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Capítulo 27

O papel dos reforçadores sociais na


manutenção de crenças sobre
características entre homens e
mulheres: um estudo a partir do
software belief
Luciano de Sousa Cu nha'
Filipe M o re ira V asconcelos
Lui/a Cjeaquinto M ach ad o
Paola Porto C â m a ra de Freitas
Paula N u n e s Lima
Priscila de A s s is N o g u e ira
Renan C/rilo de A lm e id a
Rosalína Barros Ç orn cs,
Sarah M u z i C ardo so
W agner Petri Travesani“
U W

Elizeu Batista B o rloti” '


UFES

Introdução
Analistas do comportamento têm investido cada vez mais em estudos que
englobam assuntos das ciências sociais, descrevendo o processo psicossocial e tam­
bém gerando alternativas para seu controle e, conseqüentemente, para a sua mudança
(Sundberg & Partington, 1983; Oah, 1989; De Rose, 1994; Verplanck, 1955). Como
ocorre nos estudos das ciências sociais, a maior parte dos estudos dos analistas de
comportamento utilizam amplamente o relato verbal como fonte de dados, em entrevis­
tas pós­experimentais ou de outro tipo, em levantamentos e avaliações padronizadas,

' Mestre em Psicologia pelo Programa de Pós Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo, Professor do Curso de
Graduação cm Psiralogia do Centro Universitário Vila Velha Coordenador do Grupo de Estudos em Análise do Comportamento e Práticas
Culturais E-ryiaii para correspondência: ludano.ajiiiia@ o' coíH.tjr
Discentes do Curso de Graduação em Psicologia do Centro Universitário Vila Velha ( U W ) e membros do Grupo de Estudos em Anãiise do
Comportamento e Práticas Culturais
ProfcssorColabm adordoGrupoíteEsttKtoseni Análise do Comportamento e Práticas Culturais
Doutorem Psicologia oela P U C -SP Especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva pela USP e em Terapia Com portamentaídc G aipos
peia PU C -S P Professor Pesquisador da Universidade Federal óo Espirito Santo e do Programa d e Pás-Graduação em Psicologia da mesma
Universidade. E-moil: boroti@hotmail.oom

Sobre Comportamenlo c Cognição 327


dentre outros, isto confirma aquilo que constatou De Rose (1995/2001)1: a Psicologia (e
também as Ciências Sociais), está freqüentemente interessada no comportamento
verbal per se e também pelo comportamento verbal como um relato de comportamen­
tos. eventos ou estados, aos quais não se tem acesso fácil ou diroto. Assim ; por exem­
plo, “ideologias" são analisadas em relatos verbais sobre atitudes diante de proprieda­
des do ambiente social ou político (Borloti, 2004).
Skinner (1989/2003) defende a importância da análise funcional do comporta­
mento operante “relatar”, enfatizando que os analistas do comportamento indaguem as
pessoas sobre o que estão sentindo ou pensando. Ao se estudar o que as pessoas
pensam ou sentem, certas perguntas feitas a elas próprias ou a pessoas de seu con­
vívio são formas eficazes de acessar processos psicossociais. Outras formas incluem
a análise de produtos do comportamento verbal (por exemplo, depoimentos em revis­
tas), mas, em qualquer forma, falar de uma investigação direta do processo psicossocial
é problemático. É por isso que, quase sempre, o processo psicossocial (ideologia,
crença, representação social, identidade social) tem sido inferido do comportamento
verbal ou do seu produto.
Skinner (1957) discutiu essa questão, concluindo que a observação do com­
portamento verbal permite a inferência das histórias {fiiogenética, ontogenética e cultu­
ral) que o determinam, ou seja, as relações funcionais entre essas histórias e o com­
portamento. Esta tese desencadeou uma série de pesquisas relativas ao comporta­
mento verbal, uma parte tendo como objetivo demonstrar que este era susceptível de
alterações em função de suas conseqüências (Matos & Tomanari, 2002; De Rose,
1994). Em algumas dessas pesquisas (por exemplo, os estudos dc Krasner, 1958;
Tomanari, Matos, Pavão & Benassi, 1999) pedia­se ao sujeito experimental que falasse
alguma coisa. Se sua fala se encaixasse dentro de um critério pré­estabelecido pelo
experimentador, era seguida por uma conseqüência específica; se excluída do critério,
não era conseqüenciada. Geralmente, essa conseqüência diferencial consistia em
alguma forma de interação social sinalizadora de aprovação, tais como um sorriso, um
“muito bem", ou outro comportamento. Os resultados dessas pesquisas mostravam
que conseqüenciando determinada resposta, a freqüência com que ela se repetia au­
mentava, sugerindo que a conseqüência funcionou como reforçador, independente de o
sujeito estar “consciente” ou não do fato de que aquilo que falava estava sendo reforça­
do com aprovação.
Apesar da quantidade de estudos empíricos {Sundberg & Partington, 1983;
Oah, 1989; De Rose. 1994; Verplanck, 1955) McPherson, Bonem, Green & Orborne
(19B4) consideram que ainda existem poucos estudos sobre esses temas, essa “tim i­
dez" é possivelmente metodológica, dada a dificuldade de se isolarem os fatores envol­
vidos em episódios verbais em condições experimentalmente controladas.
Vencendo um pouco essa “timidez” , o presente estudo se insere na mesma
linha dos estudos citados por Matos & Tomanari (2002), e se faz relevante, à medida que
nos permite identificar algumas variáveis que possam estar determinando a manuten­
ção do aspecto '‘crença" do comportamento verbal. Desta maneira, o objetivo foi verificar
experimentalmente a função do reforçador (conseqüência) social na manutenção de
crenças sobre características fem ininas e masculinas. A verificação da eficácia do
software Belief 1.0 (Cunha & Borloti, 2005) em estudos experimentais acerca de proces­
sos psicossociais envolvendo o aspecto "crença" do comportamento verbal constitui o
objetivo específico do presente estudo.
O que se percebe, é que isolar variáveis para esses estudos pode se configurar
como uma opção viável, pois outra afirmação, freqüentemente utilizada, é de que os

