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Sistemas Elétricos de Potência

Departamento Regional de Rondônia


Medidas Elétricas

Federação das Indústrias do Estado de Rondônia


Presidente do Sistema FIERO/SESI/SENAI/IEL
Euzébio André Guareschi

Diretor Superintendente do SESI/RO


Valdemar Camata Junior

Diretor Regional do SENAI/RO


Vivaldo Matos Filho

Superintendente do Instituto Euvaldo Lodi - IEL/RO


Valdemar Camata Junior

Diretora da Escola Centro de Formação Profissional “Marechal Rondon”


Elsa Ronsoni Mendes Pereira

Fevereiro
2007

Centro de Formação Profissional SENAI - RO 1


UTILIZAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos nivelados em um


contexto nacional, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de
informações e construir links entre os diversos conhecimentos e competências, tão
importantes para sua formação profissional.

Além dos esforços e dedicação de todo o grupo do SENAI DR/RO na confecção


de material didático estamos também utilizando as obras divulgadas no site
www.senai.br/recursosdidaticos desenvolvidas por outros Departamentos Regionais,
reservados os direitos patrimoniais e intelectuais de seus autores nos termos da Lei nº.
9610, de 19/02/1998.

Tal utilização se deve ao fato de que tais obras vêm de encontro as nossas
necessidades, bem como têm a função de enriquecer a qualidade dos recursos didáticos
fornecidos aos nossos alunos como forma de aprimorar seus conhecimentos e
competências.
Sistemas Elétricos de Potência

* “ Material sujeito a alterações sem prévio aviso!”

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Sistemas Elétricos de Potência

Índice

1 Introdução ....................................................................................................................9
1.1 Definição de energia e potência............................................................................. 10
1.1.1 Energia _____________________________________________________________10
1.1.2 Potência_____________________________________________________________10
1.2 O que é geração e cogeração? ............................................................................... 12
1.2.1 Geração _____________________________________________________________12
1.2.2 Cogeração ___________________________________________________________12
1.3 O sistema de geração ............................................................................................ 15
1.3.1 Máquina primária______________________________________________________15
1.3.2 Geradores ___________________________________________________________15
1.3.3 Transformadores ______________________________________________________15
1.3.4 Controle, comando e proteção_____________________________________________15
2 Máquinas Primárias ..................................................................................................17
2.1 Hidráulicas ........................................................................................................... 17
2.2 Diesel .................................................................................................................... 21
2.3 Termelétricas........................................................................................................ 24
2.4 Termonucleares .................................................................................................... 26
2.5 Turbina a Gás....................................................................................................... 30
2.5.1 Turbinas a gás em circuito aberto __________________________________________31
2.5.2 Turbinas a gás em circuito fechado._________________________________________33
2.6 Turbinas Eólicas ................................................................................................... 36
3 GERADORES.............................................................................................................42
3.1 Introdução ............................................................................................................ 42
3.1.1 Histórico ____________________________________________________________42
3.1.2 Noções de aplicações ___________________________________________________42
3.1.2.1Tipos de acionamentos ..........................................................................................................43
3.2 NOÇÕES FUNDAMENTAIS ............................................................................... 44
3.2.1 Princípio de funcionamento ______________________________________________44
3.2.2 Geração de corrente trifásica______________________________________________47
3.2.2.1Ligações no sistema trifásico ................................................................................................47
3.2.2.2Tensão nominal múltipla .......................................................................................................49
3.2.3 Comportamento do gerador em vazio e sob carga_______________________________52
3.2.4 Máquinas de pólos lisos e salientes _________________________________________55
3.2.5 Reatâncias ___________________________________________________________56
3.2.6 Potência em máquinas de pólos salientes_____________________________________59
3.2.7 Definições ___________________________________________________________61
3.2.7.1Distorção harmônica..............................................................................................................61
3.2.7.2Fator de desvio .......................................................................................................................61
3.2.7.3Modulação de tensão .............................................................................................................63
3.2.7.4Desequilíbrio angular .............................................................................................................63
3.2.7.5Desbalanceamento de t ensão.................................................................................................63
3.2.7.6Transiente de tensão...............................................................................................................63
3.2.7.7Tolerância de tensão ..............................................................................................................64
3.3 GERADORES WEG............................................................................................. 65
3.3.1 Normas aplicáveis _____________________________________________________65

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3.3.2 Geradores com excitação por escovas _______________________________________65


3.3.2.1Tipo SL (antigo DL) ..............................................................................................................65
3.3.3 Geradores com excitação sem escovas (Brushless) ______________________________66
3.3.4 Geradores com excitação sem escovas para aplicações especiais____________________69
3.3.5 Motores síncronos _____________________________________________________70
3.3.6 Regulador de tensão ____________________________________________________72
3.3.7 Tempo de regulagem da tensão (tempo de resposta) _____________________________72
3.3.8 NOMENCLATURA DAS MÁQUINAS SÍNCRONAS WEG _____________________73
3.4 CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE............................................................... 76
3.4.1 Altitude _____________________________________________________________76
3.4.2 Temperatura ambiente.__________________________________________________76
3.4.3 Determinação da potência útil do gerador nas diversas condições de temperatura e altitude 76
3.4.4 Atmosfera Ambiente ___________________________________________________77
3.4.4.1Ambientes Agressivos ...........................................................................................................77
3.4.5 Graus de proteção _____________________________________________________78
3.4.5.1Código de identificação .........................................................................................................78
3.4.5.2Tipos usuais ............................................................................................................................80
3.4.6 Limites de ruído _______________________________________________________80
3.4.7 Vibração ____________________________________________________________81
3.4.8 Ventilação ___________________________________________________________82
3.4.8.1Gerador aberto ........................................................................................................................82
3.4.8.2Gerador totalmente fechado ..................................................................................................83
3.4.9 Acessórios/especialidades________________________________________________85
3.4.9.1Resistência de aquecimento...................................................................................................85
3.4.9.2Proteção térmica de geradores elétricos ...............................................................................85
3.5 CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO ......................................................... 88
3.5.1 Potência nominal ______________________________________________________88
3.5.2 Elevação de temperatura-classe de isolamento _________________________________91
3.5.2.1Aquecimento do enrolamento ...............................................................................................91
3.5.2.2Classes de isolamento ............................................................................................................92
3.5.2.3Medida da temperatura do enrolamento ...............................................................................92
3.5.2.4Aplicação à máquinas elétricas .............................................................................................93
3.5.3 Queda de tensão _______________________________________________________94
3.5.3.1Cálculo da queda de tensão ...................................................................................................94
3.5.3.2Influência do fator de potência..............................................................................................96
3.5.3.3Influência da carga inicial......................................................................................................96
3.5.4 Limitações na partida de motores __________________________________________98
3.5.5 Sobrecarga__________________________________________________________103
3.5.6 Sobrevelocidade______________________________________________________104
3.5.7 Corrente de curto-circuito _______________________________________________104
3.5.8 Conversão de reatâncias ________________________________________________105
3.5.9 Proteção do gerador ___________________________________________________106
3.5.10Regime de serviço ____________________________________________________106
3.5.10.1 ............................................................................................................. Regimes Padronizados
106
3.5.11Diagrama de carga ____________________________________________________108
3.5.12Operação em paralelo de geradores ________________________________________110
3.5.13Cálculo da bobina de aterramento do ponto estrela de geradores ___________________113
3.6 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS .......................................................... 114
3.6.1 Componentes Principais ________________________________________________114
3.6.1.1Estator da máquina principal ...............................................................................................114
3.6.1.2Rotor da máquina principal .................................................................................................114
3.6.1.3Estator da excitatriz principal ..............................................................................................114
3.6.1.4Rotor da excitatriz principal e diodos retificadores girantes.............................................114
3.6.1.5Excitatriz auxiliar .................................................................................................................115

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3.6.1.6Enrolamento auxiliar (ou bobina auxiliar)..........................................................................115


3.6.2 Placa de identificação __________________________________________________115
3.6.3 Normas ____________________________________________________________116
3.6.4 Pintura - Geradores para aplicação geral ____________________________________116
3.6.5 Terminais de aterramento _______________________________________________116
3.6.6 Forma construtiva_____________________________________________________116
3.6.7 Condições usuais de serviço _____________________________________________120
3.7 SELEÇÃO DE GERADORES ............................................................................ 121
3.7.1 Características necessárias para a correta seleção ______________________________121
3.7.2 Principais aplicações de geradores ________________________________________121
3.7.2.1Conversão de freqüência......................................................................................................122
3.7.2.2Conversão de Corrente ........................................................................................................123
3.7.2.3NO-BREAK..........................................................................................................................124
3.7.2.4Short-Break Diesel ...............................................................................................................125
3.7.2.5Geradores para CPD.............................................................................................................125
3.7.2.6Geradores linha Industrial ...................................................................................................126
3.7.2.7Geradores para Telecomunicações (padrão TELEBRÁS).................................................126
3.7.2.8Geradores alimentando cargas deformantes .......................................................................127
3.8 ENSAIOS............................................................................................................ 128
3.8.1 ENSAIOS DE ROTINA________________________________________________128
3.8.2 ENSAIOS DE TIPO___________________________________________________128
3.8.3 ENSAIOS ESPECIAIS_________________________________________________128
3.9 COLETÂNEA DE FÓRMULAS ........................................................................ 129
5.1.1.4Características gerais dos equipamentos de proteção ........................................................132
5.1.1.5Características Funcionais do Releamento .........................................................................135
5.1.2 Aspectos específicos __________________________________________________136
5.1.2.1Equipamentos de manobra...................................................................................................136
5.1.2.2Proteção de motores .............................................................................................................138
5.1.2.3Proteção de Geradores .........................................................................................................138

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5.1.2.4Proteção de transformadores ...............................................................................................139


5.1.2.5Proteção de barramentos......................................................................................................139
5.1.3 Coordenação ________________________________________________________140
5.1.3.1Proteção de linhas ................................................................................................................141
5.1.4 Princípios de coordenação ______________________________________________142
5.2 Diagramas elétricos ............................................................................................143
5.2.1 Diagrama Unifilar ____________________________________________________143
5.2.2 Diagrama Trifilar _____________________________________________________144
5.2.3 Diagrama Funcional ___________________________________________________145
5.2.4 Diagramas Construtivos ________________________________________________146
5.2.4.1Diagrama Sinóptico .............................................................................................................147
5.3 Consideração a respeito de quadros elétricos......................................................148
5.3.1 Classificações _______________________________________________________148
5.3.1.1Quanto a função ...................................................................................................................148
5.3.1.2Quanto ao local de instalação ..............................................................................................151
5.3.1.3Quanto ao grau de proteção .................................................................................................151
5.3.1.4Quanto ao tipo de construção ..............................................................................................152
5.3.2 Comportamento dos metais (estrutura e barramento) ___________________________152
5.3.3 Características dos metais _______________________________________________152
5.3.3.1Densidade .............................................................................................................................152
5.3.3.2Propriedades térmicas ..........................................................................................................153
5.3.3.3Propriedades elétricas ..........................................................................................................153
5.3.3.4Propriedades químicas .........................................................................................................154
5.3.3.5Propriedades Mecanicas ......................................................................................................154
5.4 Graus de Proteção ..............................................................................................155
5.5 Condições Normais de Serviço ............................................................................159
5.6 Considerações de Normalização..........................................................................161
5.6.1 Definições (Segundo IEEE C 37.20.2 - 1993) ________________________________161
5.6.1.1Painéis Metal Clad ...............................................................................................................161
5.6.1.2Painéis Cubicle .....................................................................................................................162
5.6.1.3Painéis Interrupter................................................................................................................162
5.6.1.4Painéis Baixa Tensão ...........................................................................................................163
6 Produção Independente de Energia Elétrica no Brasil..........................................164
6.1 Introdução ..........................................................................................................164
6.2 Ligação em Autoprodutores em paralelo com o sistema de distribuição .............166
6.2.1 Paralelismo _________________________________________________________166
6.2.1.1Condições para o Paralelismo .............................................................................................167
6.2.1.2Métodos para o Sincronismo ...............................................................................................167
6.2.2 Proteção Contra Faltas _________________________________________________168
6.2.2.1 Nomenclatura para Relés (NBR 5175 - Maio 1988).........................................................168
6.2.3 Projeto Elétrico ______________________________________________________177
7 Dimensionamento de Fios e Cabos de Baixa Tensão.............................................178
7.1 Os Seis Critérios Técnicos de Dimensionamento de Condutores Elétricos ..........178
7.2 Seção do Condutor Neutro ..................................................................................179
7.3 O Condutor de Proteção .....................................................................................180
7.4 Cores dos Condutores Neutro e de Proteção .......................................................181
7.5 Tabelas ...............................................................................................................182
7.5.1 Grupos Contendo Cabos de Dimensões Diferentes _____________________________193

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7.5.2 Correntes Máximas de Curto-Circuito ______________________________________204


7.5.3 Correntes Máximas de Curto-Circuito ______________________________________205
7.5.4 Correntes Máximas de Curto-Circuito ______________________________________206
7.5.5 Determinação da Integral de Joule (l2t) de Condutores Elétricos ___________________207
REFERÊNCIAS__________________________________________________________209

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1 INTRODUÇÃO

A eletricidade é a forma mais fácil de se transportar energia para a sua utilização nos
processos de manufatura. Ela surgiu como forma de substituir a energia da máquina a vapor,
pilastra mestra da atual revolução industrial.
Com o crescimento do setor industrial no Brasil a partir do inicio dos anos 90, o
aumento da demanda de energia elétrica superou a capacidade de crescimento do sistema de
geração das concessionárias de energia levando o governo a considerar possibilidade de
produção de energia elétrica por empresas do setor privado, com o objetivo de atrair
investimentos no setor e assim “desafogar” o sistema elétrico Brasileiro.
A economia e a produção de energia elétrica passaram a ser prioridade para o Ministério
das Minas e Energia e o DNAEE (hoje ANEEL), que através de campanhas informativas
incentivavam o uso racional de energia elétrica visando diminuir o desperdício e, através da
modificação da legislação regulamentar a geração e a cogeração de energia por grupos e
empresas privadas.

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1.1 DEFINIÇÃO DE ENERGIA E POTÊNCIA

1.1.1 ENERGIA

Os físicos definem a palavra energia como a quantidade de trabalho que um sistema é


capaz de fornecer. Energia, de acordo com os físicos, não pode ser criada, consumida ou
destruída. No entanto a energia pode ser transformada ou transmitida de diferentes formas: a
energia cinética do movimento das moléculas de ar podem ser convertidas em energia cinética de
rotação pelo rotor de uma turbina eólica, que por sua vez pode ser convertida em energia elétrica
através de um gerador acoplado ao rotor da turbina.
Em cada processo de conversão de energia, parte da energia da fonte é dissipada em
forma de calor (energia térmica) em função do atrito entre as engrenagens, moléculas de ar e
esforços mecânicos da máquina conversora. A relação entre a energia que entra no sistema de
conversão e a energia que sai desse sistema chama-se rendimento.
Costuma-se medir a capacidade de produção de energia em quilowatt hora ou megawatt
hora durante um certo período de tempo. Note que a unidade de energia é quilowatt hora [kW.h],
e não apenas quilowatt [kW]. Confundir estas unidades é um erro bem comum.

Unidades de Energia

1 J [joule] = 1 [W.s] = 4.1868 [cal]


1 GJ [gigajoule] = 109 J
1 TJ [terajoule] = 1012 J
1 PJ [petajoule] = 1015 J
1 kWh [quilowatt hora] = 3,600,000 [joules]
1 toe [tonelada de óleo equivalente]
= 7.4 barris de óleo cru na máquina primária
= 7.8 barris no total de consumo final
= 1270 m3 de gás natural
1 Mtoe [milhão de toneladas de óleo equivalente] = 41.868 PJ

1.1.2 POTÊNCIA

A potência elétrica é normalmente medida em watt [W], quilowatt [kW], megawatt


[MW], etc. Ou seja, potência é a quantidade de energia transferida por unidade de tempo. A
potência pode ser medida em qualquer instante de tempo, enquanto a energia precisa ser medida
em um intervalo de tempo, como um segundo, uma hora, um ano, etc. Por exemplo, se uma
turbina ou gerador possuem uma potência nominal de 600 quilowatts [kW], significa que aquela
turbina pode produzir 600 quilowatts hora [kW.h] de energia por hora de operação, trabalhando
no ponto máximo de eficiência.
Dizer, por exemplo, que um país como a Dinamarca possui 1.000MW de potência
eólica instalada, não quer dizer quanta energia as turbinas produzem. As turbinas eólicas
funcionam cerca de 75% das horas do ano, mas funciona com capacidade máxima apenas
durante um numero limitado de horas no ano.
Para calcular a quantidade de energia produzida por uma turbina eólica é necessário
conhecer a distribuição da velocidade do vento por cada turbina. No caso acima citado, as

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turbinas retornam, na média, 2.300 horas de funcionamento a plena carga por ano. Para calcular
a energia total produzida multiplica-se os 1.000MW de potência instalada pelas 2.300 horas de
funcionamento a plena carga, que é igual a 2.300.000 [MWh] ou 2,3 [TW.h] de energia.
Em outras áreas, tais como a Escócia, ou o oeste da Irlanda, encontramos turbinas
que trabalham, na média, 3.000 horas a plena carga, e até mais. No entanto na Alemanha não são
encontradas turbinas que trabalham mais que 2.000 horas por ano a plena carga.
A potência dos motores de automóveis são geralmente medidas em cavalos e não em
kW. A unidade “cavalo vapor” da uma idéia intuitiva de quanto “músculo” o gerador ou motor
possui, enquanto a energia da uma idéia de quanto um motor ou gerador “trabalhou” durante um
período de tempo.

Unidades de potência.

1 kW = 1.359 CV

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1.2 O QUE É GERAÇÃO E COGERAÇÃO?

1.2.1 GERAÇÃO

A geração de energia elétrica é a transformação de qualquer tipo de energia em energia


elétrica. Esse processo ocorre em duas etapas. Na 1a etapa uma máquina primária transforma
qualquer tipo de energia, normalmente hidráulica ou térmica, em energia cinética de rotação. Em
uma 2a etapa um gerador elétrico acoplado à máquina primária transforma a energia cinética de
rotação em energia elétrica.
Como exemplo podemos tomar uma hidroelétrica onde uma turbina hidráulica
transforma a energia potencial da água em desnível, em energia cinética de rotação que é
transferida a um eixo acoplado a um gerador, tal como mostrado na figura 1.

1.2.2 COGERAÇÃO

De acordo com a ANEEL (Agencia Nacional de Energia Elétrica), “Cogeração de


energia é definida como o processo de produção combinada de calor e energia elétrica (ou
mecânica), a partir de um mesmo combustível, capaz de produzir benefícios sociais, econômicos
e ambientais. A atividade de cogeração contribui efetivamente para a racionalização energética,
uma vez que possibilita maior produção de energia elétrica e térmica a partir da mesma
quantidade de combustível.”
Diferentemente da geração, na cogeração a energia térmica, ou outro tipo de energia, é
utilizado diretamente nos processos de manufatura, tais como fornos, caldeiras, entre outros. A
cogeração é o reaproveitamento dos “resíduos” de energia dessas fontes para a geração de
energia elétrica diminuindo, assim, as perdas e, conseqüentemente, aumentando o rendimento e
o aproveitamento das fontes de energia.

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Figura 1 – Central hidráulica em circuito aberto a céu aberto, Rio Paraná, Itapu, Brasil.
1- Barragem, 2- grades, 3- tomada de águas, 4- conduto forçado, 5- turbina, 6- alternador, 7- casa
de máquinas, 8- pórtico-ponte, 9- sistema de descarga 10- transformadores, 11- sistema de
transmissão.

A cogeração é a forma mais eficiente de gerar calor e energia elétrica a partir de uma
mesma fonte de energia. Comparando a utilização de combustível fóssil com a quantidade de
calor que é normalmente gasta no processo de geração de energia, a cogeração alcança níveis de
eficiência 3 vezes maior, podendo chegar a 4 vezes, do que no processo convencional de
geração. No entanto a cogeração passou a ser utilizada a muito pouco tempo. No meio da década
de 80, com o preço do gás natural relativamente baixo, a cogeração tornou-se uma alternativa
atrativa como uma nova forma de geração de energia elétrica. De fato, a cogeração é um dos
maiores responsáveis pela grande diminuição da construção de usinas hidrelétricas e
termonucleares ocorrida na década de 80. Hoje a cogeração corresponde a mais da metade da
capacidade das novas usinas instaladas na América do Norte na ultima década.
Os equipamentos de cogeração podem utilizar outros combustíveis além do gás natural.
Existem instalações em operação que utilizam madeira, bagaço de cana-de-açúcar, e outros
combustíveis dependendo do local e disponibilidade.
As implicações ambientais da cogeração são bem menores quando comparadas às do
processo convencional de geração, não apenas pela sua inerente eficiência, mas também pelo seu
caráter descentralizador. Isto se deve ao fato de ser impraticável o transporte de calor (energia
térmica) a grandes distâncias, e os equipamentos de cogeração são localizados fisicamente
próximos aos processos que utilizam calor. Desta forma a energia elétrica tende a ser gerada

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próxima aos centros consumidores, reduzindo as perdas pela transmissão e a necessidade de


equipamentos para a distribuição. Um número significativo de conseqüências positivas para o
meio ambiente decorrem deste fato. As plantas de cogeração tendem a ser pequenas por isso
podem pertencer e serem operadas por companhias menores e afastadas de um centro industrial.
Como regra geral, elas também são construídas próximas a áreas populacionais, o que significa
que devem ser mantidas no mais alto padrão ambiental. Como por exemplo, na Europa e ,cada
vez mais, na América do Norte, a cogeração é o coração do sistema de calefação da cidade.
Calefação distrital e cogeração combinados podem reduzir as emissões de gases poluentes mais
do que qualquer outra tecnologia.

Figura 2 – Esquema geral de cogeração em uma industria

Para entender cogeração, é necessário saber que a forma mais convencional de se gerar
energia é baseada na queima de um combustível para produzir vapor. É a pressão do vapor que
gira a turbina e gera energia, em um processo inerentemente ineficiente. Por causa de um
principio básico da física, pouco mais que um terço da energia liberada pela queima do
combustível pode ser convertida em pressão de vapor para gerar energia elétrica. A cogeração,
no entanto, utiliza esse excesso de calor, normalmente na forma de vapor, a uma temperatura
relativamente baixa, liberada pelas turbinas. Esse vapor é utilizado em uma gama de aplicações
das mais variadas, e efetivamente diminui a combustão de combustíveis a base de carbono,
juntamente com todas as implicações ambientais que a queima desses combustíveis possui.
Além da cogeração, há um grande número de tecnologias que fazem uso do vapor
liberado pelas turbinas a baixas temperatura e pressão. Essas tecnologias são conhecidas como
sistemas de “ciclo combinado”. Elas são mais eficientes que a geração convencional de energia,
mas não tão eficiente quanto a cogeração.

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1.3 O SISTEMA DE GERAÇÃO

O sistema de geração é formado pelos seguintes componentes: Máquina primária,


geradores, transformador e sistema de controle, comando e proteção.

1.3.1 MÁQUINA PRIMÁRIA

É a maquina primária que faz a transformação de qualquer tipo de energia em energia


cinética de rotação para ser aproveitada pelo gerador. Por exemplo, a máquina que transforma a
energia liberada pela combustão do gás em energia cinética é a turbina a gás.
As principais máquinas primárias utilizadas hoje são motores Diesel, turbinas
hidráulicas, turbinas a vapor, turbinas a gás e eólicas. Normalmente as centrais elétricas onde as
máquinas primárias são turbinas a vapor, as centrais são classificadas em relação ao combustível
utilizado para aquecer o vapor. Onde ocorre o processo de combustão as centrais são chamadas
de termelétricas e onde ocorre o processo de fissão nuclear são chamadas de termonucleares.

1.3.2 GERADORES

São os geradores que transformam a energia cinética de rotação das máquinas primárias
em energia elétrica.
Os geradores são dimensionados de acordo com a potência que a máquina primária
pode fornecer. Além da potência, o tipo de máquina primária ( eólica, hídrica, térmica, etc...)
define também a velocidade de rotação que irá ser transmitida ao gerador e, em função dessa
velocidade é definido o número de pólos do gerador. O funcionamento, especificação e detalhes
do projeto serão estudados mais profundamente no capitulo 3.

1.3.3 TRANSFORMADORES

Uma vez gerada a energia elétrica, existe a necessidade de se compatibilizar o nível da


tensão de saída com a tensão do sistema ao qual o grupo gerador será ligado. O equipamento
utilizado para elevar ou rebaixar o nível de tensão é o transformador. Desta forma um grupo
gerador que gera energia a uma tensão de 13.8 kV pode ser ligado a uma linha de transmissão de
69kV desde que um transformador de 13,8/69 kV faça o ajuste da tensão. O funcionamento dos
transformadores será estudado com mais detalhes no capitulo 5.

1.3.4 CONTROLE, COMANDO E PROTEÇÃO

Para interligar um grupo gerador a uma rede de transmissão ou distribuição são


necessários vários requisitos. Em primeiro lugar, a tensão de saída do gerador não pode variar
mais que 10% para cima ou para baixo. O controle da tensão é feito através da excitatriz do
próprio gerador e será estudada no capitulo 3. No entanto, não basta apenas compatibilizar a
tensão. É necessário que se faça o sincronismo com a rede antes de comandar o fechamento da
linha. Para que estas medidas sejam tomadas, são necessários vários equipamentos de manobra e

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proteção, tais como TC’s, TP’s, relés e disjuntores. O quadro de comando e proteção reúne todos
estes equipamentos, e permite ao operador supervisionar o funcionamento do sistema e atuar
imediatamente caso se faça necessário.
A freqüência do sistema elétrico é a variável mais importante e a mais difícil de ser
controlada. Para que o sistema de geração funcione corretamente, é necessário que a freqüência
de tensão de saída do gerador seja constante e de acordo com o sistema elétrico da região em que
se encontra. Por exemplo, no Brasil a freqüência de operação do sistema elétrico é de 60 Hz, e o
sistema de geração de energia elétrica do Paraguai é de 50 Hz. Esta freqüência é função da
rotação do gerador, portanto o gerador deve funcionar sempre em uma rotação fixa, que é
aplicada pela máquina primária. Portanto ela depende da velocidade de rotação da máquina
primária. Cabe ao sistema de controle atuar nos reguladores de velocidade das máquinas
primárias e assim garantir uma freqüência fixa da tensão na saída do gerador.
A potência elétrica de saída do gerador é diretamente proporcional a potência mecânica
transmitida pela máquina primária através do eixo. Sabemos que a potência mecânica na ponta
do eixo de uma máquina girante é diretamente proporcional ao produto da velocidade de rotação
e o torque na ponta de eixo:
P = k ⋅C ⋅ n
onde k é uma constante de proporcionalidade.

Portanto, se o gerador precisar entregar mais potência para o sistema devido a um


aumento súbito de carga, a máquina primária precisa aumentar o torque transferido ao gerador,
uma vez que a rotação deve-se manter constante.
Algumas das principais diferenças entre os turbogeradores e os hidrogeradores é a
velocidade de rotação e o momento de inércia da parte girante. Nos hidrogeradores a velocidade
de rotação é normalmente bem mais baixa e o momento de inércia bem maior do que nos
turbogeradores, uma das conseqüências desta diferença é a de que os turbogeradores necessitam
de sistemas de controle de corrente de campo e controle da velocidade de rotação da máquina
primária mais confiáveis e mais rápidos do que os hidrogeradores, pois uma perturbação na carga
requer uma adaptação rápida e precisa do sistema de geração.

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2 MÁQUINAS PRIMÁRIAS

2.1 HIDRÁULICAS

Toda eletricidade é proveniente de uma fonte de energia encontrada na natureza, como


os combustíveis fósseis, os ventos, entre outros. Nas hidrelétricas este princípio não é diferente.
A fonte de energia é a energia potencial de um volume de água, em função da diferença de
altitude entre o montante e a juzante.
Para iniciar o processo de conversão da energia potencial da água em energia elétrica, a
água dos reservatórios é captada, através de um sistema de adução onde a água é transportada
através de condutos de baixa pressão. Os condutos de baixa pressão possuem uma declividade
muito baixa, pois a sua finalidade é apenas o transporte da água até a entrada dos condutos
forçados, que conduzem a água até a casa de máquinas onde se encontram as turbinas.

Figura 2.1.1 – Exemplo de turbinas em barragens

A turbina hidráulica é uma máquina com a finalidade de transformar a energia cinética


do escoamento contínuo da água que a atravessa em trabalho mecânico. Para isso elas são
equipadas com uma série de pás (ou conchas, no caso das turbinas Pelton). Quando a água
atravessa essas pás, as turbinas giram com uma grande força. A força com que gira essa turbina
depende inicialmente da altura da queda de água, que corresponde, aproximadamente, a
diferença de altitude entre a adução e a entrada da turbina.
Existem várias formas de conseguir um desnível aproveitável: Por represamento, onde
uma barragem acumula as águas dos rios em alturas necessárias para obtenção dessa energia.
Neste caso as casas de máquinas são localizadas nos pés das barragens. Por Desvio, onde uma
parte do rio é desviada de seu curso normal para aproveitar-se um desnível de terreno. Ou por

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derivação, onde parte da água de um rio é desviada e jogada em outro rio aproveitando-se o
desnível entre os dois rios. Nestes últimos as casas de máquinas são localizadas o mais próximo
possível da jusante dos desníveis.

Figura 2.1.2 – Corte longitudinal em uma turbina tipo francis, eixo vertical. 1- rotor, 2- pá,
3- labirinto interno, 4- labirinto externo, 5- Orifícios de equilíbrio de pressão, 6- tubo de
equilíbrio de pressão, 7- palheta diretriz, 8- tampa, 9- caixa espiral, 10- palheta fixa, 11- tubo de
sucção, 12- eixo, 13- flange de acoplamento, 14- servomotor das aletas ajustáveis.

Basicamente existem 2 tipos de turbinas hídricas: as turbinas de reação ou propulsão, e


turbinas de ação ou impulso.

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Figura 2.1.3 - Corte longitudinal em uma turbina tipo hélice, kaplan, de eixo vertical. 1- rotor,
2- pá, 3- palheta diretriz, 4- tampa intermediaria, 5- tampa externa, 6- tampa interna, 7- anel
periférico, 8- caixa, 9- palheta fixa, 10- tubo de sucção, 11- eixo, 12- flange de acoplamento.

a) Turbinas de Reação (ou propulsão): São turbinas em que o trabalho mecânico é


obtido pela transformação das energias cinéticas e de pressão da água em
escoamento através do rotor. As turbinas de reação são as do tipo Francis e
Kaplan.

b) Turbinas de Ação (ou impulso): Aquela em que o trabalho mecânico é obtido


pela obtenção da energia cinética da água em escoamento através do rotor. As
turbinas de ação são as do tipo Pelton.

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Figura 2.1.4 – Corte transversal em uma turbina pelton de dois injetores, de eixo horizontal e
coroa em uma única peça. 1- rotor, 2- pá, 3- coroa de pás, 4- tampa, 5- desviador frontal,
6- poço, 7- blindagem, 8- canal de fuga, 9-eixo de turbina, 10- injetor, 11- freio de jato,
12- agulha, 13- cruzeta pelton, 14- defletor.

A turbina hidráulica utiliza a energia cinética de rotação de seu rotor para girar o
gerador ao qual está conectado. Um dispositivo elétrico chamado transformador converte a
tensão de saída do gerador em tensões aproveitáveis pelas concessionárias.
Estima-se que o Brasil tenha um potencial de geração de energia hidrelétrica da ordem
de 200.000MW, capaz de fornecer 1 milhão de GWh de eletricidade anualmente, dos quais
somente 25% estão sendo utilizados.
A capacidade nominal instalada de geração de energia elétrica no Brasil é de
57.232MW, dos quais 92% são derivados de hidrelétricas. A ELETROBRÁS participa com
27.052MW da capacidade nominal instalada. Em 1996, o sistema teve energia disponível da
ordem de 311.379GWh, para um consumo de 260.908GWh, empregava 157.063 trabalhadores e
tinha aproximadamente 39,8 milhões de consumidores.
O Brasil, juntamente com o Paraguai, possui uma das maiores usinas hidrelétricas do
mundo, a Itaipú Binacional, com capacidade instalada de 12.600MW, localizada no rio Paraná,
fronteira dos dois países.

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2.2 DIESEL

O motor Diesel é uma maquina térmica, ou seja, transforma energia térmica em energia
mecânica através do mesmo principio de funcionamento dos motores a explosão, como os
conhecidos motores de automóveis. Esses motores são chamados de máquinas térmicas a pistão
ou motores de combustão interna. Seu objetivo é a obtenção de trabalho através da liberação da
energia química do combustível.

Figura 2.2.1 – Grupo gerador com motor Diesel 1- Máquina térmica motora, motor Diesel.
2- Máquina elétrica geradora. 3- Árvore, através da qual o motor Diesel fornece a potência para
o gerador. 4- Saída dos produtos da combustão. 5 - Entrada ou saída do fluido refrigerante.

A figura 2.2.1 mostra um grupo gerador onde um motor Diesel é a máquina térmica
motora que está acoplada a um alternador, máquina elétrica geradora ou operadora. Observa-se
que o motor Diesel fornece na árvore um trabalho em uma unidade de tempo, potência,
entregando ao meio externo, através de seus sistemas de refrigeração e nos produtos de
combustão, calor. Tal potência e calores são resultado da liberação de uma energia química
liberada através de reações exotérmicas entre um combustível, no caso o óleo Diesel, e um
comburente, no caso o oxigênio do ar.
Os motores a pistão de combustão interna podem ser classificadas de várias maneiras,
entre as quais algumas merecem destaque:

• Quanto ás propriedades do gás na fase de compressão: motores Otto e motores


Diesel;
• Quanto ao ciclo de trabalho: Motores de 2 e 4 tempos. Nos motores de 2 tempos
ocorre um processo de trabalho a cada giro da árvore, e no motor 4 tempos são
necessários 2 giros para completar um ciclo do processo;
• Quanto ao movimento do pistão: motores a pistão rotativos ou alternativos;
• Quanto ao número de cilindros.

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Figura 2.2.2 – Corte no cabeçote de um motor de combustão interna PM1- Ponto morto
superior. PM2- Ponto morto inferior. 1- Cilindro. 2- Pistão ou êmbolo. 3- Vela. 4- Válvulas.

• Quanto a disposição dos cilindros: motores a pistão com cilindros em linha, V. L,


H, W, em estrela e com cilindros opostos.

Os motores a pistão de combustão interna mais utilizados em grupos geradores são os


motores Diesel. Diferentemente do motores Otto, em que a mistura combustível e comburente é
preparada fora do motor pelo carburador e injetada no cilindro, nos motores Diesel o ar é
admitido no cilindro, comprimido, e o combustível é injetado na massa de ar comprimido através
de um circuito independente ocasionando assim a inflamação espontânea.
O ciclo de funcionamento de um motor Diesel é a 4 tempos onde a combustão ocorre
com pequena variação de pressão a volume constante sendo sua maior parte desenvolvida a
pressão constante. Tal fato é uma característica única nos motores a diesel.
No caso dos motores diesel, a regulação de velocidade é feita a partir da injeção de
combustível no motor, tal como é feita nos motores diesel convencionais. Esta regulação de
velocidade é fundamental para que a freqüência do grupo gerador seja constante, em 60 ou 50 Hz
dependendo do sistema, independentemente da variação da carga.
As centrais Diesel, apesar de sua limitação de potência, ruído e vibração, constituem um
tipo de central muito utilizado até potências de 40 MW. Isto porque são bastante compactas,
entram em carga em um tempo muito pequeno, são de fácil operação e apresentam um plano de
manutenção de fácil execução, entre outros motivos.

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Figura 2.2.3 – Ciclo de trabalhe de motor Diesel a 4 tempos.


PM1 e PM2 – Pontos mortos superior e inferior. VA – Válvula de admissão. VE – Válvula de
escape. D – diâmetro do pistão. E – curso. R – Raio da árvore de manivelas. Vm – volume
morto. Vc – Volume da cilindrada. I – Pistão ou êmbolo. II – Biela. III – Árvore de manivelas.
IV – Camisa. V – Cavernas, para refrigeração. VI – Injetor. Estado 2 – Início da injeção.
Estado 3 – final da combustão.
1o tempo, 0-1, admissão
2o tempo, 1-2, compressão
3o tempo, 2-3-4, injeção, combustão e expansão
4o tempo, 4-0, escape.

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2.3 TERMELÉTRICAS

As máquinas a vapor foram as primeiras máquinas a produzirem energia mecânica


aproveitável para processos industriais. Por isto essas máquinas foram fundamentais para o
acontecimento da revolução industrial. Com o aparecimento da eletricidade, as máquinas a vapor
se tornaram peças fundamentais para a geração de energia elétrica, uma vez que já existia o
domínio dessa tecnologia.
As instalações de potência com turbinas a vapor podem visar apenas a obtenção de
energia elétrica ou mecânica ou simultaneamente elétrica ou mecânica e vapor para o processo.
Essas centrais podem trabalhar em circuito aberto ou fechado, sendo o circuito aberto muito
utilizado quando se pretende utilizar calor para o processo.

Figura 2.3.1 – Funcionamento de uma instalação de potência a vapor.

O aquecimento da água é feito através da queima de algum combustível. De um modo


geral denomina-se combustível, qualquer corpo cuja combinação química com outro seja
exotérmica. Entretanto, condições de baixo preço, existência na natureza ou processo de
fabricação em grande quantidade limitam o número de combustíveis usados tecnicamente. Tendo
em vista seu estado físico, os combustíveis podem ser classificados em sólidos, líquidos ou
gasosos. Os combustíveis sólidos são formados de C, H2, O2, S, H2O e cinzas. Sendo
combustíveis apenas os 4 primeiros elementos. Entre os combustíveis sólidos temos os minerais

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como turfas linhitos e carvão, e os não-minerais como lenha, serragem, bagaço de cana, de pinho
etc. Os combustíveis líquidos também podem ser minerais ou não minerais. Os minerais são
obtidos pela refinação do petróleo, destilação do xisto betuminoso ou hidrogenação do carvão.
Os mais usados são a gasolina, o óleo diesel e o óleo combustível. Os combustíveis líquidos não-
minerais são os álcoois e os óleos vegetais. Os combustíveis gasosos são divididos em naturais e
artificiais. Entre os naturais destacam-se o gás dos pântanos CH4 e os gases de petróleo. Entre os
artificiais temos o gasogênio, gás de alto-forno e gás de esgoto.
Basicamente, uma instalação a vapor é composta de bomba, caldeira, turbina e
condensador. Tendo em vista a pressão na saída da turbina, temos as instalações a vapor de
condensação e de contrapressão. Nas primeiras, a pressão do vapor na saída da turbina é menor
que a atmosférica, nas segundas maior.
A combustão ocorre na caldeira, dentro da câmara de combustão onde são injetados o
combustível e o comburente (ar). Após a combustão são retirados, como produto do processo,
gases e cinzas constituídos de produtos não queimados. A liberação de energia térmica devido ao
processo de combustão aquece a água na caldeira até evaporar. Uma vez na tubulação um
superaquecedor eleva a temperatura do vapor aumentando assim a pressão para entrar na turbina.
Ao passar pela turbina o vapor perde pressão e vai para o condensador onde volta ao estado
líquido e é bombeado de volta para a caldeira.
A turbina é a máquina que transforma a energia da pressão do vapor em energia cinética
de rotação e, através de um eixo de acoplamento, transmite essa energia para o gerador.

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2.4 TERMONUCLEARES

A usinas termonucleares funcionam utilizando o mesmo princípio de funcionamento das


usinas térmicas, ou seja, as máquinas que entregam energia para o gerador são as turbinas a
vapor (ver figura 2.4.1). O que torna essas usinas especiais é o combustível utilizado. Ao invés
de uma reação química de combustão, o que acontece é uma liberação de energia a nível
atômico.

Figura 2.4.1 – Funcionamento de uma usina nuclear

O núcleo do átomo foi descoberto em 1911 por Rutherford ao analisar as partículas


liberadas pelos átomos, mas somente após a descoberta do nêutron por Chadwick e as reações
feitas pelo casal Joliot-Curie em 1932 é que o núcleo começou a adquirir a sua real importância.
O tamanho do núcleo é muito pequeno. Ele ocupa o centro do átomo, e a carga total
positiva, bem como quase toda a massa do átomo está no núcleo. Ele é formado basicamente por
prótons e nêutrons. Os prótons possuem uma carga positiva numericamente igual a carga do
elétron (1.602 x 10 -19 C). Os nêutrons são eletricamente neutros. As partículas do núcleo são
chamadas de nucleons. As forças que mantém as partículas do núcleo unidas entre si são
provenientes da repulsão eletrostática entre os prótons e de forças pequenas da natureza que
aparecem dentro do núcleo que são chamadas de forças nucleares.
A energia acumulada por essas forças nucleares são chamadas de energia de coesão e é
calculada pela equação de Einstein: E=MC2.

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Ao se determinar a massa do núcleo, descobrimos que ela é menor que a soma das
massas dos seus componentes. A diferença entre as duas é chamada de erro de massa (∆m) e a
energia de coesão fica E=∆m.C2
Uma parte da massa do núcleo é transformada em energia de coesão para manter as
partículas do núcleo unidas. Essa energia é liberada durante a reação nuclear. Dividindo a
energia de coesão pelo número de componentes do núcleo obtemos a energia média do núcleo,
um valor que indica a estabilidade do núcleo. Se o valor da energia de coesão média é alto, então
este núcleo é estável. Se esse valor é baixo, então ele é instável e tende a emitir alguns de seus
componentes para tornar-se mais estável. Neste caso o núcleo é radioativo.
O elemento natural mais pesado que se encontra na Natureza é o urânio . A maior parte
dele constitui-se de átomos estáveis , dotados de 92 prótons e 146 nêutrons . A soma dessas
quantidades determina o número atômico 238 . Aproximadamente 1 % do urânio , porém , é
constituído de átomos com apenas 143 nêutrons , o que resulta no número atômico 235 : estes
são instáveis .
Os termos energia atômica e energia nuclear são sinônimos e definem o mesmo
conceito. A razão para esse nome duplo é histórica.
A fissão nuclear é a reação na qual um núcleo pesado, quando bombardeado por
nêutrons, dividem-se em dois núcleos, um com aproximadamente metade da massa do outro.
Esta reação libera uma grande quantidade de energia e emite dois ou três nêutrons. Estes por sua
vez podem causar outras fissões interagindo com outros núcleos que vão emitir novos nêutrons, e
assim por diante, proporcionando uma liberação de energia em progressão geométrica. Este
efeito é conhecido como reação em cadeia. Em uma fração de segundos o numero de núcleos que
foram divididos liberam 106 vezes mais energia do que a obtida na explosão de um bloco de
dinamite de mesma massa. Em vista da velocidade com que a reação nuclear ocorre, a energia é
liberada muito mais rapidamente do que em uma reação química. Este é o princípio no qual a
bomba nuclear é baseado. As condições sob as quais a bomba atômica foi descoberta e
construída fazem parte da historia da humanidade e é familiar a todo mundo.
Se, por outro lado, apenas um desses nêutrons liberados produzir apenas uma fissão, o
numero de fissões por segundo passa a ser constante e a reação é controlada. Este é o principio
de operação no qual os reatores nucleares são baseados, os quais são fontes controláveis de
energia proveniente de fissões nucleares.
A maioria dos reatores usa como combustível o urânio enriquecido, em que a
porcentagem de U-235 é elevada de 1 para 3. O urânio, normalmente em forma de óxido,
encontra-se acondicionado no interior de longas hastes. Estas são arranjadas paralelamente,
formando elementos cilíndricos. Inicia-se a reação em cadeia bombardeando com nêutrons esses
elementos de combustível. Ao se fissionarem, os núcleos de U-235 liberam nêutrons animados
de alta energia para que estes possam ser usados na fissão de novos núcleos, sua velocidade de
deslocamento precisa ser reduzida.
Nesse momento, entra em cena um moderador, substância que envolve os elementos de
combustível no núcleo do reator. Os moderador mais comuns são a água pesada e o grafite.
Regula-se a taxa com que se dá a reação em cadeia por meio de hastes de controle, que
podem ser introduzidas entre tubos de combustível. As hastes são feitas de materiais capazes de
absorver nêutrons: quanto mais nêutrons forem absorvidos, menos núcleos experimentam a
fissão e menor a energia produzida. O calor gerado na reação nuclear é absorvido no circuito de
refrigeração. Na ausência deste, o núcleo do reator aqueceria de tal forma que acabaria por
derreter.

