Você está na página 1de 29

J. R. R.

Tolkien
escritor, poeta, filólogo e professor
universitário britânico (1892-1973)

John Ronald Reuel Tolkien,[1] CBE,[2] FRSL, conhecido internacionalmente por J. R. R. Tolkien
(Bloemfontein, 3 de janeiro de 1892 — Bournemouth, 2 de setembro de 1973),[3] foi um
escritor, professor universitário e filólogo britânico, nascido na atual África do Sul, que
recebeu o título de doutor em Letras e Filologia pela Universidade de Liège e Dublin, em
1954,[4][5] e autor das obras como O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion.[6] Em 28 de
março de 1972, Tolkien foi nomeado Comendador da Ordem do Império Britânico pela
Rainha Elizabeth II.
J. R. R. Tolkien

Tolkien aos 24 anos no seu uniforme militar, quando serviu ao Exército Britânico na Primeira Guerra
Mundial em 1916.

Nome completo John Ronald Reuel Tolkien

Pseudónimo(s) Ronald; Tollers

Nascimento 3 de janeiro de 1892

Bloemfontein, Estado Livre de Orange[nota 1]

Morte 2 de setembro de 1973 (81 anos)

Bournemouth, Inglaterra

Nacionalidade britânico

Cônjuge Edith Mary Reuel Tolkien (1916-1971)

Filho(a)(s) John Francis Reuel Tolkien (1917-2003)

Michael Hilary Reuel Tolkien (1920-1984)

Christopher John Reuel Tolkien (1924-2020)

Priscilla Anne Reuel Tolkien (1929-)

Alma mater Universidade Oxford, Universidade de Liège,


Universidade de Dublin

Ocupação Escritor, acadêmico, professor, filólogo e poeta

Magnum opus O Senhor dos Anéis

O Silmarillion

O Hobbit
Serviço militar

País Reino Unido

Serviço Exército Britânico

Anos de serviço 1915–1920

Patente Tenente

Unidades Exército Britânico

Conflitos Primeira Guerra Mundial


Batalha do Somme

Religião Católico Apostólico Romano

Tolkien nasceu em Bloemfontein, na República do Estado Livre de Orange, na atual África do


Sul, e, aos três anos de idade, com a sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra, terra
natal de seus pais. Desde pequeno fascinado pela linguística, fez a licenciatura na faculdade
de Letras em Exeter. Participou ativamente da Primeira Guerra Mundial, e logo depois
começou a escrever os primeiros rascunhos do que se tornaria o seu "mundo secundário",
complexo e cheio de vida, denominado Eä, palco das suas mundialmente famosas obras
como O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, esta última, sua maior paixão,
postumamente publicada, que é considerada a sua principal obra, embora não a mais
famosa.[7][8]

Tornou-se filólogo e professor universitário, tendo sido professor de anglo-saxão (e


considerado um dos maiores especialistas do assunto) na Universidade de Oxford de 1925 a
1945, e de inglês e literatura inglesa na mesma universidade de 1945 a 1959. Mesmo
precedido de outros célebres escritores de fantasia e ficção, tais como Júlio Verne, Edgar
Rice Burroughs, Robert E. Howard, E. R. Eddison e William Morris, devido à grande
popularidade do seu trabalho, Tolkien ficou conhecido como o "pai da moderna literatura
fantástica"[9] e é amplamente considerado como um dos maiores e sem dúvida o mais bem
sucedido autor da literatura fantástica de todos os tempos. Tolkien foi indicado duas vezes
ao prêmio Nobel da literatura, a primeira vez em 1961, pelo seu amigo C.S.Lewis, e a
segunda em 1967, pelo sueco Gösta Holm[10] no qual não ganhou nenhuma das vezes.[11]

As suas obras foram traduzidas para mais de cinquenta idiomas, vendendo mais de 200
milhões de cópias e influenciando continuadamente gerações e gerações.[12] Em 2008, The
Times listou Tolkien como o sexto entre os maiores escritores Britânicos desde 1945.[13] Em
2009, a revista Forbes listou as 13 celebridades mortas que mais lucraram no respectivo
ano. Tolkien alcançou a quinta posição, com ganhos estimados em 50 milhões de
dólares.[14]

Biografia

A família Tolkien

Recuando no passado até onde se pode, a maioria dos parentes paternos de Tolkien eram
artesãos. A família teve origem na Saxônia (Alemanha), mas viveu na Inglaterra desde o
século XVII, tornando-se "rápida e intensamente inglesa (mas não britânica)".[15]

O sobrenome Tolkien é um anglicismo de Tollkiehn (em alemão, tollkühn, temerário,


imprudente, que em uma tradução etimológica deveria ser dull-keen, algo como estúpido-
sagaz, uma tradução literal de oxímoro; no conto The Notion Club Papers, Tolkien cria um
personagem com o nome John Jethro Rashbold, fazendo piada com o seu próprio nome, já
que Jethro e Reuel são nomes do mesmo personagem bíblico, o sogro de Moisés). Mesmo
sendo um Tolkien, considerava-se mais um Suffield (a sua família materna) do que
propriamente um Tolkien.

Aos três anos parte, com a sua mãe, Mabel Suffield, dona de casa, e com o seu irmão, Hilary
Arthur Reuel Tolkien, para a Inglaterra, onde pretendiam passar apenas uma temporada,
devido a questões de saúde de Mabel e dos seus filhos, mas, devido à morte de seu pai, eles
ali permaneceram por toda a vida. O pai, Arthur Tolkien, um bancário que trabalhava para o
Bank of Africa, contraiu febre reumática e morreu em 1896 no Estado Livre de Orange, antes
de poder juntar-se à família, e foi enterrado na África. Em 1900 a situação financeira da
família complicou-se. Mabel Suffield fazia parte da Igreja Anglicana, e quando decidiu tornar-
se católica, a sua família cortou a ajuda financeira que lhe dava, e assim ela morreu, por
diabetes, sem tratamento na época. Tolkien, que considerava esse fato um sacrifício da mãe
em nome da fé,[16] converteu-se ao Catolicismo, religião na qual permaneceu até o fim da
vida, tornando-se um católico fervoroso.

Tolkien e seu irmão foram entregues então aos cuidados do Padre oratoriano Francis Xavier
Morgan C.O., que Tolkien mais tarde descreveu como um segundo Pai, e aquele que lhe
ensinara o significado da caridade e do perdão.

Conheceu Edith Bratt em 1908, quando ele e seu irmão Hilary foram alojados no mesmo
local que a jovem, três anos mais velha, e os dois começam a namorar às escondidas.
Entretanto, o seu tutor, o Padre Francis Morgan, descobriu a situação e, acreditando que este
relacionamento fosse prejudicar a educação do rapaz, proibiu-o de vê-la até que
completasse vinte e um anos, quando Tolkien alcançaria a maioridade. Na noite do seu
vigésimo primeiro aniversário, Tolkien escreveu a Edith, e convenceu-a a casar-se com ele,
apesar de ela já estar comprometida, e também a converteu ao catolicismo. Juntos eles
tiveram quatro filhos: John Francis Reuel Tolkien (1917–2003), Michael Hilary Reuel Tolkien
(1920-1984), Christopher John Reuel Tolkien (1924-2020) e Priscilla Anne Reuel Tolkien
(1929-).

