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"A obra de Clemente de Alexandria marca uma época, e não

é elogio exagera~o dizer dele que é o fundador da teologia


especulativa", dizia o notável patrólogo J. Quasten. Por esta
afirmação percebemos a importância de Clemente não só
para o período patrístico, mas para toda a literatura cristã.

Cabeça helênica, convertido ao cristianismo, nas suas andanças


pela Magna Grécia (Sul da Itália), Síria e Palestina, em busca de
aprimoramento espiritual e filosófico, Clemente considerou um
privilégio poder escutar "homens bem-aventurados e impor-
tantes" (Strómata, I, 1,11 ), nunca pensando que, para aderir ao
Evangelho (para ele a verdadeira Gnose), tivesse de renunciar à
~;ua bagagem cultural e vasta erudição. Para o seu coração uni-
versal, aberto à(s) cultura(s), o encontro do cristianismo com o
"mundo pagão" atendia a um desígnio de Deus que, em Sua
providencial sabedoria, conferiu à Filosofia grega papel prope-
dêutico para que os pagãos recebessem o Evangelho, tal qual
fizera com os judeus, em relação à Lei Mosaica.

Na famosa Escola de Alexandria, onde ele foi discípulo e, de-


pois, mestre, lecionou sobre a fé da Igreja para um auditório
culto e, nos últimos vinte anos do século II, escreveu a maior
parte de suas obras, entre as quais o Protréptico (Exortação·
aos Gregos), que agora vem traduzi4o do original, com com-
petência e labor beneditino, pela professora Rita Codá.

À Editora É agradecemos por essa iniciativa ímpar e augu-


ramos aos nossos alunos de Patrologia e aos demais leitores
que, ao longo destas páginas, se disponham a estudar "o
cântico novo do Logos de Deus" (Protréptic<> I,6), o cântico
d'Aquele que não só nos abre as portas da fé, mas também
leva à plenitude toda a nossa esperança.

Justino de Almeida Bueno 0513


Monge do Mosteiro de São Bento - Rio
EXORTAÇÃO
AOS GREGOS

cor.m;Ao
MEDIEVALlA
Impresso no Brasil, março de 2013
Título original: nroTPEílTIKOl: nrm; EAMINAl: - KAHMENTOl: l:TPflMATEm;
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Editor
Edson Manoel de Oliveira Filho

Coordenador da Coleção Medievalia


Sidney Silveira

Gerente editorial
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Produção editorial
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Revisão
Geisa Mathias de Oliveira

Capa e pro;eto gráfico


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Diagramação
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Impressão
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-
EXORTAÇAO
AOS GREGOS
R
CLEMENTE DE ALEXANDRIA

Tradução de Rita de Cássia Codá dos Santos


SUMÁRIO

Apresentação - A pedagogia do Logos divino ......................................................7


Nota prévia da tradutora .................................................................................. I 5
Nota do editor ........................................................................................ .......... 19

CTPOTPECTTIKOL ílPOL EAAHNAr


EXORTAÇÃO AOS GREGOS

KE<l>AAAION A 1 CAPÍTULO I
Apresentação do Logos divino e seu cântico novo ................................. 22 I 23

KE<l>AAAION B 1 CAPÍTULO II
A demolição dos mistérios e dos mitos gregos ....................................... 38 I 39

KE<l>AAAION f 1 CAPÍTULO III


Os sacrifícios humanos e os templos dos deuses .................................... 82 183

KE<l>AAAION !J. I CAPÍTULO IV


A natureza dos deuses gregos ................................................................ 90 19 I

KE<l>AAAION E 1 CAPÍTULO V
As ideias sobre deus segundo a filosofia grega ................................... uo 1UI

KE<l>AAAION Z 1 CAPÍTULO VI
Alguns filósofos sentiram-se inspirados pela verdade ......................... n6 I u7

KE<l>AAAION H 1 CAPfTULO VII


Os poetas também testemunharam a verdade .................................... 136 I 137
KE<l>AAAION BICAPÍTULO VIII
Os profetas dos hebreus são os g1JL1rdiões da uerdade diuina ............. 146 11
47

KE<l>AAA!ON 1 1CAPÍTULO IX
Deus nos exorht por meio de seu Logos ............................................ 1 54 1 T 55

KE<l>AAAION K 1CAPÍTULO X
Todos os homens devem ouvir e acatar a uoz da verdade ...................1 64 1 r 65

KE<l>A:\AION A 1CAPÍTULO XI
A parousía do Logos di11ino e sua beneficência .................................. 1 94 1 r9 5

KE<l>AAArON M 1CAPÍTULO XII


É preciso aceitar o Logos de Deus ..................................................... 206 1 207

Notas ...................................................................................... ....................... 2.17


APRESENTAÇÃO

Sidney Silveira 1

A PEDAGOGIA DO LOGOS DIVINO

Tito Flávio Clemente (145-215), ou Clemente de Alexandria, como ficou co-


nhecido pelos pósteros, foi o primeiro grande teólogo cristão a valer-se explicita-
mente da filosofia grega 2 para defender ou ilustrar a fé. 3 Isto porque, de acordo
com uma de suas mais conhecidas teses, apesar de a fé ser absolutamente superior
à filosofia - e o divino Logos (J..óyoç) ser o mestre e educador por antonomásia -,
tal não significa que não se devam conhecer e aproveitar as verdades parciais en-
contradas nas doutrinas filosóficas, e colocá-las a serviço da fé.
Os principais especialistas na obra de Clemente são concordes em afirmar
que, para o autor Alexandrino, a ordem do saber obedece a cinco graus (pr?vavel-
mente, tratava-se do programa de estudos da Escola de Alexandria):"

1
Sidney Silveira é integrante da Società Jnternazionale Tommaso d'Aquino (Seção Brasil) e do Angelic~m -
Instituto Brasileiro de Filosofia e de Estudos Tomistas.
2
"Para supor que a filosofia é inútil, seria útil estabelecer [filosoficamente] a afirmação de sua inutilidaden
(Clemente de Alexandria, Strómata, l, 2, 19.1).
1
Clemente foi pioneiro na defesa da tese de que a filosofia é uma espécie de preâmbulo racional da fé:• Anres
da vinda do Senhor, a filosofia era necessária para a justificação dos gregos; agora. no entanto, é proveitosa
para a religião e constitui uma propedêutica para quem pretende aderir à fé mediante demonstração
racional" (Strómata, l, V, 28.1). Vale aqui apenas fazer uma precisão teológica que es.:apa ao texto de
Clemente: é evidente que as verdades de fé não podem ser demonstradas, mas tão somente cridas - num
ato de anuência do fiel católico à autoridade da Sagrada Escritura. Assim, por exemplo, não se pode provar
metafisicamente a Virgindade Perpétua de Maria, nem o pecado de Adão, er:c. A füosofia pode, no entanto,
oferecer os preâmbulos racionais que assentarão os chamados moti1'0s de credihílid.lde da fé.
~ Em Alexandria - que foi durante muito tempo o principal polo cultural do Império Romano - tlott!k.~u
no começo do século li uma comunidade de estudos do .:ristianismo cuja remota fundação se atribuía,~
acordo com a tradição oral, a São Marcos, o Evangelista. Tratava·se de uma escola catequética destinada
à educação dos gentios conversos, e que recebeu o nome de Dídaskaleíon. Segundo Eusebio de CHarcia
(História Eclesiástica, V, 1O), essa escola ganhou em importância no ano de 180, quando São Panreno,
mestre de Clemente de Alexandria, assumiu a sua direção. Cf. Eusebio de Cea.reia, Historia Ec/#siástic11, l.

EXORTAÇÃO AOS GR!GOS

l7 1
- APRESENTAÇÃO -

1º.A propedêutica dos parvos, que consistia na leitura, na escrita


e também no aprendizado matemático da adição e subtração,
por parte das crianças.
2º. As sete disciplinas endclicas, que posteriormente serão conhe-
cidas pelos medievais como trivium (gramática, retórica e dialé-
tica) e quadrívíum (aritmética, geometria, astronomia e música).
3º. A filosofia, que para Clemente não é má, por ser obra da
Providência Divina, 5 embora não represente o grau supremo do
saber, mas tão somente uma espécie <le prévia da verdade al-
cançável pela fé. Na prática, trata-se de uma preparação para
a sabedoria e para a virtude, assim como de um procedimento
que permite ao homem passar do conhecimento das coisas sen-
síveis às realidades inteligíveis. Acima da filosofia, no entanto,
está a sabedoria, que é um conhecimento inspirado pela fé. Para
Clemente, o Logos eterno foi iluminando pouco a pouco os ho-
mens: primeiramente os judeus, por meio dos profetas; depois os
gregos, por meio dos filósofos; e, por fim, os cristãos, de forma
plena, por meio do Evangelho. 6
4°. A fé, superior à filosofia, porque subministra a verdade em
sua plenitude, pois procede da Revelação feita pelo Logos, fun-
damento sobre o qual se edifica a ciência "com ouro, prata e
pedras preciosas". A fé fornece ao homem os meios para chegar
ao verdadeiro conhecimento de Deus. 7

Textos, versão espanhola, introdução e notas de Argimiro Velasco Delgado, O.P. [Texto bilíngue: grego/
espanhol], 2. rev. Madri, Biblioteca de Autores Cristianos - BAC, 1997, p. 89-90, 301-03.
1 Cf. Clemente de Alexandria, Strómata, 1, 1, 708. É importante advertir que, apesar de valer-se da filosofia,

o Alexandrino deixa claro que alguns homens tidos por filósofos não o são, na verdade. A este respeito, são
conhecidas as suas diatribes contra os sofistas e, também, contra Epicuro, que, como veremos na presente
edição do Protréptico, é considerado um grande ímpio. Numa passagem muito conhecida dos estudiosos de
sua obra, adverte Clemente:" A arte da sofística, que os gregos praticaram com afinco, constitui uma [espécie]
de habilidade da imaginação, posto que mediante discursos pomposos [ela) persuade como verdadeiro o que
é falso. Com efeito, a sofística dá origem à retórica para convencer, e à erística para vencer as discussões. Pois
muito bem: essas artes, se são praticadas após (o estudo da] filosofia, são mais prejudiciais que quaisquer
outras" (Clemente de Alexandria, Strómata, l, 8, 39.1).
6 Clemente de Alexandria, StrómJJta, l, 13, 756; VI, 5, 261.

7 Clemente de Alexandria, Str6mata, VII, 10, 480.

EXORTAÇÃO AOS GRIGOS


18 1
- APRESENTAÇÃO -

5º. A gnose, que seria o ápice do conhecimento, a culminância


dos graus anteriores do saber. Para Clemente, a gnose seria um
estado habitual de contemplação, um conhecimento ao mesmo
tempo afetivo e intuitivo de Deus, para o qual, no entanto, seria
necessária, como precondição, a ascese moral (a purificação da
alma pela virtude). 8

Com relação a este último ponto, é importante abrir um pequeno parêntese


para fazer alguns esclarecimentos - em razão dos mal-entendidos históricos e dou-
trinais devidos ao fato de Clemente propor uma gnose cristã, em contraposição
àquilo que ele chamava de "gnose herética". Antes de tudo, convém reportarmo-
-nos ao Magistério da Igreja, particularmente ao papa Bento XIV, que, em 1748,
por intermédio da bula Postquam intelleximus, retirou Clemente do Cânon. Desde
então, o Alexandrino passou a não mais ser considerado santo - entre outros moti-
vos, porque não havia documentos anteriores ao século XI que confirmassem o seu
culto imemorial. 9 Neste contexto, é importante notar que, embora o papa afirmas-
se não ter o intuito de desmerecer os louvores a Clemente feitos no Martirológio
Romano (que, nessa época, marcava a celebração de sua santidade para o dia 4 de
dezembro), frisava por outro lado ser patente o fato de haver graves dificuldades
em sua obra (non ut Clementis Alexandrini laudibus quidquam detrahamus, sed ut
pateant graviores dificultates), razão pela qual pairava sobre ela uma suspeita de
heterodoxia (opera sin minus erronea, saltem suspecta). E foi justamente por ser
suspeito de erros quanto à fé que Clemente foi excluído do Martirológio (Clemens
de erroribus suspectus, a martyrologium excludendus). 10
Mas quais teriam sido as razões doutrinárias para que a sombra de hetero-
doxia se projetasse sobre a obra do Alexandrino, tantos séculos após sua morte?
Para tentar responder a esta questão, é necessário antes de tudo considerar o que
teria sido o chamado gnosticismo cristão, que, em algumas modernas histórias

1
Cf. Pierre-Thomas Camelot, O.P., lntroduction à l'l!.tude de la Conaissa"ce Mystiq11e chei Clhlt.m
d'Alexandrie. Paris, Éditions du Cerf, 1945, p. 28-30.
9
Cf. Guillermo Fraile, Historia de la Filosofia, Tomo li - EI Judaismo y la Filosofia. E/ Cristiani#no Y ld
Filosofía. E/ Islam y la Filosofia. Madri, Biblioteca de Autores Cristianos · BAC, 1969, p. 121.
1
° Cf. Sanctissimi Domini Nostri Benedicti Pap~ XIV. Bullarum, Tom11S Secundus. Vohatt11" VI, CMM
apendice, editio nova, summo Studio castigota. Melchlinie, 1827, p. 128-33.

alCORTAÇÃO AOS GRIGO!

l9 1
- APRESENTAÇÃO._

da Patrologia, é identificado simplesmente como algo contraposto ao gnosticis-


mo pré-cristão pelo fato de este último não fazer referência à Pessoa de Cristo
'
enquanto a gnose "cristã", esta sim, o fazia. Ora, esta concepção é altamente defi-
ciente, pois parece ignorar o fato de que a maior parte da literatura gnóstica cristã
(anônima, em muitos casos) perfazia um conjunto de heresias de tal sorte, que só
muito impropriamente se poderia denominá-la "cristã''. Evangelhos apócrifos e
tratados de teologia heterodoxos constituem alguns desses textos. Houve até casos
de gnósticos cristãos que, após ser excomungados, fundaram pequenas seitas -
como, por exemplo, Marcião de Sinope (85?-160), que rejeitava em conjunto todo
o Antigo Testamento e defendia heresias cristológicas e eclesiológicas, além de
aceitar tão somente as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de Lucas, no Novo
Testamento. 11 Esse gnóstico criou uma seita cristã com bispos, presbíteros e diáco-
nos, e uma liturgia semelhante, em alguns aspectos, à da Igreja Romana, o que lhe
fez arrebanhar muitos prosélitos. 12
É necessário, portanto, ter em vista que a expressão "gnose cristã'', encon-
trada em vários textos do Alexandrino, é no mínimo equívoca, 13 pois a literatura
gnóstica, em seu vasto e heterogêneo conjunto, apropriou-se de aspectos isola-
dos da doutrina da Igreja, acrescentando-lhes ideias contrapostas à fé - não raro
perpetrando sacrilégios e blasfêmias intoleráveis para o Magistério eclesiástico. 14

11
Cf. Claudio Moreschini e Enrico Norelli, Histoire de la Littérature Chrétienne Ancienne Grecque et
Latine. Genebra, Labor et Fides, 2000, p. 204-08. Ver também: Johannes Quasten, Patrología. Tomo l.
Hasta el Concilio de Nicea. Madri, Biblioteca de Autores Cristianos - BAC, p. 264-68.
u Uma aproximada ideia da influência do marcionismo nos primeiros séculos cristãos pode ser inferida do
número de padres, de apologetas e de pensadores que escreveram contra Marcião e seus seguidores: Justino,
Mártir ( t 10-162?) que o ataca em sua primeira Apologia; Irineu de Lião (130-202), em Contra Heréticos;
Tertuliano (160-220?), em Contra Marcião; Hipólito de Roma (170?-235), em Refutações de Todas as
Heresias; Epifânio de Salamina (315-403?), que em alguns escritos reconstitui toda a "Bíblia" marcionista;
etc. Sobre o marcionismo, ver: Di:i:íonario Del/'Eresie, Degli Errori e Degli Scismi, Tomo Terzo. Venezia,
Presso G.F. Garbo, t 771, p. 277-91.
u Para uma compreensão dos conceitos de equivocidade, unívocidade e analogia, ver Paulo Faitanin, "0
Mal Como Perda do Bem". ln: Tomás de Aquino, Sobre o Mal. Rio de Janeiro, Sétimo Selo, 2006, p. XXIV.
•~ Em sentido estrito, o Magistério da Igreja é o carisma participado por Cristo ao papa e aos bispos para
que preservem intacta, até o fim dos tempos, a doutrina do Evangelho. "Ide e ensinai a todas as nações"
(euntes ergo docete omnes gentes, Mateus XVIII, 19). A indefectibilidade da Igreja está intrinsecamente
ligada à solidez doutrinal do ensinamento do Magistério eclesiástico, que possui a seguinte subdivisão:
t - Órgãos autênticos: a) o papa sozinho, em quem reside a suprema autoridade apostólica; b) o papa e
os bispos reunidos em Concílio; e) os bispos (mestres ex officio) dispersos pelo mundo quando fazem uma
declaração comum acerca de algum aspecto da doutrina revelada; d) os bispos sozinhos, quando legislam no

EXORTAÇÃO AOS GREGOS

1 10 1
- APRESENTAÇÃO -

Obviamente, no caso de Clemente não se chegou a tanto, mas ao fim e ao cabo se


tratava de teses que davam margem a interpretações difusas, as quais, levadas às
últimas consequências, poderiam ser derrogatórias da fé, razão por que a Igreja
tomou a decisão prudencial de excluí-lo do Martirológio. Um exemplo é o seu
assentimento à tese de que os gnósticos cristãos deveriam ser iniciados secretamen-
te, prática de cariz esotérico contrária ao ensinamento da Igreja, a qual, ao longo
de séculos, levou à risca o conselho de Cristo expresso na Sagrada Escritura: "O
que é dito ao ouvido, proclamai-o nos telhados" (et quod in aure auditis pr~di­
cate super tecta. Mateus 10,27). Assim, desde o primeiro catecismo, o Didaqué,
que remonta ao século I, o ensinamento eclesiástico sempre se pautou por não ser
esotérico, mas aberto a todos, dado o seu objetivo salvífico.
Esclarecido este aspecto histórico-doutrinal, passemos adiante frisando que,
de acordo com o mestre paleocristão de Alexandria, o Logos tem a função de
expor e revelar as verdades, 15 e, sendo amigo dos homens e empenhado, pois, em
levá-los à salvação, realiza o seguinte programa: primeiro exorta, depois educa e,
por fim, ensina. 16 O Protréptico de Clemente se insere no ponto inicial desta trípli-
ce perspectiva pedagógica do Logos divino, dado o seu caráter exortativo. Neste
contexto, não é ocioso lembrar que os Protrépticos clássicos da filosofia grega
eram meros discursos de propaganda acadêmica, e somente a partir do Protréptico
de Aristóteles passam a significar uma exortação de caráter geral à vida do espí-
rito, à filosofia; citemos, a título de exemplo, os que foram escritos por Epicuro e
Jâmblico, assim como o de Galeno (referido à medicina) e o Hortêncio de Cícero.
No caso de Clemente, a exortação ganha tons propriamente religiosos,
pois se trata ao mesmo tempo de um chamado à conversão à fé católica e de
uma veemente recusa às mitologias contrárias ao senso comum, como as que o

âmbito de suas dioceses. 2 - Órgãos subsidiários: a) Papais: Congregações Romanas, Comis.ções Ponrifkias,
delegados apostólicos; b) Episcopais: Conselhos de Presbíteros, Comissões Diocesanas, curas, páro.."OS, etc.
Para que situemos bem a ação do Magistério com relação à suspeita de heterodoxia de Clemente, hasta
frisar que uma de suas funções multisseculares sempre foi a de preservar o Corpo Místiço de quai~q~r
doutrinas que, próxima ou distantemente, pudessem representar um perigo para a fé. Como dizia o famoso
adágio, Roma locuta, causa finita: se o Magistério se pronunciou solenemente, dando a sua palavra final, .
assunto encerrado. No caso de Clemente, como se frisou, apesar de presen:ar-se o valor filosófico inrrim1a'O
de suas obras e os piedosos elogios constantes do Martirológio, o Magistério retirou-o dos cânones por !'Mio
da bula Postquam intelleximus, não obstante continue ele sendo um padre da Igreja.
' 5 Clemente de Alexandria, Pedagogo, 1, 1, 3-2, 1.
111 Clemente de Alexandria, Pedagogo, 1, 3, 3.

l!XOllTAÇÃO AOS GUClOS

1 ti 1
- APRESENTAÇÃO -

Alexandrino acusa na presente obra - com uma retórica sofisticada e, ao mesmo


tempo, implacável, típica de um entusiasmado recém-convertido. 17 No Protrép-
tico, os deuses e mitos gregos são contrapostos à verdade evangélica, e, neste
contexto, cumpre dizer que Clemente os reduz ao nível de quimeras sem sentido,
crendices nefastas, superstições malévolas que desgovernam a imaginação dos
homens e os induzem à concupiscência, à perdição. No discurso clementino, o
elevado mistério cristão vem substituir o mosaico de crenças e práticas que da-
vam molde à cultura e à religião gregas. Por este motivo, parece-nos forçada a
tentativa de qualificar a sua obra como sincretismo, ou seja, como uma mescla
quase indiscernível entre ideias novas e antigas. 18 Na verdade, Clemente pode ser
considerado um eclético, pois utiliza elementos da filosofia grega e de algumas
mitologias, mas não propriamente como se fora adepto do sincretismo religioso,
pois em seus textos é patente o esforço por expurgar (e condenar) as ideias dos
pensadores gregos expressamente tidas por ele como falsas, por ser frontalmente
contrárias à letra e ao espírito do Evangelho. "Estas loucuras são, em verdade,
sutilezas capciosas de homens incrédulos." 19

,. "Esses são os arquétipos de vossa sensualidade; essa é a teologia da arrogância; essas são as lições dos
vossos deuses, que praticam convosco a concupiscência. 'Aquilo que se deseja, nisso se crê', diz o orador
ateniense !Demóstenes]. Vós tendes ainda outras imagens semelhantes: pequenos deuses Pãs, jovens nuas,
sátiros embriagados, falos em ereção, que vossas pinturas exibem abertamente, mesmo condenados pela
intemperança. Hoje, não vos envergonhais de contemplar, com a população inteira, as pinturas que
representam as posturas mais indecorosas; ainda bem que as guardais corno ex-voto, como naturalmente
o fazeis com as imagens de vossos deuses (... ). Nós denunciamos vossa indulgência a todas essas coisas
indecentes, condenando não apenas a prática, mas também o ato de vê-las e ouvi-las. Vossos ouvidos se.
prostituíram, vossos olhos cometeram adultério, e o mais estranho ainda: vosso olhar cometeu adultério
antes mesmo dos amplexos libidinosos" (Clemente de Alexandria, Protréptico, VI, 61, 1-3).
11
O sincretismo é uma espécie forçada de amálgama que gera aparente compatibilidade entre os conceitos e
crenças díspares que lhe servem de matéria. Neste sentido, o sincretismo é pura e simplesmente uma mescla
deturpadora. Assim, por exemplo, algumas religiões afro-brasileiras "transformaram" santos católicos em
entidades de suas crenças como se fossem a mesma coisa. Vemos o eco distante da aplicação da ideia de
sincretismo à obra de Clemente de Alexandria no clássico Manuel de Philosophíe Ancienne, de Charles
Renouvier (1815-1905); para este pensador francês, os alexandrinos deveriam ser considerados "os últimos
dos antigos e os primeiros dos antiquários na Antiguidade", e neles haveria urna espécíe,de sincretismo. Cf.
Charles Renouvier, Manuel de Phílosophie Ancienne, Tome l. Paris, Elibron Classics, 2003, p. 40-50. Depois
de Renouvier. alguns estudiosos aplicaram esta ideia indiscriminadamente a todos os representantes da
Escola de Alexandria, inclusive ao nosso autor.
1'Clemente de Alexandria, Protréptico, XI, 2. É verdade que a exortação de Clemente não implica a
destruição completa da cultura precedente, mas a sua cristianização. Mas, por silenciar com relação
a certos costumes sociais então em voga, alguns autores acabaram por ver no Alexandrino um esforço de

l!XORTAÇÃO AOS GRIG05

1 I2. 1
- APRESENTAÇÃO -

O Protréptico de Clemente divide-se em doze livros (ou capítulos), e é tido


por filólogos e estudiosos de sua obra como o seu texto mais bem acabado, do
ponto de vista formal, pois nele se destacam a simplicidade na exposição da
doutrina, o estilo literário apurado e a profundidade dos conceitos. 2° Como
bem observa a professora Rita Codá na Nota Prévia da Tradutora, algumas
páginas adiante, Clemente de Alexandria é um lídimo representante da Segun-
da Sofística, um cultor do grego ático, verdadeiro artesão da palavra - o que
pode ser vislumbrado não apenas no Protréptico, mas também nas duas outras
grandes obras filosófico-teológicas do Alexandrino: o Pedagogo e os Strómata,
que completarão a trilogia - inédita em língua portuguesa - a ser apresentada
no Brasil pela Editora É.
Neste ponto, convém destacar o seguinte: no momento histórico em que o
Protréptico é escrito, possivelmente entre 193 e 195 - logo após o governo de
Cômodo -, a Igreja goza de relativa paz, pois o Império Romano tem incontáveis
outros problemas com que lidar, dada a luta intestina pelo poder político que nele
fervilha (para se ter ideia disto, ressalte-se que, somente entre 192 e 193, houve
cinco imperadores, alguns deles assassinados de forma cruel, em meio a intrigas
palacianas que envolviam o Senado e a Guarda Pretoriana). O cristianismo come-
ça, em meio ao caos dessa época, a difundir-se não apenas entre as classes mais
humildes, mas também nos ambientes mais refinados e economicamente fortes. 21
É neste contexto de relativa paz ou silêncio em relação aos cristãos, da parte das
autoridades de uma Roma ainda pagã, que Clemente escreve a sua veemente exor-
tação à conversão, sendo a primeira parte da obra propriamente dita (dos capí-
tulos I ao VII) uma minuciosa e erudita crítica aos cultos e mistérios pagãos, com
citações abundantes de filósofos e poetas.
Na segunda parte (dos capítulos VIII ao XI), o Alexandrino assume tom apo-
logético ao falar do chamado de Deus a todos os homens, além de referir-se ao
processo de conversão dos fiéis, fazendo o panegírico da religião num estilo retóri-
co de grande beleza e efeito, digno do mais inflamado Tertuliano:

harmonização (ou conciliação) entre a fé cristã e o saber pagão, o que também nos parece excessivo, pe!os
motivos anteriormente expostos.
1
°Cf. Marcelo Merino Rodríguez, El Protréptico (lntroclucción). Madri, Editorial Ciudad Nueva, 2008, p. 18.
11
Paolo Siniscalco, II Cammino di Cristo nell'/mpero Romano. Bari (Itália), 1987, p. 108-31.

l!XOR.TAÇÃO AOS GRBOOS

lql
- APRE~ENTAÇÃO -

Esse é, em verdade, o mais belo dos empreendimentos: mostrar-vos


como a piedade é inimiga da loucura e desse costume três vezes
maldito; jamais, com efeito, o ódio nem as interdições teriam rece-
bido um bem tão grande, tal qual recebeu a raça humana dádiva
mais considerável oriunda de Deus, se não fôsseis prisioneiros do
hábito. Mais ainda: vossos ouvidos estão obstruídos, quais cavalos
indóceis, de cerviz entesada; mordendo os freios, fugis dos nossos
discursos, desejosos de nos lançar ao chão, nós, os ginetes de vos-
sa vida; levados por vossa loucura, em direção aos precipícios da
perdição, concebeis como algo maldito a santa palavra de Deus. 22

Clemente encerra o livro no capítulo XII exortando os leitores a abandonar "a


tradição que leva à morte" e a "aceitar o Logos de Deus". Diz o Alexandrino: "Fuja-
mos dessas ondas, elas expelem fogo; há uma ilha maligna, com ossos amontoados
e cadáveres, aí canta uma bela cortesã; é a volúpia se divertindo com uma música
vulgar( ... ). Navega para além desse recanto, artesão da morte; basta que tu queiras
e terás vencido a perdição( ... ) Preso ao madeiro, tu te livrarás da corrupção. O Lo-
gos de Deus será teu piloto, e o Espírito Santo te fará ancorar nos portos celestes". 23
Este é o estilo de Clemente. 24 Vivaz, colorido, firme, sem medo de ferir pru-
ridos. Um estilo forjado no pleno domínio da retórica ensinada na Escola de Ale-
xandria, ao longo dos anos de estudo das sete disciplinas encíclicas, e que na
presente edição da editora É recebe uma apuradíssima tradução literária de Rita
Codá, professora de grego clássico do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro.
Fazemos votos de que o leitor brasileiro aprecie esta pequena obra-prima
escrita por um teólogo que, não obstante as medidas prudenciais do Magistério
mencionadas nesta breve Apresentação, é um inspiradíssimo Padre da Igreja.
Um autor fundamental para a história da filosofia e da teologia no Ocidente.

22
Clemente de Alexandria, Protréptico, X, 3.
21 Clemente de Alexandria, Protréptico, XII.
24 O estilo de um autor cristão dos primeiros séculos possui dois componentes principais, de acordo com

Fontaine: a) a tradição literária que recebe por sua educação e leituras; b) o seu engenho. Cf. Jacques
Fontaine, Aspects et Problémes de la Prose d'Art Latine au II/' Siécle. Turin, 1968, p. 19. A valoração do
estilo de Oemente de Alexandria há de levar em conta estes dois fatores, dado ser uma perfeita mescla deles.

EXORTAÇÃO AOS GREGOS

1 14 1
NOTA PRÉVIA DA TRADUTOR.A

Rita Codá

O arquétipo da Exortação aos Gregos (Protreptikós prós Héllenas) de Cle-


mente de Alexandria é o célebre corpus apologeticum de Aretas (séc. X), arcebispo
de Cesareia, que, a posteriori, legou às grandes bibliotecas da Europa, princi-
palmente depois da Tomada de Constantinopla pelos Turcos (1453), os melho-
res códices possíveis, graças a seu escriba Baanas, famoso pela excelência de seu
trabalho. Este códice, denominado posteriormente pelos estudiosos de Parisinus
graecus 451, tornou-se, desde o século XVI, patrimônio da Biblioteca do Rei (hoje
Biblioteca Nacional da França), para aí levado por Catarina de Médici, esposa de
Henrique II (da França).
Seis séculos depois do trabalho de Baanas para Aretas, aparece, em Florença,
a editio princeps das obras de Clemente, em 9 de setembro de 1550, editada por
Petrus Victorius (1499-1585) e dedicada ao cardeal Marcello Cervini, futuro papa
Marcelo II (1501-1555). O editor florentino declara que, para os Strómata, usou
apenas um exemplar conservado na Biblioteca dos Médicis, o atual códice Lauren-
tianus V3 e, para o Protréptico e o Pedagogo, usou uma cópia de um manuscrito
mais antigo, porém semelhante, no aspecto formal, ao Laurentianus VJ, o Muti-
nensis III D7, que é simplesmente uma cópia do Parisinus graecus 451, o corpus
apologeticum de Aretas.
O primeiro scholar a usar o manuscrito de Aretas foi Nicolas Le Noury (iní-
cio do século XVIII); em seguida, o códice foi descrito por vários especialistas:
Montfaucon, Otto Harnack, von Gebhardt, Maass, Schwarrz, Bamard, Dindorf e,
finalmente, Otto Stahlin que, no outono de 1895, assim o descreveu:

O comprimento do pergaminho é de 24 cm e a largura 19,3 cm;


a altura do espaço reservado à escrita é de 14, 7 cm e a largura

l!XORTAÇÃO AO' GRIGOi

11~ 1
- NOTA PRÉVIA DA TRADUTORA -

é de 11, l cm. As linhas são gravadas do mesmo modo que é


marcado o espaço da escritura em ambos os lados da folha. As
letras maiúsculas ficam em cima das linhas; o número de linhas
é 26. A cor da tinta está agora mais para marrom. O manuscrito
é proveniente da Biblioteca de Fontainebleau, e a encadernação
que apresenta é do tempo de Henrique II.
O manuscrito tem agora 393 folhas, mas são contadas 403 por-
que os números que vão de 370 a 379 são omitidos.
O Protréptico de Clemente de Alexandria vai da folha 1 a 56 (... )
(Stahlin, 1936, p. XVI).

A extraordinária contribuição de Otto Stahlin ao Parisinus graecus 451 foi


reconhecida por todos os escoliastas de seu tempo, principalmente no que diz res-
peito às citações sagradas e profanas e aos numerosos escólios aí existentes.
Depois da editio princeps, as obras de Clemente de Alexandria ganham edi-
ções várias e sucessivas: 1592 - Sylburg; 1612 - D. Heinsius; 1629 - Carolum
Morelum; 1641 - edição especial de Paris; 1688 - edição de Colônia (Alemanha);
1715-1747 - John Potter; 1869 - William Dindorf; 1857-1891 - Migne; 1905-
1936 - Otto Stahlin.
Para esta tradução do Protréptico de Clemente de Alexandria usei o texto
de Les Éditions du Cerf, Paris, 2004, estabelecido por Claude Mondésert, com a
colaboração de André Plassart (edição revista e aumentada). Entretanto o texto
de apoio, por questões notórias, foi o estabelecido por Otto Stãhlin (Leipzig: J.
C. Hinrichs Buchhandlung, 1936). Também cotejei o texto de G. W. Butterworth
(Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1982) e o estabelecido por
J.-P. Migne, in Patrologia (cursus completus) - series graecae, tomus VIII, J.-P.
Migne Editorem, 1891. O texto grego desta edição bilíngue é o clássico de Otto
Stãhlin, em relação ao qual não há nenhuma mudança significativa em relação ao
que foi posteriormente estabelecido por Claude Mondésert.
Quanto ao escritor Clemente de Alexandria, temos um lídimb representante
da Segunda Sofística: um erudito, um pepaideu,ménos, um cultor do grego ático. No
Protreptíkàs pros Héllenas, seu texto é denso, com alguns anacolutos que exigem
muita paciência do tradutor e uma prévia compreensão das linhas-mestras do pensa·
mento do autor, porém de uma beleza poética e de uma riqueza semântica e estilística

&ll:Olt.TAÇÃO AOS GRSGOS

1] 6 1
- NOTA PRÉVIA DA TRADUTORA -

incomparáveis; rico em citações bíblicas e de autores clássicos, assim como de infor-


mações sobre os costumes da sociedade de seu tempo e da tradição ancestral grega.
Se tomarmos como paradigma o tão decantado Protréptico de Aristóteles,
modelo exemplar do gênero, veremos de imediato quão distante está o de Clemen-
te da estrutura habitual dos discursos exortativos, fato que outorga à Exortação
aos Gregos (Protreptikàs pràs Héllenas) o caráter de uma inédita apologia.
Optei pela permanência da palavra Logos, ao longo da minha tradução, e
não por sua equivalente vernácula Verbo, por considerar aquela mais adequada
ao contexto clementino, o que não significa uma completa exclusão desta, pois, em
alguns passos, faz-se mister o emprego do vernáculo. Também são de minha au-
toria os títulos de cada capítulo desta tradução. No que concerne às notas, foram
mantidas, em grande parte, as que constam no texto de Claude Mondésert, e que
seguem exatamente, por sua vez, as de Otto Stahlin. Quanto às de minha autoria,
encontram-se indicadas pela abreviatura (N. T.).

BXORTAÇÃO A05 GlllGOS


1 17 1
NOTA DO EDITOR

Desde a edição de J. Potter (Oxford, 1715), o Protréptico de Clemente de


Alexandria é obra tradicionalmente dividida em doze capítulos, estrutura adota-
da pela quase totalidade de suas posteriores reproduções, inclusive a Patrologia
Migne. Neste presente volume, naturalmente, acompanhamos esta divisão.
Quanto à numeração interna, dela carecem não poucas publicações deste
escrito (inclusive algumas de indiscutível qualidade), as quais limitam à página
a precisão de referência do leitor. Aqui adotamos a divisão interna de R. Klotz
(Leipzig, 1831 ), a mais utilizada atualmente e encontrada em renomadas edições,
como a francesa do padre Claude Mondésert, S.J. (Paris, Cerf, 2004) e a espanhola
do padre Merino Rodríguez (Madrid, Ciudad Nueva, 2008). <;:remos que ela supe-
ra, em facilidade de leitura e de citação, a que se encontra na tradicional Patrologia
Migne (vol. 8, cols. 49-246).
A mencionada divisão interna que adotamos reparte a obra em 123 seções,
numeradas em sequência ininterrupta, e subdivididas em parágrafos cuja nume-
ração se faz, por sua vez, sempre em referência à seção da qual fazem parte. As
123 seções estão distribuídas, como verá o leitor no sumário, ao longo dos doze
capítulos. Por fim, os títulos dos referidos capítulos, ausentes no original grego,
são de autoria da tradutora e encontram inspiração na referida edição do padre
Claude Mondésert.

l!XOllTAÇÃO AOS Gl\EGOS


1 T9 i
EXORTAÇÃO
AOS GREGOS
KE<l>AAAION A

l. À.µc:piwv ó 011~alüç Ka1 Apiwv Ó M11t'tuµva"ioç «Üµc:pw µEv ~cr1riv


cpÔtKCÓ, µut'toç ÔE ã~L<j)(l)» (Kal 10 ~crµa eicrÉ11 toU'tO 'EÀÀTÍVWV ~Õnm
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xopcp), 'tÉxvn tft µoucr1 Kft µ€v ixôuv ÔEÀEácraç, ô ÔE eií~aç tnxícraç.
0p~K1oç 8€ ÜÀÀoç croc:prn1nç (aÀÀoç o{noç µut'toç 'EÀÀTJVtKÓç) En ôácreuE
tà. tt11pia yuµvn til 0õn Kal. ô~ 'tà. ôÉvôpa, 1àç cpT}yoúç, µe1ec:pú1eue tfj
µoucni<n.
2. "Exotµ' Üv crot Kal aÀÀov toÚtotÇ cXÔEÀcpov ÔtTJyncmcrttat µuôov
KCll ci>õóv, Eüvoµov tOV AoKpov Kal 'tÉHtya 'tOV nut'ttKÓv· navnyuptç
'EÀ.ÀllVlK~ E7tl VEKpcp 8páKOV't\ O"UVEKpO'tElto nut'tot, E7tttáqnov épnnou
~ôovtoç Eüvóµou· ܵvoç ~ t'}pftvoç Õq>EWÇ ~V ~ crõií. oÜK hw ÀÉynv.
Àyrov ô€ ~v 1mi EK1t'tÓ.p1ÇEv wpf! KaÚµatoç Eüvoµoç, ónriví1m oí
tÉtttyEÇ Ú7tO tOlÇ 7tHclÀ.OlÇ DÔOV àvà tà Opll ÔEpÓµEVOl ~Àtcp. -;-HtÔOV Ôf
Õ.pcx ou tcp ôpá1rnvn tcp VEKpcp, 1cp nul't1Kcp, à'A.Ãà tcp t'}dp tcp navcrÓq>q>
autóvoµov crõiív, tfuv Euvóµou ~EÀ tiova vóµrov. 'Piíyvutat xopõn
'tcp AoKpép· ec:pintatm Ó tÉtt1Ç tcp Çuyép· E-repÉt1Çev Ó>ç E7tl KÀÚÕcp te!>
opyávcp· Kat 'tOU tÉ't'tl'(OÇ 1q> ~crµatt ápµocráµEVOÇ Ó cPÔOÇ tnv Â.€t7t0UO"CXV
àve7tÀTÍpúl0"€ xopõiív.
3. Oü1muv <Pon tfl Euvóµou ã:yetm ó tÉtnÇ, roç ó µul'toç ~oÚÀ.Etm. xaÃKouv
àvcxcr-nícraç nut>oí: tOV EÜvoµov autfl tft Ktl>ápf! Kai. tov crnvayrovunnv toU
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AoKpoU- fü: éKrov E<pÍn1atm KCit ífõe1 ÉKCÓv. ''EÀ.À.rtcn õ' EÔÓKEt ún01<prt~Ç
yeyovÉvm µouo1Kflç.

flPOíPEfl flKOt OP'Ol f.-\AHNAI

fui
CAPÍTULO l

~ Apresentação do Logos divino e seu cântico novo ~

[r]

1. Anfião de Tebas e Arião de Metimne, "ambos eram cantores e ambos eram


mitos" (isso é uma canção dos gregos, que se canta em coro): pela arte musical, este
encantou um delfim; o outro erigiu as muralhas de Tebas. Há ainda outro sofista,
um trácio (este também outro mito grego) que amansava animais selvagens apenas
por seu canto e até transplantava, através de sua música, árvores, pinheiros.
2. Eu ainda teria outro mito para contar-te, idêntico a estes dois, também de
um cantor, Êunomo da Lócrida, e a cigarra pítica: Uma assembleia pan-helênica
se realizava [em Delfos] para celebrar a morte do dragão Píton; Êunomo, então,
cantava o epitáfio do réptil: hino ou treno da serpente era o canto? Eu não tenho
corno dizer. Mas era um concurso, e Êunorno tocava sua cítara, numa hora de in-
tenso calor, ao mesmo tempo em que as cigarras, por baixo das folhas, cantavam
em cima dos montes, aquecidas pelo sol de verão. Elas não cantavam, evidente-
mente, pelo dragão morto, Píton, mas pelo Deus sapientíssimo, um canto autôno-
mo, superior à arte de Êunorno. Rompe-se urna corda do locridense. A cigarra voa
até ao cepo da cítara e, pousada no instrumento, corno sobre um galho de árvore,
cantava; o cantor, então, harmonizando-se ao canto da cigarra, deixa de lado a
corda quebrada.
3. Portanto, não foi pelo cantar de Êunomo que a cigarra se conduziu,
como quer a lenda, que erigiu, em Delfos, urna estátua de bronze de Êunomo,
com sua cítara, e sua companheira de concurso. Esta, por sua vez, voou espon·
taneamente e cantou espontaneamente. Perante os gregos, a cigarra tornou-se
executante musical.

1.XO&TAÇÃD AO& GRllGOS


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[ 2]

1. nn Ô~ OUV ~tÚlto\Ç KfVOlÇ 7tf1[l<JtEÚKatE, ÔÉÀyccrt'Jm µmimKfl tà Çqm


urtoÀa~tPci.vovTEç: ÀÀ.lll~fiaç õe úµlv TO rrpómonov Ú.l <pmõpov µÓvov, ffiç
EotKfV, Ê'ntnÀ.acrwv dvm ÕoKfí: Kal w[ç à.mcrtÍcxç Úrcon:Éntwnv Ó<pÔaÀµo'lç.
Kn'tmpc'uv Of apu. Kat 'EÀ.tKCOV KCXl tà b8pucrfov Õpn xal. 8pç:KWV tfÀrntnpm,
tl1ç JtÀ.Ó.vqç tà µucrtnpw. td}Efacrrnt Kat Km'túµvnmt.
2. 'Ey<.Ú µÉv. Ei Kal µul}Óç ft<n. Ôucmvacrxnfu tacra-Útmç fKTpaycpÕouµÉvmç
cruµq>opa'iç· Úµ'iv fü: 1mt tcôv KCXKWV a\ àvaypacpat yEyÓvacrt õpá~taTa Kat tfuv
ôpaµát(l)V oi \.moxpltal. l'tu~tnõlaç l~Eáµata. A'A'Aà yà.p tà µrv ôpáµata Kat
wuç Ã.nvci\ÇovTaç Jtot ntáç. tÉÀEov iíõn Jtapotvouvtaç, Ktttqrnou àvaõncravn:ç,
à.cppaívovmç EKtÓJtWÇ tf.À.ETU ~CXKXtKft. autotç cran)potç KCXl t'.hácrcp µmvÓÀTI,
cruv Kat tép aÀÀq:> ôm~LÓVWV xopép. 'EÀtKOOVt KO:l Kn'tmpfuvt KO'.TO:KÀEÍcrwµEv
yEynpaKÓcrtv, Katáywµev OE avrofü:v f.Ç, üUpavfuv àf...nl}Eta.V aµa <j>CXVOTcXtTl
(ppovncrEl eiç Õpoç aywv t'teou KCXl xopov TOV aywv TOV 7tpO<f>1ltlKÓV.
3. ''H fü: roç Otl µáÀtcrTa tT)À.auyeç ànocrtÍÀ~oucra <pfuç KUTO:U'yaÇÉTffi
návtn wuç EV crKÓtn KDÀtvôouµÉvouç Kal. tT\ç JtÀcXVT)Ç touç àvltpómouç
à.naÀÀCHtÉi:ro, t~V Ú7tEptcXt11V opÉyoucra Õt:Ç,HÍV, t~V crÚVf.O'lV, f.lÇ <Jffitl'\ptav·
oi fü: àvavf.Úcravw; Kat àvaK{nvavtEÇ 'EÀtKOOVa µrv Kat Ktltmpfuva
Kato:Àf.mÓvi:rov, oi KOÚVt(t)V 81: L tÓ>v. «fK yàp L lCOV eÇ,EÀ.f.ÚO'f.tat vóµoç, Kat
'A.óyoç; KUpÍOu f.Ç, 'It:poucraÀnµ», À.Óyoç; oupávwç, ó rvnmoç àyrovtcrt~Ç E7tl ti!>
no:vtÜÇ KÓcrµou t'teátpcp crte<pavoÚµf.voç;.
4. A\õn õé yE ó EÜvoµoç; ó €µoç; ou tov Tt:pnávôpou vóµov ou8E tov
K11Jtirovoç. oufü: µ~v <t>púy10v ~ AÚÕ10v ~ LlÓ>plOV, à.ÀÀà tT\ç; Kmvflç; á.pµoviaç
tov àí810v vóµov, tov q>EpÓ>vuµov tou t'>eou, to ~crµa 1:0 1mwóv, to AemnKÓV,
<<VT\7tEvôéç t' ã:xoÀ.Óv tE, KaKfuv e7tÍÀ11ôeç; émávtoov»· yÀuKÚ n KcÚ à.À.11t't1vov
q>ápµCXKOV 7tf.lÔOUÇ f"(KÉKpCX.tm 'tép ~crµCl'tl.

