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TÍTULO: AVALIAÇÃO DO USO DO IMIDAZOL COMO INIBIDOR DE CORROSÃO DO AÇO 420-R.

CATEGORIA: CONCLUÍDO

ÁREA: CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

SUBÁREA: QUÍMICA

INSTITUIÇÃO: FACULDADE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO - FASB

AUTOR(ES): MARCELO FERREIRA ROMEU, GRAZIELLA SARPE CAPO, MAURÍCIO MASARU DE


SOUZA RIBEIRO

ORIENTADOR(ES): MAURÍCIO MARQUES PINTO DA SILVA


1. RESUMO

A corrosão é um processo que causa grande perda de material metálico


em indústrias e residências. Um meio de contornar estas perdas é com a
utilização de inibidores de corrosão, os quais reduzem a velocidade das
reações químicas ou eletroquímicas que causam a corrosão. Os inibidores
mais utilizados em indústrias são os compostos orgânicos, como por exemplo,
o imidazol. Este trabalho tem o objetivo de verificar a eficiência do uso do
imidazol como inibidor de corrosão para o aço 420-R em meio corrosivo de
ácido clorídrico em diversas concentrações. Após as análises realizadas,
observou-se a ineficiência da inibição quando a placa é imersa anteriormente
no inibidor e após no meio corrosivo; para soluções de inibidor juntamente com
o ácido, a inibição ocorre em valores de pH acima de 5, sendo assim, o
potencial de inibição é apenas devido ao equilíbrio do pH em valores menos
ácidos.

2. PALAVRAS CHAVE

Corrosão; Inibidores; Imidazol.

3. INTRODUÇÃO

A corrosão é definida como um fenômeno natural, comum em diversos


tipos de metais, sendo o resultado de reações químicas ou eletroquímicas
entre o metal e o ambiente, podendo estar relacionado a esforços mecânicos,
causando a degradação do metal e podendo ocasionar a perda do mesmo
(GENTIL, 2011).
Existem diversos tipos de inibidores de corrosão, que são caracterizados
como substâncias que retardam ou diminuem a velocidade das reações
químicas ou eletroquímicas que causam a corrosão. Para cada tipo de metal,
ou sua aplicação, existem inibidores distintos, os quais devem ser selecionados
previamente. Essa prática é bastante comum nas indústrias, a fim de reduzir os
gastos com manutenção de elementos metálicos, que sofrem com a corrosão
(TAVORA, 2007).
A maioria dos agentes inibidores utilizados em indústrias são os
compostos orgânicos, sendo que grande parte desses contém átomos de
nitrogênio, oxigênio ou enxofre. Moléculas orgânicas heterocíclicas, com
presença de nitrogênio, têm apresentado uma maior capacidade de inibição à
corrosão. Um exemplo deste tipo de inibidor é o imidazol (C3H4N2), que é um
composto orgânico aromático e heterocíclico. Estudos mostraram que
derivados do imidazol apresentaram boa capacidade de inibição de corrosão
em aços carbono em soluções de ácido clorídrico (HCl) (COSTA, 2017).
O imidazol também pode ser eficiente na inibição de corrosão de
produtos feitos de bronze, estudos realizados com soluções de sulfato e bi-
carbonato acidificados, simulando chuva ácida, mostraram a eficiência desse
método de inibição (MENUCCI, 2011).
O AISI 420 é um tipo de aço inoxidável, possuindo características de
elevada dureza e resistência à corrosão, com composição química básica de
uma liga de Fe-C-Cr, com adições de molibdênio, vanádio ou ambos,
conferindo uma capacidade do aço obter uma estrutura austenítica no
revenimento e martensítica na têmpera (PINEDO, 2004).
Por este motivo, o objetivo deste trabalho é verificar a eficiência de
inibição de corrosão do imidazol em diferentes concentrações do meio
corrosivo de HCl para o aço 420-R.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Foram realizados dois modelos de ensaio: o primeiro consistia em


