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DIDÁCTIVA OU CIENTÍFICA
1. TEXTO EXPOSITIVO-ARGUMENTATIVO
1.1. Definição
1 Isto remete à ideia de que todo discurso é dirigido a um auditório, entendido não apenas no
sentido restrito de “público do orador, reunido na praça”, mas, principalmente, na concepção
alargada de enunciatário de qualquer tipo de discurso, em qualquer situação. A mudança do
auditório leva à alteração de certos elementos da argumentação, pois os mecanismos de
argumentação dependem, em primeiro lugar, da relação do argumentador com o seu “público”.
verbalmente não como ele é na realidade objectiva, mas sim como se apresenta
em nossa mente naquele momento. Por outras palavras, realizamos uma das
versões possíveis do tema. Por isso, pode considerar-se que a tese de um texto é
a posição ideológica que o autor assume ou a conclusão geral a que se chega.
• O que é argumentação?
A argumentação dirigida a um
Define-se argumentação como o conjunto de
auditório universal procura
procedimentos discursivos de dedução, de raciocínio e
convencer o enunciatário da
evidência das razões de outras formas que visam a adesão do auditório2
apresentadas e de sua (leitor). Toda a argumentação visa a «adesão dos
independência de contingências
espíritos», e, por isso mesmo, supõe a existência de um
locais ou históricas.
contrato intelectual.
A argumentação apresentada a Também se pode definir argumentação como
um auditório particular conjunto de razões a favor ou contra uma opinião ou
procura persuadir o ouvinte a
uma tese.
realizar uma acção imediata ou
futura, desenrolando-se
A argumentação faz parte da retórica3, disciplina
essencialmente no plano considerada, desde a Antiguidade Clássica, como a «arte
prático. A distinção entre de bem falar» e de levar os outros a aderir aos nossos
convencer e persuadir depende,
objectivos e às nossas razões. Com efeito, há que
portanto, do auditório
representado pela enunciação. consideras certas condições prévias, a saber:
Convencer é /fazer-crer/ e • a língua comum entre o enunciador e o
persuadir é /fazer-fazer/. Essa
enunciatário; o facto de manterem relações
separação não se faz com
sociais; o desejo do enunciador de entrar em
rigidez, pois /fazer-crer/ é
condição da acção pretendida. comunicação e, em resposta; e a atenção e o
interesse do enunciatário.
Quintiliano postularam os princípios fundamentais desta “arte de bem convencer” (ainda hoje
plenos de actualidade), que deveriam ser seguidos por juristas e políticos.
• O que é argumento?
Por seu turno, um texto argumentativo não oratório, quer dizer, um texto
que é escrito para ser lido, segue uma estrutura triádica, compreendendo os
seguintes elementos: