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TRABALHO: BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO


Gênesis 3.17-19

“Êta segunda-feira brava!”. “Que dureza!”. “Segunda-feira é o pior dia da semana!”. Por
vezes o crente fala coisas assim, quando começa mais uma semana de trabalho. Será
que é correto? Afinal, o trabalho é bênção ou maldição? Vejamos de onde ele se origina
e o que o cristão deve pensar acerca dele.

I. O TRABALHO DADO AO HOMEM: UMA BÊNÇÃO


Em nossos dias o trabalho é visto apenas em termos de obrigações ou
responsabilidades. Na verdade, parece mais um peso do que algo digno. Na ordem
perfeita do Éden, o trabalho dado a Adão era feito com satisfação.

O pecado introduziu um tipo de desordem controlada e limitada por Deus em todas as


áreas da vida. O Criador determinou que o homem padecesse as consequências de sua
desobediência já a partir do meio ambiente no qual habitava (Gn 3.17-19).

O homem (no Hebraico “adam”) foi formado e derivado do pó da terra (no Hebraico
“adamá”). Essa mesma terra de onde o homem foi formado foi amaldiçoada (v. 17).

Além disso, o Criador, que havia acabado de se revelar também como Salvador (Gn
3.15), afirma que a atividade humana seria agora extremamente dificultada.

A maldição da queda é vista na multiplicação do trabalho, uma vez que o homem passa
então a se ocupar não apenas com seu sustento, mas agora também com sua
manutenção. Hoje o homem trabalha ativamente para sua sobrevivência, lutando contra
os efeitos degradantes da queda através do conhecimento das leis que regem a criação.

Pode amenizar alguns efeitos dela, mas não erradicá-los. A queda trouxe consigo o
surgimento de profissões específicas e determinadas indústrias, por causa da nova
realidade vivida pela humanidade.

Isso, obviamente em função do tempo e do desenvolvimento humano. Assim, hoje


temos profissionais na área da saúde, segurança pública e nacional e indústrias de
remédios e material bélico, entre outras.

Deus mostra sua graça para com toda humanidade, revelando conhecimento para a
melhoria de vida, embora os homens arrogantemente tomem para si os méritos desses
conhecimentos.

II. QUANDO O TRABALHO TRAZ MALDIÇÃO


Certamente, o trabalho é uma atividade nobre, mas há ocasiões quando o seu mau uso
atrai o desagrado ao invés da aprovação do Senhor. Podemos listar pelo menos três
ocasiões nas quais isso acontece:

A. Quando se torna soberba

O homem tem o mau hábito de achar que o seu trabalho é algo que é destinado a si
mesmo, como se fosse feito para a realização de seus desejos de consumo. Contudo,
quando olhamos para as Escrituras, fica-nos claro que todas as habilidades humanas,
não somente os dons espirituais, procedem do mesmo Espírito de Deus.

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A diferença é que as primeiras são concedidas a todos, como parte da graça comum de
Deus, visando o aparelhamento da sociedade, para benefício de todos os homens, e os
últimos são exclusivos dos nascidos de novo e têm como objetivo a realização da igreja.

O trabalho transforma-se em uma espécie de idolatria própria, de culto a si mesmo, na


busca do louvor pessoal. E exatamente assim que o homem sem Deus vive.

Devemos nos comprometer com “não procurar grandes coisas, nem coisas
maravilhosas demais” para nós. Ao invés disso, saciar nossa alma tão somente no
Senhor (SI 131), merecedor até dos louvores do trabalho que realizamos.

Certamente, o trabalho se torna também um problema quanto estimula em nós um


senso de independência de Deus. O homem, então, passa a buscar suas próprias
coisas e a desprezar aquilo que é relativo a Deus (Ag 1.3,4).

Todos nós temos uma certa inclinação à autonomia, ou seja, a vivermos à parte da
dependência de Deus. Devido ao pecado o homem naturalmente não gosta de estar
sujeito ao Senhor. Isso não diz respeito apenas à obediência, mas também ao
reconhecimento de sua necessidade vital de Deus.

O homem quer ser seu próprio deus e, por isso, acha humilhante depender. E essa
inclinação maligna a responsável por tendermos ao esfriamento quando tudo está bem.

B. Quando sujeita o próximo

O trabalho tem efeitos danosos não apenas quando sujeita a própria pessoa, mas
quando também sujeita o próximo. A queda trouxe algumas distorções do trabalho, e
dentre elas, a escravidão.

