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Governo do Estado do Rio de Janeiro

Secretaria de Estado de Educação

Comte Bittencourt
Secretário de Estado de Educação

Andrea Marinho de Souza Franco


Subsecretária de Gestão de Ensino

Elizângela Lima
Superintendente Pedagógica

Maria Claudia Chantre


Coordenadoria de Áreas do Conhecimento

Assistentes
Cátia Batista Raimundo
Carla Lopes
Roberto Farias

Texto e conteúdo

Prof. Anderson Luís Pinheiro de A. Filgueiras


C.E. Professora Maria Nazareth Cavalcanti Silva

Prof. Marcio Augusto Pereira Campos


C.E. São Bento

Prof. Roberto Gomes Estabile


C.E. Sônia Regina Scudese

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Capa
Luciano Cunha

Revisão de texto

Prof ª Andreia Cristina Jacurú Belletti

Prof ª Andreza Amorim de Oliveira Pacheco.

Prof ª Cristiane Ramos da Costa

Prof ª Deolinda da Paz Gadelha

Prof ª Elizabete Costa Malheiros

Prof ª Karla Menezes Lopes Niels

Prof ª Kassia Fernandes da Cunha

Prof Marcos Giacometti

Prof Mário Matias de Andrade Júnior

Prof Paulo Roberto Ferrari Freitas

Profª Regina Simões Alves

Prof Sammy Cardozo Dias

Prof Thiago Serpa Gomes da Rocha

Esse documento é uma curadoria de materiais que estão disponíveis na internet, somados à experiência
autoral dos professores, sob a intenção de sistematizar conteúdos na forma de uma orientação de estudos .

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Orientações de Estudos para Geografia
3° Bimestre de 2020 – 9° ano do Ensino Fundamental Regular

Meta: Apresentar tópicos da Geografia, alinhados com o currículo básico, importantes para
compreensão de fenômenos naturais e sociais, seus processos históricos e o desenvolvimento do
senso crítico.

Objetivos: Ao fim desta orientação de estudo, você deverá ser capaz de:

 Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização

 Relacionar o processo de urbanização às transformações da produção e consequências

relacionadas.
Geografia – Orientações de Estudos

Sumário

1. Introdução 6

2. Aula 1 – Industrialização 7

1.1 - Compreendendo o conceito de industrialização 7

1.2 - O processo de industrialização e as transformações no trabalho 8

1.3 - Industrialização brasileira, início do processo 9

3. Aula 2 – Processo de urbanização 10

2.1 - A industrialização provoca a urbanização 10

2.2 – Os efeitos de uma urbanização acelerada e não planejada 11

4. Aula 3 - Modernização das atividades no campo e suas consequências 12

3.1 – Introdução ao conceito 12

3.2 – Revolução verde 13

5. Aula 4 – Desemprego estrutural 15

6. Aula 5 – Questões de Geografia 16

7. Resumo 18

8. Considerações finais 19

9. Referências bibliográficas 20

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1. Introdução

A geografia é uma ciência que busca compreender o mundo através dos seus fenômenos naturais e
sociais. Escrevemos essa obra buscando ajudá-lo a se apropriar dos movimentos desse mundo dinâmico.

Assim, muito mais do que se preparar para as provas, entender os fenômenos sociais que envolvem o
nosso país e o mundo acaba sendo primordial para compreendê-lo melhor, e desta forma buscar
alternativas que solucionem problemas, por vezes históricos, e por fim, aperfeiçoar as relações, promovendo
a justiça e o bem estar social.

Vamos investigar e buscar compreender acontecimentos históricos que moldaram o mundo que
conhecemos hoje. Observar a evolução das técnicas e aplicação de novas tecnologias, as modificações
provocadas no espaço, nas relações de trabalho e nos fluxos migratórios.

