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II - Alterações fisiopatológicas:
- É uma doença multifatorial, por isso muitas vezes não é fácil tratar a HAS.
- HAS PRIMÁRIA ou ESSENCIAL: caracteriza por na maior parte dos casos não
ser possível determinar, no paciente, a causa especifica para aquele nível pressórico
elevado. Este diagnóstico abrange 95% dos casos. Nestes pacientes dependendo de suas
características (velho, diabético, jovem,...) o médico vai optar por uma ou outra classe de
fármaco que possa funcionar, pois estes doentes nunca ficaram curados.
- HAS SECUNDÁRIA: em 5% dos casos pode-se descobrir a causa da
hipertensão.
1 - A maior parte deste tipo é secundária a doenças reno-vasculares, a mais comum
é a estenose da artéria renal isso faz com que o rim seja mal perfundido e a conseqüência
é a ativação do SARA, isto levará a reter água , a ter vasoconstrição entre outros. O
diagnóstico da estenose da artéria renal pode ser feito pela ausculta de sopro na altura da
loja renal. O tratamento pode ser hemodinâmico ou através de cirurgia.
2 - Doença renal crônica também pode levar ao aumento da pressão arterial. Às
vezes, descobri-se uma insuficiência renal crônica, num paciente sem sintomas, através de
exames complementares.
3 - Outras causas são: o hiperaldosteronismo primário (paciente produz excesso
de aldosterona faz retenção de sódio e água), pode apresentar uma síndrome de
Cushing seja porque ele tenha a doença ou porque ele usa medicamentos que produz essa
síndrome (corticóides).
o terceiro componente é a volemia, que vai interferir com o DC. Quanto maior a
volemia maior é o DC.
Receptores
Carotídeos e -----------> BULBO
Aórticos
VAGO SIMPÁTICO ------------
FC VOL. EJETADO
_____
_______ PA -------------- DC
__________ RVP________________
Os receptores carotídeos e aórticos enviam informações para o bulbo e este vai dar
uma estimulação vagal ou simpática fazendo com que haja modificação da FC ou do volume
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sistólico, respectivamente. Isto levará a mudança do DC. O SNS também irá atuar na RVP.
Com isso terá o controle da PA.
Observe o gráfico:
Retém Na e H2O
Libera
aldosterona
da pressão renal
da ativ. renal do SNS ----- renina angiotensina I angiotensina II
da concentração tubular
renal de Na vasoconstrição
V - Tratamento farmacológico:
1 - Algoritmo de tratamento:
HAS
uso de medidas higieno-dietéticas
(medidas não farmacológicas)
monoterapia
_________ou_______________________ou____________
dose até substituir por droga associar 1 droga
dose máxima de outra classe de outra classe
associar mais drogas
até conseguir o objetivo
OBS:
- ao aumentar a dose pode ir aumentando os efeitos colaterais.
- o paciente pode ter uma boa resposta com uma classe e não ter com outra.
- ao associar as drogas também pode ir aumentando os efeitos colaterais.
ANTI-HIPERTENSIVOS:
1) Diuréticos:
c) De Alça: Furosemida.
Os tiazídicos seriam uma boa opção para tratamento inicial como monoterapia, que
seriam a hidroclorotiazida e a clortalidona. Eles têm ação em curto prazo pela diurese e em
longo prazo pela diminuição da RVP.
Os diuréticos de alça são piores anti-hipertensivos em longo prazo, além deles não
manterem a PA em níveis adequados, eles levam a oscilações da PA.
Só se deve usar os de alça quando não puder usar os tiazídicos ou se o paciente já
tiver insuficiência renal.
Nos casos de insuficiência renal os diuréticos de alça são mais eficazes com anti-
hipertensivos que os tiazídicos.
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2) Simpaticolíticos
Toda vez que se tem uma redução da resistência vascular periférica a pressão
arterial cai e os outros mecanismos homeostáticos irão entrar em ação, principalmente o
mecanismo neuro-humoral (sistema simpático estará bloqueado). A queda da pressão de
perfusão do rim leva a secreção de renina, portanto de angiotensina II, conseqüentemente
a produção de aldosterona estará aumentada, levando a uma retenção de Na e água. Esta
retenção de Na e água corrige a pressão arterial para o patamar anterior. Todos os
mecanismos que produzem uma queda acentuada da resistência vascular periférica
tendem a levar a uma retenção de Na e água, que tende a diminuir o efeito anti-
hipertensivo do medicamento. Normalmente, isso não ocorre imediatamente, e sim em
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2 - Bloqueador ganglionar
Ex: Trimetafan.
