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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL - COECI


ENGENHARIA CIVIL

ALLAN DJONES COSTA HLADKI


DOUGLAS GONÇALVES DE OLIVEIRA
MARIA VICTORIA ZIEGEMANN PORTELINHA

DETERMINAÇÃO DO TEOR IDEAL DE BETUME PARA UM PAVIMENTO FLEXÍVEL


PELO MÉTODO DA SUPERFÍCIE ESPECÍFICA - DOSAGEM MARSHALL
MEMORIAL DE CÁLCULO

PROJETO DE PAVIMENTAÇÃO
PROFESSORA: ISABELA VOLSKI

GUARAPUAVA
2018
1 EXERCÍCIO PROPOSTO - PARTE 1

Considerando as características dos agregados e solo expostas no quadro abaixo,


determinar as porcentagens de cada um de forma que a mistura se enquadre na faixa "C"
do DER. Determinar o teor de asfalto para a mistura, utilizando o método da superfície
específica.

Quadro 1: Faixa granulométrica indicada.

2 RESOLUÇÃO - PARTE 1

2.1 DETERMINAÇÃO DA QUANTIDADE DE PEDRA 1 E PEDRISCO NA MISTURA

Achando os valores ideias para x e y, tal que os valores da mistura fiquem dentro da
Faixa C obtém-se o seguinte quadro:

Granulometria
Peneira # Materiais Disponíveis
Faixa "C" Mistura
pol mm Pedra 1 x Pedrisco y
3/4" 19,1 100 100 21 100 79 100
1/2" 12,7 85-100 59 21 100 79 91,39
3/8" 9,52 - 30 21 100 79 85,3
n° 1 4,76 50-80 1,6 21 100 79 79,336
n° 10 2 30-65 0,7 21 40 79 31,747
n° 40 0,42 15-40 0,7 21 22 79 17,527
n° 80 0,18 10-25 0,7 21 10 79 8,047
n° 200 0,074 4-10 0,6 21 6 79 4,866
Quadro 2: Teores ideais para a faixa C.

Portanto as porcentagens ideias de Pedra 1 e Pedrisco na mistura são:

Mistura

Pedra 1 Pedrisco

21 79

Quadro 3: Porcentagens ideais de Pedra 1 e Pedrisco na mistura.


2.2 DETERMINAÇÃO DA SUPERFÍCIE ESPECÍFICA DO AGREGADO

É possível determinar a superfície específica do agregado por meio da Equação (1).

0,17G + 0,33g + 2,70A + 12a +135f


S= 100 (1)

Tal que:

G​ = 14,7 Porcentagem retida na peneira de malha #9,52 mm;


g​ = 64,636 Porcentagem passada na peneira de malha #9,52 mm e retida na #4,76 mm
A​ = 8,064 Porcentagem passada na peneira de malha #4,76 mm e retida na #0,297 mm
a​ = 82,534 Porcentagem passada na peneira de malha #0,297 mm e retida na #0,074 mm
f​ = 4,866 Porcentagem passada na peneira de malha #0,074 mm
Quadro 4: Coeficientes para determinação da superfície específica do agregado.

Para achar a quantidade passante na peneira #0,297 mm foi utilizado interpolação


linear, conforme indicação da norma.

0,42−0,18 17,527−x
0,18−0,297 = 8,047−x ⇒ x = 12, 6

Portanto a superfície específica do agregado é da ordem de ​S = 16,9292 m²/kg.

2.3 TEOR PROVÁVEL DE MATERIAL BETUMINOSO

A equação (2) é utilizada para estimar o teor provável de material betuminoso.

1
T ca = m * S 5 (2)

Onde ​m = 3,75 ​por indicação do roteiro, e ​S ​é referente à superfície específica do


agregado obtida na seção 2.2.
Substituindo esses valores na equação (2) o resultado que se tem é T ca = 6, 60326.
Porém a equação (2) é definida para um material com densidade de 2,65, então se
faz necessário uma correção com base na densidade dos materiais utilizados nesse
exercício. O roteiro indica a equação (3) para esse fim.

T ca
T *i = 2, 65 * di (3)

Com as densidades do betume e do agregado indicadas respectivamente como


dam = 2, 710 e db = 1, 018.
Utilizando esses valores e os obtidos através da equação (2) na equação (3), os
* = 6, 45706 e T * = 17, 189238.
valores obtidos são T am b
2.4 DETERMINAÇÃO DA PORCENTAGEM DE ASFALTO EM RELAÇÃO À MISTURA

A quantidade de asfalto usado na mistura é determinada por meio da equação (4),


que exprime em porcentagem a razão da quantidade de material betuminoso corrigido pela
quantidade total de material.

