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Caixa de Perguntas
Caixa de Perguntas
C A I X A
DE PERGUNTAS
Objecções vulgares contra a Religião
NIHIL OBSTAT
IMPRIMA TUR
P. José Rolim, o. f. m.
PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO
pelo Card. Cibbons
Arcebispo de Baltimor
PREFÁCIO DA SEGUNDA EDIÇÃO
pelo Card. Hayes
Bertrand L. Gonway, C. S. P.
PRÓLOGO DO TRADUTOR ESPANHOL
P. Segundo Llorente, S. J.
. As particulares circunstâncias da Igreja Católica nos
Estados Unidos deram origem a uma Congregação Reli-
giosa denominada dos Padres Paulistas.
Seu fim é propagar e defender a religião católica,
servindo-se das mesmas armas de que hoje se servem os
seus inimigos para a atacar: rádio, imprensa e confe
rências.
H á setenta e seis anos, — que tantos são os que con
ta de existência — , tem-se batido sempre na vanguarda,
sempre denodadamente, e sempre com glória, em defesa
de seu Rei e Capitão: Jesus Cristo.
Digam-no o extraordinário êxito obtido por seus inú
meros livros, folhetos e artigos; a aceitação de suas con
ferências, transmitidas pela rádio, desde a sua célebre es
tação emissora de N ova Iorque, verdadeira atalaia insta
lada no campo inimigo, poderosa catapulta e semeadora
fecunda, ao serviço de Deus e da Igreja; e, em suma, as
suas missões a protestantes e incrédulos, em geral, em que
tanto se tem assinalado o P. Conway, durante os seus 31
anos de apostolado nos Estados Unidos e Canadá, pregan
do em 197 cidades e dando 492 missões, com 0 fruto ad
mirável de mais de 6.200 conversões.
Costuma o P. Conway colocar, durante a missão, na
sala das conferências, uma caixa para que os assistentes
deitem nela as dúvidas e dificuldades que tiverem res-
peitantes à doutrina católica<
PRÓLOGO DO TRADUTOR
ESPANHOL
— Não.
Quando dizemos, com a Escritura, que Deus vê,
ouve, agradece, se encoleriza, etc., é claro que falamos
metafòricamen te.
De modo algum adoramos um deus feito à nossa
imagem e semelhança.
Replica-se-nos;
— Mas as perfeições que atribuís a Deus são justa
mente as que observais no homem.
s
CAIXA D E PERGUNTAS
54
E por quê?
A razão é muito simples, e muito clara: é que nin
guém dá o que não tem; é que o efeito não pode ser
superior à causa,
Todas as coisas finitas se encontram em Deus co
mo em sua Qrigem; mas como esta Origem é infinita,
segue-se que a Inteligência e a Vontade em Deus não
são limitadas, como nas criaturas.
— No finito tudo é finito; no Infinito tudo é in
finito.
Por outros termos: em Deus Criador, em razão de
sua mesma Essência, tudo é infinito; nas criaturas, em
virtude de sua mesma natureza, tudo é limitado. (P. R .).
Sendo Deus nosso Princípio, é também necessaria
mente nosso Senhor, e nosso Fim.
Ele próprio o declara por S. João no Apocalipse,
dizendo: «£« sou o A lfa e o Ómega, o Princípio e o
Fimn (Apc. i, 8).
— Nosso Senhor: tem direito a mandar-nos; nós,
o dever de Lhe obedecer.
Nosso Fim : é a meta suprema de todas as nossas
aspirações, que só nEle encontrarão a sua plena satis
fação.
Deve ser, portanto, para nós o que o norte é pa
ra a bússola, e a bússola para o nauta (P. R .).
. Não.
Deus, Legislador infinitamente santo e justo, escre
veu a sua lei em nossos corações, e deu-nos a luz da ra
zão para, mediante ela, chegarmos ao conhecimento c!a
lei moral, que se dignou revelar-nos.
Eis o único fundamento da moralidade.
«Moralidade que não seja baseada em motivos re
ligiosos, — escreveu Liddon — , (Some Elements of
Religion, 18), é como o ramo cortado da árvore.
Talvez, devido a causas acidentais, se conserve ver
de durante algum tempo; mas não se espere mais dele
vida pujante e vigorosa.
3» CAIXA D E PERGUNTAS
Quê!
Não é raro ver o justo vestido de farrapos, e o ri-
cioso passeando-se em luxuoso automóvel.
EXISTÊNCIA E NATUREZA DE DEUS
39
De modo algum.
O homem primitivo pôde tomar-se de espanto pe
rante uma tempestade desfeita, um ciclone, um tremor
de terra. Mas isto sucede ainda hoje aos mesmos sábios.
que não apenas aos rudes.