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Há dois tipos básicos de reatores nucleares modernos. O primeiro deles emprega grafite
como moderador e um gás no circuito de refrigeração. O segundo utiliza água pesada como
moderador e água comum pressurizada como refrigerante. A água é mantida sob uma pressão tão
alta que, mesmo em temperaturas na faixa de 300 graus centígrados, mantém seu estado liquido.

Figura 2.4.2 – Partes componentes de uma usina nuclear

Em ambos os tipos de reator, o fluido refrigerante passa através de um trocador de calor


que contém água comum com o intuito de se transformar em vapor. Este vapor é usado para
mover uma turbina, que por sua vez gera eletricidade.
Depois de alguns anos o U-235 presente no urânio esgota-se. As hastes que contém o
combustível são então retiradas e em seguida enviadas a uma usina de reprocessamento, onde se
realiza a separação de componentes aproveitáveis. Os principais são o próprio urânio e o
plutônio, bastante utilizado na confecção de artefatos nucleares.
O plutônio é formado nos reatores pela absorção de nêutrons pelos núcleos de U-238.
Um novo tipo de reator, chamado de enriquecimento rápido, produz quantidades bem mais
elevadas de plutônio.
Para que possam funcionar, esses reatores de enriquecimento rápido exigem a
disponibilidade de uma enorme quantidade de nêutrons, uma vez que grande parcela deles é
absorvida pelos núcleos de U-238.
Como deve restar um fluxo de nêutrons suficiente para manter a reação em cadeia do U-
235, os reatores de enriquecimento rápido trabalham apenas com nêutrons rápidos. Em outras
palavras, não contam com um moderador. Em compensação, exigem que o circuito de
refrigeração seja preenchido por uma substância capaz de absorver as altas quantidades de calor
resultantes - por exemplo sódio liqüefeito.
Além de alimentar a indústria de armamentos nucleares, o plutônio produzido nos
reatores é armazenado, para uso no futuro em reatores que o utilizem como combustível .
Em muitos países a utilização da energia nuclear é tão grande que ultrapassa 60% de
toda a energia gerada. A tabela a seguir mostra o quanto alguns países produzem de energia
nuclear em relação ao total de energia gerada.

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País Eletricidade de origem nuclear


França 70%
Bélgica 67%
Suécia 50%
Suíça 39%
Alemanha 30%
Espanha 29%
Japão 25%
Tabela 2.1 – Percentual de eletricidade de origem nuclear

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2.5 TURBINA A GÁS

As primeiras turbinas a gás foram idealizadas a mais de 150 anos. No entanto o


desenvolvimento e a implementação dessa tecnologia foi dificultada por uma série de motivos.
Destacamos entre eles:

• A máquina a vapor era o grande avanço da engenharia na época, e todo o


desenvolvimento industrial estava fundamentado neste tipo de máquina. Portanto,
para que houvesse concorrência, um novo tipo de máquina teria que possuir níveis
de rendimento muito altos, o que só era possível a temperaturas próximas de 500oC.
Essas temperaturas só foram alcançadas nos últimos 50 anos com o avanço da
metalurgia que passou a fornecer materiais que suportassem esses níveis de
temperatura por longos períodos de tempo.
• Em função do número excessivo de estágios do turbocompressor, a potência para
instalações estacionárias era limitada. Apesar dos avanços consideráveis na
resolução deste problema, ele ainda ocupa a cabeça de muitos engenheiros
encarregados de desenvolver esta tecnologia.
• baixo rendimento dos compressores resultavam em um baixo rendimento para a
instalação, problemas estes que só foram resolvidos nas últimas décadas através do
desenvolvimento da mecânica dos fluidos, das técnicas construtivas, da teoria dos
modelos e dos respectivos ensaios, que permitiram a fabricação de
turbocompressores com rendimentos superiores a 85%.

Não há duvidas que os grandes avanços tecnológicos que viabilizaram o


desenvolvimento das turbinas a gás são mérito da indústria aeronáutica que, necessitando
aumentar a velocidade dos aviões, abandonaram os motores a pistão para se dedicarem ao
desenvolvimento de motores a reação. Desta forma surgiram o primeiro turboélices e turbojatos
na Segunda guerra mundial.

Figura 2.5.1 – Grupo gerador a gás com turbina em circuito aberto

De uma forma bem geral podemos classificar as instalações de turbinas a gás em dois
grandes grupos: Turbinas a gás em circuito aberto e Turbinas a gás em circuito fechado.

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2.5.1 TURBINAS A GÁS EM CIRCUITO ABERTO

As instalações das turbinas a gás em circuito aberto, estacionárias, podem ser com ou
sem recuperação. Neste tipo de instalação encontram-se os motores a reação turboélice e
turbojato.
O princípio de funcionamento dos motores a reação é simples. No item 2.2 vimos o
funcionamento dos motores a pistão. Esses motores utilizam a força exercida nos pistões devida
a rápida expansão dos gases em função da explosão. Como já sabemos, a toda força que exerce
uma ação corresponde uma força de reação de mesma intensidade, mas com o sentido oposto ao
da força atuante. Na figura 2.5.2 estão representadas, de forma simplificada, as forças que atuam
em um cilindro quando ocorre a combustão no seu interior.

Figura 2.5.2 - forças atuantes em um cilindro com pistão

Em função do princípio da ação e reação, as forças que agem nas laterais do cilindro se
anulam, uma vez que a superfície é cilíndrica. A força que provoca o deslocamento do pistão é
equilibrada por outra de mesma intensidade no fundo do cilindro, provocando também o seu
deslocamento se nenhum vínculo existir para impedir. Dizemos que o pistão sofre um
deslocamento pela “ação” de uma força, enquanto o cilindro é deslocado pela “reação” de uma
força de igual modulo e direção, porem no sentido contrário. Normalmente utilizamos a ação e
procuramos eliminar a reação através de vínculos. Isto ocorre, por exemplo, em todos os
motores a pistão, em fuzis, metralhadoras , canhões, etc. Nos motores a reação, a idéia é usar a
força de reação. No entanto essa força é de curta duração, como a força do recuo de um tiro.
Contudo, se usarmos uma metralhadora que dispara milhares de tiros por minuto, essa força terá
maior duração, mas com grandes oscilações. A amplitude das oscilações pode ser reduzida
diminuindo-se os tamanhos dos projéteis. Se essas dimensões tenderem a zero, também essas
amplitudes o farão. O escoamento contínuo de um gás corresponde a realização prática desse
princípio. Uma vez que as moléculas do gás representarão os elementos expelidos em dimensões
diminutas, logo teremos uma força de reação constante. Como em um balão de borracha cheio
onde o ar é expulso através de uma abertura.
A figura acima representa uma esfera oca, com uma abertura por onde escoa
continuamente uma massa m de fluido a uma velocidade c. Consequentemente ela sofrerá uma
reação ou impulsão com uma força F de módulo igual a:

F = m⋅c

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Desta forma, quanto maior a massa de gás que sai da esfera por unidade de tempo,
maior a velocidade para a mesma seção, logo, maior a reação.

Figura 2.5.3 – Força de reação

Este é o princípio de funcionamento dos motores a reação, dos quais fazem parte o
Turboélice, motojato, turbojato, pulsojato, estatorreator ou impactorreator e o foguete.
Se fixarmos essas máquinas e colocarmos na saída uma hélice, podemos transformar a
energia cinética do gás de escape, que sai por causa da diferença de pressão entre o interior e o
exterior, em energia cinética de rotação. Essa energia cinética de rotação pode ser transmitida a
um gerador através de um eixo acoplado as hélices.

Figura 2.5.4 – Principio de funcionamento do rotor

Este é o princípio de funcionamento da turbina a gás em circuito aberto. Este tipo de


instalação possui um rendimento médio em torno de 30%. O combustível utilizado é o gás
natural. Em seguida é mostrado, de uma forma simplificada, o ciclo teórico para o
funcionamento da turbina.

Figura 2.5.5 – Turbina

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Em um ciclo simples da turbina, o ar a baixa pressão entra em um compressor (estado 1)


onde tem sua pressão elevada (estado 2). O combustível é adicionado ao ar comprimido e
enviado à câmara de combustão onde ocorre o processo de combustão. O produto desta
combustão entra na turbina (estado 3) e se expande para o estado 4. Uma parte do trabalho
produzido é utilizado para fazer o compressor funcionar e o restante é utilizado para fazer
funcionar o equipamento auxiliar e produzir energia elétrica.
O ciclo de Bryton descreve um ciclo simplificado de uma turbina a gás. As quatro
etapas do ciclo são:

(1-2) Compressão adiabática


(2-3) Aquecimento isobárico, isto é, a pressão constante
(3-4) Expansão adiabática
(4-1) Resfriamento isobárico.

Os diagramas p x v (pressão x volume) e T x s (temperatura x entropia) são mostrados a


seguir.

Figura 2.5.6 – Ciclo de Bryton

2.5.2 TURBINAS A GÁS EM CIRCUITO FECHADO.

Instalações com turbinas a gás em circuito fechado, onde a combustão ocorre fora do
circuito e o funcionamento é semelhante ao das turbinas a vapor, com a diferença que o fluido
utilizado é um gás, podendo ser o próprio ar ou outro gás como o hélio por exemplo.
Nas turbinas a gás com circuito fechado o fluido a baixas temperaturas (ambiente) passa
por um estágio de compressão onde 2 ou mais turbocompressores elevam a pressão do gás em
torno de 5 vezes. Após o estágio de compressão o gás é aquecido, aproveitando-se o calor da
saída da turbina e passando por uma caldeira, até atingir temperaturas superiores a 700oC de
onde vai para a entrada das turbinas.
As turbinas funcionam por diferença de pressão, ou seja, aproveitam a energia cinética
do gás que passa de um lugar de da alta para um lugar de baixa pressão. Após passar por alguns
estágios de turbinas o gás volta a pressão inicial e passa por um trocador de calor onde pré-
aquece o gás que entra no aquecedor, abaixando a sua temperatura para perto de 100oC. O gás
então é resfriado e retorna a sua condição inicial recomeçando o ciclo.
O esquema mostrado a seguir proporciona uma visão de como ocorre o processo a partir
da compressão do gás, até a sua expansão após a passagem pela turbina de baixa pressão. Para
entender o funcionamento basta acompanhar os valores de temperatura e pressão em cada etapa
do processo.

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Figura 2.5.7 – Esquema geral de uma central térmica a gás em circuito fechado.
1 – Turbocompressor de baixa pressão. 2 – Turbocompressor de alta pressão.
3 – Turbina de alta pressão. 4 – Redutor. 5 – Turbina de baixa pressão. 6 – Pré-refrigerador.
7 – Refrigerador intermediário. 8 – Trocador de calor. 9 – Aquecedor de ar.

Note que a turbina a gás em circuito fechado não usa o gás como combustível. A
combustão é feita com qualquer produto combustível com a intenção de fornecer energia térmica
ao sistema. O gás é utilizado apenas como o fluido que transforma a energia térmica em energia
cinética para tocar as turbinas. Por exemplo existem usinas nucleares que utilizam o sistema de
turbinas a gás em circuito fechado para geração de energia elétrica, onde a energia térmica é
gerada a partir de combustível nuclear.

Figura 2.5.8 – Ciclos teóricos da turbina a gás com circuito fechado (Carnot, Ericsson)

Esse tipo de turbina utiliza o ciclo básico teórico de Carnot com duas isotérmicas e duas
adiabáticas tal como mostrado na figura 2.5.8, que é aproximado na prática pelo ciclo de Ackeret
e Keller onde a compressão isotérmica 1,2 é substituída por compressões adiabáticas e

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refrigeração isobárica enquanto a expansão isotérmica 3,4 é substituída por expansões


adiabáticas e aquecimentos isobáricos.

Figura 2.5.9 – Ciclo de trabalho da turbina a gás com circuito


fechado (Ackeret e Keller)

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2.6 TURBINAS EÓLICAS

Para se entender o funcionamento da turbina eólica faz-se necessário conhecer um


pouco da origem da energia transformada em eletricidade por esses equipamentos que, apesar de
seu princípio de funcionamento aparentemente simples, são hoje o que existe de mais moderno
na área de geração de energia elétrica para fins comerciais.
Toda a energia renovável (exceto a geotérmica e a das marés), bem como a energia dos
combustíveis fósseis, são provenientes do Sol. O sol irradia 1014 kwh por hora de energia para a
terra. Cerca de 1 a 2% dessa energia proveniente do Sol é convertida em energia eólica. Isto
corresponde a cerca de 50 a 100 vezes mais do que a energia convertida em biomassa por todas
as plantas do planeta.
Diferenças de temperatura fazem com que o ar circule. As regiões em volta do equador,
na latitude 0o, são mais atingidas pelo calor do sol do que o restante do globo. Se não houvesse a
rotação da terra o ar simplesmente circularia na direção dos pólos a 10 Km de altitude, desceria
e retornaria ao equador.
Uma vez que o globo está rodando, todo o movimento do hemisfério norte é dirigido
para a direita, se observarmos este fenômeno em uma posição fixa olhando para o equador (no
hemisfério sul ela tende para a esquerda). Essa força aparente de curvatura é conhecida como
força de Coriolis (nome do matemático francês Gustave Gaspard Coriolis 1792 – 1843).
A força de Coriolis é um fenômeno visível. Por exemplo, os trilhos das estradas de ferro
desgastam mais de um lado que do outro, os rios são mais profundos em uma margem que na
outra (O lado depende de em qual hemisfério você está). Isto também funciona para os ventos.
No hemisfério norte, por exemplo, o vento tende a rodar no sentido anti-horário, enquanto no
hemisfério sul, é no sentido horário.
Estes dois fatores (as diferenças de temperatura e a força de Coriolis) aliados à
geografia, que impõe obstáculos à passagem dos ventos e considera as costas dos continentes,
definem o movimento dos ventos.
Uma turbina eólica obtém potência convertendo a força dos ventos em um torque
atuando nas pás do rotor. A quantidade de energia que o vento transfere para o rotor depende da
densidade do ar, da área do rotor, e da velocidade do vento.

Figura 2.6.1 – Um cilindro de ar de1500m2 e 1m de largura


atravessa o rotor de uma turbina eólica.

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A figura mostra como uma fatia de ar de 1 metro de espessura se move através de um


rotor de área de 1500m2 de uma típica turbina eólica de 600kW. Com 43m de diâmetro do rotor,
cada cilindro de ar pesa 1,9 toneladas, isto é, 1500 vezes 1,25kg que é o peso de 1m3 de ar.
A energia cinética de um corpo em movimento é proporcional a sua massa. A energia
cinética do vento também depende da densidade do ar, ou seja, de sua massa por unidade de
volume. Em outras palavras, quanto mais pesado for o ar, mais energia é recebida pela turbina.
Sob pressão atmosférica normal e a 15oC a massa do ar é de 1,25 kg por metro cúbico,
mas a densidade aumenta com o aumento da umidade. De forma análoga, quanto mais frio o ar,
mais denso. Em altas altitudes (em montanhas por exemplo) a pressão do ar é menor e portanto
a densidade é menor.
Uma turbina eólica típica de 600kW possui um rotor com 43 a 44 metros de diâmetro, o
que significa que cobre uma área de 1500m2. A área do rotor determina quanta energia o rotor
está apto a retirar do vento. Como a área do rotor aumenta com o quadrado do diâmetro, uma
turbina que possua um rotor 2 vezes maior recebe 22 = 4 vezes mais energia.

Figura 2.6.2 – Visão geral de uma turbina eólica

A velocidade do vento é extremamente importante para a quantidade de energia que


uma turbina pode converter para energia elétrica. A energia contida no vento varia com o cubo
da velocidade média do vento. Por exemplo, se a velocidade do vento aumenta 2 vezes, a energia
convertida aumenta 23 = 2 x 2 x 2 = 8 vezes. Mas por que a energia eólica varia com o cubo da
velocidade média do vento? Observando o nosso dia-a-dia sabemos que se dobrarmos a

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velocidade do carro, será necessário 4 vezes mais energia para movimentá-lo (essencialmente
isto é conseqüência da Segunda lei de Newton para o movimento dos corpos). No caso da turbina
eólica utiliza-se a energia de frenagem do vento, e se a velocidade do vento for o dobro, tem-se
duas vezes mais volume de ar por segundo movendo-se através do rotor, e cada unidade de
volume possui 4 vezes mais energia, como no exemplo do carro. O gráfico mostra que a uma
velocidade de 8 m/s tem-se uma potência (quantidade de energia por segundo) de 314 Watts por
metro quadrado exposto ao vento (o vento que chega perpendicular a área coberta pelo rotor). A
16 m/s tem-se 8 vezes mais potência, isto é, 2509 W/m2.

Figura 2.6.3 – Gráfico da potência por unidade de área


em função da velocidade do vento.

A tabela mostra a potência por metro quadrado exposto ao vento para diferentes
velocidades.
m/s W/m2 m/s W/m2 m/s W/m2
0 0 8 314 16 2509

1 1 9 447 17 3009
2 5 10 613 18 3572

3 17 11 815 19 4201
4 39 12 1058 20 4900

5 77 13 1346 21 5672
6 132 14 1681 22 6522

7 210 15 2067 23 7452

Tabela 2.6.1 – Valores discretos de potência por unidade de área.

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Para “captar” a energia cinética do vento e transferir para a flange do rotor


transformando em energia cinética de rotação, as pás do rotor e são desenhadas conforme as asas
de um avião. Ou seja, o desenho aerodinâmico cria regiões de diferentes pressões em torno das
pás fazendo com que elas se movam. Em uma turbina de 600kW moderna, as pás do rotor
medem cerca de 20 metros.

Figura 2.6.4 – Princípio de funcionamento da asa

O corpo da turbina eólica faz o encapsulamento dos componentes principais, incluindo


o redutor e o gerador elétrico. O pessoal da manutenção pode entrar dentro do corpo a partir da
torre da turbina quando houver necessidade. Em uma das extremidades do corpo fica o rotor, isto
é, as pás interligadas pela flange, na outra o namômetro e o cata-vento.

Figura 2.6.5 – Corpo da turbina

À flange do rotor está ligado um eixo de baixa rotação que é acoplada a um ampliador.
Uma turbina de 600kW possui uma rotação relativamente baixa, cerca de 19 a 30 rpm. No eixo
de baixa rotação estão localizadas bombas para o sistema hidráulico que opera o freio
aerodinâmico como veremos mais adiante.
O ampliador é um dispositivo mecânico que transmite potência através de dois eixos
girando em velocidades diferentes. Em uma turbina de 600kW, por exemplo, o ampliador
transmite uma potência recebida da turbina através do eixo de baixa rotação a uma velocidade de
19 a 30 rpm para um gerador através do eixo de alta rotação a uma velocidade de
aproximadamente 1500 rpm, isto é, 50 vezes mais rápido. Por causa das perdas em função do
atrito mecânico das engrenagens, a temperatura do ampliador aumenta e um sistema de
refrigeração a óleo é responsável pela manutenção da temperatura dentro de faixas aceitáveis.
O eixo de alta rotação interliga o ampliador e o gerador. Ele esta equipado com um freio
a disco mecânico de emergência que é usado no caso do freio aerodinâmico falhar ou quando a
turbina está em manutenção.
O gerador usado nas turbinas eólicas é um gerador de indução ou gerador assíncrono,
que utiliza o mesmo princípio de funcionamento do motor assíncrono. Esta característica torna

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os geradores de turbinas eólicas mais baratos e com um menor custo de manutenção. No entanto
isso só é possível porque a potência máxima das turbinas eólicas fica compreendida em uma
faixa que vai de 500 a 1500kW.
O controlador eletrônico é um computador que monitora continuamente as condições do
vento na turbina e controla o mecanismo de direcionamento da turbina, que tem a função de
manter a turbina sempre perpendicular à incidência do vento. No caso de algum defeito, como o
sobreaquecimento do gerador ou do ampliador, o controlador comanda a parada da turbina e
avisa o computador do operador via linha telefônica através de um modem.
O mecanismo de direcionamento utiliza um motor elétrico para virar o corpo da turbina
de forma que ela fique totalmente contra o vento. Ele é operado por um controlador eletrônico
que monitora a direção do vento utilizando o cata-vento.
O sistema hidráulico é utilizado para operar o freio aerodinâmico da turbina. Mudando-
se o angulo de ataque das pás, pode-se variar a velocidade da turbina. Desta forma o controlador
atua no sistema hidráulico com o objetivo de manter a velocidade da turbina constante.
A unidade de refrigeração é responsável por manter a temperatura do gerador e do
ampliador dentro de uma faixa aceitável para que não se diminua a vida útil destes
equipamentos. Por isso o sistema de refrigeração possui um ventilador elétrico independente que
tem a função de resfriar o gerador, bem como o óleo que é utilizado pelo ampliador.

Figura 2.6.6 – partes componentes da turbina

O papel da torre da turbina eólica é sustentar o corpo e o rotor da turbina. Geralmente é


uma vantagem a utilização de torres altas uma vez que a velocidade do vento cresce conforme a
distância do solo. Uma turbina de 600kW, hoje, fica suspensa a uma altura que varia entre 40 e
60 metros, o que corresponde aproximadamente a uma altura de um prédio de 13 a 20 andares.
As torres podem ser tubulares (como mostrado na figura) ou em treliça. Torres tubulares são
mais seguras para as pessoas que trabalham na manutenção, uma vez que é utilizado o interior da
torre para se alcançar o topo. A vantagem da torre em treliça é que ela é bem mais barata.

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O anemômetro é usado para medir a velocidade enquanto o cata-vento mede a direção


do vento. Os sinais eletrônicos enviados pelo transdutor de velocidade do anemômetro é
utilizado pelo sistema de controle da turbina para aciona-la quando a velocidade do vento chegar
a 5 metros por segundo. O computador também para a turbina automaticamente se a velocidade
do vento chegar a 25 metros por segundo com a finalidade de proteger a turbina e seus arredores.
Os sinais eletrônicos utilizados pelo transdutor de direção do cata-vento são utilizados pelo
sistema de controle para acionar o mecanismo de direcionamento.

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3 GERADORES

3.1 INTRODUÇÃO

3.1.1 HISTÓRICO

O gerador elementar foi inventado na Inglaterra em 1831 por MICHAEL FARADAY, e


nos Estados Unidos, mais ou menos na mesma época, por JOSEPH HENRY.
Este gerador consistia basicamente de um ímã que se movimentava dentro de uma
espira, ou vice-versa, provocando o aparecimento de uma f.e.m. registrado num galvanômetro.

Figura 3.1 - O galvanômetro "G" indica a passagem de uma


corrente quando o ímã se move em relação a bobina.

A WEG INDÚSTRIAS LTDA, DIVISÃO MÁQUINAS iniciou sua fabricação em


1980, tendo adquirido ao longo destes anos uma larga experiência e tecnologia na fabricação de
geradores de pequeno e grande porte.

3.1.2 NOÇÕES DE APLICAÇÕES

Geradores síncronos são máquinas destinadas a transformar energia mecânica em


energia elétrica.
Praticamente toda a energia consumida nas indústrias, residências, cidades, etc...,são
proveniente destes geradores.
A WEG INDÚSTRIAS LTDA, DIVISÃO MÁQUINAS fabrica geradores para as
seguintes aplicações:
• Geração Eólica;
• Alimentação de Fazendas, Sítios, Garimpos, Carros de Som;
• Pequenos Centros de Geração de Energia para uso Geral;
• Grupos Diesel de Emergência;
• Centro de Processamento de Dados;

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• Telecomunicações;
• Usinas Hidroelétricas PCH’s;
• Cogeração / Turbo Geradores;
• Aplicações Específicas para uso Naval, Usinas de Açúcar e Álcool, Madeireiras,
Arrozeiras, Petroquímica, etc.

3.1.2.1 TIPOS DE ACIONAMENTOS


A - Grupo Diesel
São geradores acionados por Motores Diesel;
Potência: 50 a 1500 kVA
Rotação: 1800 rpm (IV pólos)
Tensão: 220, 380 ou 440 V - 50 ou 60 Hz.
B - Hidrogeradores
São geradores acionados por Turbinas Hidráulicas;
Potência: até 20.000 kVA
Rotação: 360 a 1800 rpm (XX a IV pólos)
Tensão: 220 a 13.800 V
C - Turbogeradores
São geradores acionados por Turbinas a Vapor;
Potência: até 20.000 kVA
Rotação: 1800 rpm ( IV pólos )
Tensão: 220 a 13.800 V

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3.2 NOÇÕES FUNDAMENTAIS

3.2.1 PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

A característica principal de um gerador elétrico é transformar energia mecânica em


elétrica. Para facilitar o estudo do princípio de funcionamento, vamos considerar inicialmente
uma espira imersa em um campo magnético produzido por um ímã permanente (Figura 3.2). O
princípio básico de funcionamento está baseado no movimento relativo entre uma espira e um
campo magnético. Os terminais da espira são conectados a dois anéis, que estão ligados ao
circuito externo através de escovas. Este tipo de gerador é denominado de armadura giratória.

Figura 3.2 - Esquema de funcionamento de um


gerador elementar (armadura girante)

Admitamos que a bobina gira com velocidade uniforme no sentido da flecha dentro do
campo magnético "B" também uniforme (Figura 3.2).
Se "v" é a velocidade linear do condutor em relação ao campo magnético, segundo a lei
da indução (FARADAY), o valor instantâneo da f.e.m. induzida no condutor em movimento de
rotação é determinada por:
e = B ⋅ l ⋅ v ⋅ sen( θ )

Onde: e = força eletromotriz;


B = indução do campo magnético;
l = comprimento de cada condutor;
v = velocidade linear;
θ = ângulo formado entre B e v.

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Para N espiras teremos então:

e = B ⋅ l ⋅ v ⋅ sen( θ ) ⋅ N

A variação da f.e.m. no condutor, em função do tempo, é determinada pela lei da


distribuição da indução magnética sob um pólo. Esta distribuição tem um caráter complexo e
depende da forma da sapata polar. Com um desenho conveniente da sapata poderemos obter uma
distribuição senoidal de induções. Neste caso, a f.e.m. induzida no condutor também varia com o
tempo sob uma lei senoidal.
A Figura 3.4a. mostra somente um lado da bobina no campo magnético, em 12 posições
diferentes, estando cada posição separada uma da outra de 30o.
A Figura 3.4b nos mostra as tensões correspondentes a cada uma das posições.
Já nos geradores de campo giratório (Figura 3.3) a tensão de armadura é retirada
diretamente do enrolamento de armadura (neste caso o estator) sem passar pelas escovas. A
potência de excitação destes geradores normalmente é inferior a 5% da potência nominal, por
este motivo, o tipo de armadura fixa (ou campo girante) é o mais utilizado.

Figura 3.3 - Esquema de funcionamento de um


gerador elementar (armadura fixa).

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Figura 3.4 - Distribuição da Indução Magnética sob um Pólo

A cada giro das espiras teremos um ciclo completo da tensão gerada, para uma máquina
de um par de pólos. Os enrolamentos podem ser construídos com um número maior de pares de
pólos, que se distribuirão alternadamente (um norte e um sul).
Neste caso, teremos um ciclo a cada par de pólos. Sendo "n" a rotação da máquina em
"rpm" e "f" a freqüência em ciclos por segundo (HERTZ) teremos:

p⋅n
f = [ Hz ]
120

Onde: f = frequência (Hz)


p = número de pólos
n = rotação síncrona (rpm)

Note que o número de pólos da máquina terá que ser sempre par, para formar os pares
de pólos. Na tabela 3.1 são mostradas, para as freqüências e polaridades usuais, as velocidades
síncronas correspondentes.

Número de pólos 60 Hz 50 Hz
2 3600 3000
4 1800 1500
6 1200 1000
8 900 750
10 720 600
Tabela 3.1 - Velocidades Síncronas

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3.2.2 GERAÇÃO DE CORRENTE TRIFÁSICA

O sistema trifásico é formado pela associação de três sistemas monofásicos de tensões


U1 , U2 e U3 tais que a defasagem entre elas seja de 120o (Figura 3.5).
O enrolamento desse tipo de gerador é constituído por três conjuntos de bobinas
dispostas simetricamente no espaço, formando entre si também um ângulo de 120o.
Para que o sistema seja equilibrado isto é, U1 = U2 = U3 o número de espiras de cada
bobina também deverá ser igual.

Figura 3.5 - Sistema Trifásico

A ligação dos três sistemas monofásicos para se obter o sistema trifásico é feita
usualmente de duas maneiras, representadas nos esquemas seguintes. Nestes esquemas (Figuras
2.2.2 e 2.2.3) costuma-se representar as tensões com setas inclinadas, ou vetores girantes
mantendo entre si o ângulo correspondente à defasagem (120o).

3.2.2.1 LIGAÇÕES NO SISTEMA TRIFÁSICO

a) Ligação triângulo:

Chamamos "tensões/correntes de fase" as tensões e correntes de cada um dos três


sistemas monofásicos considerados, indicados por Vf e If. Se ligarmos os três sistemas
monofásicos entre si, como indica a figura 2.2.2.a, podemos eliminar três fios, deixando apenas
um em cada ponto de ligação, e o sistema trifásico ficará reduzido a três fios U, V e W.
A tensão entre dois quaisquer destes três fios chama-se "tensão de linha" (Vl), que é a
tensão nominal do sistema trifásico. A corrente em qualquer um dos fios chama-se "corrente de
linha" (Il).

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Figura 3.6 - Ligação Triângulo

Examinando o esquema da figura 3.6b, vê-se que:

1) A cada carga é aplicada a tensão de linha "Vl", que é a própria tensão do sistema
monofásico correspondente, ou seja, VL = VF.
2) A corrente em cada fio de linha, ou corrente de linha "IL", é a soma das correntes
das duas fases ligadas a este fio, ou seja, IL = IF1 + IF3.

Como as correntes estão defasadas entre si, a soma deverá ser feita graficamente, como
mostra a figura 3.6c. Pode-se mostrar que I L = I F ⋅ 3 = 1,732 ⋅ I F

Exemplo: Temos um sistema trifásico equilibrado de tensão nominal 220 V.


A corrente de linha (Il) medida é 10 A. Ligando a este sistema uma carga trifásica
composta de três cargas iguais ligadas em triângulo, qual a tensão e a corrente em cada uma das
cargas?
Temos VF = V1 = 220V em cada uma das cargas.

Se IL = 1,732 x IF, IF = 0,577 x IL = 0,577 x 10 = 5,77 A em cada uma das cargas.

b) Ligação estrela:

Ligando um dos fios de cada sistema monofásico a um ponto comum aos três, os três
fios restantes formam um sistema trifásico em estrela como na figura 6.7a.
Às vezes, o sistema trifásico em estrela é "a quatro fios" ou "com neutro".
O quarto fio é ligado ao ponto comum às três fases. A tensão de linha, ou tensão
nominal do sistema trifásico, e a corrente de linha são definidos do mesmo modo que na ligação
triângulo.

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Figura 3.7 - Ligação Estrela

Examinando o esquema da figura 3.7b vê-se que:

1) A corrente em cada fio da linha, ou corrente de linha (IL), é a mesma corrente da


fase à qual o fio está ligado, ou seja, IL = IF.
2) A tensão entre dois fios quaisquer do sistema trifásico é a soma gráfica figura 3.7c
das tensões das duas fases as quais estão ligados os fios considerados, ou seja,

V L = V F ⋅ 3 = 1,732 ⋅ V F

Exemplo: Temos uma carga trifásica composta de três cargas iguais, cada carga é feita
para ser ligada a uma tensão de 220V, absorvendo, 5,77A. Qual a tensão nominal do sistema
trifásico que alimenta esta carga em suas condições normais (220V e 5,77A) Qual a corrente de
linha (IL)?

Temos VF = 220V (nominal de cada carga)

VL = 1,732 x 220V = 380V


IL = IF = 5,77 A.

3.2.2.2 TENSÃO NOMINAL MÚLTIPLA

A grande maioria dos geradores são fornecidos com terminais do enrolamento


religáveis, de modo a poderem pelo menos fornecer duas tensões diferentes. Os principais tipos
de religação de terminais de geradores ou motores assíncronos para funcionamento em mais de
uma tensão são:

a) Ligação série-paralela:

O enrolamento de cada fase é dividido em duas partes (lembrar que o número de pólos é
sempre par, de modo que este tipo de ligação é sempre possível).

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Ligando as duas metades em série, cada metade ficará com a metade da tensão de fase
nominal da máquina. Ligando as duas metades em paralelo, a máquina poderá ser alimentada
com uma tensão igual à metade da tensão anterior, sem que se altere a tensão aplicada a cada
bobina. Veja os exemplos numéricos da figura 3.8.

Figura 3.8 - Tensão Nominal Múltipla

É comum em geradores o fornecimento em três tensões 220/380/440.


O procedimento nestes casos para se obter 380 V é ligar o gerador em 440 V, e alterar a
referência no regulador de tensão, de modo a se obter a redução de tensão (redução da indução
magnética). Deste modo, poderemos obter três tensões na ligação Y, que é a mais comum em
geradores.

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LIGAÇÃO TENSÃO DE LINHA CORRENTE DE LINHA POTÊNCIA (VA)


Y VL = VF ⋅ 3 IL = IF P = 3 ⋅ VF ⋅ I F

∆ VL = VF I L = IF ⋅ 3 P = 3 ⋅V L ⋅ I L
Tabela 3.2 - Relação entre tensões(linha/fase) correntes (linha/fase)
e potência em um sistema trifásico.

b) Ligação estrela-triângulo:

É comum para partida de motores assíncronos a ligação estrela-triângulo.


Nesta ligação, o enrolamento de cada fase tem as duas pontas trazidas para fora do
motor. Se ligarmos as três fases em triângulo cada fase receberá a tensão da linha, por exemplo
(figura 3.9b) 220 Volts. Se ligarmos as três fases em estrela (figura 3.9a), o motor pode ser
ligado a uma linha com tensão igual a 220 x 3 = 380 V sem alterar a tensão no enrolamento
que continua igual a 220 Volts por fase.
Este tipo de ligação exige 6 terminais acessíveis no motor e serve para quaisquer
tensões nominais duplas, desde que a segunda seja igual a primeira multiplicada por 3 .

Exemplos:220/380V - 380/660V - 440/760V.

Note que uma tensão acima de 600 Volts não é considerada baixa tensão, mas entra na
faixa da alta tensão, em que as normas são outras, nos exemplos 380/660 e 440/760V, a maior
tensão declarada serve somente para indicar que o motor pode ser religado em estrela-triângulo,
pois não existem linhas dessas tensões.

Figura 3.9 - Ligação Estrela-Triângulo

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3.2.3 COMPORTAMENTO DO GERADOR EM VAZIO E SOB CARGA

Em vazio (em rotação constante), a tensão de armadura depende do fluxo magnético


gerado pelos pólos de excitação, ou ainda da corrente que circula pelo enrolamento de campo.
Isto porque o estator não é percorrido por corrente, portanto é nula a reação da armadura cujo
efeito é alterar o fluxo total.
A relação entre tensão gerada e a corrente de excitação chamamos de característica a
vazio (figura 3.10) onde podemos observar o estado de saturação da máquina.

Figura 3.10 Característica a Vazio.

Em carga, a corrente que atravessa os condutores da armadura cria um campo


magnético, causando alterações na intensidade e distribuição do campo magnético principal. Esta
alteração depende da corrente, do cosϕ e da carga, como descrito a seguir:

a) Carga puramente resistiva:

Se o gerador alimenta um circuito puramente resistivo, é gerado pela corrente de carga


um campo magnético próprio.
Campo magnético induzido produz dois pólos (gerador bipolar figura 3.11a) defasados
de 90o em atraso em relação aos pólos principais, e estes exercem sobre os pólos induzidos uma
força contrária ao movimento, gastando-se potência mecânica para se manter o rotor girando.
O diagrama da fig. 3.11b mostra a alteração do fluxo principal em vazio Φ 0 em relação
ao fluxo de reação da armadura Φ R. A alteração de Φ 0 é pequena, não produzindo uma variação
muito grande em relação ao fluxo resultante. Devido a perda de tensão nos enrolamentos da
armadura será necessário aumentar a corrente de excitação para manter a tensão nominal (figura
3.14)

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Figura 3.11 - Carga Puramente Resistiva

b) Carga puramente indutiva:

Neste caso, a corrente de carga está defasada em 90o em atraso com relação a tensão, e o
campo de reação da armadura estará conseqüentemente na mesma direção do campo principal,
mas em polaridade oposta. O efeito da carga indutiva é desmagnetizante (figura 3.12a e b).
As cargas indutivas armazenam energia no seu campo indutor e a devolvem totalmente
ao gerador, não exercendo nenhum conjugado frenante sobre o induzido. Neste caso, só será
necessário energia mecânica para compensar as perdas.
Devido ao efeito desmagnetizante será necessário um grande aumento da corrente de
excitação para se manter a tensão nominal (figura 3.14).

Figura 3.12 - Carga Puramente Indutiva

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c) Carga puramente capacitiva:

A corrente de armadura para uma carga capacitiva está defasada de 90o em


adiantamento em relação a tensão. O campo de reação da armadura conseqüentemente estará na
mesma direção do campo principal e com a mesma polaridade.
O campo induzido, neste caso, tem um efeito magnetizante (figura 3.13a e b).
As cargas capacitivas armazenam energia em seu campo elétrico e a devolvem
totalmente ao gerador, não exercendo também, como no caso anterior, nenhum conjugado de
frenagem sobre o induzido. Devido ao efeito magnetizante será necessário reduzir a corrente de
excitação para manter a tensão nominal (figura3.14)

Figura 3.13 - Carga Puramente Capacitiva

Figura 3.14 - Variação da corrente de excitação


para manter a tensão de armadura constante.

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d) Cargas intermediárias:

Na prática, o que encontramos são cargas com defasagem intermediária entre


totalmente indutiva ou capacitiva e resistiva. Nestes casos o campo induzido pode ser
decomposto em dois campos, um transversal e outro desmagnetizante (indutiva) ou magnetizante
(capacitiva). Somente o campo transversal tem um efeito frenante consumindo, desta forma,
potência mecânica da máquina acionante. O efeito magnetizante ou desmagnetizante deverá ser
compensado alterando-se a corrente de excitação.

3.2.4 MÁQUINAS DE PÓLOS LISOS E SALIENTES

Os geradores síncronos são construídos com rotores de pólos lisos ou salientes.

PÓLOS LISOS: São rotores nos quais o entreferro é constante ao longo de toda a
periferia do núcleo de ferro.

Figura 3.15 - Rotor de pólos lisos

PÓLOS SALIENTES: São rotores que apresentam uma descontinuidade no entreferro


ao longo da periferia do núcleo de ferro. Nestes casos, existem as chamadas regiões interpolares
onde o entreferro é muito grande, tornando visível a saliência dos pólos.

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Sistemas Elétricos de Potência

Figura 3.16 - Rotor de pólos salientes

3.2.5 REATÂNCIAS

A análise básica do desempenho transitório de máquinas síncronas é muito facilitada


por uma transformação linear de variáveis, na qual as três correntes de fase do estator IA , IB, e IC,
são substituídas por três componentes, a componente de eixo direto, Id, a componente de eixo em
quadratura, Iq, e uma componente monofásica I0, conhecida como componente de seqüência zero
(eixo zero).
Para operação equilibrada em regime permanente (figura 3.17), I0 é nula (não sendo
discutida, portanto).
O significado físico das componentes de eixo direto e em quadratura é o seguinte: A
máquina de pólos salientes tem uma direção preferencial de magnetização determinada pela
saliência dos pólos de campo. A permanência ao longo do eixo polar ou direto, é
apreciavelmente maior do que ao longo do eixo interpolar ou quadratura.

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Sistemas Elétricos de Potência

Figura 3.17 - Diagrama Esquemático para uma Máquina Síncrona

Um circuito efetivo de rotor, no eixo direto, além do enrolamento de campo principal, é


formado pelas barras amortecedoras. Considere-se uma máquina operando inicialmente em
vazio, e um curto-circuito trifásico súbito aparece em seus terminais. No desenho abaixo, pode
ser observada uma onda de corrente de estator em curto- circuito, tal como pode ser obtida num
osciloscópio (figura 3.18).

Figura 3.18 - Corrente de Armadura Simétrica em


Curto-Circuito em uma máquina síncrona

57 WEG – Transformando Energia em Soluções


Sistemas Elétricos de Potência

Reatância subtransitória

É o valor de reatância da máquina correspondente a corrente que circula na armadura


durante os primeiros ciclos, conforme pode ser visto na figura 3.18 (Período Subtransitório). Seu
valor pode ser obtido dividindo o valor da tensão da armadura antes da falta, pela corrente no
início da falta, para carga aplicada repentinamente e à freqüência nominal.

E
x ′′d =
I ′′
Onde:
E = Valor eficaz da tensão fase a neutro nos terminais do gerador síncrono,
antes do curto-circuito
I'' = Valor eficaz da corrente de curto-circuito do período sub-transitório em
regime permanente. Seu valor é dado por:

I ′′ = I max
2

Reatância transitória

É o valor de reatância da máquina correspondente a corrente que circula na armadura


após o período sub-transitório, perdurando por um número maior de ciclos (maior tempo). Seu
valor pode ser obtido dividindo a tensão na armadura correspondente ao início do período
transitório pela respectiva corrente, nas mesmas condições de carga.

E
x ′d =
I′

I' = valor eficaz da corrente de curto-circuito do período transitório considerado em


regime permanente
Seu valor é:
x
I′= I m
2

Reatância síncrona

É o valor da reatância da máquina correspondente à corrente do regime permanente, ou


seja, após o término do período transitório, seu valor pode ser obtido pela tensão nos terminais
da armadura ao final do período transitório dividido pela respectiva corrente.
A importância do conhecimento destas reatâncias está no fato de que a corrente no
estator (armadura) após a ocorrência de uma falta (curto-circuito) nos terminais da máquina terá
valores que dependem destas reatâncias.
Assim, pode ser conhecido o desempenho da máquina diante de uma falta e as
conseqüências daí originadas.
E
xd =
I

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Sistemas Elétricos de Potência

Onde: I = valor eficaz da corrente de curto-circuito em regime permanente.

I = I m x RP
2

O gerador síncrono é o único componente do sistema elétrico que apresenta três


reatâncias distintas, cujos valores obedecem a inequação:

Xd"< Xd' < Xd

3.2.6 POTÊNCIA EM MÁQUINAS DE PÓLOS SALIENTES

A potência de uma máquina síncrona é expressa por:

P = m . UF . IF . cosϕ

m = Número de fases
UF = Tensão de fase
IF = Corrente de fase

A potência elétrica desenvolvida em máquinas de pólos salientes também pode ser


expressa em função do ângulo de carga, que surge entre os fasores Uf (tensão de fase) e E0 (força
eletromotriz induzida) determinado pela posição angular do rotor em relação ao fluxo girante de
estator (figura 3.19a)

Figura 3.19a - Ângulo de Carga em Máquinas de Pólos Salientes

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Sistemas Elétricos de Potência

Figura 3.19b - Diagrama de Tensão - Gerador Síncrono de Pólos Salientes

Onde: xd e xq reatância de eixo direto e em quadratura respectivamente

P = Pd + Pq
Pd = UF . Id . senϕ
Pq = UF . Iq . cosϕ

Figura 3.20 - Curva de potência em máquinas síncronas

A potência eletromagnética que é a potência transmitida pelo rotor de um gerador ao


estator pode ser expressa por:

m . E0 .U F m .U F2  1 1 
P= sen( δ ) +  -  sen( 2 ⋅ δ )
xd 2  xq xd 

m . E 0 .U F
O primeiro termo da expressão anterior: Pe = sen( δ ) , é a potência que
xd
depende da tensão da rede UF e da excitação da máquina (figura 3.20).
m .U F2  1 1 
O segundo termo da expressão:  -  sen( 2 ⋅ δ ) , é adicional devido a
2  xq xd 
diferença de relutância do entreferro, a qual não depende da excitação da máquina (figura 3.20).