Tolkien era um pai dedicado. Essa característica mostrava-se bastante clara nos livros,
muitas vezes escritos para os seus filhos, como Roverandom, escrito quando um deles
perdeu um cachorrinho de brinquedo na praia. Além disso, Tolkien mandava todos os anos
cartas do Papai Noel quando os filhos eram mais jovens. Havia mais e mais personagens a
cada ano, como o Urso Polar, o ajudante do Papai Noel, o Boneco de Neve, Ilbereth (um
nome semelhante ao da rainha Elbereth, a Valië), sua secretária, e vários outros personagens
menores. A maioria deles contava como estavam as coisas no Pólo Norte. Mestre Gil de
Ham foi também uma história contada para entreter os filhos.

A vida na sua obra

Tolkien na década de 1940.

A infância de Tolkien teve duas realidades distintas: a vida rural em Sarehole, ao sul de
Birmingham, lugar que inspirou o famoso Shire (Condado), e o período urbano, na escura
Birmingham, onde iniciou os seus estudos. Nesta frase, Tolkien fala sobre Sarehole: "a
ancestral Sarehole há muito que se foi, engolida pelas estradas e por novas construções.
Mas era muito bonita, na época em que vivi lá...".[17]

Ainda criança, mudou-se para King's Heat, numa casa próxima de uma linha de trem. Foi aí
que ele começou a desenvolver uma imaginação linguística, motivada pelos estranhos
nomes das estações do percurso, tais como Nantyglo, Perhiwceiber e Seghenydd. Sua
infância foi muito marcada pelos contos de fadas, que estimularam sua imaginação para o
Faërie, o Belo Reino, como ele se referia ao mundo dos seres fantásticos.[17]

Em 1900, a sua mãe abraçou a religião católica, fato que o influenciou profundamente,
mesmo sem a menção direta de Deus na sua obra (Tolkien representa Deus por Eru, o qual
cria todo o Universo e os seres que lá habitam). Tolkien disse que os mitos não-cristãos
guardavam em si elementos do Grande Mito, o Evangelho, que refletiam o Mundo Primário,
isto é, o mundo real, fato este que não vai contra a Igreja Católica.

A sua mãe Mabel mostrou-lhes, a ele e ao seu irmão, os contos de fadas em línguas como o
latim e o grego. Desde a morte da mãe, quando os irmãos passaram aos cuidados de
Francis Morgan, o rapaz dedicou-se aos estudos demonstrando grande talento linguístico.
Estudou grego, latim, línguas antigas e modernas, como o finlandês, que serviu de base para
criação do idioma élfico quenya e o galês, base para o outro idioma élfico, o Sindarin. Em
1905 os órfãos mudaram-se para a casa de uma tia em Birmingham. Em 1908 deu início à
carreira acadêmica, ingressando no Exeter College, da Universidade de Oxford.

Em 1914, ano em que começou a Primeira Guerra Mundial, Tolkien ficou noivo de Edith Bratt.
No ano seguinte, recebeu, com honras, o diploma de licenciatura em Literatura em Língua
Inglesa. A graduação e os méritos não o libertaram da convocatória militar e, em 1916,
depois de casar-se com Edith Bratt, foi chamado para a guerra. Tolkien sobreviveu à Batalha
do Somme (província de Soma), uma mal-sucedida incursão na França e Bélgica, onde
morreram mais de 500 mil combatentes. Em 1917, nasceu o seu primeiro filho, John Francis
Reuel Tolkien (mais tarde o padre católico John Tolkien) e no ano seguinte, depois de
contrair tifo, J. R. R. Tolkien foi enviado de volta a Inglaterra. Foi neste período que iniciou o
Livro dos Contos Perdidos, que mais tarde se converteu em O Silmarillion, em 1919, quando
ele retornou a Oxford.

Depois do fim da guerra, Tolkien dedicou-se ao trabalho acadêmico como professor,


tornando-se um grande e respeitado filólogo. Nesta mesma época ingressou na equipe
formada para preparar o New English Dictionary, o equivalente inglês do dicionário brasileiro
Aurélio. O projeto já havia chegado à letra W, e o seu supervisor, impressionado com o
trabalho de Tolkien, afirmou que "[o trabalho de Tolkien] dá provas de um domínio
excepcional de anglo-saxão e dos fatos e princípios da gramática comparada das línguas
germânicas. Na verdade, não hesito em dizer que nunca conheci um homem da sua idade
que se igualasse a ele nesses aspectos".[18]

Mas foi só em 1925, depois do nascimento de seus filhos Michael Hilary Reuel Tolkien e
Christopher John Reuel Tolkien, que Tolkien publicou seu primeiro livro, com E. V. Gordon: Sir
Gawain & the Green Knight, baseado em lendas do folclore inglês. A sua filha mais nova,
Priscilla Anne Reuel Tolkien, nasceria cinco anos mais tarde.

Tolkien e as sociedades

O pub The Eagle and Child

Tolkien foi muito ligado a sociedades. Nas que participou, a literatura era o tema
fundamental, algo que o ajudou na criação de suas obras, pois nestas sociedades encontrou
seu primeiro público e encorajadores.

Em sua juventude, a sua primeira sociedade foi a T.C.B.S. (Tea Club, Barrowian Society),
formada por Tolkien e três amigos. Não era dedicada apenas a literatura, mas ela estava
presente. A Primeira Guerra Mundial dissolveu o grupo, matando Rob Gilson, e algum tempo
depois G. B. Smith. Os dois restantes, Christopher Wiseman (inspiração para o nome do
terceiro filho de Tolkien) e Tolkien, foram amigos até o fim da vida de Wiseman.

G. B. Smith, pouco depois da morte de Rob Gilson, disse que "a morte pode nos tornar
repugnantes e indefesos como indivíduos, mas não pode acabar com os quatro imortais!".[18]

Anos depois, fundada por Tolkien, The Coalbiters se dedicava à literatura nórdica, muito
apreciada por Tolkien, que incluía Beowulf e o Kalevala, por exemplo. Chamavam-se de
Kolbitars, ou, "homens que chegam tão perto do fogo no inverno que mordem carvão", o que
originou no nome Coalbiters (mordedores de carvão). Entre seus membros estavam R. M.
Dawkins, C. T. Onions, G. E. K. Braunholz, John Fraser, Nevill Coghill, John Bryson, George
Gordon, Bruce McFarlane e C. S. Lewis, autor das As Crônicas de Nárnia.

Outro grupo de que participava era chamado The Inklings, também dedicado à literatura, que
se reunia no pub The Eagle and Child (em português A Águia e a Criança) que os integrantes
chamavam O Pássaro e o Bebê (The Bird and Baby em inglês). Os Inklings incluíam C. S.
Lewis e seu irmão H. W. Lewis, Charles Williams, Owen Barfield e Hugo Dyson.