Semelhante temor é puramente natural e absoluta
mente incapaz de sugerir ao homem a ideia de Deus, se
ele já antes a não tivera.
Muito bem escreve De Maistre nas suas uSotrées de
S. Petersburg»: «O homem, ao chamar a Deus Senhor,
Mestre, Pai, mostra que a ideia que tem de Deus lhe
não vem do temor. „
Demais, vemos que a música e a dança tem desem
penhado um papel importante no cmto divmo.
E a ideia de festividade anda tao unida com a de
regozijo que, dizer festa, equivale a dizer solemaade re-
ligiosa».
56 CAIXA D E PERGUNTAS
3
66 CAIXA DE PERGUNTAS
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98 CAIXA D E PERGUNTAS
MISTÉRIOS. A TRINDADE. A
INCARNACÃO
O
6
1Ô2 C A IX A DE PERGU NTAS
d iv in d a d e de JESIT S
169
7
X V III
Não.
O P. Ryder, respondendo a esta objecção, diz: «Não
se irata aqui de comparação de pessoas, mas de paren-
A S A N T ÍS S I M A VIRGEM 199
De maneira alguma.
Jesus Cristo simplesmente aproveitou a presença de
Sua Mãe e de Seus primos para ensinar ao povo a neces
sidade de guardar a palavra de Deus, como o fizera 2
Santíssima Virgem (Lc. 1, 38, 45), e de nos desapegar
mos de nossos parentes, ainda mesmo os mais chegados,
por amor de Deus.
Tertuliano comenta assim esta passagem:
«Era mister, que Jesus Cristo cumprisse tudo o que
nos mandava fazer.
Muito de estranhar seria que, mandando-nos Ele
200 CAIXA I)E PERGUNTAS
8
226 CAIXA D E PERGUNTAS
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258 C A IX A D E PER G U N TAS
Santos.
274 CAIXA DE PERGUNTAS
Católicos ...............
Protestantes........................ 294*5%1*999
194.102.000
Cismáticos orientais ............... 120.729.000
fltorlíIn 9\^’
J7 ' t ntrc 08 ^«8°*? ® "Fragmento Mu*
ratorumo» (200) e Tertuliano (Adv. Marc. 4. 4; De
Proes. 30), entre os latinos.
Tertuliano, quando fala da Igreja, chama-lhe «ca-
tolicã)).
, Santo Agostinho emprega a palavra ".Católica», como
sinônimo da Igreja, 240 vezes (Revuc Benedictmc,
1900, 1-9).
Em 1529 a Dieta de Espira, ao conceder liberdade
religiosa aos Estados Luteranos, pedia tolerância para
os católicos que vivessem a dentro de suas fronteiras
(Alzog: Hist. da Igreja, 3, 75).
Mas os príncipes luteranos, — o Eleitor de Saxónia*
o Margrave de Brandeburgo, o Landegrávio de Hesse,
o Duque de Lunebergo e príncipe Wolfgang de Anhak
—, protestaram, alegando o princípio <Cujus regio 1lltus
religio»; A religião do povo deve ser a do seu Príncipe -
A palavra, portanto, «protestante» nasceu da recusa
que se deu à liberdade de consciência (Pastor: ohr. czt.
10, 124).
A expressão «Católica Romana>' não localiza a Igre
ja, porque pode, e deve, tomar-se no seu verdadeiro sen
tido ortodoxo: a Igreja Católica tem a sua Sede* o seu
Centro, em Roma*
De maneira semelhante é uso falar de coisas civis,
dizendo: o Governo de Washington, o Governo de Lon
dres, o Governo de Paris, o Governo de Madrid, o Go
verno de Lisboa, etc.
Os católicos não gostam de que lhes chamem ^ro-
m a m sta s », por causa de sua origem, de seu sentido he
rético e de sua novidade.
Foi introduzido pelos controversistas em Inglaterra,
porque pretendiam monopolizar a palavra , catolico >
(Thurston: M., Sept., Oct., • > XVII
Depois, fo. geralmente usado durante o seurfo XVII
288 C A IX A DE PERGUNTAS
10
290 C A IX A DE PERGUNTAS
Não
diz S. Paulo que todos os Apóstolos foram
fundamento da Igreja? (Efés. 2, 19-20) Por que di
zem os católicos que somente S. Pedro o foi?
Todos os doze Apostolos foram fundamento no sen-
tido em que todos pregaram Jesus Cristo, qual os Profe
tas O tinham predito.
