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A BANDEIRA

PORTUGUESA

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Índice
Introduçã o 3

Evoluçã o da Bandeira Portuguesa 4

Autores da Bandeira Actual 7

Elementos da Bandeira Portuguesa 8

Simbolismo 10

Nome da Bandeira de Portugal 12

Etiqueta e Protocolo 12

Dias e Locais onde deve ser hasteada 13

Bibliografia 15

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INTRODUÇÃO

A Bandeira de Portugal é a bandeira nacional da Repú blica Portuguesa.

O maior símbolo da repú blica portuguesa muitas vezes esquecida


como tal.

Tal como a bandeira de outros países é um rectâ ngulo. É bicolor com


um campo desigual dividido em verde na tralha(1), e vermelho na
batente(2). O brasã o de armas (a Esfera armilar e o Escudo português)
está centrado sobre o limite das cores da bandeira, a uma distâ ncia
igual das bordas superior e inferior.

Batente

Tralha

(1)Tralha - Na terminologia vexilologia, a tralha é a região da bandeira onde esta se prende ao mastro.

(2) Batente - Na terminologia vexilologia, o batente é a região da bandeira que "bate" com o vento, ou
seja, a região livre da bandeira.

EVOLUÇÃO DA BANDEIRA NACIONAL

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D. Afonso Henriques (1143-1185)

Segundo a tradição, durante as primeiras lutas pela Independência de Portugal, D.


Afonso Henriques teria usado um escudo branco com uma cruz azul, a exemplo de seu
pai, o Conde D. Henrique, cujas armas eram simbolizadas pela cruz em campo de prata.

D. Sancho I (1185-1211), D. Afonso II (1211-1223), D. Sancho II (1223-1248)

Nesta época, as armas reais eram representadas por cinco escudetes de azul em campo
de prata, dispostos em cruz, os dos flancos deitados e apontados ao centro. Cada
escudete era semeado com um número elevado e indeterminado de besantes de prata.
Sobre a origem e simbolismo destes escudetes existem muitas teorias: as duas mais
conhecidas, os escudetes aludem às cinco feridas recebidas por D. Afonso Henriques na
Batalha de Ourique ou às cinco chagas de Cristo.

D. Afonso III (1248-1279), D. Dinis (1279-1325), D. Afonso IV (1325-1357), D.


Pedro (1357-1367), D. Fernando (1367-1383)

Com D. Afonso III as armas do reino receberam uma bordadura de vermelho, semeada
com um número indeterminado de castelos de ouro, escolhida em lembrança do avô, D.
Afonso III de Castela. A tendência de fixação de números, frequente em heráldica,
levou a uma estabilização do número de besantes dos escudetes em cinco, dispostos
dois, um, dois.

D. João I (1385-1432), D. Duarte (1433-1438), D. Afonso V (1438-1481)

As armas reais, durante este período, eram de prata, com cinco escudetes de azul
dispostos em cruz, os dos flancos deitados e apontados ao do centro. O semeado de
besantes no escudo fixou-se definitivamente no número de cinco, dispostos em aspa. É
desta época que se conhecem as primeiras referências designando os escudetes por
«quinas». Tinha também uma bordadura de vermelho semeado de castelos de ouro e
sobre ela as pontas da cruz verde floretada da Ordem de Avis.

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D. João II (1481-1495)

D. João II mandou que fossem retirados das armas reais os remares de flor-de-lis e que
se colocassem verticalmente as quinas laterais no escudo. A bordadura de vermelho
manteve-se semeada de castelos de ouro, embora a tendência do seu número fosse de
sete ou oito nas bandeiras usadas na época.

D. Manuel I (1495-1521), D. João III (1521-1557)

No reinado de D. Manuel I, as armas reais foram fixadas em fundo branco.