Relação com C. S. Lewis

Cristão convicto e católico apostólico romano, Tolkien foi amigo íntimo de C.S. Lewis, autor
de “As Crônicas de Nárnia”, ambos membros do grupo de literatura The Inklings.[19] Juntos
planejaram, na década de 1940, escrever um livro sobre a língua, que seria publicado na
década seguinte. O livro, que se chamaria "Linguagem e Natureza Humana", no entanto,
nunca chegou a ser publicado.[20]

Tolkien e Lewis foram grandes amigos durante décadas, até que a amizade se desgastou em
razão de diversos motivos. Na época da morte de Lewis (em 1963) eles já não se falavam
por quase dez anos. A amizade entre os dois escritores foi explorada no livro O Dom da
Amizade: Tolkien e C. S. Lewis.[21] A publicação de O Senhor dos Anéis foi muito incentivada
por Lewis, que aliás foi um dos primeiros a ouvir a história, juntamente com Christopher
Tolkien. Tolkien jamais deixou de admirar Lewis como amigo, embora não gostasse da
maioria de seus livros, em especial As Crônicas de Nárnia, que entendia como sendo
alegórico e infantil demais.[22][23]

"Numa toca no chão vivia um hobbit"

A ideia de seu primeiro grande sucesso, O Hobbit, surgiu em 1928, enquanto Tolkien
examinava documentos de alunos que queriam ingressar na Universidade e Tolkien contou
que "um dos alunos deixou uma das páginas em branco – possivelmente a melhor coisa que
poderia ocorrer a um examinador – e eu escrevi nela: Numa toca no chão vivia um hobbit, não
sabia e não sei por quê".[24]

Foi a partir desta frase que ele começou a escrever O Hobbit, somente dois anos depois,
mas o abandonou a meio.
Casa de Tolkien, na Nothmoor Road 20, Oxford. Lugar onde escreveu O Hobbit e O Senhor dos Anéis.

Tolkien emprestou o manuscrito incompleto para a Reverenda Madre de Cherwell Edge na


época, quando esta estava doente, e ele foi visto por Susan Dagnall, uma bacharel de Oxford
, que trabalhava para Allen & Unwin (comprada em 1990 pela Editora Harper Collins) e
analisado depois por Rayner Unwin (filho de Stanley Unwin, fundador da Allen & Unwin, na
época com 10 anos de idade) que ficou maravilhado com a história. Dagnall ficou tão
encantada com o material que encorajou Tolkien para que ele terminasse o livro, e em 1937 é
publicada a primeira edição de O Hobbit.

A saga do hobbit Bilbo – um ser baixo, pacato, de pés peludos e grandes, que se aventura na
Terra Média ao lado do mago Gandalf e mais treze anões – teve tanto sucesso que Tolkien
foi sondado para novas aventuras. Tolkien oferece O Silmarillion, que ele considerava a sua
principal obra, pese embora o fato de que, mesmo hoje, não seja a mais conhecida. Stanley
Unwin preferiu não arriscar e não publicou a obra. Mesmo depois da recusa, Tolkien
concordou em continuar a saga dos hobbits e começa a dar forma a uma nova obra, que lhe
consumiu doze anos de trabalho desde os primeiros rascunhos até a sua conclusão, mas
que o tornaria um dos mais conceituados escritores de todos os tempos: O Senhor dos
Anéis.

O elo para a nova aventura surge no Anel que Bilbo rouba de Gollum em O Hobbit. Os
primeiros rascunhos da obra datam de 1937, mas devido ao seu perfeccionismo, que o
impelia a ter de fazer vários rascunhos para cada uma de suas obras, foi somente em 1949
que O Senhor dos Anéis foi para as mãos de sua editora. Durante este longo tempo, Tolkien
também escreveu Leaf by Niggle em que o autor se manifesta de forma autobiográfica,
projetando-se em Niggle, com suas dúvidas sobre o trabalho que estava escrevendo, "O
Senhor dos Anéis", e sua relevância. Em princípio o texto foi recusado, pois a ideia de Tolkien
era lançar dois volumes, sendo eles "O Silmarillion" e "O Senhor dos Anéis", já que ele os
considerava interdependentes e indivisíveis. Entretanto o editor da Collins, uma outra editora,
havia gostado da ideia e começou a encorajar Tolkien a publicar os livros pela editora
Collins. Depois de grande atraso na publicação, Tolkien perde a paciência e desiste do
acordo. Posteriormente, após algumas conversas com Rayner Unwin (já adulto e trabalhando
na empresa do pai, Rayner foi um dos que recebiam os rascunhos de "O Senhor dos Anéis"
de Tolkien ao longo de sua composição), a decisão da Allen & Unwin foi reconsiderada e, em
1954, foram publicados os dois primeiros volumes, A Sociedade do Anel e As Duas Torres. Em
1955, foi publicado o terceiro e último volume, O Retorno do Rei. A ideia original era lançar a
obra toda num único volume, mas para baixar os custos de impressão, foi dividida em três
volumes.

Esse livro consolidava então o que Tolkien chamava de "Mundo Secundário", com novas
normas, novos povos, uma realidade à parte: Arda, o cenário de uma das maiores obras
literárias de todos os tempos. "Arda" é a Terra, povoada por seres fantásticos, como os valar,
os maiar, e os mais conhecidos, hobbits, elfos, anões, trolls, orcs e cercada de mistérios e
magia.

Apesar dos ataques da crítica, o livro teve grande


sucesso dos dois lados do Atlântico, mas seus livros só [Criei] um Mundo Secundário
alcançaram a classe de culto nos anos 60, devido ao no qual sua mente pode entrar.
fato de sua obra ter se tornado quase uma obsessão Dentro dele, tudo o que ele
relatar é "verdade": está de
entre os universitários dos Estados Unidos, com a
acordo com as leis daquele
chegada de uma edição pirata norte-americana nesse
mundo. Portanto, acreditamos
país. enquanto estamos, por assim
dizer, do lado de dentro.
O nome de Tolkien ganhou notoriedade mundial, fato
Tolkien[17]
este que provocava mais transtornos que prazer ao
autor, pois visitantes excêntricos afluíam ao seu
encontro: fãs norte-americanos telefonavam-lhe durante a madrugada sem se lembrar do
fuso horário por exemplo. Tais fatos tiveram grande peso em sua decisão de se mudar para
Bournemouth.

Exímio linguista
Alfabeto rúnico criado por Tolkien, chamado Angerthas ou Cirth

Tolkien era um homem apaixonado por idiomas. Quando criança se encantava com nomes
galeses que via nos caminhões de carvão. Com suas primas aprendeu rapidamente uma
língua artificial e bem simples criadas pelas garotas, chamada Animálico, com base nos
nomes de animais. Juntos criaram outra língua, uma mistura de vários outros idiomas.
Chamava-se Nevbosh, traduzido como Novo Disparate. Mais tarde criou o Naffarin, mais
complexa e baseada na língua de seu tutor padre Francis Morgan: o espanhol.

