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6ª Conferência sobre
Tecnologia de Equipamentos
Marcelo J. G. Da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
SINÓPSE
Os aços inoxidáveis austeníticos são bem conhecidos por sua resistência à corrosão e por
apresentarem boas propriedades mecânicas a elevadas temperaturas. Estes aços estão sujeitos
a corrosão intergranular, causada pela segregação de carbono nos contornos de grão,
formando carbone tos M23C6 . A região próxima ao contorno de grão torna-se mais pobre em
cromo e suscetível à corrosão, dizemos então que o aço está sensitizado. Para evitar este
problema, elementos estabilizantes como Ti(AISI 321) e Nb(AISI 347) são adicionados para
induzir a formação de TiC ou NbC, reduzindo assim o conteúdo de carbono em solução
sólida.Podemos também, reduzir o teor de carbono, diminuindo assim a formação de carbetos
de cromo a elevadas temperaturas (AISI 304L e AISI 316L).
Neste trabalho foram estudados os comportamentos dos aços AISI 304L, AISI 316L, AISI
321 e AISI 347, nas temperaturas de 380°C, 450°C, 500ºC, 550ºC e 600ºC, simulando assim
as operações de trabalho de uma refinaria (LUBNOR – PETROBRÁS). Foram realizados
tratamentos térmicos nessas temperaturas por 24h, 36h, 48h, 60h, 72h, 84h e 96h. Após cada
tratamento foi realizada uma caracterização microestrutral por técnicas de microscopia
eletrônica de varredura e microscopia ótica. Em seguida foram realizados ensaios de
reativação potenciocinética para avaliar o grau de sensitização das amostras.
Nos quatro aços a 380°C e 450ºC não constatamos a sensitização, de 500ºC a 600ºC
verificou-se a senstização. Foi concluído com esses experimentos que os aços AISI 321 e
AISI 347, são mais resistentes a corrosão intergranular do que os aços de baixo carbono AISI
304L e AISI 316L.
1. INTRODUÇÃO
2. A CORROSÃO INTERGRANULAR
2.1. SENSITIZAÇÃO
Os aços inoxidáveis austeníticos quando submetidos a operações a elevadas temperaturas
podem sofrer o fenômeno da sensitização. A sensitização consiste na precipitação de carbetos
ricos em cromo (M23C6), nos contornos de grão, enquanto que as regiões adjacentes se tornam
empobrecidas de cromo.
Para os aços austeníticos a temperatura de sensitização está entre 450-850°C, sendo máxima a
cerca de 650°C (1).
O aço quando sensitizado fica com a resistência a corrosão diminuída, deixando-o suscetível a
corrosão intergranular (ver item 2.2), caracterizada pelo aparecimento de trincas nos
contornos de grão.
Existem duas soluções para contornar a sensitização:
- adição de pequenas quantidades de elementos estabilizantes, com maiores afinidades
ao carbono (Ti, Nb e Ta), produzindo os aços AISI 321, AISI 347 e AISI 348;
- a redução da quantidade de carbono, produzindo os aços AISI 304L e AISI 316L.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Os aços inoxidáveis austeníticos a serem estudados foram AISI 304L, AISI 316L, AISI321 e
AISI 347 (fig.1). Os materiais recebidos foram cortados em amostras de aproximadamente 1
cm2 cada. Foi utilizada a microscopia óptica e eletrônica para caracterização das amostras. A
análise química foi fornecida pelo fabricante do material. Nos aços AISI 321 e AISI 347
foram realizados o EDAX (análise de energia dispersiva de raio-X) para detecção (qualitativa)
dos elementos estabilizantes, no caso o Nióbio e o Titânio, respectivamente.
As amostras foram aquecidas em um Forno de Mufla , nas temperaturas de 400°C, 450°C,
500°C, 550°C e 600°C, durante o intervalo de até 100 horas cada amostra, para que em
seguida no MEV (Microscópio Eletrônico de Varredura), modelo XL 30 da Philips, analisar a
evolução da sensitização. Em seguida avaliou-se através do método eletroquímico (EPR-DL),
o grau de sensitização.
Para realização do ensaio EPR-DL foram confeccionadas amostras com área aproximada de 1
cm2 , que em seguida foram polidas manualmente em lixas de granulometria 100 a 400,
posteriormente atacadas eletronicamente com solução 10% em peso de ácido oxálico
(H2C 2O4 .2H 2O), segundo a norma ASTM 262-93a (2), utilizando uma densidade de corrente
de 1 A/cm2 , a temperatura ambiente, por 1.5 minutos. As curvas de polarização de reativação
potenciocinética cíclica (EPR) foram realizadas em meio de H2 SO4 0,5M + KSCN 0,1 M na
temperatura de 25°C (3). Foram utilizados como eletrodos de auxiliar e de referência, platina
e calomelano, respectivamente.
Este ensaio foi realizado no potenciostato da AUTOLAB (Fig. 2), modelo PGSTAT 20,
interfaciado com o software G.P.E.S. (General Purpose Eletrochemical Systems), versão 4.4
para leitura de medidas eletroquímicas.
FIGURAS
Fig. 4 - Microestrutura de uma amostra de aço AISI 321, submetida a um tratamento térmico
de 100 horas a 600ºC. Eletrolítico: 10% oxálico. 2000X
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Tratamento Ir/Ia
novo_1 1,4321
novo_2 1,6344
ns3h_1 1,5997
ns3h_2 1,7614
ns50h_1 1,6616
ns50h_2 1,9688
ns100h_1 2,3484
ns100h_2 1,8527
Aço Ir Ia Ir/Ia
b501 0,00564 0,02234 0,252462 b500
b503 9,48E-04 0,00798 0,118743
grau de sensitização
Fig. 6 - Aço 304L, exposto a 450°C (96h), não sensitizado. Microscopia ótica. (1000X)
Aço Ir Ia Ir/Ia
A501 0,00746 0,03489 0,213815 a500
A502 0,00749 0,03076 0,243498
Grau de sensitização
Fig. 8 - Aço 304L, exposto a 500°C (84h), sensitizado. Microscopia ótica. (1000X)
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS