Você está na página 1de 10

RHYAN COELHO-MEDICINA FASA

TUTORIA 2 - OS PRIMEIROS CICLOS MENSTRUAIS

OBJETIVO 1: DISCORRER A ANATOMIA E HISTOFISIOLOGIA DO APARELHO GENITAL FEMININO

O sistema genital feminino consiste no trato genital inferior (vulva e vagina) e no trato genital superior
(útero e cérvice, com as tubas uterinas, trompas de Falópio e ovários associados). Suas funções são:
produzir gametas femininos (ovócitos); manter um ovócito fertilizado durante seu desenvolvimento
completo ao longo das fases embrionária e fetal até o nascimento; produção de hormônios sexuais que
controlam órgãos do aparelho reprodutor e têm influência sobre outros órgãos do corpo.

 A partir da menarca, época em que ocorre a primeira menstruação, o sistema reprodutor sofre
modificações cíclicas em sua estrutura e atividade funcional, controladas por mecanismos neuro-humorais
(a regulação por substâncias secretadas ou absorvidas para os líquidos corporais como hormônios, íons e
assim por diante).
 A menopausa é um período variável durante o qual as modificações cíclicas tornam-se irregulares e
acabam cessando.

TRATO
GENITAL
VULVA: A genitália externa feminina, ou vulva, inclui o monte pubiano, os lábios maiores (grandes lábios),
INFERIOR
os lábios menores (pequenos lábios), o clitóris, o vestíbulo, o bulbo vestibular e as glândulas vestibulares
maiores.

 Monte pubiano é a área arredondada da pele, coberta de pelos, sobre a sínfise púbica e o osso
púbis adjacente. Ele é formado por uma massa de tecido adiposo subcutâneo. Antes da puberdade,
o monte pubiano é relativamente plano e os lábios menores são mal formados.
 Os lábios maiores são duas proeminentes pregas longitudinais de pele que se estendem para trás,
do monte pubiano até o períneo. Formam os limites laterais da vulva. Entre essas superfícies
existem tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo, misturados a músculo liso, vasos, nervos e
glândulas.
 Os lábios menores são duas pequenas pregas cutâneas, desprovidas de gordura, que se encontram
entre os lábios maiores. Estendem-se lateralmente a partir do clitóris, obliquamente para baixo e
para trás.
 O clitóris é uma estrutura erétil parcialmente envolvida pelas extremidades anteriores bifurcadas
dos lábios menores. Ela tem uma raiz, um corpo e uma glande. O corpo pode ser palpado através
da pele. Ele contém dois corpos cavernosos, compostos de tecido erétil, envolvidos em tecido
conjuntivo fibroso denso e separados medialmente por um incompleto septo fibroso pectiniforme.

1
RHYAN COELHO-MEDICINA FASA

 O vestíbulo é o espaço que se localiza entre os lábios menores. Ele contém os orifícios vaginal e
uretral externo, e as aberturas das glândulas vestibulares maiores (de Bartholin) e de numerosas
glândulas mucosas vestibulares menores.
 A uretra se abre no vestíbulo abaixo do clitóris e acima da abertura vaginal através do meato
uretral, que é muito distensível e varia de formato: a abertura pode ser arredondada,
semelhante a uma fenda, em formato crescente ou estrelada. Os ductos das glândulas de Skene
se abrem a cada lado das margens laterais da uretra.
 Bulbos do vestíbulo se localizam a cada lado do vestíbulo. São duas massas alongadas de tecido
erétil. Suas extremidades posteriores são expandidas e estão em contato com as glândulas
vestibulares maiores.
 Glândulas de Bartholin são homólogas das glândulas bulbouretrais masculinas. Consistem em
duas pequenas massas arredondadas, que flanqueiam o orifício vaginal. As glândulas são
compostas por tecido tubuloacinar. As células secretoras são cilíndricas; durante o coto são
comprimidas e secretam muco que vão lubrificar a porção inferior da vagina. Elas são
estimuladas pela excitação sexual

