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CAOS Como CIENCIA - Final3.Doc Versão 1
CAOS Como CIENCIA - Final3.Doc Versão 1
Nome: Nathanm
Nome: Santall
Nome: Paulo Blane
ÍNDICE
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
Edward Lorenz
Mitchell Feigenbaum
Benoit Mandelbrot
Dimensão Fraccionária
CAPÍTULO III
Objetivo da pesquisa
Bibliografia
CAPÍTULO I
“ Um tipo fantástico de caos pode estar escondido bem atrás de uma fachada de ordem – a
ainda assim, nas profundezas do caos está oculto um tipo de ordem ainda mais fantástico”
Douglas Hofstadter.
No fim do século passado os estudiosos continuando a olhar para a Natureza, viram que o
simples por vezes torna-se complicado: não-numerável, irregular, instável, homoclínico,
não-periódico. O século que agora finda teve um desenvolvimento na Matemática quase tão
grande como todo o anterior desenvolvimento: o estudo do simples deu lugar ao estudo do
complexo, o do regular ao do irregular, o do equilíbrio estável, à dialéctica (estável-
instável) do hiperbólico, o do periódico deu lugar ao do aperiódico, tão comum nos estudos
de Economia ou de Meteorologia. A Natureza apresenta-se Fractal e Caótica. No entanto, a
Geometria Fractal e a Teoria do Caos estão apenas no princípio.
Henri Poincaré foi um dos primeiros a evidenciar a existência do caos. Ele via a topologia e
sistemas dinâmicos como duas faces da mesma moeda. Seu trabalho indicava certa
imprevisibilidade nos sistemas e deu um pontapé inicial para os trabalhos de outros
cientistas que viriam em seguida.
O caos desenvolveu-se no seio da ciência clássica. Ele veio para romper com a fantasia da
previsibilidade determinista de Laplace, que era baseada nas leis de Newton (que é a base
da Mecânica determinista Clássica). Ele põe em xeque as supostas verdades de sua época e
rompe com os paradigmas vigentes. Ao contrário da constante onde de especializações e o
reducionismo determinista, o caos integra os diversos campos do saber. Sua busca é pelo
Todo. Sua busca é pela volta do tempo em que os cientistas tinham de partir do zero em
suas teorias, ao invés de ficarem presos a supostas verdades e modelos pré-estabelecidos,
que não estavam atendendo as suas necessidades, que eram apenas a máscara de uma
ciência conformista.
Após Poincaré, esta ciência começou a ser desvendada na década de 60 pelo meteorologista
Edward Lorenz, que utilizou um computador, o Royal Mcbee, para simular as condições
atmosféricas do tempo. Com esta máquina, que era bem precária, Lorenz se deparou com
alguns vestígios que mostravam falhas no determinismo, coração da física até então.
Em torno de 1970 alguns cientistas dos Estados Unidos e da Europa começaram a pesquisar
a presença dos fatores irregulares nas diversas áreas.
Apesar de que trabalhar algo inovador e romper com arquétipos era algo necessário, devido
às limitações e ao mecanicismo dos sistemas anteriores, nesse período os cientistas e alunos
ainda eram desestimulados a investirem nessas novas descobertas. Muitos centros de
pesquisa e os círculos tradicionais mostravam-se contra esta ciência. James Gleick expõe os
motivos deste comportamento “Idéias superficiais podem ser assimiladas; idéias que
exigem uma reorganização da imagem que se faz do mundo provam hostilidade”. Gleick 2
Freeman Dyson, do Instituto de estudos avançados, afirma que na década de 70 o caos veio
como um choque. Muitos acreditam que foi uma das maiores quebras de paradigmas que a
comunidade científica vivenciou. Mas, com a resistência dos ´loucos´ que se aventuravam
cada vez mais neste mundo misterioso, o mundo acadêmico viu-se dividido: enquanto
algumas publicações proibiam materiais sobre caos, outras eram especializadas no assunto;
enquanto algumas universidades mantinham resistência em falar no assunto, outras já
procuravam por especialistas da área.