1. 'Eµol. µtv Ot>V ÕOKOUO'\V ó epç.KlOÇ E)CElVOÇ bpq>EUÇ Kat ó 0rif3a.'loç KCXt
ó Mnth>µva'loç, ãvõpEç 'ttvi:ç; ouK ãvõpeç, àno:r11Ào\ yeyovÉvm, npocrx~µatt l
µoumKJ1ç Àuµ11váµEVot 'tOV J3iov, evtéxvcp 'tlVt YOT\'tEÍ<;l õmµovfuvtEÇ eiç 1
Õmq>Ôopáç, ÜJ}pw; opyuiÇov'tEÇ, nÉv1'T\ eKÔEtáÇov'tEÇ, rouç c:Xvt'>pwnouç E7tt '

OPOTPfOrJKOl 11PIJE EAAlt!. . t

1 14 1
l
- CAPITULO l -

1. Cc)111c) pLrdestes crer em mitos vazios e supor que a música encanta animais
selvagens? I)or c)utr<) ladc), a face única e resplandecente da verdade, como me pa-
rece, apresent<1-se, (liante de vossos olhos, carregada de desconfiança. Com efeito,
() Citéron, () Hélic<)n, os montes de ()drissa e da Trácia, telestérios 1 e mistérios da
errância, foram sacralizados pelos mistérios e cantados em hinos.
2. Eu mesm<), apesar de serem mitos, mal SL1porto ver tantas desgraças toma-
das como assunt<) de tragédias; mas, para vós, os registros de desgraças tornaram-
-se peças de teatro, e os atores, espetáculo de satisfação. Mas, em verdade, os
espetáculos teatrais e os poetas dos concursos das Lineias, já completamente em-
briagados, quandc> coroadc)s de hera e estra11hamente enlouquecidos pela iniciação
báquica, encerremo-los, juntamente com os sátiros, o tíaso das Mênades 2 e o resto
do core> dos demônic>s, n(> Hélicon e no Citéron do passado; façamos descer do
alto dos céus, sobre a santa montanha de Deus, a verdade com a luminosíssima
sabedoria e o santo coro dos profetas.
3. Que esta verdade faça resplandecer ao mais longe possível sua luz brilhan-
te, ilumine de todas as partes aqueles que estão mergulhados nas trevas, que liberte
os homens do erro, estendendo sua mão direita toda poderosa - o entendimento -
para a salvação deles; os que se irão livrar e levantar a cabeça abandonarão o Héli-
con e o Citéron para habitar Sião: ''Pois de Sião sairá a Lei, e de Jerusalém o Logos
do Senhor'' ,3 Logos celeste, o verdadeiro vencedor coroado no teatro do mundo.
4. Mas o meu Eunômio canta não no modo de Terpandro, nem no de Cépion,
nem no modo frígio, nem no lídio, nem no dório; ele canta segundo o modo eterno
da nova harmonia, a que traz o nome de Deus, o cântico novo, o cântico dos Le-
vitas, ''que dissipa a angústia, suaviza a cólera e faz esquecer todos os males'':• um
remédio doce, verdadeiro e persuasivo, temperado pelo canto.

[3J
1. Aquele trácio - Orfeu, mais o tebano e o metimnense parecem-me homens
que não são homens, por serem enganadores, sob o pretexto da música ultrajaram
a vida e, possessos por uma artística magia que conduz à perda - celebrando os mis-
térios da violência e divinizando o luto -, foram os primeiros a conduzir os homens

JXOllTAÇÃO AOS GRIG05


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Ko.A1w ()\•trnç frdvn\' ÊÀ.nn}rpÍuv tfov í.m' oúpavàv rrrnoÀttruµrvrnv <rõa'iç
Kü.l ffü~lOCXlÇ fCTXÚtll ÕouÀEÍf(- Kate1.ÇrúÇavn:ç.
2. A/..!..: oü totÓCJÔf ó ci)OOÇ ó ʵoç ouõ' flÇ ~LU.Kp<Xv KawÀÚmov cX(plKtcXl
thv 801.lÀfÍ<xv tt)v m Kpàv tfov rnpa:vvoúvrniv õm~tÓV(t)V. à)ç OE tÓv 7tpâov
KO.l (ptAád}prnrrov ti')ç ltrncrE~rlO:Ç µnáyúlv 1wâç Çuyov alithç eiç oupavouç
à\'O:Ko:Aów1 touç eiç yfiv rpptµµÉvouç.

1. Móvoç youv tfuv rrwrro-ce tr1. àpyrtÀi:cómm t}ripía.. touç àvllpómouç.


E:n {lÓ.CJfUEV. rr1-r1và µEv rnuç KO{Hpouç autfov. f:prrnà ÔE TOUÇ ànan:fovaç.
K(1l ÀÉovw.; µEv rnuç tfo~LlKOÚÇ. crúaç ÕE TOUÇ ~ÕOVlKOÚÇ, ÀÚKOUÇ OE

!ouç àpnm.:nKoi.'Jç. Aíllo1 õi: Kal. ÇúÀa oí. Ü<ppoveç· rrpoç ÕE Ka'i Àrncov
clVatCH}lltÓtf püÇ U.Vt}pCü7tOÇ àyvoÍq. ~E~Cf.7ttl0l[!~VOÇ.
2. Máp1uç nµ'iv 7tpü<prrniCTi rrapÍTm <pmv1í. cruvcpõoç àÀ11ltda.ç, TOUÇ E:v àyvoÍ<t
Kat àvoíq. Katatnpt~tµÉvouç oiKrf.Ípoucru: «Õuvatoç yàp ó ôeoç EK tfov ÀÍltcov
w\mov E:yr'ipm tbcva tq> Appctáµ». "'o; Kcrnõ/t..8)craç 1nv à~taôíav tnv noÀÀ~v
1ca.1. Tiiv cn.:ÀripoKapõiav tfov flÇ tTiv à.'1.fit'tna.v ÀfÀu'troµÉvcov ~ynpi:v ôrncrEBEÍaç
crnÉpµa àpnfiç aicrl'tÓµcvov EK ÀÍ ltrov EKCÍ vrov, tfuv Ã\l}o1ç JtEmcrtEUKÓtrov E:llvfov.
3. Authç ouv iopóÀ.ouç nvàç Kal. rraÀtµ~ÓÀouç ÚrtoKpnàç E.<po8eúovmç
õucmocrúvn «yevvnµa1a E:x1õvfov» KÉKÀTJKÉ nou· à.À.À.à Kat wú1rov el' ttç
trov o<pErov µetavoncrm éKów, érróµEvoç õn tcp À.Óycp «ãvôpolrroç» yivem1
<<1..'ttou». «AÚKOUÇ» ÕE aÀ.Àouç aÀÀ11yopó rrpoPátrov KCpÕÍOtç ~µ<ptrnµÉvouç,
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à idolatria. Sim, com pedras e madeira, isto é, com estátuas e pinturas, foram eles os
prin1eir<)S a i11stituir o mais torpe dos costumes, constrangendo esta bela liberdade
dos cidadà<)S da terra à m:1is ínfima servidão, através de cânticos e encantamentos.
2. De t<1I natureza não é absolutamente o meu cantor, pois ele vem para abolir
a gra11de e am<1rga escravidão dos demônios tirânicos e, transportando-nos sob o
jt1go doce e humano da piedade, exorta aos céus aqueles que se haviam precipitado
sobre a terra.

1. Apenas pela verdade ele abrandou os mais difíceis animais como nunca
existiram - os homens: aves como os frívolos, serpentes como os embusteiros,
leões como os violentos, porcos como os voluptuosos, lobos como os ladrões.
Pedras e madeira, os insensatos; mais insensível que as pedras é o homem mergu-
lhado na ignorância.
2. Que a voz dos profetas venha testemunhar por nós, em harmonia com a
verdade, piedosa para com aqueles qt1e foram consumidos pela ignorância e pela
insensatez. ''Deus é capaz de suscitar destas pedras filhos a Abraão."' Ele, tendo
misericórdia da grande ignorância e do endurecimento da alma daqueles que se
tornaram pedras em relação à verdade, fez germinar uma semente de piedade, sen-
sível à virtude, entre as nações oriundas das pedras e que puseram sua fé em pedras.
3. Aliás, a certos homens peçonhentos e inconstantes, hipócritas e embarga-
dores da justiça, Ele os chamou de ''raça de víboras''; mas se alguma dentre essas
víboras vier a arrepender-se, acolhendo o Logos, torna-se ''um homen1 de Deus''. 6
'
Ele chama os outros de ''lobos'' recobertos com pele de ovelhas, referindo-se, meta-
foricamente, àqueles que, sob a forma de homens, não são senão impostores. Pois a
todos esses [animais] violentíssimos e a essas espécies de ''pedras'', este cântico novo
pôde transformá-los em homens civilizados.
4. ''Pois, de fato, éramos outrora insensatos, indóceis, errantes, escra"·izados
pelos prazeres e pelas paixões, vivendo no mal e na inveja, execrados, odiando uns
aos outros'', como diz a carta do Apóstolo:''( ... ) mas quando a bondade e o amor
de Deus, Nosso Senhor, aparecer, Ele nos salvará, não por nossas obras de justiça~
mas segundo sua misericórdia'' .1 Vede quão poderoso é o cântico novo: de pedras
ele fez homens; de animais selvagens também fez homens. Aqueles que, de cena

RXOl.TAÇÃO AO§ GREGO$

1&7 1
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2. Kal. ô~ to ~crµa to à.KlÍpatüV, EpEtaµa t&v oÀwv KO.l ápµovía. t&v
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yÕ.p El KlÔÚpa Kat auÀ.Üç KO.t vaÜÇ EµOÍ'>> KtÔÓ:pa füà rnv áp~lOVÍav, auÀOÇ Õtà !O
JtVruµa. vaOç 8tà tOV ÀÍJyov. '{v' ~ µEv KpÉiqi, to ÔE EPJtVÉTl, oÔE X(J)P~crn tOV KÚptOV.
4. Ncxi µ~v ó ~apl.ô ó ~acrtÀEÚç, ó 1nltap1crrnç. ou µ1Kpc{) rrpóm~rv
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fÔEl ÚµvEtV autov LOUÇ ôaiµovaç Õ:ÀT)~El npoç autou 0t(J)KOµÉvouç µoucrn..i\.
n tOU LCXOUÀ. EVEpyouµÉvo\J EKEl voe; ~ôrov µÓvov autov iácmto. KaÀ.ov ó
cipwç Õpyavov EµJtvouv tov ã.vltp(J)Jtov f:ÇEtpyácrato Kat' EtKÓva t~v Éaurou·
àµÉÀEl KO.l autoç opyavóv f()tl tOU ~EOU JtavapµÓvwv, f:µµEÀEÇ Kal aytov,
O'O<pl<l Ú1tEpKOOµlOÇ. OUpÚVtOÇ À.Óyoç.

(6)

1. Tí õi\ e>Uv to Õpyavov, ó tov ôeou À.Óyoç, ó KÚpwç, Kal. to ~oµa. to


Katvov j3oÚÃé:tm; bcpôaÀ.µo-bç civaJtetciom tu<pÂ<Ôv Kai éfna civo1Çm Kroq>Ô>V

nPoJrf.JITllOt nrot lAAHNAl

1 18 1
- CAPITULO l -

forma, estavam mortos, que não faziam parte da essência da vida, tão somente
escutararn este cântico e tornaram-se redivivos.

[5] •

l. Além disso, Ele ordenou todo o universo harmoniosamente, submeteu adis-


sonância dos elementos a uma ordenação harmoniosa, para que o universo inteiro
se tornasse uma sinfonia. Se Ele deixou o mar desencadeado, proibiu-o de invadir a
terra; e a terra, por sua vez, Ele a privou de movimento e fez dela limite em face do
mar. Também abrandou o ímpeto do fogo com o ar, como quem mistura a harmonia
lídia com a dórica; Ele domesticou a frigidíssima rudeza do ar com a intercessão do
fogo; misturou, por fin1, de maneira não dissonante, os sons mais novos do universo.
2. E este cântico puro, que se difunde do centro até às extremidades e das
extremidades ao centro, sustenta a harmonia do universo e ajustou esse conjunto
não de acordo com a melodia trácia, semelhante àquela de Jubal, mas segundo a
vontade paternal de Deus, aquela que David procurará com ardor.
3. Entretanto, esse descendente de David já existia antes de David, o Logos de
Deus, que, desprezando a lira e a cítara, instrumentos sem alma, harmonizou, pelo
Espírito Santo, o cosmo e esse microcosmo - o homem, alma e corpo do Logos; e
o Logos salmodia a Deus através desse instrumento polifônico e canta em sintonia
com esse mesmo instrumento: o homem. ''Tu és, pois, para mim, uma cítara, uma
flauta e um templo'': 8 cítara pela harmonia, flauta por teu sopro, templo por tua
razão; de modo que uma vibra, a outra respira e o último abriga o Senhor.
4. Sim, o rei Davi, o citarista, de quem falamos um pouco acima, exortou-
-nos à verdade, desviando-nos dos ídolos; muito longe de louvar os demônios, ele
os afugentava de si com sua música de verdade: Quando Saul esteve possesso,
ele apenas cantou e o curou. O Senhor soprou nesse belo instrumento que é o ho-
mem, plasmou-o segundo sua própria imagem; ele é também um instrumento har-
moniosíssimo de Deus, afinado e santo, sabedoria suprauniversal, Logos celeste.

[6]

1. O que quer, então, esse instrumento, o Logos de qeus, o Senhor, e seu cânti·
co novo? Abrir os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos, conduzir os paralítiçm

IXOllTAÇÃO AOS 011.CO·I


1 19 1
.,. 1\ 1. lf:i .-\ \ ·\ 1 CJ ;o.. A ..

1w.l. crKá.Çovraç t(O rróõe i1 rrÀC{VC1)~1Évouç eiç õum.10cnÍvT)v xr1paycoyfiam. -ôrov


àvl}pcórrotç cX(j)p<:xivoumv Fmõc'iÇm. rra.uam qn}opáv. v1Kficrm t}ávawv. uíouç
àrret l'1-E1ç Ôta.ÀÀÚÇ.m rratpi.
2. <l>tÀávl}p(l)rrov to Õpyavov tou 1}rnú· ó KÚptoç EÀEF'i, rrmõeúu,
rrpoTpÉrcEt. voul}nd. mf)Çft. qrnÀárrn Kal µtm}ov íw'iv rfiç µaM1crnt)ç EK
m:ptO\HJÍaç j)acJlÀEÍav oupavfuv €rrayyÉÀÀnm. TOUto µÓvov à.rroÀo:Úwv
o
nµwv. mpÇóµel}o.. KaKÍa µl:v yà.p rnv à.v-ôpÜJT((t)\I fJttj)ÓcrKETat <j)l}opáv. Ti
fü: àÀ~"Ôna, éi)arrep Ti µÉÀtrra ÀuµmvoµÉvT] tfuv onwv oÜÕÉv, Êrrt ~1ÓvT]ç -rilç
àd}p<Ómov àyáÀ.Ànm aunnpíaç.
3. ''ExElÇ ouv rnv ÊrrayyEÀ.Íav, EXElÇ rnv <ptÀavl}p(t)7tlav· TllÇ xápttoç
µno.À.á~1!3avt. Kai µou To &aµa To aw-r~pwv µfi 1mlVov oÜtwç ÚrroÀá~nç cúç
crKeuoç ~ Ct)Ç oiKÍav· «rtpo ÉrncrcpÓpou» yà.p ~v. Kal «Ev àpxfi ~v oÀ.Óyoç Kal. Ó
À.Óyoç ~V npoç TO\' "ÔEOV Kat l>eoç ~V ó ÀÓyoç».
4. no.t...mà ÔE Ti rrÀáv11. KatVOV ÕE Ti àÀ~"ÔEta <j)aÍvnm. Ett' ouv àpxaíouç
'tOUÇ <l>pÚyaç ÕtÕÚ<JKOU<JtV atyEÇ µul}umí, ElTE au TOUÇ ApKáÕaç oi. rrpocrEÀ~vouç
àvaypácpovn:..; 7t0\T]Wl, EltE µT,v au TOUÇ Aiyum:Íouç Ol KO'.l 1tpWtTJV tm'.mw
àvaqiilvm tT,v yf\v l>eoúç 'tE Kat àvl>pcônouç ovnpcócraovteç· à/.../..' ou npó yE
toú KÓcrµou toUÔE toÚtwv OUÔE ElÇ. 1tp0 ÔE tilç tOU KÓaµou KO'.ta~oÀnç nµóç,
oí. têp õE'iv foml>m €v aÜ-rép npó-repov yeyrvv11µÉv0l têp l>rép, wu "Ôrnu À.Óyou tà
À.oytKCt 1tM<Jµata nµóç, Ôl' OV àpxa·tÇoµEV, Ott «fV àpxft Ó À.Óyoç ~V.»
5. ÀÀÀ'on µEv ~v Ó À.Óyoç Üvw\}ev, àpxl, \}eÍa tfuv rtÚV'trnv ~V tE KO'.l
fonv· 01\ fü: vuv ovoµa EÀ.a~EV to náÀm 1m11wcr1rnµÉvov, Õuváµewç ãÇwv, ó
Xptcrtóç, Kmvov ~crµá µ01 KÉKÀ.lltat.

[7]

1. Atnoç youv ó À.Óyoç, ó Xp1crtóç, Kcx\ wu dvm náÀ.m iiµâç (nv yà.p ev
'-'Eé!>}, Ka\ wu E-ti dvm (vuv ÕD e7tr<pávTJ àv11pron0lç) -autoç ouwç ó À.Óyoç, ó
µÓvoç ܵq>ro, "eóç 'tE Ka\ ãv"p{l)1tOÇ, ánávtwv iiµ'iv cxt'.noç àya"&v· nap' oÚ to
E-0 Çftv EKÔ1Õao'KÓµEvo1 dç àiõwv ÇmDv napaneµnÓµe"ª·
2. Katà. yà.p tOV ôrnnfowv EKElVOV .tou KUpÍOu ànócrwÀ.ov «Íl xáptÇ
~ tOU ÔEOU crrotf\pt0ç 7tÔ.<JtV àv"pwnotç E7tE<páv11, nmõeúoucrcx nµâç,
'{va clj)Vll<HXµEVOl TitV U<JÉ~ElClV KCll tà.ç KO<JµtKà.Ç em\}uµÍaç Oro<ppÓVO>Ç li
K<Xt ÔlKaÍcoç Ka1 ruoE~Ô>ç ÇfiowµEv ev têp vuv cxi&v1, npooõexóµevot tl,v ,

OPOTPUIT1K.01 0PO% fAAJlNAI

1 JO 1
l
1
--
- CArfTuLo I -

ou os errantes à justiça, mostrar Deus aos homens insensatos, fazer cessar a cor-
rupção, vencer a morte, reconciliar com o Pai os filhos desobedientes.
2. Esse instrumento de Deus ama os homens: o Senhor apieda-se, instruí,
exorta, adverte, salva, protege, promete-nos uma recompensa por nosso apren-
dizado da esperança de salvação: o reino dos céus. Tudo isso com a única in-
tenção de nos salvar. O mal se nutre da perda dos homens; a verdade, por seu
turno, como a abelha, não prejudica nada do que existe, apenas se alegra por
sua salvação.
3. Tendes, pois, a promessa, tendes a filantropia. Tomai parte desta graça.
E quanto ao meu cântico salvífico, não o concebais como novo, como móveis ou
como uma casa, pois ele já existia "antes da aurora'', e "no início havia o Logos,
e o Logos estava em Deus, e Deus era o Logos" .9 A errância, porém, é antiga, en-
quanto a verdade parece algo novo.
4. Se, pois, cabras lendárias ensinaram os antigos frígios, se poetas escreve-
ram sobre os arcádios antelunares ou se a terra dos egípcios, como querem os
sonhadores, foi a primeira a produzir deuses e homens, não houve, entretanto,
nenhum deles sequer que houvera existido antes do mundo; mas antes da criação
do mundo, nós, que devíamos ~xistir nele, fomos anteriormente gerados por Deus,
nós, criaturas racionais do Logos-Deus, por meio do qual existimos desde o início,
porque "no início havia o Logos".
5. Como o Logos existe desde o início, ele era e é o princípio divino de todas
as coisas; mas como agora recebe o nome outrora consagrado e que é digno de sua
força - Cristo -, eu o chamo de Cântico Novo.

1. Com efeito, o Logos, o Cristo, é a causa de nós existirmos por todo o


sempre (pois ele estava em Deus) e da nossa boa existência (porque agora ele
aparece aos homens); este próprio Logos, dualidade una, Deus e homem, causa
de todos os nossos bens: com ele aprendemos a bem viver para sermos conduzi-
dos à vida eterna.
2. Segundo o maravilhoso apóstolo do Senhor, "a graça de Deus, a salva-
ção, apareceu a todos os homens e ensina-nos a renunciar à impiedade e às pai·
xões do mundo, a vivermos no século presente com temperança, justiça e piedade,

l\XORTAÇÃO A05 GlllGOS

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~laKapÍav EÀrrÍÕa. KCXl fm<pávnav tftç õóÇriç rnu µEyáÀou ÔfOlJ KCXl O"OHftpoç
iwwv 'Iiwou Xpt<nou.»
3. Toutó E<Ht to &crµ(I, To Kmvóv. i1 im<pávna í1 vúv àÀáp\)maa f.v hµ'iv
'tOU EV àpxfl ovrnç Kl1l rcpuóvroç ÀÚyou· E7tE<pávq Ôf ifvanoç ó rcpoúw O"(IH~p.
E1tc<páv11 () EV Tiµ ovn (OV. on «Ó ÀÚyoç ~V rrpoç TOV fü·óv ,» ÕlÕÓ.CTK<Y.Àoç, fJtf(j)cXVTJ
ql tà rcána ÕfÔl)~tto1Ípy11tm ÀÓyuç· 1m1 to Çftv f.v à.pxft ~tncx rou rcÀácrm
napacrxc'uv éoç Õqµ10upyúç. to EU Çílv f.õíõaÇEv Em<pcxvdç cúç õ1ôámmÀoç, '{va
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1wl. É.prr11crnKov ô11piov yol)tEuov KataõouÀoumt Kat atKtÇctm EtcrÉn vuv
tOUÇ Ô.vÔp(ÔltOUÇ, EµOl ÔOKElV, ~ap~aptKCoÇ tl~twpoÚµEvOv, o't VEKpOÍ:Ç tOUÇ
aixµaÀOOtoUÇ O'UVÔElV Â.Éyovtal crroµacrlV, EO't' CXV UUtolÇ K'Ul <JUO'CTCX7tCo<JlV.
s. 'ü youv novripoç oúrocr\ tÚpavvoç Kat õpáKrnv, oüç âv o'lóç tE Elll EK
' ycvEtf\ç cr<pctEpÍcracrltm, Aíltotç Kat ÇúÃ.otç Kat à.yáÀµamv Kat to10Úrotç
ncr\v ciÕroÀ.mç itpocrcr<pÍyÇaç t0 õrn:nõmµoviaç àltÀÍq> Õccrµiµ, touro õ~ to
Â.cyÓµEVOV, Çêovmç Em<pÉpwv cruvÉÔmjfEV auwúç, Ecrt' âv Kat cruµqn}apêomv.
6. ot õ~ xáptv (dç yàp ó cX7WtEWV ãvwôev µE:v t~V EÜav, vuv OE 1íõ111m\
tOUÇ Õ.À.Â.ouç àvl}proitouç Eiç l}ávatov Ú7tü<pÉpwv) ElÇ Kal autoç E7ttKOUpoç
Kat ~011ôoç ~µ'iv ó KÚpwç. rrpoµrivúwv àpxf\ôcv rrpo<pl)ttKroç, vuv fü: ~811 KCÚ
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[8]

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7tpoÜ-tpE1tEV Eiç <Jú>tf'\pÍav' OHX 'tEpcX't(l)V Kal <Jl)µEÍWV EV Aiyúntc:p, EV epftµq>
ÔHX TE tf\Ç {3cl"CO'\.I Ka.t 'tllÇ clKOÀoUÔOÚCTT'\Ç XcXpl'tl <ptÂ.a.vÔpW7tlCXÇ Ôcpa7tO.lVflÇ
ÓÍlC11V 'E~pa.ÍOlÇ VE<pÉÂ.T\Ç.
2. Toúic:p µE.v õ~ tép <pÓ~c:p touç oi<Ã.npoKapõíouç npoÜ'tpErrcv· ~õrt ÔE
Kcxi õux M<00Écoç tou navoÓ<pov Ka.\ io\> <ptÂ.aÂ.~'Ôouç 'Hcrafo Kat navtoç
'toU 1tpO<f>T\1\.KOU xopoú À.oytKOO'tEpov E7tl 'tOV À.Óyov E7tHJtpÉ<pEl toUÇ tà c1w
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OPOTPEIHIKOI nrot EAAHNAt

j 3i J
esperando a bem-aventurada promessa e aparição da glória do Grande Deus e
Nosso Salvador, .Jesus Cristo" . 10
3. Este é o Cântico Novo, que agora vem brilhar em nós, aparição do Logos
que estava no início e que pré-existia, pois apareceu agora aquele que pré-existia
como Salvador; ele apareceu, aquele que, no Ser, era mestre, pois "o Logos estava
em Deus"; e ele apareceu, aquele por quem tudo foi criado. Como demiurgo, ele
deu a vida no início, ao mesmo tempo em que criava; depois, como mestre, ele en-
sinou a bem viver, para que procurássemos, mais tarde, como Deus, a vida eterna.
4. Mas não é, pois, agora, a primeira vez que ele se apieda de nossos erros, mas
desde o princípio, desde o começo; porém, hoje, já perdidos, ele apareceu para nos
salvar. Pois o réptil perverso, por charlatanismo, parece-me, ainda escraviza e mal-
trata os homens, torturando-os como aqueles bárbaros que atavam - dizem - seus
prisioneiros a cadáveres, para que, amarrados, ambos tombassem em decomposição.
5. Esse dragão, tirano perverso, fez-se mestre daqueles a quem, desde o nascimen-
to, amarrou com o liame miserável da superstição; a pedras, a carcaças de madeira; a
imagens ou ídolos do mesmo gênero fez, como dizem, oferendas vivas em honra dos
mortos e os encerrou, destarte, em tumbas, até que eles apodrecessem com os já mortos.
6. De modo semelhante, também é única a charlatã que desencadeou a morte
desde as origens - Eva - e ainda continua arruinando muitos homens. Nós não te-
mos, para isso, senão um único protetor, um só auxílio, o Senhor, que, primitivamen-
te, nos advertiu de maneira profética e que, agora, nos exorta claramente à salvação.

[8]

1. Fujamos, pois, obedientes à instrução do Apóstolo, "do chefe da potência


do ar, do espírito que agora se apodera dos filhos da desobediência "; 11 corramos
ao Salvador, ao Senhor, que agora e sempre nos exorta à salvação: no Egito, por
meio de sinais e prodígios; no deserto, através da sarça ardente e da nuvem, onde
sua misericórdia acompanhou os hebreus como a lealdade de uma serva.
2. Ele estimulava seus corações endurecidos através do medo; antes, também,
já o havia feito por meio do sapientíssimo Moisés e de Isaías, o amigo da verdade, e
por todo o coro dos profetas; Ele convertera ao Logos, de maneira muito racional,
aqueles que possuíam ouvidos: ora Ele injuria, ora ameaça; por outro lado, lamen·
ta por alguns; canta para outros, assim como um excelente médico que, dentre os

RXORTAÇÃO AOS GUGOS


1 )J 1
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3. íloÀÚ(pcovÚç yE Ó mon'1P Krt.! rroÀÚtporroç r1ç àvt~p<ÚTCC1)\' CHtH11f)Ícxv·
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n:npo.Ko.Àr1. 8tú ~úwu ÀaÀri (OTJ.LIEÍ(l)V EKÓvo1 Kct.l trpá:cwv i:'xpnÇov) Kat tcp
mlpt ÕrÕÍttrw1 rouç àvl~pc;mouç. àvúrrrcov éK KÍovoç t~v q>À.Óya. úcí'n1r1. Ó~tou
xrxpnoç KfXl <rÓl3otl' iúv DJtCJ.Koúonç. TO <proç. f..à.v mxpoxoúcrnç. to rrup. 'ErrrtÕ~
õr 1m'i KÍovoç Kat ~úwu Ti m:'xpÇ nµtwrépa. 7tpo<pfira1 µn' tKE'iva <pl}é·1yovrn1,
(ltrtOÇ fV 'HcratÇt ó KÚpm; Àa/..fov, a\noç EV llÀÍÇf.. EV CTtÓpan rrpo<pllTWV O.DTÓÇ'
..J.. ai> ô!: à"AÀ. f.l rrpocr1íw.1ç ~ti1 mcrtEÚrtç, ~tut}ov 8' ÚrroÀa~t~ávElÇ Ka1
TOUÇ avõpa; KO'.l TO rrup. aÜtÓç <Jül ÀaÀÍ,<JEl ó KÚptoç. «OÇ EV µop<pft ÚEOÚ
urrápxrnv oux áprro.niov l)yiÍ<JO.TO TO r\vm foa fü~qr f.KÉVWCTEV ÔE ÉautÓV»
ó (f)tÀotKTÍpµwv l}róç. cr&crm tov ãvt}pwrrov yÀtXÓµt:voç;· Kat aü1oç; ~õ11 crot
f.vo.pyÚ)Ç ó À.Óyoç ÀrtÀ.Et. õucrümwv t~v àmcrttav, vai <pT)µt, Ó À.Óyoç Ó wu l'roú
ÜvÔpomoç yrvÓµEVOÇ. '{va ÔD KO.l 0U napà àvôpÓmou µáônç;, 7tft 7tütE apa
ãvt1prorroç; yÉv11rm ôróç;.

t. Eh' ouK Õ.rnrrov, c1 cpÍÀot, tov µEv Ôcov à.d rrpoTpÉJtetv hµâç f:It' àpní,v,
hµâç; ÔE àvaõúrnl}m tf)v c;)<pÉÀnav Kat àvaPáAÀrnÔm T~v 0onnpia.v; ';'H
yàp ou;ó KCt.l 'Icoávvriç Eltl (J(t)"Cf]ptav napaKO'.Àft KUl TO nâv yivnm <pWV~
7tpotprnttKTÍ; llu\}Ólµf\}a wivuv autou· «LÍç; rrÓt1cv dç; àvõpfov;» HÀiaç ~tfV
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rtPOlPUITIKlJl nrot LAAH,,.Al.

1 \4 1
-CAPITULO t-

corpos doentes, cobre uns com cataplasmas, limpa e banha outros, intervém com o
ferro, cauteriza aqui e ali, noutro lugar amputa alguns pela serra, quando ainda é
possível curar o homem como um todo ou apenas um de seus membros.
3. O Salvador é polifônico e engenhoso a respeito da salvação dos homens:
ameaçando, adverte; injuriando, converte; lamentando, apieda-se; salmodiando,
exorta; fala através da sarça ardente (os hebreus tinham necessidade de sinais e
prodígios) e intimida os homens com o fogo, fazendo sair chamas da coluna, sinal
de graça e de medo, a um só tempo: caso se obedeça, tem-se a luz; caso se desobe-
deça, tem-se o fogo. E como a carne [do homem] é mais valiosa que uma coluna e
uma sarça, são os profetas que, depois disso, se fazem ouvir; é Ele, o Senhor, que
fala pela boca de Isaías, de Elias e dos profetas.
4. Mas se tu não crês nos profetas e aceitas, ao contrário, mitos, charlatães
e o fogo, Ele, o Senhor, a ti te falará como "aquele que é semelhante a Deus, mas
que não usufrui deste privilégio, fazendo-se inútil a si próprio" .12 Esse Deus com-
passivo deseja ardentemente salvar os homens; é Ele, agora, o Logos, que te fala
claramente, desmascarando a tua incredulidade; sim, eu digo, o Logos de Deus
tornado homem, a fim de que tu ainda aprendas, por meio de outro homem, como
um homem pode vir a ser Deus.

1. Não é estranho, ó amigos, Deus sempre nos exortar à virtude, e nós nos
esquivarmos de seu auxílio, desprezando a salvação? Não era verdade, também,
que João nos exortava à salvação e se tornou, por inteiro, a voz que exorta? Per-
guntemos, pois, a ele: Quem és tu dentre os homens? Ele não dirá ser Elias e negará
ser o Cristo; mas confirmará que é a voz que clama no deserto. Mas quem é João?
A guisa de exemplo, permito-me dizer que é a voz do Logos exortativo que clama
no deserto. O que clamas, ó voz? Di-lo também a nós! "Tornai retos os caminhos
do Senhor." 13
2. João é o precursor, e sua voz é a precursora do Logos, voz que encoraja, voz
preparadora da salvação, voz que exorta à herança dos céus. Por meio desta voz, a
estéril e solitária não mais ficarão sem descendentes. A voz do anjo me profetizou
essa gravidez; essa voz também era precursora do Senhor, mensageira da boa-nova
à estéril, assim como João o fora à solidão do deserto.

!XOllTAÇÃO AO& GREGOS

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E.ÜT)yyEÀÍÇEto ãyyEÀoç. íwãç rrpoutprnEv ·1rnúvv11ç vo~crm Tov yEmpyóv,
Slltilcrm TOV avôpa.
5. Etç yàp Kat ó aüroç o-íJroç, ó rilç crtdpaç àvfip, ó t~ç Epfiµou yEmpyÓç,
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yàp JtOÀ)..à tà tÉKVf.i. tftç EÜyEVOUÇ, ãrtmç ÔE ~V ôtà àrtEÍ ltEtaV ~ rroÀÚrrmç
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nÉt'aÀa rrrp1l}ɵEvoç rtoÀtmpayµÓvn Xptcnóv· «eyro yáp Eiµt ~ l}úpa», cp11oí
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- CAPITULO 1 -

3. Com efeito, através dessa voz do Logos, a estéril, feliz, concebe, e o deser-
to produz frutos. Essas duas vozes precursoras do Senhor, a do anjo e a de João,
dizem-nos enigmaticamente que a salvação está oculta nelas, como se, após a epi-
fania do Logos, colhêssemos o fruto da salvação: a vida eterna.
4. Ambas as vozes, por certo, convergem para uma só, e as Escrituras expli-
cam claramente todo o pensamento: "Que escute aquela que é estéril; que ela faça
retumbar a sua voz, sem sentir as dores do parto, porque a prole da solitária será
maior do que a da que tem marido" . 14 O anjo nos anunciou a boa-nova; João nos
exorta a pensar no lavrador, isto é, a procurar o marido.
5. O marido da mulher estéril e o lavrador do deserto são um único e um
mesmo ser: aquele que saciou a força divina - a estéril e o deserto. De fato, muitos
são os filhos da mulher de boa raça; por outro lado, a mulher hebreia, que desde
o início tivera muitos filhos, agora se encontra sem nenhum, por causa de sua
incredulidade; a estéril, por sua vez, recebe um marido, e o deserto um lavrador;
em seguida, o deserto dá frutos; a estéril, fiéis; ambos fecundados pelo Logos. Não
obstante, ainda hoje sobrevivem a estéril e o deserto: são os infiéis.

[10)

1. Quanto a João, o arauto do Logos, este exortava [os homens] a manterem-se


preparados para a vinda de Deus, de Cristo, e isto era o que dizia metaforicamenre o si-
lêncio de Zacarias, esperando o fruto precursor de Cristo, a fim de que a luz da verdade, o
Logos, pusesse fim ao silêncio nústico dos enigmas proféticos, uma vez tomado boa-nova.
2. Mas se tu desejas verdadeiramente ver Deus, toma parte nas cerimônias
purificadoras dignas de Deus, não com folhas de loureiro e cintas bordadas de
lã e de púrpura, 15 mas coroado de justiça e com a tua fronte cingida de folhas
de temperança, ocupando-te piedosamente de Cristo; "pois eu sou a porta'', 16 disse
ele em alguma passagem; portanto, aqueles que desejam conhecer a Deus precisam
aprender a maneira como ele abrirá, diante de nós, todas as outras portas dos céus.
3. As portas do Logos são razoáveis, abrem-se com a chave da fé: "Ninguém
conhece Deus, senão o Filho e aquele a quem o Filho revelou". 17 Eu bem sei que
essa porta, que se manteve fechada até agora, aquele que a abre revela, em seguida,
o que há no interior e mostra o que não se podia conhecer antes, senão quando se
houvesse passado pelo Cristo, o único, por meio do qual Deus se revela.

IXOllTAÇÃO AOS 0111001


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KEVà O\f'f µÉv. oµ(l)Ç õ. 0\JV OlfÀ~ÀE"fKLUl 'tOlÇ iõiotç cruvn:pEÚcravrn
µút)otç.
2. Llt~yT]<JUl T)µtv K<Xl tíiç aÀÀT]Ç µaVLlKTtÇ, µÔ'.ÀÀOV ÔE µaVtK~Ç.
tà ªXPll<Ha. XPflOt~pta, tov KÀáptov, -rov Oúttwv, tov LltÕuµÉa, rov
Àµqnápfro, tov ÀttÓÀÀ(J), tov Àµ<pÍÀoxov, Ei õi: ~oÚÀEt, Ka 1. rr pa rncrKÓnouç
1ca1 oiwvocrKÓttouç 1m\ touç ovEÍpwv Kpttàç àvÉpou cruv a.urn'iç cr-rficrov
OE Óµo\> ttapà tov DÚthov 'tOUÇ cXÀEupoµávtElÇ Üy(J)V Kat Kpt tfoµávtElÇ
Kai touç ncrEtt ttapà to'iç noÀÀo'iç; tn1µ11µÉvouç E'.yyacrtptµÚ'Ôouç·
val. µ~v aõuta Aiyutttl(l)V Kal Tuppl)VWV VEKuoµavtdm <JKÓtcp
1mpaõ1õócn~wv.
3. Mr.tVtKà tavta Ó>ç à/..111~foç àviJpcónrov r.mtcrtrov <JO<ptat~pta Kal
nÀ.ávnç àKpátou 1rnPeut~pw· cruvɵrtopot -ríiaÕE -ríiç YOT\tEÍaç atyf.Ç ai
E1tt µavnKnv ~<JKllµÉvm Kai KÓpaKEÇ àvt)pCÓrtotç xpâv Ímo àvôpcónwv
ÕtôacncÓµevot.

flfOTPCllHKOi !IVOI (AAllNllI

I 3H 1
CAPÍTULO II

~ A demolição dos mistérios e dos mitos gregos ~

(II]

1. Não vos ocupeis, pois, com santuários ímpios, nem com fendas crô-
nicas plenas de histórias inverossímeis, nem com o caldeirão de Tesprócia,
nem com a trípode de Cirra, nem com o bronze de Dodona. Abandonai aos
velhos mitos um velho tronco de carvalho, venerado pelas areias do deserto,
e o oráculo que ali mesmo se deteriora juntamente com esta própria árvore.
Por certo também silenciaram a fonte de Castália e a outra, a de Colofô-
nio, igualmente feneceram os mananciais proféticos, desprovidos de vapores
subterrâneos, como se demonstrou posteriormente, desapareceram com seus
próprios mitos.
2. Narram-nos, ainda, a respeito de outros oráculos, ou melhor, de lugares
de delírios, oráculos inúteis, [como] o de Claros, o de Píton, o de Dídimo, o de
Anfiareu, o de Apolo, o de Anfíloco; mas se desejais, interrogai, ao pé destes orá-
culos, aqueles que observam e interpretam prodígios, os que interpretam o voo
e o canto das aves, e os que interpretam os sonhos. Levai para colocar perto do
Píton, a um só tempo, todos esses adivinhos que usam farinha de trigo em seus
vaticínios, os que usam cevada, e os ventríloquos, ainda hoje venerados pelas
multidões. Que se abandonem, pois, às trevas os telestérios egípcios e a necro-
mancia dos tirrenos!
3. Loucura, tudo isso, como verdadeiramente são os sofismas dos homens
incrédulos e as casas de jogos de pura ilusão. Companheiras dessas fascinações
enganosas são as cabras adestradas à adivinhação e os corvos amestrados por
homens, para proferir oráculos a outros homens!

IXORTAÇÃó AOS GRBGOS

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~ K ,. 1J1 , ,, , r ,, , B ..,.

l. Ti õ' ft cro1 Ka.taÀryo1~n Tà µucníw1u; oÚK d;opx~cropm µúv, iúarrfp


ÀÀx1~1á8riv ÀÉyuumv, cxrroyuµ\'(;)(J(I} fü· EU µàÀu. àvà tov t~.; ÚÀ.ll\~EÍ<XÇ À.Óyov
r~v yo11tfiav r11v ÊyHKpw1µiv11v aúrn'lç Ka.t <xurnúç yr wu.:; K<XÀcrn~tÉvot>ç
\iµ(ov tfroúç. (~lV ai. TFÀnal ~tucHtKa.Í, ol'ov Ên:1 crK11vi)ç wu fHm.i w'iç r~ç
à/...ril}eio:.; ÊyKUKÀlÍ<iO) l~Efftct.lç.
2. il1Óvucrov µmvÓÀqv opy1áÇoucr1 BáK;(Ol (O~tocpayÍ<f t~V ÍEpowxvíav
ayoVtEÇ 1\'.Ul !EÀt<Jl(O\J<JI 1àç KpEOVO~llUÇ tCÔV <pÓV(t)V cXVECHEp~lÉVOl
ro1.:; oqn:cnv, ÊJtoÀoÀÚÇovtEÇ Euáv, E\íav ádv11v, Õt' íh· ~ Jtl1,,cXVf1
1tap11K0Àoúl}ricrrv· K<Xl <JT]~lEloV opyl(t)V ~O'.KXlKWV OCj)lÇ Êcrtl. tHEÀEcrµÉvoç.
AÜtÍKa youv Katà t~V àKpl~~ rmv 'EPpal(t)\I cprov11v OVO~lO'. to "Euta
ÕacruvÓµEVOV Épµ11vcÚcrm oqnç 11 l}~ÀElrL" tll)O) Õe KCXl Kóp11 Õpâµa ~õri
Êy~vÉcrl}nv µucrttKÓv. Kal. r~v nÀáv1w Ko:t 1~v áprmy~v Kat to nÉvl}oç
aÜto:'iv 'EÀrncrl.ç õq.õouxc'i.

