TÍTULO: COSMÉTICOS DE LINHA VERDE: XAMPU EM BARRA COM ATIVOS VEGETAIS PARA

RESTAURAÇÃO CAPILAR

CATEGORIA: EM ANDAMENTO

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

SUBÁREA: Farmácia

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO MAX PLANCK -

AUTOR(ES): EVERTON EDUARDO DE ABRÃO, FLÁVIA DE ARAÚJO PERONDI, NAYARA TOMÉ, NARA
ABREU

ORIENTADOR(ES): MÁRCIA DE ARAÚJO REBELO

Realização: IES parceiras:

 CENTRO UNIVERSITÁRIO MAX PLANCK - UNIMAX
FARMÁCIA

EVERTON EDUARDO DE ABRÃO

FLAVIA DE ARAUJO PERONDI
NAYARA TOME
NARA APARECIDA ABREU

COSMÉTICOS DE LINHA VERDE: Xampu em barra com ativos vegetais para

restauração capilar

Indaiatuba
2020
 EVERTON EDUARDO DE ABRÃO
FLÁVIA DE ARAUJO PERONDI
NARA APARECIDA ABREU
NAYARA TOMÉ

COSMÉTICOS DE LINHA VERDE COM BASE EM FORMULAÇÃO VEGANA:

Xampu em barra com ativos vegetais para hidratação capilar

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Centro Universitário Max
Planck (UNIMAX) de Indaiatuba, para a
obtenção do Título de Bacharel em
Farmácia.

Orientadora: Profª. Dra. Márcia de Araújo

Rebelo.

Indaiatuba
2020
ABRÃO, EVERTON. COSMÉTICOS DE LINHA VERDE COM BASE EM
FORMULAÇÃO VEGANA: Xampu em barra com ativos vegetais para hidratação
capilar, ABREU, NARA, PERONDI, FLAVIA, TOMÉ, NAYARA. Indaiatuba, 2020,
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Centro Universitário Max Planck
(UNIMAX), Indaiatuba, 2020.

RESUMO
Cosméticos verdes são economicamente mais viáveis que os tradicionais em
aspectos de fabricação devido à incomplexidade de formulação e a utilização de
componentes naturais, e ecologicamente mais viáveis, proporcionado ainda
economia de água. Formulações à base de plantas são consideradas alternativas ao
shampoos com compostos sintéticos. O xampu em barra será obtido pelo processo
de saponificação do hidróxido de sólido com o óleo de coco e adicionado ativos
vegetais de ação hidratante. O xampu em barra produzido será avaliado por suas
características organolépticas, pH, contaminação microbiológica e mudanças no fio
capilar após a utilização do produto. Como resultado espera-se que o produto tenha
uma boa capacidade de hidratação, mantando as cutículas capilares seladas,
conferindo brilho e diminuindo a eletricidade estática.

Palavras chave: Fitocosmético, Xampu em barra, Produtos Naturais.

ABRÃO, EVERTON. GREEN LINE COSMETICS BASED ON VEGAN
FORMULATION: Solid shampoo with vegetable actives for hair hydration.
ABREU, NARA, PERONDI, FLAVIA, TOMÉ, NAYARA. Indaiatuba, 2020, Completion
of curse work (Undergraduate) – Centro Universitário Max Planck (UNIMAX),
Indaiatuba, 2020.

ABSTRACT
Green cosmetics are economically more viable than traditional ones in manufacturing
aspects due to the complexity of the formulation and the use of natural components,
and ecologically more viable, providing water savings. Herbal formulations are
considered alternatives to shampoos with synthetic compounds. The bar shampoo
will be obtained by saponifying the solid hydroxide with coconut oil and adding
moisturizing vegetable actives. The bar shampoo produced will be evaluated for its
organoleptic characteristics, pH, microbiological contamination and changes in the
hair shaft after using the product. As a result, the product is expected to have a good
hydration capacity, keeping the capillary cuticles sealed, providing shine and
decreasing static electricity.