Para alguns, o caos representou a soltura da tendência reducionista e vazia que a ciência se
encontrava. Era uma carta de abolição para a busca de um novo conhecimento que não se
prendia à superficialidade determinista. “Para alguns físicos, o caos é antes de uma
ciência de processo do que de estado, de vir-a-ser do que de ser”. Gleick 3
O caos esta presente em tudo, ele está ligado a toda existência em si. Podemos encontrá-lo
na turbulência dos ventos, nos anéis de fumaça dos cigarros, nos tubos subterrâneos que
originam o comportamento do petróleo, ele está presente nos ritmos do coração, nos
desenhos de flocos de neve, nas constelações, na arte etc. ele mudou a maneira de se fazer
política, a formas com que os cientistas olham o corpo humano, o ecossistema, o todo.
CAPÍTULO II
Os cientistas que se aventuraram nas profundezas do caos tinham muito interesse pelo
desconhecido, complexo, os extremos das coisas.
Edward Lorenz
No Royal McBee cada minuto equivalia a um dia e eram gerados e impressos uma
seqüência de números que demonstravam a mudança na temperatura, velocidade, direção e
pressão do vento, utilizando-se estas variáveis das leis de Newton, Lorenz tinha criado um
modelo de mundo que, em teoria, funcionaria de uma forma pré-determinada por toda
eternidade.
O mundo, antes da teoria do caos, baseava-se nas teorias newtonianas de que “dado um
conhecimento aproximado das condições iniciais de um sistema e um entendimento da lei
natural, pode-se calcular o comportamento aproximado desse sistema” ou seja, um
pequeno erro na posição do cometa Halley em 1910 não provocaria um grande erro na
previsão de sua chegada em 1986, trata-se de um erro mínimo; trabalhando em cima desta
teoria, Lorenz via seu sistema funcionando de maneira estável e com padrões reconhecidos,
porém, notou que as repetições nunca eram 100% iguais, havia uma desordem ordenada.
Para aprofundar mais nestes acontecimentos, Edward criou uma espécie de gráfico
primitivo onde o Royal imprimiria uma quantidade x de espaços em branco seguidos pela
letra a, ao invés de imprimir uma série de números. Ele utilizava uma variável
(provavelmente a direção da corrente) e, com isso, eram impressas séries de as que
mostravam a oscilação do vento (do oeste para o norte e para o sul) através do continente.
O fato dos ciclos nunca se repetirem de forma exatamente igual instigava ainda mais a
curiosidade Lorenz.
A nova seqüência impressa deveria ser uma repetição praticamente exata da anterior, no
entanto, o que Edward viu foi uma mudança tão brusca no tempo que, em poucos meses,
não restaria mais nenhuma semelhança com o resultado inicial. Ele percebeu que a falha
estava nos números que havia digitado. Na memória de seu computador estavam
armazenadas seis casas decimais: 0,506127. Na impressão, ele havia utilizado apenas três:
0,506. Ele supôs que não faria muita diferença – um para mil - este arredondamento. Com
essa descoberta, Lorenz já colocava em cheque todo determinismo, onde, como já foi dito,
uma condição aproximada não tem grande importância no resultado final. Com isso,
percebeu-se que os pequenos erros geram resultados catastróficos.
Após observações e testes em seu McBee, Edward defendia cada vez mais a idéia de que as
pequenas modificações podiam gerar mudanças em grande escala. Ele acreditava que era
possível modificar o tempo, levando-o a ter um outro comportamento caso não sofresse
nenhuma interferência. Ele chamou essa capacidade de Efeito Borboleta, cujo nome técnico
é dependência sensível das condições iniciais. É interessante ver que essa idéia lembra as
idéias que já existiam no folclore
Ao longo da vida, alguns acontecimentos mais fortes podem fazer com que o rumo com que
as coisas andem mude de forma drástica, mas, no caos, tais acontecimentos são mais
constantes, estes picos estão por toda parte. Como dizia Heráclito, “Não é possível banhar-
se duas vezes nas mesmas águas”. Cada momento, cada ato é crucial para grandes
transformações, um momento nunca é igual ao outro. Nada mais permanente que a
mudança.
