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DISFUNÇÕES

DERMATOLÓGICAS
APLICADAS À
ESTÉTICA

Litz Tomaschewski
Lima
Revisão técnica:

Mônica Kuplich
Mestre em Genética e Toxicologia
Fisioterapeuta Dermatofuncional

Lucimar Filot da Silva Brum


Doutora em Ciências Biológicas (Bioquímica)
Mestre em Farmácia
Graduada em Farmácia

D611 Disfunções dermatológicas aplicadas à estética / Daniela


Fassheber ... [et al.] ; [revisão técnica : Mônica Kuplich,
Lucimar Filot da Silva Brum]. – Porto Alegre: SAGAH, 2018.
367 p. : il. ; 22,5 cm

ISBN 978-85-9502-341-3

1. Dermatologia. 2. Estética. I. Fassheber, Daniela.

CDU 616.5

Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147


Disfunções capilares
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Analisar o couro cabeludo e suas funções.


 Identificar as principais disfunções capilares.
 Aplicar as técnicas adequadas para a melhora da saúde capilar.

Introdução
Neste capítulo, você vai estudar as disfunções capilares, que são alterações
que ocorrem no couro cabeludo quando este não está saudável. Como
alterações mais comuns, podemos citar dermatite seborreica (popular-
mente conhecida como caspa), alopecia e psoríase.
Em algum momento da vida, cerca de 80% da população mundial será
acometida por alguma disfunção capilar. O médico dermatologista deve
identificar, diagnosticar e orientar seu paciente no sentido de resolver
tais alterações.

Couro cabeludo
O couro cabeludo estende-se da linha nucal posterior (região posterior da
cabeça) às margens supraorbitárias (até os supercílios). Lateralmente, se es-
tende nas fossas temporais até os arcos zigomáticos. A região frontal na
realidade é a extensão funcional do couro cabeludo e apresenta todas as
camadas correspondentes às camadas do couro cabeludo. O couro cabeludo
consiste em cinco camadas, porém, as três primeiras são denominadas couro
cabeludo próprio, porque permanecem unidas, formando, na realidade, uma
única camada. É difícil separar a pele do tecido celular subcutâneo e da gálea
aponeurótica. Então, o couro cabeludo é composto de: couro cabeludo próprio,
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com três camadas, que são a pele (epiderme e derme), o tecido conjuntivo denso
(composto de tecido adiposo e traves fibrosas densas) e a gálea aponeurótica;
tecido conjuntivo frouxo; e periósteo ou pericrânio.
As principais funções do couro cabeludo são as secretoras, que consistem
em secretar oleosidade das glândulas sebáceas e transpiração das glândulas
sudoríparas, assim como toda a complexa operação de formação do cabelo,
a função queratógena.
O folículo é uma extensão da epiderme na derme da pele. Quando dividido,
consiste numa camada dérmica exterior e numa camada epidérmica interior. A
base do folículo de cabelo é moldada na papila onde cresce. Algumas células
que ocorrem a esse nível contêm grânulos de pigmento, o que dá a cor natural
ao cabelo, e estas são denominadas melanócitos. Essa área de produção de
células é normalmente designada por matriz do cabelo.
A função secretora tem muita relação com o estado do cabelo. A união da
oleosidade e do suor produz normalmente uma proteção natural para o couro e
o cabelo. Porém, quando ocorrem as disfunções, surgem anomalias, que podem
prejudicar ambos, tanto por excesso de oleosidade, o que pode resultar em
queda de cabelo, como por ressecamento, o que torna os cabelos quebradiços,
ressecados e sem resistência. Quando ocorre uma falha na coordenação do
processo de queratinização e do estímulo da papila, os cabelos podem tornar-se
oleosos, com alterações e mais frágeis que o normal.
A renovação celular do couro cabeludo ocorre em 14 dias, mas pode
ser acelerada em caso de inflamação. Comparativamente, a renovação das
células da pele é mais lenta, ocorre em 21 dias. As células mortas do couro
cabeludo são eliminadas sob a forma de escamas minúsculas e invisíveis.
No entanto, em caso de inflamação e hiperdescamação, as células mortas
acumulam-se e tornam-se visíveis. Na Figura 1 você pode ver a anatomia
do couro cabeludo.

O cuidado com o couro cabeludo tem notável importância na saúde dos fios, pois
não se pode falar separadamente do cabelo, de suas características e suas anomalias,
sem levar em conta a função e o estado de seu suporte natural, onde ele se forma,
nasce e cresce.
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Figura 1. Anatomia do couro cabeludo.