' Todas as vezes que um a referência possuir duas calas, 8 primeira se refere ào b ra o rtg ln aleaseg u rd a se refere à obra consultada.

328 Lüciano de S. Cunha, Fdip* M . Vasconceios, Liriza Q. Machado. Taola P C de Frtitis, Paula N . Lima, Pri^íJd df A . Nogueira. Renan Ç.
d* Almeida, R o tin a B. Çorces, Sarah M . Cardoso, Wagner P. Travesarú tíceu fcatisto B w b fí“
analistas do comportamento não são classificados como pesquisadores em P s ic n lo
gia Social. Na verdade, é dito que a análise do comportamento tem negligenciado <>s
fenômenos sociais (Guerin, 1992). Isso se deriva de uma crítica freqüente, segundo a
qua! a Análise Experimental do Comportamento (AEG) explicaria apenas fe n ó m e n o s
simples, não abarcando a complexidade inerente aos fenómenos sociais.
O que se sabe é que a AEC investiga as relações organismo­ambiente, incluin­
do não somente os comportamentos individuais aprendidos por moio dc exposição
direta às contingências, instruções verbais ou modelação, mas também os com porta­
mentos emitidos pelos indivíduos em grupo (Guerin, 1992). A única diferença entre
essas contingências individuais e sociais seria, portanto, de cumplexidnde, tendo em
vista que as interações sociais são broves, são diferentes quando se relaciona com
diferentes indivíduos, a presença de novos indivíduos podom modificá­las, várias con­
tingências são disponibilizadas simultaneamente, ou seja, amplia se o nível de análise
das variáveis que afetam o comportamento.
Outro exemplo de que a Análise do Comportamento têm estudado essas rela­
ções de contingências complexas, deriva da introdução do conceito de metacontingôncias,
proposto por Glenn (1988), que descrevem relações funcionais no nível cultuial. E ssa s
relações envolvem práticas culturais e seus produtos. As próprias práticas culturais sào
compostas de contingências comportamentais entrelaçadas (fala­se em contingências
comportamentais entrelaçadas quando o comportamento de um indivíduo tem duplo
papel: o papel de ação e o papel de ambiente comportamental para a ação dos outros).
Desta forma, o ecossistema comportamental de cada humano individual passa a ser
integrado em um sistema maior, algumas vezes chamado de “sistema social", que é
composto de contingências comportamentais entrelaçadas, ou contingências sociais.
Isso exige que se enfatize uma sensibilidade aos outros membros da espécie,

