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O QUE É O MARXISMO?
Notas de iniciação marxista
Coordenação Editorial:
Henrique Canary
Jorge Breogan
João Simões
Martha Piloto
Peña, Milcíades
O que é o marxismo? Notas de iniciação marxista. [1. reimpr.]. São Paulo:
Sundermann, 2015.
112 p.
ISBN: 978-85-99156-63-6
CDD: 335.4
Editora Sundermann
Avenida Nove de Julho, 925, Bela Vista, São Paulo, SP.
Telefone: 11 – 4304 5801
vendas@editorasundermann.com.br
www.editorasundermann.com.br
Bibliografia, 103
[O processo de aprendizado]
O marxismo recusa a concepção tradicional do ensino
como um processo em que uma pessoa ativa ensina e muitas
pessoas passivas aprendem. Esta concepção, que se baseia na
divisão entre teoria e prática, entre o trabalho manual e o traba-
lho intelectual, deve ser trocada por uma que vê o ensino como
um processo criador, no qual todo o grupo - o que ensina e os
que aprendem - trabalham ativamente, confrontando seus co-
nhecimentos e suas ideias, e, através deste confronto, aquele que
aprende consegue partilhar de um novo conhecimento e o que
ensina aprofunda seus conhecimentos.
Engels disse a seus alunos: “a primeira coisa que devem
aprender aqui é a estar de pé”. Quer dizer, em tensão, alertas e
em atividade, em atitude criadora. “Se o aprender se limitasse
simplesmente a receber, não daria resultado muito melhor que
escrever em água”. Aquele que estuda algo deve recriar esse algo
dentro de si mesmo. Não é questão de receber algumas noções
de marxismo. É preciso investigar o marxismo, enfrentá-lo, pe-
[Conclusão]
Pois bem, o que então é o marxismo, o que pretende?
O marxismo é, como já dito, uma concepção de mundo, é
O homem se torna cada vez mais pobre enquanto homem, carece cada
vez mais de dinheiro para se apoderar do ser hostil, e o poder de seu di-
nheiro cai precisamente na relação inversa da massa de produção, ou seja,
cresce sua penúria à medida que aumenta o poder do dinheiro. A carência
de dinheiro é, por isso, a verdadeira carência produzida pela economia
nacional [a economia política – N. do E.] e a única carência que ela pro-
duz. A quantidade de dinheiro se torna cada vez mais seu único atributo
poderoso [do homem]. [...] A imoderação e o descomedimento tornam-
se a sua verdadeira medida... Em parte, este estranhamento [alienação] se
mostra na medida em que produz, por um lado, o refinamento das carên-
cias e dos seus meios; por outro, a degradação brutal, a completa simpli-
cidade rude abstrata da carência. […] Mesmo a carência de ar livre deixa
de ser, para o trabalhador, carência; o homem retorna à caverna, que está
agora, porém, infectada pelo mefítico [ar] pestilento da civilização, e que
ele apenas habita muito precariamente, como um poder estranho que dia-
riamente se lhe subtrai, do qual ele pode ser diariamente expulso, se não
pagar. Tem de pagar esta casa mortuária.[...] A imundície, esta corrupção,
apodrecimento do homem, o fluxo de esgoto (isto compreendido à risca)
da civilização torna-se para ele um elemento vital. […] [Isto quer dizer]
não apenas que o homem deixa de ter quaisquer carências humanas, [mas
que] mesmo as carências animais desaparecem. […] O selvagem, o ani-
mal, ainda têm a carência da caça, do movimento etc., da socialidade23.
