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CAOS COMO CIÊNCIA

Nome: Nathanm
Nome: Santall
Nome: Paulo Blane

ÍNDICE

CAPÍTULO I

O que é Caos como Ciência

Por que, o que motivou a descoberta do Caos como Ciência

Onde está presente e como se aplica à socidade

CAPÍTULO II

Pesquisadores principais e suas contribuições

Edward Lorenz
Mitchell Feigenbaum
Benoit Mandelbrot

Dimensão Fraccionária

CAPÍTULO III

Objetivo da pesquisa

Estudo caótico dos Raios Cósmicos e seus efeitos sobre a atmosfera

O que são os raios cósmicos?


Energia
De onde eles vêm?
Para que servem?
Estudos sobre raios cósmicos
Física de raios cósmicos no Brasil
Situação atual no mundo
A Colaboração Pierre Auger
O observatório Pierre Auger
Estudo das descargas elétricas
Os relâmpagos e o equilíbrio atmosférico
Previsão de termino:

Bibliografia
CAPÍTULO I

O que é Caos como Ciência?

“ Apesar de sumamente matemático em sua origem, o caos é uma ciência do mundo


cotidiano, formulando indagações que todas as crianças já se fizeram: sobre a forma das
nuvens, sobre as causas da ascensão da fumaça, sobre a maneira pela qual a água forma
vértices numa correnteza” Gleick, 1.

“ Um tipo fantástico de caos pode estar escondido bem atrás de uma fachada de ordem – a
ainda assim, nas profundezas do caos está oculto um tipo de ordem ainda mais fantástico”
Douglas Hofstadter.

No fim do século passado os estudiosos continuando a olhar para a Natureza, viram que o
simples por vezes torna-se complicado: não-numerável, irregular, instável, homoclínico,
não-periódico. O século que agora finda teve um desenvolvimento na Matemática quase tão
grande como todo o anterior desenvolvimento: o estudo do simples deu lugar ao estudo do
complexo, o do regular ao do irregular, o do equilíbrio estável, à dialéctica (estável-
instável) do hiperbólico, o do periódico deu lugar ao do aperiódico, tão comum nos estudos
de Economia ou de Meteorologia. A Natureza apresenta-se Fractal e Caótica. No entanto, a
Geometria Fractal e a Teoria do Caos estão apenas no princípio.

É uma nova maneira de ver a natureza. Os cientistas passaram a enxergar ordem e um


padrão onde antes só havia desordem e aleatoriedade, características que foram
equivocadamente chamadas de caos.

Por quê, o que motivou a descoberta do Caos como Ciência?

Henri Poincaré foi um dos primeiros a evidenciar a existência do caos. Ele via a topologia e
sistemas dinâmicos como duas faces da mesma moeda. Seu trabalho indicava certa
imprevisibilidade nos sistemas e deu um pontapé inicial para os trabalhos de outros
cientistas que viriam em seguida.

O caos desenvolveu-se no seio da ciência clássica. Ele veio para romper com a fantasia da
previsibilidade determinista de Laplace, que era baseada nas leis de Newton (que é a base
da Mecânica determinista Clássica). Ele põe em xeque as supostas verdades de sua época e
rompe com os paradigmas vigentes. Ao contrário da constante onde de especializações e o
reducionismo determinista, o caos integra os diversos campos do saber. Sua busca é pelo
Todo. Sua busca é pela volta do tempo em que os cientistas tinham de partir do zero em
suas teorias, ao invés de ficarem presos a supostas verdades e modelos pré-estabelecidos,
que não estavam atendendo as suas necessidades, que eram apenas a máscara de uma
ciência conformista.

Após Poincaré, esta ciência começou a ser desvendada na década de 60 pelo meteorologista
Edward Lorenz, que utilizou um computador, o Royal Mcbee, para simular as condições
atmosféricas do tempo. Com esta máquina, que era bem precária, Lorenz se deparou com
alguns vestígios que mostravam falhas no determinismo, coração da física até então.
Em torno de 1970 alguns cientistas dos Estados Unidos e da Europa começaram a pesquisar
a presença dos fatores irregulares nas diversas áreas.

Biólogos observaram a ascensão e queda da população das limântrias (espécie de mariposa)


; os economistas refizeram novas análises de cotações da bolsa; fisiologistas analisaram a
morte súbita e inexplicada. Estas explorações levaram os cientistas a terem uma nova visão
deste mundo aparentemente desorganizado, eles se depararam com uma estrutura
tremendamente organizada e complexa.

Apesar de que trabalhar algo inovador e romper com arquétipos era algo necessário, devido
às limitações e ao mecanicismo dos sistemas anteriores, nesse período os cientistas e alunos
ainda eram desestimulados a investirem nessas novas descobertas. Muitos centros de
pesquisa e os círculos tradicionais mostravam-se contra esta ciência. James Gleick expõe os
motivos deste comportamento “Idéias superficiais podem ser assimiladas; idéias que
exigem uma reorganização da imagem que se faz do mundo provam hostilidade”. Gleick 2

Freeman Dyson, do Instituto de estudos avançados, afirma que na década de 70 o caos veio
como um choque. Muitos acreditam que foi uma das maiores quebras de paradigmas que a
comunidade científica vivenciou. Mas, com a resistência dos ´loucos´ que se aventuravam
cada vez mais neste mundo misterioso, o mundo acadêmico viu-se dividido: enquanto
algumas publicações proibiam materiais sobre caos, outras eram especializadas no assunto;
enquanto algumas universidades mantinham resistência em falar no assunto, outras já
procuravam por especialistas da área.

Mas, foi na década de 80 os caoticistas ou caologistas, como eram chamados, já ocupavam


posições importantes nas universidades e o caos passou a ganhar mais importância. O
número de verbas aumentou significativamente, assim como as conferências e publicações.
Nos grandes centros privados e nos campos universitários, sobretudo nos Estados Unidos, o
caos se tornou disciplina básica, um objeto de pesquisa fundamental.

Para alguns, o caos representou a soltura da tendência reducionista e vazia que a ciência se
encontrava. Era uma carta de abolição para a busca de um novo conhecimento que não se
prendia à superficialidade determinista. “Para alguns físicos, o caos é antes de uma
ciência de processo do que de estado, de vir-a-ser do que de ser”. Gleick 3

Onde está presente e como se aplica à socidade?