Comportamento verbal e crença


Um comportamento operante é controlado pelos estímulos antecedentes e
mantido pelas suas conseqüências. Uma vez que o comportamento verbal é um operante,
ele também é adquirido e mantido deste modo (Skinner, 1957) e o mesmo pode ser
afirmado para todos os aspectos que o compõem: ironia, ênfase, ideologia, crença e
assim por diante. Todos estes aspectos produzem um primeiro efeito sobre um outro
comportamento, seja do próprio falante ou de um ouvinte. Algumas das conseqüências
sobre o ouvinte ajudam a entender como um determinado aspecto do comportamento
verbal se modela e se mantém, caracterizando o uso da linguagem em uma dada
comunidade verbal (ou, como diriam os cientistas sociais, um grupo social).
Para começar, a linguagem tem um efeito emocional relacionado à maneira
como ela foi edificada numa dada comunidade. As condições associadas à emoção se
relacionam com o reforço e com as contingências de privação e de controle aversivo e
podem ser inferidas da ‘‘força" ou da ‘‘maneira" de emissão do comportamento verbal.
Assim, inferimos “seriedade”, “desibinição”, “calma”, “irritação’' e outros estados emoci­
onais do falante pela topografia do falar, baseados em uma história de reforçamento
prévia por uma comunidade verbal. As exclamações e interjeições são elementos im­
portantes na análise de emoções e sua função pode ser analisada, também, a partir
das variáveis do contexto.
A análise da emoção que acompanha o comportamento verbal indica a impor­
tância que o faiante atribui à conseqüência de afetar o ouvinte. O grau de importância
deste efeito se relaciona diretamente ao controle de estímulo do comportamento verbal
e, por isso, o contexto do episódio verbal é o subsídio fundamental para essa análise.

Sobre Comportamento e Cognição 329


As descrições de estados emocionais ou a ênfase em condições descritas ajudam na
anáüse da função que o contexto tem no controle do comportamento ao longo do episó­
dio verba!: 1Eu discordo do que você disse. Aliás, eu discordo totalmente e fico triste de
saber que você pensa assim".
O comportamento do ouvinte depende, obviamente, da sua história de vida e
das condições desta história que o condicionaram enquanto ta!: pessoas que lhe são
interessantes ou não, pessoas com voz monótona ou energética, pessoas que falam o
que ele quer ou não quer ouvir, ou desafiam aquilo que ele fala. Nesta história única,
ouvir algumas pessoas foi mais reforçador que ouvir outras, e as primeiras tem maior
probabilidade de serem fontes de inspiração verbal, não só do que elas falam, mas do
como falam, e o comportamento verbal passa a gerar auto­reforço automático pelo uso
de palavras emprestadas dessas fontes admiradas.
Essas interações remetem a analise das combinações de variáveis que con­
duzem a noção de ’'crença" no que é dito. De acordo com Skinner (1957), se o ouvinte for
bem sucedido ao responder ao comportamento verbal do falante (ou já foi reforçado ao
responder comportamentos semelhantes) sua crença será forte; se o falante indica
claramente as propriedades que controlam seus tatos, "aceitamos as palavras dele";
caso contrário o cenário esta montado para um embate verbal de negociações diver­
gentes. Na tentativa de convencer o ouvinte, o falante pode adequar as características
formais do comportamento verbal ao ‘ sentido” que está querendo comunicar (por exemplo,
alterando o timbre para intensificar "perigo” no relato de uma situação). Ou seja, a ação
efetiva do falante dependerá de sua habilidade em convencer o ouvinte de que realmen­
te está tateando a realidade. Fica claro, então, que a crença dependerá do crivo das
práticas verbais das pessoas, e assim, "A freqüência relativa com a qual o ouvinte se
engaja numa ação eficiente ao responder ao comportamento na forma de tato depende­
rá da extensão e da precisão do controle do estimulo do comportamento do falante"
(p. 115). Variáveis adicionais da ocasião são consideradas pelo ouvinte na crença ao
que é dito pelo falante e, por este, no fortalecimento de seu poder de persuasão. Porém,
o reforço generalizado2 do tato pode desvinculá­lo da condição momentânea e, assim,
um intraverbaí pode ser reforçado como se fosse um tato. O falante acredita que "vale a
pena fa la f’ e o ouvinte "que vaie a pena ouvir” e poucas formas variadas de falar sobre
um assunto podem ocorrer. Portanto, é possível entender as variáveis que explicam o
"exagero" e a aceitação ou a punição do “exagero" na abordagem de um assunto: pela
análise da importância prática do que é dito e da sua função na manutenção do episó­
dio verbal.
Em síntese, ao falar o que acredita, o falante instrui o ouvinte a se comportar de
uma dada forma. Portanto, nos termos da Análise do Comportamento, uma crença pode
ser interpretada como uma regra para ação, ou seja, quando dizemos que uma pessoa
crê ou acredita em algo, estamos dizendo que efa provavelmente sabe indicar quais as
possíveis conseqüências para determinados comportamentos e em que situações
essas conseqüências têm maior probabilidade de ocorrência. De acordo com Guerin
(1994) o aspecto verbal de uma crença pode ser definido como uma certa combinação
de operantes verbais. O falante tateia situações e conseqüências comportamentais
nessas situações e instrui o ouvinte (que pode ser ele mesmo) a se comportar em uma
certa direção nessas situações, compelindo à crença a função operante do mando
indicar o reforçador específico do acreditar na crença.

