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Cimento Portland
Caderno de aulas práticas
2015/02
Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland
Apresentação
Esta apostila tem como objetivo apresentar as principais metodologias de ensaio empregadas para
caracterização física e mecânica de cimento. Inicialmente, é feita uma breve introdução apresentando os
principais tipos de cimento comercializados no Brasil, bem como as exigências normativas utilizadas para o
controle de qualidade dos mesmos. Está fora do escopo deste caderno de aulas práticas discutir o processo
de fabricação, a composição química; as reações de hidratação; compostos formados. Para tal recomenda-
se a leitura da bibliografia sugerida:
MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Estrutura, Propriedades e Materiais. São Paulo, 4a Edição. Ed.
IBRACON, 2014.
NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. Tradução: Salvador E. Giamusso. Pini: São Paulo, 2 ed., 1997.
Capítulos – 1 e 2.
NEVILLE, A. M.; BROOKS, J. J. Tecnologia do concreto. Tradução: Rui Alberto Cremonini. Bookman: Porto
Alegre, 2 ed., 2013. Capítulo – 2.
ISAIA, G. C. (Ed.). Concreto: Ciência e Tecnologia. São Paulo: IBRACON, 2011. V. 1. Capítulo – 6.
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Introdução
O cimento Portland é o material mais produzido pelo homem. Em 2014, a produção mundial foi de
4,3 bilhões de toneladas, equivalente a mais de 500 kg per capita (CEMBUREAU, 2015). O Brasil é o quinto
maior mercado consumidor, em 2012 foram ao todo, 71 milhões de toneladas consumidas em todo
território nacional, o que corresponde 353 kg per capita ao ano (SNIC, 2015).
Trata-se de um pó fino que possui propriedades aglomerantes e/ou ligantes, que não só
endurecem pelas reações com água, como também formam um produto resistente à água. É obtido pela
moagem de clínquer1 ao qual se adiciona a quantidade necessária de sulfato de cálcio ou gipsita,
aproximadamente 5%, com a finalidade de controlar as reações iniciais de pega e endurecimento (MEHTA;
MONTEIRO, 2013). Durante a moagem, também é permitido a adição de materiais pozolânicos, escórias
granuladas de alto forno e/ou materiais carbonáticos conforme os teores apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 – Composição básica dos diferentes tipos de Cimento Portland comercializados no Brasil.
Cimento Clinquer + Escória Pozolana Norma
Sigla Classe Filer (F)
Portland gipsita (E) (Z) Brasileira
25
CP I 32 100 % 0
40
Comum NBR 5732
25
CP I - S 32 99 – 95% 1–5%
40
25
CP II - E 32 94 – 56 % 6 – 34% 0 0 – 10%
40
25
NBR
Composto CP II - Z 32 94 – 76 % 0 6 – 14% 0 – 10%
11578
40
25
CP II - F 32 94 – 90 % 0 0 6 – 10%
40
25
Alto forno CP III 32 65 - 25 % 35 – 70% 0 0 – 5% NBR 5735
40
25
Pozolânico CP IV 85 - 45 % 0 15 – 50% 0 – 5% NBR 5736
32
ARI CPV -- 100 – 95 % 0 0 0 – 5% NBR 5733
25
Branco Estrutural CPB 32 100 – 75 % 0 0 0 – 25%
NBR
40
12989
Branco não
CPB -- 74 – 50 % 0 0 26 - 50%
estrutural
1
Clínquer – são nódulos de 5 a 25 mm de diâmetro constituído principalmente por silicatos de cálcio que após a moagem para a
produção do cimento Portland apresentam, em sua maioria, partículas menores que 75 µm.
Tabela 2 – Exigências químicas dos diferentes tipos de cimento segundo as normas brasileiras.
Tipo de cimento Resíduo insolúvel Teores de óxidos (%)
Perda ao fogo (%)
Portland (%) MgO SO3 CO2
CPI ≤ 1,0 ≤ 2,0 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 1,0
CPI – S ≤ 5,0 ≤ 4,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 3,0
CP II – E ≤ 2,5 ≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 5,0
CP II – Z ≤ 16,0 ≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 5,0
CP II – F ≤ 2,5 ≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 5,0
CP III ≤ 1,5 ≤ 4,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 3,0
CP IV -- ≤ 4,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 3,0
CP V – ARI ≤ 1,0 ≤ 4,5 ≤ 6,5 (*) ≤ 1,0
CPB – não estrutural ≤ 7,0 ≤ 27,0 ≤ 10,0 ≤ 4,0 ≤ 25,0
CPB – estrutural ≤ 3,5 ≤ 12,0 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 11,0
(*) SO3 ≤ 3,5% para C3A ≤ 8,0% e SO3 ≤ 4,5% para C3A >8,0%.
Tabela 3 – Exigências físicas e mecânicas dos diferentes tipos de cimento segundo as normas brasileiras.
Finura Tempo de pega (h) Resistência à compressão (MPa)
Tipo de
Resíduo Superfície
cimento Classe
peneira específica Inicio Fim 1 dia 3 dias 7 dias 28 dias
Portland
75 µm (%) (m²/kg)
25 ≥ 240 ≥8 ≥ 15 ≥ 25
CPI ≤ 12,0
32 ≥ 260 ≥1 ≤ 10 -- ≥ 10 ≥ 20 ≥ 32
CPI – S ≤ 10,0
40 ≥ 280 ≥ 15 ≥ 25 ≥ 40
CP II – E 25 ≥ 240 ≥8 ≥ 15 ≥ 25
≤12,0
CP II – Z 32 ≥ 260 ≥1 ≤ 10 -- ≥ 10 ≥ 20 ≥ 32
≤ 10,0
CP II – F 40 ≥ 280 ≥ 15 ≥ 25 ≥ 40
25 ≥8 ≥ 15 ≥ 25
CP III 32 ≤ 8,0 -- ≥1 ≤ 12 -- ≥ 10 ≥ 20 ≥ 32
40 ≥ 12 ≥ 23 ≥ 40
25 ≥8 ≥ 15 ≥ 25
CPIV ≤ 8,0 -- ≥1 ≤ 12 --
32 ≥ 10 ≥ 20 ≥ 32
CP V – ARI ≤ 6,0 ≥ 300 ≥1 ≤ 10 ≥ 14 ≥ 24 ≥ 34 --
CPB não estrutural ≤ 12,0 -- ≥1 ≤ 10 -- ≥5 ≥7 ≥ 10
25 ≥8 ≥ 15 ≥ 25
CPB
32 ≤ 12,0 -- ≥1 ≤ 10 -- ≥ 10 ≥ 20 ≥ 32
estrutural
40 ≥ 15 ≥ 25 ≥ 40
clorídrico, de modo geral, é uma medida da adulteração do cimento, decorrente dos minerais acessórios
presentes na matéria prima e que não sofrem alteração no processo de produção (NEVILLE, 1997).
A perda ao fogo refere-se à umidade e aos constituintes que podem ser volatizados quando
submetidos a uma temperatura de 1000ºC, como por exemplo, a água e o anidrido carbônico (CO 2). A
eventual presença de matéria orgânica na amostra também é determinada pela perda ao fogo.
O teor de óxido de magnésio (MgO) também é limitado, deve ficar abaixo de 6,5% para os cimentos
Portland estruturais. Sob a forma cristalina, o óxido de magnésio é capaz de reagir, podendo gerar fissuras
ao expandir-se dentro da argamassa e/ou concreto endurecido. O óxido de magnésio sob a forma vítrea é
inofensivo (NEVILLE, 1997).
