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TERAPIA CAPILAR

Docente: Zilá Serafim


ANATOMIA DA PELE

A pele ou tegumento protetor do corpo, é o maior órgão do corpo humano,


em termos de superfície e peso. Órgão que visa manter o equilíbrio entre o
organismo e o meio exterior, cuja suas funções são:
• Termorregulação.
• Proteção.
• Barreira hídrica.
• Excreção de sais.
• Síntese de vitamina.
• Defesa contra agressões físicas, químicas e biológicas.
ANATOMIA DA PELE

A pele , tem duas estruturas distintas firmemente unidos entre si: a derme e
a epiderme.
A epiderme é a camada mais externa, sendo formada por tecido epitelial
multiestratificado.
Após a epiderme, encontramos a derme formada por tecido conjuntivo e
nela estão localizados os nervos, vasos sanguíneos e linfáticos, folículos
pilosos e as glândulas sudoríparas.
Abaixo da derme, encontramos o tecido subcutâneo, conhecido também
como tecido adiposo subcutâneo. Esse tecido não faz parte da pele, mas
representa a região de união da pele com outros órgãos.
Algumas estruturas são associadas à pele: pelos, unhas, glândulas
sebáceas e sudoríparas.
ANATOMIA DA PELE

Fonte: http://dicas-enfermagem.blogspot.com/2012/02/entenda-
como-e-pele.html.
EPIDERME
A epiderme é um epitélio multiestratificado, formado por várias camadas
(estratos) de células achatadas (epitélio pavimentoso) justapostas, composto
por queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans e células de Merkel.
Constituída por epitélios de revestimento. Que subdividem-se em:
 Camada basal;
 Camada espinhosa;
 Camada granulosa;
 Camada lúcida
 Camada córnea;
ANATOMIA DA PELE

Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:502_Layers_of_epidermis.jpg
DERME

Localizada sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que contém fibras


proteicas, vasos sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e
glândulas.
As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela
produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa,
na qual os elementos dérmicos estão mergulhados.
A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas
sebáceas e glândulas sudoríparas.
Na derme encontramos ainda: músculo eretor do pelo, fibras elásticas
(elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos sanguíneos e nervos.
DERME
A derme subdivide-se em:
 Derme papilar: com fibras elásticas e
colágenas mais finas e dispostas
verticalmente a epiderme.
 Derme reticular: composta por fibras
colágenas mais espessas fixadas ao
tecido subcutâneo.

Fonte: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-tegumentar/
TECIDO SUBCUTÂNEO
Sob a pele, há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido
subcutâneo, rico em fibras e em células que armazenam gordura
(células adiposas ou adipócitos).
Também denominada hipoderme, atua como reserva energética,
proteção contra choques mecânicos e isolante térmico e ainda
favorece a mobilidade da pele sobre os músculos.

Fonte: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-tegumentar/
Anatomia do Couro cabeludo
O conjunto dos tecidos moles que cobrem o crânio constituem o couro
cabeludo.
Trata-se de um revestimento contínuo, suave e resistente. Está dividido em
várias camadas. A mais superficial inclui os bulbos pilosos, que contêm
pelos e cabelos.
O couro cabeludo é constituído por cinco camadas:
 a pele (epiderme, derme);
 camada subcutânea de gordura;
 camada aponevrótica ou epicrânio (ventre frontal e occipital);
 camada de tecido laxo (representa a camada lamelar da tela
subcutânea);
 camada de tecido fibroso ou pericrânio, fortemente aderente ao crânio;
Anatomia do Couro cabeludo

Constitui uma barreira física protetora onde estão implantados os cabelos.


O couro cabeludo possui cerca de cem mil folículos capilares.
O cabelo é um anexo cutâneo e faz parte do folículo pilosebáceo”. Existem
dois tipos de pelo: a lanugem ou velus, que são finos, normalmente
encontrados na face;

Velus
Anatomia do Couro cabeludo
E os pelos terminais que são grossos,
encontrados no couro cabeludo, barba e púbis.