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2. Aula 1 – Industrialização

1.1 – Compreendendo o conceito de industrialização

Entende-se por industrialização o processo de desenvolvimento industrial em um determinado lugar, onde


antes predominava um modo de produção manual, livre de máquinas, agora se observa a existência de
máquinas com o objetivo de elevar a produção, diminuir custos e aumentar os lucros.

Esse fenômeno começou logo após a primeira revolução industrial, na Inglaterra do século XVIII, com a
invenção da máquina a vapor. Essa máquina foi utilizada em diversas atividades, como nos meios de
transportes, nas atividades do campo, e nas áreas urbanas começaram a surgir grandes espaços com
máquinas produzindo em larga escala, eram as indústrias.

A industrialização ocorreu em todo o mundo, e causou transformações históricas e importantes. Nos


próximos textos, vamos compreender como foi esse processo no Brasil e no mundo.

Transformação dos meios de produção a partir da primeira revolução industrial

Compilado de imagens, disponíveis em:


https://historiemfocoblog.wordpress.com/2016/10/04/voce-sabe-o-que-foi-revolucao-industrial-veja-aqui-isso-
e-muito-mais/
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/primeira-revolucao-industrial.htm

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1.2 – O processo de industrialização e as transformações no trabalho:

Ao longo do tempo, as sociedades pré-industriais e industriais passaram por sucessivos estágios de


transformação, o que gerou diretas consequências sobre os tipos de produção de mercadorias e a forma de
inserção destas no mercado.

Fase pré-industrial (artesanal): a fase da atividade artesanal – isto é, quando essa prática era o modo de
produção predominante – estendeu-se desde a Antiguidade até o século XVII. A produção era individual e
centrada na figura do artesão, que atuava desde o início do processo produtivo até, por vezes, a
comercialização de seus produtos.

Fase manufatureira: as primeiras indústrias pautavam-se na manufatura, ou seja, no trabalho manual. Essa
fase estendeu-se durante o século XVII até meados do século XVIII, quando se iniciou, na Inglaterra, o
processo de Revolução Industrial. Utilizava-se o trabalho manual e máquinas simples com a inauguração do
processo de divisão de tarefas e a formação das classes trabalhadoras (assalariados) e patronais (patrões).

Fase maquinofatureira ou industrial: podemos dizer que a fase industrial propriamente dita ocorreu após o
início da I Revolução Industrial com a invenção de maquinários capazes de intensificar a produção e
empregar um maior número de trabalhadores, além de produzirem novos e variados tipos de mercadorias.
Com o tempo, essa atividade aperfeiçoou-se com a Segunda e Terceira Revoluções Industriais.

Fase pós-industrial: embora não haja consenso sobre esse termo, a fase pós-industrial seria aquela em que
as indústrias, embora ainda muito importantes, deixam de desempenhar um papel central no cerne das
sociedades em uma etapa recente. A principal característica, nesse caso, é o deslocamento do emprego
para o setor terciário (comércio e serviços), em um fenômeno que os economistas chamam de terciarização
da economia.

É válido ressaltar que as etapas acima mencionadas não se sucederam de forma linear em todas as
sociedades e nem de modo igualitário. Alguns países ou regiões do mundo somente conheceram o
processo de industrialização em sua fase mais avançada ou moderna; outras regiões, em alguns países
subdesenvolvidos, sequer podem ser consideradas como sociedades industriais.

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Mudanças técnicas e cientificas em decorrência da industrialização provocaram mudanças no trabalho. Na
imagem, observamos que um objetivo claro dessa evolução é aumentar a capacidade produtiva e reduzir a
necessidade de mão de obra.

Compilado de imagens, disponíveis em: https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/a-evolucao-das-linhas-de-


montagem-de-automoveis/
https://novovarejo.com.br/ford-toyota-vw-e-volvo-anunciam-suspensao-da-producao-por-conta-de-pandemia/

1.3 – Industrialização brasileira, início do processo.