O anidrido sulfúrico (SO3) no cimento é oriundo da gipsita, adicionada para regular o tempo de
pega, e eventuais resíduos do combustível do forno. Em excesso, dependendo do tipo de cimento pode
afetar as resistências iniciais.
De acordo com Battagin (2010) as características físicas e mecânicas visam garantir que o cimento
foi moído adequadamente; após misturado em água garanta um período apropriado para aplicação antes
do seu endurecimento; o desempenho está em conformidade com as classes de resistência estabelecidas
aos 28 dias, ou idades iniciais como no caso do CPV-ARI; e se apresenta estabilidade, isto é, não apresenta
grande variação volumétrica após a pega. A seguir serão descritos, as metodologias dos ensaios físico-
mecânicos a serem abordados em aula.
Aparelhagem:
- Frasco volumétrico de “Le Chatelier”.
- Balança com resolução de 0,01g.
- Funis de haste longa e curta;
- Líquido quimicamente não reagente com material a ser ensaiado (por ex.: xilol, querosene, livres de água),
deverá ter densidade igual ou superior a 0,731 g/cm³ a 15ºC e inferior à dos materiais a serem ensaiados.
Amostragem
- A amostra de cimento deve ser ensaiada como recebida e deverá estar em equilíbrio térmico com o ambiente.
Caso haja corpos estranhos, peneirá-la na peneira de malha 0,15 mm.
- 60 ± 0,01g de cimento. No caso de outros materiais em pó, a quantidade a ser ensaiada deve ser suficiente
para causar um deslocamento do líquido entre as marcas de 18 cm³ e 24 cm³.
Procedimento de ensaio
- Colocar o líquido não reagente entre a marca de 0 e 1 cm³ com auxílio do funil de haste longa;
- Secar o interior do frasco acima do nível do líquido com papel absorvente.
- Submeter o frasco de Le Chatelier ao banho termorregulador, na posição vertical, até que seja obtido o
equilíbrio térmico, para que isso ocorra mantê-lo submerso durante no mínimo 30 min.
- Efetuar a leitura inicial V1 com aproximação de 0,1 cm³.
- Com auxílio do funil de haste curta, colocar toda a amostra de cimento dentro do frasco de maneira que o
líquido deslocado não atinja sua extremidade inferior. Não devem ficar partículas aderidas às paredes internas
do frasco acima do nível do líquido.
- Tampar o frasco e girá-lo em posição inclinada ou suavemente em círculos horizontais até que não subam
borbulhas de ar para a superfície do líquido.
- Efetuar a leitura final V2 com aproximação de 0,1 cm³.
Cálculos
a) Massa específica (ρ)
m
ρ=
V
em que:
m - é a massa do material ensaiado, expressa em g.
V - é o volume deslocado pela massa do material ensaiado (V 2 – V1), expresso em cm³.
Resultados
A massa específica do cimento é expressa em g/cm³.
- Tampar a peneira, retirar o fundo e dar golpes suaves no rebordo exterior do caixilho com o bastão para
desprender as partículas aderidas à tela e ao caixilho da peneira.
- Limpar com auxílio do pincel toda a superfície inferior da tela da peneira, encaixando-a no fundo, após a
limpeza deste com a flanela.
- Retirar a tampa e continuar o peneiramento com movimentos suaves de vaivém, horizontalmente,
durante 15 a 20 mim, girando o conjunto e limpando a tela com pincel médio a intervalos regulares.
- Nesta operação, o material deve movimentar-se de maneira que fique uniformemente espalhado sobre a
superfície da tela.
- No final do período, colocar a tampa e limpar a tela e o fundo como indicado anteriormente. O material
passante deve ser desprezado.
- Colocar a tampa e o fundo na peneira, segurar o conjunto com as duas mãos e, mantendo-o ligeiramente
inclinado, imprimir-lhe movimentos rápidos de vaivém durante 60 s, girando o conjunto em mais ou menos
60º a cada 10 s.