Fonte: Designua/Shutterstock.com.

Principais doenças do couro cabeludo

Dermatite seborreica
É a mais comum das doenças do couro cabeludo, popularmente conhecida
como caspa, e se caracteriza por uma oleosidade excessiva (seborreia) no
couro cabeludo, juntamente com inflamação e descamação.
A inflamação deixa o couro cabeludo vermelho e sensível. Já a descamação
forma crostas que, quando removidas, podem causar ferimentos no couro
cabeludo. É geralmente associada ao estresse e aos fungos.
A seborreia pode ser classificada em três tipos:

 Seborreia oleosa: afeta, principalmente, o couro cabeludo provocando


descamação abundante (caspa), acompanhada ou não de queda de cabelo.
 Seborreia gordurosa: caracteriza-se por secreção abundante de sebo pela
pele. Brilho excessivo, aspecto gorduroso e pele com acne são características
principais, assim como os poros das glândulas sebáceas muito dilatados.
 Seborreia seca: o sebo produzido não é excretado e acumula-se na
pele, que se torna espessa e coberta de crostas.
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Psoríase
Nessa doença, o sistema imunológico é ativado por um erro, o que conduz ao
excesso de produção de células da pele. As células da pele se acumulam muito
rapidamente sobre sua superfície, formando relevos e manchas escamosas,
chamadas de placas. Essas placas podem coçar e, por vezes, provocam dor. As
lesões de psoríase geralmente aparecem no couro cabeludo, mas podem ocorrer
em qualquer parte do corpo. No couro cabeludo, pode ser confundida com a
dermatite seborreica, pois leva a uma descamação intensa e esbranquiçada,
parecida com a caspa.
Essa doença, entretanto, melhora com exposição solar e tratamento es-
pecífico, que inclui xampu à base de alcatrão e ácido salicílico, loções de
corticoesteroides (anti-inflamatório) de aplicação tópica e infiltrações nos
locais mais persistentes das placas.

Alopecia areata
É uma doença autoimune, na qual o organismo reconhece como inimigas as
próprias células, destruindo-as.
A causa da alopecia areata não é totalmente conhecida, ainda existe muito
estudo sobre a doença, mas é uma condição autoimune, em que o sistema
imunológico ataca e destrói tecido corporal sadio por engano. Nesse caso, o
alvo do ataque são estruturas que formarão o pelo. A perda de cabelos é um
dos sintomas e pode ocorrer em clareira no couro cabelo, nas pernas e até
mesmo nas sobrancelhas e nos cílios, sempre em forma de círculo.

Eflúvio telógeno
É uma condição que se caracteriza pelo aumento da queda diária de fios de
cabelo. Seu aumento é visto principalmente na quantidade de cabelos após
pentear. O eflúvio se divide em duas categorias: agudo e crônico.

Eflúvio telógeno agudo

Sua causa está associada a algum evento que aconteceu três meses antes do
início da queda. Isso porque o período de preparo para a queda dura de dois
a três meses e os fios se desprendem ao final desse ciclo. Esses eventos, ou
gatilhos, convertem um percentual maior de fios para a fase de queda. Sendo
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assim, ao invés de termos 100-120 fios caindo diariamente, temos 200-300 fios,
dependendo do paciente e da causa do eflúvio. Os eventos mais associados à
queda são: pós-parto, febre, infecção aguda, sinusite, pneumonia, gripe, dietas
muito restritivas, doenças metabólicas ou infecciosas, cirurgias, especialmente
a bariátrica, por conta da perda de sangue e do estresse metabólico, além do
estresse. Algumas medicações também podem desencadear o problema. Tudo
isso pode interferir na proporção dos fios na fase de queda.

Eflúvio telógeno crônico

A fase na qual os fios caem muito se assemelha à versão aguda. Porém, em


longo prazo, é diferente. Há ciclos de aumento dos fios na fase de queda, de
forma cíclica, uma ou duas vezes ao ano. Conforme o tempo passa, o paciente
fica com o cabelo mais volumoso na base e menos volumoso no comprimento.
Seu problema pode estar associado a outras condições que causam rarefação dos
fios. De qualquer forma, se perde muito volume e comprimento. O problema
nem sempre tem causa definida, mas sabe-se que está associado a doenças
autoimunes, dentre elas, a mais comum é a tireoidite de Hashimoto.