Médicos descobrem uma ordem surpreendente na fatal desordem capaz de vencer o


coração humano, um tremor espasmódico que é a causa primeira de uma morte súbita e
inexplicável. Economistas estão desencavando velhas cotações de bolsas de valores para
tentar um novo tipo de análise. Percepções que começaram com Física e Matemática
puras remeteram diretamente ao mundo natural - as formas das nuvens, o comportamento
dos relâmpagos, o entrelaçamento microscópico dos vasos sanguíneos, a aglomeração
galáctica de estrelas. Super Interessante – 24ª Edição, Setembro de 1989.

Cientistas estão encontrando padrões universais no comportamento do tempo, no


comportamento dos carros congestionando vias expressas, no comportamento do petróleo
fluindo nos oleodutos subterrâneos. A nova ciência começou a modificar a maneira pela
qual executivos tomam decisões sobre seguros, a maneira pela qual astrônomos olham o
sistema solar, a maneira pela qual teóricos políticos falam das tensões que levam a
conflitos armados. Revista Super Interessante; ano 3 n.º 9

O caos esta presente em tudo, ele está ligado a toda existência em si. Podemos encontrá-lo
na turbulência dos ventos, nos anéis de fumaça dos cigarros, nos tubos subterrâneos que
originam o comportamento do petróleo, ele está presente nos ritmos do coração, nos
desenhos de flocos de neve, nas constelações, na arte etc. ele mudou a maneira de se fazer
política, a formas com que os cientistas olham o corpo humano, o ecossistema, o todo.

CAPÍTULO II

Pesquisadores principais e suas contribuições

Os cientistas que se aventuraram nas profundezas do caos tinham muito interesse pelo
desconhecido, complexo, os extremos das coisas.

Eles por vezes se intitulam crentes, ou conversos, ou evangelistas. Especulam sobre o


determinismo, o livre-arbítrio, sobre a evolução, sobre a natureza da inteligência
consciente.... Acreditam estar à procura do todo. Gleick, 4.

Edward Lorenz

Na década de 60 o Meteorologista do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, Edward


Lorenz, com o uso de um Royal McBee, um antigo computador, pode simular as mudanças
atmosféricas do tempo. Apesar das dificuldades técnicas, a máquina de Lorenz conseguiu
empolgar seus colegas do instituto, pois, com este computador, Lorenz observou que os
ciclos dos fenômenos não eram iguais. (a passagem de um vento predominantemente oeste
passar ora para o norte e ir para o sul e retornar para o norte)

No Royal McBee cada minuto equivalia a um dia e eram gerados e impressos uma
seqüência de números que demonstravam a mudança na temperatura, velocidade, direção e
pressão do vento, utilizando-se estas variáveis das leis de Newton, Lorenz tinha criado um
modelo de mundo que, em teoria, funcionaria de uma forma pré-determinada por toda
eternidade.

O mundo, antes da teoria do caos, baseava-se nas teorias newtonianas de que “dado um
conhecimento aproximado das condições iniciais de um sistema e um entendimento da lei
natural, pode-se calcular o comportamento aproximado desse sistema” ou seja, um
pequeno erro na posição do cometa Halley em 1910 não provocaria um grande erro na
previsão de sua chegada em 1986, trata-se de um erro mínimo; trabalhando em cima desta
teoria, Lorenz via seu sistema funcionando de maneira estável e com padrões reconhecidos,
porém, notou que as repetições nunca eram 100% iguais, havia uma desordem ordenada.

Para aprofundar mais nestes acontecimentos, Edward criou uma espécie de gráfico
primitivo onde o Royal imprimiria uma quantidade x de espaços em branco seguidos pela
letra a, ao invés de imprimir uma série de números. Ele utilizava uma variável
(provavelmente a direção da corrente) e, com isso, eram impressas séries de as que
mostravam a oscilação do vento (do oeste para o norte e para o sul) através do continente.
O fato dos ciclos nunca se repetirem de forma exatamente igual instigava ainda mais a
curiosidade Lorenz.

No inverno de 61, o meteorologista resolveu tomar um atalho, continuando suas


verificações a partir do ponto onde foram detectadas falhas. Ao voltar, cerca de uma hora
depois veio à tona um resultado completamente inesperado e que serviria para por à tona
todos os velhos arquétipos da física clássica.

A nova seqüência impressa deveria ser uma repetição praticamente exata da anterior, no
entanto, o que Edward viu foi uma mudança tão brusca no tempo que, em poucos meses,
não restaria mais nenhuma semelhança com o resultado inicial. Ele percebeu que a falha
estava nos números que havia digitado. Na memória de seu computador estavam
armazenadas seis casas decimais: 0,506127. Na impressão, ele havia utilizado apenas três:
0,506. Ele supôs que não faria muita diferença – um para mil - este arredondamento. Com
essa descoberta, Lorenz já colocava em cheque todo determinismo, onde, como já foi dito,
uma condição aproximada não tem grande importância no resultado final. Com isso,
percebeu-se que os pequenos erros geram resultados catastróficos.

Após observações e testes em seu McBee, Edward defendia cada vez mais a idéia de que as
pequenas modificações podiam gerar mudanças em grande escala. Ele acreditava que era
possível modificar o tempo, levando-o a ter um outro comportamento caso não sofresse
nenhuma interferência. Ele chamou essa capacidade de Efeito Borboleta, cujo nome técnico
é dependência sensível das condições iniciais. É interessante ver que essa idéia lembra as
idéias que já existiam no folclore

Por falta de um prego, perdeu-se a ferradura;


Por falta de uma ferradura, perdeu-se u cavalo;
Por falta de um cavalo, perdeu-se um cavaleiro;
Por falta de um cavaleiro, perdeu-se uma batalha;
Por falta de uma batalha, perdeu-se um reino!
Adaptado do original de James Baldwin

Além de acreditar ter encontrado uma fantástica ordem ´mascarada´ de aleatoriedade,


Lorenz viu o quanto o efeito borboleta não era meramente um acidente, mas um fator
necessário, para provocar o rico repertório do tempo real da terra, a sua bela
multiplicidade. Gleick, 5.