[I 3]

l. Kaí µ01 ÕüKEl rà opyw KCX.l tà. µucrt~pw õc'iv ÊtuµoÀoyc'iv, 1à µEv cXJtO
tÍ)Çopyilç tTJÇ i1T')OUÇ t~Ç rrpoç '1Ía )'E)'EVf\µÉVT\Ç. tà ÕE àJto WU µÚcrouç toÚ
cruµpE~T\KÓwç rrEpl. 1ov il1Óvucrov· Ei fü: Kal. àno Muoúvróç nvoç À.HtKOÚ, ov
Êv KUVT\YÍ<! õwqn'k.1.p~vm À.rtoÀÀÓÕropoç .À.Éyn, oü cpl}óvoç· Úµ&v ÕcõóÇacrm1
tà µu<H~pm f7tttuµPícp nµft.
2. Oápccrtt õ€ Kat Õ..À.Àwç µul}~p1á cro1 voE'iv à.v11crt0txoliv-cwv -rfuv
ypaµµátWV 1à µucrt~plCl· \}llpE'ÜOUCJl yàp tl KO:l aÀÀOl ttVÉÇ, àtàp Õ~
1Wl oí µu\}ot o\ to\OlÔE 8p~KWV toUÇ pappaplKWtCÍ.touç, <l>puymv toUÇ
àvorito1á.touç. ·EÀÃ.~vwv rouç Õncr1õaiµovaç.
3. 'b.À.otto ODV ó t~O'ÔE apÇaç 1-flç àrt<Í'tllÇ àvôpcórtotç, El"CE ó ~á.põavoç.
ó Mlltpoç \}Effiv KataÕEiÇaç tà µucr1~pw., e1-re 'Hniwv, ó 1à r~µol}p<!Kwv
Õpym Kat tEÀHCtÇ imocr-c11crá.µevoç, ti'.tE ó <l>puÇ EKE'ivoç ó Míõaç, ó Jtapà wu
bôplicrou µm,Ó>V, f7tft 1a õwõo-Üç to'iç únotnayµÉvo1ç evtExvov àJtátriv.
4. ot, yáp µe ó K linptoç ó v11mcó111ç K tv'Üpac; rtapcrndcrm not' ãv, tà m:pl
riiv Àcppoôíu1v µazM'wta Õpyw. ex
vuKtoç fiµÉp~ rrapaõo\ivm toÂ.µ~cra.ç,
cptÂ.onµoúµevoç fü:tá.crm 7tÓpv11v noÀÍttôa.

1 40 1 j
- - CAPITULO li -

[12]

1. Que tal se eu te enumerasse os mistérios? Não parodiarei, pois, como di-


zem de Alcibíades, mas revelarei clara e belamente, segundo o discurso da verda-
de, aquela charlatanice escondida neles, e aqueles que são chamados, por vós, de
deuses, com suas iniciações místicas; tal como sobre o palco da vida, eu os farei
aparecer aos espectadores da verdade.
2. A Dioniso enlouquecido celebram os bacantes com a homofagia, 18 arreba-
tados pelo delírio sagrado, fazem a partilha ritual da carne das vítimas sacrificiais,
coroados de serpentes, euforicamente gritando o nome de Eva, esta mesma Evá
[Evoé] que introduziu o erro; e o sinal das orgias báquicas é uma serpente sagrada.
Agora, ou seja, segundo a precisão da língua dos hebreus, o nome Hévia, aspirado,
significa "serpente fêmea". Deo e Core tornaram-se assunto de drama místico, e
Elêusis celebra com tochas, em memória delas, a errância, o rapto e o luto.

[13]

1. Parece-me ser conveniente, também, estabelecer a etimologia das palavras


órgia e mystérion, uma é proveniente da cólera de Deméter [Deo] contra Zeus; a ou-
tra é oriunda do crime abominável cometido contra Dioniso; ou, ainda, de um certo
Mius, natural da Ática, o qual, dizApolodoro, morreu caçando (quanto a esse detalhe
eu não me oponho); em verdade, vossos mistérios se glorificam de honras fúnebres.
2. Mas tu podes conceber ainda de outra maneira, a saber: os mistérios como
tradições míticas - pela correspondência das letras -, pois essas espécies de mitos,
embora haja outras tantas, aprisionam os mais bárbaros dos trácios, os mais in-
sensatos dos frígios e, dentre os gregos, os supersticiosos.
3. Maldito seja, portanto, o primeiro que implantou esse embuste entre os
homens: quer tenha sido Dárdano, o que introduziu os mistérios da mãe dos deu-
ses; quer Eécio, aquele que estabeleceu as orgias 19 e as iniciações dos deuses de
Samotrácia; ou aquele frígio, Midas, que aprendeu junto ao Odrisso20 e difundiu,
entre seus súditos, a artificiosa charlatanice.
4. De modo algum o cipriota Ciniras, aquele insular, me persuadiria! Ele, qut
teve a audácia de transladar as orgias indecentes de Afrodite, desejoso por divini·
zar uma prostituta sua conterrânea.

UORTAÇÃO AOS CRIGOS


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5. l'vtrÀáµrroõo: fü: TOV Aµut'}Úovoç ÜÀ.Àut cpacrh· rs Aiy{irnou µFrnKupÍcmt


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àpxr"7ál\ouç cp1ícrmp1 pút'}(1>v àt'}É<ov l\CY.l ÔEtcrtRo:iµovíu.ç t>An~píou rr<x:rÉpo.ç,
07tf p~w l\C(Ktm; KO'. l <pl'}opâç ÊyKU.to'.cpun::ÚCTO'.VTCXÇ T~) f)Í cp r)~ p ll<:H~ p t Cf..

1. "'Hôq ÕÉ. 1\at yà.p KatpÓç. aurà. Úµcôv tà opyta rÇrÃÉyÇw àrrárr1ç K<Xt

n:patfÍa.; E~lTCÀEa. Kat fl ~LEµÚqcrt'}f, emyrÀácn:m'}f µfrÀÀov TOÍ:Ç µÚltotç


úµfov rolito1.; to'i.; n~1rnµÉvo1ç. À. yopEÚ(I) fü: àvacpavôov tà KEKpuµµÉva, ouK
a
aiõoúµevoç ÀÉynv 7tpü0Kl>VflV OUK aioxúvecrltE.
2. ·H ~1€v ouv «àcppoyEv1Íç» tE Kat «Kun:poyEVllÇ», h Ktvúpq. cpÍÀll (t~v
Acppoôin1v ÀÉyrn. t~V «qHÀ0µ11ÕÉa. on µ118Éwv EÇrcpaáv(}1p> µ118Éwv fKclV(l)V
t&v à.rroKEKoµµÉvrnv OUpavou. tcôv f....áyvcov. t&v µnà t~v wµ~v to Kuµa
~rPwcrµÉvwv ). éoç Õ:crfÀyfov uµ lV µopíwv ãÇwç [À.cppoõí tT] I yÍ VEtat Kap7tÓÇ,
f.v míç tEÀncâ.; ta-Gt11ç t~ç JtÚ.ayÍaç ~8ov~ç tEKµ~ptov t~ç yov~ç áf...wv
:;(ÓVÔpoç 1<CY.l cpaÀÀ.OÇ TOlÇ µuouµÉVOlÇ 't~V tÉXVT]V t~V µOtXl~V En:tÔtÔO'tCff
VÓµtcrµa fü: ElO'cpÉpüUO'lV autfl Ol µuoÚµEVOl cOÇ É'tatpq. EpacrtaÍ.

l. ~T)ouç OE µucr-r~pm Kal. L\1oç Jtpoç µ11tÉpa L\~µ11-rpa à.cppo8icr101


cruµ7tÂ.oKa1. Kal. µfiv1ç (o\iK oio' on <i>& Àornov µT)tpoç ~ yuvmKÓç) -r~ç L\11ouç,
nç õ~ xáptv Bp1µ0> 7tpoaayopeu1'flvm ÀÉynm, lKE'tT]pÍm L\toç K<Xl rtÓµa XOÀ~Ç
Ka.1 KapÕtout.Kim Ka\ àpp11toupyim· tau-rà oí. <l>pÚyeç -rrÀÍcrKoucrtv 'Ã-rnÕl
Ka\ KupD..nKal. Kopú~atv.
2. TeôpuÀJÍKamv OE Ó><; Üpa àrtoaJtáaaç ó ZEuç wu Kptou touç ÕlÕÚµouç
q>Ép(J)V EV µÉao1ç cppl'lfE to'iç KÓÀ.rtOlÇ tÍ)ç L\r\QUÇ, nµcopiav 'lfEUÕf\ tT\ç ~míaç
auµ7tÂ.oKÍ)ç EKnvvli(J)v, Ó><; Éautov ofi1'ev f.K-rrµcóv.
3. Tà crÚµ~oÀ.a tÍ)ç µviícrrn>ç taÚtT)Ç EK rtEpwucríaç rrapateÔÉvta otô' Õtt
Ktvi\cre1 yfA.rota Kal. µ~ yrÀ.acrríoucr1v Úµ\v Õlà tol>ç i:."A.Éyxouç· «'EK tuµJtávou
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1 4i 1
- CAPITULO li -

5. Já outros dizem que foi Melampo, filho de Amitaão, quem teria transportado
do Egito para a Grécia as festas de Deméter, a celebração do luto. Eu diria mesmo que
todos estes foram a causa primeira do mal, pais de mitos ímpios e de uma superstição
funesta, semente do vício e da corrupção - estes mistérios -, implantados na vida.

1. Mas, agora, já que a ocasião se apresenta, eu provarei como pululam, em vos-


sas orgias, fraudes e inverossimilhanças. Se fôsseis também iniciados, vós riríeis muito
mais de vossos mitos, destes mitos venerandos! Eu proclamo publicamente o que está
escondido, sem medo de dizer aquilo que vós não vos envergonhais de adorar.
2. Assim, aquela que "nasceu da espuma", a que "nasceu em Chipre", a ami-
ga de Ciniras (eu falo de Afrodite, a "Filomédea, porque nasceu das genitálias",
isto é, dos testículos amputados de Urano, daqueles órgãos libidinosos que, mesmo
após a mutilação, violentaram as ondas do mar): Eis como dos membros impu-
dicos surgiu um fruto digno de vós. Nos mistérios de iniciação desta divindade
marinha da volúpia oferecem, em memória de seu nascimento, um grão de sal e
um bolo em forma dum falo aos iniciados na arte do adultério; os iniciados, por
sua vez, levam-lhe uma moeda, como amantes a uma cortesã.

[r 5]

1. Os mistérios de Deo não são outra coisa senão a união amorosa de Zeus
com sua mãe Deméter, e a ira (eu não sei o que dizer: sua mãe ou sua mulher?),
digamos, de Deo, a quem se atribui o nome de Brimo, pelas súplicas de Zeus, a taça
de fel, a extração do coração e a ação abominável. Os frígios realizam esses ritos
em honra de Átis, de Cibele e dos Coribantes.
2. Divulgaram, à meia-voz, como Zeus, após ter amputado os testículos de um carnei-
ro, levou-os e os lançou no âmago do seio de Deméter, punindo-se a si mesmo, de maneira
mentirosa, por sua união violenta e impudica, como se ele houvesse castrado a si próprio.
3. É supérfluo apresentar os símbolos dessa iniciação. Eu sei que eles leva~vos-ão ao
riso, através de suas representações, mesmo se não sentirdes vontade de rir: "Eu comi so-
bre o tímpano; do címbalo bebi; levei os vasos sagrados, precipitei-me no leito nupcial".
Esses símbolos não são verdadeiros atos de violência? Os mistérios não sio uma chalaça?

l!XOaTAÇÃO AOS GlllGOS

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1 44 1
- CAPITULO li -

[I 6)

l. Que tal se eu continuasse o relato? Deméter, por seu turno, dá à luz; Core
cresce; Zeus une-se, novamente e, desta vez, com Feréfata, "a engendrada por ele"',
sua própria filha, depois de ter feito o mesmo com sua mãe Deméter, esquecido do
primeiro crime; Zeus, pai e corruptor da menina, uniu-se a ela transformado em
dragão, dando demonstração do que ele era.
2. Por isso o passe simbólico para os iniciados nos mistérios de Sabásio é a
expressão "o deus que perpassa o seio"; é essa tal serpente que se faz penetrar no
seio dos iniciados, testemunho da debilidade de Zeus.
3. Feréfata também dá à luz um filho tauriforme, como, acertadamente, diz
um poeta dos ídolos:

(... )o touro
é o pai do dragão, e o pai do touro é o dragão, na
montanha, boiadeiro, o teu aguilhão secreto,( ... )

O que eles chamam "aguilhão do boiadeiro", eu suponho, é a férula que os bacan-


tes usam como coroa.

1. Tu queres que eu discorra também sobre a colheita [de flores} de Feréfata,


sua cesta de flores, o rapto por Hades, as fendas do solo e os porcos de Eubuleu
tragados com as duas deusas? É por isso que nasTesmofórias jogam-se leitões nos
mégara? 21 As mulheres festejam esse mito de maneiras diversas, segundo as cida-
des: Thesmophória, Skirophória, Arretophoría;22 todas teatralizam em tragédia,
com algumas alterações, o rapto de Perséfone.
2. Os mistérios de iniciação de Dioniso, em verdade, são desumanos: era ele
uma criança ainda e foi cercado pelos curetas, numa dança de armas, quando os
titãs se aproximaram dele, dissimuladamente, e o enganaram com jogos infantis;
os mesmos titãs, então, o esquartejaram, estando Dioniso ainda em tenra idade,
como diz Orfeu, o trácio, o poeta dessa iniciação:

llXORTAÇÃO AOI OHCOS


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Kotáyv(l)cnv rrapo:ltÉm}m· à.crtpáyaÀ.oç. crcpaí'pa. crtpó(31Àoç. µilÀ.a, póp(3oç.
rcrorrtpov. rrÓKOç. Altqvâ µf:v ouv t~v 1rn.põiav tou L\wvúcrou ÚcprÀoµÉvri
naÀ.À.(.1.ç à toU mxÀ.À.El V ú1v 1rnpõíav rrpocrT]YüpEtnlrr oi õf: Tt tâvrç, Ol KO'.l
8wcrnáaavm; ctu-róv. ÀÉ(3qtá ttwt tpÍn:oo1 Emfü~vtEÇ 1m1. wu L\1ovúcrou
Ê~l~Ct.À.ÓVtEÇ 1à µÉÀ.11, KaÔ-~ljlOUV rrpÓn:pov· f1tEtta o(3EÀ.l0'1COlÇ 7tEpl1tEtpavt1::ç
«l.!TCEÍpqov ·H<paÍcrto10.»
2. Zeuç õf: 1Jcrtepov Êmcpaveíç (d lteàç ~v, ráxa rrou 1ilç Kvícr11ç 1fov
01t1úlµfV(l}V KpECÚV µnc.1.À.a(3rov, ~Ç ôl, tO «yÉpaç ÀO'.XElV» oµoÀ.oyOUCTl\I
úµ&v oi. ltrnÍ) KEpauvép wuç Tttâvaç aiKíÇe1m Kat 1à µÉÀ.11 tou
ô10vúcrou ArrÓÀ.Àrov1 tép rrmôl rrapaKa1a1ÍltELa.t Ka1altá\j/m. ''o ÕÉ. ou
yàp i]rreÍltflO'E L\lÍ. dç tov napvacrcrov cpÉprov Ka1a-rÍltETat Õ1ecrrracrµÉvov
-rov VEKpÓv.

l. Ei 'ÔÉÀ.nç õ' E7torrtEucrm Kat Kopu(3ávtrov Õpyia, tov 1píwv àÕEÀ.cpov


à1toKtEÍvav-reç ouw1 tnv KecpaÀ.nv wu vEKpou cpo1viKífü errEKaÀ.u\j/átriv Kai
KamcrtÉ\j/UVtE E'ÔCt.\j/cX'tllV' cpÉpovtEÇ E1tl xaÀ.K"Í]ç àcrníõoç Úrro 1àç Ú7twpdaç
wu bÀÚµnou (Kal. taut' fon tà. µucr-r~pm, cruvEÀ.Óvn cpávm, cpÓvo1 Kal
tá<po1).
2. 01 õe
ÍEpt'iç ot t&võE. oüç ÀvaKt0n:À.Ecrtàç oÍç µÉÀ.ov KaÀ.E'iv KaÀ.oucn,
npocrEmtEpan:Úovtm tf\ cruµcpop~, ÓÀ.Óp1Çov ànayopEÚovtEÇ crÉÀ.tvov Êitt
tpanÉÇ11ç r1\}Évcu- o1ovtm yàp õn eK tou a'íµa.wç wu ànoppuÉvtoç 10ú
Kopul3avtt Kou to crÉA.ivov ÊKrrE<puKÉvm ·
3. éócrrrEp àµÉAn Ka.t aí 'ÔEcrµo<popniÇoucrm tflç potâç wuç KÓKKOUÇ
m:xpcupuÀ.áttoucrtv ecr\}ÍEtV' toUÇ <yàp> cX1t01tE7tf(J)!(Óta.ç xaµal EK'.
trov tou .6.10vúcrou a'íµatoç crtayóvrov ~E~Àa.crtflKÉvm voµÍÇoucri tCxÇ
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- - CAPITULO II -

Um fruto de pinho, um pião; bonecas articuladas,


belas maçãs de ouro das Hespérides de bela voz. 23

[18]

1. Também não é inútil apresentar-vos, para vossa condenação, os símbolos


inúteis dessa cerimônia de iniciação: um pequeno osso, uma esfera, um pião, ma-
çãs, uma roda, um espelho, um floco de lã. Atena, por sua vez, por haver retirado
o coração de Dioniso, mereceu o epíteto de Palas, devido às batidas deste coração;
os titãs, que o haviam dilacerado, puseram um caldeirão sobre um tripé e aí joga-
ram os membros de Dioniso; primeiro ferveram as carnes, depois as traspassaram
com espeto e "as puseram sobre Hefesto".
2. Mas Zeus depois aparece (se ele fosse deus, prontamente, de algum
lugar, teria sentido o cheiro das carnes assadas, meio pelo qual os vossos deu-
ses reconhecem "receber homenagens") e fere os titãs com seu raio e entrega
a Apolo, seu filho, os membros de Dioniso, para enterrar. Apolo, por sua vez,
desobedecendo a Zeus, leva para o Parnaso o corpo mutilado de Dioniso e
lá o enterra.

1. Se queres, revelo-te, também, as orgias dos Coribantes que, tendo matado


um terceiro irmão, cobriram a cabeça do cadáver com um manto púrpura e a
coroaram, em seguida puseram-na sobre um escudo de bronze e a enterraram ao
pé do monte Olimpo (e são estes os mistérios, para dizer resumidamente: assas-
sinatos e funerais).
2. Entretanto, seus sacerdotes, que os interessados nomeiam anactotélestl!S,
acrescentam circunstâncias prodigiosas a esse acontecimento; proíbem pôr sobre
a mesa aipo com sua raiz, pois acreditam que é do sangue derramado do corpo do
coribante que este legume brotou!
3. Da mesma maneira, sem nenhuma dúvida, as mulheres que celebram
as Tesmofórias resguardam-se de comer os grãos da romã: elas acreditam que
os coágulos que caíram por terra, oriundos do sangue de Dioniso, fizeram
germinar as romãs.

8XOR'fAÇÃO AOS Gk!IGOS


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4. Ka~dpouç oi: TOUÇ Kop\)f:3avraç KaÀOUVtfÇ Kal tEÀnnv


Kaíinp1Kiiv KtxtayyÉÀÀO\Jcnv· aÚrÚ) y(xp ô~ rnÚ1üJ T(;J àorÀ.cpoinóvco
rT,v 1dcrniv àvrÀoµÉvm, EV n
TO TOl> L.itovúcrou uiouíov àrrÉKfttO,
flÇ Tuppqvíav Kaníyrtyov. fUKÀEODÇ rµrcopot (j)OptÍ01i· KcXVHXDÔa
Ôlrrpt~Étqv. c.puyÓ'.ÔE Õvtr. r~v rroÀuríµriwv rÚcrcPdu.ç 81õa.crKaÀÍo.v 1
ntÕota Kal KÍcnqv l}p11aKEÚEt v rcapm'}qtÉ:vm Tuppqvoíç. D.t' i1v ai riav .
ouK àrrnKÓtrnç ràv '11Óvucróv nvrç 'Antv rcpocrayoprúc:cnfo:t t%Àoucrtv,
niõoíwv ecrtrpT)µÉ:vov.

1. Knl. ri l}auµacrrov Ei Tuppqvol. oi. ~áp~apot aicrxpoíç oÜnoç


tEÀlCTKOVtal 1m\}~~Lacnv' orrou YE À,'}rivaiotç lWl tfl ãÀÀD 'EÀÀÚÕt, aioouµm
KO.l ÀÉynv. aicrxúvriç €µrrÀEwç i1 nEpt tT,v Li11ffi µu\}oÀoyia: ÀÀ.wµÉvri yàp Íl
.iT)O) 1wtà Ç~TT)CTlV t~Ç \}uyatpoç rnç Kópriç m:pt rl,v 'EÀ.EUCTtVa (-cnç ÀtnKfiç
ÕÉ ecrn toUTO TO xwpiov) à.rroKáµvEt lCCll c.ppÉan E1ttKm'.HÇEl À.unouµÉv11. Tofrto
to'iç µuouµÉvo1ç ànayopEÚEtm EicrÉ:n vuv, '{va µn ÕoKotEv oi. tê!EÀEcrµÉ:vot
µtµóoôm rl,v oõupoµÉvnv.
2. OtlCOUV ÕE tT)VlKÚÔE rnv 'EÀcucr'iva oí. YllYEVclÇ" ovóµara autotÇ
Ba.u~ro Kat õucra-ÚÀT)ç Kal. T prnrÓÀEµoç, en fü: EܵoÀ.nÓç "TE Kal. Eu~ouÀEÚÇ'
~ouKÓÀoç ó TprntÓÀEµoç ~v, rrmµT,v OE ó EܵoÀnoç, cru[3ffi1riç o€ ó Euf3ouÀEÚç·
àq>' éhv ro Euµol..mõcüv Kal. to KnpúKwv to icpo<pavttKov 81) wuro Àô~vnm
yÉvoç ~VÔT)<JEV.
3. Kcx\. õn (ou yàp àv~crrn µfi ouxl. El1tEtv) ÇEvicracra 'Í1 Bauf)ffi rnv i'1T\W
opÉ:yEt KUKEWY(l a.\rrn· tflç 8E àvmvoµÉ.VT\Ç Àaf3c'lv KCX.t 7tlflV OUK EÔEÀOÚ<JT)Ç
(nEv\}~priç yàp ~v) ncpiaÀrflç ~ Bau[3ol yEvoµÉvT), cúç \mcpopaôc'lcra 8ftl}Ev,
àva.atÉ:ÀÀnm tà aiõo'icx Ka\ €mÕnJCVÚEt tfl ÔEq» Ti 8€ tÉpm:tm tf\ Õ'lfEt ~ ônro
KCXl µÓÀ.lÇ 1tOtE ÕÉXEtm to 1tOtÓV' ~o-ôcicra té!> fü:áµa.n.

[21}

1. Taut' fon tà KpÚ<pta. tfuv Aôrtvaicov µucnfipw.. Tautá tot Kat bp<pEUÇ
àvcxypá<pEt. ílapa.ôiícmµm oÉ OOl a\nà 'tOU bp<pÉcoç tà ETtl), '{v' exnc; µáptupa
tr)Ç avmcrxuvttaç tov µucrta.yo:ryov·
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llPUTPF.llillflt nrot [AAHIOAt


- C A P f T U, L O [ { -

4. Ao chamarem de Cabiros os Coribantes, denunciam, destarte, a iniciação


cabíria, pois esses dois fratricidas, em verdade, carregando o cesto no qual se en-
contrava o membro viril de Dioniso, fugiram para a Tirrênia, levando com eles
essa gloriosa mercadoria. Aí eles permaneceram como refugiados, expondo à vene-
ração dos tirrênios, como uma preciosa lição de piedade, as genitálias de Dioniso e
o cesto que as guarda. Por este motivo, não de todo inverossímil, alguns invocam
Dioniso Átis, por ter sido este deus castrado.

[20]

1. Mas o que há de surpreendente no fato de os bárbaros tirrênios se fazerem


iniciar, assim, numa vergonhosa paixão, quando os atenienses, por sua vez, e ores-
to da Hélade - eu me envergonho de dizer - preservam uma tradição mitológica a
respeito de Deméter? Errante, pois, à procura de sua filha Core, em tomo de Elêu-
sis (um subúrbio da Ática), ela perde o ânimo e, desesperada, senta-se perto de um
poço. Ainda hoje é proibido aos iniciantes este gesto, para que eles não pareçam
imitar a desolação de Deméter.
2. Os habitantes de Elêusis, nesta época, eram autóctones; eram chamados
de Baubos, Dísaules, Triptólemos e ainda Eumolpos e Eubuleus; Triptólemo era
boiadeiro; Eumolpo, pastor de ovelhas; Euboleu, porqueiro. Destes habitantes des-
cendem as famílias que floresceram em Atenas e de onde saíam os hierofantes,24
como os Eumólpidas e os Céricos.
3. Então (pois eu não cessarei de falar), Baubo, que acolhe Deméter, oferece-
-lhe o cíceon, 25 mas a deusa desdenha da taça e não deseja beber o líquido (pois
está desolada); Baubo, a partir de então, fica aflita, como que se sentindo menos-
prezada, e, levantando suas vestes, mostra à deusa suas partes pudicas. Com essa
cena, Deméter se alegra e, encantada com o espetáculo, não com pouco esforço,
enfim, aceita a bebida.

[:z.r]

1. São estes, pois, os mistérios secretos dos atenienses! Orfeu vos descreve
tudo isso. E eu vos citarei os próprios versos do Cantor da Trácia, para que renhais
o mistagogo 26 como testemunha dessa indecência:

ll(Ol\Tl.ÇÃO A.OS OHGOS


l 49 I
·'lf': K F lJl \ ,\ ,\ 1 t) \: B ~

(,).; ri1w1'1o<x rrfrrÂ.uuç r(vrnúpnto. ÕfiÇc 8r rrávm


m;;pcnu.:; o\1õi· rrpl-rrovr<t. TÚrwv· rrc,.i.; õ · ~n· ··1o:"xu.;.
xr1pÍ ré fll\' iiírrmrn:r '{EÂ.lÜ\' BmJl)Oí:J.; Í>J\tl i;ÓÃ.1w1ç·
i1 o· t~1trl 11\"· 1trí811or tlrtí.. prí6110· ivl 1~uw'9.

õfÇcmi ô' 11.i1)Ã.uv ií.no.;. iv ~) K\IHCO\' fVFKTlro.

2. KixcrTl to crlivt'hwa 'EÀEUCTlVlCúV ~rncrn1pt(J)V' «EVllCJiTUCTa, EJtlOV tov


KUKEfovo.. rÀ.n~ov Ê'K KÍcrt11c;. Ê'pyacrápêvoc; tX7tEdÊ~u1v Fie; KáÀo:0ov Kal. EK
1mt-.áôou riç KÍcrtqv.>) Ka.Àá yr tà t'}Eá~1a-w Kat t'}fq. npÉrrovta.

t. AÇw µE:v ouv vuKtoç tà tEÀÉowxm Kal. nupoc; Kat tou «~teyaÀ~wpoç>\
µâÀÀov ÔE µamtÓ<ppovoc; 'Epcxt'}nôfov 8~µou, n:poç ÔE KU.l t&v aÀÀcov
'EÀ.À~V(J)V, oücrnvo:ç «µÉvn tEÀEUt~(JaVtcXÇ acrcra OUÔE EÀn:ovtm.»
2. Tim õ~ µavtEÚnm 'HpáKÀEttoç ó ·Eq>Écrtoç; «NuKtmÓÀ.otç, µáy0tç.
~áqOlç, À~vmç. ~1Úcr-m1ç», rnÚtotç UJtEtÀE'l tà µnà -ôá.vawv, toÚto1ç ,
µavtEÚEtm to núp· «tà yàp voµ1ÇÓµEva Katà àvt'}pcónouç µucn~pia
. '
avtEpúXHt µuouvtal.~>
~

3. NÓµoç ouv KO'.l unÓÀTJ'lflÇ KEV~ KO'.t toU ÔpcXKOVtOÇ tà µucrt~pw: àrrátn
tÍç Ecrnv ôpnmcrnoµÉ\·11, tàç àµu~touç ÕvtúlÇ µu~crnç Kat tàç àvopy1ácrwuç
n:ÀEtCtÇ EÜcrE~Eict vóôcp npocrtprnoµÉv(J)v.
4. Otm o[ KO:t ai. KtcHm µucrnKai· Õêl yàp ànoyuµv&crm tà ãyw.
O'.UtWV KO.l tà ÜppTJtO. EÇEl1tflV. 0U IJT)Cmµat tCXUtO'. KCXt 7tUpaµtÔEÇ K<Xl
toÀ.ÚJtCll KO.t 1tÓ1ta.Va. 1tOÀUÓµq>aÀ.a XÓVÕpül tE ÚÀÔlV KO'.t ÔpÓ.K(J)V, ÕpytOV
ô1ovúcrou Baocró.pou; Olixl. õe
poml. npoç to'icrõc Ka.1 Kpá.õm vá.pt'}11KÉ.c; tE
Kat KlHOl, 7tpoç fü: KUl q>i}o1ç KCXt µT,K(J)VfÇ; Taut' E<HlV aut&v tà ayw.
5. Kai. npocrÉtt tilc; 8ɵ18oç tà ànópprita crúµ~oÀ.a opíyavov. ÀÚxvoç,
Çicpoç. Ktdç )'\>VmKe'ioç, o
E:onv dHpT,µroç Kat µucrttKWÇ Ú7te1v µÓpwv
)'\>ValK€loV.
6. "Q tilç E:µ<i>avoúç à.vmcrxvvtiaç. DÓ.Àm µE:v àvôpro7totÇ
crroq>povoÚ<JlV E1tllCÓ.Àuµµa ~õovftç v\.iÇ nv crt(J)JtOOµÉvrr vuvl. ÔE 'tOlÇ
µuouµÉvo1ç 7tEtpa tftç àKpacriaç vúÇ E:crn À.a.À.ouµÉv11, Kat tà 7tÜp eÀ.Éy;(El
tà ná.ôri Õt~Õouxoúµevov.

nPOTPEllH~Ot. OPOI. Ei\AffHAJ.


---
- CAPITULO li -

Tendo assim falado, [Baubo] levantou o seu peplo e mostrou, de


seu corpo, toda a parte que não convinha [mostrar]; o menino
Íaco, que lá estava, rindo, precipita a mão sob as partes íntimas
de Baubo; a deusa, então, prontamente sorriu, sorriu em seu co-
ração; ela aceitou a taça colorida, na qual se achava o cíceon.2 7

2. Eis as palavras do passe, o sinal secreto, dos mistérios de Elêusis: "Eu jejuei,
bebi o cíceon, retirei de dentro da corbelha, após tê-lo manipulado, repus no vaso,
e do vaso para a corbelha ".Belo espetáculo, pois, e conveniente a uma deusa!

[22]

1. Ritos, em verdade, dignos da noite, do fogo e do povo "magnânimo", ou


melhor ainda, da raça frívola dos Erecteidas, e também do resto dos helenos: estes,
após a morte, desejam um destino especial.
2. Para quem, então, profetiza Heráclito de Éfeso? "Para os noctívagos: ma-
gos, homens e mulheres bacantes, iniciados", a estes tipos, ele ameaça com o post-
-mortem; a estes o fogo prenuncia: "em verdade, fazem-se iniciar impiamente em
ritos, considerados, pelos homens, como mistérios".
3. Um costume, uma vã conjectura, uma fraude, esses mistérios do dragão,
observados como prática religiosa; recorre-se, com uma piedade falsa, a iniciações
verdadeiramente profanas e a cerimônias não orgiásticas.
4. Tais são as corbelhas místicas! É preciso, pois, desmascarar a "sacralidade"
dessas coisas e proclamar as coisas secretas. Há outras coisas além de bolos de sé-
samo, mel e farinha; bolos em forma de pirâmide e com pequenas bolas, grãos de
sal e uma serpente, símbolo-ritual de Dioniso Bássaro? 28 Há outras coisas além
de grãos de romã, ramos de figueira, pães de férula, hera, bolos e pastéis redondos?
Estes são os objetos sagrados deles!
5. Existem ainda os símbolos secretos de Têmis: orégano, uma lamparina, uma
espada e um pente feminino: um eufemismo e uma maneira mística de referir-se às
partes pudentes da mulher.
6. Ó impudicícia declarada! Antigamente, a noite silenciosa era o véu da vo-
lúpia para os homens sensatos; agora, a noite é reveladora das prátü::as de intem-
perança dos iniciados, e o fogo das tochas revela as paixões.

IXOllTi\ÇÃO AOS GllBGOI


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- CAPITULO li -

7. Apaga, ó hierofante, essa chama! Respeita esse fogo, tu que carregas os


archotes! Essa luz denuncia o teu Íaco; 29 confia os mistérios às sombras da noite!
Que as orgias sejam reverenciadas pelas trevas! O fogo não dissimula, ele recebe a
ordem de acusar e de castigar.

(23]

1. São esses os mistérios dos ateus. Eu chamo, com razão, de ateus aqueles
que, de fato, ignoram o verdadeiro Deus, que veneram despudoradamente uma
criança despedaçada pelos titãs, uma mulher desesperada e as partes verdadeira-
mente proibidas, pelo pudor, de ser mencionadas; possessos por uma dupla impie-
dade: a primeira é a que os faz ignorar Deus, não reconhecendo como Deus aquele
que verdadeiramente o é; a outra, a segunda, é este erro de atribuir existência
àqueles que não a têm, chamando de deuses aqueles que, em realidade, não o são,
ou mesmo nunca existiram, pois tão somente obtiveram um nome!
2. Por isso o Apóstolo, em verdade, nos explicava dizendo: "Vós éreis foras-
teiros a respeito dos pactos da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo".

1. Muitas graças advieram ao rei dos Citas (um certo Anácarsis). Tendo este um
súdito que reproduzira na Cítia os mistérios de Cízico, em honra da mãe dos deuses,
batendo nos tambores, fazendo retinir os címbalos e trazendo atadas ao pescoço
certas insígnias dos sacerdotes de Deméter, crivou-o de flechas, por ele ter-se tomado
efeminado entre os gregos e por ter ensinado aos citas essa moléstia.
2. Por causa dessas coisas (de modo algum ocultarei a verdade), chega a es-
pantar-me a maneira como trataram de ateus a Evêmero de Agrigento, Nicanor de
Chipre, Diágoras e Hípon de Meios e, com eles, aquele famoso cireneu (Teodoro
era o seu nome) e tantos outros afora, por terem levado uma vida sábia e por terem
tido uma visão mais penetrante do que o restante dos homens, ao verem os erros
concernentes a esses deuses, foram chamados de ateus; se eles não conceberam a
própria verdade, ao menos pressentiram o erro; é uma semente não pequena pron·
ta para germinar aquele que, se voltando para a verdade, mantém acesa a chama
da inteligência.

IXOllTAÇÃO AOS GUGOS

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2. Aivittnm ÔE füà µEv tfov n:potÉpwv tov ãucov tpÓn:ov 1ov 1í1ç fü:íaç
Kat yoviµou õwét.~LEwç ÊcrtEp11µÉvov, Õlà OE 10u À.ornou 10u tpÍ10u tov 7toÀÀ.ouç
i:mypwpóµn:ov \jfEtlÔowÚµouç ucouç àv11. 10u µÓvou Õvt0ç urnu, éócr7trp ÓÊK t~ç
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3. ~Hv ÔÉ nç rµcpu10ç àpxaía 7tpOÇ oupavov àvup<Ón:otç KOtVO)\lta.
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4. "Evvo1m fü: l)µo.p-criµÉvm Ka.\ 1tUpfli'µÉvm -cfiç EUÔEÍaç, oÂ.ÉÔptat ÓJÇ
à.Ã.ri-ôéôç, -co «oup&vwv q>u-ców, -cov ã.vôpron:ov, olipavíou (ÇÉ-cpE\jfav ÕtaÍtflÇ
Ka\ iÇuá.vooav (n\ yi)ç, yrf\vo1ç npooa.véx,nv àvo:JtEÍoaom JtÂ.Ó:oµmnv.

1 HI
- CAPÍTULO II -

3. Um desses filósofos recomendou aos egípcios o seguinte: "Se vós acreditais


nos deuses, não os lamenteis, nem batei em vosso peito por causa deles; mas se os
chorais, não acreditais serem eles deuses".
4. Outro, recorrendo a uma estátua de Hérades, de madeira, disse (ele cozi-
nhava alguma coisa em sua casa, com certeza): "Vamos, então, ó Héracles, agora
se te apresenta o momento oportuno, como a Euristeu, de, sem embargo, concluir
para nós o teu décimo terceiro trabalho e preparar para Diágoras a refeição". Ten-
do dito isso, pôs a estátua sobre o fogo, como lenha.

1. Existem dois extremos na ignorância: a impiedade e a superstição, fora das


quais é conveniente se manter. Não vês o hierofante da verdade, Moisés, proibir de to-
mar parte na assembleia o eunuco de nascença, o emasculado e o filho da prostituta?
2. Ele faz alusão, por meio dos dois primeiros vocábulos, à conduta do ateu,
privado da força fecunda de Deus; através do último, ou seja, do terceiro, ele se refere
àquele que imputa numerosos deuses falsos contra o único e verdadeiro Deus, como
o filho da prostituta se queixa a vários pais, na ignorância de seu verdadeito genitor.
3. Havia, desde os tempos priscos, certa aliança natural entre os homens e o
céu, perdida nas trevas da ignorância; mas, subitamente, de alguma parte, ela se
lança, resplandecente, para fora destas trevas. Dela alguém falou o seguinte: ·

Vedes, nas alturas, este éter ilimitado que


envolve a terr11 com seus braços úmidos? 30

E ainda isso:

Ó suporte terrena!, tu que tens teu trono sobre a terra, o que quer
que sejas, é-nos difícil contemplar-te.' 1

E tantas outras coisas mais cantam os filhos dos poetas.


4. Porém concepções erradas, desviadas do caminho cerro, e verdadeiramente
funestas, afastaram "a planta celeste", o homem, de uma conduta celeste e o sub-
jugaram sobre a terra, persuadindo-o a se prender às criaturas terrestres.

BXORTAÇÃO AOS Gll&OOS

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U: Krtl rÇn~flfl.<Jm'. l~fO\JÇ à rnt1 Ôt:\v ovopCXCJfXVTfÇ WDÇ Úcrrr.puç, Kat
npocrn:úvrimxv Í)Àtuv. (oç ·1 vúoí. K<xt CH:'.À1Ív riv. c'1)Ç <t:>púyrç·
2. 0·1 õi: rfov à yÍ(ç <.puo~1ivc1>\' rni>ç; íudp01.iç Õprrróprvot Kaprrouç
dT)W TO\' CTlTO\'. Ct)Ç Àt~T]V((lül, Jo."ftl ótÓVUCJO\' T~V aµrrrÀov. O>Ç 8q~ato1,
'
rrpoc:nnopnicrctv.
3. A/cli.01 rà.ç; àµot~àç rilç KaKÍm; f:rrtCTKon:~crav1Eç ÔEOJtotOD<n ràç
àvnõóm:tç n:pocrKuvouvTfÇ Kat n'xç cruµ<.popáç. 'Evn:tn~E'.V n'xç 'Epwúaç Kat
tàç EuµEvíõaç ffo.Àet.~tvaiouç 1'f Kal. Opocnpon:aiouç. õf: ÀÀ.ácrrnpaç rn
àvcrnrnÀ.ÚKCt.<Jl\' Ol àµ<.pl. tTJV O"KT]VTJV 7tüllFCXÍ.
4. <1>1Àocróqiwv õf- ~õ11 nvi:ç Kat aurnl. µnà. 1ouç rrotT]nKouç rcúv f:v Úµ\v
1

7tm~fuv àvi::tÕwÀon:oto11m tÚnouç tÔv <l>Ó~ov 1wl. rov "EpüHa Kal. tnv Xapàv
KUl rnv 'D.n:íõa. (ócrrrEp àµÉÀ.El KO'.l 'EmµEvÍÕT)Ç ó rmÀ.moç "'YPpEWÇ Kal
AvmÕEÍaç Àô1ív11cn v àvcrnt~cro.ç pwµoúç·
5. o't fü: f:Ç aürcôv Ópµc;)µEvot tfuv npayµánov EKÔEOUVtat w\ç àvôpc.ónotç
Kal cH.oµawçfuç àvarrÀátwvmt . .1ÍKT] ttç Kat KÀ.wôw Kat AÓ.xêc:nç Ka.1. Atporroç
KUl EiµapµÉvT). AuÇ,ro tE KUl 8aÀÀ.ro, ai AHlKCXÍ.
6. ·•EKtoÇ ecrtlv ElCJT)'(llttKOÇ tpÓ7tOÇ ÚitÚtT)Ç, ÔEfuv 7tEpl1tülY\'ttKÓÇ. Km'}' OV
àpn~µoum ôrnuç w\Jç ÔroÕEKa· wv Kal. ôrnyovíav 'Hcrioôoç ~ÕEt tnv aútou,
1m1. ooa ÔrnÀ.oye'i "Dµripoç.
7. TeÀ.rnmíoç of: ÚnoÀ.EÍitEtm (Éittà yàp oí. anav'têÇ o{rrot 1pÓitot) ó àno
tilç fü:taç e\iepyrniaç 1ftç Eiç i:ouç à.vôpómouç Kcnay1voµÉvl)ç Ópµroµevoç. Tov '
yàp e\iepynouvm µ~ ouvtÉvtEÇ ÔEov à.vÉ7tÀ.acráv n vaç CJüHT)paç i'.ltocrKoÚpouç
l((lt 'HpaKÀia à4Çi1mKOV KUl ÀCJKÀ.fl1tlOV icnpóv.

1. AÚtm µ(v aí OÀ.tCJÔl)paÍ 'tE KUl em(31..alkiç napEKl3áonç 'tTtÇ àÀ.T)ÔEÍaç.


1m\}ÉÀ.1muom oÜpavÓ\}ev tov ãvôpmnov Kal. eiç (3ápaôpov m:pttpÉnouom.
'Et}ÉÃ.ro fü: Úµív EV XPéil tOUÇ ÔEOUÇ airtouç emôEiÇm Ónoíoí 'tlVEÇ K<Xt El nveç.
'ív' ~Ort 7tOtE tilç nÀÚvl)ç Ã.JÍÇT'ltE, a-tiôiç fü: JtaÀ.tvôpoµiíontE eiç oüpavóv.

OP()TPUltllOI OPOt E4Atlfri1At


- CAPÍTULO II -

[26]

1. Uns, em verdade, convencidos por todos os lados, na sua contemplação


do céu, e acreditando apenas no que seus olhos veem, apressam-se em perseguir,
extasiados, os movimentos dos astros e a divinizá-los; estes chamam os astros de
theós (deus), da palavra thein (divinizar), e adoram o sol, como os indianos, e a
lua, como os frígios.
2. Os outros, que colhem, dentre as plantas nascidas da terra, os frutos
cultivados, denominam o trigo Deo, como os atenienses; a uva, Dioniso, como
os tebanos.
3. Outros, tendo observado as recompensas dos vícios, divinizam o retorno
da sorte, adorando inclusive as desgraças. Daí os poetas terem imaginado [no pal-
co] as Erínias e as Eumênides - divindades da vingança, da justiça e da punição.
4. E agora, alguns dentre os filósofos, seguindo os passos dos poetas, trans-
formam em ídolos suas próprias paixões: personificam o Medo, o Amor, a Alegria
e a Esperança, assim como o velho Epimênides edificou altares, em Atenas, à Ar-
rogância e à Impudicícia.
5. Outras ideias, movidas pelas mesmas circunstâncias, são deificadas pelos
homens e ganham aparência antropomórfica tais como: Dice, Cloro, Láquesis,
Átropos, Himármene, Auxo e Talo, as divindades áticas.
6. Há uma sexta maneira de introduzir a charlatanice criadora de deuses: é
aquela que consiste em enumerar os doze deuses, dos quais Hesíodo canta o nasci-
mento, em sua Teogonia, e Homero, por seu turno, narra suas histórias.
7. Resta, porém, ainda, um último procedimento (em verdade, eles são sete,
ao todo): aquele que resulta da benevolência divina para com os homens. De fato,
por não serem capazes de compreender a beneficência divina, eles conceberam
Dióscuros salvadores, um Héracles e um Asclépio médico.

1. Essas vias da verdade, escorregadias e perigosas, fazem o homem tombar.


afastar-se do céu e voltar-se para o abismo. Eu gostaria, entretanto, de mostrar--vos
esses deuses em pessoa, tais como são, se existem, para que, de uma vez por todas,
vós vos aparteis do erro e, novamente, corrais em direção ao céu.

llXOllTAÇÃO AOS GllllOOS

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3. Tm'>rn ro1 iuirl.; ui ríl.; àvopíu.; vioí 1wtr Õ1<x ·á1v 1p1Àuvt1pcmríav 1
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rrourn\; u.\ Kprxym•tí vo.; ºEµrrrÕti11:ÀJi.;·

ro1yÚprot z1(),rnfiCil\' àÀl•lJ\'Tr~ l\'(1.1\lltf]O'l\'

o\; IHHE OftÀnÍrn\' ,·t.zf(I)\' ÀuHpTÍCTFtf t'hipÓv.

