Você está na página 1de 23

Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Campus Curitiba

Cimento Portland
Caderno de aulas práticas

Curso: Engenharia Civil


Disciplina: Argamassas e Concretos
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa

2015/02
Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

Apresentação

Esta apostila tem como objetivo apresentar as principais metodologias de ensaio empregadas para
caracterização física e mecânica de cimento. Inicialmente, é feita uma breve introdução apresentando os
principais tipos de cimento comercializados no Brasil, bem como as exigências normativas utilizadas para o
controle de qualidade dos mesmos. Está fora do escopo deste caderno de aulas práticas discutir o processo
de fabricação, a composição química; as reações de hidratação; compostos formados. Para tal recomenda-
se a leitura da bibliografia sugerida:

MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: Estrutura, Propriedades e Materiais. São Paulo, 4a Edição. Ed.
IBRACON, 2014.

NEVILLE, A. M. Propriedades do concreto. Tradução: Salvador E. Giamusso. Pini: São Paulo, 2 ed., 1997.
Capítulos – 1 e 2.

NEVILLE, A. M.; BROOKS, J. J. Tecnologia do concreto. Tradução: Rui Alberto Cremonini. Bookman: Porto
Alegre, 2 ed., 2013. Capítulo – 2.

ISAIA, G. C. (Ed.). Concreto: Ciência e Tecnologia. São Paulo: IBRACON, 2011. V. 1. Capítulo – 6.

Sites interessantes:

Associação Brasileira de Cimento Portland: http://www.abcp.org.br/conteudo/basico-sobre-cimento


Sindicato Nacional da Indústria do Cimento: http://www.snic.org.br/
The European Cement Association: http://www.cembureau.be/about-cement/cement-manufacturing-process

(1) AITCIN, P. C. Cements of yesterday and today: concrete of


tomorrow. Cement and concrete ressecar, v. 30, 9, (2000), p. 1349-
1359. doi:10.1016/S0008-8846(00)00365-3

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

Introdução
O cimento Portland é o material mais produzido pelo homem. Em 2014, a produção mundial foi de
4,3 bilhões de toneladas, equivalente a mais de 500 kg per capita (CEMBUREAU, 2015). O Brasil é o quinto
maior mercado consumidor, em 2012 foram ao todo, 71 milhões de toneladas consumidas em todo
território nacional, o que corresponde 353 kg per capita ao ano (SNIC, 2015).
Trata-se de um pó fino que possui propriedades aglomerantes e/ou ligantes, que não só
endurecem pelas reações com água, como também formam um produto resistente à água. É obtido pela
moagem de clínquer1 ao qual se adiciona a quantidade necessária de sulfato de cálcio ou gipsita,
aproximadamente 5%, com a finalidade de controlar as reações iniciais de pega e endurecimento (MEHTA;
MONTEIRO, 2013). Durante a moagem, também é permitido a adição de materiais pozolânicos, escórias
granuladas de alto forno e/ou materiais carbonáticos conforme os teores apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 – Composição básica dos diferentes tipos de Cimento Portland comercializados no Brasil.
Cimento Clinquer + Escória Pozolana Norma
Sigla Classe Filer (F)
Portland gipsita (E) (Z) Brasileira
25
CP I 32 100 % 0
40
Comum NBR 5732
25
CP I - S 32 99 – 95% 1–5%
40
25
CP II - E 32 94 – 56 % 6 – 34% 0 0 – 10%
40
25
NBR
Composto CP II - Z 32 94 – 76 % 0 6 – 14% 0 – 10%
11578
40
25
CP II - F 32 94 – 90 % 0 0 6 – 10%
40
25
Alto forno CP III 32 65 - 25 % 35 – 70% 0 0 – 5% NBR 5735
40
25
Pozolânico CP IV 85 - 45 % 0 15 – 50% 0 – 5% NBR 5736
32
ARI CPV -- 100 – 95 % 0 0 0 – 5% NBR 5733
25
Branco Estrutural CPB 32 100 – 75 % 0 0 0 – 25%
NBR
40
12989
Branco não
CPB -- 74 – 50 % 0 0 26 - 50%
estrutural

1
Clínquer – são nódulos de 5 a 25 mm de diâmetro constituído principalmente por silicatos de cálcio que após a moagem para a
produção do cimento Portland apresentam, em sua maioria, partículas menores que 75 µm.

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

A qualidade do cimento é imprescindível para a produção de concretos e argamassas, o que requer


um controle rigoroso durante a sua produção. A fim de garantir um desempenho adequado e atender as
exigências normativas são realizados ensaios de caracterização química e físico-mecânicas. As tabelas 3 e 4
apresentam as exigências normativas dos diferentes tipos de cimento produzidos.