- Após este período, limpar a tela da peneira com auxílio do pincel médio, recolhendo todo o material e
transferindo-o para o fundo.
- Juntar todo o material do fundo (passante), recolhendo todos os grãos com auxílio de pincel, para
determinação da massa com precisão de 0,01g.
- Se a massa do material passante for superior a 0,05 g, desprezá-la.
- Esta etapa deverá ser repetida até que a massa de cimento que passa durante 1 min de peneiramento
contínuo seja inferior a 0,5 g (1% da massa inicial).
- Determinar a massa do material retido, garantindo a remoção e a tomada de todo material retido pela
peneira. A pesagem desse resíduo deve ser feita com precisão de 0,01g.
Nota: O peneiramento mecânico é realizado durante 3 min com peneirador aerodinâmico, cuja pressão na
câmara de peneiramento é de 1960 Pa (200 mm de coluna d’água), com fluxo de ar de 48 m³/h a 58 m³/h e
velocidade de 24 rpm a 36 rpm.
Cálculos
- Calcular o índice de finura do cimento ( I F ¿ , expresso em porcentagem, pela expressão:
r x Fc
I F= x 100
m
em que:
r – é o resíduo do cimento na peneira 75 µm, expresso em g.
m – é a massa inicial do cimento, expressa em g.
F c – é o fator de correção da peneira utilizada no ensaio, determinada de acordo com o disposto na ABNT
NBR ISO 3310-1. Adotar 0,80 ≤ F c ≤1,20.
Resultados
O resultado do ensaio é o valor obtido em uma única determinação, com aproximação de 0,1%.
Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa
Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland
ATIVIDADE PRÁTICA
5. Que outros métodos poderiam ser utilizados para determinação da finura do cimento?
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
7
1
6 Em 15 s, retirar o
Homogeneizar as
Desligar o equipamento material da pá e das
frações de areia por 30 s
laterais da cuba.
2 5 8
Colocar o cimento e a Misturar em velocidade Deixar a argamassa em
água no misturador alta durante 30 s repouso por 75 s.
3 4 9
Ligar o equipamento em
Misturar em velocidade Sem paralisar a mistura,
velocidade alta por mais
baixa por 30 s adicionar a areia
60 s
- Após a mistura, colocar a argamassa no molde em quatro camadas com alturas aproximadamente iguais.
Em cada camada aplicar 30 golpes uniformes com soquete normal.
- Rasar os corpos de prova com auxílio da régua metálica.
- Os corpos de prova devem ser colocados em câmara úmida durante 20 a 24 h.
- Depois da retirada das formas, os corpos de prova devem ser imersos em tanque com água saturada de
cal onde devem permanecer até o momento do ensaio;
- Capear os corpos de prova com enxofre a fim de corrigir as imperfeições das superfícies.
- Romper os corpos de prova à compressão na idade determinada atendendo às tolerâncias indicadas na
Tabela 2.
Tabela 2 – Tolerância de tempo para ruptura.
Material Quantidade
24 h ± 30 min
03 dias ±1h
07 dias ±2h
28 dias ±4h
91 dias ± 1 dia
- A velocidade no carregamento da máquina deve ser controlada e igual a 0,25 MPa/s ± 0,05 MPa/s.
Cálculos
- Calcular a resistência à compressão ( Rc ) de cada corpo de prova conforme Equação 1.
F
Rc = (1)
A
em que:
F – é a carga de ruptura do corpo de prova em N.
A – é a área da seção de carregamento em mm².
- Calcular a resistência média ( Rm ) dos quatro corpos de prova, arredondada para o décimo mais próximo.
- Calcular o desvio relativo máximo, conforme Equação 2.
Rm −Ri
d= x 100 (2)
Rm
em que:
Ri – é resistência individual que mais se afasta da média, para mais ou para menos.
