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Caroline Codorniz Gonçalves

carolcodorniz@hotmail.com
SUMÁRIO
1. Introdução ao Curso Widom ASB | Auxiliar de Saúde Bucal........3
2. Acolhimento ao Usuário.................................................................................................9
3. Anatomia da Cabeça e Pescoço.............................................................................12
4. Biossegurança em Odontologia.............................................................................30
5. Saúde Bucal - Prevenção da Cárie e Doença Periodontal................60
6. Fundamentos da Prática Clínica | Consultório Odontológico..........82
7. Psicologia Aplicada........................................................................................................120
8. Gestão em Saúde Pública..........................................................................................122
9. Proteção, Prevenção e Atenção Para a Saúde Bucal...........................127
Caroline Codorniz Gonçalves
10. Apoio Diagnóstico | carolcodorniz@hotmail.com
Radiologia Odontológica............................................133
11. Meio Ambiente, Trabalho e Saúde....................................................................136
12. Prestação de Primeiros Socorros............................................................................159
13. Gestão em Saúde, Administração em Serviço e Informática
Aplicada...................................................................................................................................183

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MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO AO
CURSO WIDOM ASB |
AU X I L I A R E M SAÚ DE BUC A L

1 . SOBR E A PR OFI SSÃ O D E A SB |


A U XI LI A R D E SA Ú D E BU C A L
O trabalho auxiliado em odontologia proporciona inúmeras vantagens tanto para o profissional e a
equipe de saúde bucal quanto para o paciente, no âmbito individual e coletivo.

Os Auxiliares de Saúde Bucal (ASB) são partes essenciais dentro de qualquer consultório, clínica
odontológica e/ou equipe de saúde bucal. Sua presença aumenta a eficiência do trabalho, eleva o
rendimento, otimiza o tempo, minimiza o custo operacional, aumenta a produtividade e diminui o
risco de contaminações.

O trabalho sem o auxiliar de Caroline Codorniz


saúde bucal acarreta Gonçalves
ao cirurgião-dentista o acúmulo de funções
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desenvolvidas diariamente, pois, além das suas atribuições, cabe a ele desempenhar todas as atividades
competentes a este profissional, as quais estão reconhecidas e regulamentadas pela LEI n.º 11.889 de
24 de dezembro de 2008.

São competências do Auxiliar de Saúde Bucal sempre sob a supervisão do cirurgião-dentista ou do


Técnico em Saúde Bucal:

I - Organizar e executar atividades de higiene bucal;

II - Processar filme radiográfico;

III - Preparar o paciente para o atendimento;

IV - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas, inclusive em ambientes


hospitalares;

V - Manipular materiais de uso odontológico;

VI - Selecionar moldeiras;

VII - Preparar modelos em gesso;

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VIII - Registrar dados e participar da análise das informações relacionadas ao controle administrativo em
saúde bucal;

IX - Executar limpeza, assepsia, desinfeção e esterilização do instrumental, equipamentos odontológicos


e do ambiente de trabalho;

X - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal;

XI - Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte de produtos


e resíduos odontológicos;

XII - Desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de riscos ambientais e sanitários;

XIII - Realizar em equipe levantamento de necessidades em saúde bucal;

XIV - Adotar medidas de biossegurança visando ao controle de infecção.

É vedado ao Auxiliar em Saúde Bucal:

Caroline Codorniz Gonçalves


I - Exercer a atividade de forma autônoma;
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II - Prestar assistência, direta ou indiretamente, a paciente, sem a indispensável supervisão do
cirurgião-dentista ou do Técnico em Saúde Bucal;

III - Realizar, na cavidade bucal do paciente, procedimentos não discriminados no art. 9o desta Lei; e

IV - Fazer propaganda de seus serviços, mesmo em revistas, jornais ou folhetos especializados da área
odontológica.

R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas


CROMG. Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais. Disponível em http://cromg.org.br
Acesso em 18 de dezembro de 2021.

MINAS GERAIS. Secretaria Estadual de Saúde. Atenção em saúde bucal. Belo Horizonte: SAS/MG,
2006. 290 p.

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2 . É TI C A PR OFI SI SONA L E BI OÉ TI C A
Esta unidade tem como objetivo apresentar referenciais que visem à competência profissional do
Auxiliar em Saúde Bucal, em se tratando dadignidade humana.

Nesse sentido, optou-se pela seguinte definição de competência, proposta por Zarifian (1999):

“Capacidade de enfrentar – com iniciativa e responsabilidade, guiados por uma inteligência prática do
que está ocorrendo e com capacidade para coordenar-secom outros atores para mobilizar suas
capacidades – situações e acontecimentos próprios de um campo profissional”.

A Ética está baseada nos estatutos, nas leis, ou mesmo em mandamentos. Traz, em sua trajetória,
histórias de respostas e fórmulas preestabelecidas para os conflitos, com base, principalmente, nos
chamados códigos de ética profissionais.

A Bioética é um estudo interdisciplinar que faz reflexões sobre a conduta humana e sobre as
aplicações da tecnologia e da ciência na vida humana, no desenvolvimento da sociedade e do meio
ambiente.

Moral é o conjunto das normas para o agir específico ou concreto. A moral está contida nos códigos,
que tendem a regulamentar o agir das pessoas. (RAMOS,2007)

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“Para a bioética, carolcodorniz@hotmail.com
o que é “bem” para uma comunidade moral não
necessariamente significa “bem” para outra, já que suas
moralidades podem ser diversas.”
Volnei Garrafa, 1995.

1.1 O Conselho Federal de Odontologia | Conselhos


Regionais de Odontologia
O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Odontologia, instituídos pela Lei 4.324, de
14/04/1964, têm por finalidade a supervisão da ética profissional em toda a República, cabendo-lhes
zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da odontologia e pelo prestígio e bom conceito da
profissão e dos que a exercem legalmente.

Finalidades primordiais:

a) Supervisionar a ética profissional;

b) Zelar pelo bom conceito da profissão;

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c) Orientar, aperfeiçoar, disciplinar e fiscalizar o exercício da odontologia, com a formação e
utilização dos meios de maior eficácia presente;

d) Defender o livre exercício da profissão;

e) Julgar, dentro de sua competência, as infrações à lei e à ética profissional;

f) Funcionar como órgão consultivo do Governo, no que tange ao exercício e aos interesses
profissionais;

g) Contribuir para o aprimoramento científico e tecnológico da odontologia e de seus profissionais.


(CRO/PR, 2010).

1.2 Exercício profissional


Para que o exercício profissional do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB) ocorra legalmente, este deverá
estar inscrito no Conselho Regional de Odontologia, havendo, assim, a garantia de respaldo legal para a
prática de suas atribuições.

1.2.1 Atribuições e competências


Caroline Codorniz Gonçalves
O profissional ASB, no exercício de sua profissão, deverá atender às determinações da Lei 11.889/2008,
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às Resoluções do CFO, especialmente à Resolução CFO-063/ 2005-CNPCO – e à Resolução CFO
118/2012 – Código de Ética Odontológica.

Atividades do Auxiliar em Saúde Bucal


CNPCO - Art. 20. Compete ao auxiliar em saúde bucal, sempre sob a supervisão do cirurgião-
dentista ou do técnico em saúde bucal:

a) organizar e executar atividades de higiene bucal;


b) processar filme radiográfico;
c) preparar o paciente para o atendimento;
d) auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas, inclusive em ambientes
hospitalares;
e) manipular materiais de uso odontológico;
f) selecionar moldeiras;
g) preparar modelos em gesso;
h) registrar dados e participar da análise das informações relacionadas ao controle administrativo
em saúde bucal;
i) executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, equipamentos
odontológicos e do ambiente de trabalho;
j) realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal;
k) aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte de
produtos e resíduos odontológicos;

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l) desenvolver ações de promoção da saúde e prevenção de riscos ambientais e sanitários;
m) realizar, em equipe, levantamento de necessidades em saúde bucal;
n) adotar medidas de biossegurança, visando ao controle de infecção.

CNPCO – Art. 21. É vedado ao auxiliar em saúde bucal:

a) exercer a atividade de forma autônoma;


b) prestar assistência, direta ou indiretamente, a paciente, sem a indispensável supervisão do cirurgião-
dentista ou do técnico em saúde bucal;
c) realizar, na cavidade bucal do paciente, procedimentos não discriminados
no artigo 9o da Lei no 11.889/2008, de 24/12/2008;
d) fazer propaganda de seus serviços, mesmo em revistas, jornais ou
folhetos especializados da área odontológica, antes e após contato com o paciente. (BRASIL,2004).

1.2.2 Código de Ética Odontológica


Art. 1o: O Código de Ética Odontológica regula os direitos e deveres do cirurgião-dentista,
profissionais técnicos e auxiliares, e pessoas jurídicas que exerçam atividades na área da odontologia,
em âmbito público e/ou privado, com a obrigação de inscrição nos Conselhos de Odontologia,
segundo suas atribuições específicas.

1.2.3 QualificaçãoCaroline Codorniz Gonçalves


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Motivação e atualização
É importante a atualização profissional, buscando sempre participar decursos, congressos e demais
eventos relacionados às atividades odontológicas, a fim de se possibilitar a aquisição de
conhecimentos e a produção de novos saberes. CRO/PR, 2010.

Reflita sobre a seguinte frase e, depois, exponha sua opinião ao grupo:

"É preciso buscar referenciais para justificar nossas


escolhas porque decisões feitas ao acaso podem causar
nosso próprio sofrimento (não exclusivamente
individual, mas em relação à humanidade) – e nosso
cotidiano é repleto de momentos de escolhas.”

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R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas
BRASIL. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Perfil de competências Profissionais do THD e ACD.
2004. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/sgtes/visualizar texto.cfm?idtxt=23160. Acesso
em 23 de setembro 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. O que é Ética. São Paulo: Brasiliense, sd., coleção Primeiros Passos.
Técnico em higiene dental e auxiliar de consultório dentário perfil de competências profissionais
ministério da saúde - Série A. Normas e Manuais Técnicos Brasília – DF 2004.

CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Legislação Nacional sobre o exercício profissional da


Odontologia., 2012.

FILHO AAO et al. Manual do Técnico em Saúde Bucal e Auxiliar em Saúde Bucal.CRO/PR. 2010.
Disponível: www.cropr.org.br/uploads/manuais/higiene.pdf.Acesso em 27 de setembro de 2013.

GARRAFA V. Dimensão da ética em saúde pública. São Paulo: Universidade deSão Paulo, Faculdade
de Saúde Pública, 1995. 71p.

RAMOS, DLP, organizador. Fundamentos de odontologia:


Caroline Codorniz Bioética e ética profissional. Rio de Janeiro:
Gonçalves
Guanabara Koogan; 2007. carolcodorniz@hotmail.com

ZARIFIAN P. Objective Compétence. Liason, Paris, 1999.

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MÓDULO 2 - ACOLHIMENTO AO
USUÁRIO

1 . A C OLHI ME NTO A O U SU Á R I O NO
SE R V I Ç O D E SA Ú D E

Texto para reflexão


O Rei e o Sábio

A história aconteceu em um país longínquo, muitos séculos atrás. Pressentindo seu fim, o rei chamou
seus súditos, prometendo fortunas e honrarias para quem respondesse a três perguntas fundamentais:

“Qual o lugar mais importante do mundo?”


“Qual a tarefa mais importante do mundo?”
“Quem é o homem mais importante do mundo?”

Caroline Codorniz Gonçalves


Sábios e ignorantes, ricos e pobres, crianças e adultos, desfilaram tentando responder às três
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perguntas. Para desconsolo o rei, nenhuma resposta o satisfez plenamente. Restava, em todo o
território, um único homem que se recusava a falar. Guardava silêncio a distância, porque não lhe
interessava honrarias nem fortunas. Era um ancião com fama de sábio. Emissários do rei foram
enviados a ele para colher sua opinião. E, do alto de sua sabedoria, o velho falou:

“O lugar mais importante do mundo é aquele onde você está. A tarefa mais importante é aquela que
você faz. E o homem mais importante é aquele que precisa de você, porque é ele que lhe possibilita
exercitar o mais belo dos sentimentos: o Amor.”

Adaptado da Fábula “As três questões” (Autor Desconhecido)

1.1 O acolhimento
Acolher é dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito a, agasalhar, receber, atender, admitir
(FERREIRA, 1975).

O acolhimento não é um espaço ou um local, mas uma postura ética, não pressupõe hora ou
profissional específico para fazê-lo, implica compartilhamento de saberes, necessidades,
possibilidades, angústias e invenções.

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Acolher com a intenção de resolver os problemas de saúde das
pessoas que procuram uma unidade de saúde pressupõe que
todas as pessoas que procuram a unidade deverão ser
acolhidas por profissional da equipe técnica.

O profissional deve escutar a queixa, os medos e


expectativas, identificar riscos e vulnerabilidades,
acolhendo também a avaliação do próprio usuário, e se
responsabilizar por dar uma resposta ao problema, conjugando
as necessidades imediatas dos usuários com o cardápio de
ofertas do serviço, e produzindo um encaminhamento responsável
e resolutivo à demanda não resolvida.(BRASIL, 2008).

O auxiliar em saúde bucal deve acolher o usuário. Isso significa escutá-lo,


atender esse usuário com educação e gentileza e responder à sua dúvida
ou encaminhá-lo a outro profissional ou setor da unidade de saúde onde o usuário possa obter sua
resposta (BARBOSA, 2010).

A preocupação da acolhida e a abordagem feita ao paciente no primeiro contato tornam-se essenciais


aos padrões de aceitabilidade, de confiança e de credibilidade dada a unidade de saúde, consultório ou
clínica odontológica.

Caroline Codorniz Gonçalves


Ao realizar o acolhimento no cotidiano dos serviços de saúde, objetiva-se:
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• A melhoria dos usuários dos serviços de saúde, mudando a forma


tradicional de entrada por filas e ordem de chegada.

• A humanização das relações entre profissionais de saúde e usuários no


que se refere à forma de escutar esses usuários, em seus problemas e
demandas.

• Mudança de objeto (da doença para o sujeito).

• O aperfeiçoamento do trabalho em equipe, com a integração e


complementaridade das atividades exercidas pelas categorias
profissionais, buscando orientar o atendimento dos usuários dos serviços
de saúde por risco apresentado, complexidade do problema, grau de
saber e tecnologias exigidas para a solução (BRASIL, 2008).

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R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas
ALVES, V.S. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela integralidade
da atenção e reorientação do modelo assistencial. Revista Interface,9 (16): 39-52, fev 2005. Disponível
em http://www.interface.org.br/revista16/dossie3.pdf. Acessado em 07 jun, 2013.

BARBOSA, C.C. Minas Gerais. Escola de Saúde pública de Estado de Minas Gerais. Guia Curricular.
Curso técnico em saúde bucal: Modulo II-Manual do Aluno. 80 p.201

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de
Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. – 2. ed. – Brasília: Editora do
Ministério da Saúde. 4p., 2008.

MINAS GERAIS. Secretaria Estadual de Saúde. Atenção em saúde bucal. Belo Horizonte: SES/MG,
2006. 290 p.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Executiva-Equipes de Saúde Bucal: Série C. Projetos, Programas


e Relatórios. Brasília – DF -2002.

PEREIRA, A.C. et al. Odontologia em Saúde


Caroline Coletiva: planejamento
Codorniz Gonçalvesde ações e provendo saúde. Porto
Alegre, 2003. carolcodorniz@hotmail.com

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M Ó D U L O 3 - A N AT O M I A D A
CABEÇA E PESCOÇO
1. ANATOMIA DO CRÂNIO E DA FACE.......................................13

2. ANATOMIA DA CAVIDADE BUCAL E DENTAL................................15


2.1 Anatomia bucal....................................................15
2.2 Anatomia dentária.................................................16

3. NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DENTAL................................18


3.1 Nomes e funções dos dentes........................................18
3.2 Classificação dos dentes..........................................20

4. NOTAÇÃO DENTÁRIA E PREENCHIMENTO DE FICHA CLÍNICA..................23


4.1 Nomenclatura das faces dos dentes.................................26

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5. ODONTOGRAMA .......................................................28
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................29

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1. ANATOMIA DO CRÂNIO
E DA FACE
O sistema esquelético da cabeça está localizado na parte superior do corpo e fixado ao tronco através
do pescoço. É constituído por 22 ossos, sendo 14 destes localizados na face e 8 ossos situados no
crânio. Alguns se apresentam em pares, ou seja, um de cada lado.

No esqueleto da face encontramos os seguintes ossos:

• Mandíbula (1),
• Vômer (1),
• Lacrimal (2),
FAC E • Maxilar (2),
• Nasal (2),
• Palatino (2),
• Zigomático (2),
• Concha nasal inferior (2).

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No crânio encontramos os seguintes ossos:

• Etmóide (1),
• Frontal (1),
CRÂNIO • Esfenóide (1),
• Occipital (1),
• Temporal (2)
• Parietal (2).

As principais funções do crânio são:

• Abrigar e proteger o cérebro, membrana (meninge) e os órgãos de sensibilidade da cabeça;


• Proporcionar a fixação dos músculos do rosto e da boca; proteção de nervos e vasos sanguíneos;
permitir a passagem de ar e alimentos através das aberturas existentes;
• Atuar no processo de mastigação através da ação da mandíbula, maxila e dentição.

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Fig. 1 - Ossos do crânio e da face

Fonte: anatomiadocorpo.com. Acesso em 18 dezembro de 2021


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Fonte: anatomiadocorpo.com. Acesso em 18 dezembro de 2021

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2. ANATOMIA DA
CAVIDADE BUCAL E
DENTAL
2.1 Anatomia bucal
Estruturas anatômicas presentes na cavidade bucal

A cavidade bucal apresenta as seguintes estruturas anatômicas:

• Lábio superior • Garganta


• Lábio inferior • Língua
• Palato duro • Frênulos labiais (superior e inferior)
• Palato mole • Gengiva
• Tonsilas palatinas • Dentes
• Úvula • Ductos salivares

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Fig. 2 - Anatomia bucal carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: https://www.goconqr.com/mindmap/1374553/cavidade-
bucal. Acesso em 18 dezembro de 2021.

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2.2 Anatomia dentária
Divisão anatômica do Dente:

Fig. 3 - Estrutura anatomia dental

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Fonte: odontologiaiwai.com Acesso em 04 de dezembro de 2021.

COROA: porção visível, recoberta totalmente pelo esmalte, situada acima do osso de suporte
e da gengiva e atuante na mastigação. Sofre desgaste fisiológico e/ou patológico.

COLO: região entre a coroa e raiz, marcada por um estrangulamento.

RAIZ: fixa o elemento dental no osso alveolar. Pode ser única, dupla ou tripla. Formada por
dentina, recoberta por cemento, internamente contém a porção radicular da polpa. Suporta o
impacto da mastigação.

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ESMALTE: Revestimento esbranquiçado sendo a estrutura mais dura e mineralizada do dente
e do corpo.

• Espessura: entre 2 e 3 mm.


• Translúcido;
• Responsável pelo brilho do dente;
• Composto por 96% de minerais (hidroxiapatita) e 4% de matéria orgânica e água;
• Devido a alta concentração de poder mineral, o esmalte é forte o suficiente para resistir
ao estresse da mordida, mastigação e trituração;
• É susceptível a rachadura e arranhões.

DENTINA: Substância amarelada e compõe a maior parte do dente.

• Responsável por dar cor ao dente;


• Menos mineralizada que o esmalte e é composta por 75% de substâncias minerais, 25%
de substâncias orgânicas (principalmente proteínas) e 10% de água;
• Funciona como suporte para o esmalte
• Organizada em túbulos e canalículos que desempenham papel importante na condução
de estímulos;
• Por ser mais macia que o esmalte, a dentina é mais propensa a se deteriorar.

CEMENTO: substância amarelada


Caroline que cobre Gonçalves
Codorniz a raiz do dente, é ainda mais macia do que o
esmalte e a dentina.
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• A hidroxiapatita é o seu principal componente, compreendendo cerca de 40% dele.
• Proteínas, principalmente o colágeno (a proteína mais abundante em seres humanos),
compõem cerca de 33% do cemento, enquanto água compõe os 22% restantes.
• O papel do cemento é ajudar a fixar o dente ao osso maxilar e assegurar sua
estabilidade.

POLPA: Tecido constituída de nervos, vasos sanguíneos e linfáticos, células e fibras.

• Divide-se em: câmara coronária e canal radicular.

PERIDONTO: Composto pelos tecidos de suporte do dente, que são o alvéolo dental,
ligamento periodontal, cemento e gengiva.

• A gengiva é considerada periodonto de proteção, e os demais tecidos são chamados


periodonto de inserção.

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3. NOMENCLATURA E
CLASSIFICAÇÃO DENTAL
3.1 Nomes e funções dos dentes
Os dentes ajudam a pessoa a usar a boca para comer, falar, sorrir e dar forma ao rosto. Cada tipo de
dente tem um nome e uma função específica. São chamados de incisivos, caninos, pré-molares e
molares (Fig 4).

Fig. 4 - Nomes dos dentes

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Fonte: anatomiaonline.com. Acesso em 18 dezembro de 2021.

3.1.1 Incisivos
Os incisivos são os dentes achatados, quadrados e afiados, localizados na frente e no centro, usados
para cortar alimentos. Eles são planos com uma borda fina. São chamados de dentes anteriores.

Fig. 5 - Dentes Incisivos

Fonte: orofacial.com.br. Acesso em 18 de dezembro de 2021

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3.1.2 Caninos
São os dentes afiados e pontiagudos que ficam ao lado dos incisivos e parecem presas. Os caninos são
os mais longos de todos os dentes, e são usados para rasgar alimentos.

Fig. 6 - Dentes Caninos

Fonte: redeodonto.com.br. Acesso em 18 de dezembro de 2021.

3.1.3 Pré-molares
Caroline Codorniz Gonçalves
Os pré-molares, ou bicúspides,carolcodorniz@hotmail.com
são maiores que os incisivos e caninos. Eles têm a função de moer os
alimentos.

Fig. 7 - Dentes Pré-molares

Fonte: redeodonto.com.br. Acesso em 18 de dezembro de 2021.

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3.1.4 Molares
Os molares são os maiores de todos os dentes. Eles têm uma superfície grande e plana com sulcos que
permitem mastigar e triturar alimentos.

Fig. 8 - Dentes Molares

Fonte: redeodonto.com.br. Acesso em 18 de dezembro de 2021.

3.2 Classificação Caroline


dos dentes
Codorniz Gonçalves
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O ser humano apresenta duas dentições, a dentição decídua, também conhecida como dentes de
“leite”, e a dentição permanente. Ambas diferenciam-se pela anatomia dental e pelo número de dentes
apresentado.

Fig. 9 - Classificação dental

http://www.hs-menezes.com.br/images/ANATO01.JPG?305
Acesso em 04 de dezembro de 2021.

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3.2.1 Dentição decídua
A primeira dentição começa a se formar na fase intrauterina (a partir do 3º mês de gravidez) e tem seu
desenvolvimento completado depois do nascimento.

A erupção (nascimento) desses dentes tem início a partir do 6º mês de idade e ocorre, sucessivamente,
até cerca do 36º mês de vida (aproximadamente 3 anos de idade).

Composta por 20 dentes (10 na arcada superior e 10 na arcada inferior).

Fig. 10 - Dentição decídua

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carolcodorniz@hotmail.com
Fonte: https://edisciplinas.usp.br/
Acesso em 04 de dezembro de 2021

Fig. 11 - Nomenclatura da dentição decídua

Fonte: https://denticao-decidua-posts.tumblr.com/
Acesso em 04 de dezembro de 2021

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3.2.1 Dentição permanente
Composta por 32 dentes (16 na arcada superior e 16 na arcada inferior).

Nomenclatura: incisivo central, incisivo lateral, canino, primeiro e segundo pré- molares, primeiro,
segundo e terceiro molar.

Fig. 12 - Dentição permanente

Caroline Codorniz Gonçalves


Fonte: orofacial.com.br. Acesso em 18 de dezembro 2021
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Fig. 13 - Nomenclatura da dentição permanente

Fonte: https://docplayer.com.br/ Acesso em 18 de dezembro 2021

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4. NOTAÇÃO DENTÁRIA E
PREENCHIMENTO DE
FICHA CLÍNICA
Cada dente tem um nome e cada nome, um número correspondente. A referência dos dentes pelos
números e não por seus nomes é, na verdade, uma convenção internacional, chamada Notação
Dentária Internacional ou Notação Dentária FDI (Federação Dentária Internacional).

As arcadas dentárias são divididas em superior e inferior, estando a superior no osso maxilar, e a
inferior na mandíbula. Cada uma dessas arcadas é dividida em hemiarcos ou quadrantes direito e
esquerdo.

Neste sistema de numeração de dentes, para a dentição permanente, o primeiro quadrante (1) é o da
parte superior direita da nossa boca; o segundo (2), da superior esquerda; o terceiro quadrante (3)
corresponde à parte inferior esquerda; e o quarto (4) à inferior direita. Para a dentição decídua o
primeiro quadrante (5) é o da parte superior direita da nossa boca; o segundo (6), da superior esquerda;
o terceiro quadrante (7) corresponde à parte inferior esquerda; e o quarto quadrante (8) à inferior
direita. Caroline Codorniz Gonçalves
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A orientação do gráfico é tradicionalmente "visão do dentista", ou seja, a direita do paciente
corresponde à notação do gráfico à esquerda. As designações "esquerda" e "direita" no gráfico abaixo
correspondem à esquerda e à direita do paciente.

DENTIÇÃO PERMANENTE DENTIÇÃO DECÍDUA

D E D E
1° QUADRANTE 2° QUADRANTE 5° QUADRANTE 6° QUADRANTE

4° QUADRANTE 3° QUADRANTE 8° QUADRANTE 7° QUADRANTE

linha média linha média

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Cada elemento dentário na dentição permanente e na decídua, receberá uma numeração
correspondente:

DENTIÇÃO PERMANENTE

LADO SUPERIOR DIREITO LADO SUPERIOR ESQUERDO

18 17 16 15 14 13 12 11 21 22 23 24 25 26 27 28

48 47 46 45 44 43 42 41 31 32 33 34 35 36 37 38

LADO INFERIOR DIREITO LADO INFERIOR ESQUERDO

Arco
Arco dental Nome N° Nome N°
dental

Incisivo central superior direito 11 Incisivo central inferior direito 41

Incisivo central superior esquerdo 21 Incisivo central inferior esquerdo 31

Caroline
Incisivo lateral superior Codorniz
direito 12 Gonçalves
Incisivo lateral inferior direito 42
carolcodorniz@hotmail.com
Incisivo lateral superior esquerdo 22 Incisivo lateral inferior esquerdo 32

Canino superior direito 13 Canino inferior direito 43

Canino superior esquerdo 23 Canino inferior esquerdo 33

1º Pré-molar superior direito 14 1º Pré-molar inferior direito 44

1º Pré-molar superior esquerdo 24 1º Pré-molar inferior esquerdo 34


SUPERIOR INFERIOR
2º Pré-molar superior direito 15 2º Pré-molar inferior direito 45

2º Pré-molar superior esquerdo 25 2º Pré-molar inferior esquerdo 35

1º Molar superior direito 16 1º Molar inferior direito 46

1º Molar superior esquerdo 26 1º Molar inferior esquerdo 36

2º Molar superior direito 17 2º Molar inferior direito 47

2º Molar superior esquerdo 27 2º Molar inferior esquerdo 37

3º Molar superior direito 18 3º Molar inferior direito 48

3º Molar superior esquerdo 28 3º Molar inferior esquerdo 38

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DENTIÇÃO DECÍDUA

LADO SUPERIOR DIREITO LADO SUPERIOR ESQUERDO

55 54 53 52 51 61 62 63 64 65

85 84 83 82 81 71 72 73 74 75

LADO INFERIOR DIREITO LADO INFERIOR ESQUERDO

Arco
Arco dental Nome N° Nome N°
dental

Incisivo central superior direito 51 Incisivo central inferior direito 81

Incisivo central superior esquerdo 61 Incisivo central inferior esquerdo 71

Incisivo lateral superior direito 52 Incisivo lateral inferior direito 82


Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Incisivo lateral superior esquerdo 62 Incisivo lateral inferior esquerdo 72

Canino superior direito 53 Canino inferior direito 83


SUPERIOR INFERIOR
Canino superior esquerdo 63 Canino inferior esquerdo 73

1º Molar superior direito 54 1º Molar inferior direito 84

1º Molar superior esquerdo 64 1º Molar inferior esquerdo 74

2º Molar superior direito 55 2º Molar inferior direito 85

2º Molar superior esquerdo 65 2º Molar inferior esquerdo 75

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4.1 Nomenclatura das faces dos dentes

4.1.1 Faces livres


Denominadas Vestibular e Lingual ou Palatina, são as faces dos dentes que não mantêm contato com
outros dentes da mesma arcada, estando voltadas, respectivamente, para o lábio e bochechas
(vestíbulo bucal) e para a língua ou palato.

Fig. 14 - Faces dentárias – vestibular e lingual ou palatina.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com
Fonte: www.turmadobem.org.br/adb/_downloads/manual_aluno.pdf
Acesso em 30 de novembro 2021.

4.1.2 Faces proximais


Faces proximais: são as faces que mantêm contato com os dentes da mesma arcada, estando voltadas,
respectivamente, para o plano sagital mediano e para a porção posterior dos arcos dentais. São
denominadas: Mesial e Distal

Fig. 15 - Faces dentárias mesial e distal.

Fonte: http://2.bp.blogspot.com. Acesso em 18 de dezembro de 2021

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4.1.3 Borda incisal
Apesar de não ser uma face, é uma característica importante dos dentes anteriores. É formada pelo
encontro das faces vestibular e lingual destes dentes.

Fig. 16 - Borda dentária incisal.

Fonte: http://esculturadental.blogspot.com.br/2011/03/borda-
Caroline Acesso em 30Gonçalves
Codorniz de novembro de 2021.
carolcodorniz@hotmail.com
4.1.2 Face oclusal
É a face dos dentes posteriores, voltada para o arco antagonista.

Fig. 17 - Face dentária Oclusal.

http://www.ict.unesp.br/disciplina/anatomia/dentes/dente04.jpg>
Acesso em 30 novembro de 2021

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5. ODONTOGRAMA
É um formulário utilizado nos atendimentos odontológicos, geralmente na primeira consulta, no qual é
descrita a situação em que se encontra cada elemento dentário.

Nesse odontograma há o desenho ou um esquema de cada dente. Neles serão marcadas as lesões nas
faces correspondentes e anotado, de forma padrão, todo o procedimento.

É a partir do odontograma que se elaborará o plano de tratamento indicado ao paciente.

Fig. 18 - Odontograma.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: https://simpatio.com.br/odontograma/
Acesso em 04 de janeiro de 2022.

Fig. 19 - Descrição esquemática das faces dentais no odontograma.

Fonte: https://www.odontoblogia.com.br.
Acesso em 18 dezembro de 2021.

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R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas
BIBIBANCOS F et al. Curso a distância de assistente de saúde bucal- Módulo I. Manual do aluno. 2011.
106 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Educação e Saúde: Promovendo Saúde na Escola - Escola Sorriso -
Promotora de Saúde.Caderno de educação em saúde:um guia para educadores e profissionais de
saúde. 1ª ed. 2008. 151p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Área
Técnica de Saúde Bucal. Projeto SB2000: condições de saúde bucal da população brasileira no ano
2000: manual do examinador / Secretaria Políticas de Saúde, Departamento de Atenção Básica, Área
Técnica de Saúde Bucal. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 49 p.

ESCOLA, Equipe Brasil. “Anatomia da Cabeça e Pescoço”; Brasil Escola. Disponível


em:https://brasilescola.uol.com.br/odontologia/anatomia-da-cabeça-e-pescoço.htm. Acesso em 30 de
novembro de 2021.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Levantamento Epidemiológico Básico de Saúde Bucal-


Manual de instruções. Genebra. 4ª ed. 1997.
Caroline 70 p.
Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com

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MÓDULO 4 - BIOSSEGURANÇA EM
ODONTOLOGIA
1. PRECAUÇÕES PADRÃO..................................................31
1.1 Higienização das mãos.............................................32
1.2 Higienização das mãos na prática odontológica.....................32

2. PRINCIPAIS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS NO AMBIENTE ODONTOLÓGICO.........37


2.1 Principais doenças transmissíveis por via aérea...................37
2.2 Principais doenças transmissíveis por sangue ou outros fluídos
corporais.............................................................38
2.3. Principais doenças transmissíveis pelo contato direto e indireto
com o paciente .......................................................39

3. IMUNUZAÇÃO.........................................................40

Caroline Codorniz Gonçalves


4. PARAMENTAÇÃO | EPI EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃOINDIVIDUAL...............42
carolcodorniz@hotmail.com
4.1 Tipos de EPI's para os profissionais da equipe de saúde bucal e
indicações............................................................42

5. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS...........................................44
5.1 Limpeza dos artigos...............................................45

6. GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS................54

7. EQUIPAMENTOS DE RAIOS-X............................................56

8. CONDUTAS APÓS EXPOSIÇÃO AO MATERIAL BIOLÓGICO......................57

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................59

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O QUE É?

O Controle de Infecção em Odontologia é estabelecido mediante os recursos


materiais e os protocolos que reúnem as recomendações e normatizações de órgãos
competentes. No Brasil, esse controle é estabelecido pela Vigilância Sanitária, através
de Leis, Resoluções e Normas do Ministério da Saúde, podendo ser gerenciada pela
Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Biossegurança é conjunto de ações que abrange normas e procedimentos destinados a


prevenir, controlar, tornar menos intenso ou eliminar riscos inerentes às atividades
que possam interferir ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o meio
ambiente.

1. PRECAUÇÕES PADRÃO
Precauções-padrão ou básicas são medidas de prevenção que devem ser utilizadas independente de
diagnóstico confirmado ou presumido de doença infecciosa transmissível no indivíduo. As seguintes
medidas devem ser adotadas na assistência a todos os pacientes:

Caroline Codorniz Gonçalves


• Utilizar Equipamentos de Proteção Individual – EPIs. (BRASIL,1978)
carolcodorniz@hotmail.com
• Lavar as mãos antes e após o contato com o paciente e entre dois procedimentos realizados no
mesmo paciente.
• Manipular cuidadosamente o material perfuro-cortante.
• Não reencapar, entortar, quebrar ou retirar as agulhas das seringas. Se o paciente precisar de
complementação anestésica de uma única seringa, a agulha pode ser reencapada pela técnica de
deslizar a agulha para dentro da tampa deixada sobre uma superfície (bandeja do instrumental ou
mesa auxiliar).
• Transferir os materiais e artigos, durante o trabalho a quatro mãos, com toda a atenção e, sempre
que possível, utilizando-se uma bandeja.
• Manter as caixas de descarte dispostas em locais visíveis e de fácil acesso e não preenchê-las
acima do limite de 2/3 de sua capacidade total.
• Efetuar o transporte dos resíduos com cautela para evitar acidentes.
• Não afixar papéis em murais utilizando agulhas.
• Descontaminar as superfícies com desinfetantes preconizados pelo Controle de Infecção, caso
haja presença de sangue ou secreções potencialmente infectantes.
• Submeter os artigos utilizados à limpeza, desinfecção e/ou esterilização, antes de serem
utilizados em outro paciente.
• Não tocar os olhos, nariz, boca, máscara ou cabelo durante a realização dos procedimentos ou
manipulação de materiais orgânicos, assim como não se alimentar, beber ou fumar no
consultório.
• Manter os cuidados específicos na coleta e manipulação das amostras de sangue.
• Durante os procedimentos (com luvas), não atender telefones, abrir portas usando a maçaneta
nem tocar com as mãos em locais passíveis de contaminação.

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1.1 Higienização das mãos
As mãos constituem a principal via de transmissão de micro-
organismos durante a assistência prestada aos pacientes, pois
a pele é um possível reservatório de diversos micro-
organismos, que podem se transferir de uma superfície para
outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto,
através do contato com objetos e superfícies contaminados.

A “lavagem das mãos” termo substituído recentemente por


“higienização das mãos” é considerada a ação isolada mais
importante para a prevenção e o controle das infecções em
serviços de saúde. O simples ato de lavar as mãos com água e
sabonete líquido, quando realizado com técnica correta, pode reduzir a população microbiana das
mãos e interromper a cadeia de transmissão de infecção entre pacientes e profissionais da área da
saúde. Essa ação também é fundamental na prática assistencial em consultórios odontológicos.

1.2 Higienização das mãos na prática odontológica


Caroline
A escolha entre os diferentes métodos paraCodorniz Gonçalves
a higienização das mãos depende do processo de trabalho
carolcodorniz@hotmail.com
adotado e do tipo de procedimento realizado, que determinam o tipo e a persistência da contaminação
nas mãos.

A higienização das mãos com água e sabão deve ser escolhida sempre que houver umidade ou sujidade
visível nas mãos. O álcool só deve ser aplicado quando as mãos estiverem livres de sujidade ou
umidade visível.

A higienização das mãos tem sido amplamente discutida, assim como as substâncias que devem ser
usadas para a sua realização. Efeitos nocivos de substâncias químicas empregadas, como sabões e anti-
sépticos, têm sido relatados por diversos autores e contribuem para diminuir a adesão dos profissionais
a essa prática (Boyce, 2001; Pittet, 2000b). Dessa forma, alguns cuidados devem ser seguidos antes da
adoção de determinado produto pela instituição ou pelo profissional, sendo a escolha do anti-séptico
uma decisão a ser tomada para cada tipo de procedimento e cada instituição ou clínica, respeitando-se
as particularidades locais. Todos os produtos destinados à higienização das mãos devem ser registrados
na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, conforme as RDCs n.º 79, de 28 de agosto de 2000, n.º
133, de 29 de maio de 2003, e n.º 136, de 29 de maio de 2003, ou as que vierem substituí-las. Essa é a
garantia de que o produto apresenta, em sua composição, substâncias seguras para a aplicação na pele,
garantida por testes de toxicidade dérmica e ocular, além de apresentarem a atividade microbicida
desejada. Os princípios ativos aceitos pelo Ministério da Saúde para a anti-sepsia das mãos são: álcool
a 70%, clorhexidina, compostos de iodo, como por exemplo polivinil pirrolidona iodo (PVPI) e outros
iodóforos ( BRASIL, 1989).

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O sabonete utilizado para a lavagem das mãos deve ser preferencialmente líquido, para evitar a
contaminação do produto. Quando não for possível, deve-se procurar utilizar sabonete sólido em
pedaços pequenos, apoiados em suportes que não retêm água, com o objetivo de minimizar seu papel
como reservatório de microorganismos. Sabonetes em pó, menos utilizados na prática diária, também
devem estar disponíveis em dispensadores que impeçam a contaminação pelas mãos e a perda das
características originais por exposição à umidade. Não devem ser aplicados nas mãos sabões e
detergentes destinados ao uso em objetos e superfícies (registrados na Anvisa como saneantes -
Portaria n.º 15/MS/SVS, DOU de 05 de setembro de 1988), pois podem provocar desde dermatites
superficiais até lesões graves na pele.

POR QUE É IMPORTANTE?

• Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pelos, células descamativas e da


microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao
contato.

• Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas.

A higienização das mãos dos profissionais atuantes nos serviços de saúde podem ser higienizados
utilizando-se, água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico conforme as seguintes indicações:

Caroline Codorniz Gonçalves


1.2.1 Uso de água e sabão carolcodorniz@hotmail.com

Água corrente e sabão antisséptico


Indicação: Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos
corporais:

• Ao iniciar o turno de trabalho


• Após ir ao banheiro
• Antes e depois das refeições
• Antes de preparo de alimentos
• Antes de preparo e manipulação de medicamentos
• Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica

1.2.2 Uso de preparação alcoólica | Álcool


RESOLUÇÃO-RDC Nº 42, DE 25 DE OUTUBRO DE 2010 - Dispõe sobre a obrigatoriedade de
disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde
do País, e dá outras providências: “O Diário Oficial da União publica em 25 de outubro a resolução da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que torna obrigatório o uso de álcool (líquido ou gel)
para higienização das mãos nas unidades de saúde de todo o país. A medida é considerada pelo órgão
a mais importante e de menor custo para a prevenção e o controle das infecções em ambientes
hospitalares, principalmente pela superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC). O
produto também deverá ser colocado em salas onde haja atendimento de pacientes”.

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Indicação: Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente
sujas, em todas as situações descritas apresentadas abaixo:

• Antes de contato com o paciente - visando a proteção do paciente, evitando a transmissão de


micro-organismos oriundos das mãos do profissional de saúde.
• Após contato com o paciente – visando a proteção do profissional e das
superfícies imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de micro-organismos do
próprio paciente
• Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos – visando a
proteção do paciente, evitando a transmissão de micro-organismos oriundos das mãos do
profissional de saúde.
• Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo
cirúrgico – para a proteção do paciente, evitando a transmissão de micro-organismos oriundos
das mãos do profissional de saúde.
• Após risco de exposição a fluidos corporais – para proteção do profissional e das superfícies e
objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de micro-organismos do
paciente a outros profissionais ou pacientes.
• Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente – Visa
a proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente,
evitando a transmissão de micro-organismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.
• Antes e após remoção de luvas (sem talco) – visa a proteção do profissional e das superfícies e
objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de micro-organismos do
paciente a outros profissionais ou pacientes.
Caroline Codorniz As luvas previnem a contaminação das mãos dos
Gonçalves
profissionais de saúde e ajudam a reduzir a transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter
carolcodorniz@hotmail.com
microfuros ou perder sua integridade sem que o profissional perceba, possibilitando a
contaminação das mãos.

1.2.3 Técnicas para higienização das mãos usando sabão


• Manter o corpo afastado da pia.

• Abrir a torneira e molhar as mãos sem tocar na superfície da pia.

• Aplicar a quantidade de produto recomendada pelo fabricante, suficiente para cobrir toda a
superfície da mão (3 a 5 ml).

• Ensaboar as mãos, fricionando uma na outra por aproximadamente 15 segundos, com o objetivo
de atingir toda a superfície.

• Friccionar os espaços interdigitais, as unhas e as pontas dos dedos.

• Enxaguar as mãos em água corrente, retirando totalmente o resíduo do sabonete, sem tocar nas
superfícies da pia ou na torneira

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Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: Anvisa

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Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: Anvisa

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2. PRINCIPAIS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS NO
AMBIENTE ODONTOLÓGICO
2.1 Principais doenças transmissíveis por via área

Doença meningocócicas
Pode se apresentar de forma benigna, caracterizada por febre ou bacteremia, simulando uma infecção
respiratória ou virose exantemática. Pode evoluir para um quadro mais grave, a exemplo da septicemia
(meningococcemia), caracterizada por mal-estar súbito, febre alta, calafrios, prostração, acompanhada
de manifestações hemorrágicas (petéquias e equimoses), ou ainda sob a forma de meningite com ou
sem a meningococcemia, de início súbito, com febre, cefaléia intensa, náuseas, vômitos, sendo que o
paciente pode apresentar-se consciente, sonolento, torporoso ou em coma. O principal transmissor é
o portador assintomático e a transmissão ocorre pelas secreções da orofaringe, por contaminação
Caroline Codorniz Gonçalves
cruzada.
carolcodorniz@hotmail.com
Influenza/Gripe
Doença contagiosa aguda do trato respiratório, de natureza viral e distribuição global. Classicamente
se apresenta com início abrupto de febre alta, em geral acima de 38ºC, seguida de mialgia, dor de
garganta, prostração, dor de cabeça e tosse seca.

Mononucleose
Síndrome infecciosa que acomete principalmente indivíduos de 15 a 25 anos. Essa infecção pode ser
assintomática ou apresentar-se com febre alta, dor ao deglutir, tosse, artralgias, adenopatia cervical
posterior simétrica que pode se generalizar, esplenomegalia, hepatomegalia discreta e raramente com
icterícia, erupção cutânea e ou comprometimento da orofaringe sob a forma de faringo-amigdalite
exudativa. Modo de transmissão: contato com secreções orais (saliva), sendo rara a transmissão por
meio da transfusão sangüínea ou contato sexual.

Rubéola e Sarampo
Doenças virais exantemáticas e agudas, muito comuns na infância e adolescência, podendo acometer
os adultos. Apresentam sintomatologias como febre, linfadenopatia, exantema generalizado, coriza e
tosse. Muitas vezes é necessário recorrer ao exame sorológico para diferenciá-las.

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A ocorrência de rubéola em gestantes pode ocasionar complicações ao feto, como más-formações ou
óbito fetal (síndrome da rubéola congênita). Seu modo de transmissão é o contato com secreções
nasofaríngeas de pessoas infectadas.

Tuberculose
Doença infecciosa que atinge principalmente o pulmão, causada por Mycobacterium tuberculosis.
Apresenta como principais sintomas tosse persistente, febre vespertina, emagrecimento, prostração e
algumas vezes hemoptise, sendo transmitida pela fala, tosse e espirro.

2.2 Principais doenças transmissíveis por sangue ou


outros fluídos corporais
Hepatite
As hepatites são infecções que acometem o fígado e podem ser causadas por pelo menos cinco tipos
diferentes de vírus: A, B, C, D e E, sendo mais comuns os três primeiros. Apresenta um período
prodrômico, com febrículas, anorexia, náuseas e às vezes vômitos e diarréia. Pode haver cefaléia, mal-
estar, astenia e fadiga. Na fase clínica normalmente há uma redução dos sintomas e surge icterícia,
Caroline Codorniz Gonçalves
hepato-esplenomegalia dolorosa e discreta.
carolcodorniz@hotmail.com
Doenças do vírus da imunodeficiência humana (HIV)
É caracterizada pela imunodepressão e pela destruição de linfócitos T4, que são células que
acompanham a resposta imune do organismo, causando infecções graves oportunistas e neoplasias.
Após a exposição ao vírus HIV podem surgir sintomas como febre alta, linfadenopatia, mialgia,
artralgia, dor de garganta, hepatoesplenomegalia, exantema maculopapular e meningite linfocitária
(com um período de duração de sete a catorze dias, mesmo com sorologia negativa – janela
imunológica –, podendo manifestar-se até três a seis meses após contato com o vírus). Alguns casos
poderão ser assintomáticos. Para causar infecção, o vírus HIV requer transmissão parenteral, contato
com a mucosa ou lesões de pele. O vírus não sobrevive por longos períodos fora do corpo humano,
podendo ser transmitido por meio do vírus livre, em secreções, ou associado a células vivas, em
sangue ou derivados, leite ou sêmen.

No caso de transmissão do HIV por contato exclusivo com a saliva, até o momento não existe
evidência epidemiológica. O vírus é encontrado em 20% dos portadores de HIV em concentrações
abaixo de uma partícula infectante por mililitro de saliva, e aparentemente não guarda relação com a
viremia do paciente. A baixa concentração viral na saliva, associada à atividade inibitória que essa
secreção parece apresentar em relação ao HIV, resulta em risco pequeno. Entretanto, as precauções
devem ser adotadas, pois no tratamento odontológico há possibilidade de contato com sangue e de
acidentes com artigos perfurocortantes. Estudos realizados estimam, em média, que o risco de
transmissão do HIV é de 0,3% (0,2 – 0,5%) em acidentes percutâneos e de 0,09% (0,006 – 0,5%) após
exposições em mucosas.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 38


2.3 Principais doenças transmissíveis pelo contato direto
e indireto com o paciente
Herpes simples
O herpes simples é causado pelo Herpesvirus hominus Tipo I. É um vírus associado a lesões de
membranas mucosas e pele ao redor da cavidade oral, que pode permanecer em latência por longos
períodos de tempo e sofrer reativação periódica, gerando doença clínica ou subclínica. As
manifestações clínicas são distintas e relacionadas ao estado imunológico do hospedeiro. Seu modo de
transmissão é o contato íntimo com o indivíduo transmissor do vírus, a partir de superfície mucosa ou
de lesão infectante.

Escabiose ou sarna
É uma parasitose da pele causada por um ácaro cuja penetração deixa lesões em forma de vesículas,
pápulas ou pequenos sulcos, sobre as quais ele deposita seus ovos. As manifestações clínicas são
coceira intensa e lesões de pele causadas pela penetração do ácaro e pelas coçaduras. As áreas
preferenciais da pele onde se visualizam essas lesões são: região interdigital, punhos, axilas, barriga,
nádegas, seios e órgãos genitais masculinos. Nos idosos e crianças podem ocorrer no couro cabeludo,
palmas das mãos e plantas dos pés. O modo de transmissão, além das relações sexuais, é o contato
direto com roupas e doentes. Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Pediculose ou piolho
A pediculose da cabeça é uma doença parasitária, causada pelo piolho. Atinge principalmente crianças
em idade escolar e mulheres e é transmitida pelo contato direto interpessoal ou pelo uso
compartilhado de bonés, escovas de cabelo ou pentes de pessoas contaminadas. Sua principal
manifestação clínica é a coceira intensa no couro cabeludo, principalmente na parte de trás da cabeça,
podendo atingir também o pescoço e a região superior do tronco, onde se observam pontos
avermelhados semelhantes a picadas de mosquitos. Com a coçadura das lesões, pode ocorrer a
infecção secundária por bactérias, levando inclusive ao surgimento de glânglios no pescoço.

Conjuntivite
É uma doença ocular causada por vírus ou bactérias do tipo staphylococcus, streptococcus,
haemophilus, entre outros. A duração da doença não tratada chega a duas semanas. Seu contato se dá
por fômites inanimados ou contato direto pessoa a pessoa

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3. IMUNIZAÇÃO
“O profissional da área da saúde, por possuir um risco
mais elevado de contágio com doenças
infectocontagiosas, em relação ao restante da
população, deve sempre estar devidamente
imunizado”.
(BRASIL, 2006)
São imunizações necessárias para os profissionais da área de saúde bucal:

Hepatite B
É administrada em 3 doses. Via intramuscular, músculo deltoide com intervalo de um mês entre a
primeira dose e a segunda e de seis meses entre a segunda e a terceira dose. É indicado fazer o Anti-
HBs entre o 7º e 13º mês para documentar a viragem sorológica para ratificar a imunidade para a
Hepatite B.

Gripe | Influenza
Caroline Codorniz Gonçalves
É administrada em dose única anualmente. Via intramuscular. Altamente recomendada ao profissional
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da Odontologia por lidar direta e exclusivamente com as vias respiratórias do paciente. Contra-
indicada para indivíduos alérgicos a ovo.

Tétano e Difteria (dT adulto ou toxóide tetânico)


É administrada em 3 doses, via intramuscular sendo a 2ª dose realizada de 4 a 8 semanas após a
primeira e a 3ª dose, de 6 a 12 meses após a segunda. O reforço deve ser feito em dose única a cada 10
anos. Gestantes devem ser vacinadas a partir do segundo trimestre.

Varicela
É administrada em 2 doses com intervalo entre as doses de 4 a 8 semanas em via subcutânea. É
contra-indicado para gestantes e é aconselhável evitar gestação até 1 mês após receber a vacina.
Fortemente recomendada para profissionais de saúde suscetíveis à varicela e, em especial, aos
profissionais que atendem bebês e crianças.

Rubéola, Sarampo e Caxumba (MMR Tríplice Viral)


Administrada em dose única, via subcutânea. Recomenda-se uma 2ª dose para atingir melhores índices
de proteção sendo intervalo de 30 dias. É contra-indicada na gestação e recomenda-se evitar gestação
até um mês após receber a vacina. Contra-indicada para indivíduos alérgicos a ovo e neomicina.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 40


Tuberculose (BCG)
Apesar de não existir estudos que comprovem sua eficiência na fase adulta, alguns autores ainda
indicam a BCG (Bacille Calmette-Guérin) para prevenção da turberculose em profissionais de saúde.