Ao longo da vida, alguns acontecimentos mais fortes podem fazer com que o rumo com que
as coisas andem mude de forma drástica, mas, no caos, tais acontecimentos são mais
constantes, estes picos estão por toda parte. Como dizia Heráclito, “Não é possível banhar-
se duas vezes nas mesmas águas”. Cada momento, cada ato é crucial para grandes
transformações, um momento nunca é igual ao outro. Nada mais permanente que a
mudança.

Roda d´água Lorenziana.

Empolgado com suas descobertas, Edward passou a dedicar-se mais à pesquisa desse tipo
de comportamento que à meteorologia em si. Utilizando-se de três equações simples
baseadas na convecção (ascensão do gás ou líquido quente) ele criou um famoso sistema
caótico chamado de Roda d´água Lorenziana. Ele fez este teste utilizando-se de três
equações com três variáveis.

No alto, a água cai constantemente em recipientes pendurados na estrutura da roda. Cada


recipiente vaza constantemente por um pequeno buraco. Se a corrente d´água for lenta, o
recipiente do alto nunca se enche com rapidez bastante para superar o atrito, mas se for
mais rápida, o peso começa a girar a roda. A rotação pode tornar-se contínua. Ou, se a
correnteza for tão rápida que os recipientes pesados oscilem durante todo o percurso para
baixo e comecem a subir do outro lado, a roda pode diminuir de velocidade, parar e
inverter sua rotação, girando primeiro num sentido e depois no outro. Gleick, 6.

Os resultados deste sistema não foram equivalentes à nenhuma das probabilidades


científicas. Pelo contrário, o mapa mostrou uma complexidade infinita. O resultado
impresso deste mapa nunca se repetida, porém, também não saia dos limites da página, era
uma espécie de complexidade infinita. Os traçados destes experimentos formavam uma
espécie de asa de borboleta (fig.1) onde, a forma assinalava a desordem pura, já que
nenhum ponto ou padrão de pontos jamais se repetiu. Não obstante, também assinalava
um novo tipo de ordem.

Neste atrator, a ligação entre as ´asas´ equivale a uma mudança na direção da roda d´água.

fig.1 - atrator de Lorenz

Esquema de Atrator de Lorenz (Clique )

O atrator de Lorenz é gerado por 3 equações diferenciais não-lineares acopladas:

dx/dt = sigma ( y - x )
dy/dt = ró x - y - xz
dz/dt = xy - beta z

Como esta equação tem termos não-lineares ( xy e xz ), não existe uma solução analítica e
usamos, por isso, uma simulação numérica para derivar a solução.

No écran vemos a representação do comportamento dinâmico do sistema no espaço de fase,


a 3 dimensões, a partir do ponto inicial indicado, e para ró=28, sigma= 10 e beta= 8/3.
Acontece que os trajetos a partir de quase todos os pontos iniciais possíveis acabam por
«cair» no mesmo conjunto. É por isso que a esse conjunto se chama um Atractor. Se clicar
seguidamente no écran onde diz AQUI, verá a evolução a partir de vários pontos diferentes.
No entanto, por causa dos seus termos não-lineares, uma pequena variação na localização
do ponto inicial afeta enormemente o trajeto obtido - uma característica do comportamento
matemático a que se chama «caos» - um comportamento imprevisível que resulta de um
sistema determinístico por causa de uma grande sensibilidade às condições iniciais. Num
sistema dinâmico, o caos surge quando dois pontos iniciais arbitrariamente perto um do
outro divergem exponencialmente, de tal modo que o seu comportamento futuro é
eventualmente imprevisível.

Se clicar no écran onde diz CAOS, verá simultaneamente duas trajetórias de evolução (uma
a azul e outra a amarelo) a partir de dois pontos que diferem um do outro em apenas
0,00001 na coordenada x ( à coordenada x do ponto inicial soma-se 0,00001 para obter o
segundo ponto). Inicialmente as duas trajetórias parecem coincidentes, mas, a partir de
certa altura, a divergência é óbvia! (No final, para voltar ao funcionamento normal, volte a
clicar em CAOS.)

É a este fenómeno que se chama «o efeito borboleta» :

O efeito borboleta

As equações de Lorenz foram introduzidas, em 1963, como um modelo simples do


movimento convectivo nas camadas superiores da atmosfera. Lorenz descobriu que, para
certos valores dos parâmetros ró, beta e sigma, o sistema nunca tende para um
comportamento previsível a longo prazo e que, por essa razão, não é possível também fazer
previsões do tempo meteorológico a longo prazo. Trata-se de um sistema caótico e a mais
ínfima variação nas condições iniciais pode produzir comportamentos a longo prazo muito
diferentes. Por isso se pode dizer, por exemplo, que o bater de asas de uma borboleta no
Porto pode acabar por influenciar o aparecimento de um tufão em Macau.

Um atrator estranho

O comportamento do modelo de Lorenz é representado traçando as suas variáveis no


espaço de fase - ou seja, para cada cálculo sucessivo de x, y, e z, traçamos o ponto
correspondente num espaço de eixos xyz. No canto direito, está representado o sistema
referencial usado ( o eixo dos x´s aparece a vermelho, o dos y´s a amarelo e o dos z´s a
branco).
Num sistema linear, obteríamos tipicamente trajetórias que convergiriam para ponto fixo
estável ou para um ciclo limite correspondendo a uma variação periódica.

Lorenz descobriu que, para certos valores dos parâmetros ró, beta e sigma, as trajetórias
deste sistema nunca acabam num ponto fixo nem num ciclo limite estável e, contudo, nunca
divergem para o infinito. Algo muito fora do que anteriormente se considerava usual. É por
isso que ao atrator gerado por estas equações se chama um atrator estranho.

Para valores menores de ró, o comportamento do sistema é estável e tende para um de dois
pontos fixos. Isto pode ser observado clicando no écran onde é indicado o valor de ró (o
programa vai desenhando o resultado obtido usando vários valores de ró determinados
aleatoriamente, entre 9 e 29).

O sistema tem também um outro ponto fixo na origem (x=0, y=0, z=0). De fato, o sistema
não se move a partir desse ponto. Mas basta que uma das coordenadas seja ligeiramente
diferente de 0 para que o sistema evolua para um dos outros pontos fixos. Ou seja, a origem
é aquilo a que se chama um repulsor.

