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Draco Khaelyos (Draco Balaur)

Clã: Tzimisce
Senhor: Salazar Smith (morto)
Senhora: Sophie-Anne Deveraux
Natureza: Perfeccionista
Comportamento: Bon Vivant
Geração: 9ª
Nascimento: 1900 - Valáquia, Romênia
Abraço: 1925 – Nova York
Idade Aparente: 20

1900 – 1922

Nascido no ano de 1900 em Valáquia, província da Romênia situada ao


norte do rio Danúbio e ao sul da Transilvânia, nas terras da Europa Oriental, na próspera
família Balaur, descendentes de Vlad Draculea, mais conhecido como Vlad Tepes, o
empalador, antigo rei da Romênia no ano de 1448. Sendo filho de Darius e Illyana
Balaur, Draco conheceu todas as vantagens de um nascimento nobre e mostrou
genialidade requerida em tenra idade. Estudou nos melhores colégios da época,
mostrando grande aptidão em diversas áreas, porém sempre muito quieto preferia os
livros às pessoas. Era possível sempre encontra-lo nas bibliotecas estudando os mais
variados assuntos. Contudo, nunca conheceu a vida fácil por parte de seu pai, que
sempre o educou com rigidez a fim de que, seu filho único continuasse a linhagem da
família e se tornasse um líder capaz de grandes feitos.

Draco buscava sempre aprimorar suas habilidades. Medicina sempre o


atraiu. O funcionamento dos corpos, a simetria, a perfeição e delicada composição.
Fisicamente, Draco nunca fora uma criança forte, por esse motivo, obrigou-se a ser uma
criatura de mente afiada.

O começo do século era um tempo curioso, de guerras, grandes explorações


e revoluções surgindo a todo o momento. Em meio a esses acontecimentos todas as
pessoas aptas a contribuírem de alguma forma, foram convocadas para a guerra.
Em 1916, a Romênia entrou na Primeira Guerra Mundial ao lado do  Reino Unido,
a França e o Império Russo. Ao final da guerra, os impérios austro-húngaro e russo
haviam terminado; corpos governamentais criados na Transilvânia, Bessarábia e
Bucóvina escolheram a união com a Romênia, resultando na Romênia Maior. Com
dezesseis anos, Draco participou dessa guerra usando seus conhecimentos em medicina
a fim de reduzir o número de mortes no campo de batalha. Ao fim da Primeira Guerra,
em 1918, Draco retornara para casa.

Os tempos de paz duraram pouco mais de um ano. Em 1919, Draco foi


novamente convocado para outra guerra. A guerra civil russa que se iniciou em 1918.
Nesse período, Rússia e Romênia possuíam grandes laços políticos e comerciais, por
esse motivo, jovens romenos foram convocados a se juntarem as tropas russas. Draco
ficou conhecido na Primeira Guerra Mundial por seu incrível talento nas artes da
medicina. Com isso, parte do desejo de seu pai havia se cumprido. A família Balaur
possuía um membro que levava o nome da família a ascenção. Durante três anos, Draco
ficou no campo de batalha, servindo novamente como médico, usando tudo que havia
aprendido para salvar o máximo de vidas que conseguisse.

Em 1921, a guerra civil russa chegou a fim. Enormes perdas de ambos os


lados. Sempre que conseguia, mandava cartas à Romênia. Porém, em 1920 não foi
possível. De certo, o teriam dado ele como morto. Em 1921, voltou a Valáquia à casa de
seus pais. Ao vê-lo, não puderam acreditar que ele realmente estava vivo. Passaram-se
algumas noites contanto suas experiências de guerra. A morte. A carnificina. E o prazer
em conseguir salvar as pessoas com seus conhecimentos médicos. Isso foi o mais
gratificante.

Draco resolveu conhecer o mundo. Seu pai, Darius, foi contra. Draco
deveria ficar e se tornar o novo líder da família e prosseguir com sua linhagem, porém,
ele queria mais. O mundo era muito maior do que isso. Em vez de obedecer às ordens
de seu pai, Draco o desafiou. Manifestou sua indignação contra a posição dele e fingiu
aceitar ao final.

Posteriormente ao fim da guerra, Draco exerceu a medicina até o final de


1922. Durante um ano, ficou juntando recursos próprios a fim de colocar seu plano em
prática. Uma semana antes das comemorações natalinas, juntou suas coisas e o dinheiro
que havia conseguido e partir em direção a América. Deixou uma carta de despedida
para seus pais. Nunca mais teve contato ou notícia deles.