3 “O reforço generalizado é a chavc do sucesso das discursos práücos e denlífioos £ * oolooa o comportamento do falante mais estreilamenlc
sebo controle do meto ambiente e permite que o oiM nte reajas esse oomportamerto com rnaissuoessoemlugarde um conta lo direlo com o .-nejo'.
(SWnnof, 1957.182}

Lucidno de Ç. Cunha. Filipe M . Vasconcclos, Luiza Q . M a:hadcf Paola P. C. dc frcíUs, Pauta N . Lima, Priscila dc A . Noç.ueln. Renati Q
330 He Aimelda, Rosaiína L/c^ev M , t jaíosü, Wagner P. T.^vrw ni Fatistd BíXioff
É desta forma que a crença poderá indicar uma pré­disposição para um deter­
minado comportamento, ou seja, uma pessoa saberia discriminar em que situações
ela deve se comportar e como ela deve se comportar para ter acesso a determinadas
conseqüências reforçadoras (isto pode ser explícito como em “Se estiver grávida, não
aborte ou vai se arrepender pelo resto da vida” ou implícito como em “ Eu sou contra o
aborto”}.
Segundo a Análise do Comportamento, não basta descrever como uma crença
foi adquirida; é preciso explicar (e demonstrar) o que a mantém. Estes dois objetivos
permitem uma descrição das variáveis que explicam a crença, evitando assim o argu­
mento de que a crença ou o comportamento de acreditar em algo soja causa de um
outro comportamento, como ocorre como outros processos como ideologias ou repre­
sentações. Do ponto de vista comportamental, uma pessoa vai à igreja não porque
acredita em Deus, mas porque determinadas conseqüências ­ nesse caso específico,
reforçadores sociais ­ aumentam a probabilidade de ocorrência desse comportamen­
to. A crença pode atuar como regra no governo de outros comportamentos, entretanto, a
formação e manutenção tanto da crença quanto do comportamento social por ela gover­
nado tiveram origem nas contingências sociais. Este estudo simplifica algumas des­
sas contingências em episódios verbais simulados por um software.

Método
Participaram deste estudo 80 estudantes de ensino médio da Grande Vitória,
com idade variando entre 15 e 17 anos, de ambos os sexos (40 meninos e 40 meninas).
Os responsáveis pelos participantes eram solicitados a ler e assinar um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e podendo desistir ou cancelar a sua autorização a
qualquer momento sem nenhum tipo de ônus.
O procedimento foi executado num ambiente livre de interferências externas,
equipado com um computador contendo o software Belief 1.0 (Cunha & Borloti, 2005).
Além do computador, era disponibilizado para os participantes um cartão com instrução
e dois questionários (para serem respondidos antes e depois do experimento).
O software apresenta em sua janela principal links para configuração do deli­
neamento experimental, onde podem ser configurados todos os estímulos a serem
apresentados, os procedimentos, as informações sobre todos os participantes.
Utilizou­se um delineamento ABA. Num primeiro momento, foi feita uma medi­
da de linha de base, na qual o participante deveria responder um questionário contendo
questões referentes à características femininas e masculinas, tendo duas (2) opções
de respostas; feminino ou masculino. Uma vez que o procedimento foi delineado para
reforçar, de forma invertida, características atribuídas pelo participante ao sexo oposto,
foram selecionados os primeiros quarenta (80) participantes que responderam de for­
ma esperada às questões do questionário, para que não houvesse necessidade de
mudanças na configuração do procedimento.
Após responderem o questionário, os participantes eram encaminhados até o
computador e recebiam a instrução para o procedimento: “Foi realizada na Universida­
de de Federal Brasileira3 uma pesquisa a respeito de características atribuídas ao sexo
feminino e ao masculino. Tal pesquisa revela que algumas das características relaciona­
das a determinado sexo podem na realidade estar ligadas ao outro. Sabemos que em
nossa cultura muitas crenças a respeito dos papéis de homens e mulheres são reforça­
das, a fim de atribuir a cada um determinadas funções. Desse modo esta pesquisa vem
contrariar algumas concepções errôneas acerca de tal assunto e desmentir mitos refor­

