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Disciplina: Processo de Fabricação Mecânica II

CAPÍTULO VI

Metalurgia da Soldagem
(1) O cobalto é cúbico de faces centradas a altas temperaturas e transforma-se
em hexagonal compacto a baixas temperaturas.

(2) O ferro é cúbico de corpo centrado (Fe-d) próximo à temperatura de fusão e


novamente a baixas temperaturas (Fe-a), mas a temperaturas intermediárias o
ferro é cúbico de faces centradas (Fe-g).

(3) O titânio e o zircônio são cúbicos de faces centradas a altas temperaturas e


hexagonais compactos a baixas temperaturas.
As três estruturas cristalinas mais
comuns dos metais
Elemento de liga substitucional

Elemento de liga intersticial


Exemplo (substitucional)
Exemplo (intersticial)

EXEMPLO DE SOLUÇÃO SÓLIDA


INTERSTICIAL
Fe + C solubilidade máxima do C no
Fe é 2,1% a 910°C (Fe CFC)
Demonstração do Fenômeno da DIFUSÃO
Antes do
Depois do aquecimento
aquecimento
Solução
sólida
Cu Ni Cu Cu+Ni Ni
Classificações dos aços

As classificações mais comuns para os aços são:

 aços carbono,
 aços de baixa liga,
 aços de média liga,
 aços de alta liga.
Classificações dos aços

Aços carbono

aço baixo carbono - até 0,14% carbono;

aço doce - de 0,15% até 0,29% carbono;

aço de médio carbono - de 0,30% até 0,59% carbono;

aço de alto carbono - de 0,60% até 2,00% carbono.

Os aços de baixo carbono e doce são os grupos mais


produzidos por causa de sua relativa resistência e boa
soldabilidade.
Classificações dos aços

Aços de baixa liga


São geralmente definidos como aqueles que
possuem teor total de liga de 1,5% a 5,0%.

Elementos de liga mais comuns

manganês, silício, cromo, níquel, molibdênio e


vanádio.

Perdem muito de sua resistência a altas temperaturas.

Para evitar essa situação, são adicionadas pequenas


quantidades de cromo ou de molibdênio.
Classificações dos aços

Aços de média liga

Aços de média liga são definidos como aqueles que


possuem teor de elementos de liga entre 5% e 10%.

Apresentam características semelhantes às dos aços de


baixa liga, requerendo, porém, maiores cuidados em sua
fabricação e soldagem.
Classificações dos aços

Aços de alta liga

Grupo de aços, caros e para uso específico, contêm teor


de elementos de liga ultrapassando 10%, resultando em
propriedades químicas e mecânicas excepcionais.

Devido aos altos teores de elementos de liga, são


necessários cuidados e práticas especiais quando se
soldam aços de alta liga.
Transformação sólido-líquido, ferro puro

Solidifica
Diagrama Fe-C
Ferro Puro /Formas Alotrópicas
FERRO  = FERRITA FERRO  = AUSTENITA

 Estrutura= ccc  Estrutura= cfc (os átomos


tem uma quantidade maior
 Temperatura “existência”
de posições intersticiais)
até 912 C
 Temperatura “existência”=
 Fase Magnética até 768 C
912 -1394C
(temperatura de Curie)
 Fase Não-Magnética
 Solubilidade máx do
Carbono em ferro  =  Solubilidade máx do
0,02% a 723 C Carbono= 2,06% a
1147 C.
Ferro Puro /Formas Alotrópicas
FERRO  = FERRITA 
 Estrutura= ccc
 Temperatura  acima de 1394C
 Fase Não-Magnética
 É a mesma que a ferrita 
 Como é estável somente a altas
temperaturas não tem interesse comercial
MICROESTRUTURAS / EUTETÓIDE (cont.)
MICROESTRUTURAS hipo-eutetóide
Exemplo – Aço = 0,38%C
Fase clara 
Ferrita Pró-eutetóide

Perlita  cementita (Fase


escura + ferrita (lamelas clara)
MICROESTRUTURAS hiper-eutetóide
Exemplo – Aço = 1,4%C
Cementita Pró-eutetóide
(Fase Clara)

Perlita (Fase Escura)


Processo de solidificação de
uma junta soldada
CURVAS TTT

 As curvas TTT estabelecem a


temperatura e o tempo em que
ocorre uma determinada
transformação,
 Só tem validade para
transformações a temperatura
constante.
RESFRIAMENTO A
TEMPERATURA CONSTANTE

Estas curvas não se


aplicam integralmente
as condições de
soldagem
CURVAS CCT /RESFRIAMENTO
CONTÍNUO
MICROESTRUTURAS /EUTETÓIDE
A (FORNO)= Perlita
grossa
B (AR)= Perlita + fina (+
dura que a anterior)
C(AR SOPRADO)= Perlita
+ fina que a anterior
D (ÓLEO)= Perlita +
martensita
E (ÁGUA)= Martensita
No resfriamento contínuo, as curvas TTT deslocam-se um pouco
para a direita e para baixo
Epitaxia
Epitaxia é o fenômeno que ocorre no
processo de soldagem e está
relacionada com o crescimento de
grão.
A epitaxia é caracterizada pelo
prolongamento dos grãos na zona de
ligação.
Devido a epitaxia os contornos de
grãos ultrapassam a zona de ligação.
Epitaxia

A – Metal Fundido
B – Zona de Ligação
C – ZTA
Crescimento competitivo dos grãos
Preaquecimento
O preaquecimento permite o
prolongamento da temperatura
da junta por mais tempo.

