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Comte Bittencourt
Secretário de Estado de Educação
Elizângela Lima
Superintendente Pedagógica
Assistentes
Cátia Batista Raimundo
Carla Lopes
Roberto Farias
Texto e conteúdo
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Capa
Luciano Cunha
Revisão de texto
Esse documento é uma curadoria de materiais que estão disponíveis na internet, somados à experiência
autoral dos professores, sob a intenção de sistematizar conteúdos na forma de uma orientação de estudos .
Meta: Apresentar tópicos da Geografia, alinhados com o currículo básico, importantes para
compreensão de fenômenos naturais e sociais, seus processos históricos e o desenvolvimento do
senso crítico.
Objetivos: Ao fim desta orientação de estudo, você deverá ser capaz de:
relacionadas.
Geografia – Orientações de Estudos
Sumário
1. Introdução 6
2. Aula 1 – Industrialização 7
7. Resumo 18
8. Considerações finais 19
9. Referências bibliográficas 20
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1. Introdução
A geografia é uma ciência que busca compreender o mundo através dos seus fenômenos naturais e
sociais. Escrevemos essa obra buscando ajudá-lo a se apropriar dos movimentos desse mundo dinâmico.
Assim, muito mais do que se preparar para as provas, entender os fenômenos sociais que envolvem o
nosso país e o mundo acaba sendo primordial para compreendê-lo melhor, e desta forma buscar
alternativas que solucionem problemas, por vezes históricos, e por fim, aperfeiçoar as relações, promovendo
a justiça e o bem estar social.
Vamos investigar e buscar compreender acontecimentos históricos que moldaram o mundo que
conhecemos hoje. Observar a evolução das técnicas e aplicação de novas tecnologias, as modificações
provocadas no espaço, nas relações de trabalho e nos fluxos migratórios.
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2. Aula 1 – Industrialização
Esse fenômeno começou logo após a primeira revolução industrial, na Inglaterra do século XVIII, com a
invenção da máquina a vapor. Essa máquina foi utilizada em diversas atividades, como nos meios de
transportes, nas atividades do campo, e nas áreas urbanas começaram a surgir grandes espaços com
máquinas produzindo em larga escala, eram as indústrias.
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1.2 – O processo de industrialização e as transformações no trabalho:
Fase pré-industrial (artesanal): a fase da atividade artesanal – isto é, quando essa prática era o modo de
produção predominante – estendeu-se desde a Antiguidade até o século XVII. A produção era individual e
centrada na figura do artesão, que atuava desde o início do processo produtivo até, por vezes, a
comercialização de seus produtos.
Fase manufatureira: as primeiras indústrias pautavam-se na manufatura, ou seja, no trabalho manual. Essa
fase estendeu-se durante o século XVII até meados do século XVIII, quando se iniciou, na Inglaterra, o
processo de Revolução Industrial. Utilizava-se o trabalho manual e máquinas simples com a inauguração do
processo de divisão de tarefas e a formação das classes trabalhadoras (assalariados) e patronais (patrões).
Fase maquinofatureira ou industrial: podemos dizer que a fase industrial propriamente dita ocorreu após o
início da I Revolução Industrial com a invenção de maquinários capazes de intensificar a produção e
empregar um maior número de trabalhadores, além de produzirem novos e variados tipos de mercadorias.
Com o tempo, essa atividade aperfeiçoou-se com a Segunda e Terceira Revoluções Industriais.
Fase pós-industrial: embora não haja consenso sobre esse termo, a fase pós-industrial seria aquela em que
as indústrias, embora ainda muito importantes, deixam de desempenhar um papel central no cerne das
sociedades em uma etapa recente. A principal característica, nesse caso, é o deslocamento do emprego
para o setor terciário (comércio e serviços), em um fenômeno que os economistas chamam de terciarização
da economia.
É válido ressaltar que as etapas acima mencionadas não se sucederam de forma linear em todas as
sociedades e nem de modo igualitário. Alguns países ou regiões do mundo somente conheceram o
processo de industrialização em sua fase mais avançada ou moderna; outras regiões, em alguns países
subdesenvolvidos, sequer podem ser consideradas como sociedades industriais.
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Mudanças técnicas e cientificas em decorrência da industrialização provocaram mudanças no trabalho. Na
imagem, observamos que um objetivo claro dessa evolução é aumentar a capacidade produtiva e reduzir a
necessidade de mão de obra.
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Imagens disponíveis em: https://querobolsa.com.br/enem/geografia/industrializacao-brasileira
Agora que você já sabe o que é industrialização, vamos compreender algumas das suas consequências.
Um resultado do processo de industrialização é a urbanização, mas o que é isso? Urbanização tem a ver
com população, lugares que não são urbanizados são os que possuem a maior parte da população vivendo
no campo, do contrário, quando a maior parte dos habitantes de uma região vive nas áreas urbanas,
dizemos que esse local é urbanizado. O Brasil é um país urbanizado, pois a maior parte da sua população
vive nas cidades.