A tireoidite de Hashimoto é uma inflamação autoimune crônica da tireoide com


infiltração linfocitária.

Alopecia androgenética
A alopecia androgenética (AA) é a forma mais comum de alopecia em ambos
os sexos. As diferenças clínicas entre os padrões masculino e feminino são
bem definidas, porém, há peculiaridades da fisiopatogenia em cada sexo. Uma
alteração do ciclo folicular, com encurtamento da fase anágena, é responsável
pelo processo de miniaturização, transformando cabelos terminais em velo.
A perda de cabelos é uma consequência de alterações no folículo piloso.
Se as alterações da matriz capilar forem transitórias e não destrutivas, ocorre
um novo crescimento. Se essas alterações provocarem destruição da matriz,
resulta em uma atrofia, provocando uma alopecia permanente.
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Nos homens, a AA é uma manifestação fisiológica que ocorre em indivíduos


geneticamente predispostos, não sendo considerada uma doença. A herança
genética pode vir do lado paterno ou materno. É resultado da estimulação dos
folículos pilosos por hormônios masculinos, que começam a ser produzidos
na adolescência.
Sob a ação de uma enzima, a 5-alfa-redutase, a testosterona transforma-
-se em didrotestosterona (DHT), hormônio responsável pelo afinamento dos
cabelos e pela diminuição progressiva dos folículos, que têm seu ciclo de vida
normal encurtado.
O resultado desses fenômenos é a queda continuada dos cabelos, levando
à rarefação e ao afastamento da linha de implantação para trás. A progressão
do quadro leva à calvície, caracterizada pela ausência de cabelo na parte
superior e frontal da cabeça, poupando as áreas laterais e posterior. Produção
aumentada de oleosidade e descamação no couro cabeludo (caspa) também
pode estar presentes.
Já nas mulheres, cada vez mais há um número maior de casos de AA,
também conhecida como calvície feminina. Nesses casos, os cabelos podem
diminuir difusamente, em todo couro cabeludo, ou mais localizadamente no
alto da cabeça. As mulheres que apresentam o quadro normalmente percebem
que os cabelos estão ficando cada vez mais finos.
A AA é um processo de afinamento dos cabelos. Antes de o fio desaparecer,
ele passa por esse processo que pode durar décadas. Em determinado momento
da vida da mulher, os cabelos começam um longo processo de diminuição
de calibre. Cada vez mais vão se tornando finos, até chegar a tal ponto que,
de tão pequenos, desaparecem totalmente. Esse processo pode durar anos e
pode aparecer a qualquer momento: na adolescência, depois dos 30-40 anos
ou na menopausa. Como se trata de evolução muito lenta, quanto mais cedo
detectado, melhor para se iniciar um tratamento.
A rarefação de fios na mulher é resultante da ação de hormônios masculinos
nas raízes dos cabelos. No caso de ela ter tendência à calvície, as raízes dos
cabelos são hipersensíveis a esses hormônios e ficam menores.
Alterações hormonais, estresse, depressão, ovários policísticos, do-
enças autoimunes, deficiência nutricional e medicamentos são as causas
mais frequentes de perda capilar em mulheres. As mulheres com níveis
hormonais normais também podem ser atingidas, porém não chegam à
calvície total, apresentando um quadro de rarefação difusa dos pelos, que
também tornam-se mais finos. Geralmente as manifestações agravam-se
após a menopausa.
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Tinha
Causada por fungos, tem como sintoma a perda de cabelo localizada. Também
há o surgimento de placas, que podem ficar inflamadas e até infeccionar. O
tratamento inclui o uso de antibióticos orais, caso seja descoberta precocemente.
Caso contrário, a perda de cabelo pode ser definitiva.

Líquen plano capilar


Essa também é uma das doenças do couro cabeludo que forma vermelhidão e
descamação. Entretanto, vem acompanhada de pequenas bolinhas arroxeadas.
Também precisa de tratamento imediato para não causar a perda definitiva
dos cabelos.

Foliculite queloidiana da nuca


Caracteriza-se pela formação de pústulas foliculares na nuca que evoluem para
lesões queloidianas. É mais comum nos homens de raça negra que apresentam
politriquia, ou seja, fusão de folículos na superfície da pele, onde surgem dois
ou três pelos.