O fenômeno da industrialização ocorreu em todo o mundo, mas não ao mesmo tempo. Países que hoje são
desenvolvidos, como os da Europa ocidental, por exemplo, se industrializaram primeiro, com o início do
processo ainda no século XVIII. Já países subdesenvolvidos como o Brasil, tiveram uma industrialização
tardia e acelerada.
Podemos associar essa industrialização tardia principalmente aos fatores históricos. Quando os primeiros
países começaram a se industrializar, o Brasil ainda era uma colônia escravista de exploração, sem
incentivos para o desenvolvimento da atividade industrial. Até o Início do século XX, o Brasil ainda era um
país agroexportador, ou seja, a economia dependia das atividades do campo e comprávamos de outros
países quase todos os produtos industrializados que consumíamos.
Foi na década de 1930, com a crise econômica que se abatia no mundo todo e a venda do café, nosso
principal produto de exportação, prejudicada, que o país começou a buscar novas alternativas. O governo
investiu em indústrias de base (tipo de indústria que produz material para atender outras indústrias, o aço,
por exemplo) e os cafeicultores, com dinheiro e infraestrutura, foram estimulados a investir em indústrias de
bens de consumo.
E foi assim, da crise, buscando outras possibilidades, que o Brasil iniciou o seu processo de
industrialização, substituindo uma política de importação. A vinda de fábricas estrangeiras, principalmente do
ramo automobilístico, também marcou o inicio da industrialização no país. A região Sudeste foi a primeira a
se industrializar.

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Imagens disponíveis em: https://querobolsa.com.br/enem/geografia/industrializacao-brasileira

3. Aula 2 – Processo de urbanização

2.1 - A industrialização provoca a urbanização

Agora que você já sabe o que é industrialização, vamos compreender algumas das suas consequências.
Um resultado do processo de industrialização é a urbanização, mas o que é isso? Urbanização tem a ver
com população, lugares que não são urbanizados são os que possuem a maior parte da população vivendo
no campo, do contrário, quando a maior parte dos habitantes de uma região vive nas áreas urbanas,
dizemos que esse local é urbanizado. O Brasil é um país urbanizado, pois a maior parte da sua população
vive nas cidades.

Podemos afirmar que o mundo é urbanizado, já que a maior parte das pessoas vive em áreas urbanas, ou
seja, nas cidades, mas nem sempre foi assim. Até antes da primeira Revolução Industrial, a maior parte das
pessoas do planeta viviam no campo, porque lá estavam as oportunidades de emprego e renda. A partir da
primeira Revolução Industrial e a invenção da máquina a vapor, ocorre o inicio da mecanização das
atividades no campo. Com isso há uma menor necessidade de mão de obra, nas cidades surgem as
primeiras fábricas, precisando de pessoas para trabalhar. A diminuição das oportunidades de trabalho no
campo e a perspectiva de uma vida melhor nas cidades, trabalhando nas indústrias que surgiam, provocou
um deslocamento em massa de pessoas do campo para a cidade, chamamos esse fenômeno de Êxodo
rural, com isso a população das áreas urbanas aumentou e a do campo diminuiu, evidenciando o fenômeno
da urbanização.

Como já mencionamos antes, a industrialização não ocorreu em todos os lugares ao mesmo tempo, sendo
a urbanização uma consequência do processo de desenvolvimento industrial, logo ela também ocorreu de
maneira desigual com particularidades em cada região. Simplificando, saiba que os países
subdesenvolvidos se urbanizaram tardiamente e de forma acelerada, infelizmente sem planejamento, e isso
gerou problemas que perduram até os dias de hoje.

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O aumento da população das cidades provoca transformação na paisagem

Compilado de imagens, disponíveis em:


Arquivo Nacional: https://br.pinterest.com/pin/737183032725526011/
http://sincovani.com.br/170-anos-de-nova-iguacu/

2.2 – Os efeitos de uma urbanização acelerada e não planejada.