Tabela 2 – Exigências químicas dos diferentes tipos de cimento segundo as normas brasileiras.
Tipo de cimento Resíduo insolúvel Teores de óxidos (%)
Perda ao fogo (%)
Portland (%) MgO SO3 CO2
CPI ≤ 1,0 ≤ 2,0 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 1,0
CPI – S ≤ 5,0 ≤ 4,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 3,0
CP II – E ≤ 2,5 ≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 5,0
CP II – Z ≤ 16,0 ≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 5,0
CP II – F ≤ 2,5 ≤ 6,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 5,0
CP III ≤ 1,5 ≤ 4,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 3,0
CP IV -- ≤ 4,5 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 3,0
CP V – ARI ≤ 1,0 ≤ 4,5 ≤ 6,5 (*) ≤ 1,0
CPB – não estrutural ≤ 7,0 ≤ 27,0 ≤ 10,0 ≤ 4,0 ≤ 25,0
CPB – estrutural ≤ 3,5 ≤ 12,0 ≤ 6,5 ≤ 4,0 ≤ 11,0
(*) SO3 ≤ 3,5% para C3A ≤ 8,0% e SO3 ≤ 4,5% para C3A >8,0%.

Tabela 3 – Exigências físicas e mecânicas dos diferentes tipos de cimento segundo as normas brasileiras.
Finura Tempo de pega (h) Resistência à compressão (MPa)
Tipo de
Resíduo Superfície
cimento Classe
peneira específica Inicio Fim 1 dia 3 dias 7 dias 28 dias
Portland
75 µm (%) (m²/kg)
25 ≥ 240 ≥8 ≥ 15 ≥ 25
CPI ≤ 12,0
32 ≥ 260 ≥1 ≤ 10 -- ≥ 10 ≥ 20 ≥ 32
CPI – S ≤ 10,0
40 ≥ 280 ≥ 15 ≥ 25 ≥ 40
CP II – E 25 ≥ 240 ≥8 ≥ 15 ≥ 25
≤12,0
CP II – Z 32 ≥ 260 ≥1 ≤ 10 -- ≥ 10 ≥ 20 ≥ 32
≤ 10,0
CP II – F 40 ≥ 280 ≥ 15 ≥ 25 ≥ 40
25 ≥8 ≥ 15 ≥ 25
CP III 32 ≤ 8,0 -- ≥1 ≤ 12 -- ≥ 10 ≥ 20 ≥ 32
40 ≥ 12 ≥ 23 ≥ 40
25 ≥8 ≥ 15 ≥ 25
CPIV ≤ 8,0 -- ≥1 ≤ 12 --
32 ≥ 10 ≥ 20 ≥ 32
CP V – ARI ≤ 6,0 ≥ 300 ≥1 ≤ 10 ≥ 14 ≥ 24 ≥ 34 --
CPB não estrutural ≤ 12,0 -- ≥1 ≤ 10 -- ≥5 ≥7 ≥ 10
25 ≥8 ≥ 15 ≥ 25
CPB
32 ≤ 12,0 -- ≥1 ≤ 10 -- ≥ 10 ≥ 20 ≥ 32
estrutural
40 ≥ 15 ≥ 25 ≥ 40

A caracterização química tem como objetivo identificar os principais compostos presentes do


cimento. Pode ser determinada por métodos clássicos ou mais rapidamente por ensaios de fluorescência
de raios X, difração de raios X, dentre outros. O resíduo insolúvel, determinado pelo tratamento com ácido

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

clorídrico, de modo geral, é uma medida da adulteração do cimento, decorrente dos minerais acessórios
presentes na matéria prima e que não sofrem alteração no processo de produção (NEVILLE, 1997).
A perda ao fogo refere-se à umidade e aos constituintes que podem ser volatizados quando
submetidos a uma temperatura de 1000ºC, como por exemplo, a água e o anidrido carbônico (CO 2). A
eventual presença de matéria orgânica na amostra também é determinada pela perda ao fogo.
O teor de óxido de magnésio (MgO) também é limitado, deve ficar abaixo de 6,5% para os cimentos
Portland estruturais. Sob a forma cristalina, o óxido de magnésio é capaz de reagir, podendo gerar fissuras
ao expandir-se dentro da argamassa e/ou concreto endurecido. O óxido de magnésio sob a forma vítrea é
inofensivo (NEVILLE, 1997).
O anidrido sulfúrico (SO3) no cimento é oriundo da gipsita, adicionada para regular o tempo de
pega, e eventuais resíduos do combustível do forno. Em excesso, dependendo do tipo de cimento pode
afetar as resistências iniciais.
De acordo com Battagin (2010) as características físicas e mecânicas visam garantir que o cimento
foi moído adequadamente; após misturado em água garanta um período apropriado para aplicação antes
do seu endurecimento; o desempenho está em conformidade com as classes de resistência estabelecidas
aos 28 dias, ou idades iniciais como no caso do CPV-ARI; e se apresenta estabilidade, isto é, não apresenta
grande variação volumétrica após a pega. A seguir serão descritos, as metodologias dos ensaios físico-
mecânicos a serem abordados em aula.