Sobre Comportamento c Cognição 331


çados socialmente. Este estudo tem por objetivo verificar quais das concepções que você
tem acerca das características femininas e masculinas são verdadeiras. Para isso, você
irá passar por um treinamento em um programa de computador em que iremos ensiná­
fo a identificar os mitos e as verdades a respeito das características femininas e mascu­
linas. O programa irá apresentar cada pergunta do questionário na parte superior centra]
da tela e duas (2) opções de resposta na parte inferior da tela. Ao clicar em uma das
opções de resposta o programa irá lhe informar se você acertou ou não. Para cada
resposta correta durante o treinamento, vocé irá receber um ponto, que será contabilizado
no canto superior direito da tela do programa. O participante com maior número de pontos
irá receber 20 reais corno bonificação. Tente acertar o maior número possível de ques­
tões. Se tiver dúvidas, pergunte ao responsável pelo treinamento, que estará ao seu lado.
Clique em iniciar para começar seu treinamento”.
A partir daí dava­se início a segunda fase do procedimento ­ fase de reforçamento
­n a quai quatro (4) das dez (10) “crenças” utilizadas na Medida da Linha de Base foram
se le cio n a s para serem re fo rça d a s e rro n e a m e n te , ou seja, nessas qu e stõ e s
selecionadas, era reforçado o comportamento de responder o contrário do respondido
durante a fase de linha de base. As características foram : vaidade (fem inina),
agressividade (m asculina), se n sib ilid ad e (fem inina), racio n alid ad e (m asculina),
competitividade (masculina), falar muito (feminina), força física (masculina), generosi­
dade (feminina), praticidade (masculina) e afetividade (feminina), sendo as quatro pri­
meiras as que foram reforçadas erroneamente. A escolha dessas opções foi aleatória.
Cada uma das questões do questionário eram apresentadas 5 vezes e de maneira
aleatória para o participante.
A variável independente, aquela manipulada foi a aprovação social, um reforçador
natural que foi somado ao poder reforçador arbitrário de uma quantia em dinheiro, pois
em outras pesquisas (Critchfield, Paletz, MacAleese & Newland, 2003) foi verificado que
o dinheiro era um reforçador efetivo devido ao seu valorgeneralizado tomar mais efetivos
os efeitos de outras contingências. Desta forma, aprovação social e dinheiro foram
conseqüenciados à variável dependente "responder de modo errôneo as mesmas per­
guntas do questionário da linha de base” , que poderia, genericamente, de acordo com
a definição de Guerin (1994), ser a "crença em relação a características de homens e
mulheres".

Figura 1 ­ Descrição esquemática do procedimento adotado

í Mornefictfcio.

L u c ú ik ) do Cunha, Filipe M . Vdtconceto^ Lui^a Q. Machado, Paola P. C. de Freitas, PauLi N . Uma, PrisdU de A . NéçtLdra, Jknan Q.
d* Alm ada. Ro&aima B. Qornfs, Sarah M . Cardoso, Wagner P. Trâvcuru EJizeu Batisto BorJoti“
O software emite um relatório com todas as respostas dos participantes, o <|ue
permite a elaboração de um histograma em que podemos identificar quantas v f^ c s olc
acertou cada questão ou quantas vezes ele afirmou uma determinada crença ou por
quantos reforça mentos ela se manteve ou foi modificada.
Após concluir a fase de reforçamento, os participantes eram solicitados a res
ponder a seguinte questão: “Agora que você passou pelo treinamento no software
responda as questões abaixo de acordo com os conhecimentos adquiridos sobre
características masculinas e femininas". Nessa fase eram apresentadas novamente
as dez (10) questões iniciais, para que pudessem ser comparadas as respostas da
fase Unha de Base e as respostas após a Fase de Reforçamento. Após o procedimen­
to, cada participante recebeu explicações sobre a pesquisa e foi esclarecido quais
eram as respostas corretas e quais as erradas.

Resultados:
A seguir, serão apresentadas as freqüências das respostas dos participantes
para as questões reforçadas erroneamente.

Frequência Relativa

■ Respostas para O pção Hom em El Respostas para O pção M u lhe r

Freq uênc ia R elativa da s Respostas para o item V aid ade - Gráfico 1

Ao preencherem ao questionário de linha de base, todos participantes (N=80)


responderam que a característica vaidade era predominantemente relacionada ao sexo
feminino. Durante a primeira pergunta da fase de reforçamento 20% dos participantes
do sexo masculino (N=8) mudaram de opinião, enquanto não se observou essa m u­
dança em nenhuma das participantes do sexo feminino. Já na segunda pergunta da
fase de reforçamento, 70% dos participantes do sexo masculino (N=28) assinalaram
que vaidade è uma característica masculina, enquanto 50% das participantes do sexo
feminino (N= 20) passaram a compartilhar da mesma opinião. Na terceira pergunta da

