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3º Domingo do Advento

“O que vemos e ouvimos em Jesus prova que Ele é o Messias!”

 No terceiro Domingo do Advento celebramos a alegria da proximidade do


Senhor. É o chamado “Domingo da alegria”.
 O Advento, tempo de espera pela chegada do Senhor, vai crescendo na alegria
e na ansiedade ante o Deus que se aproxima.
 Esta é a terceira semana de um tempo construído e vivido na expectativa de
um grande encontro, nosso encontro com o próprio Deus, que se faz humano e
habita entre nós.
 A terceira vela que acendemos na coroa de Advento nos faz sentir que
já fizemos um bom caminho de preparação para celebrarmos a vinda
daquele que é o segredo da melhor qualidade de vida para os povos.
Aproxima-se a festa da vinda do Salvador. Por isso, este domingo é o
domingo chamado “da alegria”, pelo prazer que sentimos pela
proximidade da sua vinda.

 Vimos no domingo passado a figura de João Batista exercendo um ministério


profético no deserto de nossa história. Vimos o profeta chamando-nos à
conversa, isto é, a uma mudança de vida, porque o Reino dos céus está
próximo.
 O Evangelho de hoje nos apresenta o profeta João Batista na prisão,
literalmente na cadeia.
 João tinha ouvido falar “das obras de Jesus” (Mt 11,2). Mas ainda pairava em
sua cabeça alguma dúvida sobre quem seria esse Jesus.
 Será que é mesmo o esperado desde tempos remotos? Será ele “o que deve
vir”, o Messias, o salvador tão aguardado, que leva a lei e os profetas à
plenitude?
 E João manda discípulos seus perguntarem a Jesus: “És tu, aquele que há de
vir, ou devemos esperar um outro?” (v.3).
 Em resposta, Jesus apenas lembra o que todos estão ouvindo e vendo: “os
cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os
surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados” (v.5).
 Em outras palavras: confere perfeitamente com o que fora anunciado
pelos antigos profetas,
 ele é de fato o Messias esperado, a personificação atual do próprio
Deus que vem para salvar.
 Pobre entre os pobres, com ele chegou ao mundo o Reino de Deus. E
feliz quem não se escandaliza por causa dele (v.6).
 Jesus reconhece e elogia o estilo despojado de viver de Joao Batista,
bem como a sua profética missão de mensageiro do Reino que vem
chegando.
 No entanto, quem se faz menor com os menores no Reino dos Céus,
esse é ainda maior que João Batista. E quem é esse menor? Jesus
mesmo e toda pessoa que não se escandaliza dele, mas entra no seu
jogo de solidariedade com os pequenos. São felizes. Por quê? Porque
acolhem o próprio jeito de Deus viver e agir, que Jesus personifica.
Ouvimos, há pouco, o profeta Isaías, em tempo de profunda crise e depressão, a
expressar sonhos de salvação futura: a volta dos excluídos, a cura dos
enfermos, a natureza toda em festa. “A vinda salvadora de Deus transforma
o deserto em paraíso, cura os enfermos, vence a maldição do pecado de
Adão (Gn 3). Liberdade, alegria, felicidade: a gente gostaria de vê-la antes de
acreditar que existem, mas Deus dá um novo modo de ver, ouvir e falar ( cf. Is 35,5-
6; cf. Evangelho). Recebemos nova capacidade para acatar a verdade e a realidade
de Deus” (J.Konings. Op. , p.41-42).

A vinda de Jesus é a prova de que Deus é fiel para sempre e exerce a justiça e prol
dos fracos. Por isso, cantamos hoje o Salmo 145, cujo refrão ressoa assim: “Vinde,
Senhor, para salvar o vosso povo!”

E, na Carta de São Tiago, Deus nos encoraja hoje no sentido de aguardar sem
desistência a vinda do Senhor (Tg 5, 7-10). Ter a teimosa paciência do agricultor, a
boa convivência uns com os outros, a firmeza dos profetas. Em uma palavra, movidos
de profunda esperança no Deus que salva, com espirito de pobre, isto é,
desapegados, entremos no jogo do justo juiz que “está às portas”.

3. Atualizando a Palavra

A Palavra de Deus, neste terceiro domingo do Advento, no fundo, suscita em


nós uma profunda esperança. Esperança que nos enche de alegria. Alegria
que nos dá firmeza em nossa caminhada de fé cristã. E tudo nos convocando à
celebração e vivência desta fé no nosso dia a dia, dentro do mundo complexo em que
vivemos.

Nosso irmão biblista e teólogo, o jesuíta Pe. Johan Konings, sintetiza tudo
com as seguintes palavras: “A esperança suscita em nós alegria confiante:
Deus deu início à realização de seu projeto. Quando se olha com objetividade
o que a Palavra de Cristo já realizou no mundo, apesar das constantes
recaídas de uma humanidade inconstante, reconhecemos que ela foi eficaz.
Devemos também olhar para os sinais que se realizam hoje: a transformação
impulsionadora pelo Evangelho de Cristo se reflete na nova consciência do
povo, que assume sua própria história na construção de uma sociedade mais
fraterna.

A esperança fundamenta uma fraqueza permanente, confiante de que Deus


erradicará o mal que ainda persiste

A esperança exterioriza-se na celebração, expressão comunitária de nossa alegria e


confiança.

A esperança do cristão é Jesus. Ele é aquele que havia de vir. Não


precisamos ir atrás de outros messias, oferecidos pelo mundo do consumo,
por promessas politicas ambíguas e assim por diante. Consumo e política são
propostas humanas, e podemos servir-nos delas conforme convém, com liberdade.
Mas o Messias vem de Deus; ele merece nossa adesão, nele podemos acreditar.
Chama-se Jesus (cf. Mt 11,6)!

Esperamos que o amor e a justiça que Cristo veio trazer ao mundo, e nos
quais somos chamados a participar ativamente, realizem o plano de Deus
para a humanidade, desde já e para sempre, ‘assim na terra como no céu’”
(Ibidem, p. 43)

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