imersão do aço na solução de imidazol e, em seguida, no meio corrosivo de
HCl; o segundo modelo de ensaio foi realizado imergindo-se o aço em uma
solução contendo o ácido e o inibidor misturados.
As placas de aço 420-R foram preparadas inicialmente com o uso de
lixas de 320, 400 e 600 mesh, sucessivamente, tendo como base à norma
ASTM–A967–05. Em seguida, foram lavadas com água destilada e secas a ar
quente.
As soluções de imidazol e HCl foram preparadas variando-se as
concentrações do inibidor (0,10; 0,30 e 0,50 mol.L -1) e do meio corrosivo (0,10
e 0,30 mol.L-1).
A imersão no meio de inibidor (para os testes de imersão somente em
imidazol) se deu em temperatura ambiente. A placa de aço foi então suspensa
por pinças de madeira, de modo que grande parte de sua extensão fosse
mergulhada na solução ácida, sem tocar o fundo e as paredes do béquer. A
imersão foi feita durante 30 minutos.
Para os testes com imersão na solução de inibidor e ácido misturados as
concentrações previamente estabelecidas foram adicionadas ao béquer e, em
seguida, o aço foi imerso para avaliação de inibição de corrosão por um
período de 1 hora.
Durante os ensaios, mediu-se a resistência à corrosão por meio do
potencial de circuito aberto (Eca) entre a placa tratada e um eletrodo de
calomelano saturado (ECS), utilizado como referência, até potenciais quase-
estacionários (potenciais de corrosão – Ecorr), após 60 minutos. Os valores de
Ecorr foram comparados aos de placas sem tratamento com o inibidor
(branco).
Foram também realizadas medidas do valor do pH nos grupos controle,
no início e no final da medição dos potenciais de circuito aberto, para análise
do processo de oxidação na superfície do metal.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Adotou-se o último valor de Eca como o potencial de corrosão (Ecorr)


para a dada condição. Com base nos valores de Ecorr obtidos em meio
corrosivo de HCl, foi possível comparar os limites de inibição de corrosão das
placas imersas somente em solução de imidazol por 30 minutos e posterior
imersão em HCl por 60 minutos, e também a análise dos limites de corrosão na
solução misturada durante 60 minutos, conforme as condições apresentadas
nas Figuras 1 e 2.
Figura 1: potencias de circuito aberto (mV/ECS) - imidazol em diversas concentrações
e em meios corrosivos de concentrações distintas, inseridos diretamente.

Figura 2: potencias de circuito aberto (mV/ECS) - imidazol em diversas concentrações


e em meios corrosivos de concentrações distintas, inseridos após a imersão de meia
hora no inibidor.

A Tabela 1 apresenta os comparativos entre os valores de Ecorr e o pH


das soluções. Conforme pode ser observado, os valores de Ecorr adequados
para a inibição da corrosão ocorreram em amostras que apresentaram caráter
levemente alcalino.
Tabela 1: Comparação dos valores de potencial de corrosão das amostras e seus
respectivos pH.

6. CONCLUSÃO

Analisando os resultados obtidos, foi possível verificar que o tratamento


prévio da placa com imidazol e posterior imersão em meio corrosivo de HCl
mostrou-se ineficiente na inibição de processos corrosivos. Também observou-
se que, quando imersa em solução de Imidazol e HCl, a resistência à corrosão
mostrou-se eficiente em valores de pH acima de 5, mostrando que em meio
mais ácido, onde o processo corrosivo ocorre, os resultados foram ineficientes,
pelo período de 1 hora. Portanto, acredita-se que a eficiência de inibição de
corrosão está associada ao pH, em que ocorre apenas um equilíbrio em
valores menos ácidos.
7. REFERÊNCIAS

ASTM – A 967-05.
COSTA, S. N. Compostos derivados do Imidazol como inibidores da
corrosão do aço carbono em meio ácido. 2017. 71 p. Dissertação
(Mestrado) – Programa de Pós Graduação em Engenharia e Ciência de
Materiais, Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza,
2017. Disponível em: <http://repositorio.ufc.br/ri/bitstream/riufc/22805/1/2017_
dis_sncosta.pdf>. Acesso em: 23 jul 2017.

GENTIL, V. Corrosão, 6ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011.

MENUCCI, M. M. Estudo da corrosão do cobre em meios de sulfato e de


cloreto com auxílio do microeletrodo com cavidade e de uma microcélula.
2011. 268 p. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2011.

PINEDO, C. E. Tratamento térmico e superficial do aço inoxidável


martensítico aisi 420 destinado a moldes para injeção de polímeros parte I
– tratamento térmico. 2004. 12 p. 2° Encontro da Cadeia de Ferramentas,
Moldes e Matrizes – ABM, São Paulo, 2004. Disponível em: < http://www.
heattech.com.br/trabalhos/2004%20%202o%20ABM%20Moldes%20%20AISI%
20420%20Parte%201.pdf>. Acesso em: 23 ago 2017.

TÁVORA, M. P. Avaliação do efeito de particulados sólidos na eficiência


de um inibidor de corrosão recomendado para meios salinos com CO 2.
2007. 128 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós Graduação em
Ciência e Engenharia de Materiais, Centro de Ciências Exatas e da Terra,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2007. Disponível em: <
http://www.repositorio.ufrn.br:8080/jspui/bitstream/123456789/12858/1/Michele
PT.pd>. Acesso em: 23 de julho de 2017.

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