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Categoria de Símbolos

Um olhar mais atento as associações simbólicas reduz o numero de


significados simbólicos. A classificação dos símbolos em grupos inter-
relacionados é refletido na divisão em quatro partes:

- A que dá a vida (Doadora de Vida)

- A terra eterna e renovadora

-Morte e Regeneração

-Energia e desdobramento

A primeira categoria de símbolos abrange a esfera aquática já que a crença


prevalente da era de que toda vida veio da água. Os símbolos de extensões
de água, rios e chuvas - zig-zag, ondulados e faixas serpentinas, teias,
quadriculado - de aves aquáticas pertencem aqui e são associadas com a
deusa na forma de uma mulher/ave aquática híbrida em versões
esquemáticas, essa image, pode ter somente seios ou traseiros exagerados.
Esse grupo rico de símbolos é sem duvida paleolítico em sua origem.

O começo da representação/retrato de partes do corpo fêmea


-seios,traseiros, barriga, vulva - remonta a tempos em que as pessoas que
ainda não entendiam o processo biológico da reprodução (copulação como
causa da reprodução) criaram uma deidade que era uma extensão
macrocósmica do corpo da mulher. Ela é a Creatrix, a que da a vida e o
nascimento. Essas partes essenciais da corpa fêmea foram dotados com o
poder da procriação. A umidade misteriosa no útero e órgãos internos
labirínticos da deusa eram (SÃO) a fonte mágica da vida.

A deusa que dá o nascimento que é representada em uma posição


natural de parir ou por sua vulva como parte do todo é representada no
paleolítico superior. Esses símbolos continuam no neolítico e até mais tarde
ela está ligada com mães primordiais em forma animal como a ursa, a viada/
viado, e no paleolítico superior com a bisão fêmea e a lebre. A preservação
de tais imagens na pré historia final/tardia e até mesmo na era histórica
pode ser explicada não somente pela indestrutibilidade de símbolos de
doação de vida e de maternidade, mas também como uma forte memória de
um sistema matrilinear de quando a paternidade era difícil de estabelecer, o
que não significa, contudo, que o papel paternal no processo de reprodução
não era entendido no neolítico ou mais tarde na era de cobre, por povos que
eram grande observadores da natureza.

Inovações ocorreram com o advento da economia neolítica. A


carneira( primeiro animal domesticado) se tornou sagrada para a Deusa
Passara, seguido pelo símbolo da lã/do novelo a associação da deusa com
tecelagem e fiação. O começo do conceito da deusa que da a vida e o
nascimento com as moiras( destino) - distribuidora e determinadoras do
comprimento da vida, felicidade e riqueza- e como uma fiadora e tecelã da
vida humana pode vir desse período neolítico inicial.

Ao mesmo tempo, a descoberta da cerâmica abriu vias de criação de


novas formas esculturais assim como novos modos de expressar símbolos
através da pintura cerâmica. Askoi (vasos em formas de passaras) e vasos
antropomórficos em forma de mulheres-passaras. Correntes, chevrons,
triângulos, faixas em padrão de rede, espirais, cobras onduladas, e cobras
enroladas se tornaram temas dominantes nas pinturas de cerâmica. Vasos
de cerâmicas em forma da deusa que dá a vida, marcamos com Ms, zigue-
zagues (fluxos de água ou fluido amniótico), redes, ondas de água
espiraladas e outros signos aquáticos fizeram sua estreia no sexto milênio
A.C.

Os símbolos de fertilidade e gravidez também tem suas raizes no


paleolítico superior. A deusa grávida já está lá. A bi-linha (dois traços) é
registrada no paleolítico superior como símbolo da gravidez, ou da força do
dois. Como uma consequência da nova economia agrícola, a deusa grávida
paleolítica foi transformada na deidade da terra fértil. A fecundidade das
humanas e animais, a fertilidade das plantações, a obtenção da cobertura
vegetal, e o processo de crescimento e engorda eram agora de enorme
preocupação. A porca, um animal de crescimento e engorda rápida, se
tornou sagrada para essa Deusa. Originalmente provavelmente uma deusa
lunar, engordando como a lua crescente, a deusa grávida da era agrícola se
tornou uma deidade ctônica (da terra) simbólica do crescimento,
florescimento e morte da vegetação. O drama das mudanças sazonais se
intensificou , o que é manifestado em rituais de verão/inverno ou de
primavera/colheita na emergencia da imagem mãe/filha e de um deus
macho como o espírito do crescimento e da morte da vegetação.