D. Sebastião (1557-1578), D. Henrique (1578-1580), Filipe I (1580-1598), Filipe II


(1598-1621, Filipe III (1621-1640)

No final do reinado de D. Sebastião a coroa que figurava sobre o escudo foi substituída
por uma coroa real fechada. Nas bandeiras desta época figuravam inicialmente coroas
fechadas dispondo de um ou de três arcos à vista. Mais tarde passaram a ter os cinco
arcos à vista, os quais se conservavam até ao fim da monarquia. O aparecimento da
coroa fechada relacionava-se com o reforço de autoridade do poder real. Durante a
Dinastia Filipina (que governava também a Monarquia Espanhola), o escudo português
não sofreu alteração, uma vez que as armas das duas monarquias se mantiveram sempre
separadas.

D. João IV (1640-1656), D. Afonso VI (1656-1683), D. Pedro II (1683-1706), D.


João V (1706-1750), D. José (1750-1777), D. Maria I (1777-1816), D. Pedro IV
(1826), Regências (1826-1828), D. Miguel I (1828-1834)

Na aclamação de D. João IV, a bandeira branca com o escudo nacional, encimado pela
coroa real fechada com os cinco arcos em vista, constituiu o símbolo da Restauração.
Embora neste período a bandeira não tenha sofrido alterações significativas, no reinado
de D. João V, o escudo foi modificado com uma fantasia ao gosto da época, terminando
o bordo inferior em bico de arco contracurvado e a coroa passou a conter um barrete
vermelho ou púrpura.

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D. João VI (1816-1826)

No reinado de D. João VI foi colocada por detrás do escudo uma esfera armilar de ouro
em campo azul, simbolizando o reino do Brasil, e sobre ela figurava uma coroa real
fechada. Após a morte do Rei a esfera armilar foi retirada das armas, remetendo-se o
símbolo real à expressão anterior, em que algumas das versões usaram um escudo
elítico, com o eixo maior na vertical.

D. Maria II (1834-1853), Regência (1853-1855), D. Pedro V (1855-1861), D. Luís


(1861-1889), D. Carlos (1889-1908), D. Manuel II (1908-1910)

O decreto da Regência em nome de D. Maria II, de 18 de Outubro de 1830, determinou


que a Bandeira Nacional passasse a ser bipartida verticalmente em branco e azul,
ficando o azul junto da haste e as Armas Reais colocadas no centro, assentando metade
sobre cada uma das cores.

Regime Republicano (desde 1910)

Após a instauração do regime republicano, a Bandeira Nacional passou a ser tal como a
conhecemos agora e explicaremos mais à frente, neste manual.

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AUTORES DA BANDEIRA PORTUGUESA

Junto com a revoluçã o republicana, surgiu a necessidade de substituir


os símbolos da monarquia deposta, representada em primeira
instâ ncia pela antiga bandeira nacional e pelo hino. A escolha da nova
bandeira nã o era consensual, especialmente as cores, quando os
partidá rios republicanos vermelhos e verdes enfrentaram a oposiçã o
dos apoiantes do tradicional azul e branco. Azul também carregava um
forte significado religioso pois era a cor da Nossa Senhora da
Conceiçã o, que havia sido coroada Rainha e Padroeira de Portugal por
D. Joã o IV, sendo a sua remoçã o ou substituiçã o na futura bandeira
justificada pelos republicanos como uma das muitas medidas
necessá rias para secularizar o Estado.

Apó s a apresentaçã o e discussã o das vá rias propostas, uma comissã o


governamental foi criada a 15 de Outubro de 1910. Essa comissã o
incluía Columbano Bordalo Pinheiro (pintor), Joã o Chagas (jornalista),
Abel Botelho (escritor) e dois líderes militares de 1910: Ladislau
Pereira e Afonso Palla. Esta comissã o escolheu o vermelho-e-verde do
Partido Republicano Português, fornecendo uma explicaçã o baseada
em razõ es patrió ticas, disfarçando o significado político por trá s da
escolha, uma vez que estas tinham sido as cores presentes nos
estandartes dos rebeldes durante a revolta republicana de 31 de
Janeiro de 1891, no Porto, e durante a revoluçã o antimoná rquica, em
Lisboa.