 Vagina é um tubo fibromuscular revestido por um epitélio estratificado pavimentoso não


queratinizado. Estende-se a partir do vestíbulo até o útero. A parede da vagina não têm glândulas e
consiste em três camadas, mucosa, muscular e adventícia. O epitélio da mucosa vaginal de uma
mulher adulta é estratificado pavimentoso. Suas células podem conter uma pequena quantidade de
queratina, porém não ocorre queratinização intensa com transformação das células em placas de
queratina. O epitélio vaginal sintetiza e acumula grande quantidade de glicogênio, que é depositado
no lúmen da vagina quando as células do epitélio vaginal descamam. Bactérias da vagina
metabolizam o glicogênio e produzem ácido lático, responsável pelo pH da vagina, que é
normalmente baixo. O ambiente ácido tem uma ação protetora contra alguns microrganismos
patogênicos. Dentro das células da lâmina própria da mucosa vaginal, há quantidades
relativamente grandes de linfócitos e neutrófilos. A camada muscular é composta principalmente
de conjuntos de fibras musculares lisas. A adventícia é rica em espessas fibras elásticas, que une a
vagina aos tecidos circunvizinhos. A grande elasticidade da vagina se deve ao grande número de
fibras elásticas no tecido conjuntivo de sua parede.

2
RHYAN COELHO-MEDICINA FASA

TRATO
GENTAL
 ÚTERO: é um órgão muscular de paredes espessas, localizado na pelve, entre a bexiga
SUPERIOR
urinária e o reto. Ele é móvel, o que significa que sua posição varia com a distensão da
bexiga e do reto. Os ligamentos largos encontram-se lateralmente ao útero. A parede do
útero é relativamente espessa e formada por três camadas. Externamente há uma
delgada serosa (perimétrio) - constituída de mesotélio e tecido conjunto- ou
dependendo da porção do órgão, uma adventícia- constituída de tecido conjunto sem
revestimento de mesotélio. As outras camadas uterinas são o miométrio, uma espessa
camada de músculo liso, e o endométrio, ou mucosa uterina revestindo a cavidade
uterina. O útero é divido em duas regiões principais: o corpo do útero forma os dois
terços superiores e a cérvice forma o terço inferior. O útero está conectado a um
número de “ligamentos”. Alguns são ligamentos verdadeiros, pelo fato de terem uma
composição fibrosa e fornecerem suporte ao útero, enquanto alguns não fornecem
suporte ao útero e outros são simplesmente pregas do peritônio.
 Miométrio é composto de tecido muscular liso e tecido conjuntivo frouxo, e
contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. Durante a gravidez o
miométrio passa por um período de grande crescimento como resultado de
hiperplasia (aumento no número de células musculares lisas) e hipertrofia
(aumento no tamanho das células). Durante esta fase, muitas células
musculares lisas adquirem características ultraestruturais de células
secretores de proteínas e sintetizam ativamente colágeno, cuja quantidade
aumenta significantemente no útero.
 Endométrio é formado por uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o
estroma endometrial (lâmina própria), a qual sustenta um epitélio simples
com células cilíndricas. Antes da puberdade, o epitélio é ciliado e cuboide. O
epitélio contém glândulas em meio ao estroma endometrial, as quais
secretam glicoproteínas e glicogênio. Após a puberdade, a estrutura do
endométrio varia com o estágio do ciclo menstrual. As glândulas são
tubulosas. Os vasos sanguíneos que irrigam o endométrio são muito
importantes para o fenômeno cíclico de perda de parte do endométrio
durante a menstruação. Há dois grupos de artérias que proveem sangue para
o endométrio: as artérias retas, que irrigam a camada basal (camada
adjacente ao miométrio), e as artérias espirais, que irrigam a camada
funcional (camada mais externa).
 Ligamento largo ou pregas laterais se estendem a cada lado a partir do
útero em direção as paredes pélvicas laterais. Uma tuba uterina se encontra
na borda livre superior a cada lado.

3
RHYAN COELHO-MEDICINA FASA

 TUBAS UTERINAS: Também conhecidas como tubas de Fallopius, transportam os ovócitos dos
ovários para o útero. Estão presas à parte superior do corpo do útero e seus óstios se abrem na
cavidade uterina. A tuba segue lateral e superiormente, e consiste em quatro partes principais:
o segmento intramural, o istmo, a ampola e o infundíbulo. Uma de suas extremidades – o
infundíbulo- abre-se na cavidade peritoneal próximo ao ovário e tem prolongamentos em
forma de franjas chamadas de fímbrias; a outra extremidade – denominada intramural-
atravessa a parede do útero e se abre no interior deste órgão.
 O segmento intramural localiza-se em meio ao miométrio. É contínuo lateralmente
com o istmo.
 O istmo tem um contorno arredondado e consistência muscular e firme. É contínuo
lateralmente com a ampola.
 A ampola apresenta parede delgada e superfície luminal pregueada. Tipicamente a
fertilização ocorre em seu lúmen. Abre-se no infundíbulo, em forma de trompete ou
funil, no óstio abdominal.
 As fímbrias estão presas às extremidades do infundíbulo e se estendem para além da
parede muscular da tuba.

 A parede da tuba uterina é composta de três camadas: uma mucosa (é formada por
um epitélio colunar simples e por uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo;
o epitélio contém dois tipos de células, um é ciliado e o outro secretor); um espessa
camada muscular de músculo liso disposto em uma cada circular interna e uma
camada longitudinal externa; e uma serosa formada de um folheto visceral do
peritônio.

4
RHYAN COELHO-MEDICINA FASA

 OVÁRIOS: No estado adulto não gravídico, os ovários se localizam a cada lado do útero,
próximos à parede pélvica lateral e suspensos na cavidade pélvica por uma dupla prega de
peritônio, o mesovário, o qual está preso ao limite superior da face posterior do ligamento largo
do útero. São de tonalidade branca, produzem gametas, ou óvulos, e os hormônios sexuais,
estrógenos e progesterona. Consistem em tecido conjuntivo fibroso denso no qual os ovócitos
estão embebidos. Antes que a ovulação regular se inicie, eles apresentam uma superfície lisa;
porém, logo em seguida, suas superfícies são distorcidas por causa da formação do tecido
cicatricial que se segue à degeneração de sucessivos cortes lúteos. Na vida embrionária e fetal
inicial, os ovários estão localizados na região lombar, próximo aos rins. Eles descem
gradualmente ao longo do gubernáculo e param na pelve menor. A superfície é coberta por um
epitélio pavimentoso cúbico simples, o epitélio germinativo. Sob o epitélio germinativo há uma
camada de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea. Abaixo da túnica albugínea há uma
região chamada cortical, na qual predominam os folículos ovarianos. Folículo é o conjunto do
ovócito e das células que o envolvem. Os folículos se localizam no tecido conjuntivo (estroma), o
qual contém fibroblastos dispostos formando redemoinhos, que respondem a estímulos
hormonais de um modo diferente de outras regiões do organismo.
 O ligamento ovariano prede a extremidade uterina do ovário ao ângulo lateral do
útero, posteroinferiomente à tuba uterina.
 O ligamento infudibulopélvico (suspensor) é uma prega peritoneal que está presa à
parte superior da superfície lateral do ovário. Ele contém vasos e nervos ovarianos.
 Mesovário é uma curta prega peritoneal que prende o ovário à parte dorsal do
ligamento largo. Ele conduz os vasos sanguíneos e nervos para o hilo do ovário.

 Em mulheres jovens, a superfícies do ovário é coberta por uma camada única de células
epiteliais cuboides, a qual contém algumas células mais achatadas.
 DESENVOLVIMENTO INICIAL DOS OVÁRIOS: Ao fim do primeiro mês de vida embrionária,
uma pequena população de células germinativas primordiais migra do saco vitelino até os
primórdios gonadais, onde as gônadas estão começando a se desenvolver. Nas gônadas, essas
células se dividem e se transformam nas ovogônias. A partir do terceiro mês, as ovogônias
começam a entrar na prófase de primeira divisão meótica, mas param na fase de diplóteno e
não progridem para as outras fases da meiose. Essas células constituem os ovócitos primários
e são envolvidos por uma camada de células achatadas chamadas células foliculares.
 CRESCIMENTO FOLICULAR: O folículo ovariano consiste em um ovócito envolvido por
uma ou mais camadas de células foliculares. A partir da puberdade, a cada dia um pequeno
grupo de folículos primordiais inicia um processo de crescimento folicular, que compreende
modificações do ovócito, das células foliculares e dos fibroblastos que envolvem cada um
desses folículos. O crescimento folicular é estimulado por FSH secretado pela hipófise. O
crescimento do ovócito é muito rápido durante a primeira fase do crescimento folicular. As
células foliculares aumentam de volume e se dividem por mitose, formando uma camada
única de células cuboides- neste momento, o folículo é chamado de folículo primário
unilaminar. As células foliculares continuam se proliferando e originando um epitélio
estratificado chamado de camada granulosa. O folículo é então chamado folículo primário