1922 – Nova York

Nova York de certa forma agradava-o. Havia conseguido uma moradia e


havia aberto um pequeno consultório com as economias que fizera. O primeiro ano foi
difícil. Demorou algumas semanas após sua chegada à cidade para arrumar os itens
necessários para abrir seu pequeno consultório. Ao final de dois meses, o consultório
estava todo pronto para abrir.

Draco sentia uma incrível sensação de estar fazendo algo bom. O


consultório era um sucesso. No primeiro dia após a abertura o movimento foi somente
de duas pessoas, contudo, nas semanas seguintes o movimento aumentou de tal maneira
que, Draco já estava sobrecarregado. Com certeza o fato de ser estrangeiro e possuir o
engraçado sotaque contribuíram para que as pessoas fossem até ele.

Em 1922, Nova York era uma cidade com um número considerável de


habitantes que nos últimos anos vinha aumentado cada vez mais com o crescente
número de imigrantes vindos das mais diversas partes do mundo. Aquela diversidade
encantava-o imensamente. Ainda tinha muito que conhecer do mundo.

Em 1923 os ânimos começaram a se exaltar de forma assustadora em toda


América. Guerras raciais eclodiam em várias partes do país, contundo nenhuma foi pior
que o Massacre de Rosewood. Este foi um violento conflito que ocorreu durante a
primeira semana de janeiro. Vários mortos e feridos surgiram durante esse conflito.
Draco se deslocara mais uma vez para prestar socorro.

Voltando a Nova York e tentando seguir uma vida normal, prometeu a si


mesmo que não iria mais para ambientes de guerra. Em pouco tempo já havia
presenciado muitas mortes, pessoas feridas, muita destruição. Queria viver em paz, em
seu pequeno consultório como havia planejado.
Em 1925 estava feliz, vivendo uma vida pacata, havia feito algumas
amizades e perdido um pouco do seu forte sotaque romeno. Aquele estava sendo um
ano engraçado. Conflitos ecoavam ainda por todos os EUA, principalmente em Nova
York. Um toque de recolher havia sido instaurado para todos. Por esse motivo, na
primeira hora da noite, poucas pessoas saíam às ruas. Os comércios fechavam cedo e no
dia seguinte manchetes eram noticiadas com conflitos em “tal bairro, com tantos
feridos”.

Numa noite de agosto de 1925, Draco recém-saído do seu consultório,


caminhava em direção a sua casa. Caminhava tranquilamente por ruas já conhecidas.
Duas quadras próximo de casa, escutou o que parecia ser passos. Vagarosos e tentando
ser silenciosos como se a segui-lo. Aproximando-se de casa, passou ao lado de um beco
escuro. Percebeu um vulto vindo em sua direção. Não vira mais nada.

1925 – Abraço

Draco acordou em um local escuro, com o corpo dolorido. Percebeu que não
conseguia se mexer. Estava deitado em uma superfície plana e fria. Tentou mexer os
braços, sentiu que havia pouca mobilidade. Ao mover os braços, pegou um pequeno
objeto quadrado e frio. Percebeu se tratar de um isqueiro. Acendeu. Olhou em volta,
sentiu o que seria terra dentro de onde estava. Sim. Draco fora enterrado vivo e como se
não bastasse parecia ter sido enterrado com outra pessoa. Usou o isqueiro para iluminar
o corpo. Estava enterrado junto com uma criança. Contudo, a criança respirava
parcamente e pequenos filetes de sangue escorriam de seu pescoço. “Finalmente
acordou meu filho.” Draco escutou uma voz vinda do lado de fora do caixão. Sentiu
como se a voz viesse falar diretamente em sua mente, mas não conseguia compreender
como aquilo era possível. “Será que havia enlouquecido?” “Para sair daí deve se
entregar a fome e beber dessa garotinha. Faça isso e será livre para uma nova vida, caso
contrário, perecerá.”

Draco não poderia acreditar. Enterrado vivo. Recusava-se a beber daquela


criança. Pura e inocente. Que nada fez de errado. Procurava pensar em todas as formas
de sair daquele local, mas tudo era em vão. De alguma forma sabia que o sangue lhe
daria forças para sair daquele lugar. Aguentou o quanto pode, as horas foram passando e
ele sentia o que restava de sangue em seu corpo se esvair. Em determinado momento a
fúria cresceu e tomou conta de seu ser. Draco lembra-se de pequenos “flashs” daquele
momento. Seu corpo crescendo, marcas estranhas em sua face, a garotinha que estava
no caixão, o cheiro de sangue, carne espalhada, o som da madeira se quebrando, a terra
entrando pelo caixão, a terra sendo cavada, o ar aos poucos aparecendo, o céu
infinitamente escuro, um local deserto, o som de risos e palmas. Draco desmaiou
novamente.