Tríplice bacteriana para adultos (DTP: Coqueluche, Tétano e


Difteria)
Diante de surtos de coqueluche descritos nos últimos anos, cujo reservatório identificado foram os
profissionais de saúde, recomenda-se a vacinação, especialmente para os que lidam com recém-
nascidos, crianças e pacientes imunodeprimidos. É administrada via intramuscular em dose única
como 3º reforço, já que faz parte do calendário básico de vacinação da criança.

Hepatite A
É administrada em 2 doses com intervalo de 0 e 6 meses. Via intramuscular. Deve ser considerada para
o profissional de saúde que trabalha em comunidades carentes, sem saneamento básico e com
pacientes institucionalizados. Indicada na profilaxia pós exposição.

Covid-19
É administrada em 2 doses com Caroline Codorniz
intervalo de Gonçalves
0 e 6 meses. Via intramuscular. Deve ser considerada para
carolcodorniz@hotmail.com
o profissional de saúde que trabalha em comunidades carentes, sem saneamento básico e com
pacientes institucionalizados. Indicada na profilaxia pós exposição.

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4. PARAMENTAÇÃO | EPI
EQUIPAMENTO DE
PROTEÇÃOINDIVIDUAL
O equipamento de proteção individual (EPI) trata-se de todo dispositivo de uso individual destinado a
proteger a saúde e integridade física do trabalhador.

4.1 Tipos de EPI's para os profissionais da equipe de


saúde bucal e indicações
Luvas
Barreira física eficaz que previne a infecção cruzada e a contaminação do profissional de saúde e reduz
os riscos de acidentes. Atuam na proteção das mãos contra agentes: abrasivos e escoriantes, cortantes
e perfurantes, elétricos, térmicos, biológicos e químicos.
Caroline Codorniz Gonçalves
Tipos de luvas: carolcodorniz@hotmail.com
• Luva grossa de borracha e cano longo, usada durante os processos de limpeza de artigos e
ambientes.
• Luvas de látex de procedimento, para atividades clínicas, e estéreis, para procedimentos
cirúrgicos, que devem ser descartadas a cada paciente.
• Luva de plástico, usada como sobreluvas, quando há necessidade de manusear artigos fora do
campo de trabalho.

Estando calçado com luvas, o profissional NÃO pode manipular objetos fora do campo de trabalho
(telefone, canetas, maçanetas, etc). Para isso, devem ser removidas as luvas ou calçadas as sobreluvas.

Luvas de Luvas cirúrgicas Luvas de borracha- Luvas de plástico


procedimentos limpeza

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 42


Gorro
É uma barreira mecânica contra a possibilidade de contaminação por secreções,
aerossóis e produtos, além de prevenir acidentes e evitar a queda de cabelos nas
áreas de procedimento.

Óculos de proteção facial | Protetor facial:


Protegem os olhos das secreções, aerossóis e
produtos químicos utilizados durante os
procedimentos odontológicos e na limpeza e
desinfecção de artigos, equipamentos ou ambientes.

Máscara
Deve ser descartável, de filtro duplo e tamanho suficiente para
cobrir completamente a boca e o nariz, permitindo a respiração normal e não
irritando a pele. Deve ser descartada após o atendimento a cada paciente ou
quando ficar umedecida.

Máscara de proteção respiratória


Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Máscara de alta filtragem do tipo N95, PFF2 ou equivalente). A guarda ou
descarte deve seguir as recomendações das autoridades sanitárias.

Avental
Evita que os microrganismos se adiram às roupas, podendo ser
levados às áreas distantes do ambiente profissional, contaminando-as.
Deve ser de mangas longas, pano ou descartável, para os
procedimentos que envolvam o atendimento a pacientes, e
impermeável, nos procedimentos de limpeza e desinfecção de artigos,
equipamentos ou ambientes. Deve ser usado fechado, durante todos os
procedimentos.

Calçados fechados
Proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante como
centro cirúrgico ou situação de hemorragia. O calçado fechado atua na segurança para a proteção dos
pés contra: impactos de quedas de objetos, choques elétricos, agentes térmicos, agentes cortantes e
escoriantes, umidade proveniente de operações com uso de água, respingos de produtos químicos.

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5. PROCESSAMENTO DE
ARTIGOS
Processamento de artigos (materiais) compreende a limpeza e a desinfecção e/ou esterilização de
artigos.

Os artigos são classificados em três grupos segundo a Classificação de Spauding:

• Artigos críticos (tocam e penetram nos tecidos): São incluídos nesta categoria o material cirúrgico
e os de implante, instrumental de periodontia, endodontia, brocas, as agulhas, sugadores, etc.
Devem ser esterilizados obrigatoriamente em autoclave ou óxido de etileno ou descartáveis.
• Artigos semicríticos (tocam, mas não penetram nos tecidos). Exemplo: fotopolimerizador, jato de
bicarbonato do aparelho de profilaxia.
• Artigos não críticos (Não tocam nem penetram nos tecidos). São os que entram em contato
apenas com a pele íntegra. Seriam o equipo e os periféricos: laser, móveis como bancadas, etc.
Devem ser lavados (limpeza) e submetidos à desinfecção com álcool 70%, hipoclorito de sódio ou
solução detergente germicida amônica quaternária.

Caroline Codorniz Gonçalves


Para melhor compreensão docarolcodorniz@hotmail.com
processo de tratamento de materiais usados na odontologia, alguns
termos precisam ser definidos e entendidos:

• DESCONTAMINAÇÃO: conjunto de operações de limpeza, de desinfecção e/ou esterilização de


superfícies contaminadas por agentes indesejáveis e potencialmente patogênicos, de maneira a
tornar estas superfícies barreiras efetivas que minimizem qualquer tipo de contaminação
cruzada.

• LIMPEZA: remoção mecânica e/ou química de sujidades em geral de determinado local.

• DESINFECÇÃO: eliminação de micro-organismos, exceto esporulados, de materiais ou artigos


inanimados, através de processo físico ou químico, com auxílio de desinfetantes.

• ANTISSEPSIA: eliminação de micro-organismos da pele, mucosa ou tecidos vivos, com auxílio


de antissépticos, substâncias microbiocidas ou microbiostáticas.

• ASSEPSIA: métodos empregados para impedir a contaminação de determinado material ou


superfície

O processamento de artigos devem seguir o fluxo descrito a seguir, de modo a evitar o cruzamento de
artigos não processados (sujos) com artigos desinfetados ou esterilizados (limpos).

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5.1 Limpeza dos artigos
A limpeza é a remoção de sujidades, com o objetivo de reduzir a carga microbiana, matéria orgânica e
contaminantes de natureza inorgânica, de modo a garantir a desinfecção, esterilização e a manutenção
da vida útil do artigo.

Deve ser feita utilizando-se os EPIs apropriados (luvas de borracha resistente e de cano longo, gorro,
máscara, óculos de proteção, avental e calçados fechados), tendo o cuidado para evitar acidentes
ocupacionais.

1 Pré-lavagem
É a etapa que antecede a lavagem (limpeza) e deve ser realizada
com todos os artigos que serão reprocessados por meio de
imersão de tais materiais em detergente enzimático durante 5
minutos. Esta imersão deve ser completa, de forma que todo o
instrumental tenha total contato com a solução enzimática pelo
Fonte: cristófoli.com .
período determinado. Acesso em 23 dezembro 2021.

Caroline Codorniz Gonçalves


2 Lavagem carolcodorniz@hotmail.com

A lavagem (limpeza) é a etapa mais importante nos


processos de esterilização e desinfecção, já que resíduos
de matéria orgânica, visíveis ou não, podem esconder
micro-organismos causadores de infecção no instrumental
clínico e cirúrgico. O processo de limpeza remove o
material orgânico acumulado, como sangue e saliva.

A lavagem pode ser realizada de duas maneiras:


• Manual: Realizada manualmente por meio de ação
física e usando escova, pia, detergente e água Fonte: cristófoli.com .
Acesso em 23 dezembro 2021.
corrente. Jamais utilizar esponjas ou palhas de aço,
bem como, insumos e/ou materiais abrasivos para
que não retire a camada passiva do aço que protege e
o mantém íntegro.

• Mecânica (automatizada/ultrassônica): Procedimento


automatizado, usando jatos de água ou lavadora de
ultrassom de baixa frequência. A lavagem
ultrassônica é mais eficaz que a limpeza manual e
deve-se optar por ela sempre que possível. Fonte: cristófoli.com .
Acesso em 23 dezembro 2021.

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3 Enxágue
Realizado com água potável e corrente, garantido a total
retirada das sujidade do produto utilizado na limpeza.

Fonte: unoeste.com.
Acesso em 23 dezembro 2021.

4 Secagem
Não deve ser esquecida e realizada de forma criteriosa para
evitar a interferência da umidade e posterior desinfecção ou
esterilização. Para este procedimento deve ser usado papel-
toalha de boa qualidade, podendo ser substituído por compressa
cirúrgica (gaze). Não utilizar toalha de tecido pois é fonte de
contaminação em consultório odontológico.

Fonte: cristófoli.com.
Caroline Codorniz Gonçalves
5
Acesso em 23 dezembro 2021.

Inspeção visual carolcodorniz@hotmail.com

Deve ser realizada logo após a secagem, sendo necessária para verificar a eficácia do processo de
limpeza e as condições de integridade do artigo (material). Caso necessário, deve-se realizar
novamente a limpeza ou a substituição do artigo.

6 Empacotamento | Seleção de embalagem


A embalagem ou barreira para a esterilização tem por finalidade garantir que o instrumental
permaneça estéril até o momento de seu uso funcionando como barreira.

A embalagem deve permitir a penetração do agente esterilizante e proteger os artigos de modo a


assegurar a esterilidade até a sua abertura.

Para esterilização em autoclave, recomenda-se papel grau cirúrgico, papel crepado, tecido de algodão
cru (campo duplo), cassetes e caixas metálicas perfuradas. Embalagens compostas de papel grau
cirúrgico e/ou filme plástico polipropileno-polietileno e nylon devem ter o ar removido antes da
selagem, pois o ar atua como um obstáculo na transmissão de calor e de umidade. Pinças e tesouras
devem ser esterilizadas com suas articulações abertas.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 46


O fechamento do papel grau cirúrgico e filme plástico ou do nylon deve promover o selamento
hermético da embalagem e garantir sua integridade.

A faixa de selagem deve ser ampla, preferencialmente, de 1 cm ou reforçada por duas ou três faixas
menores. Recomenda-se promover o selamento deixando uma borda de 3 cm, o que facilitará a
abertura asséptica do pacote.

Embalagem papel grau cirúrgico Embalagem papel crepado

Caixa metálica perfurada Cassete de esterilização

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7 Desinfecção de artigos
A desinfecção é a eliminação de micro-organismos, exceto esporulados, de materiais ou artigos
inanimados e superfícies, através de processo físico ou químico, com auxílio de desinfetantes.

A desinfecção foi classificada por Block, 2001 em:


• Alto nível – elimina esporos, porém não atinge o status esterilizante. Ex: Ácido Paracético,
glutaraldeído,

• Intermediário (Médio nível) – devem apresentar propriedade da tuberculinicina (eliminar o


bacilo da tuberculose), mas não agem contra todos os esporos. Agem contra micro-organismos
vegetativos e fungos, realizando somente a desinfecção. Ex: Solução alcoólica 70%, hipoclorito
de sódio.

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• Baixo nível - São produtos químicos formulados com pouca atividade bactericida, não são
tuberculinicidas. Inativam alguns tipos de fungos e vírus e podem destruir bactérias vegetativas.
Ex: Quartenário de Amônio, Hipoclorito de sódio a 0,2%

Existem diversos produtos para desinfecção que devem possuir registro junto ao Ministério da Saúde e
necessitam ser avaliados com relação ao custo – benefício, à eficácia e ao artigo a ser processado. O
quadro 1 relaciona os principais desinfetantes químicos utilizados em artigos odontológicos (CDC,
1993).

Quadro 1. Desinfetantes químicos utilizados em artigos odontológicos (CDC, 1993)

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

8 Esterilização de artigos
Processo que visa destruir ou eliminar todas as formas de vida microbiana presentes, por meio de
processos físicos ou químicos.

Na Odontologia, os processos de esterilização indicados são:

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FÍSICOS

É o meio mais confiável e deve ser o método de primeira


escolha em faculdades, consultórios, clínicas e hospitais,
para se esterilizar materiais que suportam temperaturas
(termorresistentes). Os artigos metálicos deverão ser
esterilizados por processo físico, visto serem
termorresistentes.

Os microrganismos são destruídos pela ação combinada da


temperatura, pressão e umidade, que promove a
termocoagulação e a desnaturação das proteínas da
estrutura genética celular.

O material, devidamente embalado, deve ser colocado na


câmara da autoclave desligada, não ultrapassando 2/3 de
sua capacidade total e sem encostar-se às laterais,
dispondo-se os pacotes de modo que o vapor possa
circular livremente e atinja todas as superfícies do
material.

Atualmente, existem três tipos de autoclave disponíveis no


mercado: gravitacional, pré-vácuo e ciclo Codorniz
Caroline flash. No Brasil,
Gonçalves
as autoclaves destinadas à odontologia funcionam, em
carolcodorniz@hotmail.com
quase sua totalidade, pela forma de deslocamento por
gravidade.

QUÍMICOS

Utilizando-se soluções de glutaraldeído a 2% e de ácido peracético a 0,2%.

Após a realização da limpeza e secagem do artigo, este deve ser imerso totalmente na solução de
glutaraldeído a 2%, em recipiente de plástico e com tampa, por 10 horas. O profissional deve fazer uso
de EPIs durante a manipulação, tais como: avental, luvas de borracha, óculos e máscaras próprias para
vapores orgânicos. O enxágue final é rigoroso, em água estéril, e a secagem, com compressas
esterilizadas, devendo o artigo ser utilizado imediatamente. (BRASIL, 2006a).

A esterilização química deve ser utilizada em artigos termossensíveis apenas quando não houver outro
método que a substitua.

Ressalta-se que os artigos termossensíveis devem ser prioritariamente esterilizados por meio de
processo físico.

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9 Armazenamento de artigos esterilizados

O instrumental deve ser armazenado em local exclusivo,


separado dos demais, em armários fechados, protegido de
poeira, umidade e insetos, e a uma distância mínima de 20
cm do chão, 50 cm do teto e 5 cm da parede, respeitando-
se o prazo de validade da esterilização.

O local de armazenamento deve ser limpo e organizado


periodicamente, sendo verificados sinais de infiltração,
presença de insetos, retirando-se os pacotes danificados,
com sinais de umidade, prazo de validade da esterilização
vencido, etc. Estes artigos devem ser reprocessados
novamente.

Na distribuição, os pacotes esterilizados devem ser


manipulados o mínimo possível e com cuidado.

Caroline Codorniz Gonçalves


10 Monitoramento da esterilização
carolcodorniz@hotmail.com

O processo de esterilização deve ser comprovado por meio de monitoramento físico, químico e
biológico.

• Monitoramento físico: Consiste na observação e registro dos dados colhidos nos mostradores
dos equipamentos, como a leitura da temperatura, da pressão e do tempo em todos os ciclos de
esterilização.

• Monitoramento químico: É realizado com o uso de indicadores químicos que avaliam o ciclo de
esterilização, pela mudança de cor, na presença da temperatura, tempo e vapor saturado,
conforme o indicador utilizado. Podem ser usados indicadores de processo, teste Bowie-Dick, de
parâmetro simples, multiparamétrico, integrador e emuladores.

• Monitoramento biológico: É realizado utilizando-se tiras de papel impregnadas por esporos


bacterianos do gênero Bacillus, de bactérias termofílicas formadoras de esporos, capazes de
crescer em temperaturas nas quais as proteínas são desnaturadas. Os pacotes contendo os
indicadores devem ser colocados em locais onde o agente esterilizante chega com maior
dificuldade, como próximo à porta, junto ao dreno e no meio da câmara. Tal procedimento deve
ser realizado semanalmente

O monitoramento biológico deve ser registrado, juntamente com a data da esterilização, lote, validade
e equipamento utilizado. (Brasil, 2006a).

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 50


Figura 20: Indicadores físico, químico e biológico

Fonte: https://docplayer.com.br.
Acesso em 23 dedezembro de 2021

Fonte: https://docplayer.com.br.
Acesso em 23 dedezembro de 2021

Fonte: https://docplayer.com.br.
Acesso em 23 dedezembro de 2021

Caroline Codorniz Gonçalves


11 Manutenção da autoclave carolcodorniz@hotmail.com

Deve-se limpar as superfícies internas e externas da autoclave com esponja macia, água e sabão
neutro, semanalmente ou sempre que apresentarem sujidade visível, e, em seguida, remover o sabão
com um pano umedecido e secar com um pano limpo.

A troca da água, quando requerida pelo equipamento, e a limpeza das tubulações internas devem ser
realizadas por técnico especializado, com a periodicidade preconizada pelo fabricante do
equipamento.

Processamento de superfícies e componentes dos


12 equipamentos odontológicos
A limpeza dos equipamentos odontológicos consiste na remoção de sujeiras e/ou matéria orgânica.
Deve ser realizada antes da desinfecção, para garantir a eficácia dessa etapa do processo de
descontaminação do equipamento. A limpeza manual é realizada com água e sabão/detergente e ação
mecânica, por meio da fricção de papel-toalha contra as superfícies.

A limpeza deve ser realizada com água e sabão neutro, e a desinfecção, com álcool a 70%.

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Figura 21: Limpeza do equipamento odontológico.

Fonte: Guandalini & Santos, 1999. Disponível em <gnatus.com.br/2005/mars/downloads/biosseguranca.pggnatus.com.br/2005/mars/


downloads/biosseguranca.pdf. Acesso em 01 de Junho de 2014.

A limpeza deve ser realizada nas seguintes superfícies:


Caroline Codorniz Gonçalves
• Cadeira odontológica (encosto, braços, comandos manuais para ajuste da posição);
carolcodorniz@hotmail.com
• Refletor (alça e interruptor);
• Mesa de apoio do equipo;
• Mangueiras das peças de mão (seringa tríplice, alta e baixa rotação) e do sugador;
• Seringa tríplice;
• Mochos (encosto, alavanca de ajuste da altura);
• Mesa auxiliar;
• Equipamentos periféricos.

Para minimizar a contaminação nas superfícies e em áreas vulneráveis, as recomendações sugerem o


recobrimento dessas superfícies com campos de algodão esterilizados, para procedimentos cirúrgicos,
e a aplicação de barreiras impermeáveis durante a realização de procedimentos clínicos.
As barreiras físicas de tecido ou as plásticas, impermeáveis, devem ser trocadas a cada paciente.
(BRASIL, 2006a)

Figura 22: Barreiras físicas impermeáveis.

Fonte: Iwashita et al., 2012. Disponível em http://www.metodista.br/odonto/manuais/manual-de-biosseguranca-2012-metodista-pdf/at_download/file.


Acesso em 01 de junho de 2014

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13 Limpeza geral
Deve-se estabelecer uma rotina de limpeza periódica, de acordo com a área ou quando houver
sujidade visível. Os pisos devem ser limpos diariamente e as demais superfícies, gavetas, mobiliários,
etc., no mínimo semanalmente ou quando necessário (BRASIL, 2006).

O responsável da limpeza deve ser orientado quanto aos seguintes aspectos:


• Riscos de infecção.
• Uso de EPIs (luvas de borracha, avental impermeável, sapatos fechados, etc.).
• Técnicas de limpeza.
• Higienização dos materiais de limpeza.

RECOMENDAÇÕES PARA A LIMPEZA


• Iniciar da área menos contaminada para a mais contaminada.
• Limpar as paredes de cima para baixo, em sentido único.
• Esfregar as paredes com água e sabão, utilizando esponja ou pano.
• Enxaguar com pano umedecido em um balde com água limpa.
• Secar com pano limpo.
• Limpar os pisos do fundo para a porta.
Caroline Codorniz Gonçalves
• Utilizar um rodo, dois baldes, panos limpos ou carrinhos próprios para limpeza, água e
sabão. carolcodorniz@hotmail.com
• Colocar água e sabão em um dos baldes e água limpa no outro.
• Afastar os móveis e equipamentos.
• Esfregar os pisos com rodo e pano umedecido em água e sabão.
• Enxaguar com pano umedecido em um balde com água limpa.
• Secar com um pano limpo envolto no rodo.
• Lavar os panos de limpeza, esfregões, baldes e luvas de borracha após o uso, no DML
(BRASIL, 2006).

ORIENTAÇÕES DE LIMPEZA E DESINFECÇÃO NA PRESENÇA


DE MATÉRIA ORGÂNICA

• Aplicar solução de hipoclorito de sódio a 1% sobre a matéria orgânica e aguardar cinco


minutos.
• Remover com auxílio de papel-toalha ou pano, que deve ser descartado.
• Proceder à limpeza com água e sabão.

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6. GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS EM SERVIÇOS
ODONTOLÓGICOS
Conjunto de procedimentos de gestão, elaborados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e
legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados um
encaminhamento seguro.

Os resíduos gerados nos serviços odontológicos podem ser classificados em:

Biológicos
São resíduos com possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem
apresentar risco de infecção. Devem ser manejados de acordo com sua composição, acondicionados
em saco vermelho ou branco leitoso, em conformidade com a RDC 306 da ANVISA.

Caroline Codorniz Gonçalves


Químicos carolcodorniz@hotmail.com
Resíduos que contêm substâncias químicas que podem apresentar riscos à saúde pública ou ao meio
ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e
toxicidade:

• Produtos antimicrobianos, citostáticos e antineoplásicos; imunossupressores, quando


apresentarem prazo de validade vencido ou se tornarem impróprios para o consumo.
• Anestésicos.
• Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).
• Saneantes e desinfetantes.
• Resíduos de amálgama.
• Radiografias odontológicas.
• Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT
(tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

O acondicionamento deve ser feito em recipientes individualizados, observadas as exigências de


compatibilidade química do resíduo com os materiais das embalagens, de forma a evitar reação
química entre os componentes, enfraquecendo-a ou deteriorando-a, ou a possibilidade de que o
material da embalagem seja permeável aos componentes do resíduo.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 54


Perfurocortantes (escarificantes)
São todos os objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos
ou protuberâncias rígidas e agudas, capazes de cortar ou perfurar
(bisturis, agulhas, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas
diamantadas e outros).

Devem ser acondicionados em recipientes rígidos, com tampa vedante,


estanques, resistentes à ruptura e à punctura.
Fonte: https://descarpack.com.br/Coletor+para+Material+P

Comuns
erfurocortante. Acesso em 31 de janeiro 2021.

São aqueles resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio
ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares, sendo acondicionados nos mesmos
moldes.

Para o gerenciamento desses resíduos devem ser seguidas as orientações estabelecidas pelo órgão
ambiental competente e pelo serviço de limpeza urbana.

A Resolução da Direção Colegiada (RDC) 306/2004, da Anvisa, e a Resolução 358/2005, do Conselho


Nacional do Meio Ambiente (Conama), estabelecem que os estabelecimentos de saúde devem seguir a
legislação que rege todas as etapas do manejo, segregação, acondicionamento, identificação,
Caroline
transporte interno, armazenamento Codorniz
temporário, coletaGonçalves
e destino final dos resíduos biológicos e/ou
quimicamente contaminados. carolcodorniz@hotmail.com

As medidas técnicas, administrativas e normativas para prevenir acidentes, preservando a saúde


pública e o meio ambiente, devem ser consolidadas no documento chamado Plano de Gerenciamento
de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), que é a formalização, pelo estabelecimento, da adesão às
normas e exigências legais, desde o momento de sua geração até a sua destinação final.(BRASIL,
2006b)

Figura 22: Identificação para Resíduos de Serviços de Saúde, por grupo, segundo a ANVISA

Fonte: https://gpeseg.blogspot.com.
Acesso em 31 de dezembro 2021

A identificação deve estar exposta nos sacos de acondicionamento, nos recipientes de coleta e de
transporte, interno e externo, e nos locais de armazenamento. (BRASIL, 2006b)

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 55


7. EQUIPAMENTOS DE
RAIOS-X
Devem atender aos requisitos estabelecidos pela ANVISA, citados na publicação “Serviços
Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos”, baseada na Portaria do Ministério da Saúde nº 453,
de 1º de junho de 1998.

Proteção do operador
O tempo de exposição deve ser o menor possível, consistente com a obtenção de imagem de boa
qualidade.

Proteção radiológica
Em exames intraorais em consultórios, o operador deve manter-se a uma distância mínima de 2
metros do tubo e do paciente, durante as exposições, e atrás de uma barreira protetora com uma
espessura mínima de 0,5 mm, equivalentes ao chumbo.

Deve ser usada vestimenta de proteção Codorniz


Caroline individual, de modo a proteger a tireoide, o tronco e as
Gonçalves
gônadas dos pacientes durante carolcodorniz@hotmail.com
as exposições.(CRO/SC, 2006).

Devem ser seguidas as recomendações do fabricante com respeito à concentração da solução,


temperatura e tempo de revelação.

O aparato para posicionamento do filme e o próprio filme devem ser protegidos por película de PVC,
para reduzir o contato com sangue ou saliva do paciente. (CRO/SC, 2006)

Avental de Chumbo com protetor de tireóide Filme radiográfico protegido por película de PVC

Fonte: https://www.odontodental.com.br. Fonte: Iwashita et al., 2012. Disponível em


Acesso em 31 de dezembro 2021 http://www.metodista.br/odonto/manuais/manual-de-
biosseguranca-2012-metodista-pdf

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8. CONDUTAS APÓS
EXPOSIÇÃO AO
MATERIAL BIOLÓGICO
Você tem cerca de duas horas para agir. Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL 1996), a
quimioprofilaxia contra HIV deve ser iniciada até duas horas após o acidente. Em casos extremos,
pode ser realizada até 24 a 36 horas depois. Após esse período de tempo, sua eficácia para o HIV é
discutível. Nos acidentes de alto risco para HBV, a quimioprofilaxia pode ser iniciada até uma a duas
semanas depois.

• Lave exaustivamente com água e sabão o ferimento ou a pele exposta ao sangue ou fluido
orgânico.
• Lave as mucosas com soro fisiológico ou água em abundância; não provoque maior sangramento
do local ferido e não aumente a área lesada, a fim de minimizar a exposição ao material
infectante. O uso de antissépticos tópicos do tipo PVPI ou álcool 70% pode ser adotado. Não é
recomendada a utilização de agentes cáusticos ou injeção de antissépticos.

Dirija-se imediatamente ao Centro de Referência


Caroline Codorniz no Gonçalves
atendimento de acidentes ocupacionais com
material biológico de sua região. Nesse local, deverá ser comunicado o fato ao Técnico de Segurança
carolcodorniz@hotmail.com
do Trabalho, preenchido o inquérito de notificação e emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho
– CAT. O ideal é que o acidentado e as condições do acidente sejam avaliados por uma equipe
multiprofissional.

Obtenha do paciente-fonte uma anamnese recente e detalhada sobre seus hábitos de vida, história de
hemotransfusão, uso de drogas, vida sexual, uso de preservativos, passado em presídios ou
manicômios, história de hepatite e DSTs e sorologias anteriores, a fim de se analisar a possibilidade de
situá-lo numa possível janela imunológica.

Leve sua carteira de vacinação ou informe sobre seu estado vacinal e dados recentes de sua saúde,
sorologias anteriores, etc.

Deverá ser solicitada pelo médico a coleta de amostras de seu sangue e a do paciente-fonte, em tubos
de ensaio, sem anticoagulante, devidamente identificados, que serão encaminhados imediatamente ao
laboratório de referência para serem centrifugados.

Caso o quadro caracterize situação de risco, as quimioprofilaxias contra o HBV e o HIV serão
iniciadas.

O médico, se necessário, fará a solicitação para o paciente-fonte do anti-HIV (Elisa convencional, teste
rápido), Anti-HCV e HbsAg (quando o profissional não foi imunizado para hepatite B).

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 57


Em paciente-fonte positivo para HIV, iniciar com quimioprofilaxia, seguindo orientações do
fluxograma do Ministério da Saúde.

No paciente-fonte com HIV desconhecido ou que o resultado do teste anti-HIV vá demorar, iniciar
com o esquema básico de antiretroviral (AZT + 3TC ou Lamivudina) e procurar o serviço especializado
para reavaliar o acidente.

Paciente-fonte positivo para hepatite B (HbsAg positivo) e funcionário não vacinado, fazer
imunoglobulina (Centro de Referência de Imunobiológico) e iniciar vacinação.

O profissional só fará a coleta de sangue quando o paciente-fonte for positivo ou desconhecido para
HIV, Hepatite B e C. Se o paciente-fonte for negativo, não é necessário o acompanhamento sorológico
do funcionário.

Repetir-se-ão as sorologias seis semanas, três meses, seis meses e um ano após o acidente ou a critério
do médico.

O profissional acidentado, em uso de quimioprofilaxia antirretroviral, deverá retornar à consulta


médica semanalmente, ou conforme protocolo do serviço, para acompanhamento clínico dos sinais de
intolerância medicamentosa.

Se durante o acompanhamento ocorrer novo acidente, deverá submeter-se ao protocolo novamente,


sendo desconsiderados todos os procedimentos
Caroline já realizados.
Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Nos casos em que ocorrer a soroconversão para HIV ou hepatite, o profissional será encaminhado ao
médico do trabalho para as orientações legais e a um centro de referência para o acompanhamento e
tratamento necessários.

O risco de transmissão ocupacional do HIV para o trabalhador de saúde após exposição percutânea é
estimado em 0,3% e, após exposição mucocutânea, em 0,09%. Para a hepatite B, o risco para o
profissional depende da situação do paciente-fonte.(CRO/SC, 2006).
Referências Bibliográficas

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 58


R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas
ABO – Associação Brasileira de Odontológia. Odontologia Segura: Biossegurança e Segurança do
Paciente. São Paulo, 2018. 52p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação de Controle de Infecção Hospitalar. Processamento de


Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. 2. ed.Brasília,1994. 50 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços Odontológicos:


Prevenção e Controle de Riscos / Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Brasília: Ministério da Saúde, 2006a.156 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de gerenciamento de


resíduos de serviços de saúde / Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. –
Brasília: Ministério da Saúde, 2006b.182 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higienização das mãos em
serviços da saúde / Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Ministério
da Saúde, 2007.52 p.
Caroline Codorniz Gonçalves
BRASIL. Agência Nacional decarolcodorniz@hotmail.com
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MÓDU L O 5 - SAÚ DE BUC A L -
PREVENÇÃO DA CÁRIE E DOENÇA
P E R I O D O N TA L
1. A PLACA BACTERIANA..........................................61
1.1 Métodos de controle da placa bacteriana...................62

2. A CÁRIE DENTAL................................................69
2.1 Diagnóstico e determinação da atividade e risco da doença
cárie.........................................................70
2.2 Lesão branca..............................................73
2.3 Cárie rampante ou Cárie de mamadeira......................74

3. DOENÇA PERIODONTAL...............................................75
3.1 Gengivite.................................................75
Caroline Codorniz Gonçalves
3.2 Periodontite..............................................76
carolcodorniz@hotmail.com

4. CÂNCER BUCAL.................................................77
4.1 Fatores de risco do câncer................................78
4.2 Sinais e sintomas do câncer bucal.........................78

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................79

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As doenças bucais afetam a população mundial em todas as faixas etárias.

Algumas são mais recorrentes do que outras, mas todas exigem atenção porque
comprometem a saúde de um modo geral e a qualidade de vida.

As principais doenças bucais são a cárie dental, a doença periodontal e o câncer bucal.

A maioria dessas doenças pode ser evitada facilmente por meio da prevenção.

1. A PLACA BACTERIANA
A superfície dental exposta à saliva é coberta por uma fina camada chamada de película adquirida. Esta
película é um filme orgânico derivado principalmente da saliva e depositado sobre a superfície do
dente. A placa bacteriana também conhecida como biofilme ou placa dental, refere-se à aglomeração
de bactérias da microflora oral sobre a película adquirida na superfície dental, sendo fator que
determina o aparecimento de cárie e doença periodontal.

Posteriormente, esse biofilme irá endurecer (mineralizar) e originar o cálculo dentário ou tártaro.
Caroline Codorniz Gonçalves
O acúmulo de placa dentária tende a ser maior em regiões nas quais a higiene
carolcodorniz@hotmail.com bucal não é realizada de
modo apropriado.

Enquanto o biofilme não se transformou em tártaro, é possível removê-lo com higiene oral adequada e
frequente, porém após ocorrer a mineralização, sua remoção é feita apenas por meio de
instrumentos/equipamentos odontológicos, através da técnica conhecida como tartarectomia.

Figura 23: Placa Bacteriana

Fonte: https://www.istockphoto.com/br/search/2/image? Fonte: https://www.istockphoto.com/br/search/2/image?


phrase=bacterial%20plaque phrase=bacterial%20plaque

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1.1 Métodos de controle da placa bacteriana
A placa bacteriana pode ser controlada utilizando os métodos a seguir:

• Técnicas de higienização bucal;

• Técnicas de evidenciação e prevenção da placa bacteriana;

• Técnicas de limpeza e polimento coronário;

• Aplicação de flúor

• Controle da dieta.

As práticas de higiene bucal, como a escovação dentária e o uso do fio dental, a aplicação de flúor e
controle da dieta, desempenham importante papel na prevenção das doenças bucais.

1.1.1 Técnicas de higiene bucal: escovação e uso do fio


Caroline Codorniz Gonçalves
dental carolcodorniz@hotmail.com

O controle da placa por meio da higiene bucal é a medida mais


direta e abrangente de controle e prevenção da cárie dentária e de
doenças gengivais, pois se direciona para a causa determinante
dessas doenças: as bactérias patogênicas que colonizam as
superfícies dos dentes, formando a placa dental (BRASIL, 2008).

Entre os meios mecânicos para higienizar os dentes, a escova


dentária é o mais aceito mundialmente.

A escova deve ser funcional e eficiente na remoção do biofilme


dental, sem causar danos aos tecidos gengivais e sem provocar ranhuras
nas superfícies dentárias (PEDRAZZI et al.,2009).

Muitas vezes a escovação dental isolada é insuficiente, pois não remove a placa interdental por
completo, sendo necessária a utilização de alguns dispositivos auxiliares, tais como: fios/fitas dentais,
escovas dentais interproximais, enxaguatórios bucais entre outros (SILVA et al., 2003).

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Figura 24: Técnicas corretas de escovação e uso do fio dental.

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carolcodorniz@hotmail.com
Fonte: http://www.colgate.com.br/app/CP/BR/OC/Information/Articles/Oral-and-Dental-Health-
Basics/Oral- Hygiene/Oral-Hygiene-Basics/article/What-is-Good- Oral-Hygiene.cvsp>

Issáo e Guedes-Pinto (2012) sugerem algumas técnicas de escovação:

Empunhar a escova e, com os dentes cerrados, fazer


movimentos circulares na face vestibular de todos os dentes
TÉCNICA superiores e inferiores, indo do último dente do hemiarco a
DE FONES outro. Nas faces palatinas ou linguais, os movimentos também
são circulares, com a boca aberta; nas faces oclusais e incisais, os
movimentos são no sentido antero posterior.

Colocar a escova com o longo eixo das cerdas lateralmente


contra a gengiva e deslizá-la de gengival para oclusal ou incisal.
TÉCNICA DE Quando as cerdas estiverem no ponto de contato dos dentes,
STILLMAN fazer movimentos vibratórios. Repetir esse movimento várias
vezes para cada grupo de dentes que está sendo escovado. O
MODIFICADA
movimento é igual para as arcadas superior e inferior e para as
superfícies vestibular e lingual.

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Figura 24: Técnicas corretas de escovação
Durante e uso do fio
a escovação, dental.
forçar as cerdas diretamente no sulco
gengival, num ângulo de 45 graus com o eixo do dente. Forçar as
cerdas, o máximo possível, para dentro do sulco e fazer um
TÉCNICA
movimento curto para frente e para trás, vibratório, deslocando
DE BASS todo o resíduo existente na área; conforme é movimentada a
escova, os dentes e a gengiva vão sendo limpos. Para escovar as
superfícies oclusais, mover a escova para frente e para trás.

1.1.2 Técnica de evidenciação da placa bacteriana


Através do uso de um corante específico (azul de metileno, fucsina básica, marrom bismark, verde
malaquita, violeta genciana), para demonstração das áreas com mais placas (SÃO PAULO, 2010).

Os principais objetivos para o uso dos evidenciadores de placa dental são o estímulo visual para
realização da higiene bucal e a identificação de áreas onde deve ser aprimorada a higiene bucal,
prevenindo, assim, a instalação e progressão das doenças cárie e periodontal (DUARTE et al., 1990).

Figura 25: Evidenciação da placa bacteriana

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Fonte: http://www.ident.com.br/publicimg/user/1/1/1064/content/4974/1185382361

1.1.3 Limpeza e polimento coronário


A limpeza profissional dos dentes consiste no polimento coronário e na raspagem e alisamento
radicular.

• Para remoção das placas nas superfícies oclusais, são utilizadas escovas (escovas de Robson),
acopladas a um contra-ângulo de baixa rotação.
• Para as superfícies lisas, vestibulares e linguais ou palatinas, são usadas tacas de borracha.
• O uso do fio dental completa o polimento nas superfícies interproximais.

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• Toda limpeza deve ser feita com o auxílio de uma pasta de baixa abrasividade, geralmente a base
de pedra-pomes, que pode ser fluoretada ou não.
• Após o polimento de todas as superfícies, repete-se a evidenciação para avaliação da remoção
das placas e, em seguida, completa-se a limpeza nas áreas onde persistir a placa.(BRASIL, 1994).

Figura 26: Raspagem e Polimento coronário.

Fonte: https://stock.adobe.com/br/search/imagem Fonte: https://stock.adobe.com/br/search/imagem

1.1.4 Aplicação deCaroline


flúor Codorniz Gonçalves
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O flúor é um mineral natural, encontrado em toda a crosta terrestre e largamente distribuído pela
natureza. Alguns alimentos contêm flúor, assim como a água de abastecimento público. É considerado
um mineral essencial, devido ao seu efeito benéfico no esmalte dental, conferindo resistência máxima
às cáries.

A medida de maior impacto para o controle do desenvolvimento da cárie tem sido o uso de flúor,
ainda que seu uso isolado não impeça o desenvolvimento da cárie, apenas reduz a sua progressão.

Embora o flúor não impeça a iniciação da doença, ele é extremamente eficiente em reduzir sua
progressão.

O flúor possui uma atividade antimicrobiana quando utilizado em concentração maior que 100 ppm,
pois tem potencial de inibir a colonização, o crescimento e da multiplicação bacteriana (Thylstrup e
Fegerskov,1995).

Há décadas o flúor tem sido destacado como elemento fundamental no controle e na prevenção da
doença cárie. Inicialmente, o efeito benéfico do flúor esteve relacionado à sua administração por via
sistêmica por acreditar-se que seria incorporado aos dentes na fase de formação, garantindo, assim
maior “resistência” à cárie dental.

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Gradativamente tal conceito foi sendo modicado e hoje há um consenso de que o flúor importante é
aquele mantido constantemente na cavidade bucal, o qual é capaz de interferir na dinâmica do
processo de cárie, reduzindo a quantidade de minerais perdidos quando do fenômeno da
desmineralização e ativando a quantidade reposta quando da remineralização salivar. (Cury, 2001).

Este fato motivou o desenvolvimento de produtos de aplicação tópica capazes de interferir na


dinâmica do processo carioso.

Métodos de aplicação de flúor


Sistêmico
Relacionado ao fato de o flúor ser ingerido e circular pelo organismo): água de abastecimento público,
fluoretação do sal de cozinha, suplementos pré-natal e pós-natal, etc.

Figura 27: Fluor sistêmico

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Fonte: https://stock.adobe.com/br/search/imagem Fonte: https://stock.adobe.com/br/search/imagem

Tópico
O flúor não é ingerido: dentifrício fluorado, bochechos com flúor, aplicação tópica de flúor
profissional.

Figura 28: Dentifrício fluorado, bochecho com flúor, aplicação tópica de flúor

Fonte: https://stock.adobe.com/br/search/imagem

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Junto com o declínio da cárie com uso do flúor, há relatos de aparecimento de fluorose (manchas, em
geral esbranquiçadas que aparecem no esmalte dental, por ingestão excessiva de flúor, durante o
período de formação desses dentes).

Recomenda-se que a escovação dentária da criança seja realizada ou supervisionada por um adulto e
que seja colocada uma pequena quantidade de creme dental na escova.

Figura 29: Quantidade de pasta com flúor recomendada para crianças.

Fonte: Oliveira et al., 2012.

Figura 30: Quantidade de pasta com flúor não recomendada para crianças.
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Fonte: http://clinicaciso.no.comunidades.net/imagens/dentifricioquantidade.jpg

1.1.5 Controle ae dieta


Os estudos epidemiológicos realizados tem demonstrados que a prevalência de cárie dental tem forte
relação com o consumo de carboidratos, pricipalmente a sacarose (açucares). O desenvolvimento da
cárie dentária, conforme Cury (2001), é decorrente do “acúmulo de bactérias sobre os dentes e de uma
contínua ingestão de açucar”. Estas bactérias fermentam estes alimentos (açucares) acumulados nos
dentes e na língua, liberando ácidos que desmineralizam os esmaltes dentais, podendo desencadear o
processo de cárie.

É importante considerar que a desmineralização que ocorre após a ingestão de qualquer dieta
cariogênica se dá durante um determinado tempo, até que a ação remineralizadora da saliva paralise o
processo, não determinando uma lesão de cárie, e sim uma simples desmineralização reversível.

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Mas, com a ingestão sistemática e cada vez mais frequente de alimentos cariogênicos pelo ser humano,
ocorre uma produção de um desequilíbrio crescente da desmineralização e remineralização, levando-
se a concluir que a dieta seria um fator determinante da doença cárie.

O controle mecânico de placa (escovação), para sua total remoção, potencializa a função
remineralizadora da saliva, mantendo a lesão do esmalte no estágio reversível por um período
indeterminado.

Se o intervalo de tempo do controle da placa (escovação) for insuficiente ou a ingestão de dieta


cariogênica for mais frequente, podem surgir desmineralizações irreversíveis (cárie dentária).
(BRASIL, 1994)

Figura 31: Consumo exagerado de sacarose e a cárie dentária.

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Fonte: stockphoto.com/br/search/2/image?mediatype=photography&phrase=dental%20caries&page=2

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2. A CÁRIE DENTAL
A cárie dental é uma das doenças bucais mais comuns no mundo. É uma doença resultante de uma
perda mineral localizada, cuja causa são ácidos orgânicos provenientes da fermentação microbiana dos
carboidratos da dieta (Loesche, 1993).

É resultante do desequilíbrio bioquímico da cavidade bucal, em função dos processos fisiológicos de


desmineralização e remineralização das superfícies dentais.

A cárie dental tem um caráter multifatorial, dependendo seu aparecimento da interação de quatro
fatores essenciais: um o hospedeiro (dente), colonizado por uma microbiota cariogênica (bactéria)
consumindo uma dieta rica em sacarose (substrato), que devem estar presentes em um período de
tempo significativo (Newbrum, 1988).

Figura 32: Cárie: Doença multifatorial. Diagrama de Newbrum.

MICROORGANISMO

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CÁRIE
TEMPO DIETA

DENTE SUSCETÍVEL

Alguns fatores etiológicos devem ser levados em


consideração para o desenvolvimento da cárie dentária:
biofilme; dieta; saliva; flúor; hábitos de higiene
(determinantes); hábitos socioeconômicos, culturais e
comportamentais (modificadores). (Antunes et al., 2004).

Ao lado - Figura 33: Fatores etiológicos da doença cárie


- Diagrama adaptado de Manji e Fejerskov (1990).

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2.1 Diagnóstico e determinação da atividade e risco da
doença cárie
A cárie dentária é uma doença crônica e infecciosa que provoca a destruição dos tecidos dentários,
podendo ser diagnosticada clinicamente:

• Em estágios iniciais: lesões em esmalte.

• Em estágios mais tardios: cavitação em dentina, polpa dentária, órgãos onde se localizam as
terminações nervosas e capilares sanguíneos. (FEJERSKOV & KIDD, 2005; BRAGA et al., 2008)

Figura 34: Estágios da cárie dentária.

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Fonte: Disponível em < http://odontopedia.info/index.php/C%C3%A1rie> Acesso em 31 de maio de 2014.

Figura 35: Cárie aguda

Quanto à evolução do processo, as cáries dentárias


podem ser:

Aguda: lesão de cárie considerada ativa, progressiva.


Apresenta área amolecida, de cor amarelada ou castanha
clara e normalmente apresenta biofilme visível.

Figura 36: Cárie crônica

Crônica: lesão de cárie inativa, mineralizada, que


geralmente interrompeu sua progressão. Apresenta área
brilhante, relativamente dura, de cor que varia do
amarelo ou acastanhado ao negro.

Fonte: Braga et al., 2008.

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Quanto à sua localização anatômica nos dentes, as cáries dentárias podem ser:

• Cárie de cicatrícula e fissura

Localizadas nas cicatrículas e fissuras, são cáries das superfícies oclusais de molares e pré-molares;
superfícies palatinas dos incisivos e caninos superiores, abaixo do cíngulo; e na superfície palatina dos
molares superiores.

Em estágios iniciais são de difícil diagnóstico.

Figura 37: Cárie de cicatrícula e fissura.

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Fonte: https://www.istockphoto.com/br/search/2/image?phrase=c%C3%A1rie&page=2
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• Cárie de superfície lisa

São cáries localizadas nas faces vestibulares, linguais ou proximais dos dentes.

Figura 38: Cárie de superfície lisa (face vestibular).

Fonte: Assed Sada, 2005.

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• Cárie Radicular

São cáries em região de raiz exposta, afetando cemento, dentina, podendo chegar à polpa dentária.

Inicia-se com a desmineralização do cemento /dentina radicular. Comum em pessoas idosas.

Figura 39: Cárie radicular.

Fonte: https://www.istockphoto.com/br/search/2/image?phrase=C%C3%A1rie+dent%C3%A1ria

• Cárie de dentina

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Após atravessar o esmalte a cárie penetra na dentina, camada do dente mais suave e menos resistente.
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Nesse estágio a cárie estende-se rapidamente, avança para a polpa dentária, tecido com numerosos
nervos e vasos sanguíneos, e aparece a sensação de dor.

Figura 40: Cárie na dentina

Fonte: http://www.ufjf.br/microbiologia/files/2012/03/Aula-4-c%C3%A1rie.pdf.

No último estágio, a cárie continua a


sua penetração, até alcançar a polpa,
podendo causar uma dor aguda ou
comprometimentos crônicos
perirradiculares.

Ao lado, figura 41: Cárie com


comprometimento da polpa.
Fonte: http://www.endo-e.com/images/doencas_polpa/doencapolpa_eml_04.jpg.

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Quanto à história prévia, as cáries dentárias podem ser:

• Primária: Lesões de cárie presentes em superfícies ainda não restauradas (tratadas).

Figura 42: Cárie primária.

Fonte: De Jean et al., 2009.

1. Secundária: Lesões de cárie que se desenvolvem em regiões adjacentes às restaurações. Também


chamada de cárie recorrente.

Figura 43: Cárie secundária.

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Fonte: Disponível em <http://www.ident.com.br/Dentsply/caso-clinico/14212- resina-sdr-caso-clinico-prof-dr-


juergen-manhart juergen -manhart > Acesso em 31 de maio de 2014.

2.2 Lesão branca Figura 44: Lesão branca.

A lesão de mancha branca é a primeira manifestação


clínica da saída de minerais do dente, em que ainda não
há cavidade no esmalte.

A perda mineral da superfície leva ao aumento na


porosidade do esmalte, caracterizando uma lesão branca
ativa, considerada o primeiro estágio da cárie.

A lesão de mancha branca ativa no esmalte é


caracterizada por um esmalte opaco, rugoso e poroso.
Fonte : Disponível em <http://www.ortociencia.com.br> Acesso em 31 de Maio de 2014.

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A lesão de mancha branca inativa no esmalte é caracterizada por um esmalte brilhante, branco ou
escurecido, liso e polido.

2.3 Cárie rampante ou Cárie de mamadeira


Síndrome caracterizada por um padrão de cárie rampante, que atinge os dentes anteriores e superiores
e se estende para os dentes posteriores, sendo descrita como cárie de mamadeira. É uma destruição
violenta da dentição decídua por cárie.

A etiologia desse tipo de lesão cariosa é a amamentação por mamadeira; amamentação materna; uso
de chupeta açucarada; uso de xaropes e/ou vitaminas açucarados.

O fator etiológico principal da cárie de mamadeira é o hábito da criança de adormecer mamando.

Devem-se conscientizar as mães sobre os efeitos maléficos da mamadeira noturna, sugerindo a sua
suspensão para crianças maiores; realizar higienização bucal após cada mamada; necessidade da visita
ao dentista após a erupção dos dentes.

Figura 45: Cárie rampante ou cárie de mamadeira.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: http://www.patooral.bravepages.com/biblioHTML/diente/11101CariesRampante.html.

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3. DOENÇA PERIODONTAL
É um termo genérico empregado para um grupo de afecções que acometem o periodonto (nome dado
a todos os tecidos envolvidos na fixação do dente ao osso, a saber: a gengiva, o ligamento periodontal,
o cemento e o osso alveolar) em diferentes circunstâncias.

3.1 Gengivite
• A doença começa com a inflamação da gengiva;

• Retrata uma resposta inflamatória dos tecidos gengivais ao acúmulo de bactérias que colonizam o
sulco gengival através do biofilme.

• Inicialmente, nota-se que a gengiva sangra espontaneamente, ou como fator causado pela escova
ou pelo fio dental.

• Ocorre aumento do volume da gengiva e alteração da sua cor (fica mais avermelhada).

• Uma boa higienização pode diminuir a inflamação e restabelecer a saúde da gengiva.

Caroline Codorniz Gonçalves


Figura 46: Gengivite. carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: https://br.freepik.com/search?format=search&query=DOEN%C3%87A%20DA%20GENGIVA&type=photo

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3.1 Periodontite
• É um estágio mais avançado que a gengivite.

• É mais avançado porque a inflamação não se limita à gengiva, envolve o osso que sustenta os
dentes e forma a “bolsa periodontal”, que só é detectada pelo dentista através da sondagem.

• Os sinais da periodontite são: gengiva recuada dos dentes; dentes apresentam mobilidade;
gengiva inflamada com sangramento e, às vezes, pus; mau hálito; podendo levar à perda do dente.

• A principal causa de perda dentária entre adultos e idosos ocorre em decorrência de doenças da
gengiva.

• Os fatores de risco para a doença periodontal são: tabagismo, diabetes, fatores de retenção do
biofilme (dentes apinhados, restaurações com excesso de material, fraturas de restaurações, entre
outros); consumo excessivo de açúcar e álcool.

Figura 47: Periodontite Figura 48: Estágios da doença periodontal.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: https://stock.adobe.com/br/search/images

Fonte: http://www.colgateprofissional.com.br/LeadershipBR/PatientEducation/Articl es/Resources/


quais_sao_os_estagios_da_gengivite.jpg.

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4. CÂNCER BUCAL
Câncer é um termo genérico usado para todos os tumores malígnos. No entanto, quando se fala em
câncer bucal, normalmente está se referindo ao carcinoma espinocelular (CEC), que corresponde a
95% dos tumores malignos da boca.

A incidência do câncer bucal no Brasil é considerada uma das mais altas do mundo.

Apesar da etiologia do câncer bucal ser multifatorial, o fumo é considerado o principal fator de risco.
Bebidas alcoólicas também têm sido associadas ao desenvolvimento do câncer bucal (Franco e
coloaboradores, 1989, Boyle e colaboradores, 1993). A exposição frequente aos raios ultravioletas da
luz solar é fator importante para aparecimento de câncer de lábio.

O câncer bucal é mais comum em pacientes homens com idade superior a 40 anos. Os locais de maior
ocorrência são o lábio inferior, a lingua, o assoalho bucal (região abaixo da língua). Pode afetar também
a mucosa jugal (bochechas), palato duro (céu da boca) e amígdalas (Brasil, 2002).

Clinicamente apresenta-se como uma lesão ulcerada com bordas elevadas e endurecidas. Em algumas
situações apresenta-se como uma lesão branca (leucoplasia ou vermelha (eritroplasia). Um aspecto
importante que dificulta o diagnóstico precoce é a ausência de sintomatologia nos estagios iniciais. O
diagnóstico é realizado por meio de biópsias.
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
O tratamento do câncer bucal é realizado através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia alvo,
imunoterapia e tratamento paliativo, que podem ser realizados isoladamente ou em combinação,
dependendo do estágio e da localização do tumor.

Figura 49: Regiões anatômicas da boca onde pode ocorrer câncer bucal.

Fonte: BRASIL, 2002.

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4.1 Fatores de risco do câncer bucal
• Idade superior a 40 anos.
• Sexo masculino.
• Tabagistas crônicos.
• Etilistas crônicos.
• Má higiene bucal.
• Desnutridos e imunodeprimidos.
• Portadores de próteses mal ajustadas ou que sofram de outra irritação crônica da mucosa bucal.
• Dieta rica em gorduras e álcool.
• Exposição excessiva ao sol.

4.2 Sinais e sintomas do câncer bucal


• Aparecimento de feridas na boca, as quais não se cicatrizam em uma semana.
• Ulcerações superficiais, com menos de 2 cm de diâmetro, indolores ( podendo sangrar ou não).
• Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal.
• Dificuldade para falar, mastigar e engolir.
• Emagrecimento acentuado.
• Dor e presença de linfadenomegalia cervical (caroço no pescoço). (Inca, 2002)

Caroline
Figura 50: Leucoplasia (lesão branca) Codorniz
Gonçalves
da língua
carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: https://stock.adobe.com/br/search/images

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carolcodorniz@hotmail.com
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WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 79


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Caroline Codorniz Gonçalves


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MÓDULO 6 - FUNDAMENTOS DA
P R ÁT I C A C L Í N I C A |
C O N S U LT Ó R I O O D O N T O L Ó G I C O

1. EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS.........................................83

2. INSTRUMENTAIS ODONTOLÓGICOS........................................91
2.1 Instrumentais para exame clínico..................................91
2.2 Instrumentais para procedimentos..................................92
2.3 Instrumentais para cirurgia oral..................................95
2.4 Instrumentais para periodontia....................................99
2.5 Instrumentais para dentística....................................100
2.6 Instrumentais para endodontia....................................102

3. SEQUÊNCIA DE MONTAGEM DO AMBIENTE DE TRABALHO CLÍNICO.............103


Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
4. MATERIAIS ODONTOLÓGICOS...........................................104
4.1 Materiais restauradores..........................................104
4.1 Materiais para moldagem e confecção de moldes de gesso...........115
4.3 Materiais para registro de mordida...............................118

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................119

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1. EQUIPAMENTOS
ODONTOLÓGICOS
A prática odontológica é uma atividade profissional que
depende do bom funcionamento de equipamentos para
seu exercício.

Embora exista uma grande variedade na


composição de um consultório, seus
componentes básicos podem ser assim
divididos:

• Cadeira odontológica.
• Equipo.
• Refletor.
• Unidade suctora.
• Mocho.
• Cuspideira.
• Unidade de abastecimento de água.
• Compressor odontológico. Caroline Codorniz Gonçalves
• Aparelho de Raios-X. carolcodorniz@hotmail.com
• Amalgamador.
• Aparelho para foto polimerização de resinas.
• Aparelho de profilaxia (ultrassom + jato de bicarbonato).
• Autoclave.

Cadeira odontológica Figura 51: Cadeira odontológica


A cadeira odontológica tem como objetivo
acomodar o paciente durante o atendimento
clínico. Deve possibilitar acesso adequado ao
trabalho do profissional, de forma
confortável.

As cadeiras odontológicas são compostas


basicamente de: base firme; coluna vertical
de levantamento e abaixamento; assento e
encosto anatômico, para maior comodidade
do paciente; um apoio para os braços e
cabeça.

Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/ferramentas-profissionais-de-
dentista-e-cadeira-no-consultorio-odontologico

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Figura 52: Equipo odontológico

Equipo odontológico
Equipo odontológico é o equipamento
onde são montados e suportados os
instrumentos ativos de trabalho do
cirurgião-dentista (que são: seringa
tríplice, caneta de alta rotação, caneta de
baixa rotação, sistema para remoção de
placa bacteriana e tártaro, foto
polimerizador, entre outros), bem como
os mecanismos que permitem que esses
instrumentos funcionem.

Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/ferramentas-de-dentista-profissional-no-consultorio-
odontologico

Esses instrumentos ativos, normalmente chamados de peças de mão ou pontas, utilizam, para o seu
funcionamento, líquido para refrigeração (água), ar comprimido e eletricidade. Geralmente os equipos
contam também com áreas para colocação do instrumental manual do cirurgião-dentista.

Os componentes básicos dos equipos podem ser assim subdivididos:


• Comandos (válvulas, reservatórios, controles);
• Pedal de controle;
• Peças de mão (seringa tríplice, caneta de alta rotação e caneta de baixa rotação)
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
As peças de mão, especialmente as canetas de alta e baixa rotação, são os itens que mais apresentam
necessidade de manutenção. De uma forma resumida, devem ser observadas as seguintes questões:
• Lubrificar com óleos determinados pelo fabricante, diariamente ou a cada turno, no caso em que
a utilização é muito frequente;
• Limpar adequadamente, com substâncias indicadas pelos fabricantes dos produtos;
• Cuidar para que, ao retirar e retornar as peças de mão para as conexões, sejam encaixadas
adequadamente;
• Não deixar as peças de mão sem brocas, usar o pino que normalmente acompanha os produtos,
especialmente a ponta reta do micromotor;
• Lembrar que barulho excessivo é sinal de rolamentos com defeito ou desgastados pelo uso ou
por manutenção deficiente;
• Remover o excesso de lubrificantes; esse excesso pode danificar os rolamentos;
• A lavagem com água, sabão e uma escova constitui a forma mais eficiente para a limpeza das
peças de mão;
• No caso de entupimentos do spray de alta rotação, verificar a existência de dobras na mangueira,
bem como o abastecimento de água no reservatório. Inicialmente deverá ser testado se o
entupimento acontece no sistema ou na caneta propriamente dita. Para isso, deve-se testar se o
fluxo do spray é normal na conexão da caneta. No caso da confirmação de entupimento no
sistema e da ausência de fatores como falta de água no reservatório e dobras nas mangueiras,
somente uma avaliação do técnico de equipamento poderá solucionar o problema.
• Os mesmos procedimentos anteriores podem ser necessários quando o problema estiver
relacionado à seringa tríplice. Deve-se ainda salientar que os entupimentos podem ser devido à
qualidade da água ou à inexistência de filtros de ar ou de água.

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Refletor
Proporciona a iluminação na boca e nos dentes do paciente, durante o trabalho do profissional. Sua
iluminação deve ser intensa (aproximadamente 10.000 lux), de boa qualidade, concentrada, de
preferência com luz fria e um foco retangular para não ofuscar o paciente. Pode ser de coluna, preso
ao chão ou ao teto, ou incluído num prolongamento da cadeira odontológica.

Figura 54: Refletor

Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/ Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/

Cadeira Clínica | Mocho Cuspideira


Caroline Codorniz Gonçalves
É a cadeira usada pelo odontólogo e pelo Existem vários tipos, acopladas na cadeira,
carolcodorniz@hotmail.com
auxiliar. Deve possuir encosto para as costas e independente, de louça ou de alumínio.
base correta, estável e com roldanas Normalmente fica posicionada no lado
esquerdo da cadeira operatória e contém um
Figura 55: Mocho sistema de irrigação de água para favorecer a
sua autolimpeza. Em alguns casos, vêm
acoplados a ela uma seringa tríplice (água, ar,
spray) e um sugador, para uso do auxiliar

Figura 56: Cuspideira

Fonte: https://teckflex.com.br/produto/cadeira-giratoria-mocho-odontologico/ Fonte: https://dentemed.com.br/produto/2/consultorio-prime-flex

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Unidade suctora
Denominada também de sugador, aspirador, tem a função de remover a saliva e/ou sangue do campo
operatório. Pode ser elétrico (conjunto independente) ou pneumático, ligado ao compressor. Contém
uma mangueira a qual será acoplada à ponta sugadora, que pode ser tanto de metal (reutilizável) como
de plástico (descartável).

Figura 57: Unidade suctora

Caroline Codorniz Gonçalves Fonte: https://cemequipamentos.com.br/produto/logic-cross-flex

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Unidade de abastecimento de água
A unidade de abastecimento ou reservatório de água é o local destinado à colocação da água que vai
para as seringas tríplice e pontas do equipo. Essa água vai diretamente à boca do paciente, por isso a
necessidade de higiene da água. Esse equipamento é plástico e transparente, do tipo pet.

Figura 58: Unidade de abastecimento de água

Fonte: https://www.submarino.com.br/produto/74246314

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Figura 59: Compressor odontológico
Compressor odontológico
Esse equipamento é o que fornece ar comprimido para
o funcionamento dos vários módulos do consultório
odontológico como o sistema de alta rotação, sugador,
etc. Existem diversos modelos, tipos e tamanhos de
compressores no mercado. São compostos por uma
unidade de compressão propriamente dita, por um
motor e por um tanque para armazenamento de ar. O
controle do tempo de ligar e desligar o compressor é
feito por válvulas (presostato) que automaticamente
ligam ou desligam o aparelho, conforme as
necessidades de ar.

A regulagem e a manutenção dessas válvulas devem ser


tarefa do técnico em manutenção de equipamento,
cabendo ao pessoal auxiliar somente o
acompanhamento e o fornecimento de informações
aos técnicos responsáveis, em se tratando das
alterações no funcionamento e da existência de
vazamentos.

Fonte: Loja do Mecânico

Caroline Codorniz Gonçalves


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Síntese da rotina de cuidados com o compressor odontológico

No início do funcionamento do consultório 5° passo: Fechar o dreno dos filtros existentes


odontológico: 6º passo: Verificar o nível do óleo
7° passo: Verificar a existência de vazamentos
1° passo: Verificar se a saída de ar do tanque 8° passo: Verificar o funcionamento do
do compressor está aberta compressor
2° passo: Ligar a chave para o funcionamento
do compressor No final do funcionamento do consultório
odontológico:
Esperar 1 minuto com o compressor
funcionando, para a 1º passo: Desligar a chave elétrica do
compressor
3° passo: saída completa do ar e água 2° passo: Abrir o dreno de todos os filtros
existentes no tanque; existentes
4° passo Fechar o dreno do tanque 3° passo: Abrir o dreno do tanque de ar do
adequadamente compressor

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Aparelho de Raios-X Odontológico
É um aparelho para realizar radiografia. A radiografia é um registro fotográfico, obtido pela passagem
de raios-X através de um objeto ou tecido, registrando sua densidade relativa em um filme especial
que, ao ser revelado, tornará visível a imagem. Em odontologia, a imagem é utilizada para fornecer
informações sobre estruturas bucais que os olhos não podem perceber (raízes, osso, por exemplo). O
filme radiográfico é o meio mais usado para registrar a imagem do objeto.

Os raios-X têm as seguintes propriedades:

• São invisíveis a olho nu.


• Atravessam os corpos.
• Atacam os sais de prata, presentes no filme radiográfico.
• Excitam a fluorescência de determinadas substâncias.
• São absorvidos pelo organismo, podendo produzir modificações celulares, tais, como:
irritabilidade, inibição ou destruição.

A tecnologia digital de registro e armazenamento das imagens geradas está ocupando o espaço do
filme radiográfico, permitindo o tratamento de imagens e seu envio a locais distantes da sala de exames
para análise por profissionais da aérea radiológica. O que varia nos equipamentos é a forma, tamanho,
capacidade de produção de raios-X e alguns mecanismos ou acessórios que permitem maior
flexibilidade no uso do aparelho, além da questão da qualidade da imagem
Caroline Codorniz Gonçalves
Figura 60: Aparelho de Rx odontológico
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Fonte: Dental Speed Fonte: Dental Speed

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Equipamentos acessórios
Aparelho de profilaxia
Aparelho de profilaxia ( Jato de bicarbonato /Ultrassom + jato de bicarbonato).

É usado na remoção de placas bacterianas e manchas extrínsecas nos dentes.

Figura 60: Aparelho ultrassom + jato de bicarbonato e aparelho de jato de bicarbonato

Caroline Codorniz Gonçalves Fonte: Dental Speed


Fonte: Dental Speed

carolcodorniz@hotmail.com
Aparelho de fotopolimerização Amalgamador
É utilizado para ativar as partículas Serve para manipulação do amálgama e
fotossensíveis das resinas compostas. mercúrio, com as vantagens: rapidez,
economia e proteção ao contágio bilateral
Figura 61: Fotopolimerizador (mercúrio para o meio externo e vice- versa).
Pode ser de dois tipos: com a limalha e o
mercúrio separados ou em cápsulas.

Figura 62: Amalgamador

Fonte: Mosdental Fonte: Dental Speed

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Autoclave
A autoclave tem como função esterilizar materiais através de calor úmido sob pressão, em altas
temperaturas; utiliza corpo interno metálico, podendo estar disposto na forma horizontal ou vertical,
vedado por uma tampa fechada hermeticamente, garantindo a pressão interior.

Um ciclo completo de esterilização constitui-se basicamente de três etapas:


1. Aquecimento,
2. Esterilização e
3. Secagem.

É o aparelho que garante a eficiência do processo de esterilização.

Figura 63: Autoclaves

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: Dental Speed Fonte: Dental Speed

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2. INSTRUMENTAIS
ODONTOLÓGICOS
Os instrumentais em odontologia têm como função possibilitar ao odontólogo realizar os
procedimentos de atendimento ao paciente. O auxiliar do cirurgião- dentista tem como dever
conhecer os instrumentais e suas funções, a fim de organizá-los e prover o seu uso para o odontólogo.

2.1 Instrumentais para exame clínico


Os instrumentais para bandeja de exame clínico são:

Bandeja Espelho clínico


Local onde se depositam os instrumentais Permite a visualização das estruturas bucais,
esterilizados. sendo constituído de cabo e espelho.

Figura 64: Bandeja Figura 65: Espelho clínico

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carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: iStockphoto Fonte: iStockphoto

Sonda exploradora Pinça para algodão


Apresenta como função detectar falhas na Tem a função de pegar materiais como
estrutura dental. algodão, brocas, entre outros.

Figura 66: Sonda exploradora Figura 67: Pinça para algodão

Fonte: Dental Web Fonte: Fibra Cirúrgica

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Escavador de dentina Espátula de inserção nº 01
Auxilia na remoção da dentina cariada Utilizada par inserção de materiais na
cavidade dentária.

Figura 68: Escavador de dentina Figura 69: Espátula de inserção nº 01

Fonte: Distriodonto Fonte: Dental Cremer

2.2 Instrumentais para procedimentos


Trata-se de instrumentais usados em diversas especialidades odontológicas. São eles:
Caroline Codorniz Gonçalves
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Seringa carpule Espátula de manipulação nº
Utilizada para anestesiadentária e na irrigação 24
de canais radiculares.
Utilizada par inserção de materiais na
Figura 70: Seringa carpule cavidade dentária.

Figura 71: Espátula de manipulação nº 2

Fonte: Dental Cremer Fonte: Novaendovita

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 92


Placa de vidro Arco para isolamento absoluto
Usada como base para manipulação de Instrumental em que será colocado o lençol
diversos materiais com o uso da espátula de de borracha.
manipulação.

Figura 72: Placa de vidro Figura 73: Arco para isolamento absoluto

Fonte: Dentalcremer Fonte: Dental Web

Pinça porta-grampo para isolamento e grampo de isolamento


Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Variam conforme o dente.

Figura 74: Pinça porta-grampo Figura 75: Grampos de isolamento

Fonte: ISP Saúde

Fonte: Dental Speed

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 93


Espátula nº 07 Potes Dappen
Usada em diversas aplicações, sendo a mais Recipientes pequenos para colocação de
comum a manipulação de resina acrílica materiais como flúor, resina acrílica e
outros. Podem ser de vidro, plástico ou
Figura 76: Espátula nº 07 silicone.

Figura 77: Potes Dappen

Fonte: ISP Saúde Fonte: Dental Prótese

Cuba metálica Caroline Codorniz Gonçalves


Cuba de borracha e espátula
Recipientes maiores para carolcodorniz@hotmail.com
colocação de soro, Recipientes pequenos para colocação de
álcool iodado, etc. Variam de forma e tamanho, materiais como flúor, resina acrílica e
conforme a aplicação. outros. Podem ser de vidro, plástico ou
silicone.

Figura 78: Cuba metálica Figura 79: Cuba de borracha e espátula

Fonte: Dental Cremer Fonte: Dental Cremer

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 94


Moldeiras Colgadura
Usadas para se inserir o material de moldagem, Utilizada para película radiográfica, usada em
para ser levado à boca. sua revelação.

Figura 80: Moldeiras Figura 81: Colgadura

Fonte: Dental Cremer Fonte: Dental Cremer

2.3 InstrumentaisCaroline
para cirurgia oral
Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com

Cabo de bisturi e bisturi Destaca periósteo


Usadas para se inserir o material de moldagem, Utilizada para película radiográfica, usada em
para ser levado à boca. sua revelação.

Figura 82: Cabo de bisturi e bisturi Figura 83: Destaca periósteo

Fonte: Dental Cremer Fonte: ISP Saúde

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 95


Pinça hemostática Pinça porta-agulha
Usada para apreensão de vasos e tecidos. Utilizada para película radiográfica, usada em
sua revelação.

Figura 84: Pinça hemostática Figura 85: Pinça porta-agulha

Fonte: Dental Cremer Fonte: Fibra cirúrgica

Tesoura Pinça de dente de rato


Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Usada para cortar o tecido humano, bem como Utilizada para película radiográfica, usada em
o fio de sutura e outros; varia de forma e sua revelação.
tamanho, dependendo da aplicação.

Figura 86: Tesoura Figura 87: Pinça de dente de rato

Fonte: Dental Cremer Fonte: Fibra cirúrgica

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 96


Pinça goiva Sindesmótomo
Instrumental utilizado para remoção de osso. Usado para separar a gengiva do dente e do
osso.

Figura 88: Pinça goiva Figura 89: Sindesmótomo

Fonte: Hater Instrumentos Cirúrgicos Fonte: ISP Saúde

Cinzel Caroline Codorniz Gonçalves


Cureta para alvéolo
carolcodorniz@hotmail.com
Instrumental utilizado para a remoção do osso. Usado para separar a gengiva do dente e do
osso.

Figura 90: Cinzel Figura 91: Cureta para alvéolo

Fonte: Dental Cremer Fonte: Dental Speed

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 97


Afastador Alavancas
Usado para afastar o tecido do campo Usadas nas extrações dentárias.
operatório

Figura 92: Afastador Figura 93: Alavancas

Fonte: Dental Cremer Fonte: Dental Cremer

Fórceps Caroline Codorniz Gonçalves


Utilizado nas extrações carolcodorniz@hotmail.com
dentárias. Segue numeração, nos superiores, nº 1 incisivos, nº 150 caninos e
pré-molares, nº18R (lado direito) e nº 18L (lado esquerdo) molares. Nos dentes inferiores, incisivos,
caninos e pré-molares usa-se o nº 151; molares nº 16, 17, 23. Há ainda fórceps especiais como o de nº
69 e 65 e os infantis.

Figura 94: Fórceps

Fonte: MedicalExpo

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 98


2.4 Instrumentais para periodontia
Sonda milimetrada Curetas Periodontais
Utilizada para medição do sulco gengival. Utilizadas para retirada de cálculo dentário; a
numeração varia de acordo com a região da
arcada.

Figura 95: Sonda milimetrada Figura 96: Curetas Periodontais

Caroline Codorniz Gonçalves


Fonte: ISP Saúde Fonte: Dental Web
carolcodorniz@hotmail.com

Gengivótomos
Usados para o corte da gengiva.

Figura 97: Gengivótomos

Fonte: ISP Saúde

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2.5 Instrumentais para dentística
Aplicador de hidróxido de Porta-amálgama
cálcio pasta Usado para colocar o amálgama na cavidade
dentária desejada.

Figura 98: Sonda milimetrada Figura 99: Porta-amálgama

Fonte: SSWhite Duflex Fonte: Dental Cremer

Porta-matriz Caroline Codorniz Gonçalves


Calcadores
carolcodorniz@hotmail.com
Usada com a matriz metálica, em restaurações Usado para separar a gengiva do dente e do
de amálgama. osso.

Figura 100: Porta-matriz Figura 101: Calcadores

Fonte: Dental Cremer Fonte: Carpe Dent

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Esculpidores Brunidores
Têm função de dar forma às restaurações antes Utilizado para brunir o amálgama
do endurecimento do material

Figura 102: Esculpidores Figura 103: Brunidores

Fonte: Dental Speed Fonte: Dentalleader

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com
Brocas
Podem ser diamantadas ou de aço, usadas para cortar estruturas duras, devendo ser acopladas no
contra-ângulo, alta rotação ou peça reta. São organizadas em catálogos, sendo as mais usadas as de
ponta esférica.

Figura 104: Brocas

Fonte: Dentalleader

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2.6 Instrumentais para endodontia
Limas endodônticas
Variam de corte, comprimento (21, 25 e 31 milímetros) e espessura. As mais finas são a de nº 06, 08 e
10; a partir destas, começam as seriadas: 1º série (15-40), 2º série (45-80) e 3º série (85-120).

Figura 105: Limas endodônticas

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com
Fonte: Nova Endovita

Brocas intrarradiculares
São usadas no interior dos canais dentários.

Figura 106: Brocas intrarradiculares – Gates Glidden

Fonte: Dental Speed

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3. SEQUÊNCIA DE
MONTAGEM DO
AMBIENTE DE TRABALHO
CLÍNICO
Devidamente paramentado, o ASB deverá pegar os materiais solicitados pelo CD ou TSB.

O ASB é quem abre a embalagem, retira e organiza o instrumental sobre o panode campo. O mesmo
procedimento deve ser realizado para gaze, brocas, algodão e outros materiais esterilizados,
solicitados durante o atendimento clínico.

Deve-se, preferencialmente, trabalhar na posição de 9 horas ou 11 horas, parao dentista ou TSB, e 15


horas para o ASB, posicionar-se bem acomodado no mocho regulável, manter a linha dos antebraços
paralela ao plano do chão, os braços próximos do corpo, as coxas paralelas ao plano do chão, com os
pés apoiados. A perna esquerda do CD ou TSB fica posicionada sob o encosto da cadeira, e a direita,
do lado do braço direito da cadeira.
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
O auxiliar deve estar atento para a organização dos instrumentais, evitando o contato de artigos
contaminados com os estéreis e removendo lixos, gazes sujas ou demais resíduos.

O CD ou TSB e ASB deverão permanecer em seus lugares durante todo o atendimento clínico.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 103


4. MATERIAIS
ODONTOLÓGICOS
Esta unidade tem como objetivo possibilitar ao aluno o conhecimento sobre as propriedades gerais
dos principais materiais odontológicos e iniciar o desenvolvimento de habilidades manuais específicas,
necessárias ao uso dos materiais odontológicos.

4.1 Materiais restauradores


Um dos objetivos da odontologia restauradora é a preservação dos tecidos dentários sadios, assim
como a recomposição do tecido perdido, buscando, através do emprego de materiais restauradores
adequados e de técnicas bem conduzidas, restabelecer a saúde, o conforto, a função mastigatória, a
estética para as pessoas.

Os materiais restauradores devolvem a função mastigatória e a maioria destes entra em contato e


interage com os tecidos e fluidos orais, portanto a seleção do material deve levar em consideração as
propriedades físicas e mecânicas e a compatibilidade biológica ou biocompatibilidade.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com
Biocompatibilidade é definida como “a habilidade de um material exercer sua
função, proporcionando uma boa resposta do hospedeiro”.

4.1.1 Tipos de materiais restauradores


Existem, basicamente, dois tipos de materiais restauradores dentários: aqueles que necessitam de
retenção mecânica (preparos cavitários especiais) para permanecerem nos dentes, e aqueles que se
ligam quimicamente ao esmalte e dentina (aderem-se à estrutura dentária). Os materiais restauradores
dentários mais usados pela odontologia atualmente são:

• Cimento de ionômero de vidro;


• Amálgama de prata;
• Resinas compostas;
• Resinas acrílicas;
• Ligas metálicas (alloy, duracast);
• Porcelana.

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Cimento de ionômero de vidro
Os cimentos de ionômero de vidro (CIV) são materiais restauradores que consistem de partículas
inorgânicas de vidro, dispersas numa matriz insolúvel de hidrogel. Surgiram dos estudos pioneiros de
Wilson e Kent, no final da década de 1960, e chegaram ao mercado em 1975, passando, depois, por
sucessivos desenvolvimentos. Atualmente, o cimento de ionômero de vidro (CIV) está disponível em
duas formulações: o ionômero de vidro convencional eo ionômero de vidro híbrido ou modificado por
resina.

Esses tipos de cimentos tomam presa (“endurecem”) de duas formas: química, quando não precisam da
presença de luz para endurecer (ionômero de vidro convencional), e fotoativados, quando precisam
(ionômero de vidro híbrido).

São encontrados, no mercado, diferentes variações dos CIVs, os quais variam em composição e
viscosidade, de acordo com a função designada para uso clínico.

Os cimentos de ionômero de vidro (CIVs) têm se destacado cada vez mais como materiais
restauradores de caráter definitivo, devido às suas propriedades biologicamente favoráveis e à sua boa
performance em longo prazo, ocupando um papel significante na odontologia preventiva, em razão de
suas propriedades de liberação de flúor, sendo considerados materiais biocompatíveis.

Vantagens • Liberação de flúor: propriedade anticariogênica, prevenindo a instalação de


novasCaroline
lesões cariosas;
Codorniz Gonçalves
• Boa adesão aos tecidos dentários;
carolcodorniz@hotmail.com
• Biocompatibilidade;
• Baixa infiltração.

Indicação • Para tratamento restaurador atraumático (ART- Atraumatic Restorative


Treatment) .
• Cimentação de próteses como coroas ou pontes e, também, de bandas e
colagem de acessórios ortodônticos;
• Agente de cimentação em endodontia e como selador apical em cirurgias
paraendodônticas;
• Selamento de cicatrículas e fissuras;
• Restaurações de dentes decíduos;
• Restaurações em locais do dente que não estão submetidos a uma grande
força de mastigação;
• Base ou forramento, quando são utilizados sob restaurações de amálgama ou
resina, por exemplo.

Apresentação • Frasco com pó e frasco com líquido;


• Técnica de trabalho;
• Bloco de papel ou placa de vidro;
• Medidor de pó, fornecido pelo fabricante;
• Espátula;
• Contador de tempo.

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Cuidados a serem • Fechar bem os frascos de pó e líquido após a retirada do material.
• O líquido não deve ser armazenado na geladeira para não perder suas
observados com o propriedades originais.
material • O pó, a placa ou o bloco de manipulação podem ser mantidos em
refrigerador com a finalidade de aumentar o tempo de trabalho.
• Guardar os frascos de pó e de líquido afastados de frascos que contenham
líquidos voláteis, tais como: Eugenol, Eucaliptol e Timol, evitando-se, dessa
forma, a contaminação do cimento pelos gases emanados dos referidos
medicamentos.
• Porções de pó retiradas dos frascos e não utilizadas no processo de
manipulação não devem ser levadas de volta aos frascos, pela possibilidade
de haverem sido contaminadas pela poeira ou umidade e,
consequentemente, poderem causar alterações no conteúdo desses
frascos.

Manipulação 1° PASSO: Coloca-se a quantidade de pó recomendado para cada caso sobre a


placa de vidro ou bloco de papel
2° PASSO: O pó deve ser agitado antes da sua utilização, para misturar suas
partículas
3° PASSO: Coloca-se a quantidade de pó recomendado para cada caso sobre a
placa de vidro ou bloco de papel
4° PASSO: Divide-se o pó em duas metades
5° PASSO:Caroline
Goteja-se Codorniz
o líquido comGonçalves
o frasco na posição perpendicular
6° PASSO:carolcodorniz@hotmail.com
Aglutina-se a primeira metade do pó ao líquido e manipula-se 1 por 15
segundos
7° PASSO: Adiciona-se o pó à massa e manipula-se por mais de 15 segundos,
obtendo- se uma massa cremosa, vitrea e úmida.

O material deverá ser levado à boca com a ajuda de pontas


acopladas a uma seringa do tipo Centrix, ou utilizando
uma espátula de inserção. Após a aplicação do ionômero,
este deverá ser protegido do meio bucal por meio de
isolantes como vaselina, verniz de esmalte, para que não
venha a absorver ou perder água para o meio,
comprometendo suas propriedades físicas e químicas.

Logo após a manipulação e entrega do material ao


Fonte: Dental Speed
dentista, a placa de vidro e espátula devem ser lavadas em
água corrente, para evitar que fique difícil de lavar o
material.

O cimento só deverá ser utilizado se apresentar um


aspecto brilhante.

A modificação na proporção do pó/líquido altera


profundamente as propriedades do cimento.
Fonte: Dental Cremer

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Amálgama de Prata
O amálgama dental é produzido pela mistura do mercúrio líquido com partículas sólidas de prata. É
um material restaurador muito utilizado na odontologia, sendo um material clínico altamente bem-
sucedido, tendo uma boa relação custo-benefício.

Vantagens • Baixo custo;


• Alta resistência e durabilidade;
• Técnica relativamente simples.

Desvantagens • Ausência de estética (cor prata);


• Necessidade de preparo cavitário para sua retenção (desgaste de
tecidodentário sadio).

Indicações • Restaurações de dentes posteriores;


• Em dentes anteriores, podem ainda ser indicados para Classe I, na palatina
dos dentes anteriores superiores.

Composição • Liga metálica produzida pela mistura do mercúrio líquido com partículas
sólidasde prata, estanho, cobre e, algumas vezes, zinco, paládio, índio e
selênio;
• Essas ligas podem ser convencionais (baixo teor de Cu) ou modernas (alto
Caroline Codorniz Gonçalves
teorde Cu); As partículas da liga podem ser do tipo limalha, esférica ou
carolcodorniz@hotmail.com
dispersa (mistura);
• Após a mistura do amálgama com o mercúrio líquido, esse amálgma alcança
uma plasticidade que permite ser inserido ou condensado no preparo
cavitário do dente.

Técnica de • O correto proporcionamento de liga/mercúrio é ideal para formar uma massa


de amálgama ideal para ser inserida no preparo cavitário;
trabalho • A proporção pode ser feita medindo-se a quantidade de liga e de mercúrio,
ou o material já vem proporcionado dentro de cápsulas;
• A trituração é realizada através de um amalgamador;
• Na trituração mecânica, a cápsula selecionada deve ser ativada apertando-se
o êmbolo, o que faz com que a membrana interna se rompa. Após ativação, a
cápsula deve ser adaptada apropriadamente no amalgamador;
• Depois de completado o ciclo de trituração, que leva em torno de 8 a 10
segundos, o material deve ser dispensado em um pote dappen e levado à
bocado paciente através de um porta-amálgama, sendo condensado na
cavidade através de calcadores.

Condensação • A condensação visa posicionar adequadamente o material dentro da


cavidade;
• Durante essa manobra, o profissional deverá remover o máximo possível de
mercúrio excedente, utilizando uma bolinha de algodão presa à pinça clínica.

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Brunidura • É o momento em que o operador procura posicionar o material nas margens
cavitárias;
pós-condensação • É utilizado um brunidor em forma de pera.

Escultura • Tratamos por escultura a remoção dos excessos de material restaurador e a


adequação da restauração, de forma a reproduzir aspectos anatômicos
efuncionais da parte perdida do dente;
• A escultura é executada por instrumentos específicos, que devem atuar, na
maioria das vezes, por corte. Assim sendo, é necessário que estejam sempre
afiados;
• Para as superfícies de mais fácil acesso, os esculpidores de Hollemback e os
de Fran são os mais conhecidos e largamente empregados.

Polimento • O polimento visa minimizar irregularidades superficiais, diminuindo a


retenção de placa.
• O polimento inicia-se com o emprego de brocas especiais multilaminadas, de
baixa rotação, ou kit de pontas montadas, abrasivas, para acabamento (KIT
VIKING).

Toxicidade do Cuidado ao manipular o mercúrio, evitando-se seu derramamento acidental;


pisos de fácil limpeza; refrigeração abundante; ambientes devidamente ventilados;
mercúrio armazenagem adequada
Caroline dos resíduos
Codorniz de amálgama em recipientes hermeticamente
Gonçalves
fechados, com água em seu interior, e utilização de acessórios de proteção
carolcodorniz@hotmail.com
individual, como máscaras, aventais, luvas, gorros e óculos, durante manipulação
das restaurações de amálgama, podem atenuar de maneira satisfatória os riscos de
exposição ao mercúrio. Instrumentos impregnados por amálgama devem ser
cuidadosamente limpos antes da esterilização, pois o aquecimento desses
instrumentos provoca vaporização do mercúrio, liberando-o no ar.

Fonte: Adobe Stock Fonte: Adobe Stock

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Resinas compostas
A resina composta é um material usado na odontologia com a finalidade de restaurar (estética e
funcionalmente) os dentes. É considerado um material restaurador estético, por aproximar-se bastante
das características naturais dos dentes, tais como: cor, textura, brilho, fluorescência e translucidez.

Vantagens • Estética.
• Técnica conservadora (por ser um material adesivo, não requer um preparo
cavitário específico, necessitando apenas da remoção de tecido cariado).

Indicação • Indicada para restauração de dentes anteriores e posteriores.

Composição • Formada por uma matriz orgânica, uma carga inorgânica e um silano como
agente de união entre ambas.
• A reação de presa (endurecimento) da resina pode ser química, quando
ocorre após a mistura de duas pastas de resina, ou foto-ativada, quando se
inicia após exposição da resina à luz.
• As resinas podem ser encontradas de várias cores, geralmente
acondicionadas em bisnagas feitas de plástico.

Técnica de 1° PASSO: Remoção do tecido cariado;


2° PASSO: Caroline
O dente deve ser submetido
Codorniz ao condicionamento ácido;
Gonçalves
trabalho 3° PASSO: Aplicação de ácido fosfórico, geralmente na concentração de 37%, a fim
carolcodorniz@hotmail.com
de criar retenções na estrutura do esmalte ou dentina, para adesão da resina.
4° PASSO: Lavagem da superfície condicionada, para remoção dos produtos da
solubilização.
5° PASSO: Secagem até a aparência fosca e despolida
6° PASSO: Aplicação do sistema adesivo composto por primer e adesivo, que
funcionam como uma cola que promove a união entre dente e resina.
7° PASSO: A resina deve ser aplicada em pequenos incrementos, com o uso de
espátulas de plástico ou metálicas.
8° PASSO: A resina deve ser fotopolimerizada por 20 a 60 segundos.
9° PASSO: Realizar o polimento da restauração com discos de polimento,
borrachas abrasivas, feltros, pastas abrasivas e de polimento, de preferência em
uma consulta após 24 horas.

Fonte: Dental Orto Line Fonte: Dental Orto Line

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A luz emitida pelo aparelho fotopolimerizador é
prejudicial ao olho humano, portanto o paciente e a
equipe profissional deverão estar protegidos por meio do
uso de óculos de proteção na cor âmbar.

As resinas quimicamente ativadas tomam presa após a


mistura de partes iguais das pastas, por meio de uma
espátula plástica ou de madeira, entre 20 a 30 segundos.
Nesse caso, não há necessidade de exposição à luz. A
Fonte: iStock Photos
desvantagem desse tipo de resina é o curto espaço de
tempo para a inserção na cavidade, pois ela endurece
rapidamente a partir do momento em que ocorre a
mistura.

Fonte: iStock Photos

4.1.2 Materiais para proteção do complexo dentina-


polpa Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
O preparo cavitário envolve esmalte, dentina e, algumas vezes, o cemento, havendo comunicação
indireta com a polpa através dos túbulos dentinários, ou comunicação direta, quando há exposição
pulpar. A fim de proteger a polpa dos efeitos nocivos dos materiais restauradores e de alguns cimentos
odontológicos, são empregados medicamentos denominados forradores ou bases protetoras do
complexo dentina-polpa. Os materiais protetores são utilizados para protegera dentina e a polpa de
agressores externos, tais como: calor, frio, bactérias e elementos tóxicos ou irritantes constituintes dos
materiais restauradores ou de cimentação que possam infiltrar nos tecidos dentários.

Os materiais de proteção devem reunir algumas características para que sejam realmente eficientes.
Assim, devem apresentar:

• Biocompatibilidade, isto é, não provocarem reações nocivas ao tecido pulpar;


• Resistência mecânica, devendo suportar forças de condensação de materiais restauradores, além
dos esforços mastigatórios sobre estes;
• Isolamento químico, térmico e elétrico, não permitindo a passagem, para o tecido pulpar, de íons
metálicos ou outros produtos tóxicos; de variações de temperatura ou correntes elétricas e
galvânicas;
• Estabilidade dimensional, isto é, não devem sofrer alteração de volume após seu endurecimento
(presa);
• Aderência aos tecidos dentários, promovendo vedação marginal e/ou dentinária;
• Propriedades antimicrobianas, ser bactericidas ou bacteriostáticos, impedindo o
desenvolvimento de microrganismos na interface dente-restauração;

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• Propriedades anticariogênicas que impeçam ou dificultem a instalação ou o desenvolvimento de
processos cariosos;
• Compatibilidade química com os demais materiais restauradores, não impedindo ou interferindo
em suas reações químicas.

Os materiais utilizados como protetores do complexo dentinopulpar são:


• Vernizes cavitários;
• Adesivos dentinários;
• Hidróxido de cálcio;
• Cimentos de ionômero de vidro;
• Cimento de fosfato de zinco;
• Cimento de óxido de zinco e eugenol.

Vernizes cavitários
São empregados para cobrir a estrutura dentária recém-cortada durante o
preparo cavitário.
Fonte: Dental Cremer

Indicação • Para cavidades a serem restauradas com amálgama e sob peças protéticas
cimentadas com cimento de fosfato de zinco, sendo aplicados apenas em
cavidades rasas ou
Caroline sobre cimentos.
Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Composição • É composto de resina natural (Copal) ou sintética (Poliestireno), dissolvida em
um solvente orgânico volátil como o clorofórmio, o éter ou a acetona.
• Após aplicado às paredes cavitárias, o solvente se evapora e a resina coagula,
permanecendo em contato com as paredes da cavidade.
• O verniz deve atuar, reduzindo a penetração de substâncias e bactérias para o
interior da dentina. Ele previne também as manchas e a sensibilidade que
podem ocorrer na estrutura do dente.

Manipulação • Os vernizes cavitários já vêm prontos para o uso, mas alguns fabricantes
fornecem o solvente para controlar a fluidez do produto.
• Podem ser aplicados com pincéis ou bolinhas de algodão presas à pinça
clínica, de preferência em duas camadas.
• Após a aplicação da primeira camada, aguarda-se um minuto, sem secar, ou
30 segundos, secando com jatos de ar para, em seguida, aplicar a segunda
camada.

Cuidados • Os solventes dos vernizes cavitários são extremamente voláteis e inflamáveis.


• Seus frascos devem sempre ser mantidos bem fechados, para que o material
não perca sua fluidez.
• A perda dessa propriedade, observada visualmente, deve ser corrigida com
acréscimos de solvente.

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Adesivos dentinários
O adesivo é um material resinoso, usado para forramento, necessitando-se previamente de
condicionamento ácido em esmalte e dentina.

Indicação • Vedam os túbulos dentinários e, por isso, podem ser utilizados para reduzir a
sensibilidade em áreas com recessão gengival e impedir a infiltração, na
dentina, de constituintes dos materiais restauradores (resina, amálgama,
cimento de cimento de fosfato de zinco).
• Também contribuem para a adesão da resina à estrutura dentária.

Manipulação • Os adesivos são apresentados em fracos.


• São aplicados com um pincel e, em seguida, polimerizados através do uso de
fotopolimerizador.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: Dental Focus

Hidróxido de cálcio
Material capaz de promover formação de uma barreira tecidual mineralizada (dentina reacional) no
local da estrutura dental agredida e consequente proteção do complexo dentinopulpar.

Composição • Cálcio;
• Hidroxila.

Manipulação O Hidróxido de Cálcio pode ser utilizado de diversas maneiras, dependendo da


situação clínica a ser tratada:

• Soluções de hidróxido de cálcio: usadas para limpar cavidades e canais


radiculares. Para o preparo da solução, devem-se adicionar 10 ou 20 gramas
de hidróxido de cálcio pró-análise (pó), em 200 ml de água destilada; a
mistura deverá ser mantida em repouso para que o excesso do pó se deposite
no fundo. A solução formada sobre o pó é utilizada para limpeza da cavidade.
Ela é alcalina, capaz de neutralizar a acidez na cavidade, atuando no combate
a bactérias, estimulando a cicatrização da dentina e paralisando o
sangramento quando, acidentalmente, há exposição da polpa.

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Manipulação • Pasta de hidróxido de cálcio: Indicada em capeamentos pulpares diretos
(CPD) ou indiretos (CPI). Pode ser aplicada diretamente sobre a polpa, em
casos de exposições durante remoção da cárie ou exposição acidental da
polpa.
• Cimento de hidróxido de cálcio: Indicado para forramento de cavidades
profundas e capeamento pulpar direto. Sua apresentação é na forma de duas
pastas, e a manipulação é realizada dispensando duas quantidades iguais das
pastas em uma placa ou um papel fornecido pelo fabricante, até se obter uma
cor uniforme que, em seguida, é inserida na cavidade com o uso de um
instrumento porta-hidróxido de cálcio.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com
Fonte: Dental Speed Fonte: Dental Speed

Cimentos de ionômero de vidro


Os cimentos de ionômero de vidro são materiais ideais para proteção do complexo dentino pulpar.
São indicados para restaurações, cimentação e selante, também podendo ser utilizados sob outros
tipos de materiais restauradores (exemplo: resina e amálgama), devido tanto à sua aderência à estrutura
dentária, evitando-se que ocorra a infiltração sob a restauração, quanto ao fato de liberar flúor.

Cimento de fosfato de zinco


É o mais antigo agente de cimentação. Usado como padrão de comparação para os demais agentes
cimentantes.

Tipos e indicação • Cimento Tipo I: cimentação de restauração indireta (peças protéticas) e


cimentação de aparelhos ortodônticos.
• Cimento Tipo II: restauração temporária, restauração intermediária e base.

Composição • Pó: constituído principalmente por óxidos de zinco e magnésio mais


pigmentos.
• Líquido: ácido fosfórico e água destilada.

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Manipulação • Material necessário: placa de vidro resfriada e uma espátula de lâmina larga e
longa.
• Para a espatulação, o pó deve ser dividido em, aproximadamente, seis
porções, que devem ser adicionadas ao líquido e espatuladas uma a uma,
durante 15 segundos, totalizando 90 segundos. Isso é feito com o objetivo de
diminuir a acidez e dissipar o calor produzido durante a mistura.

Fonte: Dental Speed


Fonte: USP

Cimento de óxido de zinco e eugenol


Esse material foi utilizado durante vários anos, devido à sua capacidade de diminuir ou eliminar a
Caroline Codorniz Gonçalves
sensibilidade pós-operatória, além de proporcionar um excelente isolamento térmico.
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Indicação • Cimentação provisória;
• Cimentação definitiva;
• Restaurações provisórias;
• Base ou forramento (quando são utilizados sob outros materiais
restauradores).

Composição e • Pó: óxido de Zinco.


• Líquido: Eugenol (em frascos separados).
apresentação

Manipulação Material necessário: placa de vidro e espátula.

• 1° PASSO: Antes de dosar o pó, o pote deve ser agitado para homogeneizar as
partículas.
• 2° PASSO: Encha a concha dosadora de pó, remova o excesso com uma
espátula e dispense sobre a placa.
• 3° PASSO: O proporcionamento do líquido deve se feito com um conta-gotas,
que deve fazer o gotejamento perpendicular à placa e a uma certa distância
da placa, para que a gota possa cair completamente.

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Manipulação • 4° PASSO: Em geral a proporção é de uma dose de pó para uma gota.Para
confirmar, devem ser consultadas as informações do fabricante.
• 5° PASSO: O pó deve ser dividido em três partes, cada parte é misturada ao
líquido por 15 segundos.
• 6° PASSO: Ao final, a massa deve ter o aspecto de massa de vidraceiro, com
um brilho úmido em sua superfície.

4.2 Materiais para moldagem e confecção de moldes


de gesso
A função de um material de moldagem é registrar as dimensões dos tecidos bucais e seus
relacionamentos espaciais com precisão.

No ato de moldagem, o material, no estado plástico (mole), é colocado contra os tecidos bucais até a
sua presa (endurecimento), sendo, então, removido para fornecer uma réplica desses tecidos. Assim, o
molde fornece a reprodução negativa e, quando vazado com gesso ou outro material adequado, é
chamado de modelo, sendo, então, uma reprodução positiva dos tecidos bucais.

Conceitos básicos usados em prótese:

Moldagem: é o conjunto de atos clínicos que visam obter a impressão de uma determinada área ou
Caroline Codorniz Gonçalves
região, por meio de materiais próprios e moldeiras adequadas.
carolcodorniz@hotmail.com
Moldeira: é um dispositivo que serve para conduzir o material de moldagem manipulado à boca, a
fim de colocá-lo em contato íntimo com a parte a ser moldada e removê-lo sem distorção.

Molde: é o produto de uma moldagem, ou seja, a impressão ou cópia negativa de uma estrutura ou
superfície que servirá para reproduzir a estrutura moldada.

Modelo: é a reprodução positiva do molde, que é confeccionado em gesso.

Alginatos | Hidrocoloides irreversíveis


O alginato é um dos materiais mais usados na moldagem odontológica. O grande emprego dos
alginatos resulta de:

• Facilidade de mistura e manipulação;


• Equipamento mínimo necessário;
• Flexibilidade do molde geleificado;
• Precisão, se corretamente manipulado;
• Baixo custo.
• Esses materiais mudam da fase sol (mole) para a fase gel (endurecido), devido a uma reação
química e, após essa reação, não voltam mais ao seu estado inicial, por isso são chamados
irreversíveis.

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Apresentação • O alginato é fornecido pelos fabricantes como um pó embalado em lata,
envelope refil ou em envelopes individuais, pré-pesados.

Manipulação • Materiais e instrumental utilizados para moldagem com hidrocoloide


irreversível: moldeiras de estoque com retenção, gral (cuba) de borracha,
espátula de plástico para manipulação, frasco medidor de pó, frasco medidor
de água.
• Mistura-se o pó do alginato com água, em um gral de borracha, respeitando-
se a proporção de pó e água recomendada pelo fabricante, pois qualquer
alteração nessa proporção pode causar alterações na consistência e qualidade
da moldagem.
• Geralmente o fabricante fornece recipientes ideais para proporcionar o pó e
a água.
• O tempo de mistura, geralmente, é de 1 minuto, que também deve ser
respeitado, para não alterar a resistência do molde durante a reação de presa
(reação química em que o material passa da fase sol para a fase gel). A
misturado pó e da água é realizada por meio de um gral de borracha e uma
espátula.
• O tempo de trabalho (compreendido entre o fim da mistura até o momento
em que o material endurece na boca) varia de 3 a 4,5 minutos, para os
materiais depresa regular, e de 1,25 a 2 minutos, para os materiais de presa
rápida.
Caroline
• O tempo Codorniz
de presa varia de Gonçalves
1 a 5 minutos e pode ser influenciado pela
carolcodorniz@hotmail.com
temperatura da água: quanto mais gelada, maior é o tempo de presa.
• A moldagem deve ser mantida na posição pó de 2 a 3 minutos após a perda da
consistência pegajosa, porque as resistências à ruptura e deformação
permanente aumentam significativamente durante esse período.
• Alguns alginatos mudam de cor quando tomam presa.
• A moldagem em alginato deve ser lavada em água corrente, desinfetada
através do borrifamento com solução de hipoclorito de sódio a 1% ou
glutaraldeído a 2%, armazenada em saco plástico por 10 minutos e lavada
novamente com água corrente.

Fonte: iStock Photos Fonte: iStock Photos

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Gesso odontológico
O gesso é o material de escolha para a confecção dos modelos, após a realização das moldagens. É
composto de sulfato de cálcio hemi-hidratado (CaSO4. H2O), solúvel em água, obtido através do
processo de calcinação da gipsita, mineral comum na natureza. São classificados por tipos, conforme
sua precisão, para as diversas modalidades de trabalhos protéticos.

Tipos de gesso • Tipo II.


• Tipo III.
• Tipo IV.
• Tipo V.
• Gesso comum ou Paris.
• Gesso Pedra.
• Gesso Pedra Especial modificado.
• Gesso Extra Duro, de expansão modificada.
• Confecção de modelos de estudo.

Relação A proporção é feita em peso (gramas) do pó e em volume (ml) da água, sendo


variável quanto ao tipo de gesso, dentro das seguintes médias:
água/pó
A/P • Gesso Comum: A/P 0,5% - 50 ml de água para 100g de gesso.
• Gesso Pedra: A/P 0,3% - 30 ml de água para 100g de gesso.
• GessoCaroline
Especial: A/P 02% - 20 ml
Codorniz de água para 100 g de gesso.
Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Estapulação Deve ser vigorosa, por aproximadamente 45 seg, tempo suficiente para incorporar
todo o pó ao líquido, obtendo-se uma massa cremosa e homogênea.

Reação de presa (água + pó):


Imediatamente depois de colocado o pó sobre a água no gral de borracha, tão
logo suas partículas comecem a ser embebidas pela água, inicia-se o processo de
transformação de hemi-hidrato de sulfato de cálcio em di-hidrato de sulfato de
cálcio, que se caracteriza pela formação de cristais (esferulitas) que vão se
compactando, até formar uma massa rígida, produzida pela reação de presa
(endurecimento). Durante essa reação, ocorre a exotermia de presa ou
desprendimento de calor (presa inicial) e, posteriormente, sua dissipação (presa
final).