Fonte: https://www.preparadopravaler.com.br/noticia/saiba-como-domar-uma-barba-cheia-com-frizz_a29206/1

O cabelo é um filamento flexível produzido pelo folículo piloso, que se


origina na epiderme e se implanta na derme, que tem seu pH em torno de
4,5 a 6.
É dividido em raiz, que é a porção inserida na pele, constituída por células
vivas que se queratinizam e perdem seu núcleo à medida que sobem, e a
haste que se projeta a partir da pele.
Fisiologia e Histologia do couro cabeludo
O pelo nada mais é do que o estrato córneo de uma epiderme
invaginada que penetrou nos tecidos subjacentes.
Deste modo, esse estrato, o mais superficial da epiderme, fica agora
envolvido pelos outros estratos que elaboraram a queratina dura para
formar o pelo.
No terceiro mês da vida embrionária, o pelo aparece como um broto
epidérmico que penetra na derme subjacente.
Em torno desse broto forma-se uma bolsa conjuntiva para alojá-lo, e irá
constituir o folículo piloso.
Fisiologia e Histologia do couro cabeludo
As células centrais do broto tornam-se fusiformes e queratinizadas para
formar o pelo propriamente dito, e as periféricas ficam cuboides e dão
origem à parede epitelial do folículo.
As células da base do pelo proliferam-se constantemente e vão
empurrando-o para cima.
Ao fim do terceiro mês já surgem na pele embrionária os primeiros pelos
do supercílio e lábio superior.
Após 22 semanas, o feto já tem todos os seus folículos maduros, e não
há formação de novos folículos após esse estágio, isto é, o número de
pelos que uma pessoa terá é determinado antes do nascimento, incluindo
os do couro cabeludo.
Fisiologia e Histologia do couro cabeludo
Antes que um folículo possa se desenvolver, as células do tecido
precisam passar por uma mudança dramática. Primeiro uma parte da
epiderme cresce para baixo, no sentido do tecido da derme, criando um
canal profundo chamado folículo.

Bem profundo na derme (logo acima da camada subcutânea), esse


recém- formado canal folicular enrola-se hermeticamente ao redor de
uma pequena parte do tecido da derme.

A epiderme circunda essa parte da derme quase que por completo. Esse
processo de formação do folículo acontece cerca de cinco milhões de
vezes em média no corpo.
Folículo piloso e unidade pilossebácea
Existem folículos em todas as regiões da pele exceto nas regiões palmo
plantares (planta do pé e palma da mão) e algumas regiões genitais.
O fator que determina a espessura e a distribuição de folículos pelo corpo
é o fator genético e hormonal.
O folículo é composto de duas camadas de células epidérmicas: a bainha
externa e interna da raiz, circundadas por uma bainha de tecido conjuntivo.
Em volta de cada folículo piloso há terminações nervosas, denominadas
plexo da raiz do pelo, que são sensíveis ao tato.
Folículo piloso e unidade pilossebácea

Córtex
Medula

Cutícula pilosa
Bainha cuticular

Bainha radicular interna


Bainha radicular externa
Matriz
Papila
Melanócito
Membrana basal
Tecido conjuntivo
Vasos sanguíneos

FONTE: Disponível em: <http://www.tricologia.com.br/sobre_cabelos_2.asp>.


Folículo piloso e unidade pilossebácea
O folículo piloso compreende as seguintes porções:
 o infundíbulo, situado entre o óstio e o ponto de inserção da glândula
sebácea;
 o acrotríquio, a porção intraepidérmica do folículo;
 o istmo, esta entre a abertura da glândula sebácea no folículo e o
ponto de inserção do músculo eretor do pelo;
 e o segmento inferior, a porção restante, situada abaixo do músculo
eretor. Nessa porção mais inferior do folículo piloso, encontra-se uma
expansão, o bulbo piloso, que contém a matriz do pelo, onde se
introduz a papila, uma pequena estrutura conectiva, ricamente
vascularizada e inervada.
A maior parte da atividade mitótica do pelo se dá na metade inferior do
bulbo.
Folículo piloso e unidade pilossebácea

Fonte: https://drleandromauro.com.br/o-que-e-um-foliculo-capilar/
Folículo piloso e unidade pilossebácea

O folículo piloso consta de uma parte mais externa, a bainha conjuntiva ou


dérmica, e outra interna, epidérmica, que originará as túnicas da raiz do
pelo.
Cada pelo está associado a glândulas sebáceas e a um feixe de músculo
liso, o eretor do pelo, essa tríade anatômica constitui a unidade
pilossebácea, nas regiões axilares, ajunta-se a uma glândula sudorípara
apócrina.
Os pelos das pálpebras, dos ouvidos e das narinas não possuem músculo
piloeretor.
Unidade Pilossebácea

Fonte: <http://tudosobrebio-profdavid.blogspot.com/2011/07/sistema-tegumentar.html>.
Unidade Pilossebácea - Bulbo

É onde se encontram as células germinativas;