- Quando o desvio for superior a 6% calcula-se uma nova média, desconsiderando o valor discrepante,
identificando-o no certificado, com um asterisco. Persistindo o fato, eliminam-se os corpos de prova de
todas as idades e o ensaio deve ser refeito.
Resultados
O resultado do ensaio é a média das determinações com desvio inferior a 6%.
ATIVIDADE PRÁTICA
Nesta aula, serão moldadas as argamassas para determinação da resistência à compressão do cimento
Portland empregado por cada grupo. Os ensaios serão realizados aos 7 dias.
A retirada dos corpos de prova do molde deve ser realizada após 24 h da moldagem, sendo
responsabilidade do grupo. Após este processo, os corpos de prova devem ser imersos em água saturada
com cal e limpar os moldes com escova de aço.
Exercícios
2. Por que os ensaios de resistência não são feitos na pasta de cimento pura?
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
O método é mais comparativo que absoluto e, portanto, requer uma amostra de superfície conhecida para
calibração do aparelho. A determinação da superfície específica serve principalmente para checar a
uniformidade do processo de moagem de uma fábrica.
Materiais e aparelhagem
Amostragem
- Determinar a quantidade de amostra a ser ensaiada segundo a expressão:
m 1=0,500 ρ V
em que:
ρ – massa específica do cimento, em g/cm³, determinada conforme NM 23.
V – volume da camada compactada, em cm³.
Esta massa compactada corretamente produzirá uma camada de porosidade ( ε ) igual a 0,500.
Procedimento de ensaio
Preparação da amostra
a) Colocar o disco perfurado sobre a borda, no fundo da célula e sobre ele um disco de papel filtro novo.
b) Garantir que o disco de papel filtro cubra o disco perfurado.
c) Colocar a quantidade de cimento determinada, m 1, na célula, tomando cuidado para evitar perdas.
d) Dar pancadas leves na célula para nivelar o cimento.
e) Colocar um segundo papel filtro sobre o cimento nivelado.
f) Introduzir o êmbolo para permitir contato com o papel filtro.
g) Pressionar o êmbolo suave, mas firmemente até que a face inferior da cápsula esteja em contato com a
célula.
h) Vagarosamente retirar o êmbolo cerca de 5 mm, girar aproximadamente 90º e pressionar firmemente a
camada mais uma vez, até que o capuz esteja em contato com a célula.
i) A camada está compactada e pronta para o ensaio de permeabilidade.
Ensaio
- Inserir a superfície cônica da célula no topo do manômetro, usando, se necessário, uma camada fina de
graxa para garantir a estanqueidade.
- Com auxílio da pêra, levantar o nível do líquido manométrico para a marca mais alta.
- Fechar o registro e observar se o nível do líquido permanece constante. Se o nível cair, refazer a junta
célula/manômetro e verificar o registro;
- O líquido manométrico começará a fluir. Marcar os tempos para que o líquido atinja a segunda linha e
terceira linha.
- Registrar o tempo, t, com aproximação de 0,2 s e temperatura com aproximação de 1ºC.
Cálculos
- Calcular a superfície específica do cimento pela expressão:
S=k √ ε3 √ t
ρ ( 1−ε ) √ 0,1 η
em que:
S – superfície específica do material ensaiado, expresso em cm²/g.
k – constante do aparelho.
t – tempo em s.
η – viscosidade dinâmica do ar, expresso em Pa.s; determinada conforme a Tabela 1.
Resultados
- O resultado do ensaio é a média aritmética de quatro determinações de duas amostras, expresso em
cm²/g e precisão de três casas decimais.
ATIVIDADE PRÁTICA
1. Calcule a superfície específica do cimento conforme dados obtidos durante a realização do ensaio de
finura pelo método Blaine em ambiente com temperatura de 20ºC e umidade relativa de 65%.