O texto diz: «Sois cidadãos dos santos... edificados
sobre o fundamento dos Apóstolos e dos Profetas
S. João, no seu Apocalipse, igualmente lhes chama
fundamentos, dizendo: «E o muro da Cidade tinha do~e
fundamentos e nele os doze nomes dos doze Apóstolos
(Apc. 21, 14),
Foram os doze primeiros pregadores infalíveis do
Evangelho de Cristo.
Pedro era a «pedra» sólida sobre a qual eles. tam
bém «pedras» da construção, estavam cimentados.
— Desnecessário é lembrar, porque é óbvio, que os
Profetas e os Apóstolos não foram fundamentos da Igre
ja em idêntico sentido: os Profetas foram divmamente
incumbidos de revelar ao mundo, para o ir preparando,
os delineamentos, a planta, da futura construção, que o
Céu viría levantar sobre a terra; os Apostolos receberam
a divina incumbência de a executar, estabelecendo, di
fundindo a Igreja por toda a terra, em obediência ao seu
divino Fundador, Jesus Cristo, sob a direcção de Pedro.
Muitos são os operários que trabalham na constru
ção de uma obra; o Mestre, porém, o Intendente gera .
é um só. , , 1 r -
Na edificação da Igreja o Delegado supremo de
to foi Pedro (P. R*)*
'Não é Cristo diamado «a pedra que foi repro
3*6 CAIXA DE PERGUN TAS
Incrível, porquê?...
Josefo fala de uma embaixada enviada a Roma no
século I, composta de pessoas de desigual categoria.
d if ic u l d a d e s co ntra a a p o s t o l ic id a d e
319
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322 C A IX A D E PERGUNTAS
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C A IX A D E P E R G U N T A S
354
Ic L l, U ia o j w m v w w ~L
A - -------- ------------ ^ I W W K O 5
mia.
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386 C A IX A DE PERG UN TAS
402 C A IX A D E PER G U N TA S
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C A IX A D E P E R G U N T A S
418
De modo algum.
Os caudilhos da Reforma, na Inglaterra, como no
Continente, não fizeram questão em seguir nas pisadas
da intolerância medieval.
Hamack diz de Lutero: ((Saudar Lutero como ho
mem de novos tempos, criador do espírito moderno e he
rói da civilização, é ver as coisas por um só prisma, e em
penhar-se por desfigurar os factos» (Lehrbuch der Dog*
mengsch, 3, 810).
Na Saxónia, os católicos e os zuinglianos, que se
C A IX A D E P E R G U N T A S
430
15
C A IX A D E P ER G U N TA S
45°
19 ).
A s p a la v ra s d a «p aráb o la» do S e n h o r q u e v e m em
S. Lu cas, a d u z id a s pelo a rg u e n te , n ad a tem que ver
com a q u e stã o d o m érito d e nossas obras.
O Senhor propôs^se então ensinarmos a humildade.
c o m o d iz o P . L a g r a n g e no seu com enCar,o ao E v a n '
g e lh o d e S . L u c a s (Evangtle selon S. L m . , 4 5 ^ ) -
C A IX A D E P E R G U N T A S
470
De maneira nenhuma.
A Igreja Católica condena a magia como pecado
mortal contra a virtude da religião, e estigmatiza-a como
prática imoral com que se pretende operar milagres, pe
lo poder do demônio.
Denominamos «acção mágica», quando de uma cau
sa inadequada e insuficiente se esperam efeitos que lhe
são superiores; quando se considera uma coisa material
ou criada como causa de alguma coisa espiritual ou di
vina.
A «eficácia dos Sacramentos» não depende de quem
os administra, nem da disposição das fórmulas e ceri
mônias que obrigue Deus a produzir o efeito que r>e
pretende; mas depende só e exclusivamente de Jesus
Cristo, que os instituiu, para nossa salvação.
A «eficácia dos Sacramentos» deriva imediatamente
não só da relação que têm com o sangue precioso de
Cristo (Col. 1, 19; Hebr. 9, 13; 1 Pedro, i, 2), mas
também com sua divina Pessoa, em cujo nome actua
o ministro humano (I Cor. 1, 13; 3, 4; 4t ^
Os efeitos, portanto, dos «Sacramentos são de ori-
SACRAMENTOS IiM GERAI.
48*
16
482 C A IX A D E P E R G U N T A S
♦
«comer-Me» e de «comer a Minha Carne e beber o
Meu Sangue» (Handbuch der Kath. Dogmatik, 4., 569).
O estudo cuidadoso de todo o capítulo reclama se
interpretem literalmente as palavras «comer a Carne do
Filho do Homem e beber 0 Seu Sangue» (}o. 6, 54).