Quando acordou estava no que parecia ser um cemitério. Passou


rapidamente os olhos pelo local e percebeu inúmeras outras pessoas na mesma situação
que a dele. Numa lápide, mais ao alto, um homem alto, extremamente branco e com
enormes cabelos negros olhava a todos sem nada dizer. “Muito bem” – começou o
estranho – “Vocês foram aqueles que passaram pelo teste e saíram com vida de suas
covas” – nesse momento ele soltou uma estrondosa gargalhada – “Bom, vocês foram
selecionados por suas habilidades únicas. Estamos em meio a uma guerra contra a
Camarilla e nós, o Sabá, precisamos de guerreiros. Vamos tomar Nova York. A nossa
cidade.” Draco percebeu que não somente ele, mas todos os demais olhavam com um
olhar perdido e confusão. “O que estaria acontecendo ali?” “Eu me chamo, Salazar. E a
partir de agora serei o senhor de vocês. Irei ensinar o básico para que matem o máximo
de vampiros da Camarilla que conseguirem. E aqueles que consigam sobreviver após
tudo isso serão treinados por mim nas artes do meu clã. Os demônios Tzimisces.”

Aquela situação era surreal demais para ser verdade. Demônios. Sabá.
Camarilla. “O que é isso tudo? Estarei eu sonhando” – uma torrente de pensamentos
jorrava pela mente de Draco que não sabia como agir. Durante cinco noites o misterioso
Salazar explicou o básico do que deveríamos fazer e o que precisaríamos fazer para
sobreviver. Deu-nos sangue, nos mandou caçar, ficar mais fortes para as próximas
noites.

As noites seguintes foram extremamente violentas. Apesar do tal sabá


possuir um número superior de combatentes, os membros da Camarilla eram mais fortes
e melhor treinados. Muitos membros que haviam sidos criados juntamente com Draco
morreram. Todas as noites, Draco escapava com vida, porém com ferimentos e grande
perda de sangue. Ao final dessa investida Sabá, vários morreram e vários fugiram. Entre
eles Salazar levando Draco consigo. O ano era 1928.
...
Mais uma noite chegara. Estava em um quarto ricamente decorado.
Levantou-se. Estava usando um pijama. Olhou-se no espelho. Continuava com a mesma
expressão dura e fria que adquirira na noite em que fora transformado. Foi em direção
ao guarda-roupa. Retirou um terno e trocou-se. Dirigiu-se a porta do quarto e saiu.
Draco andou pela mansão em direção à biblioteca onde Salazar o esperava para mais
uma noite de ensinamentos. Era a única cria de Salazar que havia sobrevivido até aquele
dia. Ao chegar a biblioteca, o avistou sentado numa poltrona com um livro em mãos.

- Entre, meu filho. Vamos continuar seus ensinamentos.

- Obrigado.

Draco adentrou a biblioteca. Fez uma reverência e sentou-se no sofá.

- Me chamo Salazar Smith, fui abraçado em 1846 por um paladino do Sabá


conhecido como David King. Fui levado para servir definitivamente ao Sabá em 1856.
Você foi abraçado porque estamos numa era de conflitos, como rapidamente expliquei
em 1925. Foi uma tentativa do Sabá de usar de seus “lacaios” contra a Camarilla. Estou
lutando contra eles desde então e agora você também fará parte disso.

Draco escutava a história com atenção. Novamente, uma guerra estava a


caminho, para lhe assombrar e retirar a paz que havia conseguido nesses cinco anos.

- Neste mundo assustador e sombrio, os vampiros existentes nas lendas e


folclores do mundo são reais: monstros inumanos do oriente, criaturas desfiguradas,
cavaleiros amaldiçoados, imortais insanos e principalmente os vampiros aristocratas e
atormentados. Essas criaturas se dividem em seitas, num esforço para ocultar sua
existência da humanidade e manipulá-la a partir das sombras, enquanto enfrentam a sua
maldição, os conflitos entre imortalidade e moralidade, a abdicação e transformação
gradual do ser humano em monstro inumano, e o confronto pela maestria entre os
demais vampiros do mundo. Existem duas seitas principais e inimigas: a Camarilla e o
Sabá. Cada grupo de vampiros adquire a imortalidade de forma diferente,
desenvolvendo poderes e características distintas; cada 'sub-espécie' entre os imortais se
reúne em "clãs" para assegurar sua sobrevivência e prosperidade. Existem 13 clãs
espalhados pelo mundo.

Apesar de estar com Salazar a pouco mais de cinco anos, apenas poucas
noites atrás, ele começou a lhe instruir na história da sociedade dos membros. Draco
pressentiu que algo estava por vir.