Empolgado com suas descobertas, Edward passou a dedicar-se mais à pesquisa desse tipo
de comportamento que à meteorologia em si. Utilizando-se de três equações simples
baseadas na convecção (ascensão do gás ou líquido quente) ele criou um famoso sistema
caótico chamado de Roda d´água Lorenziana. Ele fez este teste utilizando-se de três
equações com três variáveis.
Neste atrator, a ligação entre as ´asas´ equivale a uma mudança na direção da roda d´água.
dx/dt = sigma ( y - x )
dy/dt = ró x - y - xz
dz/dt = xy - beta z
Como esta equação tem termos não-lineares ( xy e xz ), não existe uma solução analítica e
usamos, por isso, uma simulação numérica para derivar a solução.
Se clicar no écran onde diz CAOS, verá simultaneamente duas trajetórias de evolução (uma
a azul e outra a amarelo) a partir de dois pontos que diferem um do outro em apenas
0,00001 na coordenada x ( à coordenada x do ponto inicial soma-se 0,00001 para obter o
segundo ponto). Inicialmente as duas trajetórias parecem coincidentes, mas, a partir de
certa altura, a divergência é óbvia! (No final, para voltar ao funcionamento normal, volte a
clicar em CAOS.)
O efeito borboleta
Um atrator estranho
Lorenz descobriu que, para certos valores dos parâmetros ró, beta e sigma, as trajetórias
deste sistema nunca acabam num ponto fixo nem num ciclo limite estável e, contudo, nunca
divergem para o infinito. Algo muito fora do que anteriormente se considerava usual. É por
isso que ao atrator gerado por estas equações se chama um atrator estranho.
Para valores menores de ró, o comportamento do sistema é estável e tende para um de dois
pontos fixos. Isto pode ser observado clicando no écran onde é indicado o valor de ró (o
programa vai desenhando o resultado obtido usando vários valores de ró determinados
aleatoriamente, entre 9 e 29).
O sistema tem também um outro ponto fixo na origem (x=0, y=0, z=0). De fato, o sistema
não se move a partir desse ponto. Mas basta que uma das coordenadas seja ligeiramente
diferente de 0 para que o sistema evolua para um dos outros pontos fixos. Ou seja, a origem
é aquilo a que se chama um repulsor.
O atrator de Rossler
Se clicar onde diz ROSS, verá um outro atrator estranho: o atrator de Rossler que é gerado
pelas seguintes 3 equações diferenciais não-lineares acopladas:
dx/dt = - y - z
dy/dt = x + 0.2 y
dz/dt = 0.2 + z ( x - c )
A regularidade no caos
Quando, numa estação de comboios, é anunciado que um comboio que estava previsto
partir de uma linha afinal vai partir de outra, não podemos prever exatamente que
consequência esse anúncio vai ter no movimento dos passageiros na estação. Mas, ainda
assim, é previsível que haja um movimento global de passageiros de uma linha para a outra.
Mitchell Feigenbaum
Uma das alavancas para a sua pesquisa em caos foi uma experiência que teve ao caminhar
em um parque;
Passou por algumas pessoas que faziam um piqueninque e, ao afastar-se, olhou para trás
com freqüência, ouvindo o som de suas vozes, obsevando os movinentos das mãos que
gesticulavam ou pegavam a comida. De repente, sentiu queo quadro tinha atravesado
algulm umbral de imcompreensibilidade. As fituras pareciam pequenas demais para serem
discerníveis. Os gestos pareciam conexos, arbitrários, aleatórios. Os facos sons que
chegavam até ele tinham perdido o sentido. Gleick, 8.