Sobre Comportamento e Cognição 3 3 3


fase de reforçamento 90% dos participantes do sexo masculino (N=36) e 20% dos
participantes do sexo feminino (N=8) afirmaram que esta era uma característica femini­
na. Durante a quarta pergunta da fase de reforçamento, 85% do total de participantes
(N=68) assinalaram que vaidade era urna característica masculina. Na última fase de
reforçamento, 90% dos participantes do sexo masculino (N=36) indicaram ser a vaida­
de uma característica masculina, enquanto as respostas das participantes do sexo
fem inino permaneceram com freqüência de 85% (N=34) o mesmo. Finalmente, no
questionário pós­experimental, observou­se que 75% dos participantes do sexo mas­
culino (N=30) e 80% dos participantes do sexo oposto (N=32), afirmaram que vaidade é
uma característica masculina.
Em relação à característica Vaidade, pode­se inferir que a idade dos participan­
tes pode ter contribuído para tamanha variação. Os participantes eram adolescentes,
fase na qual a preocupação com a estética é muito grande tanto em meninas como em
meninos. Dessa maneira, tais adolescentes podem ter levado em conta o fato de que
muitos meninos dessa idade cuidam de sua aparência, o que pode ser relacionado a
afirmação de Levisky et al. (1997) e Taquette (1997), que citam que durante a adolescên­
cia, o indivíduo se apresenta mais instável e vulnerável às influências externas, se
constituindo num momento oportuno para incorporação de valores. Isso se confirma ao
se levar em conta o momento atual. Atualmente a preocupação com o corpo, com a
aparência, está presente em ambos os sexos, o que pode ser ilustrado pelo surgimento
de cosméticos masculinos e com o aumento dos cuidados dos homens com o corpo,
essa visão sobre a vaidade possa ter sido tão efetivamente mudada não apenas pelos
reforçadores emitidos pelo software, mas também pelo contexto cultural.

Frequência Relativa

| M R esp os tas p a ra O p çã o H o m s m B R esp o sta s p a ra O p çS o M u lh e r |

F r e q u ê n c ia R e lativ a d as R e sp o stas p a ra o ite m A g re ss ivid a d e - G rá fic o 2

Para o item agressividade, 100% dos participantes de ambos os sexos (N=80)


responderam no questionário de linhgÉIe base que este estava relacionado com o sexo
masculino. Na primeira pergunta­âépalíe de reforçamento 5% dos participantes do sexo
masculino (N=2) mudaram de opiníetò. Já na segunda pergunta da fase de reforçamento
observa­se um# mudança, em que 55% dos participantes masculinos (N=22) e 40% dos
pa rticipantes'do sexo oposto (N=16) responderam como fem inina a característica
agressividade. Na terceira fase de reforçamento, 45% dos participantes do sexo mascu­

334 LuctâftodeS. Cunha, Fttp* M . Vasconcelos, Luíza Q. Machádo, Paola P. C. d* Frrifds, Píuta N. Umd. friscild de A . Nogueird R^rtan Q<
dc Abneidd, Reclina B. Qomes, Sorâh M . P Trrivfsarti, E!iz?u Batiste Borlotí**
iino (N = 18) e 30% dos participantes do sexo feminino (N = 12) assinalaram como femininn
a mesma característica. Na quarta pergunta da fase de reforçamento 70% (N -28) o 50%
(N=20) dos participantes do sexo masculino e feminino. respectivamente, compartilha
ram da opinião de que o item em questão se reteria a uma característica comum ao
feminino. Na última pergunta da fase de reforçamento. 65% dos participanlos dn sexo
masculino (N-26) e 55% dos participantes do sexo feminino (N=22) indicaram corno
feminina a característica Agressividade. No questionário pos-expenrriental foi registrada
uma mudança no aspecto crença para 55% (N=22) dos participantes do sexo masculino,
enquanto 50% (N-20) das participantes do sexo feminino mudaram sua resposta
Para a questão agressividade, um fator que pode ter contribuído para a mudan­
ça do aspecto “crença", é a mudança na posição da mulher deritro da sociedade.
Atualmente as mulheres não são mais vistas como seres 'dóceis", “frágeis” e “indefe­
sos". Passaram a atuar no mercado de trabalho e a sc posicionar muito mais firme­
mente diante dos homens, isso pode ter feito com que as mulheres fossem considera­
das agressivas, por lutarem por seus direitos e não se colocarem numa posição inferior
diante dos homens. Com essa nova visão da mulher corn a qual os adolescentes têm
contato, essa característica pôde facilmente ser relacionada com o sexo feminino. Outra
possibilidade sobre este aspecto pode ser observada através das evidências de Cohen
(2004), de que homens e mulheres praticam agressão, só que existem formas diferen­
tes de demonstrá-la. Os homens geralmente praticam uma agressão mais direta, com
s o c o s e pontapés, enquanto que as mulheres praticam uma agressão indireta, que
acontece sem que as pessoas s g toquem, co m o uma critica destrutiva, por exemplo.
Essa seria uma possível causa dessa mudança entre as respostas destes adolescen­
tes, d a d o s os efeitos produzidos pe la agressão indireta ou direta, podendo então, ser
uma característica relacionada à mulher.