Tolkien, em dezembro de 1910, tornou-se aluno do curso de literatura clássica na


Universidade de Oxford, onde obteve uma bolsa de estudos do Exeter College, mas
desinteressou-se por este curso e começou a gastar mais tempo no estudos de filologia,
sendo orientado por Joseph Wright, um dos grandes pesquisadores britânicos desta ciência
e grande conhecedor do tronco linguístico indo-europeu. Pediu transferência para a Honour
School of English Language and Literature, onde teve um notável melhoria de notas, devido ao
seu interesse pela filologia germânica.
O primeiro artigo da Declaração dos Direitos Humanos escrita nos caracteres fëanorianos: as Tengwar

Desde criança já tinha conhecimentos de línguas clássicas como grego e o latim, e mais
tarde com o espanhol. Sempre achou o italiano muito elegante e, é claro, o inglês e o anglo-
saxão o fascinavam. O francês não o cativava tanto, apesar de ser (como ainda é) aclamada
como uma belíssima língua. Quando se deparou com a língua finlandesa ele se encantou, e
usou a sua gramática, juntamente com a galesa, como base para as línguas que mais tarde
apareceriam em seus livros, pois são línguas de gramática complexa e vasto vocabulário.
Línguas que seriam estudadas a fundo por muitos de seus fãs: o quenya, cujo exemplo
máximo é expressado pelo poema Namárië, e o Sindarin, este último baseado no galês, as
Línguas Élficas, todas movidas pelo som bonito (eufonia) e pela estética, como o "Repicar
dos sinos" dizia ele.

Foi baseado nestas línguas que Tolkien começou a desenvolver o seu mundo. Para ele,
primeiro vinha a palavra, depois a história. A composição para ele não era um passatempo
(como foi 'acusado' na época), mas um trabalho filológico. Ele criou um mundo onde suas
línguas pudessem ser faladas, e lendas para rodeá-las.

Tolkien, consciente da língua como um organismo mutável, totalmente relacionado com as


histórias de um povo, afirmou certa vez que "o Volapuque, Esperanto, o Ido, o Novial, são
línguas mortas, mais mortas do que antigas línguas sem uso, porque seus inventores jamais
criaram lendas para acompanhá-las".[25] Mais tarde afirmou num artigo sobre filologia: "meu
conselho a todos que dispõem de tempo ou inclinação a se ocuparem com o movimento por
uma língua internacional, seria: "Apoiem lealmente o Esperanto".[26]

Criou várias outras línguas (como o Khûzdul e o Valarin), mas nenhuma tão elaborada
quanto as duas élficas. Também desenvolveu alguns sistemas de escrita, as Angerthas (ou
runas) e as Tengwar. Acreditava que uma língua bonita devia ter também um alfabeto
elegante.

Além do inglês, Tolkien conhecia cerca de dezesseis outros idiomas (à excepção dos criados
por ele mesmo) que eram os seguintes: grego antigo, latim, gótico, islandês antigo, sueco,
norueguês, dinamarquês, anglo-saxão, médio inglês, alemão, neerlandês, francês, espanhol,
italiano, galês e finlandês.

Quando O Hobbit foi traduzido para o islandês, Tolkien ficou encantado, porque, além de esta
ser uma de suas línguas favoritas, ele achava que o livro combinaria muito com ela. Muitos
nomes, como Gandalf, foram retirados do antigo islandês.[27] Na época, o próprio Tolkien se
ofereceu para fazer a tradução, ou ao menos supervisioná-la, quando sua obra foi publicada
na Islândia pela primeira vez na língua local.
Aversão à tecnologia

O Um Anel

Se por um lado Tolkien exerceu grande influência na era da informática, por outro, isso bate
de frente com a visão nostálgica e radical do autor. Ele sempre foi avesso a trens,
automóveis, televisão e comida congelada, à indústria em si. Tolkien acreditava que essa
dominação e controle que a tecnologia moderna exerce sobre o Homem, mesmo que usadas
para o bem, "trazem sofrimento à criação" (referindo-se ao seu Mundo Secundário). Este
ponto de vista foi criado devido a sua experiência como veterano da Primeira Guerra Mundial
e pai de rapazes que lutaram na Segunda Guerra Mundial, e ele não alimentava mais a ilusão
do papel benéfico e salvador do desenvolvimento das tecnologias. Talvez, com esse
pensamento, ele venha a colocar o problema da tecnologia no coração de O Senhor dos
Anéis. O Um Anel é o instrumento máximo do poder. Poder esse que até Gandalf preferiu não
arriscar, deixando o fardo para Frodo. E cabe ao pequeno hobbit o dilema da saga: ter o
poder não é possuir o Um Anel, e sim destruí-lo. Frodo deve então renunciar ao poder porque
ele corrompe. Só assim ele será capaz de destruir Sauron.

A relação contrária a adaptações de suas obras

Ao longo de toda a vida, especialmente a partir de 1957, em várias oportunidades, Tolkien foi
abordado por empresários e produtores de filmes. Porém, o professor de Oxford sempre se
manteve contrário a adaptações de suas obras, até que, por pressão do seu editor e pela
necessidade de dinheiro na época, acabou vendendo os direitos autorais de O Hobbit e O
Senhor dos Anéis em 1969 para a United Artists.[28]

"Aqui, no fim de todas as coisas..."


Túmulo de J. R. R. Tolkien e sua esposa no Cemitério de Wolvercote. Nele, as inscrições: Edith Mary Tolkien, Lúthien,
1889-1971. - John Ronald Reuel Tolkien, Beren, 1892-1973.

Além de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, foram publicados Sir Gawain and the Green Knight
(1925), Mestre Gil de Ham (1949), As Aventuras de Tom Bombadil (1963), Smith of Wootton
Major (1967) e Sobre Histórias de Fadas (1965). O escritor então se aposenta e junto de sua
mulher se muda para Bournemouth. Com a morte de sua esposa em 19 de novembro de
1971, após 55 anos de casamento, Tolkien refugiou-se na solidão, em um apartamento na
Universidade de Oxford. Numa carta ao seu filho Christopher, Tolkien escreveu sobre a sua
esposa Edith Bratt, dizendo que "o cabelo dela era preto e sedoso, a pele clara, os olhos mais
brilhantes do que os que vocês viram, e sabia cantar... e dançar. Mas a história estragou-se, e
eu fiquei para trás, e não posso suplicar perante o inexorável Mandos".[29]

No texto, Tolkien decide que no epitáfio de Edith estaria escrito "Lúthien", nome de uma
personagem de O Silmarillion inspirada na esposa de Tolkien, como afirma o trecho da
mesma carta: "é breve e simples [o epitáfio], a não ser por Lúthien, que tem para mim mais
significado do que uma imensidão de palavras, pois ela era (e sabia que era) a minha Lúthien
[...] Nunca chamei Edith de Lúthien, mas foi ela a fonte da história que, a seu tempo, se
tornou parte de O Silmarillion."[30]

Lúthien era elfa, imortal, mas se apaixona por um mortal, Beren. Ela então desiste da sua
imortalidade. Ambos enfrentam muito para ficar juntos e, quando ele morre, Lúthien vai até
os Palácios de Mandos, o guardião das Casas dos Mortos. Beren a aguardava nos Palácios,
e ela canta diante de Mandos que, então, se comove, a única vez em toda sua existência, e
permite que ambos voltem, como mortais. E assim foi. No túmulo, abaixo do nome Edith
Tolkien está escrito Lúthien, que, nas histórias, é a mais bela das elfas, a mais bela dos Filhos
de Ilúvatar. A história dos dois está contada na Balada de Leithian.

Em 1972, J. R. R. Tolkien recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Letras da Universidade


de Oxford, e conseguiu o seu último e mais importante título: a Ordem do Império Britânico,
dada pela rainha Isabel II, uma das maiores honras britânicas.
No dia 28 de agosto de 1973, Tolkien sentiu-se mal durante uma festa, e na manhã do outro
dia foi internado, com uma úlcera e hemorragia. No sábado descobriu-se que tinha uma
infecção no peito. Aos 81 anos de idade, então, nas primeiras horas do domingo de 2 de
setembro de 1973, J. R. R. Tolkien morre na Inglaterra. Enterrado junto com a esposa, no
Cemitério de Wolvercote, no túmulo feito de granito da Cornualha, abaixo do seu nome há a
inscrição Beren.

O obituário escrito no jornal The Sunday Times dizia: "Dois de Setembro de 1973, Londres. J.
R. R. Tolkien, linguista, estudioso e autor de sucesso, faleceu hoje em Bournemouth. Ele tinha
oitenta e um anos...."

Após a sua morte, o seu filho Christopher editou e publicou O Silmarillion em 1977, além de
nos anos 80 e anos 90 lançar a série The History Of Middle-Earth, uma gigantesca coletânea
dividida em doze volumes, e Unfinished Tales of Númenor and Middle-Earth. Os Filhos de Hurin
(ou Os Filhos de Húrin ou Narn i hîn Húrin), lançado em 2007, é seu livro mais recentemente
publicado, também baseados em manuscritos do autor J. R. R. Tolkien, seu pai.

Em 1992, ano em que Tolkien completaria 100 anos, duas árvores foram plantadas em seu
tributo em Oxford pela Tolkien Society e pela Mythopoeic Society, grupos de leitores e
estudiosos de sua obra. Essas duas árvores fazem alusão às Duas Árvores de Valinor, que
davam luz a Valinor nos Dias Antigos.[carece de fontes

?
]

Legado

Apesar de ter dado início em 1937 com O Hobbit, o livro infantojuvenil, foi somente após o
lançamento da trilogia de "O Senhor dos Anéis" (1954-1955) que Tolkien passou a ser
conceituado por milhões de fãs. Em 1996, uma pesquisa feita pela livraria londrina
Waterstone's, que conta com mais de 200 lojas em toda Grã-Bretanha, em parceria com o
canal de televisão Channel 4, elegeu O Senhor dos Anéis como o melhor livro do século e O
Hobbit entre os vinte melhores.[31] Uma outra pesquisa mais recente, datada de 2003, feita
pela BBC, perguntando às pessoas qual o livro favorito delas, "O Senhor dos Anéis" ficou em
primeiro, e "O Hobbit" em vigésimo quinto.[32] Foram vendidos mais de 50 milhões de
exemplares em vários países, traduzido para 34 idiomas, juntamente com legiões de fãs que
se dedicam a ler e estudar a obra do autor.

O mundo artístico também foi muito influenciado por Tolkien. O cinema (principalmente a
trilogia "O Senhor dos Anéis"), a música, o RPG (liderado pelo D&D), os desenhos animados, a
literatura, as histórias em quadrinhos, os jogos de computador e até mesmo a Internet, com
milhares de websites dedicados a sua obra sofreram inúmeras influências do escritor
freqüentemente aclamado como o maior autor do século XX em pesquisas de opinião.
[carece de fontes

?
]

John Ronald Reuel Tolkien foi membro da direção do New English Dictionary (1918-1920),
professor de Língua Inglesa na Universidade de Leeds, na cátedra Rawlinson & Bosworth,
posto ligado à Faculdade Pembroke (em Oxford) (1920-1925), professor de anglo-saxão
(inglês arcaico) em Oxford (1925-1945) e professor de Língua e Literatura Inglesa em Merton
(1945-1959), o que caracteriza um jeito próprio de lidar com os livros e a mitologia sempre
presente em seus livros.

Mesmo com o sucesso de "O Senhor dos Anéis", Tolkien só se tornou uma celebridade por
volta da década de 1960, especialmente nos campi das universidades.[33]

Estes fãs tiveram a mesma importância que os trekkers em Star Trek, os "star warriors" em
Star Wars e os "excers" em Arquivo X para tornar a obra de Tolkien conhecida. Desde os
encontros da primeira sociedade Tolkien, que se comunicava através de frases em cartazes
no metro de Nova York,[carece de fontes

?
] a tolkienmania só cresceu e continua a influenciar muita gente. No auge da contracultura, a
obra era considerada uma espécie de bíblia da Sociedade Alternativa.[carece de fontes
?
] Com autocolantes como "Frodo Vive" e "Gandalf para Presidente", os fãs se reuniam para
celebrar Tolkien. O público nessa época era composto, quase sempre, por geeks da
computação e hippies.[34]

A criação de mundos complexos como a Terra-Média arejaram também a literatura ficcional,


além de inaugurar um novo gênero literário, a literatura fantástica, algo de que Tolkien sentia
falta na literatura. Muitos autores também criaram os seus mundos próprios e essa
realidade virtual criada por Tolkien foi o elemento-chave para a ficção científica de Duna (de
Frank Herbert), para a fantasia de A Cor da Magia (de Terry Pratchett).

Talvez até para o universo de Harry Potter de J. K. Rowling, tenha servido de base, apesar de
Rowling gostar muito da obra tolkieniana, ter declarado:

Penso que, se deixarmos de lado o fato de que os livros falam de dragões,


varinhas mágicas e magos, os livros de Harry Potter são muito
diferentes, especialmente no tom. Tolkien criou toda uma mitologia. Não
penso que alguém possa dizer que eu tenha feito isso.

— J.K.Rowling[35]

Além disso, o autor David Colbert escreveu em seu livro "O Mundo Mágico do Senhor dos
Anéis":

Muitas pessoas tentam comparar J. R. R. Tolkien e J. K. Rowling só porque


ambos contam histórias sobre mundos imaginários habitados por magos.
Não há muita coisa semelhante entre suas histórias.