AULA 1: CIMENTO PORTLAND E OUTROS MATERIAIS EM PÓ


DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA – NBR NM 45:2006

Aparelhagem:
- Frasco volumétrico de “Le Chatelier”.
- Balança com resolução de 0,01g.
- Funis de haste longa e curta;
- Líquido quimicamente não reagente com material a ser ensaiado (por ex.: xilol, querosene, livres de água),
deverá ter densidade igual ou superior a 0,731 g/cm³ a 15ºC e inferior à dos materiais a serem ensaiados.
Amostragem
- A amostra de cimento deve ser ensaiada como recebida e deverá estar em equilíbrio térmico com o ambiente.
Caso haja corpos estranhos, peneirá-la na peneira de malha 0,15 mm.

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

- 60 ± 0,01g de cimento. No caso de outros materiais em pó, a quantidade a ser ensaiada deve ser suficiente
para causar um deslocamento do líquido entre as marcas de 18 cm³ e 24 cm³.
Procedimento de ensaio
- Colocar o líquido não reagente entre a marca de 0 e 1 cm³ com auxílio do funil de haste longa;
- Secar o interior do frasco acima do nível do líquido com papel absorvente.
- Submeter o frasco de Le Chatelier ao banho termorregulador, na posição vertical, até que seja obtido o
equilíbrio térmico, para que isso ocorra mantê-lo submerso durante no mínimo 30 min.
- Efetuar a leitura inicial V1 com aproximação de 0,1 cm³.
- Com auxílio do funil de haste curta, colocar toda a amostra de cimento dentro do frasco de maneira que o
líquido deslocado não atinja sua extremidade inferior. Não devem ficar partículas aderidas às paredes internas
do frasco acima do nível do líquido.
- Tampar o frasco e girá-lo em posição inclinada ou suavemente em círculos horizontais até que não subam
borbulhas de ar para a superfície do líquido.
- Efetuar a leitura final V2 com aproximação de 0,1 cm³.

Cálculos
a) Massa específica (ρ)
m
ρ=
V
em que:
m - é a massa do material ensaiado, expressa em g.
V - é o volume deslocado pela massa do material ensaiado (V 2 – V1), expresso em cm³.
Resultados
A massa específica do cimento é expressa em g/cm³.

AULA 1: CIMENTO PORTLAND


DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE FINURA POR MEIO DA PENEIRA 75 Μm – NBR 11579:2012
Definições:
Índice de finura - relação entre a massa de cimento cujas dimensões de grãos são superiores a 75 µm
(fração retida) e a massa total em porcentagem.
Aparelhagem:
- Balança com resolução de 0,01g.

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

- Peneira com abertura de malha de 75 µm, fundo e tampa.


- Pincéis.
- Bastão de PVC para auxiliar na remoção do material fino aderido à tela da peneira.
- Flanela limpa e seca.
- Escova ou pincel de cerdas macias.
- Agitador mecânico de peneiras (uso facultativo).
- Cronômetro;
- Vidro de relógio ou cápsula de porcelana com diâmetro aproximado de 100 mm.
Amostragem
- A amostra deve ser constituída por 50 ± 0,05 g de cimento para peneiramento manual ou 20 ± 0,02 g para
peneiramento mecânico.
Procedimento de ensaio

1ª etapa: Eliminações de finos – 3 a 5 min.

- Verificar se a peneira está limpa, seca e isenta de quaisquer furos.


- Encaixar o fundo na peneira.
- Colocar 50 ± 0,05 g de cimento sobre a tela da peneira. Com a peneira destampada, o operador deve
segurar o conjunto com as duas mãos e imprimir-lhe um movimento suave de vaivém, horizontalmente, de
maneira que o cimento espalhe sobre a superfície da tela.
- Deve-se evitar qualquer perda de material.
- Peneirar até que os grãos mais finos passem quase que totalmente pelas malhas da tela, o que
geralmente ocorre entre 3 min e 5 min de agitação.

Etapa intermediária – 15 a 20 min

- Tampar a peneira, retirar o fundo e dar golpes suaves no rebordo exterior do caixilho com o bastão para
desprender as partículas aderidas à tela e ao caixilho da peneira.
- Limpar com auxílio do pincel toda a superfície inferior da tela da peneira, encaixando-a no fundo, após a
limpeza deste com a flanela.
- Retirar a tampa e continuar o peneiramento com movimentos suaves de vaivém, horizontalmente,
durante 15 a 20 mim, girando o conjunto e limpando a tela com pincel médio a intervalos regulares.
- Nesta operação, o material deve movimentar-se de maneira que fique uniformemente espalhado sobre a
superfície da tela.