Materiais • Gesso pedra


• Gral de borracha
• Espátula para manipulação
• Recortador de modelo
• Pincel no 3
• Espátula no7 ou 31
• Faca para gesso
• Cera rosa no7
• Balança para gesso
• Frasco medidor de água (proveta)

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Técnica de • 1° PASSO: Remover toda a saliva do molde, lavando em água corrente e
secando em seguida.
confecção • 2° PASSO: Após desinfecção, preencher a área lingual do molde inferior. Para
isso, pode-se utilizar toalha de papel umedecida, uma porção de alginato
manipulado ou cera rosa n° 7.
• 3° PASSO: Proporcionar o gesso pedra e a água, seguindo orientação do
fabricante.
• 4° PASSO: Colocar primeiro a água no gral e, em seguida, o pó.
• 5° PASSO: Após espatulado, proceder ao vazamento do gesso, com auxílio de
um pincel ou espátula 7.
• 6° PASSO: A massa deve percorrer o molde limpo, sob vibração, de tal forma
que ele empurre o ar para a frente dele, à medida que o molde dos dentes for
sendo preenchido.
• 7° PASSO: Após vazamento, deve-se permitir o endurecimento do material,
de 45 a 60 minutos antes de separar o molde do modelo.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: Dental Master Fonte: Dental Master

Fonte: Odonto Mega

4.3 Materiais para registro de mordida


Podem ser utilizados elastômeros para moldagem, óxido de zinco e eugenol, gesso pedra para
moldagem, cera e godiva para moldagem.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 118


R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas
BARBOSA CC. Guia Curricular – Curso Técnico em Saúde Bucal. Módulo II. Participando da
organização do trabalho, planejamento das ações e prevençãode doenças bucais. Escola de Saúde
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BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação geral de desenvolvimento de recursos Humanos para o


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GOMES, J.C. et al., apud MORROW et al., 2002, OZER et al., 2002 eYOUSSEF, 1998. Amálgama
Adesivo. In: DENTÍSTICA – Filosofia, Conceitos e Prática Clínica. GBPD – BUSATO, A.L.S.
(Coordenador), Artes Médicas: SãoPaulo, 2005; 237- 257.

NAVARRO MFL; PASCOTTO RC. Cimentos de ionômero de vidro: aplicações clínicas em


odontologia. São Paulo: Artes Médicas, 1998. 179 p.

NICHOLSON JW; Czarnecka B. The biocompatibility of resin modifed glass-ionomercements for


dentistry. Dent Mater. 2008.

SILVA RJ et al. Propriedades dos cimentos de ionômero de vidro: uma revisão sistemática. Odontol.
Clín.-Cient., v. 9, n. 2, 2010, 4p.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 119


MÓDULO 7 - PSICOLOGIA
APLICADA

1 . PSI C OLOGI A NA C LÍ NI C A
OD ONTOLÓGI C A
O cuidado com a saúde bucal tem grande importância para a saúde, mas existem vários motivos que
dificultam ou afastam a presença de pessoas em consultórios odontológicos.

Observa-se que boa parte das pessoas sentem medo ou fobia de atendimentos odontológicos, tanto
pacientes adultos como infantis. Esse medo ao tratamento odontológico faz com que as pessoas
evitem buscar um acompanhamento com o cirurgião dentista trazendo grandes prejuízos para a saúde
bucal.

O ambiente do consultório odontológico é encarado como um ambiente provocador de ansiedade pois


apresenta fatores que colaboram para a ansiedade e medo do paciente, como, a anestesia e a caneta de
alta rotação, que produz ruído desconfortável.
Caroline Codorniz Gonçalves
O dentista e o ASB precisam estarem atentos ao estado emocional do paciente, e sempre conscientizá-
carolcodorniz@hotmail.com
lo sobre as possibilidades do tratamento e seus resultados finais.

Para desenvolver seu trabalho em equipe, é preciso que o ASB conheça a respeito de psicologia, pois
isso irá ajudá-lo muito a melhorar os atendimentos odontológicos.

A psicologia é uma ciência que estuda o comportamento humano nas mais variadas situações. Ao
entender um pouco desse assunto, o ASB certamente terá mais segurança nas tomadas de decisões,
principalmente quando estas envolverem outras pessoas.

A psicologia aplicada à odontologia vai buscar avaliar, controlar e modificar comportamentos dos
pacientes e/ou familiares inseridos no ambiente de atendimento odontológico.

É necessário que o dentista e o ASB interajam e comuniquem com o paciente, sejam receptivos e
compreensivos com eles, para criar uma boa relação profissional-paciente, e consequentemente ter
sucesso no atendimento odontológico.

Devemos sempre lembrar que a equipe de saúde bucal não cuida somente de um dente ou de uma
boca, trata de uma parte integrante de um todo que é o paciente.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 120


R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas
ARAÚJO, Claudiane; MACHADO, Pedro. Ansiedade: um estudo de caso sob a ótica da aná lise do
comportamento. Cad. Da Esc. De Saúde, Curitiba, v.19 N.1:50-62. 2020. Disponível em: Acesso em:
23/05/2021.

BATISTA, Thálison; et al. Medo e ansiedade no tratamento odontológico: Um panorama atual sobre
aversão na odontologia. Salusvita, Bauru, v.37, n.2, p.449-469, 2018. Disponivel em<
https://secure.unisagrado.edu.br/static/biblioteca/salusvita/salusvita_v37_n2_2018/salusvi ta_v37_n
2_2018_art_13.pdf> Acesso em: 23/05/2021.

FERREIRA, G.P; NATIVIDADE C.S. A Psicologia aplicada à Odontologia - uma abordagem analítica e
comportamental: revisão de literatura. Odontologia: pesquisa e práticas contemporâneas. V.1.

GOMES, Guilherme; et al. Avaliação e manejo da ansiedade e fobia odontológica: A psicologia na


formação do cirurgião-dentista. Revista da Faculdade de Odontologia de Porto Alegre, v.61, n.2. 2020.
Disponível em:< file:///C:/Users/Luana/Desktop/Avalia%C3%A7%C3%A3oe
manejoda%20ansiedade%20e%20fobiaod ontol%C3%B3gica.pdf> Acesso em: 23/05/2021.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

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M Ó D U L O 8 - G E S TÃ O E M S A Ú D E
PÚBLICA

1 . GE STÃ O E M SA Ú D E PÚ BLI C A
Esta unidade tem como objetivo apresentar as principais políticas públicas de assistência à saúde,
visando à melhoria da qualidade de vida da população.

O que é saúde pública?

A Saúde Pública é definida como um campo multiprofissional de conhecimentos e atividades que tem
a função de oferecer condições para a promoção, proteçãoe recuperação da saúde da população,
reduzindo as enfermidades, controlando as doenças endêmicas e parasitárias e melhorando a
vigilância à saúde, dando,assim, mais qualidade de vida ao cidadão. Através de um diagnóstico
epidemiológico que considera os aspectos políticos, econômicos e sociais, desenvolve medidas de
alcance coletivo, mobilização, organização e participação ativa da sociedade e uso racional dos
recursos materiais e científicos em benefício
Caroline da saúde. Gonçalves
Codorniz (FINKELMAN et al., 2002)
carolcodorniz@hotmail.com

1.1 Sistema Único de Saúde | SUS


É formado pelo conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas
federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo
Poder Público.

Importantes mobilizações sociais, em especial o movimento da reforma sanitária, envolvendo


trabalhadores do setor saúde, setores acadêmicos e população, resultaram na organização da VIII
Conferência Nacional de Saúde e na mobilização para aprovação do texto da Constituição Federal
outorgada pelo Congresso Nacional, em 1988, que definiu a saúde como “um direito de todos e um
dever do estado”. Estabeleceu também as principais diretrizes do Sistema Único de Saúde, a saber
(BRASIL, 2009):

• Universal, permitindo o acesso irrestrito a todos os brasileiros;


• Descentralizado, com ênfase na gestão municipal (local);
• Com redes regionalizadas e hierarquizadas de serviços, permitindo mecanismos de integração e
sistemas de referência;
• Integral, oferecendo todos os tipos de serviços, voltados à promoção da saúde, prevenção de
doenças, tratamento e reabilitação;
• Com gestão única em cada esfera de governo;
• Com participação e controle da comunidade.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 122


O sistema Único de Saúde
(SUS) resultou de um
processo de lutas,
mobilização, participação e
esforços desenvolvidos por
um grande número de
indivíduos.

1.1 Como funciona o Sistema Único de Saúde | SUS?


O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema público, organizado e orientado no sentido do interesse
coletivo, e todas as pessoas, independentemente de raça, crenças, cor, situação de emprego, classe
social, local de moradia, a ele têm direito. (BRASIL, 2009)

1.2.1 Estratégias de Saúde da Família


Caroline Codorniz Gonçalves
A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é um programa que prioriza as ações de promoção, proteção e
carolcodorniz@hotmail.com
recuperação da saúde dos indivíduos e da família, do recém-nascido ao idoso, sadios ou doentes, de
forma integral e contínua. (BRASIL, 2002)

"A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção básica no País, de acordo com os
preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e
municipais como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica. (BRASIL,
2002)."

A primeira etapa de sua implantação se iniciou em 1991, por meio do Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS). A partir de 1994, teve início a formação das primeiras equipes da
Estratégia Saúde da Família, incorporando e ampliando a atuação dos agentes comunitários de saúde.
A equipe da ESF era composta por: (I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família,
ou médico de Família e Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialistas Saúde da Família; (III)
auxiliar ou técnico de enfermagem; e (IV) agentes comunitários de saúde.

Desde a implantação do programa, os agentes comunitários de saúde já vinham desenvolvendo ações


de promoção de saúde bucal e de prevenção das doenças bucais mais prevalentes no seu território de
atuação. Em 1998, foi realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em convênio
com o Ministério da Saúde, uma Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD).

Os resultados de tal estudo mostram que, aproximadamente, 29,6 milhões de brasileiros nunca foram
ao dentista e que, entre aqueles que ganham até um salário mínimo, o número de pessoas que nunca

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 123


estiveram em um consultório dentário é nove vezes maior do que o número dos que ganham mais de
20 salários mínimos.

Nesse contexto, o Ministério da Saúde propôs a inclusão de equipes de saúde bucal no Programa
Saúde da Família.

Em de 28 de dezembro de 2000, as ações de saúde bucal foram definitivamente incluídas na ESF, com
a publicação da Portaria GM/MS no 1.444, a qual estabelece incentivo financeiro para a reorganização
da atenção à saúde bucal prestada nos municípios por meio da Estratégia de Saúde da Família.

Tal instrumento foi regulamentado pela Portaria GM/MS no 267, de 6 de março de 2001, que aprova as
normas e diretrizes de inclusão da saúde bucal na ESF, por meio do Plano de Reorganização das Ações
de Saúde Bucal na Atenção Básica. (BRASIL, 2002)

A inclusão das ações de saúde bucal na Estratégia de Saúde da Família tem como principais objetivos:

• Melhorar as condições de saúde bucal da população brasileira;

• Orientar as práticas de atenção à saúde bucal, por meio da estratégia de organização da Atenção
Básica preconizada pela Estratégia Saúde da Família;

• Assegurar o acesso progressivo de todas as famílias residentes nas áreas cobertas pelas equipes
de saúde da família às ações de promoção,
Caroline de prevenção
Codorniz e de assistência em saúde bucal;
Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
• Capacitar, formar e educar permanentemente os profissionais de saúde bucal para a ESF, por
intermédio da articulação entre as instituições de ensino superior e as de serviço do SUS;

• Avaliar os padrões de qualidade e o impacto das ações de saúde bucal desenvolvidas, de acordo
com os princípios da ESF da Atenção Básica à Saúde, com a inclusão de equipes de saúde bucal
na Estratégia de Saúde da Família.

Os principais objetivos são diminuir os índices epidemiológicos de saúde bucale ampliar o acesso da
população brasileira às ações de saúde bucal.

As equipes de saúde bucal atuam mais próximas da realidade, identificando fatores de risco, famílias
em situação de risco, priorizando demandas assistenciais e preventivas e levando ações de saúde bucal
diretamente às comunidades.

Os recursos são transferidos mensalmente, de forma regular e automática, do Fundo Nacional de


Saúde (FNS) para os Fundos Municipais de Saúde. (BRASIL, 2002)

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 124


Atribuições comuns aos profissionais de Saúde Bucal na ESF:
• Participar do processo de planejamento, acompanhamento e avaliação das ações desenvolvidas
no território de abrangência das unidades básicas de saúde da família;

• Identificar as necessidades e as expectativas da população em relação à saúde bucal;

• Estimular e executar medidas de promoção da saúde, atividades educativas e preventivas em


saúde bucal;

• Executar ações básicas de vigilância epidemiológica em sua área de abrangência;

• Organizar o processo de trabalho de acordo com as diretrizes da ESF e do plano de saúde


municipal;

• Sensibilizar as famílias para a importância da saúde bucal na manutenção da saúde;

• Programar e realizar visitas domiciliares, de acordo com as necessidades identificadas;

• Desenvolver ações intersetoriais para a promoção da saúde bucal.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 125


R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas
ALVES VS. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela integralidade
da atenção e reorientação do modelo assistencial. Revista Interface,9 (16): 39-52, fev 2005. Disponível
em http://www.interface.org.br/revista16/dossie3.pdf. Acessado em: 07 jun. 2013.

BARBOSA CC. Guia Curricular – Curso Técnico em Saúde Bucal. Escola deSaúde Pública do Estado
de Minas Gerais, Belo Horizonte. 2010, 80p.

BRASIK. Ministério da Saúde-Secretaria Executiva-Equipes de Saúde Bucal: Série C. Projetos,


Programas e Relatórios. Brasília – DF -2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. O SUS de A a Z : garantindo saúde nos municípios /Ministério da Saúde,
Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde. – 3. ed. – Brasília : Editora do Ministério da
Saúde, 2009.

FINKELMAN J, org. Caminhos da saúde no Brasil. Rio de Janeiro: EditoraFIOCRUZ, 2002. 328 p.
Available from SciELO Books <http://books.scielo.org>.

MINAS GERAIS. Secretaria Estadual de Saúde.


Caroline AtençãoGonçalves
Codorniz em saúde bucal. BeloHorizonte: SAS/MG,
2006. 290 p. carolcodorniz@hotmail.com

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 126


MÓDULO 9 - PROTEÇÃO,
P R E V E N Ç Ã O E AT E N Ç Ã O P A R A A
SAÚ DE BUC A L
1 . A Ç ÕE S D E PR OMOÇ Ã O D A SA Ú D E
BU C A L
Esta unidade tem como objetivo apresentar as ações de promoção de saúde bucal, visando à melhoria
da qualidade de vida da população.

O auxiliar de saúde bucal deverá ser qualificado com habilidades cognitivas, psicomotoras e afetivas,
fundamentadas nos conhecimentos técnico, científicos, éticos, políticos e educacionais, com perfil e
competência para execuções de ações em saúde bucal que visem à promoção e prevenção da saúde de
determinado indivíduo ou grupo populacional, a fim de contribuir para a otimização dos serviços de
saúde e a melhoria da qualidade da saúde bucal da população.

Campos da Promoção
Carolineda Saúde Gonçalves
Codorniz
carolcodorniz@hotmail.com
• Construir políticas públicas saudáveis
• Criar ambientes favoráveis à saúde
• Fortalecer ação comunitária
• Desenvolver habilidades pessoais
• Reorientar serviços de saúde (Declaração de
Ottawa, 1986).

Desenvolvimento de ações de promoção de saúde e prevenção de riscos


ambientais e sanitários

Não se trata simplesmente de “orientar pacientes” sobre “higiene” bucal.


Trata-se de participar da educação de pessoas (não necessariamente
“pacientes”) sobre saúde- doença na boca.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 127


Habilidades

Habilidades (saber-fazer) do auxiliar em saúde bucal, para que ele possa desenvolver, em sua equipe,
ações de promoção da saúde e prevenção de riscos ambientais e sanitários, visando à melhoria da
qualidade de vida da população:

• Utilizar recursos de comunicação, valorizando aqueles existentes na comunidade.

• Levantar dados e informações relativas às práticas de promoção da saúde utilizadas pela


comunidade.

• Organizar grupos de discussão.

• Orientar indivíduos, famílias e grupos sobre medidas de proteção à saúde e prevenção de riscos
ambientais e sanitários em saúde.

• Orientar moradores e famílias para as ações de cuidado relacionadas ao ambiente domiciliar e


peridomiciliar.

• Identificar parceiros dos setores governamentais e não governamentais para o desenvolvimento


de ações de promoção da saúde.

Caroline Codorniz Gonçalves


• Interagir com parceiros dos vários setores, na execução de ações de promoção da saúde.
carolcodorniz@hotmail.com
• Identificar condições de risco à saúde de indivíduos e população.

• Informar ao serviço a ocorrência de situações de risco à saúde.

• Identificar os principais problemas de saúde da comunidade e seus meios de intervenção.

• Participar de atividades dos Conselhos de Saúde.

• Atuar na capacitação de lideranças comunitárias para desenvolver ações de promoção da saúde.

Conhecimentos

Conhecimentos (saber) do auxiliar em saúde bucal, para que ele possa desenvolver, em sua equipe,
ações de promoção da saúde e prevenção de riscos ambientais e sanitários, visando à melhoria da
qualidade de vida da população:

• Processo saúde-doença.

• Promoção da saúde - conceitos e estratégias: intersetorialidade, atitudes saudáveis, participação


comunitária e desenvolvimento de habilidades pessoais.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 128


• Meios e formas de comunicação.

• Psicologia das relações humanas.

• Psicologia aplicada ao processo ensino-aprendizagem.

• Políticas de saúde no Brasil/Sistema Único de Saúde - ênfase na atenção básica.

• Educação para a saúde: processos educativos, métodos, técnicas e produção de materiais


educativos.

• Anatomia e fisiologia do corpo humano. Para saber o que é saúde e como esta é preservada, são
necessários alguns conhecimentos sobre o corpo humano.

• Principais problemas de saúde da população e meios de intervenção.

• Doenças transmissíveis e não transmissíveis: conceitos básicos, prevenção e controle.

• Método epidemiológico/indicadores de saúde: dados demográficos, riscos sanitários e riscos


ambientais. É preciso ter conhecimentos sobre o Meio Ambiente, uma vez que a saúde das
pessoas depende da qualidade do meio em que vivem.

• Vigilância em saúde: epidemiológica, sanitária e ambiental.


Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
• Saneamento ambiental.

• Bioética e ética profissional.

• Medidas de prevenção a riscos ambientais e sanitários.

• É fundamental que os profissionais da área da saúde procurem seguir os novos paradigmas


desenvolvidos para a busca da promoção da saúde, deixando para trás o tradicional curativo
restaurador como base dos programas de atenção à saúde bucal.

A promoção de saúde bucal está inserida num conceito amplo de saúde que transcende a dimensão
meramente técnica do setor odontológico, integrando a saúde bucal às demais práticas de saúde
coletiva. Dessa forma, avançando na implantação de prestação de assistência à saúde e não nos
limitando ao atendimento da doença.

A construção de políticas públicas saudáveis significa o desenvolvimento de estratégias direcionadas a


todas as pessoas da comunidade, com políticas que:

• Gerem oportunidades de acesso à água tratada;


• Incentivem a fluoretação das águas e o uso de dentifrício fluoretado;
• Assegurem a disponibilidade de cuidados odontológicos básicos e apropriados.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 129


Ações de promoção da saúde incluem também trabalhar com abordagens sobre os fatores de risco ou
de proteção simultâneos, tanto para doenças da cavidade bucal quanto para outros agravos (diabetes,
hipertensão, obesidade, trauma e câncer), quais sejam:

• Políticas de alimentação saudável para reduzir o consumo de açúcares, atuando na prevenção da


doença cárie, obesidade e diabetes.
• Abordagem comunitária para aumentar o autocuidado com a higiene corporal e bucal.
• Política de eliminação do tabagismo.
• Redução de acidentes.

As ações de proteção à saúde podem ser desenvolvidas no nível individual e/ ou coletivo:

• Fluoretação das águas: o acesso à água tratada e fluoretada é fundamental para as condições de
saúde da população. Ampliar a fluoretação das águas no Brasil é uma prioridade governamental,
garantindo-se continuidade e teores adequados.
• Educação em saúde: compreende ações que objetivam a apropriação do conhecimento sobre o
processo saúde-doença, incluindo fatores de risco e de proteção à saúde bucal, bem como ações
que possibilitam ao usuário mudar hábitos, ao apoiá-lo na conquista de sua autonomia.
• Aplicação tópica de flúor: essa ação visa ao controle da cárie, através da utilização de produtos
fluorados (soluções para bochechos, gel fluoretado e verniz fluoretado) em ações coletivas.
• Higiene bucal supervisionada: higiene bucal é um componente fundamental da higiene corporal
das pessoas. É a escovação realizada pelo profissional hábil (Dentista, ASB ou TSB) no paciente,
visando à desorganização/eliminação do biofilmeGonçalves
Caroline Codorniz dental e à higienização bucal, ensinando-o a
melhor maneira de realizar sua higiene.
carolcodorniz@hotmail.com
• Ações de recuperação: esse grupo de ações envolve o diagnóstico e o tratamento de doenças
(aplicação tópica de flúor por profissionais, uso de selantes oclusais, tratamento restaurador
atraumático, uso do material cimento de ionômero de vidro como material restaurador).
• Ações de reabilitação: consistem na recuperação parcial ou total das capacidades perdidas como
resultado da doença e na reintegração do indivíduo ao seu ambiente social e à sua atividade
profissional (tratamento endodôntico, prótese total e parcial removível, diagnóstico bucal, com
ênfase no diagnóstico e detecção do câncer de boca; periodontia especializada; cirurgia oral
menor dos tecidos moles e duros; atendimento a portadores de necessidades especiais).

A busca da autonomia dos cidadãos é um dos requisitos das ações de promoção de saúde:

• A equipe de saúde deve fazer um esforço simultâneo para aumentar a autonomia e estimular
práticas de autocuidado por pacientes, famílias e comunidades.
• Cabe à equipe de saúde organizar as ações de promoção da saúde, juntamente com a população,
em espaços sociais (escolas, creches, etc.) da área de abrangência da unidade de saúde ou com
grupos de pacientes da própria unidade.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 130


Recursos usados para palestras educativas:

• Revelação do biofilme dental.


• Orientações diretas sobre a técnica de escovação e o uso do fio dental, com auxílio de
macromodelos e macroescova. Estes devem ser utilizados para motivar a prática diária da
escovação.

Instrumentos para teorizar os temas em saúde bucal:

• Dramatização. • Atividades de papel e lápis;


• Cartaz. • Atividades de colagem;
• Álbum seriado. • Massa de modelar;
• Slides. • Desenhos e pintura;
• Vídeos. • Jogos lúdicos e de desafio.
• Músicas.

Promover saúde é mais do que contar para o paciente que a


cárie pode ser prevenida através da utilização adequada de
produtos contendo flúor, da limpeza adequada dos dentes e da
racionalização do consumo
Caroline de açúcar.
Codorniz Promoção de saúde é
Gonçalves
uma ação global, carolcodorniz@hotmail.com
objetivando a melhoria na qualidade devida das
pessoas.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 131


R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas
BRASIL. Ministério da Saúde. Perfil de competências profissionais do técnico em higiene dental e do
auxiliar de consultório. Brasilia. 2004. 24p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica.Coordenação Nacional de Saúde Bucal. Saúde Bucal. Brasília:2008.

BRASIL. Ministério da Saúde.Guia curricular para formação de técnico em higienedental para atuar na
rede básica do SUS. Área curricular I:Prevenindo econtrolando o processo saúde - Doença bucal.
Brasília: 1994.

CANADÁ. Carta de Ottawa. 1a conferência internacional sobre promoção da saúde. Canadá, 1986.
(disponível em www.saudepublica.web.pt/05- PromocaoSaude/Dec_Ottawa. htm).

NARVAI P.C. Cursos humanos para promoção da saúde bucal: um olhar no início do século.
http://143.107.23.244/departamentos/social/saude_coletiva/QRecursoshumanos.pdf. Acesso em
12/10/2013.

NETO ETS, Esposti CDD, Oliveira AE et al.Codorniz


Caroline Perfil dos cirurgiões-dentistas
Gonçalves e a formação de técnicos
em saúde bucal na Grande Vitória, Espírito Santo. Cad. Saúde Colet., 2012, Rio de Janeiro, 20 (1): 72-
carolcodorniz@hotmail.com
81.

SÃO PAULO. Secretaria da Saúde. Coordenação da atenção básica. Área de suade bucal. Sorrir com
saúde bucal: fundamentos para ações educativas. 2009.64p.

SARTORI, JAL. A contribuição do curso de Formação Profissional de Auxiliar em sáude bucal na


prática dos serviços de saúde bucal e na vida dos profissionais

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 132


MÓDULO 10 - APOIO DIAGNÓSTICO
RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA

1 . A POI O D I A GNÓSTI C O | R A D I OLOGI A


OD ONTOLÓTI C A
O que é uma radiografia odontológica?
A radiografia odontológica é um exame que utiliza doses seguras de radiação para a obtenção de
imagens utilizadas em diagnósticos, no planejamento e no acompanhamento da evolução de um
tratamento realizado cirurgiões dentistas.

As radiografias odontológicas podem ser solicitadas para diferentes finalidades, desde do planejamento
pré-operatório de uma cirurgia bucal, endodontia, verificação de inflamações, tumores ou produção
de um aparelho ortodôntico.

Alguns procedimentos necessitam do apoio do raio-x; geralmente são tratamentos mais complexos e
de longa duração, que precisam do apoio de
Caroline imagens para
Codorniz analisar os detalhes.
Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
1. realização de cirurgia buco maxilo;
2. colocação de aparelho;
3. periodontia;
4. implantodontia;
5. para extrações de dentes;
6. lesões na mandíbula;
7. verificação de tumores ou cistos.

Quais os principais tipos de radiografias odontológicas?


Existem diferentes tipos de radiografia odontológica:

RADIOGRAFIA Na radiologia digital os aparelhos de raio-x são utilizados para o envio de


informações para placas de circuito sensível, que recebem a radiação e
DIGITAL mandam imagens direto para o computador.

RADIOGRAFIA As radiografias periapicais são utilizadas para uma análise cuidadosa de


cáries.
PERIAPICAIS

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 133


RADIOGRAFIA As radiografias interproximais são muito usadas para o diagnóstico de cáries
entre os dentes (cárie interproximal).
INTERPROXIMAIS

RADIOGRAFIA As radiografias panorâmicas, produzem uma visão geral das arcadas


dentárias dos pacientes, bem como, das regiões maxilar e mandibular. elas
PANORÂMICA são fundamentais para o planejamento inicial de um tratamento, tanto
ortodôntico quanto odontológico.

RADIOGRAFIA A radiografia oclusal é utilizada:


• para o acompanhamento do crescimento dos dentes de uma criança.
OCLUSAL • para a análise de fraturas, dentes inclusos (que ficam abaixo da
gengiva)
• para analisar as raízes dos dentes.

Os equipamentos de raios-x odontológico


Os aparelhos de RX odontológico devem atender aos requisitos estabelecidos pela Anvisa.

Proteção do operador
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
O tempo de exposição do operador do aparelho de Rx deve ser o menor possível, sendo consistente
com a obtenção de uma imagem de boa qualidade.

Proteção radiológica
a. Em exames intraorais em consultórios, o operador deve
manter-se a uma distância mínima de 2 metros do tubo e
do paciente, durante as exposições, e atrás de uma
barreira protetora com uma espessura mínima de 0,5
mm, equivalentes ao chumbo.
b. Deve ser usada vestimenta de proteção individual, de
modo a proteger a tireoide, o tronco e as gônadas dos
pacientes durante as exposições

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 134


R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas
BORBA, P. Qual o papel da radiografia odontológica em um tratamento dental?
https://blog.odontoclinic.com.br/clinica-geral/qual-o-papel-da-radiografia-odontologica-em-
tratamento-dental. Acesso em 02 de janeiro 2022.

FAGUNDES, R. Tudo que você precisa saber sobre radiologia odontológica para ser um profissional da
área. https://rdicom.com.br/blog/radiologia-odontologica/. Acesso em 02 de janeiro 2022.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 135


MÓDULO 11 - MEIO AMBIENTE,
T R A BA L HO E SAÚ DE
1. INTRODUÇÃO........................................................137

2. SAÚDE.............................................................138
2.1 Conceitos de saúde e doença......................................138
2.2 Lesões agudas e doenças relacionadas ao trabalho.................138
2.3. Como prevenir as doenças relacionadas ao trabalho...............139
2.4 Como prevenir as doenças não relacionadas ao trabalho............142

3. HIGIENE DO TRABALHO...............................................145
3.1 Conceitos de higiene do trabalho.................................145

4. ACIDENTES DE TRABALHO.............................................146
4.1 Conceito de acidente.............................................146
Caroline Codorniz Gonçalves
4.2 Causas ..........................................................146
carolcodorniz@hotmail.com
4.3 Prevenção .......................................................148
4.4 CIPA.............................................................149

5. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO.....................................150


5.1 Conceito de qualidade de vida no trabalho........................150
5.2 O impacto para o trabalhador.....................................151
5.3 Saúde e produtividade............................................152

6. MEIO AMBIENTE.....................................................153
6.1 Meio ambiente: questão de cidadania..............................153
6.2 NORMA ISO 14000..................................................153
6.3 Impactos Ambientais..............................................154

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................158

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 136


1. INTRODUÇÃO
Para fazer frente às atuais exigências dos mercados que se apresentam cada vez mais competitivos, as
empresas precisam buscar permanentemente a maximização dos resultados de forma a agregar valor
para todos os envolvidos, primando pela excelência em todos os segmentos que compõem o seu
negócio.

O problema identificado para o desenvolvimento desta pesquisa é analisar a forma com que o sistema
será transmitido e aceito, de modo a permitir o acompanhamento do progresso conseguido,
minimizando os esforços e maximizando os resultados.

Ultimamente tem aumentado a consciência sobre a importância em se aliar capacidade de produção,


os meios de transformação, os processos de manufatura e até a manutenção com o bem estar e a
qualidade de vida daqueles que executam essas atividades por mais simples que seja a sua participação
na cadeia produtiva.

Considerando que a mudança de hábitos não pode ser imposta, mas implantada de forma a agregar as
pessoas valores que serão enraizados e esses valores com a todas as informações da cadeia de
produção possam conduzir essas Organizações por uma trilha de sucesso de forma duradoura e
sustentável.
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Com o rápido avanço da tecnologia que é uma aliada no desenvolvimento de todos os processos de
transformação o homem não deve ser deixado de lado nunca, pois reside nele a capacidade de
entender esses novas tecnologias e fazer com que tudo funcione de forma harmoniosa, gerando
riquezas para os acionistas, reduzindo os impactos dos processos produtivos e tornando os ambientes
de trabalho cada vez mais saudáveis.

Hoje em dia querer que as organizações tenham segurança, meio ambiente e saúde, não é exigir muito,
é sim, o mínimo que cada empresa tem por obrigação oferecer como contra partida aos seus processos
produtivos. Atuar na promoção da saúde, na proteção do ser humano e do meio ambiente é essencial
para qualquer empresa, pois o trabalho está constantemente cercado por incertezas, exigindo tomadas
de decisão rápidas, e muitas vezes podem acarretar acidentes de trabalho. Esses acidentes obrigarão os
empregados a se afastarem dos seus postos de trabalho, acarretando prejuízo de ordem, financeira
para ele próprio e seus familiares, psicológica, queda na produtividade da empresa e etc.

Baseado em tudo que acarreta como custos para as organizações é vital que haja uma política de
investimento na área de segurança, meio ambiente e saúde com evidente víeis para a redução dos
afastamentos relacionados com doenças e acidentes sem contar na possibilidade da mudança do
processo produtivo para um que promova o que se chama de processo limpo, ou ecologicamente
correto, no qual o impacto ao meio ambiente é reduzido e/ou compensado pelas políticas da empresa
nesse setor.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 137


2. SAÚDE
2.1 Conceitos de saúde e doença
A saúde é a promoção e preservação da integridade física do trabalhador, através da detecção dos
fatores que interfiram na sua saúde, tais como os riscos inerentes no seu ambiente de trabalho. (Souza,
2004).

As doenças do trabalho, ou doenças ocupacionais são aquelas decorrentes da exposição dos


trabalhadores aos riscos ambientais, ergonômicos ou de acidentes. Elas se caracterizam quando há
uma relação entre os danos na saúde do trabalhador e a exposição do mesmo a determinados riscos
ocupacionais.

O risco estando presente, atua diretamente sobre o organismo humano, alterando a sua qualidade de
vida. (MARANO, 2003).

O trabalho não deve ser causa de danos à saúde dos trabalhadores. Como as situações de risco são
comuns nas indústrias em geral, os trabalhadores devem estar treinados sobre os procedimentos
adotados nas diversas atividades e os recursos disponíveis para evitar danos à sua saúde, ais como os
equipamentos de proteção coletiva (EPC) e individual (EPI).

Caroline Codorniz Gonçalves


No ambiente de trabalho a pessoa responsável em manter a saúde de todos os empregados é o Médico
carolcodorniz@hotmail.com
do Trabalho que agindo sozinho ou através de uma equipe, após ter a notificação dos riscos ambientais
existentes na empresa, padronizará todos os exames que serão realizados, a frequência de cada um
deles e por grupo de trabalhadores, usando como critério, por exemplo, a faixa etária, não deixando de
atender aos requisitos legais estabelecidos.

Cabe ressaltar que todo aprendizado na empresa é extensível as casas dos empregados por que nos
dias de hoje nenhuma organização espera que seus empregados hajam de forma diferente quando
estiverem fora delas, os cuidados adotados na empresa deverão ser os mesmos fora delas e isso é
compreensivo quando avaliamos a imagem dessas empresas.

2.2 Lesões agudas e doenças relacionadas ao


trabalho
A exposição ao ruído, à radiação solar, às altas temperaturas, aos produtos químicos e aos agentes
biológicos, bem como a realização de esforços físicos intensos, o levantamento de pesos excessivos e a
adoção de posturas incorretas podem causar danos à saúde do trabalhador.

As lesões agudas provocadas por acidentes do trabalho resultam da ação de materiais, como produtos
químicos, ou energias como; ruído, radiação e calor em altas intensidades por curtos períodos de
tempo. Um exemplo: queimadura provocada pelo contato com superfície quente, lesão do ouvido

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causada pelo ruído de uma explosão e fratura resultante de uma queda de andaime. (SOUZA, 2004).

As doenças relacionadas ao trabalho resultam da exposição prolongada por meses, anos ou décadas, a
materiais ou energias em moderadas ou baixas intensidades. Um exemplo: a surdez, causada pela
exposição prolongada ao ruído e a tendinite causada pelo esforço repetitivo de determinada função.

No quadro a seguir, pode-se observar um mesmo agente, dependendo da intensidade e do tempo de


exposição, causando lesões e doenças com características diversas:

EFEITO IMEDIATO EFEITO TARDIO


AGENTE
lesão doença
Câncer de pele após a
Queimadura da pele após
Radiação ultravioleta do Sol exposição prolongada a
exposição a altas doses
pequenas doses diárias

Surdez temporária (fadiga Danos permanentes no


Ruído
auditiva) aparelho auditivo

O trabalho em plataformas marítimas é realizado em turnos alternados de 12 horas em regime de


confinamento. Pode ocorrer exposição a ruído e a produtos químicos usados nas atividades
petrolíferas.
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Todos esses fatores podem prejudicar a saúde do trabalhador, razão pela qual a abordagem preventiva
de medidas preventivas é tão importante.

2.3 Como prevenir as doenças relacionadas ao


trabalho
As medidas preventivas das doenças relacionadas ao trabalho podem ser aplicadas em 3 níveis: na
fonte de emissão do agente (ruído, gás ou poeira); na trajetória dos materiais e energias; e no corpo do
trabalhador (EPI),conforme esquematizado a seguir:

Fonte Trajetória Trabalhador

Fonte: Manual Petrobrás, 2010.

As medidas preventivas mais eficazes são aquelas aplicadas na fonte que libera os materiais e energias
no ambiente de trabalho. Quando as medidas aplicadas na fonte e na trajetória são insuficientes, torna-
se necessário o uso dos equipamentos de proteção individual - EPI.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 139


Todo EPI fornecido aos trabalhadores deve ter o Certificado de Aprovação (C.A) exigido pelo
Ministério do Trabalho, garantido dessa forma sua liberação para uso e com restrições que lhe forma
dadas nos ensaios realizados.

É OBRIGAÇÃO:

Da empresa fornecer o EPI adequado e treinar os empregados para seu uso.


Do empregado conhecer os EPIs obrigatórios para as suas atividades e usá-
los corretamente.

2.3.1 Ergonomia
As primeiras medidas e observações sistemáticas partiram de engenheiros, médicos, pesquisadores e
organizadores do trabalho.

Os engenheiros, pesquisadores e organizadores realizaram os estudos que visavam à melhoria de


rendimento do homem no trabalho. Procuravam suprimir trabalhos penosos por sistemas de
mecanização e a dosagem da carga de trabalho. Estudavam os movimentos e segmentos corporais,
Caroline Codorniz Gonçalves
duração de esforços e os ritmos de trabalho, os problemas de fadiga e os efeitos do ambiente, como
carolcodorniz@hotmail.com
temperatura, ruído, iluminação etc.

Os médicos se preocupavam de maneira mais direta com a proteção da saúde dos trabalhadores.
Foram descritas as primeiras doenças profissionais – problemas de visão na fabricação de objetos
muito pequenos, má postura e manuseio de cargas pesadas.

Em 1949, os especialistas se reuniram em Londres e assinaram o nascimento de um novo ramo da


ciência aplicada que batizaram de ERGONOMIA.

Para os americanos a Ergonomia é a engenharia humana.

Podemos definir então que a ERGONOMIA: é o ramo da ciência aplicada, que se vale dos
conhecimentos básicos de engenharia, anatomia, fisiologia, psicologia para utilizá-los harmonicamente
no trabalho humano, assegurando ao conjunto homem-máquina-ambiente, as melhores condições de
desempenho (CEFET-RJ,1996).

A ergonomia tem como objetivo principal, o estudo das capacidades e limitações do homem no
trabalho, determinando-se os materiais, os equipamentos, as ferramentas, os métodos e os locais mais
apropriados ao desempenho de suas atividades produtivas.

A ergonomia busca a eficiência do trabalho.

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Temos a seguir um modelo ideal de ergonomia:

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

Setor de Segurança do Trabalho - Petrobras.

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2.4 Como prevenir as doenças não relacionadas ao
trabalho
A prevenção de doenças relacionadas ao trabalho não é suficiente para garantir a saúde do
trabalhador, depende também de ações preventivas voltadas para fatores de risco fora do trabalho
relacionados aos seus hábitos de vida. A saúde do trabalhador é uma resultante das ações preventivas
adotadas no trabalho e fora dele tendo como maior beneficiado o próprio empregado e as
organizações onde eles trabalham.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a falta de atividade física, o tabagismo e os
erros alimentares constituem os três principais fatores de risco á saúde, relacionados aos hábitos
pessoais. Por outro lado, hábitos saudáveis protegem a saúde. Algumas medidas simples, descritas a
seguir, devem fazer parte do dia-a-dia porque são capazes de garantir nossa saúde em longo prazo.

2.4.1 Alimentação
A alimentação correta é a base da vida saudável. Eis algumas recomendações para toda a família viver
com mais saúde:

Caroline Codorniz Gonçalves


• Consumir frutas, legumes e verduras diariamente, por serem ricos em vitaminas, minerais e
fibras. carolcodorniz@hotmail.com
• Reduzir o consumo de alimentos gordurosos.
• Reduzir consumo de sal.
• Reduzir o consumo de álcool e refrigerantes.
• A melhor bebida é a água

2.4.2 Atividade física


O sedentarismo (falta de atividade física) contribui
para o aumento na incidência de diversas doenças
tais como o infarto do miocárdio, o derrame
cerebral, diversos tipos de câncer e o diabetes.

As pessoas que praticam algum tipo de atividade


física regularmente apresentam maior produtividade,
sofrem menos acidentes, faltam menos ao trabalho por causa da
doença e permanecem menos tempo internados quando necessitam de hospitalização.

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2.4.3 Tabagismo
Estudos desenvolvidos até o momento confirmam que o hábito de fumar (tabagismo) pode causar
cerca de 50 doenças cardiovasculares (infarto, angina) câncer e doenças respiratórias (como enfisema e
bronquite).

Se uma pessoa parar de fumar:


• Após 20 minutos, sua pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal
• Após 2 dias, seu olfato e paladar melhoram
• Após 3 semanas, a respiração fica mais fácil e a circulação melhora
• Após 5 a 10 anos, o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou
• Quanto mais cedo a pessoa parar de fumar, melhor para a sua saúde.

2.4.4 Estresse
Hoje em dia cada vez mais nos defrontamos com pressões no trabalho, na família e no meio social,
capazes de gerar estresse. A maneira mais adequada de lidar com o estresse é a prevenção, é nos
fortalecendo para que situações adversas como essas não nos deixem debilitado.

Melhorar a auto - estima, aprender a gostar do que faz, trabalhar com dedicação e responsabilidade,
levar uma vida metódica e Caroline
produtiva, Codorniz
ter uma alimentação
Gonçalves equilibrada, praticar regularmente
atividades físicas, dedicar tempo
carolcodorniz@hotmail.comlaços de amizade e ajudar outras
para a família e o lazer, manter
pessoas são algumas atitudes positivas na direção de uma vida saudável.

Uma das melhores definições de estresse afirma que se trata de uma resposta não-específica do
organismo às exigências que lhe são feitas, provocando, assim, duas reações:

Uma reação específica, ou seja, algo muito semelhante à reação provocada


1 por um medicamento em função de seu princípio ativo, como faz, por
exemplo, o analgésico que abranda a dor ou antibiótico que combate a
infecção.

Uma reação não-específica, ou seja, uma reação do organismo

2 independentemente do efeito do agente ativo. Nesse caso, trata-se de uma


resposta do organismo à presença de numerosos e diferentes estímulos.

O estresse é, portanto, a reação não-específica de um indivíduo submetido a estímulos externos


chamados estressores - e que podem ser desagradáveis e dolorosos ou desejáveis e agradáveis. Por
exemplo, o divórcio é quase sempre um evento doloroso, já é o casamento é um evento geralmente
agradável. Ambos são estressores importantes e podem provocar o mesmo tipo de excitação: emoção,
palpitações, lágrimas, etc (CUNGI, 2004).

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2.4.4.1 Custo e consequências do estresse
O estresse custa muito caro tanto do ponto de vista humano quanto econômico. As doenças que causa
e os gastos de saúde direta ou indiretamente relacionados a ele são elevados. Um exemplo são os
crescentes casos de distúrbios de ansiedade e de depressão, por um lado, e o elevado consumo de
medicamentos e antidepressivos, por outro.

Trata-se de um problema de saúde pública cada vez mais reconhecido como mostram numerosos
estudos e pesquisas publicados nos Estados Unidos, na Europa, no Brasil e em todo mundo.

Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo estudos do American Institute of Stress, o estresse custaria
entre 150 e 200 milhões de dólares por ano, aproximadamente 1 a 2% do PIB norte-americano. Os
gastos dividem-se em custos de saúde, licenças e perda de produtividade (ROSSI; PERREWÉ;
SAUTER, 2005).

Na Europa, o relatório da Agência Européia para a Segurança e Saúde do Trabalho, mostra que
aproximadamente um em cada três trabalhadores é atingido pelos problemas do estresse, em grande
parte como decorrência de mudanças e insegurança no emprego.

No Brasil, o estresse é cada dia mais comum, elevando o número de licenças médicas e afastamentos
do trabalho.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

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3. HIGIENE DO TRABALHO
2.1 Conceito de Higiene do Trabalho
A Higiene do Trabalho é uma das ciências que atuam no campo da saúde ocupacional, aplicando os
princípios e recursos da engenharia e da medicina, no controle e prevenção de doenças ocupacionais.
Estas, chamadas também de doenças do trabalho ou moléstias profissionais, são estados patológicos
característicos, diretamente atribuíveis às condições ambientais ou de execução de determinadas
atividades remuneradas (CEFET-RJ, 1997).

A Higiene do Trabalho é encarada por muitos como a área onde se unem e completam a Medicina do
Trabalho e a Engenharia de Segurança do Trabalho, que passam a atuar com um objetivo comum:
prevenir os danos à saúde do trabalhador, decorrentes das condições de trabalho.

È um campo de especialização para médicos e engenheiros que deverão exercer suas atividades em
equipe e dentro de um espírito de cooperação mútua para que o objetivo comum seja alcançado.

Classicamente, a Higiene do Trabalho costuma ser definida como a ciência e arte devotada ao
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos profissionais. Estes são os fatores ambientais ou
inerentes às próprias atividades, que podem, eventualmente, ocasionar alterações na saúde, conforto
ou eficiência do trabalhador. Como se percebe, o conceito vai além da saúde do trabalhador, incluindo
Caroline Codorniz Gonçalves
aspectos de bem estar e produtividade que, embora comparativamente menos importantes, mas
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merecem destaque.

No que se refere à Higiene do Trabalho no seu sentido amplo, deverá o profissional de segurança do
trabalho, estar apto a:

• Reconhecer os riscos profissionais capazes de ocasionar alterações na saúde do trabalhador, ou


afetar o seu conforto e eficiência.

• Avaliar a magnitude desses riscos, através da experiência e treinamento , e com o auxílio de


técnicas de avaliação quantitativa.

• Prescrever medidas para eliminá-los ou reduzi-los a níveis aceitáveis.

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4. ACIDENTES DE TRABALHO
4.1 Conceito de Acidente
Acidente é um evento indesejável, fortuito que, efetivamente, causa danos à integridade física e ou
mental das pessoas, ao meio ambiente, à propriedade ou a mais de um desses elementos,
simultaneamente (DUARTE, 2002).

No conceito de propriedade, estão incluídas a imagem pública da empresa e a dos seus responsáveis
diretos.

Um acidente pode ser medido, em sua intensidade, através da quantificação de danos e perdas.

O elemento selecionado para referenciar a intensidade do acidente varia, de acordo com o objetivo
estabelecido para a investigação. Pode ser utilizada como referência, qualquer dos itens apresentados
abaixo; da mesma forma, combinações entre eles:

• Número de vítimas.
• Área do meio ambiente atingida.
• Grau de sensibilidade dos ecossistemas atingidos.
• Danos ao patrimônio da empresa.
Caroline Codorniz Gonçalves
• Danos ao patrimônio de terceiros.
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• Danos aos bens públicos.

4.2 Causas
Antigamente acreditava-se que os acidentes tivessem somente duas únicas causas: atos inseguros e
condições inseguras. Hoje em dia, não usamos mais estes conceitos, porém, eles foram utilizados
durante muitos anos.

Práticas inseguras são ações executadas pelos trabalhadores, que ocorrem em nível abaixo do padrão
de segurança necessário para a atividade, são atitudes dos empregados que representam desvios do
comportamento esperado, como por exemplo, o uso de uma ferramenta improvisada durante a
execução de uma tarefa.

As condições ambientais de insegurança são fatores ligados às instalações, aos equipamentos e ao


ambiente de trabalho, cujo desempenho é considerado abaixo do padrão de segurança necessário,
também chamadas de anomalias. Exemplo: uso de cintas desgastadas ou não adequadas, usadas para
suspender peças pesadas.

Com a evolução do conhecimento, deixamos de usar os conceitos de atos e condições inseguras


porque a análise dos acidentes tem demonstrado que eles decorrem de uma combinação de fatores ou
causas que acontecem ao mesmo tempo, sob determinadas circunstâncias.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 146


Estudando os acidentes observa-se que suas causas são decorrentes de quatro elementos que atuam
em conjunto nas operações de trabalho. Esses elementos são:

São os gestores da empresa, os supervisores, os trabalhadores, os


contratados, os visitantes, os fornecedores, o público, enfim, o
elemento humano, através de suas ações ou omissões, por exemplo:
• Deixar de usar o EPI;
PESSOAS
• Usar ferramentas defeituosas ou improvisar;
• Improvisar ou dar “jeitinhos” para a realização da tarefa;
• Dar ordem ou determinação de serviço de forma incompleta;
• Faltar uma supervisão adequada.

São ferramentas e máquinas com que as pessoas


trabalham diretamente ou que se encontram ao seu
redor, por exemplo:
E Q U I PA M E N T O • Equipamentos, veículos, ferramentas manuais;
• EPIs – equipamentos de proteção individual
inadequados ou insuficientes;
• Uniformes e outros.

Caroline Codorniz Gonçalves


São as matérias-primas, os produtos químicos e outras
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substâncias que as empresas usam e processam. Em muitas
empresas, as lesões causadas pelo manejo (processo) incorreto
M AT E R I A I S E de materiais correspondem de 20% a 30% das lesões nas
PROCESSOS pessoas. Do mesmo modo, grande parte dos danos às
instalações se deve aos produtos que são derramados
indevidamente nos ralos e com isso acabam contaminando o
solo e a água, e ainda podem causar incêndios e explosões.

São os elementos presentes no local onde está sendo realizado o


serviço ou tarefa, por exemplo:
AMBIENTE • As instalações físicas;
DE • Ordem e limpeza;
• A arrumação dos equipamentos e materiais;
TRABALHO
• Os perigos químicos, como vapores, gases, fumaça, poeira;
• Os perigos físicos, como ruído, calor, frio.

Todos estes quatro elementos devem se relacionar ou interagir adequadamente entre si, ou poderão
produzir problemas que irão ocasionar os acidentes.

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4.3 Prevenção
As atividades que envolvem não só a vida do trabalhador, mas o patrimônio e o meio ambiente,
requerem aplicação de conhecimentos técnicos e disciplina operacional para se alcançar resultados
satisfatórios.

O conhecimento técnico, fruto de estudo e pesquisas, tem sido aperfeiçoado através da experiência
acumulada ao longo de anos de trabalho, e visa o processo de melhoria continua no desempenho dos
resultados. Através de constantes treinamentos o conhecimento técnico é transferido para os
trabalhadores.

No entanto, a base do sucesso é a disciplina operacional através da aplicação dos procedimentos de


trabalho documentados, para garantir a sua execução dentro dos padrões internacionais de qualidade,
segurança, saúde e meio ambiente.

Uma das ferramentas importantes utilizadas no planejamento das operações é a inspeção prévia. As
inspeções planejadas são uma forma de que os principais itens de controle serão observados e
executados.

Existem várias maneiras de se realizar uma inspeção. A utilização de uma lista de verificação (check
list) auxilia na observação dos itens e partes críticas que devemos ter cuidado para a execução da
tarefa sem cometer desvios.
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Alguns itens de verificação importantes podem ser checados através de uma correta inspeção para a
prevenção de acidentes, são eles:

• As condições de segurança para a realização de uma tarefa;

• O local onde será realizado o trabalho e a possibilidade de queda de pessoas e de materiais;

• O perigo de choque elétrico no manuseio de equipamentos energizados;

• A movimentação de cargas em áreas com a presença ou passagem de pessoas;

• Uso adequado dos EPIs;

• Seguir corretamente todos os padrões de operacionais.

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4.4 CIPA
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - é constituída de representantes do
empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto na Norma
Regulamentadora (NR) 5.

A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a
tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do
trabalhador.

De acordo com a Norma Regulamentadora - 5:

As empresas privadas e públicas e os órgãos governamentais que possuam empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT ficam obrigados a organizar e manter em funcionamento,
por estabelecimento, uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.

A CIPA tem como objetivo observar e relatar condições de risco nos ambientes de trabalho e solicitar
medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes e ou neutralizar os mesmos, discutir os acidentes
ocorridos, encaminhando aos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho e ao empregador o resultado da discussão, solicitando medidas que previnam acidentes
semelhantes e, ainda, orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes. (www.puc-
Caroline Codorniz Gonçalves
rio.br/sobrepuc/admin/ vrc /cipa/nr5.html)
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A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com as
proporções mínimas estabelecidas no Quadro I desta NR ou com aquelas estipuladas em outra NR.

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5. QUALIDADE DE VIDA
NO TRABALHO
5.1 Conceito e qualidade de vida no trabalho
O conceito de Qualidade no Trabalho - é amplo e tem sido definido de diferentes formas, por diversos
autores, ao longo do tempo. Contudo, é visível, em praticamente todas essas definições, o
entendimento de que se trata de uma abordagem que se contrapõe aos valores organizacionais
Tayloristas (considera o homem um irresponsável e negligente, o homem comparado à máquina) e
Fordistas. Todas estas definições convergem para: valores que propiciam melhores condições de
trabalho, uma maior humanização do trabalho, e aumento do bem estar dos trabalhadores, onde se
busca uma maior produtividade e eficiência das organizações (FERNANDES, 1996, p.15).