Ele procurou analisar este acontecimento sob a ótica da física e dos mecanismos de
percepção do cérebro. Após reflexões e estudos, ele acreditava que a ciência de sua época,
da década de 70, não havia, ainda, resolvido as questões sobre os problemas não-lineares.
A teoria do caos é definida como um campo moderno e avançado da física; ela se 'limita' às
análises de sistemas não-lineares cujo comportamento é imprevisivel e aleatório. Os
calculos utilizados na matemática do caos utilizam-se de pesquisas qualitativas para
investigar, através de modelos físicos e matemáticos, os fenômenos naturais que surgem no
universo. Esses fenômenos ditos não-aleatorios se mostram "previsiveis" dentro de uma
escala quantica. Essa talvez seja a maior descoberta do século passado, quando Mitchell
Feigenbaum descobriu, em 1975, uma transição de ordem para o Caos, e que não é outra
coisa do que uma constante previsível num mundo de Caos, conhecida como número de
Feigenbaum. Essa constante foi testada como uma constante universal e tem aplicação em
várias areas. Consequentemente a constante de Feigenbaum nos dá uma ideia de "ordem
oculta" nos sistemas caóticos. Como se existisse um referencial especial para eventos
aleatórios.
Constante de Feigenbaum
Existe uma similaridade quando fazemos aproximações no diagrama de bifurcação. Isto nos
sugere que a bifurcação de duplicação de período é infinita.
Em 1978, Mittchel Feigenbaum percebeu que as razões das distâncias entre dois pontos de
bifurcação se aproximavam de uma constante quando o número de pontos tendia para o
infinito.
ou seja.
= 4.6692016088920691
Benoit Mandelbrot
No mesmo ano, Mandelbrot, aplicou esta constante matemática, dando origem as imagens
designadas por fractais. Fractal é a palavra usada para descrever um objeto geométrico que
nunca perde a sua estrutura qualquer que seja a distância de visão. Deriva do adjetivo
fractus, que significa quebrar. Mandelbrot classificou desta forma os seus objetos de estudo
pois estes possuíam uma dimensão fraccionária, uma dimensão não inteira. As dimensões
fraccionárias tornaram-se uma forma de quantificar qualidades que, de outro modo,
permaneceriam sem dimensão precisa: o grau de irregularidade ou tortuosidade de um
objeto. Uma linha de costa sinuosa, por exemplo, impossibilita a sua medição em termos de
comprimento, mas possui um grau determinado de irregularidade. A palavra fractal acima
de tudo significa auto-semelhante. A auto-semelhança é a simetria através das escalas, ou
seja, um objecto possui auto-semelhança se apresenta sempre o mesmo aspecto a qualquer
escala em que seja observado. Se repararmos, todas as formas geométricas ortodoxas,
perdem a sua estrutura quando são ampliadas ou diminuídas.
Um círculo numa escala muito maior não é nada mais do que uma reta. Basta ter em mente
que à apenas 500 anos se pensava que a Terra era plana. Isto acontece porque à escala
humana não vemos mais do que uma linha reta no horizonte. No entanto a maior parte dos
objetos com que lidamos no nosso dia-a-dia não são retas, nem esferas, nem cones.
Olhando, por exemplo, para um tronco de uma árvore, verificamos que é extremamente
rugoso e irregular. Se observarmos um pequeno pedaço desse tronco ao microscópio
observamos novas rugosidades e irregularidades que antes não tínhamos observado. No
entanto esta imagem assemelha-se bastante à anterior. È esta irregularidade regular que
caracteriza um fractal. As imagens de fractais geradas por computador são o resultado de
iterações, operadas num sistema não linear, de forma recursiva e que possibilitam a quem
os observa, imagens de grande beleza e a compreensão desses mesmos sistemas.