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

- No final do período, colocar a tampa e limpar a tela e o fundo como indicado anteriormente. O material
passante deve ser desprezado.

3ª etapa: Peneiramento final

- Colocar a tampa e o fundo na peneira, segurar o conjunto com as duas mãos e, mantendo-o ligeiramente
inclinado, imprimir-lhe movimentos rápidos de vaivém durante 60 s, girando o conjunto em mais ou menos
60º a cada 10 s.
- Após este período, limpar a tela da peneira com auxílio do pincel médio, recolhendo todo o material e
transferindo-o para o fundo.
- Juntar todo o material do fundo (passante), recolhendo todos os grãos com auxílio de pincel, para
determinação da massa com precisão de 0,01g.
- Se a massa do material passante for superior a 0,05 g, desprezá-la.
- Esta etapa deverá ser repetida até que a massa de cimento que passa durante 1 min de peneiramento
contínuo seja inferior a 0,5 g (1% da massa inicial).

Determinação do resíduo (r)

- Determinar a massa do material retido, garantindo a remoção e a tomada de todo material retido pela
peneira. A pesagem desse resíduo deve ser feita com precisão de 0,01g.
Nota: O peneiramento mecânico é realizado durante 3 min com peneirador aerodinâmico, cuja pressão na
câmara de peneiramento é de 1960 Pa (200 mm de coluna d’água), com fluxo de ar de 48 m³/h a 58  m³/h e
velocidade de 24 rpm a 36 rpm.
Cálculos
- Calcular o índice de finura do cimento ( I F ¿ , expresso em porcentagem, pela expressão:
r x Fc
I F= x 100
m
em que:
r – é o resíduo do cimento na peneira 75 µm, expresso em g.
m – é a massa inicial do cimento, expressa em g.
F c – é o fator de correção da peneira utilizada no ensaio, determinada de acordo com o disposto na ABNT
NBR ISO 3310-1. Adotar 0,80 ≤ F c ≤1,20.

Resultados
O resultado do ensaio é o valor obtido em uma única determinação, com aproximação de 0,1%.
Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa
Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

ATIVIDADE PRÁTICA

1. Determinar a massa específica dos cimentos abaixo:

Parâmetros Cimento: ____________


m (g)
V1 (cm³)
V2 (cm³)
ρ (g/cm³)

2. Determinar o índice de finura do cimento indicado pelo método da peneira n.200.

Método Parâmetros Cimento:


m (g)
Finura # 200 r (g)
I F (%)

3. Qual a importância de se determinar a finura do cimento?


............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................

4. Quais as limitações da determinação da finura por meio da peneira de 75 µm?


............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................

5. Que outros métodos poderiam ser utilizados para determinação da finura do cimento?
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

AULA 2: CIMENTO PORTLAND


DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO – NBR 7215:2003

O método de ensaio compreende em submeter corpos de prova cilíndricos de 50 mm de diâmetro e 100


mm de altura ao ensaio de compressão axial. Os corpos de prova são produzidos com argamassa composta
de uma parte de cimento e três de areia, em massa, e com relação água/cimento de 0,48.
Materiais e aparelhagem:
- Areia normalizada;
- Água potável em temperatura de 23±2°C;
- Cimento;
- Desmoldante mineral de baixa viscosidade;
- Moldes cilíndricos de Ø = 50 mm e h = 100 mm;
- Soquete;
- Máquina de ensaio de compressão;
- Acessórios diversos: paquímetro; régua metálica; placas de vidro; espátula metálica.
Procedimento de ensaio
- Recomenda-se que o laboratório apresente as seguintes condições ambientais: T = 24±4°C e umidade
relativa superior a 50%.
- Pesar os materiais a serem misturados conforme indicações da Tabela 1.
Tabela 1 – Quantidade de materiais.
Material Quantidade
Cimento 624±0,4
Água 300±0,2
Areia normal
- Fração grossa 468±0,3
- Fração média grossa 468±0,3
- Fração média fina 468±0,3
- Fração fina 468±0,3
- Separar quatro moldes metálicos para cada idade a ser avaliada, limpar toda superfície interna e untar
com desmoldante.
- A mistura será realizada em misturador mecânico, conforme esquema mostrado na Figura 1.

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

7
1
6 Em 15 s, retirar o
Homogeneizar as
Desligar o equipamento material da pá e das
frações de areia por 30 s
laterais da cuba.