Cristo faz clara distinção entre três qualidades de
pão: pão ou maná do deserto (Êxod. 16, 15; Jo. 6, 49),
dado outrora por Moisés aos judeus para alimento do
corpo; pão do céu ou pão da vida (Jo. 6, 32-35), Jesus
Cristo mesmo, dado pelo Pai aos judeus então como
objecto de fé; e Pão da Vida, o Mesmo Jesus Cristo
na Eucaristia, que seria dado no futuro por Cristo para
vida do mundo (Jo. 6, 52).
Segundo as regras da linguagem, a interpretação
figurada é impossível.
Se uma figura de dicção está definida, não se po
de usar dela em novo sentido, meramente para sus
tentar uma controvérsia.
Comer a carne de alguém era uma figura familiar
entre os antigos judeus, como é ainda hoje entre cs
árabes, mas sempre para significar uma injúria grave,
especialmente uma calúnia ou uma acusação falsa con
tra alguém.
Não é um absurdo imaginar que Nosso Senhor pro
meteu a vida eterna e a ressurreição gloriosa a quem O
caluniasse?
Beber o sangue de alguém era igualmente figura
familiar entre os judeus, mas significava sempre casti
go de Deus (Is. 49, 26; Apc. 16, 6) infligido a seus
inimigos, o que não tem aqui possível cabimento.
A Lei judaica proibia expressamente aos judeus be
ber sangue (Gén. 9, 4; Lev. 3, 17; 7, 26; 19, 26; Deut.
12, 16; 15, 23). Fazê-lo, era considerado um crime hor
rendo (1 Reis, 14, 23; Judit. 1 1 , 10 -11; Ezeq. 33, 25).
Muito bem diz o Cardeal Wiseman: «A idéia de
e u c a r is t ia
_______ _________ _________ ____________________ 5 0 9
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C A IX A D E P E R G U N T A S
5 J4
18
C A IX A DE PERGUNTAS
54&
SACRAMENTO DA PENITÊNCIA, OU
CONFISSÃO SACRAMENTAL. SUA ORI
GEM DIVINA. O SIGILO SACRAMENTAL.
CONTRIÇÃO E SATISFAÇÃO
19
CAIXA DE PERGUNTAS
578
18, 3 1; Joel 2, 12-13; Mt. 16, 25; Lc. 7* 38» 15» I 3* *9»
18, 3; Act. 2, 37).
A dor, para ser verdadeira, deve: abranger a inteli
gência e a vontade; ser universal, isto é: abranger todos
os pecados; ser suprema: o pecador deve odiar o peca
do como o maior dos males? inspirada na graça sobrena
tural: baseada na fé, «princípio, raiz e fundamento de to
da a justificação» (Trid. Ess. 6, cap. 8).
Pode-se detestar o pecado por vários motivos: por
sua mesma vileza; pelo temor das penas do inferno; pelo
amor que se deve a Deus.
Quando se detesta por qualquer dos dois primeiros
motivos, a dor chama-se «imperfeita» ou «atrição»; quan
do, pelo terceiro, «contrição perfeita».
A «contrição perfeita» reconcilia o pecador com Deus
antes mesmo de receber o Sacramento da Penitência
(Trid. Sess. 14, cap. 4), posto que inclua necessariamente
o desejo de o receber.
Deduz-se isto evidentemente das palavras do Senhor:
«Aquele que tem os meus Mandamentos, e que os guar
da, esse é o que me ama. E aquele que me ama, será
amado de meu Pai, e eu o amarei também e me mani
festarei a ele» (Jo. 14, 2 1).
A «contrição imperfeita» ou «atrição», com o Sacra
mento da Penitência basta para alcançar o perdão dos
pecados.
A Bíblia apela muitas vezes para o temor de Deus,
para desviar e apartar os homens dos caminhos da culpa.
Nosso Senhor diz: «Não temais os que matam o
corpo, e não podem matar a alma; temei antes, porém, o
que pode lançar no inferno tanto a alma como 0 corpo»
(Mt. 10, 28; Cfr. 5, 30).
O Concilio de Trento condenou Lutero, por dizer,
entre outras coisas, que «o temor leva o homem a pecar
PENITÊNCIA
579
20
6 io CAIXA DE PERGUNTAS
________ o DIVÓRCIO r
------------------ ----------------- ------------ ----------- 041
21
642 CAIX A DE PERGU N TAS
LI
meter, nem mais por uns do que por outros, a Igreja re
cebeu jamais dinheiro, ou coisa equivalente» ( T h e Pre-
se n t P o s itio n o f C a th o lic s in E n g l a n d , 1 1 3 ) .
