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Manual Irrigação Bureau of Reclamation - Elaboracao-De-Projetos
Manual Irrigação Bureau of Reclamation - Elaboracao-De-Projetos
BRASIL
7
MANUAL DE
IRRIGAÇÃO
Elaboração de
Projetos de Irrigação
BRASÍLIA - DF
2002
Todos os Direitos Reservados
Copyright © 2002 Bureau of Reclamation
Os dados desse Manual estão sendo atualizados por técnicos do Bureau of Reclamation.
Estamos receptivos a sugestões técnicas e possíveis erros encontrados nessa versão. Favor
fazer a remessa de suas sugestões para o nosso endereço abaixo, ou se preferir por e-mail.
1ª Edição: Outubro de 1993
2ª Edição: Dezembro de 2002
Meio Eletrônico
Editor:
BUREAU OF RECLAMATION
SGA/Norte - Quadra 601 - Lote I - Sala 410
Edifício Sede da CODEVASF
Brasília - DF
CEP - 70830-901
Fone: (061) 226-8466
226-4536
Fax: 225-9564
E-mail: burec2001@aol.com
Autores
Richard A. Simonds - Engº Civil - Especialista em Tubulação - “Bureau of Reclamation”
Thomas Haider - Engº Civil - Especialista em Canais - “Bureau of Reclamation”
Clete Mages - Engº Mecânico - “Bureau of Reclamation”
Paul Rucht - Engº Mecânico - Especialista em Estações de Bombeamento - “Bureau of Reclamation”
Edward Gray - Geólogo - “Bureau of Reclamation”
Sherwood Baxter - Engº Elétrico - “Bureau of Reclamation”
Paul Knode - Engº Civil - Especialista em Mecânica de Solos - “Bureau of Reclamation”
Rod Vissia - Engº de Planejamento - “Bureau of Reclamation”
Douglas Olson - Engº de Planejamento - “Bureau of Reclamation”
Peter J. Hradilek - Engº Civil - Especialista em Barragens - “Bureau of Reclamation”
Equipe Técnica do Bureau of Reclamation no Brasil
Catarino Esquivel - Chefe da Equipe
Ricardo Rodrigues Lage - Especialista Administrativo
Evani F. Souza - Assistente Administrativo
Tradutora
Suzanne Sobral - Tradutora particular
Revisores Técnicos:
ENGECORP’S (Corpo de Engºs Consultores) - Vários Especialistas
CODEVASF / DNOCS - Vários Especialistas
Composição e Diagramação:
Print Laser - Assessoria Editorial Ltda
Ficha Catalográfica:
CDU 627.82.004.15
Elaboração de Projetos de Irrigação
APRESENTAÇÃO
O Bureau vem prestando estes serviços há mais de dezesseis anos. Neste período,
obteve um conhecimento bastante amplo sobre a agricultura irrigada, no Brasil. Devido a
este conhecimento e à grande experiência do Bureau, em assuntos de irrigação, o Minis-
tério da Integração Nacional, solicitou que fossem elaborados manuais técnicos, para
utilização por órgãos governamentais (federais, estaduais e municipais), entidades priva-
das ligadas ao desenvolvimento da agricultura irrigada, empresas de consultoria, empreiteiras
e técnicos da área de irrigação.
Para sua elaboração contou com o trabalho de uma equipe de engenheiros e espe-
cialistas do “Bureau of Reclamation”, por solicitação do governo brasileiro.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 18
1.1 Objetivo do MANUAL ................................................................................... 18
1.2 Níveis de Projeto .......................................................................................... 18
1.2.1 Estudos Regionais (Plano Diretor) e Estudos de Pré-Viabilidade .............. 19
1.2.2 Estudos de Viabilidade ..................................................................... 19
1.2.3 Projetos Básicos .............................................................................. 20
1.2.4 Dossiê de Licitação das Obras Civis, e Dossiê de
Licitação dos Equipamentos Eletromecânicos ...................................... 20
1.2.5 Projetos Executivos ......................................................................... 21
1.3 Escopo do MANUAL ..................................................................................... 21
1.4 “Eficácia de Custos” ..................................................................................... 22
4 CAPTAÇÕES...................................................................................................... 179
4.1 Canais de Captação .................................................................................... 179
4.1.1 Elaboração do Projeto .................................................................... 179
4.1.2 Captação no Reservatório ............................................................... 180
4.1.3 Captação no Rio ............................................................................ 181
4.2 Requisitos Relativos à Sedimentação e às Propriedades Hidráulicas ................... 181
4.2.1 Aspectos Gerais ............................................................................ 181
4.2.2 Sedimentos na Água Bombeada ...................................................... 181
4.2.3 Nível da Água no Lado de Sucção da Bomba ..................................... 186
4.2.4 Estabilidade das Margens ............................................................... 188
4.2.5 Canais de Captação ....................................................................... 189
INTRODUÇÃO
A exposição a seguir apresenta uma idéia geral dos diversos níveis de planejamento
do projeto e dos níveis de elaboração de projeto a eles associados.
Neste MANUAL, os Projetos Básicos são considerados projetos com bastante deta-
lhe. Anteriormente, no Brasil, costumava-se deixar o maior esforço de elaboração de
projeto final para os Projetos Executivos. Uma vez que as propostas apresentadas nas
licitações da construção das obras são baseadas nos Projetos Básicos, a falta de detalha-
mento neste nível tem resultado em custos supra-orçamentários significativos, durante a
construção. Portanto, o “Bureau” recomenda que os Projetos Básicos sejam detalhados,
com base em dados topográficos, hidrológicos, geológicos, geofísicos e geotécnicos mi-
nuciosos, a fim de minimizar a ocorrência de custos para além do previsto e mudanças
significativas no projeto na etapa de construção.
1.2.4 Dossiê de Licitação das Obras Civis, e Dossiê de Licitação dos Equipamentos
Eletromecânicos
Para descrever melhor esse conceito, pode-se tomar como exemplo o caso de bom-
bas. Quando da comparação de alternativas para se avaliar a “eficácia de custos”, devem
ser considerados: o custo inicial de investimento; a eficiência das bombas e o custo de
energia; a utilidade e a durabilidade dos diferentes materiais usados nas bombas e os
custos de reparos, revisões e substituições; os custos operacionais (tais como se a bom-
ba seria operada manual ou automaticamente); e as quantidades e os custos dos materi-
ais utilizados, como óleo, etc. A bomba de “custo mais eficaz” será aquela que satisfizer
as exigências do projeto pelo menor custo, no decorrer da vida útil do projeto.
A equipe responsável pela elaboração dos projetos deverá visitar o local das princi-
pais estruturas incluídas no estudo de viabilidade. A equipe deverá ser composta por
projetistas e especialistas em geologia, geotecnia, projetos estruturais, hidráulica e outras
especialidades técnicas, conforme necessário.
A escala da planta geral deverá ser adequada à sua finalidade, de forma a mostrar
claramente os detalhes anteriormente relacionados.
A descrição geral das condições locais deverá incluir os itens relacionados a seguir:
Deverão ser preparadas plantas topográficas numa escala e com intervalos entre as
linhas de nível que permitam sua utilização no leiaute do sistema de irrigação. Recomen-
da-se uma escala de aproximadamente 1:10.000 e um intervalo máximo entre as linhas
de nível de 2,5m. Esta escala e intervalo entre as linhas de nível poderá ser maior ou
menor com autorização prévia do CLIENTE.
O leiaute geral (desenhos relativos à disposição geral do projeto) deverá ser preparado
a partir de plantas topográficas e incluir a localização de todos os elementos do projeto,
incluindo estações de bombeamento, reservatórios, tubulações, canais, drenos, estradas
e diques. No caso de tubulações, canais, drenos, estradas e diques, será preciso indicar o
eixo longitudinal e o estacamento dos mesmos, assim como a localização das principais
estruturas ao longo deles, como reservatórios, sifões e pontes. O leiaute deverá estar
acompanhado das dimensões e das capacidades dos diversos sistemas e das estruturas.
Rocha:
f descrição do contorno das superfícies da rocha, espessura das zonas altera-
das, fraturadas, cavernosas ou de algum outro modo alteradas, assim como
de demais fraquezas e descontinuidades estruturais;
f esboço das zonas estruturalmente fracas, permeáveis ou potencialmente ins-
táveis e dos estratos de rocha mole e/ou solo nas fundações e nos taludes de
escavação, em particular aqueles permanentemente expostos;
f estimativa, ou determinação por ensaios simples, das propriedades de enge-
nharia significativas da rocha, como densidade, absorção, permeabilidade,
resistência ao cisalhamento e à deformação, assim como do efeito da carga
estrutural, das mudanças no teor de umidade, e das mudanças nessas proprie-
dades devido às flutuações ou ao aumento permanente do lençol freático.
Fatores relativos aos métodos e procedimentos de revestimento de canais.
Para todos os pontos no sistema de distribuição onde mudar a vazão e para todas
as tomadas será indispensável fornecer os seguintes dados (Observação: Normalmen-
te, é aceitável, nos estudos de viabilidade, projetar sistemas secundários de distribui-
ção, até o nível das tomadas das propriedades, para as áreas demonstrativas típicas,
e não para todo o projeto; portanto, no caso de sistemas secundários, as seguintes
informações precisarão ser fornecidas somente para as áreas demonstrativas):
f vazão do canal ou da tubulação, em litros/segundo, requerida para atender à
demanda de água à jusante do ponto em questão; este cálculo deverá se basear
nos critérios de dimensionamento do sistema do projeto de irrigação (ver Anexo
5 do “Manual de Planejamento Geral de Projetos de Irrigação”) e nos requisitos
de uso doméstico, se forem incluídos;
f cotas do nível de água requerida (para as tubulações, quando a água for dis-
tribuída sob pressão, será preciso fornecer a pressão mínima da água em KPa).
2.3.10.2 Canais
Para os canais:
2.3.10.3 Tubulações
Para as tubulações:
2.3.11 Drenos
Os dados do projeto deverão incluir, pelo menos, uma breve descrição dos elemen-
tos ambientais que podem ser afetados pelo projeto proposto.
2.4.1 Geral
Para o projeto básico, esta planta deverá conter as informações descritas no item
2.3.2.
Para o projeto básico, a descrição geral das condições locais deverá conter as
informações apresentadas no item 2.3.3.
O leiaute geral (desenhos relativos à disposição geral do projeto) deverá ser prepa-
rado a partir de plantas topográficas e deverá incluir a localização de todos os elementos
do projeto, incluindo estações de bombeamento, reservatórios, tubulações, canais, drenos,
estradas e diques. No caso de tubulações, canais, drenos, estradas e diques, será preciso
indicar o eixo longitudinal e o estaqueamento dos mesmos, assim como a localização de
estruturas como sifões, pontes, bueiros, estruturas de controle do nível da água, toma-
das, calhas, quedas, vertedouros, medidores, válvulas, conexões, chaminés de equilíbrio,
tanques, etc. Também serão fornecidas informações relativas às dimensões e às vazões
dos diferentes sistemas e das estruturas.
Os polígonos dos leiautes, assim como as seções transversais, devem ser levanta-
dos no campo, e as plantas topográficas devem ser ajustadas, quando necessário.
2.4.7.1 Geral
2.4.7.5 Estradas
2.4.7.6 Diques
Essas fotografias deverão ser tiradas de locais que mostrem as estruturas propos-
tas da melhor maneira possível, e num ângulo oblíquo de aproximadamente 20 a 30
graus, acima da horizontal. Quando possível, deverão ser indicados os pontos de ligação
com os mapas topográficos. Estas fotografias deverão ser tiradas entre 11 e 14 horas, de
maneira que a área principal da estrutura proposta não fique na sombra.
Mecânica de Solos:
f classificação, de acordo com o Sistema Unificado de Classificação de Solos,
para cada estrato importante;
f descrição do estado indeformado do solo em cada estrato importante;
f esboço da extensão lateral e da espessura dos estratos críticos, competen-
tes, fracos ou potencialmente instáveis (incluindo minerais sujeitos a
empolamento e conteúdo de gipsita e outros sulfatos, caulinita, montimo-
rilonita, etc.) das fundações e dos taludes de escavação, especialmente aqueles
permanentemente expostos;
f determinação, por meio de ensaios, das propriedades de engenharia significa-
tivas dos diversos estratos, como densidade, permeabilidade, resistência ao
cisalhamento e tendência ao colapso ou à expansão, assim como do efeito da
carga estrutural e das mudanças nessas propriedades devido a flutuações ou
ao aumento permanente do lençol freático;
f determinação, por meio de ensaios, das propriedades corrosivas e do teor de
sulfatos no solo e nos aqüíferos.
Rocha:
f um plano topográfico da superfície da rocha; descrição da espessura das
zonas alteradas, fraturadas, cavernosas ou de algum outro modo enfraquecidas,
assim como de outras fraquezas e descontinuidades estruturais;
f esboço das zonas estruturalmente fracas, permeáveis ou potencialmente ins-
táveis e dos estratos de rocha mole e/ou solo das fundações e dos taludes de
escavação, em particular aqueles permanentemente expostos, com atenção
especial para as questões de engenharia, como minerais sujeitos a empola-
mento e conteúdo de gipsita e outros sulfatos, caulinita, montimorilonita,
etc.
f determinação, mediante ensaios, das propriedades de engenharia significati-
vas da rocha, como densidade, absorção, permeabilidade, resistência ao
cisalhamento e à deformação, assim como do efeito da carga estrutural, de
mudanças nessas propriedades devido a flutuações ou ao aumento perma-
nente do lençol freático.
Uma planta com profundidades críticas das áreas em que ocorrem argilas, argilitos
xistosos, arenitos, ou outros materiais, indicados os limites de profundidades preju-
diciais à drenagem;
Corrosividade do solo e da rocha:
f recomenda-se medir a resistividade elétrica do solo e da rocha na área da
obra, a fim de se determinar se há necessidade de proteção contra a corrosão
Além das informações contidas no item 2.3.7, também será preciso apresentar as
que seguem:
Além das informações contidas no item 2.3.9, também será preciso fornecer as
que seguem:
Além das informações contidas no item 2.3.10, também será preciso fornecer as
que estão relacionadas a seguir.
2.4.13.2 Canais
2.4.13.3 Tubulações
Cobertura mínima para as tubulações secundárias, com base nas atividades agríco-
las realizadas sobre as tubulações, na profundidade dos aqüíferos, no tipo de solo;
Detalhes do sistema de drenagem, os quais poderão influenciar o projeto do siste-
ma de tubulações;
2.4.14 Drenos
Além das informações contidas no item 2.3.11, também será preciso fornecer as
que seguem.
2.4.15 Poços
2.4.16 Estradas
Além das informações contidas no item 2.3.13, também será preciso fornecer as
relacionadas a seguir:
Drenagem transversal:
f vazão de projeto, frequência das enchentes de projeto (em geral, períodos de
recorrência de 25 anos, dependendo de considerações econômicas) e planta
das áreas de captação das águas de drenagem;
Além das informações contidas no item 2.3.13, também será preciso fornecer as
seguintes:
INVESTIGAÇÕES
GEOGNÓSTICAS
O reconhecimento da área deverá ser efetuado para selecionar os locais mais favo-
ráveis à instalação das estações de bombeamento e ao alinhamento dos canais principais.
A seleção será realizada com base nos solos existentes nas diversas áreas e nos dados
geológicos, bem como no exame visual do terreno e nas condições geológicas e
morfológicas da área do projeto. Será preciso examinar os cursos d’água, suas margens e
os cortes das estradas, pois podem prover informações valiosas relativas à natureza dos
solos ao longo do alinhamento dos canais e nos locais das obras. O reconhecimento da
área deve ser realizado por engenheiros e geólogos que possuam conhecimento e experi-
ência na seleção de locais para estações de bombeamento e canais.
Será necessário realizar investigações limitadas do subsolo nos locais das estações
de bombeamento, das estruturas dos canais importantes e dos alinhamentos dos canais
principais, para identificar a natureza dos solos e rochas nesses locais. Poderá ser preciso
fazer uma série de sondagens nos locais das principais estações de bombeamento, de
modo a permitir ajustes específicos à área da obra e à localização de outras instalações,
como chaminés de equilíbrio. Os furos de sondagem deverão estender-se além da cota de
fundação da estrutura, por uma distância mínima equivalente a uma vez e meia a dimen-
são horizontal máxima da base da estrutura. As investigações ao longo dos alinhamentos
de canais principais deverão ser realizadas a intervalos nunca superiores a 1km. No caso
de solos problemáticos, os intervalos deverão ser diminuídos, para delimitar esses depó-
sitos, tanto lateralmente quanto em profundidade.
Com base nos conhecimentos do engenheiro acerca dos requisitos das estruturas,
na sua experiência com o desempenho dos solos e nas condições que deverão prevalecer
no local da obra, será possível determinar-se onde as condições são (1) evidentemente
adequadas, (2) nitidamente inadequadas ou (3) duvidosas. Como resultado, o engenheiro
poderá orientar os ensaios para as áreas duvidosas e, desta forma, diminuir substancial-
mente o volume de trabalho. É necessário frisar que um máximo de economia nas inves-
tigações só poderá ser conseguido com o auxílio do engenheiro responsável pelo projeto
da obra.
3.2.1 Objetivos
dos maiores, com grandes estruturas. Nos solos expansivos e nos de baixa massa espe-
cífica, a probabilidade e o grau de subpressão e de colapso precisam ser avaliados. A
permeabilidade é importante para os canais não revestidos. Quando for possível escolher
o traçado da obra, é necessário lembrar que a trabalhabilidade dos materiais é de grande
importância econômica. Por isso cortes em rocha são normalmente evitados.
Há vários tipos de mapas geológicos. O mapa que mostra uma vista em planta da
rocha na área, do ponto de vista geológico, é denominado mapa de rocha ou geológico de
área. Tal mapa indica os limites das formações visíveis e infere a distribuição das unida-
des cobertas pelo solo ou pela vegetação; em geral, inclui pelo menos uma seção geoló-
gica. Exceto pela indicação de grossos depósitos aluviais ou de materiais eólicos, os
mapas de área não mostram o solo ou o manto não-consolidado. Em áreas de geologia
complexa e nas quais quase inexistem rochas expostas, a localização dos contatos entre
as formações é geralmente indicada de forma aproximada ou hipotética. Os mapas geoló-
gicos da superfície diferenciam os materiais de superfície não-consolidados na área, de
acordo com suas categorias geológicas, como residual, aluvião e areias eólicas. Estes
mapas indicam a extensão de área, as características e a idade geológica dos materiais da
superfície. Em geral, os mapas geológicos de área (de rocha), de sítios com deformação
moderada, incluem suficientes símbolos estruturais para fornecer uma compreensão
adequada da geologia estrutural da região; em muitos casos, a estrutura sub-superficial
generalizada pode ser deduzida a partir da distribuição das formações no mapa. Em
áreas muito complexas, para as quais são necessárias grandes quantidades de dados
estruturais, para a interpretação da geologia, são preparados mapas geológicos estrutu-
rais especiais.
Além de fornecer a idade geológica das rochas mapeadas, alguns mapas fornecem
uma descrição sucinta das rochas. Entretanto, muitos não apresentam a descrição litológica.
Um geólogo experiente pode fazer certos pressupostos ou generalizações a partir apenas
da idade da rocha, por meio de analogias com outras áreas. Para um maior detalhamento
e uma identificação mais confiável da litologia, contudo, é preciso consultar a literatura
geológica de toda a área. As informações de engenharia podem ser obtidas nos mapas
geológicos, se o usuário tiver conhecimentos fundamentais de geologia e uma compreen-
são de como os engenheiros utilizam os fatos geológicos na elaboração de projetos e na
construção de estruturas. Mediante o estudo de um mapa geológico básico, aliado a
todos os dados geológicos colaterais pertinentes à área, é possível preparar-se um mapa
especial que interprete a geologia em termos dos materiais de construção. Da mesma
forma, é possível interpretar-se, nos mapas geológicos, as condições das fundações e das
escavações, assim como os dados das águas superficiais e subterrâneas. Tais informa-
ções são muito valiosas no planejamento preliminar, embora não substituam as investiga-
ções de campo detalhadas, nos estágios de viabilidade e de elaboração das especificações.
processam os dados além do alcance das fotografias, por meio de comprimentos de onda
térmicos, de infravermelhos, de microondas e de radar. Fenômenos como as diferenças
na força de gravidade da Terra ou nas propriedades magnéticas também podem ser
mensuradas, com o intuito de se dispor de ferramentas adicionais de interpretação.
Exceto quando uma densa floresta impede a visão de grandes áreas, as fotografias
aéreas mostram todos os detalhes naturais ou o resultado da ação do homem na superfí-
cie terrestre, dentro da resolução do filme. São reveladas relações que, nas situações
usuais ou rotineiras de investigação da superfície, nunca seriam descobertas, apesar de
exame cuidadoso. A identificação das características indicadas nas fotografias é facilita-
da pelo exame estereoscópico. A seguir, as características são interpretadas para um
propósito específico, como geologia, uso do solo, ou características de engenharia. O
escopo de utilização das fotografias aéreas dependerá da experiência e da capacitação
do engenheiro. Conhecimentos básicos de geologia e ciência do solo auxiliam na inter-
pretação das fotografias aéreas com fins de engenharia. Freqüentemente, as fotografias
aéreas são utilizadas na localização de áreas a serem investigadas ou sondadas no cam-
po e substituem os mapas.
A Força Aérea dos Estados Unidos produziu, em 1965, fotografias aéreas, em preto
e branco, de todo o país, numa escala 1:60.000. As cópias dessas fotografias podem ser
obtidas na Diretoria de Serviço Geográfico do Exército (DSGE). Também existem fotos
aéreas em outras escalas, e com outros tipos de filme, de inúmeras áreas do território
brasileiro, embora a cobertura não seja sistemática. Em geral, as fotografias são tiradas
por firmas privadas de fotogrametria aérea, contratadas para efetuar tarefas específicas
de mapeamento, das quais é possível adquirir cópias das fotografias. Essas atividades são
acompanhadas pela Comissão de Cartografia (COCAR), em Brasília, que mantém foto-
índices, a fim de auxiliar os usuários potenciais a encontrar as fotos que cobrem a área do
seu interesse.
No caso do Vale do São Francisco, as fotografias aéreas obtidas até 1982 estão
catalogadas no “Cadastro de Levantamentos Básicos da Bacia do São Francisco”, da
CODEVASF.
te. Em regiões áridas, o padrão de vegetação pode ser utilizado para distinguir solos de
baixa dos de alta alcalinidade, e os lençóis freáticos altos dos baixos. O uso efetivo da
vegetação como indicador nas fotografias aéreas requer uma certa correlação de campo.
Uma vez que as imagens de satélite são conjuntos de dados digitais, é possível
processá-las e realçá-las em computador, a fim de facilitar sua interpretação para fins
geológicos. No Brasil, o sistema SITIM 150 é o mais usado para este tipo de trabalho.
Existem de 60 a 100 sistemas, principalmente nos laboratórios universitários e nos ór-
gãos governamentais que trabalham na gestão e no desenvolvimento de recursos natu-
rais. Em geral, os sistemas consistem de um microcomputador, com um monitor de vídeo
colorido para as imagens. Os programas disponíveis permitem varreduras panorâmicas e
detalhamento na tela, aumento de contraste, cálculos de proporção de faixas e o realce
das bordas, entre outros recursos que auxiliam o usuário a interpretar a geologia. Essas
manipulações podem ser valiosas quando utilizadas em conjunto com a interpretação
visual de fotografias e transparências, a fim de esclarecer pontos de análise mais comple-
xa na versão da imagem em papel.
típico, modificado, até certo ponto, pela natureza da rocha-mãe. Os solos encontrados
em locais similares, dentro de topografias análogas, em geral possuem as mesmas propri-
edades físicas. O pessoal responsável pelas investigações das fundações e dos materiais
destinados a estruturas hidráulicas deve estar familiarizado com as topografias e com os
solos a elas associados. Esses conhecimentos são muito valiosos durante o estágio de
reconhecimento das investigações e podem ser úteis no controle da abrangência das
investigações dos estágios de estudo de viabilidade e de elaboração das especificações.
Os solos cujas propriedades são afetadas, primordialmente, pela ação das águas às
quais foram expostos denominam-se solos fluviais. Sua característica comum é o formato
arredondado dos seus grãos. Em geral, ocorre uma intensa segregação, de maneira que o
depósito é bem estratificado ou lenticulado. Os estratos individuais podem ser de maior
ou menor espessura, mas a granulometria do material de cada estrato estará dentro de
uma faixa limitada. Os três principais tipos de solos fluviais, resultantes da velocidade da
água de deposição, são chamados aluvião lavado de torrente (depósitos torrenciais), alu-
vião de talvegue e de leito lacustre.
Os solos depositados pelo vento são denominados solos eólicos. A principal cate-
goria destes depósitos, de fácil identificação, são as dunas de areia. As dunas são montes
de areia baixos, alongados ou em formato de meia-lua, com encosta suave e lisa de
barlavento e mais abrupta na encosta de sotavento. Em geral, estes depósitos têm escas-
sa cobertura vegetal. O material é muito rico em quartzo e caracteriza-se pela faixa limita-
da dos diâmetros dos grãos, geralmente entre as areias finas e médias. Este material não
tem coesão, tem permeabilidade moderadamente alta e compressibilidade moderada. Em
geral, é classificado no grupo SP (areia de granulometria desfavorável), do Sistema Unifi-
cado de Classificação de Solo (“Unified Soil Classification System”).
À medida que o intemperismo age sobre a rocha, seus fragmentos são gradualmen-
te reduzidos em tamanho, até que todo o material tenha aparência de solo. Os solos
residuais resultam da alteração, pelo intemperismo, do material subjacente, sem ser trans-
portado do local. Algumas vezes torna-se difícil definir claramente a linha divisória entre
a rocha e o solo residual, mas, para fins de engenharia, o material pode ser considerado
solo quando pode ser removido pelos métodos usuais de escavação. É possível obter
algumas informações acerca das características de engenharia dos solos residuais a par-
tir do conhecimento da rocha-mãe que os originou.
Uma característica notável de muitos solos residuais é que as partículas in situ são
angulares, embora moles. O manuseio destes materiais, durante a construção, poderá
reduzir apreciavelmente sua granulometria, de maneira que o solo utilizado tenha caracte-
rísticas inteiramente diferentes daquelas indicadas pelos ensaios laboratoriais-padrão, re-
alizados no solo original. Com frequência, são necessários programas de ensaios especi-
ais de laboratório, a fim de se determinarem as prováveis mudanças nas características
resultantes do manuseio. Algumas vezes, recomenda-se realizar ensaios de campo em
seções experimentais, antes de tomar decisões relativas à utilização desses solos.
podem ser eliminadas; as informações necessárias e não incluídas não podem ser acres-
centadas. Ocasionalmente, a única uniformidade a ser encontrada num horizonte de solo
é sua heterogeneidade. Entretanto, em muitos casos, após cuidadosa análise, é possível
perceber um padrão na massa de solo, o qual auxiliará o projetista a reduzir os custos da
estrutura em questão.
As dimensões destas massas de solo são determinadas por métodos análogos aos
usados nos levantamentos de superfície, ou seja, efetuando seções transversais ou de-
senvolvendo a topografia das superfícies superior e inferior da massa de solo. O método
preferencial escolhido dependerá, até certo ponto, do tipo de estrutura considerada. As
seções transversais são adequadas à investigação das condições das fundações para
muitos tipos de edifícios, canais, tubulações e estradas. Infelizmente, o problema de
localização dos pontos de mensuração ou as irregularidades nas superfícies subterrâne-
as são virtualmente insolúveis, pois essas superfícies não podem ser vistas e o custo de
cobrir a área com uma malha de furos de sondagem é considerável. Em geral, a solução
utilizada nas investigações começa com uma estimativa da localização das irregularida-
des, com base na interpretação geológica da subsuperfície. A seguir executa-se uma
investigação desses locais, com furos de sondagem em aproximações sucessivas. Os
sistemas de malhas de furação só são utilizados em grandes áreas de empréstimo, ou nas
fundações de grandes barragens de terra, nas quais as irregularidades da subsuperfície
não possam ser estabelecidas de outra forma.
pontos localizados a 1/4 e 3/4 do comprimento total. Em geral, também será preciso um
furo de sondagem no ponto mais alto do aterro ou no fundo do vale. Poderão ser neces-
sários outros furos afastados do alinhamento para todas estas feições, dependendo da
topografia, da geologia e das condições do subsolo. Quando se tratar de itens muito
dispendiosos, as sondagens antes mencionadas poderão ser requeridas para as estimati-
vas ao nível de viabilidade. A Figura 3.3 mostra as profundidades mínimas sugeridas dos
furos de sondagem para as grandes estruturas lineares. Algumas vezes, poderão ser
necessárias profundidades maiores para determinar a natureza de solos questionáveis. A
Figura 3.4 fornece um exemplo de perfil geológico, ao longo do eixo central de uma
tubulação.
extensão das variações dessas propriedades. Para estabelecer estas relações, é possível
fazer um grande número de ensaios e determinar os valores médios e a extensão, median-
te análise estatística. Uma vez que isto pode ser muito dispendioso, o processo geralmen-
te utilizado é definir, a partir do exame visual, quais amostras têm maior probabilidade de
representar as propriedades piores, médias e melhores, para aquela característica consi-
derada crítica. No estágio de elaboração das especificações, os ensaios relativos aos
índices dos solos poderão ser utilizados, a fim de serem selecionadas as amostras para
ensaios detalhados, ao invés de depender do exame visual.
Embora, na maioria das vezes, só seja exigida uma pequena quantidade de material
permeável para filtros e drenos, os requisitos de qualidade são rigorosos. O principal
propósito construtivo de uso deste material é a prevenção da subpressão hidráulica. Por-
tanto, o material deve ter drenagem livre; ao mesmo tempo, é preciso que cargas hidráu-
licas relativamente altas sejam dissipadas sem deslocamento do material filtrante ou do
solo das fundações. Com frequência, uma única camada de material será insuficiente,
sendo preciso projetar um tapete de duas camadas. É indesejável a existência de areia
fina, silte ou argila no material permeável e é necessário o processamento por lavagem ou
peneiramento, de modo a produzir um material aceitável, a partir da maioria dos depósitos
naturais. Embora os requisitos relativos à granulometria difiram, em geral os materiais
utilizados em filtros são obtidos, economicamente, de fontes aceitáveis para agregado de
concreto. Como nem a forma das partículas, nem a natureza dos minerais contidos no
material permeável são de importância crítica, é possível utilizar agregados de concreto
processados e que foram rejeitados devido a tais características, na construção de drenos
e de tapetes de drenagem, desde que obedecida a granulometria requerida.
Nas estruturas de terra, são necessários fragmentos de rocha que visam a proteção
de aterros ou escavações expostas à ação da água, como ondas, fluxos turbulentos ou
chuvas pesadas. O “riprap” é uma camada relativamente espessa de fragmentos volumo-
sos de rocha, de preferência angulares, utilizada como proteção contra a ação erosiva
severa das ondas e dos fluxos de água de grande velocidade. Os enrocamentos são
camadas relativamente finas de fragmentos de rocha, utilizadas como proteção contra a
ação erosiva moderada, como aquelas decorrentes das chuvas.
Não há parâmetro geral que defina qualquer tipo de rocha como a mais apropriada
para a proteção de taludes. Entretanto, toda rocha sedimentar que contenha argila deverá
ser considerada potencialmente fraca. Ensaios laboratoriais, como os de ciclagem, revela-
rão essa falta de resistência.
O solo mais apropriado para estes propósitos é areia siltosa (SM) que tenha uma
boa distribuição granulométrica, com 15 a 25% de finos e tamanho máximo entre a
peneira N 4 e cerca de 50mm. Também podem ser utilizados outros solos, entretanto,
poderá ser preciso usar mais cimento para atender os requisitos de resistência e durabili-
dade. O fator mais importante para garantir a uniformidade do solo-cimento compactado
Existem muitos métodos de fazer furos de sondagem exploratórios, que podem ser
classificados de diversas maneiras: (1) os que produzem amostras utilizáveis e aqueles
cujas amostras não são utilizáveis; e (2) os que provêem acesso ao pessoal para a inspe-
ção e os que não o provêem. Na investigação de fundações ou materiais, a finalidade
principal de uma sondagem é obter amostras do solo, seja para exame visual, seja para
ensaios. Portanto, aqueles procedimentos que não produzem amostras só devem ser
utilizados quando já foram obtidas amostras suficientes. Os métodos de amostragem
variam conforme a dureza do material a ser penetrado e, também, segundo o grau admissível
de amolgamento da amostra. Além disso, os furos de sondagem podem ser feitos manual
ou mecanicamente. Os furos exploratórios podem ser de diversos tamanhos, dependendo
da necessidade de acesso, da profundidade de penetração, do tamanho da amostra requerida
e do tipo de material que será perfurado.
Em muitos casos, será suficiente conservar o furo cheio de água para manter os materiais
no seu lugar. Em casos mais graves, utilizar-se-á um estabilizador de parede ou um fluido
pesado, ou ambos. Quando não é necessário ensaiar com água, em geral, utiliza-se lama
de perfuração que consiste de uma mistura de bentonita e água. Esse fluido, preparado
especialmente, tem o peso requerido graças ao acréscimo de material sólido fino. Tam-
bém são úteis os novos produtos químicos orgânicos, como os aditivos de fluidos de
perfuração, existentes no mercado. Enquanto a estabilidade das fundações fofas e o
colapso das fundações de baixa massa específica são as principais fontes de preocupa-
ção do engenheiro, a obtenção de amostras para os ensaios de laboratório é a tarefa mais
importante do investigador. As amostras devem ser obtidas dos furos por meio de
amostradores de tubo duplo ou amostradores de cravação. A fim de minimizar o
amolgamento das amostras, recomenda-se o uso de amostradores de pistão fixo e trados
com eixo oco, no caso de solos muito fofos ou de baixa massa específica.
Cada estrato com espessura superior a 30cm deverá ser amostrado separadamen-
te. Todos os estratos encontrados até a profundidade final da sondagem deverão ser
amostrados. Quando forem omitidas amostras, o fato deverá constar do diário de sonda-
gens, junto com a justificativa.
As trincheiras são utilizadas da mesma maneira que os poços, mas têm a vantagem
de mostrar a continuidade ou a natureza de um determinado estrato. Em geral, são esca-
vadas como trincheiras abertas, de cima a baixo de um talude, seja em trincheira única
declive abaixo, seja uma série de trincheiras curtas, espaçadas a intervalos apropriados,
ao longo do talude. Da mesma forma que os poços, as trincheiras permitem realizar
inspeção visual dos estratos do solo, o que facilita o levantamento do perfil e a seleção
das amostras. As trincheiras nos terrenos em declive têm a vantagem de se autodrenarem.
Em geral, são escavadas com trator de lâmina e/ou retroescavadeira.
Se a amostra coletada for maior do que o necessário para os ensaios, ela poderá ser
diminuída rolando-se e misturando-se a amostra até se obter uma mistura uniforme, que,
em seguida, deverá ser dividida em quatro partes sobre a lona. A amostra é misturada por
duas ou mais pessoas que seguram os extremos opostos da lona, suspendendo primeiro
um lado, depois o outro, e rolando, desta forma, o material. Este procedimento deverá ser
repetido inúmeras vezes, até se obter uma mistura completa e uniforme e uma granulometria
quase uniforme em todo o material. Para dividir a amostra em quatro partes, o material é
colocado numa pilha uniforme, que é achatada até ficar de espessura uniforme, a qual é
dividida por duas linhas perpendiculares entre si e que se intersectam no centro da pilha.
São removidos dois quartos diagonalmente opostos, e o restante do material é misturado,
dividido em quatro e reduzido até que se obtenha o peso de amostra desejado.