Conforme França (2003) "[...] a base da discussão sobre o conceito de qualidade de vida encerra
escolhas de bem-estar e a percepção do que pode ser feito para atender as perspectivas criadas, tanto
por gestores como por usuários das ações de QVT, nas empresas”.

Podemos ver que a abordagem do tema não é focada apenas nos aspectos psicossociais do indivíduo,
mas também, enfoca aspectos Caroline Codorniz
ligados “a gestão Gonçalves
da organização, que estruturam o relacionamento dos
carolcodorniz@hotmail.com
trabalhadores e a organização. Conforme França (2003)

"Qualidade de vida no trabalho (QVT) é o conjunto das ações de uma empresa partir do momento em
que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que que envolve a implantação de melhorias e
inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da qualidade de vida no
trabalho ocorre a chamamos de enfoque biopsicossocial”.

Segundo a mesma autora, o estudo do tema QVT se dá através de várias abordagens que podem ser
grupadas em três escolas do pensamento:

• Escola Socioeconômica - A abordagem que melhor representa o conceito de QVT identifica os


dilemas da sociedade moderna interpostos pela globalização, pelo individualismo, e, também, a
constatação de que as posições políticas de esquerda e direita não fazem mais sentido. Neste
cenário cresce a consciência sobre o desenvolvimento sustentável e o futuro das novas gerações.
• Escola Organizacional - Nesta abordagem, a qualidade de vida no trabalho envolve uma
dimensão, na qual as relações de trabalho acontecem. Assim, temas relativos a processos do
controle da produção, tempos e movimentos, divisão do trabalho, produtividade, controle de
qualidade, gerência e supervisão representam objeto de estudo.
• Escola Condição humana no trabalho - esta última parte-se do princípio de que: toda pessoa é
um complexo biopsicossocial, ou seja, tem potencialidades biológicas, psicológicas e sociais que
respondem, juntamente, às condições de vida.

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5.2 O impacto para o trabalhador
São muitos os benefícios da QVT. Vou citar alguns deles: atitude favorável ao trabalho, redução do
absenteísmo, redução da rotatividade, redução/eliminação da fadiga, promoção da saúde e segurança,
integração social, desenvolvimento das capacidades humanas e aumento da produtividade.

A busca da produtividade e qualidade tem constituído no fator principal para as empresas


proporcionarem a qualidade de vida dentro das organizações e não fora delas como mecanismos
compensatórios, visto que ao promover a saúde e o bem estar de seus funcionários, observando
tarefas, desempenhos, desenvolvimento, elementos que a Qualidade de vida no Trabalho gerencia,
obtêm aumento da motivação, da satisfação e do desempenho dos trabalhadores.

Se o trabalhador não tiver condições de trabalho adequadas, se estiver sofrendo processos de


desmotivação, se estiver com sua saúde comprometida, as possibilidades de erros tornam-se muito
grandes.

5.2.1 A satisfação do trabalhador


Passamos a maior parte do tempo no trabalho,
Caroline Codorniztemos que aprender a gostar do que fazemos ou
Gonçalves
teremos uma vida infeliz e desprazerosa. Trabalhador feliz e satisfeito é sinônimo de produtividade e
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bem-estar. Segundo a autora Edina Bom Sucesso:

“Empresas sempre encontrarão dificuldades para motivar todos os empregados. cada ser humano tem
a sua escala de valores, suas expectativas ,seus sonhos e necessidades diferentes. Além disso,a natureza
humana é marcada pela insatisfação e esta mobiliza posturas e estimula a ação e transformação .Pode-
se ampliar os níveis de satisfação ,mas eliminar a insatisfação por completo não.”

A satisfação no trabalho é um estado emocional resultante da interação de profissionais suas


características pessoais, valores e expectativas com o ambiente e a organização do trabalho.

Atualmente, as empresas utilizam de recursos para aproximar o trabalhador, da sua família. Desde
passeios à filiais da empresa fora do país a festas de confraternização .Tudo isso para haver uma
interação entre a família, o trabalhador e a empresa, criando uma enorme satisfação do trabalhador em
fazer parte dessa “família” num todo.

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5.3 Saúde e produtividade
Atualmente, existe uma maior preocupação com a saúde dos indivíduos que atuam nas organizações.
Um funcionário saudável é sinônimo de produtividade. Um programa de promoção de saúde bem
administrado e desenhado é um empregado mais saudável. Conseqüentemente, os empregados mais
saudáveis, a quantidade de licenças de saúde será menor. Além disso, faria com que a empresa tivesse
redução nos gastos com assistência médica.

O modo como nos sentimos (mentalmente, fisicamente, espiritualmente) afeta e influencia nossa
produtividade. Cada dia que passa o empregado vai perdendo a noção entre o limite do tempo de
trabalho e o descanso, ocasionando estresse e lesões musculares.

A produtividade do empregado é afetada por condições muito freqüentes no ambiente de trabalho,


tais como estresse, ansiedade, depressão, enxaqueca, alergias.

Numa empresa é essencial que as unidades de promoção de saúde (saúde ocupacional, serviços
médicos, benefícios) trabalhem em conjunto tendo suas ações integradas para um objetivo comum. A
saúde do empregado deve ser gerenciada de maneira integrada e ligada ao objetivo global.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

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6. MEIO AMBIENTE
6.1 Meio ambiente: questão de cidadania
Grande parte dos problemas ambientais, como poluição, desequilíbrio
no solo, inundações catastróficas, extinção de animais, tem suas causas
atribuídas ao desenvolvimento de produtos, a qualquer preço, sem se
preocupar com a degradação do meio ambiente. Um exemplo é a
destruição de uma parte da camada de ozônio, que protege a Terra,
pela emissão de gases químicos industriais.

Até há poucas décadas, não se imaginava como seria importante conciliar o


desenvolvimento industrial com o equilíbrio ecológico. Hoje, sabe-se que o
meio ambiente é um aliado da competitividade industrial. A adoção de programas eco eficientes traz
consigo a redução do consumo de matérias-primas, de água e de energia, além da possibilidade de
reaproveitamento e reutilização de rejeitos. Os projetos eram analisados visando apenas atingir os
objetivos de viabilidade técnica e econômica, valendo-se da análise custo-benefício como ferramenta
básica para a avaliação das alternativas. Sob este enfoque, a inclusão dos aspectos ambientais, mesmo
quando contemplados, era obtida pela estimativa de valor monetário dos impactos, sendo os impactos
favoráveis considerados como benefícios e os adversos, como custos.

Caroline Codorniz Gonçalves


A introdução da Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) vem tornar possível a inclusão de outros
carolcodorniz@hotmail.com
valores de natureza ética, cultural e política, assim como uma visão interdisciplinar sobre os aspectos
ambientais, que privilegia uma abordagem integrada, englobando também aspectos econômico-sociais
(PETROBRAS, 2006).

Os avanços alcançados pela política ambiental, em termos de legislação ambiental, a partir da década
de 1970, surgem como resposta às pressões dos movimentos ambientalistas e como resultado da
mudança dos valores sociais em relação à proteção ambiental.

6.2 Norma ISO 14000


6.2.1 O que é Norma ISO 14000?
A norma ISO 14000 é uma ferramenta criada para auxiliar as empresas a identificar, priorizar e
gerenciar os quesitos ambientais definidos de forma padrão independentemente de qual processo
produtivo a empresa de se encontre. A norma faz com que as organizações dêem uma maior atenção
aos requisitos técnicos, tornando essas organizações mais competitivas no mercado tão globalizado.

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6.2.2 Benefícios
O benefício é uma padronização mundial para as ações relativas a meio ambiente. Do ponto de vista
comercial, são harmonizadas as leis internacionais, evitando barreiras comerciais, não tarifárias. Ela
promoverá a melhoria ambiental, através do atendimento a regulamentos e da demonstração do
comprometimento com o gerenciamento ambiental.

Benefícios para empresa:


• Melhoria da imagem da empresa.
• Possibilidade de acesso a novos mercados.
• Redução significativa de acidentes ambientais e custos com ações corretivas.
• Conservação de energia e recursos naturais.
• Redução nas perdas e de desperdício.
• Redução dos custos operacionais pela eliminação de desperdícios e pela racionalização da
alocação dos recursos humanos, físicos e financeiros.
• Redução dos riscos de acidentes e de impactos ambientais.

Benefícios para o cliente:


• Confiança no produto fornecido pela empresa.
• Confiança de que a empresa dá prioridade aos aspectos ambientais.
• Menor risco de acidentes ambientais.
• Maiores informações sobre a empresa quanto a aspectos ambientais.
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
6.2.3 Problemas e desafios
As organizações podem ter alguns desafios na implantação e certificação da norma, são alguns deles:

• Identificar e avaliar os riscos ambientais associados com as operações das organizações.


• Resistência às mudanças e a cultura organizacional.
• Falta de envolvimento e interesse, dificultando a padronização.
• Dificuldade em interpretar de forma correta os requisitos da norma ISO 14000

6.3 Impactos ambientais


Impactos ambientais são todas as alterações causadas pelo homem na fauna, na flora, no solo, no ar e
nas águas (SOUZA, 2004).

Olhando em volta, podemos notar que:


• O ar nas cidades não é tão bom quanto no campo ou dentro de uma mata.
• A água da maioria dos rios não deve ser bebida, porque pode causar doenças graves devido à
poluição das indústrias e esgoto.
• Existem muitos locais onde as encostas estão deslizando, o solo está se abrindo ou
desertificando.

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6.3.1 Qualidade do ar
O ar que respiramos nas grandes cidades, tais como Rio de Janeiro e São Paulo, também se encontra
poluído.

A cidade de São Paulo, nos últimos anos, implantou um programa de rodízio de carros, proibindo que
automóveis, de acordo com suas placas, circulassem em certos dias da semana. O objetivo foi diminuir
a poluição causada pelos carros, o que gerou uma sensível queda nos índices registrados nos hospitais
de pessoas com problemas respiratórios.

No Rio de Janeiro o ar nas áreas industriais é bastante ruim comparado com o ar do litoral sul, onde há
poucas indústrias. Um estudo da Universidade de São Paulo mostrou que para qualquer quantidade de
partículas de poeira e poluição, em suspensão no ar, há um correspondente número de pessoas sendo
atendidas nos hospitais públicos com problemas respiratórios.

6.3.2 Qualidade da água


A água que usamos em casa precisa ser tratada pelas empresas de fornecimento de água, primeiro para
retirar material sólido visível, como pedaços de plantas, animais mortos, mas principalmente, o lixo
que está nos rios. Também retira-se uma série de micróbios transmissores de doenças, que vem do
esgoto lançado nos rios e a poluição despejada
Caroline pelas indústrias.
Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
A Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, é um exemplo de como a poluição industrial e os esgotos
sanitários podem destruir o meio ambiente. Cerca de 70 % da poluição da Baía de Guanabara é
causada pelo lançamento de esgoto sanitário sem tratamento. Antes das indústrias se instalarem nas
margens dos rios que desembocam na baía e do lançamento dessa quantidade de esgoto, a quantidade
de peixes era cerca de 10 vezes a que é hoje, e muitas pessoas viviam daquela pesca.

Em todos os lugares onde as atividades das empresas podem liberar rejeitos líquidos ou sólidos nos
corpos de água, como mares, riachos, rios, poças, lagos, baías, enseadas, praias ou represas, é preciso
muita atenção e cuidado, porque tudo que pode poluir as águas tem um poder incalculável. Hoje existe
uma preocupação mundial com a água doce do mundo, porque em muitos lugares já há disputa pela
água, e o Brasil recentemente passou por uma crise de energia por falta de água, considerando que a
maior parte de nossa energia vem de usinas hidroelétricas - represas.

Importante lembrar que os pequenos riachos, aos quais às vezes não damos importância, normalmente
vão desembocar em outros rios ou lagos e baías, e uma poluição, mesmo num pequeno curso de água,
tem capacidade de contaminar uma área muito grande. A poluição liberada no mar, mesmo em alto
mar, seguirá o fluxo das correntes, e vai acabar por atingir alguém, em algum lugar. O fato de não
sabermos onde vai parar a poluição não nos dá o direito de poluir; a responsabilidade do ambiente é
de todos.

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6.3.3 Qualidade do solo
As estradas que cruzam áreas montanhosas estão freqüentemente sujeitas aos deslizamentos. Já
estamos acostumados com as notícias de estradas bloqueadas por desabamentos quando ocorrem
chuvas um pouco mais fortes que o normal.

A instalação de um duto que atravessa áreas de natureza intacta precisa ser bem feita para não
provocar erosão no terreno. Em médio prazo, a construção de um duto de forma inadequada, sem uma
preparação e proteção do solo ,pode fazer o terreno ceder e exigir a sua recuperação, e o que ele tiver
transportando poderá contaminar o solo.

6.3.4 Consequências e impactos

Por que chegamos a esse estado tão ruim?

Cientistas de todos os países apontam algumas causas, mas a principal delas é a falta de percepção:
temos o hábito de produzir coisas, mas não o de avaliar as conseqüências do que fazemos. Temos uma
grande capacidade de produzir tecnologia, criar carros, máquinas, transformar o petróleo em milhares
de produtos úteis para a sociedade, mas ao fazermos essas coisas, não avaliamos todas as
Caroline Codorniz Gonçalves
conseqüências.
carolcodorniz@hotmail.com
O plástico jogado nos rios causa, entre outras coisas, inundação de casas na enchente, porque bloqueia
o fluxo normal da águas. Mata peixes porque bloqueia a luz que entra na água e aves que se machucam
ou ficam presas nele. As montanhas de lixo são um ninho para insetos portadores de doenças, como os
mosquitos da dengue e bactérias perigosas.

Mais de 50 % do óleo que é encontrado nas nossas praias vêm dos rios e das águas das ruas que correm
pelos bueiros. Estas águas arrastam óleo que é lançado pelas pessoas
e empresas, pelos postos de gasolina, pelas fábricas e pelas indústrias que utilizam os combustíveis
necessários para mover suas máquinas.

É preciso estar atento todo tempo, pensando nas consequências do que estamos causando ao
ambiente, na nossa área de trabalho e fora dela.

Grandes acidentes podem destruir, em pouco tempo, reservas inteiras de biodiversidade espécies
ameaçadas e ainda causar prejuízo incalculável às populações que dependem, por exemplo, da pesca.
Os acidentes com navios petroleiros são um exemplo disso. Em 2003 ocorreu um grande acidente,
onde o óleo de um navio foi todo parar no mar, na costa da Espanha.

O acidente de Bhopal, na Índia ,um dos piores acidentes industriais já ocorridos no mundo, matou
cerca de 2000 pessoas imediatamente, e mais 2000 pessoas algum tempo depois (DUARTE, Moacyr,
2002 ).

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O que mais degrada o ambiente e a qualidade de vida é a chamada operação do dia-a-dia das
instalações realizadas de forma ambientalmente incorreta.

A busca da excelência em SMS tornou-se parte irrevogável da estratégia empresarial que busca a
sustentabilidade do negócio.

Por isso, um sistema de gestão será tanto mais eficaz, quanto mais objetivamente for aplicado.
No mundo atual Segurança, Meio ambiente e Saúde é um assunto cada vez mais discutido para uma
excelência tanto profissional, quanto humana. Questões e posicionamentos estão constantemente
sendo avaliados para que essa relação saúde x trabalhador x segurança x produtividade seja mais
eficaz.

Volta-se ao fato que o elemento humano é o foco deste processo de revisão de valores que as
empresas estão tendo que adequar à cultura organizacional. Precisamos combinar esforços de
planejamento associado a mudanças de hábitos e atitudes comportamentais, faz-se necessário educar
e treinar o elemento humano.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

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R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas
ANDRADE , José Célio Silveira; GUIMARÃES , Maria do Carmo Lessa.Trabalhos de conclusão do
curso de gestão empresarial(turma Petrobrás).Salvador:Universidade Federal da Bahia,2005.

CAMPOS, Vicente Falconi. Gerência de qualidade total.Rio de Janeiro:Ed:Bloch,1990 CEFET-RJ.


Apostila do curso técnico de segurança do trabalho.Rio de janeiro,1996 CEFET-RJ. Apostila
introdução à higiene do trabalho.Rio de Janeiro,1997.

CUNGI , Charly. Saber administrar o estresse na vida e no trabalho.São Paulo:Larousse do Brasil ,


2004.

DUARTE, Moacyr. Riscos Industriais: etapas para a investigação e a prevenção de acidentes. Rio de
Janeiro:Ed. Funenseg, 2002.

FRANÇA, Limongi. Qualidade de vida no trabalho:conceitos e práticas nas empresas da sociedade


pós-industrial.São Paulo:Ed:Atlas,2003.

FERNANDES, Eda. Qualidade de vida no trabalho:como medir para melhorar.Salvador:Casa da


Qualidade Editora Ltda, 1996. Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
JOURNAL OF OCUPACCIONAL MEDICINE. Tradução:SILVA,Valéria da Costa Jardim Miranda da.
Vol.29 n.2 ,págs. 119 a 125.Rio de Janeiro:Petrobrás, 1987.

MARANO , Vicente Pedro.Doenças ocupacionais.São Paulo:Ed:Ltr, 2003.

MORAES , Giovanni.Elementos do Sistema de Gestão de Segurança,Meio ambiente e Saúde


Ocupacional. Gerenciamento Verde Editora e Livraria Virtual: Rio de janeiro, 2004 .

OLIVEIRA, Marcos Antônio Lima.Curso ISO 14000.Ed: Qualitas : Salvador,2006 PETROBRAS/Senai.


Apostila vida e ambiente.Rio de Janeiro, 2006.

ROSSI, Ana Maria ; PERREWÉ,Pámela L. ;SAUTER,Steven L. Stress e qualidade de vida no


trabalho.tradução: DOMINGUES,Marcos Antônio Guirado.São Paulo: Atlas,2005 SOUZA, Carlos
Roberto Coutinho. Manual de produção marítima.Rio de janeiro: Petrobrás, 2004.

TAMAYO, Álvaro.Cultura e saúde nas organizações.Porto Alegre: Artmed, 2004 Disponível em:
www.puc-rio.br/sobrepuc/admin/vrc/cipa/nr5.html

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U N I D A D E 1 2 - P R E S TA Ç Ã O D E
PRIMEIROS SOCORROS
1. INTRODUÇÃO........................................................160

2. CONHECENDO O AMBIENTE.............................................161
2.1 Procedimentos para ajudar a vítima de acidente...................161

3. CONDUTAS EM URGÊNCIAS.............................................162
3.1 Chamando ajuda...................................................162
3.2 Unidades de Pronto Atendimento UPAs.............................163

4. AVALIANDO O LOCAL DO ACIDENTE.....................................164

5. MANOBRAS EM PRIMEIROS SOCORROS....................................165


5.1 Suporte Básico de Vida (SBV).....................................165
Caroline Codorniz Gonçalves
5.2 Avaliação inicial da vítima......................................167
carolcodorniz@hotmail.com
5.3 Principais urgências clínicas....................................172

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................181

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......

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1. INTRODUÇÃO
Acidentes acontecem e a todo o momento estamos expostos a inúmeras situações de risco que
poderiam ser evitadas se, no momento do acidente, a primeira pessoa a ter contato com o paciente
soubesse proceder corretamente na aplicação dos primeiros socorros.

Muitas vezes esse socorro é decisivo para o futuro e a sobrevivência da vítima.

OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA baseia-se nos três ERRES:

1 RAPIDEZ NO ATENDIMENTO

2 RECONHECIMENTO DAS LESÕES

3 REPARAÇÃO DAS LESÕES

Caroline Codorniz Gonçalves


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Recomendações para socorristas


• PROCURE SEMPRE CONHECER A HISTÓRIA DO ACIDENTE

• PEÇA OU MANDE PEDIR UM RESGATE ESPECIALIZADO ENQUANTO VOCÊ REALIZA OS


PROCEDIMENTOS BÁSICOS

• SINALIZE E ISOLE O LOCAL DO ACIDENTE

• DURANTE O ATENDIMENTO UTILIZE, DE PREFERÊNCIA, LUVAS E CALÇADOS


IMPERMEÁVEIS

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2. CONHECENDO O
AMBIENTE
Segundo a Norma Regulamentadora (NR) 32, Serviço de Saúde deve ser entendido como “qualquer
edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção,
recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade”.

Todos os trabalhadores que exercem suas atividades, quaisquer que sejam elas, neste ambiente, estão
sujeitos às implicações técnicas definidas por esta norma. Ela recomenda para cada situação de risco a
adoção de medidas preventivas e a capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro, a fim de
minimizar os riscos provenientes do exercício. Levar este conhecimento ao trabalhador deve fazer
parte das medidas de proteção.

Este manual tem o objetivo de ajudar o funcionário, servidor ou estudante que atuam em ambientes de
saúde a:
• Aprender a entrar em contato com o serviço de urgência.
• Atender uma situação de urgência, prevenindo complicações até a chegada do atendimento
especializado.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com
2.1 Procedimentos para ajudar a vítima de acidente
Quando começamos a trabalhar em um ambiente de risco como um laboratório, ambulatório, hospital
e outros serviços de saúde, devemos conhecer algumas informações essenciais.

1. A quem devo chamar em caso de urgência? (Serviço médico, Hospital, Ambulância, Bombeiros,
Policia Militar)
2. Quais são os telefones de contato em caso de urgência? O local onde estão afixados os telefones
é visível a todos?
3. Existem pessoas treinadas para ajudar em caso de acidentes? Como fazer contato com seus
representantes?
4. Quais os equipamentos de segurança e materiais para atendimento à vítima e onde se localizam?
5. Existe rota de evacuação e qual a sua localização?
6. Qual a localização dos EPC (Equipamentos de Proteção Coletiva), por ex: o chuveiro e ou lava
olhos?

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3. CONDUTAS EM URGÊNCIA
3.1 Chamando ajuda
Para acionar o SAMU ou solicitar atendimento de urgência ao DAST, é preciso fornecer algumas
informações importantes, que serão fundamentais para a sua localização e para que os casos de maior
gravidade sejam atendidos com a rapidez necessária.

É possível avaliar a gravidade de uma vítima e a forma adequada de atendimento por meio de
perguntas objetivas, dirigidas diretamente ao paciente ou à pessoa que ligou solicitando ajuda, tais
como:

• Nome de quem está ligando e telefone de contato;


• Qual a localização da vítima? (endereço completo, ponto de referência e outros);
• Condições da vítima: sexo, idade aproximada, nível de consciência, descrição dos sintomas,
padrão respiratório, onde está localizada a lesão, como foi o acidente, etc.

Ao discar o número 192, o cidadão ligará para uma central de regulação, que conta com profissionais
treinados para realizar o atendimento e médicos que darão as orientações de primeiros socorros por
telefone. São estes profissionais que definem o tipo de atendimento, o tipo de ambulância e equipe
adequada a cada caso. Há situações em que basta somente uma orientação por telefone.
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
O SAMU/192 atende pacientes na residência, no local de trabalho, na via pública, ou seja, através do
telefone 192 o atendimento chega ao usuário onde ele estiver.

De acordo com a situação do paciente, o médico regulador pode:

• Orientar a pessoa a procurar uma unidade de atendimento (centro de saúde , ambulatório de


convênio,e tc) ou Unidade de Pronto Atendimento ( UPA), por meios próprios;

• Atender a solicitação, enviando ao local uma ambulância com auxiliar de enfermagem e


socorrista;

• Em casos graves, será enviada uma USA (Unidade de Suporte Avançado), com Médico e
Enfermeiro. Ao mesmo tempo será avisado ao hospital público mais próximo, para que o
tratamento tenha continuidade com mais rapidez.

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3.1 Unidades de Pronto Atendimento - UPAs
As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) são estruturas de complexidade intermediária entre as
Unidades Básicas de Saúde e as Unidades Hospitalares. Junto a estas, compõem a rede de Atenção às
Urgências.

As UPAs funcionam 24h e são integrantes do componente hospitalar fixo. Devem ser implantadas em
locais estratégicos para a configuração das redes de atenção à urgência, com acolhimento e
classificação de risco em todas as unidades, em conformidade com a Política Nacional de Atenção às
Urgências.

A estratégia de atendimento está diretamente ligada ao trabalho do SAMU, que organiza o fluxo de
atendimento e encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado a cada situação.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

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4. AVALIANDO O LOCAL
DO ACIDENTE
Para iniciar os primeiros socorros à vítima acidentada ou em situação de urgência, o socorrista (aquele
que prestará os primeiros socorros à vítima) deverá assumir o controle da situação rapidamente,
obtendo todas as informações possíveis do ocorrido.

Para um atendimento tranquilo, o socorrista deverá seguir algumas regras:

• Manter-se calmo.
• Usar bom senso.
• Pedir ajuda.
• Chamar por ajuda: Telefones de emergência: 193 (Bombeiro), 192 (SAMU), 190 (Polícia Militar) e
outros
• Afastar os curiosos.
• Atender a vítima com mais uma ou duas pessoas.
• Trabalhar com segurança.
• Utilizar proteção (luvas), para evitar contato direto com sangue ou outras secreções.

Caroline
Quando se aproximar da vítima, Codorniz
tenha certeza Gonçalves
de que tem segurança para o atendimento. É importante
carolcodorniz@hotmail.com
observar rapidamente se existem perigos para o acidentado e para quem estiver prestando o socorro
nas proximidades da ocorrência. Por exemplo: Fios elétricos soltos e desencapados; vazamento de gás;
máquinas funcionando, etc.

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5. MANOBRAS EM
PRIMEIROS SOCORROS
5.1 Suporte Básico de Vida (SBV)
Os procedimentos de primeiros socorros, ou o Suporte Básico de Vida (SBV), podem determinar a
diferença entre a vida e morte. É um conjunto de medidas e procedimentos técnicos com o objetivo de
manter o suporte de vida à vítima até a chegada da equipe de emergência.

Os procedimentos de emergência visam manter as funções vitais e evitar o agravamento de uma


pessoa ferida, inconsciente ou em perigo de morrer, até que ela receba assistência qualificada. Este
atendimento imediato poderá ser realizado por qualquer pessoa habilitada.

Segundo o dicionário Aurélio, Urgência é a “qualidade do que é urgente; necessidade imediata;


aperto”. Em termos médicos é quando há uma situação que não pode ser adiada, que deve ser
resolvida rapidamente, pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo de morte.

Emergência é a circunstância que necessita de intervenção imediata. Em situações de emergência, a


avaliação da vítima e seu atendimento devem
Caroline ser prontamente
Codorniz realizados de forma objetiva e eficaz.
Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
O suporte básico de vida inclui o reconhecimento precoce de pacientes com os primeiros sinais e
sintomas de síndrome coronariana aguda, acidente vascular cerebral e obstrução de via aérea. Inclui as
manobras de reanimação cardio-pulmonar nas vítimas de parada e manobras de desobstrução de vias
aéreas por corpo estranho.

Etapas do SBV

• Reconhecimento imediato da Parada cardiorrespiratória (PCR) e acionamento do Serviço de


Emergência;

• A reanimação cardio-pulmonar precoce, com ênfase nas compressões torácicas;

• Rápida desfibrilação com uso do desfibrilador externo automático (DEA);

• Suporte Avançado de vida eficaz;

• Cuidados pós-PCR.

OBS: NÃO É OBJETIVO DESTE MANUAL FALAR DE CUIDADOS PÓS PCR.

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5.1.1 Desfibrilador Externo Automático - DEA
O Desfibrilador Externo Automático – DEA é um equipamento eletrônico portátil que tem como
função identificar o ritmo cardíaco. A leitura automática é realizada através de pás adesivas que são
fixadas no tórax da vítima. Ele pode ser utilizado por público leigo, com recomendação que o
operador faça um curso de Suporte Básico em parada cardíaca.

Este equipamento é autoinstrutivo, ou seja, tem todas as informações de como deve ser utilizado.

Depois de ligado, ele dá instruções verbais para o procedimento a ser executado. Identifica
automaticamente o ritmo cardíaco normal e as arritmias potencialmente letais (Fibrilação Ventricular-
FV e Taquicardia Ventricular- TV). Além de diagnosticar, ele é capaz de tratá-las, através da
desfibrilação (aplicação de corrente elétrica que interrompe a arritmia, fazendo com que o coração
Caroline Codorniz Gonçalves
retome o ciclo cardíaco normal).
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ATENÇÃO: O DEA não funcionará em casos de PCR, ele só funciona em casos de Fibrilação
Ventricular e Taquicardia Ventricular. Portanto, após a análise do ritmo cardíaco, se ele não
comandar um choque, inicie a massagem cardíaca.

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5.1.2 Usando o DEA
A grande maioria de PCRs em adulto envolvem pacientes com ritmo inicial de Fibrilação Ventricular
(FV) ou Taquicardia Ventricular (TV) sem pulso, portanto a desfibrilação precoce e a compressão
torácica são necessárias. Se você tiver à sua disposição o DEA, deverá utilizá-lo.

1. Posicionar as placas no tórax do paciente, conforme a indicação nelas existente;


2. Ligar o aparelho, ele fará uma análise da situação da pessoa e dará as instruções como:
a) Continue as compressões ou;
b) Compressões ineficientes (isso quer dizer que precisa de mais vigor e velocidade) ou;
c) Afaste-se, para que o equipamento efetue o choque.

ATENÇÃO: Se você não tiver um DEA, mantenha as compressões torácicas até a chegada de uma
equipe de emergência.

5.2 Avaliação inicial da vítima


A avaliação inicial da vítima é uma etapa essencial para seu diagnóstico. Permite o inicio imediato das
manobras de reanimação e o acionamento do serviço de urgência e emergência. Esta etapa deve ser
realizada em qualquer situação de urgência. O que observar:
• A vítima está consciente?
• Apresenta pulso? Caroline Codorniz Gonçalves
• A vítima esta respirando? carolcodorniz@hotmail.com
• A via aérea está desobstruída?

As novas diretrizes da American Heart Association


AHS (2015) preconizam a seqüência:
1. Massagem cardíaca;
2. Desobstrução de vias aérea;
3. Boa ventilação.

5.2.1 Avaliando o estado de


consciência da vítima
Se o acidentado estiver consciente, é preciso
tranquilizá-lo, transmitindo segurança.

Se a vitima estiver inconsciente, coloque-a em uma


superfície dura, firme e plana.

Se ela estiver em decúbito lateral ou ventral, o


socorrista deve virá-la em bloco de modo que a
cabeça, pescoço e tronco movam-se
simultaneamente, sem provocar torções.
Fonte: UFPE

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5.2.2 Avaliando o pulso da vítima
A verificação do pulso deverá ser rápida, durando de 5 a 10 segundos. Estenda o pescoço da vítima e
posicione os dedos indicador e médio sobre a proeminência laríngea. Faça então deslizar lateralmente
a ponta dos dois dedos executando uma leve pressão sobre o pescoço até que se perceba a pulsação.

Os braços do socorrista devem permanecer estendidos, com as articulações dos cotovelos retas,
transmitindo ao esterno da vítima a pressão exercida pelo peso dos seus ombros e tronco. A pressão
aplicada deve ser suficiente para comprimir o esterno cerca de 5 cm (no adulto).

5.2.3 Iniciando as compressões torácicas


1. Ajoelhe-se ao lado da vítima;
2. Inicie a Ressuscitação Cardiopulmonar- RCP na frequência de 100 a 120 vezes por minuto;
3. Coloque a base de uma mão no centro do tórax da vítima e a outra mão sobre a primeira. Os
dedos devem ser entrelaçados;
4. Certifique-se de que os seus ombros estão acima do centro do tórax da vítima;
5. Cada vez que pressionar para baixo, deixe que o tórax retorne a posição inicial. Isto permitirá
que o sangue flua de volta ao coração;
6. As mãos devem manter-se sempre em contato com o tórax;
7. Continue as manobras até a chegada de ajuda.
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: UFSC

A função da RCP não é despertar a vítima, mas estimular a oxigenação e a circulação do sangue até
que seja iniciado o tratamento definitivo.

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5.2.4 Abertura de via aérea em casos clínicos
• Em caso de vítima de PCR clínica, fazer a hiperextensão do pescoço da vítima;

• Em caso de vítima de PCR pós trauma, NUNCA fazer a hiperextensão do pescoço da vítima;

• Colocar uma das mãos sobre a testa da vítima e a outra com as pontas dos dedos na mandíbula;

• A mão que estiver espalmada na testa será a responsável pela maior parte da força, apenas para
apoio e direção.

Fonte: UFSC

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com
5.2.5 Abertura de via aérea em casos de trauma
O socorrista deve se colocar atrás da cabeça da vítima, com os cotovelos apoiados na superfície na
qual ela está deitada. Se a boca da vítima permanecer fechada, o queixo e o lábio inferior devem ser
retraídos com o auxílio dos polegares.

A “manobra da mandíbula” é indicada quando há SUSPEITA DE TRAUMA cervical. Ela deve ser
realizada sem dorso flexão excessiva da cabeça. Se após estas medidas a respiração não se instalar
espontaneamente, deve-se dar seqüência ao atendimento.

Fonte: Sanarmed

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5.2.6 Respiração boca a boca
ATENÇÃO: Na literatura atual não é recomendada a realização de respiração boca a boca, devido ao
risco do contato com secreções digestivas e respiratória. Recomendamos sempre o uso de uma
barreira de proteção (máscara). Porém, neste manual explicaremos a técnica para casos em que houver
necessidade de realizar a manobra em familiares.

• Incline a cabeça da vítima para trás e eleve-lhe o queixo (somente em casos em que não há
suspeita de trauma);

• Coloque a mão na testa da vítima. Comprima as narinas da vítima com o seu polegar e indicador;

• Com a outra mão, mantenha o queixo elevado e deixe que a boca se abra; Inspire normalmente,
incline-se para frente e coloque a sua boca completamente sobre a boca da vítima;

• Insufle ar para dentro da boca da vítima de forma homogênea e ao mesmo tempo verifique se o
tórax se eleva. Deixe que cada insuflação dure cerca de 01 (um) segundo;

• Mantenha a cabeça da vítima para trás com a elevação do queixo. Eleve a sua cabeça para
verificar se o tórax abaixa;

• Inspire normalmente e faça uma 2a insuflação;


Caroline Codorniz Gonçalves
• Reposicione as suas mãoscarolcodorniz@hotmail.com
adequadamente e continue com mais 30 compressões torácicas;

• Recomenda-se o uso de máscara de proteção individual para ressuscitação.

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Resumo dos principais elementos de Suporte Básico de
Vida (SBV)
Adaptado do American Heart Association

C – Circulação
Sequência de RCP A – Abertura de via aérea
B – RespiraçãoNão

C – Circulação
Sequência de RCP A – Abertura de via aérea
B – RespiraçãoNão

Frequência de compressão Pelo menos 100 a 120/min

Profundidade de compressão 5 cm

Retorno da parede torácica Permitir retorno total Antero Posterior


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Interrupções das compressões Interrupções em no máximo 10 seg
carolcodorniz@hotmail.com

Elevação modificada da mandíbula


Vias aéreas (trauma) Inclinar a cabeça e elevar o
queixo (clínico)

30:2 independente da quantidade de


Relação compressão/ventilação
socorristas.

Instalar o DEA a vítima assim que ele


estiver disponível no local.
Desfibrilação
Reiniciar a RCP com compressões
imediatamente após cada choque.

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5.3 Principais Urgências Clínicas
É muito importante que a vítima de PCR receba atendimento imediato. É importante para a
manutenção da vida e prevenção de sequelas se uma equipe treinada de socorristas estiver presentes
no momento da PCR.

Existem outras alterações ou quadro clínicos que, se não socorridos a tempo, podem levar a vítima a
ter consequências graves ou até a morte. Algumas dessas são comuns em ambiente de laboratórios; por
isso o socorrista deverá conhecer procedimentos de primeiros socorros:

• Desmaio.
• Obstrução das vias aéreas superiores.
• Hemorragia de grandes volumes.
• Estado de choque (pressão arterial, etc).
• Convulsões.
• Envenenamento (intoxicações exógenas).
• Queimaduras em grandes áreas do corpo.

5.3.1 Desmaio
O “desmaio” é provocado por falta de oxigênio no cérebro. Automaticamente o cérebro reage com
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falta de força muscular, queda do corpo e perda de consciência14.
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Causas: Falta de alimentação ( jejum), emoção súbita, ambiente fechado e quente, mudanças bruscas de
posição, doenças (tumores cerebrais) etc.
Sintomas: palidez, suor, vista escura, perda do controle dos músculos, perda dos sentidos.

O que fazer:
Se a vítima estiver acordada (consciente):
• Sente-a, abaixe a cabeça e faça leve pressão na nuca para baixo ou deite a vítima e eleve suas
pernas para facilitar o retorno venoso.
• Chame por ajuda e leve-a a uma unidade de saúde.

Se a vítima estiver inconsciente:


• Realizar a avaliação inicial e chamar por socorro

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 172


5.3.2 Asfixia
Asfixia é a interrupção dos movimentos respiratórios e/ou obstrução da entrada
de ar nas vias aéreas.

Pode ser devido a:


• Corpo estranho.
• Afogamento.
• Estrangulamento.
• Soterramento.
• Obstrução por língua (muito comum nos idosos).
• Gases tóxicos.
• Choque elétrico.
• Venenos.
• Traumatismo na cabeça.
• Alergia e outros.

5.3.3 Desobstrução de vias aéreas


A obstrução da via aérea pela língua é a causa mais comum de PCR em traumas crânio encefálico,
choque e em situações clínicas com paciente inconsciente. O relaxamento da língua da vítima em
Caroline Codorniz Gonçalves
decúbito dorsal impede a passagem de ar das vias aérea superiores para as inferiores. A inconsciência
carolcodorniz@hotmail.com
também favorece o retorno do conteúdo gástrico para a via aérea causando asfixia.

Quando a respiração for interrompida deve-se utilizar as manobras de desobstrução, elevando o


queixo e inclinando a cabeça da vítima para trás ou, em caso de aumatismo realizar a manobra de
elevação da mandíbula. As duas manobras já foram descritas acima.

5.3.4 Obstrução de via aérea por


corpo estranho
Os sinais clássicos da vítima de engasgo são:
• Tosse (na tentativa de expelir o corpo estranho).
• Agitação (sensação de morte).
• Levar as mãos à garganta (a vítima não consegue falar).
• Dificuldades para respirar.
• Mudança da cor da pele (cianose/arroxeado).

Se a vítima não for socorrida a tempo ela poderá evoluir para PCR. Existe um
procedimento, chamado manobra de Heimlich, que qualquer pessoa pode fazer na
tentativa de retirar o corpo estranho de uma vítima de engasgo. Para isto, o socorrista
deverá estar treinado e identificar os sinais de engasgo.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 173


Manobras de Heimlich
Esta manobra poderá ser executada em pessoas de qualquer idade. Quando a vítima estiver
consciente.

1. Apresente-se e explique o que será feito;


2. Posicionar-se atrás da vítima;
3. Posicionar a mão fechada abaixo do Apêndice Xifóide;
4. Colocar a mão oposta sobre a primeira;
5. Fazer quatro compressões firmes direcionadas para cima;
6. Se não obtiver sucesso e notar que a vítima está prestes a desmaiar, coloque-a gentilmente no
chão (ela vai perder a consciência e pode evoluir para Parada Respiratória);
7. Estenda o pescoço da vítima, o que facilita a passagem do ar;
8. Abra-lhe a boca e tente visualizar algo que possa estar causando a obstrução. Se possível retire o
corpo estranho;
9. Se não for possível, iniciar as manobras de reanimação;
10. Peça ajuda sempre.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: Hyperscience

Em mulheres grávidas ou vítimas obesas, nas quais o reanimador tenha dificuldade em envolver o
abdômen, devem ser realizadas compressões no esterno (semelhante à manobra de RCP). Podem ser
aplicadas em vítimas conscientes ou inconscientes.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 174


Em crianças e Recém-Nascidos os engasgos podem ocorrer durante a amamentação, a alimentação ou
pela introdução acidental de objetos na boca. O reconhecimento precoce da obstrução de vias aéreas
nesse público é indispensável para o sucesso no atendimento.

Técnica:
• Utilizar a região hipotenar das mãos para aplicar até 05 palmadas no dorso do lactente (entre as
escápulas);
• Virar o lactente segurando firmemente entre suas mãos e braços (em bloco);
• Aplicar 05 compressões torácicas, como na técnica de reanimação cardiopulmonar (comprima o
tórax com 02 dedos sobre o esterno, logo abaixo da linha mamilar).

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

Fonte: USP

5.3.5 Queimaduras
Queimadura é toda lesão provocada pelo contato direto com alguma fonte de calor ou frio, produto
químico, corrente elétrica, radiação, ou mesmo alguns animais e plantas (como larvas, água-viva,
urtiga), entre outros.

Se a queimadura atingir 10% do corpo de uma criança ela corre sério risco. Já em adultos, o risco existe
se a área atingida for superior a 15%.

As queimaduras podem ser classificadas quanto ao:


1. Agente causador;
2. Profundidade ou grau;
3. Extensão.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 175


Agente causador

• Temperatura: Vapor, objetos aquecidos, água quente, chama,


gelo, etc.
FÍSICOS • Eletricidade: Corrente elétrica, raio, etc.
• Radiação: Sol, aparelhos de raios X, raios ultra-violetas,
nucleares, etc.

• Produtos químicos: São provocadas por substâncias químicas


QUÍMICOS
em contato com a pele: ácidos, bases, álcool, gasolina, etc.

• Animais: Lagarta-de-fogo, água-viva, medusa, etc.


BIOLÓGICOS
• Vegetais: O látex de certas plantas, urtiga, etc.

Profundidade ou Caroline
grau Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
1° grau: Atingem as camadas superficiais da pele. Apresentam vermelhidão, inchaço e dor
1° local suportável, sem a formação de bolhas. Exemplo: queimadura de sol.

2° grau: Atingem as camadas mais profundas da pele. Apresenta bolhas, pele avermelhada
2° ou com coloração variável, dor, inchaço, desprendimento de camadas da pele e possível
estado de choque.

3° 3° grau: Atingem todas as camadas da pele e podem chegar aos músculos e ossos.
Apresentam pouca ou nenhuma dor e a pele branca ou carbonizada.

Extensão
Quanto à extensão, as queimaduras são calculadas por área queimada, quanto maior a área atingida,
mais severa é a queimadura.

1. Baixa extensão: Menos de 15% da superfície corporal atingida;


2. Média extensão: Entre 15 e 40% da superfície corporal atingida.

Para cálculo da superfície queimada, utiliza-se a REGRA DOS 9%

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Um adulto de frente Um adulto de costas

9% = rosto 9% = costas

9% = tórax 9% = abdômen

9% = abdômen 9% = perna direita

9% = perna direita 9% = perna esquerda

9% = esquerda 9% = os dois braços

9% = os dois braços 45% = subtotal

1% = órgão genital

55% (frente) + 45% costas =


55% - subtotal
100% da área do corpo

Caroline Codorniz Gonçalves


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177
Cuidados gerais para todas as queimaduras
• Em queimaduras de pequena extensão: colocar a parte queimada debaixo da água corrente fria,
em jato suave, por aproximadamente, 10 (dez) minutos. Compressas úmidas e frias também são
indicadas.
• Em caso de queimaduras extensas, colocar a vitima debaixo do chuveiro durante 30 minutos.
Após este período, retire as roupas molhadas e proteja.
• Seque o corpo com um lençol ou pano limpo. Não retirar roupas aderidas; Retire também os
adornos (pulseiras, anéis e outros).
• As queimaduras provocam edema. No caso de agentes químicos, retirar a roupa ou parte dela que
estiver contaminadas pela substância causadora. Lave a queimadura por no mínimo 30 minutos.
• Em caso de vestes pegando fogo não permita que pessoa corra, pois pode aumentar as chamas.
• Abafe com um cobertor para apagar as chamas ou role o acidentado no chão.
• No caso de queimaduras de 2o grau em grandes extensões do corpo, por calor, substâncias
químicas ou eletricidade, a vítima necessita de cuidados médicos urgente. Nunca toque a
queimadura com as mãos sem proteção;
• Nunca fure bolhas.
• Nunca tente descolar tecidos grudados na pele queimada;
• Nunca retire corpos estranhos ou graxa do local queimado;
• Nunca coloque manteiga, pó de café, creme dental ou qualquer outra substância sobre a
queimadura;
• Nunca dê água para vítima de queimadura extensa;
Caroline Codorniz Gonçalves
• Não use gelo diretamente sobre a área queimada. O gelo poderá agravar mais a queimadura;
• Somente dê água para ascarolcodorniz@hotmail.com
vitimas conscientes com queimadura de 1° ou 2° grau de pequena
extensão.
• Encaminhe a vítima para uma unidade de saúde, onde será indicado o tratamento necessário.

Queimadura nos olhos é sempre grave!

As queimaduras nos olhos (térmicas e químicas) devem ser encaminhadas com urgência para um
atendimento oftalmológico.

• Queimadura térmica: cubra os olhos da vítima com compressa umedecida e encaminhe a uma
unidade de saúde.

• Queimadura por substâncias químicas: lave imediatamente com água corrente (lava olhos) por
mais de 15 minutos. Em seguida encaminhar a um Pronto Socorro Oftalmológico.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 178


Queimaduras por Substâncias Químicas

As substâncias químicas podem entrar em contato com a vítima por absorção cutânea, inalação e
ingestão. A lesão causada por substância química vai depender do agente agressor, da concentração da
substância e do tempo de exposição.

Quando um colega de trabalho acidentalmente entrar em contato com substância química


(independente se Ácidos ou Álcalis):

1. Lave a área afetada exaustivamente com água corrente;


2. Retire a roupa que teve contato com a substância;
3. Peça ajuda;
4. Encaminhe a vítima ao Pronto Socorro.

5.3.5 Intoxicação
No caso de ingestão de substâncias desconhecidas, a intoxicação vai depender:

• Da substância que está sendo ingerida;


• Do tempo de exposição à substância (quanto maior for o tempo em que a pessoa ficou exposta
Caroline
aos produtos químicos, maiores serãoCodorniz Gonçalves
as possibilidades deste produto causar danos à sua saúde);
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• Da concentração da substância química (quanto mais concentrado maior o dano a vítima);
• Da toxidade da substância;
• Da natureza da substância e da susceptibilidade individual. O efeito no organismo após a
exposição à substância química vai desde irritação na garganta até a morte. Suspeitamos de uma
ingestão de substância química quando a vítima apresentar sinais como:
• Salivação;
• Diminuição da pupila (miose);
• Sudorese excessiva;
• Respiração alterada;
• Nível de consciência alterado e outros.

O QUE FAZER:

• Não fazer a vítima vomitar; se ela tiver ingerido alguma substância


corrosiva haverá dano durante a ingestão e novamente quando for
expelida;
• Levar a vítima ao pronto-socorro imediatamente, levando a embalagem
do produto químico;
• Manter a vítima deitada, limitando os movimentos.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 179


Intoxicações por Substâncias Tóxicas cujo tratamento
NÃO DEVE envolver ações eméticas

Ácidos fortes Fluidos de lavagem à seco

Amônia Gasolina

Benzeno Hipoclorito de sódio (água sanitária)

Óxido de cálcio (cal) Éter de petróleo (nafta)

Carbonato de sódio Óleo de pinho

Fenóis, creolina Querosene

Desinfetantes fenólicos Hidróxido de sódio (soda)

Detergentes Barrilha

Álcool (etílico, isopropílico, desnaturado)


Caroline Álcool (metílico)
Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Etileglicol Bórax

Cânfora Formaldeído

Repelente de insetos

180
6. CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Prestar socorro não significa somente aplicar procedimentos e técnicas, mas principalmente solicitar
ajuda, verificar a situação da vítima e as condições do local onde ela se encontra.

O treinamento em primeiros socorros não deve ficar focado apenas nos profissionais de saúde, mas
deve abranger os demais membros da Universidade, uma vez que qualquer pessoa pode precisar de
ajuda, seja no local de trabalho, no trânsito ou no próprio lar.

A capacitação do leigo para atendimento precoce em situações de urgência é fundamental para salvar
vidas e prevenir sequelas, sendo esta a melhor maneira de reduzir os índices de traumas e óbitos
vivenciados.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

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R ef er ên c ias b ib lio gr áf icas
http://www.trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR32.pdf

http://www.brasil.gov.br/sobre/saude/atendimento/samu

http://webdicionario.com/urgência

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/54queimaduras.html

http://www.iqm.unicamp.br/sites/default/files/manual_de_seguran%C3%A7a_em_laboratorio_quimic
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http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento=portlet&app=saude&pg=5571&tax=15383

http://www.jandaiadosul.ufpr.br/wpcontent/uploads/2015/12/Guia_Pr%C3%A1tico_Primeiros_Socorro
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Ferreira AVS, Garcia E. Suporte básico de vida. Rev Soc Cardiol- Estado de São Paulo. 2001;11(2):214-
25. Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
http://books.scielo.org/id/zt4fg/pdf/giglio-9788575413784-02.pdf

http://www.anvisa.gov.br/boletim_tecno/boletim_tecno_fev2011/PDF/matriz_desfibri_que_temos04f
ev2011.pdf

American Heart Association. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2015.
Atualização das Diretrizes de RCP e ACE. [versão em Português]. Disponível em:
https://eccguidelines.heart.org/wpcontent/uploads/2015/10/2015-AHAGuidelines-
HighlightsPortuguese.pdf. Acesso em: 12/01/2018

http://www.szpilman.com/CTI/protocolos/Vias_aereas_CTI_2010.pdf

http://www.escolaelectra.com.br/apostilas/novas/CQ%20-NR- 10_PARTE4_29_11_2010.pdf

Emergencias Clínicas: abordagem prática. Herlon Saraiva Martins, et. al 2a edição. Barueri São Paulo:
Editora Manole.

http://socorrismo12d.blogspot.com.br/2009/05/manobra-de-heimlich.html

http://socorrismo12d.blogspot.com.br/2009/05/manobra-de-heimlich.html

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U N I D A D E 1 3 - G E S TÃ O E M S A Ú D E ,
A DM I N I S T R AÇ ÃO E M S E RV IÇ O E
I N F O R M ÁT I C A A P L I C A D A
1. ORGANIZAÇÃO DO AMBIENTE DO TRABALHO ..............................185
1.1 Introdução.......................................................185
1.2 O conceito de organização do trabalho............................185
1.3 As linhas teóricas sobre organização do trabalho.................185
1.4 Um modelo de contingência sobre organização do trabalho..........189
1.5 A rotinização do trabalho........................................192

2. PREENCHIMENTOS DE FICHAS E RELATÓRIOS ............................194


2.1 Introdução.......................................................194
2.2 Prontuário.......................................................194

3. CONTROLE E ORGANIZAÇÃO DE CADASTRO, ARQUIVO, FLUXO E AGENDAMENTO DE


Caroline Codorniz Gonçalves
PACIENTES............................................................197
carolcodorniz@hotmail.com
3.1 A auditoria de informação........................................197
3.2 Aprendizagens....................................................201

4. CONTROLE DE QUALIDADE, QUANTIDADE E ESTOQUE DE MATERIAIS..........202


4.1 Introdução.......................................................202
4.2 Administração de estoques........................................205
4.3 Sistemas de gerenciamento de estoques............................210

5. CONTROLE DE EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTAIS..........................211


5.1 Manutenção preventiva de equipamento odontológico................211

6. SISTEMA DE ATENÇÃO EM ODONTOLOGIA.................................217


6.1 Atenção básica, estratégia saúde da família, diretrizes da Política
Nacional de Saúde Bucal..............................................217
6.2 Organização da Saúde Bucal na Atenção Básica.....................219
6.3 Indicadores de Saúde Bucal no pacto de Atenção Básica............221
6.4 Processo de trabalho em equipe...................................222
6.5 Competências da equipe de Saúde Bucal............................223

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6.6 Organização da demanda...........................................225
6.7 Campo da atenção na Saúde Bucal..................................228

7. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE REFERÊNCIA E CONTRA REFERÊNCIA NO CONTEXTO


DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE PARA SAÚDE BUCAL – CEO.....................232
7.1 Referência aos serviços especializados para diagnósticos das lesões
de boca e câncer bucal...............................................234
7.2 Referência aos serviços especializados em endodontia.............235
7.3 Referência aos serviços especializados em periodontia............237
7.4 Referência aos serviços especializados de cirurgia e traumatologia
bucomaxilofacial.....................................................238
7.5 Referência ao tratamento odontológico nos serviços especializados
a pessoas com necessidades especiais.................................240
7.6 Referência aos serviços especializados em prótese dentária.......243

8. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE (GERAL) E ODONTOLÓGICA............245


8.1 Introdução.......................................................245
Caroline Codorniz Gonçalves
8.2 Sistemas de informação na Atenção Básica.........................245
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8.3 Tabela de procedimentos di SIA/SUS...............................246
8.4 Fluxograma das informações em odontologia na Atenção Básica......247
8.5 Inclusão no sistema SIA/SUS......................................249

9. INFORMÁTICA.......................................................250
9.1 A radiografia digital............................................252
9.2 Conclusão........................................................255

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................256

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1. ORGANIZAÇÃO DO
AMBIENTE DO TRABALHO
1.1 Introdução
A questão da produtividade é hoje, mais do que nunca, tema de discussões que se desenvolvem desde
os recintos acadêmicos até o interior das fábricas. Há posições bastante diferentes, e as controvérsias
não parecem estar sendo eliminadas, malgrado os esforços de economistas, engenheiros, psicólogos,
sindicalistas e empresários.

