficiente para garantir a hidratação epidérmica,


pois é facilmente perdida ao meio caso mecanismos de retenção hídrica não estejam
presentes; assim, o fator de hidratação natural desempenha essa função em conjunto
com outras estruturas.

O NMF é composto por diversas moléculas de baixo peso molecular, higroscó-


picas, orgânicas ou não, que interagem entre si e retêm água, condicionando um
aspecto normal à pele. Os componentes do NMF estão demonstrados na tabela
a seguir:

Quadro 1
Componente %
Aminoácidos 40
Ácido Carboxílico Pirrolidona 12
Lactato 12
Ureia 7
Amônia, Ácido Úrico, Glucosamina, Creatinina e Citrato 1,5
Sódio 5
Potássio 4
Cálcio 1,5
Magnésio 1,5
Fosfato 0,5
Cloreto 6
Açúcar, Ácidos Orgânicos, Peptídeos e outras substâncias 8,5

As moléculas do NMF são produzidas nas etapas iniciais de maturação dos cor-
neócitos por meio da degradação da proteína profilagrina, principal componente
dos grânulos de querato-hialina de tipo F – rica em histidina. Na pele saudável, os
corneócitos possuem altas concentrações – até 10% de seu peso seco – de FHN.

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A profilagrina é uma proteína grande, insolúvel e altamente fosforilada, com-
posta por múltiplas unidades de filagrina ligadas por peptídeos conectores. A pro-
filagrina é expressa no estrato granuloso e fica retida em vesículas sem membrana
– grânulos de querato-hialina. O processo de formação do NMF a partir da decom-
posição da profilagrina está demonstrado a seguir:

Profilagrina (insolúvel)

Desfosforilação e proteólise parcial

Filagrina (solúvel)

1) Interação com queratina para evitar hidrólise prematura


2) Deiminação pela ação da deiminilpeptidase
3) Proteólise completa

Aminoácidos livres

Histidase
UCA
HISTIDINA
Ácido urocânico

PCA
GLUTAMINA
Ácido pirrolidono-carboxílico
Ciclização
não enzimática
Figura 3

Os depósitos das glândulas sebáceas e sudoríparas formam o manto hidrolipídi-


co no estrato córneo, o qual se une com o produto de decomposição dos querati-
nócitos, formando o fator de hidratação natural que, por sua vez, agirá na retenção
de água.

A hidratação da pele é fundamental para repor a camada natural de proteção da


pele. O funcionamento inadequado do NMF acarretará em maior perda hídrica e
a oxigenação dos tecidos será menor, ocasionando desidratação da superfície cutâ-
nea e, consequentemente, deixando a pele sem brilho, áspera, além de favorecer o
aparecimento de rugas.

Diversos fatores provocam alterações nas camadas da pele, por exemplo: climá-
ticos; exposição aos raios Ultravioleta (UV); aumento da sudorese; involução cutâ-
nea; patologias – dermatites, psoríase, ictiose, acne, entre outras –; queimaduras;
lesões; envelhecimento; substâncias químicas; ingestão reduzida de água; tabagis-
mo; etilismo; entre outros fatores.

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Queratina versus Colágeno versus Hidratação Cutânea


A queratina e o colágeno são proteínas produzidas em grandes quantidades na pele.

A queratina tem a função de impermeabilização da pele através do impedimento da


evaporação da água nas camadas mais superficiais, o que dificulta a desidratação da pele.

O colágeno, por outro lado, possui funções estruturais e elásticas e está presente
em grandes quantidades na derme. O colágeno fornece sustentação, união e forta-
lecimento dos tecidos adjacentes e, ainda, garante elasticidade à pele, quando asso-
ciado a fibras elásticas. Por sua vez, as fibras de colágeno necessitam de hidratação
adequada para desenvolver as suas funções corretamente.

A desidratação cutânea denominamos xerose, termo utilizado para designar pele


seca. Essa palavra vem do grego xero, que significa seco, e osis que corresponde a
doença. É causada pela falta de água na pele, podendo ser decorrente do envelhe-
cimento – xerose senil –, ou por doenças subjacentes, como diabetes. O resultado é
pele seca, áspera e tensa, que pode progredir tornando-se excessivamente áspe-
ra, até descamar ou descascar (Figura 4).

Figura 4 – Xerose cutânea


Fonte: Getty Images

Mecanismos de Hidratação
Além do fator de hidratação natural, existem outros meios de hidratação, de
acordo com o seu mecanismo de ação, podendo ser, entre outros, de:
• Oclusão: são produtos oclusivos os quais retardam a evaporação e perda de
água transepidermal através da formação de um filme graxo na superfície da
pele e no interstício entre os ceratinócitos superficiais. Exemplos de hidratantes
oclusivos são os óleos vegetais, minerais e as gorduras animais;

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• Umectação: são matérias-primas com propriedade higroscópica, ou seja,
capacidade de atrair água do ambiente. São exemplos de umectantes a
glicerina, o propilenoglicol, os lactatos, entre outros;
• Hidratação ativa: ocorre pelo uso de moléculas com ação higroscópica, que
constituem o fator natural de hidratação; estas substâncias penetram no estrato
córneo e retêm água, mantendo o conteúdo de água na pele;
• Emolientes: são substâncias destinadas a evitar ou amenizar o ressecamento
da pele; aparecem praticamente em todas as formulações, tais como cremes
emulsionados, entre outros; são exemplos os hidrocarbonetos oleosos, ácidos
carboxílicos graxos, ésteres de ácidos graxos e álcoois graxos sintéticos.
Explor

Uma pele desidratada diminui a permeação de princípios ativos dos cosméticos?

Ativos Hidratantes
Um hidratante efetivo contém um bom umectante, tal como o glicerol, para reter
água no estrato córneo, e emolientes lipídicos que selam a mistura e previnem a
retirada do umectante quando a pele entra em contato com a água. A hidratação
restaura a elasticidade do estrato córneo, tornando a pele mais firme e vibrante.
A pele parece melhor, mais saudável e rejuvenescida. Uma pele bem hidratada
tem melhor aproveitamento dos cosméticos ofertados; isso porque uma pele bem
hidratada promove menor coesão dos queratinócitos, facilitando a permeação dos
princípios ativos.

São exemplos de ativos hidratantes os seguintes:


• Glutamylamidoethylindole (e) Silanetrienol Trehalose Ether Glycerin
Biopeptídeo: derivado do ácido glutâmico associado ao silanetriol trealose,
dissacarídeo extraído de plantas do deserto. Atua diretamente nos queratinó-
citos, ativo que melhora a circulação de água através das células, reforçando
a reserva natural de água na epiderme e restaurando a hidratação, maciez e
elasticidade da pele; estimula a função barreira e renovação celular;
• Water (e) Potassium PCA (e) Opuntia Ficus Indica Stem Extract: comple-
xo fisiovegetal à base de sal de potássio do ácido L – pirrolidone carboxílico
(L-PCA) – e extrato aquoso dos talos de cacto mexicano. Ativo hidratante,
osmorregulador de curto e longo prazos, que melhora o fluxo hídrico intra e
extracelular, de acordo com três modos de ação complementares: estimulação
da penetração da água nas células – efeito osmótico –, estimulação da síntese
de Aquaporinas (AQP3) e reforço para a função barreira da pele;

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• Hydrolized Viola Tricolor Extract: estímulo de aquaporinas pelos bioativos


da violeta. Ativa a expressão da hidratação biológica por cinco estímulos, as-
sim como a expressão de proteínas celulares, estimulando o envelope córneo,
atuando na integridade tecidual e estimulando a diferenciação epidérmica;
• Sodium Hyaluronate: sal sódico de ácido hialurônico de baixo peso molecu-
lar, em forma de pó. Ativo que por conta de suas qualidades físicas e químicas
penetra facilmente na pele. Além de ser ativador de células dendríticas, estimu-
la atividade de macrófagos e monócitos;
• Aloe Vera AV 203 Aloe Barbadensis Leaf Extract (e) Glycine Soja Oil (e)
Tocopherol: permitido em produtos orgânicos e naturais. Extrato glicólico de
Aloe Vera a 5%. Com ação hidratante e calmante;
• Sal sódico do Ácido 2-Pirrolidona-5-Carboxílico (PCA): o PCA-Na fun-
ciona como um umectante ativo, retendo a água proveniente da derme e
epiderme viável no interior da camada córnea. O PCANa tem alta capacida-
de de retenção de água em condições de baixa umidade relativa, apresentan-
do melhor resultado do que a glicerina e o sorbitol;
• Ureia: diamida do ácido carbônico, ou simplesmente carbamida, está presente
no NMF; tem maior capacidade de retenção de água na camada córnea do que
a glicerina. A eficácia hidratante da ureia se deve ao seu poder higroscópico,
com alta capacidade de se ligar à água por inclusão nas estruturas cristalinas
da camada córnea. A queratina se liga mais à água na presença de ureia do
que na sua ausência;
• Trehalose: acredita-se que a Trehalose possa atuar como hidratante por um
mecanismo conhecido como vitrificação, ou seja, as moléculas de açúcar in-
teragem com sistemas hidrobióticos, formando cristais amorfos, impedindo,
desta forma, a ruptura e desnaturação de bioestruturas;
• Aquaporinas: são compostas de canais formados por proteínas que atra-
vessam a membrana celular e permitem a entrada e saída de água, sendo o
principal sistema de irrigação dos tecidos do corpo humano. Atualmente são
conhecidas treze aquaporinas, as quais são divididas em duas subfamílias; são
seletivamente canais de transporte de água e aquagliceroporinas, transpor-
tando também componentes de baixo peso molecular, tal como glicerol; é de
suma importância à hidratação da pele;
• Ácido hialurônico: extraído da crista do galo, ou sintetizado em laboratório,
sendo também encontrado como hialuronato de sódio; tem capacidade de
reter água sob a pele;
• Ácido pirrilidona carboxílico (PCaNa): agente biomimético de hidratação,
pois é componente do fator natural de hidratação (NMF); altamente higroscó-
pico, fornecendo maciez e elasticidade à pele;
• Manteigas: todas as manteigas hidratam por formar um ilme protetor sobre a
pele, impedindo a evaporação da água; as mais utilizadas são as de cupuaçu,
karitê, manga, oliva, cacau e macadâmia;

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• Óleos: formam um filme protetor; os mais utilizados em cosméticos são de ma-
racujá, oliva, uva, abacate, gergelim, algodão, amêndoas, copaíba, germe de
trigo, girassol, castanha-do-pará e rosa mosqueta;
• Lactato de amônio: sal orgânico utilizado em cosméticos para hidratar, pois
retém água na superfície da pele, por ter propriedades higroscópicas;
• Lactato de sódio: elemento presente no fator NMF, retendo água na superfí-
cie da pele;
• Pentaglican – complexo glicosamino glicano: hidrófilo, fornece água e sais
ao tecido conjuntivo.

Oxidação versus Radicais Livres


Os radicais livres são átomos ou moléculas com elétrons não pareados, ou
seja, falta em sua estrutura química um elétron. Por esse motivo, os radicais livres
atacam outras moléculas para “roubar” elétrons e, assim, tornarem-se estáveis.
Essas moléculas atacadas se tornam radicais livres que tentarão o mesmo com
outras moléculas, estabelecendo uma reação em cadeia, que pode causar vários
danos ao organismo, até o ponto em que a célula morrerá – essa reação em ca-
deia é chamada de estresse oxidativo (Figura 5).

Os radicais livres podem originar-se por reações de defesa do próprio corpo,


denominadas fatores endógenos, tais como processos de cicatrização, inflamató-
rios, de geração de energia (ATP). Podem também originar-se por fatores externos,
denominados exógenos, tais como poluição, estresse, tabagismo, etilismo, dieta
hipercalórica, radiação solar, presença de vírus ou bactérias, entre outros fatores.
Com a idade, isso tende a acontecer muito frequentemente, em um número cada
vez maior de células, por efeito de acumulação que envolve também alterações e
perda das funções biológicas de proteínas, tais como o colágeno e as proteoglica-
nas, resultando no aumento da flacidez da pele.

Quando um radical livre reage com uma molécula normal, imediatamente dispara
uma reação em cadeia, formando um número sem fim de radicais livres, que termina
somente quando a extremidade do radical livre que contém o elétron desemparelha-
do forma a ligação covalente com o elétron desemparelhado de outro radical livre.

Assim, se os radicais primários produzidos não forem desativados imediatamen-


te por enzimas ou moléculas antioxidantes, provocarão danos nas macromoléculas
biológicas, podendo afetar inúmeras moléculas biológicas, incluindo as organelas e
os componentes celulares. Destacam-se as proteínas, os ácidos nucleicos, as mo-
léculas componentes do citosol, os lipídios da membrana celular, carboidratos e
as vitaminas presentes nos alimentos; entre os componentes do meio extracelular
tecidual, que são facilmente vítimas dos radicais livres, destacam-se o colágeno e
ácido hialurônico.

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Célula normal Radicais livres Célula com


atacam a célula stress oxidativo
Figura 5 – Estresse oxidativo
Fonte: Adaptado de Getty Images

Os antioxidantes possuem funções benéficas ao organismo para a proteção con-


tra os radicais livres, sendo a sua função primária o fornecimento de elétrons no
intuito de reduzir a velocidade de iniciação e/ou propagação dos processos oxidati-
vos, minimizando esse dano às moléculas e estruturas celulares.

Ativos Antioxidantes
Para discorrer sobre antioxidantes, precisamos entender o que são radicais li-
vres: tratam-se de moléculas instáveis pelo fato de os seus átomos terem um nú-
mero ímpar de elétrons (Figura 6). Para atingir a sua estabilidade, tais moléculas
reagem com o que encontram pela frente para “roubar” de outra célula o elétron
faltante, gerando uma reação em cadeia, afinal, ao retirar o elétron de uma célula
estável, desestabiliza esta célula, que se tornará outro radical livre e assim sucessi-
vamente. O corpo produz antioxidantes para combater tais radicais livres, mas há
um problema quando ocorre um desequilíbrio entre as produções de antioxidantes
e de radicais livres: o aumento da quantidade de radicais livres no organismo.

Antioxidante
Elétron

Radicais livres

Célula

Figura 6 – Antioxidante
Fonte: Adaptado de Getty Images

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Existem vários fatores que podem levar à formação de radicais livres, tais como
poluição, radiação ultravioleta, fumaça, estresse, alimentação inadequada, poucas
horas diárias de sono etc. Entre as muitas teorias que tentam explicar o mecanismo
de envelhecimento, uma das mais aceitas é a dos radicais livres, estes considerados
alguns dos principais aceleradores do envelhecimento, gerando rugas, flacidez, per-
da da vitalidade cutânea etc.

Ativos Antioxidantes
Os ativos antioxidantes, chamados também de Antirradicais Livres (ARL), são
substâncias capazes de neutralizar um radical livre, doando o elétron que precisam.
São exemplos de ativos antioxidantes:

• Coenzima Q10: capta os radicais livres e é estimulante do sistema imunológi-


co. Em cosméticos, é empregada na forma de lipossoma;

• Extrato de green tea: o extrato de chá verde, além de ser um antioxidante, atua
como anti-inflamatório e protege a pele contra a ação carcinogênica do UVB;

• Ginkgo biloba: antioxidante obtido da folha da planta Ginkgo biloba; atua no


sistema circulatório, metabolismo celular e previne o envelhecimento;

• Extrato de semente de uva: atua como antioxidante natural e protege a pele


das ações da radiação Ultravioleta (UV);

• Idebenona: derivada da coenzima Q10, tem peso molecular baixo e consegue


penetrar até a derme, onde desenvolve a sua ação antioxidante, neutralizando
radicais livres. Além da sua ação antioxidante, age também como despigmen-
tante, representando 11% da camada córnea;

• Vitamina C – ácido ascórbico: poderoso antioxidante; age na síntese do co-


lágeno, renovação celular e, ainda, na uniformização do tom da pele;

• Vitamina E: antioxidante com efeito anti-inflamatório e emoliente; estudos


apontam que a combinação das vitaminas C e E em uma mesma fórmula au-
menta consideravelmente a eficácia;

• Retinol: derivado da vitamina A, age na formação do colágeno e renovação celular;

• Ácido elágico: extraído da romã, é uma das últimas descobertas e apostas da


Ciência no combate aos radicais livres;

• Ácido ferúlico: além da poderosa ação antioxidante, aumenta a produção de


enzimas protetoras das células;

• Ácido alfalipoico: antioxidante com ação anti-inflamatória, regenerativa e


protetora dos raios UV, além de prolongar a ação das vitaminas C e E.

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UNIDADE Hidratação, Nutrição, Antioxidação e Anti-aging

Importante! Importante!

As peles sensíveis e reativas podem apresentar irritação e sensibilidade ao uso da vitami-


na C. A pele não deve apresentar-se hiperêmica e com sensação de ardor.

Nutrição
A nutrição da pele ocorre, preferencialmente, no nível da derme, podendo se
manifestar também em níveis da camada basal, uma vez que a alimentação celular
se faz na célula viva. Os nutrientes podem ser carreados pelo epitélio através de
bases veiculares contendo óleos naturais ou óleos modificados, que podem estar
associados a vitaminas e oligoelementos de forma natural, lipossomados, nanosfe-
ras sob a forma de silanóis.

Podemos afirmar que para estar nutrida, a pele precisa estar hidratada – levando
em consideração que quando há comprometimento da derme, os ceratinócitos têm
a sua nutrição reduzida, gerando um NMF deficiente no processo de diferencia-
ção celular. A cosmetologia atua no sentido de melhorar o NMF, tanto qualitativa
quanto quantitativamente, procurando agentes de nutrição e hidratação capazes de
aumentar a concentração desses nutrientes.

A nutrição atua de maneira indireta na hidratação. Os nutrientes agem na célula


viva do tecido conjuntivo ou da camada basal. Posteriormente, por decomposição,
os nutrientes geram um NMF com concentração elevada, em virtude da melhora na
qualidade das células. Para nutrir a pele, são utilizadas vitaminas – lipossolúveis ou
hidrossolúveis – e sais minerais – macroelementos ou oligoelementos. Os veículos
vetoriais – nanoesferas e silanóis são empregados com o objetivo de melhorar a
nutrição do tecido conjuntivo, onde se localizam os fibroblastos, que dão origem ao
colágeno, à elastina e reticulina, que além de dar elasticidade e sustentação à pele,
têm alto poder de retenção hídrica.

São utilizados vários nutrientes para manter o bom funcionamento do metabolis-


mo celular, conhecidos como vitaminas, proteínas e sais minerais, com a finalidade
de restaurar e manter as funções da pele.

As vitaminas são substâncias catalizadoras, com atividade antioxidante, descon-


gestionante, regeneradora, vasomotora, umectante, entre outras.

Os sais minerais regulam e mantêm o equilíbrio hídrico da membrana celular e


a permeabilidade dos capilares.

Os oligoelementos mantêm e regeneram a MEC e as suas estruturas celulares,


melhorando a hidratação e agindo como antioxidantes.

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O trifosfato de adenosina (ATP), recentemente utilizado na cosmetologia, promo-
ve a recuperação da vitalidade celular.

Existem alguns ativos, tais como colágeno, ceramidas, tocofenol – vitamina E –,


ácido ascórbico – vitamina C –, caviar, entre outros, que favorecem a luminosidade,
maciez e elasticidade da pele.

A nutrição é indicada para todos os tipos de pele, principalmente após os trinta


anos de idade, na menopausa precoce, em razão da retirada de ovários e no enve-
lhecimento cronológico ou induzido.