Columbano Bordalo Pinheiro

ELEMENTOS DA BANDEIRA PORTUGUESA

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A comissã o considerou que o vermelho devia "(...) estar presente como
uma das principais cores, porque é uma cor combativa, quente, viril,
por excelência. É a cor da conquista e do riso. Uma cor cantante,
ardente, alegre (...). Lembra o sangue e incita à vitó ria. Foi mais difícil
arranjar uma explicaçã o para a inclusã o do verde, dado que nã o era
uma cor tradicional na histó ria da bandeira portuguesa.
Eventualmente, a cor foi justificada com o argumento de que, durante a
rebeliã o de 1891, esta estava presente na bandeira revolucioná ria que

"despertou o relâ mpago" do republicanismo. O azul, cor da nossa


Senhora, padroeira de Portugal. Finalmente, o branco (no escudo)
representava "uma cor bonita e fraterna, em que todas as outras cores
se fundem, cor de simplicidade, de harmonia e paz", acrescentando que
"(...) é essa mesma cor que, cheia com entusiasmo e fé pela Cruz da
Ordem de Cristo, assinala o ciclo épico dos Descobrimentos".

A esfera armilar manuelina, que esteve presente na bandeira nacional


sob o reinado de D. Joã o VI, foi revivida, pois consagra a "épica histó ria
marítima portuguesa (...) o desafio final, essencial para a nossa vida
colectiva". O escudo português foi mantido, sendo posicionado sobre a
esfera armilar. A sua presença iria imortalizar o "milagre humano de
bravura positivo, tenacidade, diplomacia e audá cia, que conseguiu ligar
os primeiros elos da afirmaçã o social e política da naçã o portuguesa",
uma vez que é um dos mais "vigorosos símbolos da identidade e
integridade nacional".

A nova bandeira foi produzida em grande escala na Cordoaria Nacional


e foi apresentada oficialmente para todo o país a 1 de Dezembro de
1910, por ocasiã o dos 270 anos da Restauraçã o da Independência. Este
dia já havia sido declarado pelo governo como o "Dia da Bandeira"
(actualmente nã o é comemorado). Na capital, a bandeira desfilou
desde a Câ mara Municipal até ao Monumento aos Restauradores, onde
foi hasteada pela primeira vez. A apresentaçã o festiva nã o mascarou,
no entanto, o tumulto causado pelo desenho ter sido escolhido em
privado, sem haver consulta popular, já que representava mais que um
regime político de uma naçã o inteira. Para incentivar uma maior
aceitaçã o da nova bandeira, o governo concedeu a todos os
estabelecimentos de ensino com um exemplar, cujos símbolos
deveriam ser explicados aos alunos; os livros foram alterados para
exibir intensivamente esses símbolos. Além disso, 1 de Dezembro, 31
de Janeiro e 5 de Outubro foram declarados feriados nacionais.
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Monumento aos Restauradores, em Lisboa, onde a nova bandeira nacional foi hasteada pela
primeira vez.

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SIMBOLISMO

A bandeira portuguesa exibe três símbolos importantes: as cores dos


campos, a esfera armilar e o escudo português, que compõ em o brasã o
de armas.

Esfera armilar

A esfera armilar foi um importante instrumento astronó mico e de


navegaçã o para os marinheiros portugueses que se aventuraram em
mares desconhecidos, durante a Era dos Descobrimentos, símbolo do
período mais importante da naçã o, os descobrimentos portugueses.

Escudo português

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Design actual do escudo português. Desde 1143, é exibido na bandeira nacional, com diferentes
formatos e complexidade.

O escudo português assenta sobre a esfera armilar. É o principal


símbolo português, bem como um dos mais antigos

Dentro de uma borda branca, cinco quinas (pequenos escudos azuis),


com seus cinco besantes brancos representam as cinco chagas de
Cristo quando crucificado.