2 5 8
Colocar o cimento e a Misturar em velocidade Deixar a argamassa em
água no misturador alta durante 30 s repouso por 75 s.

3 4 9
Ligar o equipamento em
Misturar em velocidade Sem paralisar a mistura,
velocidade alta por mais
baixa por 30 s adicionar a areia
60 s

Figura 1 – Esquema do processo de mistura para a confecção das argamassas.

- Após a mistura, colocar a argamassa no molde em quatro camadas com alturas aproximadamente iguais.
Em cada camada aplicar 30 golpes uniformes com soquete normal.
- Rasar os corpos de prova com auxílio da régua metálica.
- Os corpos de prova devem ser colocados em câmara úmida durante 20 a 24 h.
- Depois da retirada das formas, os corpos de prova devem ser imersos em tanque com água saturada de
cal onde devem permanecer até o momento do ensaio;
- Capear os corpos de prova com enxofre a fim de corrigir as imperfeições das superfícies.
- Romper os corpos de prova à compressão na idade determinada atendendo às tolerâncias indicadas na
Tabela 2.
Tabela 2 – Tolerância de tempo para ruptura.
Material Quantidade
24 h ± 30 min
03 dias ±1h
07 dias ±2h
28 dias ±4h
91 dias ± 1 dia

- A velocidade no carregamento da máquina deve ser controlada e igual a 0,25 MPa/s ± 0,05 MPa/s.

Cálculos
- Calcular a resistência à compressão ( Rc ) de cada corpo de prova conforme Equação 1.

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

F
Rc = (1)
A
em que:
F – é a carga de ruptura do corpo de prova em N.
A – é a área da seção de carregamento em mm².

- Calcular a resistência média ( Rm ) dos quatro corpos de prova, arredondada para o décimo mais próximo.
- Calcular o desvio relativo máximo, conforme Equação 2.
Rm −Ri
d= x 100 (2)
Rm
em que:
Ri – é resistência individual que mais se afasta da média, para mais ou para menos.
- Quando o desvio for superior a 6% calcula-se uma nova média, desconsiderando o valor discrepante,
identificando-o no certificado, com um asterisco. Persistindo o fato, eliminam-se os corpos de prova de
todas as idades e o ensaio deve ser refeito.

Resultados
O resultado do ensaio é a média das determinações com desvio inferior a 6%.

ATIVIDADE PRÁTICA

Nesta aula, serão moldadas as argamassas para determinação da resistência à compressão do cimento
Portland empregado por cada grupo. Os ensaios serão realizados aos 7 dias.

A retirada dos corpos de prova do molde deve ser realizada após 24 h da moldagem, sendo
responsabilidade do grupo. Após este processo, os corpos de prova devem ser imersos em água saturada
com cal e limpar os moldes com escova de aço.

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

Exercícios

1. Calcular a resistência à compressão de um cimento CP II – F – 32 conforme os resultados de ensaios


transcritos abaixo e verificar o valor mínimo da resistência aos 7 e 28 dias, conforme especificação.
7 dias 28 dias
CP
F (N) A (mm²) Rc (MPa) F (N) A (mm²) Rc (MPa)
1 32800 55000
2 35500 60500
3 33200 58000
4 36000 61200
Média (MPa)
Desvio rel. máximo (%)
Aceitação ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não

2. Por que os ensaios de resistência não são feitos na pasta de cimento pura?
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................

3. Quais parâmetros de ensaio podem interferir na determinação da resistência?


............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................

(1) CASTRO, A. L. de; LIBORIO, J. B. L.; PANDOLFELLI, V. C. A influência


do tipo de cimento no desempenho de concretos avançados
formulados a partir do método de dosagem computacional. Cerâmica,
São Paulo, v. 57, n. 341, p. 10-21, Mar.  2011 .  
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0366-
69132011000100002&lng=en&nrm=iso>.

(2) BENTZ, D. P.; GARBOCZI, E. J. Effects of cement particle size


distribution on performance properties of Portland cement-based
materials, Cement Concrete Res. 29, 10 (1999) 1663-1671.
Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa
Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

AULA 3: CIMENTO PORTLAND


DETERMINAÇÃO DA FINURA PELO MÉTODO DE PERMEABILIDADE AO AR (MÉTODO BLAINE)
NBR NM 76:2008
A finura do cimento é determinada como superfície específica, observando-se o tempo requerido para uma
determinada quantidade de ar fluir através de uma camada de cimento compactada, de dimensões e
porosidade especificadas.

O método é mais comparativo que absoluto e, portanto, requer uma amostra de superfície conhecida para
calibração do aparelho. A determinação da superfície específica serve principalmente para checar a
uniformidade do processo de moagem de uma fábrica.