5
RHYAN COELHO-MEDICINA FASA

multilaminar. Uma espessa camada de amorfa, chamada zona pelúcida, é secretada e


envolve todo o ovócito. A medida que os folículos crescem, principalmente em virtude do
aumento das células da granulosa, eles ocupam áreas mais profundas da região cortical. O
líquido folicular começa a se acumular entre as células foliculares. Os pequenos espaços que
contêm esse fluído se unem e as células da granulosa gradativamente se reorganizam,
formando o antro folicular (uma grande cavidade). Esses folículos são chamados folículos
secundários ou antrais. Embora o número de folículos possa progredir para o estágio
secundário até e torno da primeira semana do ciclo menstrual, usualmente apenas um
folículo terciário se desenvolve. Os demais se tornam atrésicos. O folículo sobrevivente
aumenta consideravelmente de tamanho à medida que o antro obtém líquido a partir dos
tecidos circunjacentes e se expande. O termo folículo de Graaf é frequentemente usado para
descrever este estágio folicular maduro. Após a ovulação, os restos do folículo que ovulou se
transformam em um corpo lúteo, formado em sua maioria por células granulosoluteínicas
que secreteam progesterona e estradiol.
 A ovulação consiste na ruptura de parte da parede do folículo maduro e a
consequente liberação do ovócito, que será capturado pela extremidade dilatada da tuba
uterina. Acontece frequentemente na época próxima à metade do ciclo menstrual, isto é, ao
redor do décimo quarto dia de um ciclo de 28 dias. Na mulher, geralmente só um ovócito é
liberado pelos ovários durante cada ciclo, mas às vezes nenhum ovócito é ovulado (são
denominados ciclos anovulatórios). Às vezes, dois ou mais ovócitos podem ser expelidos ao
mesmo tempo e, se forem fertilizados, podem desenvolver-se em dois ou mais embriões
(originando gêmeos fraternos).

OBJETIVO 2: COMPREENDER O CICLO MENSTRUAL (OVOGÊNESE E FATORES HORMONAIS)

O útero, os ovários e a vagina sofrem alterações durante o ciclo menstrual. O ciclo normal é de 28 dias. Um
folículo começa um período de rápido desenvolvimento no ovário no 1º dia do ciclo, amadurece e rompe
ao 14º dia para liberar um ovócito secundário. Em seguida, a parede do folículo é transformada em um
corpo lúteo, o qual secreta progesterona (fase lútea). Cerca de dez dias após a ovulação, o corpo lúteo
começa a regredir, em seguida para de funcionar e é substituído por tecido fibroso. O colapso do
endométrio que se segue a essa cessação de função é causado pelos níveis reduzidos de progesterona e
estrógenos à medida que o corpo lúteo degenera. As alterações que ocorrem no endométrio durante o
ciclo menstrual podem ser divididas em três fases: proliferativa, secretora e menstrual.

FASE
PROLIFERATI
Na fase proliferativa inicial, mesmo antes que o fluxo menstrual pare, o epitélio das partes basais
persistentesVA
das glândulas uterinas cresce sobre asuperfície do endométrio, a qual foi desnudada pela
menstruação. A reepitelização está completa de cinco a seis dias após o início da menstruação.
Inicialmente, o tecido tem apenas 1-2 mm de espessura e é revestido por um epitélio cuboide baixo. As
glândulas são retas e estreitas e suas células de revestimento são cilíndricas curtas. A superfície celular
apical contém micróvilos; algumas células são ciliadas.
6
RHYAN COELHO-MEDICINA FASA

Durante os 10º a 12º dias da fase proliferativa, o endométrio se espessa. As células se dividem em resposta
aos níveis crescentes de estrógenos, os quais são produzidos pelo ovário e que atuam através de
receptores presentes nas células do estroma e nas células epiteliais. As glândulas se tornam tortuosas e
suas células epiteliais de revestimento se tornam cilíndricas altas.

FASE
SECRETORA
A fase secretora coincide com a fase lútea do ciclo ovariano. As alterações endometriais são dirigidas pela
progesterona e pelos estrógenos secretados pelo corpo lúteo. No início da fase secretora, massas de
glicogênio se acumulam no citoplasma basal das células epiteliais que revestem as glândulas, onde elas
estão frequentemente associadas a lipídios. Mitocôndrias gigantes aparecem e estão associadas a áreas de
retículo endoplasmático granular. Existe uma evidente polarização aumentada das células glandulares: os
núcleos estão deslocados para o centro das células e o aparelho de Golgi e vesículas de secreção se
acumulam no citoplasma supranuclear. O sistema de canais nucleares é proeminente e os núcleos
aumentam de tamanho. Por volta da metade da fase secretora, o endométrio pode ter até 6 mm de
espessura. Na fase secretora tardia, a atividade secretora das glândulas declina.

