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Fundamento do
comportamento individual
nas organizações
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LISBOA, Marilu Diez

SST Fundamento do comportamento individual nas


organizações / Marilu Diez Lisboa

Ano: 2020

nº de p. 12.

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Fundamento do
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comportamento individual
nas organizações

Apresentação
Neste momento conheceremos os principais conceitos do comportamento
organizacional e as mais importantes contribuições da ciência do comportamento.
Discutiremos a respeito do modo como a dinâmica do comportamento individual
e organizacional interfere e estimula as inovações e os desafios no mundo do
trabalho. Os estudiosos desta área do conhecimento buscam saber o que pode
impactar nos resultados de uma empresa.

Você verá que a inter-relação das variáveis internas e externas não pode ser
ignorada, pois traz impactos nos mais diversos modelos organizacionais. Portanto,
iremos compreender os fatores de formação do comportamento humano nas
organizações e nas instituições. Vamos entender melhor as inter-relações das
variáveis internas e externas que constituem o comportamento organizacional e o
que faz as pessoas a resistirem à mudança.

FORMAÇÃO DO COMPORTAMENTO
INDIVIDUAL
A busca pela compreensão sobre o homem e sua relação com o trabalho é a base
para o estudo do comportamento organizacional. Para entender como isso funciona,
é necessário identificar os fatores que o constituem. Iniciaremos com o conceito de
cultura organizacional.

Reflita
Cultura organizacional é o entendimento do comportamento
individual e dos grupos na situação de trabalho: a soma desses
dois aspectos constitui o comportamento organizacional.

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Comportamento organizacional é uma área de estudo, não uma função


organizacional. A integração com outras áreas do conhecimento humano tem
possibilitado a identificação de fatores que influenciam o comportamento.

Múltiplos fatores articulam-se para constituir o comportamento humano, que é


resultado da interpolação de várias experiências e vivências.

Stephen Robbins (2011) apresenta quatro conceitos: valores, atitudes, percepção e


aprendizagem.

• Os valores representam convicções básicas do ser humano. São aspectos


que definem condutas individuais, mas que estão relacionadas àquilo que é
esperado socialmente, em detrimento de valores opostos, considerados nega-
tivos ou condenados.

• As atitudes são afirmações avaliativas, favoráveis ou não, em relação a ob-


jetos, pessoas ou eventos, por meio de ações. Elas refletem como o homem
sente-se em relação a alguma coisa. Uma pessoa pode ter inúmeras atitudes,
mas o estudo do comportamento organizacional focaliza somente as relacio-
nadas ao trabalho.

• A expressão “satisfação no trabalho” refere-se a um conjunto de sentimentos


que o profissional nutre em relação ao exercício da sua função.

• A percepção é o processo pelo qual os seres humanos organizam e inter-


pretam suas impressões sensoriais com a finalidade de dar sentido ao seu
ambiente. Pessoas diferentes podem perceber a mesma coisa de maneiras
diferentes: nenhum de nós enxerga a realidade de maneira idêntica.
Percepção: fatores intervenientes

Fonte: Deduca (2020)

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Atenção
Aprendizagem é qualquer mudança permanente no comportamento
que ocorra como resultado de uma experiência.

Dejours (2011), ao analisar a relação homem-trabalho, enfatiza três fatores. Confira-


os.

• O organismo do trabalhador não é um “motor humano”: ele está permanente-


mente sujeito a excitações, não somente exógenas, mas também endógenas.
• O trabalhador não chega ao seu local de trabalho como uma máquina nova.
Ele possui uma história pessoal que se concretiza em suas aspirações, moti-
vações e necessidades psicológicas, as quais integram sua história passada.
• O trabalhador, em razão de sua história, dispõe de vias de escape preferen-
ciais, que não são as mesmas para todos, e que participam na formação da-
quilo que é denominado estrutura da personalidade.

Curiosidade
Exógeno – Proveniente do exterior, provocado por uma causa externa.

Endógeno – Proveniente do interior, referente a uma causa interna.