— D. Colbert

Em 1974, Gary Gygax e Dave Anderson arranjaram uma maneira de interagir com esta
realidade e criaram o Role-Playing Game (RPG) Dungeons & Dragons, um jogo de
personificações com temas fantásticos, inspirados na Terra-Média de Tolkien.[36] Com o RPG
foi possível se aventurar no universo de orcs, anões, elfos, dragões e até hobbits, os Halflings
do D&D,[37] que mantêm muitas características dos hobbits com leves alterações. O RPG
serviu de estímulo para o público explorar e conhecer novos mundos. A própria Terra-Média
chegou a ter seu RPG, o MERP (Middle-Earth Role Playing), em 1982.[38]

Na década de 1970, um hacker fã de Tolkien deu uma ajuda ao programador do arcaico RPG
Adventure. O jogo foi transformado, ganhou o nome de Zork e virou hit entre os usuários da
Arpanet (embrião da Internet) devido a referências ao mundo de Tolkien.[carece de fontes

?
]
Nos primórdios da rede, essas realidades virtuais ganharam uma versão em texto,
batizadas de MUD (Multi-User Dungeon/Dimension, que em português soa algo como
"Dimensão Multiusuários"). Hoje, graças aos avanços da tecnologia, os MUD caíram em
desuso e o que é sucesso são jogos multiplayer como EverQuest, Última Online, Asheron’s
Call, Warcraft e Kingdom Under Fire.[carece de fontes

?
]
Todos têm em comum cenários fantásticos e referências às obras de Tolkien. A Internet
teve papel importante na propagação dos trabalhos do autor. Através dela foi possível reunir
fãs do mundo inteiro, que demonstram sua admiração e discutem a política, sociedade, as
línguas, a biologia e a história da Terra-Média. Há milhares de sites dedicados aos trabalhos
de Tolkien que trazem ensaios, poemas, fan-fictions (contos de ficção escritos por fãs),
sátiras, críticas, notícias, grupos de estudos, de discussão, fóruns e humor.

Ao contrário dos "trekkers" e dos "star warriors", que aprovam e incentivam as sequências
das obras originais em livros, filmes, seriados, produtos e histórias em quadrinhos, os fãs de
Tolkien preferem manter seu próprio ponto de vista sobre a obra. Com uma visão muito
pessoal e particular da saga de Frodo, os fãs não se arriscam a tocar na Terra-Média. E esse
é um dos motivos que impediram uma proliferação ainda maior do legado do autor. A única
exceção talvez seja o livro The Black Book of Arda, escrito por duas jovens russas no início
dos anos 90, que recontavam os acontecimentos de O Silmarillion, só que do ponto de vista
dos vilões.

A influência de Tolkien também pode ser percebida nas mais diversas formas de artes.
Pintores como John Howe, Roger Garland, Ted Nasmith, Alan Lee, Tim Kirk e os irmãos
Hildebrandt entre outros figuram em enciclopédias ilustradas e centenas de galerias de
imagens na Internet. Eles retratam de forma fantástica várias passagens e personagens dos
livros.[carece de fontes

?
]

História em quadrinhos

Tolkien também marcou presença nas histórias em quadrinhos. Há influência dele em Bone,
de Jeff Smith,[39] e na mega-série Elfquest,[40] que já tem mais de vinte anos de publicação e
conta a história de um mundo recheado de elfos.

Música

A obra do autor também marcou profundamente a música, principalmente estilos como o


hard rock, o new age e variantes do heavy metal.[33] Milhares de canções de bandas como
Led Zeppelin, Blind Guardian, Marillion, a banda austríaca Summoning, que detém como
principal temática a literatura de Tolkien, compôs Mirdautas Vras sua letra foi composta e
cantada na língua dos Orcs que traduzido para o inglês fica A Good Day to Kill[carece de fontes

?
] , além da banda sueca Za Frûmi’s (que compôs uma música com uma versão modificada
do idioma orc), Rush, Jethro Tull e outras, são creditadas como de alguma forma associadas
às obras de Tolkien.[41]

Cinema e televisão

Em 1978, o animador britânico Ralph Bakshi (o mesmo de Super Mouse e Gato Felix)
adaptou "O Senhor dos Anéis" para o cinema num longa-metragem de animação de duas
horas.[carece de fontes
?
] Outras duas obras de Tolkien viraram longas animados para a TV inglesa: O Hobbit (em
1977)[carece de fontes

?
]
e O Retorno do Rei (1980),[carece de fontes

?
] ambas criadas para especiais de TV e dirigidas por Jules Bass, o mesmo produtor de
Thundercats e Silverhawks e co-diretor do longa metragem Rudolph, a rena do Nariz
Vermelho.

O desenho animado Caverna do Dragão e o filme Dungeons & Dragons foram baseados no
RPG D&D, e por isso também pode-se dizer que foram influenciados pela obra de Tolkien.[36]

Podem-se citar outras produções cinematográficas como O Cristal Encantado (1982), A


História Sem Fim (1984), Labirinto (1986), A Lenda (1986), Willow – Na Terra da Magia
(1988) e Coração de Dragão (1996).[carece de fontes

?
]

Em 2011, foi anunciado que uma versão cinematográfica do livro Mirkwood: A Novel About
JRR Tolkien, que narra de forma fácil a vida do autor, seria produzido e lançado em
2012.[42][43]
Peter Jackson, um antigo fã de Tolkien, dirigiu três filmes da saga, produzidos
simultaneamente (divididos do mesmo modo que os livros, lançados em 2001, 2002 e 2003),
que lhe renderam 17 Óscares, 4 ao primeiro, 2 ao segundo e 11 concedidos ao terceiro,
igualando-o aos recordes de Titanic e Ben-Hur. Em 2012, Peter Jackson lançou o filme O
Hobbit: Uma Jornada Inesperada, que é a primeira de três partes em que a história original
ficou dividida. Em 2013, é lançada a segunda parte: O Hobbit: A Desolação de Smaug, e em
2014 é lançada a terceira é ultima parte: O Hobbit: A Batalha dos cinco exércitos.

Revista escolar de Oxfordshire

Em 1936, Tolkien publicou alguns trabalhos numa revista escolar em Oxfordshire, Abingdon
Chronicle. Em 2016 foram redescobertos o «The Story of Kullervo» e dois poemas de "The
Shadow Man" e "Noel".

O The Shadow Man, faz alusão a um homem solitário que viveu sob a sobra da Lua,
enquanto o outro, Noel, menciona o senhor da neve.[44]

Obras

Lista dos livros publicados por J. R. R. Tolkien.[45]

Romances
Romances publicados

Título em
Ano Título original Título no Brasil Notas
Portugal

Songs for the Não publicado em países


1936 — —
Philologists lusófonos.