O processo de urbanização no Brasil difere do europeu pela rapidez de seu crescimento. Na Europa esse
processo é mais antigo. Com exceção da Inglaterra, único país que se tornou urbanizado na primeira
metade do século 19, a maioria dos países europeus se tornou urbanizada entre a segunda metade do
século 19 e a primeira metade do século 20. Além disso, nesses países a urbanização foi menos intensa,
acompanhada pela oferta de empregos urbanos, moradias, escolas, saneamento básico, etc.

Em nosso país, 70 anos foram suficientes para alterar os índices de população rural e os de população
urbana. Esse tempo é muito curto e um rápido crescimento urbano não ocorre sem o surgimento de graves
problemas. A urbanização desordenada, que pega os municípios despreparados para atender às
necessidades básicas dos migrantes, causa uma série de problemas sociais e ambientais. Dentre eles
destacam-se o desemprego, a criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água.

Quando se fala que urbanização acelerada e não planejada gera problemas, imagine que em um curto
espaço de tempo a população de uma cidade cresce e a infraestrutura que existia para servir a quantidade
de habitantes que havia antes não serve para atender esse novo volume de pessoas. Logo, o sistema de
saúde, educação, transporte e saneamento básico e emprego, entra em colapso. É preciso controlar e
planejar o crescimento da cidade, não se pode construir em todos os lugares e de qualquer forma.

Faz-se necessário repensar os espaços urbanos e promover as mudanças necessárias, amparar as


pequenas cidades que ainda crescem, cuidar para que a ocupação de ambientes naturais ocorra em
harmonia com o meio ambiente.

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Com a falta de saneamento básico e transporte de qualidade, as favelas são exemplos de consequências do
crescimento urbano acelerado e não planejado no Brasil.

Imagem disponível em: https://www.vivadecora.com.br/pro/curiosidades/urbanizacao/

4. Aula 3 - Modernização das atividades no campo e suas consequências.

3.1 – Introdução ao conceito.


Conforme já mencionamos antes, as novas tecnologias que criaram fábricas modernas nas cidades
também alcançaram as atividades agrícolas. Sobre esse aspecto, não falamos apenas de máquinas, mas
também das novas técnicas de plantio, sementes geneticamente modificadas, dentre outros.

Esse processo de modernização do campo reduziu drasticamente a necessidade de mão de obra no


espaço rural, os pequenos agricultores também não conseguiam competir com os grandes proprietários, já
que toda essa tecnologia possuía elevado custo, e acabavam por vender suas terras aos que já
concentravam grandes propriedades. Então, imagine que no campo a falta de oferta de trabalho funcione
como algo que “expulsa” as pessoas, nas cidades, as fábricas que surgiam, com necessidade de mão de
obra, funcionavam como atração dessas mesmas pessoas. Esses fatores contribuíram para que um número
elevado de indivíduos migrasse do campo para a cidade, em um fenômeno conhecido como Êxodo Rural.

No Brasil isso ocorre principalmente após a Segunda Guerra Mundial, e associado ao processo de
industrialização, fez a população das cidades aumentarem consideravelmente ao mesmo de tempo que a do
campo diminuía. E foi assim que o Brasil deixou de ser um país de população predominantemente rural e se
tornou urbano, em um período de 40 anos, um processo rápido e sem planejamento que trouxe
consequências já mencionadas.

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A modernização do campo proporcionou transformações estruturais no território brasileiro

Imagem disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/efeitos-modernizacao-campo.htm

3.2 – Revolução verde.


A expressão “Revolução Verde” é empregada para designar o processo de transformação na agricultura em
escala global que se deu por meio do desenvolvimento e incorporação de novos meios tecnológicos na
produção. Esse fenômeno teve início na segunda metade do século XX, entre as décadas de 1960 e 1970.
Essas inovações tecnológicas adotadas inicialmente em países como México e Estados Unidos, logo se
propagaram para o restante da América Latina.