100T *ca
P ca = 100 + T *ca (4)

Portanto P ca = 5, 50995% ou P ca ≈ 5, 5%.

3 EXERCÍCIO PROPOSTO - PARTE 2

Com o teor de asfalto determinado na seção 2.4 foram feitas baterias de ensaios
com 3 corpos de provas para os teores de betume seguindo o quadro.

Pca - 0,5% Pca Pca + 0,5% Pca + 1,0%


Quadro 5: Teor de betume para bateria de ensaios.

Os resultados referentes ao ensaio se encontram no quadro 6. Será necessário o


preenchimento dele do modo que se fará a seguir.

Quadro 6: Determinação dos valores de ensaio para os corpos de prova.

4 RESOLUÇÃO - PARTE 2
4.1 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE APARENTE DA MISTURA (d)

Para determinação da densidade aparente da mistura (d), coluna A do quadro 6, a


equação (5) é indicada, onde M ar e M água se referem à massa medida ao ar (terceira
coluna) e massa medida submersa de cada corpo de prova (quarta coluna),
respectivamente.

M ar
d = M ar − M água (5)

4.2 DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE MÁXIMA TEÓRICA (Dt)

Para determinação da densidade máxima do agregado graúdo mineral da mistura


(Dt), coluna B do quadro 6, utiliza-se a equação (6):

100
Dt = (%ag−%b) %b (6)
dam +d
b

%ag = P orcentagem de agregado graúdo na mistura;


%b = P orcentagem de betume na mistura;
db = Densidade do betume;
dam = Densidade do agregado mineral.

4.3 DETERMINAÇÃO DO VOLUME DE VAZIOS (VV)

Para obter o volume de vazios (VV) em porcentagem, coluna C, utiliza-se uma


relação entre a densidade teórica e a densidade aparente, obtidas nos itens 4.1 e 4.2,
relação expressada pela equação (7).

Dt −d
V V = 100 * Dt
(7)

4.4 PORCENTAGEM DE VAZIOS DO AGREGADO MINERAL (Vb)

A porcentagem de vazios do agregado mineral (Vb), coluna D, é obtida por valores


apresentados nos itens anteriores, aplicados na equação (8).

d * %b
Vb = db
(8)

4.5 DETERMINAÇÃO DA RELAÇÃO BETUME/VAZIOS (RBV)

A relação betume/vazios (RBV), coluna E, pode ser definida pela equação (9), que
relaciona volume de vazios e porcentagem de vazios do agregado.
100V b
RBV = V V +V b (9)
5 RESULTADOS

5.1 PROPRIEDADES FÍSICAS DE ENSAIO

Com as equações de 5 à 9, pode-se preencher o quadro 6, chegando-se ao quadro


7, com os valores finais.

Teor de Massa Massa


CP d Dt VV (%) Vb (%) RBV (%) E (Kg) f
asfalto (%) ao ar (g) imersa (g)

1 5 1296,00 740 2,331 2,502 6,840 11,449 62,601 1504,0 10,0


2 5 1296,70 742 2,338 2,502 6,571 11,482 63,601 1479,0 12,0
3 5 1296,30 741 2,334 2,502 6,701 11,466 63,115 1491,0 11,0
Média 5 1296,30 741 2,334 2,502 6,704 11,465 63,106 1491,3 11,0
4 5,5 1295,10 748 2,367 2,483 4,664 12,789 73,278 1598,0 15,0
5 5,5 1295,50 749 2,371 2,483 4,530 12,807 73,872 1624,0 14,0
6 5,5 1295,30 747 2,362 2,483 4,858 12,763 72,432 1611,0 14,0
Média 5,5 1295,30 748 2,367 2,483 4,684 12,787 73,194 1611,0 14,3
7 6 1287,30 747 2,383 2,464 3,315 14,043 80,902 1572,0 17,0
8 6 1296,80 753 2,385 2,464 3,228 14,055 81,322 1650,0 18,0
9 6 1292,10 750 2,384 2,464 3,277 14,048 81,087 1611,0 17,0
Média 6 1292,10 750 2,384 2,464 3,273 14,049 81,104 1611,0 17,3
10 6,5 1289,00 746 2,374 2,446 2,941 15,157 83,751 1467,0 22,0
11 6,5 1288,60 746 2,375 2,446 2,899 15,164 83,949 1572,0 21,0
12 6,5 1288,80 746 2,374 2,446 2,920 15,160 83,850 1520,0 21,0
Média 6,5 1288,80 746 2,374 2,446 2,920 15,160 83,850 1519,7 21,3
Quadro 7: Valores finais e médios para cada ensaio.