Os historiadores católicos Gasquet, Pastor, Janssen,
Michaels e Paulus mencionaram frequentemente abusos
relacionados com a «pregação das indulgências» na ida-
de-média.
O «Perdoador» medieval, pintado por Chaucer no
seu « P a r d o n e r ’s T a l e », era muitas vezes um velhaco sem
escrúpulos, cujas desonestidades e fraudes foram conde
nadas pelos Bispos daquele tempo*
O Concilio de Mainz, celebrado em 1261, mandou-os
encerrar na Alemanha; e o Bispo de Durão, em 1340,
na Inglaterra.
Incriminar a Igreja, por estes abusos, é manifesta
mente desonesto, como diz Lea na sua «H is t o r y o f C o n -
fe s s io n a n d I n d u lg e n c e s » (3, 284-295).
Comparativamente, hoje é fácil obter dinheiro para
uma empresa, uma obra de caridade.
Os meios de a levar ao conhecimento do público e
de pedir superabundam.
Temos ‘(correios, imprensa diária, telégrafos, telefo
nes, rádio».
Na idade-médiat quando se desejava levantar uma
igreja, ir em socorro de uma obra de caridade, o Bispo
ou o Papa concedia e publicava uma «indulgência». A
fé era mais viva.
A riotícia da «obra» e da «indulgência» ia passando
de boca em boca, e o povo corria a ganhá-la, confessan
do-se, comungando, visitando as igrejas, e dando a sua
esmola para auxiliar a obra.
O Concilio de Trento, seguindo os Concílios IV de
Latrão, Lião e Viena, condenou em termos expressos
((os abusos dos angariadores de esmolas» e, em razão do
INDULGÊNCIAS
683
Que é o «Angelus»?
O s ju d e u s , d e p o is d a d is p e r s ã o , n ã o o b s ta n te o seu
ó d i o à id o la t r ia , d e c o r a r a m o s s e u s c e m it é r io s c o m « p in
t u r a s d e p á s s a r o s , a n im a i s , p e i x e s , h o m e n s e m u lh e r e s * .
O s p r i m i t i v o s c r is t ã o s a d o r n a r a m a s C a t a c u m b a s c o m
fr e s c o s d e C r i s t o , d a V i r g e m e d o s S a n to s, cen as e p as
sagen s d a B íb lia .
Moisés, fe
S I o m u i t o c o m u n s a s s e g u i n t e s p in t u r a s :
r in d o a r o c h a :Noé n a a r c a : Domei n a c o v a d o s le õ e s ; o
nascimento de Jesus; a adoração dos Magos; a s b o d a s de
Caná; a ressurreição de Lázaro; Jesus Cnsto: — O Bom
Pastor.
S ã o ra r a s a s «estátuas», s im p le s m e n t e p e lo s e u cu sto
e p e la d i f i c u l d a d e d e a s f a z e r .
Q uando a I g r e j a s a iu d a s C a t a c u m b a s , c o m e ç o u d e
d e c o r a r as s u a s ig r e ja s c o m ricos mosaicos, escutturms,
pinturas e estátuas preciosas.
N in g u é m pode h o n e sta m e n te a c u s a r e s te s a n tig o s
c r is tã o s d e id ó la t r a s . C o n t r a q u e m o o u s a s s e p ro te s ta ria m
m ilh õ e s e m ilh õ e s d e le s , q u e d e r a m g o s t o s a m e n t e a sua
v id a , p ara n ão a d o ra r o s d e u se s d c Im p é n o .
A I g r e j a n u n c a s u p r im iu o segu n d o M a n d a m e n to .
R e s u m iu -o e m s e u s c a t e c i s m o s p a r a o p o v o , s e g u in d o o
e x e m p l o d a B í b l i a S a g r a d a , q u e a s s im o re s u m e ta m b é m
n o q u a rto L iv r o d o s R e is:
«Não temais os deuses estrangetros, nem os adoreis,
nem os s i r v a i s , n e m lhes sacrifiqueis, mas stm ao Senhor
vosso D eus... A Ele temei, e a Ele adorai, e a Ele ofere
cei sacrifícios» ( 4 R e i s , 1 7 , 3 5 - 3 6 ) .
O A n tig o T e sta m e n to d iz . que os M a n d a m e n to s
são 1 0 ( Ê x o d . 2 0 , 1 - 1 7 : D e u t . 5 , 6 - u ) ; n ã o d iz . p o rém ,
c o m o se h ã o - d e d i v i d i r .