CIMENTO PORTLAND
DETERMINAÇÃO DA PASTA DE CONSISTÊNCIA NORMAL – NBR NM 43:2003
Para a realização dos ensaios de determinação de tempos de início e fim de pega e de expansibilidade por
Le Chatelier é utilizada uma pasta de cimento com consistência padrão. No ensaio determina-se a
quantidade de água necessária para produzir uma pasta na qual a sonda de Tejmajer penetra a uma
distância de 6±1 mm.
A quantidade de água para a obtenção da consistência padrão é expressa como uma porcentagem da
massa de cimento seco, cujo valor está compreendido entre 26% e 33% (NEVILLE; BROOKS, 2013).
Aparelhagem:
- Balança com capacidade de 1000 g e resolução de 0,1 g.
- Misturador mecânico.
- Funis de haste longa e curta.
- Molde tronco de cone e placa de vidro.
- Aparelho de Vicat com sonda de Tejmajer acoplada.
- Cronômetro.
Amostragem:
- Pasta constituída de 500 g de cimento e a água em quantidade necessária.
- O laboratório deve ser mantido à temperatura de 20±2ºC e umidade relativa maior que 50%.
Procedimento de ensaio:
- Ajustar o aparelho de Vicat provido da sonda, baixando-se até que esteja em contato com a placa da base
que será utilizada e ajustar a marca zero da escala.
- Levantar a sonda até a posição de espera.
Preparação da pasta:
- Com o misturador parado, em posição de iniciar o ensaio, verter a água na cuba, adicionar o cimento e
deixar 30 s em repouso.
- Misturar em velocidade lenta durante 30 s.
- Desligar o misturador e raspar as paredes da cuba com espátula de borracha, fazendo com que toda a
pasta a elas aderida fique no fundo; realizar a operação em 15 s.
- Imediatamente, misturar durante 1 min em velocidade rápida.
Determinação da consistência
- Colocar o molde com sua base maior apoiada sobre a placa da base e, utilizando a espátula metálica
preenchê-lo rapidamente com a pasta preparada;
- Retirar o excesso de pasta e rasar o molde com régua metálica, com cuidado para não comprimir a pasta.
- Colocar o conjunto sobre o aparelho de Vicat, centrar o molde sob a haste.
- Descer a haste até que o extremo da sonda entre em contato com a superfície da pasta e fixá-la nesta
posição com auxílio do parafuso.
- Após 45 s do término da mistura, soltar a haste, cuidando para que o aparelho não seja submetido a
nenhuma vibração durante o ensaio.
- A consistência da pasta é considerada normal quando o índice de consistência for igual a 6 ± 1 mm.
Caso a pasta não apresente consistência igual a 6 ± 1 mm, devem ser preparadas
diversas pastas variando a quantidade de água e utilizando uma nova porção de
cimento a cada tentativa.
Cálculos:
- Calcular a porcentagem de água (A) necessária à obtenção da pasta de consistência normal pela
expressão:
ma
A= x 100
mc
em que:
m a – é a massa de água utilizada para a obtenção da consistência normal da pasta de cimento, em g.
m c – é a massa de cimento utilizada no ensaio, em g
Resultados:
- O resultado do ensaio deve ser expresso em porcentagem, arredondada ao décimo mais próximo.
- A diferença entre dois resultados individuais obtidos de uma mesma amostra, mesmo operador e
equipamento, não deve ser maior que 0,6% em valor absoluto.
- A diferença entre dois resultados individuais e independentes de uma mesma amostra por diferentes
operadores e laboratórios não deve ser maior que 1% em valor absoluto.
CIMENTO PORTLAND
DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE INICIO E FIM DE PEGA – NBR NM 65:2003
Definições:
Tempo de início de pega – intervalo de tempo decorrido desde a adição de água ao cimento até o
momento em que a agulha de Vicat penetra na pasta até uma distância de 4±1 mm da placa da base.
Tempo de fim de pega – intervalo de tempo decorrido desde a adição de água ao cimento até o momento
em que a agulha de Vicat penetra 0,5 mm na pasta de cimento.