Dimensão Fraccionária
2. O quadrado pode ser dividido em pequenos pedaços (quadrados), cada um dos quais
com os lados iguais a 1\4 do tamanho original. No entanto, necessitamos de 16=4^2 destes
novos quadrados para refazer o quadrado original.
3. O cubo pode ser dividido em 64 = 4^3 pequenos pedaços (cubos), cada um deles tendo
as arestas com 1\4 do tamanho das arestas do cubo inicial.
4 = 4^1 pedaços
16 = 4^2 pedaços
64 = 4^3 pedaços
N = S^D
Nos casos anteriores é fácil encontrar a dimensão, bastando para isso olhar para o expoente.
No entanto, nem sempre é assim tão fácil. Consideremos o Triângulo de Sierpinsky,
exemplo de um fractal. Vamos ver como é gerado:
Desenham-se os segmentos que unem os pontos médios dos lados do triângulo e tira-se o
triângulo do centro.
Repare que no nosso novo triângulo aparecem 3 triângulos menores. Cada um dos lados
destes triângulos mede 1\2 do lado do triângulo original. Cada um destes triângulos
menores, quando ‘multiplicado’ por 2 (fator de escala), assemelha-se exatamente ao
triângulo original.
E outra vez...
ou
Não é um número inteiro!
Em geral.
Objetivo
A história das pesquisas sobre essa misteriosa radiação que vem das profundezas do espaço,
de muito além do Universo conhecido, é uma verdadeira epopéia na Física. Como o
replicante do filme, essas partículas atravessaram longínquas regiões do Universo, foram
testemunhas de fenômenos que estão muito além do que a mente humana pode imaginar.
Desvendar ao menos em parte os seus mistérios, saber de onde elas vêm, por onde
passaram pode nos levar a entender um pouco melhor de onde vem o Universo, como ele
está evoluindo e qual será seu destino final, pois essas partículas trazem dentro de si as
informações sobre os momentos por onde passaram em seu peregrinar sem fim, pelas
imensidões do espaço intergalático. Os físicos procuram evitar que essas informações se
percam no tempo...
Essa história começou no final do século XIX, quando os físicos estudavam as propriedades
elétricas do ar, chegando à conclusão de que o ar estava sendo continuamente ionizado
(isso é, carregando-se eletricamente). Sugeriram que o agente responsável por essas cargas
elétricas no ar deveria ser alguma radiatividade natural que vinha do chão, da terra. No
começo do século XX Goeckel subiu em um balão e observou que essa radiação de fato
diminuía (como era de se esperar se ela viesse do chão), mas muito pouco. Entre 1911-
1914, Hess e Kolhörster efetuaram vôos com balões a altitudes muito maiores e verificaram
que a radiação aumentava. Era a primeira suspeita de que havia algum tipo de radiação
proveniente do cosmos que bombardeava a Terra continuamente.
Foi assim, com o intrépido Viktor Hess, o austríaco que voava perigosamente dentro de
seus balões já no começo do século XX, que começou a interminável caçada a essas
partículas. Surgiram a seguir Millikan e Compton, viajando pelo mundo afora para medir a
intensidade da radiação em regiões remotas; Anderson, que descobriu a antimatéria usando
a radiação cósmica; Pierre Auger, o descobridor dos grandes chuveiros de partículas;
Cesare Lattes, Occhialini e Powel, descobrindo o méson pi; Fermi, propondo a teoria para
explicar os mecanismos de aceleração dessas partículas.
Energia
A maior parte das partículas da radiação cósmica são núcleos de átomos ou eletrons. Dos
núcleos, a maioria são núcleos de hidrogênio (prótons), mas existem também alguns mais
pesados, chegando até aos núcleos de átomos de chumbo.
Os raios cósmicos viajam pelo espaço praticamente com a velocidade da luz, isso significa
que eles têm uma enorme energia. Alguns deles, de fato, são as partículas mais energéticas
jamais observadas na natureza. Os de maior energia são uma centena de milhões de vezes
mais energéticos do qualquer outra partícula jamais produzida nos maiores aceleradores de
partículas do mundo.