FASE MENSTRUAL
Antes da menstruação, três camadas podem ser reconhecidas no endométrio: o estrato compacto, o
estrato esponjoso e o estrato basal. No estrato compacto, que se encontra próximo à superfície livre, os
colos das glândulas estão apenas ligeiramente expandidos e as células do estroma apresentam uma
distinta reação decidual. No estrato esponjoso, as glândulas uterinas estão tortuosas, dilatadas e
definitivamente separadas umas das outras apenas por uma pequena quantidade de tecido conjuntivo
interglandular. O estrato basal, próximo à musculatura uterina, é delgado e contém os fundos das
glândulas uterinas embebidos em um estroma inalterado. À medida que ocorre a regressão do corpo lúteo,
as partes do estroma que apresentam uma reação decidual, juntamente com o epitélio glandular, sofrem
alterações degenerativas e o endométrio frequentemente diminui de espessura. O sangue escapa dos
vasos superficiais do endométrio e forma pequenos hematomas abaixo do epitélio superficial. O estrato
funcional, próximo à superfície livre, é descamado aos poucos, deixando principalmente o estrato basal,
adjacente à musculatura uterina: 65-75% da espessura do endométrio podem ser descamados. Em
seguida, o sangue e o endométrio necrótico começam a aparecer no lúmen uterino para ser descarregado
do útero através da vagina como o fluxo menstrual, que dura de três a seis dias. A quantidade de tecido
perdido é variável, mas usualmente o estrato compacto e a maior parte do estrato esponjoso são
descamados.

7
RHYAN COELHO-MEDICINA FASA

 O sistema hormonal feminino, assim como o masculino consiste em três hierarquias de hormônios,
a saber:
 1. O hormônio de liberação hipotálica, o hormônio liberador de gonodotropinas
(GnRH)
 2. Os hormônios sexuais hipofisários anteriores, o hormônio folículo-estimulante
(FHS) e o hormônio luteinizante (LH), ambos secretados em resposta a liberação de
GnRH do hipotálamo.
 3. Os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona que são secretados pelos
ovários, em resposta aos dois hormônios sexuais femininos da hipófise anterior.

 As mudanças ovarianas que ocorrem durante o ciclo sexual dependem inteiramente dos hormônios
gonadotrópicos FSH e LH, secretados pela hipófise anterior. Na ausência desses hormônios, os
ovários permanecem inativos, como ocorre durante toda a infância, quando quase nenhum
hormônio gonadotrópico é secretado. Tanto o FSH quanto o LH estimulam sua células-alvo
ovarianas ao se combinar com os receptores muito específicos de FSH e LH, nas membranas das
células-alvo ovarianas. Os receptores ativados, por sua vez, aumentam a secreção das células e, em
geral, também o crescimento e a proliferação das células.
 Apenas três estrogênios estão presentes em quantidades significativas no plasma feminino: B-
estradiol; estrona e estriol. Uma função primária dos estrogênios é causar proliferação celular e
crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais, e outros tecidos relacionados à reprodução.
 A progesterona promove alterações secretórias no endométrio uterino, preparando o útero para a
implantação do óvulo fertilizado. Além de diminuir a frequência e a intensidade das contrações
uterinas, ajudando a evitar a expulsão do óvulo implantado. Promove o desenvolvimento dos
lóbulos e alvéolos das mamas.

OVOGÊNESE:
Nos ovários, encontram-se agrupamentos celulares chamados folículos ovarianos de Graff, onde estão as
células germinativas, que originam os gametas, e as células foliculares, responsáveis pela manutenção das
células germinativas e pela produção dos hormônios sexuais femininos. Nas mulheres, apenas um folículo
ovariano entra em maturação a cada ciclo menstrual, período compreendido entre duas menstruações
consecutivas e que dura, em média, 28 dias. Isso significa que, a cada ciclo, apenas um gameta torna-se
maduro e é liberado no sistema reprodutor da mulher.
Os ovários alternam-se na maturação dos seus folículos, ou seja, a cada ciclo menstrual, a liberação de um
óvulo, ou ovulação, acontece em um dos dois ovários. A ovogênese é dividida em três etapas:

Fase de multiplicação ou de proliferação: É uma fase de mitoses consecutivas, quando as células


germinativas aumentam em quantidade e originam ovogônias. Nos fetos femininos humanos, a fase
proliferativa termina por volta do final do primeiro trimestre da gestação. Portanto, quando uma menina
nasce, já possui em seus ovários cerca de 400 000 folículos de Graff. É uma quantidade limitada, ao
contrário dos homens, que produzem espermatogônias durante quase toda a vida.