Keywords: Phytocosmetic, Solid shampoo, Natural products

 LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ação dos tensoativos para retirada da fração oleosa do cabelo ............... 15
Figura 2 - Delineamento das fases para obtenção do xampu sólido ......................... 19
 LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela 1: Componentes da formulação do xampu em barra ................... 18

 LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS

ANVISA - Agencia Nacional de Vigilância Sanitária

RDC – Resolução da diretoria colegiada

OE – Óleos Essências

% - Percentual
 SUMÁRIO

Artigo Científico ..................................................................................................... 11

Resumo .................................................................................................................... 11
Introdução ................................................................................................................ 12
Materiais e Métodos ................................................................................................ 17
Resultados Esperados ............................................................................................ 20
Referências .............................................................................................................. 21
 11

ARTIGO CIENTÍFICO

COSMÉTICOS DE LINHA VERDE COM BASE EM FORMULAÇÃO VEGANA:

Xampu em barra com ativos vegetais para hidratação capilar
GREEN LINE COSMETICS BASED ON VEGAN FORMULATION: Solid shampoo
with vegetable actives for hair hydration

ABRÃO, EVERTON
Centro Universitário Max Planck (UNMAX)

PERONDI, FLÁVIA
Centro Universitário Max Planck (UNMAX)

ABREU, NARA
Centro Universitário Max Planck (UNMAX)

TOMÉ, NAYARA
Centro Universitário Max Planck (UNMAX)

RESUMO
Cosméticos verdes são economicamente mais viáveis que os tradicionais em
aspectos de fabricação devido à incomplexidade de formulação e a utilização de
componentes naturais, e ecologicamente mais viáveis, proporcionado ainda
economia de água. Formulações à base de plantas são consideradas alternativas ao
shampoos com compostos sintéticos. O xampu em barra será obtido pelo processo
de saponificação do hidróxido de sólido com o óleo de coco e adicionado ativos
vegetais de ação hidratante. O xampu em barra produzido será avaliado por suas
características organolépticas, pH, contaminação microbiológica e mudanças no fio
capilar após a utilização do produto. Como resultado espera-se que o produto tenha
uma boa capacidade de hidratação, mantando as cutículas capilares seladas,
conferindo brilho e diminuindo a eletricidade estática.

Palavras chave: Fitocosmético, Xampu em barra, Produtos Naturais.

ABSTRACT
Green cosmetics are economically more viable than traditional ones in manufacturing
aspects due to the complexity of the formulation and the use of natural components,
and ecologically more viable, providing water savings. Herbal formulations are
considered alternatives to shampoos with synthetic compounds. The bar shampoo
will be obtained by saponifying the solid hydroxide with coconut oil and adding
moisturizing vegetable actives. The bar shampoo produced will be evaluated for its
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organoleptic characteristics, pH, microbiological contamination and changes in the

hair shaft after using the product. As a result, the product is expected to have a good
hydration capacity, keeping the capillary cuticles sealed, providing shine and
decreasing static electricity.

Keywords: Phytocosmetic, Solid shampoo, Natural products

INTRODUÇÃO

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), cosméticos

são definidos como produtos de uso externo com substâncias naturais ou sintéticas,
para serem utilizados nas diversas partes do corpo humano, com o objetivo
exclusivo ou principal de limpá-la, perfumá-la, alterar sua aparência, corrigir odores
corporais, protegê-la ou mantê-la em bom estado (BRASIL, 2015). Em particular os
produtos de higiene pessoal apresentam duas classificações: os de grau I que são
referentes a produtos que possuem propriedades básicas e que não precisam
detalhar as contra indicações, por exemplo os xampus e, os de grau II, que precisam
apresentar as indicações específicas, comprovações prévias de segurança e/ou
eficácia, informações detalhas sobre os cuidados e restrições de uso (BRASIL,
2005).
Substâncias sintéticas encontradas nos cosméticos podem causar irritações,
alergias e outros problemas dermatológicos (CHORILLI, 2007). Muitas vezes essas
reações adversas são ocasionadas no decorrer do tempo e pelo uso prolongado de
produtos que contêm conservantes, corantes e fragrâncias (GOOSENS, 2016).
Estudos realizados com os antioxidantes, butil hidroxitolueno (BHT) e butil
hidroxianisol (BHA) muito utilizados em formulações cosméticas, como os xampus,
apresentaram reações adversas tópicas e, em altas doses, podem imitar o
estrogênio estimulando o aparecimento de tumores (KHAN; ALAN, 2019).
A preocupação em relação aos potenciais riscos apresentados por produtos
químicos como as reações irritativas na pele e poluição ambiental fez que na última
década os consumidores procurassem cosméticos mais saudáveis e que minimizem
os danos à pele e ao ambiente (LIN et al., 2018). O termo “cosmético verde” ou
fitocosméticos é aplicado a produtos cosméticos que o principal ativo é de origem
vegetal. O termo cosmético verde é amplo, que envolve além da substituição de
produtos de origem químico-sintético, o uso de processos de produção limpos,
 13

sustentáveis e uso de materiais recicláveis (ABIHPEC, 2014; LIN et al., 2018).