Frequê ncia Relativa

■ Respostas para Opção Homem s! Respostas para Opção Mulher

Frequência Relativa das Respostas para o item Sensibilidade - Gráfico 3

Sobre Comportamento e Cognição 335


Quando questionados peta primeira vez (linha de base) em relação à Sensibili­
dade, iodos participantes de ambos os sexos (N=80) responderam que esta é uma
característica predominantemente feminina. Somente 5% dos participantes do sexo mas­
culino (N=2) mudaram sua resposta na primeira pergunta da fase de reforçamento. Na
segunda pergunta da fase de reforçamento esse número aumentou para 70% entre os
participantes masculinos (N=28) e 20% entre os participantes do sexo oposto (N=8). Na
terceira pergunta da fase de reforçamento o número de respostas da característica Sen­
sibilidade como pertencente ao sexo masculino foi de 65% (N=26) e 25% (N=10), para
participantes masculinos e femininos, respectivamente. Na quarta pergunta da fase de
reforçamento 60% dos participantes do sexo masculino (N=24) e 35% do sexo oposto
(N=14) consideraram a Sensibilidade como característica masculina. Na última pergunta
da fase de reforçamento as respostas dos participantes do sexo masculino se mantive­
ram como na fase anterior, enquanto o número de respostas dos participantes do sexo
feminino aumentou para 40% (N=16). No questionário pós­experimentai, a percentagem
masculina diminuiu para 55% (N=22) enquanto somente 5% dos participantes do sexo
feminino (N=2) consideraram como masculino o item Sensibilidade. Tai fato pode ser
atribuído à história de reforçamento cultural.
Culturalmente, é aprendido que mulheres choram mais que os homens, que são
mais amorosas e dóceis, comportamentos relacionados diretamente com a sensibilida­
de, que freqüentemente são emitidos pelas mulheres, já que as mesmas sofrem cobran­
ças sociais para que apresentem tais características. Na convenção masculina baseada
em um senso comum, o homem forte “não chora", nem deixa transparecer fragilidade.
Em contraposição, a mulher por ter menos força física passa a ser vista como o oposto de
tudo isto, ou seja, mole, fraca, insegura, chorona, inconsistente. Assim, além de “segundo
sexo”, as mulheres são identificadas como o “sexo frágil”.
O reforço disponibilizado pelo software, no presente trabalho, procurava refor­
çar exatamente o contrário do que a sociedade reforça normalmente, e a grande maioria
não conseguiu se desvincular dessa influência social, revelando que a história de
reforçamento corrompeu a aprendizagem promovida pelo software.

Fraqu énela Rolatlva

■ R e sp o stas p ara O p çã o H om em O R espostas p a ra O p ç ã o M u lh e r

F re q u ên c ia R elativa das R esp ostas p ara o Ite m R a c io n a lid a d e - G rá fico 4

L u a a n o de S. C u n h a , Filip e M . Vasco ncelos Luiza L,. M a c h a d o , PacLj P. r . de F re iía i, Pauta N . I im a. P n s rila de A . N o g u e ira , R enaíí Q-
de A h t í t d a . Rosa li na R. Ç o m « , Sa/ah M . C <y',k>si! W a g n e r P. TravesanC Elizeu B a ta ta B o rlo iP
Na fase de linha de base desse item, todos os participantes (N=80) responde­
ram que a Racionalidade e uma característica masculina. Na primeira pergunta da fase
de reforçamento 35% dos participantes do sexo masculino (N=14) e 20% dos partici­
pantes do sexo feminino (N­8) responderam de forma oposta à faso de linha de base
Na segunda pergunta fase de reforçamento. o número de participantes aumentou para
65% para o sexo masculino (N=26) e o número de participantes do sexo feminino
aumentou para 35% (N­14). Na terceira pergunta da fase dc reforçamento 50% dos
participantes de ambos os sexos (N­4Ü) responderam como sendo feminino o item em
questão. Na quarta pergunta da fase de reforçamento 65% dos participantes do sexo
masculino (N=26) e 60% das respostas assinaladas pelos participantes do sexo fem i­
nino (N ­24) referiram­se à Racionalidade como uma característica feminina. Na quinta
pergunta da fase de reforçamento, 75% dos participantes do sexo masculino (N=30)
responderam como sendo feminino o item Racionalidade, enquanto 50% das partici­
pantes do sexo ferninino (N~20) consideraram desta forma.
Essa mudança pode ter sido ocasionada devido à mudança de atitude tanto de
mulheres quanto de homens na sociedade. Como já discutido acerca da agressividade,
também nessa característica, culturalmente o homem é sempre tido como o mais racional
e o que sempre privilegia a razão em detrimento da emoçao. Ao contrário da mulher, que
sempre se deixa influenciar pela emoção e não tem controle sobre seus sentimentos.
Agostinho, Bauer & Predebon (2002) afirmam que reconhecer que as emoções e os senti­
mentos fortes podem alterar comportamentos operantes, e isso habitualmente é atribuído
a uma racionalidade. Uma hipótese é que esse seja o motivo pelo qual os participantes na
linha de base atribuírem a característica racionalidade ao sexo masculino.
Outro aspecto relevante a ser ressaltado, é que foi possível percober nos resul­
tados obtidos que mesmo as características que não foram reforçadas erroneamente,
foram modificadas pelos participantes, no entanto, com freqüências reduzidas. Essa
mudança ocorreu principalmente durante as fases de reforçamento, visto que no ques­
tionário pós­experimental tal modificação não foi revelada.