como uma relação social entre os objetos, existente à margem dos pro-
dutores. [...] É apenas uma relação social determinada entre os próprios
homens que aqui assume, para eles, a forma fantasmagórica de uma re-
lação entre coisas. Desse modo, para encontrarmos uma analogia, temos
de nos refugiar na região nebulosa do mundo religioso. Aqui, os produtos
do cérebro humano parecem dotados de vida própria, como figuras inde-
pendentes que travam relação umas com as outras e com os homens. […]
Estas [grandezas de valor das mercadorias] variam constantemente, inde-
pendentemente da vontade, da previsão e da ação daqueles que realizam
a troca. Seu próprio movimento social possui, para eles, a forma de um
movimento de coisas, sob cujo controle se encontram, em vez de eles as
controlarem.[...] O reflexo religioso do mundo real só pode desaparecer
quando as relações cotidianas da vida prática se apresentam diariamente
para os próprios homens como relações transparentes e racionais que eles
estabelecem entre si e com a natureza. A figura do processo social de vida,
isto é, do processo material de produção, só se livra de seu místico véu de
névoa quando, como produto de homens livremente socializados, encon-
tra-se sob seu controle consciente e planejado29.
Desde já, é evidente que o trabalhador, durante toda sua vida, não é se-
não força de trabalho, razão pela qual todo o seu tempo disponível é, por
natureza e por direito, tempo de trabalho, que pertence, portanto, à auto-
valorização do capital. Tempo para a formação humana, para o desenvol-
vimento intelectual, para o cumprimento de funções sociais, para relações
sociais, para o livre jogo das forças vitais físicas e intelectuais, mesmo o
tempo livre do domingo [...] é pura futilidade30!
[Marxismo e filosofia]
Vale a pena estudar a filosofia marxista - o que significa
estudar toda a filosofia, antes e depois de Marx? Uma anedota
pode nos orientar: Lenin começou a ler a Ciência da Lógica de
Hegel logo após o começo da 1ª Guerra Mundial, entre setem-
bro e dezembro de 1914. É que Lenin era um homem de ação,
mas não de ação sem verdade. Para ele - e para o marxismo - a
ação não se opõe ao pensamento; a ação exige o pensamento.
Para o marxismo, a prática política é uma prática consciente.
E para o marxismo, a prática não significa apenas adaptar-se
ao existente, mas sim ter habilidade técnica para atuar sobre
o existente. Para o marxismo, prática significa conhecimento
profundo da realidade e ação plenamente consciente, ou seja,
baseada no conhecimento.
36 Ibid., pp. 690; 694-695.
E mais adiante:
tempo A e não A. Este princípio, em vez de ser uma verdadeira lei do pen-
samento, não passa de ser a lei do pensamento abstrato... É afirmado que o
princípio da identidade, embora não possa ser provado, regula o processo
de toda consciência, e a experiência mostra que ele pode ser aceito tão
logo seus termos sejam apreendidos. A esta suposta experiência dos livros
de lógica é oposta a experiência universal de que nenhuma consciência
pensa, ou forma conceitos, ou fala segundo essa lei, e que nenhuma exis-
tência de qualquer tipo existe segundo ela. O falar segundo esta pretensa
lei da verdade (um planeta é um planeta, o magnetismo é o magnetismo,
o espírito é o espírito) é considerado, com plena razão, o falar de um tolo.
Isto é certamente uma questão de experiência geral40.
Pois bem, pensar assim, ver todo o processo com seus ele-
mentos, isso é o pensar concreto. Ao contrário, o pensar abs-
trato é o pensamento comum, que não vê no assassino mais do
que esta única característica isolada - abstrata - de que é um
assassino, a tal ponto que apenas isto destrói e não permite que
se veja o quanto há nele da natureza humana.
40 Ibid.
41 Ibid.
Um meio pode ser justificado apenas por seu fim. Mas o fim, por sua vez,
precisa ser justificado. Do ponto de vista marxista, que expressa os inte-
resses históricos do proletariado, o fim é justificado se leva ao aumento
do poder do homem sobre a natureza e à abolição do poder do homem
sobre o homem.
“Entende-se então que para obter este fim, tudo é permitido?”, pergunta
sarcasticamente o filisteu, mostrando que não entendeu nada. É permi-
tido, respondemos, o que realmente leva à libertação da humanidade42.