The Hobbit, or There and


1937 O Hobbit ou Lá e de Volta Outra Vez
Back Again

Sobre Histórias de Fadas

1945 Leaf by Niggle Também publicado em —


Árvore e Folha

1949 Farmer Giles of Ham Mestre Gil de Ham —

The Fellowship of the A Irmandade


1954 A Sociedade do Anel
Ring do Anel

1954 The Two Towers As Duas Torres

O Regresso
1955 The Return of the King O Retorno do Rei
do Rei

The Adventures of Tom


1962 As Aventuras de Tom Bombadil
Bombadil

1964 Tree and Leaf Árvore e Folha —

1966 Bilbo's Last Song A Última Canção de Bilbo —

Não publicado em países


1966 The Tolkien Reader — —
lusófonos.

Não publicado em países


1967 The Road Goes Ever On — —
lusófonos.

Ferreiro de Bosque
1967 Smith of Wootton Major — .
Grande

Publicações póstumas

Guide to the Names in The Lord of the Rings (1975)

Traduções de Sir Gawain and the Green Knight, Pearl e Sir Orfeo (1975)

The Father Christmas Letters (1976)

The Silmarillion (1977)


Pictures by J. R. R. Tolkien (1979)

Unfinished Tales of Númenor and Middle-earth (1980)

Poems and Stories (1980)

The Letters of J. R. R. Tolkien (1981)

The Old English "Exodus" Text (1981)

Finn and Hengest: The Fragment and the Episode (1982)

Mr. Bliss (1982)

The Monsters and the Critics (1983)


Beowulf: the Monsters and the Critics (1936)

On Translating Beowulf (1940)

On Fairy-Stories (1947)

A Secret Vice (1930)

English and Welsh (1955)

The History of Middle-earth (1983-1996)


The Book of Lost Tales 1 (1983)

The Book of Lost Tales 2 (1984)

The Lays of Beleriand (1985)

The Shaping of Middle-earth (1986)

The Lost Road and Other Writings (1987)

The Return of the Shadow (1988)

The Treason of Isengard (1989)

The War of the Ring (1990)

Sauron Defeated (1992)

Morgoth's Ring (1993)

The War of the Jewels (1994)

The Peoples of Middle-earth (1996)

Index (2002)

J. R. R. Tolkien: Artist and Illustrator (1995)


Roverandom (1998)

Beowulf and the Critics ed. Michael D.C. Drout (2002)

Guide to the Names in The Lord of the Rings (2005)

The Children of Húrin (2007)

The History of The Hobbit (2007)

Tales from the Perilous Realm (2008)

The Legend of Sigurd and Gudrún (2009)

The Fall of Arthur (2013)

Beowulf: a translation and commentary (2014)

The Story of Kullervo (2015)

Beren and Lúthien (2017)

The Fall of Gondolin (2018)

Notas

1. Entre os anos de 1854 e 1902, a província sul-africana do Estado Livre era a República do
Estado Livre de Orange, uma república independente boêr. Posteriormente, entre os anos
de 1900 e 1910, a então república transforma-se na colônia britânica do Rio Orange. A
partir de 1910 a 1961, a região passa a integrar a União Sul-Africana, que é transformada
na atual República da África do Sul em 1961.

Referências

1. Eduardo Stark (20 de outubro de 2014). «A Realeza Britânica e J.R.R. Tolkien – por que
não deve ser chamado de "Sir" » (http://tolkienbrasil.com/artigos/por-que-tolkien-nao-pode
-ser-chamado-de-sir/) . Tolkienbrasil.com. Consultado em 9 de Março de 2015

2. The Gazette - Official Public Record (31 de dezembro de 1971). «Supplement to The
London Gazette» (https://www.thegazette.co.uk/London/issue/45554/supplement/9) .
Authority, Est 1665. Consultado em 2 de julho de 2016

3. «J.R.R. Tolkien» (http://www.nndb.com/people/511/000022445/) (em inglês). nndb.com.


Consultado em 28 de fevereiro de 2012
4. «J.R.R Tolkien - Biografia» (https://web.archive.org/web/20110416222419/http://tolkien.n
o.sapo.pt/biografia.htm) (em inglês). AFI.com. Consultado em 28 de fevereiro de 2012.
Arquivado do original (http://tolkien.no.sapo.pt/biografia.htm) em 16 de abril de 2011

5. «Frequently Asked Questions» (http://www.tolkiensociety.org/faq01.html#awards) (em


inglês). tolkiensociety.org. Consultado em 28 de fevereiro de 2012

6. «Frequently Asked Questions» (http://www.tolkiensociety.org/tolkien/biography.html)


(em inglês). tolkiensociety.org. Consultado em 28 de fevereiro de 2012

7. «JRR Tolkien and World War I» (http://greenbooks.theonering.net/guest/files/040102_02.


html) (em inglês). greenbooks.com. Consultado em 28 de fevereiro de 2012

8. «2003 - John Garth - Tolkien and the Great War» (https://www.tolkienlibrary.com/booksabo


uttolkien/tandthegreatwar/description.htm) (em inglês). tolkienlibrary.com. Consultado
em 28 de fevereiro de 2012

9. "Vídeo J. R. R. Tolkien: Father of Modern Fantasy, Mitchell, Christopher Google Vídeo "Let
There Be Light" Televisão da Universidade da Califórnia

10. «jrr-tolkien-perdeu-premio-nobel-por-causa-da-prosa-fraca» (https://oglobo.globo.com/cult


ura/jrr-tolkien-perdeu-premio-nobel-por-causa-da-prosa-fraca-3578519)

11. «jorge-amado-e-carlos-drummond-de-andrade-foram-considerados-para-o-nobel-de-
literatura-de-1967» (https://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,jorge-amado-e-carlo
s-drummond-de-andrade-foram-considerados-para-o-nobel-de-literatura-de-1967,70002148
531.amp#referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com&amp_tf=Fonte%3A%20%251%24
s)

12. «Os 11 livros mais vendidos da história» (http://www.livrosepessoas.com/2011/03/14/os-


11-livros-mais-vendidos-da-historia/) . livrosepessoas.com. Consultado em 28 de
fevereiro de 2012

13. The Times (5 Janeiro de 2008). «The 50 greatest British writers since 1945» (http://www.th
etimes.co.uk/tto/arts/books/article2452094.ece) . thetimes.co.uk. Consultado em 10 de
março de 2015

14. «Top-Earning Dead Celebrities» (http://www.forbes.com/2009/10/27/top-earning-dead-cel


ebrities-list-dead-celebs-09-entertainment_land.html?boxes=listschannelinsidelists) (em
inglês). Forbes.com. Consultado em 28 de fevereiro de 2012

15. The Letters of J. R. R. Tolkien

16. O Senhor dos Anéis, Coleção 100 Respostas.

17. Sobre Histórias de Fadas


18. Tolkien: A Biography

19. «Chronology of the Life of C.S. Lewis» (https://web.archive.org/web/20120206021046/htt


p://www.cslewis.org/resources/chronocsl.html) (em inglês). cslewis.org. Consultado em
28 de fevereiro de 2012. Arquivado do original (http://www.cslewis.org/resources/chronoc
sl.html) em 6 de fevereiro de 2012

20. «Beebe discovers unpublished C.S. Lewis manuscript» (http://www.txstate.edu/news/new


s_releases/news_archive/2009/07/CSLewis070809.html) (em inglês). txstate.edu.
Consultado em 28 de fevereiro de 2012

21. O Dom da Amizade: Tolkien e C. S. Lewis

22. Padre Dwight Longenecker (2013). «O "NÃO" de Tolkien a Nárnia» (http://tolkienbrasil.co


m/artigos/o-nao-de-tolkien-a-narnia-por-padre-dwight-longenecker/) . Tolkienbrasil.com.
Consultado em 9 de março de 2015

23. «A opinião de Tolkien sobre As Crônicas de Nárnia de C.S. Lewis - Tolkien Brasil» (http://tol
kienbrasil.com/artigos/colunas/eduardostark/a-opiniao-de-tolkien-sobre-as-cronicas-de-n
arnia-de-c-s-lewis/) . Consultado em 1 de agosto de 2015

24. «The Hobbit» (http://www.tolkien-online.com/hobbit.html) (em inglês). Tolkien-


Online.com. Consultado em 14 de julho de 2009

25. Letters, no. 180.

26. "A Philologist on Esperanto", artigo de autoria de Tolkien, publicado na revista "The British
Esperantist" em 1932.

27. O Mundo Mágico do Senhor dos Anéis, Mitos, Lendas e Histórias Fascinantes.

28. Eduardo Stark (24 de fevereiro de 2015). «A opinião de J. R. R. Tolkien sobre adaptações
de seus livros» (http://tolkienbrasil.com/noticias/diversas/opiniao-de-j-r-r-tolkien-sobre-ad
aptacoes-de-seus-livros/) . tolkienbrasil.com. Consultado em 9 de março de 2015

29. Nighan, R. «Tolkien addresses his own marriage» (http://www.stjohns-chs.org/english/JRR


Tolkien/SILMARILLION/SILMARILLION.html) (em inglês). Consultado em 14 de julho de
2009

30. Carpenter, Humphrey, ed. (1981), The Letters of J. R. R. Tolkien, ISBN 0-395-31555-7,


Boston: Houghton Mifflin, {{{1}}}

31. Andrea Wesselenyi. «The Books of the Century» (http://www.wesselenyi.com/top100book


s.htm) (em inglês). Consultado em 23 de julho de 2009

32. «The Big Read - Top 100 Books» (http://www.bbc.co.uk/arts/bigread/top100.shtml) (em


inglês). BBC. Consultado em 23 de julho de 2009
33. Bia Abramo (17 de dezembro de 2001). « "O Senhor dos Anéis" move devaneios pop desde
os anos 60» (http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u19887.shtml) . Folha
Online. Consultado em 22 de julho de 2009. “'O Senhor dos Anéis' foi publicado pela
primeira vez em 1955 na Inglaterra e chegou aos EUA numa versão pirata que, segundo o
estudioso Ronald Kyrmse, 49, membro da Tolkien Society britânica, 'causou furor nos
campi norte-americanos'.”

34. Theodore Roszak (1995). The Making of a Counter Culture. Reflections on the
Technocratic Society and Its Youthful Opposition (em inglês). [S.l.]: University of California
Press. 40 páginas. ISBN 0-520-20122-1

35. Sean Smith (2008). J.K. Rowling. uma biografia do génio por trás de Harry Potter. [S.l.]:
Editora Sextante. ISBN 85-7542-088-7

36. Robert J. Kuntz (1978). «Tolkien in Dungeons & Dragons». The Dragon #13 (em inglês). II
(7). TSR, Inc.

37. Marcelo Telles (05/10/2008). Halflings: os mestres dos subterrâneos das cidades (http://
www.rederpg.com.br/wp/2008/10/halflings-os-mestres-dos-subterraneos-das-cidades/)
RedeRPG

38. Grahal Benatti. (1995). "Outros sistemas - Senhor dos Anéis". Dragão Brasil (10). São
Paulo, Brasil: Trama.

39. Ken P. (11 de dezembro de 2002). «10 Questions: Jeff Smith» (http://movies.ign.com/articl
es/379/379985p1.html) (em inglês). IGN. Consultado em 24 de julho de 2009

40. Elisabeth Rappe (9 de julho de 2008). « 'Elfquest' Coming to the Big Screen» (http://www.ci
nematical.com/2008/07/09/elfquest-coming-to-the-big-screen/) (em inglês).
Cinematical. Consultado em 24 de julho de 2009

41. Rod Abernethy, Dave Adams, Jason Graves (22 de julho de 2009). «Discography» (http://w
ww.tolkien-music.com/discography.htm) (em inglês). The Tolkien Music List. Consultado
em 22 de julho de 2009

42. «Livro com escritor Tolkien como personagem vai ganhar filme» (http://mtv.uol.com.br/me
mo/livro-com-escritor-tolkien-como-personagem-vai-ganhar-filme) (em inglês).
MTV.uol.com. Consultado em 28 de fevereiro de 2012[ligação inativa]

43. «Author Steve Hillard Developing Screen Version of his JRR Tolkien Novel 'Mirkwood' with
EMO Films (Exclusive)» (http://www.hollywoodreporter.com/heat-vision/steve-hillard-jrr-tol
kien-mirkwood-223062) (em inglês). hollywoodreporter.com. Consultado em 28 de
fevereiro de 2012
44. «Poemas inéditos de JRR Tolkien descobertos em revista escolar de 1936» (http://diariodi
gital.sapo.pt/news.asp?id_news=812109)

45. TolkienBooks.net 2003-2013. «bibliography» (http://www.tolkienbooks.net/php/cjrt-bibliogr


aphy.php) . Consultado em 18 de outubro de 2013

Bibliografia

Humphrey Carpenter (1977). Tolkien: A Biography (em inglês). Nova Iorque: Ballantine
Books. ISBN 0-04-928037-6

Humphrey Carpenter e Christopher Tolkien (eds.) (1981). The Letters of J. R. R. Tolkien (em
inglês). Londres: George Allen & Unwin. ISBN 0-04-826005-3

David Colbert (2002). O Mundo Mágico do Senhor dos Anéis, Mitos, Lendas e Histórias
Fascinantes. Rio de Janeiro: Editora Sextante. ISBN 85-7542-035-6

J.R.R.Tolkien (2006). Sobre Histórias de Fadas. São Paulo: Conrad Editora do Brasil.
ISBN 85-7616-203-2

Colin Duriez. O Dom da Amizade: Tolkien e C.S.Lewis. [S.l.]: Nova Fronteira. ISBN 85-209-
1911-1

Ligações externas

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:

Citações no Wikiquote

Imagens e media no Commons

«Sociedade de Tolkien Brasileira - Bio, Bibliografia e Artes» (http://www.jrrtolkien.com.br)

«Portal sobre J.R.R.Tolkien e suas obras» (http://tolkienbrasil.com)

«Cartas de J. R. R. Tolkien» (http://www.tolkienianos.com/p/content/content.php?cat.61)

«As Histórias e as Obras de Tolkien» (http://tolkien.no.sapo.pt/obras.htm)

«Biografia» (http://www.conselhobranco.com.br/tolkien/biografia.htm)

«Um projeto de doutorado sobre a tradução em Tolkien» (http://www.valinor.com.br/artigo


s/tirith_aear/um_projeto_de_doutorado_sobre_a_tradu%c3%a7%c3%a3o_em_tolkien.htm
l)
«Quantos idiomas J. R. R. Tolkien criou?» (http://www.ardalambion.com.br/quantos-idioma
s-j.-r.-r.-tolkien-criou.html)
Esta predefinição carece de reciclagem de acordo com o livro de estilo.

Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?
title=J._R._R._Tolkien&oldid=62317284"


Última modificação há 2 meses por Chronus

Você também pode gostar