Ninguém sabe de onde vêm essas misteriosas partículas. A grande parte dos de menor
energia vem do sol e de nossa própria galáxia, a Via Láctea. Muitos provavelmente vêm de
explosões de estrelas, as Supernovas. Eles também adquirem energia de campos
magnéticos em movimento de galáxias longínquas, que eles encontram em seu caminhar
incansável pelo Universo.
O grande físico italiano Enrico Fermi foi o primeiro a dar uma explicação sobre como essas
partículas adquirem energia ao atravessarem o espaço. No acelerador de raios cósmicos de
Fermi, os prótons rebatem em nuvens magnéticas em movimento pelo espaço interestelar.
Apesar de tanto os raios cósmicos como as nuvens terem movimento ao acaso, de vez em
quando as direções podem ser tais que as partículas ganham energia, adquirindo ainda mais
velocidade na direção em que iam se movendo. Esse processo é bem entendido para
partículas de baixa energia aceleradas por campos magnéticos produzidos pelo Sol. Em
nossa galáxia, os pesquisadores acreditam que nuvens magnéticas muito intensas em
movimento e produzidas em explosões de supernovas são as responsáveis pela energia para
a aceleração.
A radiação cósmica pode ser considerada um feixe de partículas de energia muita alta
(enorme velocidade) que é utilizado pelos físicos para duas finalidades: estudar o universo
das chamadas partículas elementares (o microcosmo) e para obter informações sobre o
Universo onde estamos (o macrocosmo).
No primeiro caso, esse feixe de partículas de velocidade muito alta é lançado sobre uma
outra partícula, quebrando-a e permitindo que os físicos, estudando os cacos que sobraram,
obtenham informações sobre a natureza das partículas.
No segundo caso, através da análise de onde vem esse feixe e de qual é a sua composição,
pode-se tentar extrair dele as informações que ele contém sobre o local onde ele foi
produzido, sobre os mecanismos físicos responsáveis por sua produção. Pode-se ainda
tentar decodificar as informações que ele traz sobre o espaço interestelar que ele atravessou,
sobre os fenômenos que ele viu durante sua longa trajetória.
A radiação cósmica é, portanto, uma poderosa ferramenta para se perscrutar o interior dos
constituintes últimos da matéria e a única sonda de que dispomos para tentar desvendar
alguns dos mistérios dos confins do Universo.
Qualquer que seja o interesse dos físicos na utilização desse feixe de partículas, os
aparelhos normalmente utilizados para seu estudo podem estar instalados no espaço
(satélites, Estação Orbital Internacional, balões estratosféricos), na superfície da terra (em
altas montanhas ou ao nível do mar) e no subsolo (minas de ouro e prata, no fundo de
túneis e sob a superfície de oceanos e lagos profundos).
Em qualquer lugar que estejam os aparelhos, eles são basicamente de dois tipos: detectores
de tempo real, ou on-line, (isso é, a partícula da radiação cósmica é assinalada no instante
em que chega, através de instrumentação eletrônica apropriada) e o outro tipo é o detector
passivo, ou off-line. Neste tipo de detector, o feixe atravessa o aparelho e causa nele uma
interação qualquer (uma transformação qualquer), que nele fica registrada e é
posteriormente decodificada e analisada.
Após o fim da II Guerra Mundial, Lattes foi trabalhar no grupo de Powell, onde já se
encontrava Occhialini, tendo dado importante contribuição na descoberta do méson pi.
Vê-se que desde o início, as pesquisas em Física no Brasil tiveram um caráter bastante
internacional, em grande parte devido ao fato de elas se concentrarem em raios cósmicos.