O preaquecimento evita a
formação da martensita.

O preaquecimento reduz a
possibilidade à fissuração por
hidrogênio.
Preaquecimento
A temperatura de pré-aquecimento pode variar de
50°C a 540°C, sendo mais comumente aplicada
na faixa de 150°C a 200°C.

A necessidade do pré-aquecimento aumenta com


os seguintes fatores:
• teor de carbono do material de base;
• teor de ligas do material de base;
• tamanho da peça;
• temperatura inicial;
• velocidade de soldagem;
• diâmetro do consumível.
Preaquecimento
Como determinar a temperatura de pré-aquecimento

A composição do material de base deve ser conhecida


para se escolher a temperatura de pré-aquecimento
correta, pois ela é controlada por dois principais fatores:

• o teor de carbono do material de base;


• o teor de ligas do material de base;

Basicamente quanto maior for o teor de carbono do material de base, maior


será a temperatura de pré-aquecimento requerida.
Esse raciocínio se aplica também ao teor de ligas, mas num grau levemente
menor.
Preaquecimento
Segue-se a regra:

Quanto maior for o carbono equivalente maior será a temperatura


de pré-aquecimento requerida.

Essa fórmula é válida quando os teores estão dentro das faixas:

%C < 0,50
%Mn < 1,60
%Ni < 3,50
%Mo < 0,60
%Cr < 1,00
%Cu < 1,00
Preaquecimento
Outra fórmula que pode ser usada:

Existem vários métodos para se calcular a temperatura de pré-aquecimento


considerando também a espessura.
Preaquecimento
Temperatura de pré-aquecimento recomendada versos Ceq
Pós-aquecimento
O pós-aquecimento consiste em
expor a junta a um determinado
tempo e temperatura para aumentar
a difusão do hidrogênio.

Deve ser executado logo após o


término da soldagem, de forma a não
permitir o resfriamento, evitando a
fissuração a frio pelo hidrogênio.
Pós-aquecimento

O pós-aquecimento raramente é aplicado


de forma isolada;

É quase sempre conjugado com o pré-


aquecimento.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
OBJETIVOS:

- Remoção de tensões internas


- Aumento ou diminuição da dureza
- Aumento da resistência mecânica
- Melhora da ductilidade
- Melhora da usinabilidade
- Melhora da resistência ao desgaste
- Melhora da resistência à corrosão
- Melhora da resistência ao calor
- Melhora das propriedades elétricas e magnéticas
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Além do pré-aquecimento e do pós-aquecimento
vários outros tratamentos térmicos são
empregados em juntas soldadas para influenciar
nas propriedades do metal de solda:

 alívio de tensões;
 recozimento pleno;
 normalização;
 têmpera;
 revenimento.
Alívio de tensões
Numa junta soldada o metal mais próximo da solda está
sujeito às mais altas temperaturas e, à medida que aumenta
a distância da solda, a temperatura máxima atingida diminui.
O aquecimento heterogêneo causa contração-expansão
também heterogênea e pode causar distorções e tensões
internas no metal de solda. Dependendo de sua composição
e aplicação o metal pode não ser capaz de resistir a essas
tensões e trincar ou pode ocorrer falha prematura da peça.
Uma maneira de minimizar essas tensões ou de aliviá-las é
pelo aquecimento uniforme da estrutura após a soldagem ter
sido realizada. O
metal é aquecido a temperaturas logo abaixo do ponto onde
possa ocorrer alguma alteração microestrutural e então é
resfriado lentamente.
Alívio de tensões
RECOZIMENTO
• Objetivos:

- Remoção de tensões internas devido


aos tratamentos mecânicos
- Diminuir a dureza para melhorar a
usinabilidade
- Alterar as propriedades mecânicas
como a resistência e ductilidade
- Ajustar o tamanho de grão
- Melhorar as propriedades elétricas e
magnéticas
- Produzir uma microestrutura definida

Peças soldadas raramente sofrem recozimento porque temperaturas muito


altas podem causar distorções na estrutura soldada.
RECOZIMENTO
Esse tratamento térmico consiste:

no aquecimento do conjunto 30°C a 60°C acima


da temperatura crítica, isto é, aquela em que
ocorre a alteração microestrutural (nos aços, de
840°C até 1.000°C);

na manutenção do patamar de temperatura por


um tempo suficiente para promover uma
mudança uniforme;

e no resfriamento lento do conjunto, usualmente


dentro do forno.
NORMALIZAÇÃO
Objetivos:

Refinar o grão
Melhorar a uniformidade da
microestrutra
Constituintes obtidos:
perlita e ferrita finas ou
cementita e perlita fina

*** É usado antes da têmpera


e revenido
TÊMPERA – REVENIDO
Tempera  Objetivos:
 Obter estrutura matensítica que
promove:
- Aumento na dureza
- Aumento na resistência à tração
- Redução na tenacidade
*** A têmpera gera tensões  deve-se
fazer revenido posteriormente

Revenido  Objetivos:
Alivia ou remove tensões
- Corrige a dureza e a fragilidade,
aumentando a dureza e a
tenacidade
*** Sempre acompanha a têmpera
Continua pg. 77

Aporte térmico

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