A modernização teve como principal característica a adoção de tecnologias modernas na produção e na


criação de animais. As novas técnicas que se desenvolveram a partir da década de 1940 foram baseadas
em extensas pesquisas científicas que, com o passar do tempo, ampliaram-se e deram origem a uma série
de inovações que passaram a ser empregadas no campo.

A estrutura principal da revolução verde contemplou:

 Melhoramento genético de espécies vegetais, tornando-as mais resistentes às pragas e variações


climáticas;

 Maquinários como tratores, utilizados em várias etapas da produção agrícola, semeadeiras e


colheitadeiras;

 Adubos, fertilizantes e defensivos agrícolas ou agrotóxicos empregados no preparo do solo, na correção


dos índices de acidez, no controle de doenças e pragas que podem acometer as lavouras, entre outros;

 Modernização dos sistemas de irrigação.

O propósito da Revolução Verde era, inicialmente, o aumento da produção de alimentos em escala mundial
como forma de reduzir os efeitos da fome no mundo. A produção de fato se elevou consideravelmente e os
preços caíram, por conta do aumento da oferta de gêneros agrícolas, isso foi positivo, mas o problema da

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fome nunca foi solucionado. O mundo sempre produziu uma quantidade de alimentos superior a sua
necessidade, mas o destino da produção é o principal fator que justifica a fome em muitos países.
Devemos destacar também que embora tenha se registrado ganhos produtivos em diversos países, a
Revolução Verde trouxe consigo consequências para os pequenos produtores, para o ordenamento do
território e para o meio ambiente. Conforme já mencionamos antes, toda essa tecnologia nas atividades
agropecuárias possui elevado custo, e o pequeno produtor não possui condições financeiras para arcar com
os valores, logo não consegue competir com os grandes agricultores e acaba vendendo suas pequenas
propriedades aos que já possuem grandes porções de terra, e junto com os que não conseguem mais
emprego nas atividades do campo por conta da modernização, migram para as cidades, intensificando o
processo de urbanização.
Do ponto de vista ambiental, para ter uma ideia, antes da Revolução Verde, biomas como o Cerrado
Brasileiro estavam “protegidos” por questões naturais, pois o solo ácido e o clima não favoreciam o plantio,
mas as novas sementes geneticamente modificadas (transgênicas) mais resistentes, e a correção da acidez
do solo através do processo de calagem, quebraram os obstáculos e a soja avançou sobre o Cerrado.
No Brasil, a incorporação dos elementos técnicos e dos processos produtivos derivados da Revolução
Verde aconteceu na década de 1960. Inicialmente, os planos e programas de ação elaborados entre 1964 e
1970 previam a modernização técnica da produção agrícola, o aumento da produção de alimentos, o
abastecimento do mercado interno com matérias-primas e melhorias no setor de exportação. No setor de
pesquisa atrelada às culturas, à produção e ao desenvolvimento agrícola, destacou-se a criação da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 1973.

Compilado de imagens, disponíveis em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-revolucao-verde.htm


https://vargemalegre.com.br/noticia/240243/exodo-rural-causas-e-consequencias

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5. Aula 4 – Desemprego estrutural.
O desemprego afeta milhões de pessoas pelo mundo, independentemente do grau de desenvolvimento de
um país. Entretanto, os maiores números de cidadãos e cidadãs sem emprego formal localizam-se em
países emergentes e/ou subdesenvolvidos. Como definição de desemprego, podemos citar o que está
no Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. Segundo o dicionário, o desemprego “é a falta de emprego;
situação em que parcela da força de trabalho não consegue obter ocupação”.