A d i v i s ã o c a t ó l i c a m a is ló g ic a , s e g u n d o S a n to A g 05'
tin h o (Quest. in H ept. 2. 7 1 ) . é a q u e co lo ca n o Pn-
m e ir o M a n d a m e n t o a p r o ib iç ã o d o ^ falso cu lto e a i o
C A IX A DE PERG UN TAS
700
S. Cirilo de lenuaiém dK ™ (C j.
4 , 1 0 ; 10 , 1 9 ! 1 3 , 4 ), qoe em 34 7 esteve no dt» gude
fora encontrada, e uma mscnção descoberta em T na» 4,
Mauritânia fala da "madeira da cruz» (M A m te , £
cole de Rome, 10, 4 4 1 )
É verd ad e que Eusébio menciona o descobmnouo
do « Sa n to S e p u lc r o » (N o Sim. 87 , 13 ) e ^ ^ ^
d e s c o b r im e n to d a « S a n ta Cruz».
Mas na sua «Vida de Constantmo* (3. 307 insere
uma carta do Imperador a Macáno. Bispo de Jerusalém,
em que parece referi r-se-lhe.
De certeza, referem-se ao facto outras escritores do
século IV , entre eles: S. Paulino de Nola. Santo Arabró-
sio, S. ]oão Crisóstomo, Sulpíoo Severa. Sócrates e So-
zomeno.
C o n s ta n tin o e rig iu a B a s ílic a d e S a n ta C r u z *0
s ít io d o « S e p u l c r o » d e N o s s o S e n h o r , e 0 $ O n e n t a a ce le
b ravam a fe s ta d a d e d ic a ç ã o a 1 3 d e S e te m b ro .
O «Lenho da Vera-Cruz» era púbhcameiut venera
do em Jerusalém. Cortaram-se fragmentos dele e a de
voção encarregou-se de os espalhar por todo o mundo.
S. Paulino de Nola (353-431) mandou ama reliqua
ao seu amigo Sulpício Severo, recomendando-lhe que a
conservasse, para que Lhe servisse de protecção nesta
vida e de penhor de glóna na futura {Efnst- 3 1 )*
R o h a u lt d e F le u ry , em 1 8 7 0 . d e p o is d e d iligen te e
c o n s c ie n c io s o e stu d o das r e líq u ia s e x iste n te s da ^ era-
- C r u z » , c o n c l u i u q u e , r e u n id a s , n ã o fo rm a ria m m ais qu-
d o is q u in to s d e um p é c ú b ic o , calculando-se que a v e .-
d a d e ira « C r u z » d e v i a te r seis p és cú b ico s, com n u .s «.«n
*
6 ." MANDAMENTO
733
24
C A IX A D E P ER G U N T A S
738
SÉTIM O E O IT A V O M A N D A M E N T O .
JURO E USURA. A M E N T IR A . R ESTR I
Ç Ã O M EN TA L. O FIM N Ã O J U S T IF IC A
OS M EIOS
25
C A IX A D E P E R G U N T A S
77°
o s e r r o s e n t ã o m u it o e m v o g a e n tre o s p a g ã o s : panteís-
(D. B ., 4 , 1316).
m o . d u a lis m o e m e te m p s ic o s e
Criam na vida futura, mas preocupavam-se princi
palmente com a presente: a sua felicidade pessoal e a
prosperidade nacional (C. E., 5, 531).
Nos livros do «Pentateuco, Josué, Juizes e Reis», não
se íaz distinção explícita entre a sorte dos bons e a sor
te dos maus, na outra vida (Vigouroux: La BiiAe et
les Découverts Modernes, 4, 585).
Job é o primeiro que afirma a recompensa do justo
na outra vida e implicitamente proclama o castigo dos
maus (Job, 14; 16, 8).
Os Salmos (48, 72, 91, 95 e 110 ), o Eclesiastes (cc.
1 1 e 12 ), os Provérbios (cc. 10, 11, 14 e 24) e os Pro
fetas Menores (Joel, 3, 1-2 1; Sof. cc. 1 e 3), Isaías
(Is. c. 76), Ezequiel (Ez. c. 32) e Daniel (Dan. c. 12)
mencionam o castigo eterno dos maus.
O Novo Testamento menciona claramente a doutri
na do inferno em cada uma de suas páginas.
S. João ©aptista insiste sobre ele, para levar os pe
cadores a fazer penitência dos seus pecados (Mt. 3.
10 -12; Lc. 3, 7-9, 17; Jo. 3, 36).
Jesus Cristo, ao convidar os homens a segui-10 e a
crer no Seu Evangelho, lembra-lhes continuamente que
a sua eterna salvação está em perigo; que. se morrerem
em seus pecados, merecerão eterno castigo.
Acautela-nos de pecar contra o Espírito Santo (Mt.