Exames complementares
Existem exames específicos que auxiliam no diagnóstico e no acompanhamento
das doenças dos cabelos e couro cabeludo, melhorando a precisão diagnóstica
e permitindo uma avaliação objetiva da resposta ao tratamento.

Pull test
Teste simples que verifica o número de fios de cabelos que caem espontane-
amente quando o médico especialista desliza os dedos com firmeza em uma
mecha com aproximadamente 50 a 60 fios. Avalia se está havendo queda de
cabelos acima do que é considerado fisiológico. A raiz dos fios que se soltam
pode ser examinada com o auxílio de uma lupa ou microscópio para diferenciar
os tipos de eflúvio (queda de cabelos).
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Tricoscopia
Com o auxílio de um dermatoscópio, o médico especialista examina o couro
cabeludo e o fio do cabelo. Permite diagnosticar e diferenciar os diversos
tipos de alopecia (rarefação de cabelos ou áreas de falha no couro cabeludo) e
também doenças que afetam o couro cabeludo (psoríase, dermatite seborreica,
etc.) e o comprimento dos fios de cabelos.
É um exame muito importante no acompanhamento do tratamento, pois
mostra sinais de melhora ou piora da doença antes que estes sejam visíveis a
olho nu. Alguns dermatoscópios fazem registros fotográficos (dermatoscópio
digital) e outros podem ser acoplados a uma máquina fotográfica. As fotografias
ajudam a avaliar a evolução da doença e a resposta ao tratamento.

Tricograma
Com o auxílio de uma pinça específica, o médico especialista retira alguns
fios de cabelo e examina suas raízes em um microscópio, com o objetivo
de verificar a porcentagem de fios anágenos (“vivos”) e telógenos (“mor-
tos”) naquela amostra. É um exame importante no acompanhamento do
tratamento de calvície (AA) e para diferenciar os tipos de queda (eflúvio
anágeno ou telógeno).

Fototricograma digital
Exame que utiliza um aparelho específico (fotodermatoscópio) associado a
um programa de computador. O médico especialista raspa uma pequena área
escondida no couro cabeludo e, após três dias, fotografa e examina essa área
com o fotodermatoscópio, que identifica a porcentagem dos fios que cresceram
(anágenos) e não cresceram (telógenos). É indicado no acompanhamento da
calvície (AA).

Tricometria
Exame que quantifica o peso dos cabelos. É indicado no acompanhamento
da calvície (AA). Nessa doença, os fios de cabelo vão ficando cada vez mais
fi nos e o objetivo do tratamento é aumentar a sua espessura. O aumento da
massa da mecha de cabelos na tricometria mostra que o tratamento está
sendo eficaz.
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Biópsia de couro cabeludo


Exame que consiste em se retirar um pequeno fragmento da pele do couro
cabeludo para que este seja avaliado em laboratório por um médico patologista.
É muito útil para diagnosticar doenças inflamatórias do couro cabeludo e im-
prescindível nos casos de alopecias.

Você conhece a anatomia do cabelo?

1. Ligeiramente acima, em direção ao bulbo capilar, existe uma zona conhecida


como zona de queratinização, a queratina é “injetada” para as células do cabelo,
tornando-as, por fim, duras e secas.
2. A papila é uma pequena elevação em forma de cone na base do folículo capilar.
As artérias e as veias estão ligadas à papila, fornecendo nutrientes e eliminando
resíduos. O bulbo capilar é formado à volta da papila.
3. A camada dérmica exterior é dividida em três camadas distintas; a mais externa é
uma camada densa de tecido conjuntivo, na qual as veias sanguíneas e as termi-
nações nervosas se encontram. A camada intermédia consiste numa camada de
células fusiformes; por fim, a camada interior é quase uma membrana.

Procedimentos estéticos para couro cabeludo


O esteticista pode legalmente auxiliar na identificação de problemas capilares
e realizar o encaminhamento ao médico, quando necessário. O esteticista
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tem como papel nesse tratamento a aplicação de alguns procedimentos que


não irão causar lesões no tecido. Tais tratamentos auxiliam a revitalização
cutânea e a prevenção da queda dos cabelos, além de estimular a circulação
sanguínea com aparelhos que auxiliam a penetração de substâncias nutritivas
que tonificam o couro cabeludo e fortalece o bulbo capilar.
Atualmente, são inúmeros os recursos de tratamentos cosméticos para ate-
nuar, e até mesmo prevenir, tais disfunções capilares. Renomados especialistas
capilares têm obtido excelentes resultados com o uso de produtos cosméticos
elaborados com matéria-prima de qualidade e ativos de última geração, mas
um regime alimentar equilibrado também deve ser considerado.