4. Tà µrv õ11 rrÀElcHu ~1rµú~rnrm Krxt rrÉrtÀacrrn:1 rrFpt l~EÔN lJ~L'iv· tà


õ( Kat Üaa yryn·~<n1cn 1mrÍÀ;r17nm. raU-m fü: rrEpt àvttp(;)rrcov aicrxpfuv 1ml
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- CAPITULO ([ -

2. "Nós éramos, pois, de certa maneira, filhos da ira, juntamente com os de-
mais; Deus, porém, que é rico em misericórdia, por causa do grande amor que nos
consigna, fez-nos reviver com o Cristo, quando já estávamos mortos por nossos
erros." Pois o "Logos vivo" e sepultado com Cristo elevou-se a Deus. Porém os que
ainda permanecem incrédulos, chamam-se "filhos da ira", alimentados pela cólera.
Por outro lado, nós não somos mais frutos da cólera; uma vez afastados do erro,
celebramos agora a verdade.
3. Por isso, seguramente, nós, então filhos da ilegalidade, tornamo-nos, pela
filantropia do Logos, filhos de Deus. Mas, a vós, também, o vosso poeta Empédo-
cles de Agrigento fez alusão:

Portanto, atormentados por duras provações,


nunca aliviareis vosso peito de tristes aflições. 32

4. Quase tudo que se diz de vossos deuses é narrado em forma de mito e


ficção; e tudo quanto se supõe ter acontecido, tudo isso foi averbado por homens
imorais e concupiscentes:

Vós andais na vaidade e no delírio e, tendo abandonado o


caminho frequentado e retíssimo, partistes por entre espi-
nhos e aguilhões. Por que errais, ó mortais? Parai, vaido-
sos! Abandonai as trevas da noite! Abraçai a luz! 33

5. Essas coisas nos recomenda a Sibila - poeta e profetisa. Eis, também, o que
a verdade nos ordena, quando retira a máscara da turba dos deuses, essas máscaras
horríveis e aterradoras, convencendo, por sinonímias, esses produtos da imaginação.

[28]

1. Há ainda, segundo certos autores, três Zeus: um .filho de Éter, na Arcádia, e


os dois outros filhos de Cronos - um nascido em Creta e o outro ainda na Arcádia.
2. Há outros que admitem cinco Atenas: uma filha de Hefesto, a de Atenas;
uma de Nilo, a egípcia; uma terceira, filha de Cronos, a inventora da guerra; a quarta
é filha de Zeus, a qual os messênios chamavam Corifásia, por causa do nome de sua

IXOITAÇÃO AOS GRIGOI

1S91
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i·1r\ n:O.crt d1v ílCÍ.ÀÀavwç KcÚ Tt mvíõoç t~ç hKrnvou. ~ tt)V n:a Úp<x oucrcrEP&ç
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àpul)µouµÉvouç i) 10uç ll<paicnouç wuç µui}oÀoyouµÉvouç; M~ Kat rreptttoç
dvm õósro tà.ç àKo(.t.ç úµ&v totç noÀÀotç toÚtotç ÊntKÀ:ÜÇffiv 6vóµcrn1v; AM'
a'í ye rratpiõi::ç aútouç Kat ai thvm Kat oi ~Íot, rrpoç ÕÉ ye Kat oí tácpot
àvôpc;mouç yqovómç ÕleÀÉnoucrtv.
2. 'í\pqç youv ó Kat napà 10'iç n:ourcatç, Ú)ç o'lóv te, 1enµ1wévoç.

ÂpEç. ÀpEç. ~potoÀoryÉ. µlCwpÓVE, 'tEl;(EOIJtÀT\m.

ó ·•àM.onpÓaa.ÀÀoç" oÚtoç Ket.t "àvápcrwç", wç µf:v 'EníxapµÓç cpTJ<H,


I:napnátT)Ç ~v· LOcpOKÀ~ç ÕE 8p<!1m oÍÕEV autóv· Õ.ÀÀot ÕE ÀpKáõa.
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'bµflpoç ÔEÕÉO'ôm q>T)crl.v €nl. µl)vaç tptcrKaÍÕeKa·

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Jtaíôr; AÀ(J)TJOÇ. Õficmv Kpo.'tTJP<!> Évt Õrnµ~>"
X<lAKÉ<j> Õ' Ev KEp<͵q> ÕÉÕEto tpiCJK<tÍÔfl((l µTjvaç.

4. noU..à Kà.ya~à Kâpeç axo\EV, o'i Kata.ÔÚOU<HV autcp toDÇ KÚvaç.


1:K{nku õf: to-U.; Õvouç ÍEpt::ÚovtEÇ µ~ ·naufoôcov, wç ÀnoÂ.Â.ÓÕcopóç cpn<n
Kcxl. Ka.Â.À͵cxxoç,

nrúTtEn JllOl "'"1 f HllNH

1"º1
- CAPITULO li -

mãe; a quinta é filha de Palas e da oceânida Titânis, que, após ter imolado impiedo-
samente o pai, adornou-se com a pele deste, como se fosse um tosão de ovelha.
3. Quanto a Apolo, Aristóteles nomeia um primeiro como sendo filho de
Hefesto e de Atena (nesse caso Atena não era mais virgem?!); um segundo nasceu
em Creta e era filho de Cirbas; um terceiro, filho de Zeus; e o quarto era natural
da Arcádia, filho de Sileno, cognominado Nômio, pelos arcádios; além desses, ele
enumera um Apolo Líbio, filho de Amon; e o gramático Dídimo acrescenta a isso
tudo um sexto: o filho de Magoes.
4. Mas, agora, quantos Apoios existem? Inumeráveis mortais, homens perecí-
veis, chamados pelo mesmo nome que aqueles acima citados.

1. Que tal se eu contasse dos vários Asclépios, ou dos inumeráveis Hermes,


ou dos legendários Hefestos? Eu não gostaria de ultrapassar a medida, inundando
vossos ouvidos com essa multidão de nomes. Mas que, ao menos, suas pátrias,
suas profissões e suas vidas e ainda seus túmulos vos convençam de que eles fo-
ram homens.
2. Ares, por exemplo, foi honrado, pelos poetas, tanto quanto possível,

Ares, Ares, funesto aos mortais, sanguinário, assaltador de muralhas,J.4

este "inconstante" e "hostil" era, como diz Eficarmo, espartano; mas Sófocles o
acreditava da Trácia; outros,. da Arcádia.
3. Homero diz ter sido Ares prisioneiro durante treze meses:

Ares também sofreu quando Oto e o poderoso Epialtes,


filhos de Aloeu, o acorrentaram em sólida cadeia; e num
cárcere de bronze esteve metido por treze meses. JS

4. Muitas honras aos cários, que lhe sacrificam seus cães. Os citas, por sua
vez, não cessam de imolar seus asnos, como diz Apolodoro~ e também Calímaco:

Febo se levanta com os sacrifícios de asnos dos hipcrbóreos •.16

IXORTAÇÃO AOS GlllGOS


1 61 1
~ l\r'"'''i"' B •

5. "Htpmcrtoç Õr. Ôv rppt\j/fV ÊS bÀ:Úµrrou ZEDÇ «fh1Àou cxm) l'}f<JTCfCTÍütO»,


f\' A~µ vcp Katarrrnc~w EXcXÀKEUE, nripon'}EtÇ tà) nÓÔE, «t>TCÔ õf:: Kvfi~tm pcúovto
'
apa1a1.»

[30}

1. ''Exnç 1\"Ul impóv. ouxl. xaÀKÉa µÓvov EV ~Eo'iç· ó õi:: iatpoç qnÀ.Ú.pyupoç
i)v, ÀcrKÀT]rrtoç Õvoµa autcp. Kaí crm tov crov rrapm'}~croµm rronrrí1v, tov
BoHÚtlOV nívóapov·

ftpcme l(cll(El\'OV àyúvop1 ~llO~(!) xpuooç EV XfPOl <paveíç


)'.Epot o· ãpa Kpovíwv pí1vu.; 8t' à.µ<po'iv àµnvoàç crtépvwv KCt~ftÀ.ev
cim~w.;. ui'ôcov ÕE KEpauvoç rm.111Vf µópov.
2. Kal. Eupmíõriç·

ZEu.; yU.p 1camKtàç 1miõa tov Eµov ai'noç


ÀoKÀflmÓv. otépvo101\' ʵpaÀ.wv <pÀ.Óya..

oUtoç µf.v ouv Kettm KEpauvroôel.ç ev totç Kuvocroupiõoç ópiotç.


3. <t>1Ãóxopoç õ€ ev T~vcp Oocretõéi'>vá 'PT\at nµêicrfüxt ia:rpóv, Kpóvcp Se
E7tlKEtcrÔm L\KEÀ.tav KUl evtauôa autov tEÔÚq>Ôm.
4. Oc.npoKÀ.~ç tE ó 0oúptoç Kat l0<poKÀfiç ó veúnepoç f.v tptcrl. tpaycp8io.1ç
Í.otope'itov w'iv ~t0mcoúpo1v nÉpt· à.vôp<Ómo nvf. toÚto> tro ~tocrKoÚpro
€1ulCÍ)pro É'yevÉoÔTjv, ei'. tcp ÍKavoç mcrt<Ócracrôm ºbµ11poç to ÀeÀqµÉvov·

twç ô' ~ÔT\ ic:á.tt)'.EV qruo(Çooç ala


ev Amceooíµov1 ut~1. q>ÍÃ:o iv natpífü yaín.

llPOJPElll!JOt OPQ[ EAAHNA~

1 6i l
-- - CArfTULO II -

O mesmo diz em outra parte:

Gordurosas asnofagias alegram Febo. 37

5. Hefesro, por sua vez, o qual Zeus precipita do Olimpo, "do divino um-
bral", tendo caído em Lemnos, aí se tomou ferreiro, aleijado dos pés, "a coxear,
afanoso, sobre as pernas recurvadas e inseguras" .Js

1. Vós tendes também, entre vossos deuses, um médico, não apenas um fer-
reiro; mas este médico era amante do dinheiro: Asclépio era o seu nome. Eu porei,
agora, diante de ti o teu poeta, o beócio Píndaro:

Ele também foi seduzido pelo esplêndido salário, ouro a reluzir em suas
mãos; de suas mãos, pois, o Cronida lançou, contra os dois (o raio), pri-
vando-lhes do peito o alento, e o raio reluzente precipitou-lhes o destino. 39

2. E também Eurípides:

Zeus é o culpado da morte de meu filho


Asclépio, atirando em seu peito uma 1lama. 40

A vítima jaz, então, fulminada pelo raio, nas fronteiras de Cinósuris.


3. Filócoro diz que Poseidão é venerado como médico, e que Cronos repousa
na Sicília, pois lá está sepultado.
4. Pátroclo de Túrio e Sófocles, o Jovem, contam, em três tragédias, a história
dos dois Dióscuros: estes Dióscuros foram homens mortais, caso se leve em rotai
crédito o relato de Homero a respeito deles:

Estes, em verdade, a terra fecunda os cobrira,


na Lacedemônia, lá mesmo, em sua pátria querida. 41

5. E eis ainda o que diz o autor dos Poemas Cíprios:

UXORTAÇÃO AOS GRIG0$

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KÓ:crt(l)p ~11'v 1~v11rliç. l~avrí.rnu õé oi uicm 1tfn:pwrn1 ·


aüráp í.í y' à1~ávtxroç rluÀu8r1i"q;. üÇoç /\pqoç.

6. ToutO µ~·v Jtütr)tlK(t)Ç E\jffÚ<mro· 'bµqpoç fü: àÇ,wmattltepoç auwti


El7HO\' 7tFpl à~t<pOlV tOlV ~lOO"KOÚpo1v. rtpoç ÕÊ KC:Xl tOV 'HpuKJ.. Écx. «El8ú>ÀOV»
rÀ.Éysa.ç· «<j)(tHCX>) yàp « Hpm;:À~a. µqáÀ.rnv ÚmtCHüp<X i:'pyrnv».
0

7. 'HpaKÀfa OU\' K<Xl auroç l)~tripoç l}Vf]TOV OlÔEV c'Y.vt}pomov. 'feprovuµoç


fü: Ó <j)tÀ.ÓCTO<pOÇ K<Xl TllV crxfo1v autoU Ú<jHlYEltat toU O"ÓlpO:toÇ, ~ltKpÓv,
c:ppt/;Ótpt,X<X. pCüCT!lKÓv· ~lKCJ.tapxoç Ôf CTXtÇÍav, \IEUp<OÔll, pÉÀ.CXV<X, ypurtÓV,
únoxaporróv. tEmvÓtpixa. oiJroç ouv ó 'HpaKÀ~ç õúo npoç to1ç 7tEV1lJKov-m
Etrl Pi:PtwKolç KatforpE\jfE rov píov ôtà tTiç f:v Ottll rrnp&.ç KEKllÔEuµÉvoç.

l. Tàç fü: Moúcmç. Üç À.ÀKµàv ~1oç Kal. Mv1iµocrúvriç yEvEaÀoyêt Kat oi


À.OutOl TtOlT)tal KCXt cruyypa<j)ElÇ EKl}EtáÇoumv Kat crÉPou<JlV' ~ÔT] fü: 1(0'.l oÀat
nÓÀaç µoucrEÍa tEµEvÍÇoumv aÜtct.lç, Mucràç oücraç fü:panmviôaç wúmç
ecóvrrm1 Mqa.KÀ.l~) i) l}uyárrip ~ MáKapoç.
2. "ü ÔE MáKa.p Arnpírnv µE:v f:pacrÍÀrnEv, ÔlE<pÉpno ô€ àd npoç tiiv
yuvcx:l1m, ~yaváKtEl ÔE ~ McyaKÀ.w ÚÚp tT\ç µT)rpóç· tÍ ô' oÜK EµEÀÀE: Kcú
Mucràç ~Epanmviôaç ta.Úta.ç tocrm'.ita.ç rov àpu'.lµov rovótm Ka.l KaÂ.Ó
Moicra.ç K'a.-tà t~v ÔtÚÀEKtov t~v AioÀ.Érov.
3. Ta.lira; f:füõáÇato ~õnv Ka.t Kt~apíÇnv tàç npáÇnç tàç JtaÀmàç
(µµEÀÔlç. A'i OE: cruvi::xfoç Kl t}a.píÇoucrm Ka.t Ka.À.fuç Ka.tEm~ôoucrm tov MáKapa
EÔEÀ:yov KUl Ka.tÉ1tauov i:fiç opyílç.
4. OÚ Õ~ xáplV ~ Meya.KÂ.O) xap1crtÍ]pt0v autàç Ú7tEp tT\ç µT)tpoç àvÉÔT)Kf:
xaÃxâç Ka.\ àvà návta. EKÉÀcucrE nµâcr~m tà Í.Epá. Kal. aí µE:v Moucrm
tota.ÍÔE· ~ ô( Í.crtopia na.pà MupcrÍÀ.cp tép Arn~icp.

1. AKOÚEtE õl) o~v tfuv na.p' uµ'iv ~Efuv touç eprotaç KCY.l tàç na.paôóÇouç
tftç CtKpa.cría.ç µuÔoÀoyÍaç Ka.t tpa.Úµata m'.l1:fuv Kat ôrnµà Kat yÉÀ.omxç KCXl
µáxaç ÔotJÀEÍa.ç tE ifn Ka.1 crtJµnócrm cruµnÂ.oKáç t' a.ti Ka.1 ÔÚKpua. Ka.I. miÔ'TI
Kat µcxxÃ.cOOaç ~õováç.

1 64 1
- CAPITULO li -

Castor era mortal, o quinhão da morte foi-lhe destinado;


enquanto Pólux (Polideuce) era imortal, rebento de Ares.42

6. Isso nada mais são que mentiras poéticas; Homero é 0 mais digno de fé, ao
falar dos dois Dióscuros, e quando diz que Héracles também é apenas um ídolo;
um ser humano, Héracles, o autor de grandes trabalhos!
7. Homero sabe que Héracles é um homem mortal; Jerônimo, o filósofo,
também nos pinta o seu retrato: pequeno, cabelos eriçados, vigoroso; Dicéarco,
porém, o faz rijo como um toro de madeira, robusto e nervoso, escuro, nariz adun-
co, olhos brilhantes. Esse Héracles viveu 52 anos e terminou sua vida com honras
fúnebres numa pira no monte Eta.

[31]

1. As Musas, que Álcman fez nascer de Zeus e Mnemósine, os outros poetas e


escritores as veem e veneram como deusas, as quais, agora, também cidades intei-
ras honram com seus "museus". Essas tais Musas eram servas mísias, compradas
por Megaclo, filha de Mácar.
2. Esse tal Mácar era rei dos lésbios e estava sempre em desavença com sua mu-
lher. Megaclo, por seu turno, indignava-se por causa de sua mãe: o que poderia fazer
para mudar as coisas? Ela compra, então, para si própria, essas servas oriundas da
Mísia, cujo número é sabido de todos, e as chama de Moísai, segundo o dialeto eólio.
3. Ela as ensina a celebrar, harmoniosamente, pelo canto, acompanhado pela
cítara, os feitos heroicos do passado. Sua música contínua e apaziguadora e a pró-
pria beleza de seus cânticos encantam Mácar e põem fim à sua cólera.
4. A própria Megaclo, por causa disso, e agradecida por sua mãe, mandou
cunhar a efígie das Musas em bronze e ordenou que elas fossem honradas em todos
os templos. Essas eram as Musas, segundo a história contada por Mirsilo de Lesbos.

[3 2.]

1. Agora escutai, pois, os amores de vossos deuses, os estranhos mitos de suas


fraquezas, suas feridas, suas prisões, seus risos, suas batalhas, suas sujeições, seus
banquetes, seus amplexos, suas lágrimas e paixões, seus prazeres carnais.

IXORTAÇÃO AOS GlllCOI


1 11 5 1
,... KF·~l.\,\111~; B -

2. KÚÀEt µol tO\' flocrnôw Kal tOV xopuv tCoV ÕtE(pl}rtp~lfVCl)V í.m' atrtoli,
ti)v Àµqn tpi tqv. 1!1v À~rn~tcÓvqv. t11v ÀÀÓrri1v, t11v MrÀavírm11v. thv ÀÀ.Kuóvriv,
t~v 'trrrrol}Úriv. t~V XtÓVll\', tCl.Ç aÀÀaç tàç ~Lupím;· Êv alç õl1 Kat toCTaÚta1ç
oÜcrmç Ett rnu ílocrnôc7woç ú~uüv Êcrn:voxrnpfrro tr1. rcú1'Jri.
3. KÚÀn µot Kc"tt ràv ÀrrÓJ,Àco· <l>oíBóç Êcrnv ou1oç 1rni µávnç izyvoç Ka\
crúµpouÀo; àym%ç· à/...!: oú taliw. í1 ItEpóm1 ÀÉyn OtJÕE 11 Al'ôoucm ou8[ ~
n
Àpmvóri ouõf: ZEuÇÍrrrn1 ouõr Íl ílpoltóq ou8( í1 Mápm1a00: oÚÕ( ·y,~rnÚÀrr n
ilÚ<.pvfl yà.p ÊÇécpuyE ~tÓv111w1 rov ~1ávnv Ka1 rhv <ptfopr1.v.
o
4. AÜtÓç tE ó ZEuç Êrrt rrâmv ~KÉtw. «nathp» Km'J' Ú~tâç ~<(1.võpfuv tf
ÔEfov tE»' wcrolito~ rrEpl tà àcppo8íma ÊÇEzÚl}fl, wç ÊmôuµE'lv ~1(v rra.cr&v.
ÊKn:À11poliv 81: Eiç rrácraç t~v Êrrn'JuµÍav. 'Evrn͵rcÀato youv yuvmKÓW oux
~ttov ~ aiycí'Jv o8µomtfov tpáyoç.

1. Kcú crou, <1 'bµripE. tEt'JaúµaKa tà 1t0t~µc..cta·

~. Kal f7t 0

Ktlf1\'fnmv oqipÚcrt VfDO"E: Kpovíwv·

aµ~pÓcrto.l Ô' Üp(J, ;(CtÍ"Wl E1tEppÓim.tVto UVCX!CtoÇ

!(puto; cxn" àõavé.crow· ~lf'(Ct\' ()' rÀÉÀt:;fv 'bf.uµnov.

2. l:Eµvov â.vcmÀ.ánrn;, 'bµript:. tov ~ia Kal. vE'l>µa n:EptárrtEtÇ aurcr


tEnµ11µÉvov. ÀÀ.A' E:àv ÊmÕEiÇnç µÓvov, avl}pú)JtE, tOV KECT'tÓv, ÊÇú.ÉyxEtm
1w.I. ó ZEuç Ka1 ~ KÓµri KatmoxúvEtm.
3. Eiç ooov ÔlrÀJÍÀaKEv â.crEÀrEÍaç ó ZEuç EKE'ivoç ó µEt' ÀÀKµJÍvriç
toaaútaç ~ÕuJtaônoaç vÚKtaç; oliõf: yàp aí. vÚKtEÇ a.Í. ÊvvÉa t0
ÜKoÂ.Úotq> µaKpai (ÜJtaç õl: E'.µJtaÀ.tv ó ~Íoç àKpaoi~ ~p<J.xuç ~v). '{va 8n
i)µí.v tov ciÂ.EÇÍKaKov orrdpn ltróv.
4. ~lOÇ uioç llpC.t.KÀfiç, ÔlOÇ él)ç àÃ.ri1'Jfuç, ó fK µm:pâç YEVVC;lµEVOÇ
WK!ÓÇ. tOUÇ µEV (Í.i}Â.ouç 'tOlJÇ ÔÜ>ÔEKft. 7tüÂ.Â.q> tCJ.Â.C.J.l1tOlpllO'cY.~lFVOÇ XPÓvcr,
tixç ôi'. nEVtnJCovrn 8r<:niou l}urCl'tÉ.pczç vuKtl. õwtpl}fipuç µ1f[, µotxoç ô~wu
KCXl vuµq>Íoç toooútwv YEVÓµevoç rtup'ÔFVú>V. OÜKOUV àrtnKÓt(l)Ç Ol 7t011"l'Wl
..oxitÀwv" rnutov .. ,ca\ aicruÂ.orpy(>V" <Í.rtoicuÂ.oumv. MaKpov õ' àv 1::\11
µ0tx.eíw; cxi>taü ltavtoôanà.ç Kat naiôo>V Õt11yt::'icrôm qn~opétç.
- CAPITULO li -

2. Façam-me vir Poseidão e o coro das que foram seduzidas por ele: Anfitrite,
Amímone, Álope, Melânipe, Alcíone, Hipótoe, Quione e uma multidão de outras.
Com tantas outras quantas eram, o vosso Poseidão ainda andava em apuros por
causa de suas paixões.
3. Chamem-me também Apolo: este que é o Febo, o sagrado adivinho e no-
bilíssimo conselheiro. Mas não é isso o que dizem dele Estérope Etussa Arsínoe
' ' '
Zêuxipe, Prótoe, Marpessa, tampouco Hipsópile; apenas Dafne, de fato, escapou
do adivinho e da desonra.
4. E venha agora, antes de tudo, o próprio Zeus, o "pai dos homens e dos deu-
ses", segundo vós próprios! Este se entrega prodigamente aos prazeres afrodisíacos,
desejando todas e com todas saciando seu desejo. Não obstante, o bode de Tmuite
se satisfaz muito mais com as suas cabras do que Zeus com todas as suas mulheres.

[33]

1. E teus poemas, Homero, me causam admiração:

Tendo dito, o Cronida, com suas negras sobrancelhas, aquiesceu;


as madeixas divinas do Senhor agitaram-se sobre a fronte imor-
tal; e o grande Olimpo estremeceu. 43

2. Tu nos plasmas, ó Homero, um Zeus soberano e lhe outorgas um sirial de


cabeça imponente. Porém, ó amigo, se lhe mostrares apenas um cinto bordado,
esse Zeus se revela e sua cabeleira perde a compostura.
3. Até que ponto esse Zeus não se excedeu em fornicação, ele que passou
tantas noites dissolutas com Akmena? Também não coube a esse libertino nove
grandes noites (uma vida inteira fora curta para a sua intemperança!) para engen-
drar as deusas que afugentam os males?
4. Héracles, filho de Zeus, verdadeiramente tal qual o pai (Zeus), nasceu de
uma longa noite, sofreu desgraçadamente por muito tempo, para consumar os
doze trabalhos, mas uma só noite foi-lhe suficiente para violentar as cinquenta
filhas de Téstio e tornar-se, ao mesmo tempo, corruptor e noivo de tantas virgens.
Não é, portanto, sem razão, que os poetas o chamam de "cruel" e "celerado". Se-
ria, pois, cansativo narrar seus inúmeros adultérios e corrupção de jovens rapazes.

ltXORTAÇÃO AOS GltlGOS

1671
-· K t <t> .1 .1 .1 1 n " B -

.5. Ouõr
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"YÀa, o OE 'YaKlV\lOt>, (_) óf: IlÉÀorroç, () Õt: XpllCTÍrrrrou, o Õr ravu~tí18ouç
Ep<.1)\'1TÇ.
6. Toútou.; l>W-;>V cú ytiva.1 KfÇ rrpocrKuvoÚvt(t)V ro\ic; 1~rnúç. rnwúrouç
8€ EUXÉCHl<t>V r\vm rouç &vôpu..; tol>Ç Émrnôv. ODt(I) 0Ü><ppovo:ç. 'ív' cocnv
l)µotot w'i.; ôrnlç 1à i'cro. ÊÇriÀ<1JKLHt:ç· wti1011ç r1~tÇúv1rnv ot 1ro:tOEÇ \Jµfuv
(jf~ElV. ·Ívu Kal ãvôpEÇ YE\!lÍ<J0\'1o:I ftKÓva rropvrím; rvcxpy~ rouç ôrn~ç
7tapaÀ.a~L~Ó'.VOV1fÇ.
7. ÀÀÀ' Ol ~lf.V ã.ppfVfÇ UUtolÇ 10JV lJr<ÔV lcrúlÇ ~LÓVül ~Hül><H 7tEpl tà
àcppoôícrw:

<Pncr\v 'bµ11poç. aiôoÚµEvm aí l1ra1. 8tà crqtvó111-ra À<ppoôin1v i8Elv


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8. A'i OE àKOÀa<Haivoumv ʵrral1Écrn:pov Êv 1n µolxEÍq. õrfü:µÉvm. 'Hcúç


€rr\ Tu~rovc.[>. l:rÃ.nv11 <(5' rrrl.> ·Evôu~Lirovt, N11p11'1.'ç; Êrrt AiaKqJ Kal. Êrrl. ílrift..fl
0Énç. Ên:l. 8€ 'IacrÍoJV\ ~1wnnw Kat Êrrl. À.ÕÓwt8t <l>EpÉ<pana.
9. À.cppo8in1 ÕE f.n:' 'Apn Ka1ncrxuµµÉv11 µE1f]Àl1Ev Êrrl. K1vúpav rnl
Arxicrnv EYT)µEv Kat <l>aÉltov1a ÊÃ.óxa Kat npa À.ÕCÚvtÕoç, Ê<plÀ.OVElKEl fü: rn
j3oómtôt Kat àn:oõucrá.µEvm 8tà µf]Àov a.Í ltEat yuµval. rrpocrôxov 10 rro1µÉvt,
ni:1ç ClUtWV õóÇn KaÀn.

1. '1\}1 õ~ Ka\ i:ouç àywvm; Êv ~paxE'i n:eptoÕEÚcrroµEv Kai ràç


Énin>µj3iouç rawmcr\ 1tavT\yÚpEtÇ Ka-raÀ.Úcrú>µev, "Icrl>µ1á i:E Ka.1. Nɵw
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I l\H 1
- CAPÍTULO II -

5 · Com efeito, vossos deuses não poupam sequer os meninos: um foi amante
de um certo Hilas, outro de Jacinto, outro de Pélops, mais outro de Crísipo, e Zeus
1
de Ganimedes.
6. Eis os deuses que vossas mulheres devem adorar! Que elas lhes implorem para
que seus maridos sejam tais quais essas divindades: saudáveis de espírito, para que
possam rivalizar com esses deuses! Vossos filhos devem habituar-se a venerá-los, a
fim de tornarem-se homens, recebendo, como herança, os vossos deuses, a imagem
diáfana da devassidão.
7. Porém, dentre os deuses, apenas os machos usufruem da isotimia da
concupiscência?

"Mas as deusas, estas permanecem, por pudor, cada uma em sua morada", 44

diz Homero; as deusas se indignam, em sua majestade, ao verem Afrodite após ter
cometido adultério.
8. Pois, de fato, elas se entregam ao adultério, mas com muito mais ardor,
quando proibidas de cometer adultério: Eos com Titono, Selene com Endimíone,
Nereis com Eaco, Peleu com Tétis, Jasião com Deméter, e Adônis com Feréfata.
9. Afrodite, uma vez possuída por Ares, passou a Ciniras, depois se casou com
Anquises, em seguida arma uma emboscada para Faetonte, ama Adônis, disputa
com "a deusa de olhos bovinos", e, depois de se despojarem de suas vestimentas, por
uma maçã, as deusas se apresentam nuas a um pastor que deve julgar a beleza delas.

[34]

1. Vamos, pois, percorrer rapidamente os certames e façamos cessar esses pane-


gíricos junto a certos túmulos: os Jogos Ístmicos, os Nemeus, os Píticos e, sobrema-
neira, os Olímpicos. Em Delfos, cultua-se o dragão pítico, e a festa desta serpente é
divulgada com o nome de Jogos Píticos; no Istmo (de Corinto), por seu turno, o mar
lançou para a terra um cadáver, e os Jogos Ístmicos choram por Melícerte; em Ne-
meia, prestam-se honras fúnebres a outra criança, Arquémoro, e os jogos fúnebres
em honra deste menino se chamam (Jogos) Nemeus; para vós, ó pan-helênicos, Pisa
é o túmulo de um auriga frígio, e as libações em memória de Pélops, denominadas
Olimpíadas, o Zeus de Fídias se apropriou delas. Assim, como os mistérios, eram

gxoRTAÇÃO .\05 GRl!GOS

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4. Mal~(~)V am1prv· rrra.vÍ"jÀÔf\' o:liô1ç· oü K(HUAo.µ~Ô.VEl tov
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1 70 1
- CAPITULO li -

também fúnebres esses jogos atléticos - como me parece - e os oráculos, e tanto estes
quanto aqueles se tornaram instituições públicas.
2. Os mistérios de Agra e de Halimonte da Ática restam circunscritos a Ate-
nas, mas os certames, assim como as faloforias em honra de Dioniso, uma vergo-
nha universal, infestaram ignominiosamente a vida.
3. Dioniso, por sua vez, desejando descer ao Hades, ignorava, pois, o caminho;
um certo tipo, de nome Prósimno, promete-lho indicar mas não sem um preço: um
salário nada interessante, mas que pareceu interessantíssimo a Dioniso. A recom-
pensa - o salário - era entregar-se aos prazeres do amor, o que muito alegrou Dio-
niso; o acordo deixa o deus excitado e este promete cumprir a promessa, se volta~
e, todo fervoroso, sela o pacto com um juramento.
4. Uma vez informado, ele se vai; volta depois e não encontra Prósimno (pois este
havia morrido); ansioso por cumprir o voto feito, Dioniso vai até ao túmulo do aman-
te e aí se deixa dominar pela libido: corta, a esmo, um galho de figueira, dá-lhe a forma
do membro viril e em cima disso se senta para consumar a promessa feita ao morto.
5. Como recordação mística deste sofrimento, nas cidades dedicam-se falos a
Dioniso: "se não fosse para Dioniso que se faz o cortejo e se canta um hino às par-
tes pudibundas, excluir-se-ia um ato de extrema falta de vergonha", diz Heráclito,
"é preciso, por conseguinte, identificar Hades e Dioniso, para que se celebrem as
Bacanais e as Lineias", não tanto pela embriaguez do corpo, creio eu, como pela
ignominiosa iniciação na concupiscência.

1. Está bem claro que esses vossos deuses eram não apenas escravo.s de suas próprias
paixões, mas também carregavam o próprio jugo da escravidão, antes mesmo daqueles
a quem os lacedemônios chamavam de hilotas: Apolo, na casa de Adrneto, em Feres;
Héracles, em Sardes, na casa de Ônfale; Laomedonte teve, corno empregados, Poseidão
e Apolo, este último como servo inábil, sequer capaz de obter a liberdade junto ao seu
primeiro senhor; com isso, os dois erigiram as muralhas de Úion, em benefício dos frígios.
2. Homero não se envergonha de dizer que Atena acompanhava Odisseu, tal
qual "uma lâmpada de ouro em suas mãos"; sobre Afrodite, nós lemos que, seme-
lhante a uma servazinha libertina, ela andava carregando Helena numa pequena litei-
ra e a colocava diante de seu sedutor, como que para provocar o amplexo dos dois.

l!.XORTAÇÃO AOS GRl!GOS

1 71 1
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toúrnuç ÔEouç àv0pwrrorra0E1Ç EK rravtoç EicráyEtv tpÓrrou. «Kal. yáp ÔT\V
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4. ~10 t:pÓ.nEÇm Kat µÉôm Kat yéÀwtEÇ Kat cruvoucria t, OUK â.v àq>po8tcrimç
xpo>µÉvo>V àvôpw7ttVOlÇ OUÔE 7to.tÕ01tot0UµÉvwv OUOE µ~v Ú7tVO)<J<JÓV'tCúV, ei
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5. MnÉAf.tfkv õh:a\ tpaJtÉÇT\çàvôpcm~ÍvT\Ç1tapà to'içAh%o'lflv,àmxv0pómou
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ó rottátwp ClUtoU t:OV 1tat&x. Katacrq>Ó,~aç tOV aút:o\i (NÚKt:lµoç Üvoµa cxutcí>)
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llPOTPEOllKOI ll~Ot EAAHNAl

1 71 1
- CAPITULO li -

3. Paníasis, além desses relatos, narra muitos outros a respeito de deuses que
serviram aos homens; eis como ele discorre:

Deméter sofre resignada; sofre também o ilustre coxo (Hefesto);


sofre Poseidão; Apolo do arco de ouro se submete a trabalhar as-
salariadarnente, por um ano, junto a um simples mortal; Ares, o
de coração violento, experimenta o constrangimento paterno; 4 s

e assim por diante.

1. Depois disso, cabe mostrar-vos, sem circunlóquios, quão dissolutos e passio-


nais são os vossos deuses, conduzidos levianamente pela condição humana. "Também
eles, em verdade, possuem um corpo mortal." Homero testemunha perfeitamente,
quando põe em cena Afrodite lançando terríveis e agudos gritos por causa da ferida,
e quando nos descreve o belicosíssimo Ares ferido no flanco por Diomedes.
2. Pólemon, por sua vez, também diz que Atena fora ferida por Ómito; e conta
ainda que Hades fora ferido por uma flecha de Héracles. Homero e Paníasis relatam
algo semelhante a respeito de Hélio (o Brilhante). Este mesmo Paníasis diz, em seguida,
que Hera, a que preside os casamentos, fora ferida por Héracles "na arenosa Pilos".
Sosíbio, por outro lado, assevera que Héracles teve a mão ferida por Hipocoôntides.
3. Se há ferida, há sangue! E o ícor, esse líquido que os poetas associam ao
sangue, é mais repugnante que o sangue comum, pois íkhor significa putrefação
do sangue. É mister, portanto, conceder aos deuses cuidados e alimento, já que .têm
necessidade de tais coisas.
4. Por isso há banquetes, embriaguez, riso e uniões. Praticariam eles os praze-
res carnais próprios dos humanos, procriariam e cochilariam, se fossem imortais,
sem carência de coisa alguma e possuidores da agerasia?
5. O próprio Zeus tomou parte num banquete humano junto aos etíopes, e,
na casa de Licaão, na Arcádia, serviram-lhe uma comida desumana e criminosa:
ele se serviu, espontaneamente, de carne humana. O deus ignorava, pois, que o ar·
cádio Licaão, seu anfitrião, havia esquartejado o próprio filho (de nome Níct\mo)
e lhe servido cozido como alimento.

llXOllTAÇÃO AOS Gll!<iOS

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1. KaÀÓç yr Ó ZrtJÇ ó µavtn:ó.;. s~:vwç. ó íx-rmo.;. í_) µnÀÍXtoÇ, o


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oi µuôo1 úµlv yryqpax-Évm.
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EpoHtKÓç· ot'1x 'fotO'.tat 1}n'>ç. 1rcx18rpa0rrl. ou <.plÀfÍ. oú ~tá.Çi:-:tm, ou
KaÍwt rroÀ.ÀCl.t KCl.t K"aÀ.cxi KO'.t vuv h1 yuvo:ÍKEÇ KU.t A1í8m; E-lmprnfotEpO'.I
Kat Iq1ÉÀriç àq1mótcpm. µnpÓ:Kto: ôr
Ólpmón:pa Kat rroÀtnKl;HEpu tou
<l>puyíou ~oUKt)Àou.
3. flou \'U\' EKElVOÇ ó ànóç; nou 81:: ó KllKVOÇ; nou fü: auroç ó ZEÚç;
fqiípa.KE ~tEtà. roú rrrcpol» oü yc'xp Õ~rrou µnavoó wíç epconKoÍç ouÕE
7tatÔEÚEto'.l<HO<PPO\'El\I. ruµvourm fü: uµlv ó µuôoç· àrrÉÔaVEV ~ A~õa.
àrrÉÔa\'EV ó KDKVOÇ. àrrÉÔO'.VEV ó ànóç. ZllTElÇ crou tOV ~ia; p~ TOV oupavóv.
ÕÀÀà r~v y~v rroÀurrpantóvn.
4. 'ü Kp~; crot õu1y{1crnm, rro:p· c"P Kal. -rÉ\Jarrtm· KaÀÀ͵axoç f.v ܵvo1;·

1mi yàp !cllj>O\'. ro ãvu., O"EÍO Kp~rn; f!EK!~V(tV!ü.

TÉlJvT}KE yà.p Ó Zt:l>ç (µ~ Ôt>mpópn) ÓlÇ A~8o:, éoç KÚKvoç. éoç ànóç. éoç
ãvt'}pwnoç f.pwnKÓç. W; ôpáK(t)V.

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llP0f'21111Kflt ff~(I~ (A~H~At

1741
- CAPITULO II -

[37]

1. Nobre personagem, esse Zeus profético, protetor dos hóspedes e dos su-
plicantes, pleno de mansuetude, fonte de todos os oráculos, vingador de crimes!
É muito antes o oposto: o injusto, o criminoso, o imoral, o sacrílego, o misantropo,
o violento, o corruptor, o adúltero, o libertino! Ainda bem que esse Zeus só existiu
enquanto realmente existiu como homem; agora, até os vossos mitos - segundo me
parecem - também já envelheceram.
2. Zeus não é mais serpente, nem cisne, nem águia, nem homem ardente de amor;
não é mais um deus volátil, nem pederasta, nem apaixonado, nem usa mais da violênci~
e, no entanto, ainda existem muitas mulheres belas e mais graciosas do que Leda; mais
esbeltas do que Sêmele; adolescentes mais belos e educados do que o boiadeiro frígio.
3. Onde está agora aquela famigerada águia? Onde está o cisne? Onde está
Zeus, ele mesmo? Envelheceu junto com suas asas; com certeza não é porque se
haja arrependido de suas aventuras eróticas, tampouco porque tenha aprendido
os ensinamentos da prudência e da temperança. Nós vos desvelamos o mito: Leda
morreu, morreu o cisne, morreu a águia ... Procuras o teu Zeus? Então não te ocu-
pes do céu, mas sim da terra.
4. Os cretenses falar-te-ão dele, junto aos quais ele está sepultado, como diz
Calímaco em seus hinos:

"Pois os cretenses, ó Senhor, construíram o teu túmulo." 46

Portanto (não te irrites), Zeus morreu, assim como Leda, como o cisne, como
a águia, como os homens sedutores, como o dragão.

[3 8]

1. Agora, os próprios supersticiosos parecem compreender, mesmo a contra-


gosto, seus erros a respeito dos deuses:

Pois estes não são nascidos nem de um carvalho antigo e célebre,


nem de um rochedo - eles são filhos de homens; 47

mas, em pouquíssimo tempo, serão transformados em madeira e pedra.

l!XORTAÇÃO AOS GR!GOS

1 7J 1
- Kr·~1"11os li -

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4. CT0Àr~tc1)\' õi: Kr;u1vówç ÀrrÓÀÀwvoç olõcv CX(uÀµa. KO'.l Ó\j/o<páyou
rráÀ.n• ~\rrói\.l.. wvoç i.Í.ÀÀo f.v .,HÀ.161 nµtÓ~tfvov. 'Evro:ui~a Àrroµuícp
~t1 \}Úoua1v l!Àelo1'Pülµaiot õi: Arroµl>Ícp "HpaKÀrt Kat flupnép ô[
Kal <l>Ó~cpi~ÚOUCTIV. oÜç K<Ú autoUÇ µcrà tfuv lXp<pt tOV 'HpaKÀ.Éa
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5. 'Efo õi: ;\pyfÍouç <1m! AáKü)vaç>· À<ppoóín1v Tuµ~{l)púxov
ôpncrKEÚoucnv ÀpyE'iot [Ka\ AáKwvEç]. Kat XEÀÚnÕa õ€ Àp1Eµ1v Inapnârm
crÉ~ouatv· f.m:l. to ~1írri:1v xcÀÚttt:tv KaÀoucnv.

l. olEt rrot~Ev rrapÉyypa.rrta Taurá aot Koµ iÇecr\}m tà Ú<p · hµôlV


7tapat1ÔfµEva: Oüfü: 'tOUÇ aouç yvcoptÇEtv EOlKO:Ç cruyypa<póç. oüç Êyro
µáptupaç Eltl tn\' crnv àrnariav Ka.Àfu, àôfou XÀEÚT\Ç, J) ÕEÍÀ.mOl, 'tOV rrávra
Úµfuv à~fonov OVt(J)Ç ~iov ʵrcrnÀT\KÓ'tEÇ.
2. OU;(l µÉvtot ZEl>ç qmÀ.aKpoç Êv ·Ápyn, nµcopàç õ€ ÜÀÀ.oç Êv KÚ7tpq>
tEt͵nallov: Oüx1 ô( Aq>poôi 1D rcEpt~o:cro1 µEv Apye'iot, É.ta ip~ ô€ À ttriva 'lot Kal
KaÀ.À.tm'.rycp ôl>oucnv LupaKoÚaawt. ~v NÍKavôpoç ó rcon1rnç «Kaf.ÀÍyÀoutÓv»
1tOU KÉKÀT\KEV;
3. ~1Óvucrov ô( TlÔT\ cncorrfu 'tOV XotPO\VáÀ.av· LtKuCÚvwt toutov
7tpomruvol>mv E7tl tÔ>v yuvmKEÍCJ>v 'táÇavtEÇ tov ~tÓvuaov µopt(J)V, E<popov
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1 71. 1
- CAPITULO li -

2. Um certo Zeus Agamêmnon, conforme narra Estáfilo, é venerado em Esparta;


Fânocles, em seu livro Os Amores ou os Belos Rapazes, mostra Agamêmnon, o rei
dos helenos, erigindo um templo à Afrodite Argina, por causa de seu amado Argino.
3. Quanto aos arcádios, estes invocam uma Ártemis denominada "afogada",
como diz Calímaco, em Origens. Em Métimne venera-se outra Ártemis, a Condilí-
tis. Existe também, na Lacônia, um santuário de outra Ártemis, a Podagras, como
nos diz Sosíbio.
4. Pólemon conhece uma estátua de Apolo Boquiaberto e outra de Apolo
Glutão venerada na Hélida. Os helidenses também oferecem sacrifícios a um Zeus
"Caça-moscas", assim como os romanos o fazem a um Héracles "Espanta-mos-
cas", juntamente com a Febre e o Medo, os quais eles inseriram no círculo dos
companheiros de Héracles.
5. Permito-me, ainda, falar dos argivos e dos lacônios: estes rendem culto a uma
Afrodite "Profanadora de túmulos"; os espartanos, por sua vez, veneram uma Ártemis
"que tosse e escarra", pois eles empregam o vocábulo kheryttein para a ação de tossir.

[39]

1. Tu acreditas que esses fatos que te expomos são tirados de textos fraudu-
lentos? Não reconheces, pois, teus próprios escritores, os quais eu trago aqui como
testemunhas de tua incredulidade, vós, ó infortunados, que preenchestes toda a vos-
sa vida com objetos ridículos e ímpios, tornando-a deveras impossível de suportar?
2. Não se venera, em Argos, um Zeus Careca, e em Chipre outro Zeus Vinga-
dor? Os argivos não fazem oblações a uma Afrodite Períbaso; os atenienses a uma
Afrodite Cortesã; os siracusanos a uma Afrodite Calípige, a qual o poeta Nicandro
imputa o epíteto de "a de belas nádegas"?
3. Agora eu silencio a respeito de Dioniso Khoiropsálas, o libertino. Os habi-
tantes de Sícion o adoram como protetor das mulheres enlouquecidas pelo furor
erótico, iniciador ignominioso, que se tornou o guardião venerável das partes ver-
gonhosas. Tais são os deuses que zombam dos deuses; mais ainda, zombam deles
próprios e se ultrajam a si próprios.
4. E, por acaso, são os gregos - que adoram esses deuses - melhores que os
egípcios que adoram, nas aldeias e nas cidades, animais irracionais? Os animais
irracionais, ao menos, não são adúlteros, nem concupiscentes, tampouco buscam

llXORTAÇÃO AOS CREGOS

1771
..... K r 1r. " .\ ·\ 1 t~ ~ B -.