Com os trados de avanço helicoidal contínuo, as amostras de solo podem ser recu-
peradas por três métodos:
As amostras podem ser coletadas das aparas depositadas na parte superior do furo.
Pás cheias do material depositado na parte superior do furo são embaladas e rotu-
ladas. Este é o método menos aconselhável de obter amostras com trado, pois a
amostra resultante é muito deformada e de profundidade ignorada;
O trado pode ser retirado do furo e uma amostra coletada da ponta cortante. Esta
amostra pode ser obtida pegando-se material da ponta e colocando-o num saco, ou
pondo-se uma pequena amostra num recipiente. Tanto o saco quanto o recipiente
deverão ser corretamente rotulados. Quando se usa este método, a profundidade
de onde foi retirada a amostra é conhecida e deverá ser indicada;
As amostras do material no fundo do furo podem ser coletadas por meio de um
amostrador de parede fina ou bipartido. Este método utiliza o trado apenas para
aprofundar o furo. A amostragem por cravação será discutida no próximo item.
Em aparência, os trados com eixo oco são muito similares aos trados de avanço
helicoidal contínuo, mas sua parte central é grande e oca. A haste central e o bujão
atravessam o eixo oco do trado. Quando o furo é estendido até a profundidade desejada,
a haste e o bujão são removidos, e um amostrador é abaixado através do eixo oco, a fim
de retirar uma amostra de solo do fundo do furo. Este sistema de trado e amostragem
possui nítida vantagem nas camadas de capeamento de solo, uma vez que permite que a
amostragem seja feita a seco, sem o uso de meio circulante, como ocorre com as sondas
rotativas.
O trado de disco possui apenas uma hélice, de borda cortante. Quando o trado é
girado para dentro do solo, a amostra é coletada na hélice. O trado é retirado, e a amos-
tra removida. Os trados de disco são utilizados apenas a pequenas profundidades e po-
Sapata de cravação;
Amostrador de tubo sólido, ou bipartido;
Haste de perfuração;
Acoplamento de cravação;
Cabeça de cravação;
Haste guia;
Peso de cravação.
Cada amostra deverá ter duas etiquetas de identificação, uma do lado de fora do
recipiente e a outra, no de dentro. Quando o solo estiver úmido, uma das etiquetas deverá
ser colocada num saco plástico dentro do recipiente. As latas podem ser rotuladas direta-
mente no seu exterior, ou por meio de etiquetas corretamente fixadas à superfície exter-
na. As informações deverão estar nas latas e não nas tampas, uma vez que estas últimas
podem ser trocadas.
formato requeridos é laborioso, em especial quando se trabalha com materiais fofos facil-
mente deformáveis ou que contenham fragmentos de rocha.
Após talhar e aparar a amostra no tamanho e formato requeridos, ela deverá ser
embrulhada numa camada de morim fino, o qual será pintado com cera derretida morna.
Após aplicar a cera, a superfície deverá ser esfregada com as mãos, a fim de selar os
poros. Ao todo, a amostra deverá receber, pelo menos, três destes invólucros. A Figura
3.7 mostra o procedimento de selagem das amostras talhadas manualmente.
O espaço entre a amostra e as paredes da caixa deverá ser preenchido com serra-
gem úmida ou outro material de embalagem similar. A seguir, a tampa da caixa será
colocada por cima do material de embalagem. Após a remoção da amostra, sua parte
inferior será coberta com o mesmo número de invólucros de morim encerado das outras
superfícies, e o fundo da caixa colocado por cima do material de embalagem.
A cera quente sempre deverá ser pintada, e não despejada, sobre a amostra, duran-
te o procedimento de selagem e empacotamento.
Entre os grandes avanços na área de sondas rotativas nos últimos anos, destaca-se
a introdução de conjuntos de hastes (“wire line”) e barriletes de tubo interno retrátil. Estas
ferramentas são muito úteis nas sondagens a grandes profundidades, uma vez que permi-
tem a eliminação de entradas e saídas no furo com o equipamento de sondagem. Com a
técnica de “wire-line”, o barrilete amostrador é parte integral da coluna de perfuração. A
haste de perfuração serve como dispositivo de sondagem e revestimento, pois, em geral,
só é removida quando se troca a coroa. Os testemunhos de sondagem são retirados
removendo-se o tubo interno do barrilete através da haste de perfuração. Isso é efetuado
descendo um dispositivo de retração, por meio de um fio de aço (“wire line”), através da
haste de perfuração, até destravar um mecanismo especial embutido no cabeçote do tubo
interno do barrilete. O testemunho é removido, e o tubo interno retraído através da haste
de perfuração, continuando-se, então, a sondagem. Atualmente, o diâmetro máximo des-
tes testemunhos “wire-line” é de 85mm.
Uma vez que o furo deixado na rocha está limpo e as intercalações e as fissuras não
são seladas pela ação da sonda, será possível efetuar ensaios de perda de água, a fim de
avaliar a permeabilidade dos estratos e determinar a provável infiltração através de fratu-
ras ou fissuras abertas na rocha. É indispensável registrar qualquer grande perda de água
ou a entrada de água nos furos durante as sondagens, pois indicam, respectivamente, a
presença de grandes aberturas na formação ou a existência de fluxos subterrâneos de
água. Após serem completados, os furos deverão ser tampados, de maneira a preservá-
los para futuras observações do(s) nível(eis) d’água ou como furos de injeção, ou para
continuação, caso seja desejável aprofundar o furo. Em geral, os furos em material solto
ou em solos subsuperficiais não-consolidados precisam ser revestidos.
Figura 3.14 Caixa Típica com os Testemunhos Arrumados para Permitir sua
Correta Identificação.
Além dos ensaios realizados nas amostras de solo e nos testemunhos, também são
efetuados ensaios no furo de sondagem, a fim de determinar a resistência e a permeabilidade
do solo ou da rocha. Estes ensaios adicionais são: (1) o ensaio de penetração padroniza-
do, (2) os ensaios de permeabilidade, (3) o ensaio de palheta, (4) o ensaio de penetrômetro
de cone, (5) o ensaio de cisalhamento no furo, (6) o ensaio de dilatômetro de placa lisa,
(7) o ensaio de pressiômetro e (8) o ensaio de massa específica aparente in situ. Este
último é utilizado também nos cálculos relativos à determinação dos fatores de contração
e expansão entre as escavações das áreas de empréstimo e o volume do aterro, assim
como do potencial de colapso dos solos de baixa massa específica.
3.4.1 Mapas
Informações que exigiriam muitas páginas de exposição, em geral, podem ser trans-
mitidas através de uma única folha de papel, por meio de um mapa. Entre as inúmeras
variedades de métodos de mapeamento existentes, é sempre possível encontrar-se algu-
ma que transmita as informações requeridas, clara e facilmente.
No trabalho de investigação, são três as faixas de escala utilizadas com mais fre-
qüência. Os mapas em escalas que variam entre 1:500.000 e 1:50.000 são apropriados
para mostrar a área geral da obra; descrever acessos e redes de transporte, como estra-
das de rodagem e de ferro, rios e centros urbanos; e localização de jazidas especiais de
materiais como “riprap” ou agregados. Os mapas em escalas que variam entre 1:20.000
e 1:5.000 são freqüentemente empregados para transmitir informações mais detalhadas
acerca da área circunvizinha ao local da obra; da geologia geral da área; das áreas de
reservatório; da localização das áreas de empréstimo; das linhas de direito de passagem;
da localização de estradas, canais e linhas de transmissão, e informações similares. Para
prover informações detalhadas a respeito do local da estrutura são utilizados mapas em
escalas que variam entre 1:5.000 e 1:250. A localização de pequenas estruturas, para as
quais é importante fornecer detalhes locais, pode ser mapeada na escala de 1:250. Na
seleção da escala, é importante manter, o mais simples possível, razão entre as medidas
de campo e as medidas da planta; por exemplo, os detalhes adicionais fornecidos em uma
escala de 1:8.000 trazem menos benefícios do que a conveniência da escala 1:10.000.
Além disso, um mapa completo não deve ser maior do que é o conveniente para ser
aberto sobre uma mesa de trabalho comum. A escala do mapa sempre deverá ser indicada.
As variações de cota são delineadas nos mapas em escala maior, por meio de
curvas de nível. O intervalo entre as curvas de nível pode variar entre 5-10m e 0,5m, ou,
ocasionalmente até 25cm, dependendo da escala do mapa e dos acidentes fisiográficos.
Em geral, as curvas de nível deveriam estar bastante juntas para permitir a determi-
nação das cotas entre as curvas com um certo grau de confiabilidade, mas suficientemen-
te afastadas para que cada curva possa ser seguida visualmente, sem qualquer dificulda-
de. De preferência, as cotas sempre devem fazer referência ao nível do mar, com base no
sistema nacional de levantamentos topográficos. Se um determinado dado é presumido
nas investigações de nível de pré-viabilidade, deverá ser muito diferente do dado relativo
ao nível do mar, de forma que não haja qualquer confusão.
Nas investigações a nível de projeto básico, será necessário elaborar um mapa que
indique os limites do direito de passagem a ser obtido para a estrutura em questão. Esse
mapa deverá mostrar as linhas de demarcação das propriedades e a posse das diversas
áreas.
A localização dos furos de sondagem é regida pelo seu objetivo. Em geral, a finali-
dade dos furos inicialmente perfurados ou escavados numa área é esclarecer as condi-
ções geológicas e, portanto, sua localização baseia-se, principalmente, na estrutura geo-
lógica. Os últimos furos são feitos com propósito de engenharia e são localizados com
base na estrutura a ser construída. Os furos também são perfurados ou escavados com o
objetivo de estabelecer o formato e as dimensões das unidades geológicas e de examinar
a natureza das descontinuidades geológicas. Embora seja recomendável localizar os furos
de maneira a satisfazer o maior número possível de requisitos, algumas vezes tais requi-
sitos são contraditórios, sendo indispensável fazer outros furos. Do ponto de vista de
engenharia, sondagens em ambos os lados de uma formação geológica prejudicial é, em
geral, o mais recomendável, sempre que os outros requisitos do projeto ofereçam sufici-
ente flexibilidade para mudar a localização da estrutura, a fim de evitar as condições
desfavoráveis. Do ponto de vista geológico, e naquelas situações de engenharia em que
não é possível evitar uma área duvidosa, é preferível efetuar uma série de furos de sonda-
gem na área problemática.
Cada furo perfurado precisa ser localizado em três dimensões – ou seja, amarrado
ao sistema de coordenadas matriciais, ou localizado de uma outra forma satisfatória, tal
como estaqueamento –, assim como deve ser estabelecida a cota da boca. As coordena-
das e a cota de um poço ou uma trincheira de exploração deverão fazer referência ao
centro da escavação. Entretanto, se for necessário descrever adequadamente os materi-
ais numa trincheira com mais de um perfil, conforme discutido no subitem relativo às
planilhas de dados, será preciso indicar as coordenadas e as cotas de cada perfil. Os furos
deverão ser perfilados em toda sua profundidade. Se, por qualquer razão, for impossível
perfilar um trecho do furo, o intervalo não perfilado deverá ser registrado junto com uma
justificativa pela omissão. Também é indispensável registrar o azimute e o ângulo com a
horizontal dos furos.
Os perfis contêm os registros, por escrito, dos dados relativos aos materiais e às
condições constatadas nos diversos furos de sondagem.
Perfis de poços de exploração e furos de trado (Figura 3.15). Este perfil é apropria-
do para todos os tipos de furos de sondagem que produzam amostras completas,
embora deformadas;
Perfis de resistência à penetração (Figura 3.16). Esta planilha foi desenvolvida para
o ensaio de penetração no campo;
Perfis geológicos dos furos de sondagem (Figuras 3.17 e 3.18). Este perfil é ade-
quado para furos de exploração nos quais são realizados ensaios de penetração ou
de permeabilidade, ou ambos.
tar uma justificativa. O corpo do perfil é dividido numa série de colunas, que incluem
diversos tipos de informação requerida, de acordo com o tipo de furo de sondagem.
realizados nos furos, a intervalos. Uma vez que poderá ser recomendável haver registros
periódicos a respeito das flutuações temporais no nível da água, é necessário definir se
tais registros deverão ser obtidos antes de tampar ou abandonar um furo de sondagem.
O propósito das sondagens e dos perfis é obter evidências das condições in situ da
rocha; portanto, é preciso anotar quaisquer condições dos testemunhos, ou danos causa-
dos pelo tipo de coroa de perfuração ou barrilete utilizado, ou a operação inadequada
durante o processo de perfuração. Uma causa comum de danos ou ruptura dos testemu-
nhos é o uso de uma mola retentora de testemunho no barrilete amostrador; portanto,
desaconselha-se, na maioria das amostragens de rocha, o uso desse dispositivo, exceto
quando absolutamente indispensável. Esses fatores poderão ter um efeito significativo na
quantidade de testemunho recuperada, e nas suas condições, nas rochas moles, friáveis
ou gravemente fraturadas, em especial.
ênfase. As seções transversais sempre deverão mostrar o nome da pessoa que efetuou a
interpretação e a data em que foi feita.
3.4.4 Amostragem
As amostras de solo e de rocha são colhidas para exame visual, de maneira que o
perfil relativo a um furo de sondagem possa ser preparado, para preservar amostras
representativas de apoio à descrição no perfil, para determinar as propriedades caracterís-
ticas e para realizar ensaios de laboratório que indiquem as propriedades de engenharia.
Nas investigações para localizar fontes de material para “riprap”, as amostras con-
sistem de três ou quatro pedaços de rocha, com peso mínimo total de 275kg, representa-
tivas da fonte. A coleta de amostras de material para tapetes, filtros e lastro deverão
atender aos requisitos de coleta de material de empréstimo para a construção de aterros.
3.4.5 Relatórios
3.4.5.2 Fundações
A geologia geral da região deverá ser descrita. Essa descrição deverá incluir as
características geológicas principais, o nome das formações encontradas na área, sua
idade, as relações entre as formações e suas características físicas gerais.
disponíveis para a elaboração do projeto executivo, cada área de empréstimo incluída nas
especificações deverá ser cuidadosa e especificamente estudada.
Em muitos casos, o uso de agregados impróprios tem sido apontado como causa de
deterioração do concreto. Os agregados apropriados são compostos, essencialmente, de
partículas limpas, sem película, de formato adequado, originários de materiais fortes e
duráveis. Quando incorporados ao concreto, deverão resistir satisfatoriamente a mudan-
ças químicas e físicas, como fissuramento, inchamento, amolecimento, lixiviação e alte-
ração química; não deverão conter substâncias contaminantes que possam contribuir
para a deterioração do concreto ou prejudicar sua aparência.
contaminantes, mediante tratamento simples. Silte, argila, películas de pó, sais químicos
solúveis e certos materiais leves são removidos lavando-se o material. Outras substâncias
menos sensíveis, como os torrões de argila, podem exigir processamento especial e mais
complicado ou são impossíveis de remover por meios economicamente factíveis. As subs-
tâncias prejudiciais, como raízes de árvores e lenha, deverão ser eliminadas.
3.5.1.2 Alterabilidade
3.5.1.7 Granulometria
A amostra de agregado deverá ser separada nas suas frações de areia e agregado
graúdo. Estas frações deverão ser, por sua vez, reduzidas, pelo método dos quartos ou
por outro método adequado à divisão de amostras, até atingirem um tamanho apropriado
à análise granulométrica. Far-se-á uma análise separada de cada amostra, ao invés de
uma análise de uma amostra composta, de maneira que possam ser determinadas as
variações de material.
Dentre os mapas de detalhe mais adequados para a localização das fontes de agre-
gados de concreto ou na escolha do local de construção das centrais de dosagem e outras
estruturas, destacam-se os mapas topográficos, as fotografias aéreas, os mapas hidrofisio-
gráficos e, em alguns casos, os mapas geológicos. As fotografias aéreas são freqüen-
temente empregadas como base para o mapeamento topográfico das fontes de agrega-
dos. Antes de se iniciar o mapeamento, será preciso empreender uma procura cuidadosa
dos mapas existentes.
A maioria dos fatores relativos à adequabilidade das jazidas de agregado está rela-
cionada com a história geológica da região. Os processos geológicos que dão origem às
jazidas, ou que as modificam subseqüentemente, são responsáveis por muitas caracterís-
ticas que podem influenciar a decisão de utilização de uma ocorrência. Entre outros, é
possível mencionar as dimensões; o formato e a localização da ocorrência; a espessura e
a natureza do solo de cobertura; os tipos e a condição das rochas; a granulometria, o
arredondamento e o grau de uniformidade das partículas de agregado e o nível do lençol
freático.
ação das águas subterrâneas, também podem alterar a natureza original dos mate-
riais rochosos, pela decomposição das películas que os revestem ou das substânci-
as de cimentação. Essas substâncias podem ser deletérias, de per si ou inadmissí-
veis por dificultarem o processamento dos materiais. Conforme será discutido, as
propriedades nocivas de um tipo de rocha ou de uma jazida podem ser atenuadas
por meio de lavagem, exploração seletiva, ou por outros tratamentos;
Adequabilidade química dos agregados – Alguns materiais de agregado sofrem
alterações químicas que podem ser prejudiciais ao concreto. São reações de vários
tipos, incluindo a do agregado com os constituintes do cimento, a dissolução dos
materiais solúveis, a oxidação pelo intemperismo e complexos processos que impe-
dem a hidratação normal do cimento. As mudanças volumétricas das argilas,
provocadas pela absorção e pela desidratação, são alterações físicas que se enqua-
dram neste tópico, devido à sua relação com a estrutura cristalográfica e a compo-
sição química dos diversos minerais na argila;
A reação entre certos agregados e os álcalis do cimento podem causar expansão,
fissuramento e deterioração do concreto. Pequenos teores de opala, riólito e outras
rochas e minerais no agregado, que, de outra forma, seriam perfeitamente
admissíveis, têm provocado expansão excessiva e rápida deterioração do concreto.
A opala (sílica aquosa amorfa) é o constituinte mais reativo dos agregados, mas as
rochas vulcânicas ácidas e intermediárias são as mais significativas, por serem
mais numerosas. A sílica opalina é um constituinte menor em muitos tipos de ro-
cha, ou pode formar películas ou incrustações nas partículas de areia ou cascalho;
Dentre as rochas e os minerais reconhecidamente prejudiciais, por reagirem com os
álcalis do cimento, destacam-se as rochas vulcânicas de teor médio a alto de sílica;
as sílicas fundidas (artificiais ou naturais, exceto o tipo básico, como os bassaltos
fundidos), as rochas opalinas e calcedônicas (incluindo a maioria dos sílexes e das
pederneiras), alguns filitos e tridimitas, assim como certas zeólitas. Em geral, os
agregados petrograficamente similares a tipos reativos ou suspeitos de possuírem
tendências reativas, com base na experiência ou em experimentos laboratoriais, só
devem ser utilizados com cimento de baixo teor de álcalis. A intensidade dessas
reações pode ser atenuada e provavelmente eliminada em alguns casos, pela limita-
ção dos álcalis a 0,5-0,6% do cimento e/ou o uso de uma pozolana eficaz. As zeólitas
e os minerais do tipo montmorilonita podem aumentar o fornecimento de álcalis, por
meio de reações de intercâmbio de cátions;
Uma reação de efeito similar é a reação álcali-carbonato, que ocorre quando certos
calcários dolomíticos são utilizados como agregado graúdo, junto com um cimento
de alto teor de álcalis;
Determinados sulfetos minerais, como os sulfetos de ferro, as piritas e as marcassitas,
são facilmente oxidados pela ação do intemperismo, o que causa feias manchas de
ferrugem e perda de resistência e coesão nas partículas afetadas. Essas reações
também podem gerar produtos químicos ácidos, nocivos à matriz de concreto
circunvizinha, e causar reações afins que resultam em aumento de volume e conse-
qüente esfoliação do concreto. O carvão é indesejável devido à sua baixa resistên-
cia e ao mau aspecto nas superfícies de concreto. Outras substâncias orgânicas,
como determinadas matérias vegetais e o húmus, contêm ácidos orgânicos que
inibem a hidratação do cimento. As areias que produzem uma cor mais escura do
que o padrão do ensaio colorimétrico para as impurezas orgânicas poderão ser
rejeitadas, embora esses resultados possam ser interpretados como sugestão de
ensaios adicionais para determinar o tipo de matéria orgânica presente e seu efeito
específico no concreto. As argilas são sujeitas a expansão e contração, causadas
pela absorção e pela hidratação; quando presente, como constituinte das rochas –
nos calcários, por exemplo –, essa absorção aumenta consideravelmente a suscep-
tibilidade da rocha à desagregação pelo intemperismo. Os sais químicos, como
sulfatos, cloretos, carbonatos e fosfatos, podem estar presentes nos agregados,
sob inúmeras formas. Algumas destas substâncias reagem quimicamente, modifi-
cando ou impedindo os processos normais de pega do cimento; outros são
3.5.3.3 Prospecção
É essencial obter-se uma interpretação razoável dos materiais, por meio de amos-
tragem adequada. Além disso, a profundidade do lençol freático ou do solo de cobertura
podem comprometer a utilização da ocorrência. Infelizmente, não é possível observar,
diretamente da superfície, os estratos que compõem a jazida. Entretanto, uma compreen-
são dos processos geológicos que agiram sobre o material poderão auxiliar na interpreta-
ção baseada nas observações da superfície. Com freqüência, essa compreensão permitirá
distinguir entre condições apenas superficiais e aquelas que serão também expressadas a
alguma profundidade. Em geral, as conclusões finais exigem investigações exaustivas,
embora seja possível obter muita informação pertinente durante as investigações no está-
gio de pré-viabilidade.
Muitas características indesejáveis das jazidas de areia e cascalho podem ser reme-
diadas por processamento apropriado. A britagem poderá complementar os depósitos
deficientes em tamanhos de cascalho fino ou até de areia ou, então, poderá haver dispo-
nibilidade de areia para misturar. A lavagem dos materiais servirá para remover argilas,
siltes e matéria orgânica. A escavação seletiva pode constituir um meio satisfatório de
evitar a exploração de partes inadmissíveis da jazida. Se estes ou outros métodos se
justificam, dependerá, em geral, da magnitude do projeto e da disponibilidade de mate-
riais satisfatórios de outras fontes. Tais considerações deverão influenciar as investiga-
ções preliminares. A acessibilidade, a proximidade ao local da obra e a trabalhabilidade
de uma jazida são elementos essenciais na avaliação da sua adequabilidade.
A quantidade de agregado que pode ser obtida na jazida deve ser estimada aproxi-
madamente e comparada aos prováveis requisitos. As áreas podem ser medidas, aproxi-
madamente, com passadas. A profundidade e a granulometria do material podem ser
estimadas examinando-se as margens dos cursos d’água e outros cortes expostos. Dedu-
zindo uma perda estimada, em, aproximadamente, 20 a 50%, com base na aparência do
material, pode-se presumir que um metro cúbico do material in situ produzirá agregado
para um metro cúbico de concreto.
Propriedade da jazida;
Localização da jazida, indicada num mapa;
Tipo de jazida, topografia e descrição da vegetação;
Estimativa aproximada do volume e da profundidade média da jazida assim como da
espessura de solo sobrejacente; além disso, informações acerca do lençol freático e
das suas flutuações;
Percentual aproximado do material de tamanho superior às dimensões máximas
incluídas nas amostras;
Estrada de acesso a rodovias;
Histórico de concretos produzidos com o agregado, se existente, ou de concretos
manufaturados com agregados similares na localidade;
Fotografias e quaisquer outras informações úteis ou necessárias.
Nos locais em que o solo for adequado e existir água abundante, algumas vezes
será possível explorar uma jazida de agregado abaixo do lençol freático, por meio do
método da sondagem com fluxo contrário. Este método foi desenvolvido para contornar
as dificuldades do método de fluxo direto, no qual a água é forçada para dentro da haste
Deverão ser retiradas, pelo menos, duas amostras representativas de cada trecho
de 1,5m, ou de cada estrato separado, efetuando-se, a seguir, uma análise de peneiramento
completa, a qual deverá ser registrada. Se as amostras de areia estiverem úmidas, deve-
rão ser dessecadas espalhando-se as mesmas sobre uma lona ao sol ou mediante equipa-
mento adequado de secagem, determinando-se o teor da amostra antes e depois da
dessecação. Se a granulometria das amostras de areia não for bem similar, será preciso
fazer novos ensaios, registrando-se a média de todos os ensaios efetuados. Quaisquer
outros dados que possam ser úteis para se obter uma compreensão precisa do material da
jazida também deverão ser registrados.
3.5.4.6 Relatórios
Quando existe mais de uma fonte possível de agregado, será necessário considerar
vários fatores, na seleção definitiva do agregado. A qualidade relativa do material das
diversas fontes é a mais importante e a que mais deverá pesar na escolha. O histórico de
uso do agregado proveniente de uma determinada fonte e os exames do concreto produ-
zido com esse agregado poderão fornecer informações valiosas acerca da sua qualida-
de. Essas indicações deverão ser avaliadas junto com as características do agregado que
afetam o concreto.
3.6.2 Amostras
Os ensaios laboratoriais realizados nas amostras de pozolana fazem parte das in-
vestigações preliminares dos materiais de construção. As instruções relativas à amostragem
e ao transporte de amostras de pozolana são similares às dos agregados de concreto, as
quais foram descritas nos itens 3.5.3.4 e 3.5.4.6. As amostras deverão pesar cerca de
25kg, cada uma. As amostras de materiais promissores de ocorrências não exploradas
poderão ser obtidas em qualquer afloramento natural ou corte exposto ou, quando neces-
sário, em poços ou trincheiras de exploração.
3.7.1 Geral
Os aterros fofos;
As areias depositadas pela ação dos ventos;
Os resíduos de erosão em encostas, com baixo peso específico;
Solos coluviais e residuais porosos;
Sedimentos aluvionares, arenosos porosos;
Talus corridos de lama.
Quando se tem uma certa vivência, assim como uma boa compreensão dos princí-
pios básicos do fenômeno, é possível identificar, a partir do perfil natural do solo no
campo, a possibilidade de colapso do solo. Dentre os pontos a serem considerados,
destacam-se os seguintes:
O recalque por colapso não ocorre em solos abaixo do lençol freático, já que a
condição de saturação parcial é requisito essencial do colapso;
Se o solo for siltoso ou argiloso, provavelmente terá consistência dura ou rija devi-
do à saturação parcial. Portanto, durante a inspeção do local da obra, é preciso
considerar o teor de umidade in situ e fazer sua determinação sobre amostras
naturais. Ocorrem erros na avaliação da susceptibilidade ao colapso, quando o
engenheiro se esquece, ao examinar o perfil seco, que o subsolo sofrerá elevação
da umidade, após o término da obra.
Existe um ensaio de campo muito simples, que pode ser utilizado na avaliação do
potencial de colapso de um solo. Retira-se um torrão de material com 10 a 20cm de
dimensão, da parede do poço de inspeção, de fragmentos de sondagem a trado, ou de
outra fonte. Este torrão é separado em dois, e os pedaços são aparados até ficarem com
aproximadamente o mesmo volume. Uma amostra é umedecida, amolgada e modelada
com as mãos, em formato de bola. O volume desta bola é comparado ao volume da
amostra indeformada. Se a bola amolgada for obviamente menor do que a amostra
indeformada, deverá suspeitar-se de um colapso.
Uma vez que os baixos pesos específicos são indicativos de estrutura porosa, o
peso específico seco in situ constitui um bom parâmetro para a previsão de colapso.
Também têm sido utilizados o teor de umidade, o índice de vazios, o limite de liquidez, o
percentual de saturação, o limite de plasticidade, o índice de plasticidade e a densidade.
Os diversos critérios de colapsibilidade encontram-se resumidos e discutidos nos traba-
lhos de Thornton e Arulanandan [1] e Nowatzki [2].
Um critério de fácil aplicação, que exige apenas os valores de peso específico seco
e limite de liquidez, tem sido aplicado com êxito para definir os solos potencialmente
colapsíveis na obra do canal de San Luis, no Vale de São Joaquim, nos Estados Unidos.
Este critério estabelece uma linha limite em que os vazios do solo são suficientes para
conter a umidade do solo no seu limite de liquidez [3]. Os solos com pesos específicos,
acima da linha mostrada na Figura 3.20, são porosos e, se totalmente saturados, teriam
teor de umidade superior ao limite de liquidez. Quando o solo tem peso específico tão
baixo que o volume dos vazios pode acomodar o teor de umidade do limite de liquidez, ou
mais, a saturação poderá causar uma consistência de limite de liquidez, na qual o solo
oferece pouca resistência à deformação. Quando o volume dos vazios é ainda maior, a
saturação resulta num teor de umidade superior ao limite de liquidez, com considerável
potencial de colapso. Se não ocorrer colapso, o solo certamente estará em condições
muito sensíveis [4].
Para que os resultados dos ensaios edométricos sejam confiáveis, é muito impor-
tante a extensão de amostras indeformadas de altíssima qualidade, realmente representa-
tivas dos solos em estudo. Os melhores resultados são obtidos com blocos talhados
manualmente, devidamente acondicionados e cuidadosamente transportados até o labo-
ratório.
As amostras indeformadas colhidas com um trado com eixo oco também são acei-
táveis, pois este é o único método disponível de se obterem amostras indeformadas de
alta qualidade de estratos mais profundos, sem utilizar-se lama de perfuração ou outros
fluidos. Amostras obtidas com amostrador cravado ou empurrado não são apropriadas, já
que a estrutura do solo é amolgada durante a amostragem. Os corpos de prova de labora-
tório moldados dessas amostras produzirão resultados errados.
O engenheiro geotécnico deverá ser cuidadoso na aplicação dos resultados de en-
saios aos vários critérios, e só raramente depender dos valores de peso específico apenas
para analisar a susceptibilidade ao colapso; sabe-se que diversos solos são estáveis em
faixas de peso específico bem diferentes. Também é importante determinar o tipo de
solo, sua plasticidade, a capacidade de retenção de água e os efeitos da inundação,
visando o colapso global do solo [4]. O intervalo de tempo até o colapso total também
pode ser uma importante consideração, pois algumas vezes transcorrem longos períodos,
de até mesmo anos. Aliás, todas estas diretrizes devem ser utilizadas com discernimento
e adaptadas ao caso particular estudado.
O ensaio mais representativo seria aquele efetuado em campo, com a carga real
aplicada. Entretanto, tal procedimento é dispendioso, demorado e só mostra o efeito na
pequena área testada.
cravação causava grave deformação e compactação das amostras de solos porosos [8].
Portanto, foi realizada uma investigação com o intuito de determinar se um amostrador de
trado com eixo oco, recém-desenvolvido, poderia obter amostras menos amolgadas dos
solos porosos. Os resultados foram positivos, e o trado com eixo oco é atualmente muito
utilizado quando as amostras precisam ser retiradas a seco. Tem sido também muito
empregado no estudo de aterro compactado de barragens existentes, de modo a eliminar
o risco de fraturamento hidráulico do maciço pelo uso de água de perfuração.
Muitos métodos de tratamento dos solos colapsíveis têm sido utilizados. O método
selecionado dependerá de vários fatores como: a profundidade da camada de solo colapsível,
o tipo de estrutura a ser construída, os recalques admissíveis pela estrutura, a probabilida-
de da umidade na fundação aumentar e as tensões serem impostas à fundação pela
estrutura. Embora algumas vezes sejam feitas tentativas para impedir o acesso da água
às fundações, é muito provável que os solos da fundação sejam saturados em alguma
oportunidade da vida do projeto, especialmente nos projetos de irrigação agrícola.
Hidrocompactação;
Consolidação do solo;
Compactação dinâmica;
Vibroflotação;
Escarificação profunda e inundação;
Outros métodos de densificação.
O uso destes métodos e suas peculiaridades são discutidos nos próximos itens [9].
3.7.5.1.1 Hidrocompactação
Este método visa a indução do colapso do solo antes da construção, por meio do
alagamento superficial. Em geral, é utilizado para estruturas condutoras de água, onde
não se pode evitar a água após a construção. A fim de garantir a inundação de todas as
camadas passíveis de colapso, com freqüência são utilizados poços de injeção. Estes
métodos só podem ser empregados quando a drenagem é assegurada por uma camada
permeável na base ou quando o depósito é tão espesso que permitirá drenagem vertical
durante a compressão da parte superior do depósito [10].
O tempo de alagamento deverá ser suficiente para que a água se infiltre no solo
uniformemente (Figura 3.24). Shelton et al. [20] concluíram, através de estudos de alaga-
mento, que a saturação parcial produzia um colapso imediato parcial. Todas as tentativas
razoáveis de saturar toda a coluna de solo tenderam a eliminar o problema de colapso
secundário causado por horizontes de solo parcialmente saturados, e que não sofrem
colapso.
Certas áreas do Vale de São Joaquim permaneceram alagadas por mais de um ano
antes da construção do Aqueduto da Califórnia. Trabalhando com solos profundos de até
50m no Canal de San Luis, foram necessários quase dois anos para atingir a quase
estabilização sob o pré-alagamento [18]. Na Romênia [21], o revestimento dos canais foi
adiado por 2 a 4 anos, a fim de garantir que a maior parte do colapso ocorresse antes da
colocação do revestimento (em [1]).
Métodos que consolidam o solo, de maneira que não seja afetado pela umidade e
não perca sua resistência ao cisalhamento, podem ser utilizados para evitar o colapso dos
solos.
Litvinov [25] relata que o uso de processos térmicos e termoquímicos muda com-
pletamente a estabilidade dos depósitos de loess (em [13]). A aplicação de tratamento
térmico a depósitos do tipo loess resultou em mudanças das características físicas (isto é,
perderam a propensão a adensar; já não ficaram fofos quando molhados; e sua resistência
à compressão, ao cisalhamento e à compactação aumentou consideravelmente). A esta-
bilização térmica foi alcançada pelo bombeamento de calor para dentro do solo, por meio
da circulação de ar comprimido pré-aquecido à temperatura entre 600 e 800 graus centí-
grados, ou mediante a injeção e queima subterrânea de combustíveis enriquecidos com
produtos químicos especiais. Não foi encontrada qualquer referência que documentasse o
uso do tratamento térmico em campo.
3.7.5.1.4 Vibroflotação
Compactação
Dinâmica
3.7.5.2.1 Hidrocompactação
A hidrocompactação por meio de rega por aspersão sem poços de infiltração foi
descrita por Bara [15] como o método menos adequado dentre os seis por ele pesquisados.
Utilizando uma faixa de 12m de largura sem poços (após 61 dias) a água tinha penetrado
apenas 9m. A escarificação da superfície do solo com grade de discos não auxiliou na
penetração da água. Camadas finas impermeáveis podem prejudicar a eficácia dos méto-
dos de alagamento e de rega, quando não forem instalados poços de infiltração. Uma
vantagem da rega é que utiliza menos água do que o de alagamento com poços de injeção
e, ao final, efetua o pré-tratamento adequado do solo colapsível. Dentre as desvantagens,
destacam-se:
Numa das investigações para o Canal de San Luis, a hidrocompactação por rega,
associada a poços de injeção, permitiu que a água atingisse a profundidade de 18m, em
apenas 31 dias. O uso de poços de infiltração foi considerado mais eficiente, porque
diminuiu o tempo de umedecimento pela metade e dobrou, ou triplicou, a quantidade de
água aplicada ao subsolo [16].
De acordo com Prokopovich [14] e Bara [15], o método mais eficaz de pré-trata-
mento das fundações para as estruturas de adução de água é o de pré-alagamento em
conjunto com poços de infiltração. Dentre as vantagens deste método vale a pena men-
cionar:
Eficácia;
O colapso do solo pode ser facilmente verificado.
