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REGISTO DE ADEQUAÇÃO

OFERTA DE PRIMEIRO CICLO NA ÁREA DE MÚSICA

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

A — Identificação do ciclo ou ciclos de estudos actualmente em


funcionamento

LICENCIATURA EM MÚSICA

B — Estrutura curricular e plano de estudos

VER ANEXO I – FORMULÁRIO

C — Descrição sumária dos objectivos visados pelo ciclo de estudos.

- Oferecer uma sólida formação no âmbito da Performance, Composição e


Etnomusicologia que permita aos licenciados um acesso privilegiado a diferentes
especialidades de 2º ciclo

- Contribuir para o enriquecimento da vida musical nacional formando potenciais


interlocutores com diferentes territórios institucionais, públicos e privados,
designadamente ao nível da acção cultural e educativa

- Favorecer a interdisciplinaridade e a permeabilidade ao nível da formação


universitária em Música, no panorama da oferta internacional sedeada nas instituições
de ensino superior universitário

D — Fundamentação sucinta do número de créditos que, com base no


trabalho estimado dos alunos, é atribuído a cada unidade curricular,
incluindo os inquéritos realizados aos estudantes e docentes tendo em
vista esse fim.

Implementação do ECTS na Universidade Eduardo Mondlane.

Condições necessárias à concessão do grau de Licenciado em Música:

Obtenção de um número total mínimo de 180 créditos;

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E — Fundamentação sucinta do número total de créditos e da
consequente duração do ciclo de estudos

O plano de Estudos está organizado por um conjunto de Unidades Curriculares


fixas, comuns a todos os alunos, de forma a que todos tenham acesso à mesma
formação de base organizada a partir de quatro eixos findamentais:

1. Oferta de uma formação sólida no quadro da Música, no que diz respeito à


componente teórica e analítica oferecendo aos alunos a possibilidade de
desenvolverem competências básicas sobre análise, teoria e formação musical. Esta
componente oferece instrumentos de base que permitem o acompanhamento
regular e construtivo de outras unidades curriculares de carácter não propedêutico,
e contribuem para uma cultura geral e paritária sobre música.

2. Oferta de uma formação enfocada na realidade africana em geral e moçambicana


em particular, de forma que um licenciado em Música conheça a realidade musical
do seu país e consiga aplicar os instrumentos teóricos em situações novas e
analíticas associadas a Moçambique.

3. Oferta de uma experiência sólida no domínio da prática musical em geral,


através da oferta de disciplinas práticas de música de conjunto, e da prática de
música moçambicana em particular, tornando obrigatória a experiência
performativa em instrumentos moçambicanos e da timbila.

4. Criar no aluno um interesse pela prática universitária estimulando a sua


capacidade de investigação e oferecendo instrumentos que permitam desenvolver
pequenos projectos de pesquisa que o orientem para a continuidade dos estudos e
que, por outro lado, respeitem o verdadeiro espírito universitário de pesquisa e de
produção de conhecimento novo.

Tratando-se de um curso de Música, a dimensão de especialidade está prevista a


partir do primeiro ano do primeiro ciclo, orientando os alunos para três áreas de
especialização a que se convencionou chamar Área Vocacional. Assim, a Unidade
Curricular “Área Vocacional” alberga um conjunto de módulos de especialidade nos
quais os alunos se inscrevem e que podem ser, não cumulativamente:
Performance, Criação Musical e Etnomusicologia. A opção por estas três áreas de
especialização teve em conta o perfil dos alunos que chegam à ECA como
candidatos ao curso de Música, as suas motivações e também o potencial de
trabalho e de empregabilidade que o mercado pode oferecer para a área da Música
em Moçambique.

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Unidades teórico-práticas (104 ECTS)

Ao nível das unidades teórico-práticas os semestres deverão oferecer uma sólida


formação de base no âmbito geral e específico e consolidar a inserção do aluno no
quadro do ensino universitário. Existem quatro disciplinas que procuram oferecer
ao aluno um conjunto de ferramentas básicas de trabalho, designadamente
Domínios de Estudo da Música (8 ECTS) Música na História e na Cultura (12 ECTS),
Análise Musical (24 ECTS) e do Treino Auditivo (12 ECTS). As Unidades de
Metodologia do Trabalho Científico e de Ciências e Tecnologias da Música (12
ECTS), têm por objectivo oferecer ferramentas no quadro das metodologias de
trabalho e das técnicas de investigação e ainda do manuseamento de software
específico para o trabalho com música. A sua presença no primeiro ano do ciclo de
estudos é fundamental como suporte de todo o trabalho que o aluno irá
posteriormente desenvolver. Em todos os semestres a abordagem das disciplinas
quer teóricas quer práticas devem fazer incidir parte do seu programa na realidade
Moçambicana seja no quadro da análise do som seja no domínio do contexto
performativo associado à música. São no entanto específicas neste domínio as
disciplinas de Património Musical Moçambicano (12 ECTS) e de Música em África (4
ECTS).

No sentido de uma maior autonomia e do incremento do aperfeiçoamento do


trabalho, as horas de contacto com o aluno são manifestamente reduzidas no
último ano em favor de um trabalho individual e colectivo mais intenso.

Área Vocacional

Na unidade modular designada por área vocacional o trabalho organiza-se pelo


regime anual apesar de, por uma questão de organização coerente do plano de
estudos, existir um desenho semestral desta unidade. Porém, o trabalho aqui
realizado oferece uma progressão em dois níveis sendo o primeiro (1º ano)
bastante centrado no desenvolvimento e consolidação de um trabalho prático de
exigência universitária (20 ECTS). Os 2º e 3º anos, estão organizados no sentido
da produção de um trabalho aprofundado na Área Vocacional (58 ECTS)
acompanhado por uma cada vez maior autonomia do aluno ao nível do
enquadramento teórico e contextual do seu trabalho prático.