Podemos afirmar que o mundo é urbanizado, já que a maior parte das pessoas vive em áreas urbanas, ou
seja, nas cidades, mas nem sempre foi assim. Até antes da primeira Revolução Industrial, a maior parte das
pessoas do planeta viviam no campo, porque lá estavam as oportunidades de emprego e renda. A partir da
primeira Revolução Industrial e a invenção da máquina a vapor, ocorre o inicio da mecanização das
atividades no campo. Com isso há uma menor necessidade de mão de obra, nas cidades surgem as
primeiras fábricas, precisando de pessoas para trabalhar. A diminuição das oportunidades de trabalho no
campo e a perspectiva de uma vida melhor nas cidades, trabalhando nas indústrias que surgiam, provocou
um deslocamento em massa de pessoas do campo para a cidade, chamamos esse fenômeno de Êxodo
rural, com isso a população das áreas urbanas aumentou e a do campo diminuiu, evidenciando o fenômeno
da urbanização.
Como já mencionamos antes, a industrialização não ocorreu em todos os lugares ao mesmo tempo, sendo
a urbanização uma consequência do processo de desenvolvimento industrial, logo ela também ocorreu de
maneira desigual com particularidades em cada região. Simplificando, saiba que os países
subdesenvolvidos se urbanizaram tardiamente e de forma acelerada, infelizmente sem planejamento, e isso
gerou problemas que perduram até os dias de hoje.
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O aumento da população das cidades provoca transformação na paisagem
Em nosso país, 70 anos foram suficientes para alterar os índices de população rural e os de população
urbana. Esse tempo é muito curto e um rápido crescimento urbano não ocorre sem o surgimento de graves
problemas. A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados para atender às
necessidades básicas dos migrantes, causa uma série de problemas sociais e ambientais. Dentre eles
destacam-se o desemprego, a criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água.
Quando se fala que urbanização acelerada e não planejada gera problemas, imagine que em um curto
espaço de tempo a população de uma cidade cresce e a infraestrutura que existia para servir a quantidade
de habitantes que havia antes não serve para atender esse novo volume de pessoas. Logo, o sistema de
saúde, educação, transporte e saneamento básico e emprego, entra em colapso. É preciso controlar e
planejar o crescimento da cidade, não se pode construir em todos os lugares e de qualquer forma.
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Com a falta de saneamento básico e transporte de qualidade, as favelas são exemplos de consequências do
crescimento urbano acelerado e não planejado no Brasil.
No Brasil isso ocorre principalmente após a Segunda Guerra Mundial, e associado ao processo de
industrialização, fez a população das cidades aumentarem consideravelmente ao mesmo de tempo que a do
campo diminuía. E foi assim que o Brasil deixou de ser um país de população predominantemente rural e se
tornou urbano, em um período de 40 anos, um processo rápido e sem planejamento que trouxe
consequências já mencionadas.
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A modernização do campo proporcionou transformações estruturais no território brasileiro
O propósito da Revolução Verde era, inicialmente, o aumento da produção de alimentos em escala mundial
como forma de reduzir os efeitos da fome no mundo. A produção de fato se elevou consideravelmente e os
preços caíram, por conta do aumento da oferta de gêneros agrícolas, isso foi positivo, mas o problema da
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fome nunca foi solucionado. O mundo sempre produziu uma quantidade de alimentos superior a sua
necessidade, mas o destino da produção é o principal fator que justifica a fome em muitos países.
Devemos destacar também que embora tenha se registrado ganhos produtivos em diversos países, a
Revolução Verde trouxe consigo consequências para os pequenos produtores, para o ordenamento do
território e para o meio ambiente. Conforme já mencionamos antes, toda essa tecnologia nas atividades
agropecuárias possui elevado custo, e o pequeno produtor não possui condições financeiras para arcar com
os valores, logo não consegue competir com os grandes agricultores e acaba vendendo suas pequenas
propriedades aos que já possuem grandes porções de terra, e junto com os que não conseguem mais
emprego nas atividades do campo por conta da modernização, migram para as cidades, intensificando o
processo de urbanização.
Do ponto de vista ambiental, para ter uma ideia, antes da Revolução Verde, biomas como o Cerrado
Brasileiro estavam “protegidos” por questões naturais, pois o solo ácido e o clima não favoreciam o plantio,
mas as novas sementes geneticamente modificadas (transgênicas) mais resistentes, e a correção da acidez
do solo através do processo de calagem, quebraram os obstáculos e a soja avançou sobre o Cerrado.
No Brasil, a incorporação dos elementos técnicos e dos processos produtivos derivados da Revolução
Verde aconteceu na década de 1960. Inicialmente, os planos e programas de ação elaborados entre 1964 e
1970 previam a modernização técnica da produção agrícola, o aumento da produção de alimentos, o
abastecimento do mercado interno com matérias-primas e melhorias no setor de exportação. No setor de
pesquisa atrelada às culturas, à produção e ao desenvolvimento agrícola, destacou-se a criação da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 1973.
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5. Aula 4 – Desemprego estrutural.