Os sete castelos sã o tradicionalmente considerados um símbolo das


vitó rias portuguesas sobre os seus inimigos mouros, durante o reinado
de D. Afonso III, que supostamente conquistou sete fortalezas inimigas
durante a conquista do Algarve, concluída em 1249. No entanto, esta
explicaçã o é fraca, uma vez que este rei nã o tinha sete castelos na sua
bandeira, mas sim, um nú mero nã o especificado. Algumas
reconstruçõ es exibem cerca de dezasseis castelos, sendo este nú mero
alterado para doze em 1385, e sendo apenas fixado em sete em 1485.
Uma hipó tese sobre a origem dos castelos na borda vermelha
encontra-se nos laços de família de D. Afonso III com Castela (sua mã e
e segunda mulher eram castelhanas), cujos brasõ es consistiam num
castelo dourado sobre um campo vermelho.

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NOMES DA BANDEIRA DE PORTUGAL

A Bandeira de Portugal é, oficialmente, designada Bandeira Nacional.

A bandeira é, também, muitas vezes designada como a Bandeira das


Quinas. Esta designaçã o refere-se aos cinco escudetes das Armas de
Portugal (as cinco quinas) e tem vindo a ser aplicada a todos os
modelos da Bandeira de Portugal, pelo menos desde o século XV.

O modelo da Bandeira de Portugal, em vigor desde 1911, também é,


ocasionalmente, referido como Bandeira Verde-Rubra.

ETIQUETA E PROTOCOLO

As regras gerais para o uso da Bandeira de Portugal estã o definidas


pelo Decreto-Lei nº 150/87. Deve seguir-se, além disso, o que está
estabelecido pela tradiçã o e pelas regras protocolares internacionais.

Bandeira de Portugal quando hasteada com outras bandeiras

Bandeira de Portugal hasteada no Castelo de Sã o Jorge.

Quando hasteada, conjuntamente com outras bandeiras, a Bandeira de


Portugal deverá ter sempre precedência sobre todas as restantes. Esta
precedência aplica-se a todas as bandeiras incluindo a Bandeira da

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Uniã o Europeia, bandeiras nacionais estrangeiras, bandeiras regionais,
bandeiras municipais, bandeiras privadas e outras. Devem ser seguidas
as seguintes regras genéricas:

1. A Bandeira de Portugal deverá ser sempre de dimensã o superior


ou igual à das outras bandeiras;
2. Se forem hasteadas 2 ou mais bandeiras no mesmo mastro, a
Bandeira de Portugal ocupará o topo do mesmo;
3. Se existirem 2 mastros, a Bandeira de Portugal ocupará o da
direita (de quem está de costas para o edifício ou recinto);
4. Se existirem 3 mastros, a Bandeira de Portugal ocupará o do
centro;
5. Se existirem 4 ou mais mastros, a Bandeira de Portugal ocupará
o mais à direita (de quem está de costas para o edifício ou
recinto);
6. Se existirem mastros de diferentes alturas, a Bandeira Nacional
ocupará sempre o topo do mais alto.

A Bandeira de Portugal deverá ser içada de forma viva e enérgica, mas


deverá ser arriada de forma lenta e cerimoniosa.

Quando sejam hasteadas vá rias bandeiras em conjunto, a Bandeira de


Portugal deverá ser a primeira a ser içada e a ú ltima a ser arriada.

DIAS E LOCAIS ONDE DEVE SER ASTEADA

A Bandeira de Portugal deverá ser hasteada todos os dias, nos


seguintes locais:

1. Sedes dos ó rgã os de Soberania Nacional.

Deverá ser hasteada, pelo menos, aos domingos, feriados e em outros


dias em que tal seja decretado pelas autoridades competentes, nos
seguintes locais:

1. Instalaçõ es de outros ó rgã os das administraçõ es pú blicas,


central, regional e local;
2. Sedes de institutos e de empresas pú blicas;
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3. Monumentos nacionais.

Além daqueles, a Bandeira de Portugal pode ser hasteada em qualquer


outro local - pú blico ou privado - desde que sejam cumpridas as regras
do protocolo e das precedências.

Nos dias e locais onde a Bandeira de Portugal seja hasteada deve ser
içada à s 9h00 e arriada ao pô r-do-sol. Opcionalmente, a Bandeira de
Portugal pode permanecer hasteada durante a noite, se estiver
iluminada por holofotes.

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BIBLIOGRAFIA

Site do Governo

Wikipedia

Site do Turismo de Portugal

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