Materiais e aparelhagem

- Aparelho de permeabilidade Blaine.


- Disco perfurado.
- Cronômetro com leituras de 0,2 s ou
melhor.
- Balança com resolução de 0,001 g.
- Discos circulares de papel filtro.
- Graxa leve;

Amostragem
- Determinar a quantidade de amostra a ser ensaiada segundo a expressão:
m 1=0,500 ρ V
em que:
ρ – massa específica do cimento, em g/cm³, determinada conforme NM 23.
V – volume da camada compactada, em cm³.

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

Esta massa compactada corretamente produzirá uma camada de porosidade ( ε ) igual a 0,500.
Procedimento de ensaio
Preparação da amostra
a) Colocar o disco perfurado sobre a borda, no fundo da célula e sobre ele um disco de papel filtro novo.
b) Garantir que o disco de papel filtro cubra o disco perfurado.
c) Colocar a quantidade de cimento determinada, m 1, na célula, tomando cuidado para evitar perdas.
d) Dar pancadas leves na célula para nivelar o cimento.
e) Colocar um segundo papel filtro sobre o cimento nivelado.
f) Introduzir o êmbolo para permitir contato com o papel filtro.
g) Pressionar o êmbolo suave, mas firmemente até que a face inferior da cápsula esteja em contato com a
célula.
h) Vagarosamente retirar o êmbolo cerca de 5 mm, girar aproximadamente 90º e pressionar firmemente a
camada mais uma vez, até que o capuz esteja em contato com a célula.
i) A camada está compactada e pronta para o ensaio de permeabilidade.
Ensaio
- Inserir a superfície cônica da célula no topo do manômetro, usando, se necessário, uma camada fina de
graxa para garantir a estanqueidade.
- Com auxílio da pêra, levantar o nível do líquido manométrico para a marca mais alta.
- Fechar o registro e observar se o nível do líquido permanece constante. Se o nível cair, refazer a junta
célula/manômetro e verificar o registro;
- O líquido manométrico começará a fluir. Marcar os tempos para que o líquido atinja a segunda linha e
terceira linha.
- Registrar o tempo, t, com aproximação de 0,2 s e temperatura com aproximação de 1ºC.
Cálculos
- Calcular a superfície específica do cimento pela expressão:

S=k √ ε3 √ t
ρ ( 1−ε ) √ 0,1 η
em que:
S – superfície específica do material ensaiado, expresso em cm²/g.
k – constante do aparelho.
t – tempo em s.
η – viscosidade dinâmica do ar, expresso em Pa.s; determinada conforme a Tabela 1.

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

Tabela 1 – Viscosidade dinâmica do ar em função da temperatura.


T (ºC) 16 17 18 19 20 21 22 23 24
η x10-6 (Pa.s) 18,00 18,05 18,10 18,15 18,19 18,24 18,29 18,34 18,39

Resultados
- O resultado do ensaio é a média aritmética de quatro determinações de duas amostras, expresso em
cm²/g e precisão de três casas decimais.

ATIVIDADE PRÁTICA

1. Calcule a superfície específica do cimento conforme dados obtidos durante a realização do ensaio de
finura pelo método Blaine em ambiente com temperatura de 20ºC e umidade relativa de 65%.

Dados obtidos CP II – F 32 CP V CP V - A CPB - 40


K (cte do aparelho) 2,8918 2,8918 2,8918 2,8918
ρ (g/cm³) 3,03 3,08 3,01 3,08
ε❑ 0,5 0,5 0,5 0,5
η (Pa.s)
t (s) 40 69 36 38
S (cm²/g)
S (m²/Kg)

2. Qual a influência da superfície específica do cimento na hidratação e resistência do cimento?


............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

3. Verifique se os cimentos analisados atendem as especificações normativas no que se refere a superfície


específica. Caso algum cimento não apresente o valor especificado, o que pode ter acontecido?
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
4. Considerando o valor obtido da área específica, ordene em ordem crescente os cimentos analisados em
função da resistência inicial.
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................
............................................................................................................................................................................

CIMENTO PORTLAND
DETERMINAÇÃO DA PASTA DE CONSISTÊNCIA NORMAL – NBR NM 43:2003

Para a realização dos ensaios de determinação de tempos de início e fim de pega e de expansibilidade por
Le Chatelier é utilizada uma pasta de cimento com consistência padrão. No ensaio determina-se a
quantidade de água necessária para produzir uma pasta na qual a sonda de Tejmajer penetra a uma
distância de 6±1 mm.
A quantidade de água para a obtenção da consistência padrão é expressa como uma porcentagem da
massa de cimento seco, cujo valor está compreendido entre 26% e 33% (NEVILLE; BROOKS, 2013).
Aparelhagem:
- Balança com capacidade de 1000 g e resolução de 0,1 g.
- Misturador mecânico.
- Funis de haste longa e curta.
- Molde tronco de cone e placa de vidro.
- Aparelho de Vicat com sonda de Tejmajer acoplada.
- Cronômetro.
Amostragem:
- Pasta constituída de 500 g de cimento e a água em quantidade necessária.
- O laboratório deve ser mantido à temperatura de 20±2ºC e umidade relativa maior que 50%.