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3.2.7 DEFINIÇÕES

3.2.7.1 DISTORÇÃO HARMÔNICA

O formato ideal da onda de tensão de uma fonte de energia CA é senoidal.


Qualquer onda de tensão que contenha certa distorção harmônica (figura 3.21) pode ser
apresentada como sendo equivalente a soma da fundamental mais uma série de tensões CA
relacionadas harmonicamente de amplitudes específicas. A distorção pode ser definida para cada
harmônica em relação a sua amplitude como uma percentagem da fundamental. A distorção
harmônica pode ser calculada utilizando-se a fórmula:

m
(E m )2
Distorção = ∑ E1
2
Onde:
E m = Tensão harmônica de ordem "m";
E1 = Fundamental;

Na figura 3.21 está representada a forma de onda tomada entre fase-fase em gerador. A
distorção calculada foi de 2,04%. Na figura 3.22 temos a forma de onda tomada entre fase-
neutro. A distorção calculada foi de 15,71%

(a) (b)
Figura 3.21 (a) - Forma de onda com 2,04% de distorção harmônica;
(b) - Forma de onda com 15,71% de distorção harmônica

3.2.7.2 FATOR DE DESVIO

Desvios ou variações do formato senoidal da onda podem ocorrer durante qualquer


parte da onda: positivo, negativo ou durante o cruzamento por zero (figura 3.22)

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Figura 3.22 - Fator de Desvio

A amplitude da variação (figura 3.23) expressa como uma percentagem do valor de pico
de uma onda senoidal de referência é o fator de desvio.

Figura 3.23 - Amplitude de Desvio

O fator de desvio pode ser calculado como:

Desvio
Fdesv =
V pico

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3.2.7.3 MODULAÇÃO DE TENSÃO

É a cíclica variação da amplitude de tensão, causada pela oscilação do regulador ou pela


cíclica variação da carga.

3.2.7.4 DESEQUILÍBRIO ANGULAR

As tensões de um sistema trifásico são defasadas de 120o . Se esta defasagem for


diferente de 120o , o referido valor será o desequilíbrio.

3.2.7.5 DESBALANCEAMENTO DE TENSÃO

Desbalanceamento de tensão é a diferença entre as tensões de linha mais alta e mais


baixa e pode ser expresso em percentagem da tensão média de fase.

Exemplo:
Fase U a V Æ 208 V (1.6% acima da média)
VaW Æ 204 V (0.33% abaixo da média)
WaU Æ 202 V (1.3% abaixo da média)

Média: 204.67 V
Variação: 6V (2.9%)

3.2.7.6 TRANSIENTE DE TENSÃO

São picos de tensão de curta duração que aparecem esporadicamente e podem atingir
centenas de Volts (figura 3.24).

Figura 3.24 - Transiente de Tensão

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3.2.7.7 TOLERÂNCIA DE TENSÃO

Desvios máximos aceitáveis na tensão geralmente são expressos como percentagens da


tensão nominal, por exemplo:
+ 5% Æ 105% continuamente
– 7,5% Æ 92,5% continuamente

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3.3 GERADORES WEG

Atualmente a WEG MÁQUINAS produz duas linhas básicas de máquinas síncronas:


linha S e linha GTA.
A linha S foi criada para atender aplicações mais específicas e é composta de produtos
engenheirados (motores e geradores) com carcaças a partir da 355 até 2000 em baixa ou alta
tensão. São fabricados em chapas de aço soldadas, abertos ou fechados com trocador de calor a
ar ou água, formas construtivas B3, D5, D6 ou V1. Acionadas geralmente por turbinas
hidráulicas ou a vapor.
A linha GTA é uma evolução das extintas linhas DK e BTA, composta somente de
máquinas seriadas (geradores) normais, telecomunicações e navais , com carcaças a partir da 200
até 500, somente em baixa tensão. São fabricadas em chapas de aço calandradas, abertas, e nas
formas construtivas B15T ou B5/B3T. Acionadas geralmente por motores diesel.
Esta linha tem como principais vantagens, em relação à linha BTA anterior, as seguintes
características:
• Passo de bobinagem 2/3, baixa distorção harmônica e baixa reatância subtransitória,
sendo apto a alimentar cargas deformantes com componentes de 3a harmônica altas;
• Excitatriz com imãs permanentes, facilitando assim o escorvamento sob qualquer
condição;
• Facilidade de manutenção, proporcionada pela robustez das máquinas, acesso
facilitado aos diodos e regulador de tensão;
• Facilidade de manutenção da corrente de curto-circuito devido a presença de bobina
auxiliar para alimentação do regulador de tensão.

3.3.1 NORMAS APLICÁVEIS

As máquinas são projetadas, fabricadas e testadas segundo as normas ABNT, IEC e


DIN, onde aplicáveis. Especificamente podemos citar:

• VDE 0530-Máquinas Elétricas Girantes (Especificação e Características de Ensaio);


• NBR 5117-Máquinas Síncronas (Especificação);
• NBR 5052-Máquinas Síncronas (Método de Ensaio).

3.3.2 GERADORES COM EXCITAÇÃO POR ESCOVAS

3.3.2.1 TIPO SL (ANTIGO DL)

No gerador SL, o campo é alimentado em corrente contínua por escovas e anéis


coletores, e a tensão alternada é retirada do estator (fig.3.2.1), neste sistema normalmente o
campo é alimentado por uma excitatriz chamada de excitatriz estática. A tensão de saída do
gerador é mantida constante para qualquer carga e fator de potência, pois esta verifica
constantemente a tensão de saída. Quando acionado na rotação nominal o processo de
escorvamento se inicia pela pequena tensão residual do gerador.

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Sistemas Elétricos de Potência

VANTAGENS:

• Menor tempo de resposta na recuperação de tensão;


• Menor queda de tensão na partida de motores de indução.

DESVANTAGENS:

• Exige manutenção periódica no conjunto escovas e porta escovas;


• Não é aconselhável a utilização em centro de processamento de dados,
telecomunicações, devido a possibilidade de gerar rádio interferência em função de
mau contato das escovas.

3.3.3 GERADORES COM EXCITAÇÃO SEM ESCOVAS (BRUSHLESS)

Para aplicação industrial temos os seguintes tipos:

a) SP (antigos DKBH e DKBP) - O gerador tipo SP possui uma excitatriz auxiliar ao


regulador de tensão, formada por ímãs permanentes. No regulador, a tensão
proveniente da excitatriz auxiliar é retificada, enviada a um gerador de pólos fixos
(excitatriz principal) e ponte retificadora girante . Então, essa tensão contínua é
aplicada ao rotor da máquina (figura 3.26).
Neste sistema as escovas e porta escovas são eliminados pois a tensão de
alimentação do campo do gerador é obtida através da tensão induzida na excitatriz
e o único elemento de interação é o campo magnético.
Na linha SP a excitatriz auxiliar é montada em compartimento separado do
estator principal da máquina.
A antiga linha D possuia duas variações:
• DKBH: excitatriz auxiliar sem ímãs, montada internamente ao gerador.
Neste tipo de excitatriz, se a máquina ficar parada por longos períodos,
pode-se ter dificuldade de se iniciar o escorvamento.
• DKBP: excitatriz auxiliar com ímãs, montada externamente ao gerador
(montada na tampa traseira).

b) SS (antigo DKBL) - No gerador tipo SS a alimentação do regulador é obtida


através de TAP's do próprio enrolamento para baixa tensão ou TP's (trafos de
potencial) para alta tensão. Então, no regulador, a tensão é retificada e enviada a
um gerador de pólos fixos (excitatriz principal) e ponte retificadora girante.

c) GTA (antigo BTA) - Gerador brushless (sem escovas) sem excitatriz auxiliar.
Utiliza um enrolamento auxiliar independente, alojado nas ranhuras da armadura
(bobina auxiliar). Serve para fornecer a tensão para o regulador de tensão. (figuras
3.27 e 3.28).
A bobina auxiliar é um bobinado auxiliar que fica alojado em algumas
ranhuras do estator principal da máquina. Sua função é fornecer potência para
alimentar o campo da excitatriz principal, regulada e retificada pelo regulador de
tensão.

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Sistemas Elétricos de Potência

Em condições normais de operação do gerador, é produzida uma tensão


monofásica de frequência nominal do gerador, sofrendo pequenas distorções na
forma de onda, dependendo do tipo de carga (resistiva, indutiva ou capacitiva).
Em situações de curto-circuito na saída do gerador, é produzida uma tensão
monofásica de terceira harmônica que alimenta o regulador de tensão e mantém o
curto-circuito.

Figura 3.25 - Gerador com Excitação por Escovas

Figura 3.26 - Gerador tipo DKBH (linha antiga - com excitatriz auxiliar).

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Figura 3.27 - Gerador tipo BTA (linha antiga).

Figura 3.28 - Gerador tipo GTA (linha atual)

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3.3.4 GERADORES COM EXCITAÇÃO SEM ESCOVAS PARA APLICAÇÕES


ESPECIAIS

a) TELECOMUNICAÇÕES - Os geradores tipo Telecomunicações são fabricados


elétrica e mecanicamente conforme especificações da norma TELEBRÁS . As
aplicações mais comuns são grupos diesel de emergência para centrais telefônicas,
repetidoras, radares, sistema de rádio, aeroportos e outras cargas críticas.

Vantagens:

• Não utiliza escovas e porta-escovas conseguindo-se com isso, manutenção


reduzida, solicitando cuidados apenas na lubrificação dos rolamentos.
• Não introduz rádio-interferências ocasionado pelo mau contato das escovas.
• Deformações na forma de onda gerada, provocada pelas cargas, não
interferem na regulação, pois o regulador é alimentado por uma bobina
auxiliar, independente da tensão de saída.
• Admite facilmente o controle de tensão manual.

Características Técnicas:

• Normas aplicáveis: VDE, ABNT, IEC e TELEBRÁS.


• Forma construtiva: B5/B3T com flange para acoplamento monobloco a motor
diesel.
• Reatância sub-transitória de eixo direto (xd") menor que 12%.
• Distorção harmônica total menor que 3% para carga linear.
• Precisão da regulação de tensão ±0,5% para qualquer valor de carga com fator
de potência entre 0,8 e 1,0.
• Transitório de tensão para degrau de 100% da carga: ±10% da tensão nominal.
• Tempo de resposta para recuperar a tensão, menor que 0,5 segundos.
• Variações de ±5% na rotação do motor diesel, não prejudicam a regulação da
tensão.
• Faixa de ajuste da tensão nominal pelos potenciômetros: ajuste normal ±15%,
ajuste fino ±5%
• Sobrecarga admissível: 10% durante 1 hora a cada 6 horas, de 200% por 15
segundos a cada 1 hora.

b) NAVAL - Os geradores para uso naval são projetados e fabricados para atender
parâmetros e características técnicas de acordo com as entidades classificadoras e
normas afins.

c) MARINIZADO - Os geradores marinizados são projetados e fabricados para


atender parâmetros e características técnicas para aplicações em ambientes
marítimos, entretanto, não obedecem a entidades classificadoras.

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3.3.5 MOTORES SÍNCRONOS

Devido a portaria no 85 do DNAEE de 15/03/1992 que alterou o valor mínimo do fator


de potência de 0,85 para 0,92, tornou-se mais difícil atender a este limite.
Uma das soluções aplicáveis para a obtenção de fatores de potência dentro da faixa
especificada pela portaria é a utilização de motores ou compensadores síncronos.
A grande vantagem da aplicação destas máquinas é a facilidade no ajuste e a
possibilidade da manutenção contínua do valor do fator de potência pré-ajustado.
O motor síncrono apresenta ainda vantagem de poder acionar uma carga no eixo
(mecânica), enquanto funciona como compensador do fator de potência.
Os motores síncronos caracterizam-se quanto à dinâmica de funcionamento, por terem a
mesma velocidade de rotação do campo girante da armadura em regime permanente e por não
terem, por si só, conjugado de partida.
Deste modo, tais motores necessitam de um método de partida. Na prática, o mais
comum consiste em dar a partida no motor síncrono como se este fosse um motor assíncrono e
depois excitar o indutor (alimentar o enrolamento de campo com corrente contínua), a fim de
sincronizá-lo.
Para os motores síncronos de pólos salientes, o método de partida consiste na aplicação
de barras de cobre, latão ou alumínio nas sapatas polares, que são curto-circuitadas nas
extremidades por meio de anéis coletores, como se fosse a gaiola de um motor de indução
assíncrono. A figura 3.29a mostra as barras curto-circuitadas nas sapatas polares. A gaiola de
partida também é chamada de enrolamento amortecedor, pois além de fornecer o conjugado de
partida, amortece as oscilações causadas pelas variações de carga, estabilizando a rotação do
motor.
A partida do motor síncrono sem escovas ("brushless") é feita com enrolamento de
campo (excitação) curto-circuitado e com o induzido (armadura) conectado à rede. Curto-
circuita-se o enrolamento de campo com o objetivo de evitar a indução de tensões muito altas
entre seus terminais, o que provocaria a perfuração do isolamento.
Liga-se a armadura a uma rede de tensão alternada e, então, manifesta-se o conjugado
de motor assíncrono e o rotor acelera até próximo à velocidade síncrona sem contudo, atingí-la.
Quando a velocidade do rotor for cerca de 95% da velocidade síncrona, é alimentado o
enrolamento de campo com corrente contínua. O campo magnético criado pelo enrolamento de
campo entrelaça-se com o campo magnético da armadura, manifestando o conjugado de
sincronismo e fazendo com que o rotor acompanhe o campo de armadura, movimentando-se à
velocidade síncrona.
Este fenômeno transitório é chamado "sincronização".

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Sistemas Elétricos de Potência

Figura 3.29 – Perfil da chapa do campo (a) e


Diagrama esquemático para Motor Síncrono (b)

Sistema de Excitação Sem Escovas para Motor Síncrono

O sistema de excitação sem escovas é constituído de:

• Excitatriz auxiliar;
• Excitatriz principal;
• Enrolamento de campo.

A excitatriz auxiliar é uma máquina de pólos externos. Seu rotor é constituído de barras
axiais encravadas nas sapatas polares do rotor da máquina principal, que são seus pólos de
excitação. O estator, constituído de chapas, possui um enrolamento trifásico.
A excitatriz principal é um gerador de corrente trifásica de pólos salientes que
acomodam as bobinas do campo de excitação, que são ligadas em série.
O rotor da excitatriz principal é laminado, e suas ranhuras abrigam um enrolamento
trifásico ligado em estrela. O ponto comum desta ligação estrela é inacessível. De cada ponto da
ligação estrela saem dois fios para os retificadores girantes, assentados sobre dois suportes
dissipadores.
O enrolamento de campo é montado sobre o rotor da máquina principal, com as bobinas
enroladas sobre os pólos de excitação. O esquema do sistema de excitação do campo do motor
síncrono sem escovas é mostrado na figura 3.29b.
O estator da máquina principal, que é alimentado pela rede através dos terminais U1,
V1, W1 induz através das barras axiais encravadas no rotor, uma tensão trifásica na excitatriz

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auxiliar. Esta tensão é retificada e alimenta o estator da excitatriz principal. A tensão induzida no
rotor da excitatriz principal é retificada e alimenta o enrolamento de campo.
Na partida é induzida uma tensão muito alta no rotor da máquina e isto faz com que
ocorra chaveamento dos tiristores, curto-circuitando o enrolamento de campo. Quando a tensão
cai para 130V (aproximadamente em 95% da rotação), os tiristores deixam de conduzir e o
enrolamento de campo passa, então, a receber a tensão retificada.

Vantagens deste sistema:

• Não utiliza escovas e porta-escovas;


• Não introduz rádio-interferência pelo mau contato das escovas;
• Manutenção reduzida, solicitando cuidados apenas na lubrificação dos rolamentos.

3.3.6 REGULADOR DE TENSÃO

O regulador de tensão é eletrônico e automático. Tem por finalidade manter a tensão


constante, independente das variações da carga. Retifica a tensão trifásica proveniente da bobina
auxiliar ou do estator da excitatriz ou de TAP's da armadura da máquina principal, levando-a
através de um transistor de potência ao enrolamento de campo da excitatriz principal. Possui
também circuitos de proteção para assegurar um controle confiável do gerador.

3.3.7 TEMPO DE REGULAGEM DA TENSÃO (TEMPO DE RESPOSTA)

Como tempo de regulagem, subentende-se aqui, o tempo transcorrido desde o início da


queda de tensão, até o momento em que a tensão entra no intervalo de tolerância estacionária,
(por exemplo) ± 0,5 e permanece a mesma (figura 3.30).

Figura 3.30 - Tempo de Regulagem de Tensão

O tempo exato de regulagem, depende na prática de inúmeros fatores, portanto só pode


ser indicado aproximadamente.
A figura 3.40 dá uma indicação aproximada sobre os tempos de regulagem a serem
considerados, e valem para os degraus de cargas nominais.

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Sistemas Elétricos de Potência

Em condições diferentes da acima, os tempos podem ser calculados proporcionalmente


à queda de tensão.

Figura 3.40 - Tempo de Regulagem de Tensão

3.3.8 NOMENCLATURA DAS MÁQUINAS SÍNCRONAS WEG

GTA . 3 1 5 M I 3 1 S 0 4 C
Tipo de Máquina
G Máquina Síncrona não Engenheirada
S Máquina Síncrona Engenheirada

GTA.315 M I 3 1 S 0 4C
Carcaça .160 até 2000

GTA . 3 1 5M I 3 1 S 0 4 C
Comprimento da Carcaça
S, M, L, A, B, C, D, E ,F

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Sistemas Elétricos de Potência

GTA . 3 1 5 M I 3 1 S 0 4 C
Aplicação
I Industrial
M Marinizado
T Telecomunicações
N Naval
E Especial

G T A . 3 1 5 M I 3 1 S 0 4 C
Característica
T Gerador Brushless c/Bobina auxiliar
P Gerador Brushless c/Excitatriz auxiliar
S Gerador Brushless s/auxiliar
L Gerador com escovas
D Motor com escovas
E Motor Brushless sem Excitatriz auxiliar
F Motor Brushless com Excitatriz auxiliar
M Monofásico Brushless sem Excitatriz auxiliar
N Monofásico Brushless com Excitatriz auxiliar
Q Monofásico Brushless com Bobina auxiliar

GTA.315M I 31 S 0 4 C
Código do Pacote
00 até 99

GTA.315M I31S0 4 C
Tipo de Rotor
S Pólos Salientes
L Pólos Lisos

GTA.315M I31S04 C
Número de Pólos

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Sistemas Elétricos de Potência

GTA.315MI31104C
Tipo de Cálculo
C Consulta
E Especificação para OP,AM e AT
K Catálogo

GTA . 3 1 5 M I 3 1 S 0 4 C
Tipo de Refrigeração
A Aberto Autoventilado
F Trocador de calor ar-ar
W Trocador de calor ar-água
I Ventilacao forçada Independente
D Auto-Ventilador por Dutos
T Ventilação Forçada por Dutos
L Ventilacao Forçada com Trocador Ar -água
V Ventilação Forçada Aberto

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Sistemas Elétricos de Potência

3.4 CARACTERÍSTICAS DO AMBIENTE

Entre outros, dois fatores influem na determinação da potência admissível: a


temperatura do meio refrigerante e a altitude em que o gerador for instalado.

a) Meio refrigerante: Na maioria dos casos o ar ambiente de temperatura não superior


a 40oC e isento de elementos prejudiciais.

b) Altitude (não superior a 1000m sobre o nível do mar).

Até nestes valores de altitude e temperatura ambiente considera-se condições normais


que o gerador deve fornecer, sem sobre aquecimento, sua potência nominal.

3.4.1 ALTITUDE

Gerador funcionando em altitude acima de 1000m apresentam problemas de


aquecimento causado pela rarefação do ar e consequentemente diminuição do seu poder de
arrefecimento.
A insuficiente troca de calor entre o gerador e o ar circundante, leva à exigência de
redução de perdas, o que significa também redução de potência.
Os geradores tem aquecimento diretamente proporcional as perdas e estas variam
aproximadamente, numa razão quadrática com a potência.

3.4.2 TEMPERATURA AMBIENTE.

Geradores que trabalham em temperaturas inferiores a –20oC apresentam os seguintes


problemas:
a) Excessiva condensação, exigindo drenagem adicional ou instalação de resistência de
aquecimento, caso o gerador fique longos períodos parado.
b) Formação de gelo nos mancais provocando endurecimento das graxas ou
lubrificantes dos mancais, exigindo o emprego de lubrificantes especiais ou graxa
anti-congelante.

Em geradores que trabalham a temperatura ambiente constantemente superiores a 40oC,


o enrolamento pode atingir temperaturas prejudiciais a isolação.Este fato tem que ser
compensado por um projeto especial do gerador, usando materiais isolantes especiais ou pela
redução da potência nominal do mesmo.

3.4.3 DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA ÚTIL DO GERADOR NAS


DIVERSAS CONDIÇÕES DE TEMPERATURA E ALTITUDE

Associando os efeitos da variação da temperatura e da altitude à capacidade de


dissipação, a potência do gerador pode ser obtida multiplicando-se a potência útil pelo fator de
multiplicação encontrado na figura 3.41.

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Sistemas Elétricos de Potência

As máquinas podem ser operadas à potência nominal, nas diversas altitudes, desde que
as seguintes temperaturas não sejam excedidas:

0 a 1000m 40oC
1000 a 2000m 30oC
2000 a 3000m 20oC
3000 a 4000m 10oC

Fig. 4.3.1 - Diagrama de Potência em Função da


Altitude e da Temperatura Ambiente.

3.4.4 ATMOSFERA AMBIENTE

3.4.4.1 AMBIENTES AGRESSIVOS

Ambientes agressivos, tais como, estaleiros, instalações portuárias, indústria de pescado


e múltiplas aplicações navais, indústria química e petroquímica, exigem que os equipamentos
que neles trabalham sejam perfeitamente adequados para suportar tais circunstâncias com
elevada confiabilidade, sem apresentar problemas de qualquer espécie.
Para aplicação de geradores nestes ambientes agressivos deverá ser feito uma consulta a
fábrica.
Nos casos de geradores para uso naval apresentam características especiais de acordo
com as exigências de construção, inspeção e ensaios estabelecidos nas normas das sociedades
classificadoras, entre as quais:

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Sistemas Elétricos de Potência

• American Bureau of Shipping;


• Bureau Veritas;
• Lloyds Register of Shipping;
• Germanischer Lloyd.

e outras conforme tabela 3.3, que determinam o limite máximo de potência do catálogo.

REDUÇÃO DA POTÊNCIA CONFORME ENTIDADES CLASSIFICADORAS E NORMAS

MÁXIMA SOBRECARGA ADMISSÍVEL S/


POTÊNCIA
NORMA TEMPERATURA AQUECIMENTO PREJUDICIAL OBSERVAÇÃO
EM %
AMBIENTE oC % TEMPO
VDE 0530 1972 40 100 50 15seg
Germanischer Lloyd
45 96 50%p/ cos 0,5 2min
1973
50 76
IEC 1969 50 15seg 1) 2)
40 100
Lloyds Register 1975 45 92 50 15seg
ABS 1975 50 88
NV 1976 45 92 50%p/ cos 0,6 2min
BV 1977 50 92
RIN a 1976 50 92 50 15seg
Seeregister de UdSSR
45 96 50 2min
1975
Tabela 3.3 - Potência Máxima de Catálogo em Função da Temperatura Ambiente

1) Linha superior é para navios, linha inferior para instalações terrestres;


2) Classe de isolamento "B". Classe "F", só com autorização especial. Máquinas
classe "F", funcionando com classe "B", a potência precisa ser diminuída para
0,84 da potência nominal;
3) Quando houver anexação de filtro, será preciso considerar uma redução de
potência de 5%.

3.4.5 GRAUS DE PROTEÇÃO

Os invólucros dos equipamentos elétricos, conforme as características do local em que


serão instaladas e de sua acessibilidade, devem oferecer um determinado grau de proteção.
Assim, por exemplo, um equipamento a ser instalado num local sujeito a jatos de água
deve possuir um invólucro capaz de suportar tais jatos, sob determinados valores de pressão e
ângulo de incidência, sem que haja penetração de água.

3.4.5.1 CÓDIGO DE IDENTIFICAÇÃO

As normas IEC e ABNT-NBR 6146 definem os graus de proteção dos equipamentos


elétricos por meio das letras características IP seguidas por dois algarismos.

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Sistemas Elétricos de Potência

1o Algarismo: Indica o grau de proteção contra penetração de corpos sólidos estranhos e


contato acidental.

0 - sem proteção
1 - corpos estranhos de dimensões acima de 50mm
2 - idem, acima de 12mm
4 - idem, acima de 1mm.
5 - proteção contra acúmulo de poeiras prejudiciais ao gerador.

2o Algarismo: Indica o grau de proteção contra penetração de água no interior do


gerador

0 - sem proteção
1 - pingos de água na vertical
2 - pingos de água até a inclinação de 15 com a vertical
3 - água de chuva até a inclinação de 60 com a vertical
4 - respingos de todas as direções
5 - jatos de água de todas as direções
6 - água de vagalhões
7 - imersão temporária
8 - imersão permanente

As combinações entre os dois algarismos, isto é, entre os dois critérios de proteção,


estão resumidos na tabela 3.4.
Note que, de acordo com a norma, a qualificação do gerador em cada grau no que refere
a cada um dos algarismos, é bem definida através de ensaios padronizados e não sujeita a duplas
interpretações, como acontecia anteriormente.

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Sistemas Elétricos de Potência

1 o ALGARISMO 2 o ALGARISMO
CLASSE DE
GERADORES PROTEÇÃO CONTRA PROTEÇÃO CONTRA CORPOS
PROTEÇÃO PROTEÇÃO CONTRA ÁGUA
CONTATO ESTRANHOS
IP00 NÃO TEM NÃO TEM NÃO TEM
PINGOS DE ÁGUA ATÉ UMA
IP02 NÃO TEM NÃO TEM INCLINAÇÃO DE 15o COM A
VERTICAL
CORPOS ESTRANHOS
TOQUE ACIDENTAL
IP11 SÓLIDOS DE DIMENSÕES PINGOS DE ÁGUA NA VERTICAL
COM A MÃO
ACIMA DE 50mm.
PINGOS DE ÁGUA ATÉ UMA
IP12 INCLINAÇÃO DE 15o COM A
A VERTICAL
B ÁGUA DE CHUVA ATÉ UMA
E IP13 INCLINAÇÃO DE 60o COM A
R VERTICAL.
T CORPOS ESTRANHOS
O IP21 TOQUE COM OS DEDOS SÓLIDOS DE DIMENSÕES PINGOS DE ÁGUA NA VERTICAL
ACIMA DE 12mm.
PINGOS DE ÁGUA ATÉ UMA
IP22 INCLINAÇÃO DE 15o COM A
VERTICAL
ÁGUA DE CHUVA ATÉ UMA
IP23 INCLINAÇÃO DE 60o COM A
VERTICAL
TOQUE COM CORPOS ESTRANHOS RESPINGOS DE TODAS AS
IP44
FERRAMENTAS SÓLIDOS ACIMA DE 1mm DIREÇÕES
F PROTEÇÃO CONTRA
PROTEÇÃO COMPLETA RESPINGOS DE TODAS AS
E IP54 ACÚMULO DE POEIRAS
CONTRA TOQUE DIREÇÕES
C NOCIVAS
H
A JATOS DE ÁGUA DE TODAS AS
IP55
D DIREÇÕES
O
Tabela 3.4 - Grau de Proteção

3.4.5.2 TIPOS USUAIS

Embora os algarismos indicativos do grau de proteção possam ser combinados de


muitas maneiras, somente alguns tipos de proteção são empregados nos casos normais. São eles
IP21, IP23 (geradores abertos). Para aplicações especiais mais rigorosas, são comuns também os
graus de proteção IP54 (ambientes muito empoeirados) e IP55 (casos em que os equipamentos
são lavados periodicamente com mangueiras, como em fábricas de papel).

3.4.6 LIMITES DE RUÍDO

As normas IEC 39.9 e a NBR - projetos limites 3:02.8-001 especificam limites máximos
de nível de potência sonora, em decibéis, na escala de ponderação A, dB (A), para ruídos de
máquinas elétricas girantes transmitindo através do ar, conforme Tabela 3.5.

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Sistemas Elétricos de Potência

GRAUS DE PROTEÇÃO IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44 IP22 IP44

960 < n 1320 < n 1900 < n 2360 < n 3150 < n
VELOCIDADE NOMINAL -RPM n > 960
≤ 1320 ≤ 1900 ≤ 2360 ≤ 3150 ≤ 3750

FAIXAS DE POTÊNCIAS NOMINAIS, P

GERADORES NÍVEL DE POTÊNCIA SONORA dB(A)

kW cv

P < 1,1 P < 1,1 71 76 75 78 78 80 80 82 82 84 85 88

1,1 < P < 2,2 1,5 < P < 3,0 74 79 78 80 81 83 83 86 85 88 89 91

2,2 < P < 5,5 3,0 < P < 7,5 77 82 81 84 85 87 86 90 89 92 93 95

5,5 < P < 11 7,5 < P < 15 81 85 85 88 88 91 90 94 93 96 97 99

11 < P < 22 15 < P < 30 84 88 88 91 91 95 93 98 96 100 99 102

22 < P < 37 30 < P < 50 87 91 91 94 94 97 96 100 99 103 101 104

37 < P < 55 50 < P < 75 90 93 94 97 97 99 98 102 101 105 103 106

55 < P < 110 75 < P< 150 94 96 97 100 100 103 101 105 103 107 104 108

110 < P < 220 150 < P < 300 97 99 100 103 103 106 103 108 105 109 106 110

220 < P < 630 300 < P < 860 99 101 102 105 106 108 106 110 107 111 107 112

630 < P < 1100 860 < P < 1500 101 103 105 108 108 111 108 112 109 112 109 114

1100 < P < 2500 1500 < P < 3400 103 105 108 110 110 113 109 113 110 113 110 115

2500 < P < 6300 3400 < P < 8600 105 108 110 112 111 115 111 115 112 115 111 116
Tabela 3.5 - Nível de potência sonora em dB(A).

3.4.7 VIBRAÇÃO

A tabela 3.6 indica valores admissíveis para a máxima velocidade de vibração para as
diversas carcaças, dentro de 3 tipos de balanceamento que são:
Normal, Reduzido e Especial conforme Norma DIN 45665.
Os geradores normalmente são balanceados no grau N.

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VALOR LIMITE DA VELOCIDADE DE VIBRAÇÃO


VEF E VALOR DE PICO, EQUIVALENTE DA VELOCIDADE DE VIBRAÇÃO:
veq - 2 .vef 2 em mm/s para carcaça:
FAIXA DE
BALANCEAMENTO
ROTAÇÃO
80 a 132 160 a 225 250 a 315

vef veq vef veq vef veq

600 até 1800


N
Além de 1.80 2.50 2.80 4.00 4.50 6.30
(normal)
1800 até 3600

600 até 1800 0.71 1.00 1.12 1.60 1.80 2.50


R
Além de
(reduzida)
1800 até 3600 1.12 1.60 1.80 2.60 2.80 4.00

600 até 1800 0.46 0.63 0.71 1.00 1.12 1.60


S
Além de
(especial)
1800 até 3600 0.71 1.00 1.12 1.60 1.80 2.50
Tabela 3.6 - Limites de vibração

Para vibrações ainda menores deverão ser tomados os valores de nível S, divididos por
1,6. Somente para vibrações senoidais puras é possível um cálculo simples da amplitude da
vibração. O aparelho para medição deve corresponder as exigências, conforme DIN 45666.Não
sendo feitas especificações especiais, os valores do nível N de vibrações valem para todas as
máquinas elétricas.

3.4.8 VENTILAÇÃO

As perdas são inevitáveis no gerador e o calor gerado por elas deve ser dissipado, ou
seja, transferido para o elemento de resfriamento do gerador, usualmente o ar ambiente. A
maneira pela qual é feita a troca de calor entre as partes aquecidas do gerador e o ar ambiente é o
que define o SISTEMA DE VENTILAÇÃO do gerador. Os sistemas usuais são de dois tipos
principais:

3.4.8.1 GERADOR ABERTO

É o gerador em que o ar ambiente circula no interior do gerador em contato direto com


as partes aquecidas que devem ser resfriadas.
Neste sistema o gerador apresenta uma proteção IP21 ou IP23. Possui um ventilador
interno acoplado ao eixo.

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Sistemas Elétricos de Potência

Figura 3.42 - Gerador Aberto

O ventilador aspira o ar ambiente que após passar através da máquina é devolvido


quente novamente ao meio ambiente.
O gerador aberto propriamente dito, ou seja, aquele em que não há nenhuma restrição à
livre circulação do ar ambiente por dentro do gerador, é raramente usado, na realidade, as
entradas e saídas de ar costumam ser parcialmente protegidas, segundo diversos graus de
proteção que foram descritos no ítem 3.4.5.
A figura 3.42 mostra o esquema do circuito de refrigeração do gerador auto-ventilado.
A proteção neste caso é IP23, pois a saída possui venezianas que dão a proteção contra água a
60o. No caso da proteção IP21 a veneziana é substituída por uma grade.

3.4.8.2 GERADOR TOTALMENTE FECHADO

"Gerador Fechado de tal modo que não haja troca de meio refrigerante entre o interior e
o exterior da carcaça, não sendo necessariamente estanque" (Definição da ABNT).
O ar ambiente é separado do ar contido no interior do gerador não entrando em contato
direto com as partes internas do gerador. A transferência de calor é toda feita na superfície
externa do gerador.
O gerador não é "estanque", isto é, as folgas de montagem não impedem totalmente a
penetração do ar ambiente para dentro do gerador e a saída de ar de dentro para fora. Por
exemplo:
Quando o gerador começa a funcionar, o ar contido no seu interior se aquece e se
expande, criando uma leve diferença de pressão e fazendo com que um pouco de ar "escape" do
gerador para o ambiente. Quando o gerador para, o ar interno esfria e se contrai, fazendo com
que um pouco do ar externo penetre no gerador. O gerador, assim, "respira" em função das
oscilações de temperatura.
Dependendo da maneira como é feita a troca de calor na superfície externa do gerador,
existem os seguintes tipos de geradores totalmente fechado:

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Sistemas Elétricos de Potência

a) Gerador totalmente fechado com trocador de calor ar-ar.

O gerador possui dois ventiladores acoplados no eixo, um interno e outro externo. O


trocador de calor é colocado na parte superior do gerador.

Figura3.43 - Refrigeração do gerador com trocador de calor ar-ar.

O trocador de calor ar-ar é constituído de tubos colocados axialmente e montados na


parte superior do gerador. O tubo é fornecido em aluminio trefilado, liga ABNT 1100 e em
algumas aplicações, em aço sem costura, fosfatizado e protegido por uma tinta anti-corrosiva.

b) Gerador totalmente fechado com trocador de calor ar-água

O gerador possui um ventilador acoplado no eixo. A figura 3.44 mostra o esquema do


circuito de refrigeração do gerador com trocador de calor ar-água.

Figura 3.44 - Refrigeração do gerador com trocador de calor ar-água

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Sistemas Elétricos de Potência

3.4.9 ACESSÓRIOS/ESPECIALIDADES

3.4.9.1 RESISTÊNCIA DE AQUECIMENTO


As resistências de aquecimento são utilizadas em gerador instalado em ambientes muito
úmidos, impedindo a condensação de água ao ficarem parados por longo espaço de tempo,
devido ao fato de aquecerem o enrolamento alguns graus acima do ambiente (5 a l0oC).

CARCAÇA POTÊNCIA (W)


160 48
225 90
250 90
280 180
315 180
355 180
400 180
450 180
Tabela 3.7 - Potência das Resistências de Aquecimento por Carcaça

A aplicação é opcional, solicitada pelo cliente ou recomendada pela WEG quando ficar
evidenciada a aplicação em ambientes desfavoráveis.
As resistências de aquecimento poderão funcionar em redes de alimentação de 110V,
220V e 440V, dependendo da tensão da resistência e da ligação das mesmas.
A tensão de alimentação das resistências deverá ser especificada pelo cliente.
Dependendo da carcaça, serão empregados os resistores de aquecimento da tabela 3.7.

3.4.9.2 PROTEÇÃO TÉRMICA DE GERADORES ELÉTRICOS

A proteção térmica é efetuada por meio de termoresistências(resistência calibrada),


termistores, termostatos ou protetores térmicos. Os tipos de detetores a serem utilizados são
determinados em função da classe de temperatura do isolamento empregado, de cada tipo de
máquina e da exigência do cliente.

3.4.9.2.1 TERMORESISTÊNCIAS(PT-100)

São elementos onde sua operação é baseada na característica de variação da resistência


com a temperatura, intrínseca a alguns materiais(geralmente platina, níquel ou cobre). Possuem
resistência calibrada, que varia linearmente com a temperatura, possibilitando um
acompanhamento contínuo do processo de aquecimento do gerador pelo display do controlador
com alto grau de precisão e sensibilidade de resposta. Sua aplicação é ampla nos diversos setores
de técnicas de medição e automatização de temperatura nas indústrias em geral. Geralmente,
aplica-se em instalações de grande responsabilidade, como por exemplo, em mancais de
rolamentos ou buchas. Um mesmo detetor pode servir para alarme e para desligamento.

Desvantagem:
• Os elementos sensores e o circuito de controle possuem um alto custo.

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3.4.9.2.2 TERMISTORES(PTC E NTC)

São detetores térmicos compostos de sensores semi-condutores que variam sua


resistência bruscamente ao atingirem uma determinada temperatura.

PTC - Coeficiente de Temperatura Positivo


NTC - Coeficiente de Temperatura Negativo

O tipo "PTC" é um termistor cuja resistência aumenta bruscamente para um valor bem
definido de temperatura, especificado para cada tipo. Essa variação brusca na resistência
interrompe a corrente no PTC, acionando um relé de saída, o qual desliga o circuito principal.
Também pode ser utilizado para sistemas de alarme ou alarme e desligamento (2 por fase).
Para o termistor "NTC" acontece o contrário do PTC, porém, sua aplicação não é
normal em geradores elétricos, pois os circuitos eletrônicos de controle disponíveis, geralmente
são para o PTC.
Os termistores possuem tamanho reduzido, não sofrem desgastes mecânicos e têm uma
resposta mais rápida em relação aos outros detetores, embora permitam um acompanhamento
contínuo do processo de aquecimento do gerador. Os termistores com seus respectivos circuitos
eletrônicos de controle oferecem proteção completa contra sobreaquecimento produzido por
sobrecarga, sub ou sobretensões ou liga-desliga. Possuem um baixo custo, relativamente ao do
tipo Pt-100, porém, necessitam de relé para comando da atuação do alarme ou operação.

3.4.9.2.3 TERMOSTATOS

São detetores térmicos do tipo bimetálico com contatos de prata normalmente fechados,
que se abrem quando ocorre determinada elevação de temperatura. Quando a temperatura de
atuação do bimetálico baixar, este volta a sua forma original instantaneamente permitindo o
fechamento dos contatos novamente.
Os termostatos podem ser destinados para sistemas de alarme, desligamento ou ambos
(alarme e desligamento) de geradores elétricos trifásicos, quando solicitado pelo cliente. São
ligados em série com bobina do contator. Dependendo do grau de segurança e da especificação
do cliente, podem ser utilizados três termostatos (um por fase) ou seis termostatos (grupos de
dois por fase).

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Sistemas Elétricos de Potência

Máxima Máxima sobreelevação de temperatura permitida por classe de isolamento.


temperatura t em ºC (Métodos da variação de resistência)
NORMA
ambiente
A E B F
ºC ta
Brasil
40 60 75 80 100
ABNT NBR - 5117
Norma Internacional
40 60 75 80 100
IEC 34 - 1
Alemanha
40 60 75 80 100
VDE 0530 parte
USA
40 60 - 80 105
NEMA MG 1 e ASA
Canadá
40 60 - 80 105
CSA C 22.2 N0 54
Grã-Bretanha
40 60 75 80 100
BS 2613
Austrália
40 60 75 80 100
BS 2613
Bélgica
40 60 75 80 100
NBN 7
Dinamarca
40 60 75 80 100
DS 5002
França
40 60 75 80 100
NF CS1 -100
Holanda
40 - 70 80 100
VEMET N 1007
Índia
40 60 75 80 -
IS: 325-1961
Itália
40 60 70 80 100
CE 12-3
Noruega
40 60 75 80 -
NEM AV
Áustria
40 - 75 80 100
OVE - MIO
Suécia
40 60 70 80 100
SEN 22
Suíça
40 60 75 80 100
SEV 3009
Tabela 3.8 - Máxima sobreelevação de Temperatura Permitida por Classe de isolamento

Para operar em alarme e desligamento (dois termostatos por fase), os termostatos de


alarme devem ser apropriados para atuação na elevação de temperatura prevista do gerador,
enquanto que os termostatos de desligamento deverão atuar na temperatura máxima do material
isolante.

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Sistemas Elétricos de Potência

3.5 CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO

3.5.1 POTÊNCIA NOMINAL

É a potência que o gerador pode fornecer, dentro de suas características nominais, em


regime contínuo. O conceito de potência nominal, ou seja, a potência que o gerador pode
fornecer, está intimamente ligado à elevação de temperatura do enrolamento (Tabela 3.10).
Sabemos que o gerador pode acionar cargas de potência bem acima de sua potência nominal, até
quase atingir o limite de estabilidade.
O que acontece, porém, é que se esta sobrecarga for excessiva, isto é, for exigida do
gerador uma potência muito acima daquela para a qual foi projetado, o aquecimento normal será
ultrapassado e a vida do gerador será diminuída, podendo ele, até mesmo, queimar-se
rapidamente.
A potência do gerador é fixada em relação a potência das fontes consumidoras, ou de
acordo com a potência do motor do acionamento:

a) Fixação de potência de acordo com a potência das fontes consumidoras.

Para a determinação do tamanho da máquina devemos conhecer a potência aparente S:

S = UL x IL x 3.

Onde: S = potência aparente [VA];


UL = tensão de linha [V];
IL = corrente de linha [A].

Nos catálogos a potência aparente é dada em kVA, sendo válida para os fatores de
potência entre 0,8 e 1,0 (Indutivos).
Para fatores de potência menores que 0,8, a potência deve ser reduzida conforme a
figura 3.45, isto implica portanto que o cos(ϕ) também deve ser conhecido.
Portanto, se um gerador for conectado a carga com fatores de potência distintos, é
preciso averiguar antes, quais os componentes de potência ativa e reativa, e daí determinar a
potência aparente total, bem como o fator de potência geral.

S = (P1 + P2 + ...+ Pn )2 + (Q1 + Q2 + ... + Qn )2

Onde: Pn = componente da potência ativa da fonte consumidora (VA);


Qn = componente da potência reativa da fonte consumidora (VAr).

∑P
c os ϕ =
S

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Sistemas Elétricos de Potência

Figura 3.45 – Potência em função do cos(ϕ)

b) Fixação da potência de acordo com a potência do motor de acionamento.

Muitas vezes, não é possível conhecer a potência exata das fontes consumidoras. Neste
caso a potência do gerador é determinada a partir da potência de acionamentos e, como fator de
potência podemos adotar 0,8.
Da potência útil do motor de acionamento, diminuímos as perdas do gerador, para obter
a potência ativa que fica a disposição nos terminais do gerador.
PM . η( G )
PG = [ kW ]
100

Onde: P G - potência do gerador [kW]


PM - potência do motor acionante [kW]
η(G) - rendimento do gerador (%)

Para potência do motor acionante dado em [cv], multiplicar por 0,736 para obter [kW]

PM[kW] = PM[cv] x 0,736

Devemos levar em consideração o rendimento dos geradores indicado nos catálogos


para fatores de potência entre 0,8 e 1,0.

PG PM x η
S= =
Cos( ϕ ) 100 x Cos( ϕ )

Exemplos:
Numa indústria deve ser instalado um Grupo Diesel para fornecer eletricidade às suas
instalações, onde existem as seguintes fontes consumidoras.

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Sistemas Elétricos de Potência

a) Iluminação 80 [kVA] Cos(ϕ) = 0,7


b) Aquecimento 152 [kVA] Cos(ϕ) = 1,0
c) 1 motor trifásico WEG - IP54 - 40 [cv] - IV
d) 1 motor trifásico WEG - IP54 - 60 [cv] – IV Carcaça 200L
e) 1 motor trifásico WEG - IP54 - 75 [cv] - IV

Do catálogo de motores trifásicos WEG obteremos:

motor 40 [cv], 30 kW, Cos(ϕ) = 0,85, η = 90,9%, IP/IN = 7,6


motor 60 [cv], 45 kW, Cos(ϕ) = 0,88, η = 90,8%, IP/IN = 7,8
motor 75 [cv], 55 kW, Cos(ϕ) = 0,90, η = 91,9%, IP/IN = 7,4

Para determinação da potência foi considerado serviço contínuo. Será analisado


posteriormente a influência da partida dos motores.
Para o cálculo da potência ativa e aparente nos motores geralmente indica-se a potência
útil no eixo; a potência ativa consumida abtém-se dividindo pelo rendimento.
Do valor da potência ativa e da reativa, obtém-se a potência aparente total do gerador,
bem como o fator de potência para o motor de 40 cv teremos:

Pm [ kW ] x 100 30 × 100
P [ kW ] = = = 33,0 [ kW ]
η 90,9
P [ kW ] 33,0
S [ kVA ] = = = 38,8 [ kVA ]
cos ϕ 0,85
Q [ kVAr ] = S [ kVAr ] 2 - P [ kW ] 2

Q = (38,8 )2 - (33,0 )2 = 20,4 [ kVAr ]

Desta maneira, e para os demais, obteremos os seguintes resultados da Tabela 3.9

CARGA cos ϕ η% S(kVA) P(kW) Q(kVAr)


Iluminação 0.70 80 56 57,1
Aquecimento 1.00 152 -
Motor 40 cv 0.85 90,9 38.8 33.0 20.4
Motor 60 cv 0.88 90,8 56.3 49.5 26.8
Motor 75 cv 0.90 91,9 66.4 59.8 28.9
Tabela 3.9 - Quadro Geral de Potência

A potência aparente do gerador será:

S = (56 + 152 + 33,0 + 49,5 + 59,8 )2 + (57,1 + 0 + 20,4 + 26,8 + 28,9 )2

S = 375 [ kVA ]

O fator de potência geral será:

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Sistemas Elétricos de Potência

∑ P 350,3
c os( ϕ ) = = = 0,934
S 375

Do catálogo de geradores WEG, tipo industrial obtemos o gerador GTA315SI25, para


tensão de 220V com potência de 405 kVA. O rendimento do gerador com carga total, está
indicado no catálogo como 94%.
A potência do acionamento do gerador será:

PG [ kVA ] x cos( ϕ ) 405 x 0,934


PM = =
η 0,940
P M = 402 [ kW ]

Neste exemplo foram analisadas as condições estacionárias do gerador, entretanto antes


que o tamanho da máquina possa ser determinado em definitivo, ainda resta examinar as
condições para a partida de motores.
O procedimento está descrito no item 3.5.3.

3.5.2 ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA-CLASSE DE ISOLAMENTO

3.5.2.1 AQUECIMENTO DO ENROLAMENTO

A potência útil fornecida pelo gerador é menor que a potência acionante, isto é, o
rendimento do gerador é sempre inferior a 100%. A diferença entre duas potências representa as
perdas, que são transformadas em calor, o qual aquece o enrolamento e deve ser dissipado para
fora do gerador, para evitar que a elevação de temperatura seja excessiva.
O mesmo acontece em todos os tipos de máquinas elétricas.
No motor do automóvel, por exemplo, o calor gerado pelas perdas internas tem que ser
retirado do bloco pelo sistema de circulação de água com radiador ou pela ventoinha, em
motores resfriados a ar.
No item 3.4 podem ser vistos os diferentes tipos de ventilação.
Vida útil de máquina elétrica girante
Se não considerarmos as peças que se desgastam devido ao uso, como escovas e
rolamentos, a vida útil de máquina elétrica é determinada pelo material isolante.
Este material é afetado por muitos fatores, como umidade, vibrações, ambientes
corrosivos e outros. Dentre todos os fatores, o mais importante é, sem dúvida, a temperatura de
trabalho dos materiais isolantes empregados.
Um aumento de 8 a 10 graus na temperatura da isolação reduz sua vida útil pela metade.
Quando falamos em diminuição da vida útil da máquina, não nos referimos às
temperaturas elevadas, quando o isolante se queima e o enrolamento é destruído de repente. Vida
útil da isolação, em termos de temperatura de trabalho, bem abaixo daquela em que o material se
queima, refere-se ao envelhecimento gradual do isolante, que vai se tornando ressecado,
perdendo o poder isolante, até que não suporte mais a tensão aplicada e produza o curto-circuito.
A experiência mostra que a isolação tem uma duração praticamente ilimitada, se a sua
temperatura for mantida abaixo de um certo limite. Acima deste valor, a vida útil da isolação vai
se tornando cada vez mais curta, à medida que a temperatura de trabalho é mais alta. Este limite

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de temperatura é muito mais baixo que a temperatura de "queima" do isolante e depende do tipo
de material empregado.
Esta limitação de temperatura se refere ao ponto mais quente da isolação e não
necessariamente ao enrolamento todo. Evidentemente, basta um ponto fraco no interior da
bobina para que o enrolamento fique inutilizado.

3.5.2.2 CLASSES DE ISOLAMENTO

Definição das classes:

Como foi visto acima, o limite de temperatura depende do tipo de material empregado.
Para fins de normalização, os materiais isolantes e os sistemas de isolamento (cada um formado
pela combinação de vários materiais) são agrupados em Classes de isolamento, cada qual
definida pelo respectivo limite de temperatura, ou seja, pela maior temperatura que o material
pode suportar continuamente sem que seja afetada sua vida útil.
As classes de isolamento utilizados em máquinas elétricas e os respectivos limites de
temperatura conforme a Norma NBR 7094 são as seguintes:

• Classe A(105oC);
• Classe E(120oC);
• Classe B(130oC);
• Classe F(155oC);
• Classe H (180oC).

As classes B e F são as comumente utilizadas em motores normal, já para geradores os


mais comuns são a F e H.

3.5.2.3 MEDIDA DA TEMPERATURA DO ENROLAMENTO

É muito difícil medir a temperatura do enrolamento com termômetros ou termopares,


pois a temperatura varia de um ponto a outro e nunca se sabe se o ponto da medição está
próximo do ponto mais quente.
O método mais preciso e mais confiável de se medir a temperatura de um enrolamento é
através da variação de sua resistência ôhmica com a temperatura, que aproveita a propriedade
dos condutores de variar sua resistência, segundo uma lei conhecida.
A elevação da temperatura pelo método da resistência, é calculada por meio da seguinte
fórmula, para condutores de cobre:

-
∆t = t 2 - t a = R 2 R1 (234,5 + t1 ) + t 1 - t a
R1

Onde: ∆t = Elevação da temperatura;


t1 = Temperatura do enrolamento antes do ensaio, praticamente
igual a do meio refrigerante, medida por termômetro;
t2 = Temperatura dos enrolamentos no fim do ensaio;

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ta = Temperatura do meio refrigerante no fim do ensaio;


R1 = Resistência do enrolamento no início do ensaio;
R2 = Resistência do enrolamento no fim do ensaio.
234,5 = Cte material (cobre).

3.5.2.4 APLICAÇÃO À MÁQUINAS ELÉTRICAS

A temperatura do ponto mais quente do enrolamento deve ser mantida abaixo do limite
da classe. A temperatura total vale a soma da temperatura ambiente já com a elevação de
temperatura (∆t) mais a diferença que existe entre a temperatura média do enrolamento e a do
ponto mais quente.
As normas de máquinas elétricas fixam a máxima elevação de temperatura (∆t), de
modo que a temperatura do ponto mais quente fica limitada, baseada nas seguintes
considerações:

a) A temperatura ambiente é, no máximo 40oC, por norma, e acima disso as condições


de trabalho são consideradas especiais.
b) A diferença entre a temperatura média e a do ponto mais quente não varia muito de
máquina para máquina e seu valor estabelecido em norma, baseado na prática é 5oC,
para as classes A e E, 10oC para classe B e 15oC para as classes F e H.

As normas de máquinas elétricas, portanto, estabelecem um máximo para a temperatura


ambiente e especificam uma elevação de temperatura máxima para cada classe de isolamento.
Deste modo, fica indiretamente limitada a temperatura do ponto mais quente.
Os valores numéricos e a composição da temperatura admissível do ponto mais quente
são indicados na tabela 3.10.

OBS: Para geradores de construção naval deverão ser obedecidos todos os detalhes
particulares de cada entidade classificadora.

Classe de Isolamento A E B F H
o
Temperatura ambiente C 40 40 40 40 40
∆ t= elevação de
o
temperatura C 60 75 80 100 125
(método de resistência)
Diferença entre o ponto
o
mais quente e a C 5 5 10 15 15
temperatura média
Total: temperatura do o
ponto mais quente C 105 120 130 155 180
Tabela 3.10 - Composição da temperatura em função da classe de isolamento

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3.5.3 QUEDA DE TENSÃO

3.5.3.1 CÁLCULO DA QUEDA DE TENSÃO

Ao se aplicar uma carga no gerador teremos subitamente uma queda de tensão que
depende da reatância do gerador, da corrente, do cos ø da carga e do tipo de regulação. Os
maiores problemas de queda de tensão e recuperação de tensão ocorrem na partida de motores de
indução.
Durante a partida de motores de indução, o fator de potência é da ordem de 0,3.
Para facilitar o cálculo vamos considerar o cos(ϕ) igual a zero, bem como desprezarmos
a impedância dos cabos de alimentação e a resistência interna do gerador.
Admitindo as simplificações mencionadas (figura 3.46).

XA
∆U =
X A + Xm

Figura 3.46 - Impedância para um Gerador Síncrono (modo simplificado)

Em função da variação da carga a reatância do gerador varia com o tempo (xd”, xd' e xd
conforme as constantes de tempo próprias) como mostrado no item 3.2.5.
Na figura 3.47 é mostrado a variação da tensão em função do tempo. As curvas
mostradas dependem de parâmetros do gerador e do tempo de resposta da excitação e do sistema
de regulação.

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Figura 5.3.2 - Variação da Tensão em Função do Tempo

O cálculo da queda de tensão torna-se complexa se levarmos em consideração a


variação da reatância no tempo. Podemos chegar a valores muito próximos da realidade se
considerarmos para a queda de tensão a reatância transitória (xd'), para máquinas com excitatriz
e regulador eletrônico e a reatância subtransitória (xd") para máquinas com excitação estática
(com escovas).
A equação da queda de tensão fica então:

*
X d
∆U% = . 100
1+ X* d

Ou de forma genérica para qualquer valor de Ip/In do gerador; vale a relação:

[ X * d . (Ip/In)]
∆U% = . 100
1 + [ X * d . (Ip/In)]

Onde: X* d = xd'em máquinas com excitatriz e regulador eletrônico, em pu


(Geradores brushless);
X* d = xd" em máquinas com excitatriz estática, em pu (Geradores com
escovas);
Ip = corrente de partida do motor;
In = corrente nominal do gerador.

A tabela 3.11 mostra o valor de ∆U em função de X* d e Ip/In para cos(ϕ) igual a zero.

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3.5.3.2 INFLUÊNCIA DO FATOR DE POTÊNCIA

Se houver necessidade de se calcular a queda de tensão para cos ø diferente de zero


devemos utilizar o gráfico da figura 3.48.
Neste gráfico, podemos encontrar o valor de correção "x" e que deverá ser multiplicada
pelo ∆U para cos(ϕ) = 0.
∆U(cos(ϕ) qualquer) = X. ∆U(cos(ϕ) = 0).

A queda de tensão, como pode ser visto na curva, irá reduzir quando o fator de potência
crescer.

3.5.3.3 INFLUÊNCIA DA CARGA INICIAL

As cargas iniciais em geradores podem ser agrupadas em três tipos:

• Impedância constante;
• kVA constante;
• Corrente constante.

A corrente do gerador reduzirá proporcionalmente à tensão do gerador, quando este


estiver sob uma carga do tipo impedância constante. Conseqüentemente este efeito reduzirá a
queda de tensão. Para efeito de cálculo poderá ser desprezado.
Exemplo de carga tipo impedância constante:

• Lâmpadas;
• Aquecedores;
• Resistores.

Quando se tem cargas do tipo kVA constante, na redução da tensão teremos um


aumento da corrente, ocasionando conseqüentemente um aumento da queda de tensão.
Um exemplo deste tipo de carga são motores de indução. A variação da corrente em
motores de indução, com relação a queda de tensão, pode ser vista na figura 3.50
Esta variação de corrente deverá ser adicionada à corrente de partida do motor de
indução. Apesar dos fatores de potência serem diferentes, considera-se de forma pessimista,
iguais.
Ao se combinar cargas do tipo kVA constante e impedância constante, obtemos cargas
do tipo corrente constante, pois o efeito é contrário com tendência de se anularem.Neste
caso, a queda de tensão não provocaria variações de corrente e conseqüentemente não
haveria queda de tensão.
Estes tipos de cargas podemos considerar como o mais comum. Podemos utilizar, para o
cálculo da queda de tensão, a tabela 3.11.

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Figura 3.48 - Correção de ∆U em Função do Cos(ϕ)

Figura 3.49 -Fatores de Redução da Corrente (K1)


e Conjugado (K2) em Função da Tensão

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Figura 3.50 - ∆I em Motores de Indução

3.5.4 LIMITAÇÕES NA PARTIDA DE MOTORES

Consideramos como limite da corrente na partida de um motor o valor de 2 x IN do


gerador. Acima deste valor a queda de tensão residual torna-se grande e o tempo de permanência
(limite térmico) é pequeno, como mostrado no gráfico da figura 3.51, podendo ser inferior ao
tempo de partida do motor. No caso específico de 2 x IN o tempo de sobrecarga, como pode ser
visto no gráfico, é aproximadamente de 20 a 30s.
Para reduzir a corrente de partida de motores, normalmente são utilizados dispositivos
tipo partida estrela triângulo ou chave compensadora.
A variação da corrente de partida em relação a tensão (K1) pode ser vista no gráfico da
figura3.49. Esta redução na corrente deverá ser levado em consideração no cálculo da queda de
tensão. Outro fator também a ser levado em conta é a potência da máquina acionante,
normalmente dimensionada cos(ø) = 0,8 (potência útil [kW] = 0,8 x potência aparente [kVA]).
A queda de tensão resultante na partida de motores poderá tornar o motor não apto para acionar a
carga. No gráfico da figura 3.49 poderá ser verificado a redução do conjugado (K2)com a queda
de tensão. Deverá ser analisado o tipo de carga a ser acionada, obtendo-se o valor mínimo de
conjugado e conseqüentemente o limite da queda de tensão.
No caso do uso de geradores em paralelo a reatância total deve ser calculada pela
expressão:
I T = I G1 + I G 2 + ... + I Gn
xd* xd * xd * xd *

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Onde: xd* = reatância total (xd' ou xd", conforme o caso);


xd*1...n = reatância de cada gerador ligado em paralelo;
IT = Corrente nominal total dos geradores em paralelo;
IG1...n = Corrente nominal de cada gerador ligado em paralelo.

OBS: Se for utilizado dois geradores iguais em paralelo, a reatância total é igual
reatância individual dos geradores.

QUEDA DE TENSÃO EM GERADORES SÍNCRONOS

QUEDA DE TENSÃO (para Cos(ϕ) = 0.0)


IP/IN
x*(pu)
0.200 0.400 0.600 0.800 1.000 1.200 1.400 1.600 1.800 2.000 2.200 2.400 2.600 2.800 3.000
0.050 0.010 0.020 0.029 0.038 0.048 0.057 0.065 0.074 0.083 0.091 0.099 0.107 0.115 0.123 0.130
0.060 0.012 0.023 0.035 0.046 0.057 0.067 0.077 0.088 0.097 0.107 0.117 0.126 0.135 0.144 0.153
0.070 0.014 0.027 0.040 0.053 0.065 0.077 0.089 0.101 0.112 0.123 0.133 0.144 0.154 0.164 0.174
0.080 0.016 0.031 0.046 0.060 0.074 0.088 0.101 0.113 0.126 0.138 0.150 0.161 0.172 0.183 0.194
0.090 0.018 0.035 0.051 0.067 0.083 0.097 0.112 0.126 0.139 0.153 0.165 0.178 0.190 0.201 0.213
0.100 0.020 0.038 0.057 0.074 0.091 0.107 0.123 0.138 0.153 0.167 0.180 0.194 0.206 0.219 0.231
0.110 0.022 0.042 0.062 0.081 0.099 0.117 0.133 0.150 0.165 0.180 0.195 0.209 0.222 0.235 0.248
0.120 0.023 0.046 0.067 0.088 0.107 0.126 0.144 0.161 .178 0.194 0.209 0.224 0.238 0.251 0.265
0.130 0.025 0.049 0.072 0.094 0.115 0.135 0.154 0.172 0.190 0.206 0.222 .238 0.253 0.267 0.281
0.140 0.027 0.053 0.077 0.101 0.123 0.144 0.164 0.183 0.201 0.219 .235 0.251 0.267 0.282 0.296
0.150 0.029 0.057 0.083 0.107 0.130 0.153 0.174 0.194 0.213 0.231 0.248 0.265 0.281 0.296 0.310
0.160 0.031 0.060 0.088 0.113 0.138 0.161 0.183 0.204 0.224 0.242 0.260 0.277 0.294 0.309 0.324
0.170 0.033 0.064 0.093 0.120 0.145 0.169 0.192 0.214 0.234 0.254 0.272 0.290 0.307 0.322 0.338
0.180 0.035 0.067 0.097 0.126 0.153 0.178 0.201 0.224 0.245 0.265 0.284 0.302 0.319 0.335 0.351
0.190 0.037 0.071 0.102 0.132 0.160 0.186 0.210 0.233 0.255 0.275 0.295 0.313 0.331 0.347 0.363
0.200 0.038 0.074 0.107 0.138 0.167 0.194 0.219 0.242 0.265 0.286 0.306 0.324 0.342 0.359 0.375
0.210 0.040 0.077 0.112 0.144 0.174 0.201 0.227 0.251 0.274 0.296 0.316 0.335 0.353 0.370 0.387
0.220 0.042 0.081 0.117 0.150 0.180 0.209 0.235 0.260 0.284 0.306 0.326 0.346 0.364 0.381 0.398
0.230 0.044 0.084 0.121 0.155 0.187 0.216 0.244 0.269 0.293 0.315 0.336 0.356 0.374 0.392 .408
0.240 0.046 0.088 0.126 0.161 0.194 0.224 0.251 0.277 0.302 0.324 0.346 0.365 0.384 0.402 0.419
0.250 0.048 0.091 0.130 0.167 0.200 0.231 0.259 0.286 0.310 0.333 0.355 0.375 0.394 0.412 0.429
0.260 0.049 0.094 0.135 0.172 0.206 0.238 0.267 0.294 0.319 0.342 0.364 0.384 0.403 0.421 0.438
0.270 0.051 0.097 0.139 0.178 0.213 0.245 0.274 0.302 0.327 0.351 0.373 0.393 0.412 0.431 0.448
0.280 0.053 0.101 0.144 0.183 0.219 0.251 0.282 0.309 0.335 0.359 0.381 0.402 0.421 0.439 0.457
0.290 0.055 0.104 0.148 0.188 0.225 0.258 0.289 0.317 0.343 0.367 0.389 0.410 0.430 0.448 0.465
0.300 0.057 0.107 0.153 0.194 0.231 0.265 0.296 0.324 0.351 0.375 0.398 0.419 0.438 0.457 0.474
0.310 0.058 0.110 0.157 0.199 0.237 0.271 0.303 0.332 0.358 0.383 0.405 0.427 0.446 0.465 0.482
0.320 0.060 0.113 0.161 0.204 0.242 0.277 0.309 0.339 0.365 0.390 0.413 0.434 0.454 0.473 0.490
0.330 0.062 0.117 0.165 0.209 0.248 0.284 0.316 0.346 0.373 0.398 0.421 0.442 0.462 0.480 0.497
0.340 0,064 0.120 0.169 0.214 0.254 0.290 0.322 0.352 0.380 0.405 0.428 0.449 0.469 0.488 0.505
0.350 0.065 0.123 0.174 0.219 0.259 0.296 0.329 0.359 0.387 0.412 0.435 0.457 0.476 0.495 0.512
0.360 0.067 0.126 0.178 0.224 0.265 0.302 0.335 0.365 0.393 0.419 0.442 0.464 0.483 0.502 0.519
0.370 0.069 0.129 0.182 0.228 0.270 0.307 0.341 0.372 0.400 0.425 0.449 0.470 0.490 0.509 0.526
0.380 0.071 0.132 0.186 0.233 0.275 0.313 0.347 0.378 0.406 0.432 0.455 0.477 0.497 0.516 0.533
0.390 0.072 0.135 0.190 0.238 0.281 0.319 0.353 0.384 0.412 0.438 0.462 0.483 0.503 0.522 0.539
0.400 0.074 0.138 0.194 0.242 0.286 0.324 0.359 0.390 0.419 0.444 0.468 0.490 0.510 0.528 0.545
Tabela 3.11 - Queda de Tensão em Geradores Síncronos

Onde: IP = Corrente de partida do motor


IN = Corrente nominal do gerador

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Sistemas Elétricos de Potência

EXEMPLO DE CÁLCULO DE QUEDA DE TENSÃO EM GERADORES


ENVOLVENDO VÁRIOS MOTORES

Dados necessários:

a) Gerador GTA250MI33, 230 kVA, 440V Xd'= 16.3% (Xd'= 0.163pu)

b) Motores de indução

b.1) 100 cv - 4 pólos - 440 V - IN = 120 A IP = 1056 A


b.2) 75 cv - 4 pólos - 440 V - IN = 87,5 A IP = 647,5 A
b.3) 25 cv - 4 pólos - 440 V - IN = 31,5 A IP = 271 A

c) Condição de recebimento de carga do gerador

c.1) Primeiramente parte o motor de 100 cv, utilizando chave compensadora


com TAP de 65%
c.2) Outra condição seria a partida (com TAP de 65%) do motor de 75 cv,
considerando que os motores de 100 e 25 cv estejam em funcionamento.

SOLUÇÃO:

Cálculo da corrente do gerador:

230000
IG = = 302 A
3 . 440

I - Cálculo da queda de tensão provocada pela partida do motor de 100cv (através de


chave compensadora no Tap 65%) considerando os motores de 25 e 75cv desligados:

IN = 120A
IP = 1056 A

Obs: Supor queda de tensão de 15% no gerador (estimativa inicial)

Utilizando chave compensadora com TAP 65 % e queda de tensão no gerador de 15%


(0,85.0,65 = 0,55) obtemos, da figura 3.49:

K1 = 0,45
IPmotor 65% = IP100% . K1
IPmotor 65% = 1056 . 0,45 = 475 A

Mas, em se tratando de chave compensadora teremos que referir a corrente de partida do


motor (secundário da chave compensadora) ao gerador (primário da chave compensadora).

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Sistemas Elétricos de Potência

IP prim IPmotor ref.


= = 0,65
I sec IPmotor 65%
IPmotor ref. = IPmotor 65% . 0,65
IPmotor ref. = 475 . 0,65 = 309 A
IPmotor ref309
== 1,023
Ig 302
∆V = 11,09%

Teremos uma queda de tensão de:

X ′d . IP/IN 0,163 . 1,023


∆V = . 100 = . 100 = 14,29%
1 + [X ′d . IP/IN] 1 + 0,163 . 1,023

Refazendo o cálculo (1a iteração) para queda de tensão no gerador de 14,29%, temos:

0,65 . (1 - 0,1429) = 0,56 → K1 = 0,46


IPmotor 65% = IP100% . K1
IPmotor 65% = 1056 . 0,46 = 486A
IPmotor ref. = IPmotor 65% . 0,65
IPmotor ref. = 486 . 0,65 = 316A
IPmotor ref. 316
= = 1,046
Ig 302

Teremos uma queda de tensão de:

[X ′d . IP/IN] [0,163 . 1,046]


∆V = . 100 = . 100 = 14,57%
1 + [X ′d . IP/IN] 1 + [0,163 . 1,046]

II - Cálculo da queda de tensão provocada pela partida do motor de 75cv (através de


chave compensadora no Tap 65%), considerando que os motores de 100 e 25cv já
estejam em funcionamento:

II.1 - Contribuição individual do motor de 75cv - IN = 87,5 A IP = 647,5 A

Supondo queda de tensão inicial de 15% e utilizando chave compensadora com TAP
65%:
IPmotor 65%ref.= 647,5 . 0,45 . 0,65
IPmotor 65%ref.= 189A
IPmotor 65% ref. 189
= = 0,627
Ig 302

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Sistemas Elétricos de Potência

A queda de tensão que ocorrerá, considerando somente a partida do motor de 75cv será:

0,163 . 0,627
∆V = . 100%
1 + [0,163 . 0,627]
∆V = 9,27%

II.2 - Contribuição dos motores de 100 e 25cv quando da partida do motor de 75cv:

Nota: o processo de cálculo é iterativo e segue o roteiro mostrado abaixo:

II.2.1 - Valor suposto de queda = 15%. Do gráfico da figura 3.50, obtemos a variação
da corrente dos motores em carga. Para o caso em questão temos ∆i = 0,26

Logo, os acréscimos de corrente dos motores serão:

• Motor de 100cv (IN = 120 A - 440 V):

Acréscimo = ∆i . 120 = 0,26 .120


Acréscimo = 31,2 A
Acrésscimo 31,2
∆i (M100) = =
Ig 302
∆i(M100) = 0,103

• Motor de 25cv (IN = 31,5 A - 440 V):

Acréscimo = 0,26 . 31,5


Acréscimo = 8,2 A

8,2
∆i (M25) = = 0,027
302

Cálculo da queda
IP IP
= (M75) + _i(M100)+ _i(M25)
IN Ig
IP
= 0,627 + 0,103 + 0,027
IN
IP
= 0,757
IN
0,757 . 0,163
∆V = . 100
1 + [0,757 . 0,163]

∆V = 11%

Como supomos ∆V = 15% e resultou numa queda de 11% refaremos o cálculo:

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Sistemas Elétricos de Potência

II.2.2 - Admitindo queda de 11%, da figura 3.50, ∆i = 17%

Motor de 100cv Æ ∆i(M100) = 0,067


Motor de 25cv Æ ∆i(M25) = 0,018

IP IP
= (M75) + ∆i(M100) + ∆i(M25)
IN Ig
IP
= 0,712
IN
IP
= 0,627 + 0,067 + 0,018
IN
0,712 . 0,163
∆V = . 100%
1 + [0,712 . 0,163]
∆V = 10,4%

Então, como o ∆V estipulado é aproximadamente igual ao ∆V calculado. Poderemos


encerrar o cálculo

CONCLUSÃO: Podemos observar que a contribuição dos motores já em


funcionamento não causaram um acréscimo muito significativo, neste
caso, na queda geral.

3.5.5 SOBRECARGA

Segundo as normas VDE 530 ou ABNT os geradores síncronos devem fornecer 1,5
vezes a corrente nominal durante 15 segundos. Neste caso, através de sua regulagem, deve-se
manter a tensão muito próxima da nominal.
Para utilização a bordo de navios, os geradores devem fornecer 1,5 vezes a corrente
nominal, durante 2 minutos.
No caso da linha TELEBRÁS a sobrecarga admissível é de 1,1 vezes a corrente nominal
durante 1 hora.
A sobrecarga momentânea em função da corrente, para máquinas de execução normal
(tipos de catálogos), é mostrada na figura 3.51.

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Sistemas Elétricos de Potência

Figura 5.4.1 - Curva de Sobrecarga Momentânea em


função da Corrente (para máquinas normais)

3.5.6 SOBREVELOCIDADE

As máquinas síncronas estão aptas, segundo a norma NBR 5052 a resistir a 1,2 vezes a
velocidade nominal durante 2 minutos. Nesta condição a máquina poderá ou não estar excitada.

3.5.7 CORRENTE DE CURTO-CIRCUITO

Sempre que se fizer uma conexão entre dois pontos com potenciais diferentes e baixa
resistência teremos um curto-circuito. Em regra geral, este acidente normalmente é prejudicial ao
circuito elétrico.
As correntes de curto-circuito nos sistemas podem ser calculados considerando as
reatâncias com seus valores em percentual.
A corrente de curto-circuito máxima trifásica pode ser calculada pela seguinte expressão
(xd'' em %):
2,55 x I F
Icc M`X = x 100 (A)
x′d

e a corrente eficaz de uma fase será:

104 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

IF
I cceff = x 100 (A)
x′d

A corrente de curto-circuito permanente, fica acima de 2 vezes a corrente nominal do


gerador, cujo ajuste é feita na fábrica. Como visto no item 3.5.4, o gerador deverá ser desligado o
mais tardar após 5 segundos.

3.5.8 CONVERSÃO DE REATÂNCIAS

É hábito dar-se as reatâncias de uma máquina como valor de referência por unidade
(pu). Como grandeza de referência vale a reatância nominal.

UN
XN = (Ω )
3 x IN
X N = 1,0 (pu)

Se a mesma máquina for utilizada para um número maior de rotações e em vez de 60Hz,
outra tensão ou outra potência a reatância da máquina se modifica conforme a expressão abaixo:

X2 = X1 .(f2/f1) . S N2/S N1 . (UN1/UN2)2

Onde: X2 = reatância na base nova;


X1 = reatância na base velha;
f2 = freqüência na base nova;
f1 = freqüência na base velha;
SN2= potência na base nova;
SN1= potência na base velha;
UN1= tensão na base velha;
UN2= tensão na base nova.

OBS:Devemos lembrar que para geradores de catálogos só serão possíveis alterações na


rotação caso sejam de 50Hz para 60Hz. A variação de tensão só será possível para menos ou
proporcionalmente a freqüência. No caso de variação de tensão para menos deverá ser reduzido
também proporcionalmente a potência.

Exemplo: É dado um gerador de 850 kVA - 380 V - 50Hz. O gerador sem alteração
deverá passar a acionar com 60Hz e fornecer 1000kVA e 440V. Para 50 Hz e 850 kVA a
reatância transitória obtida do cálculo foi de xd' = 21%. Que grandeza terá a reatância transitória
para a nova condição de acionamento?

Solução:

Xd' 60Hz = Xd' 50Hz . 60/50 . 1000/850 .(380/440)2


Xd' 60Hz = 21 x 1,053 = 22%

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Sistemas Elétricos de Potência

3.5.9 PROTEÇÃO DO GERADOR

Neste item trataremos de alguns aspectos relativos à proteção dos geradores, mas não
nos preocuparemos com características de projetos, pois estaria fora do objetivo desta apostila.
Sobre certas condições anormais de funcionamento do gerador, poderemos ter valores
elevados de tensão terminal. Isto pode ocorrer, por exemplo, com o disparo na rotação da
máquina primária, ou quando a referência de tensão terminal (do regulador) é interrompida.
Nestes casos o gerador deve ter uma supervisão da tensão de modo a desexcitar a máquina.
Geradores com regulagem de tensão independente da freqüência, acionados com rotações abaixo
de 90% de sua rotação nominal, durante um período prolongado, devem ser desligados.
Se o gerador estiver alimentando uma rede, e ocorrer um curto-circuito na mesma,
ocorre uma situação crítica no momento em que o curto é desfeito e a tensão é restabelecida. A
potência fornecida pelo gerador, certamente não corresponderá a mesma antes do curto-circuito,
desta maneira, através do torque acionante, teremos uma aceleração ou um retardamento. Nestas
condições, as tensões não estarão mais em fase. Conforme a duração do curto e devido ao ângulo
de defasagem, aparecem fortes processos de reajustes, que podem ser comparados aos de uma
saída de sincronismo. Como conseqüência, podem aparecer danos nos acoplamentos, nas bases,
bem como no circuito de excitação. Desta maneira, ocorrendo curto na rede, se a tensão cair para
50% da nominal, o gerador deve ser imediatamente desacoplado da rede.

3.5.10 REGIME DE SERVIÇO

É o grau de regularidade da carga a que o gerador é submetido. O gerador é projetado


para regime contínuo, isto é, a carga é constante, por tempo indefinido, e igual à potência
nominal da máquina.
A indicação do regime da máquina deve ser feita pelo comprador, da forma mais exata
possível. Nos casos em que a carga não varia ou nos quais varia de forma previsível, o regime
poderá ser indicado numericamente ou por meio de gráficos que representem a variação em
função do tempo das grandezas variáveis. Quando a seqüência real dos valores no tempo for
indeterminada, deverá ser indicada uma seqüência fictícia não menos severa que a real.

3.5.10.1 REGIMES PADRONIZADOS

Os regimes que serão citados foram definidos em vista especialmente na aplicação de


geradores, (por exemplo S1, S2 e S3):

a) Regime S1

Funciona à carga constante de duração suficiente para que se alcance o equilíbrio


térmico (figura 3.52)

tN = Funcionamento em carga constante;


θ máx = Temperatura máxima atingida durante o ciclo.

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Figura 3.52 - Regime S1

b) Regime de Tempo Limitado (S2)

Funciona à carga constante, durante um certo tempo, inferior ao necessário para atingir
o equilíbrio térmico, seguido de um período de repouso de duração suficiente para restabelecer a
igualdade de temperatura com o meio refrigerante (figura 3.53).

Figura 3.53 - Regime S2

tN = Funcionamento em carga constante


θ máx = Temperatura máxima atingida durante o ciclo
c) Regime Intermitente Periódico (S3)

Sequência de ciclos idênticos , cada qual incluindo um período de funcionamento a


carga constante e um período de repouso durante um ciclo de regime e no qual a corrente de
partida não afeta de modo significante a elevação de temperatura (figura 3.54).

tN = Funcionamento em carga constante


tR = Repouso
θ máx = Temperatura máxima atingida durante o ciclo

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Sistemas Elétricos de Potência

Fator de duração do cliclo (ED)


tN
ED = . 100%
tN+tR

Figura 3.53 - Regime S3

3.5.11 DIAGRAMA DE CARGA

Para se operar seguramente um gerador devemos conhecer os limites de operação da


máquina. Estes limites podem ser determinados pela potência da máquina acionante, estabilidade
de funcionamento, excitação do campo, e limite térmico do gerador. Estas condições são todas
analisadas através do diagrama de carga(figura 3.56).
Neste diagrama podemos analisar a área dentro do qual o gerador pode funcionar,
podemos então avaliar as condições de operação da máquina.
A construção do diagrama não será analisada neste trabalho, apenas, com base nos
diagramas obtidos, são tecidos comentários dos limites do gráfico.
O limite da máquina acionante é definida pela potência útil entregue pelo gerador, e
determinada pelo limite da máquina (linha FD do gráfico).
O limite de estabilidade é determinado pela curva BC, onde é definido a máxima
potência (ângulo de carga máxima δ da figura 3.55.
Com a redução da excitação (carga capacitiva descrito no item 3.2.3.c).

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Sistemas Elétricos de Potência

Figura 3.55 - Ângulo de carga máximo δ

Figura 3.56 - Diagrama de Carga de Máquinas


Síncronas (Curva de Capabilidade)

Ao atingir a excitação zero teremos somente a potência que depende do conjugado de


relutância, e na variação se faz com dobro do ângulo de carga δ (conforme descrito no item.
3.2.6.). Para excitação zero, o ângulo de carga seria 45o para a máxima potência. Este limite pode
ser visto na curva AB.
O limite térmico da armadura é determinado pelas perdas no estator e a capacidade de
ventilação da máquina. As perdas preponderantes são as joules, ocasionadas pela corrente de
armadura (curva CD). O limite térmico do rotor é determinado pela corrente de excitação, e
ocorre na região de carga indutiva, onde serão necessários fortes excitações (curva DE).

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Sistemas Elétricos de Potência

O gerador deverá ser capaz de operar com uma variação de ± 10% de tensão.
A redução de tensão reduzirá a capacidade de fornecer potência reativa capacitiva,
aquecerá o estator e aumentará o ângulo de carga. Por outro lado, o aumento da tensão provocará
maior estabilidade (carga capacitiva), menor ângulo de potência, e maior aquecimento do
enrolamento de excitação.
Para uma utilização segura do gerador, todos os pontos de operação deverá estar na
região interna do diagrama de carga, observando-se a máxima potência ativa e reativa. Podemos
observar no gráfico que a maior limitação se encontra na região de cargas capacitivas. Estas
porém não correspondem a condição de funcionamento.
Os geradores de baixa tensão tem sua principal aplicação na ligação de equipamentos
industriais ou aplicações específicas como telecomunicações, onde teremos cargas normalmente
de caráter indutivo e não lineares.
Nestas condições o gerador estará sob forte excitação.
O limite de carga capacitiva se faz necessário para grandes geradores ligados a longas
linhas de transmissão abertas, por estas se tornarem cargas capacitivas.

3.5.12 OPERAÇÃO EM PARALELO DE GERADORES

Durante um ciclo de operação de um gerador, ele pode ser exigido, ora em sua potência
nominal e ora em valores menores que o nominal.
Quando o gerador está sendo pouco exigido, o seu rendimento e da máquina acionante
caem. Por este motivo, entre outros, e pelo fato de termos uma maior segurança de fornecimento
de energia pode-se optar pela operação em paralelo de geradores. Quando da ligação de
geradores em paralelo devemos observar:

1) A tensão do gerador a ligar seja igual à tensão da rede;


2) O ângulo de fase de tensão gerada pelo gerador corresponde a das barras da rede a
que é ligado;
3) As freqüências dos sistemas a ligar devem ser praticamente iguais;
4) A ordem de seqüência das fases nos pontos a ligar deve ser mesma.

Ligando-se geradores em paralelo, a distribuição da potência ativa depende do


conjugado acionante, enquanto que a corrente reativa, depende da excitação de cada gerador. As
máquinas acionantes mostram uma tendência de queda de rotação com o aumento da potência
ativa, isto é necessário para termos uma distribuição estável da potência ativa. Da mesma
maneira, para termos uma distribuição estável de reativos, devemos ter uma diminuição na
excitação do gerador, com aumento dos reativos. Isto pode ser mostrado na figura 3.57, onde a
curva características da tensão é decrescente.

Figura 3.57- Distribuição estável de reativos

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Sistemas Elétricos de Potência

Para conseguirmos diminuir a excitação é preciso fornecer ao regulador um sinal de


corrente com parte reativa. Isto é conseguido, utilizando um transformador estático Bf1 (com
relação IN:1) e a reatância estática Br2 (2,3Ω) figura 3.59. Com a tensão obtida entre as fases U e
W e com o transformador estático que está na fase V, consegue-se enviar ao regulador um valor
proporcional, da tensão gerada o qual é a soma geométrica de uma tensão proporcional à tensão
U-W e a tensão na resistência estática (figura 3.58).

Figura 3.58 - Análise geométrica da tensão gerada

Figura 3.59 - Operação em Paralelo de Geradores

Como podemos ver na figura 3.58, a soma geométrica das duas tensões é máxima
quando o gerador fornece corrente reativa. Com carga puramente resistiva, a soma geométrica

111 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

quase não desvia da tensão proporcional entre U e W. Logo, um aumento na potência reativa, faz
com que o gerador "veja" um aumento do valor atual da tensão do gerador, teremos então uma
diminuição da corrente de excitação provocando estabilidade na tensão terminal.
Normalmente a influência estática da corrente reativa será escolhida tal que, para uma
corrente reativa da ordem de grandeza da corrente nominal do gerador corresponde a uma queda
na tensão de aproximadamente 5%.

DIVISÃO DE POTÊNCIA ATIVA

Para dois geradores operando em paralelo, se a carga é aumentada, existe uma redução
em suas velocidades, a qual é sentida pelo sistema de controle de velocidade da máquina
primária. O regulador de velocidade age para reestabelecer a velocidade normal. A divisão de
carga entre dois geradores é determinada pelas características do regulador de velocidade da
máquina primária.
Se um sistema tem características de velocidade tipo "a" (figura 3.60) e outro tipo "b",
eles irão dividir a carga numa proporção Pa e Pb quando estiverem operando em uma velocidade
S. O controle de carga em uma unidade é conseguida, ajustando as características do regulador
de velocidade para cima ou para baixo.

Figura 3.60 - Característica de velocidade

DIVISÃO DE (VA) REATIVOS:

A tensão aplicada em uma carga conectada à dois geradores é determinada pela


excitação total nos mesmos.
Geradores idênticos com reguladores de velocidade de suas máquinas primárias com
características iguais, dividem cargas igualmente e se possuírem mesma excitação dividem VA
reativos iguais. Cada gerador opera com mesmo FP. Um acréscimo de excitação de um dos
geradores irá causar um aumento na tensão do sistema e este gerador irá suprir uma maior
parcela dos VA reativos.
Um decréscimo na excitação do outro gerador fará com que a tensão terminal volte ao
valor original, mas irá agravar a diferença na divisão dos VA reativos.
Ajustes da excitação do gerador então, determinam não só a tensão aplicada à carga mas
também a divisão de reativos entre os geradores.

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Sistemas Elétricos de Potência

3.5.13 CÁLCULO DA BOBINA DE ATERRAMENTO DO PONTO ESTRELA


DE GERADORES

Quando ligamos cargas monofásicas em geradores trifásicos, principalmente se estas


ligações forem desequilibradas, teremos uma influência considerável da terceira harmônica. Por
conseqüência, teremos circulação de corrente de seqüência zero pelo circuito. Para conseguirmos
eliminar ou diminuir este efeito, deve-se utilizar uma reatância limitadora da corrente no neutro
aterrada do gerador.
Esta reatância pode ser calculada da seguinte forma:

Un
Xdr = . 0,3
3 In

Onde: UN = tensão nominal do gerador;


IN = corrente nominal de fase do gerador.

Ainda devemos observar:

a) A bobina deverá ter característica linear até 0,3 x In;


b) Deverá resistir termicamente a 0,4 x In.

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3.6 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS

3.6.1 COMPONENTES PRINCIPAIS

O gerador completo, pode ser desmontado numa série de unidades funcionais, que são
mostradas a seguir. A composição dos geradores depende do tipo de máquina (linha GTA ou
linha S).

3.6.1.1 ESTATOR DA MÁQUINA PRINCIPAL

A carcaça é de aço calandrado (GTA) ou chapa soldada (S). O pacote de chapas do


estator, com seu respectivo enrolamento, está assentado sobre as nervuras da carcaça.
Os enrolamentos são normalmente produzidos para classe de isolamento F ou H e são
fixadas por uma cunha de fechamento, composta de material isolante.
As cabeças dos enrolamentos são fortalecidas para que possam resistir a choques e
vibrações (figura 3.61).

3.6.1.2 ROTOR DA MÁQUINA PRINCIPAL

O rotor acomoda o enrolamento de campo, cujos pólos são formados por pacotes de
chapas. Um enrolamento em gaiola, para amortecimento compensa serviços em paralelo, e com
carga irregular.

3.6.1.3 ESTATOR DA EXCITATRIZ PRINCIPAL

A excitatriz principal é um gerador de corrente trifásica de pólos salientes, e está presa à


placa do mancal não acionado por vários parafusos (figura 3.61). Os pólos salientes acomodam
as bobinas de campo, que são ligadas em série, sendo que sua extremidade é levada ao bloco de
conexão na caixa de bornes.

3.6.1.4 ROTOR DA EXCITATRIZ PRINCIPAL E DIODOS


RETIFICADORES GIRANTES

O rotor da excitariz principal está montado sobre o eixo da máquina principal. O rotor é
laminado e suas ranhuras abrigam um enrolamento trifásico ligado em estrela. O ponto comum
desta ligação estrela é inacessível. De cada ponto da ligação estrela saem dois fios para os
retificadores girantes, assentados os suportes dissipadores. Dos dois fios, um é ligado ao
retificador sobre o suporte positivo e o segundo, ao mesmo retificador sobre os suporte negativo.

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Sistemas Elétricos de Potência

3.6.1.5 EXCITATRIZ AUXILIAR

Somente na linha SP - A excitatriz auxiliar é uma máquina de pólos externos. Seu rotor
é constituído por imãs, que são seus pólos de excitação. O estator, constituído de chapas, possui
um enrolamento trifásico, e encontra-se no lado não acionado.