3.7.5.2.4 Vibroflotação
É pouco dispendioso;
Não há alto custo inicial de mobilização.
No caso de canais, por exemplo, podem ser utilizados revestimentos flexíveis que
preservem a seção do canal e mantenham a impermeabilidade, mesmo após pequenos
recalques. Os revestimentos que podem ser utilizados nestes casos são a argila e as
membranas flexíveis. Quando se deseja que a seção de canal seja equivalente a uma
seção revestida de concreto, é possível utilizarem-se revestimentos intercalados (tipo
sanduíche), com uma membrana plástica inferior, um geotêxtil no meio, colado à mem-
brana plástica e que adere bem ao concreto, e uma camada superior de concreto. A
camada de concreto pode ser relativamente fina, sendo que fissuramentos e pequenos
recalques diferenciais não afetam a integridade do revestimento. Com freqüência, estes
tipos de revestimento podem ser colocados diretamente sobre o solo colapsível, sem
qualquer tratamento, ou com tratamento mínimo, se estudos preliminares indicarem que
haverá pouco recalque. Quando estes revestimentos forem utilizados, é conveniente pre-
ver-se sobre elevação, de maneira que reste borda livre suficiente, após ocorrer o recalque
do solo.
3.7.7 Resumo
Muitos métodos têm sido utilizados para reduzir os efeitos prejudiciais de solos
colapsíveis. Embora alguns sejam usados com mais freqüência, todos são eventualmente
empregados. Antes de selecionar um método, é importante o conhecimento preciso da
extensão e magnitude do problema, por meio de investigações geotécnicas cuidadosas
e detalhadas.
Uma revisão da literatura existente acerca deste assunto indica que a pré-inunda-
ção é a medida mais utilizada para induzir os recalques dos solos colapsíveis antes da
construção. Dependendo das circunstâncias, medidas de projeto, previstas durante sua
elaboração, podem fornecer uma solução técnica e economicamente viável de enfrentar
os solos colapsíveis. Muitas vezes também é possível e apropriado utilizar uma combi-
nação de dois ou mais métodos.
3.8.1 Geral
3.8.2 Descrição
Nas planícies e nas áreas de colinas suaves, é raro encontrar qualquer evidência
superficial de argilas dispersivas, devido a uma camada protetora de areia siltosa e ao solo
vegetal, das quais as partículas de argila dispersivas foram removidas. A ausência de
sinais de erosão superficial, típicos das argilas dispersivas, não indica necessariamente a
inexistência destes solos. As argilas dispersivas podem ser vermelhas, marrons, cinzen-
tas, amarelas ou de diversas combinações destas cores. Os solos negros com evidente
alto teor de matéria orgânica não são dispersivos [34]. Quase todos os solos finos, reco-
nhecidamente derivados do intemperismo in situ de rochas metamórficas e ígneas, têm
sido não-dispersivos em ensaios, como também ocorre com os solos derivados de rocha
calcária [28].
Foi desenvolvida uma relação [41] entre o teor de sódio e o total de sais solúveis
(igual à concentração iônica total) na água extraída dos poros do solo, nos aterros que
foram muito erodidos pela chuva. Os taludes da maioria das barragens e aterros sujeitos
a erosão pela chuva tinham excelente cobertura de grama. Pensou-se, na oportunidade
(1972), que somente os aterros de solos com menos de 15meq/l (miliequivalentes por
litro) de sais solúveis totais eram susceptíveis à erosão pela chuva. Subseqüentemente,
foi demonstrado que a erosão pela chuva ocorre em aterros compactados com sais solú-
veis totais na faixa de 50 a 150 meq/l [28] [42]. Constatou-se também que a erosão pela
chuva, em alguns solos classificados como dispersivos em ensaios de laboratório, podia
não ser maior, nos taludes com cobertura vegetal de aterro ou de corte, do que nos solos
não-dispersivos. Essa variação no comportamento das argilas dispersivas está ligada ao
potencial de fissuramento, à velocidade de inchamento para fechar as fissuras, às condi-
ções climáticas, ou à rapidez das partículas coloidais [28] [43] entrarem em suspensão.
Nos casos relatados, a maioria dos problemas com argilas dispersivas ocorreu em
barragens de terra existentes, construídas antes do reconhecimento e da identificação
das dificuldades associadas às argilas dispersivas. Os problemas resultantes foram de
erosão interna ou “piping”, desenvolvimento de túneis, erosão superficial e voçorocas
internas (formação da parte vertical de um túnel de erosão subterrâneo, cuja base é maior
do que o topo, em formato de jarra).
Foi também verificado que fendas verticais em argilas dispersivas podem alargar-se
em decorrência da saturação pela água que entra na fenda, mesmo sem fluxo [34]. Além
da ruptura causada por “piping” nas argilas dispersivas das barragens de terra homogênea,
quando o reservatório é enchido pela primeira vez, é também possível que ocorra ruptura
por “piping” mais tarde, caso a concentração iônica da água do reservatório seja substan-
cialmente reduzida. Foi relatado o caso de uma barragem australiana, numa área de solo
salino [45], na qual o reservatório tinha sido originalmente enchido com água de poço que
apresentava concentração iônica relativamente alta, 26meq/l, e a barragem permaneceu
estável durante alguns anos, embora fossem registradas perdas contínuas por infiltração.
Após a conclusão de uma tubulação de 32km, para trazer água de menor teor iônico
(1,2meq/l) de um rio próximo, a barragem sofreu ruptura por “piping”, três dias depois.
Foram estudados vários locais para barragens onde só havia argila dispersiva para o
núcleo impermeável, e as ombreiras e as fundações eram também de argila dispersiva, de
grande espessura, impossibilitando a construção de um “cut off” [28]. Concluiu-se que o
risco dos túneis por “piping” se estendeu nas formações de argila dispersiva saturadas,
abaixo das trincas de ressecamento, ou o potencial de colapso, por saturação, era despre-
zível e não justificava medidas de proteção intensivas.
O guia de interpretação a seguir pode ser utilizado para avaliar o potencial de disper-
são do solo:
O ensaio deverá ser realizado repetidas vezes, uma vez que a dispersibilidade do
solo pode variar consideravelmente, mesmo a pequenas distâncias, dentro de uma área
de empréstimo, ao longo do alinhamento de um canal, ou dentro de um aterro existente.
Os solos com ESP igual ou superior a 10, sujeitos à lixiviação dos seus sais livres,
por percolação de água relativamente pura, devem ser classificados como dispersivos.
O método SAR não é aplicável na ausência de sais livres. O uso do SAR está base-
ado no fato de os solos naturais estarem em equilíbrio com seu ambiente. Em particular,
existe uma relação entre a concentração de eletrólitos na água livre dos poros do solo e
os íons permutáveis na água absorvida pela camada dupla de argila.
dos poros e a troca de cátions. Subseqüentemente, filtra-se um pouco de água dos poros
da pasta de solo por meio de vácuo. A água extraída dos poros é ensaiada utilizando-se
métodos químicos rotineiros, a fim de determinar os teores dos principais cátions metáli-
cos: cálcio, magnésio, sódio e potássio, em miliequivalentes por litro. A seguir, determi-
na-se o percentual de sódio e de sais dissolvidos totais (soma dos quatro cátions metáli-
cos).
Embora a Figura 3.31 tenha sido utilizada com algum êxito nos Estados Unidos, a
análise estatística dos dados demonstrou que o método não é consistente com os resul-
tados dos ensaios físicos (de furo de agulha), para cinco dos seis grupos de solos
pesquisados [55]. A utilização da Figura 3.31 foi bem sucedida, quando os dados prelimi-
nares indicavam que havia uma boa correlação entre os dados da Figura 3.31 e os resul-
tados do ensaio de furo de agulha. Então é possível se utilizarem os ensaios químicos, de
maneira confiável, em solos de uma mesma área, quando os dados relativos à água dos
poros são usados em conjunto com os ensaios físicos.
O uso da Figura 3.31 também não foi considerado suficientemente confiável pelos
engenheiros da áfrica do Sul e de Zimbábue [67], tendo sido desenvolvido um procedi-
mento para avaliar os efeitos dos sais dissolvidos na água dos poros sobre o potencial
de dispersão, conforme indicado na Figura 3.32 [46].
Os filtros de areia podem controlar as infiltrações dos aterros com eficácia e segu-
rança, independentemente de serem construídos com argila dispersiva ou não-dispersiva.
No fluxo em solo de argila dispersiva, o filtro não poderá impedir a passagem das partícu-
las coloidais em suspensão, mas as partículas de granulometria de silte, carregadas pelo
fluxo, não poderão entrar no filtro de areia e serão retidas no canal de fluxo, à montante
do filtro, selando, desta forma, gradualmente, a infiltração. Nos solos não-dispersivos, o
filtro é projetado para evitar que nos seus vazios passem as partículas mais finas da zona
que protege.
Com base nas considerações anteriores, Sherard et al. [59], [60] determinou que os
filtros de areia ou de areia com cascalho, com o D15 = 0,5mm ou menor, podem contro-
lar e selar, com segurança, fluxos concentrados através da maioria das argilas dispersivas
com D85 superior a aproximadamente 0,03mm. Os filtros de areia com o D15 = 0,2mm ou
menor são conservadores para as argilas dispersivas mais finas.
D15 = diâmetro das partículas do filtro, das quais 15% são menores,
por peso seco de solo;
d85 = diâmetro das partículas do solo base, das quais 85% são menores,
por peso seco de solo.
Para ser eficaz perante às trincas, o filtro precisa ser não-coesivo. Caso contrário,
poderá sustentar uma trinca aberta e não proteger o núcleo fissurado.
É necessário dar especial atenção às barragens com núcleos dispersivos sobre fun-
dações de rocha, e impedir que a argila penetre nas pequenas fendas da rocha. O melhor
procedimento é limpar as fendas até uma profundidade mínima igual a três vezes sua
largura e enchê-las com argamassa de cimento, antes de cobrir com calda de injeção a
interface núcleo-rocha. Também podem-se utilizar argilas dispersivas modificadas com
cal hidratada [37], ou argilas não-dispersivas com plasticidade média a alta, dependendo
das circunstâncias [28], [61], [62], [63].
3.8.9 Resumo
Com base nos atuais conhecimentos acerca das argilas dispersivas, acredita-se que
não é necessário mudar substancialmente os recentes procedimentos de projeto e de
construção das barragens de terra [28], [65]. Contudo, é importante que o engenheiro
saiba identificar as argilas dispersivas num determinado projeto, de maneira a poder
controlar adequadamente as áreas críticas em que este material será utilizado, durante
as fases de elaboração do projeto e de execução da obra. Pesquisa recente acerca de
filtros demonstrou que as argilas dispersivas podem ser utilizadas, com segurança e
eficácia, quando filtros adequadamente projetados são incorporados ao projeto. Nos
últimos anos, foram construídas diversas barragens de grande porte, com núcleos im-
permeáveis identificados como argilas dispersivas [63], [66], nas quais se utilizaram, na
construção, argilas dispersivas modificadas com cal em certas áreas críticas.
Nas últimas décadas, cresceu a consciência acerca dos danos causados pelos solos
metaestáveis, que mudam de volume em contato com a água. O volume das argilas
expansivas aumenta, enquanto o volume dos solos colapsíveis diminui, quando se lhes
acrescenta água, sob pressão constante. Tais solos são encontrados em qualquer parte
do mundo, independentemente do clima. Existem difíceis problemas de engenharia asso-
ciados a estes solos estruturalmente metaestáveis e, apenas nos Estados Unidos, os
danos causados a residências pelas argilas expansivas excedem os danos médios anuais
causados por enchentes, furações, terremotos e tornados, junto. Os problemas associa-
dos às argilas expansivas têm sido documentados mundialmente, em países como União
Soviética, China, Austrália, Israel, Brasil, Índia, Estados Unidos, áfrica do Sul, e em algu-
mas regiões da Europa e do Canadá.
Em geral, as argilas expansivas podem ser encontradas como solos residuais de-
senvolvidos a partir de rochas ígneas básicas e rochas sedimentares montmoriloníticas,
ou como materiais transportados derivados dos mesmos materiais matrizes.
As argilas são os finos plásticos do solo. Quando úmidas, possuem baixa resistên-
cia à deformação, mas formam uma massa dura e coesa quando secas. As argilas são
virtualmente impermeáveis, difíceis de compactar quando úmidas, sofrem grande defor-
mação sob carga e são impossíveis de drenar por meios comuns. Outras características
das argilas são as significativas expansão e contração resultantes das mudanças no teor
de umidade. Em geral, pequenas alterações no teor de umidade resultam em mudanças
abruptas na resistência das argilas, especialmente ao passarem de secas a úmidas.
A maioria dos solos argilosos tem afinidade com a umidade, que só pode ser remo-
vida após considerável esforço. Muitos dos minerais argilosos atingem o estado de saturação
sem grandes mudanças de volume; alguns, contudo, como as argilas montmoriloníticas,
absorvem ou liberam grandes volumes de água e sofrem substanciais contração e expan-
são. As argilas montmoriloníticas são a principal origem de dificuldades e, uma vez que as
estruturas hidráulicas sempre provêem uma fonte de água para a expansão, é preciso
identificar e tratar estas argilas, a fim de evitar dispendiosas falhas.
Além do fenômeno normal de expansão, que ocorre por alívio de tensões, como
pela retirada do manto de intemperismo, certos tipos de solos e rochas argilosas apre-
sentam características de expansibilidade na presença da água.
Quando são encontradas argilas com limites de liquidez superiores a 40% ou argilitos
plásticos, é preciso determinar se são suficientemente expansivos para causar qualquer
levantamento indesejável da estrutura. Isso pode ser conseguido mediante a determina-
ção da granulometria, dos índices de plasticidade e dos valores limites de contração dos
solos. Se os ensaios qualitativos indicarem competência duvidosa da fundação, será ne-
cessário realizar ensaios específicos, o que normalmente implica na obtenção de amos-
tras indeformadas e ensaios em laboratório.
Propriedades índice do Solo e Prováveis Mudanças de Volume nos Solos Muito Plásticos
Estimativa da
Dados do ensaios de índice (1)
expansão provável, (2)
(% da mudança total de Grau de Expansão
Teor Coloidal volume, de seco até
Índice de Plasticidade Limite de Contração (%)
(% < 0,001mm) saturado)
>28 >35 <11 >30 Muito alto
20 – 31 25 – 41 7 – 12 20 – 30 Alto
13 – 23 15 – 28 10 – 16 10 – 20 Médio
<15 <18 >15 <10 Baixo
O percentual de expansão não é um critério de projeto e não tem uso especial para
julgar quanto levantamento ocorrerá num determinado caso. Serve apenas de orientação
ou índice que informa ao engenheiro experiente se deve ou não prever problemas e se
justifica a realização de uma investigação detalhada. No caso de maciços de solo, é
possível que a estrutura exerça tal carga que o efeito dos solos expansivos seja anulado.
Em outras estruturas, como as estações de bombeamento, poderá ser preciso aumentar a
carga por unidade de área ou utilizar longas estacas, trabalhando por atrito, ou tubulões
de base alargada, para impedir o levantamento da estrutura. No caso de estruturas sob
carga leve, como canais ou estruturas de canais, será necessário avaliar outras soluções.
Nos solos expansivos é preferível utilizar revestimentos flexíveis para canais, como terra
ou membrana plástica, a revestimentos rígidos. Em alguns casos, quando as cargas estru-
turais são pequenas, como no revestimento de canais, é possível preparar a argila expan-
siva umedecendo previamente as fundações e mantendo-as úmidas, de maneira que a
expansão futura seja mínima. No caso de túneis e tubulações enterradas, estes dados são
particularmente úteis na avaliação das cargas que poderão ser exercidas pelos solos
expansivos sobre a tubulação ou o revestimento do túnel.
As amostras de solos argilosos podem ser obtidas utilizando-se uma sonda rotativa
e lama de perfuração para estabilizar o furo. Entretanto, é preciso muito cuidado para
não contaminar as amostras com a lama.
Como ocorre com os solos colapsíveis, o tubo amostrador cravado não deve ser
utilizado na obtenção de amostras indeformadas de solos expansivos ou na determinação
de peso específico.
Neste documento, são discutidas apenas as três opções relacionadas com o pre-
paro do solo.
baixo, estando parte da estrutura localizada sobre o corte e a outra parte sobre o aterro.
Mesmo que os teores de umidade e os pesos específicos dos solos sejam similares no
corte e no aterro, com freqüência ocorre levantamento diferencial, o que causa danos
estruturais perto do ponto de demarcação entre o corte e o aterro. A fim de minimizar
esse movimento diferencial, todo o local da obra deverá ser sobreescavado e reaterrado
no nível, com solo não-expansivo, mantendo-se o teor de umidade e o peso específico sob
controle. Em geral, será preciso executar a subdrenagem de toda a área.
Quando se controla o teor de umidade do solo para atenuar sua expansão, tenta-se
impedir que a água entre ou saia do solo embaixo da estrutura. Se o esforço for bem
sucedido, reduzirá ou eliminará a expansão e a contração após o término da obra. As
argilas expansivas deverão ser compactadas e mantidas com teores de umidade ligeira-
mente superiores ao teor ótimo e em torno do peso específico máximo. A maioria das
estruturas é menos susceptível a danos causados por contração do que por expansão.
Dessa forma, em geral é mais eficaz limitar o levantamento colocando os solos relativa-
mente úmidos e mantendo-os assim, do que limitando a contração colocando-os e man-
tendo-os relativamente secos.
A umidade do solo pode ser aumentada antes ou durante a construção, por meio
de inundação ou rega da superfície, ou injeção de água sob pressão. Se o método de
inundar ou regar a superfície for utilizado, seu efeito será mais eficaz em conjunção com
a injeção de poços ou furos de sondagem, de maneira que a água esteja facilmente
disponível nos níveis mais profundos. As argilas expansivas têm grãos finos e, portanto,
baixa permeabilidade; molhá-las em profundidade pode levar algum tempo.
Em geral, a injeção de água sob pressão não é tão eficaz, uma vez que a água só
penetra através de estrias de cisalhamento, trincas de tração abertas, ou outras inclusões
permeáveis. Desta forma, a água não penetra em grau significativo na massa de argila e,
com freqüência, perde-se. Se a água for retida, poderá ser vagarosamente absorvida pela
massa de argila e, finalmente, ser eficaz, mas ainda não foi demonstrado que este método
seja prático, previsível, ou mesmo adaptável à grande variedade de condições dos solos
expansivos.
Ao invés de adicionar água, algumas vezes é necessário limitar a que entra embaixo
das fundações da estrutura. Nestes casos, deverão ser instalados subdrenos, a fim de
interceptar e desviar a percolação de águas superficiais ou subterrâneas. Esta abordagem
é muito utilizada, mas nem sempre é eficaz, devido a falhas de projeto. A tubulação de
drenagem deverá ser adequadamente protegida por filtros, de maneira que não fique
entupida, e a saída precisa ser mantida, para que não haja fluxo contrário.
A permanência desses materiais é duvidosa e ainda não foi provada. A maioria dos
materiais é insatisfatória para estabilizar os solos expansivos, com a possível exceção de
áreas muito pequenas e especiais.
Tanto o cimento quanto a cal têm sido utilizados, com êxito, como aditivos do solo,
no controle dos solos expansivos. A cal é mais eficaz do que o cimento. Ambos são
misturados no solo pelo mesmo método.
O método de aplicação utilizado com maior freqüência e que provê melhores re-
sultados é o de remover o solo, misturá-lo com cal, recolocar a mistura no local e compactá-
la até atingir o peso específico máximo e o teor de umidade ótimo. Uma vez que a adição
de cal ao solo reduz sua plasticidade e seu teor de umidade e o faz mais trabalhável, este
processo é muito útil quando se lida com solos muito úmidos durante a obra. Pode ser
utilizado para tratar os solos abaixo e em volta de pilares, estacas e tubulões, onde
reduzirá as forças de levantamento e de atrito lateral para baixo, que agem através da
fricção na superfície do fuste.
Também é possível misturar a cal no solo por meio de aração ou mistura in situ.
Nenhum destes métodos é tão eficaz quanto o método anteriormente descrito.
3.9.7 Resumo
Existe uma grande variedade de métodos para reduzir os efeitos das argilas ex-
pansivas sobre as estruturas. Com freqüência, o solo expansivo é removido e substituí-
do por um não-expansivo, em especial quando o depósito de solo expansivo é bastante
raso. Outros métodos de retrabalhar os solos expansivos incluem aumentar o teor de
umidade do solo até quase o nível ótimo, mas com peso específico reduzido, e misturar
solos não-expansivos ao expansivo, a fim de reduzir o teor de mineral argiloso que ex-
pande. Algumas vezes uma camada bastante espessa de solo não-expansivo é
compactada sobre os solos expansivos das fundações para reduzir o efeito dos solos
expansivos. Freqüentemente, utilizam-se camadas compactadas espessas de solo não-
expansivo para revestir os canais, uma vez que podem acomodar deslocamentos com
maior eficácia e menos danos do que os revestimentos rígidos, como o concreto.
3.10.1 Geral
Predição;
Detecção;
Avaliação dos perigos;
Tratamento.
3.10.2 Calcário
A textura varia de afanítica até cristais grossos, com calcário fossilífero, que exibe
as características de fósseis inclusos. O calcário ocorre em camadas finas nos xistos, em
camadas grossas, que incluem intercalações de xisto e arenito, e em grandes extratos.
Existem depósitos de calcário de mais de 4.000m de espessura.
À medida que a rede de vias de percolação cresce através das estruturas morfológicas
cársticas abertas e em colapso, a água subterrânea em circulação procura vias de escoa-
mento mais eficientes e o fluxo subterrâneo é canalizado. Este sistema de circulação
subterrânea pode tornar-se tão eficiente que elimine a drenagem superficial, e todo o
escoamento é levado para o subsolo. Além disso, se os depósitos de calcário forem
extensos, poderá desenvolver-se um sistema singular de drenagem subterrânea, que abarque
mais de uma bacia topográfica de drenagem.
Uma parte das águas superficiais infiltra-se no calcário pelos poros, diáclases, fra-
turas e falhas, fluindo para baixo, levada pela força da gravidade, até encontrar uma
saída ou o lençol freático. Ao encontrar o lençol freático, as águas se deslocam dentro do
aquífero em direção ao ponto de descarga. De maneira que as águas que percolam e
circulam no calcário, dissolvem-no, carregando o carbonato de cálcio.
O grau de significância dos indicadores relacionados varia muito mais do que uma
simples dupla classificação poderia refletir, e os indicadores também não demonstram a
considerável importância da ocorrência de múltiplos indicadores. Entretanto, a ocorrência
de quaisquer dos indicadores diretos ou condicionais no local de uma grande estrutura
requer um exame consciente e explícito da possibilidade da existência do problema de
aberturas subsuperficiais e uma decisão acerca das investigações adicionais necessárias.
turas discretas, como túneis ou aberturas de minas, ou como uma rede de canais interli-
gados ou fraturas alargadas pelo processo de dissolução. Algumas vezes, como neste
último caso, pode ser impraticável ou impossível localizar ou mapear cada uma das cavi-
dades, de maneira que a única abordagem possível é mapear as zonas de acordo com o
grau de continuidade ou competência da rocha. Isto também deve ser levado em conta na
elaboração do projeto e na localização das estruturas.
Uma vez que o regime hidrológico das águas subterrâneas é de importância primor-
dial nos processos de dissolução, a determinação das condições das águas subterrâneas
é essencial à compreensão das atividades de dissolução passadas e presentes, que pos-
sam afetar o local da obra. Dentre as características mais importantes do regime hidrológico
das águas subterrâneas, destacam-se a localização e os gradientes dos lençóis freáticos,
os aquíferos, os canais de fluxo, as relações com os fluxos de superfície, os aquíferos
suspensos e a química das águas subterrâneas. O regime das águas subterrâneas pode
ser complexo num ambiente cárstico, devido ao papel principal desempenhado pelas es-
truturas resultantes de dissolução em grande escala. Mesmo assim, os lençóis freáticos,
com freqüência, estão muito bem definidos. Em geral, o limite entre a zona de saturação
e a zona de aeração é tão nítido nas rochas de carbonatos quanto nas outras rochas. As
fraturas e as passagens de dissolução, assim como as outras aberturas, geralmente for-
mam uma rede de aberturas interligadas, cheias de água até a altura do lençol freático.
Há exceções à regra, contudo; o fluxo das águas subterrâneas pode ocorrer, algumas
vezes, em dutos acima do nível geral do lençol freático. É possível que a diferença mais
importante entre o fluxo das águas subterrâneas nos terrenos cársticos e em meios po-
rosos é o fato de que o fluxo nos dutos predomina nos primeiros, tanto acima como
abaixo do nível do lençol freático, de maneira que a velocidade de fluxo são várias or-
dens de magnitude superiores nos carsts. Uma outra conseqüência é que a filtragem,
que nos meios porosos remove os contaminantes da água, praticamente inexiste no
ambiente cárstico.
3.10.6.5 Piezômetros
3.10.6.7 Injeções
embora não para o observador no solo. Isso ocorre com maior freqüência devido a anoma-
lias no teor de umidade, causadas por efeitos topográficos sutis, as quais são visíveis nas
fotografias através de diferenças de cor ou de tom de cinza. Entretanto, não há qualquer
garantia de que as cavidades específicas, mesmo aquelas próximo à superfície, possam
ser detectadas.
A partir de uma revisão das virtudes e defeitos dos métodos de prospecção discu-
tidos anteriormente, a conclusão inevitável é que a única maneira de se obterem informa-
ções definitivas e diretas da presença ou ausência de rocha num determinado ponto do
subsolo e das suas condições, é ter acesso àquele ponto, de modo a realizar observações
visuais ou ensaios mecânicos. Ou seja, é necessário perfurar através do ponto ou esca-
var até chegar a ele. Conseqüentemente, dado o atual estado-da-arte, a verificação final
das fundações de estruturas críticas precisa ser feita por estes métodos diretos.
Os testemunhos de sondagem da rocha, que podem ser obtidos com sondas rotativas
convencionais, ou, nas rochas duras, com sondas de coroa de diamante, permitem exame
e descrição geológica bem detalhados e ensaios laboratoriais das propriedades físicas,
químicas e de engenharia; posteriormente, também constituem registros de arquivo va-
liosos. A evidência de fraturas ou outras aberturas na rocha ou a presença de materiais
de enchimento, pode ser observada, algumas vezes, nos testemunhos de sondagem,
embora, com maior freqüência, a rocha muito desagregada ou cavernosa cause a não-
recuperação ou a recuperação defeituosa, naqueles intervalos. O grau de recuperação dos
testemunhos, expresso como relação percentual entre o comprimento do testemunho
recuperado e o comprimento do intervalo do qual se retirou aquele testemunho, pode ser
utilizado como índice para a classificação e o mapeamento da qualidade ou da continuida-
de de um intervalo de rocha. Um método alternativo de classificação que tem sido ampla-
mente aceito é a “Rock Quality Designation” (Designação de Qualidade da Rocha), que se
obtém contando-se – ao somar o comprimento total de testemunho recuperado – apenas
aqueles testemunhos de comprimento igual ou superior a 10cm, e que sejam duros e
sãos. Os pedaços quebrados pela perfuração ou pelo manuseio são juntados e contados
como uma só peça. O resultado é expresso como percentual do comprimento do intervalo
do qual se retiraram os testemunhos. Uma classificação baseada na Designação da Qua-
lidade da Rocha é a seguinte:
O potencial de erosão deve ser avaliado, uma vez que mudanças a longo prazo nos
níveis das águas subterrâneas podem reativar o entubamento (“piping”) dos materiais de
enchimento para dentro de fraturas ou fissuras abertas próximas ao fundo das dolinas
preenchidas. Na avaliação da susceptibilidade das argilas à erosão, será preciso efetuar
ensaios de furo de agulha em corpos de prova indeformados e analisar os resultados dos
ensaios de sais na água intersticial.
Em geral, há zonas mais fofas na interface entre os solos residuais e a parte supe-
rior dos pináculos, e a capacidade de sustentar carga é regida pela concentrações
de tensões nestes locais;
Quando se escavam dolinas preenchidas ou solos residuais, até se atingir a profun-
didade dos pináculos de rocha, as áreas variáveis de sedimentos fofos e calcário
poderão não prover áreas de sustentação de carga adequadas sobre rocha sã para
fundações em sapatas ou em laje. Poderá ser necessário escavação adicional, de
modo a fornecer uma área uniforme de sustentação de carga.
As cavidades abaixo das superfícies de calcário podem ser cobertas por várias
espessuras de calcário com fraturas, com solo residual, solos aluviais ou outras rochas
sedimentares sobrejacentes. A estratigrafia e as características geotécnicas do material
sobrejacente, assim como os sistemas de fraturas e os defeitos de dissolução no calcário
acima da cavidade, devem ser definidos e aferidos, para se avaliar seu efeito na estabili-
dade da cavidade. É evidente que os locais acima de extensas cavidades, interligadas por
diáclases de dissolução, deverão ser, de preferência, evitados.
3.10.10 Resumo
Os maiores perigos à segurança das fundações nos terrenos cársticos residem nas
estruturas de dissolução preenchidas, na superfície da rocha sã, e nas cavidades preen-
chidas ou vazias a pequena profundidade (em relação ao tamanho da cavidade) abaixo da
rocha sã.
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[88] SOWERS, G.F. “Failures in Limestones in Humid Subtropics”, Journal of the Geotechnical
Engineering Division, Proceedings, American Society of Civil Engineers, V. 101, N. GTB, 1975,
pp. 771-787.
[89] SWEETING, M.M. “Karst Landforms”, Columbia University Press, Nova Iorque, 1973, 362 pp.
[90] U.S.ARMY. “Grouting Methods and Equipment”, Technical Manual TM 5-818-6, Office, Chief
of Engineers, Washington, 1981.
[91] U.S. BUREAU OF RECLAMATION. “Groundwater Manual”, U.S. Government Printing Office,
Washington, 1977.
[92] WATER RESOURCES COMMISSION. Grouting Manual, 2nd. ed., Water Resources Commission,
New South Wales, Austrália, 1977.
[93] AMERICAN SOCIETY OF CIVIL ENGINEERS. “Proceedings of the 4th Internation Conference on
Expansive Soils”, Vol. I, junho de 1980, pp.339-513.
CAPTAÇÕES
É indispensável projetar os canais de captação que recebem água de rio com base
em consideração de sedimentação. As velocidades não poderão ser muito altas, de modo
que os sedimentos de maior diâmetro, e que poderiam danificar as bombas, sejam depo-
sitados no canal, antes que o escoamento da água chegue à estação de bombeamento. A
velocidade utilizada na elaboração do projeto do canal está diretamente relacionada com
as dimensões e a quantidade de partículas que precisam ser removidas da água antes do
seu bombeamento.
Em geral, as velocidades nos canais não revestidos, construídos sobre solo, não
devem exceder 0,5m/s, exceto quando houver garantia de que velocidades superiores
não causarão erosão no fundo e nos taludes laterais do canal. Os canais construídos
sobre solos muito erodíveis requerem velocidades bem inferiores.
(ver o subitem 9.3.2, Grades, no Capítulo 9 deste MANUAL). No caso de telas contra
musgo e de telas para peixes, as velocidades de aproximação recomendadas são 0,3m/s
e 0,15m/s, respectivamente, sob condições de fluxo máximo. Outro parâmetro que afeta
a profundidade do canal é a submersão correta das bombas, para impedir a formação de
vórtices, que poderiam provocar a cavitação.
Além disso, no leiaute do canal, é preciso manter o traçado do canal o mais reto
possível, para minimizar as perdas hidráulicas e reduzir a formação de redemoinhos no
canal, o que causaria perdas hidráulicas inadmissíveis.
Em trechos de tráfego fluvial intenso, a ação das ondas também pode criar proble-
mas e as soluções de projeto são similares àquelas discutidas em relação aos canais de
captação em reservatórios.
Figura 4.2 Zonas Medidas e não Medidas numa Amostragem Vertical de uma
Corrente com Relação a Velocidade do Fluxo e Concentração de
Sedimentos. J.K. Culbertson (Comunicação Escrita em Maio de 1968)
significativo. Como comparação, estudos prévios relativos a turbinas de alta carga hidráu-
lica indicam que é com o diâmetro de 0,38mm que se inicia o maior desgaste. Entretanto,
este tamanho de sedimentos que provoca danos em pequenas bombas está próximo de
0,10mm. Uma vez que este diâmetro está próximo do limite mínimo da classificação
granulométrica das areias (0,0625mm), é razoável presumir que qualquer água que conte-
nha areia ou sedimentos mais graúdos seja prejudicial às bombas. A água utilizada no
resfriamento dos mancais não deverá conter sedimentos.
A Tabela 4.1 relaciona e descreve quatro condições gerais de fluxo do complexo de
água e sedimentos que passam por estações de bombeamento existentes. A tabela suge-
re um aumento percentual na capacidade das bombas, acima da capacidade de projeto
necessária, quando poderão bombear água contendo sedimentos. As grandes estações
de bombeamento, ou seja, aquelas com bombas de capacidade igual ou superior a 2,8m3/
s, são menos afetadas pelo sedimento e, portanto, requerem aumentos percentuais me-
nores. As condições são classificadas, principalmente, em função da quantidade de sedi-
mento na água bombeada e da sua granulometria. Estes valores estão baseados numa
análise dos dados relativos a bombas com capacidades de até 22,71m3/s.
Aumento Recomendado
da Capacidade (%)
Descrição Localização Aplicável A Bombas Bombas
Pequenas Grandes
< 3m3/s > 3m3/s
A. Água Límpida
Não contém areia (0,0625 – 2mm) ou silte <0,004 – Reservatório (com taxa de Reservatórios, canais de 0–5 0–3
0,0625mm); mas poderá conter argila (<0,004mm) capacidade anual de recarga recalque, estações de
numa concentração média menor que 100 ppm e maior que 0,03, grandes bombeamento tipicas para
material orgânico. canais (capacidades maior que drenagem, e derivações do
500 ft3/s – 15m3/s), drenos e canal principal.
grandes riachos.
B. Pequena Carga Sedimentar
Contém argila (<0,004mm) e silte (0,004 – Pequenos reservatórios, Reservatório, poços de 5 – 10 2–5
0,0625mm) numa concentração média menor que drenos, canais e riachos drenagem, estações de
500 ppm, e por curtos períodos, areia fina (0,0625- alimentados pelo degelo. bombeamento em rios e
0,125mm). derivações do canal principal.
C. Carga Sedimentar Média
Contém argila (<0,004mm), silte (0,004 – 0,0625mm) Em poucos canais e drenos Alguns canais de drenagem e 10 – 15 5–8
e areia (0,0625 – 2mm) numa concentração média que escoam frequentemente estações de drenagem, a
menor que 2,000 ppm que poderá ocorrer como areia água de chuva com maioria dos poços de
fina (0,06250-0,125mm) em pequena quantidade na sedimentos e a meior parte drenagem, fins de canais e
maior parte do ano e areia grossa (0,125 – 2mm) dos rios e riachos onde a algumas estações em rios.
durante períodos de cheia. erosão e normal.
D. Alta Carga Sedimentar
Contém argila (<0,004mm), silte (0,004 – 0,0625mm) Em rios onde a erosão e Poços, estações de 15 – 20 8 – 15
e alguma areia fina (0,0625 – 0,125mm) ou contém grande e em riachos com bombeamento em rios e os
frequentemente areia grosseira (0,125 – 2mm) e aluvionamento por sedimentos terminais do canal principal.
ocasionalmente cascalho (2 – 8mm) numa de areia.
concentração media maior que 1000ppm.
