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Projeto exclusivo de resgate de revistas antigas de
Escola Bíblica Dominical.
“Êta segunda-feira brava!”. “Que dureza!”. “Segunda-feira é o pior dia da semana!”. Por
vezes o crente fala coisas assim, quando começa mais uma semana de trabalho. Será
que é correto? Afinal, o trabalho é bênção ou maldição? Vejamos de onde ele se origina
e o que o cristão deve pensar acerca dele.
O homem (no Hebraico “adam”) foi formado e derivado do pó da terra (no Hebraico
“adamá”). Essa mesma terra de onde o homem foi formado foi amaldiçoada (v. 17).
Além disso, o Criador, que havia acabado de se revelar também como Salvador (Gn
3.15), afirma que a atividade humana seria agora extremamente dificultada.
A maldição da queda é vista na multiplicação do trabalho, uma vez que o homem passa
então a se ocupar não apenas com seu sustento, mas agora também com sua
manutenção. Hoje o homem trabalha ativamente para sua sobrevivência, lutando contra
os efeitos degradantes da queda através do conhecimento das leis que regem a criação.
Pode amenizar alguns efeitos dela, mas não erradicá-los. A queda trouxe consigo o
surgimento de profissões específicas e determinadas indústrias, por causa da nova
realidade vivida pela humanidade.
Deus mostra sua graça para com toda humanidade, revelando conhecimento para a
melhoria de vida, embora os homens arrogantemente tomem para si os méritos desses
conhecimentos.
O homem tem o mau hábito de achar que o seu trabalho é algo que é destinado a si
mesmo, como se fosse feito para a realização de seus desejos de consumo. Contudo,
quando olhamos para as Escrituras, fica-nos claro que todas as habilidades humanas,
não somente os dons espirituais, procedem do mesmo Espírito de Deus.
A diferença é que as primeiras são concedidas a todos, como parte da graça comum de
Deus, visando o aparelhamento da sociedade, para benefício de todos os homens, e os
últimos são exclusivos dos nascidos de novo e têm como objetivo a realização da igreja.
Devemos nos comprometer com “não procurar grandes coisas, nem coisas
maravilhosas demais” para nós. Ao invés disso, saciar nossa alma tão somente no
Senhor (SI 131), merecedor até dos louvores do trabalho que realizamos.
Todos nós temos uma certa inclinação à autonomia, ou seja, a vivermos à parte da
dependência de Deus. Devido ao pecado o homem naturalmente não gosta de estar
sujeito ao Senhor. Isso não diz respeito apenas à obediência, mas também ao
reconhecimento de sua necessidade vital de Deus.
O homem quer ser seu próprio deus e, por isso, acha humilhante depender. E essa
inclinação maligna a responsável por tendermos ao esfriamento quando tudo está bem.
O trabalho tem efeitos danosos não apenas quando sujeita a própria pessoa, mas
quando também sujeita o próximo. A queda trouxe algumas distorções do trabalho, e
dentre elas, a escravidão.
O trabalho ordenado no paraíso a Adão era livre e feito com responsabilidade perfeita.
Havia satisfação no cuidado do jardim. Contudo, o pecado trouxe a ênfase do homem
também sobre o seu semelhante.
O mesmo modelo pode ser visto também depois de Ninrode e Babel (Gn 11), uma vez
que em Abraão (Gn 12) já há uma sociedade baseada em senhores e servos. É
interessante notar que a escravidão é referida por Deus como sendo uma realidade do
mundo de pecado e foi usada por ele para castigo (Gn 9.26; Lm 1.1).
Por isso, a libertação da escravidão, portanto, o trabalho livre feito para Deus, tornou-
se símbolo da redenção realizada por Jesus. A saída do povo do Egito para que
pudessem servir livremente a Deus é a figura da libertação do pecado que Cristo
realizou no Calvário.
Todo sistema econômico e social estava baseado na escravidão e não poderiam ser
mudados repentinamente. Todavia, percebe-se claramente na correspondência de
Paulo a Filemom sua intenção de que Onésimo fosse libertado de sua escravidão (v.
16).
O trabalho não deve ser usado para privação de liberdade. O trabalho abençoado é
aquele realizado espontânea e livremente.
Esse é um princípio a ser sempre considerado. O trabalho jamais estará acima dos
princípios santos das Escrituras e nunca poderá ser usado para justificar práticas que
são claramente condenadas por Deus.
Alguns tentam se eximir da culpa, afirmando que estavam apenas fazendo o que o
patrão mandou.
Esses são exemplos nos quais o trabalho é usado para “desculpar” o pecado. Todavia,
há casos nos quais o trabalho é pecado. Hoje se fala na sindicalização de prostitutas,
um problema que parece ser tão antigo quanto a escravidão (Gn 6.1-5; 38.15, 16).
Outro problema atual é o tráfico de drogas que “emprega” muita mão de obra, seguindo
as normatizações de um Estado paralelo. Apenas o trabalho digno, executado sob as
orientações das Santas Escrituras, pode obter o favor e a bênção de Deus.
CONCLUSÃO
O trabalho é uma das grandes bênçãos que Deus nos deu. Fomos criados para glorificar
a Deus com as obras de nossas mãos, o fruto de nosso trabalho. A falta do trabalho
causa frustração. Aquele que não tem uma ocupação em casa ou um emprego
estabelecido é um parasita da criação, está em pecado e não agrada a Deus.
A dona de casa ao ver sua cozinha limpa, sente-se extremamente bem ao ver o fruto do
seu trabalho, assim como qualquer trabalhador no exercício de sua profissão. Sendo
um cristão, o trabalho se torna quase um lazer quando é feito com alegria, e expressão
de adoração para a glória do Senhor.
DESAFIO
Reflita sobre sua prática profissional e pondere: você é escravo de seu trabalho? Para
quem ele é feito? Poderia ser considerado um trabalho livre, feito para a glória de Deus?
Seu trabalho é santo e realizado em santidade? Você tem uma santa satisfação