Vitaminas
As vitaminas são fundamentais para a fisiologia celular, pois medeiam várias
reações enzimáticas. Possuem ação regenerativa, antioxidante e hidratante:
• Vitamina E: antioxidante natural que protege as membranas celulares;
• Vitamina C: conhecida também como ácido ascórbico, neutraliza os radicais
livres, ajuda a conservar a vitamina E, estimula a produção de colágeno e, de-
pendendo da sua concentração, pode clarear a pele;
• Complexo B: as vitaminas desse complexo são fundamentais para o metabo-
lismo celular. É um grupo extenso e abrangente que compreende:
» Vitamina B3 – nicotinamida: realiza a síntese de coenzimas. É utilizada
no tratamento de acne; regula a produção de lipídios e apresenta ativida-
de clareadora;
» Vitamina B1 – cloridrato de tiamina: essencial ao metabolismo de carboidratos;
» Vitamina B2 – riboflavina: atua na regulação das reações da respiração ce-
lular e de fosforilação oxidativa, ambas envolvidas no metabolismo energético;
» Vitamina B6 – piridoxina: envolvida no metabolismo dos aminoácidos, gli-
cídios e lipídios, sendo importante também na formação da hemoglobina;
» Vitamina B12 – cianocobalamina: participa da síntese de nucleotídios;
» Vitamina B5 – pantenol: auxilia nos processos de regeneração epidérmica
e cicatrização.

Minerais
Os minerais têm papel de destaque, pois fazem parte da composição da estrutu-
ra do organismo – reações químicas –; são responsáveis pelo equilíbrio do organis-
mo e participam do crescimento. Os minerais classificam-se em:
• Macrominerais: cálcio, cloro, enxofre, fósforo, magnésio, potássio e sódio;
• Microminerais: boro, cobalto, cromo, estrôncio, ferro, germânio, lítio, manga-
nês, molibdênio, delênio, silício, vanádio, zinco.

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UNIDADE Hidratação, Nutrição, Antioxidação e Anti-aging

Oligoelementos
Utilizados de forma cosmetológica, os oligoelementos podem ser chamados de
catalizadores, ou seja, possuem a capacidade de potencializar o efeito de quais-
quer outros princípios ativos que estiverem presentes em sua formulação sem que
qualquer substância seja modificada.

Com base em diversos estudos e experiências, observou-se que a diminuição do


seu teor leva à desidratação e ao envelhecimento precoce da pele. Entre os oligoe-
lementos utilizados com eficácia já comprovada temos o:
• Sódio que, em equilíbrio com o potássio, mantém a hidratação da pele e a
harmonia das células cutâneas;
• Cálcio que, em combinação com o magnésio, intervém na síntese do colágeno
e da elastina, garantindo resistência e firmeza à pele;
• Zinco e alumínio, que possuem papel importante na cicatrização;
• Silício, que participa na reconstituição dos tecidos;
• Selênio, que trabalha inibindo a oxidação das células;
• Manganês que, em combinação com o cobre, funciona como dessensibilizante
e tonificante da pele;
• Lítio, que contribui no metabolismo da água;
• Ferro, que produz energia e oxigênio para as células;
• Cobre que, em parceria com o enxofre, inibe e controla as manifestações infecciosas.

Anti-Aging
Anti-aging retarda o envelhecimento e promove qualidade de vida aos pacien-
tes, muitos dos quais reclamam de dores e doenças que podem ser facilmente
solucionadas com os tratamentos indicados por um profissional qualificado da
saúde. Imagine você poder oferecer ao seu paciente um tratamento que propor-
cione o emagrecimento saudável, a modulação hormonal, ambos associados a
procedimentos estéticos – os resultados são incríveis.
Os suplementos anti-aging têm se destacado, então conhecidos pelo seu efeito
“antienvelhecimento”, levando muitas pessoas a reconsiderarem o seu uso, pois
esses produtos podem contribuir contra os efeitos do tempo, reduzindo ou preve-
nindo rugas e sinais da idade.

O termo anti-age vem sendo substituído por anti-aging, age-perfect, slow-age


e age-intelligence, a fim de mudar a forma como se entende a beleza e se encara
o envelhecimento – que não deve ser incluído como uma patologia a se combater.
Nesse sentido, contamos com:

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• Retinoides: ajudam a remover as células mortas da pele;
• Ácidos alfa-hidroxi: removem células mortas e danificadas, reduzem linhas
finas, manchas de idade, cicatrizes de acne;
• Ácido hialurônico: ajuda na recuperação e regeneração da pele afetada pela
secura, estresse ambiental ou irritação;
• Antioxidantes: neutralizam os efeitos de danos causados por raios UV e
outros irritantes ambientais;
• Peptídeos: pequenas proteínas que não apenas atuam como antioxidante,
mas também estimulam a produção de colágeno e elastina;
• Ceramidas: ajudam a pele a se recuperar dos danos causados pelo Sol, a
secura e irritação;
• Ingredientes de reparo de DNA: compostos derivados de fontes de plantas
foram encontrados para restaurar o DNA danificado por radicais livres, aju-
dar a amenizar o dano solar e estimular a síntese de colágeno, assim como a
perda de elastina e colágeno.

Protocolo de Nutrição Facial


• Higienização:
» Limpar a pele com leite, sabonete, creme ou emulsão de limpeza facial;
» Espalhar o produto em toda a face, pescoço e colo;
» Retirar com algodão umedecido.

• Esfoliação física:
» Usar esfoliante facial com óxido de alumínio, ou sementes de frutas, ou sílica;
» Espalhar o produto com movimentos circulares durante mais ou menos
dois minutos;
» Remover completamente os grânulos;
» Aplicar Light Emitting Diode (LED) azul por cinco minutos em cada hemiface.

• Esfoliação química:
» Utilizar um Alfa Hidroxi Ácido (AHA);
» Retirar completamente o ácido com algodão embebido em água.

• Solução ioninzável nutritiva: espalhar sobre a pele com pinçamentos, se


você possuir o ionizador, poderá usá-lo seguindo orientação do fabricante de
cosmético quanto à polaridade do produto – lembre-se que na ionização usa-
-se o eletrodo como polo ativo igual à polaridade do produto. Se não possuir
o equipamento, realizar tamborilamento por aproximadamente cinco minutos;

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21
UNIDADE Hidratação, Nutrição, Antioxidação e Anti-aging

• Massagem facial:
»» Escolher um creme de massagem – preferencialmente que contenha ativos
hidratantes e antioxidantes –, com boa espalhabilidade, bom deslize e com
princípios ativos nutritivos para executar as manobras da massofilaxia facial;
»» Massagear a pele por aproximadamente quinze minutos.

• Máscara:
»» Você poderá escolher entre uma máscara oclusiva – hidroplástica ou peel-off
– ou uma cremosa, ou ainda argilosa. O importante é que tenha ativos que
complementem a nutrição da pele;
»» Deixar na face conforme a indicação presente no produto;
»» Retirar a máscara completamente e finalizar com uma ampola ou com um
creme nutritivo e filtro solar.

Protocolo Hidratação/Revitalização com Microdermoabrasão


• Aplicar higienizante em toda a face, pescoço e colo;
• Remover bem todo o excesso de higienizante com algodão embebido em água;
• Aplicar o tônico com auxílio de dois algodões – um em cada mão;
• Secar bem a pele;
• Realizar microdermoabrasão com peeling de diamante – pressão negativa
(100 mmHg) –, em movimentos lineares, dando suporte à pele e não exercer
pressão da caneta com a pele;
• Iniciar pela testa, fazendo os seguintes movimentos: uma passada na vertical,
horizontal e transversal de cada área por toda a face, incluindo pescoço e colo
– podendo chegar até três passadas em cada sentido nas peles mais resistentes
e espessas;
• Cuidado com a região inferior dos olhos – fazer movimentos mais no canto
externo do olho;
• Aplicar uma loção tônica-hidrante/nutritiva com o auxílio de pipeta e de
dedilhamentos;
• Realizar uma massagem com creme/sérum hidratante ou nutritivo;
• Aplicar a máscara conforme instruções do fabricante, deixando-a agir por
vinte minutos;
• Realizar massagem com creme hidratante nas mãos do cliente enquanto aguar-
da o tempo da máscara;
• Retirar a máscara com algodão úmido;
• Secar bem a pele;
• Aplicar um fluido finalizador e FPS.

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Protocolo Antioxidante
• Higienizar a face, o pescoço e colo com sabonete facial;
• Retirar o sabonete;
• Aplicar peeling ultrassônico com pele úmida – modo pulsado (50%; espátula
posicionada a 45°; durante a aplicação, borrifar água constantemente);
• Aplicar fluido de vitamina C com tamborilamento por 10 minutos;
• Aplicar máscara facial – vitamina C, polifenóis e vitamina E. Após quinze
minutos, retirar;
• Aplicar sérum de vitamina C e finalizar com FPS.

Protocolo Anti-Aging
• Higienizar a face com espuma de limpeza;
• Retirar a espuma de limpeza;
• Aplicar LED azul – por cinco minutos em cada hemiface;
• Aplicar sabonete glicoativo – deixar agir por cinco minutos e retirar;
• Aplicar fluido de vitamina C;
• Aplicar Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation (Laser)
vermelho – 2J/cm², de forma pontual por toda a face e o pescoço;
• Realizar uma massagem revitalizante – com movimentos ascendentes com
creme de massagem à base de vitamina C e ácido hialurônico (o creme não
deve ser retirado);
• Aplicar Laser infravermelho – 2J/cm², de forma pontual por toda face
e pescoço;
• Aplicar LED âmbar – por cinco minutos em cada hemiface;
• Aplicar máscara tensora, deixando agir por quinze minutos;
• Retirar a máscara;
• Aplicar sérum de DMAE e finalizar com FPS.

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UNIDADE Hidratação, Nutrição, Antioxidação e Anti-aging

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Barreira Cutânea na Dermatite Atópica
ADDOR, F. A.; AOKI, V. Barreira Cutânea na Dermatite Atópica. v. 85. Rio de Janeiro:
[s.n.], 2010.

Antioxidantes na Manutenção do Equilíbrio Redox Cutâneo: Uso e Avaliação de sua Eficácia


GUARATINI, T.; MEDEIROS, M. H. G.; COLEPICOLO, P. Antioxidantes na manutenção do
equilíbrio redox cutâneo: uso e avaliação de sua eficácia. Quím. Nova, v. 30, n. 1, p. 206-213, 2007.

Restauração e Rejuvenescimento da Pele


OBAGI, Z. E. Restauração e Rejuvenescimento da pele. [S.l.]: Revinter, 2004.

Cosmetologia Aplicada a Dermoestética


RIBEIRO, C. Cosmetologia Aplicada a Dermoestética. 2. ed. São Paulo: Pharmabooks, 2010.

Fisiología Molecular de Las Aquaporinas


SALAZAR, L. R. M.; TORRES, C. P. Fisiología molecular de las aquaporinas.
v. 57, n. 1, 2009.

24
Referências
ANTUNES, D.; SOUZA, V. M. Ativos dermatológicos dermocosméticos e nu-
tracêuticos. 9 v. [S.l.]: Daniel Antunes Júnior, [20--?].

BORGES, F. S. Dermatofuncional – modalidades terapêuticas nas disfunções es-


téticas. [S.l.]: Phorte, [20--?].

CUCÉ, L. C.; FESTA NETO, C. Manual de dermatologia. [S.l.]: Atheneu, 2001.

FONSECA, A.; PRISTA, L. N. Manual de terapêutica dermatológica e cosme-


tológica. [S.l.]: Roca, 2000.

GOLDBERG, D. J. Rejuvenescimento facial. [S.l.]: Guanabara Koogan, 2007.

HARRIS, M. I. Pele: do nascimento à maturidade. [S.l.]: Senac, [20--?].

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica. 10. ed. [S.l.]: Guanabara


Koogan, 2004.

YAMAGUCHI, C. Procedimentos estéticos minimamente invasivos – conduta


baseada em exp. clínica e visão estética atual. [S.l.]: Santos; Grupo GEN, 2010.

25
25
Estética Facial
Material Teórico
Limpeza de Pele

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Paula de França Carmo da Silva

Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Limpeza de Pele

• Limpeza de Pele.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Avaliar biotipo e estado cutâneo;
• Selecionar cosméticos adequados para cada pele;
• Realizar limpeza de pele de modo seguro e eficaz;
• Indicar cosméticos para home care;
• Orientar sobre uso de fotoprotetor.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Limpeza de Pele

Limpeza de Pele
A limpeza de pele é o procedimento de higienização no qual se objetiva a remoção
da oleosidade e das sujidades (superficiais e profundas), além da retirada de conteúdos
cutâneos que obstruem os óstios (poros) e levam a afecções inestéticas como: come-
dões, pápulas e pústulas.

A poluição e resíduos de células mortas na superfície da pele (queratinócitos) é no-


tória em qualquer biotipo cutâneo. As peles mistas e oleosas que apresentam óstios
mais dilatados e possuem maior produção sebácea têm esse aspecto mais aparente
e, por isso, necessitam de maior frequência no procedimento de limpeza de pele.

A limpeza de pele se faz necessária em qualquer biotipo cutâneo, o que se dife-


rencia é a frequência de execução do procedimento, a forma de extração, o tipo de
cosmético utilizado e o tempo de permanência na emoliência. Deve ser realizada
por um profissional que higieniza a pele profundamente e a prepara para outros
procedimentos estéticos.

O procedimento é constituído pela aplicação de cosméticos que são utilizados em


uma sequência lógica e específica, objetivando a remoção de células mortas, oleosi-
dade e resíduos que obstruem os canais foliculares e geram os comedões (Figura 1
- popularmente chamados de cravos); pápulas (Figura 2 - espinhas vermelhas); pús-
tulas (Figura 3 - espinha com pontos brancos) e miliuns (Figura 4 - encapsulamento
do sebo dentro do folículo, gerando uma bolsa consistente, esbranquiçada e saliente
em relação à pele).

Figura 1 – Comedões abertos Figura 2 – Pápulas


Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

Figura 3 – Pústula Figura 4 – Miliun


Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

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Para o sucesso do protocolo, procuramos proporcionar o mínimo de desconforto
possível, evitando ao máximo que o cliente sinta dor durante a extração, bem como
evitar hiperemia excessiva, sangramento e hipersensibilidade tecidual. Para tanto, a
habilidade e o treino profissional são importantes, mas as particularidades de cada
pele constituem um desafio para o profissional, mesmo os mais experientes.

A limpeza de pele tem como objetivo extrair conteúdo sebáceo e sujidades do


interior dos óstios, mas para se chegar a esta etapa, outras se fazem necessárias e
importantes para o sucesso do procedimento.

As sujidades, que estão no interior do óstio ou do folículo pilo sebáceo, bloqueiam


ou diminuem o aproveitamento dos princípios ativos fornecidos pelos cosméticos.
Excesso de oleosidade, maquiagem, resquícios de poluição, suor, filtro solar, células
mortas são partes do que consideramos sujidades.

Os cosméticos de limpeza facial removem apenas as sujidades superficiais do dia a


dia, enquanto os esfoliantes removem os queratinócitos, células mortas que se encon-
tram na superfície da pele e que devem se renovar pelo turn over celular (renovação
celular fisiológica).

Tanto a limpeza superficial como a esfoliação (que pode ser química, física ou
enzimática) facilitam o processo de extração (retirada de sujidades do interior dos
óstios), mas na limpeza de pele um outro passo fundamental é a emoliência, que é
realizada com cosméticos emolientes e aplicação de calor úmido (vapor de ozônio),
calor seco ou máscara térmica. Essa etapa segue para auxiliar a dilatação dos óstios
e amolecimento dos resíduos foliculares, facilitando sua saída e tornando o procedi-
mento minimamente agressivo para a cútis.

Você Sabia? Importante!

O princípio ativo cosmético mais utilizado para emoliência é a Trietanolamina. Excelente


princípio ativo para emoliência, porém as peles sensíveis não a toleram.

Após a emoliência, inicia-se a extração dos comedões, pústula e miliuns (pápulas


não devem ser retiradas) seguida pela aplicação de alta frequência e/ou LED azul,
Laser vermelho. Em seguida, aplica-se uma máscara facial cosmética e finaliza-se
com a aplicação de fotoprotetor.

Antes de iniciar a limpeza de pele, é fundamental o preenchimento da ficha de


anamnese (entrevista inicial que coleta dados pessoais, dados de saúde, cosméticos
que utiliza, histórico de cirurgias, entre outros dados). Ao finalizar a ficha de anamne-
se, inicia-se a avaliação facial.

Na avaliação facial, identificaremos o biotipo cutâneo (alípico, lipídico ou mis-


to), o estado cutâneo (hidratado, desidratado (xerose cutânea), sensível, acneico),
observa-se se há presença de lesões elementares que precisem de avaliação e/ou
cuidados médicos (neste caso, você esteticista é responsável pelo encaminhamento
deste cliente ao médico). Analisará ainda a presença de comedões, pápulas, pústu-
las, nódulos, cistos, discromias, telangiectasias, entre outros.

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UNIDADE Limpeza de Pele

Importante! Importante!

A presença de cistos e/ou nódulos decorrentes de acne graus III e IV é um indicativo de


que o cliente necessita de cuidados médicos. Nesses casos, não realizaremos a limpeza
de pele sem prévia autorização médica.

Indicações de Limpeza de Pele


• Preparo cutâneo para aplicação cosmética sobre a pele;
• Preparo cutâneo para tratamentos eletrotermofototerapêuticos estéticos;
• Controle da oleosidade e remoção de sujidades;
• Tratamento coadjuvante para acne;
• Remoção de comedões e pústulas;
• Higienização profunda da pele.

Contraindicações para Limpeza de Pele


A limpeza de pele é um procedimento extremamente seguro, quando bem exe-
cutado, porém, como todo e qualquer procedimento estético, tem suas contraindi-
cações relativas. São elas:
• Gestantes e lactantes: as gestantes sempre devem ter autorização de seu obs-
tetra para realização de qualquer procedimento estético. A utilização de alta
frequência em gestantes tem suas ressalvas. Alguns produtos cosméticos com
emoliente, a base de trietanolamina, e peelings químicos são contraindicados.
As lactantes têm como contraindicações alguns cosméticos, mas, diferente das
gestantes, nelas pode ser utilizada a alta frequência;

Gravidez e lactação trazem uma particularidade que é a probabilidade de hiperpig-


mentação pós-inflamatória (devido a alteração hormonal, o melanócito fica mais
ativo), portanto, cuidado na extração. As lesões podem trazer hiperpigmentações
pós-inflamatórias que conferem um aspecto inestético à pele.

• Acne grau III e IV podem apresentar quadro inflamatório intenso e/ou infec-
cioso, necessitando de tratamento médico. Devemos atuar nesses graus diante
da autorização do médico responsável;
• Infecções de modo geral;
• Hipersensibilidade e alergias (contraindicação relativa);
• Lesões elementares desconhecidas e não diagnosticadas;
• Feridas abertas na área que receberá a limpeza de pele.

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Avaliação Pré Limpeza de Pele
Embora a limpeza de pele siga um passo a passo, não temos receita de bolo que
seja seguida em todos os casos. Para isso, se faz necessária uma avaliação da pele e
das particularidades de cada caso.

Além da coleta de dados individual de cada paciente (anamnese), devemos reali-


zar uma inspeção da pele observando biotipo cutâneo, estado cutâneo (hidratação,
sensibilidade, discromias, envelhecimento, lesões elementares, entre outros).