O objetivo deste módulo é propiciar alguns subsídios para esse debate; o material aqui apresentado é o
resultado de uma pesquisa sobre características do processo da organização do trabalho nos sistemas
de produção de empresas industriais, cujo enfoque, voltado para o aspecto organizacional
propriamente dito, relaciona-se, sobretudo com a questão da produtividade.

1.2 O conceito de organização do trabalho


Entendemos organização do trabalho como "a especificação do conteúdo, métodos e interrelações
CarolineosCodorniz
entre os cargos, de modo a satisfazer Gonçalves e tecnológicos, assim como os
requisitos organizacionais
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requisitos sociais e individuais do ocupante do cargo".

Sob essa perspectiva, o processo de organização do trabalho envolve dimensões técnicas e dimensões
sociais, que caracterizam o enfoque sócio técnico, a partir do qual desenvolvemos a pesquisa.

No levantamento bibliográfico inicial, observamos que os estudos sobre empresas industriais no


contexto brasileiro privilegiam os aspectos sociológicos e políticos do processo de trabalho, pouco
revelando do aspecto organizacional. Em função disto, nosso trabalho assumiu um caráter
essencialmente exploratório. Por outro lado, constatamos que a literatura teórica sobre organização
industrial é muito rica, e dela lançamos mão para elaborar um modelo conceituai que nos permitisse
captar as reais dimensões do problema da organização do trabalho industrial.

1.3 As linhas teóricas sobre organização do trabalho


A literatura existente apresenta três linhas teóricas básicas a respeito de organização do trabalho
industrial, a saber:

• Racionalização da tarefa do cargo.


• Enriquecimento de cargos.
• Grupos semiautônomos.

É importante enfatizarmos, desde o início, que, muito embora as premissas que sustentam cada uma
das linhas teóricas sejam diferentes, todas são apresentadas como maximizadoras da produtividade.

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1.3.1 Racionalização da tarefa e do cargo
A consolidação e a formalização da linha de racionalização da tarefa e do cargo, também chamada
administração científica, é atribuída a Frederick W. Taylor.

Em fins do século passado e início deste, Taylor propôs o método da administração científica, ou
determinação científica da tarefa, em substituição "às regras pessoais empíricas que vigoravam no
processo", como a forma mais adequada para acabar com a "vadiagem no trabalho" e aumentar a
produtividade no setor de produção.

A racionalização da tarefa e do cargo baseia-se nas seguintes premissas:

"Existe uma maneira ótima de se desempenhar uma tarefa; para


estabelecê-la, devesse examinar a realidade de forma científica.”

Para tornar operacional esta colocação, foi desenvolvido um conjunto de técnicas, hoje consolidado
no chamado estudo de tempos e movimentos.

A aplicação dessas técnicas implica, contudo, uma segunda premissa, que é a seguinte:
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"É necessário separar o planejamento da execução da tarefa.”

Isto porque, de acordo com a concepção taylorista, "o operário, ainda o mais competente, é incapaz de
compreender esta ciência”.

Porém, na medida em que os elementos que planejam o trabalho não são aqueles que o executam, e
também que tal planejamento resulta numa maneira ótima de executar a tarefa:

"É necessário promover a seleção do melhor operário para


cada tarefa, o seu treinamento e o seu desenvolvimento.”

O enquadramento do operário no esquema seria simples, na medida em que:

"Todo trabalhador procura maximizar seus ganhos monetários.”

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 186


Isto deu ensejo ao desenvolvimento dos sistemas de incentivo salarial. Por outro lado, como "a
experiência demonstra que quando os trabalhadores estão reunidos tornam- se menos eficientes do
que quando a ambição de cada um é pessoalmente estimulada", torna-se necessário:

"Evitar grupos de trabalho.”

Em síntese, o esquema de racionalização da tarefa e do cargo prevê um completo serviço de apoio ao


operário, desde a cuidadosa análise científica da tarefa que ele deve desenvolver até a criação de um
sofisma de treinamento, de modo que cada operário receba instruções precisas acerca do que deve ser
feito, como deve ser feito e o tempo exato para sua execução. A produtividade dependeria, então,
apenas do desempenho do operário, e isto seria garantido por um sistema de incentivos salariais, que
levaria o nível de produtividade ao seu ponto mais alto.

1.3.2 O enriquecimento de cargos


Para explicar o surgimento do método conhecido como enriquecimento de cargos é preciso
considerar as experiências e as teorias acerca dos fatores psicológicos que afetam a produtividade, ou
de motivação para o trabalho, que se sucederam desde o experimento pioneiro da Western Electric,
em Hawthorne, iniciado em 1927.
Caroline Codorniz Gonçalves
Nessa ocasião, foi levantada a hipótese de que a produtividade seria bem maior desde que os aspectos
carolcodorniz@hotmail.com
psicológicos dos trabalhadores estivessem adequadamente tratados. No entanto, como pouco se
conhecia sobre tais aspectos psicológicos, o resultado prático foi a adoção de medidas que visavam,
fundamentalmente, melhorar o ambiente de trabalho.

Deve-se a Maslow, Argyris, Herzberg, entre outros, os estudos que procuram elucidar os fatores
psicológicos que afetam o comportamento das pessoas no trabalho. Da análise da obra desses autores,
chega-se a duas colocações básicas:

1° A produtividade de uma pessoa é tanto maior quanto mais satisfeita ela estiver.

2° A satisfação é decorrente de fatores intrínsecos ao trabalho.

Consequentemente, para que se atinjam altos níveis de produtividade, o trabalho deve ser estruturado
de forma a acarretar satisfação para os indivíduos, e isto será atingido desde que se propiciem
condições para que eles possam atingir as características de personalidade de pessoas maduras.

A solução proposta para o problema assim colocado é apresentada num conjunto de técnicas que se
convencionou chamar enriquecimento de cargos.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 187


Tais técnicas são as seguintes:

• Rotação de cargos - implica o revezamento entre as pessoas envolvidas nas tarefas do sistema
produtivo;
• Ampliação horizontal - neste caso, agrupam-se diversas tarefas, de mesma natureza, num único
cargo;
• Ampliação vertical - é o caso onde se atribuem tarefas de diferentes naturezas (exemplo:
produção, inspeção, manutenção) a um único cargo;
• Enriquecimento de cargos - admite que se aplique a ampliação horizontal e a vertical a um único
cargo.

Em síntese, o enriquecimento de cargos prevê a ampliação do conteúdo do cargo, aumentando a


diversidade de tarefas que a pessoa desenvolve e procedendo a uma parcial e gradual delegação de
responsabilidade.

1.3.3 Grupos semiautônomos


O conceito de grupos semiautônomos passou a ser difundido a partir de diversas experiências sobre
diferentes formas de organizar trabalho. A primeira delas se desenvolveu nas minas de carvão em
Durham, Inglaterra, por volta de 1948, e as mais recentes e famosas são aquelas que estão se
desenvolvendo nos países escandinavos, como é o caso da Volvo e da Saab.
Caroline Codorniz Gonçalves
Um grupo semiautônomo (GSA) é uma equipe de trabalhadores que
carolcodorniz@hotmail.com executa, cooperativamente, as
tarefas que são designadas ao grupo, sem que haja uma pré-definição de funções para os membros.

As justificativas para este esquema contemplam tanto o aspecto social quanto o aspecto técnico do
trabalho.

Sob o aspecto social, admite-se que o ponto mais relevante é a cooperação requerida entre os
elementos constituintes do grupo, ou seja, o suporte para o inter- relacionamento entre as pessoas são
relações de trabalho, e não relações espontâneas de amizade
como colocam os defensores do enriquecimento de cargos.
Além disso, sob o prisma individual, requer o desenvolvimento
de múltiplas habilidades. Sob o aspecto técnico, o conceito
fundamental é o da autorregulação. Isto decorre da
preocupação de se evitar a formalização dos cargos,
e permite que o sistema de produção se caracterize
por uma grande dose de flexibilidade.

Em resumo, no esquema de grupos semiautônomos,


o grupo recebe uma tarefa com baixo nível de
detalhamento, recebe recursos para executá-la
e tem autonomia para se estruturar durante o
processo de desenvolvimento do trabalho.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 188


1.4 Um modelo de contingência sobre organização
do trabalho
A coexistência de três métodos para organizar o trabalho no setor produtivo nos levou a investigar as
razões da não preponderância de um método sobre os outros e das condições que permitem que os
três métodos permaneçam em uso, simultaneamente.

A análise da literatura existente resultou num modelo de contingência sobre organização do trabalho,
pois a experiência parece indicar que o melhor método para a organização do trabalho numa empresa
é função de características próprias da empresa. Os autores pesquisados concentraram sua atenção
basicamente em duas dessas características, quais sejam:

• a tecnologia de produção;
• as características do ambiente da empresa.

1.4.1 Tecnologia de produção e organização do trabalho


Para caracterizar os diferentes tipos de tecnologia de produção, utilizamo-nos do grau de
automatização do processo produtivo, admitindo que, à medida que o processo produtivo passa a ser
automatizado, ou seja, a ter os mecanismos de controle embutidos nas próprias máquinas, modifica-se
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o papel desempenhado pelos trabalhadores.
carolcodorniz@hotmail.com
Um sistema produtivo abriga três elementos básicos: homem, máquina e produto. Definem-se, assim,
três tipos de relação:

• Homem-máquina;
• Máquina-produto e
• Homem-produto.

A primeira relação, homem-máquina, caracteriza o aspecto de manutenção da máquina. A segunda


relação, máquina-produto, estabelece o nível de automatização do processo. Finalmente, a terceira
relação, homem-produto, define o cargo da pessoa.

Baseados neste esquema, definimos três tipos de sistema de produção, em função de seu grau de
automatização:

• Não automatizados - são os sistemas de produção em que a relação homem-produto é a


primordial para obtenção do produto.
• Automatizados - são aqueles em que a relação básica é a relação máquina-produto.
• Semi-automatizados - são os sistemas de produção que não apresentam preponderância de
homens ou máquinas para a consecução do produto final.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 189


Quando o sistema de produção é não automatizado, o que se requer é que o trabalhador tenha
conhecimento e habilidade para desenvolver as tarefas que lhe são entregues, o que caracteriza um
esquema que guarda alguns traços do sistema artesanal, o qual denominaremos sistema semiartesanal.

O fato de um sistema ser semi-automatizado e não totalmente automatizado geralmente decorre de


restrições de caráter físico, como é o caso da indústria automobilística, ou de caráter econômico,
como é o caso da indústria de calçados. Não obstante, a automatização, mesmo que parcial, indica que
já houve um estudo detalhado e minucioso da tarefa.

Homens e máquinas assumem, então, papéis semelhantes, e o que se exige dos trabalhadores é,
basicamente, obediência a procedimentos preestabelecidos. O método de organização do trabalho
mais adequado é o da racionalização da tarefa e do cargo.

Quando o sistema de produção é automatizado, a função do homem se resume, na maior parte do


tempo, às tarefas de rotina, de monitoração e controle das máquinas. No entanto, se algo de anormal
acontecer, é preciso que o operário aja rápida e precisamente, para evitar danos consideráveis,
decorrentes do alto custo dos equipamentos e dos materiais em transformação.

Responsabilidade e iniciativa tornam-se, então, os fatores mais importantes para o trabalhador.

Diversas pesquisas indicam que o método mais adequado para a organização do trabalho nestas
condições é o de grupos semiautônomos. Em resumo, a posição dos autorespesquisadores, no que
concerne ao método de organização do trabalho,
Caroline em função
Codorniz da tecnologia de produção, é a seguinte:
Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
• Tecnologia: Não automatizado | Semi-automatizado | Automatizado
• Organização do trabalho: Semi-artesanal | Racionalização

ENRIQUECIMENTO DE CARGOS:

O método de enriquecimento de cargos não é citado


explicitamente na literatura, mesmo porque é um esquema
que não leva em consideração variáveis tecnológicas.

Não obstante, cremos ser possível caracterizar a sua a


plicação a sistemas com um alto grau de racionalização para
minorar os problemas psicológicos, assim como a sistemas em transição de
semi-automatizados para automatizados, quando se passa a requerer maior
responsabilidade por parte do trabalhador.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 190


1.4.2 Ambiente organizacional e organização do trabalho
A maior dificuldade enfrentada pelas pesquisas sobre ambientes organizacionais parece residir na
dificuldade de estabelecer parâmetros que permitam criar uma tipologia de ambientes organizacionais,
o que é condição necessária para qualquer tentativa de generalização.

Para nossa análise, utilizamos uma simples dicotomia para caracterizar diferentes contextos
organizacionais: ambientes quase estacionários e ambientes dinâmicos.

Consideramos que uma empresa, em sua função de transformação, deve interagir com um grande
número de agentes ambientais: fornecedores, clientes, concorrentes, entidades normalizadoras e
regulamentadoras etc. Estes elementos que se relacionam com a empresa, inter-relacionam-se,
também, entre si.

Para nós, o traço mais importante para a caracterização do ambiente organizacional é a estabilidade ou
não dessas inter-relações, no tempo. Se as inter-relações forem estáveis - o que implica apresentarem
uma configuração com baixa taxa de mudança, consideraremos o ambiente organizacional como
pouco dinâmico ou quase estacionário. Se, ao contrário, as inter-relações apresentarem uma alta n
taxa de mudança, teremos caracterizado um ambiente dinâmico.

Ao analisarmos as duas tipologias mais conhecidas, a de Lawrence e Lorsch e a de Thompson,


observamos que ambas propõem quatro classes de ambientes organizacionais, baseadas:
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
• Na quantidade das inter-relações empresa-agentes ambientais;
• Na estabilidade dessas inter-relações.

Em nosso esquema, a quantidade de inter-relações não foi considerada um fator relevante. No que
concerne à influência do ambiente organizacional sobre a organização do trabalho, a análise da
literatura existente revelou que para empresas em ambientes quase estacionários o esquema de
racionalização é o mais adequado, pois a estabilidade das inter-relações resulta em tarefas estáveis, às
quais é possível aplicar a sistemática desenvolvida pela administração científica.

Nas empresas que interagem com ambientes dinâmicos, as tarefas assumem um caráter de
transitoriedade, que obriga a uma constante redefinição dos papéis dos trabalhadores. Isto requer
sistemas produtivos com características de flexibilidade, que podem ser alcançadas com a implantação
do esquema de grupos semiautônomos, ou ainda com a constituição de um sistema semi-artesanal de
trabalho.

Note-se que quanto mais dinâmico é o ambiente, mais complexo deve ser o processo de planejamento
externo de trabalho, o que justifica o surgimento de esquemas que propõem a descentralização do
processo e a sua atribuição aos próprios encarregados da execução. Neste contexto, em primeira
instância, parte do processo de planejamento de trabalho seria transferido para um grupo previamente
designado; em condições ainda mais dinâmicas, nem sequer o grupo seria planejado, resultando a
configuração de homens-e-tarefas do próprio processo de interação entre essas pessoas em face da
tarefa global que tem de ser desenvolvida.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 191


1.4.3 Um modelo de contingência sobre organização do
trabalho
Observamos, então, que a literatura existente sobre organização do trabalho lança mão de duas
dimensões para justificar a adequação dos diferentes métodos existentes: tecnologia de produção e
dinamismo ambiental. É necessário ressaltar, entretanto, que essas dimensões não são independentes,
pois como já frisamos a automatização do processo produtivo só se justifica para tarefas estáveis, ou
seja, em um ambiente quase estacionário.

Admitindo ainda que a recíproca seja verdadeira, isto é, em ambientes quase estacionários existe
propensão à automatização.

1.5 A rotinização do trabalho


1.5.1 A amostra
Na medida em que o modelo de contingência foi derivado de análises teóricas, o passo seguinte de
nosso trabalho envolveu uma pesquisa de campo, de cunho preliminar, cujo objetivo era o de levantar
possíveis problemas com o modelo, para então proceder a seu refinamento.
Caroline Codorniz Gonçalves
Para a coleta de dados junto àscarolcodorniz@hotmail.com
empresas utilizamos o esquema de entrevistas com pessoas em nível de
diretoria, geralmente o diretor industrial, ou com o gerente de produção. Em três delas entrevistamos
o diretor e o gerente de produção. Em quatro empresas chegamos ainda a entrevistar supervisores de
produção.

1.5.2 Os critérios de categorização


Para a categorização das empresas foram definidos dois critérios, um referente à tecnologia de
produção e o outro às características ambientais.

Em se considerando a tecnologia, optamos por fazer a categorização em função do sistema de


produção como um todo, e não de suas máquinas ou processos, isoladamente.

As empresas foram distribuídas pelas três categorias - não automatizadas, semiautomatizadas e


automatizadas - de acordo com:

• O tipo de equipamento utilizado (máquinas universais ou específicas);


• A forma de ordenação de produção (sob pedido ou não);
• O tipo preponderante de relação, em termos da obtenção do produto (homemproduto ou
máquina-produto).

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 192


Para categorizar o ambiente das empresas como sendo quase estacionários ou dinâmicos,
consideramos três indicadores, todos eles relacionados especificamente ao setor de produção:

1° O primeiro indicador relacionado à matéria-prima.

2° O segundo, ao mercado consumidor e

3° O terceiro, a mudanças ocorridas no produto ou processo de produção.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 193


2. PREENCHIMENTOS DE
FICHAS E RELATÓRIOS
2.1 Introdução
ALMEIDA (1984) tece as seguintes considerações: Em meio à atribulada rotina clínica a que são
submetidos os cirurgiões-dentistas, a manutenção de toda documentação referente ao atendimento
executado nos pacientes reveste-se de aspectos éticos e legais, cujo conhecimento é obrigatório por
todos os que exercem a Odontologia e cuja importância vem sendo de longa data destacada por
inúmeros autores como Morache, que já em 1913 publicou, no periódico L’Odontologie, um artigo
especificamente dedicado ao tema.

Ressalte-se, ainda, a indiscutível importância de tais registros, por constituírem prova documental
diante de pacientes insatisfeitos, que não hesitam em recorrer aos Conselhos Regionais de
Odontologia, ou até mesmo à justiça, merecendo destaque a conscientização que a sociedade
brasileira vem desenvolvendo sobre seus direitos, devido à intensa atuação da mídia, que tem dedicado
grande espaço ao chamado “erro médico” e ao advento do Código de Defesa do Consumidor, que se
caracteriza por exacerbado protecionismo, pois parte do pressuposto que uma das partes das relações
de consumo, o consumidor –Caroline
no nosso caso o paciente
Codorniz – é naturalmente mais frágil, porque não
Gonçalves
possui o grau de conhecimentocarolcodorniz@hotmail.com
sobre os produtos e serviços de maneira idêntica à do prestador de
serviços, que aqui vem a ser o Cirurgião-Dentista.

Essa modificação no comportamento da sociedade, que pode resultar para o Cirurgião Dentista em
sanções ético-administrativas ou judiciais, de natureza penal e cível, tem, portanto, de ser
acompanhada das necessárias medidas de salvaguarda, destacando-se a documentação clínica como
uma das mais efetivas para proteger o profissional contra reclamações que podem ser infundadas, e
algumas vezes até fantasiosas.

2.2 Prontuário
Preliminarmente é importante que se faça uma revisão conceitual sobre o termo prontuário. Segundo
ensina o mestre Aurélio, em seu Dicionário da Língua Portuguesa:

"Prontuário: I - é o lugar onde se guardam ou depositam coisas


das quais se pode necessitar a qualquer instante. II - Ficha
(médica, policial, etc...) com os dados referentes a uma pessoa.”

Ainda com o objetivo de esclarecer, usando-se o mesmo autor para definir alguns outros termos por
ele utilizados na conceituação acima:

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 194


Folha solta ou cartão com anotações para ulterior classificação ou
FICHA pesquisa; informações, em caráter confidencial, sobre alguém ou
alguma coisa.

Elemento ou base para a formação de um juízo; princípio em que


DADO
se assenta uma discussão.

Conjunto de documentos manuscritos, gráficos, fotográficos, etc...


Recebidos ou produzidos oficialmente por uma entidade, por seus
ARQUIVO funcionários e destinados a permanecer sob a custódia dessa
entidade ou funcionários; lugar onde se recolhem, guardam esses
documentos.

Na literatura específica encontra-se também uma dualidade conceitual quanto ao termo prontuário,
senão veja-se as citações a seguir:

Caroline Codorniz Gonçalves


"...é necessáriocarolcodorniz@hotmail.com
um exame sistemático, ordenado e completo,
através de um prontuário bem elaborado, [...] cada profissional
ou instituição utiliza um prontuário ou ficha clínica que julgar
conveniente, não sendo obrigatória uma padronização...”
Tommasi, 1989.

"...o prontuário odontológico faz parte hoje, de forma


irrefutável, do arsenal diagnóstico dos dentistas, enfatizando que
fotografias, modelos, radiografias e outros elementos, também
devem compor esse prontuário.”
Genovese, 1992.”

Feitas essas considerações, salienta-se conceito de prontuário conforme o entendimento de Genovese,


1992, acima exposto. Isto é prontuário como sinônimo de arquivo.

FRIEDENTHAL (1955) afirma que a ficha clínica deve preencher os seguintes requisitos: ser fácil de
manusear e de conservar, ter espaço suficiente para o registro dos dados necessários à identificação,
bem como para as anotações correspondentes ao futuro atendimento do mesmo paciente, ou seja, ser
sintética, clara e adequada às necessidades do profissional.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 195


Para LEAL; ZIMMERMANN (2002) a Ficha Clínica é o documento onde o Cirurgião- Dentista anota
os dados referente identificação do paciente (nome, endereço, estado civil, identidade, etc.), sua
história médica e odontológica (atuais e pregressas), as informações colhidas no exame clínico que
nortearão seu diagnóstico e plano de tratamento, e finalmente a descrição da sequência minuciosa dos
procedimentos clínicocirúrgicos realizados.

Segundo GUIMARÃES; CARIELLO; ALMEIDA (1994) para a correta identificação do paciente os


seguintes dados devem ser anotados: nome completo, naturalidade, estado civil, sexo, local e data do
nascimento, profissão, endereço residencial e profissional completos, ressaltando ainda que se o
paciente for menor ou incapaz, deverão constar também os dados do responsável.

SCHUWZ; NER (1982) acreditam que para ser útil a ficha clínica deve ser completa, precisa e legível,
[...] para ter validade legal, todas as anotações, inclusive os acréscimos subsequentes, devem ser
escritos à tinta e datados. Ensinam ainda que enquanto as leis não forem bem definidas, deve-se
conservar todas as fichas, ainda que unicamente para proteção pessoal.

SALIBA et al (1997) afirmam que os Cirurgiões-Dentistas não desconhecem a existência de diversos


modelos de fichas clínicas odontológicas, pois, desde a faculdade, preenchem fichas em várias
disciplinas. Comentam ainda que mesmo em atendimentos ocasionais de pessoas da família ou amigas
não se pode dispensar o uso da ficha, pois ela é um documento clínico, cirúrgico, odontolegal e de
saúde pública que contém registros sobre as condições bucais encontradas, planejamento das
atividades, tratamentos realizados, entre outras informações, portanto, um instrumento imprescindível
para a prática odontológica. Caroline Codorniz Gonçalves

carolcodorniz@hotmail.com
Tendo em vista as implicações civis e criminais da ficha clínica, CALVIELLI; SILVA (1988)
recomendam que ela deve conter o estado bucal do paciente antes do início do tratamento e as
anotações completas dos trabalhos realizados.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 196


3. CONTROLE E
ORGANIZAÇÃO DE
CADASTRO, ARQUIVO,
FLUXO E AGENDAMENTO
DE PACIENTES
3.1 A auditoria de informação
Muitas vezes, a organização de informação não acaba fazendo parte da estrutura de uma instituição e
das agendas de trabalho. A maioria das instituições tem um departamento de comunicação e um/a
funcionário/a responsável pela informática, mas poucas têm um/a responsável pela informação.

Quais poderiam ser as razões por disto?


Caroline Codorniz Gonçalves
• Falta de orçamento? carolcodorniz@hotmail.com
• Falta de conhecimento sobre a importância da informação?
• Falta de conhecimento sobre a necessidade de organizar a informação?
• Falta de conhecimento sobre como organizar a informação?
• Falta de conhecimento sobre o papel de uma área responsável pela informação?

Uma auditoria de informação poderia ser um primeiro passo e um bom arranque para analisar a
situação atual da informação e ajudar a refletir sobre o melhoramento do seu fluxo dentro da
instituição.

3.1.1 O lugar da organização da


informação na instituição
A organização de informação deve ser orientada pela natureza
da instituição. Para ter resultados positivos essa organização
precisa estar o mais próximo possível e levar em consideração
a missão, a visão, identidade, objetivos e a estrutura.

Por exemplo, uma instituição que apoia projetos populares,


não precisa de uma coleção de documentos científicos ou
históricos, com exceção, talvez, nos próprios temas nos quais
trabalha.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 197


Por exemplo, o planejamento operacional precisa também incluir ações para garantir que a informação
necessária para a execução das diferentes atividades seja organizada, processada e disponível no
tempo certo e necessário.

Os próximos pontos darão uma ideia dos passos a seguir para realizar uma auditoria de informação.

3.1.2 A realidade atual da organização de documentos


Um levantamento da realidade atual da organização de documentos busca dar resposta às questões tais
como:

• Quais informações (impressas e digitais) entram?


• Quais tipos de documentos entram?
• Como e onde eles são registrados?
• Como e onde eles são arrumados?
• Como e quando descartar os documentos?
• Como os/as funcionários/as sabem quais documentos chegam?
• Quem é responsável pelo registro, arrumação, descarte e socialização?
• Quem alerta proativo os/as funcionários/as sobre noticias nos temas eles trabalham?

O resultado pode ser um quadro assim:


Caroline Codorniz Gonçalves
Qual sistema carolcodorniz@hotmail.com
é
Quem faz a Quem faz a Onde ficam os Onde ficam os
Tipo de usado para
descrição descrição documentos documentos
documento catalogação e
básica? elaborada? temporariamente? definitivamente?
pesquisa

Documentos e
Sistema de Responsáveis
informações
gerenciamento pelos
relacionados Secretaria Sala X Arquivo
de programas / programas /
aos programas /
projetos projetos
projetos

Sistema de
Livros gerenciamento Secretaria Secretaria Sala de reunião Biblioteca
de livros

Display perto da
Folhetos Não cadastrar -------- -------- Não guardar
entrada

Display perto da
Cartazes Não cadastrar -------- -------- Não guardar
entrada

Sistema de
Revistas gerenciamento Secretaria Não precisa Sala de reunião Sala de reunião
de revistas

Jornais Não cadastrar Secretaria Não precisa Cafeteria Não guardar

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 198


Qual sistema é
Quem faz a Quem faz a Onde ficam os Onde ficam os
Tipo de usado para
descrição descrição documentos documentos
documento catalogação e
básica? elaborada? temporariamente? definitivamente?
pesquisa

Sistema de
Fotos impressas gerenciamento Secretaria Comunicação -------- Fototeca
de fotos

Sistema de
Fotos digitais gerenciamento Secretaria Comunicação -------- No servidor
de fotos

Sistema de
DVD gerenciamento Secretaria Comunicação -------- Videoteca
de filmes
Sistema de
Vídeos (VHS) gerenciamento Secretaria Comunicação -------- Videoteca
de filmes

Sistema de
CD música gerenciamento -------- Comunicação -------- Discoteca
de música

Sistema de
gerenciamento
Sites internet -------- Webmaster -------- Não guardar
de fontes
digitais Caroline Codorniz Gonçalves

Sistema de
carolcodorniz@hotmail.com
gerenciamento
Boletins digitais -------- Comunicação -------- --------
de fontes
digitais

Sistema de
Listas de
gerenciamento
correios -------- Webmaster -------- --------
de fontes
eletrônico
digitais

Sistema de
gerenciamento
Weblogs -------- Webmaster -------- --------
de fontes
digitais

3.1.3 O uso da informação


Apenas a descrição da situação atual não é suficiente. Isto precisa ser complementado por uma
pesquisa sobre os acertos e os problemas com a organização de informação que a instituição tem. Mas
os usuários da informação também precisam estar dentro do foco da pesquisa, com o levantamento de
dados sobre:

• Quais são os usuários? Ou para quem nós estamos organizando a informação?


• Quais habilidades para a busca e o processamento da informação têm esses usuários?
• Quais usuários precisam quando, qual informação e em qual formato?

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 199


• Quais documentos reais e virtuais os/as funcionários/as colecionam?
• Como são organizados estes documentos?
• Há algum procedimento estabelecido para o descarte dos documentos e informações?
• Quais as regras para a utilização da informação por parte de usuários externos?

3.1.4 Bibliotecas e serviços de informação externos


A instituição não existe num vácuo. Sem dúvida existem outras instituições (universidades, ONGs,
movimentos populares, igrejas, organismos ecumênicos...) com bibliotecas e/ou serviços de informação
que colecionam documentos e informações sobre os mesmos temas. E muito importante de saber
quais serviços eles oferecem, quem pode usar esses serviços e qual o custo. Essas informações também
podem servir no momento de doação de materiais que não são mais úteis à instituição, mas podem
servir a outros públicos.

3.1.5 Ferramentas para organizar a informação


Existem diferentes ferramentas que podem ajudar a instituição na melhor organização do seu fluxo de
informação, por exemplo:

• Instalar um programa de informática para organizar a informação e os documentos (“information


Caroline Codorniz Gonçalves
storage and retrieval system”);
• Organizar ou atualizar uma carolcodorniz@hotmail.com
biblioteca, centro de documentação ou arquivo;
• Organizar um espaço compartilhado no disco rígido do servidor quando existe rede;
• Instalar programas de informática que facilitem as buscas, por exemplo, “Google Desktop”;
• Instalar um sistema de “back-up” dos documentos virtuais;
• A (re)organização do site internet.

3.1.6 Resultados e propostas


O objetivo da auditoria não é somente descrever a situação atual da organização de informação, mas
sim melhorar esta organização. Uma análise profunda dos resultados da auditoria de informação vai
resultar na identificação dos diferentes impasses que deverão ser equacionados: elementos que faltam
ou não funcionam bem, procedimentos que não são conhecidos ou usados pela equipe. A instituição
precisa então de mentes abertas para ver coletivamente este espelho e estar pronta a implementar as
mudanças necessárias. Cada obstáculo pode ser um desafio.

Como uma boa auditoria de informação resulta em uma lista de propostas, é preferível que seja
organizada uma discussão institucional sobre priorização destas propostas. Finalmente, não pode faltar
um bom planejamento para a implementação das decisões.

Todos esses passos podem ser feitos sob forma de questionários escritos ou entrevistas orais. É
preferível que o passo 2.3 seja feito em diálogo com cada funcionário/a envolvido/a.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 200


3.2 Aprendizagem
Para que esse processo tenha bons resultados, é imprescindível o pleno apoio e acompanhamento da
coordenação da instituição. Quando houver a contribuição externa de uma pessoa técnica e/ou
voluntária, alguém da coordenação deve ser designado/a para acompanhar esse processo de perto,
para a garantia da implementação das decisões.

Como este processo é interligado ao todo da vida institucional, é importante a escolha do momento
certo para a sua realização, para que todos/as funcionários/as possam participar das entrevistas,
discussões e tomada de decisão.

É importante o envolvimento de alguns/algumas funcionários/as na escolha, construção ou adaptação


das ferramentas. Mas, a utilização das ferramentas não é a única solução, pois também é necessário o
desenvolvimento de regras institucionais para a organização da informação. E, logicamente, que,
quando essas regras são criadas coletivamente com a participação de todos/as funcionários/as, elas vão
ser mais rapidamente implementadas e utilizadas.

A instituição também deve organizar a capacitação dos/as funcionários/as para a utilização das novas
ferramentas e para o reforço de uma cultura própria de informação. Por isso, a instituição precisa criar
ocasiões para que os/as funcionários/as tenham intercâmbios entre si ou com especialistas externos
sobre suas necessidades de informação e seus métodos de busca e uso.

Caroline Codorniz Gonçalves


É importante levar em conta que a organização da informação é um meio e não um fim em si mesmo.
O ponto central é como umacarolcodorniz@hotmail.com
organização da informação pode ajudar a melhorar os serviços da
instituição, e a informação sem saber como usar não vai ajudar a conseguir neste objetivo. Segundo as
palavras de Ruth Nanda Anshen: “A informação não é sinônimo de sabedoria. A informação é somente
os dados, partes do todo. A sabedoria tem um imperativo moral para realçar a unidade intelectual e
espiritual".

Informação se transforma em conhecimento quando há uma interação humana capaz de absorvê-la e


relacioná-la com outros conhecimentos, fazendo com que seja internalizada, transformando-a em
parte de um sistema de crenças próprio. Conhecimento é a máxima utilização de informação e dados
acoplados ao potencial das pessoas, suas competências, idéias, intuições, compromissos e motivações.

Existem alguns cientistas que dizem que o crescimento da informação é exponencial, o crescimento
do conhecimento é linear, mas não há crescimento da sabedoria. Ou como coloca Joey Novick “O
informação no mundo se duplica todo dia. O que eles não nos contam é que nossa sabedoria é cortada
pela metade ao mesmo tempo”. Aumentar a sabedoria é outra história, que pressupõe mais do que o
acesso e a organização da informação.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 201


4. CONTROLE DE
QUALIDADE, QUANTIDADE
E ESTOQUE DE MATERIAIS
4.1 Introdução
A logística exerce a função de responder pela movimentação de materiais, no ambiente interno e
externo da empresa, desde a chegada da matéria-prima até à entrega do produto final ao cliente. Suas
atividades podem ser distribuídas da seguinte forma:

Atividades primárias: essenciais ao cumprimento da função logística contribuem com o maior


montante do custo total da logística.

Transportes: refere-se aos meios utilizados para movimentar os produtos até os clientes: que
podem ser via rodoviária, ferroviária, aeroviária e marítima. O gerenciamento desta atividade é
de grande importância, em virtude do peso desse custo em relação ao total do custo da
logística.
Caroline Codorniz Gonçalves
Gestão de estoques: carolcodorniz@hotmail.com
dependendo do setor em que a empresa atua e da sazonalidade, é
necessário um nível mínimo de estoque que aja como amortecedor entre oferta e demanda.

Processamento de pedidos: determina o tempo necessário para a entrega de bens e serviços


aos clientes.

Atividades secundárias: exercem a função de apoio às atividades primárias na obtenção de


níveis de bens e serviços requisitados pelos clientes, a saber:

• Armazenagem: envolve as questões relativas ao espaço necessário para estocagem dos


produtos.
• Manuseio de materiais: refere-se à movimentação dos produtos no local de
armazenagem.
• Embalagem de proteção: sua finalidade é proteger o produto.
• Programação de produtos: compreende programar, quando da necessidade de produção
e seus respectivos itens da lista de materiais.
• Manutenção de informação: exige uma base de dados para o planejamento e o controle
da logística.

É por meio da gestão adequada das atividades primárias com as atividades de suporte que a logística
empresarial vai atender ao objetivo de proporcionar ao cliente produtos e serviços que satisfaçam suas
necessidades. É pela coordenação coletiva e cuidadosa dessas atividades relacionadas com o fluxo de
produtos e serviços que a empresa obtém ganhos significativos, como redução dos estoques, do tempo
médio de entrega, da produtividade, etc.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 202


A logística procura agrupar as diversas atividades da empresa relacionadas aos processos de produção
e distribuição de seus produtos aos clientes e consumidores finais. Esse agrupamento permite à
empresa melhor controle e maior integração dos diferentes departamentos, que, originalmente, tinham
visão limitada de sua área de atividade. Muitas vezes prevalecem os interesses individuais, não
importando o envolvimento que cada departamento tem sobre a distribuição dos produtos finais e
consequente influência em toda a empresa.

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos
serviços de distribuição aos clientes e consumidores, por meio de planejamento, organização e
controles efetivos às atividades de movimentação e armazenagem, que visam, facilitar o fluxo de
produtos. A logística é um assunto vital à competitividade das empresas nos dias atuais, podendo ser
um fator determinante do sucesso ou fracasso das empresas.

A logística integrada irá demandar a ótima administração, para que as empresas se tornem mais
competitivas, tenham sistemas logísticos mais eficientes e eficazes, proporcionando melhor padrão de
vida para todos e tornando-se, dessa forma, vital para a economia e para a empresa como uma
entidade individual.

Em sua evolução histórica, a logística tem dispensado tratamento fragmentado às várias atividades de
movimentação de materiais e informações nas empresas. No entanto, todas essas atividades
procuravam contribuir com a melhoria dos fluxos ao longo de toda a organização, assim como
melhorar os principais vínculos com fornecedores e clientes. A necessidade de compatibilizar todas as
atividades para atingir o objetivo desejadoCodorniz
Caroline permitiu que, por si só, elas fossem integrando-se umas as
Gonçalves
outras.
carolcodorniz@hotmail.com
A primeira integração parcial se originou de dois grandes subsistemas: o de materiais e o de
distribuição física, ficando claro que a logística significa, essencialmente, planejamento e gestão de
fluxos – fluxos físicos e informacionais.

Em uma óptica de fluxos, as atividades logísticas, em seu conjunto, percorrem toda a cadeia de
abastecimentos origem-destino. Assim, se por um lado, é evidente que existem realidades empresariais
diversas, destaque-se as do produtor, do distribuidor e do prestador de serviços, por outro lado, fica
clara a necessidade de uma visão global de toda a cadeia de abastecimento.

O tratamento das atividades logísticas nas empresas pode ser classificado em várias fases, de acordo
com o grau de inter-relação existente entre diversos agentes da cadeia. Esse relacionamento inicia na
fase em que a empresa trata os problemas logísticos somente na óptica interna, passa em seguida pelos
primeiros passos rumo à integração empresa-cliente, progride posteriormente em direção ao
tratamento integrado empresa-fornecedor e atinge, finalmente, a fase da logística integrada que é a
tendência atual, a procura de uma forma mais rentável e racional de distribuição dos produtos, não
somente no aspecto interno, como também na integração com o ambiente externo.

Considerando que a importância empresarial está em estudar como a distribuição pode prover melhor
nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, existe o interesse de
que os consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem e na condição física que
desejarem. Não podemos esquecer, porém, que temos o problema de os consumidores não residirem
próximo às localidades onde os produtos se encontram.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 203


A logística empresarial está composta por um número de organizações
e indivíduos que se encarregam de levar os produtos ou serviços
ao local onde o comprador potencial se encontra, em tempo e
momento convenientes, ao menor custo possível, a esses
compradores e em condições de transferir a posse. Essas vias
são parte de um sistema complexo que tem envolvimento com
forças sociais e culturais para que possa existir troca de consumo.

Com a logística, as empresas passam a contar com uma ferramenta


precisa para medir os reflexos de um bom planejamento na
distribuição de suas mercadorias, tanto no que se referem
aos aspectos externos, consumidores e fornecedores, quanto
a seu aspecto interno, fluxo de materiais e armazenamento físico de matéria-prima e produtos
acabados. Assim, essa ferramenta permite que as empresas tenham a possibilidade de reduzir custos e,
consequentemente, aumentar sua competitividade diante dos concorrentes, nessa nova realidade de
mercado globalizado em que fatores como redução de custos são primordiais para a continuidade das
empresas.

A logística na empresa é um assunto vital, exercendo uma função de estudar as formas de como a
administração pode obter cada vez mais eficácia/eficiência nos seus serviços de distribuição aos
clientes e consumidores, levando em consideração planejamento, organização e controles efetivos
para as atividades de movimentação e armazenagem que visam a facilitar o fluxo de produtos.
Caroline Codorniz Gonçalves
A logística representa um fato econômico em virtude da distância existente tanto de recursos
carolcodorniz@hotmail.com
(fornecedores), quanto de seus consumidores – e esse é um problema que a logística tenta superar. Isto
é, se ela conseguir diminuir o intervalo entre sua produção e a demanda, fazendo com que os
consumidores tenham bens e serviços quando e onde quiserem, e na condição física que desejarem,
fica comprovado que ambas só têm a ganhar.

Em virtude de nosso ambiente estar em processo acelerado de constantes mudanças, em razão dos
avanços da tecnologia, alterações na economia e em outros fatores, a empresa tem de se adaptar a
todo instante às novas realidades, colocando à prova seu desempenho e procurando sempre superar
uma nova ordem das coisas (nova visão empresarial). Com isso, a logística gera um ambiente
competitivo e somente sobreviverá quem seguir as regras dos outros.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 204


4.2 Administração de estoques
4.2.1 Administração de materiais na empresa
A administração de materiais na empresa é um conjunto de atividades com a finalidade de assegurar o
suprimento de materiais necessários ao funcionamento da organização, no tempo correto, na
quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo melhor preço:

• Antes do tempo correto, ocasiona estoques altos, acima da necessidade da empresa.


• Após o tempo correto, ocasiona falta de material para o atendimento das necessidades. Além da
quantidade necessária, representa imobilizações em estoque ocioso.
• Sem atributos de qualidade, acarreta custos maiores e oportunidades de lucros não
• realizados.
• Aquém da quantidade necessária, pode levar à insuficiência de estoque.

4.2.2 Importância da área de materiais


O grau de importância de um órgão de material está diretamente relacionado com o ramo de atividade
da empresa. Porém, podemos garantir que a referida área sempre estará presente, pois qualquer
atividade requer materiais e serviços. Em geral, no comércio, o envolvimento com materiais atinge de
70% a 85% do orçamento, na indústria
Caroline entre 50% a 65%,
Codorniz e em prestadora de serviços está entre 10% a
Gonçalves
15%. As principais atribuições da área de materiais são:
carolcodorniz@hotmail.com

• Controle das compras pendentes de entrega.


• Determinação dos níveis de estoques.
ADMINISTRAÇÃO
• Estudos dos métodos de ressuprimento.
DE ESTOQUES
• Classificação de materiais.
• Controle físico dos materiais.

Processo de compra.
Negociações.
Diligenciamento de compras.
ADMINISTRAÇÃO Cadastro do fornecedor.
Administração física.
DE COMPRAS
Recebimento e expedição de materiais.
Movimentação de materiais.
Armazenagem.
Alienação de materiais.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 205


4.2.3 Sistema de administração de material
Podemos ter o sistema de materiais, decomposto em vários subsistemas, tais como: _ Gestão de
estoques: responsável pela gestão econômica dos estoques, por meio do planejamento e da
programação da compra de material.

• Classificação de material: responsável pela identificação (especificação), codificação e


cadastramento de todos os materiais.
• Cadastramento de fornecedores: encarregado da pesquisa de mercado e do cadastramento dos
fornecedores.
• Aquisição: responsável pela gestão, negociação e contratação de compras de material através do
processo de licitação.
• Diligenciamento: responsável pelo acompanhamento do fornecimento de compras.
• Movimentação de materiais: responsável pela seleção de equipamentos e formas de
movimentação de materiais dentro da empresa.
• Armazenagem: encarregados pela gestão física de materiais, compreendendo a guarda,
preservação, embalagem, expedição e recepção dos materiais.
• Inspeção de recebimento: encarregado da verificação física e documental do recebimento do
material podendo verificar os atributos qualitativos exigidos pela empresa.
• Alienação de material: responsável pelo estudo e proposição de alienação (venda, doação,
permuta de itens obsoletos e irrecuperáveis à organização).
• Padronização e normalização de material: cabe à obtenção do menor número de variedades
Caroline Codorniz Gonçalves
existentes de determinado tipo de material.
carolcodorniz@hotmail.com
Por meio das respectivas unificação e especificação propondo medidas para redução de estoques.

4.2.4 Classificação de material


A classificação de materiais visa à identificação, codificação e catalogação de todos os itens de material
da empresa atuante. Portanto, como uma função meio destinada ao apoio das demais atividades de
suprimento.

O sistema de classificação é primordial para qualquer área de material, pois, sem ele, não pode existir
um planejamento eficiente de estoques, aquisições corretas de material e procedimentos adequados
nas atividades de armazenamento.

A classificação não deve gerar confusões, ou seja, um produto não pode ser classificado de modo que
seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. Deve haver um material para cada código, e
somente um; deve haver um código para cada material e somente um.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 206


Método de identificação do material
A identificação do material pode ser feita pelos modelos descritivo e referencial.

Método de identificação descritivo: procura na descrição detalhada do item do material, apresentar


todas as particularidades ou características que o individualizem, independentemente das referências
do fabricante ou comerciais.

Procura atribuir uma nomenclatura padronizada aos itens de material. A identificação detalhada
apresenta a seguinte composição:

• Nome básico: é a denominação mais elementar de um item


de material, constituindo- se no primeiro elemento a ser
DESCRIÇÃO definido para sua identificação.
PA D R O N I Z A DA • Nome modificador: é a designação adicional empregada para
distinguir itens do material possuidores de mesmo nome
básico.

É um complemento da descrição padronizada,


DESCRIÇÃO
compreendendo dados relativos aos aspectos físicos,
TÉCNICA químicos, elétricos e construtivos do item do material.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com
Refere-se à complementação da identificação do item do
DESCRIÇÃO
material podendo conter informações de aplicação,
AUXILIAR embalagem unidade de fornecimento, permutabilidade etc.

Método de identificação referencial


Empregado em situações que são desnecessários maiores detalhamentos na identificação de material,
sendo suficiente à referência ou ao código do fornecedor (fabricante) para sua caracterização e
individualização.

4.2.5 Gestão de estoques


"Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas nunca podemos ser pego com algum
estoque. É uma frase que descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de estoques é
parte vital do composto logístico, pois estes podem absorver de 25% a 40% dos custos totais,
representando uma porção substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta
compreensão do seu papel na logística e de como devem ser gerenciados". (Ronald H. Ballou).

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 207


Razões para manter estoque
A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige investimento por parte da
organização.O ideal seria a perfeita sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a
manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é impossível conhecer exatamente a
demanda futura e como nem sempre os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se
acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias e minimizar os custos totais de
produção e distribuição.

Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades, ou seja:

• Melhoram o nível de serviço.


• Incentivam economias na produção.
• Permitem economias de escala nas compras e no transporte.
• Agem como proteção contra aumentos de preços.
• Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento.
• Servem como segurança contra contingências.

Abrangência da administração de estoques


A administração de estoques é de importância significativa na maioria das empresas, tanto em função
do próprio valor dos itens mantidos em estoque, associação direta com o ciclo operacional da
empresa. Da mesma forma como Caroline Codorniz
as contas a receber,Gonçalves
os níveis de estoques também dependem em
carolcodorniz@hotmail.com
grande parte do nível de vendas, com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem após a
realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes das realizações das vendas.

Essa é uma diferença crítica, e a necessidade de prever as vendas antes de se estabelecer os níveis
desejados de estoques torna sua administração uma tarefa difícil. Deve se observar também que os
erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda das vendas (caso tenham sido
subdimensionados) ou a custos de estocagem excessivos (caso tenham sido superdimensionados),
residindo, portanto, na correta determinação dos níveis de estoques, a importância da sua
administração. Seu objetivo é garantir que os estoques necessários estejam disponíveis quando
necessários para manutenção do ritmo de produção, ao mesmo tempo em que os custos de
encomenda e manutenção de estoques sejam minimizados.

Os estoques podem ser classificados de três formas:


• Estoques de matérias-primas
• Estoques de produtos de processo de produtos e
• Estoques de produtos acabados.

A razão para manutenção de estoques depende fundamentalmente da natureza desses materiais.

Para a manutenção dos estoques de matérias-primas, são utilizadas justificativas, como a facilidade
para o planejamento do processo produtivo, a manutenção do melhor preço deste produto, a
prevenção quanto à falta de materiais e, eventualmente, a obtenção de descontos por aquisição de
grandes quantidades.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 208


Essas razões são contra-argumentadas de várias formas. Atualmente, as modernas técnicas de
administração de estoques, o conceito do Supply Chain Management que ajuda a reduzir custos,
representam alternativas eficientes para evitar-se falta de materiais. Adicionalmente, a realização de
contratos futuros pode representar um instrumento eficiente para proteger a empresa de eventual
oscilação de preços de seus insumos básicos.

Para a manutenção de estoques de materiais em processos, justifica-se a maior flexibilidade do


processo produtivo, caso ocorra interrupção em alguma das linhas de produção da empresa.
Obviamente, essa questão deve ser substituída pela adoção de processos de produção mais confiáveis,
para se evitar a ocorrência dessas interrupções.

A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada por duas razões: garantir atendimentos
efetuados para as vendas realizadas e diminuir os custos de mudança na linha de produção.

Técnicas de administração de estoques

CURVA ABC Segrega os estoques em três grupos, demonstrando graficamente com eixos de
valores e quantidades, que considera os materiais divididos em três grandes
grupos, de acordo com seus valores de preço/custo e quantidades. Sendo assim,
materiais "classe A" representam a minoria da quantidade total e a maioria do
valor total; "classe C", a maioria da quantidade total e a minoria do valor total;
"classe B", valores e quantidades
Caroline Codorniz intermediárias.
Gonçalves O controle da "classe A" é mais
intenso; ecarolcodorniz@hotmail.com
os controles das "classes B e C", menos sofisticados.

MODELO Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os custos totais de


estocagem de pedido para um item do estoque; considerando-se os custos de
DE LOTE pedir e os custos de manter os materiais; sendo que os custos de pedir são os
ECONÔMICO fixos, administrativos ao se efetuar e receber um pedido, e os custos de manter
são as variáveis por unidade da manutenção de um item de estoque por um
determinado período (custo de armazenagem), segundo a "oportunidade" de
outros investimentos.

Custo total = custo de pedir + custo de manter

PONTO Determina em que ponto os estoques serão pedidos levando-se em consideração


o tempo de entrega dos principais itens.
DE PEDIDO
Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x demanda diária.