Sob condições de assoreamento, seja num reservatório, seja num curso livre de
água, determinar-se-ão os níveis da água operacionais mínimo, médio e máximo, com a
deposição de sedimentos superimposta ao perfil do fundo do reservatório ou do rio.
da parte jusante do delta, equivalente a 6,5 vezes o talude à montante do delta, será
representativo de muitos declives da parte jusante frente do delta, observados em reser-
vatórios existentes. Entretanto, alguns reservatórios podem ter declives na parte jusante
do delta muito mais íngremes. Após a aplicação do método iterativo na localização do
ponto pivô e/ou do declive da parte jusante do delta, o volume final de sedimento calcu-
lado a partir das seções transversais do reservatório, incluindo o delta imposto, deverá
concordar com o volume de material, de granulometria de areia ou maior, que se espera
flua para o delta.
Após a determinação da configuração futura do delta, será preciso calcular o perfil
da linha da água, para determinar as cotas operacionais da superfície da água mínima,
média e máxima, no ponto de captação da estação de bombeamento. Os cálculos de
remanso deverão ser iniciados à jusante, no reservatório, no ponto em que a velocidade
média na seção é inferior a 0,03m/s, para todas as vazões. O perfil deverá estender-se à
montante, além do ponto de captação da estação de bombeamento.
dência de erosão das margens, caso o meandro do rio seja relativamente estável. Se
houver qualquer indicação de erosão continuada na margem externa, será preciso tomar
medidas para estabilizar as margens, ou selecionar um outro local para a estação de
bombeamento. Mesmo no caso de margens consideradas estáveis, é indispensável plane-
jar algumas medidas de proteção para a entrada do canal de captação, em face da turbu-
lência que ocorre quando a água é sugada para dentro do canal.
bancos de areia no lado interno (convexo) e buracos resultantes da erosão do leito do rio
no lado externo (côncavo) da curva. Conforme indicado na Figura 4.7, a corrente secun-
dária em espiral puxa ou suga o sedimento em movimento no fundo do rio para o lado
interno da curva, onde o deposita. Conseqüentemente, quando possível, o ponto de cap-
tação da estação de bombeamento deverá localizar-se na curva externa do rio, próximo à
sua extremidade a jusante.
Estações de
Bombeamento
Nas estações com múltiplas bombas, o vão da bomba é a parte da edificação que
contém uma única grande bomba e o equipamento auxiliar que serve apenas àquela
bomba. Em geral, os vãos e bombas adjacentes são separados por paredes estruturais e,
nas estações de grande porte, são separados também por uma junta de dilatação.
As baterias são colocadas, em geral, numa área isolada que, desta forma, pode ser
ventilada separadamente do restante da estação de bombeamento. As baterias podem
emitir gases prejudiciais à saúde. Além disso, podem explodir, sob determinadas circuns-
tâncias. O isolamento das baterias do restante da estação ajudará a conter qualquer
explosão e minimizará o impacto da explosão na instalação.
5.3.6 Escritórios
5.3.7 Vestiários
Em geral, escolher a bomba correta para uma estação de bombeamento, com uma
altura manométrica que não varie mais do que 10%, acima ou abaixo da altura manométrica
nominal, não é uma tarefa muito difícil. Entretanto, selecionar bombas apropriadas para
as estações que apresentam grandes variações nas alturas de sucção e/ou de recalque,
assim como uma ampla gama de vazões operacionais, é consideravelmente mais complexo.
a descarga necessária, mesmo após operar durante vários anos. Para uma discussão
sobre os efeitos de sedimentação na determinação das necessidades de incremento da
capacidade com relação aos sedimentos, vide item 4.2.2 e Tabela 4.1.Uma outra forma
de lidar com requisitos variáveis de carga e de capacidade é a velocidade variável, que se
está tornando cada vez mais interessante, à medida que são colocados, no mercado,
controladores de velocidade variável mais eficientes. Entretanto, o uso de bombas de
velocidade variável precisa ser analisado cuidadosamente, para cada estação de
bombeamento, a fim de se determinar se serão econômicos. Outros métodos de se obter
flexibilidade da vazão são o estrangulamento e o “bypass”. Contudo, tais métodos são
muito ineficientes e raramente econômicos.
Sempre que possível, a operação das bombas deverá ser automatizada. Isso pode
ser facilmente conseguido com a tecnologia e o equipamento de canhole hoje disponíveis.
As estações de bombeamento sempre desembocam numa tubulação – seja uma tubula-
ção de descarga, seja um sistema de distribuição pressurizado. A operação de bombas é
discutida no Capítulo 7 deste MANUAL, Tubulações.
5.5.1 Fundações
Existem vários métodos para resolver este tipo de problema. A primeira abordagem
é não permitir que o material exposto se resseque, mantendo as necessárias condições de
umidade na superfície, por meio de aspersores. Este método é econômico, mas interfere
um pouco com a construção da estação de bombeamento.
Outro método disponível consiste em cobrir a superfície exposta com uma fina
camada de concreto projetado. A vantagem desta técnica é que, após o concreto projeta-
do ter secado, será possível proceder à construção da estação de bombeamento, sem
qualquer problema adicional.
A solução mais fácil para o problema dos solos expansivos é construir a estrutura
em um novo local, se a ocorrência for localizada onde não haja este tipo de solo. É
evidente que sempre existem certas limitações na relocação da estação de bombeamento.
Se toda a região apresentar solos expansivos, o que impossibilitará tal transferência local,
o projeto deverá ser elaborado especificamente para fundações em solos expansivos.
5.5.2.2 Atrito
No caso de fundação em material argiloso, mas pouco resistente, poderá ser neces-
sário acrescentar chaves de concreto, a fim de fornecer resistência suficiente ao desliza-
mento, por meio do aprofundamento do plano de deslizamento e, assim, aumento do
Todos os fatores de segurança são expressados como uma relação entre as forças
de resistência e as forças que tendem a causar o movimento.
tombamento = Mr/Mo
atrito de cisalhamento = [(W – U)f + cA]/H
flutuação = W/U
Tabela 5.1
ESTAÇÕES MAIORES
Durante a construção Operacional
Fator mínimo de
Cargas Cargas
segurança contra:
Normais Extremas Normais Extremas
Tombamento 1.1 1.1 1.2 1.1
Atrito de Cisalhamento 2.5 1.1 3.5 2.0
Flutuação 1.1 1.1 1.2 1.1
Tabela 5.2
ESTAÇÕES MENORES
Durante a construção Operacional
Fator mínimo de
Cargas Cargas
segurança contra:
Normais Extremas Normais Extremas
Tombamento 1.1 1.1 1.2 1.1
Atrito de Cisalhamento 1.5 1.1 2.0 1.5
Flutuação 1.1 1.1 1.2 1.1
(Kgf/m²)
* As cargas concentradas, tais como cargas com rodas que provocam impacto, podem determinar o projeto, ao invés da
carga uniforme fornecida. Tais cargas podem ser provenientes de transformadores, pósticos rolantos, etc.
N = 300[sin(a)]/{1 + [sin(a)]2}
onde:
Se a pressão de vento utilizada não for 150 kgf/m2, esta fórmula deverá ser modi-
ficada, substituindo-se o fator “300” por outro fator com valor igual a duas vezes a
pressão de vento utilizada no projeto.
Nos prédios com guindastes, será utilizado apenas o peso próprio do guindaste
(descarregado) na determinação das forças laterais causadas pelos abalos sísmicos. Con-
sidera-se que esta força lateral age sobre o prédio, na extremidade superior do trilho do
guindaste.
No caso de paredes verticais sujeitas a carga de água, poderá ser utilizada a curva
de Westergaard (Figura 5.7), que é um método de determinação do efeito hidrodinâmico
de um abalo sísmico horizontal. O efeito de uma aceleração vertical sobre a pressão
hidráulica poderá ser considerado uma alteração direta na densidade da água. Observe-se
que as forças obtidas a partir desta curva devem ser somadas às pressões hidráulicas
estáticas que incidem sobre a parede.
Todas as estruturas deverão ser projetadas para suportar quaisquer cargas decor-
rentes da pressão hidrostática. Devem-se prever cuidadosamente as pressões hidrostáticas
residuais provenientes do rápido rebaixamento do nível da água.
Será preciso prever cargas especiais e outras cargas, como aquelas discutidas a
seguir, que dependem do tipo de equipamento comprado e do método de operação da
estação de bombeamento.
As bases dos motores deverão ser projetadas em função dos torques de frenagem,
de partida, de carga plena, de curto-circuito, ou torque sincronizador, conforme o
caso. As forças de cisalhamento resultantes dessas cargas poderão ser deslocadas
para a estrutura de suporte de concreto, utilizando-se chaves contra cisalhamento
nas bases de placas metálicas, ou embutindo-se toda a base de placas metálicas
num nicho especificamente projetado com esse objetivo. Em geral, os chumbadores,
sozinhos, não transferem estas forças à estrutura de apoio de maneira satisfatória.
Se necessário, o peso dos rolos de cabos elétricos com cabo também deverá ser
previsto no projeto dos pisos das galerias de cabos. As cargas resultantes das
tensões dos cabos sobre os terminais das estruturas de partida da estação de
bombeamento também deverão ser contempladas no projeto. As cargas sobre as
vigas de suspensão dos grandes motores, utilizadas para levantar os rotores, tam-
bém deverão ser consideradas. Estas cargas das vigas de suspensão não agem
simultaneamente com as cargas máximas, sobre a base do motor.
Nos conjuntos moto-bomba verticais, o empuxo hidráulico sobre o rotor da bomba,
assim como o peso das partes rotatórias, é sustentado por um mancal de empuxo,
que transfere a carga para a armação da base de suporte da bomba. Esta é uma
carga adicional, além daquela do peso da bomba.
As cargas decorrentes das pressões das tubulações de descarga, incluindo as rela-
tivas ao efeito de golpe de aríete, deverão ser analisadas, a fim de se determinarem
as forças que impõem sobre as estruturas. As forças que incidem sobre a estrutura
dependem da localização das âncoras, das válvulas e das juntas de expansão das
tubulações, e deverão ser determinadas a partir do leiaute. As forças decorrentes
da operação das válvulas borboleta, e seu ponto de aplicação, dependerão do tipo
de válvula empregada – se de eixo vertical ou horizontal. Outros tipos de válvula,
como as de agulha, utilizadas na descarga de água, poderão resultar em forças que
exijam ancoragem especial.
As normas gerais dos projetos de juntas nas estruturas de concreto, assim como os
detalhes, são discutidos nos parágrafos seguintes. Ao projetar grandes estruturas de
concreto armado, o projetista deverá estar ciente da importância de incluir, no concreto,
juntas corretamente situadas, de maneira a facilitar a construção e a evitar rachaduras
deletérias ou de aspecto desagradável. Além disso, as juntas são utilizadas para separar
estruturas ou suas partes, que, quando em operação, se não estiverem separadas, pode-
rão ser prejudiciais ao transmitir, entre si, tensões vibratórias ou outras forças. A disposi-
ção das principais unidades nas estações de bombeamento exige a elaboração de projetos
de estruturas longas e estreitas, que requerem juntas, não apenas para evitar rachaduras
nocivas, como também para permitir a expansão e assegurar que não haverá desalinhamento
do maquinário, o que poderia ocorrer como resultado de distorção da estrutura. Nas
grandes estações de bombeamento, as juntas localizam-se entre as principais unidades.
Aliás, a estação é dividida numa série de prédios, e cada um deles abriga um conjunto
moto-bomba completo. Estas separações iniciam-se nas fundações e estendem-se por
toda a estrutura, dividindo as paredes, os pisos e os tetos. As classificações, as localiza-
ções e os tipos de junta encontram-se resumidos a seguir.
Do ponto de vista da sua utilidade, as juntas nas estruturas de concreto podem ser
classificadas em quatro grupos principais: juntas de construção, de contração, de
expansão e de controle. Com freqüência, as juntas podem combinar duas ou mais
destas funções (vide Figura 5.8).
As juntas nos edifícios situam-se entre os grandes conjuntos motobombas, ou en-
tre partes de um edifício com seções transversais muito diferentes; nas junções
entre partes de um edifício, construídas sobre fundações com capacidade de supor-
te muito diferentes; nos vértices entre grandes partes do edifício, como ocorre nos
prédios com formato de L, T ou U; onde a estrutura do edifício se encontra
enfraquecida devido a aberturas; e onde é necessário interromper o lançamento do
concreto. A escolha do local exato das juntas nos edifícios é regida pelos requisitos
estruturais e arquitetônicos.
Em determinadas circunstâncias, as juntas são vedadas para impedir a infiltração
de água através das mesmas . Existem dois tipos de vedação: juntas de vedação de
borracha (natural ou sintética) e de PVC. Estas juntas de vedação penetram no
concreto, nos dois lados da junta estrutural. Até recentemente utilizavam-se juntas
metálicas, as quais entraram em desuso devido à mão-de-obras necessária para sua
utilização.
As chaves contra cisalhamento (Figura 5.9) são incluídas nas juntas de construção
sujeitas a grande cisalhamento, causado por cargas laterais, nas juntas verticais das
paredes da superestrutura, nas lajes dos pisos e nas lajes dos tetos.
São utilizadas para aliviar as tensões de tração induzidas pela contração nas estru-
turas de concreto. Comummente são empregadas onde as variações térmicas são pe-
quenas e as alterações de volume no concreto estão unicamente relacionadas à contra-
ção. Diferem das juntas de construção, pois são utilizados meios para impedir a ligação
entre as faces da junta, e a armação é descontínua na junta. Primeiramente, o concreto é
colocado em um dos lados da junta; em seguida, após remover-se a forma da face da
junta, aplica-se um produto de cura, que impede a adesão do concreto colocado de en-
contro a ele. Se a estanqueidade for um requisito, instala-se uma junta de vedação de
borracha ou de PVC. É evidente que as juntas de contração, conforme apresentadas na
Figura 5.8, também podem servir como juntas de construção.
deverão ser embutidos no concreto, exceto quando aprovados previamente pelo enge-
nheiro responsável pelo projeto da estrutura de concreto. Quando esses tubos são embu-
tidos, será preciso prever os movimentos resultantes de variações térmicas. Para tubos e
conduítes embutidos, o projeto deve atender às seguintes restrições:
5.5.6.1 Captações
Existem dois tipos de poço de bomba: poços comuns, que fornecem água para mais
de um conjunto moto-bomba, e poços individuais, que atendem a apenas um conjunto.
Nos dois tipos de poço, comuns e individuais, a parede posterior do poço deverá
estar situada a uma distância equivalente a 0,75 vezes o diâmetro do sino da bomba, em
relação ao eixo central do conjunto moto-bomba (vide Figura 5.12).
Nos poços comuns, cada conjunto deverá estar separado do adjacente por uma
distância mínima equivalente a duas vezes o diâmetro do sino da bomba, medido a partir
dos eixos centrais dos conjuntos. Nos poços individuais, as paredes laterais deverão estar
situadas a uma distância equivalente ao diâmetro do sino da bomba, medido a partir do
eixo central do conjunto (vide Figura 5.12).
Figura 5.12 Critério para o Leiaute das Estações de Bombeamento (fl 1/2)
Figura 5.12 Critério para o Leiaute das Estações de Bombeamento (fl 2/2)
O espaçamento das bombas tipo turbina de fluxo radial e eixo vertical, que possu-
em um tubo de sucção de concreto, é determinado comparando-se as quatro dimensões
descritas a seguir e selecionando-se a maior delas, para o espaçamento dos eixos centrais
das unidades de bombeamento.
Determina-se o espaçamento das bombas tipo turbina de fluxo axial e eixo vertical
comparando-se três dimensões e selecionando-se a maior delas para ser utilizada como
espaçamento do eixo central da unidade de bombeamento. A primeira dimensão é calcu-
lada como a largura da base do conjunto moto-bomba (vide subitem 5.5.6.3, Bases das
Bombas, para a determinação das dimensões do pedestal), mais do espaço útil necessário
para se efetuar a manutenção do conjunto (vide Figura 5.18). A segunda dimensão é
calculada como sendo a largura máxima do motor, mais o espaço útil necessário à manu-
tenção. A última dimensão é calculada como a largura máxima da captação, mais a
largura de concreto entre captações adjacentes, necessária para fornecer apoio estrutural.
Figura 5.13 Detalhes de Montagem das Bombas – Bombas de Eixo Horizontal (fl
1/2)
Figura 5.13 Detalhes de Montagem das Bombas – Bombas de Eixo Horizontal (fl
2/ 2)
Nas pequenas estações, será suficiente prover uma área rebaixada no piso da área
de serviço para o armazenamento do óleo necessário à operação normal da estação. O
reservatório de óleo e as bombas são colocadas nessa área rebaixada, que deve ter
suficiente capacidade para acomodar todo o volume de óleo contido no reservatório, no
caso de derramamento. A área rebaixada deverá estar conectada ao sistema de drenagem
da estação de bombeamento por meio de uma válvula, que normalmente fica fechada,
mas que pode ser aberta para drenar qualquer água limpa que ali se acumular.
Nas estações maiores, onde são utilizados grandes volumes de óleo, será necessá-
rio um cômodo separado para armazenar esse óleo. Em geral, este cômodo possui uma
área rebaixada ou um muro de contenção, dentro do qual se criará uma área de contenção
do óleo, com volume suficiente para acomodar todo o óleo, no caso de derramamento. A
área de contenção deverá ter um dreno corta chama (Figura 5.20) conectado ao sistema
de drenagem da estação de bombeamento. O dreno corta-chama servirá para sustar as
chamas do óleo, no caso de incêndio, antes de elas entrarem no poço de drenagem.
Nas estações de bombeamento com vários andares, o prédio deverá ser construído
com vãos de escada isolados, situados nas extremidades opostas da estrutura, os quais
possam oferecer um meio de fuga, em caso de incêndio. Cada vão de escada deverá ter
portas corta-fogo e pressão de ventilação positiva, para que a fumaça não possa entrar no
vão da escada.
Drenos de piso também devem estar locados próximo a cada conjunto moto-bom-
ba, nas canaletas ou galerias da tubulação e em qualquer local aonde possa haver vaza-
mento. Em geral, estes drenos são instalados rente à superfície do piso.
Cada pátio de serviço deverá ter uma vala de drenagem em torno do seu perímetro,
para coletar a água do escoamento superficial e desviá-la para longe da estação de
bombeamento e do pátio de serviço. Em geral, estas valas têm taludes laterais de 2:1,
mas poderão ser necessários taludes menos íngremes, conforme o tipo de solo em que a
vala for construída. Estas valas deverão ter um ponto mais alto e estar inclinadas para
longe deste ponto alto, mas com pouca declividade, de maneira que não ocorra erosão.
O pátio de serviço deverá ser revestido de cascalho, a fim de garantir uma superfí-
cie bem drenada para o tráfego de veículos.
Não deverão ser utilizados produtos para cura em superfície de concreto que rece-
berá concreto adicional, exceto em locais, como as juntas de contração, onde se deseja
impedir a liga entre os dois lançamentos de concreto. De outra forma, o produto de cura
deverá ser removido por meio de jato de areia, antes do próximo lançamento. O método
recomendado de cura do concreto é cobri-lo com telas de plástico, a fim de impedir que
seque rapidamente.
Sempre que possível, evitar-se-ão juntas frias no concreto. No caso de ocorrer uma
junta fria, a empreiteira deverá limpar a junta imediatamente, removendo qualquer agrega-
do solto, antes que endureça. Mais tarde, quando continuarem as operações de lança-
mento de concreto, a junta fria deverá ser tratada com jato de areia, de modo a preparar
e limpar a superfície onde a próxima camada de concreto será colocada.
CANAIS E
ESTRUTURAS
ASSOCIADAS
6.1 Introdução
Existe uma série de fatores que podem influenciar a seleção do tipo de revestimento
a ser utilizado. Diferentes tipos de revestimento oferecem a melhor solução para situa-
ções diversas, e nenhum tipo pode ser recomendado para todas as situações. É indispen-
sável efetuar uma avaliação econômica que inclua elementos tais como o custo da terra,
o custo da água, estimativas dos custos de construção e estimativas dos custos de
operação e manutenção dos diversos revestimentos que estão sendo considerados. An-
tes de se selecionar o tipo de revestimento, além da avaliação econômica, deverão ser
levados em consideração localização, condições climáticas, questões construtivas, ques-
tões ambientais, questões relativas à operação e à manutenção, experiência com outros
sistemas existentes, assim como bom senso e conhecimentos gerais de engenharia.
O concreto produz uma barreira dura, que geralmente resulta numa baixa taxa de
infiltração, constitui um obstáculo impenetrável para os animais que cavam e reduz signi-
ficativamente o crescimento de ervas daninhas na seção do canal. Além disso, o revesti-
mento de concreto possui certas características hidráulicas e estruturais que o tornam
uma alternativa desejável em muitas circunstâncias. As velocidades de escoamento mai-
ores que o revestimento de concreto permite, podem reduzir os depósitos de silte e
Seções Típicas – A Figura 6.6 apresenta uma seção típica de canal com revesti-
mento de concreto, assim como detalhes relativos a revestimento de concreto não-
armado. A espessura do revestimento de concreto não-armado varia de 65mm a
115mm, dependendo das dimensões do canal. Os critérios empregados na deter-
minação dos limites da espessura do revestimento constam das Figuras 6.1 e 6.8.
É necessário evitar que a água de escoamento superficial, proveniente de chuvas,
migre por trás do revestimento, a fim de impedir pressões hidrostáticas prejudiciais
e possíveis problemas de recalque. A aba superior do revestimento de concreto,
aliado ao talude de terra da estrada de operação e manutenção que corre ao longo
dessa borda, conforme apresentado na Figura 6.6, ajudará a prevenir esse tipo de
situação.
Figura 6.5 Borda Livre e Altura do Aterro para Seções dos Canais
exposição à luz solar. O “Concrete Manual” (Manual sobre Concreto) [1] discute,
em detalhe, as ranhuras, assim como o acabamento e a cura do revestimento de
concreto.
Se existir uma fonte local de material de boa qualidade para o revestimento dos
canais, como cascalho e areia com aglutinantes argilosos, ou misturas cascalho-areia-
argila mal graduadas, uma excelente alternativa para o revestimento dos canais será o de
terra compactada, com espessura mínima de 60cm. A Figura 6.14 apresenta um tabela
classificatória destes e de vários outros materiais de solo, quanto à sua adequabilidade
como revestimento de terra compactada.
ser tratado como no caso de Revestimento de Concreto. Uma vez que os taludes
laterais são mais brandos e as velocidades de escoamento, menores, as seções
revestidas de terra compactada são menos perigosas do que as revestidas de con-
creto para pessoas ou animais que entram no canal.
Seções Típicas – Uma seção típica de canal com revestimento de membrana plás-
tica encontra-se ilustrada na Figura 6.16. Uma norma adequada para a espessura
mínima do lençol é 0,8mm. Uma inclinação dos taludes laterais deverá ser igual ou
inferior a 2,5:1. As dimensões do canal, o material de base e o material de cobertu-
C = 0,25 + d/12;
onde:
C = espessura do material de cobertura, em metros (30cm, no míni-
mo)
d = profundidade da água, em metros.
O leito deverá ser relativamente liso e isento de pedras, raízes e outros objetos pon-
tudos que possam perfurar a membrana. O rastelamento do fundo com corrente
pesada, tipo máquina, ou com uma velha esteira de trator, poderá proporcionar uma
fundação adequada. Se este método não funcionar, cobrir-se-á o leito com uma
camada de 8 a 10cm de espessura de areia, ou de solo de textura fina, imediatamen-
te antes de se colocar a membrana.
Q = capacidade em m3/s;
b = largura do fundo, em metros;
d = profundidade da água, em metros;
razão b/d = valores mínimos recomendados;
S:S = taludes laterais do canal recomendados, horizontal/vertical;
SE = declividade do fundo do canal;
V = velocidade, em m/s;
n = “n” de Manning.
TF = (w)(d)(SE),
Uma borda livre adequada é muito importante para a operação bem sucedida do
sistema de canais. Em geral, a borda livre é definida levando em consideração as dimen-
Os valores de borda livre indicados na Figura 6.5 resultam de muitos anos de expe-
riência. As equações relativas a borda livre que constam dos quadros de projeto da seção
do canal (Figuras 6.1 e 6.3) estão baseadas nas curvas apresentadas na Figura 6.5. Estes
valores deverão ser considerados mínimos e, em condições especiais, deverão ser
incrementados, quando necessário. Se aplicável, a altura da onda resultante da interrup-
ção no fornecimento de energia a uma estação de bombeamento, deverá ser cotejada
contra a borda livre. Outra importante consideração é a entrada de grandes volumes de
águas pluviais (uma prática que deve ser desencorajada, em especial quando se utiliza
revestimento de concreto). Algumas vezes, a borda livre da margem é aumentada em
áreas de aterro alto, quando se prevê recalque das fundações e/ou do aterro. Todas as
seções do canal deverão ter, pelo menos, a borda livre mínima de revestimento acima do
nível máximo da água, independentemente de ocorrer com vazão zero (construção de
margem em nível), ou vazão igual à de projeto (construção da margem paralela ao fun-
do). Com a construção da margem paralela ao fundo, a borda livre de margem mínima
deverá ser prevista ao longo de todo o trecho do canal. Uma vez que, com a construção
de margem em nível, a altura da margem e a altura do revestimento aumentam na dire-
ção de jusante, haverá borda livre adicional disponível, algumas vezes considerável, na
porção jusante do trecho do canal, quando o mesmo estiver operando na capacidade de
projeto. Neste caso, o engenheiro precisará usar seu conhecimento e sua sensibilidade
para determinar se será necessária toda a borda livre de altura de margem acima do
nível máximo da água (condições de vazão zero), em todo o comprimento do trecho do
canal. Podem-se tirar vantagens da borda livre adicional disponível em condições de va-
zão de projeto, considerando-se o fato de que as condições de emergência são mais
improváveis quando não há qualquer vazão no canal. As condições de emergência resul-
tantes de interrupção dos serviços de eletricidade não ocorreriam sob condições de va-
zão nula, pois a estação de bombeamento não estaria funcionando.
A cota mínima do topo da margem do canal deverá ser determinada com base na
borda livre de altura da margem, discutida no subitem anterior. Quando possível, deve-
rão ser construídas estradas de operação e manutenção em ambos os lados do canal, no
topo da margem, particularmente no caso de grandes canais. Se o terreno dificulta ou
impossibilita a construção de estradas em ambas as margens, construir-se-á uma estra-
da no lado da operação do canal. Em geral, a declividade transversal das estradas de
operação e manutenção varia entre 0,02 e 0,04, de maneira que a drenagem possa ocor-
rer para longe do canal. Muitos canais, especialmente aqueles com revestimento de con-
creto, possuem uma pequena berma, conforme ilustrado na Figura 6.6, que garante uma
drenagem adequada. As larguras das estradas de operação e manutenção são apresen-
tadas na Figura 6.4.
Como norma geral, o raio de curvas horizontais, medido até a linha central do canal,
deverá ser de três a sete vezes a largura do canal, na superfície da água. Os canais
revestidos de concreto deverão ter raio mínimo de três vezes a largura do canal, na
superfície da água. Poderão ser necessários maiores raios de curva para acomodar as
máquinas de revestimento. Os pequenos canais de terra deverão ter raio mínimo equiva-
lente a três vezes a largura do canal, na superfície da água. O raio dos grandes canais de
terra, com capacidade superior a 70m3/s, deverá ser de, pelo menos, sete vezes a largura
do canal, na superfície da água. Será preciso tomar medidas especiais para proteger as
curvas em solos susceptíveis à erosão, como a colocação de proteção de cascalho, discu-
tida no subitem 6.2.1.2.
V = (1/n)[r(2/3)][s1/2)],
onde:
canal. Os estudos constataram uma relação entre o coeficiente “n” e o raio hidráulico “r”.
Os seguintes valores de “n” são considerados adequados para os canais com revestimen-
to de concreto.
n = 0,0417 [d50(1/6)],
onde d50 é igual ao tamanho, em metros, para o qual 50% do material do leito, por
peso, é mais fino.
Vs = 0,6522(C) [D(0,64)],
onde:
Vs = 0,5523(C)[D(0,5)].
Poderá ser necessário colocar areia e cascalho nos canais de terra, a fim de prote-
ger as margens da ação das ondas. No caso de água limpa escoar sobre camadas prote-
Vs = 4,9675[d50(1/3)][r(1/6)].
As perdas por infiltração são expressas em metros cúbicos por metro quadrado de
perímetro molhado, em 24 horas. Nas estimativas preliminares, pode-se presumir que,
num típico canal de terra não-revestido, cerca de um terço da água total distribuída será
perdida por infiltração, perdas operacionais e evaporação. Em geral, as perdas por filtra-
ção relatadas incluem uma certa quantidade de vazamento estrutural, desperdício
operacional e excesso de água fornecida aos irrigantes. ás vezes, a infiltração poderá
constituir um ganho, ao invés de uma perda, se o lençol freático for suficientemente alto.
(Infiltração da água de irrigação de terras mais altas algumas vezes contribui para a eleva-
ção do lençol freático ao longo do canal.) Conseqüentemente, é muito difícil prever as
perdas por infiltração, e os resultados, no melhor dos casos, são incertos, exceto quando
são realizados estudos detalhados e investigações. As informações contidas no “Ground
Water Manual” (Manual de águas Subterrâneas) [3] poderão ser utilizadas quando for
necessário realizar análises detalhadas do potencial de infiltração.
S = 0,0379(C)[(Q/V)(1/2)],
onde:
Taludes Posteriores dos Aterros – Muitos fatores, como o tipo de solo empregado
no aterro, o número de meses por ano que o canal está em operação e a qualidade
do programa de manutenção do canal, afetam a definição das dimensões do aterro
e, em particular, a inclinação dos taludes posteriores. Mesmo sem se realizarem
investigações detalhadas e análises dos solos empregados, a inclinação dos talu-
des posteriores, relacionada a seguir, deverá ser adequada, exceto se for utilizada
no aterro, material muito susceptível à erosão ou material com problemas de esta-
bilidade conhecidos. Se a distância vertical, H, do topo do aterro até o sopé do
talude for inferior a 6m, um declive de 1,5:1 será adequado, conforme indicado na
Figura 6.19. Se H estiver entre 6 e 9m, a inclinação dos taludes posteriores deverá
aumentar para 2:1. Quando H for superior a 9m, deverá ser utilizado talude de 2:1,
para os primeiros 9m, e 3:1, para o trecho subseqüente, até atingir a superfície do
terreno, conforme apresentado na Figura 6.19;
Quando o canal for utilizado durante todo o ano, sem tempo de folga, exceto em
emergências ou durante os períodos de manutenção programada, será preciso efe-
tuar uma análise, a fim de se determinar a possibilidade de o desenvolvimento da
linha freática, a partir do nível de água do canal, vir a interceptar o talude posterior.
Se a análise mostrar a possibilidade de intersecção do talude posterior pela linha
freática, o talude deverá ser achatado, conforme indicado na Figura 6.20;
Quando se usa um sifão para cruzar o leito maior, será preciso considerar o excesso
de vazão excessivas no canal e, desta forma, evitar erosão canal e possível arraste
e perda da entrada do sifão. Até mesmo um estrutura de vertedouro, para descar-
regar a água no canal natural de drenagem, deve ser prevista, imediatamente à
montante da entrada do sifão, ou, então, o topo da margem do canal à montante da
entrada do sifão deverá ser elevado em, pelo menos, 30cm, por uma distância
mínima de 30m, à montante da entrada do sifão ou até que o topo do aterro atinja
o terreno natural;
Quando são construídos grandes aterros sobre fundações de material de baixo peso
específico, deve-se considerar a necessidade de deixar o aterro intocado durante
um ano, antes de construir qualquer estrutura, colocar o revestimento do canal e
completar o aterro até a cota necessária para o topo das margens. Esta medida,
junto com um tratamento adequado das fundações, minimizará qualquer recalque
futuro, assim como os problemas associados a qualquer recalque significativo.
Taludes para Seção de Canal em Cortes – A Figura 6.24 apresenta uma seção
típica de canal, num corte profundo. A declividade dos cortes deverá ser adequada
aos tipos de solos encontrados in situ, no local em que forem realizados os cortes.
Se a distância do corte vertical, Y, medida da estrada de operação e manutenção
até o topo do corte, for superior a 6m, será preciso considerar a construção de uma
berma de 5m de largura, 6m acima da estrada de operação e manutenção. Se Y for
extremamente profundo, colocar-se-ão bermas a intervalos de 6m. O projeto de
cada berma deverá incluir drenagem adequada, similar à da estrada de operação e
manutenção. Se a seção de corte for muito longa, será preciso instalar drenos de
Como norma para se iniciar a operação do canal, os seguintes limites nas flutuações
no nível da água são considerados toleráveis para os 60cm superiores da altura normal de
água no canal. Entretanto, incertezas decorrentes de condições operacionais variáveis
exigem o maior cuidado ao se aproximar desses limites. Os operadores do canal deverão
estar alertas, para poder assegurar que o modo como o canal é operado não provoque
efeitos deletérios na operação das tomadas d’água, ou prejudique o revestimento ou as
margens do canal.
exceder 15cm durante um período de uma hora. A experiência demonstra que a taxa de
enchimento de um canal não deve exceder 45cm, em qualquer período de 24 horas.
Em geral, são utilizadas para regularizar o fluxo de água nos sistemas de canais e
manter um nível mínimo de água, à montante ou à jusante da estrutura, a fim de garantir a
operação correta das tomadas d’água. Esse nível mínimo de água, denominado nível de
controle, é a cota correspondente ao nível normal para a vazão de projeto do canal, na
estrutura de controle. As estruturas de controle encontram-se espaçadas ao longo do canal,
de modo a manter diferenças de 30 a 60cm nos níveis de controle da água. No caso de
irrigação por gravidade, a localização das estruturas de controle será regida pelos requisitos
de nível nas tomadas d’água. Em geral, quando é preciso instalar uma estrutura de controle
perto de um sifão, de uma estrutura de queda, ou um aqueduto, é normalmente economica-
mente vantajoso combinar a estrutura de controle com a transição de entrada à estrutura.
As estruturas de controle também são necessárias nos locais em que há uma mudança nas
dimensões da seção de canal.
te da ranhura ajuda a impedir que os pranchões fiquem presos nas ranhuras, se a madeira
se expandir. A largura do fundo da ranhura deverá ser aproximadamente 2,5cm maior que
a espessura do pranchão.
São utilizadas para conduzir a água do canal por baixo de estradas, cursos d’água,
ou outras depressões. O sifão pode ter formato de caixa, trapezoidal ou tubo. Em geral, os
sifões de caixa ou tubo são dimensionados para velocidades inferiores a 2,5m/s. Veloci-
dades superiores tendem a aumentar a perda de carga hidráulica e podem danificar o
conduto, quando a água carrega sedimentos abrasivos. O sifão em seção trapezoidal é
dimensionado para velocidades próximas à velocidade no canal, de modo a minimizar a
perda de carga hidráulica.
Os sifões formados por tubulações são muito utilizados porque, na maioria dos
casos, são muito econômicos. A Figura 6.29 apresenta um típico sifão formado por tubu-
lações, enquanto a Figura 6.30 fornece um exemplo do cálculo das perdas de carga
hidráulica através deste tipo de sifão. Neste exemplo, foram acrescentados 10% às per-
das calculadas, a fim de incluir o excesso de capacidade e um possível aumento no fator
de atrito dos condutos, ao longo do tempo. O procedimento indicado nesta figura pode
ser utilizado para sifões de qualquer formato.