O comportamento individual traduz o modo de agir de cada um. Ao observar os


comportamentos manifestos, você pode compreender as diferentes maneiras de
ser de várias pessoas (BERGAMINI, 2011). No entanto, existem comportamentos
encobertos, que não podem ser diretamente observados: neste caso, é necessário
utilizar técnicas e recursos específicos para que possam emergir.

As pressões decorrentes da organização do trabalho, conforme Dejours (2011),


podem servir como gatilho ou agravar doenças mentais previamente existentes. O
autor salienta que, em suas pesquisas, não encontrou uma doença mental específica
decorrente do trabalho.

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Saiba mais
Embora Dejours (2011) tenha tal posição, outros autores,
como Couto e Moraes (2000) apontam que o atual ambiente
organizacional propicia o surgimento da fadiga, da frustação do
indivíduo que não dá conta das múltiplas demandas do mundo do
trabalho. Leia mais sobre este assunto, sintomas e as relações
entre estresse e trabalho aqui. https://osha.europa.eu/pt/themes/
psychosocial-risks-and-stress

COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
As relações homem-trabalho, em especial nas sociedades contemporâneas e
capitalistas, ocorrem em grupos. As pessoas não vivem isoladas, mas, sim, em
sociedade, e o grupo é fundamental no ambiente das organizações, no qual as
pessoas convivem umas com as outras para conseguirem que um trabalho seja
realizado e um objetivo em comum seja atingido.

Atenção
O comportamento organizacional refere-se ao estudo das relações
do homem dentro das organizações de trabalho.

Entender o comportamento é dizer que iremos estudar as ações e as atitudes, mas


não qualquer atitude. Robbins (2011) afirma que três tipos de comportamento
apresentam grande importância na determinação do desempenho dos funcionários:
produtividade, absenteísmo e rotatividade.

• A produtividade relaciona-se diretamente à quantidade e a qualidade dos re-


sultados obtidos individualmente pelos funcionários. É um controle que os ad-
ministradores realizam para que a organização possa sobreviver no mercado
de maneira competitiva, apresentando uma melhor relação custo (salários) x
benefícios (resultados).

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• O absenteísmo e a rotatividade – sobretudo em níveis muito altos – podem


afetar negativamente os resultados de uma empresa. Estes índices refletem
a falta de comprometimento com o trabalho. É quase impossível um funcio-
nário ser produtivo apresentando alto nível de absenteísmo, ou seja, estando
ausente do trabalho. Além disso, um alto índice de rotatividade aumenta os
custos da organização, a qual necessita investir de maneira redobrada na ca-
pacitação, nos treinamentos e na integração dos novos colaboradores.

Curiosidade
Absenteísmo – Ausência ao local de trabalho.

Rotatividade – Entradas e saídas de funcionários em determinado


período de tempo.

O comportamento organizacional, que impacta na produtividade, no número de


faltas e na rotatividade, é influenciado pela personalidade das instituições.

Personalidade organizacional

Fonte: Deduca (2020)

Além da personalidade da organização, existe outra variável a ser considerada:


a cultura organizacional. Esta é formada pela articulação entre a personalidade
da instituição (seus valores, sua missão, sua visão e sua imagem institucional)
com o comportamento de seus membros. Refere-se a um sistema de valores
compartilhados pelos colaboradores e distingue uma organização de outra.

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Cultura organizacional

Fonte: Deduca (2020)

INTER-RELAÇÕES E VARIÁVEIS INTERNAS


E EXTERNAS
A inter-relação entre comportamento individual e organizacional ocorre a partir
de um movimento de resistência às mudanças. A resistência às mudanças
pode ser positiva: é ela que estabelece um grau de estabilidade e permite prever
comportamentos. No entanto, ela também pode ser fonte de conflitos, saudáveis
ou não. Por exemplo: a resistência e o conflito em relação a um plano de mudança
podem gerar uma melhoria na proposta apresentada. Por outro lado, a resistência
pode dificultar a adaptação e o progresso de uma situação. Robbins (2011) analisa
as resistências individual e organizacional separadamente, embora, na prática, essas
categorias geralmente se sobreponham.