As causas do desemprego são as mais variadas e diversas, desde mudanças estruturais e inovações
tecnológicas a crises econômicas, sociais ou sanitárias. Mas o objetivo aqui é evidenciar o desemprego
estrutural. Ocorre quando há uma mudança estrutural na sociedade. Os trabalhadores atingidos por esse
tipo de desemprego não conseguem adequar-se à nova realidade do mercado de trabalho ou às novas
demandas trabalhistas. Geralmente ocorre quando há crescimento econômico e mudança de paradigmas,
como a substituição da máquina de escrever pelo computador. Nesse exemplo, o datilógrafo, caso não
aprendesse a mexer em computadores, estaria desempregado, encaixando-se nesse tipo de desemprego.

Logo, acreditamos que você já tenha feito uma rápida relação entre a modernização das indústrias e do
trabalho no campo com essa modalidade de desemprego, com as novas tecnologias o trabalhador precisa
se atualizar para continuar atuando, no entanto, mesmo que todos os desempregados busquem se adequar
às novas modalidades de trabalho, não há mais espaço para todos, esse é um dos objetivos principais
dessas evoluções nos meios produtivos, aumentar os lucros através do corte de gastos, eliminando custos
com mão de obra. Isso ocorre no campo e na cidade, muitas vezes não basta se atualizar, é preciso buscar
uma nova profissão, porque muitas são extintas.

Imagem disponível em: https://aminhacarreira.wordpress.com/2015/07/30/3-tipos-de-desemprego-estrutural-


ciclico-e-friccional/

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6. Aula 5 – Questões de Geografia

1- Leias as afirmações abaixo e marque V para verdadeiro e F para falso.

a) ( ) Entende-se por industrialização o processo de desenvolvimento industrial em um determinado lugar.

b) ( ) Mudanças técnicas e cientificas em decorrência da industrialização não provocaram mudanças no

trabalho.

c) ( ) O Brasil é um país urbanizado, pois a maior parte da sua população vive no campo.

d) ( ) É preciso controlar e planejar o crescimento da cidade, não se pode construir em todos os lugares e

de qualquer forma.

e) ( ) O processo de modernização do campo não reduziu a necessidade de mão de obra.

f) ( ) A modernização teve como principal característica a adoção de tecnologias modernas.

g) ( ) A expressão Revolução Verde é empregada para designar o processo de transformação

na agricultura.

h) ( ) Não há relação entre evolução das tecnologias de trabalho e desemprego estrutural.

2 - A industrialização é um dos principais agentes de transformação do meio e de construção das bases da


sociedade. Entre os efeitos desse processo sobre o espaço geográfico, podemos assinalar:

a) a ruralização das sociedades.

b) a contenção da migração pendular.

c) o recuo na oferta de matérias-primas.

d) o aumento da migração campo-cidade.

e) a descaracterização da hierarquia urbana.

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3- Maioria das multinacionais brasileiras é do setor secundário

De acordo com uma pesquisa da ESPM divulgada nesta quarta-feira, a maioria (69%) das empresas
brasileiras que têm atividades no exterior pertence ao setor manufatureiro, principalmente aos ramos de
peças automotivas e têxtil. Companhias do setor terciário ficam em segundo lugar (26%), seguidas pelas do
primário (5%).

(Revista Exame. Disponível em: http://exame.abril.com.br).

O panorama apresentado pela notícia acima se justifica:

a) pelos incentivos fiscais e mão de obra barata oferecidos às indústrias no Brasil.

b) pelas baixas taxas de desemprego no país, o que atrai mais investidores.

c) pela menor presença de indústrias no Brasil, com menor concorrência.

d) pelo fato de o Brasil ser um país desindustrializado.

e) pelos históricos investimentos brasileiros em sistemas alternativos de transporte.

4 - (ENEM 2010) A maioria das pessoas daqui era do campo. Vila Maria é hoje exportadora de trabalhadores.
Empresários de Primavera do Leste, Estado de Mato Grosso, procuram o bairro de Vila Maria para
conseguir mão de obra. É gente indo distante daqui 300, 400 quilômetros para ir trabalhar, para ganhar sete
conto por dia.