- O que nós fazemos com nossos corpos e de nossos inimigos é obra do que
chamamos de disciplina. Particularmente eu chamo de arte, pois este poder é exclusivo
de uma das famílias fundadoras do Sabá. Os conhecidos como Tzimisces. Nós. Os
demônios. Ou dragões. Depende do ângulo que nos olham. Tendo em vista que você
abandonou tudo e renasceu para uma nova vida, achei digno fazer um serviço completo
e lhe ensinar tudo que sei.

Passaram-se horas que Draco sequer percebeu. Salazar se levantou. Foi


recolher-se.

...

Em 1932, o conflito estava Camarilla versus Sabá estava novamente


instaurado. A guerra havia novamente entrado na vida de Draco. Um mar de carnificina.
Draco viajou o mundo ao lado de Salazar. Conheceu culturas que jamais imaginaria
existir nessa terra. Buscou meios da guerra acabar o mais breve possível. Odiava
combates. Conheceu vários membros do tão falado Sabá. Draco a cada dia estudava e se
aperfeiçoava mais nas artes do oculto que seu mestre lhe ensinava e nos seus poderes de
Vicissitude, pois percebeu que somente assim, sairia vivo de mais uma guerra. O
empenho lhe rendia ótimos elogios e sempre que julgava apropriado, Salazar elogiava
sua cria aos membros da seita. Salazar cada vez participava mais das reuniões, discutia
estratégias e era cada vez mais requisitado em vários locais do mundo sempre levando
Draco com ele. Draco já devia ter viajado o mundo todo mais de duas vezes, pois de
tempos em tempos o mundo precisava que os membros se unissem nas zonas mais
críticas.
...

Em 1940, Salazar e Draco se mudaram para Veneza. Salazar sempre dizia


que o mundo sempre tem algum conhecimento escondido e que mudanças constantes
era um excelente exercício para adquirir conhecimento e conhecer pessoas também. Nos
anos anteriores a sua transformação, Draco contribuiu de tal maneira com os dogmas e
leis do Sabá, que isso lhe proporcionou sua escalada as classes sociais mais altas do
mundo vampírico. Nessa época, o conflito parecia estar mais sangrento do que nunca.
Milhares de membros iam ao campo de batalha novamente, porém, poucos acabavam
retornando. Era um deja vu. O arcebispo Sabá havia os enviado para Veneza para uma
missão. Ele necessitava de um item que estava em posse da princesa Luiza Giovanni e
que de acordo com ele poderia ajudar numa reviravolta a favor do Sabá. Draco e Salazar
passaram dois anos estudando os hábitos da princesa, segurança e mapas da sede.

Em 1942 haviam planejado os detalhes da invasão e roubo. Chegaram a


sede em uma hora de pouco movimento. Usando seus poderes de vicissitude, foi fácil
abater dos membros que frequentemente andavam pela sede e tomar-lhes o lugar.
Entraram. Andaram pelos corredores. Subiram os andares, passaram por corredores.
Chegaram ao andar da princesa. Salazar utilizando-se dos poderes de ofuscação havia
facilitado à caminha livre por aquele local. Furtivamente, adentraram a sala da princesa
e procuraram o cofre. Estava atrás de uma pintura da princesa. Retiraram o quadro da
parede cuidadosamente. Salazar começou o trabalho de abrir o cofre. Passados alguns
minutos o cofre estava aberto. Vazio.

- Procuram algo, meus queridos? – uma voz suave e doce falou por trás de
ambos.
Ao se virarem viram Luiza, cercada por diversas outras pessoas. Não
precisavam de auspícios para saber que eram todos membros. Draco apagou.

...
Quando despertou, estava em uma sala, acorrentado a uma cadeira. Salazar
logo à frente. A princesa com mais membros estavam sentados e olhavam curiosos para
ambos.
- Muita coragem de vocês invadirem meus domínios. Felizmente, temos
amigos para nos avisar dos perigos. – nesse momento, Luiza deu uma olhada para uma
bela moça sentada ao seu lado. A moça sorriu.

- A propósito, obrigado Sophie-Anne. Agora, meus queridos, o que queriam


aqui? – Luiza falava calmamente olhando de Salazar para Draco.

Alguns minutos de silencio prosseguiram-se. Salazar não falava e nem se


movia. Draco tão pouco. Luiza e seus acompanhantes nos olhavam. Analisando-nos.

- Pois bem. Se não irão dizer nada. Sophie-Anne poderia fazer as honras,
por favor.