F — Demonstração sumária da adequação da organização do ciclo de


estudos e metodologias de ensino

Estrutura Curricular e Não Curricular da licenciatura em Música

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A estrutura de Curso de Licenciatura em Música (1º Ciclo de Bolonha) organiza-se a
partir de duas componentes de formação obrigatórias, designadamente:

I. Área Vocacional – Define-se por um espaço curricular modular que o aluno


escolhe de acordo com a formação específica que quer adquirir, designadamente

1.1 Performance (instrumento ou canto)

1.2 Criação

1.3 Etnomusicologia

Esta componente contém dois módulos obrigatórios e comuns às três opções:


coro/orquestra/combo e Oficina de timbila. A inclusão destes módulos é feita
partindo do pressuposto segundo o qual um aluno de música terá necessariamente
que passar pela experiência prática de “fazer música”. Aqui se enquadra o Coro e a
Orquestra mas também a construção de outro tipo de agrupamentos para alunos
que procurem outras experiências de música de conjunto seja no quadro da música
erudita seja no quadro de outras músicas como o Jazz, a World Music, músicas de
outras culturas, música popular, etc.

II. Cadeiras teórico-práticas - aqui se inclui um conjunto de disciplinas de


formação académica de base, nos diferentes domínios das ciências da música, que
ofereçam ao aluno uma formação teórica sólida e que lhes permitam ser
competitivos com outros parceiros de outras Universidades africanas e
internacionais.

Competências a adquirir

Prevê-se que no final deste ciclo de estudo os alunos tenham de facto


desenvolvido competências básicas e específicas no quadro genérico das Ciências
da Música e no específico enformado pela área vocacional de opção.

Competências básicas :

- Estruturar e redigir um trabalho em diferentes domínios das ciências da


música

- Preparar e efectuar uma apresentação e/ou defesa pública de uma ideia


ou projecto, se necessário, com suporte tecnológico

- Preparar e efectuar uma apresentação pública no quadro da performance

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- Conhecimento do contexto nacional e africano no que respeita ao
desenvolvimento das ciências da música e da performance

- Domínio de procedimentos de pesquisa, organização de informação e sua


sistematização

Competências Específicas

- Preparar e desenvolver um pequeno projecto de intervenção no quadro


da performance tendo em conta aspectos como: tipo de público, instituições,
meios, etc.

- Desenvolver um trabalho articulado de música de conjunto em pequenos


e grandes ensembles.

- Desenvolver um trabalho de criação musical, quer sob o ponto de vista


instrumental, quer através da utilização de meios electroacústicos e/ou
informáticos.

- Desenvolver um trabalho articulado no quadro das artes de espectáculo


em especial em teatro musical

- Assistir tecnicamente a produção de espectáculos

- Colaborar na especialidade em projectos de edição musical multimédia

G — Análise comparativa entre a organização fixada para o ciclo de


estudos e a de cursos de referência com objectivos similares ministrados
em universidades estrangeiras

Na vertente artística, as disciplinas do currículo da área científica de música são em


grande parte as mesmas que as dos outros cursos de Música ministrados nas
Universidades e Escolas Superiores de Música estrangeiras. Estas disciplinas de
especialidade têm uma forte componente prática que sem prejuízo de uma sólida
formação teórica pretendem desenvolver a capacidade dos alunos para enfrentarem
a vida de músico profissional.

Atendendo à estrutura curricular, aos métodos de ensino, aos objectivos das


diferentes disciplinas e da sua distribuição pelas diferentes áreas, este curso
encontra-se perfeitamente enquadrado na área de Música, quer a nível nacional

quer a nível internacional.

Este projecto de curso inscreve-se não só numa perspectiva de maior diálogo com
outras universidades estrangeiras – como, de resto, é o propósito do processo de

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adequação ao modelo de ECTS – mas está também em sintonia com as
prerrogativas da Conferência Mundial da UNESCO para o Ensino das Artes, que teve
lugar em Lisboa entre 6 e 9 de Março de 2006, a partir da qual foi elaborado um
mapa de enquadramento para o ensino das artes a partir de um objectivo central:
contribuir para a construção de capacidades criativas para o Século XXI. A
presença, nesta conferência, de especialistas e investigadores de diferentes áreas
do conhecimento desde a economia, as ciências políticas, a sociologia a medicina
ou as neuro-ciências, para além de investigadores e agentes importantes no quadro
do ensino das artes, mostrou que a presença das artes na educação formal e
informal das crianças e das populações é cada vez mais uma necessidade premente
para a construção de sociedades mais criativas, mais imaginativas, e
emocionalmente mais saudáveis, contribuindo assim para a optimização do capital
humano e para a sustentabilidade.

Nesse sentido, a criação de novos cursos no domínio das artes deve prever,
também, possibilidades de implantação profissional diversas, contribuir para a
autonomia dos alunos ao nível da sua integração no mercado de trabalho e
promover a construção de projectos interdisciplinares e multidisciplinares que
poderão constituir parceiros privilegiados na relação com as escolas ou outras
instituições de educação formal.

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ANEXO I

DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA CURRICULAR E DO PLANO DE ESTUDOS

(PEÇA INSTRUTÓRIA B – nos termos das normas técnicas aprovadas pelo


despacho n.º 10543/2005 (2.ª série) de 11 de Maio)

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ANEXO II

Caracterização das Unidades Curriculares

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