[…] O moralista continua a insistir: “isto significa que na luta de clas-
ses contra o capitalismo todos os meios são permitidos: mentiras, falsi-
ficação, traição, assassinato etc?” Respondemos: permitidos e obrigató-
rios são apenas aqueles meios que unem o proletariado revolucionário,
enchem seus corações com a hostilidade irreconciliável à opressão, lhes
ensina o desprezo pela moral oficial e seus ecos democráticos, os imbui
com a consciência de sua própria missão histórica, elevam sua coragem
e espírito de sacrifício na luta. Precisamente disto deriva que nem todos
os meios são permitidos. Quando dizemos que o fim justifica os meios,
então para nós segue-se a conclusão de que o grande fim revolucionário
rejeita meios indignos, que jogam uma parte da classe operária contra ou-
tras, ou tentam fazer as massas felizes sem sua participação, ou diminuem
a confiança das massas em si mesmas e sua organização, substituindo-a
pela adoração aos “líderes”43. [...] O materialismo dialético não conhece
o dualismo entre meios e fim. O fim deriva naturalmente do movimento
histórico. Os meios são organicamente subordinados ao fim. O fim ime-
diato torna-se um meio para um fim posterior. Em sua peça Franz von
Sickingen, Ferdinand Lassalle põe as seguintes palavras na boca de um de
seus heróis:
Não indiques apenas o fim,
Mas mostra também o caminho
Porque o fim e o caminho
Tão unidos estão
Que um muda com o outro
42 TROTSKI, Leon, Questões do modo de vida; A moral deles e a nossa, São
Paulo, Editora Sundermann, 2009, pp. 88-89.
43 Ibid., pp. 89.
passam para o segundo plano face a outras que lhe parecem superiores,
constituía uma das limitações específicas, mas inevitáveis em sua época,
do materialismo clássico francês46.
[...] o mundo sensível que o rodeia não é uma coisa dada imediatamente
por toda a eternidade e sempre igual a si mesma, mas o produto da in-
dústria e do estado de coisas da sociedade, e isso precisamente no senti-
do de que é um produto histórico, o resultado da atividade de toda uma
série de gerações, que, cada uma delas sobre os ombros da precedente,
desenvolveram sua indústria e seu comércio e modificaram sua ordem
social de acordo com as necessidades alteradas. Mesmo os objetos da
mais simples “certeza sensível” são dados a Feuerbach apenas por meio
do desenvolvimento social, da indústria e do intercâmbio comercial47.
mente”, não sem movimento, não sem contradição, mas no processo eter-
no do movimento, do surgimento das contradições e da sua resolução50.
tanta certeza quanto nasce a luz a cada manhã, então o papel cons-
ciente revolucionário do homem se reduz a nada e os aparatos
burocráticos, cuja função seria esperar que se realize esta suposta
inevitável aparição do socialismo, seriam elevados às alturas.
O fatalismo mecanicista que presume que o socialismo é
inevitável, inelutável, independente da vontade humana, outor-
ga sem dúvida uma grande tranquilidade de espírito, fortifica a
fé dos que nele creem, é quase uma religião. Contudo, não tem
nada a ver com o marxismo.
O marxismo põe a ênfase na vontade real e atuante do ho-
mem. Os fatalistas, por sua vez, substituem a vontade conscien-
te que atua na busca de um fim e a trocam por um simples ato
de fé num suposto fim inevitável da história. Para estas pessoas
“a História”, com letras maiúsculas, substitui a fé na divina pro-
vidência com que se consolam os religiosos.
O marxismo, repetimos, é justamente a antítese e a negação
de tudo isto.