Se o parâmetro ró é maior do que 24,74 , o comportamento do sistema muda radicalmente e


os pontos fixos perdem a sua estabilidade. Deixam de ser atratores para serem repulsores,
mas a trajetória nunca se pode afastar muito da zona mostrada no écran. A trajetória vai de
um lado para o outro sendo repelida pelos 3 pontos fixos de modo que acaba por se dobrar
sobre si mesma de um modo muito complexo e sem nunca se cortar a si mesma. É ao
conjunto de pontos em que a trajetória se encontra que se chama o atrator que neste caso
recebe o nome de atrator estranho.

Como é típico dos atratores caóticos, o atrator do Lorenz exibe «auto-semelhança» e é um


«objecto fractal». Embora muitas fractais não sejam caóticas (como o triângulo de
Serpinsky ou a curva de Koch) muitos fenómenos caóticos exibem estruturas fractais nos
seus atratores estranhos ou nas sucessivas bifurcações de transição para o caos - como na
equação logística.

O atrator de Rossler

Se clicar onde diz ROSS, verá um outro atrator estranho: o atrator de Rossler que é gerado
pelas seguintes 3 equações diferenciais não-lineares acopladas:

dx/dt = - y - z
dy/dt = x + 0.2 y
dz/dt = 0.2 + z ( x - c )

Para voltar ao atrator de Lorenz, volte a clicar em ROSS.

A regularidade no caos

O caos é um comportamento imprevisível que está na fronteira entre a ordem e a desordem


- porque exibe alguma regularidade.

Embora exista imprevisibilidade no tempo meteorológico, podendo existir dias quentes no


Inverno e dias frios no Verão, não deixa de existir certa regularidade na sequência das
estações do ano.

Quando, numa estação de comboios, é anunciado que um comboio que estava previsto
partir de uma linha afinal vai partir de outra, não podemos prever exatamente que
consequência esse anúncio vai ter no movimento dos passageiros na estação. Mas, ainda
assim, é previsível que haja um movimento global de passageiros de uma linha para a outra.

Do mesmo modo, embora um coração saudável se contraia a um ritmo caótico, o seu


batimento médio, considerado globalmente num período de um minuto, não deixa de exibir
certa regularidade.
Nota: É o fato das contrações cardíacas serem caóticas que assegura uma irrigação eficiente
do coração; e é a regularidade do funcionamento dos pacemakers que provoca, a longo
prazo, deficiências de irrigação interna. É também o funcionamento caótico que permite
que o ritmo cardíaco possa mudar com grande rapidez; e é quando o ritmo cardíaco de uma
pessoa idosa ou demasiada sedentária começa a tornar-se excessivamente regular que
surgem tonturas quando ela se põe em pé de repente porque a aceleração do ritmo cardíaco
é demasiado lenta.

Mitchell Feigenbaum

Uma das alavancas para a sua pesquisa em caos foi uma experiência que teve ao caminhar
em um parque;

Passou por algumas pessoas que faziam um piqueninque e, ao afastar-se, olhou para trás
com freqüência, ouvindo o som de suas vozes, obsevando os movinentos das mãos que
gesticulavam ou pegavam a comida. De repente, sentiu queo quadro tinha atravesado
algulm umbral de imcompreensibilidade. As fituras pareciam pequenas demais para serem
discerníveis. Os gestos pareciam conexos, arbitrários, aleatórios. Os facos sons que
chegavam até ele tinham perdido o sentido. Gleick, 8.

Ele procurou analisar este acontecimento sob a ótica da física e dos mecanismos de
percepção do cérebro. Após reflexões e estudos, ele acreditava que a ciência de sua época,
da década de 70, não havia, ainda, resolvido as questões sobre os problemas não-lineares.

A teoria do caos é definida como um campo moderno e avançado da física; ela se 'limita' às
análises de sistemas não-lineares cujo comportamento é imprevisivel e aleatório. Os
calculos utilizados na matemática do caos utilizam-se de pesquisas qualitativas para
investigar, através de modelos físicos e matemáticos, os fenômenos naturais que surgem no
universo. Esses fenômenos ditos não-aleatorios se mostram "previsiveis" dentro de uma
escala quantica. Essa talvez seja a maior descoberta do século passado, quando Mitchell
Feigenbaum descobriu, em 1975, uma transição de ordem para o Caos, e que não é outra
coisa do que uma constante previsível num mundo de Caos, conhecida como número de
Feigenbaum. Essa constante foi testada como uma constante universal e tem aplicação em
várias areas. Consequentemente a constante de Feigenbaum nos dá uma ideia de "ordem
oculta" nos sistemas caóticos. Como se existisse um referencial especial para eventos
aleatórios.
Constante de Feigenbaum

Observe atentamente a figura abaixo:

Existe uma similaridade quando fazemos aproximações no diagrama de bifurcação. Isto nos
sugere que a bifurcação de duplicação de período é infinita.

Em 1978, Mittchel Feigenbaum percebeu que as razões das distâncias entre dois pontos de
bifurcação se aproximavam de uma constante quando o número de pontos tendia para o
infinito.

ou seja.
= 4.6692016088920691 

Este número é chamado de Constante de Feigenbaum.

Benoit Mandelbrot

No mesmo ano, Mandelbrot, aplicou esta constante matemática, dando origem as imagens
designadas por fractais. Fractal é a palavra usada para descrever um objeto geométrico que
nunca perde a sua estrutura qualquer que seja a distância de visão. Deriva do adjetivo
fractus, que significa quebrar. Mandelbrot classificou desta forma os seus objetos de estudo
pois estes possuíam uma dimensão fraccionária, uma dimensão não inteira. As dimensões
fraccionárias tornaram-se uma forma de quantificar qualidades que, de outro modo,
permaneceriam sem dimensão precisa: o grau de irregularidade ou tortuosidade de um
objeto. Uma linha de costa sinuosa, por exemplo, impossibilita a sua medição em termos de
comprimento, mas possui um grau determinado de irregularidade. A palavra fractal acima
de tudo significa auto-semelhante. A auto-semelhança é a simetria através das escalas, ou
seja, um objecto possui auto-semelhança se apresenta sempre o mesmo aspecto a qualquer
escala em que seja observado. Se repararmos, todas as formas geométricas ortodoxas,
perdem a sua estrutura quando são ampliadas ou diminuídas.