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n'lç x<ópaç aurfov l)~toÍrnç ixttúv. f l l '/f ~1ilv "H paxÀEOITOM m l ixvrÚ~tOV<X. Icxhm õ€
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MEµ<j)trm. Mt-:v811crw1 tàv rpáyov.
6. 'Y~tflç 8(. oi Jtávr· àµt:Ívouç Aiyurr1Írnv (ÔKv& õio. EtJtEtv Xt:Ípouç),
o'l. rnuç Aiyurníouç ÓcrqµÉpco yfÀWVtEÇ oli JtaÚEcrfü-:. Órro'ioí nvt:ç KCJ.l m:pt
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cruv111~EHJ.V. E>11~a'io1 81:: ràç yo.Àâç 0\C/. r~v 'HpaiçÀÉotJÇ yÉVE<HV. Ti ÕE mxÀtv
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Óµo1rnltév-i:a µÚp~tllKl rn KÀ~wpoç ltuya-rpl. EupuµEóoúcrn µ1y~vm KO'.l
M upµ 1õóva yt-:vv~crcff
7. DoÀɵwv OE wuç à~t<j)l 1ilv Tprná.õa Karnt Kouv-raç Ícrwpt:í rouç
ÊrrtXWPlOUÇ µuç oÜç crµÍv~ouç KCY.À.OUO'lV, on
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'tO AKnÓv Êcrnv aKprn1~plOV l((Xl tOU ArrÓÀÀrnvoç '!OU AK'tloU 'tO Ít:pÓv, taÍÇ
µuimç rrpoôúrnôm ~ouv.
9. Oüfü: µ~v I.aµÍrov ÊKÀ~croµm (rrpó~atov, roç <j)JlO'lV Eucpopírov.
aÉ~OU(l\ láµwt) ouoÉ YE 'tÔlV t~V <l>otVlKTlV I.úprnv KCX10tK0Úv1rnv, wv o'i µEV
-ràç rrEptatEpáç, o'i oE: wuç ixôuç 0Ütc1) crÉ~oum rrEp1 nfuç wç "HÀE'ioi -rôv i.\Ía.

1. EtEV õ~· Ê1tnÕ~ ou


ôrni, oÜç ôpnanÚE'tE, ai°>'l'hç ÊmaKÉ'JfacrôaÍ µot
ÕOKÓ ei Õvtcl)ç eiev õaiµovEç, õrn-rÉp~ taútn, wç úµE\ç <j)a'tÉ, i:y1mi:aÀcyÓµevot
tó:Çn. Ei yàp oZiv õaiµovr.ç, À.Íxvot i:e Kat µwpoi.
2. "Ean µf.v Ê<peupe\v Kat àvwpavõov oÜtco Katà JtÓÀnç õaíµovaç
E7tlxropiouç i:tµ~v tmÕpe1toµÉvo'llç, rra.pà Kuôvíotç MevÉÔliµov, Jtapà T11vio1ç
Ka.À.Àtcnayópa.v, 1tet.pà ~llÀÍotç A. vwv, Jta.pà AáKo>atV Àatpá~aKov. Ttµâmi

IJPUTPf.rl fU:.cJt HPOI [A.htti-.At

1 7H 1
- CAPITULO li -

prazeres contra a sua natureza. Mas será ainda necessário dizer alguma coisa a
respeito dos gregos, quando já foram suficientemente desmascarados?
5. Em verdade, os egípcios - de quem eu me lembrei agora - possuem uma
grande variedade de cultos, entre eles, os sienitas veneram o fagro, um peixe; os
habitantes de Elefantina, o maiote (outro peixe); os de Oxírinco, o peixe que leva
o mesmo nome que o da terra deles; os heracleopolitanos, o icneuno; os saítas e os
tebanos, a ovelha; os licopolitanos, o lobo; os cinopolitanos, o cão; os habitantes
de Mênfis, Ápis; os de Mendes, o bode.
6. E vós, que em tudo sois melhores do que os egípcios (eu hesito em dizer:
piores), não cessais de rir diariamente deles. Quais são, pois, as vossas posturas a
respeito dos animais irracionais? Entre vós, os tessalonicenses honram as cegonhas,
em obediência a uma tradição; os tebanos, o peixe-gato, por causa do nascimen-
to de Héracles. E o que dizem, ainda, os tessálios? Estes veneram as formigas -
dizem - porque aprenderam que Zeus se havia metamorfoseado em formiga para
se unir à filha de Clétor - Eurimedusa - e engendrar Mirmidão.
7. Pólemon narra que os habitantes das cercanias da Trôade cultuam os ratos
de sua região, os quais eles chamam de "esmíntios", porque roem as cordas dos arcos de
seus inimigos; e de Esmíntio, palavra que alude a esses ratos, eles sobrenomeiam Apolo.
8. Heráclides, em seu livro Fundações dos Santuários em Torno de Acarnânia,
diz que lá, onde se encontram o promontório Áctio e o templo de Apolo Áctio,
imolava-se um boi às moscas.
9. Também não olvidarei os sâmios (que, como diz Euforião, veneram uma
ovelha), nem os sírios da Fenícia, dentre os quais uns cultuam as pombas, outros
os peixes, e com tanta magnificência quanto os eleenses, em relação a Zeus.

1. Pois bem, uma vez que não são deuses esses seres a quem vós rendeis culto,
parece-me, portanto, conveniente examinar se eles não seriam demônios engaja*
dos, como vós dizeis, numa segunda categoria. Se, de fato, são demônios, são, por
conseguinte, companheiros da gula e da luxúria.
2. Encontram-se, pois, assim, livre e indiscriminadamente, nas cidades, esses
demônios regionais, reverenciados como objetos de culto: Menédeme, entre os
citnienses; Calistágoras, entre os tenienses; Ânio, entre os délios; Astrábaco, entre

8XORTAÇÃO AO~ GRl!GOS

1791
1

1
ÔÉ t\Ç 1\at <f>aÀTlPOl KCHfx 7t:pÚ~lVCXV ~prnç· K<Xl h CT UÔla cruvérnÇ,E l}ÚEtV 1

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MriÕlKCÜV àK~taÇóvnov àycúvrnv.

l. º'Ecrn KCtl aÀÀouç rraµn:ÓÀÀouç cruv1Ôttv ÔaÍpova.; TCp yf 1mt cr~ttKpov


õwôpE'lv ouvtl.~u'.v~·

rpi.; ·rcip µupwí rimv rnl xllovl nouÀul3oTfípn


õaipovEç àllúvmm. qiÚÀ.anç ~lfpcmwv àv1~p(Únwv.

2. Tívrç i:icrl.v o\ <pÚÀaKEÇ. (O BotO:rttE, µ!1 cp0ovÉcrnç ÀÉ.ynv. ''H 8~Àov


ffiç OU!Ol IC(ll oi toÚrrnv €mnµÓnpo1. Ol ~tqáÀot oaíµoVEÇ, ó ArrÓÀÀcov.
i, Aptrµtç, h AT)HÚ. ~ ~qµ1í111p. ~ Kópri. ó CTÀo{no)V, ó 'HpaKÀ~ç. a.uroç Ó
Zrúç. A/..)..' ouK àito8pâvm hµâç qrnÀánoucrtv, AcrKpo.'lc., µn áµaprávE1v
oi:: 'lcrcoç. oi. áµapn&v õ~1a ou rrrnEtpaµÉvot. 'Ev1au0a 'to rrap01µuüôt:ç õn
(mq>ÔÉyÇacrôc:u ápµÓnEt

3. Ei 8' Õ.pa Kat Eicrl. q>ÚÀanç o{rrot, ouK ruvoí~ 1:TI rrpoç Úµâç m:pmal}óç,
tfiç ÔE ÚµEÔaJt~Ç à.n:rnÀEÍaç hóµrvot, KoÀÚKrnv 8i KT)V EYXP͵inovrm tcp
j3iq>. ÔE:Â.EaÇóµtvm Ka1tvcp. Au1:0i 1t0\) (ÇoµoÀoyol>V'Tat oi. õaíµoVEÇ rnv
yaotptµapyiav t~v aÚtfov,

A.o1f»i.; u icvÍITT\Ç tE" to yàp Ã.áxoµrv yÉpaç ~µr.lç,

Ãi'yovu:ç.
4.Tiva ô' âv <P<J)v~v Õ.Â.Àllv, ei q>wvnv A.áj3mrv Aiyurr1íwv t~eoí. ofo
atÂ..oupot 1ca.I. yaÀ.cii, rrpo~crov1m Ti "t~v 'üµripudw te. Kal. no11111K~v. "tílç
1'VÍOT\Ç tE Kal o\jlaptunicfiç <pÍAriv: "'CO\OÍÕE µÉv1:01 rrap' Úµ'iv o'í. 1:E õaíµovt:Ç
1mt Ol ÔEOt KO.t El 'tlVEÇ ~µÍ'ÔEOl 00o1tEp "Í"\µÍovot KÉKÂ..T\VW.l" oufü: yàp ouÔE
ÕVoµát<ov úµ\v m:vía rrpoç tàç tilç àoEj3EÍaç auv'ÔÉcrnç.

nrorrt.llTIKOI ll•ot EAAHN•t

1!lo1
- CAPITULO li -

os lacônios. Em Fa lero, honra-se também um certo "herói da poupa", e a Pítia


admoestava os plateenses a sacrificarem a Andrócrates, a Demócrates, a Cicleu e a
Lêucon, como se eles estivessem no auge da luta contra os medo-persas.

1. Existe ainda um sem-número de outros demônios, caso se queira, por mais


simples que seja, fazer um exame:

Em verdade, há três miríades, sobre a terra nutridora de muitos


seres, de demônios imortais, guardiões de homens mortais. 48

2. Quem são esses guardiões, ó Beócio? Não te intimides de dizer-nos. É evidente


que os grandes demônios são mais venerados que aqueles demônios secundários. Den-
tre os grandes demônios estão: Apolo, Ártemis, Leto, Deméter, Perséfone, Hades, Hé-
racles e o próprio Zeus. Mas não é por medo de que nos afastemos deles que eles nos
guardam, ó Ascreu; é, talvez, para que nós não cometamos erros; eles que, evidente-
mente, jamais os cometeram. Aqui, sem dúvida, vale a pena citar o seguinte provérbio:

Um pai que não permite ser repreendido repreende o filho. 49

3. Se esses são, pois, vossos guardiões, não o são pela benevolência que sen-
tem por vós, mas presos à vossa ruína; como aduladores, eles perseguem o que lhes
mantém a vida, atraídos pela fumaça (dos sacrifícios). Esses mesmos demônios, de
alguma maneira, reconhecem a sua gula:

Libações e a fumaça odorífica das vítimas são o que nós temos como recompensa,'°

dizem eles.
4. Que outra linguagem teriam - se pudessem ter uma - os deuses do Egito, por
exemplo, os gatos e as doninhas, senão a de Homero e dos poetas, amiga do odor dos
sacrifícios e da gastronomia? Eis o que são, para vós, os demônios, os vossos deuses, e
também todos aqueles a quem chamais de semideuses, como se dissesse semiasno: pois,
de fato, vós não tendes carência de nomes para essas criaturas compostas de impiedade.

IXOllTAÇÃO AO& GlllGOI


I Rt 1
KE<PAAA ION r

f42]
1. <l>ÉpE õ~ ouv Kal. "COlrro rrpocrltfuµEv. (oç àrrávltpcorro1 Kat µtcrávltpwnot
'ÕalµOVEÇ ElEV Dµfuv Ol ltEOl Kat OUXl µÓVOV fJtlXatpOVtEÇ tll <ppEVO~Àa.~EÍí!
tfuv àvllpómcov. rrpoç ÕE Kat avllpcorronoviaç ànoÀaÚovtEÇ' VUVl µEv tàç
f.v crtaõio1ç E:vórrÀouç cp1ÀovtKÍaç. vuvl. ÕE tàç f.v noÀÉ~tolÇ àvo:p(l}µou;
qnÀonµiaç à<.popµàç mpímv ~Õov~ç rroptÇÓµEVOt, 07tCúÇ on µÓ:Àtcrta EXOlEV
àv{)pcom:ÍúlV àvÉOllV Eµ<popÓcrl~at cpÓvwv· ~Õfl ÔE Kfl.tcX rrÓÀEtÇ KO:l fÔVJ'\.
01.ovEt Àotµol. ÊmcrKJÍ'l'avtEÇ. cmovõàç à1qít1icrav àv11~1Épouç.
2. ÀptcrtoµÉv11ç youv ó MEcrcr~vtoç tcp ·rnwµ~tn ô1! tptaKocríouç
cinfocpaÇEv. tocrm'.n:aç Óµou 1ml. wwútc1.ç KaÀÀtEpEtv oióµEvoç ÉxatÓµ~aç·
f.v o\ç Kat 8EÓnoµnoç ~v J\.an8mµoviwv ~acrtÀEÚç, Í.Epêlov r\ryEvÉç.
3. Taupot fü: to €1'.)voç. oi nEpt t~v Taupuç~v XEppóv11crov Kato1Kouvtcç,
oü; âv tfov Çévoov rro:p' aúw'lç EÀO>crt, toÚtmv 8~ tfov Katà {)áÃ.anav
Ê7ttmKÓtú>V, autÍKCI. µái..a tn TatlptKn KO:taltÚo\.lcrtV ÀptɵtÕt• w.Úmç crou
tàç {)ucriaç Eupmi811ç rnl. <JK1lvf1ç tpaycpÕEt.
4. Móv1µoç õ' ÍotopEt EV tn Tfov 8auµacrioov L\.IVO:YCOYTI EV néAAn tílç
8utaA.iaç À;<.mov Üvl>pomov Dl)À.Et Kat XEÍprnvt Kato:.{){H,'.m~m·
5. J\.\.IK'tÍouç yàp (Kpl)tÔ>v ÔE [l}voç dcrl.v ou"COt) ÀvnKÀEÍÔflÇ f_v NÓcrt0tÇ
Ü7toqmivum àv\}pÓmollÇ à.nocr<pÍJ.'t'tElV 'tcp ôti, Kat J\.Eo~Íotlç ôtovÚmp rhv
Óµoiav npooáyEtv \h.1criav ôo><JÍÕaç ÀÉyEl'
6. <l>coKaóç õé (oufü: yàp auwuç napmtɵ\jloµm) --toútollç CTtltfoKÃ:nç ev
tpÍ'tq> fiEpt oµovoíaç tf\ TatlponÓÀq> ÀptéµtÔL Üvôpcmtov ÓÂ.oKaUtrlV i.crwpet.

1 K2 1
CAPÍT ULO l l l

~ Os sacrifícios humanos e os templos dos deuses ~

1. Continuemos, então, e acrescentemos o fato de como os vossos deuses são


demônios misantrópicos: não apenas se regozijam com a demência dos homens,
mas também com assassinatos. Eles se dão ao prazer de agenciar ora lutas arma-
das, pelo simples desejo de vitória; ora guerras em que uma ardente emulação
conduz os soldados a inumeráveis combates, instigados pela ambição. Destarte,
eles se saciam, de modo superlativo, com mortes humanas; e caindo sobre cidades
e povos, como epidemias, exigem libações atrozes.
2. Aristómenes da Messênia, a saber, degolou trezentos homens a Zeus
Itometeu, acreditando oferecer um sacrifício tão grande quanto agradável; nes-
ta tríplice hecatombe estava incluído Teopompo, rei dos lacedemônios, nobre
vítima sacrifical.
3. O povo táurio, que habita as cercanias do Quersoneso táurio, imola ime-
diatamente à Ártemis da Táurída todos os náufragos estrangeiros que eles captu-
ram. Eurípides põe em cena em sua tragédia esses vossos sacrifícios.
4. Mônimo narra, em sua Seleta das Maravilhas, que em Pela da Tessália se
imola um homem aqueu a Peleu e a Quirão.
5. Antíclides, em seus Retornos, mostra os líctios (um povo natural de Creta)
degolando homens em honra de Zeus; Dósidas diz, a respeito dos lesbienses, que
eles oferecem este mesmo sacrifício a Dioniso.
6. Dos fócios, por sua vez (e não gostaria de omiti-los), Pítodes narra, cm
seu terceiro livro Da Concórdia, que eles oferecem um homem em holocausto a
Ártemis Taurópolis.

l!XOltTAÇÃO AOS GltlGOS

1 8} 1
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7. 'Eprxl~Euç OE-· ó ÀtnKoç Kat Máp1uç ó 'Prnpcúoç dxç uiHfov


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TpaycµÕtJ\Jµrvrnv. (_) fü· rn'lç .t..rrotpon:aÍotç. Í.> MÚptoç. (.)ç ê1rnpl>l~fUÇ f.v tfi
trtáptn hcú.1 K<Ôv ícrrnpfi.
8. <lltÀÓ.vt~p(l)rroÍ yc EK rnút(t)V Kata<po.Ívovtm 0"1 õuípm·rç· rtfoç ôf:
oux Õcnut àvctÀ.L)y(l).; ui ÕF1cn8u:Ípovrç: Cit' prv (í(rH~prç rucp1wo{J~lfVOI,
o'1 Oi· crnn11pírJ.v o.irn{iµEvOt rmpà HÚv irr1~0ÚÀc•l\' crcotqpÍaç. Kct.ÀÀtEpEtv
youv to7tctSO\'tfÇ CY.lJtOlÇ CHpaç aUtoUÇ ÀEÀ1Íl~CHHV cXTCOCT<jHXttOVtEÇ
àv l~ pc;>TCO\JÇ.
9. Ou ytÍ.p ODV rtapà tO\' tÓn:uv tEpftOV yÍvnat ó cpÓvoç, ouõ'
ci AptÉ~ttÕÍ nç J(().l j1l_ fV irpcp Õ~th:v xwpíq) ~tâ.ÀÀ.ov 11 opyft Ka\
qHÀapyupÍ~c ÜÀÀ.utç ÓµuÍotç 8aípocrt\', Ên:t ~w~1o'lç 11 Êv óõo'iç
àrrompánot tov ãvltpcon:ov. l ÍEpov J Í.EpEtov Êrc1qnw Ícrcxç, à'AJ...à. q>Óvoç
Éc:n\ Kat àvõpoKtacría ~ totaÚtT\ ltucría.

[43J

l. Tí õ~ ouv. ro croq>WtCHOl tWV aÀÀOlV ScPOlV ãvl}pülTCOI. tà. µev


\)T\pta TCEplq>EÚyoµEV tà avflµEpa, Kãv TCOU 7t:EptTÚXOlµEV CXpKC!) fl ÀÉoV'tl,
fKtprnÓµn'}a.

Õiç o· O'tE tí; tE ÕpÓ.KO\'ta iôc;>V rraÀ.Ívopcmç àrrÉcm1


uÜpro.; fV ~~cmnç. VITÓ tf tpÓµoç fÀ).a~r Y\Jla.
ã111 t' <ivrxóipriorv·

ôaiµovaç ÔE oÀEÔpÍouç 1m\ à.Ã.tt11píouç em~oÚÀo\JÇ tE KCXt µ icrav\)pC.ÓJtouç


Kat Àuµefovcx.ç Õvtaç 7tpomcrÔÓµEVOl KCll cruvtÉVtEÇ OUK EK'tpÉrrE<JÔE ouÕE
à.Jtocrt pÉq>EO\'E;
2. Ti õ' Üv KCll à.Ã.T\ÔEÚCTCllEV Ol KCXKOl, ~tiva av Wq>EÀ~crmcv; AÜtÍKCX
yoüv Exffi crot ~EÀ.'tÍova, tfuv ÚµEÕarrfuv toÚtmv ÔEwv, tfuv ÕmµÓvwv.
(môE'iÇm tov Üvllpffinov, wü À1tÓÀÀmvoç wü µavnKou tov Kupov Kat tov
l:ÓÀ.(J}VCl.
3. <l>tÂ.ÓÔropoç Úµfov Ó <l>o\~oç, à.Ã.Ã.' oÜ q>tÂ.áv\)pcmtoç. n poi.)ôcoKf. tOV
Kpo'iaov 'tOV q>ÍÀ.ov KCll 'tOÜ µ1aôoü EKMxllÓµEVOÇ ( oÜtro qnÂ.ÓÂ.oÇoç nv)

OP•1iPEUTl~Ot rlPfJl. f.\1\lfNAl


- CAPITULO Ili -

7. Erecteu da Ática e Mário de Roma sacrificaram suas próprias filhas; o


primeiro à Feréfata, de acordo com Demárates em seu primeiro livro Sobre as
Tragédias; e o segundo, aos deuses tutelares, conforme narra Doroteu, no quarto
livro de suas Itálicas.
8. Tudo isso torna evidente que, de fato, os demônios são filantrópicos! Como,
pois, não são analogamente santos aqueles que temem esses deuses? Estes são ce-
lebrados como salvadores; aqueles como suplicantes da salvação, ao pé dos que
conspiram contra a salvação. Certamente, imaginando oferecerem belos sacrifícios
aos deuses, eles não se dão conta de que degolam seres humanos.
9. Com efeito, não é o lugar que transforma um homem assassinado em ofe-
renda sacrificial, tampouco se este homem foi degolado em honra de Ártemis ou de
Zeus, num lugar sagrado, em vez de fazê-lo movidos pela cólera ou pela luxúria,
demônios da mesma legião; sobre os altares, ou mesmo nos grandes caminhos,
pode-se muito bem degolar um homem e proclamá-lo oblação aos deuses, entre-
tanto esse tipo de sacrifício não deixa de ser um homicídio, um assassínio.

[43]

1. Que estultícia, ó homens, vós que sois os mais sábios dos animais! Nós
fugimos dos animais selvagens! Se, por acaso, nos deparamos com um urso ou um
leão, nós nos desviamos deles,

como quem, vendo uma serpente na garganta


de uma montanha, rápido recua; um tremor
domina-lhe os membros, e ele capitula. 51

Mas, quando houverdes pressentido e compreendido que eles são demônios


funestos, criminosos, insidiosos, misantrópicos e corruptos, não vos desviais deles?
Não vos voltais contra eles?
2. Que verdade poderiam vos dizer esses seres maléficos, ou a quem seriam
úteis? De imediato eu posso vos mostrar que muito melhor que os vossos deuses e os
vossos demônios é o homem; que Ciro e Sólon são melhores que Apolo, o adivinho.
3. Vosso Febo ama os presentes mas não os homens. Ele traiu Creso, seu
amigo, e, esquecendo as oferendas recebidas (como era desastrado!), conduziu-o

l!XORTAÇÃO 1\05 GRl!GOS

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à.vo~wu yÉyovE 7tT1'flÍ· d-ra fü: µ~ àvaKorrf:lcm, à.À.À' dç rni8omv rÀÔoucra
Kal. rtoÀ.Àh õl) pur'icra, õrwwupyoç noÀÀ.fov KalJÍcr1a1m õmµÓvwv, ÉKatÓµ~aç
'Ô'Úoucra 1w.\ rravrr{ÚpEtç f.rrnt:Àouoa. Kat àyáÀµa-ra àv1crtâcra Kat veioç
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4. tOUÇ Õ~ -OU yàp OUOE toÚtOUÇ O'\Cl)Jt~<JOµm, 7tpOÇ fü: KUl a:irtoUÇ
eÇeÀryÇ(I)- VEÚlÇ µev E'Üq>~µ(l)Ç ovoµaÇoµÉvouç, táq>ouç ÕE yEvoµÉvouç 1tovtfott
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- CAPÍTULO III -

através do Hális até a fogueira. É assim que esses demônios que amam os homens
guiam-nos em direção ao fogo.
4. Tu, porém, ó homem, mais solidário e mais sincero que Apolo, tem pieda-
de daquele que está atado à pira; tu, Sólon, vaticina a verdade; e tu, Ciro, apaga
essa fogueira! Por certo, mesmo no momento extremo, tu te tornaste sábio, ó
Creso, tendo aprendido com o sofrimento: é um ingrato aquele que veneras. Ele
se apodera do salário e, de posse do ouro, volta a mentir. "Considera o termo":
não é o demônio, mas sim o homem que te fala. Sólon não profere oráculos am-
bíguos, em suas palavras há apenas a verdade, ó bárbaro; disso, em cima da pira,
tiveste a prova.

1. Eu me interrogo, com espanto, por quais fantasias e em que ocasião esses


primeiros homens errantes difundiram a superstição e estabeleceram cultuar de-
mônios criminosos; se foi o famigerado Foroneu, ou Mérops, ou algum outro den-
tre aqueles que edificaram templos e altares, foram, também, segundo os relatos,
os primeiros a oferecer sacrifícios a esses demônios.
2. Em verdade, séculos depois, ainda se esculpem deuses para adorar. Segura-
mente, esse tal Eros, que se considerava o mais velho dos deuses, ninguém o hon-
rava antes de Carmos que, tendo conquistado um adolescente, construiu um altar
na Academia, em ação de graças pela realização de seu desejo, e chamou de Eros a
violência impudica desse mal, divinizando um desejo obsceno.
3. Os atenienses ignora~am Pã, não sabiam sequer quem ele era, antes de
Filípides lhes dizer. De fato, desde o início e de algum lugar qualquer, a superstição
logrou tornar-se fonte de vícios estúpidos e, não tendo sido impedida, progrediu
bastante e se difundiu, tornando-se engendradora de urna multidão de demônios,
sacrificando hecatombes, celebrando panegíricos, levantando estátuas e construin-
do templos.
4. Quanto a esses templos, não silenciarei e os refutarei. Por eufemismo,
são eles chamados de templos, pois foram, antes, tão somente túmulos. Po-
rém, ao menos agora, vós esqueceis a superstição, envergonhados de venerar
túmulos.

!!ltORTAÇÃO AOS GRl!GOS

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- CAPITULO 111 -

1. No templo de Atena, na acrópole de Larissa, encontra-se o túmulo de


Acrísio; e na acrópole de Atenas, o de Cécrops, como diz Antíoco, no nono livro
de suas Histórias. E o que dizer de Erictônio? Não recebeu ele honras fúnebres
no templo de Atena Políade? E Imárado, filho de Eumolpo e Daira, nos outões do
Eleusino, ao pé da acrópole? As filhas de Celeu, também, não foram sepultadas
em Elêusis?
2. Que tal mencionar as mulheres da estirpe dos hiperbóreos? Elas se chama-
vam Hipéroque e Laódice e receberam as honras fúnebres no Artemísio, em Delos,
que faz parte do santuário de Apolo Délio. Leândrio diz que Cléoco está sepultado
em Mileto, no Didímio.
3. Aqui, nesse catálogo, não se pode olvidar o túmulo de Leucofrine que,
segundo Zenão de Mindos, recebeu honras fúnebres no santuário de Ártemis, em
Magnésia; nem o altar de Apolo em Telmeso: este altar é, pelo que narram, o tú-
mulo do adivinho Telmiseu.
4. Ptolomeu, filho de Agésarco, diz, no livro primeiro de sua História de Fi-
lopátor, que, em Pafos, Ciniras e seus descendentes estão sepultados no santuário
de Afrodite.
5. Mas se eu quisesse, de fato, passar em revista todos os túmulos venerados
por vós,

todo o tempo possível não seria suficiente. 52

Quanto a vós, se não vos resta nenhum laivo de vergonha de tais audácias,
é porque, enfim, não sois senão cadáveres que, de fato, depositaram sua fé em
cadáveres:

Ah, infelizes! De que mal padeceis? A noite cobriu vossas cabeças. 53

BXORTAÇÃO AOS Gil!GOS

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Jtc~ÀatÓn:pot sÚÀ.ct. iôpúono rrEptl(lCt.VTt Ka.1 Klovn.; 'ícrTúJV EK ÀÍ l}wv· & õ~ Kal
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3. A~tf À.El f\' ., KápqnltçAprrp t8oç TOcÍ.yetÀ.µc1.ÇÚÀ.ov ~V ODK ripyucrµÉvov. Kal
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Ü.pxono.; àvôp1c,cvroE\ÔfÇ i:yÉVEro. "Errrl. õf. àvltpómo1.; à.rrnKovíÇrnl}m Tà
l;óu.vc.( ~p~ctro. ~pÉT11 Tll\' fK ~poTÜw fltCl)VuµÍuv EKuprcc;mcno.
-l. "Ev 'pú)µn fü: TCl rrrú.wov ÕÓpu q:nicrl. yEyovÉvm wu Aprcui; To Çóavov
Oi.Jáppwv ó crunpmjH::Úç. 01°JÔl:7t(t) Tfov Tf.XVlTÔJV fITl TYJV FUrrpÓ<Jú>JtOV ra{HT\V
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J 9t) !
CAPÍTULO IV

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1
;
~ A natureza dos deuses gregos ~

1. Se eu ainda expuser, acrescentando ao que já foi dito, essas vossas estátuas


de deuses, para que as examineis, ireis considerar uma verdadeira estultícia esse
costume de suplicar a coisas insensíveis, "a obras de mãos humanas".
2. Antigamente, os citas adoravam o alfanje, os árabes a pedra, os persas o
rio, e, entre outros povos, ainda mais antigos, assentavam-se pedaços de madeira,
visível a todos, e erigiam-se colunas de pedras; a isso deram o nome de xoana, por
causa do polimento dado à madeira.
3. Seguramente, em Ícaros, a estátua de Ártemis era um pedaço de madeira
não talhada, e a de Hera Citerônia, em Téspias, era um tronco cortado; a de Hera
Sâmia, como diz Étlio, fora, primeiramente, um toro de madeira, depois, sobre o
arcontado de Procles, adquiriu forma de figura humana. Quando se puseram a dar
às xoanas forma humana, retiraram do epíteto brotoí (mortais) o nome brétas. 5•
4. Em Roma, uma antiga lança veio a ser a xoana de Ares, segundo o escritor
Varrão, numa época em que os artistas ainda não se haviam dedicado a essa pre-
ciosa fraude. Depois que esta arte floresceu, o erro se expandiu.

1. Tanto em pedras quanto em pedaços de madeira, vê-se claramente a maté-


ria com que as estátuas de figura humana foram feitas, para as quais fingis pieda-
de, caluniando a verdade; isso já está claro per si, mesmo que essa demonstração
necessite de raciocínio lógico, não se deve fazê-lo.

EXORTl\ÇÃO 1\05 GRl!GOS

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~~)O'.VO\' IµÍÀH~t r<~ Et1i-.:ÀrÍÕou rrrnot~<n1w ()ÀÚpmxoç [v IupwKoÍç Ícnopcl.
J. J\111 ot>\' f.~µ<rilkú,_Ànr. ri ri~iv If~LVCÚ\' A11i'1vqcn i-:txÂm1~1{vc•>\' 11rfov n't.ç ~ti:v
õúo ~KÓrru.; i:rroí q0n· h· rn1J KuÀ.nt1~u:v01i A.uxvt'·(l)ç ~\í 11ou. KÚÀc1iç <)i· rl1v µrmw
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(xvaKf1µÉvot1ç Etpym:Hm · Fi õ[. ((K, 1pu0í n vFç. Brrnà~w.; ~,. úxvq. 011 ómcpÉpoµar
EXflÇ K<Xl toDTO\' ÚyaÀµarnupyÓv· (mÓffjJO\' (1.DTülV ~oÚÀFt ~·rrÍypmpf.
5. Ko.\ PllV TrÀFCTÍou Tüll At'}qvcxiou. (i')ç <.pl]CTt <DtÀÓ;(opo.;, epyov dcr!v
àyáÀ~w.m Êvvw.rt~Xll rJ00FtÔfuvoç ~ai Aµl(Jtrpí·n1ç f\' T1ívcp npo0Kuvoúµc:va .
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Kat "CllV Í.ÍÀ.qv ()nv11v Kat tÓv rro111't'~v Àpyov cf.vo.ypÓ:cprt .
. 6. IloÀÀot õ' àv ráxa rrou t}o.u~tácrnav, Fi µát}otc.v to IlaÀÀÓ:Õwv "Co
Õton:nrç 1mÀoÚ~LEvov. o~\U~t 1í811ç KCJ.t bõu00F.UÇ i.cnopolivrm ~tfv ÚcpEÀÉcrÔm
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µe àyvoÍÇt JtapEtKÉvm, n:apm1~cro~tm wu Mopúxou ~wvúcro1J "CO ãyaÀµa
At'hívrim yqovÉvm µEV EK wu tpEÀÀÓ.Ta KaÀouµÉvou ÀÍ\}ou, rpyov ÔE dvm
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8. 'Eyc:vÉ<JÔT\V 8€ Ka\ i:Í.ÀÀ(I) nvr õúo KpT\tlKO) ol'µm àvôpmvwrrotro
a:Kút,ÀLÇ Kat ~l1t0\VOÇ OlVoµaÇÉ<Jt'}T\v)· wÚtú) ÔE "Cà f.v Apyet WlV Ôto<JKOÚpotV
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1. Kal. ti nc:pl. iaum Õtatpí~(I). E:Çov aDtov tov µqaÀo8aíµova úµ'iv


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11rorrc111uo1. nP11t t -.AHN,\!

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- CAPITULO IV -

2. Todo mundo sabe que o Zeus de Olímpia e a Políade de Atenas, de ouro e


marfim, foram obras de Fídias; a xoana de Hera, em Samos, foi feita por Esmílis,
filho de Euclides, conforme escreveu Olímpico, em sua obra Sâmios.
3. Não duvideis de que duas das denominadas Venerandas, em Atenas, Esco-
pas as plasmou na pedra chamada lychneús, sendo, a do meio, obra de Calo; eu
posso citar-te Pólemon, que narra isso no quarto livro do A Timeu.
4. O mesmo se dá em Pá tara da Lícia, onde as estátuas de Zeus e Apolo foram
esculpidas ainda por Fídias, assim como os leões a eles consagrados; acredita, pois.
Se, como dizem alguns, a obra era de Briáxis, isso não importa, este também foi
um escultor; atribui-a a qualquer um dos dois, como quiseres.
5. Também são obras de Telésias de Atenas, como diz Filócoro, as estátuas, de
nove braças, de Poseidão e Anfitrite, veneradas em Tenos. Demétrio, no segundo
livro de suas Argólicas, registra que a xoana de Hera, em Tirinto, era de madeira
de peral, e que seu autor fora Argos.
6. Muitos, prontamente, espantar-se-iam se soubessem que o Paládio, considera-
do caído do céu (procedente de Zeus), o qual Diomedes e Odisseu haviam- dizem -
saqueado em Ílion e confiado a Demofonte, fora construído com os ossos de Pélops,
assim como o Zeus de Olímpia o fora com os ossos de uma besta oriunda da Índia.
Eu ponho à vossa disposição o historiador Dionísio, na quinta parte de seus Ciclos.
7. Mas Apeles, em suas Délficas, diz que houve dois Palládia, ambos feitos
por mãos humanas. Entretanto, para que nenhuma me pareça omitida por igno-
rância, eu citarei a estátua de Dioniso Mórico, em Atenas, esculpida num már-
more chamado phellátas, obra de Sícon, filho de Eupálamo, como diz Pólemon,
em uma carta.
8. Existiram também dois outros escultores - suponho que cretenses -, Escílis
e Dípinos, que esculpiram as estátuas dos dois Dióscuros, em Argos, a estátua de
Héracles, em Tirinto, e a xoana de Ártemis Muníquia, em Sícion.

1. De que coisa me ocupei! quando, em verdade, posso mostrar-vos o que era


esse grande demônio, Sarápis, o egípcio, que, por excelência, era considerado -
dizem - digno da veneração de todos, e que ousaram dizer cuja imagem não foi
feita por mãos humanas.

l!XORTAÇÃO AO§ GREGOS

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2. Uns contam que ela foi enviada, como dádiva de gratidão, pelos sinopeus
a Ptolomeu Filadelfo, rei do Egito; este os cativou quando, consumidos pela fome,
conseguiram trigo do Egito; esta xoana era uma estátua de Plutão. Ptolomeu, ten-
do-a recebido, assentou-a sobre a acrópole que, naquela época, era denominada
Racótis, lá onde também se venera o santuário de Sarápis, nos limites de seus do-
mínios. Ptolomeu, por sua vez, mandou transportar e sepultar, nesse mesmo lugar,
Bléstique, sua concubina, que morrera em Canope.
3. Outros dizem, porém, que Sarápis era um ídolo do Ponto, que foi transpor-
tado para Alexandria, com honras magníficas. Apenas Isidoro diz que a estátua foi
levada de Selêucia, perto de Antioquia, cujos habitantes se achavam na penúria e
que foram saciados por Ptolomeu.
4. Aliás, Atenodoro, filho de Sándon, querendo atribuir a Sarápis uma antiga
tradição - não sei como -, cai em contradição, argumentando que essa estátua
era simplesmente bem-acabada; ele diz que Sesóstris, rei do Egito, depois de ter
subjugado a maior parte dos povos da Hélade, retornou ao Egito, levando consigo
artistas habilidosos.
S. O próprio Sesóstris lhes encomendou uma estátua, suntuosa e finamente
trabalhada, de Osíris, seu ancestral, que foi esculpida pelo artista Briáxis, não o
ateniense, mas por outro, homônimo, que usou, em seu trabalho, diversas maté-
rias misturadas. Havia, de fato, limalha de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de
chumbo e também de estanho; nenhuma das pedras preciosas do Egito lhe faltava:
fragmentos de safira, de hematita, de esmeralda e, enfim, de topázio.
6. Tendo polido a estátua inteira e a mesclado, tingiu-a de azul, motivo pelo
qual a estátua tornou-se mais negra. Com as drogas que restaram do embalsama-
mento de Osíris e Ápis, esse artista modelou o seu Sarápis, cujo nome faz alusão
ao fato de ter em comum honras e objetos fúnebres, tornando-se Osirápis, síntese
de Osíris e Ápis.

1. O imperador romano entronizou piedosamente outro novo deus no Egito


(e pouco se precisa para que isso também aconteça na Grécia): o seu charmo·
síssimo amado Antínoo, consagrando-o, assim como Zeus fez com Ganimedes,
pois não se freia facilmente um sentimento que não conhece o medo; agora os

BXORTAÇÃO AOS GREGOS

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- CAPITULO IV -

homens celebram essas noites sagradas de Antínoo, de cujo dissolutismo o aman-


te, insone, compartilhava.
2. Por que me apresentas um deus honrado pela prostituição? Por que me
proibir de pranteá-lo como a um filho morto? Por que discorrer sobre sua bele-
za? É uma vergonha o belo consumido pela soberba. Não te conduzas, ó homem,
como um tirano, diante da beleza; tampouco insultes a juventude em sua eflo-
rescência; guarda-a pura para que ela seja bela! Torna-te rei da beleza e não seu
tirano; que ela permaneça livre; reconhecerei a beleza em ti quando terás guar-
dado pura a sua imagem; adorarei a beleza quando ela se tornar o verdadeiro
arquétipo das coisas belas.
3. Existe, agora, um túmulo do ser amado; em verdade há um templo e uma ci-
dade de Antínoo; uma veneração semelhante, penso eu, àquela que envolve os tem-
plos, assim como os túmulos realizadores de prodígios, as pirâmides, os mausoléus
e os labirintos, todos templos de mortos, como o são aqueles túmulos de deuses.

[50]

1. Como vosso mestre, citarei, por conseguinte, a Sibila profetisa:

não do falso Febo, a quem os homens fúteis chamam de deus e,


falsamente, qualificaram-no de adivinho, mas do grande Deus
que não se plasmou por mãos humanas, à semelhança dos ídolos
mudos, em pedra talhada e polida (... )55

2. Esta, de fato, prevê a destruição dos templos, dizendo que o de Ártemis


Efésia será tragado por fendas ctônicas e abalos sísmicos, a saber:

Em escombros, Éfeso se lamentará, chorando sobre suas praias


escarpadas, procurando seu templo não mais habitado; 56

3. o de fsis e Sarápis, no Egito - diz ela-, será destruído e incendiado:

fsis, deusa três vezes infeliz, tu permaneces sobre as águas corren-


tes do Nilo, solitária, errante, muda sobre as areias do Aqueronte.

BXORTAÇÃO AOS CRIGOS

1971
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- CAPITULO IV -

Em seguida, diz mais adiante:

E tu, Sarápis, recoberto de inúmeras pedras reluzentes, jazes,


como um imenso cadáver, no Egito três vezes infeliz.s7

4. Mas, se tu não dás ouvido à Profetisa, escuta, ao menos, aquele filósofo,


Heráclito de Éfeso, quando insulta a insensibilidade das estátuas: "E a essas está-
tuas se lhes imploram, como se conversassem com casas" _ss
5. Com efeito, não são prodigiosos aqueles que suplicam às pedras e, depois,
colocando-as, também, diante de suas portas, como se elas pudessem fazer alguma
coisa? Eles adoram Hermes como deus e guardião das portas, veneram a estátua
do "Protetor dos caminhos". Se, realmente, eles os ultrajam como seres insensíveis,
porque, então, adoram-nos como deuses? E se acreditam que eles são dotados de
sentimentos, porque fazem deles seus porteiros?

[51]

1. Os Romanos, que atribuem à Fortuna os seus maiores êxitos e concebem-na


como uma grande deusa, carregaram-na em uma cloaca e aí a instalaram, outor-
gando a essa deusa suas latrinas, como templos verdadeiramente dignos dela.
2. A bem da verdade, tudo é indiferente a uma pedra insensível, a um pedaço
de madeira, ao ouro precioso; seja o odor das vítimas, seja o sangue vivo a escor-
rer nos altares, ou a fumaça que os deixam enegrecidos, nem mesmo a honra ou a
desonra. Essas estátuas são menos dignas de veneração do que qualquer animal.
3. Corno foi possível divinizar objetos insensíveis! A mim, é-me difícil com-
preender e sentir compaixão da loucura desses homens perdidos e, por conseguin-
te, infelizes; é certo que alguns animais não têm todos os sentidos, assim como os
vermes e as lagartas e todos aqueles que, desde o primeiro momento de sua cria-
ção, surgiram deficientes, como a toupeira e o musaranho que, segundo Nicandro,
é cego e causa pavor.
4. Contudo, valem mais do que essas xoanas e essas estátuas destituídas de
sensibilidade; aqueles seres, ao menos, têm um dos sentidos, por exemplo, a au-
dição, ou o tato, ou alguma coisa análoga ao olfato e ao paladar; enquanto as
estátuas não possuem a menor sensibilidade.

l!XORTAÇÃO AOS GRICOS

1991
__. Kt.<1>\1110~ é\"

5. noÀÀcx õf fCH\ tW\' Ç(i)(l)V. i..)<:m oufü· ()pacnv EXEl o\ín: flKohv oÜtE
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rrpocrÔf:ÍTm i..:al. rrpucrKat~r]Àoutat Ka! rrpocrrr~yvutm. xc1)VfÚnu.1. í)tvâmt,
rrptEtm. rrFpt~Éno:t, yÀÚ<pnm.
6. K(lxpl)\' µE\' õh ycilo:v Ún KÍÇoum v oi. àya). .µurnrro10i. tÍ)ç oiKEÍaç
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~'tTO)µEVOt ti\ÇXPEÍaçàrrÓÀAuvtm ÚnoÕEtcrtÕatµovÍaç· KO:ta<ppOVOUVtEÇÕ' Oµ(J)Ç
tCÔV àyaÀµÚtWV, cpaÍvrnl}m fü: µ~ ~ouÀÓµEVOl autÔ>V OÀ.mç m:pt<ppOVOUVtEÇ,
ÉÀkyxov-rm {.m' aut&v tOOV l}Ecôv. OlÇ õ~ tà àyáÀµata E7tt7tEcp~µt<J'tm.
2. ~lOVÚ<JlOÇ µEV yàp Ó tÚpaVVOÇ Ó VEcD'tEpOÇ l}oiµánov tO XPÚCJEOV
1tEplEÂ.ÓµEvoç toU ~lOÇ EV Ll KEÀÍç: npocrÉ-raÇ,Ev autép EpEODV 7tEpltEÔÍ1Vm,
XClPlfVt(J)Ç <p~craç tOUtO ܵnvov ctVat toU xpucrÍou, KO.l \}f.pouç KOucpÓn:pov
Ka1. KpÚouç Õ:Â.EEl vóu:pov.
3. Avtioxoç fü: ó K'\JÇtKJlVOÇ àrropoÚµEvoç xp11µá-rwv toD LllOÇ to ãyaÀ.µa
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'tilç ÜÀÂ.llÇ 'tflÇ à.nµotÉpaç ÜÃ.11ç ãyaÀµa mx.pmtÀ~mov EKElV(!.) rrnáÂ.olÇ
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4. Ai fü: xú.1ÕÓVEÇ Kal tCÔV opvÉwv tà. 7tÀElCHa Ka'tEÇEpW<JlV a1môv
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1 'ºº 1
- CAPITULO IV -

5. Há vários animais que não possuem nem visão, nem audição, nem voz,
como é o caso da espécie das ostras; entretanto elas vivem, crescem e sofrem as
influências da lua; por outro lado, as estátuas rudes são inúteis, inertes, insensíveis,
são fixadas, cravadas, fundidas, lixadas, polidas, esculpidas.
6. Os fabricantes de estátuas "aviltam a argila'', 59 constrangendo a própria
natureza da terra e persuadindo seus semelhantes à idolatria por meio da arte; esses
"fabricantes de deuses" adoram não deuses e demônios, mas a argila e a arte, que
são, de fato, essas suas estátuas. Uma estátua nada mais é que matéria morta plas-
mada pelas mãos de um artista; para nós, ao contrário, a estátua da divindade é uma
concepção do espírito, não um objeto sensível, feito de matéria sensível. Espiritual e
não sensível é o único e verdadeiro Deus.