8
RHYAN COELHO-MEDICINA FASA

Fase de crescimento: Logo que são formadas, as ovogônias iniciam a primeira divisão da meiose,
interrompida na prófase I. Passam, então, por um notável crescimento, com aumento do citoplasma e
grande acumulação de substâncias nutritivas. Esse depósito citoplasmático de nutrientes chama-se vitelo,
e é responsável pela nutrição do embrião durante seu desenvolvimento. Terminada a fase de crescimento,
as ovogônias transformam-se em ovócitos primários (ovócitos de primeira ordem ou ovócitos I). Nas
mulheres, essa fase perdura até a puberdade, quando a menina inicia a sua maturidade sexual.

Fase de maturação: Dos 400 000 ovócitos primários, apenas 350 ou 400 completarão sua transformação
em gametas maduros, um a cada ciclo menstrual. A fase de maturação inicia-se quando a menina alcança a
maturidade sexual, por volta de 11 a 15 anos de idade.

Quando o ovócito primário completa a primeira divisão da meiose, interrompida na prófase I, origina duas
células. Uma delas não recebe citoplasma e desintegra-se a seguir, na maioria das vezes sem iniciar a
segunda divisão da meiose. É o primeiro corpúsculo (ou glóbulo) polar.
A outra célula, grande e rica em vitelo, é o ovócito secundário (ovócito de segunda ordem ou ovócito II). Ao
sofrer, a segunda divisão da meiose, origina o segundo corpúsculo polar, que também morre em pouco
tempo, e o óvulo, gameta feminino, célula volumosa e cheia de vitelo. Na gametogênese feminina,
a divisão meiótica é desigual porque não reparte igualmente o citoplasma entre as células-filhas. Isso
permite que o óvulo formado seja bastante rico em substâncias nutritivas.
Na maioria das fêmeas de mamíferos, a segunda divisão da meiose só acontece caso o gameta seja
fecundado. Curiosamente, o verdadeiro gameta dessas fêmeas é o ovócito II, pois é ele que se funde com o
espermatozoide.

9
RHYAN COELHO-MEDICINA FASA

OBJETIVO 3: EXPLICAR SOBRE O CÁLCULO DA MÉDIA E DESVIO-PADRÃO DA MENARCA

Média simples (Me)- Soma os valores e divide pela quantidade de números

Desvio-Padrão:

OBJETIVO 4: ANALISAR O PAPEL DO MÉDICO NA INSTRUÇÃO DA ADOLESCENTE FRENTE AO CASO


Independentemente da razão que faz com que o adolescente/jovem procure o serviço de saúde, cada
visita oferece ao profissional a oportunidade de detectar, refletir e auxiliar na resolução de outras questões
distintas do motivo principal da consulta. A entrevista é um exercício de comunicação interpessoal, que
engloba a comunicação verbal e a não verbal. Para muito além das palavras, deve-se estar atento às
emoções, gestos, tom de voz e expressão facial do cliente. A acolhida nos serviços deve ser cordial e
compreensiva, para que se sintam valorizados e à vontade nos mesmos. Uma acolhida hostil, que imponha
uma série de exigências, pode afastar o adolescente, perdendo-se a oportunidade de adesão ao serviço.
Pelas características próprias dessa etapa do desenvolvimento, muitas vezes eles têm dificuldades em
respeitar os horários e as datas de agendamento, determinando que o serviço construa mecanismos de
organização mais flexíveis.
Não existe um perfil específico de profissional de saúde para o atendimento de adolescentes/jovens.
Algumas características, entretanto, devem ser ressaltadas como muito importantes:
– estar disponível para atender o paciente e sua família sem autoritarismos;
– estar atento ao adolescente e ter capacidade de formular perguntas que auxiliem a conversação,
buscando compreender sua perspectiva;
– não ser preconceituoso, evitando fazer julgamentos, especialmente no que diz respeito à abordagem de
determinadas temáticas como sexualidade, métodos contraceptivos e uso de drogas;
– buscar de forma contínua, atualização técnica na área específica de atuação profissional;

10

Você também pode gostar