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

Procedimento de ensaio:

Preparação do aparelho de Vicat:

- Ajustar o aparelho de Vicat provido da sonda, baixando-se até que esteja em contato com a placa da base
que será utilizada e ajustar a marca zero da escala.
- Levantar a sonda até a posição de espera.

Preparação da pasta:

- Com o misturador parado, em posição de iniciar o ensaio, verter a água na cuba, adicionar o cimento e
deixar 30 s em repouso.
- Misturar em velocidade lenta durante 30 s.
- Desligar o misturador e raspar as paredes da cuba com espátula de borracha, fazendo com que toda a
pasta a elas aderida fique no fundo; realizar a operação em 15 s.
- Imediatamente, misturar durante 1 min em velocidade rápida.

Determinação da consistência

- Colocar o molde com sua base maior apoiada sobre a placa da base e, utilizando a espátula metálica
preenchê-lo rapidamente com a pasta preparada;
- Retirar o excesso de pasta e rasar o molde com régua metálica, com cuidado para não comprimir a pasta.
- Colocar o conjunto sobre o aparelho de Vicat, centrar o molde sob a haste.
- Descer a haste até que o extremo da sonda entre em contato com a superfície da pasta e fixá-la nesta
posição com auxílio do parafuso.
- Após 45 s do término da mistura, soltar a haste, cuidando para que o aparelho não seja submetido a
nenhuma vibração durante o ensaio.
- A consistência da pasta é considerada normal quando o índice de consistência for igual a 6 ± 1 mm.

Caso a pasta não apresente consistência igual a 6 ± 1 mm, devem ser preparadas
diversas pastas variando a quantidade de água e utilizando uma nova porção de
cimento a cada tentativa.

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

Cálculos:
- Calcular a porcentagem de água (A) necessária à obtenção da pasta de consistência normal pela
expressão:
ma
A= x 100
mc
em que:
m a – é a massa de água utilizada para a obtenção da consistência normal da pasta de cimento, em g.
m c – é a massa de cimento utilizada no ensaio, em g

Resultados:
- O resultado do ensaio deve ser expresso em porcentagem, arredondada ao décimo mais próximo.
- A diferença entre dois resultados individuais obtidos de uma mesma amostra, mesmo operador e
equipamento, não deve ser maior que 0,6% em valor absoluto.
- A diferença entre dois resultados individuais e independentes de uma mesma amostra por diferentes
operadores e laboratórios não deve ser maior que 1% em valor absoluto.

CIMENTO PORTLAND
DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE INICIO E FIM DE PEGA – NBR NM 65:2003

Definições:
Tempo de início de pega – intervalo de tempo decorrido desde a adição de água ao cimento até o
momento em que a agulha de Vicat penetra na pasta até uma distância de 4±1 mm da placa da base.
Tempo de fim de pega – intervalo de tempo decorrido desde a adição de água ao cimento até o momento
em que a agulha de Vicat penetra 0,5 mm na pasta de cimento.
Aparelhagem:
- Balança com capacidade de 1000 g e resolução de 0,1 g.
- Misturador mecânico.
- Espátula.
- Molde tronco de cone e placa de vidro.
- Aparelho de Vicat com agulha acoplada.
- Cronômetro.
Amostragem:
Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa
Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