Um círculo numa escala muito maior não é nada mais do que uma reta. Basta ter em mente
que à apenas 500 anos se pensava que a Terra era plana. Isto acontece porque à escala
humana não vemos mais do que uma linha reta no horizonte. No entanto a maior parte dos
objetos com que lidamos no nosso dia-a-dia não são retas, nem esferas, nem cones.
Olhando, por exemplo, para um tronco de uma árvore, verificamos que é extremamente
rugoso e irregular. Se observarmos um pequeno pedaço desse tronco ao microscópio
observamos novas rugosidades e irregularidades que antes não tínhamos observado. No
entanto esta imagem assemelha-se bastante à anterior. È esta irregularidade regular que
caracteriza um fractal. As imagens de fractais geradas por computador são o resultado de
iterações, operadas num sistema não linear, de forma recursiva e que possibilitam a quem
os observa, imagens de grande beleza e a compreensão desses mesmos sistemas.

Dimensão Fraccionária

Interpretação da dimensão através da auto-semelhança

1. Comece por notar que um segmento de reta é auto-semelhante. Podemos dividi-lo em


(por exemplo) 4=4^1 pedaços (segmentos) menores, todos eles com 1\4 do tamanho do
segmento original. Cada um deles, quando ‘multiplicado’ por 4 (fator de escala),
assemelha-se exatamente ao original.

2. O quadrado pode ser dividido em pequenos pedaços (quadrados), cada um dos quais
com os lados iguais a 1\4 do tamanho original. No entanto, necessitamos de 16=4^2 destes
novos quadrados para refazer o quadrado original.
3. O cubo pode ser dividido em 64 = 4^3 pequenos pedaços (cubos), cada um deles tendo
as arestas com 1\4 do tamanho das arestas do cubo inicial.

Nestes casos simples, o expoente indica-nos a dimensão:

4 = 4^1 pedaços

16 = 4^2 pedaços

64 = 4^3 pedaços

Portanto, N (o nº de pedaços que constituem a figura) é igual a S (o fator de escala) elevado


à potência D (dimensão).

N = S^D

Nos casos anteriores é fácil encontrar a dimensão, bastando para isso olhar para o expoente.
No entanto, nem sempre é assim tão fácil. Consideremos o Triângulo de Sierpinsky,
exemplo de um fractal. Vamos ver como é gerado:

Começamos com um triângulo

Desenham-se os segmentos que unem os pontos médios dos lados do triângulo e tira-se o
triângulo do centro.
Repare que no nosso novo triângulo aparecem 3 triângulos menores. Cada um dos lados
destes triângulos mede 1\2 do lado do triângulo original. Cada um destes triângulos
menores, quando ‘multiplicado’ por 2 (fator de escala), assemelha-se exatamente ao
triângulo original.

Tomamos esta nova figura e procedemos do mesmo modo.

Repetimos outra vez.

E outra vez...

Repetimos este processo um número infinito de vezes.

Calculemos agora a dimensão do Triângulo de Sierpinsky. Repare que o segundo triângulo


é composto por 3 pequenos triângulos exatamente iguais ao original (N=3). O comprimento
de cada um dos lados destes triângulos pode ser multiplicado por 2 para obter o triângulo
original (S=2). Qual é então a dimensão (D) do Triângulo de Sierpinsky?

ou
Não é um número inteiro!

Em geral.

O cálculo da dimensão fraccionária tornou-se uma ferramenta poderosa. Agora os


matemáticos são capazes de medir objetos que antes eram imensuráveis, tais como
montanhas, nuvens, árvores e flores. A dimensão fraccionária indica o grau de tortuosidade
de um objecto e a quantidade de espaço que ele ocupa entre dimensões Euclidianas.

CAPÍTULO III – Pesquisa iniciada por este grupo.

Objetivo

Nosso objetivo inicial, através de recursos da Universidade Católica de Goiás, partindo da


principio da universalidade de Feigenbaum, é determinar em como os raios cósmicos
afetam a atmosfera do planeta; tendo como foco principal as descargas elétricas ( raios ),
pretendemos estudar um modo de armazenar essa energia de forma que se torne mais um
modelo de energia alternativa e que possa ser usado de forma comercial.
Estudo caótico dos Raios Cósmicos e seus efeitos sobre a atmosfera

O que são os raios cósmicos?

A história das pesquisas sobre essa misteriosa radiação que vem das profundezas do espaço,
de muito além do Universo conhecido, é uma verdadeira epopéia na Física. Como o
replicante do filme, essas partículas atravessaram longínquas regiões do Universo, foram
testemunhas de fenômenos que estão muito além do que a mente humana pode imaginar.
Desvendar ao menos em parte os seus mistérios, saber de onde elas vêm, por onde
passaram pode nos levar a entender um pouco melhor de onde vem o Universo, como ele
está evoluindo e qual será seu destino final, pois essas partículas trazem dentro de si as
informações sobre os momentos por onde passaram em seu peregrinar sem fim, pelas
imensidões do espaço intergalático. Os físicos procuram evitar que essas informações se
percam no tempo...

Por três quartos de século, os pesquisadores de raios cósmicos, na tentativa de entender


essas fugazes e rapidíssimas partículas que chegam na Terra a todo momento, fizeram de
tudo: escalaram montanhas, mergulharam no fundo do mar, em profundas minas, em
longos túneis, subiram em balões de ar quente e percorreram os mais remotos cantos do
planeta. Suas explorações sem fim elucidaram vários mistérios, mas também revelaram a
existência de muitos outros.

Essa história começou no final do século XIX, quando os físicos estudavam as propriedades
elétricas do ar, chegando à conclusão de que o ar estava sendo continuamente ionizado
(isso é, carregando-se eletricamente). Sugeriram que o agente responsável por essas cargas
elétricas no ar deveria ser alguma radiatividade natural que vinha do chão, da terra. No
começo do século XX Goeckel subiu em um balão e observou que essa radiação de fato
diminuía (como era de se esperar se ela viesse do chão), mas muito pouco. Entre 1911-
1914, Hess e Kolhörster efetuaram vôos com balões a altitudes muito maiores e verificaram
que a radiação aumentava. Era a primeira suspeita de que havia algum tipo de radiação
proveniente do cosmos que bombardeava a Terra continuamente.