Tabela 1 – Modelo de Ficha de Anamnese Facial


FICHA DE ANAMNESE FACIAL
Dados pessoais
Nome: _____________________________________________
Endereço:__________________________________________
Bairro: ________________________ E-mail:_______________
Data de Nascimento: ____/____/___Telefone(s): ________________
Dados específicos, clínicos, hábitos e episódios orgânicos
Objetivo pretendido com esta limpeza de pele: _____________________
Já fez este tratamento antes? ( )Sim ( )Não
Tem preferências?
_______________________________________________
Utiliza cosméticos de manutenção? Qual(is)?
_______________________________________________
Tratamento médico atual? ( )Sim ( )Não
Medicamentos:______________________________________
É portador(a) de: ( ) epilepsia ( ) diabetes ( ) neoplasias ( ) trombose ( ) marca passo
ou problemas cardiácos ( ) hipotensão arterial ( ) hipertensão arterial.
Está fazendo ou fez recentemente algum procedimento médico estético como
Implante, Preenchimento, Cirurgia Facial, Ácidos, Botox ou outros?
Especifique tipo e período de aplicação: ________________________
Tem reações alérgicas a cosméticos ou qualquer produto de seu conhecimento:
_______________________________________________
Regularidade e qualidade alimentar: __________________________
Ingestão diária de água: ( ) menos de 1 litro ( ) 1 litro ( ) mais de 1 litro.
Suspeita de gestação? ( ) Sim ( ) Não.
Data da última menstruação (DUM): ____________________

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11
UNIDADE Limpeza de Pele

Tabela 2 – Modelo ficha de avaliação facial (esta análise deve ser feita com lupa: Figura 5)
• Manchas pigmentares relacionadas à melanina: Acromia, Cloasma, Efélides,
Hipercromia, Hipocromia.
• Manchas por alterações vasculares: Angioma, Cianose, Eritema, Hematoma,
Petéquias, Teleangectasias.
• Formações sólidas: Ceratose, Nódulos, Pápulas, Verrugas, Comedão, Milium.
• Necrose formações com conteúdo líquido: Bolha, Pústula, Vesícula.
• Lesões de pele: Crosta, Descamação, Escara, Escoriação, Fissura, Fístula, Ulceração.
• Sequelas: Atrofia, Cicatriz, Pelos Hipertricose, Hirsutismo, Alterações da Queratini-
zação, Eczema, Hiperqueratose, Psoríase.
• Classificação do tipo cutâneo
• Quanto à hidratação: Desidratada, Normal.
• Quanto ao grau de oleosidade: Alípica, Lipídica, Normal, Seborreica.
• Quanto à espessura: Espessa, Fina, Muito Fina.

Figura 5 – Análise de Pele com Lupa


Fonte: Getty Images

Após a avaliação, é possível a escolha dos cosméticos mais adequados para aquela
pele (princípios ativos e veículos, tipo mais adequado à pele no momento da limpeza
de pele).

Preparo para o Ambiente de Trabalho


O ambiente de trabalho deve estar organizado e pronto antes de iniciar o proce-
dimento. O carrinho auxiliar já deve estar com todos os consumíveis descartáveis
(algodão, touca, máscara, gaze, cotonete, agulha 0,30 x 13mm). Deve ser organizado
de modo que fique fácil a visualização e o acesso.

O ambiente precisa ser bem iluminado e, se necessário, com um foco de luz, que
geralmente vem acoplado à lupa e pode ser de pala ou tripé.

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Os equipamentos como alta frequência, laser e LED, máscara térmica, vapor
de ozônio, peeling ultrassônico, peeling de cristal e de diamante também já devem
estar disponíveis para a utilização, além de estarem encapados com filme osmótico
(seguindo os preceitos de biossegurança).

Os algodões devem ser disponibilizados secos e úmidos (objetivos diferentes).


Espátulas de plástico ou descartáveis também devem estar disponíveis para a reti-
rada dos cosméticos de seus respectivos frascos.

Importante! Importante!

Ao manipular os cosméticos, jamais coloque as mãos ou dedos dentro dos frascos, esse
contato pode contaminá-los.

Lenços de papel também devem estar disponíveis para o momento da extração


ou ainda para secar a pele.

Em relação ao preparo do paciente/cliente, ele deve estar acomodado na maca


previamente preparada (forrada com lençol de algodão, coberto com lençol
descartável, que pode ser de TNT ou de papel), os membros inferiores devem estar
posicionados em semiflexão de joelhos (apoiados em um coxim para estabilização
da coluna lombar).

Deve-se retirar brincos, piercings (que estejam na face) e colares/correntes. O clien-


te/paciente pode estar com o colo nu (coberto com uma toalha de rosto), com a roupa
protegida com um babador de TNT, papel ou toalha de rosto. Os cabelos devem estar
protegidos com touca descartável e faixa.

O profissional deve estar com jaleco de mangas longas, toucas e máscara. As unhas
devem estar curtas e bem lixadas para que não machuque o cliente, principalmente
durante a extração.

As luvas devem ser usadas do início ao fim do procedimento, dando preferência


às luvas de vinil ou vinílicas, estas são mais confortáveis tanto para o cliente quanto
para a sensibilidade tátil do profissional e o potencial alergênico é muito menor.

As bandejas de apoio devem ser descartáveis ou de inox (para que possam ser
esterilizadas). Todo material que tenha sido contaminado com fluidos corporais de
sangue e secreção purulenta, como exemplos, deve ser descartado em lixo especial
(infectante), respeitando as normas de biossegurança.

As agulhas utilizadas na extração de miliuns ou na drenagem de pústulas devem


ser descartadas em caixa de material perfuro cortante.

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UNIDADE Limpeza de Pele

Você Sabia? Importante!

Todo material contaminante deve ser descartado em lixo específico identificado e o ma-
terial perfuro cortante descartado em caixa específica para esse material, bem como
a coleta também não pode ser feita por coletores de lixo doméstico, visto que é uma
questão de biossegurança e uma exigência da Vigilância Sanitária.

Passo a Passo da Limpeza de Pele


Fundamentalmente, a limpeza de pele segue os seguintes passos:
• Higienização: é o primeiro passo da limpeza de pele. Caso o cliente/paciente
esteja usando maquiagem, antes de higienizar, deve-se usar cosmético dema-
quilante e em seguida remover as sujidades, como resíduos de poluição, cosmé-
ticos, protetor solar, maquiagem, suor e oleosidade excessiva.
A escolha do melhor produto de limpeza facial deve levar em consideração o bio-
tipo e o estado cutâneo. O pH da pele é cerca de 5,5, ou seja, um meio ácido pela
presença de ácidos graxos livres provenientes do sebo, suor, ácido lático e ami-
noácidos livres. Quanto maior o pH do produto cosmético utilizado na limpeza
facial, maior será a dilatação dos óstios. E quanto menor for o pH, menor será
essa dilatação.
Na prática, quanto maior o pH do produto, maior é a abertura dos poros e mais
profunda é a higienização da pele. No entanto, quanto menor for o pH do pro-
duto, menor a dilatação dos orifícios, o que pode dificultar a ação de limpeza,
mas será muito importante para controle da oleosidade e revitalização tecidual.
Os limpadores de pH fisiológico (igual ao da pele) são ideais para peles sensíveis
por respeitarem o pH e não promoverem seu desequilíbrio. Os limpadores de
pH neutro desequilibram suavemente, produzindo discreta abertura dos poros e
remoção controlada da oleosidade. Por fim, os limpadores de pH alcalino (acima
de 7), que desestabilizam a pele em proporções maiores que os demais produtos,
geram maior abertura dos poros e remoção profunda da oleosidade.
Os veículos dos higienizantes faciais são variados e a escolha também é influen-
ciada pelo tipo de pele. Sabonete e gel de limpeza são indicados para peles
oleosas por conterem maior poder adstringente. Os leites e emulsões de limpeza
devem ser utilizados em peles secas e sensíveis por conterem um teor oleoso
maior, deslizarem de forma suave e serem facilmente removidos, evitando abra-
são sobre a pele durante sua aplicação ou retirada, além de manterem a umec-
tação superficial.
Para as peles mistas, o sabonete líquido suave ou a loção de limpeza são indicados
por constituírem o meio-termo entre os higienizantes citados anteriormente. Os
higienizantes devem ser aplicados com a ponta dos dedos, espalhados em movi-
mentos circulares por toda face, pescoço e colo, retirado com algodão úmido com

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movimentos ascendentes. Espojas feitas com gaze e algodão também podem ser
utilizadas para retirada dos cosméticos. Estas também devem estar úmidas.
• Esfoliação: tem a função de reduzir a camada córnea da pele a fim de remover
as células mortas.
Pode ser realizada com um cosmético esfoliante, microdermoabrasão (peeling
de cristal ou peeling de diamante), com um peeling enzimático, com peeling
químico (queratolítico – geralmente sabonete com ácido glicólico, ácido salicílico
ou ambos) ou ainda com a associação de dois tipos de esfoliantes.
O esfoliante cosmético deve ser aplicado em toda região a ser esfoliada com a
região interdigital, polpa dos dedos, em movimentos circulares (Figura 6). O po-
tencial de esfoliação depende da pressão exercida sobre a pele, veículo (quanto
mais oleoso, menor o poder de abrasão), tamanho das esferas (quanto menor as
esferas, maior o poder de abrasão. Quanto maior as esferas, menor o poder de
abrasão) e quantidade de esferas (quanto maior a quantidade de esferas, maior
o poder abrasivo).
Peles maduras, sensíveis e alípicas devem usar esfoliantes com menor abrasão.
Peles oleosas, mais queratinizadas e espessas, devem utilizar esfoliantes
mais abrasivos.
• Microdermoabrasão (peeling diamante/cristal): substitui a esfoliação cos-
mética, sua abrasão dependerá da quantidade e tamanho de micras e pressão
negativa (no caso de peeling de diamante: Figura 7), quantidade de óxido de
alumínio e pressão negativa utilizada (no caso do peeling de cristal). A micro-
dermoabrasão não deve ser realizada em peles sensíveis, com presença de
pápulas e/ou pústulas.

Figura 6 – Esfoliação Cosmética / Esfoliação Física Figura 7 – Peeling Diamante - Esfoliação Física
Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

• Peeling enzimático ou biológico: a esfoliação enzimática se dá com a utiliza-


ção de peeling cosmético a base de enzimas como, por exemplo, bromelina,
papaína, renew zyme, pumpkin enzyme, entre outros. O poder de abrasão
dependerá da concentração dos princípios ativos e tempo de permanência na
pele. Os peelings enzimáticos ou biológicos hidrolisam a queratinatina, facili-
tando a extração. Eles ficam sobre a pele por um tempo médio de 15 minutos.
Após este tempo, retira-se o produto com algodão úmido.

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UNIDADE Limpeza de Pele

O peeling enzimático é uma excelente opção para peles acneicas, sensíveis


e maduras.
• Emoliência: é etapa fundamental da limpeza de pele, pois, se não for eficaz,
mesmo com todo o preparo anterior, haverá dificuldade na retirada dos conte-
údos cutâneos durante a extração. Recomenda-se a utilização de produtos de
pH alcalino, que diminuam a resistência da pele, dilatem os óstios e amoleçam
a superfície da pele, facilitando a remoção dos comedões e das pústulas na
extração. Um dos princípios ativos mais utilizados nesta etapa é a trietanola-
mina (triethanolamine).

Os cosméticos emolientes, em sua maioria, são


loções e devem ser aplicados com compressas de
algodão ou gaze sobre toda a região que será ma-
nipulada e se deseja fazer a extração. Quando es-
tão em forma de creme, devem ser aplicados com
abaixador de língua, espátula ou com os dedos.
Em ambas as formulações, o tempo ideal de con-
tato com o produto é entre 10 e 20 minutos, con-
forme recomendação do fabricante.

As compressas devem ser removidas gradativa-


mente conforme a evolução da extração. Nessa
etapa, o profissional utiliza ainda o vapor de ozô-
nio (que oferta um calor úmido à superfície da
pele: Figura 8), o qual proporcionará uma dilata- Figura 8 – Emoliência
ção dos óstios e umidificará a superfície cutânea, vapor de ozônio
facilitando a extração. Fonte: Getty Images

A máscara térmica também pode ser utilizada para emoliência, porém, além
de muitos clientes/pacientes não a tolerarem, não tem boa indicação para peles
mais maduras, alípicas e desidratadas.

É interessante que peles alípicas ou desidratadas sejam expostas ao calor seco?


Explor

Não! O calor seco desidrata ainda mais a pele.

Caso o profissional tenha disposição, nenhum dos dois recursos supracitados


pode potencializar a ação do emoliente, posicionando sobre as compressas
com cosmético emoliente e papel alumínio.

16
Importante! Importante!

Peles oleosas muitas vezes não necessitam de exposição ao calor, seja ele úmido ou seco,
pois os óstios encontram-se bem dilatados. O calor estimula ainda mais a produção de
sebo. Nas peles acneicas, onde temos presença de inflamação, também não é interes-
sante a exposição da cútis por muito tempo ao calor. Estas peles devem ser expostas ao
calor por cerca de 5 a 10 minutos, permanecendo os outros 10 minutos apenas com o
cosmético emoliente.

• Extração: é o momento mais importante da limpeza de pele, pois nessa etapa


será obtida a remoção do sebo e dos resíduos foliculares. A extração é recomen-
dada em todos os óstios e não apenas onde se evidenciam pústulas e comedões.

Para a realização da extração manual, posiciona-se a polpa interdigital latera-


lizando o comedão, exercendo pressão ascendente para a extração. As unhas
não devem ser utilizadas para realização das extrações. Para que seja um pro-
cedimento menos dolorido e menos traumático à pele, utiliza-se dedeira de al-
godão ou de lenço de papel para conferir um toque mais agradável e absorver
conteúdos líquidos que se encontram no interior dos óstios (Figura 9).

Não se deve comprimir o folículo para baixo com a utilização da ponta dos de-
dos, isso traz riscos para lesões na pele e não expulsão do conteúdo do interior
do óstio. A pressão deve ser exercida até que todo conteúdo interno do folículo
seja extraído.

Podemos também utilizar curetas para a realização de extrações (Figura 10).


As curetas auxiliam principalmente em áreas de difícil acesso como orelhas,
canto dos olhos e aba do nariz. Há profissionais que realizam todo o pro-
cedimento de extração com curetas, isso não é contraindicado, porém é
mais agressivo à pele, conferindo maior probabilidade de lesões superficiais
e hiperpigmentações.

Figura 9 – Extração Manual Figura 10 – Extração com Cureta


Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

17
17
UNIDADE Limpeza de Pele

Existe ainda a extração a vácuo que pode ser realizada com um aparelho que
confere pressão negativa, ofertada por um equipamento de vacuoterapia.

Para a retirada do conteúdo dos óstios, é necessária utilização de pressões ne-


gativas altas (que giram em torno de -600mmHg). Muitas vezes estas extrações
não são eficazes para a retirada completa destes conteúdos, além de favorecem
quadros inflamatórios e consequentes hiperpigmentações.

Na presença de milium, faz-se necessário a utilização de uma agulha de insuli-


na para extraí-lo. Com a ponta da agulha, empurrando-a contra a membrana
que recobre o milium, por cima ou pela lateral, rompemos a pele para criar um
canal de saída para seu conteúdo. Como pode haver sangramento, a dedeira
de algodão ou papel-toalha será de grande ajuda para absorver o sangue.
• Desinfecção: pode ser realizada com cosméticos que tenham funções antis-
sépticas e anti-inflamatórias (melaleuca, hamammelis, tomilho) com a alta fre-
quência (Figura 11 - aplicação direta (em toda a face) ou faiscamento (nas
pústulas extraídas)). Equipamento que por meio da produção de ozônio provê
intenso efeito antisséptico e, no caso de peles acneicas, podemos utilizar o
LED azul (Figura 12 - cerca de 5 minutos por região) que tem um efeito bacte-
ricida e fungicida. Independentemente do tipo de pele e do agente utilizado, é
indispensável finalizar a extração com a desinfecção.

Figura 11 – Aplicação de alta frequência Figura 12 – Aplicação de LED azul


Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

No caso de extração de pústulas ou presença de pápulas, podemos utilizar o


laser vermelho em cima das lesões (2 J/cm2), este tem um efeito anti-inflama-
tório, cicatrizante e analgésico.
• Máscara cosmética: tem a finalidade de ocluir a superfície da pele, impedindo
a evaporação de água na camada córnea, o que aumenta a hidratação e facilita
a permeação dos seus princípios ativos.

Após o procedimento de limpeza de pele, ela pode apresentar-se irritada, sen-


sibilizada, ressecada, descamativa ou pálida. São características que determina-
rão o tipo de máscara e os princípios ativos a serem aplicados nesse momento.

18
Geralmente, a máscara calmante ou suavizante é a mais utilizada no proce-
dimento de limpeza de pele após a extração, pois é comum as peles ficarem
sensibilizadas. Se a pele não ficar irritada ou sensibilizada, podemos utilizar
máscaras hidratantes, nutritivas, revitalizantes e secativas.

Quanto à indicação dos ativos utilizados nas máscaras, os calmantes e os des-


congestionantes são mais indicados para peles sensíveis ou sensibilizadas pela
extração; os rubefacientes são vasodilatadores e se enquadram muito bem para
peles pálidas e de fumantes; os antioxidantes para nutrição e efeito tensor nas
peles mais envelhecidas, com rugas e flacidez; os queratolíticos, antissépticos,
secativos e adstringentes para peles oleosas e acneicas.

As máscaras podem ser aplicadas com os dedos ou com abaixador de língua.


Deve-se aplicar uma camada uniforme, porém, não espessa, que cubra toda a
superfície da pele da área que está sendo tratada.

O tempo de permanência da máscara varia entre 10 a 30 minutos. Devemos


seguir a orientação do fabricante, pois algumas máscaras podem ser deixadas
na pele sem a necessidade de retirar com algodão úmido, mas, em sua maioria,
os fabricantes recomendam retirar.
• Tonificação: os tônicos têm o intuito de equilibrar o pH da pele e contrair os
óstios. Podem ter ativos calmantes, hidratante, umectante, cicatrizante e adstrin-
gente; dependerá dos princípios ativos utilizados no cosmético.

Se aplicado em compressas geladas, tem um efeito de vasoconstricção e, desta


forma, diminui o rubor e o calor local após a extração. A aplicação das loções
tônicas, independentemente de sua função, deve ser aplicada com o algodão to-
talmente umedecido com a loção (mas sem excessos para não ficar escorrendo),
sendo então deslizado sobre toda a superfície tratada, ou aplicada com pancadi-
nhas, visando depositar o produto sobre a pele; não deve ser retirado, deve-se
esperar a secagem do produto para aplicar os cosméticos finalizadores.
• Finalização: pode ser aplicado fluído ou sérum que tenham propriedades hi-
dratantes, nutritivas, secativas, antioxidantes, entre outras. Fundamentalmen-
te, finaliza-se a limpeza de pele com a aplicação de FPS, que deve ter o veículo
adequado para cada tipo de pele, com FPS mínimo de fator 15.

Após a limpeza de pele, recomenda-se que o cliente/ paciente não se exponha


ao sol por pelo menos 7 dias, caso tenha agredido a pele de modo que surjam
pontos de inflamação (observar sinais flogísticos), este tempo se estende por no
mínimo 15 dias, para se evitar uma hiperpigmentação pós-inflamatória.

A periodicidade da limpeza de pele varia para cada pele e para cada biotipo,
mas prioriza-se um intervalo de pelo menos 30 dias entre uma limpeza e outra.
De maneira geral, com base em alguns autores, recomenda-se a limpeza de pele
de forma bimestral ou trimestral para a maior parte das peles (secas e mistas),
entretanto, para peles oleosas, mensalmente.

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19
UNIDADE Limpeza de Pele

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Livros
Cosmetologia: Descomplicando os Princípios Ativos
GOMES, R. K.; DAMAZIO, M. G. Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos
3. ed. rev. São Paulo: LMP, 2009.
Eletrotermoterapia: Teoria e Prática
AGNE, J. E. Eletrotermoterapia: teoria e prática. Santa Maria: Orium, 2005. p. 85-109.
Terapêutica em Estética [Recurso Eletrônico]: Conceitos e Técnicas / Organização
BORGES F. S.; SCORZA, F . A. Terapêutica em estética [recurso eletrônico]: conceitos
e técnicas / organização. 1. ed. - São Paulo: Phorte, 2016.