Quando o sifão passar sob um canal natural de drenagem de cheia, é preciso inves-
tigar dois fatores. Primeiro, o canal natural deverá ser analisado, de maneira a determinar
se é estável ou se poderá ocorrer degradação. Neste último caso, o grau de degradação
deverá ser estimado, de modo a determinar a cota final do fundo do canal natural, para
fins de projeto. Será indispensável estimar a profundidade de erosão para a cheia de
projeto, de maneira que o sifão possa ser enterrado suficientemente, abaixo do leito do
canal natural, para permanecer estável durante uma cheia. Segundo, se houver qualquer
possibilidade de os condutos permanecerem vazios durante uma cheia, será necessário
peso submerso de solo suficiente, sobre os condutos, levando em consideração a profun-
didade de erosão, conforme indicado na Figura 6.29, para impedir a flutuação dos condu-
tos. O documento “Computing Degradation and Local Scour” (Cálculo de Degradação de
Erosão Local) [5] poderá ser utilizado para estimar a degradação e a subescavação.
Se o sifão for demasiado comprido para tornar pouco prático seu desaguamento
mediante bombeamento numa das extremidades, será preciso considerar a possibilida-
de de prover uma estrutura de drenagem no ponto mais baixo do sifão, ou nas suas
proximidades. Estes tipos de estruturas são particularmente recomendáveis nos canais
utilizados durante todo o ano, pois, numa emergência, o sifão poderá ser desaguado, sem
esvaziar o canal. Será preciso instalar “stoplogs” nas transições de saída e de entrada,
caso não exista uma comporta de controle. A Figura 6.31 apresenta uma típica estrutura
de drenagem. A válvula pode ser aberta para drenar o sifão por gravidade, até a cota da
estrutura de drenagem. Também é possível inserir uma bomba, através da flange cega, no
tubo vertical de aço, de modo a terminar a drenagem do sifão. Portanto, o tubo vertical de
aço deverá ser suficientemente grande para acomodar uma bomba submersível. Um orifí-
cio de entrada tipo flange cega, para ganhar acesso ao tubo, poderá ser incorporado à
estrutura de drenagem.
As estruturas de calha podem ser utilizadas para conduzir água ao longo de declives
acentuados, sobre depressões, em áreas de faixa de domínio restrito, ou quando outras
razões tornam as margens do canal impraticáveis. A calha numa encosta denomina-se
calha sobre o chão (Figura 6.33), enquanto a calha sobre uma depressão, calha aérea ou
aqueduto. A Figura 6.34 apresenta uma típica tubulação para construção em encostas.
Nos Estados Unidos, em geral é mais econômico, em termos dos custos de construção e
de manutenção, utilizar sifões formados por tubulações, ao invés de calhas aéreas. Em
outras partes do mundo, onde há dificuldades de fornecimento de tubos de grande diâme-
tro, o aqueduto poderá ser mais prático.
As paredes das calhas aéreas são consideradas vigas que sustentam a carga entre
os suportes. Se for vantajoso limitar o número de suportes, a calha aérea poderá apoiar-
se em vigas de concreto protendido. As calhas sempre devem ser construídas com juntas
de vedação entre as seções. As perdas hidráulicas nas calhas aéreas devem ser calcula-
das como para os sifões formados por tubulações, não sendo necessário acrescentar os
10% de excesso de capacidade.
6.3.4 Quedas
A queda do Tipo 2, apresentada na Figura 6.36, pode ser utilizada para vazões
maiores, e têm sido utilizada em quedas de até 12m, com uma saída amortecida por
impacto. O tubo pode ter declive de até 0,500, de maneira que a queda seja a menor
possível. Entretanto, as quedas de tubulação (às vezes denominadas rápidos de tubula-
ção) poderiam ser mais longas, acompanhando a superfície do terreno, conforme mostra-
do na Figura 6.40. Uma vez que as velocidades podem ser altas nas quedas de tubulação,
o fluxo deverá permanecer supercrítico, sem qualquer ressalto hidráulico no tubo. A saída
pode ser uma saída amortecida por impacto de dissipação. A saída amortecida por impac-
to não deve ser utilizada se os detritos na água forem de grande tamanho, ou em quanti-
dade excessiva, porque eles poderão ficar presos na parte anterior do bloco de impacto.
Para ambos os tipos de queda em tubulações, uma aeração deve ser sempre previs-
ta imediatamente à jusante da estrutura de entrada.
Podem ser utilizadas como alternativa. Embora sejam mais dispendiosas do que
outros tipos de quedas, apresentam muitas vantagens. Não requerem bacia de dissipa-
ção, uma vez que a energia é dissipada à medida que a água escoa através dos blocos da
queda. Não há limite de altura de queda, nem requisito de manter um nível mínimo de
água de jusante. É a estrutura ideal quando o canal termina num reservatório, com nível
de água variável. Se utilizada num canal de drenagem em que se prevê futura degradação,
a queda pode ser estendida dois dentes abaixo da cota da degradação prevista, e nenhu-
ma outra modificação precisará ser efetuada no futuro. Se ocorrer degradação maior do
que a prevista, a queda com blocos amortecedores poderá ser aumentada com facilidade,
conforme necessário, numa outra oportunidade. A Figura 6.38 apresenta uma típica que-
da com blocos amortecedores.
Existem muitos tipos diferentes de tomada d’água. Os dois sistemas básicos são as
tomadas d’água para canais secundários e as tomadas d’água para sistemas de tubula-
ção. Poderá ser necessário medir a água derivada nas tomadas d’água e, por isso, diver-
sos sistemas de medição tem sido incorporados às tomadas d’água. As tomadas d’água
mais comuns, de um canal a céu aberto para outro canal a céu aberto, incluem as toma-
das d’água de orifício sobre carga constante; as tomadas d’água com medidor de vazão
tipo molinete, com calha de Parshall, e outro tipo de dispositivo de medida tipo vertedouro;
e as tomadas d’água com módulo de controle de vazão do tipo comporta. As tomadas
d’água com calha em rampa estão sendo utilizadas com maior freqüência. Se não houver
necessidade de medir a vazão, será possível utilizar a tomada d’água mais simples e
menos dispendiosa.
A tomada d’água com calha em rampa é similar às tomadas d’água com calha
Parshall. Como a calha Parshall, a calha em rampa precisa estar situada a suficiente
distância de comportas, curvas, ou outros pontos de distúrbio, de modo a assegurar um
escoamento uniforme da água na entrada da calha.
A carga hidráulica na estação de medição não deverá ser superior a uma vigésima
parte do comprimento de crista, de modo a garantir um fluxo sem ondulações causadas
pelo controle de atrito. Desta forma, é necessário um critério adicional, assim expresso:
As calhas em rampa não têm maiores problemas com sedimentos do que os outros
tipos de calha. Nos canais novos, deve-se construir uma queda no fundo, transversal à
calha, para poder assegurar um fluxo normal, à montante e à jusante da calha. Se a
profundidade da água de aproximação for mantida próximo da profundidade de projeto,
os problemas com sedimentos poderão ser minimizados. Os testes com computador e
com modelos indicam que os sedimentos deverão ser removidos quando os depósitos
forem equivalentes a 30% da altura de crista.
Figura 6.47 Módulos com Portinhola para Controle da Vazão das Tomadas D’água
Figura 6.52 Vertedouro Tipo Sifão com Comportas para Drenar o Canal
Durante a operação de vertedouro a borda livre pode ser reduzida à metade do valor
nominal. Os três tipos mais comuns de vertedouro são os vertedouros de canal
lateral, os vertedouros-sifão e os vertedouros com comporta.
Quaisquer dos vertedouros poderão ser utilizados como estrutura de descarga, para
esvaziar o canal, mediante o acréscimo de uma comporta deslizante.
inoperantes. Quando o canal é preparado para operar, esses detritos poderão ser deslocados
canal abaixo, e serem evacuados no local do vertedouro. Uma estrutura de descarga com
comporta, automatizada para manter um nível normal de água no canal durante as cheias
ou a falta de energia elétrica, se transforma num vertedouro com comporta. O vertedouro
com comporta é ideal quando existe um sistema de controle remoto por supervisor, e a
comporta pode ser operada a partir de um centro de controle. Para se obter um sistema à
prova de erros, o vertedouro com comporta deverá ser equipado com um conjunto motor-
gerador, no caso de interrupções no fornecimento de energia elétrica para o vertedouro.
As estruturas de passagem de água por cima do canal são utilizadas para conduzir
as águas pluviais por cima do canal, em áreas em que o canal foi formado por meio de
corte no terreno. Estas estruturas, quando constituídas por tubos (ver Figura 6.54), po-
dem ser empregadas para vazões menores, sempre que não haja perigo de ficarem
obstruídas por detritos. As estruturas de passagem de água, por cima do canal, quando
constituídas por canaletas (ver Figura 6.55), são empregadas para grandes vazões, ou
quando as águas carregam quantidades substanciais de detritos. As estruturas de passa-
gem formadas por tubos podem ser dimensionadas com base em velocidades de até 3m/
s, utilizando-se a vazão da enchente de projeto e escoamento em tubo cheio. A entrada
do tubo deverá ser verificada para um evento maior do que a vazão de enchente de
projeto, a fim de se assegurar que não ocorra “overtopping” no muro do aterro de entrada
da estrutura de passagem. As estruturas de passagem constituídas por canaleta deverão
ser dimensionadas para a vazão de enchente de projeto e verificadas para determinar se a
borda livre da seção de canaleta poderá conter um evento de capacidade maior, sem
transbordamento. Uma recomendação conservadora, principalmente nos grandes siste-
mas de canais, é projetar para temporais com recorrência de 25 anos e fazer um cotejo
para temporais com recorrência de 100 anos. No caso de grandes vazões de drenagem,
quando o terreno original tem aproximadamente a mesma cota da superfície normal da
água no canal, poderá ser empregado um sifão de seção trapezoidal, o qual poderá ser
considerado como uma estrutura de transporte de canaletas, com uma parte da canaleta
submersa na água do canal. A Figura 6.32 ilustra este tipo de sifão. No caso de vazões
menores, uma alternativa ao sifão de seção trapezoidal seria um bueiro tubular, com bacia
de sedimentação na saída, conforme apresentado na Figura 6.56.
Os bueiros tubulares (Figura 6.56) são os mais comuns, em aterros de até 6m, no
máximo, já que os tubos pré-moldados são, em geral, mais econômicos do que os bueiros
celulares. Os bueiros tubulares devem ser dimensionados e checados, em termos de
transbordamento, por meio dos critérios discutidos no subitem 6.3.7.1. Se o bueiro exi-
gir uma bacia de sedimentação, conforme indicado na Figura 6.56, a capacidade da bacia
deverá ser projetada para acumular um ano de sedimentos. A bacia deverá ser limpa,
sempre que houver quantidades excessivas de sedimento. A experiência demonstra que,
em geral, a bacia de sedimentação é esvaziada quando ocorrem grandes cheias. Muitas
destas estruturas permanecem em operação durante anos, sem nunca serem limpas.
Quando são utilizados tubos múltiplos, será necessário um espaço livre equivalente
à metade do diâmetro externo do tubo (50cm, no mínimo) entre os tubos, a fim de
garantir espaço de serviço suficiente, em especial enquanto estiver sendo efetuada a
compactação do solo sob o quarto inferior dos tubos. O diâmetro mínimo dos tubos de
bueiro é de 60cm, com preferência pelo de 80cm, pois diâmetros iguais ou maiores
facilitam as operações de limpeza, mesmo quando obstruídos por detritos ou sedimentos.
Para reduzir a probabilidade de obstrução, o ponto mais baixo do tubo de bueiro só poderá
estar situado, no máximo, a uma altura equivalente a meio diâmetro de tubo, abaixo do
fundo da transição de saída.
Poderão ser utilizados dois tipos básicos de captação, conforme indicado na Figura
6.57. A captação em conduto pode ser utilizada quando as vazões a serem captadas são
pequenas, como no caso de vazões provenientes de áreas de drenagem isoladas, cujo
escoamento precisa ser feito pelo canal. O diâmetro mínimo do tubo a ser utilizado para
escoamento de águas pluviais é de 45cm, de maneira a reduzir os problemas associados
à passagem de detritos. Se o revestimento do canal não for de concreto, será preciso
proteger a saída do tubo com enrocamento, para evitar erosão na seção de terra. A
estrutura de concreto é mais utilizada para as grandes vazões afluentes e, em geral, é
empregada em canais com revestimento de terra. A geratriz inferior da estrutura deverá
estar situada abaixo do fundo do canal, a fim de garantir um ressalto hidráulico dentro da
estrutura. Ambas as estruturas deverão ser projetadas de modo a assegurar que não
ocorrerá erosão à montante da captação.
Coeficientes
Tipo de transição aberta para conduto fechado:
Entrada Saída
Corrente linear com muros empenados para abertura retangular 0,1 0,2
Reta com paredes empenadas para abertura retangular 0,2 0,3
Reta com paredes empenadas para abertura de tubo com filetes no canto inferior 0,3 0,4
Diedro com uma face vertical e outra oblíqua para abertura retangular 0,3 0,5
Diedro com uma face vertical e outra oblíqua para abertura de tubo 0,4 0,7
Transição fechada:
Quadrada ou retangular para abertura circular (ângulo máximo com a linha central = 7,5 graus) 0,1 0,2
Nas condições hidráulicas ideais, o ângulo máximo entre a superfície da água nas
paredes da transição e a linha central do canal não deverá exceder 27,5 graus, através
das transições de entrada, e 22,5 graus, através das de saída. Razões econômicas pode-
rão recomendar um ângulo de 25 graus, para as transições, tanto de entrada quanto de
saída, de maneira que as mesmas fôrmas possam ser usadas em todas as transições.
Com freqüência, utiliza-se um ângulo de 30 graus para as transições de entrada em
estruturas de controle do nível da água, e, nesse caso, aceita-se uma perda adicional,
resultante da estrutura. Os projetos deverão contemplar uma perda, através das estrutu-
ras de controle do nível da água, equivalente a 0,5 vezes a diferença das cargas cinéticas
através da abertura da estrutura e da seção de canal à montante.
A perda de carga para as curvas nos condutos fechados (hL), em metros, pode ser
calculada por meio da seguinte fórmula:
hL = (KB) [(v)2]/(2g).
Os valores de “KB” podem ser obtidos na Figura 6.59. A Figura 6.60 ilustra méto-
dos de cálculo para as curvas tipo combinadas dos tubos (ver definição na própria figura).
O efeito do remanso, provocado por pilares na seção do canal, deverá ser conside-
rado na elaboração de projetos de canais, em terreno de muito pouca declividade.
6.3.9.7 Percolação
Onde a água se encontra confinada numa área acima do ponto de alívio, como no
caso à montante de uma estrutura de controle do nível da água, existe uma tendência
para a água fluir ao longo da estrutura, ou através da terra, até o ponto de alívio mais
baixo. O tipo de estrutura e a natureza do solo regerão a quantidade e a velocidade de
fluxo. O fator de percolação deverá ser, pelo menos, de 2,5:1, de acordo com o Método
de Filtração Ponderada de Lane, e de 3,5:1, no fluxo reto. São comuns fatores do fluxo
reto de 5:1. Poderão ser necessários valores deste fator mais altos, quando o tipo de
solo, ou a importância e o tipo de estrutura, assim o exigirem.
6.3.9.8 Estabilidade
As Figuras 6.62, 6.63 e 6.64 poderão ser utilizadas para auxiliar o engenheiro de
projetos com problemas relacionados a ressaltos hidráulicos. O documento “Design of
Small Canal Structures” (Projetos de Estruturas para Pequenos Canais) [4] contém infor-
mações adicionais acerca deste tópico.
6.3.9.10 “Riprap”
Quando a inclinação do conduto for bastante acentuada para produzir uma veloci-
dade de saída superior a 1,5m/s, utilizar-se-á o próximo nível de proteção (Tipo 3, no
mínimo). Para informações adicionais a respeito do tamanho do “riprap”, ver a Seção 11
do documento “Hydraulic Design of Stilling Basins and Energy Dissipators” (Projeto Hidrá-
ulico de Bacias de Dissipação e Dissipadores de Energia) [6].
Muitas estruturas dos sistemas de canais são elementos que contêm água e, con-
seqüentemente, não estão totalmente incluídos na norma ACI 318-83 [10]. Em geral, os
elementos estruturais que contêm água são calculados com base no projeto de resistên-
cia máxima à ruptura, utilizando-se um coeficiente adicional relativo a “contendo água”,
resultando em fatores de carga aumentados [11]. A seguir, encontram-se relacionados os
termos que definem os requisitos, inclusive os relativos a “contendo água”:
D = Cargas estáticas
L = Cargas dinâmicas
F = Cargas fluidas
MD = Momentos resultantes das cargas estáticas
ML = Momentos resultantes das cargas dinâmicas e das cargas da terra
MF = Momentos resultantes das cargas fluidas
TD = Força de tração resultante das cargas estáticas
TL = Força de tração resultante das cargas dinâmicas
TF = Força de tração resultante das cargas fluidas
U = Resistência requerida (ACI 318-83)
Uw = Resistência requerida nas estruturas que contêm água
PHI = Fator de redução da resistência (ACI 318-83)
Mn = Resistência nominal de momento na seção (ACI 318-83)
Vs = Resistência nominal ao cisalhamento fornecida pela armadura
para cisalhamento (ACI 318-83)
Vu = Força de cisalhamento fatorada na seção (ACI 318-83)
Vc = Resistência nominal ao cisalhamento fornecida pelo
concreto (ACI 318-83)
fs = Tensão calculada na armadura, na carga normal de serviço
fy = Resistência especificada ao escoamento da armadura não-protendida
Para flexão, o aumento nos fatores de carga resulta em um fator máximo de carga
de 1,3 X 1,7 = 2,21, para cargas normais dinâmicas, de água e de terra; e um fator
mínimo de carga de 1,3 X 1,4 = 1,82, para todas as cargas estáticas. Em conjunção com
os fatores “PHI” prescritos na norma ACI 318-83 [10], estes fatores de carga em geral
resultam em tensões de flexão de carga máxima de serviço na armadura de 165 a 200MPa.
Não é necessário qualquer aumento nos fatores de carga [12] para a resistência ao
cisalhamento ou à compressão do concreto. Portanto, as profundidades ou espes-
suras calculadas dos elementos permanecem inalteradas, em relação àquelas
sugeridas na norma ACI 318 [10].
A norma ACI 318 [10] indica que a armadura de flexão deverá ser corretamente
distribuída dentro das zonas de tensão máxima de flexão, de modo a limitar a largura
computada das rachaduras. Também estabelece o termo, Z, para a distribuição da arma-
dura de flexão, a fim de controlar o rachamento decorrente da flexão nas vigas e nas lajes
armadas numa direção:
Z = 39,37fs[(dc)(A)]0,333;
S = (1,639)[(10)(-5)][(Z/fs))3]/(dc)2,
onde:
como concreto exposto à água com pH superior a 5, com teores de sulfatos inferi-
ores a 1.500 partes por milhão, ou concreto com ar incorporado exposto a ciclos
úmido/seco.
Os elementos estruturais das estruturas que não contêm água podem ser calculados
segundo as recomendações da norma ACI 318.
Embora, em geral, a soldadura das junções seja desencorajada, algumas vezes esse
procedimento pode ser considerado. Quando a junção de barras de aço for efetuada
por soldadura [13], as soldas deverão atender às especificações de AWS D1.4,
“AWS Strutuctural Welding Code – Reinforcing Steel” (Código de Soldas Estrutu-
rais da AWS – Aço de Armadura) [14].
A AWS D1.4 indica que a maioria das barras de reforço pode ser soldada. Entretan-
to, é difícil realizar o pré-aquecimento e outras medidas de controle de qualidade
requeridas para as barras com altos equivalentes de carbono. Recomenda-se que os
equivalentes de carbono sejam limitados a 0,45%, no caso de barras no.7, ou
maiores, e 0,55%, para as barras no.6, ou menores. A maioria das barras de reforço
que atendem à norma ASTM A615, Grade 60, não atenderá as especificações de
composição química supramencionadas. Não deverá ser permitida a soldadura
por pontos destas barras, exceto quando atenderem os requisitos de composição
química. As barras ASTM A615, Grade 40, podem ou não atender as especificações
anteriores. As barras que obedecem às especificações da ASTM A706 são especi-
almente formuladas para serem soldáveis e deverão ser selecionadas nos casos em
que as especificações permitam a soldadura das barras de reforço.
Os seguintes critérios poderão ser utilizados para determinar a área de seção trans-
versal de barras do reforço necessário contra esforços de temperatura e de contra-
ção. Os percentuais indicados estão baseados na área de seção transversal bruta
do concreto a ser reforçado. Quando a espessura do elemento de concreto exceder
40cm, utilizar-se-á uma espessura de 40cm, na determinação da quantidade de
armadura contra esforços de temperatura e de contração.
A armadura mínima das estruturas deverá ser constituída por barras no. 4, a inter-
valos de 30cm, em todas as faces expostas e onde a armadura principal for coloca-
da em uma só camada, e barras no. 4, a intervalos de 45cm, em faces não-expos-
tas ou onde a armadura principal for colocada em duas camadas.
Tipo de Estrutura
Armadura em Camada Única (%)
Contendo Água (%) Outras (%)
1. Revestimentos de canal de concreto armado, com 100mm de
espessura, ou menos, com armadura descontínua de tela de aramee
planos enfraquecidos a cada 3,5 – 4,5m 0,10
2. Lajes e revestimentos não expostos diretamente ao sol, com
espaçamento entre juntas de até 9m. 0,25 0,18
3. Lajes e revestimentos expostos diretamente ao sol, com espaçamento
entre juntas de até 9m. 0,30 0,20
4. Lajes e revestimentos, com espaçamento entre juntas acima de 9m:
Não expostos diretamente ao sol 0,35 0,20
Expostos diretamente ao sol 0,40 0,25
Tipo de Estrutura
Armadura em Camada Única (%)
Contendo Água (%) Outras (%)
1. Face adjacente à terra, com espaçamento entre juntas de até 9m 0,10 0,06
2. Face não adjacente à terra, nem exposta diretamente ao sol, com
espaçamento entre juntas de até 9m 0,15 0,10
3. Face não adjacente à terra, mas exposta diretamente ao sol, com
espaçamento entre juntas de até 9m 0,20 0,13
4. Se o elemento exceder 9m, em qualquer direção paralela à armação,
acrescentar à armação requerida nessa direção, devido ao
comprimento adicional 0,05 0,05
5. Se a laje estiver fixada ao longo de qualquer linha, dobrar a dimensão
da linha de fixação até a extremidade livre, e utilizar uma das
categorias anteriores, de 1 a 4, conforme apropriado, a fim de se obter
o percentual requerido da armadura contra esforços de temperatura e
de contração.
Quando for necessário controlar a deflexão de uma parede ou uma laje, a espessura
deverá ser calculada de maneira que a área da armadura requerida seja inferior a
35% da área balanceada no cálculo da armadura.
Os muros e as paredes com duas camadas de reforço deverão ter espessura mínima
de 20cm. Exigir-se-á reforço em duas camadas, para paredes com espessura igual
ou superior a 20cm.
Os muros e as paredes tipo cantiléver de até 2,4m de altura deverão ter espessura
mínima, na base, equivalente a 8,3cm por metro de altura (12,5cm, no mínimo). Os
muros e as paredes com altura superior a 2,4m deverão ter espessura mínima na
base equivalente a 20cm, mais 6,3cm, para cada metro de altura acima de 2,4m.
Em geral, a espessura das paredes das estruturas tipo caixa deverá ser projetada
para resistir às forças de cisalhamento totais, sem o uso de armação contra
cisalhamento.
poderá ser utilizada, de acordo com os parágrafos pertinentes da norma ACI 318
[10].
Em solos susceptíveis à erosão por “piping”, o “cutoff” poderá ser estendido hori-
zontal ou verticalmente, ou em ambos os sentidos, a fim de prover proteção apro-
priada contra percolação. É preciso que os “cutoffs” sejam bastante largos e pro-
fundos, para que sejam eficazes sob condições de solo desconhecidas, quando as
investigações realizadas antes da elaboração do projeto tenham sido inconclusivas.
Em geral, a armadura vertical nos “cutoffs” é igual à longitudinal, no piso da transi-
ção. Se for empregada apenas uma camada de armadura no “cutoff”, a armadura
vertical deverá ser colocada no centro do “cutoff”. No caso de canais em solos
susceptíveis à erosão por “piping”, ou onde as pressões diferenciais são substanci-
ais, poderá considerar-se um revestimento de concreto armado, com juntas de
vedação, o qual funcionaria como manta contra percolação. O subitem 6.3.9.7
contém informações adicionais relativas à percolação.
As juntas de construção que não forem necessárias por razões estruturais deverão
ser rotuladas “Juntas de Construção Opcionais” e poderão ser omitidas, a critério
da empreiteira. As juntas de construção não rotuladas “opcionais” nos projetos
deverão ser incluídas nas propostas e na execução da obra. As juntas de constru-
ção são necessárias onde grandes massas de concreto se unem a pequenas mas-
sas de concreto e onde lançamentos verticais altos de concreto se unem a extensos
lançamentos horizontais. As juntas de construção contemplam a maioria dos movi-
mentos de contração e de recalque que ocorrem quando o concreto endurece, e
provocam uma rachadura reta no concreto, ao invés de rachaduras irregulares e
descontroladas. Na parte inferior da estrutura, tais rachaduras descontroladas não
poderiam receber as vedações, para impedir o vazamento de água através da junta.
Utilizar-se-ão vedações nas juntas de construção, sempre que for essencial que as
juntas sejam estanques.
Misulas – Podem ser utilizadas misulas nos cantos internos da interseção entre dois
elementos estruturais de concreto, de modo a fornecer maior resistência ou aliviar
as concentrações de tensão, nos pontos de tensão máxima. Arbitra-se que o com-
primento de vão entre os elementos estruturais se estende a partir de um ponto
situado a um terço do tamanho da misula da face do outro elemento. As misulas
não devem ser utilizadas de maneira generalizada, devido às grandes dificuldades
de construção e ao custo de construção das formas de misulas.
6.3.10.2 Carregamento
As cargas transientes que incidem em cada estrutura são determinadas pelo enge-
nheiro de projetos após um estudo da natureza da distribuição das cargas, das
possíveis cargas concentradas, da vibração e do impacto e de outras condições
pertinentes. As cargas transientes consistem em cargas de terra verticais e laterais
[10, 16], cargas estáticas e dinâmicas da água, objetos em movimento, equipa-
mento, comportas e equipamento de içamento e cargas de impacto, eólicas, de
construção, de terremoto e de explosões, assim como cargas resultantes da opera-
ção e da manutenção do sistema. Os pesos de materiais mais comuns, em kN/m3,
são os seguintes:
Água 9,8
Terra úmida não-compactada 15,7
Terra compactada 18,9
Terra saturada 21,2
As cargas das estradas de rodagem e das ferrovias podem ser encontradas nas
normas NBR 7188 [19] e NBR 7189 [20], da ABNT. Estas normas contêm as cargas e as
suas distribuições, a serem utilizadas para as estruturas das estradas de rodagem e das
ferrovias, respectivamente. As ferrovias podem ter requisitos e normas especiais, que
devem ser obedecidos na elaboração dos projetos das estruturas que sustentam seus
trilhos.
Em geral, as paredes mais íngremes que 1,5:1 são projetadas para serem sustenta-
das pelas fundações sobre as quais se apoiam. No Capítulo 5 deste MANUAL, a Figura
5.8 ilustra as pressões resultantes sobre paredes menos íngremes que 1,5:1.
Empuxo Ativo – Se uma estrutura se deforma, de maneira que o solo sofra defor-
mação lateral de expansão, o empuxo do solo contra a estrutura diminui gradual-
mente, aproximando-se de um valor limite inferior, conhecido como empuxo ativo.
Pa = u.H.(tg45o phi/2)2
onde
Pp = wH tg (45 + phi/2)2
onde
Po = (w)(H)[1 – sin(phi)];
onde
c
Material f
kPa
Concreto (21MPa, em 28 dias) 0,80 *3.000
Rocha – sólida e maciça 0,80 2.800
Rocha – fraturada, com juntas 0,60 700
Cascalho 0,50 0
Areia 0,40 0
Argila, firme 0,30 70
Argila, mole 0,20 14
No caso das estruturas com fundações sobre argila ou outro material de baixo
índice de atrito, poderá ser necessário acrescentar chaves de concreto, monolíticas
com a laje de fundação, de maneira a se obter resistência suficiente ao deslizamento,
pelo abaixamento da cota do plano de deslizamento. Algumas vezes, como no caso
das forças geradas pelos abalos sísmicos, poderão ser necessárias estacas. Para as
estruturas sobre fundações escalonadas, no máximo 60% da área da parte plana
deverão ser considerados no cálculo de cA, pois, em geral, os degraus das funda-
ções se quebram.
Se o fator de segurança for inferior ao desejado (em geral, 2,0), indica-se o poten-
cial de deslizamento, e as forças laterais do solo entram em jogo. A seguir, calcula-se o
fator de segurança, por meio da seguinte equação:
Estrutura Completa e
Durante a Construção
Equipamento em Operação
Fator de Segurança Contra: Carga Carga
Normal Extrema Normal Extrema
Tombamento 1,1 1,1 1,2 1,1
Cisalhamento-Atrito 1,5 1,1 2,0 1,5
Flutuação 1,1 1,1 1,2 1,1
Onde partes do alicerce de uma estrutura descansam sobre argila mole ou de dure-
za média, ou pó de pedra, ou esses materiais estão diretamente subjacentes aos alicer-
ces, e outras partes da estrutura descansam sobre materiais diferentes, ou onde as cama-
das de material mole variam consideravelmente em espessura, será preciso investigar a
magnitude e a distribuição dos recalques prováveis. Quando necessário, as cargas per-
missíveis deverão ser reduzidas, ou medidas especiais deverão ser contempladas na ela-
boração do projeto da estrutura, de modo a evitar recalques diferenciais perigosos.
Pressões de Carga
MATERIAIS
Permissíveis (kN/m2)
Rocha-mãe maciça, sem laminações, como granito, gnaisse, bassalto, felsito e conglomerados
9.550
totalmente cimentados, todos em condições inalteradas (o que permite algumas fissuras)
Rochas lameladas, como ardósias e xistos, em condições inalteradas (o que permite algumas fissuras) 3.350
Argilitos xistosos em condições inalteradas (o quepermite algumas fissuras) 955
Depósitos residuais de rocha-mãe fraturada ou quebrada de qualquer tipo, exceto argilito xistoso 955
Terra endurecida 955
Misturas de areia-cascalho e cascalho compacto 475
Misturas de areia-cascalho e cascalho solto; Areia grossa e compacta 380
Areia grossa e compacta 285
Areia fina e solta 95
Argila dura 570
Argila de dureza média 380
Argila mole 95
No Brasil, a maioria dos projetos de irrigação possui uma restrição operacional: não
se deve bombear durante as quatro horas de pico de consumo de eletricidade, em geral
das 17 às 21 horas. Além disso, usualmente a duração dos períodos de irrigação na
propriedade rural pode variar entre 16 e 20 horas diárias. A limitação de bombeamento
fora das horas de pico baseia-se nos altos custos de uso de energia elétrica durante as
horas de pico de consumo e precisa ser considerada na elaboração dos projetos. A dura-
ção da irrigação durante o dia deve ser definida durante o planejamento do projeto, com
base nas práticas de irrigação dos agricultores, nos tipos de culturas, na capacidade do
solo de reter a água e no método de irrigação a ser empregado. (É importante apontar o
fato de que o programa de assistência técnica do “Bureau of Reclamation” no Brasil tem
recomendado enfaticamente que os períodos de irrigação das propriedades rurais sejam
estendidos ao máximo possível, devido ao alto custo da capacidade adicional requerida
no sistema, quando a irrigação é efetuada durante menores períodos diários.) Estas duas
limitações (operar durante os períodos fora do pico de consumo e tempo de irrigação
reduzido) aumentam a complexidade da operação dos canais, pois o abastecimento do
sistema (a partir das estações de bombeamento) é interrompido e reiniciado a cada dia, e
o início e/ou o fim do período diário de irrigação poderá ou não coincidir com a partida ou
o desligamento das estações de bombeamento. É indispensável adotar-se um método
flexível, estável e de resposta rápida de operação dos sistemas de canais, a fim de aten-
der às variáveis demandas de água dos usuários, oportunamente, sem desperdício exces-
sivo de água.
Os canais podem ser operados como um sistema orientado para a demanda à jusante,
no qual a vazão do canal é estabelecida com base nas demandas de distribuição de água
à jusante, ou como um sistema orientado para a oferta à montante, no qual a vazão
baseia-se na oferta de água à montante.
Num sistema típico orientado para a oferta com demanda programada (Sistema
Orientado para a Oferta) à montante, as demandas de distribuição precisam ser totalmen-
te programadas e controladas. Os agricultores recebem água de acordo com um rigoro-
so cronograma de distribuição, que é definido com base nas necessidades dos agriculto-
res, na disponibilidade de água da fonte e nas limitações de capacidade do sistema. O
Manual “Operação e Manutenção dos Projetos de Irrigação” contém informações acerca
dos cronogramas de distribuição de água.
Com os sistemas orientados para a oferta, a distribuição de água para cada agricul-
tor precisa ser programada com antecedência de um ou mais dias, de maneira a fornecer
a vazão apropriada no início do canal. É quase impossível estabelecer a vazão, exatamen-
te na quantidade necessária para atender à demanda acumulada e compensar as perdas
por infiltração e evaporação, que ocorrem no caminho. Se o abastecimento for inadequa-
do, os agricultores no final do sistema não receberão a água a eles alocada. Para assegu-
rar que isso não ocorra, a vazão liberada no início do canal deverá incluir uma quantidade
de água adicional, como margem de segurança, e a vazão em excesso, que não for
utilizada, será desperdiçada.
Uma vantagem dos sistemas orientados para a oferta é que minimizam a terraple-
nagem requerida na construção das margens do canal e as quantidades de materiais de
revestimento do canal. O nível máximo da água em cada canal ocorre na vazão máxima,
e o perfil da superfície da água é paralelo ao fundo do canal. Portanto, as margens do
canal e a parte superior do revestimento podem ser construídas com alturas constantes,
acima do fundo do canal em cada trecho.
6.4.2.3 Combinações
Em alguns casos, o sistema pode operar normalmente como sistema orientado para a
demanda, mas, sob determinadas circunstâncias, opera como sistema orientado para a
oferta. Durante os meses de pico de demanda, a capacidade do sistema de distribuição
poderá ser insuficiente para atender a todos, com demanda ilimitada. Nesse caso, o sistema
deverá ser operado como sistema orientado para a oferta, a fim de evitar que os últimos
trechos do sistema recebam água insuficiente. Além disso, durante períodos de escassez
de água, quando apenas um percentual da demanda poderá ser atendido, o sistema será
operado como sistema orientado para a oferta, a fim de distribuir eqüitativamente os pou-
cos recursos hídricos disponíveis.
Nestes sistemas, os ajustes são efetuados in situ, por um canaleiro, seja por meio
de dispositivos manuais, seja por dispositivos economizadores de trabalho, como motores
de içamento de comportas, os quais são instalados no local, a fim de ajudar a efetuar os
ajustes necessários. Normalmente, o canaleiro começa seu trabalho à montante no início
do trecho de canal pelo qual é responsável, e se desloca na direção jusante, fazendo os
ajustes necessários nas sucessivas comportas de controle do nível de água e tomadas
d’água, à medida que a vazão chega em cada ponto.
O controle local manual funciona melhor nos sistemas orientados para oferta, nos
quais as distribuições são programadas de maneira que o canaleiro possa estar na estru-
tura de regulação apropriada, para fazer os ajustes, no momento certo. Com um grande
número de canaleiros e um sistema de rádio, seria possível mas, provavelmente, não
prático, utilizar o sistema de controle local manual para operar os sistemas orientados
para a demanda.