3.6.1.6 ENROLAMENTO AUXILIAR (OU BOBINA AUXILIAR)

É um bobinado auxiliar monofásico, que fica alojado em algumas ranhuras do estator


pricipal.
Sua função é fornecer potência para alimentar o campo da excitatriz principal, regulado
e retificado pelo regulador de tensão.

3.6.2 PLACA DE IDENTIFICAÇÃO

Quando o fabricante projeta um gerador e o oferece à venda, ele tem que partir de certos
valores adotados para:
- características de carga alimentada;
- condiçoes em que o gerador irá funcionar.
O conjunto desse valores constitui as "características nominais" do gerador. A maneira
pela qual o fabricante comunica estas informações ao cliente, é através da placa de identificação
do gerador (figura 3.62).

Figura 3.62 - Placa de identificação

115 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

3.6.3 NORMAS

Evidentemente é impossível colocar na placa de identificação todas as informações por


extenso, de modo que é preciso recorrer a certas abreviações. Além disso é preciso que os
valores apresentados sejam objetivos e não dêem margem diversas sobre seu significado ou
limites de variação.
Para isto, o fabricante tecnicamente apto recorre a Normas Técnicas que padronizam as
abreviações e símbolos e também estabelecem de uma só maneira o significado e os limites de
validade dos valores declarados. Os geradores WEG são fabricados segundo as normas ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) e as normas internacionais da IEC (International
Eletrotechnical Commission).

3.6.4 PINTURA - GERADORES PARA APLICAÇÃO GERAL

A pintura destes geradores consiste em duas camadas:

• Fundo: após a limpeza, as peças são pintadas com tinta fundo alquídica, aplicada por
imersão.

A espessura da película seca é de, no mínimo, 30µm.

• Acabamento: a pintura final, feita após a máquina completamente montada, consiste


de uma demão de esmalte sintético alquídico, aplicado com pistola. A espessura da
película seca é de , no mínimo, 30µm.

3.6.5 TERMINAIS DE ATERRAMENTO

O aterramento tem a finalidade de proteger os operadores de máquinas elétricas ou de


máquinas acionadas pelo mesmo, contra possíveis curto-circuitos entre uma parte energizada e
carcaça da máquina. Esta proteção se dá pelo oferecimento de um caminho mais fácil para o
fluxo de corrente, desviando-a desta forma do operador da máquina. O sistema de aterramento se
localizará normalmente no pé direito do lado da caixa de ligação.

3.6.6 FORMA CONSTRUTIVA

Os geradores WEG são construídos nas formas construtivas B15 (single bearing),
B5/B3, conforme pode ser observado no catálogo de geradores.
As formas construtivas D5 e D6 são, normalmente, utilizadas em geradores de grande
porte utilizados principalmente em hidro e turbogeração.
Para linha GTA as formas construtivas padrões normalmente oferecidas são:

• Mancal único com acoplamento por discos flexíveis (B15T);


• Mancal duplo com acoplamento por flange (B5/B3T).

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Módulo 4 – Geração de Energia

Figura 3.61 - Partes integrantes do gerador GTA

Figura 3.63 - Forma construtiva B15T (GTA)

117 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

3.6.3 NORMAS

Evidentemente é impossível colocar na placa de identificação todas as informações por


extenso, de modo que é preciso recorrer a certas abreviações. Além disso é preciso que os
valores apresentados sejam objetivos e não dêem margem diversas sobre seu significado ou
limites de variação.
Para isto, o fabricante tecnicamente apto recorre a Normas Técnicas que padronizam as
abreviações e símbolos e também estabelecem de uma só maneira o significado e os limites de
validade dos valores declarados. Os geradores WEG são fabricados segundo as normas ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas) e as normas internacionais da IEC (International
Eletrotechnical Commission).

3.6.4 PINTURA - GERADORES PARA APLICAÇÃO GERAL

A pintura destes geradores consiste em duas camadas:

• Fundo: após a limpeza, as peças são pintadas com tinta fundo alquídica, aplicada por
imersão.

A espessura da película seca é de, no mínimo, 30µm.

• Acabamento: a pintura final, feita após a máquina completamente montada, consiste


de uma demão de esmalte sintético alquídico, aplicado com pistola. A espessura da
película seca é de , no mínimo, 30µm.

3.6.5 TERMINAIS DE ATERRAMENTO

O aterramento tem a finalidade de proteger os operadores de máquinas elétricas ou de


máquinas acionadas pelo mesmo, contra possíveis curto-circuitos entre uma parte energizada e
carcaça da máquina. Esta proteção se dá pelo oferecimento de um caminho mais fácil para o
fluxo de corrente, desviando-a desta forma do operador da máquina. O sistema de aterramento se
localizará normalmente no pé direito do lado da caixa de ligação.

3.6.6 FORMA CONSTRUTIVA

Os geradores WEG são construídos nas formas construtivas B15 (single bearing),
B5/B3, conforme pode ser observado no catálogo de geradores.
As formas construtivas D5 e D6 são, normalmente, utilizadas em geradores de grande
porte utilizados principalmente em hidro e turbogeração.
Para linha GTA as formas construtivas padrões normalmente oferecidas são:

• Mancal único com acoplamento por discos flexíveis (B15T);


• Mancal duplo com acoplamento por flange (B5/B3T).

118 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

Figura 3.66 - Forma construtiva B5/B20 (antiga linha DKB)

Figura 3.67 - Forma construtiva D5 (linha S, com trocador de calor ar-água)

119 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

Figura 3.68 - Forma construtiva D6 (linha S, máquina aberta)

3.6.7 CONDIÇÕES USUAIS DE SERVIÇO

Dentre as informações padronizadas por norma que não precisam ser declaradas por
extenso na placa de identificação, estão as condições sob as quais o gerador foi feito para
funcionar, ou seja, as "condições usuais de serviço". Se o gerador for comprado para trabalhar
em condições especiais, o fato deve ser claramente indicado no pedido. As condições usuais de
serviço são:
a) Meio refrigerante (na maioria dos casos o meio ambiente) de temperatura não
superior a 40ºC e isento de elementos prejudiciais ao gerador;
b) Localização à sombra;
c) Altitude não superior a 1000 m sobre o nível do mar.

120 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

3.7 SELEÇÃO DE GERADORES

3.7.1 CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS PARA A CORRETA SELEÇÃO

Para a correta especificação do gerador, são necessárias as seguintes informações na fase


da consulta:

1) Potência nominal (kVA)


2) Tipo de refrigeração (Aberto, Troc. ar-ar ou Troc. ar-água)
3) Rotação (no de pólos)
4) Fator de Potência
5) Tensão nominal
6) Número de fases (Trifásico ou Monofásico)
7) Freqüência de operação (Hz)
8) Tipo de excitação: - sem escovas - sistema com escovas com excitatriz estática
9) Grau de proteção
10) Forma construtiva
11) Temperatura ambiente
12) Altitude
13) Tipo de aplicação: Industrial, Telecomunicações, Naval, Marinizado
14) Característica da carga. Ex: partida de motores de indução
15) Faixa de ajuste da tensão
16) Precisão da regulação
17) Acessórios
18) Sobrecargas ocasionais
19) Tensão de alimentação dos aquecedores internos
20) Tipo de regulação (U/f constante ou U constante)
21) Tipo de acoplamento
22) Máquina acionante

3.7.2 PRINCIPAIS APLICAÇÕES DE GERADORES

Devido a sua simplicidade na instalação e manutenção os geradores são muito utilizados


como pequenos centros de geração de energia, principalmente no interior onde as redes de
distribuição de energia elétrica ainda não estão presentes. Por exemplo, em fazendas, vilarejos,
unidades repetidoras de telecomunicações, etc.
É usado como NO-BREAK (fornecimento sem interrupção ou de emergência) em
hospitais, centrais de computação, centros de comandos de sistemas, telecomunicações,
aeroportos, etc.
Outra aplicação típica é o uso de geradores agrupados a motores para a transformação
de freqüência ou tensão e conversores rotativos.

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Sistemas Elétricos de Potência

3.7.2.1 CONVERSÃO DE FREQÜÊNCIA

• Acoplamento a redutor com motor e gerador síncrono (relação de engrenagens);


• Acoplamento por correia com motor assíncrono e gerador síncrono (relação de
polias);
• Acoplamento direto (no mesmo eixo) com motor síncrono de 12 pólos e gerador
síncrono de 10 pólos ou múltiplos destes (relação de pólos).

Figura 3.69 - Acoplamento entre motor assíncrono e gerador 60/50 Hz

Características:
As vantagens da conversão de freqüência com máquinas girantes sobre a conversão
estática de estados sólido, são:

• Melhor forma de onda de tensão;


• Sofre pouca influência nas variações da tensão da rede;
• Mantém a tensão no gerador durante uma breve falta na rede com o uso de um
volante de inércia no eixo;
• Freqüência tão constante como a da rede de alimentação quando usado um motor
síncrono;
• Pequena influência dos consumidores na rede de alimentação.

Figura 3.70 - Acoplamento entre motor CA e gerador

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Sistemas Elétricos de Potência

Aplicações:

• Equipamentos militares;
• Equipamentos portuários em geral;
• Laboratório de ensaio de máquinas;
• Acionamento de equipamentos importados.

3.7.2.2 CONVERSÃO DE CORRENTE

Figura 3.71 - Conversor de corrente CC/CA

Possibilidades:

a) Acoplamento direto de motor cc com gerador síncrono;


b) Acoplamento direto de motor cc com gerador síncrono, mais um volante de inércia
opcional.

Características:

• A freqüência do gerador varia em função da carga, pois o motor CC apresenta


variações na rotação. Para uma rotação constante, o sitema de regulagem é mais
complexo;
• Mantém a tensão gerada durante breve interrupção da rede CC (Ex: nas comutações)
quando usado um volante de inércia no eixo;
• Pode-se obter tensão gerada com distorção harmônica menor que 3%;
• É ideal para uso em NO-BREAK's, pois o motor pode ser alimentado pela rede CA
por intermédio de um conversor estático e na falta da rede, a alimentação é
fornecida pelo banco de baterias.

Aplicações:

• Navios com rede de alimentação em CC;


• Laboratórios;
• Clínicas/hospitais;
• Subestações de grande porte;

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Sistemas Elétricos de Potência

• Centrais de energia elétrica;


• Refinarias;
• Sistemas NO-BREAK's, etc.

3.7.2.3 NO-BREAK

a) Bateria: funciona como sistema de fornecimento de energia ininterrupta, composta


basicamente por motor CC, gerador síncrono, volante de inércia, base comum de
montagem e banco de baterias;
b) No-Break Diesel: como no caso anterior funciona como sitema de energia
ininterrupta, composta basicamente de gerador síncrono, volante de inércia,
acoplamento eletromagnético, motor diesel e base comum (Fig. 7.2.5).

As principais aplicações são:

• Estações de rádio e televisão;


• Centro de processamento de dados

Figura 3.72 - Sistema de alimentação ininterrupta

Poderá ser associado a rede um grupo diesel de emergência para assegurar tempo de
operação ilimitado.

Figura 3.73 - Sistema de alimentação ininterrupta com motor Diesel

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Sistemas Elétricos de Potência

3.7.2.4 SHORT-BREAK DIESEL

Funciona como sistema de suprimento de energia com interrupção momentânea (0,1 a


1s), ao faltar a rede. É composto basicamente por: motor de indução, gerador síncrono, volante
de inércia, acoplamento eletromagnético, motor diesel e base comum de montagem (figura 3.74).

Figura 3.74 - Short-break diesel

Assegura o fornecimento de energia com tempo ilimitado, mas com pequena


interrupção e queda de velocidade durante a partida do motor diesel, que é auxiliada pelo volante
de inércia.
As aplicações principais são: controle de tráfico de ruas, vias férreas, salas operatórias,
etc.

3.7.2.5 GERADORES PARA CPD

Figura 3.75 - Acoplamento entre motor-gerador

O motor síncrono recebe energia da rede de alimentação e aciona o gerador síncrono


que fica separado e eletricamente isolado da rede. Mesmo que a rede apresente transientes de
centenas de volts, severas sub ou sobretensões e ainda descontinuidades (faltas) de até 120 ms, o
grupo motor-gerador alimentará o equipamento eltrônico com tensão limpa e estabilizada.

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3.7.2.6 GERADORES LINHA INDUSTRIAL

Os geradores da linha industrial são considerados geradores tipo standart e apresentam


as seguintes carcaterísticas básicas para o tipo GTA:
• Tensão nominal 220/380/440, 220/440 ou 380 V;
• Comportamento estacionário da tensão entre vazio e plena carga e para fator de
potência entre 0,8 e 1,0 de 0,5%;
• Queda de tensão admissível igual a 5%;
• Ajuste do valor de referência de 5%;
• Comportamento dinâmico da tensão: tempo de regulagem em média de 200 a 700
ms na ligação da carga nominal, com uma queda de tensão de 12 a 20% dependendo
da máquina;
• Distorção harmônica entre fases menor que 5%;
• Carga assimétrica máxima igual a 30%;
• Sobrecargas momentâneas igual a 2,0 x IN durante 20 s;
• Corrente de curto-circuito permanente de 3 x IN;
• Normas aplicáveis VDE, ABNT e IEC.

3.7.2.7 GERADORES PARA TELECOMUNICAÇÕES (PADRÃO


TELEBRÁS)

Os geradores síncronos tipo TELECOMUNICAÇÕES são fabricados conforme


especificações da norma Telebrás. As aplicações mais comuns são:
Grupos Diesel de emergência para centrais telefônicas, repetidoras, radares, sistemas de
rádio, aeroportos e outras cargas típicas.

Vantagens:

• Não utilizam escovas, conseguindo-se com isso manutenção reduzida, solicitando


cuidados apenas na lubrificação dos rolamentos;
• Não introduzem rádio-interferência pelo mau contato das escovas;
• Deformações da forma de onda gerada, provocadas pelas cargas, não interferem na
regulação, pois o regulador é alimentado por uma excitatriz auxiliar, independente
da tensão de saída;
• Admitem facilmente o controle manual da tensão.
• Características técnicas
• Normas aplicáveis: VDE, ABNT, IEC e TELEBRÁS;
• Forma construtiva B5/B3T;
• Reatância subtransitória de eixo direto (Xd'') menor que 12%;
• Distorção harmônica total menor que 3% para carga linear;
• Precisão de regulação de tensão ± 0,5% para qualquer valor de carga com fator de
potência entre 0,8 e 1,0.;
• Transitório de tensão para degrau de 100% da carga igual a ± 10% da tensão
nominal;
• Tempo de resposta para recuperar a tensão menor que 0,5 segundos;

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Sistemas Elétricos de Potência

• Variações de ± 5% na rotação do motor diesel não prejudicam a regulação da


tensão;
• Faixa de ajuste da tensão nominal pelos potenciômetros: ajuste normal ± 15%,
ajuste fino ± 5%;
• Sobrecarga admissível: 10% durante 1 hora a cada 6 horas, 200% por 15 segundos a
cada 1 hora.

3.7.2.8 GERADORES ALIMENTANDO CARGAS DEFORMANTES

Nas aplicações com uso de geradores não podemos deixar de citar as cargas do tipo não
lineares, que levam a certas considerações na utilização das máquinas.
Cargas ditas deformantes são tipos de cargas com comportamento não linear de corrente
e/ou tensão e ainda, dependendo do tipo, com grande quantidade de harmônicos. A forma de
onda das correntes dessas cargas não é senoidal, o que ocasiona uma corrente que não traduz a
nominal solicitada pelo equipamento. Atualmente este tipo de carga encontra-se presente em
muitas aplicações industriais, comerciais e residenciais e como tal deve ser determinada para
uma condizente aplicação do gerador.

Alguns exemplos de cargas deformantes:

• Equipamentos eletrônicos (no-break’s, computadores, fontes, carregadores de


bateria, conversores de frequência, reatores eletrônicos);
• Máquinas com bobinas e núcleos de ferro que normalmente trabalham saturadas
(motores, transformadores, máquinas de solda, reatores);
• Fornos a arco.
• A alimentação desses tipos de cargas pelos geradores pode causar alguns
inconvenientes nas máquinas e também em seus sistemas, conforme seguem:
• Aquecimento excessivo dos enrolamentos estatóricos e barras de amortecimentos,
devido ao aumento das perdas no cobre;
• Aquecimento das chapas do estator e rotor, devido ao aumento das perdas no ferro;
• Correntes de neutro excessivas, ocasionadas por desbalanceamentos;
• Sobredimensionamento de cabos, quadros, proteções, etc.
• Devido às observações acima deve-se, antes da aplicação, elaborar um estudo das
cargas e realizar um levantamento do teor e conteúdo de harmônicos do sistema a
ser atendido pelo gerador.
• Com os resultados desse estudo e sua interpretação, pode-se tomar alguns cuidados
nos geradores a serem utilizados, entre eles:
• Utilização de uma máquina mais robusta, com potência equivalente maior, o que se
traduz principalmente em menor reatância e consequentemente menor queda de
tensão e menos aquecimento;
• Utilização de máquina com passo de bobinagem 2/3, para cargas com alto teor de 3a
harmônica.

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Sistemas Elétricos de Potência

3.8 ENSAIOS

Os ensaios são agrupados em ENSAIOS DE ROTINA, ENSAIOS DE TIPO E


ENSAIOS ESPECIAIS, realizados conforme norma VDE 530 e NBR 5052.
Outros ensaios não relacionados poderão ser realizados mediante consulta previa.

3.8.1 ENSAIOS DE ROTINA

• Resistência ôhmica dos enrolamentos;


• Resistência do Isolamento;
• Tensão Elétrica Aplicada ao Dielétrico;
• Seqüência e Equilíbrio de Fases;
• Saturação em Vazio;
• Em Vazio com Excitação própria (Regulador de Tensão);
• Curto-Circuito Trifásico Permanente.

3.8.2 ENSAIOS DE TIPO

• Ensaios de Rotina;
• Elevação de Temperatura;
• Sobrevelocidade;
• Reatância Subtransitória do Eixo Direto.

3.8.3 ENSAIOS ESPECIAIS

• Relação de Curto Circuito Trifásico Permanente;


• Manutenção da Corrente em Curto-Circuito;
• Desempenho do Regulador de Tensão;
• Distorção Harmônica;
• Rendimento;
• Vibração;
• Nível de Ruído;
• Determinação do fator de Interferência Telefônica (para Teleco);
• Determinação das características em "V" de máquinas síncronas.

OBS:Os ensaios serão limitados a potência de 500 kVA. Para as potências superiores os
resultados serão extrapolados.

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Sistemas Elétricos de Potência

3.9 COLETÂNEA DE FÓRMULAS

Fem induzida e = B . 1 . v . sen (B^ v) [V]

120 . f
Rotação Síncrona n= [rpm]
p

Ligação triângulo I1= If . 3 [A]


Vf = UL [V]

Ligação estrela I1= If [A]


U1 = Uf . 3 [V]

Potência S = U1 . I1 . 3 [VA]

 1 
2
m . E 0 . Uf m .Uf
Potência Eletromagnética P= senδ +   sen2δ [W]
xd 2  xq 

Pg(kW) . 100
Potência do Acionamento Pn = [kW]
η (g)

*
X d . (Ip/In) . 100
Queda de Tensão ∆U% = [pu]
1 + [ X * d . (Ip/In)]

Conversão de Reatâncias X2 = X1 . (f2/f1) . Sn2/Sn1 . (Un1/Un2 )2 [pu]

If
Corrente de Curto-Circuito Icceff = x 100 [A]
x′′d

2,55 x If
Icc M`X = x 100 x′′d em % [A]
x′′d

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Sistemas Elétricos de Potência

Figura 3.64 - Forma construtiva B5/B3T (GTA)

Figura 3.65 - Forma construtiva B3 (Linha S, fechado com trocador de calor ar-ar)

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Sistemas Elétricos de Potência

Figura 3.66 - Forma construtiva B5/B20 (antiga linha DKB)

Figura 3.67 - Forma construtiva D5 (linha S, com trocador de calor ar-água)

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Sistemas Elétricos de Potência

Um estudo mais completo de proteção, tem que levar em consideração os seguintes


aspectos:

a) elétricos, devida a características dos sistemas de potência (natureza das faltas,


sensibilidade para a instabilidade, regimes e características gerais dos equipamentos,
condições de operação, etc.);
b) econômicos, devidos à importância funcional do equipamento. (custo do
equipamento versus custo relativo do sistema de proteção);
c) físicos, devidos principalmente ás facilidades de manutenção, acomodação(dos relês
e redutores de medidas), distância entre os pontos de releamento (carregamento
dosTC´s, uso de fio piloto), etc.

O releamento é de extrema importância para a proteção dos sistemas elétricos porque


minimiza: os custos de reparação dos estragos; a probabilidade de que o defeito possa propagar-
se e envolver outro equipamento; o tempo que o equipamento fica inativo, reduzindo a
necessidade de reservas; a perda de renda e o agastamento das relações públicas enquanto o
equipamento está fora de serviço.
Chega-se a conclusão de que o custo do sistema de proteção é um seguro barato,
principalmente se for considerado o tempo usual para depreciação dos equipamentos.

5.1.1.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS EQUIPAMENTOS DE


PROTEÇÃO

Existem dois princípios gerais que devem ser obedecidos, em seqüência:

1) Em nenhum caso a proteção deve dar ordens, se não existe defeito na sua zona de
controle (desligamentos intempestivos podem ser piores que a falha).
2) Se existe defeito nessa zona, as ordens devem corresponder exatamente àquilo que
se espera, considerada que seja a forma, intensidade e localização do defeito.

Portanto o releamento possui duas funções principais:

a) função principal – que é a de promover uma rápida retirada de serviço de um


elemento do sistema, quando esse sofre um curto-circuito, quando começa a operar de modo
anormal que possa causar danos, ou interferir com a correta operação do restante do sistema.
Nessa função um relê (elemento detetor-comparador e analisador) é auxiliado pelo
disjuntor (interruptor), ou então um fusível engloba as duas funções (figura 5.1).

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Sistemas Elétricos de Potência

Figura 5.1 – conjunto relê disjuntor

b) função secundária – promovendo a indicação da localização e do tipo de defeito,


visando mais rápida reparação e possibilidade de análise da eficiência e caráter de mitigação da
proteção adotada.

Dentro dessa idéia geral, os chamados princípios fundamentais do releamento


compreendem (figura 5.2):

a) O releamento primário é aquele em que uma zona de proteção separa da é


estabelecida ao redor de cada elemento do sistema, com vistas a seletividade, pelo
que disjuntores são colocados na conexão de cada dois elementos; há uma
superposição das zonas em torno dos disjuntores, visando ao socorro em caso de
falha da proteção principal; se isso de fato ocorre, obviamente, prejudica-se a
seletividade, mas esse é o mal menor.
b) O releamento de retaguarda, cuja finalidade é a de atuar na manutenção do
releamento primário ou falha deste, só é usado, por motivos econômicos, para
determinados elementos do sistema e somente contra curto-circuito. No entanto, sua
previsão deve-se à probabilidade de ocorrer falhas, seja na corrente ou tensão
fornecida ao rele, ou na fonte de corrente de acionamento do disjuntor; ou no circuito
de disparo ou no mecanismo do disjuntor; ou no próprio rele, etc.

Nestas condições é desejável que o releamento de retaguarda seja arranjado


independentemente das possíveis razões de falha do releamento primário. Uma observação
importante é que o releamento de retaguarda não substitui uma boa manutenção e vice-versa.

133 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

Figura 5.2 – Zoneamento de proteção

c) O releamento auxiliar tem função como multiplicador de contatos, sinalização ou


temporizador, etc.

134 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

5.1.1.5 CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DO RELEAMENTO

Sensibilidade, seletividade, velocidade e confiabilidade são termos comumente usados


para descrever as características funcionais do releamento.

a) A velocidade ou rapidez de ação, na ocorrência de um curto-circuito, tem o


objetivo de:

• diminuir a extensão do dano ocorrido (propporcional a RI2.t);


• auxiliar a manutenção das máquinas operando em paralelo;
• melhorar as condições de ressincronização dos motores;
• assegurar a manutenção de condições normais de operação nas partes do sistema;
• diminuir o tempo total de paralização dos consumidores de energia;
• diminuir o tempo total de não liberação de potência, durante a verificação de dano,
etc.

Evidentemente, relês rápidos devem ser associados a disjuntores rápidos, de modo a dar
um tempo de operação total pequeno. De fato, com o aumento da velocidade do releamento,
mais carga pode ser transportada sobre um sistema, do que resulta economia global aumentada
(evita-se as vezes, a necessidade de duplicar certas linhas ).

b) Por sensibilidade entende-se a capacidade da proteção responder as


anormalidades nas condições de operação, e aos curtos circuitos para os quais foi
projetada.

É apreciado por um fator de sensibilidade da forma:

I cc min
k=
I pp
onde, por exemplo,

Iccmin → calculada para o curto-circuito franco no extremo mais afastado da seção de


linha e sob condição de geração mínima;
Ipp →corrente primária de operação da proteção (valor mínimo da corrente de
acionamento ou de pick-up exigida pelo fabricante do relé).

c) Defini-se confiabilidade como a probabilidade de um componente, um


equipamento ou um sistema satisfazer a função prevista, sob dadas
circunstâncias.

A longa inatividade, seguida de operação em condições difíceis, exige do equipamento


de proteção simplicidade e robustez, e isso traduz-se em fabricação empregando matéria prima
adequada com mão-de-obra não só altamente capaz, mas também experimentada.

135 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

d) Por seletividade entende-se a propriedade da proteção em reconhecer e selecionar


entre aquelas condições para as quais uma imediata operação é requerida, e
aquelas para as quais nenhuma operação ou um retardo de atuação é exigido.

Figura 5.3 – Relacionamento da potência transmitida e velocidade do releamento

5.1.2 ASPECTOS ESPECÍFICOS

5.1.2.1 EQUIPAMENTOS DE MANOBRA

Os equipamentos de manobra são componentes do sistema elétrico que não tem


somente a função de estabelecer a união entre geradores, transformadores, consumidores e linhas
de transmissão e separa-los e secciona-los de acordo com as exigências desse serviço, como
também são utilizados para a proteção de todos os componentes elétricos contra a atuação
perigosa de sobrecargas, correntes de curto-circuito e contatos à terra.
Levando-se em consideração algumas exceções e casos especiais, os equipamentos de
manobra devem, portanto, serem capazes de abrir desde as menores correntes de carga de linhas,
ou correntes de magnetização de transformadores a vazio, até as maiores correntes de curto-
circuito que possam ocorrer na instalação, sem serem avariados através das conseqüências
térmicas e dinâmicas dessas solicitações.
Alguns equipamentos de manobra, os chamados disjuntores, devem ser capazes de
interromper ou fechar, no menor tempo possível, todas as correntes normais e anormais.
Finalmente, todos os equipamentos de manobra devem, quando abertos, suportar quaisquer
solicitações de tensão entre seus contatos (espaço de interrupção) sem quaisquer descargas.

136 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

Podemos dividir os equipamentos de manobra em:

a) Chaves seccionadoras: Servem única e exclusivamente, para estabelecer a conexão


ou separação de dois componentes ou circuitos de um sistema elétrico, ou a escolha
e conexão entre um componente e um sistema de barramentos. Não se exige das
seccionadoras a capacidade de abertura e ruptura de quaisquer correntes. Em
funcionamento, isto é, com os seus contatos fechados, elas devem ser capazes de
manter a condução de sua corrente nominal, sem sobre-aquecimento. Além disso
devem suportar todos os efeitos térmicos e dinâmicos das correntes de curto-circuito
sem se avariar. A vazio, isto é, com seus contatos abertos, devem estabelecer um
nível suficiente de isolamento, sem quaisquer descargas. Finalmente, as chaves
seccionadoras são equipamentos de manobra que servem única e exclusivamente
para separação de circuitos e componentes, sem quaisquer exigências de abertura de
correntes.

b) Interruptores: São equipamentos de manobra que podem interromper correntes de


qualquer natureza, até algumas poucas vezes a corrente nominal. Normalmente, os
interruptores são pequenos disjuntores, ou disjuntores de pequena capacidade, não
sendo exigidas muitas características para interrupção das correntes do circuito.

c) Chaves seccionadoras sob carga: São chaves seccionadoras que são construidas
com dispositivos especiais de extinção de arco, em seus contatos fixos e móveis,
capazes de interromper até a corrente nominal.

d) Disjuntores: É o equipamento de manobra cuja a função principal é a interrupção de


correntes de curto-circuito. Paralelamente o disjuntor deve ser capaz de interromper
pequenas correntes indutivas e capacitivas sem sobre-tensões. Portanto são
equipamentos que não oferecem qualquer limitação para quaisquer operações de
fechamento e abertura de circuitos. Na realidade, os chamados “disjuntores” são
também “conjuntores”, pois igualmente devem ser capazes de fechar quaisquer
circuitos sob quaisquer condições de condução de corrente.

e) Chaves seccionadoras disjuntoras: São disjuntores que igualmente atendem as


condições de chaves seccionadoras. São construídas excepcionalmente e, por
motivos de serviço, somente para pequenas capacidades principalmente de
interrupção.

f) Contatores: são dispositivos de manobra para circuitos de baixa tensão, com a


função de uma chave, não manual, eletromagnética, que tem uma única posição de
repouso e é capaz de estabelecer, conduzir e interromper correntes em condições
normais de operação, inclusive sobrecargas no funcionamento.

137 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

5.1.2.2 PROTEÇÃO DE MOTORES

Nas instalações de motores o contator, que é o dispositivo de manobra utilizado, recebe


o comando de alguns dispositivos de proteção atuando no desligamento do circuito. Outros
dispositivos de proteção atuam diretamente no desligamento do circuito, como por exemplo o
fusível.
Alguns dispositivos de proteção tem sua utilização obrigatória em todo circuito de
alimentação de motores. São os casos dos:

• Fusíveis;
• Relês térmicos.

Outros dispositivos têm a sua utilização dependente do grau de proteção dado ao


circuito, da sequencia de atuação da proteção e da manobra, do nível de redundância, etc.:

• Relês de sobrecarga;
• Relês de tempo;
• Protetores térmicos;
• Relê de sequencia de fase;
• Relê PTC;
• Relê de falta de fase;
• Relê de mínima e máxima tensão.

Na instalação dos circuitos de manobra e proteção são também necessários


equipamentos que façam medidas e a alimentação do circuito auxiliar. Para tanto pode-se
enumerar alguns tais como:

• Transformadores de corrente;
• Transformadores de potêncial;
• Controladores de nível;
• Sensores;
• Transformadores de comando, etc.

5.1.2.3 PROTEÇÃO DE GERADORES

Os dispositivos de proteção usuais podem ser classificados em duas categorias


principais e que compreendem:

a) medidas preventivas e dispositivos de proteção contra os defeitos exteriores ao


gerador;
b) proteção contra os defeitos internos dos mesmos.

Ao lado de alguns outros dispositivos não constituídos por meio de relês, tais como
pára-raios, indicadores de circulação de óleo, termostatos, etc., os seguintes elementos fazem
parte do primeiro grupo:

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Módulo 4 – Geração de Energia

1) relês térmicos contra sobrecarga;


2) relês temporizados, a máximo de corrente, contra curtos-circuitos;
3) relês a máximo de tensão, contra as elevações de tensão devidas às manobras
normais do sistema;
4) relês sensíveis a corrente de seqüência negativa, para proteção contra funcionamento
sob carga assimétrica, ou desequilibrada;
5) relês de potência inversa, para impedir o funcionamento do gerador como motor,
etc.;

Já a proteção contra defeitos internos compreende, basicamente os seguintes


dispositivos:

1) proteção diferencial contra curtos-circuitos entre elementos de fases diferentes;


2) proteção contra defeitos à massa do estator;
3) proteção contra defeitos à massa do rotor
4) proteção contra curtos-circuitos entre espiras de mesma fase;
5) proteção contra a abertura acidental ou não dos circuitos de excitação, etc.

Além disso, há ainda que se considerar outros dispositivos que, não sendo relês, estão
intimamente ligados à proteção do gerador: os dispositivos de rápidas desexitação, que evitam
uma destruição maior dos enrolamentos devido a tensão própria, e a proteção contra incêndio,
que atua na extinção do fogo iniciado devido aos arcos voltaicos dos defeitos.

5.1.2.4 PROTEÇÃO DE TRANSFORMADORES

Deve-se considerar basicamente as proteções contra as sobrecargas e as de curtos-


circuitos.
Para os grandes transformadores, na proteção contra os curtos-circuitos,
desempenhando um papel importante na continuidade do serviço, a proteção diferencial e a
proteção bucholz.
Para pequenas unidades (menores que 1000 kVA), e para os transformadores de média
potência em sistemas radiais, os relês de sobrecorrente temporizados e os fusíveis.
Na proteção contra as sobrecargas usam-se imagens térmicas e relês térmicos.
Embora a construção dos transformadores tenha atingido um nível técnico bastante
elevado, devem-se considerar duas causas principais de defeito nos sues isolamentos, e
resultantes de sobretensões de origem atmosférica e de aquecimentos inadmissível dos
enrolamentos devido a sobrecargas permanentes, ou temporárias repetitivas, mas que, mesmo
sendo toleráveis na exploração do sistema, conduzem ao envelhecimento prematuro do
isolamento dos enrolamentos e, finalmente, aos curtos-circuitos entre espiras ou mesmo entre
fases.

5.1.2.5 PROTEÇÃO DE BARRAMENTOS

A proteção seletiva dos jogos de barras adquire grande importância nas redes equipadas
com sistemas de proteção, tais como a diferencial e por fio-piloto, e que em caso de defeito, não
podem agir senão sobre trechos de linha bem delimitados. Nesse caso a deteção de defeito nas

139 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

barras, se não fosse específica, ficaria a cargo da proteção de reserva, em geral insuficientemente
seletiva. Tal inconveniente seria menor se a rede estivesse protegida por meio de relês de
distância, caso em que a barra poderia ser protegida pela segunda zona do relé, uma razoável
solução em muitos casos.
De um modo geral, contudo, a importância de uma rápida proteção de barras é
considerável, pois que produzem-se grandes concentrações de energia nesses locais o que
conduz, em caso de defeito, a grandes prejuízos materiais e a sérias perturbações à exploração do
sistema elétrico.
Diversos fatores dificultam a generalização do emprego da proteção dos jogos de barras:

a) a existência de segurança de serviço e seletividade absolutas, já que os


desligamentos intempestivos podem ter repercussões desagradáveis sobre a
distribuição da energia e sobre as conexões;
b) no caso de barras múltiplas, e/ou secionadas, a comutação a ser feita
automaticamente nos circuitos dos auxiliares, em caso de defeito em uma seção,
torna-se complexa, já que se exige para cada forma de acoplamento a manutenção
da seletividade.

Assim a estrutura da proteção depende das particularidades de cada caso. Basicamente


há, entre outras, as seguintes possibilidades:

a) colocação de relês temporizados tipo mínimo de impedância, nas linhas de


alimentação da barra;
b) uso de relês de sobrecorrente, em conexão diferencial, ou relês diferenciais
compensados, vendo-se a diferença entre as correntes que entram e saem da barra.

5.1.3 COORDENAÇÃO

Um sistema elétrico deve ser equipado com diversos dispositivos protetores,


estrategicamente situados, destinados a protege-lo efetiva e seguramente contra todos os defeitos
de isolamento ou outros funcionamentos anormais.
Para a proteção de um sistema são utilizados equipamentos como os relês, fusíveis
disparadores de ação direta, entre outros. Cada um desses dispositivos têm uma função
específica.
Tais dispositivos não atuam independentemente; pelo contrário, suas características de
operação devem guardar entre si uma determinada relação, de modo que uma anormalidade no
sistema possa ser isolada e removida sem que as outras partes do mesmo sejam afetadas. Isto é,
os dispositivos protetores devem ser coordenados para operação seletiva.
Nessas condições, podemos dizer que as finalidades da coordenação seriam:

a) isolar a parte defeituosa do sistema, tão próximo quanto possível de sua origem,
evitando a propagação das conseqüências;
b) fazer esse isolamento, no mais curto tempo possível, visando a redução dos danos.

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São usados para isto, tanto dispositivos protetores, quanto os fusíveis, os disparadores e
os relês que vigiam constantemente os circuitos, como também dispositivos interruptores, que
desligam os circuitos quando necessários.
Um primeiro passo nesse estudo, seria a determinação das condições de operação
(nominais, máxima e mínima, de sobrecarga), de defeito (diversas correntes de curto-circuito), e
mesmo de situações excepcionais como partida de motores, magnetização dos transformadores,
etc. Necessita-se pois de um perfeito conjunto de informações iniciais, obtidas nas placas dos
equipamentos, catálogos, medições diretas no campo ou dadas pelos fabricantes.

5.1.3.1 PROTEÇÃO DE LINHAS

Os mais importantes defeitos nas linhas são devidos aos curtos-circuitos, mas a
sobrecarga também precisa ser considerada.
Uma vez que nas redes de extra alta tensão se deva obter a máxima rapidez de
desligamento por motivos de manutenção da estabilidade, pode-se admitir, por vezes, em redes
menos sensíveis, tempos de desligamento atingindo até alguns segundos. Os equipamentos de
proteção são tanto mais simples quanto menor for a exigência de alta velocidade no
desligamento, e a simplicidade é sempre um objetivo a ser procurado na proteção. São usuais os
recursos a seguir indicados.

a) Proteção temporizada, com relês de sobrecorrente de tempo definido, nos casos de


redes radiais, ou nas redes em anel quando o disjuntor de acoplamento se abre
instantaneamente, em caso de curto-circuito, tornando a rede radial. Esta é uma
técnica tipicamente européia.
b) Proteção temporizada, com relês de sobrecorrente de tempo inverso, nos casos de
média tensão, onde a corrente de curto-circuito, for largamente superior à corrente
nominal do relê, permitindo a coordenação dos tempos de desligamento dos
disjuntores sucessivos a partir do mais próximo ao defeito. Podem ter ainda um
dispositivo de desligamento instantâneo, a máximo de corrente, particularmente útil
em redes contendo cabos que não admitem senão uma carga limitada. Esta é uma
técnica predominantemente americana.
c) Proteção direcional de sobrecorrente temporizada, usada nas redes de até 20kV, com
alimentação unilateral, mas tendo linhas paralelas fechando-se sobre barramentos
comuns, ou no caso de linhas únicas, mas com alimentação bilateral.
d) Proteção com relês de distância para redes de altas e extra-altas tensões, bem como
redes de média tensão em malha e realimentação multilateral. É o padrão de
proteção utilizado ultimamente.
e) Proteção diferencial longitudinal, por fio-piloto, usada nas linhas aéreas e em cabos
de média e alta-tensão, tendo até cerca de 10km de comprimento, e nos quais são
eventualmente inseridos transformadores. Para linhas curtas, de algumas centenas de
metros, usa-se a proteção diferencial comum, semelhante à dos transformadores.
f) Proteção diferencial transversal, empregada como proteção seletiva para os cabos e
linha aéreas paralelas, e baseada na diferença entre as correntes circulantes em cada
linha, em caso de defeito. Já que ela exige também relês direcionais e outros orgão
suplementares, só será usada quando não for razoável a proteção longitudinal ou a
de distancia.

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g) Proteção contra os defeito a à terra, usada nas linhas aéreas e cabos onde, em geral,
o incidente mais freqüente é o defeito monofásico. Dependendo da forma de ligação
a terra, pode aparecer tanto corrente ativa, da ordem da nominal ou menor, como
correntes capacitivas (rede com neutro isolado) também de baixo valor. Tanto relês
simplesmente indicadores quanto eliminadores, precisam ser utilizados, havendo
esquemas clássicos.

A proteção contra sobrecarga deve permitir a máxima utilização da linha sem que o
aquecimento resultante a danifique. Assim, quando a temperatura máxima for atingida, será dado
um sinal para que sejam tomadas medidas evitando-se o desligamento propriamente dito. Por
isso são usados relês térmicos diversos com constante de tempo igual ou inferior àquela do cabo
a proteger.
Uma última observação diz respeito ao religamento automático, muito útil na presença
de defeitos auto-extintores, (cerca de 80% dos casos). O religamento rápido é feito alguns
décimos de segundo , uma única vez, e aplicável somente a linhas aéreas, nunca aos cabos. Em
redes de alta e extra-alta tensão, é utilizado o religamento monopolar, freqüentemente, mas o
religamento tripolar é preferido nas linhas muito longas (algumas centenas de quilômetros) e
tensões muito elevadas, devido a dificuldade da extinção do arco residual realimentado pelo
efeito capacitivo entre as fases. Nas redes aéreas de média tensão, com maior incidência de
defeito, e já que elas costumam ter neutro isolado ou aterrado por meio de resistência de grande
valor ôhmico, só o religamento automático tripolar é indicado.

5.1.4 PRINCÍPIOS DE COORDENAÇÃO

Costumamos dizer que dois dispositivos em série, ou cascata, estão coordenados se seus
ajustes são tais que ao segundo dispositivo, mais próximo da fonte, é permitido eliminar a falta
caso o primeiro, mais próximo do defeito, falhe na atuação. Denomina-se tempo ou degrau de
coordenação o intervalo de tempo que separa as duas hipóteses anteriores, e que deve cobrir pelo
menos o tempo próprio do disjuntor, mais o tempo próprio do relê e uma certa margem de
tolerância; por exemplo, em sistemas industriais (disjuntores até 8Hz) tal degrau é da ordem de
0,4-0,5[s].
Naturalmente na busca de uma perfeita coordenação devemos respeitar certas diretrizes
para o ajuste dos dispositivos; as limitações de coordenação fixadas pelos códigos; o
desempenho térmico e dinâmico dos equipamentos; etc. Isso conduz o projetista a analisar, por
vezes, muitos fatores contraditórios, polêmicos mesmo, tendo em vista aspectos de segurança,
economia, simplicidade, previsão de expansão, flexibilidade, facilidade de manutenção e custo,
por exemplo. Portanto é importante que o leitor saiba que um projeto de proteção depende da
busca de aprendizagem própria e análise de risco em suas decisões futuras.

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5.2 DIAGRAMAS ELÉTRICOS

Para o projeto elétrico de um cubículo ou quadro, deve-se representar todos os seus


componentes de tal forma que se obtenha uma visão global de toda a instalação, tanto sob
aspecto de disposição e localização no sistema elétrico, como de sua função e desempenho.
Assim, a escolha adequada de um equipamento, determina o conhecimento detalhado de
sua função e comportamento, cuja definição é feita através de diagramas elétricos.
A representação gráfica de um sistema elétrico de potência, ou os diagramas elétricos,
deve conter a maior quantidade possível de informações, com o objetivo de representar
realmente todos os componentes e funções especificadas. Consequentemente, vários são os
diagramas elétricos, que se tornaram os mais usuais. São eles:

• Diagramas Unifilares;
• Diagramas Trifilares;
• Diagramas funcionais;
• Diagramas Construtivos (sinópticos, disposição de aparelho, etc.).

5.2.1 DIAGRAMA UNIFILAR

É um diagrama onde representa-se o circuito elétrico por uma de suas fases, daí o nome
unifilar. Neste diagrama devem aparecer destacadamente as partes as partes de força do sistema
(aquelas que se destinam à condução de enrgia, como finalidade principal).

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Figura 5.4 – Diagrama unifilar

Os aparelhos de manobra, tais como, seccionadores de passagem de aterramento,


disjuntores, dispositivos de proteção e medição, tais como: pára-raios, transformadores de
potência e de corrente, relês, fusíveis, etc.; são representados neste diagrama, sem entretanto
entrar em detalhes da forma de conexão, de uma maneira mais quantitativa que qualitativa.

5.2.2 DIAGRAMA TRIFILAR

É a representação de um circuito elétrico, tomando em consideração suas três fases,


sendo importante como subsídio para elaboração dos demais esquemas de detalhamento de um
determinado projeto.
O diagrama trifilar, além de conter as informações básicas do diagrama unifilar, contém
muitos outros detalhes, que serão inclusive transportados para outros esquemas, dando uma
excelente idéia de conjunto.. Como inconveniente apresenta aquele de ser um desenho com todo

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o conjunto, não devendo por esta razão ser usado para trabalhos específicos (como montagem),
mas sim como ponto de referência.