Alta frequência
Tem ação antisséptica pela ação do ozônio, produz vasodilatação com melhora
da oxigenação celular pelo consequente aumento do fluxo sanguíneo.

Tratamentos naturais
Produtos naturais que são utilizados para tratamentos capilares e do couro
cabeludo. Atuam como estimuladores da microcirculação cutânea e regula-
rizadores da queratina na pele, promovendo descamação (peeling suave) e,
consequentemente, renovação celular. Produtos utilizados: argilas verde, preta,
amarela e vermelha e óleos essenciais.

Esfoliação capilar
A esfoliação capilar proporciona limpeza profunda, eliminando a oleosidade,
reequilibra o pH dos fios sem ressecar o couro e promove uma sensação de
cabeça completamente limpa.

Máscara com argila


Coletada diretamente do solo, ela é o resultado da mistura de elementos como
derivados do alumínio, silicatos e hidróxidos coloidais, tendo em sua compo-
sição ferro, potássio, boro, alumínio, enxofre e cálcio.
O tratamento com argila é um dos melhores para o couro cabeludo. A
argila tem elementos muito eficientes na nutrição e hidratação e pode devolver
a queratina perdida pelos fios danificados. O tratamento com a máscara de
argila ajuda a purificar, eliminar a oleosidade e fortalecer o couro cabeludo.
Disfunções capilares 203

A argila branca, verde e preta são as mais indicadas para os fios. A branca é
mais leve e suave; a verde indicada para cabelos normais que precisam apenas
de tonificação, estimulação do couro cabeludo e limpeza; e a preta é indicada
para quem tem excesso de oleosidade do couro e queda dos fios.

 Argila branca: rica em silício e alumínio e vários oligoelementos.


Aumento na oxigenação das áreas congestionadas, regulam a querati-
nização, em distúrbios do couro cabeludo.
 Argila verde: rica em magnésio, manganês, silício e vários oligoele-
mentos. Desinflama, esfolia, regula a produção sebácea e tem efeito
desintoxicante e adstringente.
 Argila cinza: rica em alumínio e silício. Melhora a circulação sanguínea
e linfática, efeito anti-inflamatório e cicatrizante, melhora olheiras,
varizes e queda de cabelo.
 Argila amarela: rica em silício e alumínio. Ação calmante e regene-
radora de tecidos.
 Argila vermelha: rica em ferro e silício. Usada no tratamento de celulite,
gordura localizada, pálpebras caídas, papada e inchaços.
 Argila preta: elevado teor de titânio, alumínio e silício (argila rara).
Ativa a circulação, tem ação adstringente, contribui para a renovação
celular, tem efeito cicatrizantes, desintoxicante e anti-inflamatório e
combate a queda de cabelo provocada pela idade.

Óleos vegetais
Além de hidratar o couro, os óleos vegetais também nutrem. Eles têm ácidos
graxos e vitaminas que ajudam a reconstruir a superfície do cabelo danificado
e protegê-los de danos adicionais e perda de umidade. Os melhores óleos para
tratar o couro cabeludo são: de coco, rícino, jojoba, abacate e groselha negra.

Óleos essenciais
Os óleos essenciais podem ser grandes aliados para o couro cabeludo. Eles
podem ser usados para purificar o couro cabeludo, fortalecer, melhorar a
irritação e controlar a caspa. Os óleos essenciais também ajudam a controlar a
oleosidade no couro cabeludo, melhorando a oxigenação e, consequentemente,
o crescimento dos fios. Os melhores são: alecrim, ylang ylang, hortelã e cedro.
O terapeuta capilar conhece profundamente a anatomia capilar e a estrutura
do cabelo. Desta forma, pode utilizar equipamentos específicos, associados a
204 Disfunções capilares

produtos cosméticos, alimentação adequada e técnicas manuais para o couro


cabeludo, além de personalizar o tratamento após uma minuciosa anamnese.