Nos sistemas de controle automático local, os ajustes são efetuados in situ, por
meio de equipamento de controle, sem intervenção humana. O controle automático local
pode ser efetuado por meios hidráulicos ou por um controlador, que consiste de vários
elementos de sensoreamento, controle e acionamento.
Os sistemas de controle automático local são mais apropriados aos sistemas orien-
tados para a demanda à jusante. Quando instalados nos sistemas orientados para a ofer-
ta, são empregados, normalmente, em associação com controle manual local e/ou contro-
le remoto por supervisor (vide subitem 6.4.3.4, a seguir).
Nestes sistemas, os ajustes são efetuados numa central de controle, com diversos
níveis de participação de operadores humanos. Uma estação-mestra na central de controle
realiza as funções de coleta de dados em locais remotos no sistema de canais, e apresenta
os dados, num formato adequado, para a tomada de decisões pelo operador. Cada local
remoto, como uma comporta de controle de canal, requer uma unidade terminal remota
(UTR), que monitora dados, como níveis da água, posição da comporta e situação operacional
do equipamento, transmitindo-os, a seguir, para a estação-mestra. A UTR também controla
o local remoto; ajusta a posição da comporta com base nas instruções do operador, as
quais são transmitidas da estação-mestra. Portanto, este tipo de operação requer um siste-
ma de transmissão e recepção entre a UTR, nos locais remotos, e a estação-mestra.
Os sistemas de controle remoto por supervisor podem ser manuais, quando cada
passo no processo decisório e no procedimento de controle é executado manualmente
por um operador humano, ou automáticos, quando algumas ações de rotina são realiza-
das automaticamente pelo computador. Só ocasionalmente é instalado controle pleno por
computador, devido à complexidade e ao custo de desenvolvimento, instalação e depura-
ção (“debugging)” do “software”. De todas as formas, sempre há a necessidade de inter-
venção manual numa emergência ou em outras situações que escapam à rotina. Quando
apenas um operador humano intervém, o sistema é bem simples e flexível. A melhor
maneira de desenvolver o “software” (se desejado) para os sistemas de controle por
supervisor é começar a operação com controladores humanos e manter um histórico dos
ajustes de rotina efetuados. á medida que o tempo passa, será possível desenvolver,
empiricamente, alguns algoritmos simples de comando, de modo a aliviar a carga de
trabalho do operador, delegando as mudanças rotineiras ao computador.
Os sistemas de controle remoto por supervisor são flexíveis e podem ser projetados
para os sistemas para a demanda, os orientados para a oferta e os mistos. Além disso,
também podem ser projetados para permitir que a operação do sistema possa passar de
demanda para oferta, dependendo das circunstâncias. Devido à complexidade do desen-
volvimento do “software”, é normalmente mais factível operar os sistemas de controle
remoto por supervisor com operadores humanos, que podem ajustar-se a várias situações
diferentes. A principal vantagem dos sistemas de controle remoto por supervisor é sua
capacidade de fazer ajustes simultâneos em todo o sistema. No Brasil, este é um grande
benefício, porque todas as comportas podem ser simultaneamente fechadas, no início do
período de pico de consumo de energia elétrica, e abertas, no fim desse período.
Os sistemas de controle manual local, automático local e por supervisor não são
mutuamente exclusivos. Em muitos projetos de recursos hídricos, a operação requer o
uso de uma combinação de dois ou até três métodos. Os méritos relativos dos três tipos
de controle dependem das circunstâncias específicas de uso. Por exemplo, as tomadas
d’água do tipo gravidade podem exigir um controlador automático local, de modo a man-
ter, automaticamente, uma vazão de fornecimento constante, no caso de o nível de água
no canal variar freqüentemente. Nem sempre o canaleiro estará disponível no local, com
a freqüência necessária, para fazer os ajustes de abertura de comporta necessários para
compensar as variações e manter uma vazão de distribuição constante.
No caso dos sistemas orientados para a oferta, o controle automático local poderá ser
utilizado nas principais comportas de controle ao longo do canal. As tomadas d’água seriam
operadas seja manualmente, por um canaleiro, seja por um sistema de controle remoto por
supervisor, já que a distribuição é previamente programada e as comportas das tomadas
d’água só devem ser abertas na hora certa, e não cada vez que chega água à tomada, como
seria o caso se as comportas das tomadas d’água fossem operadas por controle automático
local.
O gradiente da superfície da água deverá variar com a vazão, a partir de uma linha
paralela ao fundo do canal, na vazão máxima, até uma linha horizontal, na vazão zero. O
volume contido entre os dois gradientes é denominado volume de cunha.
Quando é preciso operar o sistema algumas vezes com controle orientado para a
demanda e, outras, para a oferta, a melhor configuração do sistema deverá ser a de
controle remoto por supervisor, com operação manual (humana a partir do centro
de controle), com sensores imediatamente à montante e à jusante de cada estrutu-
ra de controle. Se o sistema for operado com controle orientado para a demanda, as
comportas serão operadas com base nos níveis de água imediatamente à jusante da
comporta (método de profundidade constante na extremidade montante da pisci-
na) e, se operado como sistema orientado para a oferta, as comportas serão opera-
das com base nos níveis de água imediatamente à montante da estrutura de contro-
le (método de profundidade constante na extremidade jusante da piscina);
Método de Volume Constante – O ponto de pivô está situado perto do ponto médio
da piscina do canal (Figura 6.68c). Os volumes de cunha à montante e à jusante do
ponto de pivô são iguais e de sentido oposto. O volume de água nas cunhas e a
distância de deslocamento são menores, o que permite que ocorram flutuações de
vazão mais rápidas, através do sistema de canais. Este método é mais adequado
para os sistemas orientados para a demanda à jusante, do que para os orientados
para a oferta à montante;
Este método de operação de piscinas pode ser implementado por quaisquer dos
métodos de controle descritos no subitem 6.4.3, exceto pelo método de controle
manual local, que pode ser dificultado por este tipo de operação, devido à distância
entre a comporta e o ponto de pivô;
Método de Volume Controlado – Com este método, o ponto de pivô não é fixo, mas
pode ser deslocado dentro da piscina (Figura 6.68d). Além disso, poderá inexistir
limitação relativa à profundidade constante. A superfície da água poderá subir ou
descer, o que permite aproveitar o armazenamento na piscina.
6.4.6 Automação
6.4.6.2 Algoritmos
Este algoritmo pode ser implementado seja eletromecanicamente, seja com micro-
processador. É aplicável a sistemas de controle orientados para a demanda e para a
oferta, embora tenha-se mostrado mais eficiente nos sistemas orientados para a demanda
à jusante, nos quais é empregado para controlar o nível da água imediatamente à jusante
da comporta.
Estes dois algoritmos são essencialmente o mesmo, pois ambos utilizam o método
proporcional mais reiniciação (“reset”) proporcional (expresso na sigla P+PR), de modo a
reajustar a variável controlada ao valor desejado. A principal diferença entre os dois
algoritmos está na sua aplicação. Ambos são utilizados em sistemas de canais em que as
piscinas são operadas de modo a manter uma profundidade constante, na extremidade
jusante da piscina. O algoritmo EL-FLO + RESET é empregado nos sistemas orientados
para a demanda à jusante, para controlar a comporta na extremidade montante da pisci-
na, conforme ilustrado na Figura 6.69a. O algoritmo P+PR é usado nos sistemas orienta-
dos para a oferta, a fim de controlar a comporta na extremidade jusante da piscina, como
apresentado na Figura 6.69b. Ambos podem ser implementados por meio de componen-
tes eletrônicos do tipo analógico, ou de microprocessadores, para executar o algoritmo
programado.
BIBLIOGRAFIA
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[2] Earth Manual, Bureau of Reclamation, Denver, Colorado, 2a.Edição, 1974.
[3] Ground Water Manual, Bureau of Reclamation, Revisada, 1985.
[4] Design of Small Canal Strutures, Bureau of Reclamation, Denver, Colorado, Revisada, 1978.
[5] “Computing Degradation and Local Scour”, Bureau of Reclamation, Denver, Colorado, 1984.
[6] “Engineering Monograph N 25, Hydraulic Design of Stilling Basins and Energy Dissipators”,
Bureau of Reclamation, Denver, Colorado, Revisada, 1978.
[7] THORSKY, G.N., TILP, Paul J. and HAGGMAN, P.C., “Slug Flow in Steep Chutes”, Report N
CB-2, Bureau of Reclamation, Denver, Colorado, 1967 (Esgotado).
[8] Water Measurement Manual, Bureau of Reclamation, Denver, Colorado, 2a.Edição, Revisada,
1984, e Water Measurement Manual (Metric Supplement, Bureau of Reclamation, Denver,
Colorado, 2a.Edição, 1967.
[9] Hydraulic and Excavation Tables, Bureau of Reclamation, Denver, Colorado, 11 Edição, 1957.
[10] “ACI Building Code Requirements for Reinforced Concrete” (ACI 318-83)).
[11] ACI Manual of Concrete Practice 1988, Part 4, Report by ACI Committee 359R-83.
[12] KLEIN, Frank, HOFFMAN, Edward S., and RICE, Paul F., “Application of Strength Design Methods
to Sanitary Structures”, Concrete International, April 1981.
[13] PCI Design Handbook – Precast and Prestressed Concrete, Prestressed Concrete Institute,
3a.Edição, 1985.
[14] “Structural Welding Code – Reinforcing Steel”, AWS D1..4-79, American Welding Society.
[15] “Design Criteria for Concrete Retaining Walls”, Report of the Task Committee on Design Criteria
for Retaining Walls, Bureau of Reclamation, Denver, Colorado, Revisada, 1977.
[16] “ACI Commentary on Building Code Requirements for Reinforced Concrete” (ACI 318.83).
[17] SOWERS and SOWERS, Introductory Soil Mechanics and Foundations, The MacMillan Company,
3a.Edição, 1970.
[18] TERZAGHI and PECK, Soil Mechanics in Engineering Practices, John Wiley & Sons, Inc., 1967.
[19] NBR 7188, “Carga Móvel em Ponte Rodoviária e Passarela de Pedestre”, ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 1984.
[20] NBR 7189, “Cargas Móveis para Projeto Estrutural de Obras Ferroviárias”, ABNT – Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, 1985.
[21] Canal Systems Automation Manual – Volume 1, 1a.Edição, Bureau of Reclamation, Denver,
Colorado, 1991.
[22] CHEVEREAU, G. and GAUTHIER, M.F., “Use of Mathematical Models as an Approach to Flow
Control Problems”, Proceedings of the International Symposium on Unsteady Flow in Open
Channels, BHRA-IARH, Newcastle-Upon-Tyne, Inglaterra, pp. J1-12, 1976.
ANEXO A
Programa de
Computador para
Calhas em Rampa
Na linha 110, digitar valores numéricos para B1, B3, Z1 e Z3. Na linha 120, digitar
valores numéricos para S, I e L0. Na linha 140, digitar valores numéricos para K, L3, Y8,
L1 e L2. Na linha 190, digitar valores numéricos para G e V1. Na linha 192, digitar um
título para a calha em rampa.
16 DEF FNE(X)=(B1+Z1*X)*X
28 DEF FNN(X)=B3+2*Z3*X
38 DEF FNC(X)=(B3+Z3*X)*X
48 DEF FNP(X)=B1+2*X*(1+Z1*Z1).5
58 DEF FNO(X)=B3+2*X*(1+Z3*Z3).5
109 READ B1,B3,Z1,Z3,S,I,L0,K,L3,Y8,L1,L2
110 DATA (Digitar valores númericos métricos para B1, B3, Z1, Z3)
120 DATA (Digitar valores númericos métricos para S, I, L0)
140 DATA (Digitar valores númericos métricos para K, L3, Y8, L1, L2)
189 READ G, V1
190 DATA (Digitar valores númericos métricos para G, V1)
192 LPRINT “(Colocar aqui o NOME da calha em rampa)”
193 LPRINT
194 LPRINT “B1 B3 Z1 Z3 K L3 Y8 L1 L2 ”
195 LPRINT B1,B3,Z1,Z3
196 LPRINT K,L3,Y8,L1,L2
197 LPRINT “ ”
200 LPRINT “ Y1”,”Q1"
205 LPRINT
206 LET B1=B1/.3048
207 LET B3=B3/.3048
208 LET S=S/.3048
209 LET I=I/.3048
210 LET L0=L0/.3048
211 LET K=K/.3048
212 LET L3=L3/.3048
213 LET Y8=Y8/.3048
214 LET L1=L1/.3048
215 LET L2=L2/.3048
216 LET G=G/.3048
217 LET V1=V1/.3048
218 FOR Y1=S TO L0 STEP I
220 LET Y=Y8+Y1
236 LET M=0
237 LET Q5=0
238 LET H6=0
239 LET Q=0
240 LET A1=1
241 LET A3=1
260 LET Y3=.7*Y1
261 LET Q3=Q
280 LET Q=(G*FNC(Y3)3/(A3*FNN(Y3))).5
290 IF ABS(Q-Q3)<.0001*Q THEN GOTO 360
300 LET Y4=Y3
310 LET Y0=Q*Q/(2*G*FNE(Y)2)
312 LET Y0=Y0*A1+Y1-HG
314 LET Y3=Y0-FNC(Y3)/(2*FNN(Y3))
330 IF ABS(Y3-Y4)<.0001*Y4 THEN GOTO 261
350 GOTO 300
360 IF M>0 THEN GOTO 390
380 LET M=1
390 IF ABS(Q5-Q)<.001*Q THEN GOTO 510
400 LET Q5=Q
410 GOSUB 570
430 LET E=1.77*C6.5
440 LET A2=1.5*FNO(Y3)/FNN(Y3)-.5
450 IF A2<2 THEN GOTO 460
TUBULAÇÕES
7.1 Introdução
Á medida que os diversos assuntos forem abordados neste capítulo, serão levanta-
das considerações de projeto, específicas a cada tipo de sistema.
onde:
H = Hf + Hs,
onde:
O fluxo de água em tubulações tem sido objeto de muita pesquisa, e foram desen-
volvidas várias expressões analíticas para a determinação da perda de carga. A norma NB-
591, da ABNT, fornece uma excelente discussão acerca das fórmulas mais aplicadas e
das suas inter-relações. As duas fórmulas mais freqüentemente utilizadas são a de Darcy-
Weisbach e a de Hazen-Williams. Os engenheiros de projeto precisam estar cientes de
alguns pontos importantes relativos a cada uma.
Fórmula de Darcy-Weisbach:
Hf = f(L/D)(V^2)/(2g),
onde:
Fórmula de Hazen-Williams:
J = 10,65 (Q^1,85)/[(C^1,85)(D^4,87)] e
Hf = (J)(L),
onde:
Fórmula de Colebrook-White:
onde:
Tabela 7.1. Rugosidade Uniforme Equivalente K (em mm) para Tubos (Ver Nota
Abaixo)
Entretanto, uma análise da Figura 7.1 demonstra que o fator de atrito, f, varia de
acordo com a velocidade de escoamento e com o diâmetro do tubo, assim como com a
rugosidade da superfície interna do tubo. Um engenheiro de projeto que deseje utilizar a
fórmula de Hazen-Williams deverá estar ciente destas relações e da aplicabilidade da
fórmula às diversas condições de fluxo.
A Figura 7.2 foi tirada da NB-591 e fornece curvas para os valores de C, variando
entre 90 e 140, sobrepostas no diagrama de Moody. Estas curvas foram definidas a partir
do cálculo de C, como uma função de f e de R, de maneira que ambas as fórmulas
conduzem a um mesmo valor de perda de carga, por metro de tubo, para vazões e
diâmetros específicos.
Na Figura 7.3, uma parte da Figura 7.2 foi ampliada, para maior clareza, e o regime
de fluxo dos tubos de fibrocimento está indicado por uma linha pontilhada mais
escura. Dentro deste limite podem ser encontradas todas as condições de fluxo
possíveis nos tubos de fibrocimento, consistentes com os valores inicialmente arbi-
trados para V e nu. O limite foi definido da seguinte maneira:
f O número mínimo de Reynolds, R, foi calculado utilizando-se a fórmula, com
Vmin (0,5m/s) e Dmin (0,100m);
f Do mesmo modo, calculou-se o R máximo, utilizando-se Vmax (3,0m/s.) e
Dmax (0,500m).
Desde que K tenha valor constante, será possível calcular os valores máximo e
mínimo de K/D, nos números específicos de Reynolds, utilizando-se o diâmetro
máximo, conforme determinado acima, para calcular a razão K/D mínima, e o diâ-
metro mínimo, para calcular a razão K/D máxima. É preciso observar a necessidade
de empregar unidades dimensionalmente consistentes para K e D. A seguir, os
pontos são plotados, a fim de se estabelecerem os limites do regime de fluxo.
Após definir o regime de fluxo, poderá ser feita uma avaliação, a fim de se determi-
nar a adequabilidade dos valores específicos de C, para uso na equação de Hazen-Williams.
Em geral, recomenda-se um valor de C = 140 para os tubos de fibrocimento. Na Figura
7.3, a curva para este valor de C aproxima-se bastante do limite inferior do regime de
Na Figura 7.4, o regime de fluxo foi plotado para condições projetadas gerais, de
0,100 <= D <= 2,500m, incluindo todos os diâmetros de tubo utilizados nos sistemas
de irrigação, no Brasil. As velocidades variaram de 0,5 a 3,0m/s., como no exemplo ante-
rior, utilizando-se um valor de K = 0,2m. Tal valor de K é adequado para a maioria dos
tubos relacionados na Tabela 7.1, com valores de K de 0,1mm e com K acrescido por um
fator de 2,0, de acordo com a observação na beirada da tabela. A partir desta figura, fica
evidente que os valores conservadores de C superestimarão, consideravelmente, a per-
da de carga, nos tubos de maior diâmetro, com velocidades menores, e os valores me-
nos conservadores de C subestimarão a perda de carga em tubos de menor diâmetro,
com velocidades maiores. Se a perda de carga no sistema for suficiente crítica para exigir
um cálculo preciso, recomenda-se o uso da equação de Darcy-Weisbach.
As perdas de carga nas válvulas e nas conexões são expressas por um coeficiente,
Ks, multiplicado pela carga cinética da água escoada através da válvula ou da conexão,
ou seja:
Hs = Ks (V^2)/(2g),
onde:
A vazão nas linhas de aspersão, tanto nas linhas móveis aéreas, quanto nas linhas
fixas subterrâneas, se caracteriza pela diminuição da vazão na tubulação, em cada saída
de aspersor, ao longo da linha. A fim de calcular, com precisão, a perda de carga nestas
linhas, é preciso determinar a vazão em cada seção, entre dois aspersores, utilizando-se a
equação de Darcy-Weisbach para calcular, separadamente, a perda de carga em cada
seção. Foi desenvolvido um procedimento simplificado, no qual se aplica um fator de
ajuste, F, à perda de carga calculada, presumindo-se que toda a água é conduzida até o
final da linha; ou seja:
Figura 7.5 – 3 Curvas a 90º, de Secção Circular - Valores kg. (fl 3/6)
onde:
Podem ocorrer duas situações, que determinarão como será efetuado o cálculo de
F:
F = [1/(2N – 1)] + {2/[(2N – 1)(N^m)]} {[(N – 1)^m] + [(N – 2)^m] + [(N – 3)^m]
...1^m},
onde:
Inicialmente, a perda de carga será calculada como se toda a linha tivesse o mesmo
diâmetro, D1, e a vazão Q1:
Hf’ para (L1 + L2, D1, Q1) = (F)(Hf) para (L1 + L2, D1, Q1).
A seguir, calcula-se a perda para o comprimento L2, como se o diâmetro fosse D1,
e a vazão Q2:
Hf’ para (L2, D1, Q2) = (F)(Hf) para (L2, D1, Q2).
O valor obtido nesta segunda equação é subtraído do valor obtido para todo o
comprimento com diâmetro D1, a fim de se obter a perda em L1, com diâmetro D1
e vazão Q1:
Hf’ para (L1, D1, Q1) = Hf’ para (L1 + L2, D1, Q1) – Hf’ para (L2, D1, Q2).
Depois, calcula-se a perda de carga na seção 2, utilizando-se D2 e Q2:
Hf’ para (L2, D2, Q2) = (F)(Hf) para (L2, D2, Q2).
Este valor é somado à perda de carga na seção 1, para chegar à perda total na linha.
Total de Hf’ = Hf’ para (L1, D1, Q1) + Hf’ para (L2, D2, Q2).
A perda de carga nas linhas de aspersão, com tubos de três ou mais diâmetros,
pode ser computada de maneira similar.
Nos sistemas de fluxo por gravidade, e nos sistemas pressurizados que utilizam
bombas, os efeitos de golpe de aríete precisam ser investigados. Estas investigações
devem ser efetuadas por profissional qualificado, com conhecimento da teoria dos
transientes hidráulicos. Existem diversas equações e diagramas que solucionam alguns
problemas mais restritos de golpe de aríete, mas que só devem ser utilizados para cálcu-
los preliminares. Além disso, há programas de computador, que permitem analisar, com
rapidez e precisão, as diversas alternativas referentes aos dispositivos de controle e às
condições de fluxo. Os procedimentos gráficos também permitem solucionar os proble-
mas de golpe de aríete, mas o desenvolvimento dos gráficos é demorado e sujeito a erro.
Sempre que possível, a análise do transiente hidráulico deverá ser efetuada por computador.
onde
Tanque hidropneumático;
Chaminé de equilíbrio;
Tanque unidirecional;
Válvulas de alívio;
Todas as válvulas, numa tubulação, deverão ser do tipo que fecha lentamente.
Qualquer válvula que possa ser fechada em menos de 2L/a segundos criará uma onda
plena de golpe de aríete. (Neste caso, L é a distância entre a válvula e o ponto mais
próximo de dissipação da onda de pressão.) Por esta razão, qualquer válvula borboleta
instalada numa tubulação, em especial as das tomadas d’água nos lotes dos agricultores,
deverá ser operada por meio de engrenagens. As válvulas de retenção nas tubulações de
descarga das bombas precisam ser do tipo sem pancada (“non-slam”), como as de reten-
ção com portinhola dupla. Se forem empregadas válvulas de retenção tipo portinhola
Quando a válvula se abre durante a fase inicial de subpressão, esta pode aumentar.
As subpressões são controladas e limitadas acrescentando-se água ao sistema, conforme
previamente discutido, enquanto a abertura de uma válvula antecipadora de onda obriga
a água a sair do sistema. O efeito da saída da água do sistema, o tempo até iniciar o
fechamento da válvula e a(s) velocidade(s) de fechamento da válvula deverão ser cuida-
dosamente estudados por meio de análises computadorizadas. Se a operação precisa da
válvula for fundamental para a integridade do sistema, deverão ser instaladas duas válvu-
las, a fim de garantir o funcionamento do sistema, mesmo que uma das válvulas falhe.
Não se deve depender das válvulas de alívio de pressão para controlar as ondas de
golpe de aríete de alta velocidade. Até que a válvula se abra, em resposta ao aumento de
pressão de golpe de aríete, a onda terá se deslocado além da válvula, sem qualquer
diminuição da magnitude da onda. As válvulas de alívio de pressão são eficazes para
limitar a magnitude de uma sobrepressão que ocorra na estação de bombeamento, ou em
vários outros locais do sistema de distribuição, mas não têm qualquer efeito numa
subpressão. Se se prevê a instalação destas válvulas num local crítico, como uma esta-
ção de bombeamento, será indispensável instalar duas válvulas, a fim de garantir o funci-
onamento do sistema, mesmo que uma das válvulas falhe.
As válvulas de função múltipla, que podem admitir uma pressão mínima predetermi-
nada na tubulação, à montante da válvula, não controlam, realmente, a magnitude da
pressão hidráulica transitória na tubulação, mas eliminam uma das causas do desenvolvi-
mento de transientes. Quando as bombas que abastecem o sistema de distribuição dos
aspersores são desligadas, a tubulação é drenada até a cota do mais baixo aspersor
aberto no sistema, se não houver válvulas de função múltipla. Quando as bombas são
Em muitos casos, utiliza-se com sucesso uma combinação de dois ou mais disposi-
tivos diferentes de controle do golpe de aríete. Por exemplo, junto com uma válvula
antecipatória da onda instalada na estação de bombeamento, para limitar a sobrepressão
após uma interrupção do abastecimento de energia elétrica, podem ser instalados tan-
ques unidirecionais, em pontos do sistema em que os gradientes de subpressão ficam
próximo ou abaixo da cota da tubulação. Não se deve depender de ventosas para aliviar
as subpressões, fazendo ar entrar na linha. As ventosas só funcionam bem com manuten-
ção periódica, quando o ar é eliminado, são geradas oscilações de pressão que provocam
golpe de aríete, conforme previamente discutido.
Ligar e desligar as bombas na sua seqüência normal – Em alguns casos, ligar uma
bomba após várias estarem funcionando poderá gerar pressões transitórias maiores
do que quando se liga a primeira ou as duas primeiras bombas. As bombas devem
ser ligadas e desligadas com as válvulas das linhas de descarga fechadas, e o
tempo mínimo para abertura e fechamento das válvulas poderá ser determinado a
partir desta análise;
As ondas de golpe de aríete podem ser geradas pela operação das bombas de
elevação de pressão, conforme discutido anteriormente, assim como por outras
causas comuns, como o fechamento rápido da válvula na tomada d’água de um
agricultor. Esta última causa também justificaria a instalação de válvulas de borbo-
leta, operadas por mecanismos de engrenagem, ao invés de válvulas de fechamen-
to rápido, operadas por alavanca. As válvulas operadas por mecanismo de engrena-
gem não provocam ondas de golpe de aríete, evitando os efeitos de extremidade
fechada, decorrentes deste problema;
Nas tubulações de gravidade, além dos efeitos do mau funcionamento das válvulas
de controle do sistema, serão analisados os efeitos da ruptura da tubulação numa
cota mais baixa do sistema;
S = (P)(D)/(2A),
onde:
Sobrecargas ou Cargas Acidentais – As cargas das rodas dos veículos que cruzam
as tubulações são transmitidas através do solo até a linha geratriz superior dos
tubos, conforme ilustrado na Figura 7.7. A intensidade das cargas, em qualquer
plano horizontal, aumenta no eixo vertical diretamente abaixo do ponto de aplica-
ção e diminui em todas as direções, excentricamente, a partir desse ponto. á medi-
da que a distância entre a superfície do terreno e o plano horizontal aumenta, a
intensidade da carga, nos diversos pontos do plano, diminui.
Uma aproximação da distribuição das cargas das rodas através do solo, e que é
empregada com freqüência, encontra-se ilustrada na Figura 7.8. Neste caso, o valor da
pressão média na linha geratriz superior do tubo enterrado, a uma profundidade H, é
fornecida pela seguinte equação:
WL = (P)(IF)/Adis,
onde:
onde:
WL = (Cd)(p)(Bc)(IF),
onde:
Para ambos os tipos de tubo, rígidos e flexíveis, é preciso definir o termo “ângulo de
assentamento”. Conforme ilustrado na Figura 7.9, o ângulo de assentamento é aquele na
diretriz inferior do tubo, formado pelo solo de reaterro sob o tubo. Este ângulo varia entre
0 e 180 graus.
tubo, sem praticamente sofrer qualquer deflexão ou ovalização da seção transversal cir-
cular do tubo.
Wt = W[(P – Pt)/P]^0,5,
onde:
Pt >= (Po)(SF),
onde:
LF = (WE + WL)/Wt, ou
Wt = (WE + WL)/LF,
Onde:
Com o método dos três cutelos com bloco de apoio em V, o ângulo formado pelo
ponto central da seção transversal do tubo e os dois pontos de sustentação no bloco em
V é de 30 graus, enquanto o ângulo formado com o conjunto do método de apoio através
de três cutelos, é de aproximadamente, 10 graus. Estes ângulos são comparáveis (embo-
ra não idênticos) ao ângulo de assentamento, para o tubo, o qual foi discutido anterior-
mente, e têm o mesmo efeito do ângulo de assentamento sobre a tensão de apoio do
tubo. Conseqüentemente, se o tubo for testado no conjunto de apoio de três cutelos com
bloco de apoio em V, resistirá a ruptura a uma carga maior do que no conjunto de três
cutelos, o que resultará num valor de Wt maior, a ser empregado na equação anterior.
Portanto, a equação indica que, se for utilizado o mesmo fator de segurança, o tubo que
atender às normas de ISO ou AWWA será capaz de suportar uma carga externa maior do
que um tubo equivalente manufaturado de acordo com as normas brasileiras, o que, é
claro, não é verdade, quando se mantêm iguais todos os outros fatores.
Quando os tubos de concreto são testados pelo método de apoio através de três
cutelos (Figura 7.12), determinam-se duas cargas: a de fissuramento, na qual ocorre uma
fissura de 0,2mm de espessura e 300mm de comprimento, e a de ruptura do tubo. A
carga de fissuramento é empregada na elaboração do projeto, da seguinte forma:
onde:
No caso dos tubos de concreto armado, a ruptura do tubo não ocorre quando se
formam as primeiras fissuras no tubo. Em muitos casos, há fissuras finas, da espessura
de um fio de cabelo, resultantes da contração do concreto durante o processo de cura,
consideradas normais. Portanto, o fator de segurança dos tubos de concreto armado é
definido como a relação entre a carga mínima de ruptura e a carga mínima que causaria
uma fissura de 0,2mm de espessura. Em geral, as especificações dos tubos de concreto
armado estipulam valores de carga mínima de ruptura equivalentes a 1,4 vezes os valores
para uma carga de fissura de 0,2mm de espessura. Conseqüentemente, no caso de tubo
de concreto armado e Wt equivalente à carga de fissura de 0,2mm, conforme já definido,
utilizar-se-á um fator de segurança 1,0, visto que a carga mínima de ruptura será muito
maior do que a de fissuramento. Se o tubo não for de concreto armado, qualquer fissura
será indicativa de ruptura total do tubo, exigindo a aplicação de fator de segurança de,
pelo menos, 1,5.
Tubos de aço:
f revestimento interno e externo de argamassa – 2%
f revestimento interno de argamassa e externo de esmalte coaltar ou de epóxi
coaltar – 3%
f revestimento interno e externo de esmalte coaltar ou epóxi coaltar – 5%
f Tubos de PVC -7,5%
onde:
Ângulo (*) de
Classe de Constante de
Tipo de Instalação assentamento
Assentamento assentamento (K)
equivalente (Graus)
Fundo formado com o material de reaterro compactado B 180 0,083
colocado nos lados do tubo; 95% densidade proctor ou mais
Fundo formado de granulação grossa e compactado com o
material de reaterro colocado nos lados do tubo; 70-100%
densidade relativa
Fundo formado, compactado moderadamente com o material de C 60 0,103
reaterro colocado nos lados do tubo; 85-95% densidade proctor
Fundo formado e granulação grossa com o material de reaterro C 60 0,103
pouco conpactado colocado nos lados do tubo; 40-70%
densidade relativa
Fundo plano com o material de reaterro solto colocado nos D 0 0,110
lados do tubo (não recomendado); menos de 35% densidade
proctor, menos de 40% densidade relativa
Nota: Assume-se que o ângulo de assentamento equivalente indicado na tabela resulte, para um do valor “e”, sem
conformação do fundo e considerando que uma ou mais camadas de material de reaterro colocados nos lados
do tubo foram compactadas abaixo da linha geratriz inferior do tubo.
Para tubos de PVC – a rigidez pode ser calculada a partir de seu módulo de elastici-
dade (2.800MPa) e do momento de inércia por unidade de comprimento, conforme
já discutido, para os tubos de aço, ou, alternativamente, pode ser determinado por
meio de ensaio de laboratório, de acordo com a norma D2412, da ASTM, “Test
Method for Determination of External Loading Characteristics of Plastic Pipe by
Parallel-Plate Loading” (Método de Ensaio para a Determinação das Características
de Carga Externa de Tubos de Plástico mediante Carga Paralela). Neste ensaio, é
determinada a carga requerida para flexionar o tubo, com deflexão de 5%, e EI é
calculado a partir da equação:
EI = 0,149 (r^3)(F)/(DY),
onde:
mento será maior que as cargas incidentes sobre o solo. O fator de duração da
deflexão é a relação entre a deflexão a longo prazo, que ocorre após alguns anos, a
deflexão inicial, que ocorre logo após a instalação. O aumento na deflexão ao longo
de um determinado período aparentemente varia com o tipo de solo de reaterro
colocado abaixo e nos lados dos tubos; com o grau de compactação deste solo; com
as características do solo nativo, no caso das valas estreitas; e com a largura da vala.
Recomenda-se um fator de duração da deflexão de 2,0, no caso de se conseguir
compactação moderada ou alta, do material de reaterro situado sob e ao lado dos
tubos; e um valor de 1,5, no caso de solo despejado ou muito pouco compactado.
Quando se obtêm maiores graus de compactação, a deflexão inicial do tubo será, em
geral, muito pequena. Nestes casos, mesmo um pequeno aumento da deflexão, num
determinado período, poderá resultar numa deflexão de longo prazo que, mesmo
pequena, poderá ser igual ou superior ao dobro da deflexão inicial. Quando não há
praticamente qualquer grau de compactação, a deflexão inicial é, em geral, relativa-
mente grande. Nestes casos, ocorre normalmente um aumento apreciável na deflexão,
ao longo do tempo; entretanto, porque a deflexão inicial é considerável, o aumento
da deflexão, mesmo que relativamente grande, quase nunca ultrapassa 30 a 40% do
valor da deflexão inicial; assim, recomenda-se um fator de duração da deflexão de
1,5 para tais instalações. É preciso bom-senso na seleção dos valores de fator de
duração da deflexão a serem empregados.
As equações de deflexão não devem ser utilizadas para definir a espessura de uma
parede de tubo, já que podem resultar em valores errados, se se arbitrar um valor muito
alto de E’. A espessura da parede do tubo deverá ser determinada inicialmente, e, em
seguida, se calculará a deflexão estimada.
Recomenda-se que todos os tubos flexíveis sejam instalados com material de as-
sentamento compactado por baixo e nos lados do tubo, com controle do peso específico
de, pelo menos, 95% Proctor, mesmo que os cálculos indiquem que o tubo terá desempe-
nho adequado com material compactado de menor peso específico. É muito mais fácil
obterem-se resultados coerentes, nos diversos locais ao longo da tubulação, quando se
especifica um alto grau de compactação, do que quando se requer menor compactação.
Neste último caso, haverá considerável variação nos pesos específicos conseguidos no
material de reaterro, o que, por sua vez, poderá resultar em variação nas deflexões dos
tubos. O reaterro sobre os tubos também deverá ser compactado, com controle até o
mesmo peso específico (95% Proctor), até a superfície do terreno, de maneira a se utili-
zarem os mesmos procedimentos de compactação em toda a operação de reaterro.