(Carlito, 43 anos, maranhense, entrevistado em 22/03/98). Ribeiro, H. S. O migrante e a cidade: dilemas e


conflitos.Araraquara: Wunderlich, 2001 (adaptado).

O texto retrata um fenômeno vivenciado pela agricultura brasileira nas últimas décadas do século XX,
consequência

a) dos impactos sociais da modernização da agricultura.


b) da recomposição dos salários do trabalhador rural.
c) da exigência de qualificação do trabalhador rural.
d) da diminuição da importância da agricultura.
e) dos processos de desvalorização de áreas rurais.

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7. Resumo
As constantes transformações dos meios produtivos influenciaram o mundo em que vivemos hoje,
reorganizaram os arranjos populacionais, redefiniram os fluxos migratórios e as relações de trabalho,
ao mesmo tempo em que obrigam indivíduos a estarem atentos aos processos para não serem
excluídos.

A mudança da paisagem também é consequência do fenômeno da industrialização e suas


posteriores revoluções. Compreender esses processos é importante para entender a origem de
problemas sociais como o desemprego crescente e as cidades que não comportam o volume de
habitantes que até outrora era reduzido.

Ao longo dessa obra, observamos que o objetivo inicial da Revolução Verde era ajudar no combate
à fome aumentando a produção de gêneros agrícolas, através de novas tecnologias. No entanto, o
problema persiste, e a modernização dessas atividades no campo eliminou postos de trabalho
provocando o Êxodo Rural.

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8. Considerações finais

Para entender os fenômenos sociais, as lutas e até mesmo buscar soluções para dilemas, é importante
compreender os processos, a origem dos acontecimentos, os personagens... Com muita pesquisa e
observação se atinge esse objetivo. A Geografia é uma ciência que tem por essência geral compreender e
pensar as relações, não apenas entre pessoas, mas também das relações que se dão com o meio e as
influências multilaterais.

Não podemos negar que as transformações ocorridas trouxeram benefícios, no entanto, há todo um
aspecto negativo que merece atenção. Os desempregados gerados pela modernização que exclui pessoas,
o destino da produção de alimentos que vai para fabricação de cosméticos ou combustíveis, por exemplo,
ou as cidades que cresceram sem planejamento, e hoje proporcionam experiências nada agradáveis aos
seus habitantes e ao meio ambiente.

As evoluções são bem vindas, mas é preciso cuidado para que ocorram em harmonia com o meio ambiente
e com os excluídos, a evolução só é completa e bem sucedida quando é coletiva e homogênea. Talvez esse
mundo seja utópico, mas não podemos desistir de buscá-lo.

Vá além, aprofunde-se nas pesquisas, prepare-se para as provas e promova as mudanças que o
mundo necessita.

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9. Referências bibliográficas
EDUCAÇÃO UOL/GEOGRAFIA. “Urbanização do Brasil”
Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/urbanizacao-do-brasil-consequencias-e-
caracteristicas-das-cidades.htm. Acesso em 05 de março de 2021

FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. "Industrialização"; Mundo educação. Disponível em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/industrializacao.htm. Acesso em 05 de março de 2021.

GLOBO EDUCAÇÃO/GEOGRAFIA. “Industrialização brasileira”. Disponível em:


http://educacao.globo.com/geografia/assunto/industrializacao/industrializacao-brasileira-de-vargas-ao-
periodo-neoliberal.html Acesso em 05 de março de 2021.

GUITARRARA, Paloma. "Revolução Verde"; Mundo educação. Disponível em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/a-revolucao-verde.htm Acesso em 05 de março de 2021.

MATIAS, Átila. "Desemprego"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/o-


desemprego-mundial.htm. Acesso em 05 de março de 2021.

PENA, Rodolfo F. Alves. "Industrialização e seus efeitos"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/industrializacao-seus-efeitos.htm. Acesso em 05 de março de 2021.

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