A moça levantou-se graciosamente de sua cadeira e caminho em direção a


Salazar. Ao caminhar parecia flutuar. Prostrou-se em frente a Salazar. Colocar suas
mãos na cabeça dele e fechou os olhos. Nesse momento Salazar começou a mover-se
violentamente tentando arrebentar as correntes que o prendiam.

- Ele é um Tzismice. – Sophie-Anne começou a dizer – Está aqui desde


1940. Procuram um item. Um pingente? Mas por que? Vamos mais fundo.

Salazar parou de se debater em sua cadeira. Levantou a cabeça em direção a


Sophie-Anne, fitando-a.

- Você nunca saberá.

Nesse momento o corpo de Salazar começou a crescer. Draco sabia o que


era aquilo. A criatura surgindo na sua frente. O zulu. Sophie-Anne rapidamente tirou as
mãos de Salazar. Assustada. Correu para o oposto da sala. As correntes se arrebentaram.
O zulu estava em pé, pronto para o ataque. Os membros que estava com Luiza se
colocaram em posição de combate. Não durou muito mais que alguns segundo. Salazar
mostrou resistência abatendo dois membros, porém os outros dois eram muito mais
fortes e levaram-no ao chão. Voltou a sua forma normal. Luiza olhou para Draco com
uma expressão furiosa no rosto.

- Sophie-Anne, a criança.

O mesmo processo que Sophie-Anne utilizou em Salazar, ela repetiu com


Draco. Vasculhou sua mente em busca de informações. Algum tempo depois, se dirigiu
a Luiza.

- Ele não sabe de nada. Sabia unicamente que deveriam pegar o colar. E
nada mais.

- Então, ele não serve para nós. Matem os dois.

- Princesa, ao vasculhar sua mente, percebi que ele foi abraçado em 1925 na
rebelião que aconteceu em Nova York. Contra sua vontade. Numa época em que o Sabá
estava utilizando recém-criados para nos atacar. Ele não impôs resistência a minha
leitura. – Sophie-Anne começou a contar a história de Draco a partir do que lera na sua
mente. Luiza escutava o conto com atenção. Passados alguns minutos. Luiza fitou
Draco.

- Realmente uma história triste. Em outra época, você poderia ter sido uma
ótima aquisição a Camarilla.

- Princesa – Draco finalmente falou – eu não queria essa vida para mim. Era
um médico. Salvava vidas. Isso foi tirado de mim a força, num momento de guerra. Não
tenho culpa de ter sido amaldiçoado com esse destino.

- Silêncio. – Luiza erguendo a mão ordenou – Sophie-Anne jamais foi


enganada em leituras e a julgar pela expressão em sua face enquanto narrava sua
história, ela realmente é verdade. Creio que você tenha sido criado unicamente com o
propósito de servir como arma. Tanto que seu mentor não lhe passou nenhuma
informação sobre o item que queria pegar, mas se você realmente pode ser útil, como
poderei ter certeza de que não nos trairá?

- Fiquei esses anos todos com Salazar, pois não tive escolha. Era isso ou
morrer. Durante muitos anos amaldiçoei essa existência, porém não quero morrer. Não
estou pronto. Peçam o que quiser que irei provar minha lealdade. Façam qualquer
pedido.

Luiza acenou e os dois membros que haviam sobrevivido ao combate contra


Salazar saíram da sala ficando somente Luiza, Sophie-Anne, Draco e Salazar
desacordado ao chão.

- Mate-o. – Luiza disse apontando para Salazar. – Assim como ele lhe tirou
a vida, é a sua vez de fazer o mesmo para com ele. Assim sua lealdade será
comprovada. Mesmo que momentaneamente.

Sophie-Anne se dirigiu à Draco e tirou suas correntes. Ele se levantou.


Caminhou em direção a Salazar. Ajoelhou-se ao seu lado.

Atualmente

Haviam se passado 74 anos desde que Draco fora aceito na Camarilla.


Durante os primeiros trinta anos, era constantemente vigiado por aqueles que sabiam
seu segredo e muitos membros o olhando com desconfiança. Draco sentia-se na
obrigação de provar seu valor não somente a sua nova mentora, Sophie-Anne, mas a
toda Camarilla. Nesses anos todos tem seguido fielmente todos os preceitos da seita.
Realizou missões durantes os anos, sempre vivendo entre Veneza e Nova York. Durante
esse tempo obteve autorização de criar um lacaio. Seu nome é Vanessa Ives, uma moça
bastante esperta e muito bonita. Reside principalmente em Nova York tomando conta de
seus negócios enquanto Draco permanece fora em suas missões. Leva uma vida
“normal”, servindo a Camarilla com o máximo de rigor.

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