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Os Pobres
Nem todos os pobres são frustrados. Geralmente, os que vivem estagnados em favelas,
sentem-se confortáveis em suas decadências, enquanto os que vivem recentemente na pobreza,
os “novos pobres” são os que apresentam frustrações com suas novas condições e que
respondem aos movimentos de massa.
Os miseráveis, que vivem em constante luta por casa, por comida, estão livres da
sensação de inutilidade, pois seus objetivos são imediatos e concretos, assim, tornam-se imunes
ao apêlo de um movimento em massa. A frustração pe maior quando se tem muito e deseja-se
mais do que quando não se tem nada e se quer um pouco, o homem tem uma tendência a ser
mais ousado para lutar por supérfulos do que pelo necessário.
Os escravos são pobres, porém, a convivência com as demais pessoas que se encontram
em posição semelhante, impendem a frustração individual. Os novos escravos e os escravos
libertos que instauram a pertubação, a liberdade de escolha coloca a culpa do fracasso sobre o
próprio indivíduo, e o fracasso leva à frustração.
Aqueles que lutam pela liberdade, são por muitas vezes aqueles que seriam menos
felizes em uma sociedade livre. Os frustrados, culpam as restrições por seus fracassos, quando
na verdade, anseiam o fim da “liberdade para todos” para enfim parar de ser posto à prova em
uma sociedade livre.
Os pobres construtivos são os que apesar do seu estado econômico, encontram a
motivação em suas habilidades produtivas e criativas, estes ao decaírem, ao se deparar com uma
exaustão de seu fluxo criador, acabam recaindo no campo dos patriotas ardentes ou dos demais
grupos de movimento.
Quanto menos uma pessoa se vê como um individuo isolado, único responsável por sua
posição na vida, menos provável ele enxergará sua pobreza como evidência de sua
inferioridade. Assim, para que uma pessoa que se encontre dentro de um grupo, família ou tripo
se incorpore em movimentos de massa, é necessário enfraquecer antes esse padrão coletivo, que
faz com que os integrantes se sintam parte dele. Por isso, um movimento de massa em ascensão
atrai e mantém seus seguidores não por sua doutrina, mas essencialmente pela promessa de
refúgio que oferece contra a insignificância de uma existência individual.
Os Desajustados
Os desajustados temporários são os que ainda não encontrou o seu lugar, mas ainda
espera encontrá-lo, são inquietos, insatisfeitos e perseguidos pelo medo de desperdiçarem seus
melhores anos antes de alcançarem seus objetivos. Por falta de talento ou por outros motivos,
não conseguem realizar aquilo que realmente desejam e sucesso em outros campos não são
suficientes para satisfazê-los.
Os desajustados permanentes são os mais frustrados, são os que possuem uma vocação
irrealista do trabalho criador, tentam pintar, escrever, compor,... e falham decisivamente, e os
que após experimentarem a elação da criatividade percebem que nunca mais produzirão nada
que valha a pena, assim, podem se transformar nos mais violentos extremistas.
Os exageradamente egoístas
Quanto mais egoísta, mais pungente poderá ser seus desapontamentos. Os fanáticos
mais ferozes são por muitas vezes pessoas egoístas que foram forçadas a perder a fé em seus
próprios egos.
O grande número de oportunidades pode ser tão frustrante quando a ausência delas, pois
o indivíduo acredita que o que faz no presente é insignificante diante do que ainda está por
fazer. Assim, os frustrados pelo excesso de oportunidades podem ser absorvidos pelo
patriotismo, a solidariedade racial e até mesmo pela pregação da revolução.
As minorias
A minoria que tende para a assimilação tende a ficar só, enfrentando o preconceito e a
discriminação e é sobrecarregado por um senso de culpa por ser um renegado. Um homem que
fracassa se considera um intruso e quando já advindo da minoria, esse sentimento é
intensificado. Já os provenientes da minoria que alcançam o sucesso, acham dificil ter entrado
nos círculos exclusivos da maioria e assim eles próprios se veem como estranhos.
Os entendiados
Quando as pessoas se sentem entediadas, é com seus próprios egos que estão
aborrecidas já que a consciência de uma existência árida, sem significado, é a principal fonte de
tédio. O homem só se livra do tédio quando está dedicado ao trabalho criador ou a alguma
ocupação absorvente, ou totalmente imerso na luta pela existência.
Os pecadores