Figura 5.5 – Diagrama trifilar – detalhe do cubículo de entrada do gerador

A figura 5.5 mostra o detalhe do disjuntos da entrada do gerador a partir do diagrama


unifilar mostrado na figura 5.4. Para entendermos a relação entre os diagramas, os exemplos
serão mostrados baseando-se no desenho da figura acima.

5.2.3 DIAGRAMA FUNCIONAL

A utilidade do diagrama funcional é mostrar de maneira esquemática como funcionam


os equipamentos de proteção, controle e sinalização de uma instalações elétrica. Por este
diagrama, pode-se identificar todas as restrições ao funcionamento de um disjuntor ou contator,
por exemplo.
Portanto, as condições de operação são diferentes neste diagrama. Para um perfeito
entendimento destes diagramas, deve-se fixar os seguintes conceitos: Contato normalmente
aberto é o contato que está sempre aberto quando o equipamento está desenergizado; contato
normalmente fechado é o contato que está sempre fechado quando o equipamento está
desenergizado.
A tensão mais usual no Brasil para comando é de 125V CC.

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Figura 5.6 – Diagrama funcional – disjuntor do gerador

5.2.4 DIAGRAMAS CONSTRUTIVOS

Os diagramas construtivos são diagramas auxiliares e muito importantes na montagem


da instalação, em manutenção e em busca de defeitos. Os mais utilizados são:

• Diagrama de Fiação

Este diagrama mostra a ligação dos cabos de comando interligando os equipamentos


entre casa de comando e o cubículo ou pátio onde os equipamentos e encontram. Como os cabos
de comando sempre terminam em réguas de bornes, uma listagem indicando onde começa e
termina cada ligação é bastante útil.

Figura 5.7 – Diagrama de fiação

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5.2.4.1 DIAGRAMA SINÓPTICO

O diagrama sinóptico é a representação unifilar, do circuito elétrico, mostrando


principalmente os aparelhos de manobra (disjuntor e seccionador).
É utilizado sobre painéis de comando, de maneira a facilitar a operação do sistema.

Figura 5.8 – Diagrama sinóptico

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5.3 CONSIDERAÇÃO A RESPEITO DE QUADROS ELÉTRICOS

Os quadros elétricos constituem pontos nodais em uma rede e servem para unir ou
separar e proteger as diferentes partes destas, permitindo a distribuição da energia elétrica para
diversos pontos da instalação.
A função básica dessas execuções é abrigar toda a aparelhagem elétrica de comando,
controle, medição, sinalização etc., de forma que sejam montados mecanicamente em suportes
apropriados, de modo a proteger as partes sob tensão expostas contra contatos acidentais, seja
por pessoas, animais ou objetos.
Essa proteção deverá se dar também em caso de avaria ou operação inadequada de uma
chave que possa causar perigo na parte exterior.
Os instrumentos, as lâmpadas de sinalização, os botões de comando, os acionamentos
das chaves, são normalmente instalados do lado externo, ou seja, na porta.
Os instrumentos de medição podem também ser instalados no interior, porém visíveis
através de visor colocado na porta.
As características construtivas dessas execuções variam de acordo com o trabalho e as
instalações a que se destinam, isto é, para instalações ao ar livre ou abrigadas, para lugares
úmidos ou secos,, em áreas de possível explosão, poeirentas ou contaminados por agentes
corrosivos.
Os painéis são feitos em chapa de aço dobrada e, para capacidades de 630A, 1000A e
3000A em 500V CA ou 600V CC, são feitos conforme o princípio dos componentes modulares,
propiciando futuras ampliações.
Os módulos apresentam flange, permitindo interligações entre elas. Normalmente os
quadros são feitos para instalações abrigadas, porém, podem ser feitos para instalações ao tempo,
sob condições especiais, e o dimensionamento dos aparelhos, sob o ponto de vista físico, define
o número de caixas que constituirão o quadro.

5.3.1 CLASSIFICAÇÕES

5.3.1.1 QUANTO A FUNÇÃO

A ABINEE (Associação Brasileira da Industria Elétrica e Eletrônica) através do grupo


setorial de “Painéis de Baixa, Média e Alta tensão e Componentes”, realizou um estudo sobre
classificação de quadros elétricos quanto a função:

A) Quadro de BT até 1000V (VDE/IEC)

A1 – QUADRO DE COMANDO – é todo quadro destinado a comandar eletricamente


qualquer processo e/ou equipamento por ação manual do operador.
Equipamentos:

1) Barramento;
2) Fiação;
3) disjuntores ou seccionadoras;
4) fusíveis e bases;
5) contatores;

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6) relês;
7) relês Auxiliares;
8) botoeira;
9) lâmpadas;
10) voltímetros;
11) amperímetros;
12) seletores de amperímetros e voltímetros;
13) transformadores de corrente;
14) transformadores de potencial;
15) medidores específicos de processo: termostato, cosfímetro, frequencimetro,
varímetro, wattiímetro, pressostato, etc.;
16) isoladores.

A2 – QUADRO DE CONTROLE – destinado a controlar, automática e eletricmente


qualquer processo ou equipamento elétrico. É composto pelos mesmos
equipamentos dos quadros de comando e mais:

1) chaves seletoras;
2) pirômetros indicadores e controladores;
3) sensores térmicos;
4) controladores de nível;
5) eletrodos sensores de nível;
6) sensores fotoelétricos;
7) controladores de ph;
8) válvulas solenóides;
9) registradores;
10) controle de pressão;
11) controle de vazão;
12) isoladores;
13) e mais todos os equipamentos eletropneumáticos destinados a função de quadro.

A3 – QUADRO DE SINALIZAÇÃO – destinado a advertir através de sinais acústicos


e/ou ópticos, em um ou mais estágios, de qualquer alteração do sistema
supervisionado.

1) circuito perceptor de defeitos em CC ou CA: eletromecânico ou eletrônico, em relês,


diodos, relês pisca-pisca ou circuito integrado, com indicção de falha com visores
luminosos e/ou acústico;
2) chaves seletoras;
3) transformadores;
4) retificadores;
5) botoeiras;
6) relês;
7) fiação;
8) receptores de sinal;
9) instrumentos eletrônicos fotosensíveis para indicação.

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B) Quadro de MT até 34,5 kV (VDE)

B1 – QUADROS DE ENTRADA DE CONCESSIONÁRIA

1) muflas;
2) barramento;
3) seccionadoras;
4) transformadores de corrente e de potencial;
5) contator;
6) chaves de aferição;
7) disjuntores;
8) transdutores;
9) voltímetros;
10) botoeiras;
11) fiação;
12) bases de fusíveis;
13) lâmpadas;
14) amperímetros;
15) seletores de tensão e de corrente;
16) isoladores.

B2 – QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO – incluindo a distribuição, medição e sinalização.

1) disjuntores;
2) comutadores de TAP (do transformador);
3) demais aparelhos de medição e sinalização;
4) isoladores;
5) barramento, etc.

B3 – QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO – incluindo a distribuição, medição e sinalização

1) barramento;
2) isoladores;
3) disjuntoresa;
4) seccionadoras;
5) muflas;
6) transformadores de corrente e potencial;
7) voltímetros e comutador;
8) amperímetros e comutador;
9) botoeiras;
10) lâmpadas de sinalização;
11) cosfímetro;
12) fiação;
13) isoladores;
14) medidores de kW, kVA, kW.h, etc.

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B4 – METAL CLAD – quadro blindado, construido de disjuntores extraíveis que, uma


vez extraídos, impedem acesso ao barramento de MT.

1) barramento;
2) disjuntores;
3) transformadores de corrente e potencial;
4) voltimetros e seletores;
5) amperímetros e seletores;
6) isoladores;
7) relês de proteção; diretos (primário) e indiretos (secundário);
8) fiação;
9) bloqueios.

OBS: Toda a aparelhagem fica blindada.

C) Quadros de AT, acima de 34,5 kV

Para essa classe de tensão não é comum se construir quadros, a não ser para proteção e
comando, e painéis de controle ou mesas de controle no próprio local da subestação. Pelas
normas ANSI, esses quadros são denominados “STATION TYPE SWITCHGEAR”.
Normalmente os quadros e mesas de controle recebem alimentação de fontes auxiliares
em baixa tensão e são equipadas basicamente com os mesmos aparelhos listados para os quadros
de baixa tensão.

5.3.1.2 QUANTO AO LOCAL DE INSTALAÇÃO

Para o local de instalação admite-se como temperatura normal ambiente 35oC (valor
médio durante 24h) e temperatura máxima no barramento de 65oC. Acima destes valores, deverá
ser previsto um sistema com ventilação forçada.

5.3.1.3 QUANTO AO GRAU DE PROTEÇÃO

Na escolha de equipamento de manobra e nas combinações, é necessário levar em


consideração os graus de proteção, além de características elétricas de funcionamento, tipo de
acionamento e da finalidade a que se destinam. Os equipamentos de manobra e suas
combinações somente podem operar satisfatoriamente quando os graus de proteção dos mesmos
correspondem às condições de montagem.

a) Proteção contra influências externas.


Para proteção contra acumulo de pó e água, os painéis devem ser fornecidos com
proteção especial.

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b) Proteção a terra

As conexões para aterramento da instalação se localizam na parte inferior do painel; as


conexões para interligações entre os painéi podem ser feitas por meio de pontes de cobre, ou por
meio de uma barra.
Para painéis que possuam carrinho extraível, a conexão de aterramento entre o carrinho
e a parte fixa é feita por meio de contatos deslizantes, dispostos de tal forma que, quando for
extraído ou inserido até a posição de “ensaio”, o mesmo se encontra aterrado.

5.3.1.4 QUANTO AO TIPO DE CONSTRUÇÃO

a) Quadros com equipamentos fixos: esses quadros constam de vários painéis


adjacentes, nos quais estão fixamente todos os dispositivos de manobra;
b) Quadros com equipamentos extraíveis: esses quadros constam de vários painéis
adjacentes (sem seccionador) com gavetas ou carros extraíveis, sobre os quais são
fixados os dispositivos de manobra.

5.3.2 COMPORTAMENTO DOS METAIS (ESTRUTURA E BARRAMENTO)

Em vista do material empregado nos quadros elétricos, tanto na estrutura quanto nos
barramentos, ser metálico torna-se conveniente apresentar alguns conceitos que facilitarão a
compreensão do texto nas solicitações elétricas que ainda serão discutidas.

5.3.3 CARACTERÍSTICAS DOS METAIS

As propriedades dos metais, que estão relacionadas com as resistências que os mesmos
oferecem quando sujeitos a esforços de natureza mecânica, como tração, torção, compressão,
choque, etc., determinam a forma de como poderão ser projetadas e executadas as estruturas, daí
a sua importância prática.
É de grande importância o estudo de certas características físicas e químicas dos
materiais, cujo conhecimento é fundamental para sua escolha e utilização.
Essas propriedades, que serão analisadas em seguida, são características dos cristais que
formam o metalao passo que as propriedades mecânicas, por exemplo, dependem grandemente
das imperfeições que ocorrem nesses cristais. As primeiras são insensíveis de certo modo, à
estrutura cristalina dos metais e se relacionam a uma amostra particular de um material. Em
outras palavras, amostras diferentes de um mesmo metal apresentam essencialmente as mesmas
propriedades não sansíveis à estrutura, somente são identicas nas várias amostras do mesmo
material, quando as condições de fabricação e tratamento forem perfeitamente idênticas.

5.3.3.1 DENSIDADE

É o peso por unidade de volume. Nas ligas, a densidade muda devido a alteraçãoda
massa média dos átomos.

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DENSIDADE PONTO DE
ELEMENTO SIMBOLO
[g/cm3] FUSÃO [ oC]
Alumínio Al 2,699 660
Antimônio Sb 6,62 630
Cromo Cr 7,19 1890
Cobre Cu 8,96 1083
Chumbo Pb 11,34 327
Estanho Sn 7,30 232
Ferro Fe 7,87 1539
Platina Pt 21,45 1773
Níquel Ni 8,9 1455
Tungstênio W 19,3 3410
Zinco Zn 7,13 419
Tabela 5.1 – Densidade e temperatura de fusão de alguns elementos

5.3.3.2 PROPRIEDADES TÉRMICAS

A elevação da temperatura dos materiais aumenta a vibração dos átomos. Como


consequência, ocorre uma expansão térmica no reticulado cristalino, traduzida na prática por um
mudança nas dimensões. Essa alteração dimensional é expressa em termos de coeficiente linear
de dilatação térmica.
Outras propriedades térmicas são a capacidade calorífica e o calor específico (Cp)
determina a quantidade de calor necessário nos processos metalúrgicos, tais como fundição ou
tratamento térmico. Esse fato pode ser expresso pela equação:

dQ = C p ⋅ dt

Por fim, outra propriedade térmica importante é a condutibilidade térmica, indicada por
um coeficiente k, expressa em [cal/s.cm. oC], que define a capacidade condutora de calor de uma
substância.

5.3.3.3 PROPRIEDADES ELÉTRICAS

Dentre elas, a condutividade elétrrica é uma das mais importantes e que inclusive é a
prpriedade que distingue os metais dos não metais. A tabela 5.2 apresenta a condutividade de
alguns metais a 0oC.

CONDUTIVIDADE
METAL
ELETRICA [Ohm.m] -1
Prata 66,0
Cobre 64,5
Alumínio 40,0
Ferro 11,5
Tabela 5.2 – Condutividade elétrica de alguns metais

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5.3.3.4 PROPRIEDADES QUÍMICAS

Relacionam-se com a resistência que os metais oferecem ao ataque do meio ambiente


(corrosão) ou pelo efeito da temperatura (oxidação). As resistências à corrosão e à oxidação são,
portanto, características de grande importância, em vista da influência que o meio circunvizinho
exerce sobre o metal, provocando diversos tipos de ataque. Normalmente a corrosão é medida
pela espessura da superfície que se perde anualmente. Este acontecimento provoca um
enfraquecimento na estrutura, com relação aos possíveis esforços mecânicos.
A necessidade de se utilizar metais em condições de ambiente freqüentemente
desfavoráveis tem levado à utilização de ligas e ao emprego de tratamentos superficiais que
permitem aumentar a resistência à corrosão e à oxidação.

5.3.3.5 PROPRIEDADES MECANICAS

As propriedades mecânicas constituem as características mais importantes dos metais


para sua aplicação nos vários campos de engenharia, visto que o projeto e a execução das
estruturas metálicas são baseadas no seu conhecimento.
As propriedades mecânicas definem o comportamento de um material quando sujeitos a
esforços de natureza mecânica e correspondem às propriedades que, em detrimento do material,
determinam a sua capacidade de transmitir e resistir aos esforços que lhe são aplicados, sem
romper ou sem que se produzam deformações incontroláveis.
Os esforços mecânicos aos quais estão sujeitas as estruturas são os mais variados. Eles
podem ser aplicados lenta e gradualmente e, neste caso, a natureza do esforço é estático, como a
tração, a compressão, a torção, o dobramento, etc. Esses casos podem ocorrer, por exemplo,
quando os metais estão sujeitos à dilatação por efeito da temperatura (caso típico de aquecimento
em barramentos devido a sobrecarga). Ainda o esforço mecânico pode ser aplicado de modo
repentino. Nesse caso sua natureza é dinâmica e a causa pode ser proveniente de um curto-
circuito.
Ao se projetar uma estrutura, no caso de cargas estáticas, depois de conhecidos os
esforços aos quais a mesma está sujeita, adota-se um fator de segurança pelo qual é dividida a
resistência adotada do material escolhido. O valor dessa divisão é chamado tensão mecânica
admissível de trabalho.
As razões pelas quais a tensão de trabalho de um membro de uma estrutura deve
corresponder a um valor inferior à resistência do material são inúmeras. Em primeiro lugar os
materiais tendem a se deteriorar em serviço pela ação do meio ambiente; em segundo lugar
ocorrem freqüentes variações na distribuição dos esforços adotados no projeto, provocados por
sobrecargas (elevação de temperatura) em determinados trechos da estrutura; em terceiro lugar, é
difícil garantir perfeição na fabricação de uma determinada peça, além de poderem ser
introduzidos esforços adicionais provenientes do transporte, montagem e instalação da estrutura.
Os coeficientes de segurança variam grandemente em função do tipo de carga, do tipo
de material e das condições de serviço. Para materiais frágeis, que rompem praticamente sem
nenhuma deformação e que, portanto, não mostram antes da ruptura qualquer falha, os
coeficientes de segurança podem atingir valores de 5 a 8.
Em suma, as partes da estrutura, principalmente quando sujeitas a cargas estáticas,
raramente rompem em serviço, graças ao coeficiente de segurança, a não ser que fiquem
repentinamente sujeitas a uma carga acidental de considerável grandeza (curto-circuito).

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5.4 GRAUS DE PROTEÇÃO

Os invólucros dos equipamentos elétricos, conforme as características do local em que


serão instalados e de sua acessibilidade, devem oferecer um determinado grau de proteção.
Assim, por exemplo, um equipamento a ser instalado num local sujeito a jatos d’água, devem
possuir um invólucro capaz de suportar tais jatos, sob determinados valores de pressão e ângulo
de incidência, sem que haja penetração de água. Os graus de proteção para equipamentos
elétricos estão definidos na NBR 6146 por meio das letras características IP, seguida por dois
algarismos.

1º Algarismo
Algarismo Indicação
0 Sem proteção
1 Corpos estranhos de dimensões acima de 50mm
2 Corpos estranhos de dimensões acima de 12mm
3 Corpos estranhos de dimensões acima de 2,5mm
4 Corpos estranhos de dimensões acima de 1,0mm
5 Proteção contra acúmulo de poeiras prejudiciais ao motor
6 Totalmente protegido contra a poeira
Tabela 5.3 – 1º Algarismo: indica o grau de proteção
contra penetração de corpos sólidos estranhos e contato acidental

2º Algarismo
Algarismo Indicação
0 Sem proteção
1 Pingos de água na vertical
2 Pingos de água até a inclinação de 15 º com a vertical
3 Água de chuva até a inclinação de 60 º com a vertical
4 Respingos de todas as direções
5 Jatos de água de todas as direções
6 Água de vagalhões
7 Imersão temporária
8 Imersão permanente
Tabela 5.4 – 2º Algarismo: indica o grau de proteção
contra penetração de água no interior do painel

As combinações entre os dois algarismos, isto é, entre os dois critérios de proteção,


estão resumidos na tabela 5.5. Nota-se que, de acordo com a norma, a qualificação do motor em
cada grau, no que se refere a cada um dos algarismos, é bem definida através de ensaios
padronizados e não sujeita a interpretações, como acontecia anteriormente.
As definições da NBR 6146 são suficientes para serem aplicadas aos quadros de baixa
tensão. Para os quadros de alta tensão, além da NBR 6146 (conforme visto anteriormente), o
grau de proteção deve estar conforme as seguintes definições da norma NBR 6979:

• Conjunto de manobra e controle blindado: é o conjunto de manobra e controle em


invólucro metálico com o grau de proteção mínimo para as partes externas e internas
de IP2X, no qual os componentes são dispostos em compartimentos separados por
divisões metálicas aterradas. Deve possuir compartimentos separados pelo menos
para:

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a) cada equipamento principal;


b) componentes ligados a um dos lados de um equipamento de manobra principal, por
exemplo o circuito alimentador;

1º Algarismo 2º Algarismo
Classe de
Proteção contra corpos
proteção Proteção contra contato Proteção contra água
estranhos
IP00 Não tem Não tem Não tem
Pingos de água até uma inclinação de
IP02 Não tem Não tem
15º com a vertical
Toque acidental com a Corpos estranhos sólidos de
IP11 Pingos de água na vertical
mão dimensões acima de 50mm
Pingos de água até uma inclinação de
IP12
15º com a vertical
Água da chuva até uma inclinação de
IP13
60º com a vertical
Corpos sólidos estranhos de
IP21 Toque com os dedos Pingos de água na vertical
dimensões de 12mm
Pingos de água até uma inclinação de
IP22
15º com a vertical
Água da chuva até uma inclinação de
IP23
60º com a vertical
Corpos estranhos sólidos de
IP44 Toque com ferramentas Respingos de todas as direções
dimensões acima de 1mm
Proteção completa contra Proteção contra acúmulo de
IP54 Respingos de todas as direções
toque poeiras nocivas
Proteção completa contra Proteção contra acúmulo de
IP55 Jatos de água em todas as direções
toque poeiras nocivas
Proteção completa contra Proteção contra acúmulo de
IP(W)55 Chuva, maresia
toques poeiras nocivas
Tabela 5.5 – Graus de proteção

a) componentes ligados ao outro ladodo equipamento de manobra principal, por


exemplo: conjunto de barras. Se houver mais de um conjunto de barras, cada
conjunto deve estar em compartimento separado;
b) componentes de baixa tensão.
O equipamento de manobra principal deve ainda ser extraível, a fim de se
poder desloca-lo entre as posições: inserida, de ensaio, extraída e removida.
Quando o TP for ligado ao barramento principal através de fusíveis, o
conjunto deverá estar alojado em compartimento separado, devendo ao menos os
fusíveis estarem montados sobre dispositivos extraíveis.
No caso específico de ser necessária a instalação de equipamento não
extraível em uma ou mais unidades de um conjunto blindado, apenas estas unidades
devem atender à especificação de conjunto de manobra e controle simplificado, sem
prejuízo da classificação original do conjunto como blindado.

• Conjunto de manobra e controle com divisões de material isolante: conjunto de


manobra e controle em invólucro metálico, com o grau de proteção mínimo para as
partes externas e internas de IP2X, no qual os componentes são dispostos em

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Sistemas Elétricos de Potência

compartimentos separados, como no conjunto de manobra e controle blindado, mas


com pelo menos uma divisão de material isolante.

• Conjunto de manobra e controle simplificado: conjunto de manobra e controle em


invólucro metálico, com pelo menos uma das seguintes caractereísticas:

a) Que não tenha divisões, exceto para componentes de baixa tensão e entre cubículos
adjacentes, com proteção mínima IP2X;

NOTA: com relação ao barramento principal a área de passagem entre cubículos


adjacentes pode ter grau de proteção inferior a IP2X.

b) Número de compartimentos inferior ao necessário para conjunto de manobra e


controle blindado;

c) Que tenha divisões com grau de proteção inferior a IP2X

Além disso, para conjunto de manobra e controle simplificado só é necessário


especificar o grau de proteção para a parte externa do invólucro, sendo IP2X o mínimo
admissível. Para conjuntos de manobra e controle blindados e conjuntos de manobra e controle
com divisões de material isolante, os graus de proteção devem ser especificados separadamente
para a parte externa do invólucro e para as divisões, não sendo admitido um grau de proteção
inferior a IP2X.
Alguns defeitos, condições excepcionais de serviço, ou má operação do conjunto de
manobra e controle podem ocasionar um arco interno. A ocorrência de um arco interno pode
provocar danos ou ferimentos a um operador nas proximidades do conjunto de manobra e
controle. Dessa forma é necessário que a maior proteção contra danos pessoais seja prevista,
inclusive com a construção de dispositivos de alívio de sobrepressão, sendo no entanto o
principal objetivo evitar-se a ocorrência desse arco, ou limitar sua duração e conseqüências. A
tabela 6 indica os locais mais prováveis de ocorrência de falhas, assim como recomendações
importantes.

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Locais onde falhas


internas ocorrem com Possíveis causas Exemplos de medidas a serem tomadas
mais freqüência
Projeto inadequado Seleção de dimensões adequadas
Evitar que as conexões em cabos se cruzem
Instalação defeituosa No local deve ser feito comissionamento de pessoal
Compartimento de
especializado
cabos
Fazer inspeções regulares e efetuar ensaios dielétricos
Falha em isolamento sólido ou
no local
líquido
Verificar regularmente o nível dos líquidos
Intertravamentos
Seccionadores e
Operação indevida Manobra manual independente
chaves de
Capacidade de estabelecimento em curto-circuito
aterramento
Instruções a pessoal qualificado
Uso de anticorrosivos e/ou graxas
Corrosão
Conexões e contatos Revestimento protetor onde for necessário
Montagem defeituosa Inspeção por meios adequados
Transformadores Evitar essas influências elétricas através de projeto
Ferrorressonância
para instrumentos adequado do circuito
Manutenção regular programada
Disjuntores Manutenção inadequada
Instrução a pessoal qualificado
Limitação de acessos por compartimento
Erro humano Isolamento das partes vivas
Instruções a pessoal qualificado
Envelhecimento do dielétrico Ensaios rotineiros de verificação do dielétrico
Todos os locais Poluição, umidade, penetração Prevenir e verificar que as condições de serviço
de insetos, poeiras, etc. especificadas sejam respeitadas
Proteção contra descargas atmosféricas
Sobretensões Coordenação adequada de isolamento
Ensaios dielétricos no local
Tabela 5.6 – Locais, causas e exemplos de medidas
para diminuir a probabilidade de falhas internas

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5.5 CONDIÇÕES NORMAIS DE SERVIÇO

A NBR 6979, que trata do conjunto de manobra e controle em invólucro metálico para
tensões acima de 1kV, é aplicada para projetos que estejam trabalhando nas seguintes condições:

a) a temperatura do ar ambiente não superior a 40oC, com média diária não superior a
35oC e temperatura mínima não inferior a –5oC.
b) altitude não superior a 1000m

NOTA: Para altitudes superiores a 1000m, os valores de tensão nominal devem ser
multiplicados pelo fator de correção dado na coluna 3 da tabela 5.7. Esta
correção pode ser dispensada, desde que no ensaio dielétrico as tensões de
ensaio sejam pelo fator de correção dado na coluna 2 da tabela 5.7.

Altitudes máximas Fator de correção para as tensões de Fator de correção para as


[m] ensaio referidas ao nível do mar tensões nominais
(1) (2) (3)
1000 1,00 1,00
1500 1,05 0,95
3000 1,25 0,80
NOTAS
1 Valores intermediários podem ser obtidos por interpolação linear
2 Altitude não superior a 1000[m]
Tabela 5.7 – Fatores de correção das tensões para altitudes superiores a 1000m

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Valores máximos
(1),(2) Elevação de temperatura
Natureza do elemento Temperatura final
o para um ambiente não
[ C]
excedendo 40oC [k]
(1) (2) (3)
Contatos
Cobre nu ou liga de cobre nua 75 35
Prateados ou niquelados (4) 105 65
Estanhados (4),(5) 90 50
Conexões parafusadas ou equivalentes (6)
Cobre nu liga de cobre nua ou liga de alumínio nua 90 50
Prateadas ou niqueladas (6) 115 75
Estanhadas 105 65
Invólucros
Partes manipuladas 50 10
Partes acessíveis 70 30
Partes inacessíveis 110 70
Segundo a sua função, a mesma parte pode pertencer a diversas categorias listadas nesta tabela.
Neste caso, os valores máximos permissíveis de temperatura e elevação de temperatura a serem
considerados são os menores entre as categorias correspondentes.
A elevação de temperatura das partes metálicas, condutoras ou não, deve ser limitada ao valor admissível
para a classe de temperatura do material isolante utilizado em contato com as mesmas. Todas as
precauções necessárias devem ser tomadas para que nenhum dano seja causado aos materiais isolantes
circunvizinhos.
Quando partes do contato tem revestimentos diferentes, as temperaturas e as elevações de temperaturas
permissíveis devem ser aquelas da parte que tem o valor permitido nesta tabela.
A qualidade do revestimento dos contatos devem ser tal que uma camada de material de revestimento
permaneça na área de contato após os ensaios de estabelecimento e interrupção (se existirem), corrente
suportável de curta duração e resistência mecânica. Caso contrário os contatos devem ser considerados
nus.
Para contatos de fusíveis, a elevação de temperatura deve ser conforme as normas pertinentes.
Quando as partes de conexão tem diferentes revestimentos, as temperaturas e elevações de temperatura
permissíveis devem ser aquelas da parte que tem maior valor permitido nesta tabela.
Tabela 5.8 – Limites de temperatura admissíveis

a) ar ambiente não poluído por poeira, fumaça, maresia, gases e vapores corrosivos ou
inflamáveis, em concentrações tal que possam alterar as características do
equipamento.
b) para uso exterior, presença de condensação ou chuva, neve, camada de gelo ou
geada de até 5Kg/m2, mudanças bruscas de temperatura, pressão do vento de 700Pa
e os efeitos da radiação solar.

NOTA: Isto não implica que o conjunto de manobra e controle para uso exterior suporte
a corrente nominal sob todas as condições de radiação solar sem exceder a
elevação de temperatura especificada na tabela 8.
Também devem ser tomadas medidas apropriadas para assegurar a operação
correta de componentes tais como relês, que não sejam previstos para estas
condições.

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5.6 CONSIDERAÇÕES DE NORMALIZAÇÃO

Deve-se sempre seguir uma determinada norma (ABNT, ANSI, IEC, etc.) para a
execução de um diagrama elétrico, tanto no que se refere ao projeto, a simbologia, como na
técnica de execução.
Alguns pontos importantes devem ser destacados.
Todos os diagramas devem ser elaborados considerando a instalação sem tensão e sem
corrente (portanto desligada) e os aparelhos em sua representação básica. Quaisquer exceções
devem ser indicadas claramente.
Os bornes dos equipamentos e aparelhos não devem necessariamente fazer parte de
todos os diagramas.
Finalmente, devemos lembrar que da exatidão de um diagrama elétrico, depende
diretamente da execução correta de uma instalação, é necessário que se conheça profundamente
as características dos equipamentos e aparelhos a serem utilizados para poder representa-los,
convenientemente.
As considerações da norma IEEE C 37.20.2 - 1993 inclui painéis de 240V até 69kV
(tanto baixa tensão quanto média tensão) destinadas ao controle e proteção de geração,
conversão e distribuição de energia, e não se aplicam a painéis abertos, painéis de controle
industrial e de comutação de navios.
A ABNT utiliza como base das normas a IEC 298.

5.6.1 DEFINIÇÕES (SEGUNDO IEEE C 37.20.2 – 1993)

Os tipos de painéis metálicos Metal Enclosed são divididos em:

• Painéis tipo Metal Clad


• Painéis tipo Cubicle
• Painéis tipo Interrupter
• Painéis tipo Baixa Tensão

Todos estes painéis devem ter as paredes e o teto metálicos. Não é obrigatório que o
piso seja metálico.

5.6.1.1 PAINÉIS METAL CLAD

• O disjuntor deve ser removível, com contatos auto-alinhantes e auto-encaixantes.


• As partes principais do circuito primário, que são disjuntor, barramentos, TP´s e
TC´s, devem estar completamente envolvidos em compartimentos metálicos
aterrados, que não podem ter aberturas “intencionais” (a norma não explica o que
são “aberturas intencionais”).
• Especificamente o disjuntor deve ter uma chapa metálica que quando ele estiver
conectado, e a porta de acesso aberta, não exponha componentes do circuito
primário.
• Todas as partes vivas devem estar envolvidas em compartimento metálico.

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• Guilhotinas automáticas são obrigatórias nas entradas dos disjuntores.


• Todos os barramentos e conexões do circuito primário devem estar revestidos de
material isolante de “cabo a rabo”.
• Intertravamentos mecânicos devem ser providenciados para assegurar uma
seqüência segura de operação.
• Todos os instrumentos, relês, medidores e sua fiação devem ser isolados do circuito
primário por barreiras metálicas (com exceção de pequenos trechos de fiação de
ligação com os transformadores).
• As portas pelas quais entram os disjuntores podem ser usadas como painel de
instrumentos e relês. Portas internas auxiliares também podem ser citadas para
colocação de instrumentos ou fiação.

5.6.1.2 PAINÉIS CUBICLE

Estes painéis são para 14,4, 34,5 e 69kV. Esses quadros devem conter os seguintes
equipamentos:

• Equipamentos de potência de cada fase do circuito primário separado e envolvido


por um compartimento metálico.
• Disjuntores fixos.
• Seccionadoras operadas em grupo, intertravadas com disjuntores para isola-los.
• Barramento e suas conexões em cobre nú.
• Transformadores para instrumentação
• Cabeamento de controle e dispoitivos acessórios.

5.6.1.3 PAINÉIS INTERRUPTER

Painéis para tensões de 4,16, 7,2, 13,8, 14,4, 23,0 e 34,5kV. Estes painéis os
dispositivos que forem necessário abaixo listados.

• Chaves seccionadoras
• Fusiveis
• Barramento e conexões
• Transformadores para instrumentação
• Cabeamento de controle e dispositivos acessórios

Tanto as seccionadoras quanto fusíveis podem ser fixos ou extraíveis. Quando


extraíveis devem possuir intertravamento mecanico para proteção na operação.

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5.6.1.4 PAINÉIS BAIXA TENSÃO

Painéis individuais ou múltiplos, devem conter:

• Disjuntores de baixa tensão com ou sem fusíveis.


• Barramento e conexões
• Transformadores para instrumentação e controle
• Dispositivos de instrumentação, medição e relês.
• Cabeamento de controle e dispositivos acessórios

Os disjuntores de baixa tensão estão contidos em compartimento metálicos individuais e


são controlados remotamente ou a partir do painel frontal. Podem ser fixos ou removíveis.
Quando extraíveis devem possuir intertravamento mecânico para garantir uma operação correta e
segura.

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6 PRODUÇÃO INDEPENDENTE DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL

6.1 INTRODUÇÃO

Foi introduzido no Brasil, em 07 de julho de 1995, o personagem “Produtor


Independente de Energia Elétrica”, quando a Lei nº 9074, em seu artigo 11, estabeleceu que
“Considera-se Produtor Independente de Energia Elétrica a pessoa jurídica ou empresas reunidas
em consórcio que recebam concessão ou autorização do poder concedente, para produzir energia
elétrica destinada ao comércio de toda ou parte da energia produzida, por sua conta e risco”.
A mesma lei, estabeleceu que o Produtor Independente de Energia Elétrica – PIE estaria
sujeito a regras operacionais e comerciais próprias e dispôs sobre como poderia ser procedida a
venda de energia elétrica pelo mesmo.
Com modificações introduzidas pela Lei nº 9427, de 26/12/96 e Lei 9648, de 27/05/98,
na lei 9074; foram estabelecidas as condições para que o PIE recebesse concessão ou
autorização. Ficou estabelecido então, que é objeto de autorização o aproveitamento de
potenciais hidráulicos, destinados à produção independente, de potência superior a 1 MW e igual
ou inferior a 30 MW. No caso de potência superior a 30 MW, há necessidade de obtenção de
concessão de uso de bem público, em processo de licitação. Quanto às termelétricas destinadas à
produção independente são objeto de concessão, mediante licitação, ou autorização, sem que a
lei explicite quando um ou outro processo.
A lei 9074 tornava legalmente possível a produção independente no Brasil, mas era
insuficiente para que o “negócio produção independente” fosse viável. O Decreto 2003, de
10/9/96, que regulamenta a produção de energia elétrica por Produtor Independente e por
Autoprodutor, definindo, inclusive, que em se tratando de termelétrica será aplicado o
instrumento da autorização, como é descrito no parágrafo abaixo retirado do decreto no 2003, de
10/9/96:

“Artigo 4º - Dependem de autorização:

I – a implantação de usina termelétrica de potência superior a 5MW, destinada a


autoprodutor e a produtor independente;
II – o aproveitamento de potencial hidráulico de potência superior a 1MW e igual ou
inferior a 10MW, por autoprodutor.

Artigo 5º - O aproveitamento de potencial hidráulico igual ou inferior a 1MW e a


implantação de usina termelétrica de potência igual ou inferior a 5MW
independem de concessão ou autorização, devendo, entretanto, ser
comunicada ao órgão regulador e fiscalizador do poder concedente, para fins
de registro.”

Em 16/10/96 surgiu oficialmente o primeiro PIE no Brasil a COPENE – Petroquímica


do Nordeste S/A, até então atuando na condição de autoprodutor. Pela Portaria do Ministro de
Minas e Energia nº 321, de 15/10/96, publicada no dia seguinte, a COPENE, com sede em
Camaçari, na Bahia, foi “autorizada a funcionar como produtor independente de energia elétrica”
por meio de usinas termelétricas, utilizando óleo combustível, com potência total de 245 MW.
Somente oito meses depois viria a primeira autorização para implantação de um
empreendimento novo na condição de produção independente. Pela Portaria do Ministro de

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Minas e Energia nº 180, de 25/06/97, a AES Uruguaiana Empreendimentos Ltda., com sede em
São Paulo, SP, foi autorizada a funcionar como PIE e a estabelecer usina termelétrica movida a
gás natural, denominada UTE Uruguaiana, com 456 MW, no Rio Grande do Sul. Esta
autorização decorreu de processo de licitação para compra de energia elétrica conduzido pela
CEEE, dirigido a PIE, que se constituiu no primeiro processo com tal objetivo e características
realizado no País.
Importante regulamentação relativa à produção independente de energia elétrica no
Brasil ocorreu em 10/11/97 com a Portaria do DNAEE nº 459 a qual fixa as condições para a
utilização dos sistemas de transmissão e de distribuição pertencentes a concessionários e
permissionários de serviço público de energia elétrica, mediante pagamentos pelo uso e pela
respectiva conexão.
Em 26/05/97 foi outorgada a primeira concessão para uso de bem público, voltado a
aproveitamento hidráulico destinado à produção independente. O decreto de 26/05/97 outorgou
concessão a consórcio denominado Porto Estrela, para a UHE Porto Estrela, a ser construída em
Minas Gerais, com 112 MW. Consórcio constituído por CEMIG, CVRD, Nova Era Silicon S/A e
COTOMINAS.
Se menos significativos são os valores de potência instalada, autorizada, ou concedida,
relativos à produção independente no Brasil, da ordem de 3.600 MW, muito significativos são os
números relativos a futuras concessões e autorizações previstas para tal modalidade.
A sinopse publicada pelo DNAEE, em novembro de 1997, mais especificamente no
Programa de Licitação de Concessões – Plano de Expansão 1995/2004 (atualizado para 1997 –
2006),informava que:

• seriam 20 as Usinas Hidrelétricas a serem objeto de licitação em 98, todas


destinadas à produção independente e, ou autoproduções, totalizando 1917 MW
(potência média 95 MW); seriam 25 Usinas Hidrelétricas objeto de licitações em
1999, todas destinadas à produção independente e, ou autoprodução , totalizando
17.281 MW (potência média 691 MW), ou totalizando 6281 se excluída a UHE
Belo Monte com 11.000 MW (potência média das 24 usinas, sem Belo Monte, de
261 MW);

A opção pela Produção Independente é confirmada pela Lei 9684, de 27/05/98,


regulamentada pelo Decreto 2655, de 02/07/98, especialmente ao estabelecer que “em caso de
privatização de empresa detentora de concessão ou autorização de geração de energia elétrica, é
igualmente facultado ao poder concedente alterar o regime de exploração, no todo ou em parte,
para produção independente”.

Como resumo de todas as portarias e despachos realizados até 07/05/99, podemos resumir
as condições mínimas para a regulamentação junto a ANEEL pela seguinte tabela:

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Processo de regularização junto ao poder concedente – ANEEL


Usina Registro Autorização Licitação
Térmica Até 5 MVA Acima de 5 MVA Acima de 5 MVA*
Hidráulica Até 1 MVA De 1 até 30 MVA Acima de 30 MVA
* Para serviço público

Observações:

• Registro: significa dispensa de concessão, autorização ou permissão, necessitando


apenas comunicação ao Poder Concedente - ANEEL;
• Concessão para Geração: 35 Anos;
• Concessão para Distribuição e Transmissão: 30 Anos;
• Renovação de Concessão (Geração/Transmissão e Distribuição): 20 Anos;
• A autorização para exploração de um aproveitamento fica condicionada à
apresentação do Projeto Básico, acompanhado, no mínimo, do protocolo do órgão
gestor do Meio Ambiente, que comprove o início do processo dos licenciamentos
pertinentes.

6.2 LIGAÇÃO EM AUTOPRODUTORES EM PARALELO COM O SISTEMA DE


DISTRIBUIÇÃO

Abaixo tem-se os requisitos mínimos necessários para a interligação de consumidores


Autoprodutores de Energia Elétrica e de Produtores Independentes de Energia Elétrica (PIE) em
paralelo com a rede de distribuição das concessionárias, sob os aspectos de:

• Paralelismo;
• Proteção contra faltas;
• Projeto elétrico.

6.2.1 PARALELISMO

O comportamento das cargas nas redes elétricas é bastante dinâmico e, portanto, é


necessário que o sistema de geração atenda tais variações ao longo do tempo. Levando isto em
consideração, torna-se conveniente a colocação de duas ou mais unidades em paralelo pois:

• Com apenas um grupo em operação, muitas vezes o gerador funcionará fora das
suas características ótimas e, assim, o rendimento do conjunto será baixo;
• A utilização de apenas um gerador, o qual forneça toda a potência de uma central, é
de difícil fabricação (impossível, em grande parte dos casos);
• Nos casos citados acima, a ocorrência de um problema qualquer leva à perda total
da geração;

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• Considerando os mesmos motivos, é impossível a parada do gurpo para executar


atividades de manutenção;

Tendo em vista estes fatores, pode-se afirmar que a operação em paralelo de geradores
apresenta as seguintes características como vantagens:

• Aumento da confiabilidade, pois, na ocorrência de algum problema com um


gerador, as cargas serão alimentadas pelas unidades restantes (em algumas
instalações que empregam a auto-produção poderá ser necessário rejeitar as cargas
menos prioritárias);
• Existe uma maior facilidade de estabelecer um cronograma adequado de
manutenção das máquinas, pois podem existir unidades como reserva;
• Dividindo-se a carga total em várias máquinas, os seus tamanhos e custos são
menores;
• Otimização do funcionamento das máquinas em função do comportamento da carga
e da fonte de energia primária, ou seja, é possível sempre estabelecer um rendimento
ótimo para condições específicas.

6.2.1.1 CONDIÇÕES PARA O PARALELISMO

Para que os geradores síncronos sejam ligados em paralelo a uma rede comum, eles
devem possuir exatamente a mesma freqüência, ou seja, devem girar em sincronismo. Se houver
alguma oscilação da velocidade em função do sistema, pode-se gerar, na malha dos geradores em
paralelo, uma corrente de circulação que pode causar um sobreaquecimento nos enrolamentos
dos geradores além que gerar conjugados sincronizantes para compensá-la, produzindo então
esforços excessivos no eixo, podendo danificá-los.
Para evitar esta “corrente de circulação” faz-se necessário que a tensão a ser gerada seja
rigorosamente igual ao sistema ao que será acoplada em paralelo. Para isto, é necessário que as
tensões geradas pela máquina, em relação ao sistema:

• Tenham a mesma forma de onda;


• Tenham a mesma freqüência;
• Tenham o mesmo valor eficaz;
• Tenham a mesma seqüência de fase (para geradores trifásicos);
• Tenham defasagem nula entre as respectivas ondas de tensão.

6.2.1.2 MÉTODOS PARA O SINCRONISMO

Para a colocação de um gerador em paralelo com uma rede deve-se avaliar várias
grandezas como tensões e freqüências através de voltímetros e frequencímetros, onde é muito
utilizado o aparelho de dupla escala (comparadores). Uma das escalas informará a grandeza do
sistema e a outra, a do gerador que será ligada em paralelo.
Os ajustes das tensões são feitos pela atuação na excitação, enquanto que o ajuste da
freqüência será feito na máquina primária.

167 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

Além dos dados de tensão e freqüência, deve-se verificar o defasamento nulo entre as
tensões (o sincronismo) que pode ser feito através de um instrumento chamado de
“sincronoscópio”.
Quando as freqüências de ambos os sinais são iguais, o ponteiro alinha-se em uma
posição pré-determinada, conhecido no jargão técnico como “mosca”; quando tem-se esta
situação, é o momento exato de fechar o paralelismo.
Hoje em dia pode-se utilizar sincronoscópios digitais (relés de sincronismo), de forma
bastante simplificada, possuindo um sistema de produção de pulsos cuja largura é proporcional à
freqüência e sua amplitude, à tensão. O número de pulsos são contados em intervalos definidos e
um sistema comparador define o momento exato do paralelismo. O sincronismo pode ser
automático ou manual. Caso se opte pelo método manual, o relé só permitirá o fechamento do
disjuntor de paralelismo quando o gerador e a rede estiverem sincronizados.
Existem outros métodos, dentre eles o mais conhecido é chamado de “fogo girante”.
Nele estão presentes três lâmpadas ligadas duas à fases trocadas e, a terceira, à fase de mesmo
nome. Quando as tensões correspondentes do gerador e do sistema estiverem exatamente em
fase, as lâmpadas das fases trocadas acenderão (defasamento de 120º entre elas), enquanto a
terceira lâmpada estará apagada. Neste instante deve-se fechar o paralelismo.