Segundo Carvalho (2015) os fitocosméticos são regulamentados no que se refere às
normas sanitárias pela ANVISA sendo obtidos exclusivamente de derivados de
droga vegetal como os óleos essenciais.
Cosméticos verdes são economicamente mais viáveis que os tradicionais em
aspectos de fabricação devido à incomplexidade de formulação e a utilização de
componentes naturais, e ecologicamente mais viáveis, proporcionado ainda
economia de água. Com a progressão na demanda de consumo de cosméticos
verdes, tornam-se mais atrativos aos consumidores os produtos naturais e sem
conservantes. Com a utilização de componentes vegetais, a formulação tem menor
potencial irritativo, aumentando a adesão dos consumidores (ROMERO et al., 2018).
Flores, folhas, cascas, rizomas e frutos são matérias-primas para a produção
de óleos essenciais, por exemplo, óleos essenciais de rosas, eucalipto, canela,
gengibre e laranja, respectivamente, ou de diversas partes da planta, como é o caso
lavanda possuem grande aplicação na perfumaria, cosmética, alimentos e como
coadjuvantes em medicamentos (BIZZO, 2009). Essas matérias primas vegetais são
empregados principalmente como aromas, fragrâncias, fixadores de fragrâncias, em
composições farmacêuticas. Os produtos extrativos obtidos são comercializados na
forma bruta ou beneficiada, e devido a sua composição complexas podem fornecer
substâncias purificadas, da classe dos óleos essenciais, tais como: o limoneno,
citral, citronelal, eugenol, mentol e safrol (AMARAL, 2015).
A fibra capilar não muda de pessoa para pessoa, todos temos o mesmo
formante para os fios, 90% de queratina, uma proteína de alto peso molecular, de
cadeias de poli peptídeos, vindo da condensação de aminoácidos de íons com carga
positiva e negativa. O que pode mudar dos cabelos de uma pessoa para a outra é a
característica física e fisiologia, que alteram nos indivíduos, devido às características
pessoais, regionais e étnicas. Também, quando expostos as condições adversas do
meio ambiente, os fios podem apresentar danos em sua estrutura, como,
ressecamento fragilidade, falta de brilho e opacidade (PIAUILINO- 2017).
Os produtos cosméticos que promovem a reconstrução da fibra capilar têm
ativos semelhantes a sua composição, como lipídios e queratina, aminoácidos e
vitaminas. Comumente com mais de um ativo e cada substância tem uma ação
específica, mas que cumprem o mesmo objetivo de reconstruir a fibra capilar. A
reconstrução capilar trata-se de um processo de hidratação e reconstrução, onde os
 14

produtos cosméticos utilizados com a finalidade de promover reconstrução, não

alteram muito à estrutura dos fios. (PIAUILINO- 2017).