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4.3 Sistemas de gerenciamento de estoques
Os sistemas básicos utilizados na administração de estoques são:

4.3.1 FMS | Flexible Manufacturing System


Nesse sistema, os computadores comandam as operações das máquinas de produção e, inclusive,
comandam a troca de ferramentas das operações de manuseio de materiais, ferramentas, acessórios e
estoques. Pode-se incluir no software módulos de monitoração do controle estatístico da qualidade.
Normalmente, é aplicado em fábricas com grande diversidade de peças de produtos finais montados
em lotes.

Podemos destacar, entre as vantagens do FMS, as seguintes:

• Permite maior produtividade das máquinas, que passam a ter utilização de 80% a 90% do tempo
disponível;
• Possibilita maior atenção aos consumidores em função da flexibilidade proporcionada;
• Diminui os tempos de fabricação;
• Em função do aumento da flexibilidade, permite aumentar a variedade dos produtos ofertados.

Caroline Codorniz Gonçalves


4.3.2 MRP | Material Requirement Planing
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O MRP é um sistema completo para emitir ordens de fabricação, de compras, controlar estoques e
administrar a carteira de pedidos dos clientes. Opera em base semanal, impondo, com isso, uma
previsão de vendas no mesmo prazo, de modo a permitir a geração de novas ordens de produção para
a fábrica. O sistema pode operar com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de compras, fabricação
e montagem, operando ainda com diversos estoques de material em processo, como estoque de
matérias-primas, partes, submontagens e produtos acabados.

A maior vantagem do MRP consiste em utilizar programas de computadores complexos, levando-se


em consideração todos os fatores relevantes para conseguir o melhor cumprimento de prazos de
entrega, com estoques baixos, mesmo que a fábrica tenha muitos produtos em quantidade, de uma
semana para outra.

Um ponto fundamental para o correto funcionamento do sistema é a rigorosa disciplina a ser


observada pelos funcionários que interagem com o sistema MRP, em relação à informação de dados
para computador. Sem essa disciplina, a memória do MRP acumulará erros nos saldos em estoques e
nas quantidades necessárias.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 210


5. CONTROLE DE
EQUIPAMENTOS E
INSTRUMENTAIS
5.1 Manutenção preventiva de equipamento odontológico
Nas últimas décadas, os equipamentos odontológicos evoluíram de simples instrumental para sistemas
complexos. Isso ocasionou uma deficiência nos cuidados de manutenção, aumentando o risco de
acidentes relacionados aos equipamentos. Uma parcela crescente do risco desses equipamentos é
atribuível a fatores evitáveis, tais como avaliação tecnológica, critérios de aquisição, instalações
disponíveis, manutenções, treinamentos e descontinuidade inadequados.

Para incorporar um novo produto e/ou uma nova tecnologia, deve-se levar em consideração a relação
custo/benefício dessa incorporação. Sugere-se fugir de modismos tecnológicos onde se utiliza uma
percentagem muito reduzida de seu potencial. No processo de aquisição de equipamentos, devem ser
avaliadas as aplicações clínicas, as alternativas, as experiências de outros usuários, a demanda do
serviço (custo/benefício), a infraestrutura e o custo do equipamento e de sua manutenção e sua
Caroline Codorniz Gonçalves
conformidade com as leis sanitárias do país.
carolcodorniz@hotmail.com
O custo de manutenções, o material de consumo, a disponibilidade de fornecedores destes materiais, a
garantia de segurança aos usuários (pacientes e operadores) desses equipamentos, o custo de
calibrações, o tempo de garantia, bem como o tempo médio de vida dos equipamentos e dos
acessórios são informações decisivas para garantir a viabilidade econômica do uso dos equipamentos.
Nessa etapa, agrega-se também o custo de treinamentos operacionais. A escolha para a aquisição de
equipamentos de uma unidade odontológica deve ser criteriosa, com o apoio técnico de odontólogos e
engenheiros, principalmente para cirurgias odontológicas e cirurgias bucomaxilofaciais, as quais
exigem maior segurança nos equipamentos.

No processo de aquisição, a manutenção é, sem dúvida,


um fator importante e determinante. Nessa fase,
a área de apoio deve planejar a instalação e o
gerenciamento da manutenção. O planejamento
para as instalações dos equipamentos deve ser
igualmente criterioso, avaliando-se sempre as
instalações já existentes e as futuras necessidades,
com a previsão das evoluções.

Recomenda-se avaliar as instalações elétricas,


hidráulicas, telefônicas e de informática, bem como
a climatização, o tratamento dos resíduos sólidos,
o tratamento de afluentes (se necessário) e a área física.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 211


O gerenciamento da manutenção traduz-se na criação e implantação de procedimentos e normas
técnicas e de qualidade que, quando aplicados, resultarão em otimização e segurança dos serviços. É
necessário planejar, antes da aquisição, o custo de manutenção mensal e/ou anual do equipamento,
além de analisar o valor percentual que será gasto em manutenção do equipamento, a necessidade e o
custo de equipamentos para calibração e intervenções corretivas dos equipamentos a serem
adquiridos, o valor das peças de reposição e dos acessórios, e o tempo de entrega dos mesmos.

Recomenda-se fazer a previsão orçamentária para os insumos descartáveis ou os acessórios e partes


que sofrem desgaste natural em função do uso. No custo da manutenção deverá ser agregado o valor
que o equipamento deixará de produzir enquanto estiver fora de uso, esperando peças de reposição e
intervenção corretiva.

Para o controle total dos equipamentos em um serviço de Odontologia é recomendável que se tenha o
registro histórico do equipamento, formado por:

• Relatórios de Manutenção Preventiva (MP) e Manutenção Corretiva (MC).


• Histórico de incidentes.
• Histórico de falhas técnicas e operacionais.
• E outras informações pertinentes ao equipamento, além do seu custo total.

Um aspecto importante a ser considerado é o ergonômico, que busca respeitar as interações entre o
ser humano e outros elementos de um sistema, de modo a otimizar o bem-estar humano e o
desempenho geral do sistema. Caroline Codorniz Gonçalves

carolcodorniz@hotmail.com
5.1.1 Tipos de manutenção
Define-se manutenção como o conjunto de ações que visam assegurar as boas condições técnicas de
um equipamento, preservando-lhe as características funcionais de segurança e qualidade. Distinguem-
se duas formas de ações: uma delas é a prevenção, denominada manutenção preventiva, e a outra é a
correção, denominada manutenção corretiva. Manutenção preventiva (MP) é a intervenção prevista,
preparada e programada antes do provável aparecimento de uma falha. A manutenção preventiva pode
ser sistemática ou programada, condicional e preditiva:

MANUTENÇÃO SISTEMÁTICA Feita em intervalos de tempo fixos preestabelecidos.

OU PROGRAMADA

MANUTENÇÃO CONDICIONAL Realizada nos equipamentos quando estes es- tão na


iminência de apresentar falhas. A detecção desse
estado de quase falha é possível, utilizando os próprios
sentidos humanos ou os aparelhos eletrônicos que
monitoram algum parâmetro de desempenho dos
equipamentos.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 212


MANUTENÇÃO PREDITIVA Feita por meio da substituição de peças ou componentes,
levando em consideração um perfil estatístico. Esse perfil é
obtido pelas análises estatísticas dos históricos de falhas dos
equipamentos.

Manutenção corretiva (MC) é o conjunto de ações aplicadas ao equipamento para restabelecer suas
funções.

5.1.2 Recomendações de implementações de manutenção


preventiva (MP) em equipamentos odontológicos
A MP é um programa de controle dos equipamentos. É uma manutenção efetuada segundo critérios
pré-determinados, com a intenção de se reduzir a probabilidade de falha.

É do interesse do serviço de Odontologia ter um programa de manutenção preventiva de seus


equipamentos, com vistas a diminuir interrupções e perda de tempo com resultados de problemas
técnicos e operacionais, tornar o equipamento amplamente disponível e confiável, conservar o seu
valor e assegurar a diminuição de riscos à saúde e à vida dos pacientes.

A seguir, apresentam-se algumas sugestões simples para a implantação de um programa de


manutenção preventiva em equipamentos odontológicos.
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
A MANUTENÇÃO PREVENTIVA DEVERÁ SER FUNDAMENTADA:

• No histórico de falhas do equipamento,


• No relato de acidentes,
• Na classe de risco à vida do paciente,
• Nas recomendações do fabricante e
• Nas normas técnicas de segurança e de qualidade.

Portanto, além dos testes específicos de cada equipamento, serão feitos os testes de verificações, os
testes de segurança elétrica e as calibrações. Recomenda-se que a MP seja realizada em períodos em
que o equipamento tenha pouco uso, não interferindo na rotina do serviço. Cada tipo de equipamento
deverá ter roteiros de procedimentos diferentes e, consequentemente, um registro em forma de
verificações para otimização do tempo de quem fará a intervenção preventiva.

Observa-se que as classes de risco deverão seguir os conceitos das normas nacionais e internacionais.
De acordo com a RDC/Anvisa n.° 185, de 2001, a classificação de risco está dividida em quatro classes
e dezoito regras. As classes de risco à vida do paciente dividem-se em risco baixo, médio moderado,
médio alto e alto.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 213


O relatório de MP deverá ser formado pelos seguintes itens: registro de descrição do equipamento,
relação da legislação pertinente, relação dos equipamentos/instrumentos utilizados para as calibrações
e verificações, registro dos itens inspecionados/verificados, relatório de custos, considerações sobre
incidentes, falhas técnicas/operacionais e comentários em geral.

Esse registro tem como objetivo apresentar informações que identifiquem o equipamento, tais como
nome do fabricante, número de série, modelo, identificação patrimonial ou outra identificação do local
de uso ou do serviço de engenharia clínica para controle dos equipamentos. Informações como o
intervalo da manutenção preventiva, instalação do equipamento, data e valor da aquisição são
parâmetros importantes para subsidiar a análise de custos da MP e devem ser monitorizadas
periodicamente.

Em um relatório de MP, os itens inspecionados/verificados para cada tipo de equipamento são


específicos e preestabelecidos com a intenção de reduzir a probabilidade de falhas e otimizar o uso do
equipamento. Esses itens deverão ser fundamentados no histórico de falhas do equipamento, nas
recomendações do fabricante, no relato de acidentes, na classe de risco à vida do paciente e do
operador e nas normas de segurança e de qualidade.

Entre os fatores considerados pela manutenção preventiva, além dos testes específicos de cada
equipamento, deverão ser realizadas calibrações — quando necessárias — e testes de calibrações, de
verificações e de segurança elétrica. Para o registro de ocorrências de incidentes é recomendável um
livro (ou similar) que acompanha o equipamento, no qual serão descritas as falhas técnicas e
operacionais, informações importantes
Caroline para rastrear a necessidade
Codorniz Gonçalves de capacitação do operador e para
a revisão dos itens de inspeção/verificação e custos do equipamento.
carolcodorniz@hotmail.com
O relatório de custos é composto pelo valor das horas técnicas, das peças utiliza- das para a realização
da MP e do custo do equipamento fora do local de uso. No custo do equipamento fora do local de uso
deve ser descrito o número de procedimentos que deixaram de ser realizados e o custo de cada
procedimento. A monitorização e as avaliações periódicas dos custos são necessárias para o controle
de custos associados à MP e à eficiência dos itens inspecionados/verificados para a realimentação do
programa de MP.

5.1.3 Equipamentos
Os principais equipamentos utilizados nos serviços de Odontologia são:
Aparelho de micro abrasão;
• Amalgamador;
• Aparelho a laser;
• Aparelho de radiografia intra/ extraoral;
• Aparelho de sucção de alta/baixa potência;
• Aparelho de ultrassom para limpeza de materiais;
• Aparelho de polimerização de resinas;
• Aparelho de teste elétrico de polpa dentária;
• Aquecedor endodôntico para guta-percha;
• Articulador de prótese dentária;

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 214


• Esterilizadores – estufa e autoclave;
• Unidade eletrocirúrgica;
• Câmera intra/extra oral;
• Contra-ângulo redutor;
• Delineador de uso odontológico;
• Equipamento para profilaxia odontológica bicarbonato de sódio/ultrassom;
• Equipamento para clareamento dental e fotopolimerização de resinas;
• Equipos odontológicos;
• Foco cirúrgico;
• Fotopolimerizador;
• Localizador eletrônico de ápice;
• Micromotor odontológico;
• Motor elétrico;
• Plastificador a vácuo para uso odontológico;
• Cadeira odontológica.

Para cirurgias bucomaxilofaciais também são necessários equipamentos como monitor de sinais
fisiológicos (ECG, oximetria, capnografia, pressão não invasiva e temperatura), desfibrilador/monitor,
bomba de infusão, sistema de anestesia, sistema odontológico de abrasão a ar e turbina de alta rotação.

5.1.4 Manutenção externa


Caroline Codorniz Gonçalves
Para serviços de Odontologia de pequeno e médio porte recomenda-se utilizar serviços de terceiros
carolcodorniz@hotmail.com
ou serviços externos ao serviço (manutenção externa), em função da relação custo/benefício. É
importante ressaltar que as empresas fornecedoras de serviços externos deverão apresentar condições
técnicas para atender às normas de segurança e de qualidade dos equipamentos. Esses serviços
poderão ser em forma de contratos ou chamadas. O processo desses contratos deve ser uma relação
de parceria e, sobretudo, uma relação de satisfação para as partes envolvidas. A escolha desse tipo de
serviço dependerá da análise de custo/benefício.

5.1.5 Recomendação para descontinuação de


equipamentos odontológicos
O principal fator para que um equipamento seja descontinuado é a falta de segurança, seguido do
custo da manutenção e da obsolescência da tecnologia, considerando-se sempre, nesses dois últimos
itens, a análise do fator custo/benefício. O equipamento torna-se obsoleto pela tecnologia quando
passa a não atender às necessidades do paciente ou da clínica odontológica. Para fazer a análise do
custo de manutenção, deve-se proceder à comparação dos preços dos equipamentos com os modelos
iguais ou similares, se o modelo está descontinuado, e considerar o custo da manutenção anual, a
depreciação, o tempo de uso do equipamento, a frequência das intervenções corretivas, o número de
exames que o equipamento atende e a sua utilização social.

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5.1.6 Alguns benefícios da manutenção preventiva
A importância da manutenção preventiva justifica-se não apenas por reduzir os dispêndios com
equipamentos odontológicos e garantir a segurança de seus usuários, mas também por evitar o elevado
custo social causado pelo maior tempo de indisponibilidade de uso desses equipamentos, devido a
deficiências em sua gerência e manutenção.

Caroline Codorniz Gonçalves


carolcodorniz@hotmail.com

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6. SISTEMA DE ATENÇÃO
EM ODONTOLOGIA
6.1 Atenção básica, estratégia saúde da família, diretrizes
da Política Nacional de Saúde Bucal
Durante muitos anos, no Brasil, a inserção da saúde bucal e das práticas odontológicas no SUS deu-se
de forma paralela e afastada do processo de organização dos demais serviços de saúde.

Atualmente, essa tendência vem sendo revertida, observando-se o esforço para promover uma maior
integração da saúde bucal nos serviços de saúde em geral, a partir da conjugação de saberes e práticas
que apontem para a promoção e vigilância em saúde, para revisão das práticas assistenciais que
incorporam a abordagem familiar e a defesa da vida.

Desde quando surgiu o conceito de Atenção Primária em Saúde (APS), na Declaração de Alma-Ata, ele
tem sofrido diversas interpretações. No Brasil, o Ministério da Saúde tem denominado Atenção
Primária como Atenção Básica, definindo-a como um conjunto de ações, individual ou coletivo,
situadas no primeiro nível de atenção
Caroline dos Codorniz
sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a
Gonçalves
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde.
carolcodorniz@hotmail.com
O correto entendimento do conceito da Atenção Primária ou Atenção Básica pode ser possível a partir
do conhecimento de seus princípios ordenadores: o primeiro contato, a longitudinalidade, a
integralidade ou abrangência, e a coordenação (STARFIELD, 2002).

Primeiro Contato: implica a acessibilidade e o uso de serviços para cada novo problema para
os quais se procura atenção à saúde. É a acessibilidade considerando a estrutura disponível, no
sentido da existência de barreiras. A proximidade dos serviços da residência dos usuários,
preconizada pela Estratégia Saúde da Família é uma tentativa de facilitar esse primeiro
contato.

Longitudinalidade: aporte regular de cuidados pela equipe de saúde. Consiste, ao longo do


tempo, num ambiente de relação mútua e humanizada entre a equipe de saúde, indivíduos e
família. Poderia ser traduzida como o vínculo, a “relação mútua” entre o usuário e o
profissional de saúde, e a continuidade enquanto oferta regular dos serviços.

Abrangência: diz respeito às ações programadas para aquele serviço e qual a sua adequação às
necessidades da população. Sua resposta à essas demandas enquanto capacidade resolutiva.
Nesse sentido, deve ficar claro que as equipes de saúde devem encontrar o equilíbrio entre a
resolutividade clínica individual e as ações coletivas de caráter preventivo e promocional.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 217


Coordenação: relaciona-se à capacidade do serviço em garantir a continuidade da atenção, o
seguimento do usuário no sistema ou a garantia da referência a outros níveis de atenção
quando necessário (STARFIELD, 2002; SAMPAIO, 2003).

A Atenção Básica tem como fundamentos


• Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos,
caracterizados como a porta de entrada preferencial do sistema de saúde, com território adscrito
de forma a permitir o planejamento e a programação descentralizada, em consonância com o
princípio da equidade.
• Efetivar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integração de ações programáticas e
demanda espontânea; articulação das ações de promoção à saúde,
• prevenção de agravos, vigilância à saúde, tratamento e reabilitação, trabalho de forma
interdisciplinar e em equipe, e coordenação do cuidado na rede de serviços.
• Desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população adscrita
garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado.
• Valorizar os profissionais de saúde por meio do estímulo e do acompanhamento constante de sua
formação e capacitação.
• Realizar avaliação e acompanhamento sistemático dos resultados alcançados, como parte do
processo de planejamento e programação.
• Estimular a participação popular e o controle social.
• Aspecto fundamental para efetivação
Caroline da AtençãoGonçalves
Codorniz Básica é a promoção de saúde, que é uma
estratégia de articulação transversal que objetiva a melhoria na qualidade de vida e a redução da
carolcodorniz@hotmail.com
vulnerabilidade e dos riscos à saúde, por meio da construção de políticas públicas saudáveis, que
levem a população a ter melhorias no modo de viver: condições de trabalho, habitação,
educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais.

Além dos princípios gerais da Atenção Básica, a Estratégia da Saúde


da Família deve:

• Ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica tradicional nos territórios em que as
Equipes Saúde da Família atuam.
• Atuar no território, realizando cadastramento domiciliar, diagnóstico situacional, ações dirigidas
aos problemas de saúde de maneira pactuada com a comunidade onde atua, buscando o cuidado
dos indivíduos e das famílias ao longo do tempo, mantendo sempre postura pró-ativa frente ao
processo de saúde-doença da população.
• Desenvolver atividades de acordo com o planejamento e a programação realizados com base no
diagnóstico situacional e tendo como foco a família e a comunidade.
• Buscar a integração com instituições e organizações sociais, em especial em sua área de
abrangência, para o desenvolvimento de parcerias.
• Ser um espaço de construção de cidadania.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 218


Em janeiro de 2004, o Ministério da Saúde elaborou o documento “Diretrizes da Política Nacional de
Saúde Bucal”. Estas diretrizes apontam para uma reorganização da atenção em saúde bucal em todos
os níveis de atenção e para o desenvolvimento de ações intersetoriais, tendo o conceito do cuidado
como eixo de reorientação do modelo, respondendo a uma concepção de saúde não centrada somente
na assistência aos doentes, mas, sobretudo, na promoção da boa qualidade de vida e intervenção nos
fatores que a colocam em risco, incorporando ações programáticas de uma forma mais abrangente.

Destaca-se:

O cuidado como eixo de reorientação do modelo.


A humanização do processo de trabalho.
A co-responsabilização dos serviços.
O desenvolvimento de ações voltadas para as linhas do cuidado, como por exemplo, da criança, do
adolescente, do adulto, do idoso.
Desenvolvimento de ações complementares e imprescindíveis voltadas para as condições especiais
de vida como saúde da mulher, saúde do trabalhador, portadores de necessidades especiais,
hipertensos, diabéticos, dentre outras.

6.2 Organização da Saúde Bucal na Atenção Básica

6.2.1 Planejamento
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Na organização das ações e serviços de saúde, o planejamento cria a possibilidade de se compreender
a realidade, os principais problemas e necessidades da população.

Permite uma análise desses problemas, bem como busca elaborar propostas capazes de solucioná-los,
resultando em um plano de ação. Viabiliza por meio de ações estratégicas, onde se estabelecem metas,
a implementação de um sistema de acompanhamento e avaliação destas operações. O êxito do
planejamento depende da implicação de profissionais, lideranças e/ou representantes da comunidade.

Além da compreensão do “por que” planejar, é preciso saber “como” planejar. Não se planeja
individualmente, de forma intuitiva e pouco sistematizada, sem socializar institucionalmente os
projetos elaborados. O planejamento necessita ser realizado em linguagem compreendida e
compartilhada por todos, objetivando a parceria em todos os momentos.

Para o planejamento das atividades de Saúde Bucal na Atenção Básica é necessário destacar a
importância da utilização da Epidemiologia. Com ela pode-se conhecer o perfil da distribuição das
principais doenças bucais, monitorar riscos e tendências, avaliar o impacto das medidas adotadas,
estimar necessidades de recursos para os programas e indicar novos caminhos.

Para subsidiar o planejamento com dados da realidade populacional recomenda-se a realização de


levantamentos epidemiológicos, levantamento de necessidades imediatas e a avaliação de risco. Esse
processo, no entanto, precisa ser acompanhado utilizando um sistema de informação que disponibilize
os dados, produzindo informações consistentes, capazes de gerar novas ações.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 219


6.2.1 Monitoramento e avaliação
A avaliação em saúde tem como propósito fundamental dar suporte a todo processo decisório no
âmbito do Sistema de Saúde e por isso deve subsidiar a identificação de problemas e a reorientação de
ações e serviços desenvolvidos, avaliar a incorporação. de novas práticas sanitárias na rotina de
profissionais e mensurar o impacto das ações implementadas pelos serviços e programas sobre o
estado de saúde da população.

Deve-se consolidar a avaliação como ferramenta de gestão nas três esferas de governo, onde os
processos avaliativos devem ser incorporados às práticas dos serviços de saúde e possam ter caráter
subsidiário ao planejamento, potencializando a utilização de instrumentos de gestão como o Pacto de
Indicadores e o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) e o Sistema de Informações
Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) para tomada de decisões e formação dos sujeitos envolvidos nos
processos. Os momentos de avaliação realizados pela equipe a partir da realidade são essenciais para
orientação dos processos de consolidação, implantação e reformulação das práticas.

Sistema de Informação em Saúde é “um conjunto de mecanismos de coleta, processamento e


armazenamento de dados, visando à produção e à transmissão de informações para a tomada de
decisões sobre as ações a serem realizadas, avaliando os resultados da sua execução e o impacto
provocado na situação de saúde” (BRASIL, 1998).

Ao município compete alimentar regularmente os sistemas de informação do Ministério da Saúde.


Caroline Codorniz Gonçalves
Estes sistemas têm papel fundamental na avaliação e monitoramento das equipes de saúde e devem
carolcodorniz@hotmail.com
servir como ferramenta de intervenção nos planejamentos locais.

SIA/SUS | Sistema de É um sistema utilizado em todos os níveis de gestão, constituindo-


se em importante instrumento de informação sobre a rede de
Informação Ambulatorial serviços e os procedimentos realizados pelas Unidades de Saúde. A
do SUS produção deve ser lançada mensalmente. O SIA/SUS permite a
verificação da produção em até três meses após a sua realização.
Todos os municípios, inseridos ou não na Estratégia Saúde da
Família, devem alimentar este sistema com os procedimentos em
saúde bucal no âmbito da atenção básica constantes da sua tabela
de procedimentos (MINAS GERAIS, 2006).

SIAB | Sistema de É um sistema de informação da Estratégia Saúde da Família que


permite o conhecimento da realidade da população acompanhada.
Informações da Atenção No que se refere à Saúde Bucal, deve ser alimentado apenas pelas
Básica Equipes Saúde Bucal da Estratégia Saúde da Família. Os
lançamentos são os seguintes: procedimentos coletivos, atividade
educativa em grupo e visitas domiciliares.

Além dos sistemas de informação de preenchimento obrigatório


(SIA/SUS e SIAB), os municípios podem criar, a partir de suas
necessidades, outras ferramentas que possibilitem uma avaliação

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 220


SIAB | Sistema de mais detalhada das equipes de saúde e que possibilite a discussão
dentro dos parâmetros pré-estabelecidos.
Informações da Atenção
Básica Os profissionais de saúde bucal precisam estar atentos para o
preenchimento diário correto de todos os procedimentos e
atividades realizadas. A adoção de mapas diários individuais por
profissional (CD, TSB e ASB), faz com que a equipe de saúde tenha
subsídios para discutir a atuação de cada um de seus membros.

Os mapas de procedimentos não são de posse exclusiva da


coordenação de saúde do município, estes devem ser usados em
nível local pelas equipes de saúde na discussão de estratégias para
a resolução dos problemas de saúde da população, que também
participa dessas discussões através dos conselhos locais de saúde.

SCNES | Sistema de É um sistema de informação de cadastro:

Cadastro Nacional de 1. de estabelecimentos de saúde;


Estabelecimentos de 2. de profissionais;
3. de equipamentos de saúde; e,
Saúde 4. de Equipes Saúde da Família com ou sem Equipes Saúde
Bucal.
Caroline Codorniz Gonçalves
É utilizado pelo Ministério da Saúde para o início e manutenção do
carolcodorniz@hotmail.com
repasse dos incentivos financeiros da Estratégia Saúde da Família –
Portaria no 750/GM, de 10 de outubro de 2006.

6.3 Indicadores de Saúde Bucal no pacto de Atenção


Básica
O Ministério da Saúde, por meio do Pacto de Indicadores da Atenção Básica, redefiniu em 2006 para a
área de saúde bucal dois indicadores principais (Cobertura de primeira consulta odontológica
programática e cobertura da ação coletiva de escovação dental supervisionada) e dois indicadores
complementares (Média de procedimentos odontológicos básicos individuais e Proporção de
procedimentos odontológicos especializados em relação às ações odontológicas individuais). Estes
indicadores constituem instrumento nacional de monitoramento e avaliação das ações e serviços de
saúde bucal referentes à atenção básica.

A equipe de saúde, junto com os conselhos locais de saúde, deve compreender estes indicadores e
interpretá-los periodicamente, assim como os gestores locais e as diferentes esferas de governo.
Conforme a necessidade dos municípios, estes devem discutir e pactuar junto à população e aos
profissionais de saúde bucal outros indicadores com vistas à melhoria no desempenho dos serviços da
atenção básica e situação de saúde desta população. Os quatro indicadores de saúde bucal do Pacto da
Atenção Básica 2006, segundo a Portaria no 493/GM, de 10 de março de 2006, são:

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 221


Cobertura de primeira consulta odontológica programática: é o percentual de pessoas que
receberam uma primeira consulta odontológica programática, realizada com finalidade de
diagnóstico e, necessariamente, elaboração de um plano preventivo-terapêutico (PPT), para
atender as necessidades detectadas.

Não se refere a atendimentos eventuais como os de urgência/emergência que não tem


seguimento previsto.

Cobertura da ação coletiva escovação dental supervisionada: É o percentual de pessoas que


participaram da ação coletiva escovação dental supervisionada.

Tal ação é dirigida, necessariamente, a um grupo de indivíduos, e não a ação individual em que
atividades educativas são realizadas no âmbito clínico para uma única pessoa. Expressa o
percentual de cobertura correspondente a média de pessoas que tiveram acesso à escovação
dental com orientação/supervisão de um profissional treinado, considerando o mês ou meses
em que se realizou a atividade, em determinado local e ano, visando à prevenção de doenças
bucais, mais especificamente cárie dentária e doença periodontal.

Média de procedimentos odontológicos básicos individuais: Consiste no número médio de


procedimentos odontológicos básicos, clínicos e/ou cirúrgicos, realizados por indivíduo, na
população residente em determinado local e período. Possibilita análise comparativa com
dados epidemiológicos, estimando-se assim, em que medida os serviços odontológicos básicos
Caroline
do SUS estão respondendo Codorniz
às necessidades Gonçalves
de assistência odontológica básica de determinada
população. carolcodorniz@hotmail.com

Proporção de procedimentos odontológicos especializados em relação às ações odontológicas


individuais: Consiste na proporção de procedimentos odontológicos especializados em relação
às demais ações individuais odontológicas realizadas no âmbito do SUS. Possibilita a análise
comparativa com dados epidemiológicos, estimando-se em que medida de serviços
odontológicos do SUS está respondendo às necessidades da população aos serviços
odontológicos especializados, o grau de atenção e a integralidade do cuidado.

6.4 Processo de trabalho em equipe


A Saúde da Família organiza-se a partir de uma equipe multiprofissional cujo campo disciplinar de
atuação é o território-família-comunidade, onde cada um dos profissionais de saúde desenvolve ações
de saúde ora comuns (como as ações de planejamento, busca ativa etc.), ora devendo ser preservadas
as especificidades de seus núcleos de atuação e competência. Construir a interdisciplinaridade é um
desafio posto às Equipes Saúde da Família no processo de trabalho em equipe.

No trabalho em equipe, ninguém perde seu núcleo de atuação profissional específica, porém, a
abordagem dos problemas é que assume uma nova dimensão.

Conhecer, compreender, tratar e controlar, passa a ser uma responsabilidade compartilhada. A noção
de consulta é superada por outra ação de maior amplitude, que passa a ser concebida como cuidado,

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 222


uma nova atitude frente aos processos de saúde doença
da comunidade. Cuidar é ir além da ação de vigilância
(de vigiar uma situação), é ter uma postura proativa de
proteção.

Embora constituindo a equipe de trabalho de uma


Unidade Básica de Saúde, esses profissionais nem
sempre estão preparados e com disposição para
agir de forma integrada. Saber lidar com esses encontros
é um enorme desafio, pois além do potencial de integração, é também um lugar de conflitos, de
resistências e de disputas.

Historicamente, as práticas da Saúde Bucal no Setor Saúde indicam que ela foi desenvolvida a
distância, sendo feita praticamente entre quatro paredes, restrita à prática do cirurgião dentista com
seu equipamento odontológico. Atualmente, a incorporação das ações de Saúde Bucal pelas Equipes
da Família visa transpor esse modelo de organização e prática anterior, sendo altamente desafiador e
difícil, na medida em que procura integrar a prática dos profissionais da equipe.

Deve haver muito empenho de todos os profissionais para a construção desse novo modo de operar as
ações de saúde, que deve repercutir num movimento contínuo de reflexão sobre as práticas de saúde,
numa aproximação entre os diferentes profissionais da equipe e também dessa equipe com a
comunidade. A aproximação com o usuário traz a chance de se construir com ele, a autonomia
possível para o enfrentamento Caroline
dos seus problemas.
Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
Enfim, estabelece-se um novo processo pedagógico, com potencial para que todos possam, ao mesmo
tempo, ensinar e aprender.

6.5 Competências da equipe de Saúde Bucal


De acordo com a Portaria no 648/GM, de 28 de março de 2006, as competências específicas dos
trabalhadores de saúde bucal (cirurgiões-dentistas, técnicos em saúde bucal e auxiliares em saúde
bucal) que atuam na atenção básica por meio da Estratégia Saúde da Família são:

Competências do I - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico


para o planejamento e a programação em saúde bucal.
Cirurgião-Dentistas
II - Realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal,
incluindo atendimento das urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais.

III - Realizar a atenção integral em saúde bucal (proteção da saúde,


prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção
da saúde) individual e coletiva, a todas as famílias, a indivíduos e a grupos
específicos, de acordo com planejamento local, com resolubilidade.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 223


Competências do IV - Encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a outros níveis de
assistência, mantendo sua responsabilização pelo acompanhamento do
Cirurgião-Dentistas usuário e o segmento do tratamento.

V - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da


saúde e à prevenção de doenças bucais.

VI - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde


bucal com os demais membros da Equipe Saúde da Família, buscando
aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar.

VII - Contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do


TSB, ASB e ESF.

VIII - Realizar supervisão técnica do TSB e ASB.

IX - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o


adequado funcionamento da USF.

Competências do I - Realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção, prevenção,


assistência e reabilitação) individual e coletiva a todas as famílias, a
Técnico em Saúde indivíduos e aCodorniz
grupos específicos, segundo programação e de acordo com
Caroline Gonçalves
Bucal suas competências técnicas e legais.
carolcodorniz@hotmail.com
II - Coordenar e realizar a manutenção e a conservação dos equipamentos
odontológicos. III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades
referentes à saúde bucal com os demais membros da Equipe Saúde da
Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
multidisciplinar.

IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de prevenção e


promoção da saúde bucal.

V - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado


funcionamento da USF.

Competências do I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as


famílias, grupos e indivíduos, mediante planejamento local e protocolos
Auxiliar em Saúde de atenção à saúde.
Bucal
II - Proceder à desinfecção e à esterilização de materiais e instrumentos
utilizados.

III - Preparar e organizar instrumental e materiais necessários.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 224


Competências do IV - Instrumentalizar e auxiliar o CD e/ou o THD nos procedimentos
clínicos.
Técnico em Saúde
Bucal V - Cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos
odontológicos.

VI - Organizar a agenda clínica.

VII - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde


bucal com os demais membros da Equipe Saúde da Família, buscando
aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar.

VIII - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o


adequado funcionamento da USF.

6.6 Organização da demanda


Um dos principais problemas enfrentados no cotidiano dos serviços de saúde bucal é a organização da
demanda, em especial nas atividades assistenciais, o que deve ser amplamente discutido entre usuários
e trabalhadores de saúde. Compreende-se como o universo de atenção à saúde bucal, toda população
da área de abrangência, famílias, grupos eCodorniz
Caroline que deverá ser desenvolvida no espaço da Unidade Básica
Gonçalves
de Saúde e também nos diferentes espaços sociais existentes.
carolcodorniz@hotmail.com

Na organização da atenção em saúde bucal na Saúde da Família os principais desafios são:

6.6.1 Unificar a acessibilidade


Unificar a porta de entrada com a área de médico-enfermagem numa perspectiva de organizar ações
de promoção da saúde, de prevenção de doenças, de apropriação do território-família-comunidade,
seja na oferta dos serviços clínico-assistenciais (restaurações, aplicação de selante etc.). Nesse sentido,
o planejamento conjunto de ações e a organização das atividades programadas é uma importante via
para a integração do trabalho e para o fortalecimento da equipe.

As ações de saúde bucal devem estar integradas às demais ações de saúde da unidade básica e os
profissionais capacitados para atuar de forma multiprofissional e interdisciplinar.

6.6.2 Garantir acesso à demanda espontânea


Os serviços de saúde bucal devem ser organizados de forma a acolher a demanda espontânea e os
casos de urgência, e dar respostas às necessidades sentidas da população, sendo um importante
caminho para resolutividade da atenção, o que contribui para a legitimidade da equipe na comunidade
em que está inserida.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 225


A equipe de saúde deve desenvolver maneiras adequadas de receber os distintos modos com que a
população busca ajuda nos serviços de saúde, respeitando o momento existencial de cada um.

Além de garantir o acesso, é necessário reorganizar e qualificar a recepção nos serviços de saúde. Essa
deve apenas orientar o fluxo do usuário no serviço, já que a decisão sobre o seu ingresso na assistência
é da equipe.

A ordem de chegada não deve ser o principal critério para o atendimento dos casos, mas a sua
gravidade ou o sofrimento do paciente. Neste sentido é que se prioriza o atendimento a qualquer
urgência, quando esta estiver ocasionando dor ou sofrimento ao usuário. A urgência, inclusive, é um
momento importante para a detecção de indivíduos com maior vulnerabilidade.

O Acolhimento constitui-se como ação que deve ocorrer em todos os locais e momentos do serviço,
não devendo limitar-se ao recebimento da demanda espontânea para identificação de risco ou
definição de urgências. Desse modo é que o diferenciamos de triagem. Triagem refere-se a uma
filtragem de quem pode e quem não pode ser atendido, baseada no que o serviço tem para oferecer,
sem considerar as necessidades dos usuários.

Acolher é receber bem, com atenção e disponibilidade para escutar, valorizar as particularidades de
cada caso, buscar uma forma de compreendê-lo e solidarizar-se com ele.

6.6.3 DesenvolverCaroline
açõesCodorniz
programadas
Gonçalves
de Promoção da
Saúde, Prevençãocarolcodorniz@hotmail.com
de Doenças e de Assistência, voltadas
ao controle das patologias crônicas e/ou às populações
mais vulneráveis do território
a. famílias prioritárias definidas a partir de critérios de risco social;
b. famílias prioritárias definidas a partir de levantamento de necessidades odontológicas;
c. famílias de gestantes;
d. famílias de pessoas com hipertensão; e outras.

A atenção programada é caracterizada por pessoas cadastradas na área que compõem o grupo
priorizado para a atenção na unidade de saúde e que necessitam de atendimento continuado.

Inclui ações individuais e/ou coletivas de promoção da saúde, prevenção de agravos e de intervenções
cirúrgico-restauradoras ofertadas de forma organizada. Cabe às equipes em conjunto com a
comunidade, a partir da realidade social, definir a estratégia e os grupos prioritários para atenção em
saúde bucal programada.

A construção da agenda deve estar pautada nas necessidades da população a partir de critérios
epidemiológicos das áreas de abrangência e/ou de influência das unidades de saúde de forma
equânime e universal, devendo ser amplamente discutida com a comunidade, nos conselhos de saúde
em nível local e municipal.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 226


A manutenção ou retorno programado caracteriza-se por um conjunto de procedimentos que visam
manter a saúde bucal e o controle das patologias identificadas. Os usuários que concluíram seus
tratamentos clínicos, ou que vêm se mantendo saudáveis, devem ser agendados para acompanhamento
periódico e reforço do autocuidado.

6.6.4 Organizar uma Atenção Domiciliar


A SF conta com alguns recursos como o cadastro das famílias, realizado pelo ACS por meio do
preenchimento da “Ficha A” do SIAB.

A vista domiciliar realizada pelos profissionais, a partir de prioridade pré-definida, contribui para uma
abordagem com direcionamento familiar na organização das ações assistenciais.

A definição do território de adscrição das unidades básicas permite que as equipes se organizem para
realizar atenção domiciliar dentro das necessidades da comunidade.

Atenção domiciliar é um conjunto de ações realizadas por uma equipe interdisciplinar no domicílio do
usuário-família, a partir do diagnóstico da realidade em que está inserido, de seus potenciais e
limitações. A Equipe Saúde da Família deve articular ações de promoção, prevenção, diagnóstico,
tratamento e reabilitação, favorecendo assim, o desenvolvimento e adaptação de suas funções de
maneira a restabelecer sua independência e a preservação da autonomia dos sujeitos.

Caroline Codorniz Gonçalves


A Atenção Domiciliar integra ainda duas modalidades específicas: a assistência domiciliar e a
internação domiciliar.
carolcodorniz@hotmail.com

Para que as atividades da assistência domiciliar atendam às necessidades do usuário família é


necessário que a equipe sistematize um planejamento de ações integrado, dinâmico, flexível e
adaptável à realidade do usuário. Recomenda-se que a família participe ativamente nesse processo. O
planejamento deve contemplar a participação e a frequência de todos os profissionais na execução das
ações, a partir das necessidades do usuário/ família, buscando distribuir os profissionais de forma a
otimizar o trabalho da equipe.

Visitas domiciliares, quando necessárias, devem ser agendadas e realizadas, sempre segundo critérios
definidos pela equipe de saúde para o acompanhamento de pessoas e famílias em situação de
vulnerabilidade.

6.6.5 Atenção a complexidades


Organizar a atenção de média complexidade através de
encaminhamentos aos Centros de Especialidades Odontológicas
(CEO) e as de alta complexidade aos estabelecimentos de nível
hospitalar.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 227


6.7 Campo da atenção na Saúde Bucal
A definição do campo da prática das Equipes Saúde Bucal na Atenção Básica extrapola, e muito, os
limites da boca, o que exige na composição que suas ações integrem diferentes áreas de
conhecimento. São ações que devem integrar a prática das Equipes Saúde Bucal na Atenção Básica:

6.7.1 Ações Intersetoriais


Significam intervenções para mudar circunstâncias sociais e ambientais que afetam a saúde
coletivamente e que possam conduzir a ambientes saudáveis. Envolvem estabelecimento de parcerias
com setores e atores fora da área da saúde. Salienta-se a necessidade de ações que visem o
fortalecimento dos indivíduos e das comunidades no processo de definição de prioridades, tomada de
decisões, desenvolvimento de redes sociais, planejamento e implantação de estratégias que levem à
obtenção de saúde.

Toda comunidade dispõe de elementos em sua cultura, ou mesmo estruturas governamentais ou não,
que podem auxiliar na ampliação dos fatores de proteção da comunidade. Cabe à Equipe Saúde da
Família identificá-los e programar ações que venham ao encontro da construção de sujeitoscoletivos
capazes de autogerir suas vidas.

Como exemplo cita-se o apoioCaroline


a ações e políticas
Codorniz que:
Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
1. promovam desenvolvimento social;
2. possibilitem o acesso a saneamento básico e incentivem a fluoretação das águas de
abastecimento;
3. contribuam para o combate ao fumo e uso de álcool;
4. incentivem dietas mais saudáveis;
5. contribuam para garantir proteção no trabalho;
6. contribuam para o trabalho transversal de conteúdos de saúde bucal no currículo escolar, através
do aproveitamento da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação (LDB - Lei no 9394/96), entre
outras. Especificamente em relação à LDB, significaria discutir a saúde bucal em vários
momentos e disciplinas escolares, de acordo com a realidade de cada escola, contribuindo para a
construção de escolas saudáveis.

6.7.2 Ações Educativas


A educação em saúde bucal deve fornecer instrumentos para fortalecer a autonomia dos usuários no
controle do processo saúde-doença e na condução de seus hábitos. Sua finalidade é difundir
elementos, respeitando a cultura local, que possam contribuir com o empoderamento dos sujeitos
coletivos, tornando-os capazes de autogerirem seus processos de saúde-doença, sua vida, com vistas à
melhoria da sua qualidade de vida.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 228


Em geral, o conteúdo para as ações educativas coletivas deve abordar:

1. as principais doenças bucais, como se manifestam e como se previnem;


2. a importância do autocuidado, da higiene bucal, da escovação com dentifrício fluoretado e o uso
do fio dental;
3. os cuidados a serem tomados para evitar a fluorose;
4. as orientações gerais sobre dieta;
5. a orientação para autoexame da boca:
6. os cuidados imediatos após traumatismo dentário;
7. a prevenção à exposição ao sol sem proteção; e
8. a prevenção ao uso de álcool e fumo.

O planejamento das ações educativas deve ser feito em conjunto com a equipe de saúde,
principalmente em relação às ações propostas por ciclo de vida, condição de vida, e por fatores de
risco comum para várias doenças.

A educação em saúde deve ser parte das atribuições comuns a todos os membros da equipe de saúde
bucal, mas os profissionais auxiliares podem ser as pessoas ideais para conduzir o trabalho nos grupos.
O ACS tem papel relevante na divulgação de informações sobre saúde bucal, devendo a equipe de
saúde bucal orientar o seu trabalho.

A presença do CD é importante em momentos pontuais e no planejamento das ações. Salienta-se a


importância da revisão das práticas pedagógicas,
Caroline Codorniz especialmente
Gonçalves em se tratando de abordagem para
educação para adultos e jovens, que necessariamente difere da educação para crianças. São aspectos
carolcodorniz@hotmail.com
importantes a serem observados na educação em saúde bucal:

• Respeito à individualidade.
• Contextualização nas diversas realidades, incluindo as possibilidades de mudança.
• Respeito à cultura local.
• Respeito à linguagem popular para encaminhar uma construção conjunta da prática.
• Ética.
• Autopercepção de saúde bucal.
• Reflexão sanitária: o processo de educação em saúde deve capacitar os usuários para participar
das decisões relativas à saúde.
• Uso de metodologias adequadas a cada situação e a cada grupo etário.

As ações educativas no nível coletivo podem ser feitas com os seguintes enfoques:

População: atividades educativas voltadas para a população como um todo. Existem fatores de
risco comuns a várias doenças, tais como tabagismo, alcoolismo, exposição ao sol sem
proteção e dieta inadequada, entre outros, e que devem ser abordados em conjunto no nível da
equipe de saúde, de forma multiprofissional.

Grupos e espaços sociais: identificar no território possíveis grupos para serem trabalhados a
partir de critérios de risco, possibilidade de atuação e recursos disponíveis.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 229


Grupos operativos na unidade de saúde: grupos formados para a problematização das questões
de saúde bucal, integração e a democratização do conhecimento a partir de um
encaminhamento individual. Nesses grupos devem ser trabalhadas minimamente a causalidade
dos agravos, formas de prevenção, a revelação de placa e a escovação supervisionada.

Famílias: incluir as atividades educativas na rotina do trabalho dos agentes comunitários de


saúde e da Equipe Saúde da Família, a partir de critérios de risco ou da identificação do núcleo
familiar como um fator determinante no processo saúde- doença.

Indivíduos: realizada em todas as etapas do tratamento, de forma particularizada, para atender


a necessidades individuais, visando à autonomia no cuidado.

6.7.3 Ações e promoções à saúde


A Promoção da Saúde é entendida como um campo conceitual, político e metodológico para analisar e
atuar sobre as condições sociais que são importantes para melhorar a situação de saúde e de vida das
pessoas (BÓGUS, 2002).

Desde a I Conferência Internacional de Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, em 1986, as demais


conferências internacionais têm difundido conceitos básicos que exigem um reposicionamento da
saúde coletiva em torno do compromisso de saúde para todos (MOYSES, 2004). Conforme definido na
Carta de Otawa em 1986, promoção de saúde visa:
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
• Criação de ambientes que conduzam à saúde, reconhecendo o impacto do ambiente nas
condições de saúde e identificando oportunidades de mudanças pró-saúde.

• Construção de políticas saudáveis - considerando o impacto de políticas públicas de outros


setores no setor saúde.

• Fortalecimento das ações comunitárias – dos indivíduos e das comunidades nos processos
decisórios, redes sociais, planejamento e estratégias para a saúde.

• Desenvolvimento de habilidades pessoais – estímulo ao desenvolvimento de habilidades


pessoais, sociais e políticas que permitam aos indivíduos promover a saúde.

• Reorientação dos serviços de saúde - o foco do trabalho clínico curativo deve ser dirigido à meta
da saúde com equidade.

• A promoção da saúde vem respaldando as atuais discussões de um novo modelo voltado para a
Defesa da Vida, que tem por base:

• A qualidade de vida e a consciência das pessoas sobre sua saúde.

• Definição de prioridades a partir de indicadores e variáveis preditoras, centradas nas


populações.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 230


• Reconhecimento das diferenças sociais, econômicas e culturais, nas diferentes populações, como
definidoras das condições de saúde.

• Níveis de atenção com fluxos de referência e contra referência, trabalho em equipe,


interdisciplinaridade e intersetorialidade.

• Territórios como espaços sociais em que tendem a se agrupar pessoas que compartilham
características similares de natureza cultural e socioeconômica.

• Promoção da saúde por meio da assistência, da participação ativa dos sujeitos e modificação das
condições objetivas de vida.

Em consonância com o Pacto em Defesa da Vida, a Política Nacional de Promoção da Saúde


estabelece, ainda, como diretrizes:

• Reconhecer na Promoção da Saúde uma parte fundamental da busca da equidade, da melhoria


da qualidade de vida e de saúde.

• Estimular as ações intersetoriais, buscando parcerias que propiciem o desenvolvimento integral


das ações de Promoção da Saúde.
Caroline Codorniz Gonçalves
• Fortalecer a participação social, entendendo-a como fundamental na consecução de resultados
carolcodorniz@hotmail.com
de Promoção da Saúde, em especial a equidade e o empoderamento individual e comunitário.

• Promover mudanças na cultura organizacional, com vistas à adoção de práticas horizontais de


gestão e estabelecimento de redes de cooperação intersetoriais.

• Incentivar a pesquisa em Promoção da Saúde, avaliando eficiência, eficácia, efetividade e


segurança das ações prestadas.

• Divulgar e informar as iniciativas voltadas para a Promoção da Saúde aos profissionais de saúde,
gestores e usuários do SUS, considerando metodologias participativas e o saber popular e
tradicional.

6.7.4 Ações de Assistência


Significam intervenções clínicas curativas, de cunho individual ou coletivo, ofertadas de maneira a
impactar os principais problemas de saúde da população.

A organização da assistência deve abranger ações que respondam à demanda organizadamente,


compatibilizando a demanda espontânea e a programada.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 231


7. ORGANIZAÇÃO DO
SISTEMA DE REFERÊNCIA E
CONTRA REFERÊNCIA NO
CONTEXTO DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE PARA
SAÚDE BUCAL – CEO
A partir dos resultados do Levantamento de Condições de Saúde Bucal da População Brasileira- SB
Brasil- em 2003, ficou evidente a necessidade da organização da média complexidade em Odontologia
na efetivação do SUS. Os dados apontaram para a gravidade e a precocidade da perda dentária, para a
desigualdade relacionada ao acesso aos serviços odontológicos e a existência de quase 56% de idosos
completamente edêntulos.
Caroline Codorniz Gonçalves
Estas revelações foram acolhidas pela atual gestão do Ministério da Saúde e colaboraram no desenho
carolcodorniz@hotmail.com
de políticas públicas pautadas no perfil epidemiológico da população e na integralidade como
princípio. Nesse sentido, o Brasil Sorridente, como Política Nacional de Saúde Bucal, objetiva corrigir
distorções na aplicação dos recursos e efetivar novas ações para garantia da ampliação do acesso e
qualificação da atenção dentro dos serviços ofertados pelo SUS.

Uma das estratégias desta política é o incentivo ao funcionamento dos Centros de Especialidades
Odontológicas (CEO), a serem criados em todas as regiões, de acordo com os planos municipais e
regionais de saúde de cada estado.

Ainda que se reconheça a necessidade de protocolos para organização da atenção clínica e


estabelecimento dos procedimentos recomendados, com base nas evidências científicas e no
conhecimento acumulado, este trabalho é especialmente dirigido à organização dos fluxos de
gerenciamento do sistema de saúde local, para referência e contra referência da Atenção Básica para
atenção especializada.

Por esta razão e para seu pleno aproveitamento, deve se construir a partir de uma ampla discussão
com os atores envolvidos dos locais onde se implementam suas práticas. Cada tópico representa uma
das especialidades a serem incluídas nos Centros de Especialidades e oferece, para orientação dos
trabalhadores e gestores, os principais procedimentos a serem ofertados e os devidos códigos da tabela
SIA/SUS, de acordo com os grupos e subgrupos dos serviços. Foram incluídos os requisitos básicos
para referência, os critérios de inclusão e exclusão e uma sugestão de fluxograma para cada
especialidade.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 232


• Definir critérios de priorização de encaminhamento, pactuando-os com a comunidade e
Conselhos Regionais e Locais de Saúde.

• Encaminhar, preferencialmente, pacientes em tratamento nas Unidades Básicas de Saúde, nas


Unidades de Saúde da Família ou referenciados de outros Centros de Especialidades ou
Hospitais.