112, 32) e do pecado do escândalo (Mt. 18, 8): insiste na
necessidade de cumprir os deveres da caridade fraterna
(Mt. 5, 32) e de guardar castidade, — e tudo sob pena
de eterna condenação.
«0 Reino dos Céus é para quem faz a vontade d e '^ u
Pai»; o inferno, para os que *obram a tmqutdade» (Mt.
26
802 C A IX A D E P E R G U N T A S
D Episcopado. 593.
— monárquico, 594.
Dança, 463-464. Epitáfio de Abércio, 325-3^
Dante: Nem a Divina Comédia, Equivocação, 757.
nem os Salmos de David Escapulário, 675-676.
estão no »índice», 394-398. Escolas do Estado (higiene fe-
Descendência do homem, 91-92. xual), 7 4 7 *7 4 9 *
Desenvolvimento da doutrina, Espiritismo, 108-110.
251-255. Esposa de Caim, 91-92.
Deus: sua existência, natureza Estatuto ‘ Praemunire•>. 293'
e atributos; é o funda -295.
mento da moralidade; sua Esterilização dos débeis. 74-'
crença é universal; sua ' j 4/*
Providência, 27-47. Ética e a guerra. 727-730.
Devoções: 658. — e o jogo. 463*464*
— Via-Sacra, 670. Eucaristia, 507-527.
— ao S. C. de Jesus, 687. Eugenia, 7 3 -*
— Quarenta-Horas, 687. Evolução. 122-124.
Excomunhão, 3 9 3 *3 9 4 *
— Rosário, 690. — de Isabel. Rainha de In-
— «Angelus», 692-693.
glaterra, 4 11*
Diabo, 7 7 3 *7 7 4 *
C A IX A D E P E R G U N T A S
8 io
F — e os Mosteiros ingleses,
625-626.
Fábula da Taberna do Cavalo, Hipnotismo, 112-114.
595-598.
Fé: sua natureza, 126-135.
— e a razão, 136-143. I
— e seus obstáculos, 129-132.
— ideia da fé, 126-128. Ideia do ser, 33.
— e a vontade, 126-132. Igreja Católica, 217-456.
— do sábio e do simples, — e a Bíblia. É uma Socie
132. dade divina e perpétua,
— é necessária, 259-260; mas 217-218.
de per si só não justifica, — é uma Sociedade visível,
132-135. 223-227.
— e a razão... (mistérios, — e a união com Deus, 229.
dogmas) não se opõem, — e a razão, 229.
136-143. — e a consciência, 231.
— suas Regras: Bíblia, T ra — é santa, 266-280.
dição, Igreja, 69-77; 289- — H á nela membros escan
-293. dalosos, pecadores, maus,
Festas, 448-450. 274.
Freiras medievais emparedadas, — é una, 235-265.
624-625. — é em verdade católica,
281-288.
G — é Apostólica, 289-331.
— Por que não entram nela
Galileu: sua condenação, 370- os acatólicos, 232-234.
-375- — Numero de católicos, pro
— Fábula: «E p u r se m u o v e », testantes e cismáticos, 285.
3 7 4 -3 7 5 - — é infalível, 345-351.
Genuflexão, 533. — não é intolerante, 393.
Graça, 464-467. — não é despótica, 139-140.
Greve e a Ética, 714-715. — a ciência e o progresso,
— geral e simpática, 715. 251-257; 3 7 0 -3 7 5 -
Grossatesta e o Primado do — e a educação, 416-424.
Papa, 294-295. — e a obediência às leis ci
Guerra e a Ética, 727-730. vis, 410-411.
— e o anátema, 393-394-
H — e a Maçonaria, 401-409.
— e a «Questão Romana»,
Henrique IV e o Édito de Nan- 3 4 1 -3 4 3 -
tes, 390. — e a «Questão Social», 711*
Henrique VIII e a Supremacia — Condições para lhe per
do Papa, 296-298. tencer, 442-443.
ÍND ICE ALFABÉTICOMNAEÍTIC o 8n
— Psicanálise, 111-112. V
— Sonhos, 116. Velas, 666.
— Ordálios, 114-116. Veneração dos Santos, 694-705.
Superstições: Ciência Cris:ã, Vésperas, 666.
118-122.
Sustentação do Clero, 456. Vínculo da caridade, 259-260.
Virgem' Maria, 194-195:
T — Sua Maternidade divina,
195-200.
Teatros, 463-464. — Sua Virgindade, 200-206.
Têmporas, 452-453. — Sua Conceição Imaculada,
Teoria da hiper-população, 207-210.
7 3 5 ' 7 4 2* — Sua isenção de culpa ac-
Teosofismo, 117-118. tual, 210.