6.2.2 PROTEÇÃO CONTRA FALTAS

Para compreender um pouco sobre proteção contra faltas, faz-se necessário


conhecermos a nomenclatura ANSI dos relés utilizados para a proteção de geradores,
transformadores e linhas de transmissão.

6.2.2.1 NOMENCLATURA PARA RELÉS (NBR 5175 – MAIO 1988)

No Nome da Função Descrição Geral Exem plo


Dispositivo iniciador que serve, seja diretamente ou
por intermédio de outros dispositivos, tais como relés
de proteção e relés de tempo, para colocar ou retirar
Elemento principal (master um equipamento de operação.
Chave de controle para
01 NOTA A : este número é normalmente usado para um
element) dispositivo operado manualmente, embora
disjuntore,s seccionadores, etc.
possa também ser usado para um dispositivo
elétrico ou mecânico para o qual nenhum
outro número de função é adequado.
Dispositivo que realiza um temporização antes ou
Relé de tempo de partida depois de qualquer ponto de operação em uma
02 ou fechamento (time-delay sequência de manobra ou em um sistema de relés de
starting, or closing-relay) proteção, exceto quando especificamente previsto
pelas funções 48, 62, 79.
Relé que opera em resposta a posição de um certo
número de outros dispositivos (ou a um certo
Relé de verificação de número de condições predeterminadas) em um
Relé de verificação da posição
03 intertravamento (cheking equipamento, para permitir o prosseguimento ou a
dos seccionadores.
or interlocking relay) interrupção de uma sequência de operações ou para
efetuar uma verificação da posição destes
dispositivos ou destas condições.
Dispositivo que serve para fechar e abrir os circuitos
Contator usado para controlar
de controle necessários para colocar um
Contactor mestre (master o número de elementos de
04 equipamento em funcionamento sob as condições
contactor) desejadas e retirá-lo de operação sobre outras
uma bateria a serem ligados ao
circuito consumidor.
condições.

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Sistemas Elétricos de Potência

Dispositivo de controle usado principalmente par


desligar um equipamento e mantê-lo fora de
Dispositivo de parada funcionamento. Este dispositivo pode ser acionado
05
(stopping device) manual ou eletricamente, mas exclui a função de
travamento elétrico em condições anormais (ver
função 86).
Dispositivo de partida Dispositivo cuja principal função é ligar uma máquina
06
(starting circuit breaker) à sua fonte de tensão de partida.
Dispositivo usado nos circuitos de anodo de um
Dispositivo de anodo retificador de potência, com a finalidade principal de
07
(anode circuit breaker) interromper o circuito do retificador se ocorrer um
arco de retorno.
Dispositivo desligador, tal como chave de faca,
disjuntor, seccionador, chave fusível, usado com a
Dispositivo desligador de finalidade de ligar e desligar barras e equipamentos
Disjuntor em caixa moldada
circuito de controle de controle à fonte.
08 usado para proteção dos
(control power NOTA A: uma fonte auxiliar que alimenta
circuitos de comando CC.
equipamentos, como pequenos motores ou
disconnecting device)
aquecedores, é considerada também como
“fonte de alimentação de controle”.
Dispositivo usado com a finalidade de inverter o
Dispositivo de inversão
09 campo de uma máquina ou de realizar quaisquer
(reversing device) outras funções de inversão.
Chave de sequência das Chave usada em equipamentos constituídos de
diversas unidades, para alterar a sequência na qual
10 unidades (unit sequence as mesmas são colocadas ou retiradas de
switch) funcionamento.
Reservada para futura
11
aplicação
Dispositivo de
Chave de velocidade, de acoplamento direto, que
12 acoplamento direto (over- atua sobre a velocidade da máquina
speed device)
Dispositivo de velocidade Chave de velocidade
Dispositivo que atua aproximadamente à velocidade centrífuga, relé de frequência
13 síncrona (synchronous- síncrona de uma máquina de escorregamento, relé de
speed device); tensão e relé de sobrecorrente.
Dispositivo de
Dispositivo que funciona quando a velocidade de
14 subvelocidade (under- uma máquina cai abaixo de um valor predeterminado
speed device)
Dispositivo equalizador de
velocidade ou de Dispositivo que funciona para equalizar e manter a
velocidade ou a frequência de uma máquina ou de
15 frequência (speed ou um sistema, igual ou aproximadamente igual à de
frequency matching uma outra máquina, fonte ou sistema.
device)
Dispositivo de carga para Dispositivo de carga para bateria com controle
16
bateria. automático de tensão.
Chave que serve para abrir ou fechar um circuito de
contorno em paralelo com qualquer parte do
equipamento (exceto resistor), tal como campo da
Chave de contorno ou de máquina, armadura de máquina, capacitor ou reator.
NOTAA : isto exclui dispositivos que realizam
17 descarga (shunting, or operações de derivação que possam ser
discharge, switch) necessárias no processo de partida de uma
máquina pelos dispositivo 06 ou 42, ou seus
equivalentes, e também exclui a função 73,
que serve para a manobra de resistores.

Dispositivo de aceleração
Dispositivo usado para fechar ou causar o
ou desaceleração
18 fechamento de circuitos utilizados para aumentar ou
(accelerating ou reduzir a velocidade de uma máquina.
decelerating device)

169 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

Dispositivo de transição
Dispositivo que opera para iniciar ou causar a
partida-funcionamento
19 transferência automática da ligação de uma máquina
(starting-to-running da fonte de partida para a de funcionamento.
transition contactor)
Válvula operada
Válvula operada, controlada e monitorada
20 eletricamente (electrically eletricamente, usada em um duto para fluído.
operated valve)
Relé que atua quando a admitância, a impedância ou
Relé de distância (distance
21 a reatância do circuito aumenta ou diminui em
relay) relação a valores predeterminados.
Disjuntor que serve para controlar ou para abrir ou
fechar as ligações equalizadoras ou de equilíbrio de
Disjuntor equalizador
22 corrente para o campo de uma máquina ou
(equalizer circuit breaker) equipamento de regulação, em uma instalação de
unidades múltiplas.
Dispositivo de controle de Dispositivo que atua para elevar ou abaixar a
temperatura de uma máquina ou outro equipamento,
23 temperatura (temperature quando sua temperatura for maior ou menor do que
Termostato
control device) um valor predeterminado.
Reservado para futura
24
aplicação
Dispositivo de
sincronização ou de Dispositivo que opera quando dois circuitos de CA
Relé de verificação de
verificação de sicronismo estão dentro dos limites desejados de frequência,
25 sincronismo para religamento
(synchronizing, or ângulo de fase e tensão, para permitir ou efetuar a
automático de disjuntor.
sincronização destes dois circuitos.
synchronism-check,
device)
Dispositivo térmico do Dispositivo que atua quando a temperatura de um Indicador de temperatura do
26 equipamento (apparatus equipamento ou parte dele, ou de um meio de óleo de um transformador,
thermal device) transferência de calor, sai de limites predeterminados com contatos.

Relé de subtensão (under Relé que atua quando a sua tensão de entrada é
27
voltage relay) menor do que um valor predeterminado.

Dispositivo que detecta a presença de chama piloto


28 Detector de chama ou da principal em equipamentos
Caldeiras, turbinas a gás.
Dispositivo usado expressamente para isolar um
Seccionador (isolator
29 circutio de outro em caso de operação de Chave faca.
contactor) emergência, manutenção ou ensaio.

Dispositivo de rearme não automático que dá um


certo número de indicações visuais separadas
Relé anunciador
30 quando da atuação de dispositivos de proteção,
(annunciator relay) podendo ainda ser utilizado para desempenhar a
função de travamento.

Dispositivo que liga um circuito, tal como o


Dispositivo de excitação enrolamento de campo de um conversor síncrono, a
31 em separado (separate uma fonte de excitação separada durante a
excitation device) sequência de partida; ou que energiza os circuitos de
excitação e de disparo de um retificador de potência.

Relé direcional de potênica Relé que atua quando um fluxo de potência circula Atuação do dispositivo quando
32
(directional power device) no sentido contrário ao predeterminado. da motorização de um gerador.
Chave de posição (position Chave que atua quando o dispositivo controlado
33 Chave fim de curso.
switch) atinge uma dada posição.
Dispositivo mestre de Chave motorizada de contatos
Dispositivo que estabelece ou determina a sequência
múltiplos.
34 sequência (motor-operated de operação dos dispositivos principais em operações
Controladores lógicos
sequence switch) seqüenciais de manobra.
programáveis.

170 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

Dispositivo para
posicionamento das
escovas ou para curto- Dispositivo para levantar, abaixar ou deslocar as
escovas de uma máquina, para curto-circuitar seus
35 circuitar os anéis coletores anéis coletores, ou para engatar ou desengatar os
(brush-operating, or slip- contatos de um retificador mecânico.
ring short-circuiting
device)
Dispositivo de verificação Dispositivo que aciona ou permite o acionamento de
da polaridade ou da tensão um outro, somente com uma polaridade
36
de polarização (polarity predeterminada, ou verifica a presença de uma
tensão de polarização em um equipamento
device)
Relé de subcorrente ou
Relé que opera quando a corrente ou a potência
37 subpotência (undercorrent forem inferiores a um valor predeterminado.
or under power relay)
Dispositivo de proteção de Dispositivo que atua quando a temperatura do
mancal excede um valor predeterminado ou por
38 mancal (bearing-protective outras condições mecânicas anormais a ele
device) associadas.
Dispositivo que atua por ocorrência de uma condição
Monitor de condição Vibração, excentricidade e
39 mecânica anormal (exceto aquela associada com
mecânica mancais, coberta pela função 38).
falha de vedação.
Relé que atua por perda de corrente de excitação de
40 Relé de campo (field relay) campo de uma máquina.
Disjuntor de campo (field Dispositivo que opera para aplicar ou remover a
41
circuit breaker) excitação do campo de uma máquina.
Disjuntor (contator) Dispositivo cuja principal função é ligar uma máquina
Chaves à óleo para bancos de
42 funcionamento (running à sua fonte de tensão de funcionamento, após ter
capacitores.
circuit breaker) sido conduzida a velocidade desejada.
Dispositivo ou seletor de Chave seletora para
Dispositivo operado manualmente que transfere os amperímetro, voltímetro, de
transferência manual
43 circuitos a fim de modificar o modo de operação do sincronismo de religamento.
(manual transfer or equipamento de manobra ou de outros dispositivos. Chave de transferência de
selector device) proteção.
Relé de partida seqüencial Relé que atua para dar partida à unidade seguinte
44 de unidade (unit sequence em um equipaemtno de unidades múltiplas, por falha
starting relay) ou disponibilidade da unidade precedente.
Dispositivo que atua na ocorrênica de condição
Monitor de condição
45 ambiental anormal, tal como gases nocivos, misturas Detetor de fumaça.
atmosférica explosivas, fumaça ou fogo.
Relé de corrente de Relé que atua quando as correntes polifásicas
estiverem em sequência inversa de fase ou quando
sequência negativa Relé de sobrecorrente de
46 estiverem desequilibradas, ou contiverem
(reversephase, ou phase- componentes de sequência negativa acima de um
sequência negativa.
balance, current relay) dado valor.
Relé de sequência de fase
Relé que atua para um valor predeterminado de
47 de tensão (phase- tensão polifásica na sequência de fase estabelecida.
sequence voltage relay)
Relé que geralmente retorna o equipamento para a
Relé de sequência posição normal ou desliga e o bloqueia se a
48 incompleta (incomplete sequência normal de partida, operação ou parada
sequence relay) não for completada adequadamente dentro de um
tempo predeterminado.
Relé térmico de
Relé que atua quando a temperatura de um Controlador de temperatura de
49 equipamento (machine, or equipamento excede um valor predeterminado. um retificador de potência
transformer, thermal relay)
Relé de sobrecorrente
instantâneo (instantaneous Relé que atua instantaneamente por valor de
50
over current, or rate-of- corrente superior a um limite predeterminado.
rise relay)

171 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

Relé que atua com retardo intencional de tempo,


Relé de subcorrente-tempo quando sua corrente de entrada excede a um valor
51 CA (a-c time over current predeterminado, e no qual a corrente de entrada e o
relay) tempo de operação são relacionados de modo
definido ou inverso.
Dispositivo de manobra e proteção capaz de
estabelecer, conduzir e interromper correntes
Disjuntor de corrente alternadas em condições normais do circuito, assim
52 alternada (a-c circuit como estabelecer, conduzir por tempo especificado e
breaker) interromper correntes alternadas em condições
anormais especificadas do circuito, tais como as de
curto-circuito.
Relé de excitação de Relé que liga a excitação de campo de uma máquina
CC, para que sua tensão se desenvolva durante a
53 gerador CC (exciter or d-c partida, e atue quando a tensão da máquina atingir
generator relay) um valor predeterminado.
Disjuntor de corrente
contínua, alta velocidade
54
(high-speed d-c circuit
breaker)
Relé de fator de potência Relé que atua quando o fator de potência sai de
55
(power factor relay) limites predeterminados.
Relé de aplicação de Relé que automaticamente controla a aplicação da
56 campo (field application excitação ao campo de um motor de CA em algum
relay) valor predeterminado de escorregamento.
Dispositivo de aterramento
Dispositivo que opera de modo a curto-circuitar ou
ou curto-circuito (short-
57 aterrar um circuito ou equipamento sob ação de um Chave de aterramento
circuiting or grounding comando manual ou automático.
device)
Relé de falha de retificação Dispositivo que atua se um ou mais anodos de um
retificador de potência falharem no disparo, ou na
58 (power rectifier misfire detecção de um arco de retorno, ou por falha de um
relay) diodo em conduzir ou bloquear corretamente.
Relé de sobretensão Relé que atua quando sua tensão de entrada for
59
(overvoltage relay) maior do que um valor predeterminado.
Relé de equilíbrio de
Relé detector de falha de
tensão ou de corrente Relé que atua por uma dada diferença na tensão ou
60 capacitor, em banco de
(voltage or current balance na corrente, de dois circuitos.
capacitores.
relay)
Relé de balanço de
61 corrente (current balance
relay)
Relé de tempo de parada Relé de tempo que opera em conjunto com o
Relé de tempo, usado no
ou de abertura (time-delay dispositivo que inicia a operação de desligamento,
62 circuito de proteção por falha
stopping, or opening, parada ou abertura em uma sequência automática
do disjuntor.
ou em um sistema de relés de proteção.
relay)
Relé de pressão de nível
ou de fluxo, de líquido ou
Relé que atua por um valor predeterminado de
63 gás (liquid or gaz, pressão, ou por uma dada taxa de sua variação.
pressure, level, or flow
relay)
Relé detector de terra no
Relé detector de terra Relé que atua por falha do isolamento para terra de
64 campo do gerador ou na
(ground protective relay) máquina ou outro equipamento.
bateria.
Conjunto de equipamentos hidráulicos, elétricos ou
Reguralor de fluxo ou mecânicos de controle usados para regular o fuxo ou
65
vazão (governor) vazão de água, vapor ou outro fluído para o motor
primário.

172 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

(1) Dispositivo que atua para permitir somente um


número especificado de operações de um certo
dispositivo ou equipamento, ou um número
Dispositivo de atuação especificado de operações sucessivas com
intervalo predeterminado.
66 intermitente (notching, or (2) Dispositivo que atua para energizar um circuito
jogging, device) periodicamente ou por tempo especificado, ou
que é usado para permitir aceleração ou avanço
intermitente de uma máquina a baixas
velocidades para posicionamento mecânico.
Relé direcional de
Relé que atua por um valor predeterminado de
sobrecorrente CA (a-c
67 sobrecorrente CA fluindo em um sentido
directional overcurrent predeterminado.
relay)
Relé que inicia um sinal piloto para bloqueio de
abertura por faltas externas em uma linha de
Relé de bloqueio de transmissão ou em outro equipamento sob condições
68
abertura (blocking relay) predeterminadas, ou coopera com outros dispositivos
para bloquear abertura ou religamento por perda de
sincronismo ou por oscilações de potência.
Dispositivo de controle Chave de duas posições, que numa posição permite
o fechamento de um disjuntor, ou a colocação de um Chave seletora de bloqueio e
69 permissível (permissive equipamento em operação, e na outra bloqueia a fechamento do disjuntor.
control device) operação do disjuntor ou do equipamento.
Reostato eletricamente
Resistor variável ou conjunto unitário de resistores
70 operado (electrically variáveis.
operated rheostat)
Dispositivo que atua por valores ou por taxas de Indicador com contatos de
71 Relé de nível variação de nível predeterminados. nível do óleo de transformador.
Dispositivo de manobra e proteção capaz de
estabelecer, conduzir e interromper correntes
Disjuntor de corrente contínuas em condições normais do circuito, assim
72 contínua (d-c circuit como estabelecer, conduzir por tempo especificado e
breaker) interromper correntes contínuas em condições
anormais especificadas do circuito, tais como as de
curto-circuito.
Contator usado para derivar ou inserir um estágio de
Contactor de resistência de resistência de limitação de deslocamento ou de
indicação de carga em um circuito de potência, para
73 carga (load-resistor ligar e desligar um aquecedor de ambiente, lâmpada
contactor) ou um resistor de carga regenerativa de um
retificador de potência ou de outra máquina.
Relé diferente de um anunciador, como o da função
Relé de alarme (alarm
74 30, usado para acionar ou operar em conjunto com
relay) um alarme visual ou sonoro.
Mecanismo de mudança de Mecanismo usado para deslocar um dispositivo
Mecanismo de extração de
75 posição (position changing principal de uma posição para outra em um
disjuntor.
mechanism) equipamento.
Relé de sobrecorrente CC Relé que atua quando a corrente em um circuito de
76
(d-c overcurrent relay) CC excede um valor predeterminado.
Dispositivo para gerar e transmitir pulsos através de
Transmissor de pulsos
77 um circuito de telemedição, ou a fio piloto, para um
(pulse transmitter) dispositivo remotor de indicação ou de recepção.
Relé de medição de ângulo
de fase, ou de proteção
Relé que atua para um ângulo de fase
contra falta de sincronismo
78 predeterminado entre duas tensões ou entre duas
(phase angle measuring, correntes, ou entre tensão e corrente.
or out-of-step protective
relay)
Relé de religamento CA Relé que controla o religamento e o bloqueio
79
(a-c reclosing relay) automático de um disjuntor de CA.

173 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

Dispositivo de proteção de
Chave que atua a um valor ou uma taxa de variação
80 Relé de fluxo de fluxo predeterminados
fluxo de óleo utilizado em
comutador sob carga
Relé de freqüência Dispositivo que opera quando a frequência (ou sua
81
(frequency relay) taxa de variação) está fora de limites determinados.
Dispositivo que controla o fechamento e religamento
Relé de religamento CC
82 automático de um disjuntor de CC, geralmente em
(d-c reclosing relay) resposta às condições de carga do circuito.
Relé de controle seletivo
ou de transferência Dispositivo que opera para selecionar
automaticamente uma dentre várias fontes ou Relé de transferência para
83 automática (automatic condições em um equipamento e permite realizar fontes de serviços auxiliares.
selective control, or tranfer uma operação de transferência.
relay)
Mecanismo ou servomecanismo elétrico completo,
Mecanismo de inclusive o motor de acionamento, solenóides,
chaves de posição, etc., para um comutador de
84 acionamento (operating derivação, regulador de tensão por indução ou
mechanism) qualquer componente similar de equipamento, que
não tenha número de função.
Relé receptor de onda
Dispositivo cuja atuação é liberada ou bloqueada por
portadora ou fio-piloto
85 um sinal transmitido por uma onda portadora ou fio
(carrier, or pilot-wire, piloto de CC.
receiver relay)
Relé de bloqueio de Dispositivo operado eletricamente, usado para
86 operação (locking-out desligar e manter inoperante dispositivos e
relay) equipametos.
Relé de proteção
Dispositivo de proteção que atua por diferença
87 diferencial (differential percentual entre duas ou mais grandezas elétricas.
protective relay)
Motor auxiliar ou motor Dispositivo usado para acionar equipamentos
auxiliares, tais como bombas, ventiladores,
88 gerador (auxiliary motor, excitatrizes, amplificadores magnéticos, rotativos,
ou motor generator) etc.
Seccionadora com Dispositivos usado como seccionador, interruptor de
Seccionadora com trava
89 acionamento elétrico (line carga, ou chave de isolação em um circuito de
magnética
switch) potência de CA ou CC.
Dispositivo que opera para regular uma ou mais
grandezas, tais como tensão, corrente, potência,
Dispositivo de regulação
90 velocidade, frequência, temperatura e carga em Regulador de tesão
(regulating device) máquinas, linhas de interligação ou outros
equipamentos.
Dispositivo que atua quando a tensão através de um
Relé direcional de tensão
91 disjuntor ou contator abertos excede um valor
(voltage directional relay) predeterminado em um dado sentido.
Dispositivo que permite ou causa a ligação de dois
Relé direcional de tensão e circutios, quando a diferença de tensão entre eles
excede um valor predeterminado em um dado
92 potência (voltage and sentido, e causa desligamento destes dois circuitos
power directional relay) quando o fluxo de potência entre eles excede um
valor predeterminado no sentido oposto.
Contactor de variação de Dispositivo que opera para aumentar ou reduzir, de
93 campo (field changing um passo, o valor da excitação do campo de uma
contactor) máquina.
Relé que atua para abrir um disjuntor, contator, ou
Relé de desligamento, ou equipamento, ou para permitir abertura imediata por
94 de disparo livre (tripping, outros dispositivos, ou para impedir o religamento
or trip-free, relay) imediato de uma chave caso ela deva abrir
automaticamente.
Usados para aplicações
95...99 específicas, não cobertos
pelos números anteriores

174 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

Com a nomenclatura acima descrita, pode-se utilizar a norma NT-202 da CPFL como
exemplo de relés exigidos na ligação de autoprodutores em paralelo com o sistema de
distribuição.

No diagrama acima, verifica-se a localização de cada relé e sua função, conforme


descrito na tabela abaixo:

175 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

N o AN SI Função Descrição / Aplicação


Bloquear o fechamento do disjuntor, enquanto houver
27 A Subtensão Instantâneo tensão na rede ou linha de interligação.
Sobrecorrente monofásico instantâneo Disparar o disjuntor, quando da ocorrência de faltas
50 / 51 (A)
/ temporizado localizadas na rede/linha de interligação
Sobrecorrente monofásico instantâneo Disparar o disjuntor, quando da ocorrência de faltas
50/51 N (A)
/ temporizado de Fase e de Neutro localizadas na rede/linha de interligação
Abrir e bloquear o fechamento do disjuntor, quando da
27 B Subtensão Instantâneo falta de tensão
81 B Subfrequência Abertura do disjuntor B.
Verificar se no ponto de interligação da instalação do
consumidor, os parâmetros de freqüência e ângulo de
25 Sincronismo fase de tensão estão dentro dos limites desejados para
permitir o paralelismo
Abertura do disjuntor, quando fluir potência do
32 B Direcional de Potência consumidor autoprodutor para a rede da concessionária.
Sobrecorrente monofásico,
50 / 51 (B)
Instantâneo
Sobrecorrente monofásico,
Abertura do disjuntor, quando da ocorrência de faltas
50/51 N (B) Instantâneo e temporizado de Fase e localizadas na rede / linha de interligação
de Neutro
Abertura do disjuntor B, para faltas localizadas na rede
67 B Sobrecorrente Direcional Instantâneo da concessionária com contribuição do consumidor.
21 A Relé de distância
Relé de interrupção ou abertura
62
temporizada
Complementa a proteção para faltas à terra no
51 GS Relé Estático de Terra alimentador que faz o paralelismo .

Os relés exigidos pelas concessionárias (no exemplo, a CPFL) dependem de cada tipo
de autoprodutor. Por exemplo, cita-se os relés exigidos para o autoprodutor com venda de
excedente e produtor independente de energia:

• Relé de subtensão (função 27);


• Relé de sobretensão de neutro (função 59 N);
• Relé direcional de sobrecorrente (função 67) que deverá atuar para defeitos na rede
da CPFL;
• Relé de sobrecorrente de fase e neutro, instantâneos e temporizados (função 50/51 e
50/51 N) que deverão atuar para defeitos internos ao autoprodutor;
• Relé de sobretensão (função 59);
• Relé de subfrequência (função 81), que poderá ser o mesmo dos geradores;
• Relé direcional de potência (função 32).

Cada concessionária tem sua norma característica, com suas exigências e atribuições, na
qual são citadas as condições e os equipamentos mínimos exigidos que visam a qualidade de
suprimento de energia elétrica, a proteção e a operação do sistema da concessionária. É
importante ressaltar aqui que, para o sistema elétrico de um autoprodutor, faz-se necessária toda
a proteção de sua instalação (gerador(es), linha, etc.), de forma a garantir a segurança da
operação em paralelo com a concessionária. (maiores detalhes, consultar a norma da respectiva
concessionária).

176 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

6.2.3 PROJETO ELÉTRICO

A autorização para exploração de um recurso, seja ele natural ou aproveitamento (como


casca de arroz ou bagaço de cana-de-açúcar) para a autoprodução fica condicionada à
apresentação de um projeto para a concessionária a qual pretende-se ter um processo de geração
em paralelo (para hidrelétricas, acompanhado, no mínimo, do protocolo do órgão gestor do Meio
Ambiente, que comprove o início do processo dos licenciamentos pertinentes).
Estas documentações dependem de cada concessionária, sendo que citamos o exemplo
da CPFL:

“Documentos Necessários para a Análise da CPFL

Documentos para a análise prévia

Para a análise prévia deverão ser enviados à CPFL 3 cópias dos seguintes dados:
• Tipo de paralelismo, se com venda de excedente, sem venda de excedente ou
momentâneo.
• Diagrama unifilar simplificado do sistema que irá operar em paralelo, contendo:
- Potência dos geradores e respectivas impedâncias (x”d, x’d, xd, x2 e x0);
- Potência e impedância série dos transformadores, exceto os transformadores que
atenderão as cargas;
- Tipo de ligação dos transformadores e dos geradores;
- Sistema de aterramento dos transformadores e dos geradores, com os valores das
impedâncias de aterrametno;

• Limites de tensão que o autoprodutor poderá operar;


• Potência excedente a ser fornecida pelo autoprodutor, na ponta e fora da ponta, no
caso de autorprodutores com venda de excedentes ou PIE;
• Demanda suplementar de reserva;
• Curva diária de consumo e geração de energia elétrica;
• Período do paralelismo, se for autoprodutor com sazonalidade;
• Demanda requerida na entresafra ou assegurada.

Documentos para análise definitiva

Além dos documentos exigidos pela NT-113, uma cópia dos seguintes documentos
deverá ser enviada à CPFL, após a análise prévia:
• Diagrama unifilar detalhado, incluindo os equipamentos de proteção;
• Diagrama trifilar completo;
• Diagrama funcional de comando e diagrama de fiação dos equipamentos envolvidos
com o paralelismo;
• Memorial de cálculo para dimensionamento dos TCs e TPs;
• Catálogos e instruções de instalação e manutenção dos relés exigidos pela CPFL.”

Para maiores detalhes, consultar a norma específica da concessionária atuante.

177 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

7 DIMENSIONAMENTO DE FIOS E CABOS DE BAIXA TENSÃO

7.1 OS SEIS CRITÉRIOS TÉCNICOS DE DIMENSIONAMENTO DE


CONDUTORES ELÉTRICOS

Chamamos de dimensionamento técnico de um circuito à aplicação dos diversos itens


da NBR 5410 relativos à escolha da seção de um condutor e do seu respectivo dispositivo de
proteção.
Os seis critérios da norma são:
• seção mínima; conforme 6.2.6;
• capacidade de condução de corrente; conforme 6.2.5;
• queda de tensão; conforme 6.2.7;
• sobrecarga; conforme 5.3.3;
• curto-circuito; conforme 5.3.4;
• contatos indiretos; conforme 5.1.3.

Para considerarmos um circuito completa e corretamente dimensionado, é necessário


realizar os seis cálculos acima, cada um resultando em uma seção e considerar como seção final
aquela que é a maior dentre todas as obtidas.
Especial atenção deve ser dispensada ao dimensionamento de condutores em circuitos
onde haja a presença de harmônicas. Esse assunto é abordado no item 6.2.6.4 da NBR
5410/1997.

178 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

7.2 SEÇÃO DO CONDUTOR NEUTRO

Conforme 6.2.6.2 da NBR 5410/1997, o condutor neutro deve possuir, no mínimo, a


mesma seção que os condutores fase nos seguintes casos:

• em circuitos monofásicos e bifásicos;


• em circuitos trifásicos, quando a seção do condutor fase for igual ou inferior a 25
mm²;
• em circuitos trifásicos, quando for prevista a presença de harmônicas.

Conforme 6.2.6.3 da NBR 5410/1997, apenas nos circuitos trifásicos é admitida a


redução do condutor neutro nos seguintes casos:

• quando não for prevista a presença de harmônicas;


• quando a máxima corrente susceptível de percorrer o neutro seja inferior à
capacidade de condução de corrente correspondente à seção reduzida do condutor
neutro.

Os valores mínimos da seção do condutor neutro nestes casos estão indicados na tabela
16 a seguir.

179 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

7.3 O CONDUTOR DE PROTEÇÃO

A NBR 5410 / 1997 recomenda o uso de CONDUTORES DE PROTEÇÃO (designados


por PE), que, preferencialmente, deverão ser condutores isolados, cabos unipolares ou veias de
cabos multipolares.
A tabela 17 a seguir, indica a seção mínima do condutor de proteção em função da
seção dos condutores fase do circuito. Em alguns casos, admite-se o uso de um condutor com a
função dupla de neutro e condutor de proteção. É o condutor PEN (PE + N), cuja seção mínima é
de 10 mm², se for condutor isolado ou cabo unipolar, ou de 4 mm², se for uma veia de um cabo
multipolar.

180 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

7.4 CORES DOS CONDUTORES NEUTRO E DE PROTEÇÃO

A NBR 5410/1997 prevê no item 6.1.5.3 que os condutores de um circuito devam ser
identificados, porém deixa em aberto o modo de como fazer esta identificação. No caso de um
usuário desejar fazer a identificação por cores, então devem ser adotadas aquelas prescritas na
norma, a saber:
• Neutro (N) = azul-claro;
• Condutor de proteção (PE) = verde-amarelo ou verde;
• Condutor PEN = azul-claro com indicação verde-amarelo nos pontos visíveis.

181 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

7.5 TABELAS

TABELA 1 - (*) MÉTODOS DE INSTALAÇÃO E DETERMINAÇÃO DAS COLUNAS

Condutor Cabo Cabo


isolado unipolar multipolar

Cabo Voltalene Ecolene

Cabo Voltalene Ecolene


Cabo Eprotenax Ecofix

Cabo Eprotenax Ecofix


Cabo Sintenax Econax

Cabo Sintenax Econax


Cabo Pirastic Ecoflam
Cabo Pirastic Ecoplus

Cabo Eprotenax Flex

Cabo Eprotenax Flex


Fio Pirastic Ecoflam

Cabo Sintenax Flex

Cabo Sintenax Flex


Tipo de Linha Elétrica Método de Instalação (1)

Cabo Afumex

Cabo Afumex
Afastado da Parede ou suspenso por cabo de suporte (2) 15/17 - F E
Bandejas não perfuradas ou prateleiras 12 - C C
Bandejas perfuradas (horizontal ou vertical) 13 - F E
Canaleta fechada no piso, solo ou parede 33/34/72/72A/75/75A B1 B1 B2
Canaleta ventilada no piso ou solo 43 - B1 B1
Diretamente em espaço de construção - 1,5De ≤ V ≤ 5De (4) 21 - B2 B2
Diretamente em espaço de construção - 5De ≤ V ≤ 50De (4) 21 - B1 B1
Diretamente enterrado 62/63 - D D
Eletrocalha 31/31A/32/32A/35/36 B1 B1 B2
Eletroduto aparente 3/4/5/6 B1 B1 B2
Eletroduto de seção não circular embutido em alvenaria 27 - B2 B2
Eletroduto de seção não circular embutido em alvenaria
26 B2 - -
1,5De ≤ V ≤ 5De (4)
Eletroduto de seção não circular embutido em alvenaria
26 B1 - -
5De ≤ V ≤ 50De (4)
Eletroduto em canaleta fechada - 1,5De ≤ V ≤ 20De (4) 41 B2 B2 -
Eletroduto em canaleta fechada - V ³ 20De (4) 41 B1 B1 -
Eletroduto em canaleta ventilada no piso ou solo 42 B1 - -
Eletroduto em espaço de construção 23/25 - B2 B2
Eletroduto em espaço de construção - 1,5De ≤ V ≤ 20De (4) 22/24 B2 - -
Eletroduto em espaço de construção - V ³ 20De (4) 22/24 B1 - -
Eletroduto embutido em alvenaria 7/8 B1 B1 B2
Eletroduto embutido em caixilho de porta ou janela 73/74 A1 - -
Eletroduto embutido em parede isolante 1/2 A1 A1 A1
Eletroduto enterrado no solo ou canaleta não ventilada no
61/61A - D D
solo
Embutimento direto em alvenaria 52/53 - C C
Embutimento direto em caixilho de porta ou janela 73/74 - A1 A1
Embutimento direto em parede isolante 51 - - A1
Fixação direta à parede ou teto (3) 11/11A/11B - C C
Forro falso ou piso elevado - 1,5De ≤ V ≤ 5De (4) 28 - B2 B2
Forro falso ou piso elevado - 5De ≤ V ≤ 50De (4) 28 - B1 B1
Leitos, suportes horizontais ou telas 14/16 - F E
Moldura 71 A1 A1 -
Sobre isoladores 18 G - -

(1) método de instalação conforme a tabela 28 da NBR 5410/1997


(2) distância entre o cabo e a parede ≥ 0,3 diâmetro externo do cabo
(3) distância entre o cabo e a parede < 0,3 diâmetro externo do cabo
(4) V = altura do espaço de construção ou da canaleta / De = diâmetro externo do cabo
(*) Os locais da tabela assinalados por
(-) significam que os cabos correspondentes não podem, de acordo com a NBR 5410/1997, serem instalados
da maneira especificada ou então trata-se de uma maneira de instalar não usual para o tipo de cabo
escolhido.

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Sistemas Elétricos de Potência

TABELA 2 - (*) CAPACIDADES DE CONDUÇÃO DE CORRENTE, EM AMPÈRES,


PARA OS MÉTODOS DE REFERÊNCIA A1, A2, B1, B2, C e D DA TABELA 1
FIOS E CABOS ISOLADOS EM TERMOPLÁSTICO, CONDUTOR DE COBRE.

• Fio Pirastic Ecoflam, Cabo Pirastic Ecoflam, Cabo Flexível Pirastic Ecoplus, Cabo Sintenax Econax e Cabo
Sintenax Flex;
• 2 e 3 condutores carregados;
• Temperatura do condutor: 70 ºC;
• Temperaturas: 30 ºC (ambiente) e 20 ºC (solo).

Sessões em
MÉTODOS DE INSTALAÇÃO DEFINIDOS NA TABELA 1
mm2
2 condutores

3 condutores

2 condutores

3 condutores

2 condutores

3 condutores

2 condutores

3 condutores

2 condutores

3 condutores

2 condutores

3 condutores
carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)
0,5 7 7 7 7 9 8 9 8 10 9 12 10
0,75 9 9 9 9 11 10 11 10 13 11 15 12
1 11 10 11 10 14 12 13 12 15 14 18 15
1,5 14,5 13,5 14 13 17,5 15,5 16,5 15 19,5 17,5 22 18
2,5 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20 27 24 29 24
4 26 24 25 23 32 28 30 27 36 32 38 31
6 34 31 32 29 41 36 38 34 46 41 47 39
10 46 42 43 39 57 50 52 46 63 57 63 52
16 61 56 57 52 76 68 69 62 85 76 81 67
25 80 73 75 68 101 89 90 80 112 96 104 86
35 99 89 92 83 125 110 111 99 138 119 125 103
50 119 108 110 99 151 134 133 118 168 144 148 122
70 151 136 139 125 192 171 168 149 213 184 183 151
95 182 164 167 150 232 207 201 179 258 223 216 179
120 210 188 192 172 269 239 232 206 299 259 246 203
150 240 216 219 19 309 275 265 236 344 299 278 230
185 273 245 248 223 353 314 300 268 392 341 312 258
240 321 286 291 261 415 370 351 313 461 403 361 297
300 367 328 334 298 477 426 401 358 530 464 408 336
400 438 390 398 355 571 510 477 425 634 557 478 394
500 502 447 456 406 656 587 545 486 729 642 540 445
630 578 514 526 467 758 678 626 559 843 743 614 506
800 669 593 609 540 881 788 723 645 978 865 700 577
1000 767 679 698 618 1012 906 827 738 1125 996 792 652

(*) De acordo com a tabela 31 da NBR 5410/1997.

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TABELA 3 - (*) CAPACIDADES DE CONDUÇÃO DE CORRENTE, EM AMPÈRES,


PARA OS MÉTODOS DE REFERÊNCIA A1, A2, B1, B2, C e D DA TABELA 1
CABOS ISOLADOS EM TERMOFIXO, CONDUTOR DE COBRE.

• Cabos Voltalene Ecolene, Eprotenax Ecofix, Eprotenax Flex e Afumex;


• 2 e 3 condutores carregados;
• Temperatura do condutor: 90 ºC;
• Temperaturas: 30 ºC (ambiente) e 20 ºC (solo).

Seções
nominais MÉTODOS DE INSTALAÇÃO DEFINIDOS NA TABELA 1
(mm²)
A1 A2 B1 B2 C D
2 condutores

3 condutores

2 condutores

3 condutores

2 condutores

3 condutores

2 condutores

3 condutores

2 condutores

3 condutores

2 condutores

3 condutores
carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados

carregados
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)
0,5 10 9 10 9 12 10 11 10 12 11 14 12
0,75 12 11 12 11 15 13 15 13 16 14 18 15
1 15 13 14 13 18 16 17 15 19 14 18 15
1,5 19 17 18,5 16,5 23 20 22 19,5 24 22 26 22
2,5 26 23 25 22 31 28 30 26 33 30 34 29
4 35 31 33 30 42 37 40 35 45 40 44 37
6 45 40 42 38 54 48 51 44 58 52 56 46
10 61 54 57 51 75 66 69 60 90 71 73 61
16 81 73 76 68 100 88 91 80 107 96 95 79
25 106 95 99 89 133 117 119 105 138 119 121 101
35 131 117 121 109 164 144 146 128 171 147 146 122
50 158 141 145 130 198 175 175 154 209 179 173 144
70 200 179 183 164 253 222 221 194 269 229 213 178
95 241 216 220 197 306 269 265 233 328 278 252 211
120 278 249 253 227 354 312 305 268 382 322 287 240
150 318 285 290 259 407 358 349 307 441 371 324 271
185 362 324 329 295 464 408 395 348 506 424 363 304
240 424 380 386 346 546 481 462 407 599 500 419 351
300 486 435 442 396 628 553 529 465 693 576 474 396
400 579 519 527 472 751 661 628 552 835 692 555 464
500 664 595 604 541 864 760 718 631 966 797 627 525
630 765 685 696 623 998 879 825 725 1122 923 711 596
800 885 792 805 721 1158 1020 952 837 1311 1074 811 679
1000 1014 908 923 826 1332 1173 1088 957 1515 1237 916 767

(*) De acordo com a tabela 32 da NBR 5410/1997.

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TABELA 4 - (*) CAPACIDADES DE CONDUÇÃO DE CORRENTE,


EM AMPÈRES, PARA OS MÉTODOS DE REFERÊNCIA E, F, G DA TABELA 1
FIOS E CABOS ISOLADOS EM TERMOPLÁSTICO, CONDUTOR DE COBRE.

• Fio Pirastic Ecoflam, Cabo Pirastic Ecoflam, Cabo Flexível Pirastic Ecoplus, Cabo Sintenax Econax e
Cabos Sintenax Flex;
• Temperatura no condutor: 70 ºC;
• Temperatura ambiente: 30 ºC.

MÉTODOS DE INSTALAÇÃO DEFINIDOS NA TABELA 1


Cabos multipolares Cabos unipolares ou condutores isolados
E E F F F G G
3 cabos unipolares ou 3 condutores isolados

Seções
nominais
(mm²)

Cabos 2 condutores Condutores


Cabos tripolares e isolados isolados ou
bipolares tetrapolares ou 2 cabos cabos unipolares Espaçados Espaçados
unipolares em trifólio Comtíguos horizontalmente verticalmente

1 2 3 4 5 6 7 8
0,5 11 9 11 8 9 12 10
0,75 14 12 14 11 11 16 13
1 17 14 17 13 14 19 16
1,5 22 18,5 22 17 18 24 21
2,5 30 25 31 24 25 34 29
4 40 34 41 33 34 45 39
6 51 43 53 43 45 59 51
10 70 60 73 60 63 81 71
16 94 80 99 82 85 110 97
25 119 101 131 110 114 146 130
35 148 126 162 137 143 181 162
50 180 153 196 167 174 219 197
70 232 196 251 216 225 281 254
95 282 238 304 264 275 341 311
120 328 276 352 308 321 396 362
150 379 319 406 356 372 456 419
185 434 364 463 409 427 521 480
240 514 430 546 485 507 615 569
300 593 497 629 561 587 709 659
400 715 597 754 656 689 852 795
500 826 689 868 749 789 982 920
630 958 789 1005 855 905 1138 1070
800 1118 930 1169 971 1119 1325 1251
1000 1292 1073 1346 1079 1296 1528 1448

(*) De acordo com a tabela 33 da NBR 5410 / 1997

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TABELA 5 - (*) CAPACIDADES DE CONDUÇÃO DE CORRENTE,


EM AMPÈRES, PARA OS MÉTODOS DE REFERÊNCIA E, F, G DA TABELA 1
CABOS ISOLADOS EM TERMOFIXO, CONDUTOR DE COBRE

• Cabos Voltalene Ecolene, Eprotenax Ecofix, Eprotenax Flex e Afumex;


• Temperatura no condutor: 90 ºC;
• Temperatura ambiente: 30 ºC.

MÉTODOS DE INSTALAÇÃO DEFINIDOS NA TABELA 1


Cabos multipolares Cabos unipolares ou condutores isolados
E E F F F G G
3 cabos unipolares ou 3 condutores isolados

Seções
nominais
(mm²)

Cabos Cabos 2 condutores Condutores


bipolares tripolares e isolados isolados ou
tetrapolares ou 2 cabos cabos unipolares Espaçados Espaçados
unipolares em trifólio Contíguos horizontalmente verticalmente

1 2 3 4 5 6 7 8
0,5 13 12 13 10 10 15 12
0,75 17 15 17 13 14 19 16
1 21 18 21 16 17 23 19
1,5 26 23 27 21 22 30 25
2,5 36 32 37 29 30 41 35
4 49 42 50 40 42 56 48
6 63 54 65 53 55 73 63
10 86 75 90 74 77 101 88
16 115 100 121 101 105 137 120
25 149 127 161 135 141 182 161
35 185 158 200 169 176 226 201
50 225 192 242 207 216 275 246
70 289 246 310 268 279 353 318
95 352 298 377 328 342 430 389
120 410 346 437 383 400 500 454
150 473 399 504 444 464 577 527
185 542 456 575 510 533 661 605
240 641 538 679 607 634 781 719
300 741 621 783 703 736 902 833
400 892 745 940 823 868 1085 1008
500 1030 859 1083 946 998 1253 1169
630 1196 995 1254 1088 1151 1454 1362
800 1396 1159 1460 1252 1328 1696 1595
1000 1613 1336 1683 1420 1511 1958 1849

(*) De acordo com a tabela 34 da NBR 5410 / 1997

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Sistemas Elétricos de Potência

TABELA 6 - (*) FATORES DE CORREÇÃO PARA TEMPERATURAS AMBIENTES


DIFERENTES DE 30 ºC PARA LINHAS NÃO SUBTERRÂNEAS E DE 20 ºC
(TEMPERATURA DO SOLO PARA LINHAS SUBTERRÂNEAS).