1. Sob a ação de uma enzima, a 5-alfa- 3. É a mais comum das doenças do couro
redutase, a testosterona transforma-se cabeludo, popularmente conhecida
em didrotestosterona (DHT), hormônio como caspa, e se caracteriza por
responsável pelo afinamento oleosidade excessiva (seborreia),
dos cabelos e pela diminuição juntamente com inflamação e
progressiva dos folículos, que têm descamação. A inflamação deixa o
seu ciclo de vida normal encurtado. couro cabeludo vermelho e sensível.
O resultado final é a calvície, a queda Já a descamação forma crostas
continuada dos cabelos, levando à que, quando removidas, podem
rarefação e ao afastamento da linha causar ferimentos. É geralmente
de implantação para trás. A calvície associada a estresse e fungos. A qual
é caracterizada pela ausência de condição se aplica essa descrição?
cabelo na parte superior e frontal a) Dermatite seborreica.
da cabeça, poupando as áreas b) Psoríase.
laterais e posterior. A qual condição c) Alopecia androgenética.
essas características se aplicam? d) Alopecia areata.
a) Alopecia androgênica. e) Alopecia cicatricial.
b) Alopecia. 4. Caracteriza-se pela formação de
c) Alopecia areata. pústulas foliculares na nuca, que
d) Alopecia universal. evoluem para lesões queloidianas.
e) Alopecia seborreica. É mais comum nos homens negros
2. Quando ocorre uma falha na que apresentam politriquia, ou seja,
coordenação do processo de fusão de folículos na superfície da
queratinização e do estímulo da pele, onde surgem dois ou três
papila, os cabelos podem tornar-se pelos. Essas são características
oleosos, com alterações e mais de qual disfunção capilar?
frágeis que o normal. Aponte a a) Tinha.
alternativa que cita tais alterações. b) Seborreia gordurosa.
a) Psoríase, dermatite c) Psoríase.
seborreica e alopecia. d) Alopecia areata.
b) Caspa, fungo e piolho. e) Foliculite queloidiana da nuca.
c) Psoríase e dermatite seborreica. 5. Com o auxílio de uma pinça
d) Psoríase e alopecia. específica, o médico especialista retira
e) Psoríase, fungo e alopecia. alguns fios de cabelo e examina suas
raízes em um microscópio, com o
Disfunções capilares 205

objetivo de verificar a porcentagem a) Fototricograma digital.


de fios anágenos (vivos) e telógenos b) Tricometria.
(mortos). Esse exame é importante no c) Biópsia de couro cabeludo.
acompanhamento do tratamento de d) Tricograma.
calvície e para diferenciar os tipos de e) Pull test.
queda (eflúvio anágeno ou telógeno).
Como se chama esse exame?

Referência

CYGNUS COSMÉTICOS. Couro cabeludo e cuidados: caspas, coceiras e queda dos fios.
Cedral, 2018. Disponível em: <http://www.cygnuscosmeticos.com.br/wp-content/
gallery/couro-cabeludo2/couro-cabeludo-e-cuidados-caspas-coceiras-e-queda-
-dos-fios-15.jpg>. Acesso em: 02 fev. 2018.

Leituras recomendadas
DAWBER, R.; VAN NESTE, D. Doenças dos cabelos e couro cabeludo. Barueri: Manole, 1996.
FELIPPO, A. A. Alopécia androgenética feminina. In: KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O.
Dermatologia estética. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2015.
HERSHMAN, J. M. Tireoidite de Hashimoto. Manual MSD, Kenilworth, 2018. Dispo-
nível em: <http://Www.Msdmanuals.Com/Pt-Br/Profissional/Dist%C3%Barbios-
-End%C3%B3crinos-E-Metab%C3%B3licos/Dist%C3%Barbios-Da-Tireoide/Tireoidite-
-De-Hashimoto>. Acesso em: 06 jan. 2018.
L’ORÉAL TECHINIQUE PROFESSIONNELLE. Atlas do Cabelo. Scribd, 2018. Disponível
em: <https://pt.scribd.com/document/152692761/Atlas-Do-Cabelo>. Acesso em:
16 dez. 2017.
PEREIRA, J. M. et al. Tricologia: tratado das doenças dos cabelos e do couro cabeludo.
Rio de Janeiro: Di livros, 2016.
SHAPIRO, J. Distúrbios capilares: conceitos atuais em fisiopatologia, diagnóstico e
tratamento. Rio de Janeiro: Di Livros, 2014.
TOSTI, A. Atlas de doenças do cabelo: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Revinter, 2013.
TOSTI, A. Dermatoscopia das doenças do couro cabeludo e dos cabelos. Rio de Janeiro:
Di livros, 2014.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:

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