 Vídeos
Blackhead! (Mitesser,point noir,espinilla)
https://youtu.be/HMtGeFzjBeQ

20
Referências
BORGES, F.S. Dermato Funcional - Modalidades Terapêuticas nas Disfunções
Estéticas. São Paulo: Editora Phorte, 2010.

FONSECA, A.; PRISTA, LN. Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosme-


tológica. São Paulo Editora Roca; 2000.

HARRIS, M. I. Pele: do Nascimento a Maturidade. Editora Senac.

SOUZA, V. M.; JÚNIOR, D.A. Ativos Dermatológicos Dermocosméticos e


Nutracêuticos. 9 volumes - São Paulo: Editor: Daniel Antunes Júnior, 2016.

21
21
Estética Facial
Material Teórico
Terapia Manual Aplicada à Face

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Paula França

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Terapia Manual Aplicada à Face

• Drenagem Linfática Manual Facial;


• Massofilaxia Facial;
• Massagem Relaxante Facial;
• Óleos Essenciais.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Selecionar o melhor recurso manual para cada programa de tratamento personalizado;
• Executar de modo seguro e eficaz as técnicas manuais aplicadas à estética facial.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Terapia Manual Aplicada à Face

Drenagem Linfática Manual Facial


Quer dizer coletar líquidos excedentes dos espaços intercelulares pelos vasos
linfáticos até os vasos de maior calibre para os vasos venosos, encontrando-se no
ângulo venolinfático, também chamado terminus, localizado na região supracla-
vicular com veias subclávias direita e esquerda e jugulares direita e esquerda. Na
estética, por favorecer o escoamento do líquido intersticial excedente, produzindo
indiretamente uma melhor troca de materiais entre capilares sanguíneos e as cé-
lulas dos tecidos e em cirurgias promove alívio causado pelo desconforto do ede-
ma pós-cirúrgico. A DLM possui quatro funções: desintoxica, elimina o excesso
de líquidos, ativa o sistema imunológico, atua como analgésico.
Explor

Cadeia Linfonodal Facial: http://bit.ly/2RdN75N

Figura 1 – Manobras de Drenagem Linfática Facial


Fonte: Borges, 2006

8
Check List DLM Facial
1. Evacuação dos linfonodos supraclaviculares, cervicais, submentual, sub-
mandibulares, paratídeos, mastoideos e occipitais. Número de repetições
de 3 a 5 movimentos de evacuação (compressão e descompressão) em
todos os linfonodos citados anteriormente;
2. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar) em cima do mús-
culo esterno cleido occipto mastoideo;
3. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar) em cima do mm.
Mentual em direção ao linfonodo submentual;
4. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) no
músculo depressor do lábio inferior da boca (ao redor do mm. Mentual) em
direção ao linfonodo submandibular;
5. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) na
rima bucal (canto da boca) em direção ao linfonodo submandibular;
6. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) no
mm. orbicular da boca superior, passa pelo sulco nasogeniano em direção
ao linfonodo submandibular;
7. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) no
mm. elevador da asa do nariz em direção ao linfonodo submandibular;
8. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) na
região nasal, dividindo em 3 porções (ponta, meio e ápice do nariz) deixan-
do a linfa ao lado do osso nasal;
9. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) da
região lacrimal, descendo pelo sulco nasogeniano em direção ao linfono-
do submandibular;
10. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) da
região do osso zigomático até o linfonodo parotídeo;
11. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) da
região do orbicular do olho inferior até o linfonodo parotídeo;
12. Captação da linfa com movimento de “onda” para lateral (com todos os
dedos, exceto polegar) da região do orbicular do olho (globo ocular / em
cima do olho) até o canto do olho;
13. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) da
região do canto do olho até o linfonodo parotídeo;
14. Captação da linfa com movimento em pinça (dedos indicadores e polegares)
da região da sobrancelha até o final da mesma ou até o linfonodo parotídeo;
15. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) da
região frontal (dividir a testa em duas ou três faixas) até o linfonodo parotídeo;

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UNIDADE Terapia Manual Aplicada à Face

16. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) da
inserção do cabelo (testa) até o linfonodo parotídeo;
17. Captação da linfa com movimento em espiral (de nadar com os dedos) logo
atrás da inserção do cabelo (dois dedos após a inserção do cabelo) até o
linfonodo parotídeo;

OBS: Virar a cabeça do cliente para uma das laterais e na sequência realizar
a captação primeiro de um lado e depois o outro;
18. Captação da linfa com movimento em bombeamento (punho, mão, dedo
e volta) da região parietal até o linfonodo mastoideo;
19. Captação da linfa com movimento em bombeamento (punho, mão, dedo
e volta) da região occipital até o linfonodo occipital (na mesma posição).

OBS: Finalizar a técnica com evacuação dos linfonodos de trás para frente
(occipitais, mastoideos e parotideos, submandibulares, submentual, cervi-
cais, supraclaviculares).

A drenagem linfática manual pode e deve ser realizada em praticamente todos


os programas de tratamentos faciais.

A captação da linfa é conseguida através de manobras que estiram a pele, ele-


vam os filamentos de ancoragem (Filamentos de Ancoragem), para que as células
endoteliais se afastem e, dessa forma, captem a linfa que se encontra no insterstício.

Já no insterstício, a linfa será direcionada para os pré-coletores, coletores e,


finalmente, irá para o sistema que encaminhará para a troca inicial através do
mecanismo de filtração.
Explor

Filamentos de Ancoragem: http://bit.ly/2RintwH

Nos procedimentos estéticos, podemos incluir a drenagem linfática manual na


limpeza de pele, após a extração e antes da máscara finalizadora. A drenagem, nes-
te caso, auxiliará na captação dos metabólitos, principalmente se a pele for acneica.

Nos casos de acne, é bem indicada a DLM facial, semanalmente com o intuito de
captar os metabólitos, descongestionar o tecido e reduzir o edema desencadeado
pelo processo inflamatório.

Na rosácea, a DLM facial também deve estar presente no programa de trata-


mento, pois descongestionará o tecido e reduzirá a quantidade de metabólitos e
toxinas existentes no tecido congestionado.

Todo tratamento de acne e rosácea


deve incluir no programa a DLM
facial como recurso primordial para
a melhora do quadro.

10
Os tratamentos de hiperpigmentação periocular, ou a popularmente conhecida
olheira, se for de origem vascular, ou mista, também deve ter como recurso para
tratamento a DLM facial, a qual reduzirá a congestão tecidual e estimulará a capta-
ção da linfa que se encontra no espaço intersticial.

Em pós-operatório de cirurgia plástica, esse é um recurso fundamental, pois,


além de ter a função de reduzir a quantidade de metabólitos e captar a linfa que se
encontra no interstício, devido ao quadro inflamatório, associado ao processo de
injúria e reparação tecidual, trará conforto e analgesia ao paciente que se encontra
em um pós-operatório imediato e mediato.

Massofilaxia Facial
Massofilaxia é o conjunto de manobras e manipulações, realizadas harmoniosa
e ritmicamente com fins preventivos ou terapêuticos sobre os tecidos subcutâneo,
muscular, vascular (linfático e sanguíneo e sobre os sistemas nervoso e respiratório).
Especificamente, a massagem facial pode ser executada com objetivos estéticos ou
terapêuticos. As manipulações visam melhorar a beleza da pele, dando-lhe melhor
cor e aparência, pois estimulam a irrigação dos músculos e do tecido conjuntivo,
além de provocar um relaxamento geral, necessário para se obter um bom resul-
tado nos tratamentos e um relaxamento específico das tensões musculares facial.
• Efeitos imediatos das manobras na pele: O fluxo maior de sangue aumen-
ta a nutrição celular e a ação mecânica das mãos sobre a pele permite uma
retirada inicial das células em descamação e do sebo, além de produzir um
aumento da temperatura local. Outro efeito muito importante sob o ponto de
vista estético funcional é a eliminação ou amolecimento de aderências e retra-
ções cicatriciais.

Importante! Importante!

Na presença de processos inflamatórios, não se recomenda a execução de massofilaxia


estimulante, pois ela promove vasodilatação e favorece a piora do edema.

Manobras de Massofilaxia Estimulante


• Deslizamento pelo pescoço;
• Deslizamento pela mandíbula;
• Fricção circular o mento com o polegar;
• Deslizamento acima do lábio superior e inferior;
• Leque;
• Deslizamento na mandíbula;

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UNIDADE Terapia Manual Aplicada à Face

• Deslizamento do mento até a lateral dos olhos, passando pelo nariz e contor-
nando as sobrancelhas;
• Tamborilamento;
• Deslizamento ao redor dos olhos;
• Deslizamento na testa.

A massofilaxia estimulante será utilizada para nutrir e oxigenar a pele, além de


estimular a musculatura através do estímulo tátil que é conduzido ao Sistema Ner-
voso central através dos receptores sensitivos, localizados na pele.

As manobras são realizadas de maneira rápida e vigorosa e em hipótese


alguma podem surgir petéquias (Figura 2) ou hematomas. Isso é erro de execu-
ção da técnica.

Figura 2 – Petéquias por erro de execução na massofilaxia estimulante


Fonte: Palma, 2012

A massofilaxia estimulante deve estar presente nos programas de tratamento


facial para rejuvenescimento facial, redução de rugas finas de melhora do contorno
facial. Deve ser realizada em torno de duas vezes por semana.

A massofilaxia facial estimulante


não deve ser realziada em peles
oleosas e/ou acneicas pois, estimu-
la a produção de sebo e piora o
quadro inflamatório.

12
Massagem Relaxante Facial
As manipulações de massagem relaxante facial movimentam e ativam sistema
muscular, nervoso e circulatório. Estimulam uma melhor nutrição dos tecidos e a
eliminação de toxinas, levando o paciente a um estado de bem-estar e relaxamento.

A massagem relaxante é uma terapia que tem sido bastante evidenciada como
um artifício para o resgate do equilíbrio físico e psicológico. Através do toque suave
e harmonioso do terapeuta, ela promove o autoconhecimento do paciente, resga-
tando sua autoestima e autocuidado. É um momento de amplo relaxamento, alivia
tensões físicas ocasionadas por má postura, sedentarismo e tensões do dia a dia.
Durante a sessão, o terapeuta induz o paciente ao silêncio, atenção ao seu próprio
corpo e, juntamente com o acompanhamento de música suave, ambiente tranquilo
e confortável, o paciente terá um momento de profunda calma e descontração.

Para que os benefícios da massagem sejam alcançados é importante que o pro-


fissional detenha o conhecimento e acredite na técnica empregada.

O contato da mão relaxada é o contato no qual a mão ajusta-se ao contorno do


segmento. A posição de repouso natural da mão humana é com os dedos e o pole-
gar um pouco afastados e muito levemente flexionados em cada articulação e pode
ser facilmente ajustada para permitir contato com segmentos corporais de qualquer
tamanho. O movimento coordenado e integrado de seu corpo é essencial para o
desempenho confortável e prolongado das manipulações de massagem sem fadiga
e estresse físico no profissional.

A massagem relaxante facial será realizada de uma a duas vezes por semana,
para promover relaxamento. Não é a melhor técnica para os tratamentos de reju-
venescimento, pois os movimentos lentos e mais leves estimulam o SNC, através
dos receptores nervosos da pele, a direcionar impulsos elétricos musculares que
estimulam o relaxamento dos mesmos.

Óleos Essenciais
Óleos essenciais são compostos voláteis produzidos pelas plantas para sua
sobrevivência. A espécie vegetal produz compostos primários, tais como açúcares
e nitrogenados e também compostos secundários (definição não aceita por una-
nimidade), que não são utilizados diretamente para sua alimentação e nutrição.
Entre os compostos secundários, estão os alcaloides, os flavonoides, as sapo-
ninas e os óleos essenciais. Os óleos essenciais são substâncias químicas que
exercem funções de autodefesa e de atração de polinizadores. A planta produz
óleos essenciais nas seguintes partes: flores, cascas de frutos (denominados cítri-
cos), folhas e pequenos grãos (“petitgrain”), raízes, cascas da árvore, resinas da
casca, sementes. Denominam-se tricomas as “bolsas” onde fica encapsulado o
óleo essencial na planta. Esses tricomas são rompidos naturalmente pela espécie

13
13
UNIDADE Terapia Manual Aplicada à Face

vegetal, liberando o óleo essencial, que forma uma espécie de “nuvem aromática”
ao seu redor. Por isso são denominados como “alma da planta” ou “ energia vital
da planta”.

Importante! Importante!

O sucesso está na escolha dos óleos essenciais puros, sem adulterações, de procedência
garantida e qualidade assegurada.

Os tricomas também são rompidos durante os processos intencionais de ex-


tração do óleo essencial. Existem inúmeros processos industriais e artesanais de
extração, alguns deles são: extração a vapor (mais conhecido e comum); extração
por hidrodestilação (bastante utilizado em bancada de laboratório); extração super-
crítica (utilizado em pesquisas de universidades); extração subcrítica; extração por
gás refrigerante; extração por extrusão ou prensagem (utilizado pela indústria de
sucos cítricos).

O óleo essencial não é um produto simples de 1 componente, é um produto


composto podendo a ultrapassar 300 componentes químicos diferentes. Tal di-
versidade e complexidade fazem do óleo essencial puro um produto altamente
valorizado, com aplicação em diversas áreas. Os componentes químicos dos óleos
essenciais apresentam estruturas diversas como terpenos, sesquiterpenos, fenóli-
cos, fenil propanóicos, alifáticos não terpênicos, heterocíclicos, álcoois, cetonas,
aldeídos, ácidos carboxílicos, ésteres, acetatos, cada qual com sua característica
aromática e ação bioquímica.

Você Sabia? Importante!

Temos registros da utilização dos óleos essenciais desde épocas anteriores ao antigo
Egito, passando pela Idade Média e chegando ao início do século XX através de trata-
dos de Aromaterapia.

As pesquisas científicas atuais, dando origem a novas nomenclaturas como Aro-


macologia e Aromatologia, têm comprovado a ação dos óleos essenciais, como
bactericida, analgésica, sedativa, estimulante, antifúngica, antiprurido, antidepres-
siva, repelente de insetos, outros.

Os óleos essenciais são absorvidos pelo organismo humano através da pele,


da inspiração, da ingestão oral. Seus metabólitos (princípios ativos metabolizados)
são encontrados no sangue, na urina, no ar exalado, no suor, demonstrando que
o óleo essencial sofreu interação com o organismo. Por esse motivo, devemos
estar atentos a possibilidades de intoxicações e reações aos seus componentes,
como, por exemplo, as queimaduras na derme ao ser exposta à irradiação solar
após o uso de óleos essenciais contendo furanocumarinas, presentes nos óleos
de cítricos.

14
Figura 3 – Absorção de óleos essenciais pelas vias respiratórias
Fonte: Manual Técnico – WNF, 2018

Os óleos essenciais são a forma de energia vegetal mais concentrada que existe e
são usados em tratamentos de beleza, saúde e bem-estar. Podemos extraí-los de fo-
lhas, flores, caules, sementes, raízes ou cascas. Para obter um litro de óleo essencial,
são necessárias centenas de quilos de plantas. Uma gota de óleo essencial é muito
concentrada, e representa aproximadamente 30g de planta. Muitas de plantas pos-
suem óleos essenciais. São plantas de cheiro forte e característico, como alho, cebola,
orégano, manjericão, eucalipto, citronela, lavanda, menta, entre outras.

Estima-se hoje a existência de 30.000 espécies vegetais que produzem óleos


essenciais, sendo que somente 10% dessas plantas são do conhecimento huma-
no. Os óleos essenciais possuem princípios ativos que são estudados há anos pela
farmacognosia e aplicados em centenas de finalidades farmacêuticas, fitoterápi-
cas, terapêuticas e cosméticas.

Os óleos essenciais possuem características físicas similares ao álcool e ao éter.


São voláteis, não possuem viscosidade de óleo e não deslizam quando aplicados
diretamente sobre a pele.
Para aplicação nos cabelos, pele, pés/mãos, indicamos diluição em óleos vege-
tais ou bases neutras cosméticas.

Óleos Essenciais × Estética Facial


• Acne: 3 gotas de Óleo Essencial de Melaleuca na água;
• Pele Oleosa: 3 gotas de Óleo Essencial de Grapefruit na água, 1 gota de
Óleo Essencial de Lemongrass na água;
• Anti Aging: 1ml de Óleo Vegetal de Abacate, 5 gotas de Óleo Vegetal de
Rosa Mosqueta, 1 gota de Óleo Essencial de Gerânio Bourbon;

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UNIDADE Terapia Manual Aplicada à Face

• Hipercromias: 1 gota de Óleo Essencial de Gerânio ,1 colher de sopa de


Argila Branca , Água Termal;
• Relaxamento: 1 gota de Óleo Essencial de Lavanda, 1 colher de sopa de
Argila Roxa, Água Termal;
• Máscara Secativa Acne: 1 gota de Óleo Essencial de Melaleuca, 1 colher
de sopa de Argila Verde, Água Termal;
• Controle de Oleosidade: 1 gota de Óleo Essencial de Melaleuca, 1 colher
de sopa de Argila Branca ou Verde, Água Termal;
• Drenante: 1 gota de Óleo Essencial de Menta Piperita, 1 colher de sopa de
Argila Roxa , Água Termal de Menta.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Sites
Guia Practica de Drenaje Linfatico Tecnica Vodder
Guadalupe Roja’s Blog.
http://bit.ly/2WQDi3Q
Óleos Essenciais
http://bit.ly/2WT6PcX

Livros
Técnicas de aplicação de óleos essenciais terapias de saúde e beleza
AMARAL, F. Técnicas de aplicação de óleos essenciais terapias de saúde e beleza
(Português ed. Cengage).

Leitura
Manual Técnico
Fernando Amaral – WNF.
http://bit.ly/2WQkYYs

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UNIDADE Terapia Manual Aplicada à Face

Referências
ANTUNES JUNIOR, D; SOUZA, V. M. de. Ativos Dermatológicos Dermocosmé-
ticos e Nutracêuticos. 9 volumes. São Paulo, 2018 .Editor: Daniel Antunes Júnior.

BORGES, F. dos S. Dermato Funcional – Modalidades Terapêuticas nas Disfunções


Estéticas. São Paulo - Phorte, 2010.

CAMPBELL, MONHEIT, R. M. G. D. Peeling Químico. In: GOLDBERG, D. J –


Rejuvenescimento Facial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

CUCÉ, L. C; FESTA NETO, C. Manual de Dermatologia. São Paulo Atheneu, 2001.

FONSECA, A. da; PRISTA, L. V. N. Manual de Terapêutica Dermatológica e


Cosmetológica. São Paulo Roca; 2000.

HARRIS, M. I. Pele: do Nascimento a Maturidade. São Paulo Senac, 2016.

JUNQUEIRA, L C; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2004.

YAMAGUCHI, C. Procedimentos Estéticos Minimamente Invasivos – Conduta


Baseada em Exp. Clínica e Visão Estética Atual. São Paulo, Santos - Grupo GEN, 2010.