Como esse livro documenta, através de imagens pré-históricas,


imagens da morte não ofuscam aquelas da vida: elas são combinadas com
símbolos de regeneração. A mensageira da morte e portadora da morte
também estão envolvidas com regeneração. Inúmeros exemplos
testemunham a existência desse tema: cabeças de abutres são colocadas
dentro de seis, mandíbulas e presas de javalis ferozes com seios (como nos
santuários do 7º milênio em Çatal Huyuk na Turquia central); Imagens da
deusa coruja do leste europeu nas paredes de túmulos de sepulturas
megalíticos e nas estelas* tem seios, ou seus corpos internos são um
labirinto criador de vida com uma vulva no centro.

Como um símbolo de regeneração, o útero como tal, ou o formato


semelhante bucrânio (a forma do crânio de um boi), ou formas animais
análogas - peixa, sapa, ouriço, tartaruga - tocou um

papel durante a maior parte do pós-Paleolítico pré-história, bem como na


história posterior. Dever

durante o Neolítico, sepulturas e templos assumiu a forma de ovo, vagina, e


útero da Deusa ou de seu com corpo completo. A passagem megalítica
túmulos da Europa Ocidental muito provavelmente simbolizava a vagina
(passagem) e barriga grávida (tholos, câmara redonda) da Deusa. A forma de
uma sepultura é um análogo da colina natural com um omphalos (pedra que
simboliza o umbigo) no topo, um símbolo universal da barriga de grávida da
Terra Mãe com o cordão umbilical, conforme registrado nas crenças do
folclore europeu.

A interação das funções de doadora de vida e morte em uma divindade é


particularmente característica das deusas dominantes.

A Doadora de Vida e Nascimento pode se transformar em uma imagem


assustadora da morte. Ela é mulher nua e dura ou um mero osso com um

triângulo púbico sobrenatural onde a transformação da morte para a vida


começa. As ocasionais características ornitomórficas (forma de pássaro) de
sua máscara e os pés de abutre mostram sua conexão com a ave de rapina
e o traços ofidianos( relativo a cobras) - boca longa, presas,

e pequenos olhos redondos - conecta ela a cobra venenosa. O nu rígido do

Paleolítico superior, esculpido em osso com as protuberâncias de um corpo


produtor de vida, é a ancestral do corpo nu rígido da velha europa, que era
feito de mármore, alabastro, pedra de cor clara ou osso - materiais com a
cor de morte.

As máscaras da Deusa da Morte (meados do 5º milênio a.C., com grande

boca e presas e às vezes um língua pra fora pode ter gerado a górgona, a
temível cabeça de monstro, da Grécia antiga. As primeiras gorgonas gregas,
no entanto, não são símbolos assustadores que transformam humanos em
pedras. Eles são retratadas como tendo asas de abelha e cobras como
antenas e são decoradas com desenho de favo de mel - todos

claramente símbolos de regeneração.

Uma das maiores dessas categorias podem ser classificados como


símbolos de energia e desdobramento. Espirais, chifres, crescentes,

semicírculos (formas em U), ganchos, machados, cães, cabras e homens


excitados (itifálico), que flanqueiam uma coluna ascendente, aquosa e vital,
serpente, árvore da vida e deusa antropomórfica ou sua barriga grávida, são
todos símbolos de energia.

Cobra antitética ou cabeças em espiral preenchemde Antigo vasos europeus


antigos com pinturas de movimento e torção. Redemoinhos, cruzes e uma
variedade de designs de quatro cantos são símbolos de dinamismo da
natureza que garantem o nascimento da vida e a gira da roda de

tempo cíclico da morte à vida, para que a vida se perpetue. Nessa série de
transformações, a mais dramática é a chegada de uma forma de vida em
inúmeras outras: de um bucrânio a abelhas, borboletas,

e plantas, epifanias da Deusa da Regeneração.

A iconografia da Deusa em seus vários aspectos sempre contém

vários tipos de símbolos - abstratos ou Hieróglifo, como V, X, M, triângulo,

/ diamante, etc .; "representacional", como olhos, seios, pés de pássaro; e


animal, que são atributos dos vários aspectos da Deusa (cobra, pássaro,
porca, touro, sapa, abelha, etc.). Essas três categorias são fortemente
entrelaçadas e derivam de uma percepção holística do mundo, quando

a natureza não foi classificada como nas universidades modernas, quando


os humanos não eram isolados do mundo ao redor, e quando era normal
sentir o poder da Deusa nas pássaras ou nas pedras, ou em seus olhos ou

seios sozinho, ou mesmo em seus hieróglifos.

Tradução livre e antropofágica do livro a Linguagem da Deusa de Marija


Gimbutas

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