O desemprego afeta milhões de pessoas pelo mundo, independentemente do grau de desenvolvimento de
um país. Entretanto, os maiores números de cidadãos e cidadãs sem emprego formal localizam-se em
países emergentes e/ou subdesenvolvidos. Como definição de desemprego, podemos citar o que está
no Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Segundo o dicionário, o desemprego “é a falta de emprego;
situação em que parcela da força de trabalho não consegue obter ocupação”.
As causas do desemprego são as mais variadas e diversas, desde mudanças estruturais e inovações
tecnológicas a crises econômicas, sociais ou sanitárias. Mas o objetivo aqui é evidenciar o desemprego
estrutural. Ocorre quando há uma mudança estrutural na sociedade. Os trabalhadores atingidos por esse
tipo de desemprego não conseguem adequar-se à nova realidade do mercado de trabalho ou às novas
demandas trabalhistas. Geralmente ocorre quando há crescimento econômico e mudança de paradigmas,
como a substituição da máquina de escrever pelo computador. Nesse exemplo, o datilógrafo, caso não
aprendesse a mexer em computadores, estaria desempregado, encaixando-se nesse tipo de desemprego.
Logo, acreditamos que você já tenha feito uma rápida relação entre a modernização das indústrias e do
trabalho no campo com essa modalidade de desemprego, com as novas tecnologias o trabalhador precisa
se atualizar para continuar atuando, no entanto, mesmo que todos os desempregados busquem se adequar
às novas modalidades de trabalho, não há mais espaço para todos, esse é um dos objetivos principais
dessas evoluções nos meios produtivos, aumentar os lucros através do corte de gastos, eliminando custos
com mão de obra. Isso ocorre no campo e na cidade, muitas vezes não basta se atualizar, é preciso buscar
uma nova profissão, porque muitas são extintas.
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6. Aula 5 – Questões de Geografia
trabalho.
c) ( ) O Brasil é um país urbanizado, pois a maior parte da sua população vive no campo.
d) ( ) É preciso controlar e planejar o crescimento da cidade, não se pode construir em todos os lugares e
de qualquer forma.
na agricultura.
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3- Maioria das multinacionais brasileiras é do setor secundário
De acordo com uma pesquisa da ESPM divulgada nesta quarta-feira, a maioria (69%) das empresas
brasileiras que têm atividades no exterior pertence ao setor manufatureiro, principalmente aos ramos de
peças automotivas e têxtil. Companhias do setor terciário ficam em segundo lugar (26%), seguidas pelas do
primário (5%).
4 - (ENEM 2010) A maioria das pessoas daqui era do campo. Vila Maria é hoje exportadora de trabalhadores.
Empresários de Primavera do Leste, Estado de Mato Grosso, procuram o bairro de Vila Maria para
conseguir mão de obra. É gente indo distante daqui 300, 400 quilômetros para ir trabalhar, para ganhar sete
conto por dia.
O texto retrata um fenômeno vivenciado pela agricultura brasileira nas últimas décadas do século XX,
consequência
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7. Resumo
As constantes transformações dos meios produtivos influenciaram o mundo em que vivemos hoje,
reorganizaram os arranjos populacionais, redefiniram os fluxos migratórios e as relações de trabalho,
ao mesmo tempo em que obrigam indivíduos a estarem atentos aos processos para não serem
excluídos.
Ao longo dessa obra, observamos que o objetivo inicial da Revolução Verde era ajudar no combate
à fome aumentando a produção de gêneros agrícolas, através de novas tecnologias. No entanto, o
problema persiste, e a modernização dessas atividades no campo eliminou postos de trabalho
provocando o Êxodo Rural.
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8. Considerações finais
Para entender os fenômenos sociais, as lutas e até mesmo buscar soluções para dilemas, é importante
compreender os processos, a origem dos acontecimentos, os personagens... Com muita pesquisa e
observação se atinge esse objetivo. A Geografia é uma ciência que tem por essência geral compreender e
pensar as relações, não apenas entre pessoas, mas também das relações que se dão com o meio e as
influências multilaterais.
Não podemos negar que as transformações ocorridas trouxeram benefícios, no entanto, há todo um
aspecto negativo que merece atenção. Os desempregados gerados pela modernização que exclui pessoas,
o destino da produção de alimentos que vai para fabricação de cosméticos ou combustíveis, por exemplo,
ou as cidades que cresceram sem planejamento, e hoje proporcionam experiências nada agradáveis aos
seus habitantes e ao meio ambiente.
As evoluções são bem vindas, mas é preciso cuidado para que ocorram em harmonia com o meio ambiente
e com os excluídos, a evolução só é completa e bem sucedida quando é coletiva e homogênea. Talvez esse
mundo seja utópico, mas não podemos desistir de buscá-lo.
Vá além, aprofunde-se nas pesquisas, prepare-se para as provas e promova as mudanças que o
mundo necessita.
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9. Referências bibliográficas
EDUCAÇÃO UOL/GEOGRAFIA. “Urbanização do Brasil”
Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/urbanizacao-do-brasil-consequencias-e-
caracteristicas-das-cidades.htm. Acesso em 05 de março de 2021
PENA, Rodolfo F. Alves. "Industrialização e seus efeitos"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/industrializacao-seus-efeitos.htm. Acesso em 05 de março de 2021.
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