Foi assim, com o intrépido Viktor Hess, o austríaco que voava perigosamente dentro de
seus balões já no começo do século XX, que começou a interminável caçada a essas
partículas. Surgiram a seguir Millikan e Compton, viajando pelo mundo afora para medir a
intensidade da radiação em regiões remotas; Anderson, que descobriu a antimatéria usando
a radiação cósmica; Pierre Auger, o descobridor dos grandes chuveiros de partículas;
Cesare Lattes, Occhialini e Powel, descobrindo o méson pi; Fermi, propondo a teoria para
explicar os mecanismos de aceleração dessas partículas.

Energia

Resumidamente, os raios cósmicos são partículas rapidíssimas que provêm do espaço


exterior e bombardeiam constantemente a terra, de todos os lados. A cada segundo, cerca
de 200 dessas partículas com energias de alguns milhões de eletrons-volts (10 6eV)
atingem cada metro quadrado de nosso planeta. Existe um número enorme desses raios
cósmicos de baixa energia, mas os de maior energia são em número muito menor. Acima
de 1018eV, chega apenas uma partícula por semana em uma área de 1 quilomêtro quadrado.
Acima de 1020eV, esse número cai para uma partícula por quilômetro quadrado por século!
Quanto maior a energia deles, de mais longe eles vêm, mais espaço eles atravessaram e,
portanto, mais informações eles têm a dar aos cientistas. Para encontrar e medir essas
partículas, os físicos de raios cósmicos precisam esperar séculos ou então construir
gigantescos detectores.

A maior parte das partículas da radiação cósmica são núcleos de átomos ou eletrons. Dos
núcleos, a maioria são núcleos de hidrogênio (prótons), mas existem também alguns mais
pesados, chegando até aos núcleos de átomos de chumbo.

Os raios cósmicos viajam pelo espaço praticamente com a velocidade da luz, isso significa
que eles têm uma enorme energia. Alguns deles, de fato, são as partículas mais energéticas
jamais observadas na natureza. Os de maior energia são uma centena de milhões de vezes
mais energéticos do qualquer outra partícula jamais produzida nos maiores aceleradores de
partículas do mundo.

De onde eles vêm?

Ninguém sabe de onde vêm essas misteriosas partículas. A grande parte dos de menor
energia vem do sol e de nossa própria galáxia, a Via Láctea. Muitos provavelmente vêm de
explosões de estrelas, as Supernovas. Eles também adquirem energia de campos
magnéticos em movimento de galáxias longínquas, que eles encontram em seu caminhar
incansável pelo Universo.

O grande físico italiano Enrico Fermi foi o primeiro a dar uma explicação sobre como essas
partículas adquirem energia ao atravessarem o espaço. No acelerador de raios cósmicos de
Fermi, os prótons rebatem em nuvens magnéticas em movimento pelo espaço interestelar.
Apesar de tanto os raios cósmicos como as nuvens terem movimento ao acaso, de vez em
quando as direções podem ser tais que as partículas ganham energia, adquirindo ainda mais
velocidade na direção em que iam se movendo. Esse processo é bem entendido para
partículas de baixa energia aceleradas por campos magnéticos produzidos pelo Sol. Em
nossa galáxia, os pesquisadores acreditam que nuvens magnéticas muito intensas em
movimento e produzidas em explosões de supernovas são as responsáveis pela energia para
a aceleração.

Para que servem?

A radiação cósmica pode ser considerada um feixe de partículas de energia muita alta
(enorme velocidade) que é utilizado pelos físicos para duas finalidades: estudar o universo
das chamadas partículas elementares (o microcosmo) e para obter informações sobre o
Universo onde estamos (o macrocosmo).

No primeiro caso, esse feixe de partículas de velocidade muito alta é lançado sobre uma
outra partícula, quebrando-a e permitindo que os físicos, estudando os cacos que sobraram,
obtenham informações sobre a natureza das partículas.

No segundo caso, através da análise de onde vem esse feixe e de qual é a sua composição,
pode-se tentar extrair dele as informações que ele contém sobre o local onde ele foi
produzido, sobre os mecanismos físicos responsáveis por sua produção. Pode-se ainda
tentar decodificar as informações que ele traz sobre o espaço interestelar que ele atravessou,
sobre os fenômenos que ele viu durante sua longa trajetória.

A radiação cósmica é, portanto, uma poderosa ferramenta para se perscrutar o interior dos
constituintes últimos da matéria e a única sonda de que dispomos para tentar desvendar
alguns dos mistérios dos confins do Universo.

Estudos sobre raios cósmicos

Qualquer que seja o interesse dos físicos na utilização desse feixe de partículas, os
aparelhos normalmente utilizados para seu estudo podem estar instalados no espaço
(satélites, Estação Orbital Internacional, balões estratosféricos), na superfície da terra (em
altas montanhas ou ao nível do mar) e no subsolo (minas de ouro e prata, no fundo de
túneis e sob a superfície de oceanos e lagos profundos).

Em qualquer lugar que estejam os aparelhos, eles são basicamente de dois tipos: detectores
de tempo real, ou on-line, (isso é, a partícula da radiação cósmica é assinalada no instante
em que chega, através de instrumentação eletrônica apropriada) e o outro tipo é o detector
passivo, ou off-line. Neste tipo de detector, o feixe atravessa o aparelho e causa nele uma
interação qualquer (uma transformação qualquer), que nele fica registrada e é
posteriormente decodificada e analisada.

Física de raios cósmicos no Brasil

No Brasil, as pesquisas em raios cósmicos se confundem com o próprio início das


pesquisas em Física. Tudo começou com a implantação da Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras da USP, na qual desempenhou papel crucial o físico italiano de origem ucraniana
Gleb Wataghin. Com seu entusiasmo, seu dinamismo, sua competência e sua cordialidade,
ele logo aglutinou ao seu redor jovens interessados em física, destacando-se Marcelo Damy
de Souza Santos, Mario Schemberg, Paulus Aulus Pompéia e depois Oscar Sala, Cesare
Lattes. Na década de 40, juntou-se ao grupo o italiano Giuseppe Occhialini. Boa parte da
instrumentação utilizada nesses primeiros experimentos era construída pelo próprio grupo
de Wataghin.