Transubstanciação, 521-523. — Sua Assunção ao Céu,
Trindade, mistério inefável, 211-212.
I 55-I57- — Seu culto não é latrêuti-
co, 214-215.
U — Objeeções bíblicas contra
o seu culto, 215-216.
Universalismo de Orígenes, — Legendas de Maria, 212-
7 7 4 ^7 7 9 - -2Í4.
Usura, 750-752. Votos religiosos, 620, 622-624.
Utilitarismo, 37-38. — e a liberdade, 618.
ÍNDICE DOS CAPÍTULOS
índice dos Capítulos
Dedicatória, 5.
Aclaração precisa, 7.
P refácio da primeira edição, pelo Card. Gibbons, 13.
Prefácio da segunda edição, pelo Card. Hayes. 15.
Prólogo do Autor, B. L. Conway, C. S. P., 17.
Prólogo do Tradutor Espanhol, P. S. Lhorente. S. }., 20.
I
Existência e natureza de Deus, Necessidade de crer em Deus, j »;.
II
O mal. Por que permite Deus o mal, 41.
III
Natureza da alma. A nossa alma é imortal, 48.
IV
VI
VII
VIII
í
IX
XII
XIII
X IV
XV
X V II
xvin
A Santíssima Virgem. Sua Maternidade. Sua virgindade. Sua
imaculidade. Sua Assunção. Seu cnka, 194. ^ _______
X IX
A Igreja Católica. Sua divina instituição, visibilidade e pe
renidade. A «Reforma»» do século XVI só nos trouxe
males, 217.
XX
XXI
Unidade da Igreja Católica. Só ela é «una*. Nem a protes
tante, nem a cismática, tem «unidade . 235.
XXII
X X 111
Santidade da Igreja. A Igreja Católica é santa ». Isto porém
não tira que haja católicos maus. A doutrina da Igreja
é a mesma que Jesus Cristo pregou. 266,
XXIV
Só a Igreja Romana é verdadeiramente católica», 281
CAIXA D E PERGUNTAS
824
XXV
XXVI
X X V II
X X V III
X X IX
XXXI
xxxrn
A Igreja e o Estado. Escolas 00 ns-
tado, 410.
X X X IV
XXXV '
XXXVI
X X X V II
Os Mandamentos da Igreja. Dias-Samos. }e;um e abstinência.
Quaresma. Comunhão Pascal, Manutenção da igre:a e io
Pároco, 447.
XXXVIII
XLII
XLIV
Sacramento da Penitência, ou Confissão sacramental. Sua ori
gem divina. O sigilo sacramental. Contrição e satisfa
ção, 558.
XLV
XLVI
X LV II
Celibato Eclesiástico. Não se opõe a nenhuma lei. Não é
impossível, 600.
ÀLV111
As Ordens Religiosas. Seus votos. Os monges da idade-mé-
la* As freiras. Os conventos, 617.
ia »
*
♦ *
Matnmónwa
U
O Decálogo. Primeiro A mmei». Ak <*** «
como èivcam orar.
y»
Sacramentai* e Ceruodma*. CattdtaÉ». Socam*
-SaCra. Am ^tna» à Min* Saaai doCimt..
Cima*. Ram». Sino». Recapiriiré *, MMkfltai,
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Indulgência*. A 8fth» Aa [loériRlWTW **► *
vendem. O <|u* * pm wMm» *&•
UV
Outra* devoçfie»; Quareau-Hor». O Sapaà* Ca«f*» d r **
sus. O Ro*ino> Q 'Aeeaha*» <W
LV
LVII
Quarto Mandamento. A Igreja e a Questão Social! Salário Fa
miliar. Greves. O Comunismo na Igreja primitiva. A sobe
rania popular. A propriedade privada, 711.
LVIII
LIX
Sexto Mandamento. Eugenia. Limitação da natalidade. Este
rilização dos criminosos e débeis. Higiene sexual nas es
colas, 732.
LX
Sétimo e oitavo Mandamentos. -Juro e Usura. A Mentira. Res
trição mental. O Fim não justifica os meios, 750.
LXI
Os Novíssimos. Juízo Particular. Ressurreição. Juízo Universal.
Milenarismo, 766.
LXII
O Diabo. O Inferno. A misericórdia e a justiça de Deus e o
iaferno, 773.
LXIII
O Purgatório. O Céu. A Comunicação dos Santos, 792.
ACABOU DE SE IM PRIM IR ESTE
LIVRO AOS VINTE E TRÊS DE JU-
IjHO DE 1947 NIAS OFICINAS DA
UNIÃO GRÁFICA RUA DE SANTA
MLAlRTA. 48 — LISBOA