Classificação do Solo
Critério para determinação dos simbolos de grupos e nomes dos Simbolo
grupos usando testes do Laboratório (a) do Nome do Grupo (b)
Grupo
Cascalho com
Solos de Cascalhos limpos Cu ≥ 4 e 1 ≤ Cc ≤ (e) GW
granulometria boa (f)
granulação Cascalhos menos de 5% da grãos
grossa. finos (c) Cascalho com
Cu < 4 e/ou 1> Cc > 3(e) GP
granulometria má (f)
Grãos finos classificam como ML
Mais de 50% da porção Cascalhos finos, mais GM Cascalho siltoso (f, g, h)
ou MH
grossa conservada na de 12% de grãos finos
peneira nº 4 ( c) Grãos finos classificam como CL
GC Cascalho argiloso (f, g, h)
ou CH
Mais que 50% Areias limpas Cu ≥ 6 e 1 ≤ Cc ≤ 1(e) SW Areia, granulametria boa (i)
conservada na
Areias Menos de 5% de fina
peneira Nº 200 Cu < 6 e/ou 1 > Cc > 3(e) SP Areia, granulometria má (i)
( d)
Grãos finos classificam como ML
50% ou mais da porção SM Areia siltosa (g, h, i)
Areias finas mais de ou MH
grossa passa pela
12% de grãos finos (d) Grãos finos classificam como CL
peneira nº 4 SC Areia argilosa (g, h, i)
ou CH
PI > 7 e marca no ou acima ou na Argila de plasticidade baixa
Inorgânicas CL
Solos de linha “A” (j) (k, l, m)
Siltes e argilas
granulação finas PI < 4 ou marca abaixo da linha
ML Silte (k, l, m)
“A” (j)
Limite liquidez-secar
Argila orgânica (k, l, m, n)
Limite liquidez menor em forno
Orgânicas < 0,75 OL
que 50 Limite liquidez-não
Silte orgânico (k, l, m, o)
secado
50% ou mais Arg. de plasticidade alta
PI marca ou acima ou na linha “A” CH
passam na Inorgânicas (k, l, m)
peneira nº 200 PI marca abaixo da linha “A” MH Silte elástico (k, l, m)
Siltes e argilas limite
liquidez 50 ou mais Limite liquidez-secar
Argila orgânica (k, l, m, p)
em forno
Orgânicas < 0,75 OH
Limite liquidez-não
Silte orgânico (k, l, m, q)
secado
Principalmente matéria orgânica, cor escura e cheiro de
Solos altamente orgânicos PT Turfa
orgânica
q = (1/SF)[32(Rw)(B’)(E)(EI)/(d^3)]^0,5,
onde:
O coeficiente de apoio elástico, B’, tem sido determinado através das seguintes
equações:
onde:
onde:
onde:
É preciso observar que foi alterada a localização, e não o número, das válvulas de
isolamento, e que o número total de blocos de ancoragem foi reduzido a dois quando o
leiaute foi modificado – daquele da Figura 7.15 para o da Figura 7.16. Quando o leiaute é
aprimorado, conforme demonstrado, com freqüência ocorre que o comprimento total de
tubulação é reduzido, mas o número de válvulas de isolamento permanece o mesmo,
embora sua localização possa mudar.
da válvula e dos redutores, não deverá exceder a perda de carga hidráulica na tubulação
correspondente, com um comprimento equivalente a 100 vezes o diâmetro do tubo.
7.6.2 Ventosas
A combinação dos dois tipos de ventosa no corpo de apenas uma ventosa resulta
numa ventosa de duplo efeito.
Pc = k[(e/d)^3],
onde:
Em longos trechos horizontais (que são indesejáveis e devem ser evitados, sempre
que possível), as ventosas de duplo efeito deverão ser instaladas a intervalos de 0,5
a 1,0km;
T = (P)(A),
onde:
T = força total, em N;
P = pressão interna, em Pa;
A = área de incidência da pressão interna da água, em m2.
Para os tês, a força é dada pela equação anterior, na qual A é a área do tubo de
derivação do tê;
T = P (A1 – A2),
onde:
T = 2(P)(A)[sin (a/2)],
onde:
É necessário observar que, no caso de uma válvula ou outro acessório que tenha
um assento para a junta de vedação de borracha, a pressão interna da água incidirá sobre
uma área de diâmetro equivalente ao diâmetro interno do assento. Se os elementos termi-
nam em espichos, a pressão incidirá sobre uma área de diâmetro equivalente ao diâmetro
externo do tubo. Uma vez que a área e, portanto, a força, variam com o quadrado do
diâmetro, o diâmetro real da junta deverá ser utilizado, ao invés do diâmetro nominal da
válvula ou do tubo.
Pela resistência passiva do solo contra a face planar do bloco de ancoragem, com
orientação perpendicular à força de empuxo;
SF >= (W – U)k/T,
onde:
Material k
Rocha, maciça e sã 0,80
Rocha, fraturada, compartimentada 0,60
Cascalho 0,50
Areia 0,40
Argila, firme 0,30
Argila, mole 0,20
onde:
onde:
Pp > = (SF)(T).
Neste caso, será necessário utilizar um fator de segurança, SF, de, pelo me-
nos, 1,5.
Quando existe terreno alto adequado na área do projeto, as bombas (das estações
de bombeamento de pressurização dos sistemas de distribuição por tubulação) poderiam
Isso pode ser efetuado através de um hidrômetro que acuse a vazão maior, ou por
um pressóstato que acuse uma pressão inferior à correspondente à do ponto de interse-
ção das duas curvas. A primeira bomba principal pode atender a demandas de irrigação
até a vazão correspondente ao ponto de intersecção da curva característica daquela bom-
ba com a curva do sistema. Se a demanda de irrigação for superior a essa vazão, confor-
me acusado por um hidrômetro, outra bomba será ligada. Bombas adicionais serão ligadas
à medida que a vazão de demanda exceder a vazão correspondente ao ponto de interse-
ção da curva do sistema e a curva característica relativa ao número de bombas em
operação. As bombas são desligadas em ordem inversa, de maneira similar, quando o
hidrômetro acusa vazões de magnitude inferior àquelas correspondentes aos pontos de
interseção.
É preciso observar que, no caso do exemplo ilustrado na Figura 7.19, com quatro
bombas principais, a bomba no.1 funcionará enquanto houver uma demanda de irrigação
superior à capacidade da bomba de “jockey”. Por outra parte, a bomba no.4 funcionará
apenas quando houver uma demanda de irrigação considerável, próximo à capacidade
projetada do sistema. Isso resultará em desgaste desigual do conjunto de moto-bombas.
Para equalizar o desgaste das bombas e dos motores, recomenda-se mudar os controles
elétricos dos motores periodicamente, de maneira que a bomba no.1 se torne a no.4, a
no.4 se torne a no.3, esta, por sua vez, se torne a no.2, e a no. 2 se torne a no.1. A
mudança da seqüência numérica das bombas e dos motores pode ser facilmente
automatizada, e se a mudança for efetuada cada vez que a unidade no.1 opera e é
desligada, o desgaste das bombas e dos motores será distribuído por igual.
RESERVATÓRIOS DE
REGULARIZAÇÃO
8.2 Aplicações
São várias as causas das disparidades de vazão. A seguir, são discutidas algumas
aplicações específicas de reservatórios em sistemas de canais.
8.2.3 Compensação entre Vazão Uniforme num Lado e Vazão Variável no Outro
Quando existe uma diferença de nível entre o reservatório e o canal, a água flui, por
gravidade, numa direção e precisa ser bombeada na outra. Para armazenar a vazão exce-
dente no canal durante emergências, o reservatório fora do alinhamento precisa estar
mais baixo do que o canal, de maneira que esse excesso de água possa ser vertido no
reservatório, por gravidade. Durante emergências, a capacidade de bombeamento poderá
estar indisponível, o que tornaria ineficaz qualquer reservatório mais alto do que o canal.
8.3.2 Dimensionamento
V > dQ (t);
onde:
dV = dY(A);
onde:
Na Figura 8.4, a bomba no.1 sempre será a primeira a dar partida e a ser desligada,
e a no.4, a última. Sempre que ocorrer um desequilíbrio entre as vazões de entrada e de
saída do reservatório, a bomba no.1 entra em ciclo de liga e desliga, a fim de manter o
nível do reservatório próximo ao alvo, independentemente da magnitude do desequilíbrio.
Este esquema é conveniente no caso de bombas com capacidades diferentes; as bombas
de número inferior deverão ter capacidade menor e as de número superior, capacidade
maior. O desequilíbrio entre as vazões de entrada e de saída do reservatório será minimizado,
não devendo exceder a capacidade da bomba no.1. O volume mínimo contido da faixa
morta entre as cotas de controle liga-desliga da bomba no.1 deve ser equivalente ao
volume de água a ser bombeado durante seu período mínimo de funcionamento. O volu-
me total do reservatório deverá ser determinado localizando-se os outros níveis de con-
trole de acordo com os intervalos mínimos, considerando a precisão de medição, ação da
ondas, etc., conforme discutido anteriormente.
No caso de uma estação com todas as bombas de mesma capacidade, Figura 8.5,
a ordem de desligamento das bombas é contrária à ordem de partida. Esta ordem tem
maior distância vertical e, portanto, maior volume de armazenamento do reservatório,
entre os pontos de controle de ligar e desligar, para qualquer bomba. Será preciso mais
tempo para que o volume de armazenamento do reservatório mude suficientemente, de
modo que a bomba complete o ciclo de liga-desliga, portanto o volume contido na faixa
morta pode ser reduzido sem infringir os critérios de tempos mínimos de operação e de
descanso da bomba. Além disso, as diversas bombas percorrerão um ciclo liga-desliga em
vazões diferenciadas, e não sempre a bomba N 1, conforme descrito no exemplo anterior.
Este esquema é vantajoso com várias bombas de capacidades idênticas, pois o tempo de
bombeamento e o número de partidas e desligamentos são similares e minimizados para
cada bomba, o que distribui, por igual, e minimiza o desgaste e a conseqüente manuten-
ção das bombas.
As vantagens dos dois esquemas antes descritos podem ser combinadas no contro-
le de uma estação de bombeamento com bombas de capacidades diferentes, conforme
indicado na Figura 8.6. As bombas no.1 e no.2 são pequenas e as no.3 e no.4, grandes.
Ambas as bombas pequenas percorrerão o ciclo conforme necessário, mas seus tempos
de operação e de descanso serão maximizados, e o volume contido na faixa morta,
minimizado. O tempo total de operação será dividido, por igual, entre as bombas.
Além do controle das bombas, será preciso estabelecer níveis de reservatório para
o desligamento de emergência das bombas e para alarmes que indiquem níveis de água
alto e baixo, transbordamento e topo da barragem. Os alarmes avisam os operadores que
o reservatório atingiu nível fora da faixa normal de operação. Se o nível de água alcançar
o nível máximo de desligamento de emergência, toda a estação de bombeamento é auto-
maticamente desligada. O nível de transbordamento deverá ser estabelecido de maneira a
que a vazão máxima da estação de bombeamento possa passar por cima do vertedouro,
com suficiente borda livre no aterro da represa. A Figura 8.7 mostra um exemplo de
leiaute, com todos os níveis em reservatórios à montante e à jusante de uma estação de
bombeamento.
DESCRIÇÃO DA PARTE
MECÂNICA
O conjunto moto-bomba e sua rotação máxima são determinados por meio de tabe-
las, curvas e cálculos, a partir de dados do projeto obtidos no campo. A seleção do tipo de
bomba mais adequada, assim como sua capacidade, altura manométrica e rotação, é
realizada com o auxílio de catálogos de três ou quatro fabricantes. ás dimensões, a potên-
cia consumida, a eficiência e os pesos constam, em geral nos catálogos dos fabricantes.
Com exceção das eficiências, os valores máximos são relacionados, então, numa planilha
de dimensionamento da bomba, a ser utilizada pelos projetistas de leiaute das estações
de bombeamento. As dimensões das estruturas da estação de bombeamento são deter-
minadas a partir destas dimensões e dos pesos estimados do conjunto moto-bomba. Os
valores de catálogo relativos às eficiências da bomba são utilizados para determinarem as
eficiências mínimas a serem exigidas do FORNECEDOR. As especificações das bombas
deverão considerar, no texto, uma capacidade de 110% da capacidade nominal determi-
nada nas análises acima, de acordo com o mencionado na última edição das Normas do
Instituto de Hidráulica (“Hydraulics Institute Standards”).
O motor deverá ser dimensionado para fornecer operação contínua, sem sobrecar-
ga, dentro da faixa operacional da bomba. Deverá ser utilizada a potência nominal (em
kw) do motor. Em geral, não será permitido o uso de um fator de serviço do motor.
Segundo a Norma MG 1.1.43 da NEMA, o fator de serviço é um multiplicador que,
quando aplicado à potência nominal (em kw), indica a potência permissível (em kw) que
pode ser utilizada sob as condições especificadas para o fator de serviço. O fator de
serviço do motor é usado quando é necessário acomodar uma sobrecarga eventual, ou
como fator de segurança, quando a carga exata é desconhecida na ocasião da seleção do
motor. Quando os motores são utilizados com bombas, a carga é quase contínua e unifor-
me, de maneira que o fator de serviço não deverá ser empregado.
Os rotores da maioria das bombas são do tipo fechado, fabricados de aço inoxidá-
vel, bronze-alumínio, ou bronze-alumínio-níquel.
As bombas deverão ser dotadas de anéis desgastáveis que são removidos, sempre
que houver uma folga entre o rotor e a carcaça. Em geral, um anel desgastável de cada
par é fabricado de aço inoxidável tratado termicamente, da série AISI 400, com dureza
Brinell igual ou superior a 300. O outro anel desgastável de cada par é de bronze-alumínio
tratado termicamente, equivalente à norma ASTM B 418, Grade C, com dureza Brinell
igual ou superior a 160. O anel desgastável rotativo deverá ser de material equivalente ao
dos rotores.
Em geral, os eixos das bombas são sólidos, forjados, fabricados de aço caborno
“Siemens- Martin”, ou de aço-liga tratado termicamente.
A altura manométrica das bombas de fluxo misto ou axial cresce à medida que
diminui a vazão da bomba. Com vazão zero, os valores da altura manométrica de descar-
ga e da potência (em kw) requerida pela bomba poderão ser superiores ao dobro dos
valores com a vazão de projeto, razão pela qual não se especificam bombas destes tipos
para as instalações em que se exige regulagem da vazão de recalque da bomba, ou onde
as bombas precisam dar a partida com a válvula de descarga fechada. As curvas de
Em geral, as carcaças das bombas maiores são do tipo caixa espiral dupla, tenden-
do a equilibrar as forças radiais que incidem sobre o eixo da bomba. As carcaças podem
ser de ferro fundido, ferro dúctil, ou aço fundido. O eixo da bomba é apoiada por dois
mancais, localizados um em cada lado da bomba. Os mancais são revestidos e lubrifica-
dos a óleo ou a graxa. Um dos mancais deverá ser projetado para suportar força hidráulica
axial desequilibrada. As bombas de dupla volante apresentam a vantagem de equilibrar as
forças hidráulicas e reduzir a velocidade próximo ao centro do rotor.
Sempre que houver folgas entre o rotor e a carcaça, deverão ser instalados anéis de
desgate substituíveis. Em geral, um dos anéis de desgate de cada par é fabricado em aço
inoxidável tratado termicamente, da série AISI 400, com dureza Brinell igual ou superior a
300. O outro anel desgastável do par é de bronze-alumínio tratado termicamente, equiva-
lente a ASTM B 418, Grade C, com dureza Brinell igual ou superior a 160. O anel de
desgaste rotativo deverá ser de material equivalente ao dos rotores.
9.2 Válvulas
indicador de posição, podendo ser fabricada de aço. A haste será engraxada e não haverá
transmissão de tensões de torção aos mancais e/ou às guias. As partes móveis das
válvulas tipo comporta com haste não ascendente se encontram submersas n’água e não
podem ser lubrificadas. A porca de manobra, fixada ao tampão, e a haste são normalmen-
te de bronze. As tensões de manobra são transferidas da haste para os mancais e guias.
Quando a freqüência de operação é pequena, as roscas da haste e da porca tendem a se
fundir uma na outra, e torque adicional requerido para soltá-las poderá, eventualmente,
quebrar a haste no seu ponto mais fraco, no caso, a seção interna da rosca.
O quadro de guia das válvulas tipo comporta deslizante é fixado através de parafu-
sos de regulagem a peças fixas embutidas previamente no concreto. Esta disposição
facilita a instalação, elimina o empenamento do quadro e permite a remoção da comporta,
sem danificar o concreto. As comportas fixadas ao concreto por meio de chumbadores
empenam facilmente porque a superfície do concreto não pode ser construída tão plana
como as superfícies metálicas usinadas, podendo ocorrer que o vazamento da água entre
o quadro e o concreto provoque erosão do concreto, tornando a instalação ineficiente
como dispositivo de estancamento.
Nos casos em que é possível tolerar-se uma certa inversão de fluxo através das
bombas, recomenda-se a utilização de uma válvula-borboleta de operação hidráulica com
fechamento controlado, em lugar de uma válvula de retenção. Após ocorrer a inversão do
fluxo através da bomba, o fechamento da válvula pode ser controlado, de tal forma que o
limite de aumento da pressão fique dentro de valores toleráveis.
Nos casos de bombas em que, durante a partida e parada, as válvulas devam ser
mantidas fechadas, utilizam-se válvulas do tipo globo padronizadas, operadas por diagra-
ma e acionadas por solenóide, com os controles colocados na própria válvula. Nesta
válvula, o disco de bloqueio é mantido aberto pela pressão na linha, dispondo de uma
haste de aço inoxidável, oca, guiada, comandada pelo solenóide. No caso de falha elétri-
ca, a haste desloca o disco de bloqueio para a posição fechada, quase no mesmo instante
em que a coluna de água atinge a velocidade zero, e antes que possa ocorrer inversão de
fluxo. Neste aspecto, este tipo de válvula é uma combinação de válvula de retenção e
válvula de descarga.
As válvulas que atendem aos requisitos da norma C504 da AWWA (“AWWA Standard
C504”) funcionam adequadamente sob pressão de 10,5kgf/cm2, pressão máxima dife-
rencial de estado de equilíbrio permanente de 10,5kgf/cm2 e velocidade máxima de 4,8m/
s. É possível obterem-se vários tipos de sede, ajustáveis ou fixas, nas válvulas com taxas
As válvulas tipo borboleta não são equilibradas, embora uma seção transversal da
válvula possa dar essa impressão. O uso da válvula tipo borboleta exige uma análise
cuidadosa por parte do projetista. Embora sejam freqüentemente utilizadas como válvulas
de descarga livre, existem, no mercado, outros tipos de válvulas mais adequadas para
essa finalidade.
A grande vantagem das válvulas tipo borboleta é seu comprimento curto de monta-
gem face a face. A esse dado, acrescenta-se o fato de ser menos onerosa (para diâmetros
iguais ou superiores a 750mm) que qualquer outro tipo de válvula mais adequada para o
serviço de irrigação. Por este motivo, justifica-se o seu amplo emprego nas grandes tubu-
lações de distribuição.
Na sua forma mais simplificada, a válvula tipo globo ou de ângulo possui um tam-
pão que é ajustado por uma haste com rôsca, contra sede circular. O conjunto tampão e
haste com rôsca é a única parte móvel nas válvulas pequenas, mas, no caso de algumas
válvulas maiores, o tampão também pode pivotar na extremidade da haste. Como dispo-
sitivo de estrangulamento, tais válvulas são melhores do que as demais, em termos de
economia, versatilidade, simplicidade, rusticidade e durabilidade.
globo para regularizar pressão, controlar nível de água, de alívio, de descarga das bombas
e de retenção de fechamento lento, apenas variando os mecanismos de controle e do
diafragma.
Uma versão comum da válvula globo de múltipla função é a válvula controlada por
piloto, redutora e reguladora de pressão. Usando-se apenas a pressão na tubulação e os
controles do piloto, a função de redução de pressão diminui a pressão à montante, de
forma a manter uma pressão prefixada constante, à jusante, independentemente das
flutuações na pressão a montante, ou das variações de demanda a jusante. A função
reguladora de pressão mantém uma pressão prefixada mínima à montante da válvula,
mediante o fechamento da válvula quando a pressão à montante cai abaixo da mínima
desejada. Podem-se incluir componentes de hidrometria na válvula, os quais indicam,
totalizam e interrompem a descarga, conforme discutido no subitem 9.6.2.9.1.
Uma desvantagem das válvulas tipo globo é a perda de carga provocada pela mu-
dança de direção do fluxo que o líquido sofre ao passar pela válvula. No caso dos regula-
dores de pressão, entretanto, este fato se torna uma vantagem, pois, de todas as formas,
a energia precisa ser dissipada.
Para qualquer válvula tipo globo, é necessário verificar se ocorre cavitação quando
a perda de carga é demasiadamente grande, para o diâmetro de válvula proposto. Uma
vez estabelecida a pressão na entrada da válvula, a pressão na saída pode ser determina-
da utilizando-se os dados de catálogo dos fabricantes, que indicam a perda de carga na
válvula, para a vazão projetada. A seguir, o índice de cavitação poderá ser calculado por
meio da fórmula:
onde:
As válvulas tipo gaveta podem ser de cunha sólida ou de sede paralela e tampão
duplo. As hastes podem ser ascendentes ou não ascendentes, mas só estas últimas são
adequadas quando é preciso instalar a válvula enterrada no solo. Embora este tipo de
válvula tenha evoluído incorporando-se inovações surgidas da experiência e da vivência
dos técnicos, e sejam atualmente válvulas práticas para os sistemas de irrigação, ambos
os tipos (de cunha sólida e de tampão duplo) apresentam graves defeitos. Por serem
muito utilizadas nos projetos de irrigação, com freqüência são empregadas como válvulas
de controle, quando seria mais apropriado instalarem-se outros tipos de válvulas.
As válvulas tipo gaveta são as menos duráveis e as mais difíceis de operar dentre
todos os tipos de válvulas utilizados nos sistemas de irrigação. Quando o serviço exige
diâmetros superiores a 600mm e o objetivo é isolar ou operar, recomenda-se o uso de
algum outro tipo de válvula no lugar da válvula de gaveta.
A válvula funciona bem em muitos casos, mas tem suas desvantagens, que preci-
sam ser consideradas na elaboração do projeto do sistema. Em muitos casos, a rápida
abertura da válvula agrava a queda de pressão e pode resultar em pressões negativas, em
algum ponto da tubulação de recalque, o que precisa ser compensado acrescentando-se
um tanque de compensação unidirecional, no ponto crítico.
Estas válvulas são de operação hidráulica, acionadas por diafragma, tipo globo ou
de ângulo, com uma linha auxiliar de leitura por tubo piloto para registro de pressão alta e
baixa. A haste de válvulas de boa qualidade é guiada em ambas as extremidades por
mancal e contendo um tampão removível, fixado nos 3-1/2 lados, visando impedir a
perda do disco, quando ocorrerem fluxos de alta velocidade.
9.2.8 Ventosas
Com freqüência, os engenheiros de projeto concluem que, uma vez que não há
pontos evidentes de entrada de ar no sistema, a tubulação não contém ar. Mais tarde,
quando o desempenho do sistema não atende as necessidades do projeto, culpam-se
outros fatores, sem se considerar a necessidade de se instalarem ventosas. Normalmen-
te, o desempenho da bomba é coloca em dúvida, ou então se reexamina o coeficiente de
fricção da tubulação.
9.2.8.2 Entrada de Ar
O ar pode ser conduzido para o interior da tubulação através das ventosas, nos
trechos onde eventualmente possa ocorrer pressão negativa, como nos pontos
acima do gradiente hidráulico;
Numa tubulação parcialmente cheia, o escoamento tipo cascata pode reter uma
grande quantidade de ar, resultando na formação de uma água branca. A turbulên-
cia, associada ao escoamento em cascata, causa uma mistura não uniforme de ar e
água, que é muito difícil de ser ventilada;
Embora existam inúmeras variações de tipos de ventosas, são dois os tipos bási-
cos: as ventosas de simples efeito e as de duplo efeito.
O diâmetro das ventosas não tem qualquer relação com o diâmetro do orifício. Por
exemplo, tanto as ventosas de 25mm de diâmetro, quanto as de 50mm, podem ter
orifícios de 4,7mm de diâmetro. O tamanho da ventosa indica apenas o diâmetro da
tomada dos tubos.
Em geral, o diâmetro dos orifícios varia entre 1,6 e 9,5mm, dependendo do projeto
da ventosa e da pressão operacional. Estas ventosas podem ser fornecidas para pressões
superiores a 6.900 kPa.
O objetivo das ventosas de duplo efeito de grande orifício é permitir o rápido expur-
go de ar durante o enchimento inicial da linha e possibilitar a entrada de uma quantidade
suficiente de ar na tubulação, durante seu esvaziamento. Neste último caso, impedem a
formação de vácuo. As ventosas de duplo efeito não permitem a saída do ar, na pressão
operacional da tubulação, depois de se fecharem.
A vazão da água que está sendo drenada por gravidade no trecho, de cada lado da
ventosa, que tiver o gradiente mais acentuado.
Uma desvantagem das ventosas de duplo efeito de grande orifício é que podem se
fechar caso a tubulação esteja enchendo muito rapidamente. Durante os períodos de
vazão máxima, a bóia ou o dispositivo de fechamento pode ficar preso no fluxo de ar que
escapa e travar-se na posição fechada, ocasionando, algumas vezes, o colapso da bóia
oca. A pressão requerida para expurgar o ar, a uma velocidade sônica, através de uma
abertura, é de apenas 90 kPa. Para minimizar este problema, o diâmetro das válvulas
deverá ser adequado para permitir a vazão requerida, com uma pressão diferencial, atra-
vés do orifício, da ordem de 7 a 14kPa.
As ventosas de simples efeito também devem ser instaladas nos pontos altos de
válvulas de grande diâmetro, dos cilindros de manobras e pontos altos dos encanamen-
tos, assim como à montante dos medidores de vazão e, ocasionalmente, na extremidade
a jusante do barrilete da bomba.
Para melhorar a saída do ar, algumas vezes instala-se a ventosa com várias conecções
para a tubulação, como se fosse um barrilete. Outro aprimoramento é a instalação de
ventosa na tampa de um poço de visita, ou em bolsão existente na geratriz superior da
tubulação, o que provoca o agrupamento mais eficiente das bolhas.
A pressão nas tubulações não deverá exceder aquela projetada, de modo a garan-
tir a operação segura do sistema e a manter a integridade dos diversos componentes.
Para que a pressão projetada seja automaticamente assegurada, o projeto deve incluir a
instalação de válvulas de segurança. Estas válvulas são colocadas em operação através
da ação de uma alavanca ou um parafuso de regulagem.
As válvulas com mola são menos sensíveis a falhas causadas por água suja do que
as válvulas com piloto, permitindo uma redução nos trabalhos de manutenção. Em geral,
utilizam-se conexões rosqueadas para as válvulas de diâmetro igual ou inferior a 50mm.
As conexões flangeadas são utilizadas para as válvulas de diâmetro igual ou superior a
64mm. As válvulas de diâmetro menor e de pressão reduzida podem ser encontradas com
corpo e sede de bronze. As válvulas de diâmetros maiores (>50mm) e pressões mais
altas (>10kgf/cm2) devem ser manufaturadas com corpos de ferro fundido e sede de aço
inoxidável.
sedes ou de guias de aço embutidas, mas todas as juntas longitudinais entre as toras
deverão ser chanfradas e calafetadas, ou cobertas por uma lâmina de borracha que garan-
ta perfeita vedação. Para compensar o efeito de flutuação das toras, utilizam-se lastros de
concreto, ou então uma boa vedação, através da fixação das toras por meio de tirantes,
formando-se um anteparo único; neste caso, o conjunto de toras é travado através de
cunhas, ou ancorado por tirantes adicionais.
As sedes das vedações embutidas no concreto são fabricadas com uma superfície
de contato resistente à corrosão, de aço inoxidável 18-8, por exemplo, onde as compor-
tas são apoiadas e vedadas. É importante que a superfície seja resistente à corrosão,
pois, em geral, encontra-se submersa e pouco acessível à manutenção.
9.3.2 Grades
As grades podem também ser instaladas, em alguns casos, nas captações dos
reservatórios profundos, onde os detritos normalmente flutuantes não constituem proble-
mas. Nestes casos, as grades protegem mergulhadores que inspecionam estas capta-
ções. No caso de outras estruturas (como derivações, sifões, sangradouros, ou cabecei-
ras), a instalação de grades, por medida de segurança, deverá ser analisada caso a caso,
devendo ser considerado o perigo potencial do acesso à estrutura pelo público.
Os detalhes construtivos das grades variam de acordo com a estrutura, sua confi-
guração, sua acessibilidade para remoção, bem como com a profundidade da água. As
grades são classificadas em três grupos, dependendo do projeto e dos métodos de insta-
lação: com apoio na extremidade, com apoio lateral e integrais.
As grades com apoio lateral, como denominado, são sustentadas pela estrutura de
concreto lateralmente. As barras das grades, instaladas de cima para baixo da estrutura,
são sustentadas por barras ou vigas horizontais que conduzem as cargas para cada lado
da estrutura de tomada d’água. As grades são sustentadas ou fixadas através de guias ou
ranhuras na estrutura de concreto. Em geral, são instaladas na posição vertical, embora
possam ser utilizadas na posição inclinada e, algumas vezes, na posição horizontal. São
versáteis podendo ser, empregadas a grandes profundidades ou com pequena altura
hidráulica. Algumas vezes, as grades com apoio lateral são substituídas por grades com
apoio na extremidade, quando a estrutura de concreto não foi prevista para suportar as
cargas envolvidas. O principal fator limitante na elaboração do projeto de grade com
apoio lateral é o vão. As grades podem ser formadas por painéis empilhados, até obter-
se a altura desejada.
As grades integrais são constituídas de vários painéis, que, por sua vez, formados
por barras com vigas ou elementos de apoio lateral. Os painéis são conectados soldando-
se ou parafusando-se os elementos de apoio uns aos outros. Os elementos de apoio
formam um quadro rígido com a finalidade de conduzir a carga para a estrutura de concre-
to. As grades integrais simplificam a estrutura de concreto, eliminando alguns dos apoios
que, de outra forma, seriam necessários. Em geral, são utilizadas a grandes profundida-
des, como as estruturas com múltiplas tomadas em vários níveis num determinado reser-
vatório, e nunca são substituídas.
O critério de projeto das grades considera que, se a grade for totalmente obstruída,
deverá vergar-se, ceder ou, de alguma forma, falhar, antes que a estrutura de concreto
falhe. É desejado que a estrutura de concreto seja projetada para sustentar a carga hidráu-
lica máxima, admitindo a grade totalmente obstruída.
Em geral, as grades são fabricadas de aço estrutural ASTM A36, que possui uma
tensão de escoamento de 2.530kgf/cm2.
A altura da seção das barras das grades não deverá exceder mais 12 vezes sua
espessura, ou menos de 5cm. O carregamento deverá incluir o peso da grade. A flecha
das barras não é fator primordial na elaboração do projeto. Os apoios laterais deverão ser
espaçados de tal modo que o comprimento não sustentado da barra da grade não exceda
96 vezes sua espessura.
O aço ASTM A36 foi o material adaptado nos últimos casos na fabricação de todas
as grades, pois é facilmente encontrado, além de ser econômico. Entretanto, sob condições
particulares, é possível adotarem-se outros materiais, como o ferro fundido ou o aço inoxi-
dável
Em geral, as grades são protegidas com pintura a base de resina de epóxi ou com
epóxi coaltar.
As barras laterais podem ser rebaixadas no mínimo 20mm, para permitir a limpeza
das grades com ancinhos. As grades de apoio lateral inclinadas, dispostas em fileiras,
devem ser mantidas alinhadas, o que pode ser conseguido por meio de pinos de encaixe
entre os painéis.
Deve-se evitar que cargas muito elevadas incidam sobre a grade, danificando os
cantos das estruturas de concreto. Desta forma, é usual conectem-se as vigas horizon-
tais, de modo que as mesmas encostem no concreto da parte interna da ranhura da grade.
nominal da comporta deverá ser 1,05 vezes a altura da comporta, de modo a permitir um
transbordamento equivalente a 5% da sua altura.
A carga hidráulica horizontal sobre a comporta deverá ser calculada por meio da
fórmula:
onde:
O símbolo “^” indica que o valor do parâmetro que precede este símbolo deverá ser
elevado à potência que o segue imediatamente.
A espessura da chapa estanque, e das chapas das vigas de apoio, deverá ser de, no
mínimo, 6mm. Para as comportas de 5,2m, ou mais, de altura, a espessura das chapas a
ser adotada não deverá ser inferior a 9,5mm.
A espessura do projeto da chapa deverá ser 1,5mm inferior à sua espessura nomi-
nal, de maneira a contemplar a corrosão. A espessura da chapa adotada deverá ser
coerente com o espaçamento adotado para as vigas horizontais que, por sua vez, não
deverá ser inferior a 300mm. Este espaçamento aumentará progressivamente, de baixo
para cima, à medida que a pressão hidráulica diminue.
O espaçamento, centro a centro das almas das vigas horizontais que suportam a
chapa estanque, na parte superior da comporta, não deverá exceder 0,9m, no caso das
chapas de 6mm de espessura, e 1,0m, para as chapas com 9,5mm de espessura ou mais.
As vigas laterais são fabricadas a partir de chapas soldadas. A carga que incide
sobre cada viga é equivalente à metade da carga hidráulica que atua sobre a comporta,
crescendo de cima para baixo, proporcionalmente à profundidade. Cada viga lateral é
apoiada em dois pontos pelos braços radiais. Calculando-se as distâncias ao longo da face
interna da chapa estanque, adota-se como critério que a distância, em termos de compri-
mento de arco, da soleira até a linha central do elemento de braço inferior, deverá ser
0,123 (L) e que a distância entre as linhas centrais dos elementos de braço deverá ser
0,4912 (L), onde L é o comprimento do arco da comporta. Este espaçamento dos braços
radiais que sustentam as vigas laterais baseia-se na análise dos momentos da viga (uma
viga em balanço, com dois apoios), de maneira que o momento entre os apoios é aproxi-
madamente equivalente ao momento sobre o apoio superior, mas de sinal contrário. Quando
a carga hidráulica que incide sobre a comporta for igual ou superior a 1.100kgf, as vigas
laterais deverão dispor de reforços de alma nos apoios nas extremidades, e nas conexões
com os braços laterais.
A unidade motora utilizada nas comportas manuais ou mecânicas pode ser de dois
tipos. O primeiro tipo tem a unidade motora localizada no centro da estrutura da compor-
ta, enquanto que no outro tipo o sistema encontra-se posicionado num dos lados. Esta
última disposição permite a utilização de uma passarela de concreto mais estreita.
Nos projetos de irrigação, os tanques de aço são utilizados como acessórios dos
equipamentos de proteção contra pressões hidráulicas transientes e para armazenamento
de água e óleos. O uso de câmaras de ar pressurizadas e de tanques não pressurizados,
ou chaminés de equilíbrio, para proteger os sistemas das pressões hidráulicas transientes,
é discutido no Capítulo 7 deste MANUAL. Tanques de armazenamento de água, elevados
ou construídos ao nível do chão, são utilizados para o abastecimento de água potável.
9.3.5.2 Projeto
Todos os tanques de aço deverão ser projetados para utilização na sua manufatura,
de chapas de aço de boa soldabilidade como os aços ASTM A 283 ou A 516, com teor de
carbono inferior a 0,30%. Os tanques na sua maioria encontram-se padronizados pelos
fabricantes, de modo que os desenhos do projeto só precisam indicar as especificações
relativas à sua altura, à sua localização, às dimensões de tubos, conexões e acessórios,
aos dados acerca dos valores de carga sobre o solo, cargas sísmicas, etc. Em geral as
especificações recomendam que os tanques não pressurizados sejam projetados, pela
empreiteira, de acordo com a norma AWWA D100.