O trabalho ordenado no paraíso a Adão era livre e feito com responsabilidade perfeita.
Havia satisfação no cuidado do jardim. Contudo, o pecado trouxe a ênfase do homem
também sobre o seu semelhante.

Com a queda, a maldade do homem parece ter se manifestado primeiro na sujeição da


mulher, como ser fisicamente mais fraco. A ordem do casamento original de um homem
e uma mulher foi quebrada primeiramente por Lameque (Gn 4.19).

Em seguida, a criação e fabricação de armas deram ao homem o instrumento de


sujeição, dominação e escravidão (Gn 4.22).

Aparentemente, no início da humanidade os homens começaram a trabalhar em


cooperação nas cidades (Gn 4.17). Contudo, a supremacia de alguns em relação a
outros começou a determinar os interesses, evoluindo para a sujeição e dominação de
cidades e escravidão de vencidos nas batalhas.

O mesmo modelo pode ser visto também depois de Ninrode e Babel (Gn 11), uma vez
que em Abraão (Gn 12) já há uma sociedade baseada em senhores e servos. É
interessante notar que a escravidão é referida por Deus como sendo uma realidade do
mundo de pecado e foi usada por ele para castigo (Gn 9.26; Lm 1.1).

Por isso, a libertação da escravidão, portanto, o trabalho livre feito para Deus, tornou-
se símbolo da redenção realizada por Jesus. A saída do povo do Egito para que
pudessem servir livremente a Deus é a figura da libertação do pecado que Cristo
realizou no Calvário.

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É necessário ainda considerar que, embora as Escrituras até mesmo regulamentem a


servidão (Êx 21.1-11; Ef 6.5-9), o fazem devido a um modelo social pecador que
imperava no mundo à época da composição dos livros bíblicos.

Todo sistema econômico e social estava baseado na escravidão e não poderiam ser
mudados repentinamente. Todavia, percebe-se claramente na correspondência de
Paulo a Filemom sua intenção de que Onésimo fosse libertado de sua escravidão (v.
16).

O trabalho não deve ser usado para privação de liberdade. O trabalho abençoado é
aquele realizado espontânea e livremente.

C. Quando regulamenta a prática do pecado

Esse é um princípio a ser sempre considerado. O trabalho jamais estará acima dos
princípios santos das Escrituras e nunca poderá ser usado para justificar práticas que
são claramente condenadas por Deus.

Aqui se levantam duas aplicações desse princípio. Primeiramente, devemos considerar


o pecado na prática de profissões lícitas e honradas.

Para progresso e manutenção dos chamados “bons empregos”, infelizmente é comum


vermos crentes mentindo, enganando, burlando fiscalizações, sonegando impostos,
etc., justificando suas atitudes com o exercício profissional.

Alguns tentam se eximir da culpa, afirmando que estavam apenas fazendo o que o
patrão mandou.

Esses são exemplos nos quais o trabalho é usado para “desculpar” o pecado. Todavia,
há casos nos quais o trabalho é pecado. Hoje se fala na sindicalização de prostitutas,
um problema que parece ser tão antigo quanto a escravidão (Gn 6.1-5; 38.15, 16).

Outro problema atual é o tráfico de drogas que “emprega” muita mão de obra, seguindo
as normatizações de um Estado paralelo. Apenas o trabalho digno, executado sob as
orientações das Santas Escrituras, pode obter o favor e a bênção de Deus.

CONCLUSÃO
O trabalho é uma das grandes bênçãos que Deus nos deu. Fomos criados para glorificar
a Deus com as obras de nossas mãos, o fruto de nosso trabalho. A falta do trabalho
causa frustração. Aquele que não tem uma ocupação em casa ou um emprego
estabelecido é um parasita da criação, está em pecado e não agrada a Deus.

A dona de casa ao ver sua cozinha limpa, sente-se extremamente bem ao ver o fruto do
seu trabalho, assim como qualquer trabalhador no exercício de sua profissão. Sendo
um cristão, o trabalho se torna quase um lazer quando é feito com alegria, e expressão
de adoração para a glória do Senhor.

DESAFIO
Reflita sobre sua prática profissional e pondere: você é escravo de seu trabalho? Para
quem ele é feito? Poderia ser considerado um trabalho livre, feito para a glória de Deus?
Seu trabalho é santo e realizado em santidade? Você tem uma santa satisfação

AUTOR: JAIR DE ALMEIDA

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