Toda a produção de cabelos corresponde à atividade do bulbo capilar e tem
início com a entrega de nutrientes levados pela corrente sanguínea para a
papila dérmica, localizada abaixo do bulbo.
Unidade Pilossebácea – Glândula Sebácea
Situam-se na derme e seus ductos desembocam na porção terminal dos
folículos pilosos.
O seu produto de secreção é o sebo que flui através do canal excretor
situado no istmo do pelo.
As glândulas sebáceas são glândulas halócrinas, isso quer dizer que sua
secreção resulta da decomposição da própria glândula.
Seu tamanho é inversamente proporcional ao tamanho do pelo.
Normalmente, as glândulas sebáceas estão anexadas a um pelo. Entretanto,
existem algumas que são independentes: as glândulas de Meibomius, que
estão localizadas sobre as pálpebras, na aréola dos seios e na mucosa
genital.
Unidade Pilossebácea – Glândula Sebácea
As glândulas sebáceas estão distribuídas por todo o corpo, mas não se
encontram:
 Na palma da mão.
 Na planta do pé.
 No lábio inferior da boca.
Composição: lipídeos, triglicerídeos, ácidos graxos livres, colesterol e
seus estéreis, e tanto seu excesso, quanto a sua escassez são prejudiciais
ao organismo.
 O sebo possui a propriedade de inibir o crescimento de microrganismo,
aumenta na puberdade pela ação hormonal que provoca a multiplicação
celular das glândulas.
 A sua função principal está em lubrificar os pelos e proteger a
superfície cutânea contra a evaporação.
 Entre os principais problemas relacionados com as glândulas sebáceas,
podemos destacar a acne e a hiperplasia sebácea.
Unidade Pilossebásea – Glândula sebácea
Glândula sebácea.

Epiderme

Glândula sebácea

Protuberância
Derme
Bainha externa

Bainha interna

Medula

Tela subcutânea Papila folicular

Fonte: Anatomia e Histologia da pele, 2002


Unidade Pilossebásea – Glândulas sudoríparas
Estão localizadas nas axilas, no conduto auditivo, nas pálpebras, nas
aréolas dos seios, na região perianal, no púbis, nos pequenos lábios e no
prepúcio.
São responsáveis pela produção do suor, uma substância que atua na
termorregulação do organismo e na eliminação de produtos que o corpo
não necessita.
As glândulas sudoríparas se diferenciam das sebáceas pelas seguintes
características:
 Nem sempre estão anexadas a um pelo.
 São despejadas no funil folicular acima do canal excretor da glândula
sebácea.
 Seu canal excretor é curto e retilíneo.
 Estão situadas mais profundamente na derme.
Unidade Pilossebásea – Glândulas sudoríparas
As glândulas são estruturas formadas por tecido epitelial que apresentam
como característica principal a propriedade secretora.
Essas estruturas normalmente são classificadas em endócrinas e
exócrinas.
 Enquanto as glândulas endócrinas eliminam sua secreção diretamente
nos vasos sanguíneos.
 As glândulas exócrinas liberam sua secreção em superfícies livres e
apresentam um ducto por onde essa substância é eliminada.
Unidade Pilossebásea – Glândulas sudoríparas
As glândulas sudoríparas são encontradas em todo o corpo, salvo raras
exceções, como na glande do pênis.
Em sua grande maioria, são do tipo túbulo-enovelada e liberam apenas
sua secreção (suor) sem que nenhuma parte do citoplasma seja perdida
(glândula merócrina).
Em algumas partes do corpo, como na região axilar e pubiana, ocorrem
glândulas do tipo apócrinas, que são maiores e perdem parte do
citoplasma durante a eliminação da secreção.
As glândulas sudoríparas merócrinas, também denominadas de écrinas,
lançam sua secreção diretamente na superfície da pele, enquanto as
apócrinas liberam-na nos folículos pilosos.
Unidade Pilossebásea – Glândulas sudoríparas
O suor produzido pelas glândulas sudoríparas écrinas é diluído; mas, nas
glândulas apócrinas, apresenta-se mais viscoso.

Essa secreção apresenta, além de água, sódio, potássio, cloreto, ureia,


ácido úrico e amônia em sua composição.

O suor é uma secreção responsável principalmente pela termorregulação


do organismo.

