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Filosofia 10º A1 | v1 | Prova Escrita N.

º 3 Professor Domingos Faria | Ano Letivo 2017/18

Filosofia 10.º Ano | Prova Escrita N.º 3


Departamento de Ciências Sociais e Humanas
Duração da Prova: 60 minutos 4 páginas

GRUPO I

1. Indique se as afirmações seguintes são verdadeiras ou falsas.


a. De uma lata com 1000 feijões, retiramos aleatoriamente uma amostra de 50
feijões brancos e 50 feijões pretos, o que nos permite inferir dedutivamente
que os feijões brancos e pretos estão em igual número dentro da lata.
b. Os raciocínios por indução argumentam a partir de um caso ou exemplo
específico para provarem que outro caso, semelhante ao primeiro em
muitos aspetos, é também semelhante num outro aspeto determinado.
c. Ainda que às vezes seja apropriado citar uma autoridade para suportar uma
opinião, a maioria das vezes não o é. O apelo à autoridade é especialmente
impróprio se a pessoa não está qualificada para ter uma opinião de perito
no assunto ou se não há acordo entre os peritos do campo em questão.
d. As falácias formais são aquelas que só podem ser detetadas através de
uma análise do conteúdo do raciocínio.
e. “O sol nasce quando o galo canta, portanto o canto do galo faz o sol nascer”.
Este é um exemplo da falácia da falsa relação causal.
f. Quando afirmamos “Einstein era um pacifista; logo, o pacifismo tem de ser
uma posição correta”, estamos a cometer uma falácia ad hominem.
g. Eis uma falácia da derrapagem: Dado que não estou a mentir, segue-se que
estou a dizer a verdade.
2. Apresente a correção, com uma breve justificação, das afirmações falsas.

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GRUPO II

Leia o seguinte texto filosófico:

A filósofa norte-americana Judith Jarvis Thomson escreveu, em 1971, um artigo “Uma


defesa do aborto”, onde propõe ao leitor a seguinte experiência mental: De manhã
acorda e descobre que está numa cama adjacente à de um violinista inconsciente - um
violinista famoso. Descobriu-se que ele sofre de uma doença renal fatal. A Sociedade
dos Melómanos [dos apreciadores de música] descobriu que só o leitor possui o tipo
de sangue apropriado para ajudar. Por esta razão os melómanos raptaram-no e, na
noite passada, o sistema circulatório do violinista foi ligado ao seu, de modo a que os
seus rins possam ser usados para purificar o sangue de ambos. O diretor do hospital
diz-lhe agora: “Olhe lamento que a Sociedade dos Melómanos lhe tenha feito isto.
Mas eles puseram-no nesta situação e o violinista está ligado a si. Caso se desligasse
matá-lo-ia. Mas não se importe, porque isto dura apenas nove meses. Depois ele
ficará curado e será seguro desligá-lo de si”. Embora salvar o violinista fosse um ato
de grande generosidade, não teríamos a obrigação de fazer esse sacrifício. Contudo,
tal como o violinista, o feto depende do corpo de outrem para se manter vivo. Ora,
não sendo errado desligarmo-nos do violinista, podemos concluir que também será
permissível a mulher grávida «desligar-se» do feto, abortando.

Responda às seguintes questões:

1. Represente canonicamente (com duas premissas e uma conclusão) o argu-


mento não-dedutivo presente neste texto.
2. Que tipo de argumento não-dedutivo está descrito neste texto? Justifique.
3. Será que o argumento não-dedutivo descrito neste texto é forte ou fraco?
Justifique adequadamente a sua resposta começando por enunciar os critérios
de avaliação desse tipo de argumento.

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GRUPO III

Responda às seguintes questões:

1. Identifique a falácia informal que ocorre em cada um dos argumentos seguin-


tes. Apresente uma breve justificação das suas respostas.
a. “É um erro pensar que tudo o que fazemos é involuntário. Quando cor-
remos ou jogamos à bola, isso não é involuntário. O que exemplos como
estes mostram é que, pelo contrário, todas as ações são voluntárias”.
b. “A pena de morte é uma punição justa nalguns casos. Porque há casos tão
graves que, se o criminoso fosse condenado a uma pena mais leve, não
seria feita justiça”.
c. “É evidente que o Universo é infinito, porque, se não fosse, já se teria
conseguido determinar o seu tamanho”.
d. “A lógica proposicional é uma teoria errada. Eles dizem que os argumentos
válidos levam a conclusões verdadeiras, mas é óbvio que isso nem sempre
acontece”.
e. Todas as manhãs, a Florbela sai à varanda da frente e exclama: “Que esta
casa esteja a salvo dos tigres!” - E volta para dentro. Por fim, perguntamos à
Florbela: “Que história é essa? Não há qualquer tigre a quilómetros daqui”.
Ela responde: “Estás a ver? Funciona!”
f. Florbela encontra o amigo Raimundo e exclama: “Raimundo! Disseram que
tinhas morrido!” Rindo, o Raimundo responde: “Difícil! Como vês, estou
bem vivo”. Admirada, Florbela exclama: “Impossível! O homem que me
contou isso é muito mais confiável do que tu”.
2. Mostre e justifique que a seguinte formula argumentativa é dedutivamente
válida com o método das derivações. (Nota: poderá ser útil utilizar as regras
de simplificação da conjunção, modus tollens, e silogismo conjuntivo).
• Premissa 1: ((p ∧ ¬q) → r)
• Premissa 2: (p ∧ ¬r)
• Conclusão: ∴ q

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Grupo Cotação (em pontos)

I 35 + 25 = 60
II 20 + 20 + 20 = 60
III 60 + 20 = 80

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