Atualmente, há evidências de que acima de 1020 eV os raios cósmicos são prótons. Sendo
assim, a sua origem não está dentro de nossa galáxia, pois com essa energia, eles se
propagam em linha reta e as fontes dentro de nossa galáxia seriam rapidamente
identificadas. Entretanto, as direções de onde eles vêm têm uma distribuição isotrópica
(todas são igualmente prováveis), dentro dos erros estatísticos, mesmo acima de 10 20eV
onde apenas um punhado de eventos foi registrado.
O físicos acreditam que os raios cósmicos de maior energia provêm de fontes de fora da
Via Láctea - mas de onde?
Para permitir um melhor estudo desses eventos, um grupo de físicos de 15 países organizou
a Colaboração Pierre Auger, assim chamada em homenagem ao descobridor dos chuveiros
atmosféricos. Essa colaboração apresentou uma proposta detalhada para a construção de um
observatório mundial de raios cósmicos, usando um gigantesco conjunto de detectores para
permitir o registro de um número maior de chuveiros atmosféricos com energias acima de
1019eV. A identificação das fontes desconhecidas dessas partículas contribuirá para um
melhor entendimento da origem e da evolução do universo.
Um segundo sistema de detecção utilizará uma fraca luz difusa produzida pelas colisões das
partículas com as moléculas do ar durante o desenvolvimento do chuveiro. Em noites
escuras e sem lua, em locais ermos e secos, sensibilíssimos e calibradíssimos sensores de
luz podem medir essa fluorescência (basicamente o mesmo processo físico que produz a luz
em uma lâmpada fluorescente). Assim, um conjunto enorme de coletores de luz apontados
para todas as direções do céu pode ser um autêntico detector de raios cósmicos, observando
os raios luminosos atravessando o céu. A quantidade total de luz depende do número de
partículas do chuveiro e, portanto, de sua energia. A forma e direção do raio de luz ajudam
a determinar a direção de onde veio o raio cósmico e também que tipo de partícula era ele.
Estudo das descargas elétricas.
Acredita-se que os raios têm um largo efeito sobre nosso meio ambiente e provavelmente
estavam presentes durante o surgimento da vida na Terra. Podem mesmo ter colaborado na
geração das moléculas que deram origem a vida. Pesquisas indicam que o aminoácido,
substância que formou a crosta terrestre, tem origem nas descargas elétricas dos gases
existentes na atmosfera. Independentemente da ação do homem os raios provocam
incêndios, constituindo-se em agentes naturais para a manutenção do equilíbrio da
quantidade de árvores e plantas. São também responsáveis por mudanças nas características
da atmosfera ao redor das regiões onde ocorrem, quebrando moléculas de componentes do
ar e produzindo novos elementos. Portanto, modificam a concentração de importantes
elementos, como o gás ozônio, que se misturam com a chuva e se precipita como
fertilizante natural. Apesar de tudo o que se sabe, os estudos sobre eletricidade atmosférica
estão longe de se esgotarem. Ainda se investigam fenômenos de causas desconhecidas
relacionados aos raios.
Previsão de termino:
Levando em conta a complexidade da pesquisa não é possivel determinar uma data para o
termino deste trabalho. Mas partiremos do principio dos raios cósmicos e levando em
consideração a afirmação sobre a universalidade esperamos ter sucesso nestas pesquisas, o
objetivo é ousado, porém muitos engenheiros eletricistas acham que isso pode ser feito e
estaremos buscando isso. Nossa intenção ao colocar os textos sobre Raios cósmicos e
descargas elétricas na atmosfera é fazer com que o leitor possa saber do que se trata, são
conceitos básicos, mas necessarios.
Bibliografia
James Gleick – CAOS, A CRIAÇÃO DE UMA NOVA CIÊNCIA. Ed. XXXX, X edição.
Raios cósmicos - Armando Turtelli
Dimensão Fraccionária por:
Filipe José Oliveira Baltazar
Mário Pedro Rodrigues Estêvão
Historia das primeiras pesquisas sobre a eletricidade atmosférica – Chuck Doswell