18
Estética Facial
Material Teórico
Acne

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Paula França

Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Acne

• Introdução;
• Definição de Acne;
• Etiologia da Acne;
• Fisiopatologia da Acne;
• Classificação da Acne;
• Avaliação de Acne;
• Cosméticos Aplicados ao Tratamento da Acne;
• Eletrofototerapia Aplicada ao Tratamento de Acne.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Avaliar cada acne, determinando o seu grau;
• Selecionar os recursos de tratamento adequados, seguros e eficazes, de modo individual
e personalizado;
• Tratar a acne de modo seguro e eficaz;
• Indicar cosméticos para home care;
• Orientar sobre práticas de vida diária que contribuam ao sucesso do tratamento.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Acne

Introdução
A pele possui vários tipos de células que constituem duas camadas, epiderme
–camada mais superficial – e derme – camada mais profunda, que possui impor-
tantes estruturas do tecido tegumentar (Figura 1).

Pele Humana

Poros

Epiderme

Glândula
sebácea
Derme Glândula
sudorípara
Folículo capilar

Hipoderme Adipócitos

Músculo

Figura 1 – Camadas da pele e as suas estruturas


Fonte: Getty Images

Na epiderme encontraremos quatro tipos de células diferenciadas estrutural e fun-


cionalmente: os queratinócitos, melanócitos, as células Lagerhans e células de Merkel.

A derme pode ser analisada em duas partes distintas: aquela que fica mais pró-
xima à epiderme, a derme papilar, e a que fica mais próxima ao tecido adiposo, a
derme reticular. Nesta camada da pele é que encontramos as glândulas sebáceas
– entre outras estruturas – que, quando se unem a outros fatores – descritos poste-
riormente –, favorecem o surgimento e a piora do quadro de acne.

Para uma pele saudável é necessária a integridade e normalidade funcionais das


células da epiderme e derme.

A acne se desenvolve apenas em peles lipídicas, de modo que algumas caracterís-


ticas desse biotipo cutâneo contribuem ao surgimento e à piora do quadro acneico.

8
Quadro 1
Pele Características
· Secreção sebácea equilibrada;
Normal · Poros não visíveis;
· Elasticidade e espessura normais.

· Capa córnea grossa;


· Glândulas sebáceas hipertróficas;
Oleosa · Secreção “abundante” das glândulas sebáceas e sudoríparas;
(lipídica) · Pele com tendência a processos comedogênicos;
· Aspecto brilhante, tato untuoso e úmido.

· Capa córnea grossa;


· Orifício dilatado de saída da glândula sebácea;
Acneica · Secreção sebácea excessiva e mais espessa;
· Com comedões, pústulas, processo inflamatório;
· Aspecto brilhante.

· Pele com fina espessura;


Seca · Sensível por ter menor secreção sebácea;
(alípica) · Maior tendência de formação de rugas.

Mista · É a mais comum: com característica oleosa na zona T, e seca nas regiões malares – bochechas.

Peles oleosas e mistas têm maior probabilidade do desenvolvimento de acne pela dilatação dos
óstios e pelo excesso de produção de sebo. Assim, realize a limpeza de pele com frequência.

Definição de Acne
Acne é uma patologia que envolve a unidade pilossebácea (Figura 2). A sua origem
é multifatorial, de modo que estudos comprovam que o seu aparecimento pode estar
ligado a um mecanismo hormonal, um fator genético e um acúmulo de células no infra-
-infundíbulo e acroinfundíbulo. Essa afecção surge no período da adolescência e pode
perdurar alguns anos. Dependendo da sua gravidade, pode deixar sequelas permanen-
tes como, por exemplo, cicatrizes (Figura 3) e hiperpigmentações pós-inflamatórias (Fi-
gura 4). A acne ocorre com maior intensidade no sexo masculino do que no feminino.
Acne

Liberação Espinha
Folículo Piloso Saudável Nervosa Livre

Glândula Sebácea

Células Basais
EPIDERME
Glândula
Sudorípara
Vasos
DERMA Sanguíneos

Folículo Capilar
GORDURA (entupido
e inflamado)

Figura 2 – Acometimento da unidade pilosebácea para a formação da acne


Fonte: Getty Images

9
9
UNIDADE Acne

Figura 3 – Cicatriz de acne Figura 4 – Hiperpigmentação


Fonte: Getty Images pós-inflamatória, decorrente de acne
Fonte: Getty Images

Etiologia da Acne
A etiologia da acne é multifatorial, englobando componente hereditário hor-
monal, hipersecreção sebácea, distúrbio de queratinização folicular e ação do
Propionibacterium acnes na conversão da acne comedogênica – não inflamatória
– para a inflamatória. Dieta e higiene parecem exercer mínima influência sobre o
quadro acneico.

Ocorre em todas as etnias, tendo preferência pelo sexo masculino – isso pela
influência hormonal dos andrógenos –, mas também pode ser comum em mulheres
acima de trinta anos de idade, a qual denominamos acne da mulher adulta. Ade-
mais, mulheres que tenham ovário policístico também tendem a desenvolver acne
devido ao hiperandrogenismo.

A utilização de cosméticos inadequados e o uso de alguns medicamentos tam-


bém são causas do aparecimento de acne.

Importante! Importante!

Como a hiperqueratinização da pele é o primeiro mecanismo de piora da acne, esta pele


deve passar por esfoliações, semanalmente.

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Fisiopatologia da Acne
A acne é classificada como não inflamatória quando apresenta somente come-
dões, sem sinais inflamatórios; ou inflamatória que, conforme o número, a inten-
sidade e as características das lesões, é classificada entre os graus I – leve – e
IV – intensa.

Atualmente, acredita-se que a acne tenha quatro fatores primários (Figura 5)


para o seu desenvolvimento:
• Obstrução dos óstios – folículos pilosos –, ocorrendo por hiperqueratiniza-
ção folicular;
• Produção excessiva de gordura – sebo – na glândula sebácea;
• Proliferação de microrganismos – principalmente a bactéria Propionibacterium
acnes, ou P. acnes;
• Processo inflamatório e, inclusive, infeccioso.

Dependendo do grau inflamatório/infeccioso poderão ocorrer cicatrizes permanentes.

FORMAÇÃO DA ACNE

Poro Glândula Acúmulo


Sebácea de Células
Mortas e Sebo
Epiderme

Sebo
Folículo Capilar

Bactérias Espinha Ruptura do Inflamação


Proliferam Canal Folicular

Derme

Figura 5 – Fatores para a formação da acne


Fonte: Getty Images

11
11
UNIDADE Acne

O início da acne se dá pelo surgimento dos comedões, podendo ou não evoluir


para lesões inflamatórias tais como pápulas, pústulas, cistos e nódulos (Figura 6).

Figura 6 – Evolução da acne


Fonte: Getty Images

Classificação da Acne
Os comedões são compostos por queratina, detritos celulares, sebo, pelos,
bactérias e fungos, escurecendo quando entram em contato com o ar. Especifi-
cando, temos:
• Comedões fechados: pequenos pontos de gordura brancos e salientes;
• Comedões abertos: pontos escuros que, quando extraídos, apresentam uma
cor branca amarelada, constituídos de células córneas envolvidas no sebo;
• Pápulas: são pequenas inflamações visíveis da acne – saliências vermelhas,
duras e de pequenas dimensões;
• Pústulas: desenvolvem-se sobre as pápulas, quando apresentam um ponto pu-
rulento;
• Nódulos: são as lesões que apresentam uma inflamação de maior dimensão
e profundidade.

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Graus de Acne
Conforme o número, a intensidade e as características das lesões, a acne pode
ser classificada em formas clínicas – ou graus – de I a IV; ou seja, acne:
I. Comedogênica: caracteriza-se pela presença de muitos comedões, sem
processo inflamatório;

Figura 7
Fonte: Getty Images

II. Pápulo/pústula: caracteriza-se pela presença de comedões e algumas


pústulas e pápulas;

Figura 8
Fonte: Getty Images

13
13
UNIDADE Acne

III. Nódulo cística: há comedões, pápulas e pústulas, assim como reação


inflamatória, atingindo a profundidade do folículo até o pelo – sendo
necessária orientação médica;

Figura 9
Fonte: Getty Images

IV. Conglobata: constitui uma forma grave de acne, superior ao quadro


anterior, apresentando nódulos purulentos – com pus – numerosos e
grandes, formando abscessos e cicatrizes atróficas – sendo necessária
orientação médica.

Figura 10
Fonte: Getty Images

Avaliação de Acne
Antes de iniciar a avaliação de acne, o esteticista deve proceder ampla e cuida-
dosa anamnese, com o intuito de identificar possíveis fatores causais para o apare-
cimento da acne.

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Após o preenchimento da anamnese, o profissional iniciará a avaliação, anali-
sando a pele e observando, a olho nu, a presença de oleosidade, comedões aber-
tos e fechados e pápulas, pústulas ou cistos e nódulos. Após a análise superficial,
avaliará a pele com uma lupa, identificando lesões menores que possam provocar
a piora do quadro acneico.

Cosméticos Aplicados
ao Tratamento da Acne
As bases cosméticas para utilizar em peles acneicas devem ser totalmente livres
de óleo.

Ativos Cosméticos para Tratamento de Peles Oleosas e Acneicas


Os princípios ativos são utilizados na maioria dos produtos para o tratamento de
acne e o controle de oleosidade, em forma de loções secativas, sabonetes, loções
tônicas, entre outros recursos.

Os antiacneicos são princípios ativos que possuem a capacidade de atuar na


glândula sebácea, desencadeando os seguintes efeitos e propriedades:
• Anti-inflamatórias, descongestionantes e calmantes;
• Antissépticas;
• Queratolíticas;
• Seborreguladoras.

São princípios ativos utilizados na pele oleosa e acneica:


• Ácido glicólico: regula a queratinização por meio da diminuição das ligações
entre os corneócitos;
• Ácido salicílico: ácido com propriedades queratolíticas e antimicrobianas, ou
seja, afina a camada espessa da pele e evita a contaminação por bactérias e
fungos oportunistas;
• Agrião: antiacneico e antisseborreico;
• Alfa bisabolol: anti-inflamatório e calmante;
• Azuleno: anti-inflamatório;
• Calêndula: cicatrizante e anti-inflamatório;
• Camomila: calmante e anti-inflamatório;
• Hamamélis: adstringente;
• Triclosan/irgasan: bactericida;

15
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UNIDADE Acne

• Óleo de melaleuca: antimicrobiano e anti-inflamatório;


• Própolis: antimicrobiano e anti-inflamatório;
• Sulfato de zinco: adstringente e antisséptico;
• Argila verde: ação secativa e redutora de oleosidade.

Esses princípios ativos podem ser empregados em sabonetes, loções tônicas


adstringentes, loções secativas e máscaras.

Eletrofototerapia Aplicada
ao Tratamento de Acne
A eletrofototerapia entra no tratamento de acne como recurso auxiliar. Potencia-
liza os efeitos dos cosméticos utilizados, auxiliando na redução do processo infla-
matório e da proliferação bacteriana.

Microcorrentes
As microcorrentes atuam no equilíbrio da bioeletricidade celular, mostrando a mi-
tocôndria através da transmissão de uma corrente elétrica sub-sensorial, estimulando
ou reduzindo a quantidade de trifosfato de adenosina (ATP) ao tecido biológico.

No quadro acneico, esse recurso traz benefício no equilíbrio de produção de


ATP, efeito analgésico e ainda, estimula a drenagem de fluidos.

Dosimetria na etapa:
• Normalização: frequência de 03 a 0,6 Hz, intensidade de 500 µA, tempo de
20 minutos;
• Tonificação: frequência de 300 a 500 Hz, intensidade de 80 a 280 µA, tempo
de 15 a 20 minutos;
• Ionização: frequência de 500 Hz, intensidade de 100 a 280 µA, tempo de 5
a 10 minutos.

Para o tratamento de acne utiliza-se a etapa normalização.

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Técnicas de Aplicação
Manobras de Drenagem Linfática e Estimulação da Camada Basal
Estas manobras permitem produzir uma estimulação da malha linfática, facilitan-
do a eliminação de toxinas e líquidos retidos; além disso, estimula a camada basal
da epiderme, promovendo a renovação da superfície cutânea.

Modo de aplicação:
• Pele limpa, livre de creme ou de produto que impeça a condutividade;
• Pele hidratada;
• De duas a três vezes por semana;
• De dez a quinze aplicações.

Alta Frequência
A alta frequência é uma técnica estética onde são utilizados diversos modelos de
eletrodos de vidro, que são conectados a um “porta-eletrodo”. É produzida por um
equipamento que provoca correntes variáveis alternadas de elevada frequência –
superior a 100.000 Hz –, recebendo o nome genérico de alta frequência.

Possui efeito bactericida, cicatrizante e antisséptico e pode ser aplicado por toda
a área acometida pela acne.

Conforme o método de aplicação da alta frequência pode-se obter diferentes


ações fisiológicas.

Modo de aplicação direta:

Ação fisiológica: calmante e descongestionante.

O eletrodo é aplicado diretamente sobre a pele, de modo que seja mantido


permanentemente em contato com a qual. Essa aplicação deve ser efetuada onde
houver necessidade, com uma massagem suave e lenta em toda a superfície.

Modo de aplicação direta com pequena distância:

Ação fisiológica: bactericida e antisséptica.

Essa ação é desencadeada quando se aplica o eletrodo de vidro em uma peque-


na distância da pele – milímetros. A ação bactericida e antisséptica é, sobretudo,
desencadeada devido à formação de ozônio que ocorre quando a chispa – faísca –
sai do eletrodo e, ao atravessar a pequena camada de ar que existe entre o eletrodo
e a pele, desencadeia um fenômeno de ação física que converte o oxigênio ambien-
tal em ozônio – o que explica as suas propriedades bactericidas e antissépticas.

A alta frequência também é empregada na estética com fins de cauterização de


pequenas lesões cutâneas – por meio do efeito térmico.

17
17
UNIDADE Acne

Ademais, essa técnica se aplica a uma pequena distância da pele, com um ele-
trodo pontiagudo denominado cauterizador, onde se concentra toda energia em
um único ponto.

Importante! Importante!

Em sua utilização, deve-se tomar muito cuidado para não desencadear uma queimadura
na pele.

Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation (Laser)


de Baixa Intensidade e Light Emitting Diode (LED)
A fototerapia se faz cada vez mais presente nos tratamentos de acne, isto porque
tem um efeito anti-inflamatório, bactericida, cicatrizante, estimulando a drenagem
linfática e promovendo a redução do desconforto desencadeado pelo processo in-
flamatório; de modo que contamos com:
• LED azul: pode ser utilizado no tratamento de acne, pois tem função altamen-
te bactericida, eliminando algumas bactérias que causam acne. No tratamento
de acne, o LED azul estimula a produção de citocinas pró-inflamatórias, in-
cluindo interleucinas 1 (IL-1), fatores de necrose tumoral (TNF) e estimulação
de colônias de macrófagos e granulócitos (GM-CSF). Para esta abordagem,
aplica-se o LED azul em varredura lenta, por aproximadamente 5 minutos na
área acometida;
• Laser vermelho: utilizado no tratamento da acne por ser altamente cicatrizan-
te, melhorando o aporte sanguíneo ao local da lesão, controlando o processo
inflamatório e as fases de cicatrização. Utiliza-se 2J/cm2, com a técnica pontu-
al, em cada lesão inflamatória;
• Luz Laser infravermelha: fortalece o sistema imunológico no local do trata-
mento e auxilia na penetração de cosméticos, já que aumenta a permeabilida-
de da membrana celular, além de ter um efeito de drenagem linfática quando
aplicada no trajeto linfático da área acometida. Utiliza-se 2J/cm2, de forma
pontual sobre as lesões, nas localizações dos linfonodos e por todo o trajeto
linfático em que desejamos o estímulo na drenagem linfática.

Drenagem Linfática
O estímulo ao sistema linfático no processo acneico é de fundamental impor-
tância para que tenhamos um efeito descongestionante, melhora do sistema imu-
nológico e, consequentemente, diminuição do processo inflamatório com posterior
conforto ao paciente.

Essa drenagem pode ser realizada de forma manual, contudo, quando houver a
presença de muitas pústulas, não será possível executar tais manobras. Para casos
assim, podemos utilizar o Laser infravermelho – tal como já mencionado.

18
São sugestões de protocolos para o tratamento de acne:

Limpeza de pele:
• Higienização com cosmético específico para pele acneica;
• Esfoliação: se houver presença de pústulas, deve ser realizada com esfoliante
enzimático para que não agrida ainda mais a pele sensibilizada;
• Emoliência: na presença de quadro inflamatório, prioriza-se exclusivamente o
emoliente líquido, pois o calor (seja úmido ou seco) piora o quadro inflamatório;
• Alta frequência;
• LED azul;
• Nas pústulas, aplicar Laser vermelho (2J/cm2), de forma pontual;
• Se não houver lesões abertas, aplicar máscara secativa ou argila verde;
• Se houver lesões abertas, aplicar secativo apenas onde a pele estiver íntegra;
• Finalizar com FPS à base de água.

Para o controle da acne com cosméticos – peelings:


• Higienização com sabonete de própolis;
• Loção desengordurante pré-peeling;
• Aplicar máscara de peeling físico e químico de alfa hidroxiácidos (AHA’S) e beta
hidroxiácidos (BHA), com micropartículas; deixe agir por quinze minutos – e
massagear caso não exista processo inflamatório;
• Retirar com algodão embebido em água;
• Com a pele seca, aplicar peeling químico – ácidos salicílico e mandélico –;
deixar agir o tempo recomendado pelo fabricante, ou conforme a tolerância
do paciente;
• Retirar com algodão embebido em água;
• Borrifar água termal;
• Aplicar gel seborregulador;
• Aplicar FPS oil free;

Este protocolo pode ser aplicado semanalmente e, quando houver melhora, es-
paçar para quinzenalmente.

Ademais, enquanto protocolo com microcorrentes:


• Higienização facial;
• Peeling enzimático, deixando agir entre cinco e quinze minutos para, en-
tão, retirar;
• Aplicar microcorrentes com gel neutro – etapa de normalização com frequên-
cia de 03 a 0,6 Hz, intensidade de 500 µA, tempo de vinte minutos;

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UNIDADE Acne

• Retirar o gel neutro;


• Aplicar fluido seborregulador;
• Finalizar com FPS oil free.

Orientações para home care:


• Dia:
»» Sabonete líquido de própolis;
»» Loção adstringente sem álcool;
»» Gel hidratante para pele acneica;
»» FPS oil free.
• Noite:
»» Sabonete líquido de própolis;
»» Loção adstringente sem álcool;
»» Gel hidratante para pele acneica;
»» Secativo em bastão – com ácido salicílico e melaleuca –; aplicar sobre as
pápulas e pústulas.

20
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Manual de terapêutica dermatológica e cosmetológica
FONSECA, A.; PRISTA, L. N. Manual de terapêutica dermatológica e cosmetoló-
gica. [S.l.]: Roca, 2000.
Rejuvenescimento facial
GOLDBERG, D. J. Rejuvenescimento facial. [S.l.]: Guanabara Koogan, 2007.
Pele: do nascimento à maturidade
HARRIS, M. I. Pele: do nascimento à maturidade. [S.l.]: Senac, [20--?].
Diretrizes modernas no tratamento da acne vulgar: da abordagem inicial à manutenção dos benefícios clínicos
MONTAGNER, S.; COSTA, A. Diretrizes modernas no tratamento da acne vulgar: da
abordagem inicial à manutenção dos benefícios clínicos. Surg. Cosmet. Dermatol.,
v. 2, n. 3, p. 205-213, 2010.

Leitura
ACNE – o que é?
ACNE – o que é? SBD, [2017].
http://bit.ly/2IrqOpf

21
21
UNIDADE Acne

Referências
ANTUNES, D.; SOUZA, V. M. Ativos dermatológicos dermocosméticos e
nutracêuticos. 9 v. [S.l.]: Daniel Antunes Júnior, [20--?].

BORGES, F. S. Dermatofuncional – modalidades terapêuticas nas disfunções


estéticas. [S.l.]: Phorte, [20--?].

CUCÉ, L. C. Manual de dermatologia. [S.l.]: Atheneu, 2001.

22
Estética Facial
Material Teórico
Discromias Faciais

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Paula França

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Discromias Faciais

• Discromias Faciais;
• Epiderme;
• Classificação das Discromias;
• Melasma;
• Efélides;
• Radicais Livres (RL);
• Antioxidantes;
• Clareadores.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Avaliar e classificar hipercromias;
• Selecionar recursos de tratamento adequados seguros e eficazes de modo
individual e personalizado;
• Tratar de modo seguro e eficaz as discromias faciais;
• Indicar cosméticos para home care;
• Orientar sobre práticas de vida diária que contribuem para o sucesso do tratamento.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Discromias Faciais

Discromias Faciais
As discromias são desordens da pigmentação da pele, causadas por insuficiência
na produção ou na distribuição de melanina na pele. Podem ser desencadeadas por
excitação intensa do melanócito, através, por exemplo, dos raios UV. A longa exposi-
ção aos raios UV resultam em danos no DNA das células e podem, ainda, provocar
queimaduras. As peles mais claras são as que mais sofrem fotodanos.

As discromias faciais podem ser classificadas como melasma (Figura 1), efélides
(Figura 2 – sardas), melanose solar (Figura 3), hipocromia e acromia. As hiperpigmen-
tações faciais são grandes queixas às esteticistas e podem ser tratadas com peelings,
despigmentantes, clareadores e auxiliadas com a combinação com LED e laser.

Figura 1 – Melasma Figura 2 – Efélides


Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

Figura 3 – Melanose solar


Fonte: Getty Images

8
Epiderme
A epiderme é a camada mais superficial da pele, expressando seu contato com
o meio externo através da camada córnea, camada mais superficial.

Na epiderme, estão localizados os melanócitos, os quertainócitos, as células de


defesa (células de Langerhans), entre outras.

Os queratinócitos são as células que têm maior predominância na epiderme e, além


de fornecerem barreira do meio externo para com o meio interno, fixam a melanina.

A camada basal ou germinativa é responsável pela renovação celular (através da


mitose), que ocorre a cada 21 a 40 dias, dependendo idade. Seguem-se, então, cama-
da espinhosa, camada granulosa, na qual a membrana celular torna-se mais espessa,
e é nela que surgem os grãos de queratina.

A camada lúcida será encontrada na planta dos pés e na palma das mãos em
abundância.

Já a camada córnea é a mais superficial e agrega grande quantidade de querati-


nócitos e melanina (Figura 4 – Epiderme).

Ceratinócitos mortos Camada córnea


Grânulos de queratina
Camada granulosa
Célula de Langerhans

Ceratinócitos
Camada espinhosa
Melanina

Prolongamentos
do melanócito
Célula de Merkel
Camada Basal
Lâmina Basal

Figura 4 – Epiderme
Fonte: Adaptado de Getty Images

Melanócitos
Os melanócitos são as estruturas responsáveis pela síntese de melanina. Eles se
encontram na camada basal. Seus dentritos estão direcionados para os queratinócitos
e temos, em média, 1 melanócito para cerca de 36 queratinócitos. Os queratinócitos
é que fixam o pigmento da pele, que chamamos de melanina (Figura 5 – melanócito).

9
9
UNIDADE Discromias Faciais

São células responsáveis por produzir pigmentos, as melaninas, que vão dar
cor à pele.

O que difere a cor da pele (fototipo) é o tipo de melanina formado (eumelanina –


pigmento marrom, preto ou, feomelanina – pigmento bege, vermelho), a atividade
dos melanócitos em fototipos mais altos também é maior.

Figura 5 – Melanócito
Fonte: Adaptado de Getty Images

Síntese da Melanina ou Melanogênese


A melanogênese acontece dentro do melanócito através de uma reação bioquími-
ca entre uma enzima (tirosinase e um aminoácido) – tirosina Figura 6 – expressão
química de tirosina.

Figura 6 – Expressão química de tirosina


Fonte: Adaptado de Getty Images

10
Logo após a reação bioquímica entre tirosina e tirosinase, ocorre a formação da
melanina, que receberá o nome de grão de melanina, através do melanossoma, que
perde a atividade da tirosina.

Importante! Importante!

Quanto mais estímulo ao melanócito, maior quantidade de pigmento ele sintetiza e en-
via para os queratinócitos. Isso ocorre por um processo de defesa.

Os queratinócitos, então, ficarão repletos de melanina, através da fagocitose


dos grãos de melanina.

Os indivíduos possuem uma quantidade de melanina que faz parte de sua


constituição, mas, com a exposição frequente aos raios UV e com as influências
hormonais dos hormônios adrenocorticotróficos (ACTH) e hormônios estimuladores
dos melanócitos (MSH), tornam-se ainda mais ativos, sintetizando desta forma,
mais pigmento.

Os melanócitos, então, são os responsáveis pela síntese de melanina, induzida


por uma reação bioquímia que matura os melanossomas, que deposita os grãos de
melanina através dos dentritos dos melanócitos, nos queratinócitos que os fagocitam.
A estimulação do melanócito também sofre influências hormonais.

Classificação de Fitzpatrick
A classificação de Fitzpatrick é a mais utilizada para o estabelecimento do fototi-
po cutâneo. O fototipo de cada indivíduo é determinado pela reatividade da pele à
luz solar. Essa classificação é baseada na resposta da pele com formação de eritema
decorrente da radiação ultravioleta.

Os primeiros tipos referem-se aos indivíduos caucasianos, enquanto os ti-


pos V e VI são mestiços ou negroides. Os fototipos albinos e negroides são
os dois extremos dessa classificação, visto que os primeiros não sintetizam
nenhum pigmento e não têm outra proteção além da hiperqueratose induzi-
da pelo sol, e os segundos têm proteção solar maior que o bloqueio completo
de radiações incidentes.

• Fototipo I: Muito branca. Sempre queima e nunca bronzeia (Figura 7);


• Fototipo II: Branca sempre. Queima e bronzeia pouco (Figura 8);
• Fototipo III: Morena clara. Queima e bronzeia pouco (Figura 9);
• Fototipo IV: Morena moderada. Raramente queima e bronzeia com facilidade
(Figura 10);

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UNIDADE Discromias Faciais

• Fototipo V: Morena escura. Queima muito raramente e bronzeia facilmente


(Figura 11);
• Fototipo VI: Negra. Não queima e bronzeia facilmente (Figura 12).

Figura 7 – Fototipo I
Fonte: Getty Images
Figura 8 – Fototipo II
Fonte: Getty Images

Figura 9 – Fototipo III Figura 10 – Fototipo IV


Fonte: Getty Images Fonte: GettyI mages

Figura 11 – Fototipo V Figura 12 – Fototipo VI


Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

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Classificação das Discromias
As discromias podem ser divididas em:
• Acromia: quando não há presença de pigmentação em um ou mais locais da
pele (Figura 13 – Acromia). Pode ocorrer por traumas, patologias dermatológicas
ou exposição solar excessiva;
• Hipocromia: coloração da pele mais clara em um ou mais locais do corpo
(Figura 14 – Hipocromia). Ocorrem por diminuição na síntese de melanina,
podendo ser adquirias ou congênitas. As hipopigmentações desencadeadas por
excesso de radiação solar são chamadas de leucodermia solar;
• Hipercromia: áreas de pigmentação mais escurecida. Ocorre por aumento
da síntese de melanina e consequente, maior depósito de melanina na pele.
(Figura 15- hipercromia). Elas podem ser congênitas ou adquiridas;

As hiperpigmentações se apresentam em forma de manchas acastanhadas ou


enegrecidas. Essas manchas, muitas vezes, tornam-se inestéticas.

Figura 13 – Acromia Figura 14 – Hipocromia Figura 15 – Hipercromia facial


Fonte: Getty Image Fonte: Getty Images Fonte: Getty Images

A melhor estratégia para combater o surgimento das hiperpigmentações, é o


uso de FPS, exposição solar por 15 minutos ao dia, em horários específicos, pouca
exposição à luz azul e à luz branca.

A exposição solar excessiva pode provocar as melanoses solares, que são man-
chas pequenas e castanhas que surgem em áreas que sofreram com fotoexposição.
Essas lesões podem se tornar pré-malignas e, inclusive, malignas. Geralmente sur-
gem após os 40 anos.

Melasma
O melasma é definido como a hiperpigmentação adquirida que ocorre com ex-
clusividade em áreas fotoexpostas, em especial na face e, ocasionalmente, no pes-
coço e nos antebraços.

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UNIDADE Discromias Faciais

Ocasiona uma deformidade facial significativa, promovendo hiperpigmentação.

Afeta mais comumente mulheres e pode ser particularmente desfigurante e psico-


logicamente angustiante, afetando sobremaneira a qualidade de vida dos pacientes.

É uma hipermelanose adquirida comum, crônica, de etiologia não bem definida.


Acomete áreas expostas da pele, principalmente as regiões frontal e malar, sendo
nove vezes mais frequente em mulheres do que em homens. É ainda caracterizada
pela presença de máculas acastanhadas simétricas em todas as raças, particular-
mente em indivíduos com fototipos altos. Exposição solar, gravidez e uso de anti-
concepcionais orais têm sido relacionados de forma relevante à sua etiopatogenia.

A etiopatogenia ainda não está completamente elucidada, mas, do mesmo modo,


acredita-se que diversos fatores estejam relacionados a uma possível exacerbação ou
mesmo no desenvolvimento da doença. Além disso, destacaram também que são
observados períodos de remissão parcial durante o inverno e períodos de exacerba-
ção durante o verão, sendo que as lesões podem surgir abruptamente em decorrên-
cia da exposição solar intensa, ou de forma gradual pela exposição constante.

Dos fatores ambientais, o que tem maior importância é a exposição aos raios
ultravioleta tipo A e B, tanto no lazer como na vida diária. No passado, outras
causas foram associadas ao melasma, como a ocorrência de distúrbios tireoidianos,
cosméticos, drogas fototóxicas e medicamentos anticonvulsivantes, mas ainda há
controvérsias em relação à influência desses fatores.

Fisiopatologia do Melasma
A pigmentação da pele ocorre pela ação da melanina. Ela é produzida pelos
melanócitos a partir da tirosina (formando eumelanina) ou da tirosina e cisteína
(formando feomelanina) pela ação da tirosinase. É a ativação do receptor de mela-
cortina 1 (MCR1) que promove essa diferenciada transformação. A transferência
da melanina para os queratinócitos é feita pelo melanócito ou unidade epidérmica
de melanização. A ação do hormônio melanoestimulante (MSH) promove aumento
dos melanócitos e entra nas células pela ação de receptores. A exposição aos raios
ultravioletas (RUV) promove um aumento do número de melanócitos. São 4 a 6
genes que determinam a cor da pele e isso justifica os diferentes tipos de coloração.

Avaliação do Melasma
O número de manchas hiperpigmentadas pode variar de uma única lesão de
várias manchas localizadas geralmente simetricamente na face e, ocasionalmente,
no nariz, testa, queixo e pescoço, iminências malares, lábio superior. As manchas
são serrilhadas, bordas irregulares e geográficas. De acordo com a distribuição das
manchas, são reconhecidos três padrões clínicos de melasma:

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• Padrão centrofacial: é o padrão mais comum. Envolve a área da testa, boche-
chas, lábio superior e queixo;
• Padrão malar: acomete as regiões malares das bochechas e do nariz;
• Padrão mandibular: envolve o ramo mandibular e afeta de 9% a 16% dos casos.

A lâmpada de Wood pode ser utilizada como método de diagnóstico nas de-
sordens de pigmentação. O exame pela lâmpada de Wood pode ser empregado
para determinar a profundidade da pigmentação melânica da pele. Ele nos permi-
te uma visão instantânea das anomalias da pele, inclusive de manchas que ainda
não são vistas a olho nu. E, dependendo da profundidade dessas manchas, será
escolhido o tratamento mais eficaz para cada caso.

O exame deve ser realizado em local totalmente escuro, com a lâmpada de


Wood a aproximadamente 15cm da área a ser avaliada. Assim, tem-se que o
melasma pode ser classificado em tipos 4 histológicos, utilizando-se a lâmpada
de Wood, que faz uso da radiação ultravioleta A (R-UVA):
• No tipo epidérmico, a pigmentação é intensificada diante da lâmpada de
Woods. Há um aumento do contraste da cor e caracteriza-se histologicamente
pelo aumento do número de melanócitos e aumento do depósito de melanina
nas camadas basais dos queratinócitos. Apenas alguns melanófagos dispersos
podem ser observados na derme papilar;
• No tipo dérmico: a pigmentação não é aumentada em análise com a lâmpa-
da de Woods. Muitos melanófagos estão em toda a derme; Macrófagos com
melanina em uma localização perivascular encontrados na derme superficial
e, este tipo não é acentuado em contato com a luz de Wood e não responde
bem ao tratamento;
• No tipo misto, sob a lâmpada de Wood, a pigmentação fica mais evidente
apenas em algumas áreas, enquanto em outras não há nenhuma mudança.
A melanina é aumentada na epiderme, e existem muitos melanófagos dérmicos;
• Tipo indeterminado. Aqui há deposição de melanina encontrada na derme.
A lâmpada de Wood não traz nenhum benefício em indivíduos com pele
fototipo VI.

Melanose Solar
Melanose solar é a hiperpigmentação mais comumente observada em decorrên-
cia da exposição à radiação ultravioleta, acarretada pelo aumento de número e ati-
vidade dos melanócitos (células produtoras de melanina). Os melanócitos agredidos
passam a distribuir a melanina irregularmente ao longo da pele.

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UNIDADE Discromias Faciais

São lesões com formato arredondado, de coloração acastanhada clara, escura


ou negra, que surgem nas áreas de maior exposição à radiação solar (como mãos,
braços e rosto), principalmente em indivíduos de pele clara após a terceira década
de vida. Apesar de se tratarem de lesões benignas, essas manchas causam descon-
forto e afetam a autoestima do indivíduo por questões estéticas.

Efélides
As efélides, popularmente chamadas de sardas, são manchas causadas pelo au-
mento da melanina na pele. A melanina é o pigmento que dá cor à pele. É produ-
zida pelos melanócitos, células presentes na epiderme.

Existe uma tendência familiar e surgem principalmente nas pessoas de pele clara
(fototipo I e II) e ruivas. São causadas pela exposição continuada da pele ao sol ao
longo da vida e tendem a escurecer mais durante o verão.

As sardas se localizam principalmente nos locais da pele mais atingidos por


queimaduras solares, como a face, ombros e colo. São manchas arredondadas ou
geométricas de cor castanho ou marrom.

Radicais Livres (RL)


De maneira simples, o termo radical livre refere-se a átomo ou molécula altamente
reativo, que contém número ímpar (ou desemparelhado) de elétrons em sua última
camada eletrônica. É esse não emparelhamento de elétrons da última camada que
confere alta reatividade a esses átomos ou moléculas. Essa instabilidade estrutural faz
com que as moléculas tenham, desesperadamente, tendência a roubar um elétron de
qualquer outra substância a fim de se estabilizarem.

Radicais livres são produzidos continuadamente nas células, tanto através de


processos patológicos como através de mecanismos fisiológicos.

Pode ser por fonte: Endógena e Exógena.

Principais fontes endógenas (internas):


• Respiração Celular: processo que ocorre nas mitocôndrias, 4% do oxigênio
consumido durante a respiração celular, transforma-se em radical livre;
• Reações de Defesa: atuação dos neutrófilos e macrófagos (fagocitose) contra
bactérias e micro-organismos.

Principais radicais livres produzidos em processos metabólicos também cha-


mados de Espécies Reativas do Metabolismo do Oxigênio (ERMO ou ERO), eles
promovem stress oxidativo celular (Figura 16):

16
• Ânion superóxido (O2– );
• Peróxido de hidrogênio (H2O2 – água oxigenada);
• Radical hidróxila (OH– );

Principais enzimas que participam da defesa celular das fontes endógenas (internas):
• Catalase – proteína que degrada o peróxido de hidrogênio (H2O2) em água;
• Superóxido dismutase (SOD) – que transforma o ânion superóxido (O2– ) em
peróxido de hidrogênio;
• A dupla glutationa-peroxidase e glutationa-redutase que atua na remoção de
hidroperóxidos (OH– ) orgânicos durante a peroxidação dos lipídios. 

Principais fontes exógenas (externas):


• Excesso de bebida alcoólica;
• Antibióticos, quimioterápicos;
• Tabaco (vasoconstrição diminuindo a oxigenação);
• Agressões ambientais (frio, vento, poluição);
• Fatores nutritivos (falta de vitamina A, C e E);
• Fatores nutritivos (falta de oligoelementos: cobre, zinco etc.);
• Radiação ultravioleta – luz solar abundante nos horários em que os UV são
mais agressivos.

Antioxidante
Elétron

Radicais livres

Célula

Figura 16 – Radicais livres de oxigênio x stress oxidativo celular


Fonte: Adaptado de Getty Images

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UNIDADE Discromias Faciais

Antioxidantes
É um conjunto heterogênio de substâncias formadas por vitaminas, minerais,
pigmentos naturais e outros compostos e enzimas, que bloqueiam o efeito danoso
dos radicais livres, provindos da alimentação, suplementação alimentar, cosméticos
e também fármacos, sendo que, muitas vezes, os próprios medicamentos aumen-
tam a geração intracelular desses radicais.

Os antioxidantes possuem funções muito benéficas ao organismo para proteção


contra os radicais livres, sendo sua função primária o fornecimento de elétrons no
intuito de reduzir a velocidade de iniciação e/ou propagação dos processos oxidati-
vos, minimizando esse dano às moléculas e às estruturas celulares (Figura 17).

A utilização de compostos antioxidantes encontrados na dieta ou mesmo sinté-


ticos é um dos mecanismos exógenos de defesa que podem evitar os danos oxida-
tivos gerados pelo estresse oxidativo. O desbalanço entre a produção de EROs e a
remoção pelo sistema de defesa antioxidante (endógeno, fisiológico) é denominado
estresse oxidativo.

Ativos Antioxidantes
• Vitamina C (ácido ascórbico): poderoso antioxidante, age na síntese do colá-
geno, renovação celular e, ainda, na uniformização do tom da pele;
• Vitamina E: antioxidante com efeito anti-inflamatório e emoliente. Estudos apon-
tam que a combinação da vitamina C com a E numa mesma fórmula aumenta a
eficácia consideravelmente;
• Retinol: derivado da vitamina A, age na formação do colágeno e renovação celular;
• Ácido Elágico: extraído da romã, é uma das últimas descobertas e aposta da
ciência no combate aos radicais livres;
• Ácido Ferúlico: além da poderosa ação antioxidante, ela aumenta a produção
de enzimas protetoras das células;
• Ácido Alfalipóico: antioxidante universal. Melhora a aparência, promove
diminuição dos poros dilatados, das linhas de expressão e das olheiras;
• Coenzima Q10: ação antioxidante e estabilizadora de membrana celular;
• Drieline: estimulante da síntese de colágeno, antirradicais livres, cicatrizante,
anti-irritativo, anti-inflamatório e regenerador celular;
• Extrato de Artemísia: extrato das flores de artemísia rico em flavonoides,
taninos, lactonas, ácido clorogênico e óleos essenciais, que apresenta proprie-
dades antioxidante, antirradicais livres, anti-inflamatória e antimicrobiana;

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• Matrixyl: estimula a formação de colágeno na derme. Possui propriedades de
renovação celular mais efetiva que a vitamina C.