Resistência individual
O comportamento de resistência individual às mudanças reside nas características
humanas básicas, como percepções, personalidade e necessidades, que você já
viu anteriormente. Robbins (2011) apresenta cinco motivos pelos quais as pessoas
resistem às mudanças.

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Hábito

O ser humano é uma criatura de hábitos: não avalia todas as alternativas


para cada uma das decisões que toma todos os dias. Ao se defrontar com a
mudança, a tendência é responder de acordo com o costume.

Segurança

As pessoas com elevada necessidade de segurança costumam resistir às


mudanças por se sentirem ameaçadas.

Fatores econômicos

As mudanças nas tarefas ou rotinas estabelecidas podem suscitar


resistências quando a remuneração é vinculada à produtividade.

Medo do desconhecido

A mudança troca o que é familiar pelo incerto, e as pessoas geralmente não


gostam do desconhecido.

Processamento seletivo de informações

As pessoas constituem o mundo por meio de suas percepções. Uma vez


constituído, esse mundo resiste às mudanças.

Resistência organizacional
As organizações, em sua maioria, são conservadoras e resistem ativamente às mudanças.
Robbins (2011) identificou seis principais fontes de resistência organizacional.

Inércia estrutural

As organizações possuem mecanismos internos que produzem a estabilidade.


O treinamento e outras técnicas de socialização reforçam determinados
papéis e habilidades.

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Foco limitado de mudança

As organizações são formadas por diversos subsistemas interdependentes.


Não é possível mudar um deles sem afetar os demais.
Inércia de grupo – mesmo que os indivíduos queiram mudar seu
comportamento, as normas de grupo agem como limitadoras.

Ameaça à especialização

As mudanças nos padrões organizacionais podem ameaçar alguns grupos


especializados, cujos conhecimentos serão confrontados.

Ameaça às relações de poder estabelecidas

Qualquer redistribuição de autoridade para tomada de decisões pode ameaçar


as relações de poder já estabelecidas.

Ameaça às alocações de recursos estabelecidas

Os grupos que controlam algum tipo de recurso que possa ser cortado
consideram as mudanças como uma ameaça, pois desejam manter a
estabilidade.

Embora haja inúmeras forças que alimentam a resistência às mudanças, que por
sua vez interferem nos comportamentos individuais e organizacionais, existem
ações às quais os agentes de mudanças podem recorrer para minimizar seus
efeitos.

Saiba mais
Como explicar atos de resistência à mudança individual e
organizacional? Veja o vídeo “O comodismo emperra a mudança
organizacional” e aprofunde-se nesse assunto. https://www.
youtube.com/watch?v=DgYlvy8Uv1s.

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Fechamento
Verificamos que o comportamento organizacional é formado pelo comportamento
individual mais o comportamento grupal; por meio de múltiplos fatores interferem
no comportamento individual: aspectos sociológicos, antropológicos, econômicos,
psicológicos, políticos e biológicos são alguns deles.

Estudamos que o comportamento organizacional é observado quando as


relações humanas no ambiente de trabalho são analisadas, tendo como alguns
indicadores de desempenho a produtividade, o absenteísmo e a rotatividade. Além
disso, estudamos que a cultura organizacional possui aspectos que refletem no
desempenho dos profissionais. E por fim, verificamos que entre os motivos que
explicam a resistência individual às mudanças, encontram-se: hábito, segurança,
fatores econômicos, medo do desconhecido e processamento seletivo das
informações.

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Referências
BERGAMINI, C. W. Psicologia aplicada à administração de empresas: psicologia do
comportamento organizacional. São Paulo: Atlas, 2011.

DEJOURS, C. Uma nova visão do sofrimento humano nas organizações. In: CHANLAT,
J. F. et al. (Orgs.). O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo:
Atlas, 2011, v. 1, p. 149-173.

ROBBINS, S. P. Fundamentos do comportamento organizacional. São Paulo: Prentice


Hall, 2011.

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