Após o fim da II Guerra Mundial, Lattes foi trabalhar no grupo de Powell, onde já se
encontrava Occhialini, tendo dado importante contribuição na descoberta do méson pi.

Já na década de 50, Lattes coordenou a participação do grupo brasileiro em uma grande


colaboração internacional da época: o ICEF (International Cooperative Emulsion Flight),
que colocava emulsões fotográficas nos longos vôos intercontinentais de então. Nessas
emulsões ficavam registradas as passagens e as interações dos raios cósmicos, que eram
posteriormente analisadas. A evolução natural dessa colaboração surgiu no início da década
de 60, com a iniciativa de Lattes e Yukawa (Prêmio Nobel de Física pela teoria do méson
pi) de iniciar uma colaboração Brasil-Japão para detectar e estudar a radiação cósmica com
enormes câmaras de emulsões fotográficas instaladas no Monte Chacaltaya, na Bolívia, a
5220m de altura. Essas experiências (ICEF e Chacaltaya) visavam a estudar a constituição
da matéria utilizando como ferramenta o feixe de raios cósmicos. Várias gerações de físicos
brasileiros, hoje espalhados por todo o Brasil e exterior, se formaram nesses grupos.
No início da década de 80, teve início a colaboração LVD (Large Volume Detector),
grandemente impulsionada por Wataghin em Torino. Essa experiência opera um grande
detector, no meio de um túnel rodoviário na Itália central, para estudar neutrinos emitidos
em explosões de Supernova.

Vê-se que desde o início, as pesquisas em Física no Brasil tiveram um caráter bastante
internacional, em grande parte devido ao fato de elas se concentrarem em raios cósmicos.

Situação atual no mundo

Atualmente, há evidências de que acima de 1020 eV os raios cósmicos são prótons. Sendo
assim, a sua origem não está dentro de nossa galáxia, pois com essa energia, eles se
propagam em linha reta e as fontes dentro de nossa galáxia seriam rapidamente
identificadas. Entretanto, as direções de onde eles vêm têm uma distribuição isotrópica
(todas são igualmente prováveis), dentro dos erros estatísticos, mesmo acima de 10 20eV
onde apenas um punhado de eventos foi registrado.

Esse resultado é extremamente paradoxal, pois fontes de radiação a grandes distâncias


(acima de 30 Mpc, 1 parsec = 3,26 anos luz) devem ser excluídas. O ponto é que acima de
4x1019 eV os prótons e os núcleos mais pesados interagem com a radiação de fundo
primordial de 2.7 K (proveniente do Big-Bang, a grande explosão que deu origem ao
Universo) através de reações nucleares bem conhecidas, perdendo assim rapidamente a sua
energia. A existência de um evento com 3x1020 eV (o de maior energia visto até hoje)
indica que a origem deve estar a menos de 20 Mpc da Terra. Entretanto, as direções de
chegada deste evento e de outros com energias próximas não apontam para nenhum objeto
extremamente energético na nossa galáxia ou em outro lugar. A não existência de processos
eletromagnéticos que poderiam acelerar as partículas até essas energias levou até a se
especular que elas poderiam ter sido produzidas em colapsos de cordas cósmicas com
massa, que seriam restos topológicos do universo primitivo.

A Colaboração Pierre Auger

O físicos acreditam que os raios cósmicos de maior energia provêm de fontes de fora da
Via Láctea - mas de onde?

Deve haver alguma coisa lá fora, não sabemos o quê é e


nem onde está, que está disparando pelo universo afora
partículas incrivelmente energéticas. Será que elas vêm de
alguma superpotente explosão cósmica ainda
desconhecida? De algum enorme Buraco Negro sugando
estrelas para uma morte violenta? Do colapso de restos
Um dos 1600 tanques que formarão o
invisíveis da explosão que deu origem ao universo? Não Observatório Pierre Auger, instalado no deserto
sabemos a resposta, mas sabemos que resolvendo odo Pampa Amarela, próximo a Malargue,
Argentina.
mistério dos raios cósmicos de alta energia os físicos terão
dado mais um passo para o entendimento do Universo.

Para permitir um melhor estudo desses eventos, um grupo de físicos de 15 países organizou
a Colaboração Pierre Auger, assim chamada em homenagem ao descobridor dos chuveiros
atmosféricos. Essa colaboração apresentou uma proposta detalhada para a construção de um
observatório mundial de raios cósmicos, usando um gigantesco conjunto de detectores para
permitir o registro de um número maior de chuveiros atmosféricos com energias acima de
1019eV. A identificação das fontes desconhecidas dessas partículas contribuirá para um
melhor entendimento da origem e da evolução do universo.

O observatório Pierre Auger

Medir diretamente as partículas da radiação cósmica (os primários) exige o envio de


detectores a alturas acima da maior parte da atmosfera terrestre,
usando balões e satélites. Entretanto, podemos também detectar
os raios cósmicos indiretamente na superfície terrestre através
das partículas que eles produzem ao interagir com os núcleos
dos gases que compõem nossa atmosfera. Um chuveiro extenso
ocorre quando uma partícula muito rápida (isso é, com muita
energia) da radiação cósmica interage com uma molécula do ar
no alto da atmosfera, provocando uma violenta colisão.
Fragmentos dessa colisão são expelidos com altíssimas velocidades para todos os lados e
tornam a colidir com mais moléculas do ar, em uma cascata que continua até que a energia
da partícula original seja distribuída entre milhões de partículas que chovem sobre a terra
em uma área de até 16 km2. Neste processo, a atmosfera absorve grande parte da energia
dessas partículas e possibilita a sua detecção e medida.