• O usuário deve ser encaminhado com eliminação da dor e com ações realizadas para controle da
infecção bucal (adequação do meio bucal, terapia periodontal básica remoção dos focos de
infecção e selamento provisório das cavidades de cárie).

• Os casos de urgência devem ser solucionados nas Unidades Básicas ou no ProntoAtendimento.

• O agendamento deve ser realizado respeitando os critérios de cada município e da gerência do


CEO.

• O encaminhamento deverá ser feito por meio de formulários de referência/contra referência,


acompanhados ou não de exames complementares e radiografias.

• Após o término do tratamento, o paciente será encaminhado para a unidade de saúde de origem
para conclusão do tratamento e manutenção, com o formulário de contra referência
devidamente preenchido onde conste a identificação do profissional, diagnóstico e tratamento
realizados. Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
• Os casos de falta do paciente às consultas nos Centros de Especialidades Odontológicas bem
como outras questões administrativas, serão de competência das gerências administrativas dos
CEO de cada localidade.

• Os serviços municipais, estaduais ou de consórcios intermunicipais, sempre que possível,


deverão formalizar o encaminhamento entre as Unidades de Atenção Básica e os Centros de
Especialidades, criando formulários de referência e contra referência. _ As necessidades
encaminhadas que incluam duas ou mais especialidades para sua resolução devem ser resolvidas
por meio de inter-consultas no CEO. Ex. aumento de coroa clínica prévia ao tratamento
endodôntico, cirurgia pré-protética.

• Pacientes com estado de saúde geral que comprometa o tratamento odontológico devem
primeiramente ser estabilizados na Unidade Básica de Saúde para posterior encaminhamento.

• O acesso aos serviços especializados não ofertados regularmente pela rede será objeto de
avaliação pelo gestor quanto à possibilidade de sua oferta, sendo ainda, decorrência de pactuação
local.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 233


7.1 Referência aos serviços especializados para
diagnósticos das lesões de boca e câncer bucal
A portaria no 599/GM, de 23 de março de 2006, estabelece que todo Centro de Especialidade
Odontológica deve realizar, dentre o elenco mínimo de atividades estabelecido, atendimento em
Estomatologia, com ênfase no diagnóstico de câncer bucal. A avaliação estomatológica nos Centros
Especializados não deve invalidar os esforços dos profissionais para o diagnóstico precoce de doenças
bucais nas Unidades Básicas de Saúde.

7.1.1 Requisitos básicos para a referência


As necessidades de avaliação estomatológica deverão ser encaminhadas com formulários específicos
de referência e contra referência, onde conste o motivo de encaminhamento, dados clínicos e
localização da enfermidade ou da lesão.

• O paciente referenciado para diagnóstico especializado de lesões com potencial de malignização


ou com suspeita de malignidade na boca deve ser acompanhado e continuadamente sensibilizado
para seu comparecimento aos locais de referência desde a suspeita da lesão e comprovação do
diagnóstico até o eventual tratamento.

• Diante das dificuldadesCaroline


do sistema de saúde Gonçalves
Codorniz em operacionalizar os tratamentos de alta
complexidade, a referência ao nível de maior complexidade deve ser formalizada por
carolcodorniz@hotmail.com
documentos de referência e acompanhada pelos profissionais do CEO.

• O atendimento de referência para as lesões suspeitas de câncer, lesões com potencial de


malignização, ou de outros agravos estomatológicos (de etiologia diversa) nos Centros de
Especialidades Odontológicas não deve inviabilizar a realização destes procedimentos nas
Unidades Básicas de Saúde.

7.1.2 Critérios de inclusão


Encaminhar pacientes com sinais evidentes de lesões na mucosa bucal e estruturas anexas, recorrentes
ou não, onde esteja indicado ou seja desejado o esclarecimento clínico, exame histopatológico
(biópsia) ou solicitação de outros exames complementares adicionais.

• Pacientes com áreas da mucosa bucal que, mesmo sem ulcerações, nódulos e/ou enfartamento
ganglionar, apresentem-se com formação de placas esbranquiçadas, áreas atróficas ou manchas
escurecidas. Deve ser dada ênfase especial a pacientes com histórico de tabagismo, etilismo ou
exposição solar e que tenham acima de 40 anos de idade Lesões ósseas de natureza diversa,
localizadas na maxila ou na mandíbula.
• Pacientes com presença de nódulos, vesículas ou bolhas e enfartamento ganglionar.
• Na presença de lesões ulceradas, atróficas, hiperceratóticas ou nodulares, avaliar a presença de
possíveis agentes causais locais, removendo-os quando possível e acompanhando a evolução
antes do encaminhamento.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 234


7.2 Referência aos serviços especializados em endodontia
A Portaria no 600/GM, de 23 de março de 2006, estabelece para a especialidade da Endodontia os
procedimentos do subgrupo 10.040.00-5, tendo como produtividade mínima os seguintes
quantitativos:

• CEO tipo I – 35 procedimentos/mês;


• CEO tipo II – 60 procedimentos/mês;
• CEO tipo III - 95 procedimentos/mês.

Os principais procedimentos deste subgrupo, para registro da produtividade do CEO são:

• Necropulpectomia dente decíduo/permanente.


• Tratamento Endodônico em dente permanente unirradicular.
• Tratamento Endodôntico em dente permanente birradicular.
• Tratamento endodôntico em dente permanente tri-radicular.
• Tratamento endodôntico dente decíduo unirradicular.
• Retratamento endodôntico em dente permanente unirradicular.
• Retratamento endodôntico em dente permanente birradicular.
• Retratamento endodôntico em dente permanente trirradicular.
• Tratamento de perfuração radicular.
• Tratamento endodônticoCaroline
dente decíduo multirradicular.
Codorniz Gonçalves
• Retratamento endodôntico dente decíduo unirradicular.
carolcodorniz@hotmail.com
• Retratamento endodôntico dente decíduo multirradicular.
• Apicetomia com obturação retrógrada.

7.2.1 Requisitos básicos para a referência


O encaminhamento para o Centro de Especialidades será realizado a partir das Unidades Básicas de
Saúde e das Unidades de Saúde da Família.

• Os usuários originados de atendimentos de urgências devem dirigir-se às unidades básicas para


adequação aos critérios estabelecidos.

• O usuário em tratamento na unidade básica, para ser encaminhado ao serviço especializado


deverá receber, minimamente, ações para controle da infecção bucal (adequação de meio bucal
com remoção dos fatores retentivos de placa, remoção de restos radiculares, selamento de
cavidades, instruções de higiene bucal, profilaxia e controle da placa -RAP- supragengival).

• No encaminhamento dos usuários para este serviço, o tratamento de canal deve ser priorizado
em relação ao retratamento endodôntico, assim como os dentes permanentes devem ser
priorizados em relação aos dentes decíduos.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 235


• Avaliar na Atenção Básica com o usuário, previamente ao encaminhamento, a viabilidade da
reconstrução/restauração do dente tratado quando este não apresentar estrutura coronária e/ou
necessitar prótese.

• Avaliar, previamente ao encaminhamento, a origem da dor, estabelecendo o necessário


diagnóstico diferencial entre dor de origem endodôntica e periodontal.

• Na impossibilidade de realização de isolamento absoluto, deve ser avaliado o emprego de


isolamento relativo, antes de decidir pela exodontia do dente.

• Solicitar a avaliação do profissional responsável pela periodontia dos dentes com envolvimento
de furca nos graus 1 e 2.

• Os dentes com polpa vital e rizogênese incompleta deverão ser submetidos a técnica da
pulpotomia, com o objetivo de favorecer a apiceficação.

• Antes de encaminhar o paciente para o CEO, o dentista da UBS deverá verificar o potencial de
reversão do processo patológico, realizando proteção pulpar direta ou indireta e/ou pulpotomia,
aguardando período para acompanhar e avaliar vitalidade pulpar.

7.2.2 Critérios de inclusão ao tratamento endodôntico


Caroline Codorniz Gonçalves
• Estar em tratamento nas unidades da rede básica.
carolcodorniz@hotmail.com
• Preferencialmente dentes permanentes.
• Encaminhamento dos terceiros molares para endodontia, somente se o usuário apresentar
muitos elementos faltantes houver necessidade de sua manutenção e com prognóstico favorável.
• Preparo prévio do dente antes de ser encaminhado para tratamento: remoção de tecido cariado,
penetração desinfetante, curativo de demora e restauração provisória.

7.2.3 Critérios de inclusão para retratamento


endodôntico
• Nas necessidades de retratamento endodôntico, deve-se encaminhar aqueles que apresentem
sintomatologia dolorosa. Os dentes assintomáticos que apresentem imagens radiográficas
apontando tratamento inadequado, com ou sem lesão periapical, devem sofrer acompanhamento
radiográfico. Caso surja lesão periapical ou esta aumentar de tamanho, deve ser feito o
encaminhamento para retratamento;

• Deverão ser priorizados dentes anteriores e pilares de prótese parcial removível com prognóstico
favorável.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 236


7.2.3 Critérios de exclusão
• Dentes com envolvimento de força grau 3 ou com doença periodontal severa e grande
mobilidade horizontal e vertical.

• Dentes com perda de inserção que impossibilite sua manutenção na arcada devem ser
submetidos à avaliação prévia no setor de periodontia e prótese quando necessário.

• Não devem ser encaminhados usuários com necessidade de pulpotomias, pois devem ser
realizadas nas Unidades Básicas de Saúde, inclusive nos casos de rizogênese incompleta com
vitalidade pulpar.

• Terceiros molares sem antagonista e com acesso restrito.

7.3 Referência aos serviços especializados em periodontia


A Portaria no 600/GM, de 23 de março de 2006, estabelece para a especialidade da Periodontia, os
procedimentos do subgrupo 10.020.00-4, tendo como produtividade
mínima os seguintes quantitativos:

• CEO tipo I - 60 procedimentos/mês;


Caroline Codorniz Gonçalves
• CEO tipo II – 90 procedimentos/mês;
carolcodorniz@hotmail.com
• CEO tipo III - 150 procedimentos/mês.

Os principais procedimentos deste subgrupo, para registros da produtividade dos CEO são:
• Cirurgia periodontal por hemi-arcada.
• Enxerto gengiva.
• Gengivectomia.
• Gengivoplastia por hemi-arcada.
• Raspagem coronorradicular por hemi-arcada.
• Tratamento periodontal em situação de emergência.
• Curetagem subgengival por indivíduo.

7.3.1 Requisitos básicos para a referência


O paciente em tratamento na unidade básica, para ser encaminhado aos serviços especializados,
deverá receber, minimamente, ações para controle da infecção bucal (adequação de meio bucal com
remoção dos fatores retentivos de placa, restos radiculares, selamento de cavidades, instruções de
higiene bucal, profilaxia, controle da placa supragengival).

• Avaliar o grau de motivação e real interesse do paciente pelo tratamento.

• O tratamento das urgências periodontais (processo periodontal agudo) deverá ser realizado
preferencialmente nas Unidades Básicas de Saúde e/ou de prontoatendimento.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 237


• A manutenção do tratamento realizado no Centro de Especialidades deve ser feita nas Unidades
Básicas de Saúde.

7.3.2 Critérios de inclusão e procedimentos da atenção


especializada em periodontia
• Necessidade de tratamento não cirúrgico em bolsas acima de 6 mm.
• Necessidade de cirurgia periodontal com acesso.
• Necessidade de cirurgia pré-protética.

7.3.3 Critérios de exclusão


• Pacientes com bolsas periodontais de até 4 mm (devem ser tratados na UBS).

• Dentes com acentuada mobilidade vertical.

• Dentes com severa destruição coronária (raízes residuais).

• O tratamento periodontal só deverá ser considerado COMPLETADO após, pelo menos uma
reconsulta para avaliação, em espaço de tempo definido pelo responsável pela periodontia e
mantidas as condições deCaroline
saúde periodontal.
Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
• Após, o paciente deve ser encaminhado à Unidade Básica de Saúde para manutenção periódica e
acompanhamento.

7.4 Referência aos serviços especializados em cirurgia e


traumatologia bucomaxilofacial
A Portaria no 600/GM, de 23 de março de 2006, estabelece, para a especialidade da Odontologia
Cirúrgica e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, os procedimentos do subgrupo 10.050.00-0 e
10.060.00-6, tendo como produtividade mínima os seguintes quantitativos:

• CEO tipo I - 80 procedimentos/mês;


• CEO tipo II - 90 procedimentos/ mês; e,
• CEO tipo III - 170 procedimentos/mês.

Os principais procedimentos deste subgrupo, para registros da produtividade dos CEO são:
• Correção de bridas musculares.
• Correção de hipertrofia de rebordo alveolar.
• Redução incruenta de luxação da articulação temporomandibular.
• Reimplante e transplante dental por elemento.
• Remoção de dente retido (incluso ou impactado).

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 238


• Remoção do foco residual. • Sinusotomia maxilar unilateral.
• Retirada de material de síntese (fios, pinos, • Tratamento cirúrgico de fístula buconasal.
arcos e placas). • Tratamento cirúrgico de fístula extraoral.
• Apicectomia com ou sem obturação • Tratamento cirúrgico de fístula intraoral.
retrograda. • Tratamento de emergência, fratura alvéolo
• Aprofundamento de vestíbulo por dentária redução.
hemiarcada. • Apicetomia com obturação retrograda.
• Alveolotomia por arcada. • Laçada, tunelização
• Cirurgia com finalidade ortodôntica. • Contenção (splintagem).
• Correção de tuberosidade. • Redução cruenta de fratura alvéolo-
• Curetagem periapical. dentária.
• Enxerto ósseo. • Redução incruenta de fratura alvéolo-
• Excisão de calculo de glândula salivar. dentária.
• Excisão de fenômenos de retenção salivar. • Tratamento clínico das nevralgias faciais.
• Excisão de glândula submaxilar. • Aparelho para bloqueio maxilomandibular.
• Exodontia múltipla com alveoloplastia por • Biópsia de tecido da cavidade bucal.
hemiarco. • Biópsia de língua.
• Marsupialização de cistos. • Biópsia de lábio.
• Marsupialização de lesões. • Excisão e sutura de hemangioma.
• Reconstrução de sulco gengivolabial. • Excisão e sutura de lesão na boca.
• Reconstrução parcial do lábio • Excisão em cunha do lábio.
traumatizado. • Incisão e drenagem de hematoma.
• Remoção de cisto. • Incisão e drenagem de abscesso da boca e
Caroline Codorniz Gonçalves
• Remoção de corpo estranho da região anexos.
carolcodorniz@hotmail.com
bucomaxilofacial. • Incisão e drenagem de celulite.
• Remoção de tórus e exostoses. • Incisão e drenagem de fleimão.
• Selamento de fístula cutânea odontogênica. • Biópsia da boca.
• Exérese de lipoma.

7.4.1 Requisitos básicos para a referência


Cabe ao CD generalista (clínico geral) a seleção dos casos que serão encaminhados ao CEO. De
maneira geral, os clínicos ficam responsáveis pelos diagnósticos e tratamentos das lesões com
diagnóstico exclusivamente clínico, como: herpes recorrente, Gengivoestomatite herpética primária,
estomatite aftosa recorrente, candidíase e queilite angular. Caso o serviço tenha capacitado os clínicos,
as demais lesões devem ser diagnosticadas e podem ser tratadas.

• O paciente em tratamento na unidade básica, para ser encaminhado aos serviços especializados
deverá receber, minimamente, ações para controle da infecção bucal (adequação de meio bucal
com remoção dos fatores retentivos de placa, restos radiculares, selamento de cavidades,
instruções de higiene bucal, profilaxia e controle de placa supragengival).

• Paciente que passou por um atendimento de urgência também deve seguir os mesmos passos
citados anteriormente.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 239


• Nos casos de apicetomia, o tratamento ou retratamento endodôntico deverá ser realizado
previamente.

• Em algumas situações de urgência (por ex. luxação de articulação, traumas dentoalveolares),


onde não haja estrutura para este atendimento na Unidade Básica ou PA, o paciente poderá ser
encaminhado ao serviço especializado em cirurgia, sem receber, minimamente, ações para
controle da infecção bucal.

7.4.1 Principais procedimentos inerentes ao serviço


• Apicetomia e obturação retrógrada.

• Cirurgia de dentes inclusos/semi-inclusos – priorizar casos com sintomatologia. _ Frenectomia


lingual (independente da idade do usuário).

• Osteotomia corretiva.

• Cirurgia de tecidos duros e moles (tórus palatino e mandibular, cistos, outros). _ Cirurgia pré-
protética.

• Demais procedimentos do subgrupo 10.050.00-0 e 10.060.00-6 da tabela SIA/SUS, exceto os


indicados para ambiente hospitalar.
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
7.4.3 Critérios de exclusão
• Exodontias simples (inclusive para finalidade protética e/ou ortodôntica).

• Raízes residuais.

• Condições de saúde geral do paciente que impossibilitem os procedimentos cirúrgicos até que a
avaliação médica e seu devido tratamento viabilizem sua inclusão e encaminhamento.

7.5 Referência ao tratamento odontológico nos serviços


especializados a pessoas com necessidades especiais
Paciente com necessidades especiais é todo usuário que apresente uma ou mais limitações,
temporárias ou permanentes, de ordem mental, física, sensorial, emocional, de crescimento ou
médica, que o impeça de ser submetido a uma situação odontológica convencional.

É importante destacar que esse conceito é amplo e abrange diversos casos que requerem atenção
odontológica diferenciada. Ou seja, não diz respeito apenas às pessoas com deficiência visual, auditiva,
física ou múltipla (conforme definidas nos Decretos 3296/99 e 5296/04) que, por sua vez, não
necessariamente, precisam ser submetidas à atenção odontológica especial.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 240


A Portaria no 599/GM, de 23 de março de 2006, que define a implantação dos Centros de
Especialidades Odontológicas e dos Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias estabelece que todo
Centro de Especialidade Odontológica deva realizar atendimento a portadores de necessidades
especiais.

A Portaria no. 600/GM, de 23 de março de 2006, que institui o financiamento dos CEO, define o
monitoramento de ações pela análise de uma produção mínima mensal dos seguintes quantitativos de
procedimentos de atenção básica:

• CEO tipo I - 80 procedimentos/mês;


• CEO tipo II - 110 procedimentos/mês; e,
• CEO tipo III - 190 procedimentos/mês.

Estes procedimentos de atenção básica (0300000-1 GRUPO 03 - AÇÕES BÁSICAS EM


ODONTOLOGIA) em Centros de Especialidades Odontológicas, cujos subgrupos se encontram
descritos abaixo, só se justificam na realização de atendimentos aos pacientes com necessidades
especiais.

• Procedimentos Individuais preventivos subgrupo: 03.020.00-2


• Dentística Básica subgrupo:03.030.00-8
• Odontologia cirúrgica básica subgrupo: 03.040.00-3

7.5.1 Requisitos básicos para aGonçalves


Caroline Codorniz referência
carolcodorniz@hotmail.com
A porta de entrada de atenção aos pacientes com necessidades especiais é sempre a Unidade Básica
de Saúde.

• Pacientes não colaboradores ou com comprometimento severo, devem ser encaminhados para o
Centro de Especialidades Odontológicas, que efetuará o atendimento e avaliará a necessidade ou
não de atendimento hospitalar sob anestesia geral;

• Avaliação médica com laudo, relatório do diagnóstico e avaliação clínica geral (sistêmica) do
paciente;

• Ainda que existam alguns grupos, com situações específicas que representem necessidade de
atenção especial, sempre que possível, devem ser atendidos nas unidades básicas de saúde.
Quando necessário, deverão ser encaminhados ao CEO acompanhados de relatório detalhado,
justificando a referência e assinado pelo profissional.

• Pacientes com limitações motoras, com deficiência visual, com deficiência auditiva ou de fala,
gestantes, bebês, diabéticos, cardiopatas, idosos, HIV positivos, pacientes com disfunção renal,
defeitos congênitos ambientais e transplantados, sem outras limitações, deverão ser atendidos
nas unidades básicas de saúde.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 241


7.5.2 Critérios de inclusão | perfil do paciente
• Pacientes que passaram pela Unidade Básica de Saúde, foram avaliados pelo CD quanto à
necessidade de tratamento odontológico e que não permitiram o atendimento clínico
ambulatorial convencional;

• Pacientes com movimentos involuntários que coloquem em risco a sua integridade física e
aqueles cuja história médica e condições complexas necessitem de uma atenção especializada;

• Pacientes com sofrimento mental que apresentam dificuldade de atendimento nas unidades
básicas de saúde, após duas tentativas frustradas de atendimento;

• Paciente com deficiência mental, ou outros comprometimentos que não responde a comandos,
não cooperativo, após duas tentativas frustradas de atendimento na rede básica;

• Paciente com deficiência visual ou auditiva ou física quando associado aos distúrbios de
comportamento, após duas tentativas frustradas de atendimento na unidade básica;

• Pessoas com patologias sistêmicas crônicas, endócrino-metabólicas, alterações genéticas e


outras, quando associadas ao distúrbio de comportamento;

• Paciente com distúrbio neurológico “grave” (ex. paralisia cerebral);


Caroline Codorniz Gonçalves
• Pacientes com
carolcodorniz@hotmail.com
doenças degenerativas do sistema nervoso central, quando houver a
impossibilidade de atendimento na Unidade Básica;

• Paciente autista;

• Crianças de 0 a 2 anos com cárie aguda ou crônica generalizada, que não cooperam com o
atendimento clínico tentado na Unidade Básica;

• Outros desvios comportamentais que tragam alguma dificuldade de condicionamento;

• Outras situações não descritas que podem ser pactuadas com o profissional de referência e
definidas pelo nível local, mediante relatório detalhado e assinatura do profissional. No
formulário de referência, devem constar as seguintes informações: as datas das tentativas de
atendimento; se o paciente tem deficiência: mental, visual, auditiva, física ou transtorno mental.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 242


7.6 Referência aos serviços especializados em prótese
dentária
Várias portarias estabelecem as diretrizes para a execução das próteses dentárias na rede do Sistema
Único de Saúde:

• Portaria no 1572/GM, de 29 de julho de 2004, estabelece o pagamento de próteses dentárias


totais em Laboratórios Regionais de Prótese Dentárias.
• Portaria no 566/SAS, de 06 de outubro de 2004, altera a descrição dos procedimentos
relacionados a próteses dentárias no grupo de ações básicas em odontologia da tabela de
procedimentos SIA/SUS.
• Portaria no 599/GM, de 23 de março de 2006, definiu a implantação dos Centros de
Especialidades Odontológicas e dos Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias- LRPD,
estabelecendo critérios, normas e requisitos para credenciamento.
• Portaria no 411/SAS, de 09 de agosto de 2005, regulamenta formulários/ instrumentos a serem
utilizados no Subsistema Autorização para Procedimentos de Alto Custo/Complexidade -
APAC/SIA e estabelece o pagamento de próteses parciais removíveis em LRPD.

Ainda que esteja prevista na Atenção Básica/Saúde da Família, a confecção de próteses pode ser
executada nos Centros de Especialidade Odontológica pela facilidade de sua operacionalização. Neste
sentido, este documento apresenta
Carolinealgumas recomendações
Codorniz Gonçalvesque podem ser adequadas em cada
realidade local para a prótese dentária.
carolcodorniz@hotmail.com

7.6.1 Códigos de registro da parte clínica


Os códigos dos procedimentos de prótese total e prótese parcial removível da Tabela SIA/SUS foram
modificados e passaram a significar apenas a parte protética deste tipo de tratamento. Na atenção
básica, foi criado o procedimento moldagem, adaptação e acompanhamento, permitindo a todos os
profissionais de odontologia do SUS executarem a fase clínica de confecção das próteses totais ou
parciais removíveis e lançar esta parte clínica da reabilitação oral através do código descrito no quadro
a seguir.

Tabela de Procedimentos do Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS – SIA/SUS 03.051.01-3 –


Moldagem, adaptação e acompanhamento da prótese dentária.

Esse novo procedimento refere-se apenas à parte clínica da reabilitação oral por prótese total ou
prótese parcial removível.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 243


7.6.2 Prótese total
Diagnóstico e critérios de inclusão:

A necessidade será diagnosticada mediante exame clínico de CD vinculado à rede SUS, com
observação dos seguintes critérios para inclusão da necessidade do tratamento reabilitador:

• Ausência total de elementos dentários em uma ou ambas as arcadas.


• Rebordo alveolar regular ou que possibilite o assentamento de uma prótese.
• Ausência de lesões ósseas, da mucosa, gengiva ou dos anexos orais.

Critérios de exclusão:

• Pacientes com síndrome motora, psiquiátrica ou nervosa severa, que impossibilite tomada de
impressão e a consequente confecção e uso da prótese.

• Presença de elementos dentários que possam ser devidamente restaurados ou tratados de forma
convencional e que garantam uma condição estética e/ou funcional ao usuário.

Caroline Codorniz Gonçalves


7.6.3 Prótese parcial removível
carolcodorniz@hotmail.com

Diagnóstico e critérios de inclusão:

A necessidade será diagnosticada mediante exame clínico de CD vinculado à rede de atenção básica
do SUS, com observação dos seguintes critérios para inclusão da necessidade do tratamento
reabilitador:

• Necessidades básicas de tratamento odontológico totalmente sanadas.


• Comprometimento do usuário em comparecer às consultas de manutenção.
• Rebordo alveolar regular ou que possibilite o assentamento da prótese.
• Presença de elementos dentários compatíveis com a confecção de prótese parcial removível.
• Ausência de lesões ósseas, da mucosa, gengiva ou dos anexos orais.

Critérios de exclusão:

• Pacientes com síndrome motora, psiquiátrica ou nervosa severa, que impossibilite tomada de
impressão e a consequente confecção e uso da prótese.

• Presença de elementos dentários, cujo número ou forma impossibilite a confecção da prótese


parcial removível.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 244


8. SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO EM SAÚDE
GERAL E ODONTOLÓGICA
Os sistemas de informações são fundamentais uma vez que eles são a base para todos os processos de
monitoramento e avaliação dos municípios na atenção à saúde.

8.1 Introdução
O grande desafio do Sistema Único de Saúde – SUS -
é transformar a infinidade de dados em informações, e essas,
em conhecimento da realidade sanitária do país, para que as
necessidades da população sejam de fato priorizadas e atendidas
pelo setor público.

Caroline Codorniz Gonçalves


Os Sistemas de Informação em Saúde são unidades de produção,
análise disseminação de dados, carolcodorniz@hotmail.com
constituindo-se em importante componente do Sistema de Saúde. Têm
o propósito de subsidiar a elaboração e avaliação de políticas, de planos e programas de saúde, na
medida em que possibilitam o acompanhamento da situação de saúde da população, através de
indicadores.

Sendo assim possível identificar situações de saúde/doença nas populações, a magnitude dos
problemas de saúde, os possíveis fatores de risco e a detecção de epidemias. O conhecimento desta
realidade permite uma avaliação qualitativa da eficácia das intervenções e dos impactos das práticas
sanitárias.

Com o objetivo de esclarecer as dúvidas quanto ao preenchimento de formulários, consolidação das


informações, alimentação dos dados coletados e pesquisa das informações no SIA, a Seção de Saúde
Bucal elaborou este manual que servirá de roteiro para a melhor utilização das informações em
odontologia no SUS.

8.2 Sistemas de informação na Atenção Básica


Os únicos sistemas nacionais que registram os procedimentos realizados pelas equipes de saúde bucal
são o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA) e o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB),
este ainda em processo de construção no que se refere às ações odontológicas.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 245


8.2.1 Sistema de informação ambulatorial do sistema
único de saúde – SIA/SUS
O SIA-SUS foi implantado em 1991 com a lógica predominante de remuneração por procedimento
realizado na assistência ambulatorial, sendo esta a unidade de registro no sistema. A partir de 1998,
com a implantação de Piso da Atenção Básica (PAB), criado para garantir o custeio de ações básicas em
saúde, foi extinto o critério de repasse com base no número de procedimentos.

Desde então, o SIA vem sendo utilizado como forma de acompanhamento e avaliação da produção de
serviços de Atenção Básica e do impacto da utilização destes recursos que são monitorados através do
estabelecimento de metas pactuadas anualmente entre as três esferas de governo, constituindo o Pacto
da Atenção Básica.

A utilização do sistema de informação ambulatorial (SIA/SUS) foi proposta também para a análise
quantitativa da descentralização das ações de saúde.

Dessa forma, a consulta ao SIA/SUS permite um acompanhamento da produção ambulatorial


odontológica, assim como a busca de dados para efetuar o cálculo dos indicadores quantitativos
odontológicos que auxiliam na avaliação da organização da saúde bucal nos municípios. As
informações em saúde seguem um fluxo longo nas diversas instâncias de gestão, desde o seu registro
na ponta do sistema de saúde (dado primário) até a sua disponibilização para consulta pública no site
do Ministério da Saúde . Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com

8.2.2 Sistema de informação da atenção básica – SIAB


O SIAB foi criado em 1998, a partir da ampliação do Sistema de Informações do Programa de Agentes
Comunitários (SIPACS). Consolida a produção de serviços por procedimento realizado pela Equipe de
Saúde da Família (ESF). Este sistema não se encontra ainda informatizado para Odontologia.

8.3 Tabela de procedimentos do SIA/SUS


Essa tabela é constituída por procedimentos de atenção básica, de média complexidade e de alta
complexidade. Por sua vez, os procedimentos são distribuídos por grupos, subgrupo e nível de
organização.

A tabela de procedimentos do SIA lista um código específico para cada procedimento e descreve seus
atributos: valor do procedimento, nível de hierarquia, atividade profissional, serviço/classificação, tipo
de prestador, tipo de atendimento, grupo de atendimento, faixa etária, CID 10, complexidade e
financiamento.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 246


8.4 Fluxograma das informações em odontologia na
Atenção Básica

Registro prontuário Documento legal de preenchimento obrigatório do histórico do


do paciente – FAA usuário.

BPA consolidado
municipal no sistema
SIA/SUS

CRS
MINISTÉRIO
Caroline Codorniz Gonçalves
Secretaria Estadual da EXECUÇÃO
Saúde
DA SAÚDE
carolcodorniz@hotmail.com

Disponibilização de dados na internet

1° Nível municipal

2° Nível estadual

3° Nível federal

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 247


8.4.1 Ficha de atendimento ambulatorial – FAA
Nesta ficha, devem ser preenchidos os dados básicos da produtividade ambulatorial, em campos
contendo informações como:

• Unidade prestadora da assistência;


• Identificação do usuário;
• Descrição do atendimento, código da atividade profissional, código dos procedimentos do
SIA/SUS, data, hora, tipo e grupo do atendimento, além do motivo, descrição e diagnóstico/CID
deste.
• Assinatura do usuário, do profissional e o carimbo deste.

Obs: no caso de procedimentos coletivos realizados em escolares, a professora relaciona o nome das
crianças e assina, assim como o cirurgião-dentista responsável pela ação.

8.4.2 Boletim de produção ambulatorial – BPA

Finalidade
• BPA é o formulário que se destina ao registro dos procedimentos realizados pelos
estabelecimentos de saúde e seus respectivos
Caroline Codorniz quantitativos,
Gonçalves bem como o código da classificação
brasileira de ocupação carolcodorniz@hotmail.com
(CBO) do profissional que realizou o procedimento e o tipo de
atendimento realizado. Desse modo, possibilita aos serviços credenciados pelo SUS, fornecer de
modo agregado, o volume de serviços realizados nesses estabelecimentos, por mês de
competência.

• Possibilitar a UBS fornecer de modo agregado, a quantidade de serviços realizados por


competência.

Subdivisão do BPA
• Dados Operacionais;
• Serviços Realizados;
• Formalização.

Número de vias e destino do BPA


O BPA será preenchido em 02 (duas) vias destinadas a:
• 1a via: órgão responsável pelo processamento;
• 2a via: arquivo da UBS.

O BPA Magnético deve ser encaminhado à Secretaria de Saúde Municipal pelo prestador,
acompanhado do "Relatório de Controle de Remessa" gerado pelo subsistema de BPA Magnético.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 248


Considerações gerais
Para informação da produção, há necessidade do prestador atender algumas condições:

• Manter sempre seu cadastro atualizado;


• Apresentar a produção compatível com o cadastro;
• As Unidades Públicas poderão apresentar toda a produção independente do seu teto
orçamentário, para fins de informação para o Banco de Dados.

8.5 Inclusão no sistema SIA/SUS


Esta etapa é realizada com a inclusão dos dados fornecidos pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) no
sistema de informação ambulatorial através dos BPA, sendo efetuada pelo setor de digitação a nível
municipal, na Secretaria Municipal de Saúde.

8.5.1 Consolidado Municipal


Nesta etapa, os dados do sistema de informação (SIA) são agrupados, possibilitando com que os
municípios realizem um controle interno de sua produção. Este controle local é muito importante para
o confronto das informações durante a pactuação dos indicadores com as Coordenadorias Regionais
Carolinedos
de Saúde (CRS). Após o agrupamento Codorniz Gonçalves
dados, estes são enviados para a respectiva CRS, com
exceção dos municípios que jácarolcodorniz@hotmail.com
estavam em gestão plena (antes das Portarias 648, 649 e 650 de março
de 2006), que os enviam diretamente ao DATASUS.

8.5.2 Consolidado Regional


As CRS enviam o registro das informações ambulatoriais de Atenção Básica dos municípios de sua
abrangência à Secretaria Estadual da Saúde, onde são consolidados com as demais Regionais de Saúde
e após envio ao DATA/SUS/Rio de Janeiro para disseminação. Os dados servem de base para o cálculo
dos indicadores na Atenção Básica utilizados pelo Ministério da Saúde.

8.5.2 Ministério da Saúde


O Ministério da Saúde divulga os dados em Odontologia na Atenção Básica através do site DATASUS
(RJ), onde é possível acessar as informações do SAI incluídas no sistema, do Brasil, estados ou
municípios acessando o site www.datasus.gov.br.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 249


9. INFORMÁTICA
Nos anos 60, Aleksei Mikhailov definiu o termo “informatics” como uma disciplina que “estuda a
estrutura e as propriedades gerais da informação científica e as leis de todos os processos de uma
comunicação científica” [7]. Posteriormente, na França, surgiu o termo “medical informatics”,
simultaneamente à sua entrada na literatura inglesa em 1974 [7]. O termo “dental informatics” foi
utilizado pela primeira vez por Zimmerman, da Universidade de Columbia, em 1986 [7].

O surgimento destas novas áreas de investigação implicou na estruturação de novas metodologias


científicas necessárias para seu desenvolvimento. Em 1995, Charles Friedman descreveu a “torre da
ciência” na Informática Biomédica, segundo a qual o nível mais baixo da torre estaria relacionado com
o desenvolvimento de teorias no domínio biomédico, seguido de desenvolvimento, instalação e
avaliação de um sistema computadorizado que implementasse o modelo e que permitisse aos usuários
interagir com ele [8]. Tal como na Informática Biomédica, a Informática Odontológica apresenta uma
relação com três áreas bases da investigação: as ciências computacionais (relacionadas com o desenho
de processos informáticos); as ciências cognitivas (relacionadas com áreas diversas como psicologia,
inteligência artificial, linguística e filosofia, de forma a desenvolver teorias de percepção, pensamento e
aprendizagem na mente humana); e as telecomunicações (área relacionada com a comunicação à
distância, aproximando o dentista e o paciente, e facilitando o acesso à informação especializada e a
base de dados em qualquer parte do mundo).

Caroline Codorniz Gonçalves


No princípio dos anos 90, organizações como a International Medical Informatics Association
carolcodorniz@hotmail.com
(http://www.imia.org/), a American Medical Informatics Association (http://www. amia.org/) e a
American Dental Education Association (http://www.adea.org/) começaram a organizar fóruns de
discussão sobre o tema Informática Odontológica visando o desenvolvimento desta ciência.

Uma das chaves para tal iniciativa foi o financiamento do National Institute of Dental and Craniofacial
Research (www.nidcr.nih.gov/), em 1996, que reconheceu pela primeira vez a necessidade da formação
acadêmica em Informática Odontológica. Em 2003, uma análise da literatura sobre Informática
Odontológica revelou o crescente desenvolvimento desta área, mostrando cerca de 620 artigos de
Informática Odontológica indexados no MEDLINE desde 1975, sendo a disciplina com maior
crescimento percentual de publicações. No entanto, quando comparada com outras especialidades
odontológicas, o número anual de publicações ainda é muito reduzido. Na área odontológica apenas
um periódico se dedica exclusivamente à Informática Odontológica – o International Journal of
Computerized Dentistry (publicado pela Quintessence Publishing Co, Inc,). Os impactos dos avanços
tecnológicos em saúde A convergência de extraordinários avanços na tecnologia computacional de
comunicação faz com que a difusão do progresso técnico-científico ocorra em grande velocidade.

Esta velocidade com que se propagam os fluxos de informação impulsionados por tecnologias de
ponta, tem acelerado o desenvolvimento da ClipeOdonto - UNITAU. 2012;4(1):31-7. Disponível em
periodicos.unitau.br, globalizações, uma vez que a facilidade de comunicação remove barreiras
geográficas e permite que as organizações funcionem de forma unificada [11].

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 250


A sociedade está vivenciando uma das revoluções mais importantes desse século, chamada Revolução
Eletrônica da Informação Computacional. Os computadores estão assumindo funções de
arquivamento, recuperação de dados e informações, processamento e comunicação, funções essas que
eram, até pouco tempo, executadas por pessoas que agora estão experimentando alterações
significativas no contexto do seu trabalho. O volume de informações médicas publicadas em papel está
duplicando a cada quatro anos e cerca de 50% dessas informações (principalmente sobre novas
terapias) estão obsoletas três a quatro anos depois que o médico se forma.

A única solução para esse enorme dilema é o uso intenso das tecnologias de informação, que se faz
presente em todos os setores da nossa vida . Esses avanços tecnológicos na área de saúde, têm tornado
sua informação mais acessível, com possibilidade de ampla utilização e compartilhamento da mesma,
destacando-se o crescente uso e aplicação da Internet. Neste contexto, surgiu o conceito de e-health
definido como um campo emergente da intersecção da informática médica, saúde pública e negócios,
relativos a serviço de saúde e informações transmitidas através da Internet e tecnologias relacionadas
[13]. A Informática Médica, graças aos avanços da Tecnologia de Informação (TI), evoluiu muito nos
últimos anos. Seu escopo é amplo, abrangendo o PEP (Prontuário eletrônico do paciente),
processamento de sinais biológicos e imagens, sistemas de informação em saúde, Telemedicina,
sistemas para informatização hospitalar, programas para treinamento médico, acesso a bases de dados
em saúde, medicina baseada em evidências, entre outros.

A Telemedicina é a prática da medicina à distância através do uso de recursos de informática e


telecomunicações, favorecendo uma maior abrangência do atendimento especializado prestado à
população. Possibilita diagnósticos,
Carolineterapêuticas
Codorniz e educação permanente à distância, consultas,
Gonçalves
orientações e videoconferências, com imagens transmitidas por meio eletrônico. O sistema de
carolcodorniz@hotmail.com
informação hospitalar contempla tanto o gerenciamento administrativo, quanto o assistencial,
integrando os dados numa única base. Grandes bases de dados nacionais são disponibilizadas pelo
Ministério da Saúde e consolidadas pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS), servindo
como importantes fontes para conhecimento e estudo da incidência e prevalência das condições de
saúde e de doenças, em nível nacional. Os avanços da tecnologia em saúde trouxeram novas
terminologias que a área de saúde precisa conhecer.

A informática em saúde está se tornando cada vez mais presente no cotidiano do profissional de saúde,
trazendo vários benefícios para o paciente e para o referido profissional. Este tem que estar preparado
para utilizar essas ferramentas no seu cotidiano e assim, melhorar a qualidade do seu atendimento.

A informática aplicada na clínica odontológica A tecnologia computacional trouxe muitas mudanças na


prática clínica diária da Odontologia nos últimos 50 anos. Na Odontologia, especificamente, as
pesquisas sobre desenvolvimentos de sistemas especializados têm evoluído, sendo que há algum
tempo estão sendo desenvolvidos sistemas especializados para o uso odontológico.

Hoje existem diversos sistemas no mercado, estes sistemas podem variar quanto ao método de
utilização, sendo que alguns foram propostos com o objetivo de auxiliar o diagnóstico profissional,
enquanto outros sugerem tratamentos e condutas diante de um diagnóstico já estabelecido.

Os principais sistemas de suporte de decisão clínica dedicados à Odontologia estão relacionados à


Patologia Bucal. Estes sistemas informatizados devem ter a capacidade de selecionar casos
semelhantes, diagnósticos e terapêuticas a partir da base de dados disponível.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 251


Em Imaginologia, a introdução de tomografias computorizadas de feixe cônico em Odontologia, a
manipulação tridimensional de imagens e os sistemas de simulação cirúrgica, permitem avaliar com
maior cuidado e precisão o diagnóstico e o plano de tratamento. Alguns programas possibilitam
visualizar o efeito final de determinados procedimentos específicos em cirurgia bucomaxilofacial,
implantodontia, ortodontia, tratamentos periodontais e dentística, os quais auxiliam o cirurgião-
dentista e o paciente na tomada da melhor decisão clínica. Há algum tempo várias empresas de
softwares estão se aprimorando no desenvolvimento de programas de imagens auxiliados pelas
câmeras intraorais.

Essa associação permite ao paciente visualizar detalhadamente as áreas da sua cavidade bucal, que
eventualmente necessitem de tratamento, facilitando muitas vezes a compreensão da necessidade da
realização dos procedimentos propostos pelo profissional. Outro recurso é a criação do programa de
imagens denominado Photoshop.

Trata-se de um programa utilizado para demonstrar ao paciente como estão seus dentes no estado
atual e uma simulação de como ficarão após o tratamento. Entretanto, é importante ressaltar que este
programa serve mais para que o paciente tenha uma idéia aproximada de como ficarão seus dentes
após o tratamento para que não sejam criadas falsas expectativas. ClipeOdonto - UNITAU.
2012;4(1):31-7. Disponível em periodicos.unitau.br, Radiografia dentária digital existem softwares
específicos para tomadas radiográficas intrabucais. Esse sistema é operado com a utilização de
pequenos sensores com área de recepção que se aproximam às dos filmes radiográficos e do software
que é instalado no computador. São grandes as vantagens quando comparadas com as formas
convencionais de tomadas radiográficas
Carolinecomo a eliminação
Codorniz total da película radiográfica e de todos os
Gonçalves
procedimentos de revelação.
carolcodorniz@hotmail.com
O aparelho de raios x necessário pode ser o mesmo já utilizado pelo profissional. A única alteração é
no tempo de exposição aos raios x (aproximadamente 90% menos).

9.1 A radiografia digital


A radiografia digital apresenta as seguintes vantagens:

• Imagem em aproximadamente dois segundos;


• Redução do tempo de exposição aos raios x e, consequentemente, da dose de radiação à qual o
paciente é exposto;
• Diminuição de procedimentos dentro do consultório, eliminação da utilização de substâncias
reveladoras e fixadoras nocivas ao meio ambiente;
• Recursos de softwares de auxílio ao diagnóstico e maior precisão de detalhes;
• Brilho e contraste que podem ser regulados;
• Odontometria calibrada;
• Inversão de contraste (positivo/negativo);
• Zoom;
• Coloração;
• Histogramas (para verificar a densidade radiográfica de uma linha específica);
• Lembretes e anotações na imagem;
• Possibilidade de armazenamento por tempo indeterminado.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 252


E apresenta as seguintes desvantagens [16]:

• Alto Custo;
• Exige Certificação Digital para fins legais.

O certificado digital é um documento eletrônico que identifica o emissor de uma chave criptográfica.
Nesse certificado, uma terceira parte confiável, denominada autoridade certificadora, atesta a
autenticidade da chave pública ou privada aí contida, garantindo a identidade do seu emissor. Um
certificado digital contém, além da chave oferecida, também dados de seu titular, tais como nome, e-
mail, CPF e o nome da autoridade certificadora que o emitiu, além de uma repetição dessa chave, mas
assinada digitalmente pela autoridade certificadora. Na prática, funciona como uma carteira de
identidade virtual, autenticada por uma entidade confiável, que garante a identificação segura da
contraparte em uma transação através de uma rede de computadores.

Existem várias empresas e órgãos governamentais que emitem certificados digitais no mercado
nacional e internacional. Sistemas odontológicos A informatização dos sistemas de informação em
saúde apoia-se na aplicação de tecnologias para o processamento automático de um conjunto de
dados que auxiliam a análise da situação de saúde e a tomada de decisões por parte dos gestores. Os
dados do atendimento odontológico, mesmo quando analisados separadamente por tipo de
procedimento e também por um profissional, apresentam alto índice de concordância e,
consequentemente, alta confiabilidade. Na odontologia, as pesquisas sobre desenvolvimento de
sistemas especialistas têm evoluído.
Caroline Codorniz Gonçalves
Os sistemas especialistas abaixo são sistemas que variam quanto ao método de utilização, sendo que
carolcodorniz@hotmail.com
alguns foram propostos com o objetivo de auxiliar o diagnóstico profissional, enquanto outros sugerem
tratamentos e condutas diante de um diagnóstico já estabelecido .

SEKSDIAM Foi desenvolvido na Military University of Technology Faculty of Cybernetics,


Polônia e é destinado a apoiar o ortodontista no diagnóstico e planejamento do
plano de tratamento, sendo equipado por ferramentas de verificação do
conhecimento. Tem como objetivos conduzir a entrevista e coleta de dados;
tomada do diagnóstico, baseando-se em medidas do esqueleto facial; propostas
de planos de tratamento de acordo com o diagnóstico.

Esse sistema possui como vantagens a grande exatidão nas medidas radiográficas
do ângulo linear ClipeOdonto - UNITAU. 2012;4(1):31-7. Disponível em
periodicos.unitau.br em exames de Raio-X ou imagens de ultra-sonografia e
grande base de conhecimento sobre defeitos faciais – gnatos – oclusais.

RaPID É um sistema especialista para modelagem de PPR (próteses parciais removíveis).


Foi desenvolvido pela School of Dentistry of Birmingham and Departament of
Computer Science, Brunel University, Londres, UK. [23]. Esse sistema é utilizado
tanto como uma ferramenta educacional, como para o apoio ao processo de
tomada de decisão na prática odontológica. À medida que o profissional vai
construindo a prótese, o desenho aparece na tela e a partir de então, o sistema
crítica e dá sugestões ao usuário.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 253


DIAGFACE Auxilia os profissionais de odontologia no diagnóstico das patologias orofaciais.
Contém aproximadamente 150 patologias mais encontradas pelo cirurgião-
dentista na rotina clínica. Apresenta quatro módulos que permitem que o usuário
faça consultas de quatro maneiras: pelos sintomas, pela região, pela patologia,
por um sistema especialista baseado em regras. Depois que os sintomas são
indicados, as patologias são listadas e o profissional pode consultar uma breve
descrição de cada uma e a terapêutica sugerida. O módulo de consulta por
patologia permite a escolha de uma doença específica ou grupos de doenças,
como, por exemplo, cistos. A escolha também pode ser feita pela fase da doença:
aguda, subaguda ou crônica.

SEDAATDA É um sistema especialista difuso de apoio ao aprendizado do traumatismo dento-


alveolar, que utiliza também um recurso multimídia. Foi desenvolvido na
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 1997. O sistema consta de
dois módulos, um teórico e um prático onde o aluno primeiro tem acesso à teoria
e casos clínicos. No módulo prático o aluno pode criar seus casos clínicos e
comparar seu plano de tratamento com o plano de tratamento sugerido pelo
sistema.

AIDA Em 2003 foi desenvolvido na University of Heidelberg, Germany, o projeto AIDA


(Artificial Intelligent Dental Agents), cujo objetivo é a análise do processo de
tomada de decisão em interação com cirurgiões-dentistas, especialistas e
pacientes. O projetoCodorniz
Caroline inicial relata a utilização do AIDA em planejamento de
Gonçalves
próteses fixas, no entanto, os autores colocam que o objetivo do projeto é
carolcodorniz@hotmail.com
expandi-lo para as outras especialidades odontológicas.

SISPER Em 2004 o SISPER (Sistema Especialista para Diagnóstico de Doenças


Periodontais) foi desenvolvido com a finalidade de analisar os vários tipos de
doenças periodontais existentes e fornecer o diagnóstico mais preciso ao
cirurgião-dentista. Além disso, visa auxiliar o cirurgião-dentista não-especialista
no processo de tomada de decisão em relação ao diagnóstico da doença
periodontal.

BuCanPrev O BuCanPrev (Sistema Especialista do Câncer Bucal) atua na área de apoio ao


diagnóstico. Foi desenvolvido com a finalidade de promover o diagnóstico
precoce do câncer bucal. Tem por finalidade auxiliar os profissionais da área da
saúde, no reconhecimento das lesões com potencialidade de transformação em
câncer bucal, juntamente com fatores de risco. Através de uma série de
questionamentos, o usuário informa os sintomas apresentados pelo paciente. No
final, o sistema gera um relatório conclusivo e apresenta todas as informações do
processo de forma clara e precisa.

Probucal Em 2004 foi desenvolvido um sistema especialista probabilístico para


prognosticar algumas doenças bucais como cárie, gengivite, periodontite e
câncer, além de verificar a possibilidade de suas inexistências. O sistema permite
a consulta via pesquisa parcial ou completa do caso analisado.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 254


SINEPOPE O SINEPOPE (Sistema Inteligente para o Ensino de Odontologia em Pacientes
Especiais) pode ser definido como um sistema de ensino que tem por objetivo
principal proporcionar aos profissionais e estudantes de odontologia uma forma
de aperfeiçoar suas técnicas de atendimento a pacientes com necessidades
especiais. O protótipo do SINEPOPE possui uma adaptação que se dá em dois
pontos, um na interface (interface adaptativa), seguindo a teoria das Inteligências
Múltiplas, e o outro relativo à estratégia pedagógica. O protótipo contempla duas
estratégias, uma que foi denominada tradicional, onde os conteúdos são
definidos em ordem hierárquica (Unidades, Tópicos, Sub-tópicos) na qual o aluno
vai recebendo o conteúdo de forma gradativa e crescente.

A outra estratégia foi denominada de Casos Clínicos, nessa o conteúdo é abordado ClipeOdonto -
UNITAU. 2012. Disponível em periodicos.unitau.br conforme exigem os casos apresentados. Em
ambos os casos, exercícios e teste são realizados para fixar os conteúdos e avaliar o aluno, que pode
receber reforços ou seguir em frente. Informática no ensino da odontologia enquanto área científica
recente, a informática odontológica tem revelado sinais evidentes de progressiva maturação e
desenvolvimento.

9.2 Conclusão
• Os sistemas odontológicos e a informática aplicada na odontologia tem evoluído, facilitando
assim, a vida profissional dos Cirurgiões–Dentistas;
Caroline Codorniz Gonçalves
carolcodorniz@hotmail.com
• A radiologia odontológica é a especialidade com maior aplicação destas tecnologias;

• A implementação da Informática no ensino da odontologia é de extrema importância para a


formação dos novos profissionais.

WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 255


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http://www.acordapraweb.com/o-que-e-metainformacao/ (Acesso em 17/10/2017) fonte
http://thinkexist.com/quotes/ruth_nanda_anshen/ (Acesso em 11/10/2017) fonte dissertação (mestrado):
Um Framework multi-agentes para busca e flexibilização de algoritmos de classificação de
documentos / João Alfredo Pinto de Magalhães; orientador: Carlos J. P. de Lucena. – Rio de Janeiro :
PUC, Departamento de Informática, 2002. fonte http://en.thinkexist.com/quotes/joey_novick/ (Acesso
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WIDOM ASB | Auxiliar em Saúde Bucal 258

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