1. Por contradição, nessas tais conjunturas, esses supersticiosos, que adoram


as pedras, aprendem pela experiência a não venerar a matéria insensível. Deixan-
do-se vencer pela própria necessidade, sucumbem pela própria superstição, pois,
de igual maneira, eles desprezam as estátuas, mesmo não o querendo demonstrar
abertamente; os próprios deuses menosprezam as estátuas a eles consagradas.
2. O tirano Dionísio, o Jovem, que mandou fazer um manto de ouro em volta
da estátua de Zeus, na Sicília, determinou, à sua revelia, que substituíssem aquele
por outro de lã, dizendo, com certa urbanidade, que este era melhor que o de ouro,
porquanto mais leve no verão e mais quente no inverno.
3. Antíoco de Cízico, não tendo dinheiro, tomou a iniciativa de fundir a es-
tátua de ouro de Zeus, de quinze braças de altura, e consagrou, de novo, ao deus,
outra estátua semelhante àquela, porém de uma matéria menos preciosa, apenas
recoberta com folhas de ouro.
4. As andorinhas e a maior parte dos outros pássaros voam sobre essas está·
tuas e aí defecam, sem se preocuparem com Zeus Olímpico, Asdépio de Epidauro,
Atena Políade ou Sarápis do Egito. Entretanto, nem mesmo com esses animais vós
compreendeis a insensibilidade das estátuas.
5. Por outro lado, há certos malfeitores ou inimigos que se prendem a elas:
são aqueles que, ávidos de luxúria, devastam os santuários e roubam as oferendas,
ou mesmo derretem as estátuas.

l!XORTAÇ~O AOS CUGOS

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- CAPITULO IV -

6. E se foi um Cambises ou um Dario ou outro louco qualquer que cometeu


tais atentados, e se alguém matou o Ápis do Egito, eu acho graça porque esse al-
guém matou o seu próprio deus, e me indigno do que a luxúria é capaz de realizar.

[5 3]

1. Deliberadamente cessarei de falar sobre tais malfeitorias esses atos não


'
de heroísmo mas de arrogância da parte dos ídolos. De modo algum, o fogo e os
terremotos, que agem por si próprios, se amedrontam, nem se intimidam diante
desses demônios e dessas estátuas, não mais que as ondas diante dos seixos amon-
toados sobre as praias.
2. Eu bem sei, por mim mesmo, que o fogo é um bom argumento e um re-
médio para a superstição; se queres por fim à insensatez, o fogo te conduzirá à
luz. Esse fogo também consumiu o templo de Argos, com a sacerdotisa Crísis; em
Éfeso, o templo de Ártemis, o segundo depois do templo das Amazonas; em Roma,
várias vezes, sorveu o Capitólio, tampouco respeitou, na cidade de Alexandria, o
santuário de Sarápis.
3. Em Atenas, derrubou o templo de Dioniso Eleutério, e o de Apolo, em
Delfos, que, primeiramente, foi devastado por um furacão e, depois, varrido pelo
fogo inteligente. Essas coisas mostram-te o proêmio daquilo que o fogo se encar-
rega de fazer.
4. Os fabricantes de estátuas parece confundirem aqueles que, dentre vós, são
sensatos e desprezam tais obras: Fídias de Atenas escreveu sobre o dedo de seu
Zeus Olímpico: "Pantarces é belo"; com efeito, não era Zeus que lhe parecia belo,
mas sim seu amado.
5. Praxíteles, por sua vez, como mostra claramente Posidipo, em seu livro
sobre Cnido, ao esculpir a estátua de Afrodite Cnídia, deu-lhe a mesma fisiono-
mia de Cratina, sua amante, para que os infelizes tivessem de adorar a amante
de Praxíteles.
6. Quando Frine, cortesã de Téspias, estava na flor de sua juventude e be-
leza, todos os pintores reproduziam seus belos traços nas estátuas de Afrodite,
assim como, em Atenas, os escultores das estátuas de Hermes tomavam Alcibía-
des por modelo. Deixa-se a teu critério o trabalho de discernir, se queres também
adorar as hetaírai.

!XORTAÇÃO A05 CR!GOS

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õuváµEvoç· Aáµwv õf. t~v Étaipav hwv dç àKpÓnoÀ.tv àvf\Et KO.t tcp tilç
À \}11võ.ç evE<p\J pâ.to rracr1cp, tfl naJ..m~ rrapi}Évcp 1à tilç vÉaç EmÕn KVUÇ
haípaç crx~µata.

JIPIJlPf;flfll(Ot IJJ'ltI l~l\Htil"I

1 104 1
- CAPITULO IV -

1. A partir disso, creio eu, os antigos reis, que desprezavam todos esses mi-
tos, eles próprios se proclamavam, deliberadamente, deuses, pois não havia nada
a temer da parte dos homens; com isso, eles ensinam que também aqueles - os
deuses - foram proclamados imortais graças à sua glória. Ceix, filho de Aiolo, foi
nomeado Zeus, por sua mulher Akíone, e esta, por sua vez, foi chamada Hera,
por seu marido.
2. Ptolomeu IV foi chamado de Dioniso; o mesmo fez Mitrídate do Ponto,
autodenominando-se Dioniso; Alexandre, por seu turno, queria passar por filho de
Amon e ser representado com cornos pelos escultores de estátuas, apressado que
estava em ultrajar a beleza do rosto humano.
3. Os reis não foram, de fato, os únicos, particulares também adornaram-se a
si próprios com apelidos divinos, como é o caso do médico Menécrates, apelidado
de Zeus. É necessário ainda que eu cite Alexarco, sábio gramático que, segundo
Aristo de Salamina, representava a si próprio como Hélio?
4. E preciso mencionar Nicágoras? Este pertencia a uma família natural de
Zeleia e viveu no tempo de Alexandre. Fazendo-se passar por Hermes, tomou em-
prestado para si as vestes do deus, como ele próprio o testemunha.
5. Mas, que necessidade há desses exemplos, quando povos inteiros e cidades
habitadas, insinuando-se na adulação, depreciam os mitos que dizem respeito aos
deuses, atribuindo a si próprios - simples homens - a condição de ser semelhante
aos deuses, imbuídos de glória e pondo à votação, entre eles próprios, honras des-
mesuradas? Então, o macedônio de Pela, Filipe, filho de Amintas, que decretou ser
adorado em Cinosargo, ele que, "com a clavícula quebrada e a perna estropiada",
teve ainda um olho amputado.
6. Depois é a vez de Demétrio, que também se proclama deus; lá onde desceu
do cavalo, quando entrou em Atenas, há um santuário de Demétrio Kataibátes
e altares por toda parte; inclusive os atenienses lhe engendraram um casamento
com Atena, mas ele desdenhou da deusa, por não poder desposar uma estátua;
ele subiu, então, a acrópole levando consigo a cortesã Lâmia e lá, na "alcova"
de Atena, une-se à hetaíra, mostrando à vetusta virgem as posturas obscenas da
jovem cortesã.

EXORTAÇÃO AOS GRll.GOS

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[ 5 51

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o{YrÓç Êcrnv "Irrmovoç· v01ícr{t)µEv autl)\!.
2. ol rrpocrKuvoÚµEvo1 rrap · tlµiv. ãv1}pC07tol yEvÓµrvoí rrotE. Eira µÉvrot
tfl}vâcnv· tHl~lllKEV ÕÊ a.DtoUÇ ó µúl}oç Kat ó xpóvoç. <l>tÀEl yáp Jt(l)Ç tà µÊv
rrapóna cruv11t~ríq. 1rnrn<ppovt:'lm'}m. rà ÔÊ JtapcpxllKÓnx toú mxpmHÍKo:
EÀ.Éyx.ou KEXrnptcr~tÉva xpóvcnv O:õ11Aíct tftl~l~cr{}m t<p rrÀÓ:crµan, Kat tà. µev
àmcHEtcrôm. rà OE Kat ôauµáÇEcrl}m.
3. AutÍKa youv oi. rraÀmol. VEKpol. tép rroÀÀcp 't~ç rrÀÓ:v11ç xpóvcp
<JEµvuvÓµEVOl '!OlÇ EJtElta voµÍÇovtm l}rni. nícrnç ú~t'iv nôvÔE au1à úµ&v tà
µuc:n~pta, ai. rrav1wúpnç. Õrnµà Kal. 1pal>µata Kal. ÔaKpÚovtrç l}rní·

wµ01 fyÓ>. OTf µm rapitriôóvo: <ptÀ:ro:tov àvôpwv


µoíp' Úito nm:pÓKÀ.OlO ME\·omúôao Ôaµílvm.

4. KEKpátT\tm to M./..11µa wu L\1oç Kal. ó Ztuç úµ'iv 8là Iaprrriõóvo:


oiµci>Çtl vEVtKT\µÉvoç. Ei'.Õ(J)À.a youv riKÓ't(J)Ç auwuç 1m1. õaíµovaç úµE:lç
au'!Ol KEKÀ.~KatE, E1tEl Kal. t~V AÔT\VÔ.V aut~V Kal '!OUÇ ÜÀ.À.ouç l}EQUÇ KaKÍ~
nµ~cmç 'Oµf\poç õaiµovaç 7tpocnrrópEucrEv·

Íl ô' OUÀ.uµitóvôe ~f~~Kfl


ÕÓ>µm' f:ç ai·ru)xo10 ~1ÔÇ µnà ôr.tíµovaç <iUouç.

5. nroç o.\\v ftl 'ÔEot tà ElÕCoÀ.a Kat oi õaiµovEç, ~ÔEÀ:upà OV't(J)Ç Kat
1tVEÚµata. Õ:Káôapta., 1tpoç rtávt(J)V ÓµoÀ.oyoÚµEva. rft1va Kri\ õncmÀ.Éa, Kátro

llP'OJPF.llTIKOI Tlf'Ol: [;\.\Hl"At

1 r o~ 1
- CAPITULO IV -

[5 5]

1. Que não haja, de modo algum, indignação, ao verdes Hípon querer imor-
talizar sua própria morte; este tal Hípon mandou gravar em seu próprio túmulo
este dístico elegíaco:

Este túmulo é de Hípon, que o Destino fez,


após sua morte, semelhante aos imortais. 60

Tu nos manifestas bem, Hípon, o erro humano! Se, quando falavas, eles não
acreditavam em ti, que se tornem agora, depois de estares morto, teus discípulos!
2. Eis o oráculo de Hípon. Meditemos, pois, sobre ele: aqueles que são adorados
entre vós e que, na vida real, outrora foram homens, morreram depois; mas o mito e o
tempo cobriram-nos de honras. Portanto, é de praxe menosprezar, de algum modo,
o presente, porque se convive com ele. Enquanto o passado, que imediatamente se distan-
cia das provas e se põe à parte, na obscuridade do tempo, é coberto de glória pela ficção;
por um lado, desconfiam do presente; por outro, enchem-se de admiração pelo passado.
3. Assim, certamente, os antigos mortos, enaltecidos e venerados pela autori-
dade que o tempo consigna ao erro, são considerados deuses por seus sucessores.
Prova disso são os vossos mistérios, os vossos panegíricos, os liames, as feridas e
as lágrimas dos vossos deuses:

Ai de mim, porque o destino quer que Sarpédon, que me é o mais


caro dentre os homens, seja morto por Pátroclo, filho de Menécio! 61

4. A vontade de Zeus é dominada, e o vosso Zeus, vencido, lamenta-se por


causa de Sarpédon. De fato, tendes razão em chamar, vós mesmos, os vossos deu-
ses de ídolos e demônios, pois Homero, por maldade, honrava a própria Atena e
os outros deuses chamando-os de demônios:

Ela havia retornado ao Olimpo, residência de Zeus


portador da égide, para junto dos outros demônios. 62

5. Como, pois, ainda são tidos como deuses, ídolos e demônios, esses espíritos
verdadeiramente infames e concupiscentes, reconhecidos por todos como terrestres e

l!XOll.TAÇÃO AOS Gll.!GOS

1 107 1
...- K t. ti',, , ·\ 1 tJ \; ~ ....

pp\t~O\'TU, <<JH:~)t TOl>Ç tÚ<.pO\JÇ l'\U.l Tà pVlWflU KCXÂtvÔoÚµrVU». TCf:'j)l CX O~ 1\11.t

ll7tO(j)CllVOVTCx.t à.~rnõpfoç «CTKIOftÕíl <pavn(crµO.Hi»;

1. Tauô · Í.iµfov ti t l~E"ol n'x i::i'8(1)À(x. ai 0Kml K(t.t rrp(1; w\1w1ç «X(•>Àut» rKrí:vm 1m\
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«puon\. rro.pcx~À(Í)n:r; Ó<pl~u/1.pcí)\'», ní Amzl o:Í 0Fpaíi:cn> pâ.À).ov 11 '-\1l.1ç ôuymÉpi:ç,


C001T µ01 OoKfl\' xaplfVT<tJÇ qxf.vm TO\' Bl(!)\'0:. m~-,ç av l:\'ÔÍK(•)Ç o'i iY.vôp<o7tol rrapà
TOÜ ~ll); UlT~CJO\"Wl Thv rÚtn.·ví<xv. i1v Ol>Ô' CÚ>T~) 7IUfXl.CíXrlV foxum:v:

2. Ú͵o1 Tíl..; à(}rón1wç· i:hv CtKlÍpCHO\' OUCTÍ<XV. Tll OO"OV rcp' Úµtv,
KcnopÚHELF Kctt TO ,:{xpavwv ÊKrtvo KO:t Tt> (:í.ywv w\ç HX<poiç i·rr1KEXWKatE,
Tl)Ç àÀ.qÔfoÇ Õvno..; OUCTÍa..; O"UÀTlO"(J.\'T[Ç Ú) l~ElO\'.
3. Ti õi1 ouv Tà 10u 1~rnu 1:0\ç ou Ôrnt.:; npoc>1:vriµ<nr yÉpa: Ti OE
KO:HY.ÀtrrÓvn:ç TOV oupavov thv Yll\' n:nµ1ÍK<HE: Tí aÀÀ.o xpum)ç i1 apyupoç s·
i1 àõáµa..; i1 criõqpoç ~ xaÀ.Koç i1 rÀÉ<.paç i1 À.ÍÔ01 riµw1: OUx! Yl1 TE KCXt EK yf\ç:
OU;(l 8E ~ua.:; ~llltpo..; E1'.rü\'(X. tílç rn.:;. tfj_ n:ávm TClUta O<JCX Ópé?:ç:
4. Tí 81, ouv. m µÓ:mtol KO:l KfVÓ<ppOVEÇ (n:áAtv yàp 81, ErravaÀlÍ'JIOµm),
rov Ún:Epoupáv wv ~Àa<HPll~t ~cravn:ç TÓrrov Eiç 1:0u8a<poç KaTEcrÚpaTf 1nv
EU(jf~EtaV. xôoviou; Úµt\' àvanÀÓ:HO\'TEÇ ôrnu:; lWl tà yrvri1à Taum rrpo
toÜ àyEVÍ\TOU µH1Óvrn:; ÔEOU ~CXÔUTÉpcp 7IêptrrrnTÓ)KCXTE ÇÓ<.p<p:
5. Ko:Ao; ó ílápwç /,íl}oç. Ô.À.À. ou8Én:ol ílocrnôro\.. 1mÀoç ó rÀÉ<paç, à).).,'
ouôtml) ÓÀ.Úµmoç· EVÔcl1Ç àfi 7t0Tf ~ ÜÀY\ Tf1Ç TfxVllÇ, Ó l}fOÇ fü: àvEVÔE~Ç.
n pof)l.l}Ev ~ Tixv11. 7tfpl~É~À11Tff.l TO crxnµa ~ ÜA11, 1ml TO 7IÀOÚCTIOV tÍ)ç
oucria; n:po:; µEv TO KÉpÕoç rJyÓlytµov, µÓVC!) fü: Tq) crx~µan yívnm cJE~ácrµ10v.
6. Xp\1CTÓÇ fon TO ayu/..µá cJOll, ÇúÀov f(HtV, /....it}oç EõTlV, Yl1 ECHlV,
f.àv ãvwÔEV vo~crnç, µop<p~v rrapà TOU TE;(Vl TOll rrpocrÀ.a~oucra. rnv OE [yro
nan:ív, ou rrpocrruvêlv µEµÚ.ÉtrJKa· ou yà.p µ01 l}ɵtç ʵmcrTEUcmÍ noTE w'iç
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1 108 1
- CAPITULO IV -

impuros, que tendem à ignomínia, "que rondam os túmulos e os monumentos fúne--


bres" e, errantes, deixam-se entrever indistintamente como "fantasmas de sombra"?

1. Eis os vossos deuses: ídolos, sombras e, com eles, essas criaturas "coxas, en-
rugadas e caolhas", as Suplicantes, filhas de Tersites, e não de Zeus; a mim me parece
muito engraçado o que diz Bíon a esse respeito: "Como poderia ser correto os homens
implorarem belos filhos a Zeus, quando nem a si próprio ele pode conceder tal coisa?".
2. Que impiedade! Enterrastes a substância absoluta, o quanto pudestes;
aquilo que é puro e santo sepultastes nos túmulos, depois de terdes despojado o
divino de sua verdadeira e real substância.
3. Por que, então, atribuístes honras divinas àqueles que não são deuses? Por
que, tendo abandonado o céu, venerastes a terra? Que outra coisa é o ouro, a prata, o
aço, o ferro, o cobre, o marfim, as pedras preciosas senão terra e produtos oriundos da
terra? Não são, por acaso, filhos da mesma mãe, a terra, todas essas coisas que vedes?
4. Por que, então, ó homens vãos e frívolos (e eu ainda repetirei mais vezes),
após haverdes blasfemado contra o "lugar supraceleste", fostes contra a piedade do
solo, plasmando deuses terrestres e indo em busca dessas criaturas, em vez de vos en-
dereçardes ao Deus incriado, caindo, por conseguinte, nas profundezas das trevas?
5. O mármore de Paros é belo, mas ele ainda não é Poseidão; belo é o marfim,
mas ainda não é Zeus Olímpico; a matéria sempre carece da arte, enquanto Deus
não necessita da arte. A arte se apresentou, e a matéria ganhou forma; e se a rique-
za da substância faz disso um objeto de que se pode tirar lucros, é unicamente a
forma que a torna digna de veneração.
6. As vossas estátuas são de ouro, madeira, pedra e, se remontardes aos pri-
mórdios, de terracota; seja do que for, recebeu do artista a forma. Eu, por minha
vez, ocupo-me de andar sobre a terra e não de adorá-la; pois não me é concedido,
em momento algum, depositar as esperanças de minh'alma em coisas inanimadas.

1. Aproximai-vos, pois, ao máximo, das estátuas, para que vos habitueis a


acusar o erro apenas com um simples olhar; a aparência de vossas estátuas traz
claramente impressa a predisposição interior de vossos demônios.

llXORTAÇÃO AOS GltiGOS

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1 110 1
- CAPITULO IV -

2. Se se percorrerem, pois, essas pinturas e estátuas, a fim de observá-las, reconhe-


cer-se-ão imediatamente vossos deuses, a partir de suas atitudes e posturas injuriosas:
Dioniso, por sua indumentária; Hefesto, por sua arte; Deméter, por sua infelicidade;
Ino, por seu véu; Poseidão, por seu tridente; Zeus, por seu cisne; a pira designa Hérades;
e, quando se vê a pintura de uma mulher nua, pensa-se logo na Afrodite "dourada".
3. Foi assim que aquele tal Pigmalião de Chipre se apaixonou por uma estátua de
marfim, era a estátua de Afrodite e ela estava nua; subjugado pela beleza da estátua,
o cipriota se uniu a ela, conforme narra Filostéfano. Em Cnido havia outra Afrodite,
esta era de mármore e também era bela, e outro se apaixonou por ela e fornicou com o
mármore; quem relata isso é Posidipo (o primeiro caso está em seu livro sobre Chipre
e o segundo se acha no livro sobre Cnido ). Tamanha é a força que a arte tem para se-
duzir, tornando-se a sedutora de homens apaixonados, a ponto de levá-los ao abismo!
4. A força criadora dos artistas é poderosa, mas não é capaz de enganar urna
pessoa que raciocina, nem aquelas que vivem segundo o Logos; são corno pombos
que, por causa de uma pintura representando uma pomba, voam para perto dessa
tal representação; são cavalos que relincham em direção a éguas belamente dese-
nhadas. Fala-se de uma jovem que se apaixonou por um retrato, e houve também
um belo rapaz que se apaixonou por uma estátua, em Cnido; mas os olhos de
quantos contemplam essas obras são ludibriados pela arte.
5. Ninguém, pois, em sã consciência, se uniria à estátua de uma deusa, nem se
sepultaria com um cadáver, nem se apaixonada por um demônio ou uma estátua
de pedra. Mas a vós, a arte vos enganou por meio de outro embuste, suscitando,
se não o amor, ao menos o respeito e a veneração pelas estátuas e pela pintura.
6. Com efeito, a pintura é verossímil! Que se louve a arte, mas que ela não
engane o homem, passando-se por verdade. O cavalo parou de andar por causa da
tranquilidade; a pomba está imóvel, sua asa em repouso; a vaca de Dédalo, feita
de madeira, excitou um touro selvagem; a arte que fez o touro se excitar, lançou-o
também sobre uma mulher apaixonada por ele, violentando-a.

[58]

1. As artes, por sua habilidade perversa, provocam esses arrebatamentos nos


seres irracionais. Não obstante, aqueles que cuidam e alimentam os macacos cons-
tataram, com espanto, que estes não se deixam enganar com figuras e bonecas de

EXORTAÇÃO AOS GREGOS

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1. A\rtàp o<poppÍÇwv àvc~áAAno KaÀov àdõctv


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ro; tri itpúrra µÍY!'l<JO.V i:v 0

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2. Katána\><Jov, "Dµ11pe, -r~v ~>õfiv· ouK ecrTt KaÀ.ÍJ, µotxdav füõáaKff


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- CAPITULO lV -

cera ou de argila; sereis vós, então, piores que os macacos, cultuando quadros e
míseras estatuetas de pedra, de madeira, de ouro e de marfim?
2. Os artesãos, que vos fazem esses jogos funestos, são os escultores, criadores
de estátuas, os pintores, os artistas e os poetas que introduziram a multidão de coi-
sas dessa espécie: nos campos, os Sátiros e os Pãs; nas florestas, as Ninfas Orêiades
e Hamadríades e, ainda, perto das águas, dos rios e das fontes, as Náiades; perto
do mar, as Nereidas.
3. Aliás, as Magas, por sua vez, se vangloriavam de ter, a serviço de sua im-
piedade, demônios como serviçais, atuando como domésticos, e que foram redu-
zidos à escravidão por força da magia. Há, ainda, a memória dos casamentos, das
procriações, dos adultérios e fornicações de vossos deuses, tudo isso cantado pelos
poetas, assim como seus banquetes e seu riso descomedido na embriaguez do vi-
nho são postos nas comédias; todas essas coisas me estimulam a lançar um esgar,
quando, em verdade, gostaria de calar-me. Ai de mim, que impiedade!
4. Fizestes do céu uma cena; o divino tornou-se, para vós, uma peça de teatro;
representastes em comédia o que é santo, com máscaras de demônio; pela supersti-
ção, transformastes em dramas satíricos a verdadeira piedade divina.

1. Agora, o tocador de cítara começa a cantar um belo canto;


canta-nos, Homero, com tua bela voz,

os amores de Ares e de sua Afrodite de diadema,


seu primeiro encontro secreto na casa de Hefes-
to, e todos os dons de Ares, e o tálamo ultrajado
do senhor Hefesto. 63

2. Cessa teu canto, ó Homero! Ele não é belo, ele ensina o adultério; nós e
nossos ouvidos repudiamos o adultério, pois nós somos - nós - os portadores da
imagem de Deus, e nessa estátua viva e animada, que é o homem, há uma imagem
que habita conosco, que nos aconselha, que nos faz companhia, que vive junto a
nós, que tem misericórdia de nós e sofre mais do que nós. Nós somos oblações
feitas a Deus por Cristo.

IXOllTAÇÃO AOS GRIGOS


1 11 3 1
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3. <~hµr'tçto yÉvoç rt> fKÀfKtÓv. To


PcrnÍÀnov ÍEpÓ'.tEuµa, f\~voç Üy1ov,
À.aoç 7tf pwúmoç. o'i rroÚ'. ouÀaÓç. vüv õ[ Àuoç wü (}ro1h» oí Ko.-rà tov
'J(t)ávv11v oÚK ovtf.; «fK núv KÚttr>», rrapc/. ()[ to\> ãvrnl~EV rÀ1~Óvwç 1(> Jtéiv
~trµm~1p:Órcç. 0'1 Thv oix:ovoµÍnv roü 1~rou KaH'.(VfvoqK(nrç. oí «EV Katvónrn
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1. Kàrr1 wu crKÍ~11rnõo..; KataniµEvo1 rrap' a-tnàç ifn -ràç rrEputÀoKàç
àcpopwmv riç rhv Àcppoõín1v €nívriv t11v yuµvl,v, n'-,v Errt Tfl cruµrrÀOKU
fü:õrµÉvriv. Kat tfl A~Õq. m:prnonóµrvov tOV opvtv tOV ÊpCút!KOV tf)ç
~T)ÀÚtT]toÇ. àrroõi:xóµt:vo1 thv ypa<p~v. àrro-rurroum taí:ç crcpEvÕÓvmç,
cr<ppaytÔ! XpCÓµEVOl lWtetÀÀ~Àcp tfl illOÇ àKoÀ.acrtq..

[61]

l. Tau1a Úµwv til.; ~Õurra~Etaç tà àpxÉnnm, autm tilç Ü~pECOÇ ai


ÔEOÀ.oyÍm. UU'tCll tfuv cruµn:opVH>ÓVt(l)V Úµtv ÔEWV aÍ. ÔlÔa<JKaÀ.Ím· "Ô yàp
~oÚÀ.nm. touô' EKa<JtoÇ Kat oi'nm" Katà 'TOV À~rivaí:ov p~topa. otm fü:
a~ Kat aÀÀ.m Úµfuv EiKÓVEÇ, n:avÍcrKOl TlVEÇ Kat yuµvat KÓpm Kat crá·tupül
µrôúovtEÇ Kat µopírnv €v1ácrnç, 1a'iç ypmpa'i:; àrroyuµvoÚµEvm, àrro tf\ç
àKpacrím; eÀEí.i(ÓµEvm.
2. ''Hõri OE àvacpavôov -rl); cXKOÀacrim; OÂ.T]Ç 'tà crx~µa1a àváypmrm
xavõ1iµd ÔEÚ>µf.vo1 ouK aicrxúvrnÔf., <pt>Â.áttETE OE En µâÂ.Â.ov àvaKE͵f.va,
oocmrp cXµÉÂ.é'.t tfuv Ôf.ÚJV Úµfov 'tftÇ EtKÓvaç, crt~Â.aç àvmcrxuvtÍaÇ
KaÔtEpÚ><JCX.V'tEÇ OlKOt, E7t' lcrTlÇ eyypa<pÓµEVOl 'tà. <l>tÂ.atviôoç crx~µa'ta ooç tà
'HpmcÂ.Éouç à-ôÃ.~µa'ta.
3. Toúnov ou µÓvov til:; xp~crErnç. npoç fü: Kat -rl)ç O'lfEO>Ç Kal tflç àKof\ç
aUt~Ç cXµVflOttaV Ka't<xyyÉÀÂ.oµEV. 'H-rcxtpTlKEV \iµtv tà. imx, 7tE1tOpVEÚKa.<HV Ol
o<pÔaÀµol. Kat to Kat vó-rrpov 7tp0 til:; crt>µrtA.orii:; ai O\j/ElÇ Úµ'iv µEµOtXEÚKa.<H V.

rtPOlPflfHKOt UPOI f:.\AllN.\l


- CAPITULO IV -

3. "Nós, a raça escolhida, o real sacerdócio, nação santa, povo eleito, que
outrora não era um povo, mas que agora é o povo de Deus";64 nós que, segundo
- nao
Joao, - somos "d as pro f un dezas ,, ,65 mas apren demas com aqueles que vieram
do alto, aqueles que meditaram a economia divina, aqueles que nos exercitaram "a
andar segundo uma nova maneira de vida" .66

(60]

1. Mas não são essas as ideias da maioria dos homens; rejeitando o pudor
e o medo, suas casas representam a impudicícia dos demônios. Eles ornamentam
suas alcovas com certas pequenas pinturas, penduradas no alto das paredes, como
se fossem quadros votivos, acreditando ser a concupiscência um ato de piedade.
2. Deitados em seus leitos, unidos pelo amplexo, olham para aquela Afrodite
nua, submissa ao amante; também mandam pintar, em suas alcovas, a ave apaixo-
nada pela feminilidade, voando em torno de Leda, e concebem a gravura como um
signo da libertinagem de Zeus.

[61]

1. Esses são os arquétipos de vossa sensualidade; essa é a teologia da arro-


gância; essas são as lições dos vossos deuses, que praticam convosco a concupis-
cência. "Aquilo que se deseja, nisso se crê", diz o orador ateniense. Vós tendes
ainda outras imagens semelhantes: pequenos deuses Pãs, jovens nuas, sátiros
embriagados, falos em ereção, que vossas pinturas exibem abertamente, mesmo
condenados pela intemperança.
2. Hoje, não vos envergonhais de contemplar, com a população inteira, as
pinturas que representam as posturas mais indecorosas; ainda bem que as guar-
dais como ex-voto, como naturalmente o fazeis com as imagens de vossos deuses;
consagrais, portanto, em vossas casas, estelas impudicas, representando tanto as
posturas de Filênis, quanto os trabalhos de Héracles.
3. Nós denunciamos vossa indulgência a todas essas coisas indecentes, conde-
nando não apenas a prática, mas também o ato de vê-las e ouvi-las. Vossos ouvidos
se prostituíram, vossos olhos cometeram adultério, e o mais estranho ainda: vosso
olhar cometeu adultério antes mesmo dos amplexos libidinosos.

llXOIHAÇÃO AOS Gl\i!GOS

11 rs 1
4. f~ma~µFvo1 tov Úvl~pcorrov K<Ú to ~'.vl}rnv rnü rrÀ<x0µcnoc; f./..f:nn
12
" I t: I ~ ...., t; ~ f \ f \
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ftÔ<oÀolÇ Ç11À.ouvn:ç uunúv tllV uxprmÍuv. ctTtlCHflff o[ H!) 1~c:cr mll<ppocrÚvqv µ~
~ipovtrç· KCÚ tÓ'. µ[v KpFÍttw prµ 1mí1.:rltt:, nY. õl: T)ttcl) rrn~uíi.:o:tr, àpn~ç µE:v
ltEo.mí. Krt.KÍnç ót· àyt1lvuncú yryrvrwévot.

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n:rpnrri'1b(I)\'. 81mí8wv. rrrr1vlüv J'llpfuv rr qJÓvo1mv.

2. KC1t yàp õ~ Kn1 àrrrnópEutm ~µ'iv àvmpavõov àrrcnf1Àov ÊpyáÇrnôm


n'.xvnv. «OU yàp rro1~crE1ç.» cpncrl.v ó rrpocpnn1ç;. «rtavroç óµoiwµa, ocra f:v te!>
OUpavcp UV(J) Kal 0(jf1. f\' tfl yfl KcXtW.>>
3. "'H rroú { av Etl tll\' OpuÇttÉÀouç Linµntpa Ka.l Kópnv Kal tOV ''Iaqov tOV
µoonKov ltrnuç ÚrroÀ.á~otµEv ~ tàç /\. ucrin:rtou tÉxva.ç ~ tàç XElpaç tà.ç An:EÀÀ.1Káç.
ai õ~ rii; ltrn&Çia.; to crx~µa. tfl ÜÀ.n 7tEpl tEltEtK()'.(jtV; AÀÀ' Úµóç µEv 07t(J)Ç n:otE ó
àvopià.; Otl µáÀt<J'{(..( wpmÓtato; tEKta.ÍVT]tal. rrpocrKa.pn:pÓtf. orrwç ÕE aÜtül µ~
0µ0101 Ôl' àvmcn}11criav to\ç; àvõp1âmv ànotEÀEcr~tE. ou <ppovttÇEtE"
4. návu youv i:µ<pavfuc; Kat m1vtÓµrnç ó rrpo<pT]tlKOÇ EÀÉYXEI t~v cruv~lteiav
ÀÓyoç Õtt «n:ávtEÇ oi 1~rnl. tfuv Êôvfov Õmµoviwv Eicrl.v ElõwAa: ó fü: ltEoç wuç
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- CAPITULO IV -

4. Ó vós que cometeis violência para com o homem, arrancando-lhe bru~


talmente a inspiração divina, vós não credes em nada para estareis vivamente
apaixonados: vós credes em vossos ídolos, ciumentos que sois da libertinagem
deles, mas não credes em Deus, porque não suportais a temperança; vós odiastes
o melhor e venerastes o pior, tornando-vos não espectadores da virtude, mas
atores do vício.

1. Segundo a Sibila, apenas são, por assim dizer, realmente "felizes" aqueles

que, ao olhar, desviar-se-ão de todos esses templos e al-


tares, vulgares construções de pedra bruta, de xoanas
de pedra e de estátuas feitas por mãos humanas, man-
chadas de sangue vivo e de sacrifícios de quadrúpedes,
bípedes, de assassinatos de animais alados. 67

2. Com efeito, é-nos claramente proibido produzir uma arte leviana. "Não
farás imagens" - diz o profeta - "de tudo quanto existe no alto dos céus, nem de
tudo quanto existe cá embaixo, sobre a terra" .68
3. Acaso conceberíamos como deuses a Deméter de Praxíteles, sua Core e seu
místico Íaco, assim como as obras de Lisipo e aquelas de Apeles, cuja estrutura de
madeira é revestida de aparência da glória divina? Vós insistis em fazer a estátua
tão bela quanto possível, mas não insistis - por insensibilidade - em vos tornardes,
vós próprios, semelhantes às vossas estátuas, disso não vos ocupais!
4. Em todo caso, a palavra do profeta, numa linguagem clara e concisa, cen-
sura essa atitude, quando diz: "Todos os deuses das nações são ídolos de demô-
nios; mas Deus fez os céus" 69 e as coisas que nele estão.

1. Alguns chegam a cometer o erro - eu não sei como - de adorar não a


Deus, mas a obra divina: o sol, a lua e todo o coro dos astros; de maneira ir-
racional, eles os consideram como sendo deuses, esses instrumentos do tempo.

BXOllTAÇÃO AOS GlllCOS

1 I 17 f
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Epyov f(Hl\'' !Wl olipo.vi.l.; 1".Cl.l i)tdo.; l\'U.l rryyr/w1 K{J.l ixv1~p(l)JW\ '·l'.pya rfov
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àvl}pc;mtva TCc Epya Tf/. fV oupav(;). àÀÀà youv àvl>pc;motc; õrôrwwúpyrirm .
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tmÇ11n1cráno. Móv11 ãpa. (;)..; fotnv. Kata<puy~ rcp µÉÀÀovn f:rrl. rà.ç cromwiouç
à<ptKvf'icrl}m MJpo:; \moÀ.Etrrttm croq>Ía l}El:iCTi· EVTful}Ev éócrm:p ES ÍEpou nvoç
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TIPfJTPE.rl flJ.Ot fl,CJI EA.'\U~AI


- CAPfTULO IV -

"Por seu Logos, foram eles solidamente estabelecidos, e, pelo sopro de sua boca,
fez-se toda a força deles." 7º
2. A arte, por seu turno, produz casas, navios, cidades, retratos; mas, quanto
a Deus, como poderíamos dizer tudo quanto Ele fez? Olhai o universo inteiro,
é obra sua: o céu, o sol, os anjos, os homens são "obras de seus dedos". 71 Quão
grande é o poder de Deus!
3. Apenas por sua vontade Ele criou o mundo, pois só Deus o criou, uma vez
que só Ele é realmente Deus; por sua simples vontade, Ele cria e apenas por meio
dela, fez surgir tudo quanto existe.
4. Nisso o coro dos filósofos desafina, reconhecendo que verdadeiramente
o homem foi feito para a contemplação do céu, mas adoram eles os fenômenos
celestes e o que seus olhos apreendem. Se, de fato, as obras que estão no céu não
são obras humanas, foram, no mínimo, criadas por homens.
5. Que algum dentre vós não adore o sol, mas que direcione seus desejos
ao criador do sol; que ele não divinize o universo, mas que procure o criador do
mundo! Existe, pois, como se pode ver, apenas um refúgio para aquele que deseja
chegar às portas da salvação: é a sabedoria divina; lá, como num asilo sagrado, o
homem não mais será tentado por nenhum dos demônios e rapidamente andará
rumo à salvação.

l!XOllTAÇÃO AOS CllBCOS

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Ücrn:pov ó ÀrroÀÀrnv1át11.; KCHllKOÀoÚô11crEV. napµEvíõ11::; OE ó 'EÀEát11ç ÔEOUÇ
Etcn1y~cro:t0rrup1ml. yilv. ôátrpov ÔE Cf.lHOlV ~tÓvov, !O rrup, ÔEO\' lmElÀlÍ<pmov
·'lrrrracró.; !E ó Mno:rrovúvoç Kat ó 'EcpÉcrw; 'HpáKÀEHoç· 'Eµm:ÔoKÀfjç yàp
ó AKpo.ynn'ivoç EtÇ n:Àfiôoç Ê~rnrnüw rrpoç to'lç !ÉHapm cri:mxcio1ç toÚtotÇ
VEtKOÇ KCÚ <ptÀ.Íav KamptÔµEÍ:!CJ.l.
3. ·.~ÔEO\ µev õ~ Kal OlHOl. cro<pÍ<t HVl àcrÓ<pq) !~V ÜÀ11v rrpocrKUV~O"CXV'tEÇ
Kat Aitfotiç µ€v i1 ÇúAo. ou nµ~cranEç, ftlv 8€ -r11v w{nwv µ11tÉpa fKÔEtácravtEÇ
KCXl nocrnõfova µ€v OUK (1.varrAáHovn:ç, üõwp 8€ O'.UtO rrpocr-rprnÓµEVOt.
4. Ti yáp E:cni 7tü!E €n:pov nocrElÔÔ>v ~ ÚypCÍ. HÇ oucría EK tf\ç rrócmoç
ovoµa:to7tOlO'lJµÉvri; Ü><J7tEp àµÉÀ.El ó rroÀ.ɵtoç Ap11::; àrro tf\ç ãpcrEWÇ K<ll
àvo.1 pÉcrHOÇ KEKÂ.TJµÉvoç.
5. .-Ht Kat ÕoKo\icrÍ µ01 rroÀ.À.ot µCÍÀ.t<J!a !O Ç\<poç µÓvov rrnÇc(vn:ç
E:ntôúnv cOç 'ÃpEt· fon õ€ ltc'lJ1%)v -ro wwliwv, Kc1.ôánEp EÜ8oÇ,oç EV Ôfll!EP<t
ífiç 7tf plÓÔOu IJ:yet. ltcuôfov fü: oi. lcrnpoµá.tm, wç <p11mv ·r Kf<Jtoç f.v -rép DEpl
µucrrrtpÍrov, à1nvÓ.Kl)v o€(3oumv.

! 1J.0 l
CAPÍTUL O V

~ As ideias sobre deus segundo a filosofia grega ~

1. Percorramos, pois, se queres, também as opiniões que os filósofos se van-


gloriam de ter a respeito dos deuses; e, de alguma maneira, descobriremos que a
própria filosofia teve a presunção de criar ídolos de matéria, divinizou também
fenômenos celestes, o que nos sugere que ela teve imagens oníricas da verdade.
2. Assim, de acordo com as teorias preliminares que alguns nos deixaram,
os elementos seriam os próprios princípios do universo: Tales de Mileto celebrou
a água, Anaxímenes, também milésio, celebrou o ar; este último foi seguido por
Diógenes de Apolônia. Parmênides de Eleia propôs, como deuses, o fogo e a terra;
mas um só dentre esses elementos, o fogo, foi admitido como deus, por Hípaso do
Metaponto e Heráclito de Éfeso; Empédocles de Agrigento, chegando ao sistema
da pluralidade, enumera, com esses quatro elementos, a discórdia e a amizade.
3. Esses são ainda ateus, pois, por meio de uma sabedoria louca, foram ado-
radores da matéria e da pedra; se eles não honraram pedra e pedaços de madeira,
ao menos divinizaram a terra, mãe de todas essas coisas; e se não plasmaram Po-
seidão, ao menos foram suplicantes da própria água.
4. O que é, de fato, Poseidão senão uma substância úmida cujo nome se origi-
na da ação de beber (pósis)? Do mesmo modo o beligerante Ares é assim chamado
pelo fato de destruir e aniquilar (ársis e anaíresis).
5. Parece-me, por isso, que muitos, apenas ao fixarem a espada na terra, ofe-
recem sacrifícios como se fosse a Ares; isto é próprio dos citas, segundo diz Eudó-
xio, no seu segundo livro Giro da Terra. Os sauromatas da Cítia, como diz lquésio,
no seu livro Sobre os Mistérios, veneram um alfanje.

l!.XOllTAÇÃO AOS GRllGOS

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2. OUK àrrt:KfH>IVÚP l)\' oúõi: r1'1v toÚnov ÍÍ.:yvo1 a.v. Ei yàp l(CJ.t -rà µCÍ.Àtcna
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Ka\ BÓ:.Ktpo1ç Kat ~ctµu.crK0 Kat Iápõrntv ÚrrÉÕttÇE crÉ~nv.
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! 1 LL f
- CAPITULO V -

6. O mesmo acontece com os seguidores de Heráclito, que veneram fervorosamen-


te o fogo como princípio criador; este mesmo fogo é chamado, por outros, de Hefesto.

l. Os magos da Pérsia veneravam o fogo, assim como muitos habitantes da


Ásia; os macedônios também, como narra Diógenes, no primeiro livro de suas
Pérsicas. O que ainda me falta enumerar? Que os sauromatas, segundo narra Nin-
fodoro, em seus Costumes Bárbaros, veneram o fogo, ou os persas, os medas e seus
magos ... ? Dino narra que estes sacrificam a céu aberto, por considerarem apenas
como imagens dos deuses o fogo e a água.
2. Não quero ocultar a ignorância deles. Se eles acreditam, pois, afastarem-se
do erro, deixam-se cair em outra ilusão; não admitem, como os gregos, estátuas
dos deuses talhadas na madeira nem na pedra, tampouco íbis e icneumos (mangos-
tas), como os egípcios, mas o fogo e a água, como os filósofos.
3. Por isso, muitos ciclos de anos mais tarde, Beroso, no terceiro livro de suas
Caldaicas, representa o fogo e a água sendo venerados como estátuas de figuras
humanas; depois disso, Artaxerxes, filho de Dario Oco, introduziu tal costume,
sendo ele o primeiro a erigir uma estátua de Afrodite Anáitis, na Babilônia, em
Susa, em Ecbátana, induzindo os persas, os bactrianos, os damascenos e os habi-
tantes de Sardes a venerar essa deusa.
4. Que os filósofos reconheçam, pois, seus mestres nos persas, nos sauroma.
tas ou nos magos, junto aos quais aprenderam a doutrina ateia desses princípios
que eles veneram; eles ignoram o poder do criador de todas as coisas e do autor
desses mesmos princípios, o Deus eterno; eles direcionam suas preces a esses po-
bres e fracos elementos, como diz o Apóstolo, que foram criados para o serviço
dos homens.