Medindo este chuveiro atmosférico por dois processos diferentes, os cientistas do


Observatório Pierre Auger podem determinar a direção e a energia da partícula primária
que chegou na alta atmosfera. A primeira parte da detecção é feita com 1600 estações
detectoras que formam um gigantesco retículo cobrindo uma área de 3000 km 2. Essas
estações estão a 1,5 km uma da outra e cada uma tem o tamanho de uma garagem para um
carro médio. Cada uma delas é completamente autônoma, com sistemas individuais de
localização via satélite (GPS) e de geração de energia elétrica com painéis solares. Os
instrumentos nelas colocados medem o número de partículas que as atravessam. As
partículas produzidas por um primário de alta energia chegam em várias estações
praticamente no mesmo tempo (a diferença de tempo entre uma estação e outra depende da
inclinação com elas chegam à terra). Quando elas chegam à estação, um pequeno
computador dedicado conferirá via rádio com as outras estações vizinhas se ali também
chegaram partículas, para ver se fazem parte de um grande chuveiro. Caso afirmativo, a
informação sobre o chuveiro será transmitida via rádio para o centro de coleta de dados.
Nesse centro, os computadores combinarão as medidas realizadas pelas várias estações
sobre o número de partículas e seu tempo de chegada, para determinar a direção e a energia
da partícula primária que deu origem ao chuveiro. O detector medirá cerca de 50 raios
cósmicos por ano com energias acima de 1020eV, juntamente com um grande número de
eventos com energias menores.

Um segundo sistema de detecção utilizará uma fraca luz difusa produzida pelas colisões das
partículas com as moléculas do ar durante o desenvolvimento do chuveiro. Em noites
escuras e sem lua, em locais ermos e secos, sensibilíssimos e calibradíssimos sensores de
luz podem medir essa fluorescência (basicamente o mesmo processo físico que produz a luz
em uma lâmpada fluorescente). Assim, um conjunto enorme de coletores de luz apontados
para todas as direções do céu pode ser um autêntico detector de raios cósmicos, observando
os raios luminosos atravessando o céu. A quantidade total de luz depende do número de
partículas do chuveiro e, portanto, de sua energia. A forma e direção do raio de luz ajudam
a determinar a direção de onde veio o raio cósmico e também que tipo de partícula era ele.
Estudo das descargas elétricas.

No início do século XVIII, quando o estudo da Eletricidade se intensificou, muitos


cientistas, movidos pela curiosidade e pelo desejo de explicar os fatos mediante uma
experiência, se dispuseram a investigar os fenômenos elétricos. Aparentemente, em 1708, o
cientista William Wall foi o primeiro a observar que a faísca que saía de um pedaço de
âmbar eletrizado assemelhava-se à descarga de um relâmpago. Após isso, outras
importantes descobertas sobre eletrização dos corpos sugeriram que relâmpagos deveriam
ser manifestações elétricas na atmosfera. O americano Benjamin Franklin (1706-1790)
projetou uma experiência para provar essa suspeita. Em junho de 1752, ele realizou o
famoso experimento da pipa. Franklin planejou fixar uma vareta metálica no alto de uma
torre de Igreja em construção, mas como a obra demorava, resolveu esquecer esse jeito
empinando uma pipa com um objeto metálico preso no extremo da linha (alguns dizem que
esse objeto era uma chave), nas proximidades de nuvens de tempestade. A outra ponta da
linha ligava-se a uma garrafa de Leyden, dispositivo que armazenava eletricidade. Ele
queria provar ser possível descarregar a eletricidade das nuvens através de um condutor
pontudo, lenta e imperceptivelmente. Ele conseguiu realizar o experimento, provando assim
que nuvens carregadas produzem os relâmpagos. Naquela época, muitos pesquisadores
utilizavam tal método para armazenar eletricidade necessária às suas pesquisas, mas eram
verdadeiros "chama-raios". Não eram ligados à Terra mas a garrafas de Leyden e isso
causou muitos acidentes, alguns fatais. Esses dispositivos deram origem aos pára-raios que
se tornaram peça fundamental na proteção contra os relâmpagos, sendo foi aperfeiçoados
anos mais tarde. Hoje se sabe que os relâmpagos estão relacionados à eletricidade na
atmosfera. Eles iniciam com os raios, que nada mais são do que cargas elétricas em
movimento ordenado, ou seja, uma corrente elétrica na atmosfera produzindo dois efeitos: a
iluminação de uma região específica do espaço onde elas se movimentam, que é o
relâmpago propriamente dito e o brusco aquecimento do ar nessa região, causando uma
onda sonora denominada trovão. É muito comum aplicar-se os termos raios e relâmpagos
como sendo sinônimos, apesar de eles serem diferentes e o segundo ser conseqüência do
primeiro.

Os relâmpagos e o equilíbrio atmosférico

Acredita-se que os raios têm um largo efeito sobre nosso meio ambiente e provavelmente
estavam presentes durante o surgimento da vida na Terra. Podem mesmo ter colaborado na
geração das moléculas que deram origem a vida. Pesquisas indicam que o aminoácido,
substância que formou a crosta terrestre, tem origem nas descargas elétricas dos gases
existentes na atmosfera. Independentemente da ação do homem os raios provocam
incêndios, constituindo-se em agentes naturais para a manutenção do equilíbrio da
quantidade de árvores e plantas. São também responsáveis por mudanças nas características
da atmosfera ao redor das regiões onde ocorrem, quebrando moléculas de componentes do
ar e produzindo novos elementos. Portanto, modificam a concentração de importantes
elementos, como o gás ozônio, que se misturam com a chuva e se precipita como
fertilizante natural. Apesar de tudo o que se sabe, os estudos sobre eletricidade atmosférica
estão longe de se esgotarem. Ainda se investigam fenômenos de causas desconhecidas
relacionados aos raios.
Previsão de termino:

Levando em conta a complexidade da pesquisa não é possivel determinar uma data para o
termino deste trabalho. Mas partiremos do principio dos raios cósmicos e levando em
consideração a afirmação sobre a universalidade esperamos ter sucesso nestas pesquisas, o
objetivo é ousado, porém muitos engenheiros eletricistas acham que isso pode ser feito e
estaremos buscando isso. Nossa intenção ao colocar os textos sobre Raios cósmicos e
descargas elétricas na atmosfera é fazer com que o leitor possa saber do que se trata, são
conceitos básicos, mas necessarios.

Bibliografia

James Gleick – CAOS, A CRIAÇÃO DE UMA NOVA CIÊNCIA. Ed. XXXX, X edição.
Raios cósmicos - Armando Turtelli
Dimensão Fraccionária por:
Filipe José Oliveira Baltazar
Mário Pedro Rodrigues Estêvão
Historia das primeiras pesquisas sobre a eletricidade atmosférica – Chuck Doswell

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