Agem numa ATPase que coloca as catecolaminas para dentro das vesículas que
serão exocitadas. Por exemplo, a dopamina é secretada no citoplasma e entra na vesícula
que depois vai permitir sua permitir sua secreção (exocitose). Existe uma ATPase que faz
isso, na verdade, ela é capaz de colocar para dentro desta vesícula várias catecolaminas.
3) Bloqueadores adrenérgicos
Ex: Propranolol, metoprolol.
Nestes casos deve-se usar os bloqueadores mistos ( adrenérgicos e 1), como, por
exemplo, o labetalol, que não mexe com a glicemia, pois bloqueia os receptores e os . A
atividade dos receptores , não antagonizada pelos receptores , é o que faz que se tenha
a piora na recuperação da hipoglicemia nos pacientes diabéticos. Se além de antagonizar a
atividade , também antagonizar a atividade , essa reação de recuperação se torna mais
eficiente. Nos pacientes diabéticos se utilizarmos apenas os bloqueadores , os receptores
ficarão sozinhos e isso vai dificultar a recuperação da hipoglicemia. Agora se também
bloqueio os receptores , o paciente passa a se recuperar mais rápido da hipoglicemia.
Outro exemplo, se o paciente tiver asma ou algum outro fator que favoreça o
broncoespasmo, como DPOC. Os receptores 2 são os principais elementos na
broncodilatação. Numa pessoa normal, sem broncoespasmo, o papel destes receptores é
muito inexpressivo, porém, para quem tem broncoespasmo, esses receptores se tornam
muito importantes, pois é a ação da adrenalina nestes receptores é que vai permitir que as
vias aéreas se mantenham pérvias. Se usar bloqueador não seletivo nestes pacientes,
pode-se agravar o quadro do paciente ou deflagrar uma crise de broncoespasmo.
Caso o paciente tenha doença vascular periférica, como por exemplo, claudicação
intermitente (decorrente de insuficiência arterial) ou a síndrome de Renaud (vasoespasmo
arterial reativo), se usarmos um bloqueador que atue em 2, que faz vasodilatação,
poderemos agravar o quadro de insuficiência arterial que o paciente apresenta.
Se há uma situação na qual o bloqueador não seletivo não possa ser usado, aí
usaremos o bloqueador seletivo, que também são chamados de bloqueadores cárdio
seletivos (é apenas uma forma didática, pois existem receptores 1 também fora do
coração). Com o uso dos bloqueadores seletivos teremos menos intolerância a glicose,
menos broncoespasmo, menos insuficiência arterial periférica; porém, isso não significa
que pacientes que usem os bloqueadores seletivos não terão nenhum destes problemas,
pois a seletividade é uma coisa relativa.
Há também os bloqueadores que têm atividade intrínseca, também chamada de
atividade intrínseca simpaticomimética. A atividade intrínseca ocorre quando o bloqueador
é um agonista parcial, ele não é um antagonista pleno. Neste caso, o bloqueador na
presença do agonista ele age como antagonista, mas na ausência do agonista, ele próprio
é o agonista. Este tipo de droga, como, por exemplo, o pindolol, é utilizado quando não se
deseja uma depressão miocárdica acentuada. Se dermos um bloqueador sem atividade
simpaticomimética a um paciente com função cardíaca limítrofe, poderemos levar o
paciente a um quadro de insuficiência cardíaca, já se neste caso dermos uma droga com
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4) Bloqueador adrenérgico
Ex: Prazosin, terazosin, doxazosin.
Como essas drogas são usadas para tratar retenção urinária em pacientes com
hiperplasia benigna da próstata, e também são usadas para tratar hipertensão; a melhor
indicação para estas drogas é no tratamento dos pacientes que possuam concomitância de
hipertensão arterial e hiperplasia benigna da próstata. Embora também possam ser usadas
apenas para hipertensão ou para a retenção urinária. É comum que haja esta associação
devido a faixa etária, pois a faixa etária mias comum ao aparecimento da hipertensão é a
mesma do aparecimento da hiperplasia prostática.
5) Bloqueador e adrenérgicos
Ex: Labetalol, carvedilol.
Com o uso dos bloqueadores mistos teremos os benefícios dos bloqueios dos
receptores (redução da resistência vascular periférica) e dos receptores (redução da
força de contração e freqüência cardíaca, logo, do debito cardíaco). No Brasil o
representante desta classe é o carvedilol.
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6) Vasodilatadores
Arteriais: Hidralazina, minoxidil, diazóxido.
Arteriais e venosos: Nitroprussiato de sódio.
Essa classe, hoje em dia, é bastante utilizada, pois os inibidores da ECA são bons
anti-hipertensivos. Atuam na enzima de conversão, impedindo a síntese de angiotensina II.
São eficazes tanto isoladamente como em associação, pois quando são associados a
drogas que causam vasodilatação, eles impedem a retenção de na e água; efeito este que
faz com que a longo prazo vários anti-hipertensivos se tornem ineficazes. São usados
inclusive em emergências hipertensivas.
O captopril e o enalopril são pró-drogas, ou seja, não são eles que agem na enzima
de conversão, quem age são metabólitos, e isso faz com que sua meia vida seja mais
prolongada e seu início de ação seja mais curto. A diferença entre eles está basicamente
na facilidade de aderência ao tratamento, pois o captopril o paciente precisa tomar de 2 a 3
vezes por dia, enquanto o enalopril, o paciente ode tomar de 1 a 2 vezes por dia, pois sua
meia vida é mais longa.
Os inibidores da ECA vão estar mais indicados quando houver uma suspeita que a
hipertensão arterial está sendo causada por fatores envolvendo o sistema renina
angiotensina aldosterona.
O losartan tem efeito semelhante aos efeitos dos inibidores da ECA no sentido de
que ele vai reduzir a atividade do sistema renina angiotensina aldosterona. Esses efeitos
são semelhantes, mas não são idênticos. Os inibidores da ECA não atuam apenas
bloqueando a conversão da angiotensina II, eles também bloqueiam a enzima que degrada
a bradicinina, aumentando a concentração de bradicinina, que é um vasodilatador, e isso
também faz parte se seu efeito anti-hipertensivo. A bradicinina leva ao aumento da
produção de PGE2 e de prostaciclinas, que também são vasodilatadores.
O paciente que tem renina baixa, muitas vezes se beneficia com o mecanismo de
impedir as enzimas de conversão, pois apesar da renina não estar aparentemente alterada,
o paciente tem um efeito benéfico, provavelmente porque esta outra face do mecanismo
(aumento da bradicinina) está em ação. Neste caso, se usarmos uma droga como o
losartan, que age apenas bloqueando receptores de angiotensina II, não teremos a
resolução do efeito dependente de bradicinina.
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canis de Ca. A nifedipina, hidralazina e minoxidil são desvantajosos, pois levam a uma
taquicardia reflexa.
Durante uma crise hipertensiva não se pode reduzir abruptamente a pressão arterial
do paciente para níveis normais, pois isso pode levar a hipoperfusão de órgãos
importantes, como o cérebro. Essa hipoperfusão pode levar a hipóxia, e por exemplo, o
paciente ter um AVC isquêmico. Por causa disso, a pressão arterial deve ser reduzida
gradativamente, e para isso existem diversos protocolos. Alguns médicos preferem baixar
inicialmente 20%, outros preferem baixar a níveis tencionais toleráveis para o paciente mas
sem que a pressão diastólica abaixe de 100 a 110 mmHg. Enfim, a redução da pressão
deve ser gradativa para evitar a hipoperfusão dos órgãos. Normalmente, o que se busca é
uma queda mais acelerada no início do tratamento, reduzindo-se gradativamente até atingir
a normalidade. A normalização da emergência hipertensiva pode levar alguns dias.
Existem inúmeras drogas que podem ser usadas na emergência hipertensiva como,
por exemplo, o nitroprussiato, que possui mecanismo de ação imediato, permitindo a
redução da pressão arterial em 1 minuto, e para isso deve ser utilizado a monitorização
intra-arterial. O diazóxido e a hidralazina têm iniciação de ação intravenosa bastante rápida
(diazóxido –2 a 4 ; hidralazina – 10 a 20 minutos). O enalaprelato não precisa ser
metabolizado para ter ação na ECA, ele tem um inicio de ação rápido (15 minutos). A
nicardipina é um bloqueador do canal de Ca, que tem inicio de ação de 10 minutos, e
também pode ser utilizada no tratamento da crise hipertensiva, assim como outros
bloqueadores dos canais de Ca. O trimetafan, bloqueador ganglionar, geralmente é usado
quando se tem dissecção da aorta, tem inicio de ação de 1 a 5 minutos, e é uma droga cuja
ação desaparece rapidamente uma vez suspensa a aplicação. O esmolol é um
bloqueador, que pode ser usado por via intravenosa e também tem inicio de ação curto (5-
10 minutos).
Na verdade, a escolha da droga que o paciente vai usar vai depender da situação
clínica. Por exemplo, para um paciente com crise hipertensiva com angina, devemos usar
um bloqueador e não a nicardipina, pois esta vai agravar a situação do paciente. Pode-se
também associar as drogas. O nitroprussiato é uma droga que costuma ser usado em
terapia intensiva.