[66]

1. Entre os outros filósofos que, tendo ido além dos elementos, pesquisaram
algo mais elevado e mais importante, alguns celebram o infinito, como Anaximan-
dro (que era de Mileto), Anaxágoras de Clazômena e o ateniense Arquelau. F..st'es
dois últimos puseram a inteligência acima do infinito; por outro lado, o milésio

EXORTAÇÃO AOS GRBGOS

1n31
àm'.tpiq., ó õr M1Àll<J10Ç ArÚKmrroç "ªl li Xí:oç M1yrpÓÕ(J)poç ô1náç. Üx; FolKEV,
K((t c1.\m~) <~pxàç àrrFÀtrrÉtqv tà rrÀfiprç t-:ul tl) Hvc'iv·
Õr
2. 7t~)()<if l~ll "f Ànr)(;)\' TOlJTOI V rnt V Õt>Fl V tà fl0(1)ÀU. CJ À ~8ripít11ç
~lHIÓ""P' toç. 'ü ycxp rn1 Kporniv1<).rqç AÀt-:~tu.Íwv 1~rn\1ç <~)rro 10-liç àcr-r:fpaç dvm
f.~tw\ixouç (),·nxç. Oú O"H1ml1cro~w.t rfiv wi'.nwv àvm<T;cuvriuv· :::rvoKpÓ.t11ç
(Ku).x11õóvw.; oiirnç) rrrrrt pf·v t~rot>ç ro1)ç rrÀav~mç. Üyõoov OE 1ov roi:Ó:vt(l)V
tffiv Ô:7!À{X\'l0\' CTUV(CTT(Ôfü Klmpov <Xl\ll T1FTO'. l.
3. Oliôf: µi1v tot>Ç àrrà tfiç Iro&.; rro:prÀrÚcroµm 01à rrúm1ç ÜÀ.qç KCXt 81à
tf\ç àn~LOHxn1ç 10 ÔE'iov õ11íKrtv ÀÉyovto:ç. o'1 K<xtmcrxúv01.imv àn'.xvcüç t~v
qnÀocru<pt(1.v.
4. Oliõh· OE oiwn xaÀrnov fVmu1'a yi::vÓ~lEVOÇ KlXl tfov EK tOU ni::prnátou
o
µv11cr1'fivm · i<at YE tfiç o:ÍpÉm:rnç rrat1Íp. tfov oÀwv ou voficraç tÜv rrmÉpa,
to,· KaÀoÚµrvov "Ürrarnv" \JIUXnv dvm rou rravtoç ol't:rnt · routfott tou
KÓcrµou tnv \JIUX~" \}t:ov úrroÀctµ~ávwv cxt'.noç aútép rrEpmt:Ípttm. 'O yÓ:p tot
µfxpl tfiç CTfÀ~VllÇ autfjç ÔlopÍÇwv t~V rrpÓvomv, f7tflta tOV KÓcrµov l}eov
~yoÚ~tfvoç rrEpnpÉm:tm. tov cx~Lotpov to-D l}rnu l}Eov 8oyµa1íÇcov.
5. 'O õ[ 'EpÉcrtoç EKÓvoç 8i::Ó<j>p<rntoç Ó Àpt<HotÉÀouç yvcúp1µoç n:ft µf:v
oupuvóv' 7tft õ[ 1tVEDµa TOV ÔEOV urrovot:Í. 'EmKoÚpou µ[v yàp µÓvou KCt.l
ÉKC;)\' EKÀ~<Joµm, oç ouõh µÉÀElV ol'ttm tép \}i::ép, õià n:ávtrov àcrE~fuv. TÍ
yàp 'HpaKÀfÍÕ11ç ó novttKÓç: ''Em}' 01t1l OUK E1l:l tà ~T]µoKpltO'\J KCX.t autoç
Kffmcrúpnm i::i'ÕwÀa. ·

flPOTP!OTlkOI ílPOI EA.\HN.\t

1 '~4 1
- CAPITULO V -

Leucipo e Metródoro de Quios deixaram, ao que parece, a teoria de um duplo


princípio - o pleno e o vazio.
2. Demócrito de Abdera acatou as ideias destes últimos e acrescentou as ima-
gens (ídolos). Alcmeão de Crotona, com efeito, acreditava que os astros eram deu-
ses, por serem dotados de movimento. Não silenciarei a respeito da impudência
deles: Xenócrates (o de Calcedônia) dá a entender que os sete planetas são deuses
e que o mundo, constituído de todas as coisas fixas, é o oitavo.
3. Também não deixarei de lado aqueles do Pórtico, que dizem que o divino
se estende por toda matéria, mesmo a mais desprezível; eles simplesmente deson-
ram a filosofia.
4. Eu creio que, tendo chegado até aqui, não é difícil lembrar aqueles do
Perípato; o pai da seita mesmo, não tendo concebido o pai do universo, acredi-
tava que aquele a quem chamava de "supremo" é a alma do universo; ora, con-
cebendo como deus a alma do mundo, ele se contradiz. Pois aquele que estende
a providência até à própria lua e, em seguida, acredita ser o mundo deus, põe
por terra a sua própria teoria, sustentando a opinião de que aquilo que não faz
parte de deus é deus.
5. Aquele tal Teofrasto de Ereso, célebre discípulo de Aristóteles, supõe ser
deus tanto o céu quanto o ar. Epicuro é o único que, adrede, deixarei no esqueci-
mento; ele crê que nada interessa a Deus; ele é completamente impiedoso. E Herá-
clito do Ponto? Ele não arrasta para si as imagens de Demócrito?

l!XORTAÇÃO AOS GUGO!i

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K E <I> A A A I O N Z

[67J

1. Kc'-1. rroÀli.; ~lül rmppEÍ TOlOUTOÇ oxÀoç. o'tovi:l. ~topµc;) nvo: Ómµovioov
rro:pncráyrnv ÇÉV(I)\' cf.rnrrov crKw.ypmpÍav. µtn'toÀoycov ÜltÀcp ypo:ú:qr rroÀÀou yE
ÔEt àvõ~)émn· ErtHf)fJtEl\' àKpoâ.crôm TOtoDtúJ\' ÀÓycov, oiç µrifü: rnuç mxíóo:ç wuç
ÉmHÔ>v. 'tütrto 81, tcl Àt:yÓµi:vuv. KÀo:ult~rnp1Ço~1Évouç ÊÚÍÇoµEv rro:p11yopócr~m
µul}\Çovi:cç. c)pprnôouvn:ç cruvm•atpÉcpEt v o:trtoi; à1'}Eón1to: tl,v rrpoç twv ÓoKJÍcm
crocpfovón w{rroJv KfHff'r{EÀÀoµÉvriv, µ 118Év n v11rrirnv µâÀÀov tàÀriltrç Eióótrov.
2. Ti yáp. <·,) n:~)o.:; t~ç àÀ11ôi:Íaç. touç crot rtEmcrtEUKÓtaç ÔEtKvÚnç púcm
Kal. cpopêf õivmç tf citéonot.; Ürto~E~ÀllµÉvouç; Ti ÕÉ µ01 ÚÕCÓÀ.rnv àvcrnÍ~mÀT]ç
n n
tOV ~lü\'. Úvɵouç tE ~ cXÉpa. ~ n:up yljv ÀÍ l}ouç ll ÇiJf..o: crtÔllPOV. KÓcrµov n
tÓvÓE l'twuç cx\·cmÀánoucro:. 1'}rnuç 8f: 1ml. wuç Ô:crtÉpo:ç wuç rrÀo:viímç.
totç Õvtú)Ç nrnÀav11µÉv01ç tcôv à.vôpómrnv Õtà tTiç rroÀultpuÂ.~tü'll wÚtT]Ç
àcrtpoÀoyÍaç, OlJK àcrtpovoµ Ío:ç. µf'tEú)poÀoyoíJcra "ª
1 àõoÀEcrxoucra; Tov
KÚp1ov tÔ>V 1tVEUµCÍ.tú)V rro\'}fu. tOV KÚplOV toíJ n:upóç, tOV KÓcrµov õriµwupyóv,
tOV ~ÀÍOu qlú)t0:)'(J)yóv· ÔEOV rmÇritw, ou tà Epya tOU ltwu.

r68 I
1. Tiva ô~ ÀÚ~<I) mtpà crou cruvrpy(w tT\ç Çrit~aE(J)Ç; ou yàp navtá.1wcr1v
àm:yvóncaµrv (Jf.. Ei ~o-liÀn, tOV nl.át(J)VCX. nn õn
oi'>v E:Çt:;(VE'\JtÉov tOV fü:óv.
éiJ CTÃ.átow; «Tov ·1úp rtatÉpa Kal 7totT)t~v touÔE toú rtavtoç E:ÚpEtV tE €pyov
KCY.t E'ÍlpÓvw. ElÇ Ünavtrt.Ç f-Çn7tÓV cxÔÚvatov.» ~l<X tt ôilw., ro rtpoç aÜtou:
« 'plltfov yft.p o\,Õaµfoç ecrtÍ V.»

flPOTP[flTll.01 uror ll'\AH!'itAI.

1 1 ih 1
CAPÍTULO V l

~ Alguns fi.lósofos sentiram-se inspirados pela verdade ~

1. Uma grande turba me vem à mente, como espectros, apresentando-se como hós-
pedes divinos, de silhueta insólita, narrando seus mitos com a fantasia de mulher velha;
é preciso, pois, recomendar muito aos homens que escutem tais discursos, com os quais,
nem às nossas crianças, quando estão a chorar, temos por hábito acalmá-las. Como se
diz, temos medo de fazer crescer, juntamente com as crianças, a impiedade declarada
por esses pretensos sábios, que nada mais sabem sobre o verdadeiro do que um bebê.
2. Por que, em nome da verdade, mostrais, tragados pela onda que se desfaz
em turbilhões desordenados, aqueles que acreditam na vossa filosofia? Por que en-
cher a minha vida de imagens vãs que representam, como deuses, os ventos e o ar,
o fogo e a terra, as pedras, a madeira ou o ferro, o mundo cá embaixo e também os
astros errantes? Realmente, aos homens que caíram no erro, por meio dessa fami-
gerada astrologia - não digo ser astronomia -, ela fala dos fenômenos celestes e os
ludibria. Eu aspiro ao mestre dos ventos, ao mestre do fogo, ao criador do mundo,
ao iluminador do sol, não às obras de Deus.

[68]

1. Quereis que eu apresente, de vossa parte, um colaborador para essa inves-


tigação? Não perdemos, pois, completamente a esperança em vós. Platão, se tu o
queres. - Como, pois, ó Platão, Deus foi descoberto? - "É um grande feito desco-
brir o pai e o criador deste mundo e, uma vez tendo-o achado, é impossível expli-
cá-lo a todos." - Qual a razão do nome d'Ele? - "Ele é absolutamente inefável."

1!.XORTAÇÃO AO~ GREGOS

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KÜKE'ivo al'nov émávrwv KaÀÔ>v.»

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1 1 .t8 l
- CAPITULO VI -

2. É bom, pois, que Platão profira a verdade; mas não te desanimes: lança-
-te comigo em busca do bem, pois a todos os homens em geral, principalmente
àqueles que passam seu tempo dedicando-se aos estudos, foram concedidos al-
guns eflúvios divinos.
3. Graças a isso, mesmo a contragosto, eles reconhecem que Deus é uno,
imperecível e eterno, que Ele está no alto, em torno da abóbada celeste, em seu
observatório próprio e particular.

Que ideia é preciso fazer a respeito de Deus? É aquele que vê


tudo, sem que ele próprio seja visto,

diz Eurípides. 72
4. Parece-me que Menandro, de fato, errou quando disse aqui:

Sol, é a ti que se deve adorar como o primeiro dentre os deuses, é


por meio de ti que se veem os outros deuses. 73

Pois o sol não mostraria jamais quem é o verdadeiro Deus, mas sim o Lo-
gos salutar que é o sol da alma, e que só ele, saindo das profundezas da mente,
ilumina o olhar; 74
5. daí Demócrito dizer, não sem razão, que "alguns, dentre os homens sen-
satos, elevam suas mãos e chamam de Zeus tudo o que agora, nós, os gregos,.
chamamos de ar; este sabe tudo, dá e separa tudo, ele é o rei de tudo" .75 Por
este mesmo motivo, Platão, também pensando em Deus, fala enigmaticamente:
"Todas as coisas existem em torno do rei do universo, e isso é a causa de tudo
o que é belo". 76

1. Quem é, então, o rei do universo? - Deus, que é a medida da verdade de to-


dos os seres. Assim como as coisas mensuráveis são concebidas pela medida, de igual
modo também a verdade é medida e concebida pela faculdade de pensar a Deus .
. 2. Moisés, verdadeiramente consagrado "Àquele que é", disse: "Em tua sacola
não terás um peso e outro peso, um grande e um pequeno; tampouco terás em tua casa

EXORTAÇÃO li.OS GRIGOS

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3. -cà µrv ycY..p f(õtKa i.:al avwa rtb(l)Àct otKot i~v n!) ~mpcrín:n:q> rn.1. Ev tfi
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- CAPITULO VI -

uma medida grande e uma medida pequena; terás, portanto, um peso verdadeiro e jus-
77
to para ti"; ele apenas concebia Deus como o peso, a medida e o número do universo,
3. pois as imagens da injustiça e da iniquidade foram representadas pela casa, pelo
saco e, por assim dizer, pelas imundícies da alma; mas a única medida justa, o único e
verdadeiro Deus, que é sempre igual a Ele mesmo, mede e pesa tudo, uma vez que detém
e mantém firmemente, por sua justiça, como numa balança, a natureza do universo.
4. "Deus, segundo um antigo relato, que contém o começo, o fim e o meio de
todas as coisas, vai direto ao seu objetivo, fazendo as coisas acontecerem segundo
sua natureza; a justiça, vingadora daqueles que abandonaram a lei divina, é sem-
pre acompanhada por Deus." 78

1. Donde vem, Platão, essa alusão à verdade? Donde te vêm subsídios para
essa abundância de discursos em que vaticinas sobre religião? - Das raças mais
sábias dentre os bárbaros - diz ele. Eu conheço, pois, teus mestres, embora dese-
jasses ocultá-los: a geometria aprendeste ao pé dos egípcios, a astronomia junto
aos babilônios, dos trácios recebeste os sábios cânticos encantatórios, os assírios
também te ensinaram muitas coisas, mas para as Leis, ao menos aquelas que são
verdades também para a glória de Deus, os próprios hebreus [te] ajudaram,

2. aqueles que, nem por vãs ilusões, honraram as obras dos ho-
mens; que sejam elas de ouro, bronze, prata ou marfim, nem den·
tre aquelas de madeira ou pedra, imagens de efêmeros mortais,
como fazem os homens, na frivolidade de seu querer; mas que, ao
contrário, elevam ao céu as mãos puras, tendo, desde a manhã,
deixado o leito e sempre purificando na água o seu corpo; eles
veneram apenas o deus imortal que sempre os protege de tudo."'

1. Não te detenhas, ó Filosofia, apenas nesse único Platão, mas apressa-te em me


apresentar muitos outros que, em realidade, proclamam, em alta voz, o único Deus,
sob inspiração divina, quando, de alguma maneira, eles se apoderaram da verdade.

BXOllTAÇÃO AOS GlllGOS


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c0cpÉÀiµov. Euáprni:ov, à.o~uÀ.Éç. ~iÃ.ov.
Cvtlµov, ÓµoÀ.o"yoÚµrvov [* * * * * * *]
EVK'À.t:Éç. ãtu<pov, intµEÀ.Éç. npâov. o<p<>Õpóv,
XPOVtÇÓµEVOV, ܵEj.l1ttOV, Õ.Et ÓtuµÉvov.
ÀvEÂ.EÚÔEpoç itâÇ 001:1Ç riç ÕÓÇc.tV j3À.iltE:t,
<Í>ç õT, nap' fKEÍV'lÇ teuÇÓµEVOÇ •mÀoú t\VOÇ.

OPOTPUlrfKOt llPfJl EAAHNAI

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- CAPITULO VI -

2. Antístenes não pensou como um cínico, mas sim como um célebre discí-
pulo de Sócrates, quando disse que "Deus não parece com nada, e que ninguém o
pode conhecer a partir de uma imagem" .80
3. Xenofonte de Atenas, por sua vez, teria escrito, em termos precisos, a res-
peito da verdade, testemunhando-a como Sócrates, se ele não tivesse tido medo do
veneno de Sócrates; mas ele não fez nenhuma alusão a isso. Ele disse: "Aquele que
abala e acalma todas as coisas, que se manifesta como um ser grande e poderoso,
quem é ele em sua forma? - invisível; o sol, que parece ser todo brilhante, não parece
permitir também que o vejam, mas se alguém o contemplar, ele o priva da visão" .81
4. De que fonte advém a sabedoria do filho de Grilo? É evidente que da parte
da profetisa dos hebreus, quando ela emite este oráculo:

Que criatura carnal pode ver, com seus olhos, o Deus


supraceleste, verdadeiro e imortal, que habita o polo?
Os homens não são capazes de ficar diante dos raios
do sol, posto que nasceram mortais. 82

1. Cleante de Pédaso, filósofo estoico, expõe não uma teogonia poética, mas sim
uma verdadeira teologia. Ele não ocultou o conhecimento que tinha a respeito de Deus:

2. Tu me perguntas o que é o bem? Es-


cuta, pois: Ele é ordenado, justo, santo,
piedoso, senhor de si mesmo, útil, belo,
decente, austero, franco, sempre utilitá-
rio, intimorato, alegre, vantajoso, indolor,
misericordioso, prazeroso, seguro, amigo,
honorável, reconhecido r· ••••• •J, 83

glorioso, modesto, atencioso, dócil, forte,


longevo, irreprovável, sempre persistente.
Não é de todo livre aquele que olha em
direção à opinião, como se dela quisesst:
obter algum bem.'4

&XORTAÇÃO AOS GllGOS

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cpwan'w Kat rrÓ:nwv mzníp. \'ou.; KO'.t \ffÚX<•>01ç rq> ÜÀ.~) KÚK/\.cp. rrávrnv
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5. ÀTCÓXPll Kal ràfü Et.; ÊrcÍ Y\'CúO"l \' l~fOD fITlITVOlCf- ÔfOU rcpoç aUtWV µEV
ávayrypaµ~1Éva. rrpoç ô€ h~1fov ÊÇE1t1.EyµÉva r0 yE KCY.t 0~t1KpC)V Õwt~póv
áÃ.~~nav Õ1JVaµÉvq.J.

l rql
- CAPITULO VI -

3. Este trecho nos ensina claramente - penso - o que é Deus, e como o senso
comum e o hábito tornam escravos aqueles que os seguem sem procurar por Deus.
4. Também não dissimularei em torno dos seguidores de Pitágoras, que di-
zem: "Deus é único, ele não está, como alguns supõem, fora da organização do
universo, mas nela própria, todo inteiro, no ciclo inteiro, observando todo o por-
vir, misturando tudo nele, existindo eternamente, obreiro de suas próprias ativi-
dades e forças, iluminador de todos os corpos celestes e pai de tudo, inteligência e
animação do ciclo inteiro, movimento de todas as coisas" .85
5. Tudo isso que eles escreveram, também por inspiração divina - e que nós
explicamos -, é suficiente para levar ao conhecimento de Deus aqueles que, mesmo
com pouca capacidade, são capazes de considerar a verdade.

BXORTAÇÃO AOS GUGOI


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2. :~p<noç µev ouv 81à n:ávnov tnv õúvaµtv rnli l1rnú ÕtJÍKEtv voEI.
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;tr1Ípr. rtátcp. µÉya 1'rtliµa. µÉy' àv1'pómotcrt\' ovrwp.

3. Taútn 1:01 Ka\ ó À.crKpa'loç aivíttnm ºHcríoõoç tov fü:óv·

aÜtÜÇ yàp návmv ~a<nÀruç Kat 1coípavóç rcrttv"


àôaváto>v t~> ô' ounç i:p~ptcrtm KpÚtoç ÜÂ.Â.oç.

[74]

1. "Ho11 OE Kat E7tl tfiç 7tapayuµvoúm tnv àÀ:JÍ\}emv· µE:v Kal


O'ICTlVTJÇ o
€lÇtOV aiôÉpa Kat ElÇ tov oupavov à.va~À.É~aç «tÓvOe ~you ÔeÓV», <pJ'1crÍv.
Eupt7tiô11ç·
2. ó OE toú Io<pÍÀÂ.ou Io<p0KÀT\ç.

flPO'f Pl:rlTlk(Jl flP01 f AAHN"t

1 116 f
CAPÍTULO V 1 l

~ Os poetas também testemunharam a verdade ~

[73]

1. Que venha também a nós (já que a Filosofia só não é suficiente) a pró-
pria poesia que emprega todo o seu tempo em torno da ficção; ela virá, a duras
penas, testemunhar, ao menos uma vez, a verdade, ou mais ainda: confessar a
Deus a transgressão de seus mitos. Que compareça o primeiro poeta, qualquer
um que se queira.
2. Arato, por sua vez, pensa que o poder divino perpassa todas as coisas:

Para que todas as coisas se produzam constantemente, é a


ele que se louva sempre em primeiro e em último lugar: sal-
ve, pai, grande prodígio, grande socorro para os homens. 86

3. Eis como também Hesíodo de Ascra alude obscuramente a Deus:

Ele é rei e soberano de todas as coisas: dentre os imortais


nenhuma outra força pode rivalizar com ele. 87

1. Mas, já em cena aberta, também se nos desnuda a verdade; um deles, ao


elevar os olhos para o éter e para o céu, diz: "Considera isso como sendo Deus•:
Eurípides. 88
2. Outro é Sófocles, filho de Sófilos:

IXORTAÇÃO AOS GRBGOS


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\'f µovtrç. oÜtülÇ fVCTff3cÍV voµ Í Ço~tEI'.

Olirncr1 ~lfV ~811 Kat rrapo:KEK1v8uvrnµÉvw; irri. 1~ç <JKT)V~Ç 1hv àÃ.~Ôflav
wiç ÔfaHt.Í:; rrupflmíyuyEv.
3. b SE: (-)pqKlOÇ ÍEpoqiávn1ç; Kf.( l ITOl 'l Thç a~w. ó TOU Oiáypou Ópq>EVÇ, µuà
1l)v núv Õpyiow ÍEpo<pavTiav Kat uôv EiÕCÓÀ.wv 1hv 0coÀoyíav, rraÀ1vcpõiav
clÀlll~ElO:Ç ricráyn. TOV ÍEpov OVT(l)Ç O\j/É ITOtE. oµmç 8' o'Í'Jv ~8cov AÓyov·

4. cpÔÉyÇoµm oi.:; Mµt.:; fcrtÍ• 1%pa:; o· fnÍ1'lrnôE ~é~riÀot


rrÚnf.:; Óµfo.:;· ou 8· ctKO\Jf. cpmocpópou iiKyovE M ~v11.:;.
Mouanic. El;rpÉ[t) yÚp út..ril}fo. µ!]ÔÉ Of rà rrpl.v
E:v or~1'rnm IPUVf\'ta. cpÍÀ11.; CtÍÔwo; à,uÉp0n.
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EV ô' aut0i.; autOç 1tEptvÍcr<JEtat. o\..ÕÉ nç aurov
El<JOpÇl ÔVT]TWV. UUtC>Ç ÔÉ "(E 1tClVtaÇ Ópâ:rm.

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6. A.)..)Ji ouµ~ µÉÀÀ.ó>v, ~pote nounÂ.ÓµT]tt. ~púõuvr.
o).)J.1. JtaÀ͵xÃ.ayuoç otprljfaç ôrov ÍÀÚmcow.

rlPhTVF.ltTIKüI OPOl E -\AHNA1


- CAPITULO VII -

Único em verdade, único é Deus, que criou


o céu e a imensa terra, e as ondas brilhantes
do mar e a violência dos ventos; e muitos
mortais errantes de coração, edificamos aos
deuses, como consolação para os nossos
males, estátuas, ídolos de pedra, de bronze,
de ouro ou de marfim; nós lhes oferecemos
sacrifícios e vãos panegíricos, acreditando,
destarte, praticarmos atos de piedade. 89

Foi assim que o poeta, audaciosamente, apresentou, já em cena, a verdade


aos espectadores.
3. O hierofante e, ao mesmo tempo, poeta, Orfeu, o trácio, filho de Eagro, depois de
ter revelado os mistérios orgiásticos e proferido a teologia dos ídolos, entoou a palinódia
da verdade; embora tarde, cantou, no mesmo modo, a palavra verdadeiramente santa:

4. Eu anunciarei àqueles a quem é permitido ouvir; profa-


nos, fechai as portas diante de vós, todos igualmente; mas
tu, Museu, filho da lua brilhante, escuta, pois, vou revelar-te
a verdade; que nada do que se manifestou outrora, em teu
peito, te prive de uma vida longa e feliz. Olha em direção à
palavra divina e sê vigilante para com ela, conduzindo o in-
vólucro inteligente de teu coração; anda retamente pelo ca-
minho, observa em direção do único rei imortal do universo.

5. Em seguida, mais abaixo, ele acrescenta em termos precisos:

Ele é único, nascido dele próprio, desse único ser todo as


coisas surgiram; nelas ele circula; nenhum dentre os mortais
o vê, mas ele próprio tudo vê. 90

Orfeu chegou, portanto, a entender, com o tempo, que ele andou a errar:

6. Mas não hesites, mortal astucioso, nem demores


mais; mesmo errante, tenta apaziguar-te com Deus. 91

EXORTAÇÃO AOS GRllGOS

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7. Ei yàp Kat tc'x ~Ll1À10rcx rvcxúcrµarú


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"EÀÀt)Vrç l)ÀÍyo. ãnu rf)ç ÚÀq1)fÍuç r<púryÇav10, rrpocrprxpnlpoúm pev ti)v
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~O:ÕtÇElV ~taÇo~Lf\'OtÇ. tllJCHLlTCUÚVHt)\' Of CTE ElÇ CTü)!llPlCX.V 1':0'.l Ol m:pt TOUÇ
l}EOUÇ uµfov fÀty):'.Ot. OlJÇ Õtà rhv (}f1.,fJl)f\Q\' EKf~tnÇÓµEVOI KCLlpcpÔOUCTt 7t011lTCXÍ.
2. MÉvav8poç youv ó KwptKci-; €v 'Hv1óxcp lrv 'Yrro~oÀ1wxícpl rc{) õpó:µan

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4. nál..tv ÕE ó aÜtoç KwµcpÕt01tülOÇ EV 'IEpEÍq. ti{> õpáµan xaÀrnat\1(1)\1
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1. Kcxl. ouxl µÓvoç ó MÉvavôpoç, à'A.Ãà Kal 'bµnpoç l((lt Eup1ni8nç


JC<Xt ãl..À.01 crnxvoi 1totntcxl ÕtrÂ.ÉyxotHnv úµfov -rouç ~wuç Kal

OP<ITPtfJTIKOI 111'!1[ F...\.,H"'iA?:

1 1 4'> 1
- CAPITULO VII -

7. Se, de fato, os gregos entreviram, melhor que os outros, alguns sinais do


Logos divino e entenderam certos laivos da verdade, confirmaram, pois, com seu
testemunho, que a força da verdade não estava oculta, entretanto eles próprios se
acusam de fraqueza, por não terem chegado ao fim.

[75]

1. Agora eu creio que parece claro a todos que, fazer ou dizer alguma coisa sem o
Logos da verdade, é algo completamente semelhante a andar sem ter pés. Mesmo com
tantas provas, estais confundidos, em relação à salvação e a respeito de vossos deuses,
os quais são ridicularizados pelos poetas, em suas comédias, por meio da verdade.
2. Assim, Menandro, o comediógrafo, na peça O Cocheiro, escreve:

Não me agrada um deus - diz ele - que perambula


em companhia de uma velha, nem que entra numa
casa apoiado numa muleta, 92

tal qual os sacerdotes de Cibele.


3. Eis por que, com razão, Antístenes, quando eles lhe pediam esmola~ dizia:
"Não alimento a mãe dos deuses, que os deuses a alimentem!". 93
4. O mesmo comediógrafo, em sua peça A Sacerdotisa, mais uma vez se in-
digna com esse costume e tenta confundir a vaidade desse erro, declarando sabia-
mente que

se um homem, com seus címbalos, leva violenta-


mente Deus a fazer o que ele deseja, este homem ·
que faz isso é maior que Deus; mas essas coisas
são instrumentos de audácia e de violência, inven-
tados pelos homens. 94

1. Não apenas Menandro, mas também Homero, Eurípides e outros tantoS


poetas confundem vossos deuses e não temem em insultá-los o quanto podem.

l!XO&TAÇÃO AOS Cl!GOS


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Ôç µrnoµ!pÚÀou; EÕpw;

va.in ~potoÍCJt cnÓµa vɵwv crmpÉcrtma,

Õtú.érxrov,

4. KEÍvcp 7tEn~Óµrvoç r~v trKoucrav EKtavov.

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EKrtvoç ~µapt'. ouK eyw.
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5. totE ô' f.µµavíl dcráy(l)v 'HpaKÀ.Éa Ka1 µEÔÚov-ta à/.../...axóôt Ka\


Ü7tÀ.Tlcrtov· 1t<Ôç yàp OUXt; ''üç ÉcrttÓJµEVOÇ totÇ KpÉacrt

XÂ.ú>pà ouK' E1t~cri'.11rv


iiµO\Ja' ÚÂ.o.Ktfuv ÍOOtr lkzp~Úp<p µm'kiv.

6. "Hõrt fü: Ev "Irovi téi> õpáµa.n yuµvft til KE<paÀ.n EKKUKÀ.e'i téi> ôEátpcp
'tOOÇ ~eoúç·

llPOJPEflTlk01 fll'Ot f..\AHN~t

1 141. 1
- CAPITULO Vil -

Por exemplo, Atena é "mosca de cachorro" ,95 Hefesto é o "aleijado das duas per-.
nas" 96 e Helena diz a Afrodite:

Que tu não tornes a pôr os teus pés no Olimpo!97

2. Sobre Dioniso, Homero escreve abertamente:

[Licurgo],
certa vez, perseguia as amas de Dioniso Menômeno, 98 sobre o
sagrado Nisa; e todas, ao mesmo tempo, lançaram por terra suas
insígnias, constrangidas pelo assassino Licurgo. 99

3. Eurípides, como verdadeiramente digno da escola de Sócrates, olhando de


longe a verdade e desdenhando os espectadores, um dia confundiu Apolo,

que, tendo sua morada no umbigo da terra,


distribui seus oráculos aos mortais com palavras claríssimas,

contestando:

4. foi para obedecer a ele que matei minha mãe,


tomai-o por criminoso e matai-o; foi ele quem co-
meteu o erro, não eu, por ser ele muito ignorante do
bem e da justiça.

5. Em outro momento, ele nos apresenta Héracles furioso, inclusive bêbedo e


insaciável; 100 como denominá-lo de outra maneira? "Devorador de carne":

ele comia ainda figos verdes, lançando gritos


que discordavam até da educação dos bárbaros.'º'

6. Já na peça Íon, ele apresenta aos espectadores os deuses com a face des-
coberta:

BXOllTAÇÃO AOS ORl!GOS

1 IH 1
- K r q, 1 .1 , 1 " ·' li

itfoç Oll\' ÓÍKlllOV WlJÇ \'(.lpPllÇ \11tá; [3porolç


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Ei ô'. uú Yl~f) i'o:wi. nr ÀÚyrn ó!· XPIÍCTOf!UL
úi...-n-: [huíwv s,;l0ft' àvú1'Üllw1.; yúpuJ\',

a1J Kf(l ll110r1oillv Zr11.; ()'. i.'1.; ui1 1w\•ui:1 Kpuni.


\'f(lllJ.; tÍ\'O\'tl'Ç à61KÍUÇ Kf\'(0Cfftf.

OPOTPf.fJTfKOl nrot EAAH'iAt

11441
- CAPITULO VII -

Como é justo que vós, que haveis fixado aos mortais suas leis,
acusei-nos de injustiça? Se - é evidente que isso não acontecerá,
eu apenas teço uma hipótese - os homens um dia vos punirem
por vossas uniões amorosas, tu, Apolo, assim como Poseidão e
Zeus, o senhor do céu, para pagar vossas iniquidades, será preci-
so esvaziar os vossos templos. 1º2

IXORTAÇÃO AOS ORIGOI

l IH 1
K E <P A A A O N e

[77j

l. llpa TOÍvuv rcôv ãUcov iw'lv rn ráÇn rrpoõu1vucrµÉvwv E1tl nxç rrpO<pllttKàç
tÉVat ypa<páç· KTl.l yexp Ol XPll<JµOt TCxÇ ElÇ tnv \}rncrÉ~ElaV ~µtV cX<popµcXÇ
Evapy~·cr-cam 7tpütElVOVtEÇ l}qLEÀtoÜO't TI,v cXÂ.~0EtaV" ypacpat Ôf aÍ. lJELal Kal
rroÀtti:'lm m;xppovi:ç crúvwµot <JúlTT]pÍaç ó8oí· yuµval. 1(QµµwnKflç Kat -c~ç EKtOÇ
KCXM.t<pwvía.; Kat O't(J)µuÀiaç Kat KOÀaKEtaç urrápxoucrm àvtCHOOcrlV à:rxÓµEvov
Úrto KU.KÍaç tOV avt}p(J)rrO\', Úm:pclÔODO'at tOV OÀ.t<JlJOV 'tOV f3tcottKÓV, µté?: Kat tjl
autjl <pwvfl rrolli t}EparrEÚoucrm. àrrotpÉrroucrm µf:v ~µâç ~ç EmÇriµíou ànátT']Ç.
rrpotpÉrro\Jcrat 8€ (µ<pavú:>ç ciç npourrrov <J(J)'tT]piav.
2. AÜtÍKa youv ~ rrpo<p~nç Íiµ'lv c!crárw rrpÓHT] Ii~uÀÀa -co ~crµa ro
'
<JWTT]plOV'

outoç iõou ná.vt' E<Hl cra<p~;. unÀ.ávrrrnç únápxfl'


rÀÔf.l:f. µ~ CTKOtÍT)V ÔE ÔlC;lKl'tf Kat ÇÓ<pOV aifÍ.
'fü:ÀÍ01J yÀ.ul(l)Õf pKr ;. iõo\1. <páoç [Çoxa ÀÚµ1m.
fvfotf OE JCatôfµfVOl cro<pÍTJV rv crt~ÔfCTlV uµfov.
Eiç 1'eóç rcr-n (3poxá.ç, àvrµouç. cmcrµoú; t' f:nmɵnwv.
âcrtrpon:á.;. ).1µoú;. l.mµou; Kal ~ôw Àl1ypà.
l((ll Vl<pftOÚÇ. KpÚcrtuÀI..«· tÍ ôli Kll11' EV rÇayopEÚ<»;
OVpavoú irrótm, yaÍTJ; Kpatf"i. aliroç únúpxei.

3. ev\Jfox; mpÓÕpa 't~V µev cirrá.tllV àrreucÓ:Çü\JCJa fql <JKÓtet, tfiv OE: toU
1'eou yvfu<:nv TtÀÍ<p 1m1 q>(r)ft, Õ.µq>w fü: napafü:µÉvri tft crvyKpicrn tTiv rKÀorfiv

"'''''EllTIKO! nrot [AAJlflíAI.


CAPÍTUL O V I I I

~ Os profetas dos hebreus são os guardiões da verdade divina "@llJ

[77]

1. É hora, já que tratamos sucessivamente do restante do assunto, de irmos


aos textos proféticos: seus oráculos, que nos abrem os caminhos da piedade, são
os fundamentos da verdade; as escrituras, a um só tempo, divinas, sociais e pru-
dentes, são os caminhos da salvação; elas se apresentam despojadas de pretensões
de estilo, fora da eufonia, da eloquência e da lisonja, elas reerguem o homem sub-
jugado pelo vício, elas impedem a queda na vida mundana, por uma única e mes-
ma palavra; elas nos prestam muitos serviços, desviando-nos do engano funesto,
exortando-nos visivelmente à salvação certa:
2. Que nos cante, pois, agora, a Sibila, a primeira profetisa, o cântico
da salvação:

Vede este que, como um astro fixo, é completamente visível; vin-


de, não perseguis, sem cessar, as trevas e a obscuridade. Vede,
com doce olhar, a luz do sol, ela brilha plenamente. Conhecei-o,
depois de terdes posto a sabedoria em vosso peito. Ele é o deus
único, que envia as chuvas, os ventos, os terremotos, os relâmpa·
gos, a fome, as epidemias, os tristes funerais, a neve, o gelo: mas
por que enumerar todas estas coisas? Ele governa o céu, coman·
da a terra, existe por si próprio. 1º3

3. É absolutamente por inspiração divina que ela compara o erro às trevas, o


conhecimento de Deus ao sol e à luz; aproximando, metaforicamentc, esses dois

2XOltTAÇÃO A05 GRIGO$


11,.,. 1
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Õ\ÕlÍcrKfl · t() yà.p 'Vfl)Õoç oú 'l'tÀfl til 7tcxpm}Écrn HxÀqt~oúç ÔW<JKEÕÚvvuwt,


t!l fü: XPtÍ<Jft tilç cXÀl)l}rict.ç rKl3to.ÇÓµt:vov qnrya8rúnm.

1. 'lfpf~tÍaç Ôf Ó rrpu<Ç~TT)Ç Ó mÍvcro<poç. µnÀÀov fü· f\' '!rprµÍ~ to aywv


7tVEÚµn En:tÔEtKVUCTl tOV l~fÓ\'. «8EOÇ ÊyyÍÇ(I)\· ry<Ú c:ipt>>. <pJ1CTÍ. «Kat OÚXl fü:oç
rrÓpprnl~f\'. Ei 7t0lllCTfl tl ãvt~pCtmoç fV KpU<pCY.ÍOLÇ. KO'.l i:yc'u oÚK UljlO~lCXl autóv;
Oúxl rnuç oüpo.vu\)ç xal. T11v ynv [yc;) rrÀ11pfo: 1\Éyn KÚpwç.»
2. íláÀtv 81: au füà 'Hcm·iou «TÍç ~1np1ícrn», <pqcrÍ. «tov oupavàv crm\Jaµft
Kcxt rcâcrav ti)v yilv õpaKÍ:>} 'bpa. to pÉyn}oç tou l}rnu Kal. KatarcÀÚY111h.
Toutuv 7tpO<JK\)\llÍ<JrnµEv. Ê<p. oii qniow ó 7tpücplÍ tr)Ç «cYJtO n:pocrúmou crou opri
taK~crovtm. Ô)ç àn:à rrpocrwrrou n:upoç T~KEtm KllpÓç.» Dtroç, <r11crív, fo·t\v ó
th:óç. «OU t}póvo..; µÉv Ê<HlV ó oupavóç. Ún:ortÓOtoV OE~ Yll», «Ôç Êà.v àvoiÇn
tov oupavóv. tpÓµoç crf À~'VEtat.>>
3. BoDÀEl Kat 7têpl HÔV EtÔÓ)ÀCOV àKOucrm tÍ crncr1v 7tpü<j)~TT]Ç ouwç;
«napaônyµancrl}~crovtm Eµn:pocrltEv rnu ~ÀÍOu Kat !fcrtm tà. ôvrimµcúa
autfuv !)pó)µata TOlÇ 1tEtElVOlÇ TOU oupavou KO'.l tOlÇ ttripíotç TT\Ç yfjç. lCO.l
crarr~crnm Ún:o toú i1ÀÍou KO'.l TllÇ <JEÀ~vnç. ri aurnl. ~yán:ricrav KCXl oiç CXUtOl
€ôoÚÀn.>crm·. Ka 1 €~1rrp11crt}~crETm Ti n:ÓÀtç auTwv.
4. <«l>ôap~<JE<JÔm ÕE Kat Tà O"TOlXElCX KCl.l TOV KÓcrµov cruv KO'.l cxuto'iç
À.É:yf.1 · «Ti yil », qiricrl. «rta.À.mrnô~crEtm Ka1. ó ou pavàç napEÀEÚcrETat», «'to ôe
pnµa 1cupíou µÉvEt Eiç tov cxifuva.»

1. Tí fü: oTav JtÚÀtv Éautov ÕEtKVÚvm ó l}Eoç ~ouÀ.ril}fl õià MüJucrÉroç;


«"Jfü:tf. tÕnE on [ycó dµ11m1. ouK Ecrtt ltEoç ETEpoç n:À~v E:µou. 'Ey(o àJtoKtEv&
Kal Çfiv rrot~crcu· mnáÇro Kàyw iácroµm, Kat ouK ecrnv oç E:ÇEÀEl'tat EK rfuv
xnpmv µou.»
2. ÀÀÀà Kat ÉtÉpo'U E1tCXKOUO"at \}ÉÀ.nç. xpricrµcpõou; "Exnç tOV xopov
mxvta tOV rrpocpl)'tlKÓv, tOUÇ cruv\hacróncxç tou MwucrfoJç. Tí cpTJO"lV autolÇ to
7tvEuµa to éiywv Õtà ~2cr11É: OUK oKv~crú> À.Éynv «iõoú, ryoJ cnepE&v ~povtnv
x:a'i. KtÍÇrov Jtveuµa», ou
ai xE'ipeç t~v crtpanàv wu O.Upavoü E:l}eµf.À.Íwcrav.

11POTPUITIKOt UP01 fAJ\.HN"Al

1 148 1
- CAPITULO VIII -

termos, ela ensina como proceder na escolha; pois a mentira não se distingue da
verdade pela simples comparação, mas pelo emprego da verdade é que ela é expul-
sa e posta em fuga.