Considerações Finais
Esses dados permitem afirmar que crenças são comportamentos sujeitos as
mesmas leis e princípios que qualquer outro comportamento e que os reforçadores
sociais aumentaram a freqüência de respostas de crenças errôneas, mesmo que uma
crença correta oposta tenha sido fortalecida anteriormente pela comunidade verbal do
“crente". Há algumas interpretações possíveis para este fato.
Um primeiro aspecto a se considerar é o poder do reforçamento social provido
pela situação experimental na qual o ouvinte (o experimentador ou o software produzido
pela equipe de uma Instituição Federal de Ensino Superior fictícia) supostamente per­
tencia a um grupo que sabia o que dizia acerca do tema proposto. Skinner (1957) diria
que, neste experimento, a crença inicial observada na linha de base do participante não
foi bem sucedida em responder ao comportamento verbal do ouvinte (o participante nêo
teve seu comportamento verbai inicial reforçado pelo software) e, portanto, sua crença
inicialmente “forte” tomou­se fraca. Parafraseando Skinner, os participantes “aceitaram
as palavras dele" (da suposta Instituição Federal de Ensino Superior). Resultados simi­
lares foram encontrados no estudo de Verplanck (1955), em que ele criou um procedi­
mento para reforçar opiniões.
Um segundo aspecto a ser interpretado é o como esse “poder” da suposta
Instituição Federal de Ensino Superior como interlocutora no reforçamento, mediado

Sobre Comportamento e Cognição


parece ser mais ou menos creditado em algumas crenças. Por exemplo, a crença
''Sensibilidade” obteve uma freqüência menor que as outras crenças. Em termos dos
operantes verbais (Skinner, 1957; Guerin, 1994), esta crença g um aspecto de um tato
impreciso, pois não descreve circunstâncias con;atadas pelos participantes como sen­
do possivelmente reais. As demais crenças, por outro lado, deram margem a dúvidas e,
assim, abalaram a história de reforçamento prévia dos participantes. Acreditar naquilo
que é dúvida pode estar sendo mantido pelo reforço generalizado da aprovação pela
precaução, pois ‘'vale a pena duvidar" de algumas crenças e não de outras (Skinner,
1957). Entretanto, não se pode esperar que, mesmo com uma metodologia adequada­
mente empregada na mudança de crenças, as pessoas passem a se comportar instru­
ídas por elas. É prcciso garantir as contingências que manterão comportamentos es­
perados. o que pode ser útil em situações que possam representar algum risco para o
participante, nas quais seja importante a emissão do comportamentos de esquiva ou
de fuga diynte de estimulação aversiva.
Embora cm alguns estudos sobre crenças (McGlinchey & Kcenan, 1997) os
procedimentos não tenham conseguido sobrepor a história de reforçamento aos parti­
cipantes. esse experimento alcançou resultados favoráveis ao reforçar crenças opos­
tas no repertório dos participantes. No entanto, estudos com novos temas e mais parti­
cipantes são indicados para possibilitar uma generalização dos resultados obtidos.
Entretanto, carente deste poder de generaiização, este trabalho permite identifi­
car que. mesmo com todas restrições em relação ao acesso dos estímulos que antece­
dem uma resposta verbal, um ambiente controlado ainda é mais adequado que o ambi­
ente cotidiano para identificação e manipulação das variáveis que afetam o relatar. Nesta
manipulação, o software se mostrou eficiente e adequado para novas pesquisas, possi­
bilitando correções, alterações e planejamentos de outros delineamentos experimentais,
Ainda assim, podemos dizer que, se esse procedimento pode ser utilizado para
reforçar crenças errôneas, ele também poderia servir ao propósito de reforçar crenças
que fossem relevantes para a nossa comunidade verbal, se configurando não apenas
como um recurso metodológico de pesquisa, mas como urn instrumento de divulgação
de informação, atendendo a novos objetivos, relevantes do ponto de vista social.

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