Vale destacar que o suor não está apenas relacionado com o controle da
temperatura, sendo fundamental também na eliminação de alguns
produtos do metabolismo celular.
Unidade Pilossebásea – Glândulas sudoríparas

Glândula sudorípara

Fonte: <https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/glandulas-sudoriparas.htm>.
Unidade Pilossebásea – Músculo eretor
Junto aos pelos existem feixes de musculatura lisa que se inserem de um
lado na bainha conjuntiva do folículo e do outro na camada papilar da
derme.
Essa musculatura é responsável pela reação à sensação tátil que levanta os
pelos quando sofremos estímulos. Preso a cada folículo piloso e age sob o
controle do sistema nervoso autônomo.
Quando esses músculos se contraem, os pelos ficam eretos e os folículos
são empurrados para cima, produzindo pequenas elevações na superfície
da pele, que chamamos de arrepio.
https://evolucionismo.org/joscarneiroribeironeto/o-musculo-eretor-do-pelo-e-
a-evolucao-humana/
Unidade Pilossebásea – Músculo eretor
Músculo eretor do pelo.

Glândula Sebácea

Músculo eretor do pelo

Fonte: <http://omelhordaanatomia.blogspot.com/2011/05/sistema-tegumentar-continuacao.html>.
A estrutura do cabelo
O cabelo é dividido em raiz, que é a porção inserida na pele,
constituída por células vivas que se queratinizam e perdem seu
núcleo à medida que sobem, e a haste que se projeta a partir da
pele, formada por células mortas queratinizadas, que se dividem
em três camadas:
 Cutícula;
 Córtex;
 Medula;

https://www.youtube.com/watch?v=dEsvSrrpV7g
A estrutura do cabelo

Haste (cutícula, córtex e medula)


Camada interna da raiz
Camada externa da raiz
Membrana
Medula
Tecido conjuntivo do folículo

Córtex
Matriz
Melanócito
Papila dérmica
Tecido adiposo subcutâneo

Fonte: <http://tratamentocapilar.net.br/caracteristicas-do-cabelo.php>.
A estrutura do cabelo - Cutícula
É a camada mais externa do fio; formada por células sobrepostas
transparentes tipo escamas, unidas por um cimento intercelular rico em
lipídios.
Protege o córtex e a medula.
É responsável por todos os efeitos sensoriais do cabelo, como brilho,
suavidade e maciez.
Age como uma barreira para produtos químicos, como coloração para cabelo,
loções relaxantes e permanentes.
Essa barreira não é impenetrável.
Um pH alto e temperatura alta podem abrir a cutícula e deixar que produtos
químicos penetrem no córtex.
A estrutura do cabelo - Cutícula

Cabelo saudável
Cabelo danificado

FONTE: Disponível em: <http://artistasdocabelo.com.br/tricologia-a-importancia-dacuticula-


no-fio-de-cabelo/>.
A estrutura do cabelo - Córtex
Rico em lipídios, melanina e queratina, sendo responsável por noventa
por cento da massa do fio.
É responsável pela coloração natural do fio de cabelo, força, flexibilidade e
elasticidade.
Podemos considerar o córtex a parte principal do cabelo, sua única forma de
proteção é uma fina camada de sebo à cutícula.
É no córtex que estão as ligações químicas, que mantêm a resistência
e a elasticidade do fio, em que ocorrem as reações químicas provocadas
pelos cosméticos.
A estrutura do cabelo - Medula
É a parte mais interna do fio de cabelo.
Normalmente está presente em cabelos mais grossos, escuros e
ásperos, e praticamente ausente em cabelos loiros e finos.
A medula é a única parte da fibra capilar que está em contato com
o bulbo e só é encontrada nos fios mais grossos ou nos brancos.
A estrutura do cabelo - Medula

Fonte: tricosmetologiacapilar.blogspot.com/2013/03/composição-química-do-cabelo.html?m=1
Referências:
BRAGA, Denise. Terapia Capilar: manual de instruções. Brasília: Editora Senac –
DF, pp. 55 – 83, 2014.
CALLAND, Rosa Maria. Alopecia. In: BORELLI, Shirlei. Cosmiatria em
Dermatologia: usos e aplicações. São Paulo: Roca, 2007.
Documentário WALKING WITH CAVEMEN (BBC). Disponível em: <https://
evolucionismo.org/joscarneiroribeironeto/o-musculo-eretor-do-pelo-e-a-evolucaohumana/>.
JUNQUEIRA, L. C. Histologia Básica. 13ª edição. Guanabara. 2017.
MICHALANY, Jorge.; MICHALANY, Nilce S. Anatomia e Histologia da pele.
São Paulo, Lemos Editorial, pp. 35 - 46, 2002.

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