5.2 GRÁFICOS COMPARATIVOS

Com os valores do Quadro 7, é possível elaborar gráficos que relacionam o teor de


asfalto ou teor de betume com características físicas, assim entendendo sua relação direta.
Para a construção desses gráficos sempre foi utilizado o valor médio dos 3 corpos de prova
analisados.
A partir desses gráficos e com condições presentes no roteiro, o teor ideal de
betume é estimado dentro de um intervalo.
O Gráfico 1 apresenta uma relação entre o teor de betume e a densidade aparente.
​ ensidade aparente.
Gráfico 1: Teor de betume ​x D

O Gráfico 1 mostra que a densidade aparente cresce até o teor de betume atingir
aproximadamente 6% da mistura, quando começa a diminuir.
A relação entre o volume de vazios e teor de betumes na mistura é representado no
Gráfico 2. É perceptível que conforme o teor de betume aumenta o volume de vazios
diminui, isso ocorre porque o betume acaba preenchendo os vazios da mistura.

​ olume de vazios.
Gráfico 2: Teor de betume ​x V

Naturalmente quando o teor de betume cresce, também aumenta a relação


betume/vazios, e isso é representado no gráfico 3.
Gráfico 3: Teor de Betume ​x​ Relação betume vazios.

Já no tocante à resistência da mistura, o ápice ocorre quando o Pca está entre 5,5%
e 6,0%, e o Gráfico 4 ilustra essa situação.

Gráfico 4: Teor de Betume ​x​ Esforço de ruptura do corpo de prova.

Por fim, o Gráfico 5 apresenta a relação entre o teor de betume e a fluência da


mistura, essa última que aumenta conforme a primeira cresce, quase de forma linear.
Gráfico 5: Teor de betume x Fluência.

5.3 CONDIÇÕES PARA DETERMINAÇÃO DO TEOR IDEAL DE BETUME

As condições que o roteiro estabelece para o teor ideal de betume são as seguintes:

● No Gráfico (2) determinar os teores de betume para o intervalo


3% ≤ V V ≤ 5%.
● No Gráfico (3) determinar os teores de betume para o intervalo
75% ≤ RBV ≤ 85%.
● No Gráfico (5) determinar os teores de betume para o intervalo 8 ≤ f ≤ 16.

O roteiro também indica a adoção do teor de betume referente a máxima densidade,


porém também ressalta que isso pode variar conforme o tráfego para que o mesmo está
sendo dimensionado.

6 CONCLUSÃO

Cada condição da seção 5.3 garante um intervalo definido, onde a interseção dos
três intervalos gerará o intervalo do teor ideal de betume.

● Condição 1: 5, 375 % ≤ P ca ≤ 6, 375 %;


● Condição 2: 5, 625 % ≤ P ca ≤ 6, 500 %;
● Condição 3: 5, 000 % ≤ P ca ≤ 5, 750 %;

Logo, o intervalo ideal é dado por: 5, 625 % ≤ P ca ≤ 5, 750 %.


Apesar de não ser fator requerido, esse resultado também está dentro do intervalo
de maior resistência apresentado pelos corpos de prova, o que aumenta a garantia da
confecção de um pavimento de grande desempenho.
O teor ideal indicado está relacionado à maior densidade dentro do intervalo, que
por análise do Gráfico 1 ocorre quando P ca = 5, 750%. Porém existe o fator tráfego a ser
levado em consideração, e o roteiro indica maiores densidades para tráfegos de leve a
médio e menores para tráfego pesado.
Portanto, a conclusão que se chega é de que o teor de betume ideal segue a
indicação.

P ca = 5, 750% p​ ara tráfego médio, leve ou desconhecido.


P ca = 5, 625% ​para tráfego pesado.

7 REFERÊNCIAS

VOLSKI, I. ​Exercício dosagem Marshall - ROTEIRO​​. UTFPR, 2018. Adaptado de


PASTANA, C. E. T. ​Apostila​​. UNIMAR.

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