Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/328761341
CITATIONS READS
0 41
3 authors, including:
Artur M. S. Malafaia
Federal University of São João del-Rei
35 PUBLICATIONS 141 CITATIONS
SEE PROFILE
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
All content following this page was uploaded by Artur M. S. Malafaia on 06 November 2018.
Luís Fernando Pedrosa Rabelo (1) (luisfernado33@hotmail.com), Artur Mariano de Sousa Malafaia (1)
(arturmalafaia@ufsj.edu.br), Vinícius Fernandes de Souza (1) (souzavinicius1989@gmail.com)
(1)
Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) - Departamento de Engenharia Mecânica- Praça Frei
Orlando, 170, Centro, São João Del Rei, Minas Gerais, CEP: 36307-352.
RESUMO: Todos os metais e ligas estão sujeitos à oxidação, principalmente em ambientes mais oxidantes e
em altas temperaturas. Entretanto, os aços inoxidáveis estão entre as ligas comerciais mais importantes,
devido ao fenômeno de passivação da superfície do material. Esse fenômeno permite a formação de uma
camada de óxido protetora com baixa taxa de crescimento e que funciona como uma barreira contra a
migração iônica, evitando a degradação do material por oxidação. Destacamos os aços inoxidáveis
austeníticos (série 3XX) que são os mais usados em aplicações em elevadas temperaturas. Nestas
aplicações, quando expostos a ciclos, os materiais estão sujeitos à oxidação cíclica. Esse tipo de oxidação
causa grandes problemas nas indústrias, pois os ciclos aumentam a ocorrência de destacamento da camada
de óxido e por consequência, resultam em perda de massa. Esse trabalho teve como objetivo a execução de
ensaios de oxidação cíclica em alta temperatura usando aços inoxidáveis austeníticos e a determinação dos
seus respectivos comportamentos em oxidação cíclica. O estudo foi composto por quatro aços: AISI 303, AISI
304, AISI 310 e AISI 316. Os ensaios de oxidação cíclica com temperaturas em torno de 1000 oC e em ar
atmosférico foram utilizados para comparação das ligas, com ciclos de 1 hora na temperatura de regime e
10 minutos para o resfriamento. As amostras foram retiradas do forno para medição da massa em
intervalos aleatórios, permitindo a geração de curvas de variação de massa pela área superficial (de acordo
com o número de ciclos) e a comparação dos diferentes aços. O AISI 316 foi ensaiado em três temperaturas
diferentes (1040 oC, 950 oC e 850 oC) e os aços AISI 303, AISI 304 e AISI 310 foram ensaiados apenas a 850
o
C. O aço AISI 316 teve uma rápida perda de massa quando ensaiado a 1040 oC e 950 oC, devido à alta
temperatura de ensaio. No ensaio a 850 oC, o aço inoxidável 310 teve o melhor resultado, pois a camada de
óxido teve uma baixa taxa de crescimento e não foi observado destacamento de óxido da sua superfície.
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
As amostras dos aços inoxidáveis austeníticos 303, 304, 310 e 316 foram cortadas,
embutidas em resina baquelite e lixadas até a lixa de carbeto de silício com granulometria 2000.
Após o lixamento, essas amostras foram polidas, atacadas quimicamente e analisadas em
microscópio óptico para análise microestrutural. O polimento foi feito com solução de alumina 3
µm e o ataque químico foi feito com água régia (15 ml de HCl e 5 ml de HNO3).
As amostras foram cortadas e depois usinadas para obterem uma forma mais uniforme e
com uma área superficial próxima de 5 cm², contendo um furo para fixação no forno de ensaios,
se baseando nas recomendações publicadas por Nicholls e Bennett (1999) e já utilizada em
trabalho prévio (MALAFAIA, 2013), pois não há normas para os ensaios de oxidação cíclica. Após a
usinagem, as amostras foram lixadas até a lixa de carbeto de silício com granulometria 600 e
limpas por ultrassom, utilizando acetona, durante 2 minutos e secas com ar quente.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
(c) (d)
FIGURA 1. Análise micrográfica dos aços inoxidáveis estudados com um aumento de 500 vezes: (a)
AISI 303, (b) AISI 304, (c) AISI 310 e (d) AISI 316.
Os aços inoxidáveis AISI 303, AISI 304 e AISI 310 foram ensaiados a 850 oC e o aço AISI 316
foi ensaiado a 1040 oC, 950 oC e 850 oC. As figuras 2 e 3 mostram a variação de massa para todos
esses materiais em cada ensaio realizado.