Xampu e suas propriedades

Um dos produtos cosméticos que utilizam em sua composição compostos
vegetais, e que apresentam grande diversidade devido às diferenças étnicas são os
produtos para o cabelo (GUBITOSA et al, 2019). O cabelo requer um cuidado
especial, existem diversos rituais de embelezamento voltado para o cabelo, pois
além da lavagem, ainda muitos outros cuidados estão envolvidos, e não nos
sentimos belos se não estivermos com os cabelos cuidados. Os xampus, por
exemplo, possuem a finalidade de limpar os cabelos, deixando-os suaves flexíveis,
brilhantes e fáceis de pentear (ABRAHAM et al., 2015).
Os xampus têm a capacidade de remover gordura, sujeira e matéria estranha
(células mortas descamadas, resíduos de cosméticos aderidos no sebo) do cabelo e
do couro cabeludo. A gordura aparece na forma de sebo, este é secretado pelas
glândulas sebáceas localizadas no couro cabeludo e reveste a cutícula do cabelo
(camada mais externa do cabelo), prevenindo a perda de água do interior do fio que
mantém o cabelo macio e brilhante (CORREIA 2013).
Os xampus apresentam, de modo geral, os seguintes componentes básicos:
tensoativos, estabilizadores de espuma, reguladores de pH, conservantes e aditivos
especiais (GUBITOSA et al, 2019). Muitos desses componentes químicos são
produtos agressivos, não apenas aos fios, como também para o meio ambiente.
Entre os componentes encontrados estão: EDTA, cocamidopropil betaína, lauril
sulfato de sódio. Além de cloreto de sódio, silicato de sódio sulfato de zinco,
glicerina, propilenoglicol, silicato de benzina. Estes produtos são fabricados em larga
escala, e precisam ter uma durabilidade extensa, para a obtenção desta durabilidade
são utilizados conservantes fortes.
Os sulfatos, por exemplo, são responsáveis pela formação de espuma dos
produtos, sendo encontrados frequentemente nos shampoos mais vendidos, eles
podem retirar, além da sujidade até as propriedades benéficas presentes no cabelo
(lipídios essenciais) (FRANCA 2018). A retirada da fração lipídica capilar acontece
porque no momento que misturamos o xampu, que contém tensoativo, com a água,
ocorre a formação de micelas. A parte interna da micela contém a extremidade
apolar, hidrofóbica, consequentemente, nela só se dissolvem materiais oleosos e, a
 15

parte externa da micela, que contém a extremidade polar, hidrofílica, interage

fortemente com as moléculas de água, e por isso é facilmente dissolvida pela água,
tornando possível, portanto, a remoção de sujeiras e gorduras aprisionadas nas
micelas cabelo (CORREIA, 2013; LUKIC; PANTELIC; SAVIC, 2016). A sequência do
efeito provocado pela migração das micelas quando em solução aquosa, está
apresentada na Figura 1 (painéis a – f) e demonstra a estabilização em novas
superfícies. A retirada da sujidade oleosa do substrato aumenta a área de superfície
disponível para estabilização do tensoativo. A sujidade oleosa forma uma emulsão
que estabiliza a sujidade apolar em água (DALTON, 2011).

Figura 1 - Ação dos tensoativos para retirada da fração oleosa do cabelo

Os xampus podem se apresentar em diferentes formas cosméticas, tais

como: líquida, loção, gel sólido, em aerossol, em pó ou na forma sólida (GUBITOSA
et al, 2019). Os xampus sólidos apresentam algumas vantagens adicionais em
relação aos tradicionais, consideram-se como principais vantagens neste novo
produto, diminuição da quantidade de produtos tóxicos utilizados, a economia e a
sustentabilidade Podemos considerar que, como existe menor quantidade de água
utilizada tanto na sua formulação como na sua fabricação, torna este produto mais
sustentável (PAIS, 2019). Em particular, são fáceis de transportar e podem ser
usados por um longo período, graças a uma maior estabilidade microbiológica
comparativamente com as formulações líquidas. De fato, entre os ingredientes, a
água está amplamente presente em xampus líquidos e, por essa razão, o uso de
conservantes é necessário (PAIS, 2019; GUBITOSA, 2019). Atualmente no
mercado, possuímos os xampus em barras de marcas nacionais e de linha verde
como a Cativa, Ahoale, Univie, etc.
 16