Célula normal Radicais livres Célula com


atacam a célula stress oxidativo
Figura 17 – Ação antioxidante
Fonte: Adaptado de Getty Images

Clareadores
Os clareadores são princípios ativos que previnem o aparecimento dos melas-
mas, cloasma ou hiperpigmentações (manchas) e suavizam as já existentes, inibindo
a atividade da tirosinase, diminuindo a produção de melanina.
• Ácido kójico: obtido da biofermentação do arroz, quelante do metal cobre
(elemento de que a enzima tirosina depende para a formação de melanina);
• Alpha-arbutin: inibe a atividade da tirosinase, diminuindo a produção de melanina;
• Biowhite: composto de extratos vegetais que atuam inibindo a tirosinase;
• Hidroquinona: inibe a atividade da tirosinase; apresenta citotoxicidade aos
melanócitos;
• Melawhite: inibe a tirosinase no estágio inicial da melanogênese;
• Melaslow: atua pela inibição da tirosinase e diminui a quantidade de melanina;
• Melfade: complexo clareador da pele, extraído da uva-ursi. Inibe a tirosinase.

Despigmentantes
Os despigmentantes, reduzem a hiperpigmentação da pele. As substâncias despig-
mentantes, inibem a reação bioquímica entre tirosina e tirosinase, inibiando desta for-
ma, a melanogênese.

Os ativos despigmentantes inibem a biossíntese da tirosinase, dispersam a mela-


nina formada, inibem a síntese de melanina, e retardam o transporte dos grânulos
de melanina.

Preparo da pele para receber o peeling químico:

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UNIDADE Discromias Faciais

O preparo da pele para receber o peeling superficial é uma das etapas principais
para o sucesso do tratamento químico, poderá ocorrer entre 7, 15 ou até 30 dias antes
do peeling com procedimentos estéticos de hidratação, nutrição e antioxidante.

Fototerapia
A fototerapia pode usar lasers ou LEDs para estratégias de tratamentos.

Combate a inflamação que pode estar presente nos casos de melasma e hidratar
e inibir a dupla ligação de melanina.

O laser vermelho tem uma propriedade antioxidante quando ofertado pela técnica
ILIB – aplicação de laser na artéria radial. Essa aplicação combate as espécies reati-
vas de oxigênio de modo sistêmico.

• Laser Vermelho (606 nm)


»» Absorvido por substâncias presentes na mitocôndria de células superficiais (teci-
do epitelial e tecido conjuntivo subjacente);
»» Aumento na síntese de ATP;
»» ILIB: efeito antioxidante

• Laser Terapêutico Infravermelho (808 nm)


»» Absorvido por substâncias presentes na membrana plasmática de células
mais profundas;
»» Alteração na permeabilidade da membrana com aumento na absorção de
nutrientes, água e dermocosméticos;
»» Ativação do metabolismo celular;
»» Utilizar 2 J/cm2, aplicação pontual em toda região que se deseja tratar.

• LED Azul (+/- 470 nm)


»» Hidratação imediata;
»» Otimização de decapagens superficiais (peelings físicos ou químicos);
»» Formação de espécies reativas que atuam na melanina, fracionando essa
molécula, tornando-a menos absorvedora de luz (efeito clareamento em man-
chas melânicas).

Aplicar em varredura lenta por 5 minutos na região a ser tratada. Esse tempo
corresponde a uma área de 10 cm2 x 10 cm2.

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Microdermoabrasão
O peeling de diamante é realizado com uma ponteira de caneta e uma lixa dia-
mantada, aspirando impurezas da pele, atingindo somente a epiderme. O método é
mais indicado para peles mais novas e sensíveis, que não necessitam de uma esfolia-
ção. Em relação à dor, o peeling de diamante é mais leve e retira somente uma parte
da epiderme, não causando dor nem vermelhidões.

Já o peeling de cristal é feito através de uma ponteira que aplicada sobre a pele,
libera e aspira os cristais (óxido de alumínio) pelo próprio equipamento a vácuo.
Ele é recomendado para peles fotoenvelhecidas e que precisam de uma esfoliação
mais profunda. O peeling de cristal é mais dolorido, trazendo uma leve queimação,
provocando vermelhidões na pele.

Por mais que a microdermoabrasão seja um procedimento seguro que não ofe-
rece riscos, pode não ser indicado para quem sofre das seguintes disfunções: cica-
trizes, queloides, diabetes, herpes, verrugas, feridas abertas, entre outras.

• Protocolo ILIB – Antioxidante


» 60 minutos a cada dois dias, durante 05 dias;
» Descanso de 20 dias, repete protocolo;
» Descanso de 20 dias, repete protocolo;
» Manutenção a cada 4 meses – 60 minutos a cada dois dias durante 05
dias apenas.

• Protocolo Cosmético
» Higienização com sabonete neutro;
» Aplicar loção pré-peeling (desengordurante);
» Aplicar blend de ácido mandélico, ácido kójico e ácido elágico, e aguardar
10 minutos. Retirar;
» Aplicar máscara clareadora. Deixar 20 minutos e retirar;
» Aplicar sérum vit C;
» Finalizar com FPS.

• Protocolo Cosmético com Microdermoabrasão


» Higienização com sabonete neutro;
» Realizar microdermoabrasão com peeling de cristal ou peeling de diamante;
» Aplicar ácido mandélico a 10% e aguardar 10 minutos. Retirar;
» Aplicar máscara clareadora. Deixar 20 minutos e retirar;
» Aplicar sérum resveratrol;
» Finalizar com FPS.

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UNIDADE Discromias Faciais

• Protocolo Cosmético com Laser Vermelho e LED Azul


»» Higienizar a pele;
»» Aplicar LED azul – 5 minutos por hemiface;
»» Aplicar sabonete glicoativo, deixar agir por 5 minutos e retirar;
»» Aplicar laser vermelho – 2 J/cm² de forma pontual por toda hiperpigmentação;
»» Aplicar máscara clareadora. Deixar agir por 20 minutos e retirar;
»» Aplicar sérum clareador e antioxidante com vitamina c e melawhite;
»» Finalizar com FPS.

• Orientações para Home Care


»» Proibida exposição solar;
»» Usar FPS diariamente, reaplicando a cada 3 horas;
»» Manter a pele bem hidratada e antioxidante pela manhã e à noite;
»» Ativos clareadores devem ser usados somente à noite.

22
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Fisiopatologia do Melasma
MIOT, L. D. B.; MIOT, H. A.; SILVA, M. G.; MARQUES, M. E. A. Fisiopatologia do melasma.
An Bras Dermatol. 2009;84(6):623-35.

Surgical & Cosmetic Dermatology


STEINER, D.; FEOLA, C.; BIALESKI, N.; SILVA, F. A. M. Treatment of Melasma: Systematic
Review. Surgical & Cosmetic Dermatology. 2009;1(2):87-94.

Microdermoabrasão: Peeling de Cristal e Diamante-revisão de Literatura


SILVA, L. P. I. ; SILVA, K. A.; SOUZA, M. A. V. P.; TAVARES, N. C.; SILVA, N. F.; PEREIRA,
L. P.; BACELAR, I. Microdermoabrasão: Peeling de Cristal e Diamante-revisão de Literatura.

Skin Therapy Lett


BOGDANN, A. I.; BAUMANN, L. Antioxidants used in skin care formulations. Skin
Therapy Lett. v.13, n.7, p. 5-9, 2008.

Revista Contexto & Saúde


FRIES, A. T.; FRASSON, A. P. Z. Avaliação da Atividade Antioxidante de Cosméticos Anti-idade.
Revista Contexto & Saúde. Ijuí. v. 10. n. 19. 2010.

Vídeos
A Formação do Melasma
https://youtu.be/gYKA_-dGn1Y

Leitura
Revista Saúde em Foco
Edição nº 10 – Ano: 2018.

23
23
UNIDADE Discromias Faciais

Referências
ANTUNES JUNIOR, D.; SOUZA, V. M. Ativos Dermatológicos Dermocosméticos
e Nutracêuticos. 9 volumes. Editor: Daniel Antunes Júnior e Valéria Antunes, 2016.

BORGES, F. S. Dermato Funcional – Modalidades Terapêuticas nas Disfunções


Estéticas. São Paulo: Phorte, 2010.

CAMPBELL, MONHEIT, R. M, G. D. Peeling Químico. In: GOLDBERG, David


J – Rejuvenescimento Facial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

CUCÉ, L. C.; FESTA NETO, C. Manual de Dermatologia. São Paulo: Atheneu, 2001.

FONSECA, A.; PRISTA, L. V. N. Manual de Terapêutica Dermatológica e


Cosmetológica. São Paulo: Roca; 2000.

HARRIS, M. I. Pele: do Nascimento a Maturidade. São Paulo: Senac, 2018.

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2004.

YAMAGUCHI, C. Procedimentos Estéticos Minimamente Invasivos – Conduta


Baseada em Exp. Clínica e Visão Estética Atual. São Paulo: Santos Grupo GEN, 2010.

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Estética Facial
Material Teórico
Envelhecimento

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Esp. Paula França

Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Envelhecimento

• Definição de Envelhecimento Cutâneo;


• Classificação do Envelhecimento da Pele;
• Teorias do Envelhecimento;
• Rugas;
• Avaliação do Envelhecimento Cutâneo;
• Classificação de Glogau;
• Cosméticos Aplicados ao Envelhecimento;
• Eletrotermofoterapia Aplicada ao Envelhecimento;
• Protocolo Cosmético para Rejuvenescimento Facial.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Avaliar grau de envelhecimento;
• Selecionar recursos de tratamento adequados seguros e eficazes de modo individual
e personalizado;
• Tratar de modo seguro e eficaz o envelhecimento, selecionando melhores recursos;
• Indicar cosméticos para home care;
• Orientar sobre Práticas de Vida Diária que contribuem para o sucesso do tratamento.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Envelhecimento

Definição de Envelhecimento Cutâneo


O envelhecimento do organismo como um todo se relaciona ao fato de as células
somáticas do corpo começarem a morrer e não serem substituídas por novas, como
acontece na juventude. Isso está ligado, entre outros fenômenos, ao envelhecimen-
to celular.

Fisiologicamente, o envelhecimento está associado à perda de tecido fibroso, à


taxa mais lenta de renovação celular e à redução da rede vascular e glandular.

A função de barreira que mantém a hidratação celular também fica prejudicada.


Dependendo da genética e do estilo de vida, as funções fisiológicas normais da pele
podem diminuir 50% até a meia-idade.

Como a pele é o órgão que mais reflete os efeitos da passagem do tempo, sua
saúde e sua aparência estão diretamente relacionadas aos hábitos alimentares e ao
estilo de vida escolhido.

A radiação ultravioleta, o excesso de consumo de álcool, o abuso de tabaco e a


poluição ambiental, entre outros, são fatores que “aceleram” o trabalho do relógio
biológico, provocando o envelhecimento precoce.

Além disso, o aumento do peso corporal e dos níveis de açúcar no sangue tam-
bém colabora para a pele envelhecer antes do tempo.

Classificação do Envelhecimento da Pele


Envelhecimento intrínseco da pele
Uma das alterações mais significativas que encontramos na pele com o enve-
lhecimento cronológico (intrínseco) é a diminuição da junção dermoepidérmica,
devido ao achatamento dos cones interpapilares que reduzem a coesão de contato
entre a derme e epiderme e, consequentemente, ocorre a diminuição dos nutrientes
necessários às células epidérmicas. Esse fato torna, histologicamente, a epiderme
atrófica em virtude da redução da taxa de renovação das células epidérmicas.

Derme
Com o envelhecimento cronológico, as alterações dérmicas são notórias e as
principais responsáveis pelo aspecto da pele envelhecida, já que ocorrem várias
alterações em seus componentes.

Ocorre uma diminuição dos fibroblastos e, automaticamente, há perda do volu-


me dérmico, alterações químicas nas fibras elásticas e diminuição da espessura das
fibras colágenas e das fibras reticulares (Figura 1).

8
Figura 1 – Envelhecimento cutâneo facial
Fonte: Getty Images

As glândulas sudoríparas écrinas (independente do folículo) apresentam achata-


mento do epitélio secretor, atrofia dos acínos (regiões secretoras) e diminuição do
número e do volume de suor eliminado.

Glândulas sudoríparas apócrinas (ligada ao folículo) apresentam aspectos diversos.

Algumas estão completamente atrofiadas, outras discretamente e outras com


aspecto histológico normal.

As glândulas sebáceas não apresentam alterações no volume e no número, a


hipossecreção é devida à diminuição do estímulo androgênico (podendo ser ativada
pela ação de andrógenos).

Não exibem alterações morfológicas, ainda que possam estar ativas ou inativas
e possuem menor número de vasos sanguíneos ao seu redor.

As terminações nervosas livres na derme não se alteram com a idade, porém, os


órgãos terminais – como corpúsculos de Meisser, Vater-Pacini e Merckel – dimi-
nuem em número e volume no idoso.

E qual o resultado?

Diminui a sensibilidade da pele do idoso, o que favorece a ocorrência de lesões


traumáticas, pois a diminuição da sensibilidade à dor leva a uma maior demora nas
respostas defensivas em relação ao agente agressor (Figura 2).

A microcirculação cutânea diminui com a idade em decorrência da regressão e


da desorganização dos pequenos vasos.

9
9
UNIDADE Envelhecimento

Com a reabsorção das papilas, muitas reações capilares desaparecem e há dimi-


nuição das luzes vasculares dos capilares da derme.

Cutícula
Epiderme
Ácido hialurônico
Derme Fibra elástica (quebrada)

Colágeno (atrofia)

Hipoderme Células de gordura

Músculos
Pele Jovem Pele Envelhecida
Figura 2 – Envelhecimento da pele
Fonte: Adaptado de Getty Images

Envelhecimento extrínseco da pele


O envelhecimento extrínseco da pele é causado por agentes exógenos (mecânicos,
químicos e climáticos, entre outros) como, por exemplo, a irradiação solar ultravioleta
(UVA e UVB) é considerada o grande agente causador do Fotoenvelhecimento.

Fotoenvelhecimento é o termo utilizado para explicar, principalmente, a ação


cumulativa da radiação solar, determinando uma série de alterações nas células e
nos constituintes da pele (Figura 3 – pele fotoenvelhecida).

Figura 3 – Pele fotoenvelhecida


Fonte: Getty Images

O fotoenvelhecimento está presente em todos os habitantes da terra e a época


do seu desenvolvimento depende do tipo de pele e da intensidade e quantidade
(tempo) de exposição solar.

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Teorias do Envelhecimento
A Teoria que explica o Fotoenvelhecimento é a Teoria dos Radicais Livres.

Teoria dos Radicais Livres


Esta Teoria estabelece que as alterações fisiológicas e degenerativas que ocor-
rem com o passar dos anos devem-se ao acúmulo no organismo de substâncias
tóxicas, conhecidas como Radicais Livres.

Radicais Livres (RL)


De maneira simples, o termo Radical Livre refere-se a átomo ou molécula alta-
mente reativos, que contém número ímpar (ou desemparelhado) de elétrons em sua
última camada eletrônica.

É este não emparelhamento de elétrons da última camada que confere alta re-
atividade a esses átomos ou moléculas. Essa instabilidade estrutural faz com que
essas moléculas tendam desesperadamente a roubar um elétron de qualquer outra
substância, a fim de se estabilizar.

Radicais livres são produzidos continuadamente nas células, tanto por meio de
processos patológicos quanto por meio de mecanismos fisiológicos.

Pode ser por fonte: endógena e exógena.

Principais fontes endógenas (internas):


• Respiração celular: processo que ocorre nas mitocôndrias, 4% do oxigênio
consumido durante a respiração celular, transforma-se em radical livre;
• Reações de defesa: atuação dos neutrófilos e macrófagos (fagocitose) contra
bactérias e micro-organismos.

Principais radicais livres produzidos em processos metabólicos também chama-


dos de Espécies Reativas do Metabolismo do Oxigênio (ERMO ou ERO):
• Ânion superóxido (O2– );
• Peróxido de hidrogênio (H2O2 – água oxigenada);
• Radical hidróxila (OH– ).

Principais enzimas que participam da defesa celular das fontes endógenas (internas):
• Catalase: proteína que degrada o peróxido de hidrogênio (H2O2) em água;
• Superóxido dismutase (SOD): que transforma o ânion superóxido (O2– ) em
peróxido de hidrogênio;
• A dupla glutationa-peroxidase e glutationa-redutase, que atua na remoção de
hidroperóxidos (OH–) orgânicos durante a peroxidação dos lipídios.

11
11
UNIDADE Envelhecimento

Fontes exógenas (externas) que contribuem


para acelerar o envelhecimento cutâneo
• Excesso de bebida alcoólica;
• Antibióticos, quimioterápicos;
• Tabaco (vasoconstrição diminuindo a oxigenação);
• Agressões ambientais (frio, vento, poluição);
• Fatores nutritivos (falta de vitamina A, C e E);
• Fatores nutritivos (falta de oligoelementos: cobre, zinco etc.);
• Radiação ultravioleta – luz solar abundante nos horários em que os UV são
mais agressivos.

Quanto mais são os fatores estressantes para a pele, maior a ação dos radicais livre de oxigê-
Explor

nio e, consequentemente, o envelhecimento é mais precoce.

Mecanismos de defesa de fontes exógenas


• Os mecanismos de defesa contra os radicais livres são: enzimas antioxidantes
e os compostos antioxidantes.

Enzimas antioxidantes
São proteínas capazes de promover a transformação dos radicais livres em pro-
dutos mais estáveis e menos tóxicos.

Compostos antioxidantes
É um conjunto heterogênio de substâncias formadas por vitaminas, minerais,
pigmentos naturais e outros compostos e, enzimas, que bloqueiam o efeito danoso
dos radicais livres, provindos da alimentação, suplementação alimentar, cosméticos
e também fármacos, sendo que muitas vezes os próprios medicamentos aumentam
a geração intracelular desses radicais.

A utilização de compostos antioxidantes encontrados na dieta ou mesmo sintéti-


cos é um dos mecanismos exógenos de defesa que podem evitar os danos oxidati-
vos gerados pelo estresse oxidativo.

O desequilíbrio entre a produção de EROs e a remoção pelo sistema de defesa


antioxidante (endógeno, fisiológico) é denominado estresse oxidativo.

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Aspectos histopatológicos e
histoquímicos no fotoenvelhecimento
• Alteração do melanócito – hiper ou hipopigmentação;
• Diminuição da capacidade imunológica (células de Langherans diminuem
aproximadamente 50%);
• Alteração na produção de fibras colágenas e de elastina (Figura 4);
• Modificação do tecido conjuntivo;
• Superprodução da enzima elastase que degrada as fibras colágenas;
• Aumento das colagenases que degradam as fibras colágenas.

Pele jovem Pele envelhecida


Cutícula

Epiderme

Derme Elastina

Colágeno

Hipoderme Células de gordura

Músculo
Figura 4 – alteração nas fibras de colágeno e elastina
Fonte: Adaptado de Getty Images

Rugas
As rugas faciais são um dos sinais do envelhecimento cutâneo e representam um
dos principais motivos de procura de cuidados corretivos e tratamentos. Podem ser
desencadeadas pela alteração nas fibras elásticas e pela diminuição da espessura da
pele e do tecido subcutâneo, decorrentes do processo de envelhecimento ou pela
ação dos músculos da mímica ou da gravidade agindo sobre a pele flácida.

Podem ocorrer em toda a superfície cutânea, sobretudo nas áreas do corpo que
ficam descobertas a maior parte do tempo, como face e mãos, o que demonstra a
importância dos raios solares no agravamento das rugas fisiológicas.

13
13
UNIDADE Envelhecimento

A sequência de alterações e a velocidade com que ocorrem se dá de maneira variá-


vel em cada indivíduo. Fatores ambientais e de estilo de vida (fumo, álcool, exposição
solar e alterações nos níveis de estrogênio) podem acelerar seu desenvolvimento.

Rugas dinâmicas
Decorrentes da ação repetida
dos músculos faciais sobre uma
pele que perdeu a elasticidade ou
a capacidade de recuperar sua
forma, estão localizadas em cima
do nariz, horizontal ou vertical-
mente, na testa, no canto exter-
no dos olhos e no lábio superior.

Surgem mais cedo em pes-


soas com grande expressividade
da mímica facial (Figura 5 – Ru- Figura 5 – Rugas dinâmicas
gas dinâmicas). Fonte: Getty Images

Rugas Estáticas
São produtos do envelhecimento da pele e mais comuns ao redor dos olhos,
testa e lábios.

Aparecem quando a face está em repouso, sem que haja nenhuma expressão
forçada (Figura 6 – Rugas estáticas).

Figura 6 – Rugas estáticas


Fonte: Getty Images

14
Avaliação do Envelhecimento Cutâneo
A pele envelhecida perde o contorno
facial devido à flacidez tissular, à flacidez
muscular e à diminuição do coxim gor-
duroso. Isso é extremamente perceptível
quando olhamos o cliente de frente, com a
face sobre a ação da gravidade, e observa-
mos perda do contorno da face (Figura 7
– Perda de contorno facial).

Além da perda de contorno facial,


observa-se durante a avaliação da face a
presença de hipercromias, hipocromias ou
acromias. Isso ocorre devido a lesões nos
melanócitos. A essas alterações denomi- Figura 7 – Perda de contorno facial
namos discromias (Figura 8 – Discromias). Fonte: Getty Images

Figura 8 – Discromias
Fonte: Getty Images

Classificação de Glogau
Sistema criado pelo Dr. Richard Glogau, com objetivo de quantificar o envelhe-
cimento de cada faixa etária.

Toda tentativa de criar uma classificação não é perfeita, pois uma pessoa pode
ou não se enquadrar no nível de sua faixa etária. Dessa forma, é de grande impor-
tância a experiência e o bom senso do profissional.

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15
UNIDADE Envelhecimento

Tipo I – Envelhecimento leve


• Idade: 28 a 35 anos;
• Descrição: sem rugas;
• Característica da pele: alterações pigmentares suaves (manchas de pele), sem
queratose (aquelas manchas mais avermelhadas e ásperas), sem rugas.

Tipo II – Envelhecimento moderado


• Idade: 35 a 50 anos;
• Descrição: rugas em movimento ou de expressão;
• Característica da pele: manchas marrons visíveis, pele áspera, linhas parale-
las ao sorriso, inclusive o sulco nasogeniano e as rugas perioculares começam
a aparecer.

Tipo III – Envelhecimento avançado


• Idade: 50 a 65 anos;
• Descrição: rugas em repouso, mesmo sem expressão;
• Característica da pele: manchas escuras (hipercromias), avermelhadas (nevos
rubi), às vezes, algumas esbranquiçadas (hipocromia) e ásperas (queratose) visí-
veis, teleangiectasias, rugas perioculares e sulco nasogeniano aparecem mes-
mo em repouso, ou seja, mesmo sem expressão facial, as rugas são visíveis.

Tipo IV – Envelhecimento grave da pele do rosto


• Idade: 60 a 75 anos;
• Descrição: rugas e extrema flacidez da pele;
• Características da pele: manchas escuras (hipercromia), brancas (hipocro-
mia) e vermelhas (nevo rubi) podem coexistir, neoplasias cutâneas (câncer de
pele), rugas por todo o rosto, flacidez pela falta de colágeno, não podem usar
maquiagem, porque ela borra e forma grumos grossos.

Cosméticos Aplicados ao Envelhecimento


Os cosméticos são um recurso imprescindível na prevenção e no tratamento da
pele envelhecida. Não há um princípio ativo único que seja suficiente para tratar o
envelhecimento cutâneo. É necessário o uso de hidratantes, antioxidantes, clarea-
dores e estimulantes, entre outros.

O maior impacto na pele envelhecida é a desidratação.

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A desidratação e a diminuição da elasticidade ocorrem quando a perda de água
do extrato córneo é maior do que a sua reposição

As formulações de hidratantes podem conter produtos de ação semioclusiva


(óleos vegetais, óleos minerais, gorduras, ácido hialurônico e ceras vegetais); pro-
dutos umectantes (propilenoglicol, sorbitol, glicerina, pantenol) e produtos hidro-
-repelentes (derivados do silicone).

Exemplos de ativos hidratantes


• Ácido hialurônico: devido a seu grande peso molecular, não é absorvido pela
epiderme. Forma um fino filme viscoelástico, levemente permeável e invisível,
que protege e retém grande quantidade de umidade na superfície da pele;
• Algas marinhas: ricas em vitaminas, sais minerais, proteínas, iodo e polissa-
carídeos, promovem tonificação e hidratação;
• Aminoácidos: unidades formadoras das moléculas de proteína. Tem um bom
poder de penetração, vez que seu peso molecular é baixo;
• Aveia: rica em proteínas, vitaminas do complexo A, B e E, enzimas, sais de
cálcio, ferro, sódio e potássio. Atua como hidratante, emoliente e revitalizante;
• Ceramida: constituinte da camada córnea. Regenera a pele danificada por
agentes químicos, peeling e condições climáticas;
• Colágeno: proteína estrutural do organismo. Retém a umidade na camada
córnea e reduz a ação irritante causada por alguns detergentes;
• Elastina: responsável pela elasticidade dos tecidos. Retém a umidade na ca-
mada córnea;
• NMF: reprodução do fator de hidratação natural, de origem sintética. Mistura
de aminoácidos, lactato de sódio, ureia, alantoína. Altamente umectante;
• Ureia: hidratante e estimulante da regeneração celular.

Os nutritivos são responsáveis por repor nutrientes e substâncias recuperadoras


na camada hidrolipídica da pele. Eles contêm ativos que promovem a regeneração,
a conservação e a proteção dessa camada, prevenindo o envelhecimento cutâneo.

Como o processo de mitose celular é maximizado durante as primeiras horas da


manhã, a nutrição da pele deve ser feita durante a noite, visando a repor os com-
ponentes lipídicos do manto córneo. Entre os princípios ativos nutritivos, podemos
citar os antioxidantes (antirradicais livres), os oligoelementos e as vitaminas.

Antioxidantes agem combatendo a ação dos radicais livres de oxigênio (antirra-


dicais livres).

Como exemplos de princípios ativos antioxidantes temos:


• Ácido alfalipóico: antioxidante universal. Melhora a aparência, promove dimi-
nuição dos poros dilatados, das linhas de expressão e das olheiras;

17
17
UNIDADE Envelhecimento

• Coenzima Q10: ação antioxidante e estabilizadora de membrana celular;


• Drieline: estimulante da síntese de colágeno, antirradicais livres, cicatrizante,
anti-irritativo, anti-inflamatório e regenerador celular;
• Extrato de artemísia: extrato das flores de artemísia rico em flavonoides, tani-
nos, lactonas, ácido clorogênico e óleos essenciais, que apresenta propriedades
antioxidante, antirradicais livres, anti-inflamatória e antimicrobiana;
• Matrixyl: estimula a formação de colágeno na derme. Possui propriedades de
renovação celular mais efetiva que a vitamina C.

Os oligoelementos são substâncias que existem em quantidades minúsculas nos


organismos vivos. São importantes porque ativam e catalisam grande número de
reações que ocorrem nos seres vivos.

Exemplos:
• Enxofre e selênio: o enxofre interage com o selênio para formar a enzima
glutationa-peroxidase, com importante ação antirradicais livres;
• Zinco: necessário para a síntese de proteínas. Regula o fluxo sebáceo e junto
com a vitamina A é responsável pela renovação celular. Possui propriedades
calmantes e antirradicais livres;
• Cálcio e magnésio: regulam as trocas celulares e participam da síntese de
neuromediadores;
• Silício: atua diretamente sobre o metabolismo celular, estimulando as fibras de
sustentação da pele (colágeno, elastina e proteoglicanas), conferindo firmeza e
tonicidade aos tecidos e prevenindo o envelhecimento da pele. Protege as células
cutâneas dos radicais livres. Auxilia na retenção de moléculas de água sobre a pele.

As vitaminas são, normalmente, adicionadas a produtos cosméticos como esti-


mulantes da proliferação celular e como antioxidantes.

Podem ser:
• Hidrossolúveis: complexo B e vitamina C;
• Lipossolúveis: vitaminas A, D, E, K e F.

Eletrotermofoterapia
Aplicada ao Envelhecimento
Eletroestimulação
São correntes excitomotoras, utilizadas para melhorar a tonicidade muscular.
Possuem efeitos químicos polares semelhantes aos produzidos pela corrente con-
tínua, porém de intensidade muito menor. O que se tem observado é que muitos

18
impulsos na mesma polaridade tornam as correntes para a eletroestimulação na
musculatura estriada mais incômoda e desagradável, o polo negativo gera uma
contração mais intensa e vigorosa.

Características das correntes para a eletroestimulação na musculatura estriada:


• Intensidade: possuir umbral liminar ou umbral de excitação (intensidade míni-
ma necessária para obter uma contração muscular) miliampere mA. A intensi-
dade dependerá da tolerância do cliente;
• Frequência (Hz): estudos comprovam que a musculatura estriada (facial) res-
ponde melhor a uma frequência de 50 a 80Hz;
• Tempo de contração: necessário um tempo mínimo suficiente de emissão de
descarga ou rajadas de impulsos para que ocorra a contração;
• Tempo de repouso: é necessário que ocorra um intervalo suficiente entre uma
contração e outra para que haja o relaxamento completo das fibras musculares;
• Colocação dos eletrodos: origem e inserção muscular.

Radiofrequência
Onda eletromagnética que atua por conversão. Essa conversão é gerada pelos
fenômenos físicos:
• Movimento iônico: as cargas elétricas são atraídas e repelidas ao mudar a
polaridade da corrente e, dessa forma, resulta em calor;
• Movimento da rotação de moléculas dipolares: a molécula de H²O, quando
exposta à radiofrequência, gira em torno de seu eixo, aproximando as áreas de
carga ao eletrodo de polaridade oposta, causando colisão entre os tecidos e,
consequentemente, aumentando a temperatura;
• Distorção molecular: os elétrons em torno do núcleo são atraídos para so-
frer uma distorção de sua órbita, gerando uma conversão de energia elétrica
em calórica.
• As radiofrequências podem ser:
• Mono ou unipolares: somente um eletrodo se insere no circuito com o equi-
pamento e o paciente; atuam em tecidos mais profundos;
• Bipolares: dois eletrodos (um ativo e um dispersivo). Podem estar separados
ou numa mesma ponteira (atuam em tecidos mais superficiais).

Efeitos biológicos da radiofrequência: hiperemia cutânea profunda, aumento da


atividade do sistema nervoso parassimpático e diminuição do sistema simpático,
neocolagenogênse e neoelastogênese, liberação de proteínas de choque (HSP47 e
HSP 42 que atuam protegendo as células do calor excessivo).

Para a eficácia da radiofrequência, devemos sempre aquecer o local tratado e


manter esse aquecimento por cerca de 7 minutos.

19
19
UNIDADE Envelhecimento

Aquecimento facial: entre 38°C e 39°C

A dosimetria é dependente de cada equipamento, o veículo condutor pode ser


gel, gel glicerinado ou glicerina líquida (isso é determinado pelo fabricante do equi-
pamento).

Sempre se deve levar em consideração a hiperemia local e o conforto do pacien-


te durante a aplicação.

A temperatura do local deve ser aferida do início ao final da sessão, com inter-
valos máximos de 1 minuto. Os intervalos para aplicação de radiofrequência facial
são quinzenais.

Fototerapia no envelhecimento cutâneo


O led azul estimula compostos presentes na melanina, promovendo o clarea-
mento de hipercromias faciais, olheiras. Promove alteração da tensão superficial da
pele, com efeito estético de expansão dos tecidos e hidratação facial.

A aplicação do led azul deve ser feita em forma de varredura, por 5 minutos,
por hemiface.

O led com luz visível âmbar estimula a organela ribossômica, otimizando a


síntese de colágeno; espessamento homogêneo não térmico das fibras adensadas,
que confere ao rosto uma expressão saudável; estímulo ao metabolismo celular e
iluminação facial.

O laser vermelho aumenta o metabolismo dos fibroblastos, com consequente


aceleração na produção de fibras colágenas, otimização da circulação periférica,
melhorando a nutrição celular. Utiliza-se uma dose de 2J/cm2, em modo de aplica-
ção pontual.

O laser infravermelho aumenta o metabolismo dos fibroblastos, com conse-


quente aceleração na síntese de fibras colágenas, altera a permeabilidade da mem-
brana plasmática das células favorecendo a permeação dos princípios ativos. Utili-
za-se uma dose de 2J/cm2, em modo de aplicação pontual.

Microagulhamento
O microagulhamento tem como pro-
posta estimular a produção de colágeno,
sem provocar a retirada da epiderme,
mantendo, dessa forma, a pele protegi-
da, hidratada e com menor chance de
lesões, como discromias e desidratação.

O equipamento para realizar o micro-


agulhamento é conhecido como R ­ oller Figura 9
(Figura 9). Fonte: Getty Images

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Existem vários tipos de Roller no Mercado. Eles são fabricados em polietileno
com agulhas de aço inoxidável e estéreis, que devem ser alinhadas simetricamente
em fileiras.
Os equipamentos variam o número de agulhas entre 190 a 540 e o comprimen-
to da agulha varia de 0,2mm a 3,0mm.
A qualidade do Roller está diretamente relacionada à resposta ao tratamento.
Ele deve ter registro na ANVISA. Muitos equipamentos que não possuem registro
na ANVISA acabam prejudicando o resultado do tratamento e colocando em risco
o cliente/paciente, pois possuem agulhas tortas, de comprimentos e diâmetros ina-
dequados, que podem levar a uma lesão não controlada e, ao invés de obtermos um
processo de reparação tecidual, teremos um processo de cicatrização.
Os tamanhos de agulhas disponíveis no mercado são: 0,2; 0,3; 0,5; 1,0; 1,5;
2,0; 2,5 e 3,0mm.
Atua como drug delivery (Sistema de Acesso Transdermal de Ingrediente) para
aumentar a permeação dos princípios ativos dos cosméticos (os cosméticos devem
ser fluídos ou em sérum com ativos lipossomados ou com nanotecnologia) e com a
produção natural de colágeno por meio do processo de reparação tecidual.
A partir da perda da integridade da barreira cutânea, a dissociação dos querati-
nócitos, resulta na liberação das citocinas como a interleucina – 1ª, interleucina – 8,
TNF – a e GM – CSF, o que causará vasodilatação dérmica e migração de querati-
nócitos para o reparo tecidual.
Temos 3 fases do processo:
• Injúria: imediatamente após o microagulhamento, ocorre liberação de plaque-
tas e neutrófilos que são responsáveis pela liberação de fatores de crescimento;
• Fase de maturação: na qual ocorre a angiogênese, a epitelização e a prolifera-
ção de fibroblastos, com produção de colágeno, elastina, glicosaminoglicanos
(gags). Essa fase inicia 5 dias após a injúria;
• Fase de remodelamento: na qual o colágeno tipo III é substituído pelo colá-
geno tipo I, que pode durar de 6 meses a 2 anos.
• Vantagens da técnica: baixo down time, segura em fototipo alto, ampla acei-
tação, excelente custo benefício, não remove a epiderme, diminuindo o risco
de fotodano, desidratação.
No caso de drug delivery, pode ser usado associado a cosméticos.
O intervalo varia de acordo com o tamanho da agulha utilizada. Para agulhas
até 3mm, pode ser usada até 3 vezes/semana, de 0,5mm a 1,5mm, em intervalo
mínimo de 15 dias (tempo necessário para remodelação de colágeno) e acima de
2,0mm a cada 6 meses, visto que as lesões são mais profundas.
Varia de 3 a 8 sessões, dependendo da intenção do tratamento. Após a aplica-
ção, sugere-se um intervalo de 24 horas para aplicação do FPS e da maquiagem.
Não se deve utilizar cremes ou máscaras calmantes após a aplicação, haja vista
que o objetivo é manter um processo inflamatório na lesão, para a reparação tecidual.

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UNIDADE Envelhecimento

Pode-se aplicar fluídos de colágeno, ácido hialurônico, fator de crescimento e


vitamina C.

Sem associação cosmética, justifica-se o uso do microagulhamento pela libe-


ração dos fatores de crescimento plaquetário para homeostasia no processo de
reparação tecidual.

Figura 10 – Microagulhamento facial


Fonte: Getty Images
Explor

Direção do microagulhamento: http://bit.ly/2NNLJsq

Protocolo Cosmético para


Rejuvenescimento Facial
• Aplicar a Espuma de Limpeza com ácido glicólico, realizando movimentos
circulares. Remover com algodão umedecido;
• Aplicar esfoliante facial, realizando movimentos circulares;
• Retirar com algodão umedecido;
• Aplicar algodão umedecido em Tônico Pré-Peeling sobre a região a ser tratada;
• Aplicar ácido mandélico sobre a região a ser tratada e deixar agir por até
10 minutos;
• Retirar com água abundante (*Observação: a tolerância ao ácido deve ser sem-
pre respeitada, havendo desconforto intenso antes do tempo indicado, neutra-
lizar o ácido imediatamente);
• Aplicar loção tônica hidratante em toda a face e deixar secar naturalmente;
• Aplicar o fluido de colágeno, com movimentos de massagem e pinçamentos;
• Aplicar FPS.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Rejuvenecimento Facial
GOLDBERG, D. J. Rejuvenecimento Facial. (Ross M. Campbell e Gary D.Monheit).
EUA: Guanabara Koogan, 2007.
Pele: do Nascimento a Maturidade
HARRIS, M. I. Pele: do Nascimento a Maturidade, São Paulo Local: Senac, 2016 ano.
Efeitos bioestimulantes do laser de baixa potência no processo de reparo
LINS, R. D. A. U. et al. Efeitos bioestimulantes do laser de baixa potência no processo
de reparo. An Bras Dermatol. Local, v. 85, n. 6, p. 849-55, 2010.
Procedimentos Estéticos Minimamente Invasivos – Conduta Baseada em Exp.Clínica e Visão Estética Atual
YAMAGUCHI, C. Procedimentos Estéticos Minimamente Invasivos – Conduta
Baseada em Exp.Clínica e Visão Estética Atual. São Paulo Local: Santos Grupo
GEN, 2010.
Microneedling exrimental study and classification of the resulting injury
LIMA, E. V. A.; LIMA, M. A.; TAKANO, D. Microneedling exrimental study and
classification of the resulting injury. Surg Cosmet Dermatol, Local, v. 5, n. 2,
p.110114, 2013.
Bases biomoleculares do fotoenvelhecimento
MONTAGNER, S.; COSTA, A. Bases biomoleculares do fotoenvelhecimento. An Bras
Dermatol. l, v. 84, n. 3, p. 263-269, 2009.

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UNIDADE Envelhecimento

Referências
ANTUNES, D.; SOUZA, V. M. Ativos Dermatológicos Dermocosméticos e Nu-
tracêuticos. São Paulo Local: Daniel Antunes Júnior, 2017 ano.

BORGES, F. S. Dermato Funcional – Modalidades Terapêuticas nas Disfunções


Estéticas. São Paulo Local: Phorte, 2010 ano.

CUCÉ, L. C. Manual de Dermatologia. Local: Atheneu, 2001.

FONSECA, A.; PRISTA, L., N. Manual de Terapêutica Dermatológica e Cos-


metológica. São Paulo Local: Roca; 2000.

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