- Pasta constituída de 500 g de cimento e água em quantidade suficiente para obtenção da pasta de
consistência normal.
- O laboratório deve ser mantido à temperatura de 20±2ºC e umidade relativa maior que 50%.
Procedimento de ensaio:
- Pasta constituída de 500 g de cimento e água em quantidade suficiente para obtenção da pasta de
consistência normal.
Preparação do aparelho de Vicat:
- Ajustar o aparelho de Vicat com agulha, baixando-se até que esteja em contato com a placa da base que
será utilizada e ajustar a marca zero da escala.
- Levantar a agulha até a posição de espera.
Preparação da pasta:
- Anotar o horário que se deu o contato da água com o cimento (h 1 = HH: MM).
- Com o misturador parado, em posição de iniciar o ensaio, verter a água na cuba.
- Adicionar o cimento e deixar 30 s em repouso.
- Misturar durante 30 s em velocidade lenta.
- Desligar o misturador e, durante 15 s, raspar as paredes da cuba com uma espátula de borracha, fazendo
com que toda a pasta a ela aderidas fique no fundo.
- Imediatamente, misturar durante 1 min em velocidade rápida.
- Colocar o molde com sua base maior apoiada sobre a placa da base e, utilizando a espátula metálica,
preenche-lo rapidamente com a pasta preparada.
- Tirar o excesso da pasta e rasar o molde com a régua metálica sem comprimir a pasta.
- Armazenar os moldes em câmara úmida.
Determinação do tempo de início de pega:
- Depois de um tempo mínimo de 30 min do preenchimento do molde, colocar o molde tronco cônico sobre
a base do aparelho de Vicat.
- Fazer descer suavemente a agulha até que haja contato com a pasta. Manter por 2s e, depois, soltar
rapidamente a haste sobre o molde.
- Após 30 s, efetuar a leitura no indicador.
- O início da pega é constatado no momento em que a agulha estacionar a 4±1 mm da placa de vidro.
- Anote o horário (hn = HH: MM).
- Caso não seja constatado o início de pega, levante a haste com a agulha, limpe-a e volte a descê-la até a
superfície da pasta de modo que a nova tentativa não se dê a menos de 10 mm da borda do molde e entre
as tentativas anteriores.
Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa
Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

- Até a constatação do início de pega, fazer a leitura a cada 10 min, respeitando os espaçamentos citados.

Determinação do tempo de fim de pega:


- Substituir a agulha de Vicat para a determinação do tempo de início de pega pelo acessório anelar que irá
facilitar a observação exata de penetrações pequenas.
- Inverter o molde cheio, o ensaio será feito na face que estava em contato com a base.
- Efetuar as leituras, lembrando-se de manter o molde em câmara úmida entre as medidas.
- O fim de pega é constatado quando a agulha penetrar pela primeira vez apenas 0,5 mm na pasta.
- Anote o horário (hn = HH: MM).
- Até a constatação do fim de pega, fazer a leitura a cada 30 min.
Resultados:
- O resultado do tempo de início de pega é expresso em horas e minutos, com aproximação de 5 min,
sendo seu valor obtido em uma única observação. O mesmo se aplica ao resultado do tempo de fim de
pega, porém com aproximação de 15 min.
- O resultado deve atender às especificações mínimas, conforme mostrado na Tabela 3.

Exercícios

1. A Tabela abaixo apresenta os resultados obtidos nos ensaios de caracterização de cinco tipos de
cimentos distintos solicitados por uma construtora. Analise os resultados e responda a perguntas abaixo:

Superfície
Cimentos Consistência Tempo de pega I F (%)
específica
avaliados normal (%) (HH:min) # 200
(m²/kg)
CPII-Z-32 28,1 05:00 3529 1,85
CPII-F-32 26,6 04:42 3229 1,41
CPIV-32-RS 30,8 05:09 4268 0,44
CPII-F-40 29,8 03:35 4192 0,02
CPV-ARI 29,3 04:00 4046 0,75

a) O que significam as siglas: CP IV-32-RS e CPII-F-40?


....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

b) Trace o gráfico da superfície específica em função teor de água obtido no ensaio de consistência
normal e responda: qual a relação entre as duas características? Justifique sua resposta.
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................

4500

4000

3500
Superfície específica (m²/kg)

3000

2500

2000

1500

1000

500

0
26 27 28 29 30 31 32

A (%)

c) Qual o comportamento esperado em relação à resistência à compressão aos 7 dias para cada tipo
de cimento? Justifique.
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
d) Qual a importância de se determinar o tempo de início e fim de pega do cimento? Dê um exemplo
prático.
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa


Engenharia Civil
Disciplina: Argamassas e concretos Aulas práticas
Profa. Dra. Eliane Betânia Carvalho Costa
Cimento Portland

....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................

Referências Bibliográficas

CIMENTO PORTLAND E OUTROS MATERIAIS EM PÓ


DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA – NBR NM 45:2006
AULA 1: CIMENTO PORTLAND
DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE FINURA POR MEIO DA PENEIRA 75 Μm – NBR 11579:2012
AULA 2: CIMENTO PORTLAND
DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO – NBR 7215:2003

AULA 3: CIMENTO PORTLAND


DETERMINAÇÃO DA FINURA PELO MÉTODO DE PERMEABILIDADE AO AR (MÉTODO BLAINE)
NBR NM 76:2008
CIMENTO PORTLAND
DETERMINAÇÃO DA PASTA DE CONSISTÊNCIA NORMAL – NBR NM 43:2003
CIMENTO PORTLAND
DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE INICIO E FIM DE PEGA – NBR NM 65:2003

Disciplina – Argamassas e concretos Profa. Eliane Costa

Você também pode gostar