Xampu com ativos vegetais de ação hidratante

O cabelo apresenta diversas estruturas capilares, tais como fibras e cutícula
que podem ser danificadas por agentes agressores como exposição aos raios
solares, ação do vento, uso de colorantes e descolorantes, entre outros. Esses
fatores físicos e químicos podem provocar alterações na haste capilar, causando
ressecamento e/ou fragilidade ao cabelo (MANSUR; GAMONAL, 2004). Além disso, os
xampus sintéticos podem aumentar o atrito entre os fios capilares provocando o
efeito “frizz” no cabelo (DIAS, 2015).
Um cabelo saudável e hidratado apresenta boas características de brilho,
maleabilidade e redução da estática e atrito entre os cabelos (PINHEIRO et al.,
2013). A finalidade da hidratação é fechar as cutículas dos fios de cabelo e proteger
o córtex, processo que equilibra o nível de hidratação, reduz a eletricidade estática e
melhora a textura do fio capilar (GOMES; GABRIEL, 2006).
As formulações à base de plantas são consideradas alternativas ao
shampoos com compostos sintéticos. Há um grande número de plantas medicinais
que possuem ativos benéficos para o cabelo e são comumente utilizados na
formulação de xampu (BADI; KHAN, 2014).
Os óleos vegetais desempenham um papel importante na proteção de danos
capilares, esse efeito muitas vezes é devido a capacidade dos óleos reduzirem a
quantidade de água absorvida. Essa diminuição reduz o inchaço e secagem
repetitiva dos cabelos, processo que pode danificar os capilares (GODE et al, 2012).
Esse fenômeno ocorre porque o óleo preenche as lacunas nas células da cutícula o
que impede a penetração de substâncias agressivas, tais como os tensoativos. Além
disso, o óleo pode favorecer a lubrificação capilar e evitar a quebra do cabelo (DIAS,
2015).
O óleo vegetal de coco apresenta a capacidade de reduzir a perde de
proteínas, tanto nos cabelos danificados quanto para limpeza capilar. Este óleo é
composto por triglicerídeos de ácido láurico que tem alta afinidade pelas proteínas
capilares, e devido ao seu baixo peso molecular e cadeia linear consegue penetrar
no interior das fibras capilares (GODE et al., 2012). O óleo vegetal de buriti é rico
em ácidos graxos, contém 79% de ácido oleico que confere uma superfície mais lisa
capaz de alta reflexão especular da luz, aumentando o brilho do cabelo
(FREGONEZI et al., 2009). O óleo vegetal de argan é capaz de manter os cabelos
hidratados, sendo rico em tocoferóis e polifenóis o que confere alta ação
 17

antioxidante (DIAS, 2015). O óleo essencial de limão é antioxidante devido ao ácido

ascórbico na sua composição. Já as manteigas que foram utilizadas no
condicionador, fornecem à fibra capilar brilho, maciez e sedosidade, uma vez que
devolvem à fibra capilar constituintes lipídicos perdidos durante as etapas de
tratamento diário do cabelo e recobrem o fio, diminuindo o atrito entre eles, além de
promover a hidratação (BIZZO 2009). Os agentes antioxidantes contribuem na
redução da produção de radicais livres responsáveis pelos danos nos componentes
celulares, incluindo proteínas, lipídios e DNA, desta forma o uso de antioxidantes em
formulações capilares podem reduzir as mutações causadas na queratina-1,
responsável por várias alterações capilares (IKEMIA, 2020).
Diante do exposto, o objetivo deste estudo é desenvolver um xampu em barra
com ação para hidratação dos capilares, contendo ativos vegetais que apresentam
ação de hidratação capilar.

MATERIAIS E MÉTODOS

Materiais
Hidróxido de Sódio, Óleo vegetal de coco (Cocos nucifera), Óleo de buriti
(Mauritia flexuosa), óleo de Argan (Argana spinosa L.) e Óleo essencial de limão
(Citrus limon), folha de alecrim in natura, ácido cítrico e água purificada.

Métodos

Preparação xampu em barra

Para a produção do xampu sólido e visando a substituição dos tensoativos
sulfatados para que seja gerado um produto verde e mais natural, será utilizado um
processo de saponificação, também chamado de “Cold Process”.
As matérias primas utilizadas na formulação do xampu em barra, bem como
as respectivas concentrações e funções estão descritos na Tabela 1.
Para o cálculo da quantidade de hidróxido de sódio (soda), água purificada e
fração lipídica (óleos) foi utilizada a ferramenta “calculadora de saponificação”,
acessada através da internet, o que permitiu estimar os índices de saponificação dos
óleos vegetais.
 18

Tabela 1 - Tabela 1: Componentes da formulação do xampu em barra

Matéria prima Concentração (g) Descrição da função

Hidróxido de Sódio 98% p/p 7,00 Agente de saponificação

Água destilada 17,00 Solvente

Óleo de coco 43,00 Hidratante

Ácido cítrico 0,30 Acidulante (Controle de pH)

Óleo de buriti 2,50 Promotor de textura

Óleo de argan 2,50 Promotor de hidratação

Óleo essencial de limão 2,0 Fragrância

Folha de alecrim 0,7 Agente sensorial do escalpo

Fase de saponificação (Fase 1)

A massa de 43 g de óleo de coco e 7,00 de hidróxido de sódio 98% p/p serão
pesadas, separadamente, em béquer. O hidróxido de sódio 98% p/p será
solubilizado, lentamente, com a ajuda de uma pisseta contendo água purificada, a
solução permanecerá em repouso durante 20 minutos. Após o período de repouso o
óleo de coco será vertido sobre a solução de hidróxido de sódio 98% p/p, mantendo
agitação mecânica constante, até que as matérias primas apresente uma
característica homogênea e ocorra o aumento da viscosidade do meio. Em seguida,
com o auxilio de um pHmetro, será verificado o pH e caso seja necessário o mesmo
será corrigido até que se obtenha uma faixa de especificação entre 4,0 e 5,0.