ISOLAÇÃO
Temperatura
PVC EPR ou XLPE PVC EPR ou XLPE
(ºC)
Ambiente Do solo
10 1,22 1,15 1,10 1,07
15 1,17 1,12 1,05 1,04
20 1,12 1,08 1 1
25 1,06 1,04 0,95 0,96
30 1 1 0,89 0,93
35 0,94 0,96 0,84 0,89
40 0,87 0,91 0,77 0,85
45 0,79 0,87 0,71 0,80
50 0,71 0,82 0,63 0,76
55 0,61 0,76 0,55 0,71
60 0,50 0,71 0,45 0,65
65 - 0,65 - 0,60
70 - 0,58 - 0,53
75 - 0,50 - 0,46
80 - 0,41 - 0,38

(*) De acordo com a tabela 35 da NBR 5410/1997.

TABELA 7 - (*) FATORES DE CORREÇÃO PARA CABOS CONTIDOS EM ELETRODUTOS


ENTERRADOS NO SOLO, COM RESISTIVIDADES TÉRMICAS DIFERENTES DE 2,5 K.m/W, A
SEREM APLICADOS ÀS CAPACIDADES DE CONDUÇÃO DE CORRENTE DO MÉTODO DE
REFERÊNCIA D.

Resistividade Térmica (K.m/W) 1 1,5 2 3


Fator de correção 1,18 1,10 1,05 0,96

(*) De acordo com a tabela 36 da NBR 5410/1997.

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Sistemas Elétricos de Potência

TABELA 8 - (*) FATORES DE CORREÇÃO PARA AGRUPAMENTO DE CIRCUITOS


OU CABOS MULTIPOLARES

Disposição Número de círculos ou de cabos multipolares Tabela dos


Item dos cabos métodos de
1 2 3 4 5 6 7 8 9 12 16 20
justapostos referência
Feixe de cabos
ao ar livre
ou sobre 31 a 34
1 1,00 0,80 0,70 0,65 0,60 0,57 0,54 0,52 0,50 0,45 0,41 0,38
superfície: cabos (métodos A a F)
em condutos
fechados
Camada única
sobre parede,
piso ou em
2 1,00 0,85 0,79 0,75 0,73 0,72 0,72 0,71 0,70
bandeja não 31 e 32
perfurada (método C)
ou prateleira
Nenhum fator
Camada
3 0,95 0,81 0,72 0,68 0,66 0,64 0,63 0,62 0,61 de redução
única no teto
adicional para
Camada única
mais de 9
em bandeja
circuítos ou
perfurada, cabos multipolares
4 1,00 0,88 0,82 0,77 0,75 0,73 0,73 0,72 0,72
horizontal
33 e 34
ou vertical
(métodos E e F)
(nota G)
Camada única
5 em leito, suporte 1,00 0,87 0,82 0,80 0,80 0,79 0,79 0,78 0,78
(nota G)

(*) De acordo com a tabela 37 da NBR 5410/1997.

Notas:

a) Esses fatores são aplicáveis a grupos de cabos, uniformemente carregados.


b) Quando a distância horizontal entre os cabos adjacentes for superior ao seu diâmetro externo, não é
necessário aplicar nenhum fator de redução.
c) Os mesmos fatores de correção são aplicáveis a:
• grupos de 2 ou 3 condutores isolados ou cabos unipolares;
• cabos multipolares.

d) Se um agrupamento é constituído tanto de cabos bipolares como de cabos tripolares, o número total de
cabos é tomado igual ao número de circuítos e o fator de correção correspondente é aplicado às
tabelas de 3 condutores carregados para cabos tripolares.
e) Se um agrupamento consiste de N condutores isolados ou cabos unipolares pode-se considerar tanto
N/2 circuitos com 2 condutores carregados como N/3 circuitos com 3 condutores carregados.
f) Os valores indicados são médios para a faixa usual de seções nominais, com precisão de +/- 5%.
g) Os fatores de correção dos itens 4 e 5 são genéricos e podem não atender a situações especificadas.
Nesses casos, deve-se recorrer às tabelas 12 e 13.

188 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

TABELA 9 - (*) FATORES DE AGRUPAMENTO PARA MAIS DE UM CIRCUITO CABOS


UNIPOLARES OU CABOS MULTIPOLARES DIRETAMENTE ENTERRADOS
(MÉTODO DE REFERÊNCIA D, DA TABELA 1)

DISTÂNCIA ENTRE OS CABOS (a)


Número de
1 diâmetro
circuitos Nula 0,125m 0,25m 0,5m
de cabo
2 0,75 0,80 0,85 0,90 0,90
3 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85
4 0,60 0,60 0,70 0,75 0,80
5 0,55 0,55 0,65 0,70 0,80
6 0,50 0,55 0,60 0,70 0,80

(*) De acordo com a tabela 38 da NBR 5410/1997.

TABELA 10 - MULTIPLICADORES A UTILIZAR PARA A OBTENÇÃO DOS FATORES DE


AGRUPAMENTO APLICÁVEIS A CIRCUITOS TRIFÁSICOS OU CABOS MULTIPOLARES, AO AR
LIVRE, CABOS CONTÍGUOS, EM VÁRIAS CAMADAS HORIZONTAIS, EM BANDEJAS,
PRATELEIRAS E SUPORTES HORIZONTAIS
(MÉTODOS DE REFERÊNCIA C, E, F NAS TABELAS 2, 3, 4 e 5)

Número de circuitos trifásicos ou de cabos multipolares


(cabos unipolares ou cabos multipolares contíguos em uma camada)
2 3 4 ou 5 6a8 9 e mais
Disposição num plano horizontal 0,85 0,78 0,75 0,72 0,70
Disposição num plano vertical 0,80 0,73 0,70 0,68 0,66

Nota:

a) Os fatores são obtidos multiplicando os valores referentes à disposição num plano


horizontal pelos referentes à disposição num plano vertical, que corresponde ao
número de camadas.

189 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

TABELA 11 - (*) FATORES DE AGRUPAMENTO PARA MAIS DE UM CIRCUITO


CABOS EM ELETRODUTOS DIRETAMENTE ENTERRADOS.
(MÉTODO DE REFERÊNCIA D NAS TABELAS 2 E 3)

a) Cabos multipolares em eletrodutos - 1 cabos por eletroduto

Número de ESPAÇAMENTO ENTRE DUTOS (a)


circuitos Nulo 0,25m 0,5m 1,0m
2 0,85 0,90 0,95 0,95
3 0,75 0,85 0,90 0,95
4 0,70 0,80 0,85 0,90
5 0,65 0,80 0,85 0,90
6 0,60 0,80 0,80 0,80

b) Cabos unipolares em eletrodutos - 1 cabos por eletroduto (**)

Número de ESPAÇAMENTO ENTRE DUTOS (a)


circuitos Nulo 0,25m 0,5m 1,0m
2 0,80 0,90 0,90 0,90
3 0,70 0,80 0,85 0,90
4 0,65 0,75 0,80 0,90
5 0,60 0,70 0,80 0,90
6 0,60 0,70 0,80 0,90

(*) De acordo com a tabela 39 da NBR 5410/1997.


(**) Somente deve ser instalado 1 cabo unipolar por eletroduto, no caso deste ser em material não-magnético.

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Sistemas Elétricos de Potência

TABELA 12 - (*) FATORES DE CORREÇÃO PARA AGRUPAMENTO DE MAIS DE UM CABO


MULTIPOLAR AO AR LIVRE (MÉTODO DE REFERÊNCIA E NAS TABELAS 4 E 5)

Número de Número de cabos


Métodos de instalação da tabela 1 bandejas ou
1 2 3 4 6 9
leitos

1 1,00 0,88 0,82 0,79 0,76 0,73

2 1,00 0,87 0,80 0,77 0,73 0,68


Bandejas
Contíguos 3 1,00 0,86 0,79 0,76 0,71 0,66
horizontais
13
perfuradas
(nota C) 1 1,00 1,00 0,98 0,95 0,91 -

2 1,00 0,99 0,96 0,92 0,87 -

3 1,00 0,98 0,95 0,91 0,85 -


Espaçados

1 1,00 0,88 0,82 0.78 0,73 0,72

Bandejas 2 1,00 0,88 0,81 0,76 0,71 0,70


verticais Contíguos
13
perfuradas
(nota D) 1 1,00 0,91 0,89 0,88 0,87 -

2 1,00 0,91 0,88 0,87 0,85 -


Espaçados

1 1,00 0,87 0,82 0,80 0,79 0,78

2 1,00 0,86 0,80 0,78 0,76 0,73

Leitos,
suportes 14 3 1,00 0,85 0,79 0,76 0,73 0,70
Contíguos
horizontais, 15
etc. 16 1 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 -
(nota C)

2 1,00 0,99 0,98 0,97 0,96 -

3 1,00 0,98 0,97 0,96 0,93 -


Espaçados

(*) De acordo com a tabela 40 da NBR 5410/1997.


Notas:
a) Os valores indicados são médios para os tipos de cabos e a faixa de seções das tabelas 4 e 5.
b) Os fatores são aplicáveis a cabos agrupados em uma única camada, como mostrado acima, e não se
aplicam a cabos dispostos em mais de uma camada.
c) Os valores para tais disposições podem ser sensivelmente inferiores e devem ser determinados por um
método adequado; pode ser utilizada a tabela 10.
d) Os valores são indicados para uma distância vertical entre bandejas ou leitos de 300mm. Para
distâncias menores, os fatores devem ser reduzidos.
e) Os valores são indicados para uma distância horizontal entre bandejas de 225mm, estando estas
montadas fundo a fundo. Para espaçamentos inferiores, os fatores devem ser reduzidos.

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Sistemas Elétricos de Potência

TABELA 13 - (*) FATORES DE CORREÇÃO PARA O AGRUPAMENTO DE CIRCUITOS


CONSTITUÍDOS POR CABOS UNIPOLARES AO AR LIVRE
(MÉTODO DE REFERÊNCIA F NAS TABELAS 4 E 5)

Número de Número de circuitos Utilizar como


Método de instalação da tabela 1 bandejas ou trifásicos (nota E) multiplicador para
leitos 1 2 3 a coluna:

1 0,98 0,91 0,87


Bandejas
horizontais
13 2 0,96 0,87 0,81 6
perfuradas
(nota C)
3 0,95 0,85 0,78
Contíguos

Bandejas 1 0,95 0,86 -


verticais
13 6
perfuradas
(nota D) 2 0,96 0,84 -
Contíguos

Leitos, 1 1,00 0,97 0,96


suportes 14
horizontais, 15 2 0,98 0,93 0,89 6
etc, 16
(nota C)
3 0,97 0,90 0,86
Contíguos
1 1,00 0,98 0,96
Bandejas
horizontais
13 2 0,97 0,93 0.89
perfuradas
(nota C)
3 0,96 0,92 0,86
Espaçados

1 1,00 0,91 0,89


Bandejas
verticais
13 5
perfuradas
(nota D)
2 1,00 0,90 0,86
Espaçados

Leitos, 1 1,00 1,00 1,00


suportes 14
horizontais, 15 2 0,97 0,95 0,93
etc. 16
(nota C) 3 0,96 0,94 0,90
Espaçados

(*) De acordo com a tabela 41 da NBR 5410/1997.


Notas:
a) Os valores indicados são médios para os tipos de cabos e a faixa de seções das tabelas 4 e 5.
b) Os fatores são aplicáveis a cabos agrupados em uma única camada, como mostrado acima, e não se aplicam
a cabos dispostos em mais de uma camada.
c) Os valores para tais disposições podem ser sensivelmente inferiores e devem ser determinados por um
método adequado; pode ser utilizada a tabela 10.
d) Os valores são indicados para uma distância vertical entre bandejas ou leitos de 300mm. Para distâncias
menores, os fatores devem ser reduzidos.
e) Os valores são indicados para uma distância horizontal entre bandejas de 225mm, estando estas montadas
fundo a fundo. Para espaçamentos inferiores, os fatores devem ser reduzidos.
f) Para circuitos contendo vários cabos em paralelo por fase, cada grupo de três condutores deve ser
considerado como um circuito para a aplicação desta tabela.

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Sistemas Elétricos de Potência

7.5.1 GRUPOS CONTENDO CABOS DE DIMENSÕES DIFERENTES

a) Os fatores de correção tabelados (tabela 8 a 13) são aplicáveis a grupos de cabos


semelhantes, igualmente carregados. O cálculo dos fatores de correção para grupos contendo
condutores isolados ou cabos unipolares ou multipolares de diferentes seções nominais,
depende da quantidade de condutores ou cabos e da faixa de seções. Tais fatores não podem
ser tabelados e devem ser calculados caso a caso, utilizando, por exemplo, a NBR 11301.

Nota:
• São considerados cabos semelhantes aqueles cujas capacidades de condução de
corrente baseiam-se na mesma temperatura máxima para serviço contínuo e cujas
seções nominais estão contidas no intervalo de 3 seções normalizadas secessivas.

b) No caso de condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares de dimensões


diferentes em condutos fechados ou em bandejas, leitos, prateleiras ou suportes, caso não
seja viável um cálculo mais específico, deve-se utilizar a expressão:

1
F=
n
Onde:
F = fator de correção;
n = número de circuitos ou de cabos multipolares.

Notas:
• A expressão dada está a favor da segurança e reduz os perigos de sobrecarga sobre os
cabos de menor seção nominal.
• Pode, no entanto, resultar no superdimensionamento dos cabos de seções mais
elevadas.

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TABELA 14 - (*) FATORES DE CORREÇÃO APLICÁVEIS A CIRCUITOS TRIFÁSICOS A 4


CONDUTORES ONDE É PREVISTA A PRESENÇA
DE CORRENTES HARMÔNICAS DE 3ª ORDEM

Porcentagem de Fator de correção


3ª harmônica na corrente Escolha da seção com base Escolha da seção com base
de fase (%) na corrente de fase na corrente de neutro
0 - 15 1,00 -
15 - 33 0,86 -
33 - 45 - 0,86
> 45 - 1,00

(*) De acordo com a tabela 45 da NBR 5410/1997.

Notas:

a) A tabela foi originalmente obtida para cabos tetrapolares e pentapolares, mas podem, em princípio, ser
utilizada para circuitos com cabos unipolares ou condutores isolados.
b) A corrente (I) a ser utilizada para a determinação da seção dos 4 condutores do circuito, utilizando as
tabelas 2,3 ou 5 (colunas de 3 condutores carregados), é obtida pelas expressões:

• escolha pela corrente de fase:


IB
I=
f
• escolha pela corrente de neutro:
1 p
I= × I B × × 100
f 3
Onde:
IB = corrente de projeto do circuito;
p = porcentagem da harmônica da 3ª ordem (tabela 14);
f = fator de correção (tabela 14).

TABELA 15 - (*) SEÇÔES MÍNIMAS DOS CONDUTORES ISOLADOS.

Seção mínima do
Tipo de instalação Utilização do circuito
condutor isolado (mm²)
Circuitos de iluminação 1,5
Instalações fixas em geral Circuitos de força (incluem tomada) 2,5
Circuitos de sinalização e circuitos de controle 0,5
Como especificado na norma do
Para um equipamento específico
equipamento
Ligações flexíveis
Para qualquer outra aplicação 0,75
Circuitos a extrabaixa tensão para aplicações especiais 0,75

(*) De acordo com a tabela 43 da NBR 5410/1997.

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TABELA 16 - (*) SEÇÃO DO CONDUTOR NEUTRO

Seção dos Seção mínima do


condutores fase condutor neutro
(mm²) (mm²)
S < 25 S
35 25
50 25
70 35
95 50
120 70
150 70
185 95
240 120
300 150
400 240
500 240
630 400
800 400
1000 500

(*) De acordo com a tabela 44 da NBR 5410/1997.

Obs.: ver restrições à redução da seção do condutor neutro na NBR 5410/1997.

TABELA 17 - (*) SEÇÕES MÍNIMAS DOS CONDUTORES DE PROTEÇÃO

Seção do Seção do condutor


condutor fase de proteção
(mm²) (mm²)
1,5 1,5 (mínima)
2,5 2,5
4 4
6 6
10 10
16 16
25 16
35 16
50 25
70 35
95 50
120 70
150 95
185 95
240 120
300 150
400 240
500 240
630 400
800 400
1000 500

(*) De acordo com a tabela 53 da NBR 5410/1997.

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TABELA 18 - (*) LIMITES DE QUEDA DE TENSÃO

Instalações Iluminação Outros usos


Instalações alimentadas diretamente por um ramal de baixa tensão,
A 4% 4%
a partir de uma rede de distribuição pública de baixa tensão.
Instalações alimentadas diretamente por subestação de transformação
B 7% 7%
ou transfomador, a partir de uma instalação de alta tensão.
Instalações que possuam fonte própria.
C 7% 7%

(*) De acordo com a tabela 46 da NBR 5410/1997.


Nota:
a) Nos casos B e C, as quedas de tensões nos circuitos terminais não devem ser superiores aos valores
indicados em A.
b) Nos casos B e C, quando as linhas tiverem um comprimento superior a 100m, as quedas de tensão podem
ser aumentadas de 0,005% por metro de linha superior a 100m, sem que, no entanto, essa suplementação
seja superior a 0,5%.

TABELA 19 - QUEDA DE TENSÃO EM V/A. km


FIO PIRASTIC ECOFLAM, CABO PIRASTIC ECOFLAM E CABO FLEXÍVEL
PIRASTIC ECOPLUS

Eletroduto e eletrocalha(A)
Eletroduto e eletrocalha(A) (material não-magnético)
(material magnético)
Seção Pirastic Ecoflam,
Pirastic Ecoflam e Pirastic Ecoplus
nominal Pirastic Ecoplus
(mm²) Circuito monofásico
Circuito monofásico Circuito trifásico
e trifásico
FP = 0,8 FP = 0,95 FP = 0,8 FP = 0,95 FP = 0,8 FP = 0,95
1,5 23 27,4 23,3 27,6 20,2 23,9
2,5 14 16,8 14,3 16,9 12,4 14,7
4 9,0 10,5 8,96 10,6 7,79 9,15
6 5,87 7,00 6,03 7,07 5,25 6,14
10 3,54 4,20 3,63 4,23 3,17 3,67
16 2,27 2,70 2,32 2,68 2,03 2,33
25 1,50 1,72 1,51 1,71 1,33 1,49
35 1,12 1,25 1,12 1,25 0.98 1,09
50 0,86 0,95 0,85 0,94 0,76 0,82
70 0,64 0,67 0,62 0,67 0,55 0,59
95 0,50 0,51 0,48 0,50 0,43 0,44
120 0,42 0,42 0,40 0,41 0,36 0,36
150 0,37 0,35 0,35 0,34 0,31 0,30
185 0,32 0,30 0,30 0,29 0,27 0,25
240 0,29 0,25 0,26 0,24 0,23 0,21
300 0,27 0,22 0,23 0,20 0,21 0,18
400 0,24 0,20 0,21 0,17 0,19 0,15
500 0,23 0,19 0,19 0,16 0,17 0,14

Notas:
a) As dimensões do eletroduto e da eletrocalha adotadas são tais que a área dos cabos não ultrapassa 40%
da área interna dos mesmos;
b) Os valores da tabela admitem uma temperatura no condutor de 70 ºC.

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TABELA 20 - QUEDA DE TENSÃO EM V/A. km


CABOS SINTENAX ECONAX, SINTENAX FLEX E VOLTALENE ECOLENE

INSTALAÇÃO AO AR LIVRE (C)


CABOS SINTENAX ECONAX, SINTENAX FLEX E VOLTALENE ECOLENE
Cabos uni Cabos tri e
Cabos unipolares (D)
e bipolares tetrapolares

Seção
nominal
(mm²)
Circuito monofásico Circuito trifásico Circuito Circuito Circuito
trifásico(B) monofásico trifásico
S = 10 cm S = 20 cm S = 2D S = 10 cm S = 20 cm S = 2D
(B)
FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95
1,5 23,6 27,8 23,7 27,8 23,4 27,6 20,5 24,0 20,5 24,1 20,3 24,0 20,2 23,9 23,3 27,6 20,2 23,9
2,5 14,6 17,1 14,7 17,1 14,4 17,0 12,7 14,8 12,7 14,8 12,5 14,7 12,4 14,7 14,3 16,9 12,4 14,7
4 9,3 10,7 9,3 10,7 9,1 10,6 8,0 9,3 8,1 9,3 7,9 9,2 7,8 9,2 9,0 10,6 7,8 9,1
6 6,3 7,2 6,4 7,2 6,1 7,1 5,5 6,3 5,5 6,3 5,3 6,2 5,2 6,1 6,0 7,1 5,2 9,1
10 3,9 4,4 3,9 4,4 3,7 4,3 3,4 3,8 3,4 3,8 3,2 3,7 3,2 3,7 3,6 4,2 3,1 3,7
16 2,6 2,8 2,6 2,8 2,4 2,7 2,2 2,4 2,3 2,5 2,1 2,4 2,0 2,3 2,3 2,7 2,0 2,3
25 1,73 1,83 1,80 1,86 1,55 1,76 1,52 1,59 1,57 1,62 1,40 1,53 1,32 1,49 1,50 1,71 1,31 1,48
35 1,33 1,36 1,39 1,39 1,20 1,29 1,17 1,19 1,22 1,22 1,06 1,13 0,98 1,09 1,12 1,25 0,97 1,08
50 1.05 1,04 1,11 1,07 0.93 0,97 0.93 0,91 0,98 0,94 0,82 0,85 0,75 0,82 0,85 0,93 0,74 0,81
70 0,81 0,76 0,87 0,80 0,70 0,71 0,72 0,67 0,77 0,70 0,63 0,62 0,55 0,59 0,62 0,67 0,54 0,58
95 0,65 0,59 0,71 0,62 0,56 0,54 0,58 0,52 0,64 0,55 0,50 0,47 0,43 0,44 0,48 0,50 0,42 0,43
120 0,57 0,49 0,63 0,52 0,48 0,44 0,51 0,43 0,56 0,46 0,43 0,39 0,36 0,36 0,40 041 0,35 0,35
150 0,50 0,42 0,56 0,45 0,42 0,38 0,45 0,37 0,51 0,40 0,38 0,34 0,31 0,30 0,35 0,34 0,30 0,30
185 0,44 0,36 0,51 0,39 0,37 0,32 0,40 0,32 0,46 0,35 0,34 0,29 0,27 0,25 0,30 0,29 0,26 0,25
240 0,39 0,30 0,45 0,33 0,33 0,27 0,35 0,27 0,41 0,30 0,30 0,24 0,23 0,21 0,26 0,24 0,22 0,20
300 0,35 0,26 0,41 0,29 0,30 0,23 0,32 0,23 0,37 0,26 0,28 0,21 0,21 0,18 0,23 0,20 0,20 0,18
400 0,32 0,22 0,37 0,26 0,27 0,21 0,29 0,20 0,34 0,23 0,25 0,19 0,19 0,15 - - - -
500 0,28 0,20 0,34 0,23 0,25 0,18 0,26 0,18 0,32 0,21 0,24 0,17 0,17 0,14 - - - -
630 0,26 0,17 0,32 0,21 0,24 0,16 0,24 0,16 0,29 0,19 0,22 0,15 0,16 0,12 - - - -
800 0,23 0,15 0,29 0,18 0,22 0,15 0,22 0,14 0,27 0,17 0,21 0,14 0,15 0,11 - - - -
1000 0,21 0,14 0,27 0,17 0,21 0,14 0,20 0,13 0,25 0,16 0,20 0,13 0,14 0,10 - - - -

Notas:

a) Os valores da tabela admitem uma temperatura no condutor de 70 ºC;


b) Válido para instalação em eletroduto não-magnético e diretamente enterrado;
c) Aplicável à fixação direta a parede ou teto, ou eletrocalha aberta, ventilada ou fechada, espaço de
construção, bandeja, prateleira, suportes e sobre isoladores;
d) Aplicável também ao Fio Pirastic Ecoflam, Cabo Pirastic Ecoflam e Cabo Flexível Pirastic Ecoplus
sobre isoladores.

197 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

TABELA 21 - QUEDA DE TENSÃO EM V/A. km


CABOS EPROTENAX ECOFIX, EPROTENAX FLEX E AFUMEX

INSTALAÇÃO AO AR LIVRE (C)


CABOS EPROTENAX ECOFIX, EPROTENAX FLEX E AFUMEX
Cabos uni Cabos tri e
Cabos unipolares
e bipolares tetrapolares

Seção
nominal
(mm²)
Circuito
Circuito monofásico Circuito trifásico Circuito monofásico Circuito
trifásico(B) (B) trifásico
S = 10 cm S = 20 cm S = 2D S = 10 cm S = 20 cm S = 2D
FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95 FP=0,8 FP=0,95
1,5 23,8 28,0 23,9 28,0 23,6 27,9 20,7 24,3 20,5 24,1 20,4 24,1 20,4 24,1 23,5 27,8 20,3 24,1
2,5 14,9 17,4 15,0 17,5 14,7 17,3 12,9 15,1 13,0 15,1 12,8 15,0 12,8 15,0 14,6 17,3 12,7 15,0
4 9,4 10,9 9,5 10,9 9,2 10,8 8,2 9,5 8,2 9,5 8,0 9,4 7,9 9,3 9,1 10,8 7,9 9,3
6 6,4 7,3 6,4 7,3 6,2 7,2 5,5 6,3 5,6 6,3 5,4 6,2 5,3 6,2 6,1 7,1 5,3 6,2
10 3,9 4,4 4,0 4,4 3,7 4,3 3,4 3,8 3,5 3,8 3,3 3,7 3,2 3,7 3,6 4,2 3,2 3,7
16 2,58 2,83 2,64 2,86 2,42 2,74 2,25 2,46 2,31 2,48 2,12 2,39 2,05 2,35 2,34 2,70 2,03 2,34
25 1,74 1,85 1,81 1,88 1,61 1,77 1,53 1,61 1,58 1,64 1,41 1,55 1,34 1,51 1,52 1,73 1,32 1,50
35 1,34 1,37 1,40 1,41 1,21 1,30 1,18 1,20 1,23 1,23 1,06 1,14 0,99 1,10 1,15 1,26 0,98 1,09
50 1.06 1,05 1,12 1,09 0.94 0,99 0.94 0,92 0,99 0,95 0,83 0,87 0,76 0,83 0,86 0,95 0,75 0,82
70 0,81 0,77 0,88 0,80 0,70 0,71 0,72 0,68 0,78 0,70 0,63 0,63 0,56 0,59 0,63 0,67 0,54 0,58
95 0,66 0,59 0,72 0,62 0,56 0,54 0,59 0,52 0,64 0,55 0,50 0,48 0,43 0,44 0,48 0,50 0,42 0,44
120 0,57 0,49 0,63 0,53 0,48 0,45 0,51 0,44 0,56 0,46 0,43 0,40 0,36 0,36 0,40 041 0,35 0,35
150 0,50 0,42 0,57 0,46 0,42 0,38 0,45 0,38 0,51 0,41 0,39 0,34 0,32 0,31 0,35 0,35 0,30 0,30
185 0,44 0,36 0,51 0,39 0,38 0,32 0,40 0,32 0,46 0,35 0,34 0,29 0,27 0,26 0,30 0,29 0,26 0,25
240 0,39 0,30 0,45 0,33 0,33 0,27 0,35 0,27 0,41 0,30 0,30 0,24 0,23 0,21 0,26 0,24 0,22 0,21
300 0,35 0,26 0,41 0,29 0,30 0,24 0,32 0,24 0,37 0,26 0,28 0,21 0,21 0,18 0,23 0,20 0,20 0,18
400 0,31 0,23 0,38 0,26 0,27 0,21 0,29 0,21 0,34 0,23 0,25 0,19 0,19 0,16 - - - -
500 0,28 0,20 0,34 0,23 0,25 0,18 0,26 0,18 0,32 0,21 0,24 0,17 0,17 0,14 - - - -
630 0,26 0,17 0,32 0,21 0,24 0,16 0,24 0,16 0,29 0,19 0,22 0,15 0,16 0,12 - - - -
800 0,23 0,15 0,29 0,18 0,22 0,15 0,22 0,14 0,27 0,17 0,21 0,14 0,15 0,11 - - - -
1000 0,21 0,14 0,27 0,17 0,21 0,14 0,21 0,13 0,25 0,16 0,20 0,13 0,14 0,10 - - - -

Notas:

a) Os valores da tabela admitem uma temperatura no condutor de 90 ºC;


b) Válido para instalação em eletroduto não-magnético e diretamente enterrado;
c) Aplicável à fixação direta a parede ou teto, ou eletrocalha aberta, ventilada ou fechada, espaço de
construção, bandeja, prateleira, suportes e sobre isoladores;

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Sistemas Elétricos de Potência

Os valores de resistências elétricas e reatâncias indutivas indicadas na tabela a seguir


são valores médios e destinam-se a cálculos aproximados de circuitos elétricos, utilizando-se a
seguinte fórmula:
Z= R cos Ø + X sen Ø

TABELA 22 - RESISTÊNCIA ELÉTRICA E REATÂNCIAS INDUTIVAS DE FIOS


E CABOS ISOLADOS EM PVC, EPR E XLPE EM CONDUTOS FECHADOS
(VALORES EM Ω / km)

Seção Rcc(A) Condutos não-magnéticos (B)


(mm²) Circuitos FN / FF / 3F
Rca XL

[1] [2] [3] [4]


1,5 12,1 14,48 0,16
2,5 7,41 8,87 0,15
4 4,61 5,52 0,14
6 3,08 3,69 0,13
10 1,83 2,19 0,13
16 1,15 1,38 0,12
25 0,73 0,87 0,12
35 0,52 0,63 0,11
50 0,39 0,47 0,11
70 0,27 0,32 0,10
95 0,19 0,23 0,10
120 0,15 0,19 0,10
150 0,12 0,15 0,10
185 0,099 0,12 0,094
240 0,075 0,094 0,098
300 0,060 0,078 0,097
400 0,047 0,063 0,096
500 0,037 0,052 0,095
630 0,028 0,043 0,093
800 0,022 0,037 0,089
1000 0,018 0,033 0,088

a) Resistência elétrica em corrente contínua calculada a 70 ºC no condutor;


b) Válido para condutores isolados, cabos unipolares e multipolares instalados em condutos fechados não
magnéticos.

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Sistemas Elétricos de Potência

Os valores de resistências elétricas e reatâncias indutivas indicadas na tabela a seguir


são valores médios e destinam-se a cálculos aproximados de circuitos elétricos, utilizando-se a
seguinte fórmula:
Z= R cos Ø + X sen Ø

TABELA 23 - RESISTÊNCIAS ELÉTRICAS E REATÂNCIAS INDUTIVAS DE FIOS E CABOS


ISOLADOS EM PVC, EPR E XLPE AO AR LIVRE (VALORES EM Ω / km)

CONDUTORES ISOLADOS - CABOS UNIPOLARES AO AR LIVRE (B)


Circuito FN / FF
S = de S = 2 de S = 10 cm S = 20 cm Trifófio
Seção
Rcc (A)
(mm²)

Rca XL Rca XL Rca XL Rca XL Rca XL


[1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8] [9] [10] [11] [12]
1,5 12,1 14,48 0,16 14,48 0,21 14,48 0,39 14,48 0,44 14,48 0,16
2,5 7,41 8,87 0,15 8,87 0,20 8,87 0,37 8,87 0,42 8,87 0,15
4 4,61 5,52 0,14 5,52 0,19 5,52 0,35 5,53 0,40 5,52 0,14
6 3,08 3,69 0,14 3,69 0,18 3,69 0,33 3,69 0,39 3,69 0,14
10 3,83 2,19 0,13 2,19 0,17 2,19 0,32 2,19 0,37 2,19 0,13
16 1,15 1,38 0,12 1,38 0,17 1,38 0,30 1,38 0,35 1,38 0,12
25 0,73 0,87 0,12 0,87 0,17 0,87 0,28 0,87 0,34 0,87 0,12
35 0,52 0,63 0,11 0,63 0,16 0,63 0,27 0,63 0,32 0,63 0,11
50 0,39 0,46 0,11 0,46 0,16 0,46 0,26 0,46 0,31 0,46 0,11
70 0,72 0,32 0,10 0,32 0,16 0,32 0,25 0,32 0,30 0,32 0,10
95 0,19 0,23 0,10 0,23 0,15 0,23 0,24 0,23 0,29 0,23 0,10
120 0,15 0,19 0,10 0,18 0,15 0,18 0,23 0,18 0,28 0,19 0,10
150 0,12 0,15 0,10 0,15 0,15 0,15 0,22 0,15 0,27 0,15 0,10
185 0,099 0,12 0,10 0,12 0,15 0,12 0,21 0,12 0,26 0,12 0,10
240 0,075 0,09 0,10 0,09 0,15 0,09 0,20 0,09 0,25 0,09 0,10
300 0,060 0,08 0,10 0,07 0,15 0,07 0,19 0,07 0,24 0,08 0,10
400 0,047 0,06 0,10 0,06 0,15 0,06 0,18 0,06 0,23 0,06 0,10
500 0,037 0,05 0,10 0,05 0,15 0,05 0,17 0,05 0,23 0,05 0,10
630 0,028 0,04 0,09 0,04 0,15 0,04 0,16 0,04 0,22 0,04 0,09
800 0,022 0,04 0,09 0,03 0,14 0,03 0,15 0,03 0,20 0,04 0,09
1000 0,018 0,03 0,09 0,03 0,14 0,03 0,14 0,03 0,19 0,03 0,09

a) Resistência elétrica em corrente contínua calculada a 70 ºC no condutor;


b) Válidos para linhas elétricas ao ar livre, bandejas, suportes e leitos para cabos.

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Sistemas Elétricos de Potência

Os valores de resistências elétricas e reatâncias indutivas indicadas na tabela a seguir


são valores médios e destinam-se a cálculos aproximados de circuitos elétricos, utilizando-se a
seguinte fórmula:
Z= R cos Ø + X sen Ø

TABELA 24 - RESISTÊNCIAS ELÉTRICAS E REATÂNCIAS INDUTIVAS DE FIOS E CABOS


ISOLADOS EM PVC, EPR E XLPE AO AR LIVRE (VALORES EM Ω / km)

Cabos bi e Cabo
CONDUTORES ISOLADOS - CABOS UNIPOLARES AO AR LIVRE (B)
tripolares Tetrapolar
Circuitos 3F
(B) (B)
Seção S = de S = 2 de S = 10cm S = 20cm Trifófio FN / FF / 3F 3F + N / 3F + PE
Rcc(A)
(mm²)

Rca XL Rca XL Rca XL Rca XL Rca XL Rca XL Rca XL


[1] [2] [13] [14] [15] [16] [17] [18] [19] [20] [21] [22] [23] [24] [25] [26]
1,5 12,1 14,48 0,17 14,48 0,23 14.48 0,40 14,48 0,46 14,48 0,16 14,48 0,12 14,48 0,14
2,5 7,41 8,87 0,16 8,87 0,22 8,87 0,38 8,87 0,44 8,87 0,15 8,87 0,12 8,87 0,13
4 4,61 5,52 0,16 5,52 0,22 5,52 0,37 5,52 0,42 5,52 0,14 5,52 0,12 5,52 0,13
6 3,08 3,69 0,15 3,69 0,20 3,69 0,35 3,69 0,40 3,69 0,14 3,69 0,11 3,69 0,12
10 1,83 2,19 0,14 2,19 0,20 2,19 0,34 2,19 0,39 2,19 0,13 2,19 0,10 2,19 0,12
16 1,15 1,38 0,14 1,38 0,19 1,38 0,32 1,38 0,37 1,38 0,12 1,38 0,10 1,38 0,11
25 0,73 0,87 0,13 0,87 0,18 0,87 0,30 0,87 0,35 0,87 0,11 0,87 0,10 0,87 0,11
35 0,52 0,63 0,13 0,63 0,18 0,63 0,29 0,63 0,34 0,63 0,11 0,63 0,09 0,63 0,11
50 0,39 0,46 0,13 0,46 0,18 0,46 0,28 0,46 0,33 0,46 0,11 0,46 0,09 0,46 0,11
70 0,27 0,32 0,12 0,32 0,17 0,32 0,27 0,32 0,32 0,32 0,10 0,32 0,09 0,32 0,10
95 0,19 0,23 0,12 0,23 0,17 0,23 0,25 0,23 0,30 0,23 0,10 0,23 0,09 0,23 0,10
120 0,15 0,19 0,12 0,18 0,17 0,18 0,24 0,18 0,29 0,19 0,10 0,19 0,09 0,19 0,10
150 0,12 0,15 0,12 0,15 0,17 0,15 0,23 0,15 0,29 0,15 0,10 0,15 0,09 0,15 0,10
185 0,099 0,12 0,12 0,12 0,17 0,12 0,23 0,12 0,28 0,12 0,10 0,12 0,09 0,12 0,10
240 0,075 0,09 0,12 0,09 0,17 0,09 0,22 0,09 0,27 0,09 0,10 0,10 0,09 0,09 0,10
300 0,060 0,08 0,11 0,07 0,17 0,07 0,21 0,07 0,26 0,08 0,10 0,08 0,09 0,08 0,10
400 0,047 0,06 0,11 0,06 0,17 0,06 0,20 0,06 0,25 0,06 0,10 - - - -
500 0,037 0,05 0,11 0,05 0,16 0,05 0,19 0,05 0,24 0,05 0,10 - - - -
630 0,028 0,04 0,11 0,04 0,16 0,04 0,18 0,04 0,23 0,04 0,09 - - - -
800 0,022 0,04 0,11 0,03 0,16 0,03 0,16 0,03 0,22 0,04 0,09 - - - -
1000 0,018 0,03 0,11 0,03 0,16 0,03 0,16 0,03 0,21 0,03 0,09 - - - -

a) Resistência elétrica em corrente contínua calculada a 70 ºC no condutor;


b) Válidos para linhas elétricas ao ar livre, bandejas, suportes e leitos para cabos.

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Sistemas Elétricos de Potência

TABELA 25 - CARACTERÍSTICAS DOS CONDUTORES CLASSE 1 (NBR 6880)

Resistência máxima do condutor a 20 ºC,


Seção nominal
condutores circulares e fios nus.
(mm²)
(Ω / km)
0,5 36,0
0,75 24,5
1 18,1
1,5 12,1
2,5 7,41
4 4,61
6 3,08
10 1,83
16 1,15

TABELA 26 - CARACTERÍSTICAS DOS CONDUTORES CLASSE 2 (NBR 6880)

Número mínimo de fios no condutor


Seção Resistência máxima do condutor a 20 ºC,
Condutor Condutor condutores circulares e fios nus.
nominal
não-compactado compactado
(mm²) (Ω / km)
circular não-circular
0,5 7 - 36,0
0,75 7 - 24,5
1 7 - 18,1
1,5 7 6 12,1
2,5 7 6 7,41
4 7 6 4,61
6 7 6 3,08
10 7 6 1,83
16 7 6 1,15
25 7 6 0,727
35 7 6 0,524
50 19 6 0,387
70 19 12 0,268
95 19 15 0,193
120 37 18 0,153
150 37 18 0,124
185 37 30 0,0991
240 61 34 0,0754
300 61 34 0,0601
400 61 53 0,0470
500 61 53 0,0366
630 91 53 0,0283
800 91 53 0,0221
1000 91 53 0,0176

202 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

TABELA 27 - CARACTERÍSTICAS DOS CONDUTORES CLASSE 5 (NBR 6880)

Seção Diâmetro máximo dos fios Resistência máxima do condutor a 20 ºC,


nominal no condutor condutores circulares, fios nus.
(mm²) (mm) (Ω / km)
0,5 0,21 39,0
0,75 0,21 26,0
1 0,21 19,0
1,5 0,26 13,3
2,5 0,26 7,98
4 0,31 4,95
6 0,31 3,30
10 0,41 1,91
16 0,41 1,21
25 0,41 0,780
35 0,41 0,554
50 0,41 0,386
70 0,51 0,272
95 0,51 0,206
120 0,51 0,161
150 0,51 0,129
185 0,51 0,106
240 0,51 0,0801
300 0,51 0,0641
400 0,51 0,0486
500 0,51 0,0384

TABELA 28 - CARACTERÍSTICAS DOS CONDUTORES DOS


CABOS FLEXOSOLDA E SOLDAPRENE (NBR 8762)

Seção nominal Diâmetro máximo dos fios Resistência máxima do condutor a 20 ºC,
do condutor no condutor condutores circulares e fios nus.
(mm²) (mm) (Ω / km)
10 0,26 1,91
16 0,26 1,21
25 0,26 0,780
35 0,31 0,554
50 0,31 0,386
70 0,31 0,272
95 0,31 0,206
120 0,31 0,161
150 0,31 0,129
185 0,31 0,106
240 0,31 0,0801

203 Departamento Regional - SENAI - RO


Sistemas Elétricos de Potência

7.5.2 CORRENTES MÁXIMAS DE CURTO-CIRCUITO

• Fio Pirastic Ecoflam, Cabo Pirastic Ecoflam, Cabo Flexível Pirastic Ecoplus, Cabo Sintenax
Econax e Cabo Sintenax Flex.
• Condutor - Cobre Conexões Prensadas ou Soldadas

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Sistemas Elétricos de Potência

7.5.3 CORRENTES MÁXIMAS DE CURTO-CIRCUITO

• Cabo Eprotenax Ecofix, Cabo Eprotenax Flex, Cabo Voltalene Ecolene e Cabo Afumex.
• Condutor - Cobre Conexões Prensadas.

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Sistemas Elétricos de Potência

7.5.4 CORRENTES MÁXIMAS DE CURTO-CIRCUITO

• Cabo Eprotenax Ecofix, Cabo Eprotenax Flex, Cabo Voltalene Ecolene e Cabo Afumex.
• Condutor - Cobre Conexões Soldadas.

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Sistemas Elétricos de Potência

7.5.5 DETERMINAÇÃO DA INTEGRAL DE JOULE (L2T) DE CONDUTORES


ELÉTRICOS

O cálculo do valor da Integral de Joule pode ser determinado de acordo com a norma
IEC 949 (1988).
Assim tem-se:
Fórmula geral: l2 t = l2 G2 ,

Onde:
X+ ∆ I2 Y
G= (1) z= − (3)
2z S α S

θ f +β
∆ = X 2 + 4 z S (2) α = K 2 S 2 ln  (4)

θ
 i + β 
Sendo:
I = corrente admissível no condutor (A);
S = seção nominal no condutor (mm2);
f = Temperatura final do condutor (ºC);
i = Temperatura inicial do condutor (ºC);
ß = recíproco do coeficiente de temperatura da resistência do condutor em ºC
(K) - tabela 1;
K = constante que depende do material condutor - tabela 1;
X e Y = tabela 2.

Tabela 1

Material K ß
Cobre 226 234,5
Alumínio 148 228

Tabela 2 - Condutores de Cobre

Isolação X Y
PVC ≤ 3 kV 0,29 0,06
PVC > 3 kV 0,27 0,05
XLPE 0,41 0,12
EPR ≤ 3 kV 0,38 0,10
EPR > 3 kV 0,32 0,07

Exemplo:

Calcular a Integral de Joule para um cabo 6mm² de cobre, isolado em PVC, 0,6/1kV
percorrido por uma corrente de 100 A.
Considere ainda os seguintes parâmetros: θf = 160 ºC, θi = 70 ºC.

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Sistemas Elétricos de Potência

Tem-se:

ß = 234,5 (tabela 1) K = 226 (tabela 1)

X = 0,29 (tabela 2) Y = 0,06 (tabela 2)


Assim:

θ +β
α = K 2 S 2 ln f  = 226 2 × 6 2 ln 160 + 234 ,5  = 476137

 θi + β   70 + 234 ,5 

I2 Y 100 2 0 ,06
z= − = − = 0 ,011
α S 476137 6

∆ = X 2 + 4 z S = 0 ,29 2 + 4 × 0 ,011 × 6 = 0 ,348 → ∆ = 0 ,59

X+ ∆ 0 ,29 + 0 ,59
G= = = 16 ,33
2z S 0 ,0539

I 2 t = I 2G 2 = 100 2 × (16 ,33 ) = 2665816 A 2 s


2

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REFERÊNCIAS

WEG , Módulo 4. Geração de Energia. Centro de treinamento de clientes.

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209 Departamento Regional - SENAI - RO

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