[A práxis]
E assim nos aproximamos ao último grande problema da
filosofia marxista que enfocaremos hoje. O marxismo fala de
unidade inseparável entre teoria e prática. O marxismo não crê
que estas sejam coisas distintas e complementares entre si. O
marxismo nega que a teoria seja um complemento da prática,
ou vice-versa. Para o marxismo, a teoria e a prática não são mais
que momentos de um mesmo processo que é a práxis, isto é, a
ação do homem.
A concepção marxista da práxis implica tomar o pensa-
mento mundano, terreno. Práxis significa que quem forma o
homem, seu mundo, seu destino, não é nenhuma força supe-
rior ou inferior ao homem. Práxis significa que o homem não
é produzido, nem condicionado por “Deus”, ou pela “História”,
nem pela “razão”, ou pelo “instinto”, nem pela “herança”, ou
pelo “meio”, nem pela “raça” etc. Práxis significa que a única
coisa que produz o homem e o condiciona é a própria atividade
teórico-prática do homem.
Vejamos alguns parágrafos das Teses sobre Feuerbach, nos
quais se trata do problema da práxis:
Acima de tudo é preciso evitar fixar mais uma vez a “sociedade” como
abstração frente ao indivíduo. O indivíduo é o ser social. Sua manifesta-
ção de vida - mesmo que ela também não apareça na forma imediata de
uma manifestação comunitária de vida, realizada simultaneamente com
outros - é, por isso, uma externação e confirmação da vida social59.
ou alheia, mas sim tal como realmente são, quer dizer, tal como atuam,
como produzem materialmente e, portanto, tal como desenvolveram
suas atividades sob determinados limites, pressupostos e condições
materiais, independentes de seu arbítrio61. […] A produção de ideias,
de representações, da consciência, está, em princípio, imediatamente
entrelaçada com a atividade material e com o intercâmbio material dos
homens, com a linguagem da vida real. O representar, o pensar, o inter-
câmbio espiritual dos homens ainda aparecem, aqui, como emanação
direta de seu comportamento material. O mesmo vale para a produção
espiritual, tal como ela se apresenta na linguagem da política, das leis,
da moral, da religião, da metafísica etc. de um povo. Os homens são os
produtores de suas representações, de suas ideias e assim por diante,
mas os homens reais, ativos, tal como são condicionados por um deter-
minado desenvolvimento de suas forças produtivas e pelo intercâmbio
que a ele corresponde, até chegar às suas formações mais desenvolvi-
das62.[...]
Minha relação com meu ambiente é a minha consciência. […] Desde
o início, portanto, a consciência já é um produto social e continuará
sendo enquanto existirem homens63.
61 Ibid., p. 93.
62 Ibid., pp. 93-94.
63 Ibid., p. 35.
Se, portanto, Barth supõe que nós negamos qualquer reação dos reflexos
políticos etc., do movimento econômico sobre o próprio movimento,
ele está simplesmente lutando com moinhos de vento. Ele tem apenas
que dar uma olhada no Dezoito Brumário de Marx, que trata quase ex-
clusivamente do papel particular desempenhado pelas lutas e aconte-
cimentos políticos, em função, é claro, de sua dependência geral das
condições econômicas... O que falta a estes senhores é dialética. Eles
somente pensam em causa de um lado e efeito de outro. Que isto é uma
abstração vazia, que tais opostos metafísicos existem no mundo real
apenas durante crises, enquanto todo o vasto processo segue em frente
na forma de interação; embora de forças muito desiguais, sendo o movi-
mento econômico, de longe, a mais forte, mais primordial, mais decisiva
76 MARX, Karl, ENGELS, Friedrich, Cultura, arte e literatura. Textos Escolhi-
dos, São Paulo, Expressão Popular, 2ª Edição, 2012, p. 107.
77 Ibid., pp. 103-104.
– que aqui tudo é relativo e nada absoluto – isto eles nunca conseguem
ver. Para eles Hegel nunca existiu78.