FIGURA 2. Variação de massa versus número de ciclos em ensaio de oxidação cíclica do AISI 316,
em ar atmosférico.
FIGURA 3. Variação de massa versus número de ciclos dos aços AISI 303, AISI 304, AISI 310 e AISI
316, sob ensaio de oxidação cíclica a 850 oC, em ar atmosférico.
Analisando a superfície dos aços AISI 310 e AISI 316, podemos comprovar visualmente os
resultados obtidos pelas curvas de variação de massa durante os ciclos de oxidação. A superfície
do AISI 316 não estava uniforme, pois havia alguns pontos mais claros que representavam os
locais onde ocorreu o destacamento da camada, enquanto que a superfície do AISI 310 estava
completamente uniforme e sem sinais de destacamento da camada de óxido.
a) b)
FIGURA 4. Superfície das amostras após os ensaios: a) AISI 316 e b) AISI 310.
5. AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador Artur Mariano de Sousa Malafaia por todo o auxílio e
atenção, à UFSJ pela bolsa, à Villares Metals pelos aços inoxidáveis doados e a WT Indústria por
toda a dedicação para deixar o forno nas melhores condições possíveis.
6. REFERÊNCIAS
AMERICAN SOCIETY FOR METALS INTERNATIONAL. (1990). 10.ed. ASM Handbook. Ohio: Metals
Park. v.1.
ATKINSON, A. Transport processes during the growth of oxides films at elevated temperature.
Reviews Modern Physics, v.57, n.2, p.437-470, 1985.
BALEIX, S.; BERNHART, G.; LOURS, P. Oxidation and oxide spallation of heat resistant cast steels
for superplastic forming dies. Materials Science and Engineering A, v.327, p.155–166, 2002.
BAUTISTA, A.; VELASCO, F.; ABENOJAR, J. Oxidation resistance of sintered stainless steels: effect
of yttria additions. Corrosion Science, v. 45, p.1343–1354, 2003.
BUSCAIL, H. et al. Characterization of the oxides formed at 1000 ◦C on the AISI 316L stainless
steel—Role of molybdenum. Materials Chemistry and Physics, v.111, p.491-496, 2008.
CALLISTER JR., W.D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. LTC, Rio de Janeiro,
2008.
7. DIREITOS AUTORAIS
Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo das informações contidas neste artigo.
Luís Fernando Pedrosa Rabelo (1) (luisfernado33@hotmail.com), Artur Mariano de Sousa Malafaia (1)
(arturmalafaia@ufsj.edu.br), Vinícius Fernandes de Souza (1) (souzavinicius1989@gmail.com)
(1)
Federal University of São João Del Rei (UFSJ) - Department of Mechanical Engineering - Frei Orlando
Square, 170, Center, São João Del Rei, Minas Gerais, ZIP CODE: 36307-352.
ABSTRACT: All metals and alloys are subject to oxidation, especially in more oxidizing environments and
high temperatures. However, stainless steels are among the most important commercial alloys, due to the
phenomenon of passivation material surface. This phenomenon permits the formation of a protective oxide
layer with low growth rate and acts as a barrier to ion migration, preventing oxidation degradation of the
material. We highlight the austenitic stainless steels (series 3xx) that are commonly used in applications
with high temperatures. In these applications and when exposed to cycles, the materials are subject to cyclic
oxidation. Such oxidation causes serious problems in the industry, because the cycles increase the
occurrence of spallation of the oxide layer and, consequently, result in mass loss. This study aimed to
perform cyclic oxidation tests at high temperature using austenitic stainless steels and to determine their
cyclic oxidation behavior. The study consisted of four steels: AISI 303, AISI 304, AISI 310 and AISI 316. The
cyclic oxidation tests at temperatures around 1000 °C and atmospheric air were used for comparisons of
alloys with one hour cycles in temperature regime and 10 minutes for cooling. The samples were removed
from the furnace for weight measurement at arbitrary intervals, allowing the generation of curves mass
variation by surface area (according to the number of cycles) and the comparison of different steels. AISI
316 was tested at three different temperatures (1040 °C, 950 °C and 850 °C) and AISI 303, AISI 304 and AISI
310 were tested only at 850 ° C. The AISI 316 steel had a quick weight loss when tested at 1040 ° C and 950 °
C due to the high temperature test. In the test at 850 ° C, 310 stainless steel had the best results, because
the oxide layer had a low growth rate and was not observed spallation of the oxide layer.