Os tanques com altura igual ou superior a 2,5m deverão ter escada externa;
Os tanques com altura igual ou superior a 5m deverão ter escadas interna e exter-
na;
Todos os tanques fechados deverão possuir uma saída para drenagem situado em
nível mais alto e outro, mais baixo, quando possível;
A espessura mínima da chapa de aço deverá ser 4,75mm, para qualquer parte do
tanque sem contato com água, e 6,4mm, para as partes em contato com água;
9.3.5.3 Especificações
e que são transportadas desmontadas e muitas vezes enroladas, deverão ser cortadas
nas definitivas, e, antes de serem enroladas, as bordas a serem soldadas deverão ser
chanfradas adequadamente, de modo a aceitarem o tipo de solda indicado nas
especificações. Todas as chapas deverão ser enroladas em seções rigorosamente circula-
res, com curvatura contínua entre as bordas das chapas. O deslocamento entre as bordas
de chapas contíguas não deverá exceder 1,5mm. Realizar-se-ão testes não destrutivos e
de alívio de tensão por aquecimento, bem como serão realizadas radiografias das soldas
de todos os tanques pressurizados.
9.3.5.4 Montagem
9.3.5.5 Inspeção
Os tanques sem pressão são testados apenas para verificar os vazamentos, en-
chendo-os de água até o ponto de transbordamento. Os tanques menores com respiros,
com as extremidades fechadas, ou que possam ser fechados sem o uso de equipamento
especial, deverão ser testados para verificar a estanqueidade e a resistência, fechando-
se as saídas e submetendo o tanque a pressões hidrostáticas equivalentes a 3 metros de
água, acima da borda. Os tanques pressurizados deverão ser testados hidrostaticamente,
para resistência e para estanqueidade, submetendo-os a pressões equivalentes a 1,5 vez
a pressão nominal. Todos os ensaios hidrostáticos dos tanques de aço deverão ser efetuados
antes da aplicação da pintura, seja na fábrica, seja no campo, dependendo do local em
que o tanque for finalizado.
9.3.5.6 Pintura
Os tanques de aço menores, que são finalizados na fábrica, deverão ser limpos e
pintados na própria fábrica. Os tanques maiores, montados no campo, deverão ser limpos
e pintados após a montagem e a realização dos ensaios. A limpeza deverá ser efetuada
com jato de areia, até atingir-se o metal de base. As especificações deverão recomendar
uma tinta a base de resina vinílica, para as superfícies internas dos tanques de óleo ou
água; três ou mais demãos, até uma espessura mínima de película seca de 13 mícrons,
para os tanques de óleo; e quatro ou mais demãos, até uma espessura mínima de película
seca de 15 mícrons, para os tanques de água.
f guindastes de lança;
f monovias com toalhas;
f guindaste giratório;
f guinchos estacionários;
f pórticos rolantes portáteis;
f eslingas, vigas pescadoras e acessórios especiais.
Vagões de transferência.
Carros móveis.
Reboques.
B30.2 “Overhead and Grantry Cranes (Top Running Bridge, Single and Multiple
Girder, Top Running Trolley Hoist)” [Pontes Rolantes e Pórticos Móveis (Içadores de
Ponte Superior, de Viga única ou Múltipla e de Trole Superior)];
B30.17 “Overhead and Gantry Cranes (Top Running Bridge, Single Girder, Underhung
Hoist)” [Pontes e Pórticos Rolantes (Guinchos sobre a Viga, de única e Trole Inferi-
or)].
Nas peças mecânicas e estruturais, a tensão máxima deverá ser inferior a 20% da
tensão admissível. Quando se especificarem pequenos guindastes ou talhas, deverão ser
instalados dispositivos de limitação da carga no equipamento de elevação, a fim de se
garantir que a capacidade nominal não será excedida.
Os motores dos guinchos e dos troles deverão ser dotados de freios tipo solenóide,
de acionamento elétrico. Nos guinchos não equipados com freio de carga mecânico,
instalar-se-ão dois freios tipo solenóide. Os freios das pontes e dos guindastes operados
a partir de uma cabine deverão ser operados com o pedal ou então com acionamento
hidráulico. Nos guindastes externos, o freio deverá ser projetado de forma que possa
permitir a fixação na posição travada. Nos equipamentos menores, a velocidade de deslo-
camento da ponte poderá ser controlada por meio de freio de controle a solenóide.
Além disso, se a água contiver partículas finas suspensas de argila e/ou de silte, a
velocidade mínima na linha de sucção da bomba não deverá ser inferior a 0,30m/s, e se a
água contiver partículas finas de areia, a velocidade mínima deverá ser 0,45m/s.
Nas seções retas dos barriletes e nos tubos de aço, a tensão admissível deverá ser
inferior a:
Nos demais trechos dos barriletes, nas bifurcações e nas peças especiais, incluindo
curvas com raio inferior a 2,5 vezes o diâmetro, ou em ângulos superiores a 22 graus 30
minutos, a tensão admissível deverá ser inferior a:
A espessura mínima requerida de parede dos tubos no manuseio, deverá ser deter-
minada da seguinte forma:
onde,
9.5.1.3 Fabricação
Os tubos comerciais deverão ser de aço qualificação ASTM A53, Grade A, para
diâmetros até 600mm.
Para os barriletes e os tubos de aço com diâmetro superior a 600mm e nos casos
em que a espessura da parede é igual ou inferior a 19mm, empregar-se-ão tubos de
acordo com a norma ASTM A139, fabricados de chapa de aço qualificação ASTM A283,
Grade D. A Norma A139 da ASTM inclui tanto tubos com costura reta quanto tubos com
costura em espiral.
9.5.1.6 Ancoragem
cos completos sobre as mesmas. Dois tipos de juntas de expansão tipo luva são apresen-
tados na Figura 9.3.
A junta tipo aparafusada consiste de uma luva central, que pode ser de material e
espessura idênticos aos da tubulação; dois anéis terminais fabricados por seções de aço
laminado a quente de uma só peça constituindo os contra flanges, os quais são projetados
para o diâmetro e a pressão nominal especificadas; duas gaxetas de borracha de formato
tipo cunha ou de formato quadrado; e as ferragens de aparafusar requeridas para compri-
mir os contra flanges contra as gaxetas de borracha, para obter perfeita vedação. A luva
central e os contra flanges deverão ser moldados a frio, tolerância de 1% do diâmetro,
permitindo a realização dos ensaios de soldas e das dimensões das peças.
Nas juntas de expansão tipo luva, o movimento axial aceitável é produzido pelo
deslocamento do tipo cisalhamento das gaxetas de borracha, e não pelo deslizamento das
gaxetas sobre a superfície correspondente do tubo. Este tipo de junta permite cerca de
10mm de deslocamento longitudinal por junta. Quando se precisa de deslocamento mai-
or, é necessário a instalação de outros tipos de juntas de expansão, ao invés de juntas
expansão tipo luva. A resistência ao deslizamento das gaxetas sobre a superfície do tubo
pode ser arbitrada em 755kgf por metro de circunferência do tubo.
Todas as juntas de expansão tipo luva devem ser instaladas de acordo com as
instruções específicas do fabricante. O engenheiro de projeto dos barriletes e da tubula-
ção deverá consultar o fabricante, a fim de determinar o tratamento a ser dispensado às
extremidades dos tubos. A folga entre o interior da luva central e a superfície externa do
tubo é crítica para a estanqueidade da junta. Em geral, os fabricantes especificam tolerân-
cias muito restritas para a fabricação das peças – a luva central e circunferência externa
do tubo – a fim de controlar a folga entre elas.
9.5.2.2 Tirantes
As tabelas do Manual M 11, “Steel Pipe – A Guide for Design and Installation”
(Tubos de Aço – Manual de Projeto e Instalação), da AWWA, apresentam informações
relativas aos parafusos e aos olhais dos tirantes, a serem utilizados nos diversos diâme-
tros e pressões dos tubos.
Medidores de molinetes;
Medidores ultra-sônicos;
Medidores magnéticos.
Dimensões do medidor;
Pressão operacional;
Custo inicial;
Custo operacional;
Vida útil.
Um fator que poderá inviabilizar o uso de algum tipo de medidor de vazão, em local
remoto, é a indisponibilidade de energia elétrica no local da instalação. Muitos medidores
precisam de uma fonte de energia elétrica para acionar o transmissor e/ou o conversor do
sinal de vazão. Entretanto, alguns medidores, como os de molinete, que são acionados
pelo próprio escoamento da água através da tubulação, podem indicar e totalizar a vazão
sem utilizar energia elétrica. Este fator deverá ser considerado na elaboração do projeto.
O custo de instalação de linhas de energia elétrica ou de equipamentos baseados na
energia solar poderá tornar o projeto inviável.
Em geral, a vida útil dos medidores de vazão é de, pelo menos, 20 anos, sempre
que os procedimentos de manutenção recomendados pelo fabricante sejam respeitados e
que sejam aplicados os revestimentos apropriados às condições operacionais.
Os chamados medidores de linha que têm corpo reto e cilíndrico, são conectados
em linha com a tubulação. As conexões das extremidades podem ser com encaixes, para
serem flangeadas; com extremidades usinadas, para as juntas tipo luva; ou chanfradas,
para soldagem à tubulação. O medidor de molinete de menor custo é denominado medi-
dor tipo “sela”, constituído de um cabeçote medidor montado numa chapa de aço, com o
molinete se estendendo para baixo. A instalação é efetuada furando o tubo com um
gabarito, onde é montado o medidor de molinete, estendendo-o para dentro do tubo. A
chapa de aço é fixada ao tubo por meio de abraçadeira ou solda. A instalação com
abraçadeira é utilizada para pressões operacionais mais baixas, de até 10kgf/cm2, en-
quanto a solda é empregada em selas de chapa, de espessura maior, que podem ser
utilizadas nos tubos que operam a pressões de até 20kgf/cm2.
Os chamados medidores de molinete verticais (ou de ângulo reto) têm o rotor tipo
carretel, instalado na vertical, e o conjunto de medição instalado na extremidade superior.
A descarga possui o mesmo diâmetro bocal do carretel e está a ele soldada, em ângulo
reto. Empregam-se conexões flangeadas nas extremidades, tanto na entrada quanto na
saída. Em geral, o conjunto de medição é fixado na extremidade superior, por meio de um
acoplamento victáulico, embora também possa ser conectada mediante flanges.
Os hidrômetros podem ser de diâmetro 50, 75, 100, 150 e 200mm, com vazões
máximas variando entre 30 e 400m3/h.
Custos Operacionais – São muito baixos, pois a perda de carga é pequena e não é
exigida energia elétrica. Entretanto, os custos de manutenção podem ser significati-
vos, uma vez que requerem remoção e inspeção anuais, o que implica custos de mão-
de-obra e peças.
São uma versão modificada do tubo tipo de Venturi clássico inventado por Herschel.
Algumas vezes, são considerados marca registrada, pois cada fabricante tem o seu pró-
prio modelo, exigindo fatores de correção para a determinação do coeficiente de vazão.
Precisão – A maioria dos fabricantes declara precisão de mais ou menos 1%, para
os “tubos de fluxo” não calibrados, e mais ou menos 0,25%, para os calibrados. A
precisão depende de, pelo menos, 10 diâmetros de tubo reto à montante do “tubo
de fluxo”. Estas precisões são relativas ao “tubo de fluxo”, exclusivamente. Uma
vez que há outros componentes no sistema de medição de vazão, é preciso consi-
derar a precisão total do sistema. As especificações deverão estipular uma precisão
do sistema equivalente a mais ou menos 2,5% da vazão real, numa faixa de vazões
de 10:1. Em geral, os transmissores têm precisão de mais ou menos 1%, e os
instrumentos de recepção, mais ou menos 0,25%;
Podem ser utilizados dois transmissores de pressão diferencial para atender uma
faixa maior de vazões. O desenvolvimento da eletrônica propiciou o desenvolvimento de
dispositivos de comutação de estado sólido, de modo que dois transmissores operando
em conjunto, atendem a uma faixa geral de vazões de 16:1 (cada transmissor é capaz de
fornecer uma faixa de vazões de 4:1). Por exemplo, utilizando-se 2,24m^3/s como vazão
máxima, o transmissor medirá, com precisão, vazões de 2,24m^3/s até 0,57m^3/s. O
dispositivo de comutação desviará a medição para o segundo transmissor, na vazão de
0,57m^3/s. O segundo transmissor medirá a faixa de vazões de 4:1, de 0,57m^3/s até
0,142m^3/s. Desta maneira, a faixa total com dois transmissores será de 16:1.
Faixa Operacional – Uma faixa ampla de vazões de 16:1 poderá ser fornecida com
dois transmissores. (Ver item 9.6.2.2.);
pouca precisão de mensuração, o medidor tipo Doppler não deve ser considerado para
instalação nos sistemas de irrigação. Este medidor não será mais abordado.
Vertedouros;
Calhas inclinadas;
Medidores de fluxo.
9.6.3.1 Vertedouros
O regime de fluxo livre das calhas de aferição de Parshall é similar à vazão que
passa pela crista de um vertedouro, onde o fluxo não é impedido ou reduzido pelas
condições à jusante. Neste caso, a vazão dependerá apenas da largura da garganta
e da profundidade da água à montante (Ha). A profundidade da água (Ha) é medida
no ponto de medição, na seção divergente, localizada a 2/3 do comprimento desta
seção à montante da garganta;
Pode ser utilizado um transmissor eletrônico de vazão acionado por flutuador, para
medir o nível da água à montante e converter esses dados em sinais de saída relativos à
vazão. Um came metálico ou um dispositivo gerador de função acompanha o transmissor,
para converter o valor do nível da água em vazão. Os transmissores de vazão acionados
por flutuador são adequados para instalação em calhas inclinadas; entretanto, é preferível
utilizar transmissores de vazão equipados com transductores ultra-sônicos de nível
submersos ou transductores de pressão submersos, de modo a eliminar os problemas
mecânicos associados a engrenagens, flutuadores, cames e ligações de cames.
Os medidores de fluxo são muito utilizados nas estações hidrométricas, nos canais
e em outros grandes condutos abertos. São mais adequados que outros dispositivos de
hidromedição, quando é necessário medir vazões elevadas e a perda de carga disponível
é pequena. Podem ser instalados com relativa facilidade e sem modificações nos canais,
quando é necessário medir as vazões em canais ou cursos d’água já existentes. Também
podem ser empregados em canais que contêm água com altos teores de sedimento,
mesmo quando a descarga não é grande.
O referencial de nível;
Os medidores de fluxo convencionais podem ser de dois tipos: molinete, com eixo
horizontal, e ventosa, com eixo vertical. O elemento de medição dos medidores de fluxo
é constituído por uma roda (molinete ou ventosa), que gira quando imersa na água, e por
um dispositivo contador do número de giros da roda. Para cada instrumento será necessá-
rio aferir, por meio de ensaios num laboratório idôneo, a relação entre a rotação e a
velocidade de fluxo da água. Em geral, os resultados são fornecidos na forma de uma
equação. Utiliza-se um dispositivo elétrico para emissão do sinal de saída de rotação da
roda.
Uma lista das cargas resistivas totais, como iluminação e aquecedores, que estarão
no circuito quando os motores elétricos essenciais forem ligados;
Uma lista de todos os motores elétricos considerados essenciais e que serão liga-
dos e operados com a força proveniente do grupo moto-gerador. A lista deverá
relacionar todas as cargas elétricas dos motores, incluindo potência (em kw), torque
de partida, kVA do rotor travado, fase e tensão;
Poderá ser preciso reduzir a capacidade normal do grupo moto-gerador, quando for
instalado a 1.000m, ou mais, acima do nível do mar. O grau de redução da capacidade
normal deverá obedecer às recomendações do fabricante do grupo moto-gerador.
DESCRIÇÃO DA PARTE
ELÉTRICA
Se o melhor motor para aquele uso for o de indução tipo gaiola, determinar se
acelerará a carga conforme as restrições de partida definidas;
Em geral, os capacitores são ligados junto com o motor. Poderá ocorrer auto-exci-
tação do motor, após o desligamento da fonte de energia, caso sua velocidade seja
mantida devido a uma grande inércia da carga conectada. A auto-excitação também pode
ocorrer se o motor gira a alta velocidade em direção inversa enquanto as adutoras são
drenadas. Para evitar esse problema, que resulta em sobretensão no bobinado do motor,
é imprescindível que a carga reativa do capacitor, em quilovolt-ampere, não exceda aque-
la necessária para elevar o fator de potência do motor até o valor unitário. O uso de
capacitores reduz a corrente de linha; portanto, os dispositivos de proteção do motor
deverão estar localizados de maneira que percebam a corrente do motor, e não a da linha.
Reator de linha;
Autotransformador;
Resistor primário;
Estrela-delta.
Para motores entre 75 a 300kW, o tempo mínimo de funcionamento não deverá ser
inferior a 15 minutos;
10.2 Subestações
normal da carga, a fim de evitar uma posterior substituição dos disjuntores e dos transfor-
madores.
Relé térmico de bobina, com contatos múltiplos ajustados para operação seqüencial
atuando no comando do equipamento de resfriamento do transformador, conforme
as variações da carga. Este relé possui dois contatos adicionais, que podem ser
utilizados para alarme e desligamento;
Medidor de pressão;
Medidor de pressão alta, para indicar a pressão nos cilindros de gás inerte;
Impulso;
Perdas totais;
Elevação de temperatura;
Relação de transformação;
Nível de ruído;
Polaridade.
10.2.3 Disjuntores
Óleo;
Ar comprimido;
Vácuo;
O painel de comando deverá ser instalado numa sala própria, que também acomo-
dará os painéis dos motores, dos transformadores, das linhas de transmissão, dos servi-
ços auxiliares, dos instrumentos de controle e registradores hidráulicos, assim como,
ocasionalmente, os painéis de distribuição de correntes contínua e alternada e de comu-
nicações. Em geral, os quadros anunciadores localizam-se também nesta sala de controle,
em painéis de funções afins. O grau de sofisticação desses dispositivos dependerá das
dimensões e da importância da estação de bombeamento. Nas pequenas estações, al-
guns desses painéis podem ser integrados, a fim de ocuparem menos espaço.
que podem ficar distantes das moto-bombas. Incluem-se óleo para os motores e equipa-
mento de purificação, bombas de óleo, bombas de drenagem, sistemas de água, filtros e
compressores de ar.
As barras condutoras de fases isoladas, nas quais cada condutor de fase encontra-
se acondicionado em invólucro metálico individual, separado dos adjacentes por um
espaço de ar. Podem ser auto-resfriadas, ou resfriadas por esfriamento de ar sob
pressão, por meio de um trocador térmico ar-água. Estas barras condutoras são
A elevação de temperatura nas barras condutoras e nas conexões dentro dos invó-
lucros não deverá exceder os valores especificados na norma ANSI C37.20, para o con-
junto de aparelhagem de chapeamento e as barras condutoras blindadas a metal.
Existem algumas instalações nas quais o uso de cabos isolados e flexíveis em dutos
é mais econômico do que o de barras condutoras com condutores rígidos. Os cabos
isolados são utilizados, principalmente, em instalações com circuitos de grande cumpri-
mento, nas quais a maior confiabilidade das barras condutoras rígidas não compensa seu
alto custo. Sempre que os valores de corrente em regime permanente se aproximam ou
ultrapassam os 2.000 ampéres, torna-se imperativo considerar o uso de barras condutoras
rígidas, ao invés de cabos flexíveis, já que as barras condutoras rígidas normalmente são
muito mais recomendáveis nesses casos.
O equipamento auxiliar essencial poderá ser ligado à barra condutora ou fazer parte
dela; entre outros, destacam-se os transformadores de corrente de tensão, para as fun-
ções de medição, proteção e regulação; o equipamento de proteção da máquina contra
sobretensões ocasionadas por descargas elétricas ou manobras; e dispositivos de
aterramento e de desligamento das barras condutoras.
Uma importante consideração é a proteção dos motores que estão ligados através
de transformadores às linhas aéreas de transmissão. Este é o tipo de instalação predomi-
nante nas estações de bombeamento. Nestes casos, poderão ser transmitidas descargas
Vp = (2V + 1.000)/V^2,
onde:
Os capacitores de proteção dos motores podem ser dos tipos monofásico ou trifásico.
São montados em tanques de aço, com meio isolante anti-inflamável e antiexplosivo. Em
geral, os capacitores são projetados para operação contínua em tensões 10% superiores
à sua tensão nominal real, a fim de suportarem as variações operacionais dos motores.
milhão de kVA. Acima destes valores, os disjuntores secos utilizam ar comprimido junta-
mente com uma câmara para interromper o arco. Os disjuntores secos que operam de
acordo com este princípio possuem potências nominais de regime contínuo de 5.000
ampéres e capacidades interruptoras de 2,5 milhões de kVA. Com o uso de equipamento
adicional de resfriamento, as potências nominais de regime contínuo podem ser conside-
ravelmente ampliadas além de 5.000 ampéres.
Sempre existe a possibilidade de, após uma operação de interrupção plena, ser
reduzida a capacidade do disjuntor quanto ao limite de condução de corrente em regime
permanente, o que indica que o disjuntor não é previsto como fator de sobrecarga.
comando é muito complicado. Determinar este arranjo é enfadonho, mas muito importan-
te. Os cabos de força e de comando podem ser instalados em condutos ou bandejas, ou
numa combinação de ambos, dependendo de diversos elementos, como diâmetro do
conduto permitido em relação à espessura do solo ou das paredes, etc.
Os cabos de força para tensões iguais ou superiores a 600 volts são isolados com
borracha, compostos termoplásticos ou um produto similar. As dimensões dos conduto-
res são determinadas em função da máxima elevação de temperatura, em relação à tem-
peratura ambiente, permitida pelo seu tipo de isolamento.
O isolamento dos cabos até 600v deverá estar de acordo com os valores estabele-
cidos, nas normas elétricas pertinentes, para o uso previsto. Se os cabos forem subterrâ-
neos, o isolamento utilizado deverá ser apropriado para contato direto com o solo.
Os cabos de força para tensões entre 5.000 e 15.000 volts são do tipo isolado com
polietileno de encadeamento cruzado, termocurado e obturado, ou isolado com borracha
de etileno-propileno. Em geral, o nível de isolamento pleno (100%) é especificado.
Duas rotas principais de cabos de comando levam à sala de comando: uma a partir
do equipamento elétrico da estação de bombeamento e a outra, da subestação. Em geral,
os cabos provenientes do equipamento elétrico da estação de bombeamento são susten-
tados por bandejas, que facilitam o acesso aos cabos para manutenção ou simplificam o
10.3.7 Resumo
Sala do motor:
f motor principal e excitadores;
f guincho da estação de bombeamento;
f espaço para montagem e para descarregamento.
Espaços para barras condutoras, cabos de força, dutos, conduítes, bandejas para
cabos, etc.:
f alimentação principal de força para o motor, consistindo de barramento ou
cabos de força, estendendo-se dos terminais do motor até aos disjuntores, e
destes aos transformadores;
f cabos de controle da sala de comando e controle até as salas dos motores,
das bombas, área das instalações elétricas e subestação;
f área ou sala de espalhamento dos cabos e sala(s) de terminais;
f alimentadores auxiliares de força e conduítes para os circuitos de controle
dos dispositivos auxiliares;
f conduítes para a iluminação da estação de bombeamento;
f sistema de aterramento.
f reservatório à montante;
f tanque de regularização elevado;
f câmara de ar;
f tanques hidropneumáticos;
f sistema operacional das válvulas hidráulicas de descarga;
f válvulas de descarga operadas por motor;
f controladores de vazão;
f controladores de nível diferencial de água;
f sistema de proteção catódica (tipo corrente aplicada);
f bombas de sumidouro;
f sistemas de proteção contra incêndios, incluindo bombas, detectores, alar-
mes, etc;
f portas basculantes motorizadas;
f alarmes de segurança.
com fusíveis, nas pequenas estações, e de sistemas de serviço CA/CC, nas estações
maiores. No caso da estação de bombeamento principal ou de uma estação tipo “booster”
crítica, todo o controle deverá ser efetuado a partir de um sistema de bateria de corrente
contínua (CC), a fim de garantir o controle mesmo quando houver interrupção do forne-
cimento de energia elétrica em CA.
Em geral, os controles dos motores são ajustados de maneira que, após se estabe-
lecer a vazão de demanda, só uma ou duas bombas fiquem no ciclo de recuperação do
nível do reservatório, a fim de compensar a diferença entre a vazão de demanda e a vazão
sendo bombeada. A fim de atender aos critérios de tempo mínimo de funcionamento,
dimensiona-se o tanque ou reservatório de compensação, de maneira a conter (dentro
da abrangência operacional da bomba em ciclo de recuperação) o volume fornecido pela
bomba de ciclagem durante seu tempo mínimo de funcionamento. Para a equalização do
desgaste, o ciclo automático de operação das bombas garante que, ao longo de um
determinado período, todas as bombas funcionarão durante um mesmo espaço de tempo
e farão o mesmo número de partidas.
Relé de falta de fase ou reversão de fase – Protege contra a operação indevida dos
circuitos de controle, o superaquecimento do motor devido à interrupção de uma
das fases de força trifásica e à operação inversa dos motores. Bloqueia as partidas
enquanto existirem estas condições;
Os relés temporizados são empregados para impedir a partida simultânea das bom-
bas numa estação de bombeamento que possua múltiplas unidades. Tal partida
simultânea poderia ocorrer depois da restauração da força, após interrupção. A
concessionária de energia elétrica estipulará os necessários intervalos de tempo
entre a partida das diversas bombas. Desta forma, protege-se tanto o sistema de
energia elétrica quanto a tubulação do adutor.
Os controladores das válvulas de descarga das bombas podem ser elétricos (opera-
dos por motor) ou hidráulicos (sistema pressurizado a óleo). Nas estações de bombeamento
automáticas, o sistema de controle abre e fecha as válvulas na hora certa do ciclo de
bombeamento. Qualquer falha no sistema de controle, ou a operação incorreta da válvula,
deve resultar na parada e no isolamento da bomba.
Em geral, as válvulas operadas por motor são alimentadas por energia elétrica pro-
veniente do sistema de derivações auxiliares gerais. Os botões para a operação manual
encontram-se localizados na válvula e, também, no quadro principal de controle de unida-
de. Os sinais de controle da operação da válvula originam-se nos controles principais da
estação de bombeamento, enquanto as chaves limitadoras nas válvulas permitem a parti-
da e parada apenas sob condições apropriadas e seguras.
Além dos controles operacionais normais, são utilizados outros dispositivos (como
chaves de flutuador ou sensores), para detectar condições anormais de nível de água
baixo ou alto, no poço da bomba, no reservatório ou tanque, no terminal da tubulação de
recalque. Estes dispositivos atuam para desligamento e bloqueio da unidades.
Assim que todo o equipamento for selecionado e sua localização determinada, de-
signar-se-ão as tensões a serem utilizadas. As tensões e as potências requeridas serão
estabelecidas de maneira que o equipamento possa ser comprado com os motores, trans-
formadores, relés, chaves e outros acessórios adequados e que os conduítes possam ser
instalados nos locais apropriados. Este projeto poderá incluir os requisitos da subestação,
quando localizada próximo à estação de bombeamento. De outra forma, a subestação
poderá ser considerada um sistema separado.
A partir dos dados fornecidos pela concessionária de energia elétrica, assim como
daqueles relativos às impedâncias dos cabos e aos transformadores da estação de
bombeamento, calcular-se-ão os requisitos de curto-circuito do fornecimento de força
para os serviços auxiliares, o que permitirá especificar as capacidades nominais e de
suporte e de interrupção de corrente relativas à aparelhagem de comutação, aos quadros
de controle e aos disjuntores.
causado por correntes de terra normais fluindo por rotas aleatórias com mau contato e
alta resistência, e dissipa as sobretensões resultantes das operações de comutação.
Fórmula 1
onde:
Fórmula 2
Rg = rho/(4r) + rho/L
onde:
dor, pelo menos em cada canto da base do transformador. Nos circuitos alimentadores de
baixa tensão das subestações, é essencial instalar aterramento adequado para os
arrestadores. Os dispositivos ou as alavancas de manobra da chave de terra não poderão
ser ligados à conexão de terra dos pára-raios, com exceção do dispositivo que está sendo
especificamente protegido pelo arrestador, como transformadores, reguladores de ten-
são, ou transformadores reguladores.
Nos prédios que não possuam um grande sistema de tubulações metálicas, mas
apenas tubos metálicos subterrâneos, com resistência à terra maior do que os valores
indicados a seguir, será preciso reduzir a resistência à terra até se atingirem esses valores,
cravando-se um número adequado de hastes de aterramento na terra úmida, à maior
profundidade possível.
DRENOS
Manter os níveis dos aqüíferos, bem como os sais contidos nestes últimos, abaixo
da zona radicular das culturas irrigadas;
A nomenclatura utilizada na descrição dos vários tipos de drenos está baseada nas
funções dos mesmos. Os seis tipos de drenos abordados nos parágrafos seguintes deno-
minam-se: de alívio, de interceptação, de escoamento superficial em glebas, de proteção,
coletores e de saída (vide Figura 11.1).
Este tipo de dreno coleta o escoamento superficial proveniente das terras irrigadas
e não irrigadas situadas em glebas de propriedades agrícolas. Esse escoamento superficial
pode ser proveniente da irrigação ou das águas pluviais. Em áreas irrigadas, estes drenos
são normalmente instalados na parte baixa dos campos, e podem ser projetados com a
dupla finalidade de servir de dreno de alívio e de interceptação, para que também seja
mantido o rebaixamento do nível freático das águas subterrâneas.
11.3.1 Estaqueamento
Visto que o arranjo geral dos sistemas de drenagem é geralmente controlado pela
cota de um canal natural de drenagem na saída, a convenção relativa às estacas ao longo
dos drenos prescreve a colocação da Estaca 0+00 na saída do dreno. Por conseguinte, a
numeração das estacas aumenta no sentido inverso à direção do fluxo no dreno.
Deverá ser projetado um dreno com uma seção especial, no caso de ocorrência de
uma vazão pequena contínua, alternado com vazão maiores intermitentes causadas por
enxurradas. Se for permitido o escoamento de vazão pequena em um canal com fundo
largo, haverá uma tendência a meandros e à formação de poças no dreno, o que resultará
num canal com fundo molhado. Na maioria dos casos, um canal com fundo seco é mais
estável e menos sujeito à erosão do leito que um canal com fundo molhado. Uma maneira
de conseguir um canal com fundo seco para dar escoamento às vazões resultantes das
enxurradas consiste em construir um pequeno canal “piloto”, ao longo do eixo central do
canal de evacuação de cheias, para escoar o fluxo contínuo mais fraco.
Além de dar vazão às cheias, os drenos deverão ter capacidade suficiente para
receber as vazões de drenagem de águas subterrâneas, das águas excedentes da irriga-
ção e das águas residuais do sistema de canais. Durante as enchentes, será, normalmen-
te, interrompida a irrigação e poderá ocorrer um grande escoamento proveniente dos
canais, o que irá depender da própria configuração do sistema de canais.
Em alguns solos, tais como siltes não plásticos, pode haver necessidade de análises
especiais para determinar as velocidades aceitáveis, podendo até ser incluída uma análise
de força de tração.
11.3.5 Estruturas
As estruturas ligadas aos drenos abertos são: entradas de drenos, transições, es-
truturas de queda e cruzamento de estradas e canais.
11.3.5.2 Transições
Para as quedas com mais de 1,5m, onde ocorre água relativamente isenta de detri-
tos, poderá ser utilizada qualquer uma das estruturas abordadas no subitem 6.3.4. Nas
estruturas de queda em conduto, poderá ser utilizada tubulação de chapa metálica
corrugada. Se o dreno conduzir quantidades significativas de detritos, deverá ser conside-
rada, como alternativa, a eliminação das estruturas de queda em tubulação; isso porque
os drenos podem ser instalados em locais isolados e/ou inacessíveis, e a obstrução de
uma tubulação somente seria notada quando os taludes do dreno desmoronassem, cau-
sando danos à estrutura de queda ou ao canal.
As transposições de canais podem ser efetuadas por meio de uma estrutura ade-
quada de drenagem transversal, como abordado no Capítulo 6 deste MANUAL. Os casos
de cruzamento de estradas por drenos singulares do tipo interceptador, coletor ou dreno
de proteção são relativamente raros, visto que os sistemas de drenos conduzem geral-
mente a água para o canal natural de drenagem mais próximo, e esse cruzamento da
estrada pelo dreno faz parte do esquema da drenagem natural. Os bueiros para transposi-
ção de estradas, onde exigidos, deverão ser dimensionados como exposto no Capítulo 6
(para canais), utilizando-se uma velocidade máxima, para tubulação cheia, de 1,5m/s, de
modo a não haver necessidade de instalar transições nas entradas e saídas ou, então, um
dissipador de energia. Se a tendência dos solos for erosiva, deverão ser providenciados
colares para as tubulações, como abordado no Capítulo 6.
BIBLIOGRAFIA
ESTRADAS DE
RODAGEM
O objetivo deste capítulo é apresentar conceitos, bem como formular algumas con-
siderações relativas ao projeto de estradas associadas a projetos de irrigação.
12.2.3 Superelevação
Categoria
Estradas de Operação e Manutenção e de
Estradas de Acesso ao Projeto
Acesso as Propriedades Agrícolas
Parâmetros de Projetos de Estradas
Total do Lume do Tráfego (VDM) Canais e
Diário Médio Estações de
Propriedades
Bombeamento
Menos de 50 50 a 250 250 a 400 Agrícolas
1/ Grau de curvatura mais acentuado para a velocidade de projeto associada a superelevação = 0,12m/m (max.)
2/ Utilizar raio exigido pelo equipamento de operação e manutenção (mínimo 15m)
3/ Proibida a ultrapassagem
4/ Revestimento primário (cascalho)
5/ Concreto asfáltico sobre base granular
DIQUES DE PROTEÇÃO
Os diques são geralmente projetados com taludes mínimos de 3:1 no lado adjacen-
te ao rio, dependendo do material de solo utilizado para o talude. No lado voltado para as
obras de irrigação, é comum projetar-se um talude mínimo de 2:1. Visto que é normal-
mente desejável utilizar-se a crista do dique como estrada de manutenção, a largura dessa
crista deverá ser de 3,7m ou mais.
Geralmente os diques são projetados de modo a proteger as terras dos danos cau-
sados por cheias que tenham uma recorrência de 100 anos. Na maioria dos casos, o
custo de aumentar a proteção contra as cheias, de 25 para 50 anos e de 50 para 100
anos, justifica-se pelas vantagens econômicas auferidas, mesmo levando-se em conta o
valor presente dos benefícios futuros. A crista do dique deverá ser projetada com uma
borda livre mínima de 0,5m acima do nível de enchente de 100 anos, sendo preferível 1m.
Pode ser necessária uma borda livre maior, se houver previsão de ondas significativas,
ou se houver potencial de consolidação nas fundações, o que é comentado a seguir.
13.3 Fundações
podem também requerer uma borda livre mais elevada, de modo a permitir a consolidação
da fundação.
Em geral, os diques, ao contrário das represas feitas de terra, retêm a água durante
períodos relativamente curtos. (Os diques deverão ser projetados de maneira idêntica à
das represas feitas de terra, com materiais adequados para os aterros, caso a água venha
a ficar retida permanentemente ou por longo tempo.) Quando o único material disponível
para a construção de diques for muito permeável, deverá ser considerado o tempo duran-
te o qual a água do rio ficará em contato com o dique. Diques construídos com materiais
muito permeáveis podem apresentar falhas resultantes de erosão por “piping”, se a água
permanecer em contato com o dique durante um mês ou mais, a não ser que os taludes
do dique sejam abrandados, para diminuir o gradiente hidráulico através do dique.
13.5 Resumo
RELATÓRIOS DO
PROJETO
O “resumo do Projeto” deve conter uma ficha técnica que apresente informações
sobre capacidade, tamanhos, comprimentos, etc. de todos os elementos do projeto. Além
disso, essa ficha deve conter informações acerca de áreas irrigadas, número de irrigantes
dos diferentes tipos e dados referentes à produção agrícola, pedologia, hidrologia, etc.