Fase oleosa (Fase 2)

A massa de 2,5 g de óleo de buriti, 2,5 g de óleo de argan e 2,0 g de óleo
essencial de limão serão pesadas em um béquer, mantida agitação manual lenta,
até homogeneização.

Mistura das Fases (Fase 3)

A fase de saponificação e oleosa serão levadas para aquecimento, após
atingirem a temperatura de 60ºC a Fase Oleosa será vertida lentamente sobre a
 19

Fase de Saponificação, mantendo agitação mecânica lenta e constante, até que

ocorra total homogeneização.

Finalização do xampu (Fase 4)

Para a finalização do xampu será incorporado suavemente folhas de alecrim
“in natura”. Em seguida, com o auxilio de um pHmetro, será verificado o pH e caso
seja necessário o mesmo será corrigido até que se obtenha uma faixa de
especificação entre 4,0 e 5,0.
O xampu será acondicionado em moldes e mantido em repouso até total
resfriamento e solidificação. O xampu em barra será fracionado, para uso em
porções individuais, e acondicionado em embalagem para comercialização.
A Figura 2 apresenta o delineamento das fases para a obtenção do xampu
em barra.

Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4

• Solubilizar o • Pesar os • Misturar e • Adcionar a
7,00g Óleos de homegeinizar Fase 3 no
Hidróxido de Buriti, Copaíba os Óleos da molde
Sódio em e Limão; Fase 1 e Fase desejado;
Água • Misturar e 2 em agitação • Aguardar
Purificada. homogeinizar e solidificação;
Repousar por os Óleos. aquecimento; • Pesar a massa
20 minutos; • Verificar o final
• Pesar 43 pH(4,0 á 5,0); (aproximadam
gramas de • Adicionar ente 70
Óleo de Coco; folhas de gramas);
• Misturar o alecrim e • Repetir o
Hidróxido de homogeinizar. processo 4
Sódio ao Óleo vezes.
de Coco;
• Corrigir pH
com Ácido
Citrico.
Figura 2 - Delineamento das fases para obtenção do xampu sólido

Avaliação físico-química do xampu em barra

 20

Avaliação das características organoléticas

O xampu em barra será avaliado por suas características organolépticas,
onde serão verificados os aspectos de aparência, cor e odor e homogeneidade de
superfície.

Determinação do pH
A determinação do pH é realizada para verificar a compatibilidade do pH do
Xampu Sólido com o pH do Capilar. Será preparada uma solução a 10% do xampu
em barra e em pHmetro será verificado o pH. O valor do pH será calculado pela
média de 3 determinações (Farmacopeia Brasileira, 2010).

Análise Microbiológica
É analisada para verificar se houve contaminação microbiologia que impacta
na qualidade do produto. A massa de 1,0 g do xampu em barra será fundida, e após
arrefecer a uma temperatura de 45ºC será realizada a semeadura nos seguintes
meios de cultura: Agar Sangue e Agar Chocolate. Após 7 dias as placas serão
avaliadas se ocorreu contaminação microbiana.

Análise de eficácia
A eficácia do processo de hidratação será realizada por amostragem capilar.
Três voluntários irão lavar os cabelos com xampu em barra a cada 2 dias, por um
período total de 9 dias. Após cada lavagem, será retirado um fio de cabelo dos
voluntários e analisado em microscópio, onde serão avaliadas as características de
mudanças da cutícula capilar.

RESULTADOS ESPERADOS
Como resultado final é esperado:
1. Obtenção de um xampu em barra que seja: ecologicamente correto e que
diminua os danos capilares causados por xampus sintéticos.
2. Que possam ser produzidos com materiais primas naturais que sejam
ecologicamente corretas e obtidas por processos sustentáveis.
3. Inovar os xampus em barras já existentes no mercado, oferecendo a opção de
doses que serão utilizadas individualmente em cada lavagem, diminuindo a perda
no uso do produto.
 21

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