O eixo da vida social moderna é a luta de classes. No curso dessa luta, po-
rém, cada classe é guiada pela sua ideologia. A burguesia possui sua própria
ideologia: o chamado liberalismo. O proletariado também possui sua pró-
pria ideologia: é, como se sabe, o socialismo81.
dem não coincidir com o que realmente o grupo faz. Isto vale não
só para o nosso grupo, mas para toda a sociedade. O marxismo
busca a “base real da ideologia”, ou seja, quais são as condições
nas quais se origina o que o homem pensa que ele é.
Diz ainda:
A verdadeira educação das massas nunca pode estar separada de sua luta
política independente e, sobretudo, da luta revolucionária. Só a luta educa
a classe explorada, só a luta revela a magnitude de sua força, amplia seus
horizontes, desenvolve sua inteligência e forja sua vontade100.
O leitor já sabe que, numa revolução, olhamos antes de tudo para a inter-
ferência direta das massas no destino da sociedade. Procuramos revelar
por trás dos eventos as mudanças na consciência coletiva. Rejeitamos to-
talmente referências à “espontaneidade” do movimento, referências que,
na maioria das vezes, explicam nada e não ensinam nada. As revoluções
ocorrem segundo certas leis. Isso não quer dizer que as massas em ação
estão conscientes das leis da revolução, mas também não significa que as
mudanças na consciência das massas são acidentais, mas estão sujeitas a
uma necessidade objetiva que é passível de explicação teórica, assim fa-
zendo tanto a profecia quanto a liderança possíveis.
Certos historiados soviéticos oficiais, por mais surpreendente que pareça,
tentam criticar nossa concepção como idealista. O Professor Pokrovsky,
por exemplo, insiste que nós subestimamos os fatores objetivos da revolu-
ção. “Entre fevereiro e outubro ocorreu um colossal colapso econômico”.
“Durante este período, o campesinato… se levantou contra o Governo
Provisório”. É nestas “mudanças objetivas”, diz Pokrovsky, e não nos pro-
cessos psíquicos volúveis, que deve-se ver a força motriz da revolução.
101 TROTSKI, Leon, Aonde vai a França?, São Paulo, Editora Desafio, 1994,
p. 50.
superestrutura. Mas isto não significa que entre estes níveis haja
uma equivalência ou um perfeito encaixe sem contradições. Ao
contrário, a relação entre a esfera chamada estrutura e as esferas
restantes da sociedade são relações extremamente contraditó-
rias, discordantes e explosivas. É fundamental enfatizarmos que
o pensamento marxista, por ser concreto, capta e põe em evi-
dência não só a existência de uma “estrutura” que condiciona
de modo geral a “superestrutura”; o marxismo também capta,
ao mesmo tempo, a existência de uma superestrutura relativa-
mente autônoma, que evolui conforme suas próprias leis e cujas
relações com a “estrutura” constituem uma complexa interliga-
ção de tendências contraditórias que devem ser estudadas in-
dividualmente e não podem ser explicadas com um esquema
simplista.
Compreender isto é de fundamental importância. Se isto
não for entendido, o marxismo fica reduzido a folhas secas. Ve-
jamos um exemplo. Em um prefácio famoso Marx escreveu:
Mas as sociedades não são tão racionais para a construção das datas para
que as ditaduras proletárias cheguem exatamente no momento em que as
condições econômicas e culturais estejam maduras para o socialismo. Se a
Humanidade se desenvolvesse tão sistematicamente como isso, não have-
ria necessidade de ditadura, nem das revoluções em geral. As sociedades
históricas vivas são totalmente desarmoniosas, e são mais quanto mais
atrasado for o seu desenvolvimento. O fato de que, num país atrasado
como a Rússia, a burguesia tenha apodrecido antes da vitória completa do
regime burguês, e que não havia ninguém a não ser o proletariado para
substituí-la na posição de liderança nacional, foi uma expressão desta de-
sarmonia110.
110 TROTSKI, Leon, História da Revolução Russa, tomo I, op. cit., p. 302.