Aparelhagem:
- Balança com capacidade de 1000 g e resolução de 0,1 g.
- Misturador mecânico.
- Espátula.
- Molde tronco de cone e placa de vidro.
- Aparelho de Vicat com agulha acoplada.
- Cronômetro.
Amostragem:
Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa
Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland
- Pasta constituída de 500 g de cimento e água em quantidade suficiente para obtenção da pasta de
consistência normal.
- O laboratório deve ser mantido à temperatura de 20±2ºC e umidade relativa maior que 50%.
Procedimento de ensaio:
- Pasta constituída de 500 g de cimento e água em quantidade suficiente para obtenção da pasta de
consistência normal.
Preparação do aparelho de Vicat:
- Ajustar o aparelho de Vicat com agulha, baixando-se até que esteja em contato com a placa da base que
será utilizada e ajustar a marca zero da escala.
- Levantar a agulha até a posição de espera.
Preparação da pasta:
- Anotar o horário que se deu o contato da água com o cimento (h 1 = HH: MM).
- Com o misturador parado, em posição de iniciar o ensaio, verter a água na cuba.
- Adicionar o cimento e deixar 30 s em repouso.
- Misturar durante 30 s em velocidade lenta.
- Desligar o misturador e, durante 15 s, raspar as paredes da cuba com uma espátula de borracha, fazendo
com que toda a pasta a ela aderidas fique no fundo.
- Imediatamente, misturar durante 1 min em velocidade rápida.
- Colocar o molde com sua base maior apoiada sobre a placa da base e, utilizando a espátula metálica,
preenche-lo rapidamente com a pasta preparada.
- Tirar o excesso da pasta e rasar o molde com a régua metálica sem comprimir a pasta.
- Armazenar os moldes em câmara úmida.
Determinação do tempo de início de pega:
- Depois de um tempo mínimo de 30 min do preenchimento do molde, colocar o molde tronco cônico sobre
a base do aparelho de Vicat.
- Fazer descer suavemente a agulha até que haja contato com a pasta. Manter por 2s e, depois, soltar
rapidamente a haste sobre o molde.
- Após 30 s, efetuar a leitura no indicador.
- O início da pega é constatado no momento em que a agulha estacionar a 4±1 mm da placa de vidro.
- Anote o horário (hn = HH: MM).
- Caso não seja constatado o início de pega, levante a haste com a agulha, limpe-a e volte a descê-la até a
superfície da pasta de modo que a nova tentativa não se dê a menos de 10 mm da borda do molde e entre
as tentativas anteriores.
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Cimento Portland
- Até a constatação do início de pega, fazer a leitura a cada 10 min, respeitando os espaçamentos citados.
Exercícios
1. A Tabela abaixo apresenta os resultados obtidos nos ensaios de caracterização de cinco tipos de
cimentos distintos solicitados por uma construtora. Analise os resultados e responda a perguntas abaixo:
Superfície
Cimentos Consistência Tempo de pega I F (%)
específica
avaliados normal (%) (HH:min) # 200
(m²/kg)
CPII-Z-32 28,1 05:00 3529 1,85
CPII-F-32 26,6 04:42 3229 1,41
CPIV-32-RS 30,8 05:09 4268 0,44
CPII-F-40 29,8 03:35 4192 0,02
CPV-ARI 29,3 04:00 4046 0,75
b) Trace o gráfico da superfície específica em função teor de água obtido no ensaio de consistência
normal e responda: qual a relação entre as duas características? Justifique sua resposta.
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
4500
4000
3500
Superfície específica (m²/kg)
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
26 27 28 29 30 31 32
A (%)
c) Qual o comportamento esperado em relação à resistência à compressão aos 7 dias para cada tipo
de cimento? Justifique.
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
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d) Qual a importância de se determinar o tempo de início e fim de pega do cimento? Dê um exemplo
prático.
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Referências Bibliográficas