1. Jeremias, o profeta pleno de sabedoria, ou melhor, em Jeremias, o Espírito


Santo nos mostra Deus. "Eu sou o Deus próximo", diz ele, "e não o Deus distante.
Se um homem fizer qualquer coisa em segredo, eu não o verei? Eu não sacio o céu
e a terra? Diz o Senhor". 104
2. E o Espírito Santo ainda por meio de Isaías: "Quem medirá", diz ele, "o
céu, com seu palmo, e, com seu punho, toda a terra?" .105 Vede a grandeza de Deus
e sereis tomado pelo temor. Adoremos aquele de quem o profeta diz: "Em face de
ti as montanhas se dissolvem, como em face do fogo a cera se derrete". "Deus",
diz ele, "é aquele cujo trono é o céu e que tem, como escabelo, a terra; se ele abrir
o céu, serás tomado por tremores". 106
3. Quereis ouvir também o que diz esse profeta a respeito dos ídolos? "Eles
serão expostos ao opróbrio diante do sol, e seus cadáveres serão o pasto das aves
do céu e dos animais da terra e apodrecerão sob o sol e a lua; esses corpos inertes
que eles amaram e aos quais se escravizaram; e a cidade deles será incendiada." 167
4. Ele diz que também os elementos e o universo, junto com eles, perecerão:
"A terra", diz ele, "envelhecerá, e o céu passará", 108 "mas a palavra do Senhor
permanecerá pelos séculos afora". 109

[79]

1. E quando Deus quis, outra vez, se manifestar por meio de Moisés?


"Vede, vede que eu sou Deus e que não há outro além de mim. Sou eu o que
matará e o que fará viver; eu golpearei e curarei, e ninguém escapará às minhas
mãos."110
2. Mas queres ouvir outro oráculo? Tens todo o coro dos profetas, os com·
panheiros de tíaso de Moisés. O que diz a eles o Espírito Santo através de Oseias?
Não temerei em dizer: "Vede, sou eu quem dá forças ao trovão e que cria o vcn-
to",111 eu, cujas mãos estabeleceram o exército do céu. 112

IXOll.TAÇÃO AOS l'ORBGOS


1 149 1
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4. Ett~· Úrro~áç «Êyc;J». q>110ív. (•t) t'lróç, KCl.t OllK rcn1 rrÀ~v Eµou
õi...-moç. Ku\ m1HllP ODK rcnt n:ÚpfÇ rµol:l- i.:·m<npc'.Hp11tr rrpóç µE mi
crc1>l11ícrEcrt~f oi àrr· raxrnoD r~.; y~ç. 'Eycó Eip1 ó 1~r<'>ç KCY.t ouK f.cntv
aÀÀoç· K((t' f~IC(l)!OlJ OpVÚ(I).»
5. To!~ 8[ Ei8mÀoÀárpmç ÓDCTXEpaÍvfl Àfy(l)v «TÍv1 ÓJµo1wcratE KÚpwv; ~
1lVl ÓpüH;>~tatl Ú>po1Ó>O'C.t.Tf aútóv: Mh flKÓVcY. EitülllCífV tÉKtúJV, ~ xpucrnxóoç
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6. Mi1 ouv f.n Úµú; EiÕ(l)f,oÀárpm: À.À.À.à Kàv vuv cpu/1.áÇacrfü: i:àç
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1 r 50 1
- CAPITULO Vil! -

3. E agora, por intermédio de Isaías (eu quero vos lembrar também essas pa-
lavras): "Eu sou, eu sou", diz ele, "o Senhor que anuncia a justiça e fala a verdade;
reuni-vos e vinde; deliberai juntos, vós que, dentre as nações, estais salvos. Não
têm nenhum conhecimento aqueles que, dentre vós, se dirigem a uma escultura de \
madeira e adoram os deuses que não os salvarão". l
4. Logo depois, abaixo, ele diz: "Eu sou Deus e, além de mim, não há justo
nem salvador; volvei a mim e sereis salvos, vós que vindes dos confins da terra. Eu
sou Deus, e não há outro; eu juro sobre mim mesmo". 113
5. Indignado com os idólatras, ele diz: "Que coisa fizestes para retratar o Se-
nhor? Ou melhor, que aparência destes a Ele? Não é uma imagem que um artesão
fez? Um ourives não derreteu o ouro para dourá-la?". 114 E assim por diante.
6. Não sois, ainda, idólatras? Mas, agora, tomai cuidado com as ameaças;
as estátuas e as obras feitas por mãos humanas lançarão gritos agudos, ou seja,
aqueles que depositaram nelas sua confiança, pois a matéria é insensível. Ainda diz
[Isaías]: "O Senhor abalará as cidades habitadas e tomará em suas mãos, como um
ninho, a terra inteira" .11 5

[80)

1. É preciso mencionar-te os mistérios e as palavras de sabedoria, de acordo


com uma criança hebreia, maravilhosamente instruída por esta sabedoria? "O Se-
nhor me estabeleceu no início de seus caminhos, para as suas obras", 116 e "o Senhor
dá a sabedoria, e de sua face vem o conhecimento e a inteligência" .117
2. "Até quando, homem indolente, permanecerás adormecido? Quando des-
pertarás de teu sono? Se és diligente, virá a ti a tua messe, como uma fonte", 118 o
Logos do Pai, a lâmpada do bem, o Senhor que leva consigo a luz, a fé e a salvação
para todos.
3. "Pois o Senhor, que fez o céu e a terra com sua força", diz Jeremias, "en-
veredou o mundo na sua sabedoria" . 119 Como estávamos caídos sobre os ídolos, a
sabedoria, que é o seu Logos, ergueu-nos diante da verdade.
4. Essa é a primeira ressurreição depois da queda, por isso, dissuadindo-nos
de toda idolatria, o prodigioso Moisés claramente escreveu: "Escuta, Israel, o Sc--
nhor é teu Deus, o único Senhor" , 120 e "tu adorarás o teu Deus como Senhor e não
servirás senão a Ele".

llXORTAÇÃO AOS GREGOS

l 151 1
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l 1pl
- CAPITULO VIII -
1
5. Agora compreendeis, ó homens, ouvindo o bem-aventurado salmista, Davi: l
i

"Guardai a lição; que jamais o Senhor se encolerize, e que vós não pereçais fora
do caminho da justiça, quando, de súbito, sua cólera se acenderá. Felizes são todos
aqueles que depositam Nele a sua confiança" .121

[81]

1. Mas, agora, tendo grande compaixão de nós, o Senhor entoa o cântico da


salvação, semelhante a um ritmo de guerra: "Filhos dos homens, até quando tereis
o coração pesado? Por que amais as coisas vãs e procurais a mentira?" .122
2. O santo Apóstolo do Senhor, censurando os gregos, explicar-nos-á: "Quan-
do se tornaram conhecedores de Deus, eles não o glorificaram como Deus, nem
lhe renderam graças, mas se tornaram vazios em seus pensamentos e trocaram a
glória de Deus por uma imagem que representa o homem corruptível, e serviram
a criatura, em vez do criador" .123
3. Destarte, Deus é aquele que, "no começo, fez o céu e a terra" , 124 mas tu,
com efeito, não pensas em Deus, adoras o céu; e como não és ímpio?
4. Escuta mais uma vez o profeta, quando diz: "O sol se eclipsará e o céu
escurecerá, mas o Todo-Poderoso brilhará pela eternidade, e as potências dos
céus serão abaladas, e os céus girarão, despregar-se-ão e se contrairão como uma
pele" (estas são, pois, as palavras dos profetas), "e a terra desaparecerá da face
do Senhor" .125

EXORTAÇÃO AOS GklOOS

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-rocral>tmç «~tuptá<:nv ànrÃo>v» ouµ1wvrrrupiÇov1:0:

1 '14 !
CAPÍTUL O l X

~ Deus nos exorta por meio de seu Logos ~

1. Eu ainda poderia citar-te inúmeros textos das Escrituras, em que "nenhum


sinal passará" 126 sem que seja cumprido, "pois é a boca do Senhor", o Espírito San-
to, "que as proferiu" . 127 "Não negligencies, portanto, ó meu filho, os ensinamentos
do Senhor, nem te sintas desencorajado por suas reprimendas." 128
2. Ó grandioso amor pela humanidade! Não é como um professor que repre-
ende seus discípulos, nem como um senhor se dirigindo a seus servos, ou como um
deus aos homens, mas sim "como um pai benévolo" 129 que repreende seus filhos.
3. Em seguida, Moisés confessa ficar "assombrado e tremendo", ao ouvir
falar do Logos. E tu, que escutas o próprio Logos divino, não temes? Não te
inquietas? Tu não usas da prudência, ao mesmo tempo em que te apressas em
te instruíres, isto é, não te apressas rumo à salvação, amedrontado com a ira, tendo
acolhido a graça e procurando a esperança, a fim de evitares o julgamento?
4. Vinde, vinde, meus jovens (amigos), "pois se não voltardes a ser como
crianças e se não renascerdes", como dizem as Escrituras, jamais vereis aquele que
realmente é vosso Pai, "nem jamais entrareis no reino do céu". uo Como, pois, se
dá plena liberdade de entrada a um estrangeiro?
5. Mas, quando - penso eu-, uma vez inscrito, tornado cidadão e recebido
um pai, vier a tomar posse "dos bens paternos"JJ 1 e for considerado digno dessa
herança, o Pai, então, dividirá o seu reino com o próprio filho "bem-amado".' u
6. Essa é a igreja dos primogênitos, aquela que é constituída por muitos de
seus bons filhos; "são esses os primogênitos inscritos nos céus" e que celebram
suas festas com tantas "miríades de anjos";lll

BXORTAÇÃO AOS Gll!GOS

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RPOTPUITIKOI RPOI E HllNAt

1 1 ~ 6 1
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- CAPITULO IX -

7. nós somos os primogênitos, nós, os nutridos de Deus, os amigos do Primo-


gênito, os primeiros que, dentre todos os homens, conhecemos Deus, os primeiros
que fomos arrastados do erro, os primeiros separados do diabo.

1. Entretanto, quanto mais ímpios são alguns, mais filantrópico Deus se mos-
tra a estes; ele quer, de fato, que, em vez de escravos, nós nos tornemos filhos; mas
muitos desdenham de tornarem-se filhos. Ó tamanha insensatez! Vós vos envergo-
nhais do Senhor!
2. Ele promete a liberdade, e vós ireis vos refugiar na servidão. Ele oferece a
salvação, e vós vos precipitais na condição humana. Ele nos presenteia com a vida
eterna, e vós esperais pacientemente o castigo, vós vislumbrais primeiramente "o
fogo que o senhor preparou para o diabo e seus anjos". 134
3. Por isso, diz o bem-aventurado Apóstolo: "Eu venho testemunhar o Se-
nhor: Não erreis como erram os gentios, na vaidade do espírito; eles têm a inteli-
gência obscurecida e são estrangeiros na vida de Deus, pela ignorância existente
neles e pelo endurecimento de seus corações; tornaram-se insensíveis pelo escár-
nio, eles próprios se dão a todas as espécies de práticas de impureza e cupidez". 135

1. Quando um semelhante testemunho acusa a loucura dos homens como


caminho para chegar a Deus, o que mais resta aos incrédulos senão o julgamento e
a condenação? Mas o Senhor não deixa de aconselhar, de amedrontar, de exortar,
de instigar e de repreender; ele desperta e ergue, da própria escuridão, aqueles que
se desgarraram.
2. "Desperta", diz ele, "levanta-te dentre os mortos, e o Senhor Cristo te ilu·
minará", 136 ele, o sol da ressurreição, o que foi gerado antes de Lúcifer, o que deu
a vida por seus raios.
3. Que ninguém despreze o Logos, por medo de se desprezar a si próprio in·
conscientemente. Pois as Escrituras dizem, em alguma parte: "Hoje, se vós escutais
a voz do Senhor, não endureceis vossos corações, como na exasperação daquele
dia da tentação no deserto, onde vossos pais me puseram à prova".

lllOllTAÇÃO AOI GlltOOS


l 1571
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CTKoa'iç Kaworxóµn•tit tÓv ÀÓyov [v Úyvrú.ç ;rvoôoxo\:iprv nú.; \11uxcx'lç tov
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18 51
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4. OÓCJou, ÓµoÀoyrÍcran:. 00 ÜvÔpúl7tOl, El f7tl7tpÚO'KE'tO O'OHT\PlO: cltÔlOÇ,
rovÍ\craoÔf. ãv; OUõf.~ ei tov OaKtroÂ.Óv nç oÂ.ov, tou XPUCJloU to pEuµa to
µuÔtKÓV, cl7tOµetpÍ\crm, clVtÓ.Ç,t0v <J(J>tT\pÍaç µl<JÔOV aptl>µ~<JEt.

llPOTPElllllCfJt liPOl EAAHNl\I

1 1 ~ H 1
- CAPÍTULO IX -

4. Se quereis aprender qual é esta prova, o Espírito Santo vos explicará:"( ... )
e eles viram as minhas obras", diz ele, "durante quarenta anos; por isso eu me
irritei contra essa geração e disse: eles sempre cometem erro, em seus corações;
eles não reconheceram os meus caminhos, como jurei em minha ira; jamais eles
entrarão no meu remanso". i J 7
5. Vede a ameaça! Vede a exortação! Vede o castigo! Por que ainda transfor-
mamos a graça em ira e não recebemos o Logos, com os ouvidos bem abertos, e
damos hospitalidade a Deus em nossas almas puras? Grande é, em verdade, a graça
de sua promessa, se, hoje, escutarmos a sua voz; e esse "hoje" se estende a cada
novo dia, de maneira que se dirá por longo tempo: hoje. 138
6. Até o final dos tempos durarão o hoje e a possibilidade de aprender; e nessa
consumação, o verdadeiro dia, o dia contínuo de Deus, faz-se igual à eternidade.
Obedeçamos sempre a voz do divino Logos, pois esse hoje é infinito, é a imagem
da eternidade; o dia é o símbolo da luz, e o Logos é a luz dos homens, com a qual
somos iluminados por Deus.

[8 5]

1. É natural que a graça seja abundante para aqueles que creram e que obede-
ceram, mas aos incrédulos e errantes de coração, que não reconhecem os caminhos
do Senhor, os quais joão recomendava fazer retos e preparar, que contra eles Deus
se irritou e os ameaça.
2. É a realização mesmo da ameaça que sobreveio, enigmaticamente, aos anti-
gos hebreus errantes: dizem que eles não entraram no lugar do descanso por causa
de sua falta de fé, antes de se submeterem, deliberadamente, ao sucessor de Moisés,
e antes de terem aprendido, por uma experiência tardia, que não podiam ser salvos
senão pela fé em jesus.
3. Por ser filantrópico, o Senhor convida todos os homens "para o conheci-
mento da verdade", 139 ele, o que enviou o Paráclito. Em que consiste, pois, esse
conhecimento? É a piedade, "a piedade que serve para tudo", segundo São Paulo,
"porque tem a promessa da vida presente e da vida futura" .140
4. Ó homens, por quanto compraríeis a salvação eterna, se esta estivesse à
venda? Nem o Pactolo 141 inteiro, o mítico rio de ouro, pagaria o preço equivalente
à salvação.

l!XORTAÇÃO AOS Glll!GOS


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3. OUK ãv nç O~'túlÇ EKJtÀayEÍT\ -r&v aÀÀrnv áyícov -ràç rrpotponàç roç
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4. Taú1n KrÚ ó àJtócrtoÂ.oç tou Kl1pÍou mxpaKaÂ.Ô>V wuç MaKEÕÓvaç
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µ-f\ KatCJ.Â.f\<pl}foµE.V KEVOÍ.» ·y µE\ç OE f.Ç tOO'OUtoV cXÔECtÇ, µâÂ.Â.ov fü: Cimcrtol,
µÍ\1'E autéi> JtEtÔÓµEvot te{> KupÍq> µ~n: téi'> na.úÃ.cp, KCt.l tauta linl:p Xptcrtou
OEOµÉvq>.

OPOft~lllf~Ol nrof. t.\:\HNAZ.

1 rf>o 1
- CAPITULO IX -

[86]

1. Não vos desencorajeis; vós podeis, se quiserdes, comprar a preciosíssima


salvação, com um tesouro pessoal, a caridade e a fé, que é o preço digno da vida.
Essa compensação Deus recebe com prazer. "Nós esperamos, pois, no Deus viven-
te, que é o salvador de todos os homens, principalmente dos que creem."'142
2. Os outros, porém, fortemente presos ao mundo, como algas aos rochedos
do mar, 143 desdenham da imortalidade, e, tal qual o ancião de Ítaca, desejam não a
verdade, nem a pátria celeste, nem a luz verdadeira e real, mas sim a fumaça. Mas,
a piedade, segundo seu poder, faz o homem assemelhar-se a Deus, assegurando-lhe
um mestre apropriado: Deus, que só pode imprimir no homem, conforme seu mé-
rito, a semelhança divina.

1. O Apóstolo, que tinha um conhecimento efetivo desse ensinamento divi-


no, escreve a Timóteo: "Tu, ó Timóteo, tu conheces, desde a mais tenra infância,
as santas letras, aquelas que te podem tornar sábio e te levar à salvação pela fé
em Cristo" . 144 Com efeito, são verdadeiramente sagrados os textos que santifi-
cam e divinizam;
2. são suas letras e suas sílabas santas que compõem os escritos, as obras
que o mesmo apóstolo, na mesma passagem, chama de "inspiradas", porque elas
servem para a aprendizagem, para a persuasão, para a correção, para a formação
na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e preso a toda obra boa. 145
3. Ninguém conseguiria ser persuadido por exortações de outros santos como
por essas do próprio Senhor, aquele que ama a humanidade; pois ele não tem outra
tarefa senão salvar o homem. Ele grita, apressando os homens rumo à salvação: "o
reino dos céus está próximo" . 146 Ele tenta converter os homens que se aproximam
dele pelo medo.
4. Assim, também, o Apóstolo do Senhor; convidando os macedônios, tomou«
o intérprete da voz divina: "O Senhor está próximo", diz ele, "guardai-vos para que
não sejais surpreendidos vazios!". Entretanto, vós não temeis, ou melhor, vós sois in-
crédulos, pois não credes nem no Senhor, nem em Paulo, principalmente quando es~
vos roga em nome do Cristo.

IXOltAÇÃO AOI GllGOI


1 1 fit 1
-- KEt1.o ..\ \ \ION 1 ....

1881
1. <(f t:ÚCT<r:o-t'}f !\"ai. i'õnr tÍn XPllCTtllÇ ó ÔEÓÇ.» ·H rricntç FicráÇn, í1 nrlpa
ÔtÕCÍsn. 11 ypu1ph mnOfl.'{(•)YlÍCífl «ÔfllTE. (ú rfK\'O'..» Àt:ym>CTO'.. «ftKOÚCTcm: ~lO'lJ,
q>Ó~ov l\"\.Jptol> 61óú.Çc•> t1p(1.ç.» EtTCJ. c;JÇ iíõri rrrm0Tr11K(,m crnvróµ(l)ç ÊmÀÉyn
«TÍÇ f(HI\' CT\'l'}pomoç Ll l'}fÀ(•)\' Çcmív. à.yum7w -íwrra.; iorív cxym~Ó.ç»: 'H~irlç
f-crµEv. cp~crnwv. oi. rr1.ycxôou rrpocrKuv11w.L oi. rfov c!.yr1.úfov Ç11Àrnmí.
2 . .~ KOÚ<Jccrr ouv «oÍ µctKpáv ... cúoúo-aTE «oÍ 'c:yyÚç»· oÜK àrrEKpÚ~q ttvàç
ó À.Óyoç- cpfoç fCTTl Küt\'Ó\'. frrtÀÓ.~l7tEl n:âmv àv1'}pc;mo1.;· ouôrl.:; KtµµÉptoç êv
ÀÓ·tqr 0rri:Úm.·>~lE\' i:iç morripím·. E-rrl. r11v mxÀ1yyn'E0Íav· ElÇ µÍo:v à:yám1v
CT\.J\'CQ.Ô~vm oi. rroÀÀot KCHà rhv T~Ç µovo:Ôtl\"~Ç oúcríaç EVO>CTtV crrrrúcrwµrv.
Ayat'tot:pyoúµn·m à.vo.ÀÓyrnç rvon\ta ÔtÓ>Kú)µfv. tlW àyal}hv fKÇ11wuvtrç
µovàôa.
3. ·H fü: ÊK rro/1.Àc'Dv iivrncrtç ÊK rroÀucpmvíaç 1ml. Õtacmopô:ç Ó:p~wvíav
Àa~oúao. l}fl'x~v ~tÍa yÍvnm CTWtcprnvÍa. fvt xopT)yq> 1mt Ôu)acrKÓ.À.cp 1ip
À.ÓyqJ ÉrroµÉVT\. Êrr· aür~v rhv r1.À~Ônav àvarrauo~1Évri, «À~~â>> ÀÉyoucra «Ó
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rratÔú)V rrpÚHl')V KaprroD~lEVOÇ.

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1 t f,. 1
- CAPITULO IX -

[881

1. "Provai e vede como o Senhor é bom!" A fé vos introduzirá, a experiên-


cia vos ensinará, as Escrituras, como um pedagogo, vos guiarão: "Aqui, ó meus
filhos", dizem elas, escutai-nos, nós vos ensinaremos a temer o Senhor". Em segui-
da, como se se voltassem já a seus fiéis, elas acrescentam concisamente: "Quem é
o homem que quer a vida, que deseja ver os belos dias?". Somos nós, diremos, os
adoradores do bem, os êmulos dos bons.
2. Escutai, pois, "vós que estais longe", escutai, "vós que estais perto"; 147 o
Logos não se furta a ninguém, é uma luz comum, ele brilha para todos os homens;
não há cimérios, em relação ao Logos; apressemo-nos em direção à salvação, em
direção ao renascimento; apressemo-nos, nós, os muitos, em nos reunir em um só
amor, segundo a unidade da essência monádica. Posto que ela nos faz o bem, pro-
porcionalmente persigamos a unidade e busquemos a boa mônada.
3. A união de muitas vozes, quando sua dissonância e sua dispersão tiverem
sido submetidas a uma harmonia divina, tornar-se-á uma única sinfonia, regida
por um único corega e instrutor, o Logos, e sobre a própria verdade, ele encontra
seu repouso, quando diz: "Abba, Pai"; esta voz, a verdadeira voz, Deus a acolhe
como o primeiro fruto recolhido de seus filhos.

llXQl\TAÇÃO AOS GRIGOS


1 163 l
K E <l> A A A l O N K

1. AÀÀ · fK narÉpmv, <paLÉ. n:apafü·õo~tÉvov ~~úv E'Ôoç àvm:pÉ7tElV ouK


€ÜÀoyov. Kal. "CÍ õ~ ou;{l rn n:plÓ"ClJ tpo<pfl. tq) yáÀet.K1l, xpwµE'Ôa, éP õi\n:ouÔEV
CfUVEÍlhcrav iwâç EK YEVE"CllÇ ai tin~m: Ti ÕE au~ávoµEv ~ µElOUµEV i:~v
7tatpqmv ODCflUV, KUt OUXl "C~V lcrllV, túÇ n:apElÀi\<pet.µEV, Õla<puÂ.ÚTtOµEv;
Ti ÔE OUKÉtl to\ç KÓÀ7tOlÇ tolÇ n:atpci>otç EVarro~A.úÇo~lEV' ~ KCl.l tà aÀÀo., &
Vl17tHiÇovtEÇ Ún:o µ11tpámv "CE EK1pE<pÓµEVOl yÉÂ.ffiT.a w<pÀOµEV, EJtl'tEÀoúµev
Etl, à.Ã/....à. mpâç autoúç. Kat Et µ11 JtalÕayffiyfuv húxoµEv àya'1fuv,
E1taVffipÔCÓOaµEv;
2. Eha E.n\ T.fuv 7tÚ1ffiv aí 7tet.pEK~ácrnç Kat'tOl E.mÇi\µ101 Ket.t E.mmpaÀdç
oZ,crat, oµffiÇ yÀuKEtai 7t(J)Ç 7tp007tl7t"tO'UCHV' E7tt OE T.OU ~Íou ouxt T.O
eôoç KataÀUCÓVtEÇ to 7tOVT\POV KCl.l EµrraÔEÇ KCl.l a'ÔEOV, KÔ.v Ol Jtet.T.ÉpEÇ
xaÃ.E7taÍVCOO\V, E7tt t~v àÃ~ÔEtav EKKÂ.tvouµEv KCl.t tOV OV1:(J)Ç Õvi:a nai:Épc
emÇ11t~croµEv, o~ov ÔT)AT\11\p10v <pÚpµaKov i:~v cruvi\ônav à7tfficrÚµEvo1;
3. Toút' auto yáp tOl to KÓ.AAHHOV 'tWV EYXEtpouµÉvffiV ECT'tlV, \moôd~o
Úµ\v Ó>ç Õ.Jto µavim; Kal tou tptcra'ÔÂ.Íou i:oÚ1ou e'Ôouç eµtcri\ÔT\ h 'ÔeocrÉ~EH
ou yàp av ʵ tcr~'ÔT\ 7tOtE ~ ànf\yopEÚ'ÔT\ àya'Ôov i:ocrou1ov, ou µEtÇov ouõi
EK ÔEOU ÕeÕ<.ÓpT\tai mo til i:&v àvôpw7tffiV "{EvÉcrn, d µ~ cruvapna.ÇÓµEv
téi> EÔn, d ta µÉvtot cl7to~Úcravteç tà é1to. i)µ'iv. oiov 'fo7tot crKÂT\paÚXE\J
U<J>T\VHxÇovtEÇ, tOUÇ xaAtvOUÇ EVÔaKÓVtEÇ, à7to<pEÚ)'E'tE touç ÀÓyo·
à7tooeíoa.crlla.1 µi:v touç hv1óxouç úµ&v tou ~\ou l)µâç enmoôouvu~ç,
õe toi>ç Kp11µvouç tílç à7tcoÀtÍaç Ú7to tf)ç àvoiaç <pepóµEvm E:vayf\ tov éiy
ÚttoÂ.a.µ~ávtte tou ÔEou Àir(ov.

nrornnt11rn1 nPOt EAAHNA!

1 164 1
CAPÍTULO X

~ Todos os homens devem ouvir e acatar a voz da verdade @111$

1. Vós dizeis: - Mas não é digno de consideração, pois, contestar um hábito


transmitido por nossos ancestrais. Por que, então, não nos servimos mais do nosso
primeiro alimento, o leite, a que nossas nutrizes nos habituaram, a partir do nosso nas-
cimento? Por que aumentar ou diminuir a herança paterna, e não mantê-la tal como é,
tal como a recebemos? Por que não mais pular nos braços dos pais, ou não fazer ainda
todos aqueles gestos pelos quais os bebês alimentados por suas mães nos provocam
riso? Mas por que nós nos corrigimos, mesmo se não somos bons pedagogos?·
2. Depois, quando andamos, os desvios dos caminhos retos, apesar de serem
essencialmente perigosos e funestos, ainda assim, são eles, de certo modo, prazero-
sos, entretanto, não podemos, durante a nossa vida, após termos abandonado um
hábito pernicioso e ímpio, mesmo que nossos pais se irritem com isso, nos inclinar
para a verdade e ir em busca daquele que é o nosso verdadeiro pai, como se recha-
çássemos um veneno pernicioso, o costume?
3. Esse é, em verdade, o mais belo dos empreendimentos: mostrar-vos como
a piedade é inimiga da loucura e desse costume três vezes maldito; jamais, com
efeito, o ódio nem as interdições teriam recebido um bem tão grande, tal qual
recebeu a raça humana dádiva mais considerável oriunda de Deus, se não fôsseis
prisioneiros do hábito. Mais ainda: vossos ouvidos estão obstruídos, quais cava-
los indóceis, de cerviz entesada, mordendo os freios, fugis dos nossos discursos,
desejosos de nos lançar ao chão, nós, os ginetes de vossa vida; levados por vossa
loucura, em direção aos precipícios da perdição, concebeis como algo maldito a
santa palavra de Deus.

IXO•TAÇÃO AOS GllGOI


1 16, 1
l. "Errnm ro1yct.poüv Ú~t!v 1mrct. rov Io<poKÀ.rct. rr1. i:nixnpu r~ç EKÀoy~ç,

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ÔêO(Jf~flÇ àym~~; T~Ç à.µ01~~; TfÚÇO\'T(l.t Tàym%v tFnµqKllTfÇ. oí (fr fK rcôv
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2. Arrni\.EI youv autq) ó rrpolp~TllÇ Zcqapíaç '"Êmn~ti'icrm EV <JOl o
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1 1 6f. 1
- CAPITULO X -

1. Destarte, recebeis a recompensa de vossa escolha, segundo Sófocles:

Um espírito que divaga, ouvidos inúteis, de pensamentos vazios. 148

E não sabeis o que é mais verdadeiro do que tudo: que os homens bons e
piedosos obterão, por terem honrado o bem, bens equivalentes; os maus, ao con-
trário, receberão uma sentença proporcional, e que sobre a cabeça do príncipe do
mal é erguido o castigo.
2. O profeta Zacarias o ameaça assim: "Que possa te punir aquele que elegeu
Jerusalém! Vê, não é isso um tição tirado do fogo?" .149 Que desejo os homens ain-
da encontram, pois, numa morte voluntária? Por que se lançam sobre essa tocha
mortífera que os consumirá, enquanto poderiam levar uma vida bela, segundo a
vontade de Deus, não de acordo com seus costumes?
3. Pois Deus nos agraciou com a vida, ao passo que o mau costume, após a
partida daqui debaixo, mistura ao castigo um vazio arrependimento, e "mesmo o
fraco de espírito sabe, por tê-lo experimentado" ,150 que a superstição leva à perda,
mas a verdadeira piedade salva.

1. Que se vejam, dentre vós, os servidores dos ídolos, com a cabeleira suja,
roupas ensebadas e esfarrapadas, de maneira aviltante, eles ignoram os banhos,
suas unhas são garras de animais selvagens, muitos deles são até castrados; eles
mostram, pelos fatos, que os recintos consagrados aos ídolos são túmulos ou pri-
sões: esses tipos me parecem chorar e não honrar os deuses, e levar uma vida mais
digna de piedade do que digna da verdadeira piedade.
2. E vendo todas essas coisas, ainda permaneceis cegos e não ireis volver vos-
sos olhos ao mestre de todas as coisas e senhor do universo? Não ireis vos refugiar,
para escapar dessas prisões, junto à piedade vinda dos céus?
3. Pois Deus, em seu grande amor pela humanidade, prendeu-se ao homem,
como uma mãe-pássaro que, quando seu filhote cai do ninho, voa em direção a ele;
e se uma serpente vem a devorá-lo,

l!XOllTAÇÃO AOS GR8G05


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KaÔapéi'> Ü8an Kat •·(nl. <poputq) µapyaivoucnv" Katà ~T\µÓKpttov.
5. Mi) Õf\ta ouv, µi) õ~ta €Çavõpano8tm't&µEv µriõE: úroõnç yEvroµeôa,
à.U' "ffiç 'TÉKVa <pootÜÇ" yv~ma àvm'}p~crmµEv Kat àva~ÀÉ'lfmµEv dç TO <péõç,
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aucatocrÚVT\V, EÇ CtÔEÓTiltoÇ ElÇ ÔEÓV.

nrOTPErlTIKOt flPOI EhAHNA1

1 168 1
-CAPITULO X-

a mãe dá voltas em torno de si própria, gemendo por seus filhotes queridos.m

Deus Pai também procura sua criatura e a cura de sua queda, persegue a besta
selvagem e recolhe de novo o pequeno, encorajando-o a voar novamente para o ninho.

1. Os cães, uma vez perdidos, reconhecem os odores e reencontram sua mãe, seguin-
do-a pela pista; os cavalos, depois de jogarem por terra seu cavaleiro, obedecem, algumas
vezes, a um único assovio de seu mestre; "o boi, diz Deus, conhece o dono, e o asno a
manjedoura de seu dono, mas Israel não me conhece". 152 Que fez, então, o Senhor? Ele
não lhe guardou rancor, ele ainda se apieda, ele solicita ainda seu arrependimento.
2. Eu quero vos perguntar: Não achais estranho que vós, homens, que sois
criaturas de Deus, sejais escravos de outro senhor, mesmo que sirvais, em lugar do
rei, ao tirano, em lugar do bem, ao mal?
3. Quem, pois, em nome da verdade, sendo sensato, abandona o bem para se
prender ao mal? Quem, pois, se priva de Deus para viver com os demônios? Quem,
podendo ser filho de Deus, sente prazer em ser escravo? Ou melhor, podendo ser
cidadão do céu, persegue as trevas, quando lhe é permitido cultivar o paraíso, per-
correr o céu e tomar parte na fonte vivificante e pura, seguindo, através dos ares, o
traço da nuvem luminosa e, como Elias, contemplando a chuva que traz a salvação?
4. Mas existe gente que chafurda, como vermes da terra, em tomo dos pântanos
e dos lamaçais, a zona do prazer, indo e vindo, néscios e inúteis, consumidos pela con-
cupiscência, são alguns homens-porcos. Os porcos, por sua vez, dizem, "sentem prazer
na lama", mais do que na água pura e, segundo Demócrito, "amam a imundície".m
5. Não nos deixemos, pois, não nos deixemos escravizar e não vivamos em
pocilgas; mas sim como autênticos "filhos da luz";IH alcemos a vista em direção à
luz e a contemplemos atentamente, e o Senhor não nos convencerá de que somos
bastardos, como o sol faz com as águias.

[93]
1. Arrependamo-nos, pois, convertamo-nos da ignorância à ciência, da de-
mência à sabedoria, do deboche à prudência, da injustiça à justiça, da impiedade
para com Deus.

IXOllTAÇÃO AOS GlllGOS

1 r69 1
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2. 'Errl. to ÀoutpÓv, Errl. 1~v crwt11piav, Êrrl. tov cpwncrµov n:apaKaÀEi
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Ô.AlÍltEta, 8iÕ<J)0l 00l Kal tà rrt11và K<Xl tà VJlKtà K<Xl tà E7tl tfiç yfiç· mutá
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3. Àpyupt<.p µev WVÍ)OE'tal Ó VÓÔOÇ, àrrrnÀfÍUÇ E0tl n:mÔÍOV, OÇ "µa~L(l)V~
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4. 'DôEv ~ ypacpi-\ EÍKÓt(J)Ç EUayyEÀÍÇnm to'iç 7tEmcrtEUKÓcrtv· "0'1 ÔE aywt
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llPOfrHlflKOI llPOt fAAHNAt

1 170 1
- CAPITULO X -

2. Bela é a aventura de passar voluntariamente para o lado de Deus! Numerosos


e diferentes são os bens que podem usufruir os amantes da justiça, aqueles que perse-
guem a salvação eterna; mas há aqueles que são designados pelo próprio Deus, quan-
do Este diz pela boca de Isaías: "A herança é para aqueles que servem o Senhor" .1ss
3. Bela e amável herança, não é o ouro, nem a prata, nem vestimentas, tudo
coisas da terra, em que se introduzem os vermes e que são visadas pelos ladrõesl56
que olham com inveja a riqueza da terra; mas é outro esse famoso tesouro da sal-
vação, em direção ao qual é preciso nos apressarmos, uma vez tornados amigos do
Logos; então, daqui debaixo, sobem conosco nossas ações de boa qualidade, elas
voam conosco sobre as asas da verdade.

1. É essa a herança que nos põe em mãos o eterno testamento, pelo qual Deus
nos assegura a dádiva eterna. Esse pai que nos ama com ternura, que é realmente
pai, não cessa de nos exortar, de nos admoestar, de nos educar, de amar, ele tam-
bém não cessa de nos salvar; e ele nos dá os melhores conselhos: "Sede justos, diz o
Senhor; vós que tendes sede, vinde até a água, e vós todos que não tendes dinheiro,
ide ao mercado, comprai e bebei sem dinheiro" . 157
2. Ele nos convida ao banho, à salvação, à iluminação, dizendo quase aos gritos: Eu
te dou a terra, o mar e o céu, meu filhinho, e te gratifico com todos os animais que aí se
encontram! Apenas, meu petiz, tem sede de teu pai; Deus te será mostrado gratuitamen-
te: a verdade não é objeto de tráfico; ele te dá também os pássaros, os peixes e os animais
que existem sobre a terra; 158 tudo isso o Pai criou para que te deleites com gratidão.
3. O bastardo comprará a preço de prata: é um filho da perdição, 159 ele, que prefere
"servir Mammon";160 mas a ti, Deus te confia os bens, digo: a ri, o filho legítimo que ama
seu pai, filho pelo qual ele ainda trabalha, a quem unicamente ele faz essa promessa, di-
zendo: "e a terra não será vendida definitivamente". Com efeito, ela não está condenada à
sua própria perda: "pois toda a terra me pertence", 161 e ela também é tua, se ra.-ebes Deus..
4. Eis por que a Escritura tem razão ao anunciar essa boa-nova àqueles que
creram: "Os santos do Senhor herdarão a glória de Deus e o seu poder". - Que
glória, ó bem-aventurado? Di-me! - "Aquela que os olhos não viram e os ouvidos
não escutaram, que não subiu até o coração do homem. E eles se rejubilarão no
reino de seu Senhor, pela eternidade, amém!" 162

BXORTAÇÃO AO! CRBGOS

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àvtl. rnl.i 7WV1lPllD, KO'.t crmpÍO'.\' riócoÀuÀo.tpfÍuç n:poKpÍvoµrv, K<Xt Çco~v
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Çúll)v :· nEtpáÇn CTf ó KllplOÇ EKÀÉÇm:nkn thv Çw~v' 0w1~ouÀc\Jfl (íl)\ ioç
rra-tiw rrt:Íl}Ecrt~m tcp t}rc[l. ··'Ec't.v yàp àKoÚcnitÉ µou". <.pqcrí. ··Kat l~fÀ1ÍmFE, tà
Õym}rt. tfiç yl,Ç <pcXyt:cri'.tr," tmaKOílÇ h XcXptç· ·•[àv fü~ µh l>IT<XKO{J<Jf\tÉ µou µi1fü:
~t:J..1101,-rr, }táxmpa {J~t&ç Kat rrlip KarÉ8t:m1:· rrapaKoliç 11 KpÍmç. '·To yàp
m:Óµa Kupíou ÊÀÓ.Àqcrrv rnuta"'· vÓ}toç àÀ11t}EÍaç ÀÚyoç Kupíou·
3. ~oÚÀrcr0-r Úµí\· àya.0-oç yÉvwµm crúµ~ouÀoç: ÀÀÀ · Ú}tE"lç }tf.v àKOÚcratE·
f_yc'o ÔÉ. El ôuvatóv. ÊvôdÇoµm. 'Expílv µi:v Úµfo;. éú &vi'.tpwn:ot. autou rrÉpt
ÊvvoouµÉvouç rnu àycxl}ou Eµ<plJtOV f1t(J.yEcr0-m rrtcrnv' ~táptupa àÇtóxpECOV
u.utÓ\'tEv ol'Ko0-rv, rrrpHpavcôç (Xi.pouµÉvriv tà ~ÉÀncrrnv, µ118E Ç11róv Et
µnaÕtrnKtÉov. <to 8" àym'tov> ÊKrrovóv.
4. Kal yàp Et tcp µnlucrtÉov. <pÉpE rirrr\v, àµcp1j3áÀÀElV XP~· ÚµEtÇ ÔE
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2. ·y µE\ç õt, ou yàp tà n&:tpta Úµâç en tilç à/...11ôEÍaç ànacrxoÀE\ Eôri
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nroTPíllTIKOt llPí11 fAAH~\1


- CAPITULO X -

(95]

1. Tendes, ó homens, a divina promessa da graça; escutastes a outra ameaça


de castigo; são duas as vias por meio das quais o Senhor salva: conduzindo o ho-
mem pelo medo e pela graça. Por que nos retardamos? Por que não evitamos o
castigo? Por que não acolhemos a graça? Por que não escolhemos 0 melho[, Deus'
em lugar do Mal; por que não preferimos a sabedoria à idolatria, recebendo tam-
bém a vida em lugar da morte?
2. "Vede, eu ponho diante de vós", diz ele, "a morte e a vida". 163 O Senhor ex-
perimenta fazer-te escolher a vida, ele te aconselha, como um pai, a obedecer a Deus.
"Pois se me escutardes", diz ele, "e se quiserdes, comereis os frutos da terra", é a graça
da obediência: "mas se não me escutardes, nem quiserdes isso, o punhal e o fogo vos
devorarão", é o julgamento da desobediência. "Pois a boca do Senhor disse isso": 164
a palavra do Senhor é a lei da verdade; quereis que eu vos seja um bom conselheiro?
3. Então, escutai; eu, pois, se for capaz, explicarei. Seria preciso, ó homens,
quando refletirdes sobre o Bem, introduzir na vossa audiência a fé natural, é um tes-
temunho digno de crença, vindo de vós próprios, e que escolhe claramente o melhor;
deveríeis não vos perguntar se é preciso ir em busca [do bem), mas executar o bem.
4. Assim, à guisa de exemplo, é preciso questionar se devemos nos embriagar?
Vós, antes de toda especulação, já estais embriagados. Se é preciso usar da violência,
isso não vos preocupa, pois muito rápido recorreis a ela. Há apenas uma coisa que
questionais: Se é preciso viver religiosamente e se se deve seguir esses guias cheios de
sabedoria, Deus e Cristo; eis o que julgais digno de deliberação e examinar, sem ter, ao
menos, refletido a respeito de Deus, do que convém, portanto, quando se trata d'Ele.

1. Crede em nós, ao menos como acreditais na embriaguez, a fim de vos


tornardes temperantes; crede ao menos como credes na violência, para que te-
nhais a vida! E se também quereis vos deixar persuadir pela garantia revelada dos
mistérios iniciáticos, vamos, eu vos colocarei diante de uma variedade de razões
persuasivas a respeito do Logos.
2. Vós - cujos hábitos herdados de vossos pais ainda não se desviaram da
verdade, porquanto iniciados - ireis entender já o que se segue e julgar o que é; e

EXORTAÇÃO AOS GlllOOI

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u~ta.; 101>Õr 1ou óvóµccwç aiaxúvri n:poKCJ.'tf,(Àu.ppavÉHll, "~1· (í.võpaç µryo.


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(971

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ÀÀf~áv8pou tEÀEuthv E:mcrKÓmtwv Ó 8EÓKpt TOÇ 1àç õóÇ,aç tàç KEvàç téõv
àvôpwn:wv aç ElXOV rt:Epl l}ECÜV, n:pàç TOUÇ n:oÀÍtaç "avOpEç," dn:EV, "'ltapptln:
CXXPlÇ âv Ópâ.tE TOUÇ ÔEOUÇ n:pÓtEpov tCÜv àvôpcom.ov àn:ol}vflcrKOVtaç."
2. ernuç OE õl1 TOUÇ Ópawuç KCÚ TOV crÚyKÀuÕa trov YEVTltCÚV tOÚtWV
OXÀOV ó 1tp0CTK'l>VCÔV Kal n:pocrEtatp1ÇÓµEVOÇ, autfov EKEÍVWV tCÜV ômµÓvwv
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fiµrov yÉv111m ott ÔlKmÓtarnç.''
3. Bêxi:' riç óôõv ôfi nâ.ç ó xnpfuvaÇ Af'.cóç,
ó\ t~v ~to; yopyfumv "Epyávriv Ôfov

cnatoí<n À.Í,.,.-vo1ç npootpfitrnôE,

"Í\ÀÍÔtül tÔ>V ÀÍ'Ôwv Ôflµ\Oupyoi tE KC:Xl 1tpO<JKUVlltC:XÍ.

J. '() <J>nÕÍaç Úµfuv KC:Xl Ó noAÚKÂ.fltOÇ i,KÓvnov npa/;ttÉÂ.TlÇ tE aÚ KO.t


ÀneUflç Kal. Õoo1 tàç ~avaúcrouç µnÉpxovtm téxvaç, YIÍtvot yfiç Õv"tEÇ

nrotrEnTIKOt nrnt f.\AHNAl

1 1 74 1
-CAPÍTULO X-

não vos deixeis, por vergonha, surpreender a respeito do nome [de Cristo} "que
prejudica imensamente os homens" 165 desviando-os da salvação.
3. Após sermos despojados aos olhos de todos, lutamos nobremente no es-
tádio da verdade; o santo Logos discerne o prêmio, e o mestre do universo é o
agonoteta. Não é, pois, pequena a recompensa que nos é proposta: a imortalidade!
4. Não vos preocupeis mais, mesmo que seja pouco, com o que dizem de vós
algumas pessoas do populacho que se arrasta nas praças públicas, coreutas ímpios
da superstição, cuja ignorância e loucura empurram-nos em direção ao abismo,
fabricantes de ídolos e adoradores de pedras; são esses os que ousaram divinizar
homens, dando o 13º lugar entre os deuses a Alexandre da Macedônia, "de quem
a Babilônia mostrou o cadáver" . 166

[97]

1. Admiro o sofista de Quios, Teócrito é o seu nome: após a morte de Ale-


xandre, burlando as vãs opiniões que os homens tinham acerca dos deuses, ele diz
a seus concidadãos: "Amigos, sois tão confiantes que vedes os deuses morrerem
antes dos homens!" . 167
2. Aquele que adora os deuses visíveis e todo o conjunto de suas criaturas,
aquele que procura fazer amigos entre eles é, verdadeiramente, muito mais mara-
vilhoso que esses próprios demônios. Pois "Deus não é de modo algum injusto"
como eles o são, mas "justo no grau superlativo, e nada se lhe assemelha mais do
que aquele, dentre nós, que se torna também tão justo quanto possível" . 168

3. Andai no caminho [reto], povo de artesãos, vós todos


que suplicais à deusa artesã, a filha de olhar terrível de
Zeus, com vossas corbelhas levantadas ao alto, 169

artesãos insensatos e adoradores de pedras!

1. Aproximem-se, pois, o vosso Fídias, o vosso Polideto, Praxítcles com Ape-


les e todos aqueles que exercem a profissão de artesãos terrenais, obreiros da

!XORTAÇÃO AOS GllRG08

l 17 5 l
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rcópp(t) tf\ç àÀ.11ltdaç ÊrrÍKmpov ÊKµayEtov, Kata<paÍvEtal.

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CT7tOUÕfl rcep\ 1T,v ÜÀ.T)V KCXtaytvÓµEvoç. 'ErcnÉtpt7ttat fü: úrrà KEV~Ç ÕÓÇT\Ç ~
CTUVTtt}Ela 00\JÀElCXÇ µEv yEÚCTaaa uµâç KCXt àÀÓyou 1tEptEpyacrÍaç·
2. voµÍµú)V ÕE àvóµcov Kat àmxtnÀwv U7tOKplCTECOV ayvotcx ai-da. 11 õn t
1'Cl'tCl<JKEUUCTÔEl<J(t to tÔJV cXvtJpÚmú>V yÉVOÇ KT)pÔJV OÀEÜpÍrov Kat EtÕCÓÀWV
E1t\CT'tt>yfuv 1tOÀÀàç t<ÚV ÔCHµÓVü>V Êmvof\craaa µop<pÓ:Ç, KT)À.Í:Õa tolÇ ÉrcoµÉvotÇ
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3. AáPt:te ot'>v üõwp ÀoytKÓv, ÀoÚcraa"ÔE oi. µeµoÀ.ucrµf.vot, 7tEptppávatE
aÚ"tOt>Ç cl7t0 'tflÇ CTUVT)l}ElaÇ 'W.tÇ cXÀ.llfüVatç CT'tayÓcrtV' Kal}apOUÇ (iç OUpCXVOUÇ
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llPOTPfllTIKflt 11,0t ~AAHNAt

1 176 1
- CAPITULO X -

própria terra! Uma profecia diz que os feitos daqui de baixo irão mal quando se
puser a fé em estátuas.
2. Que eles venham, eu não cessarei de chamá-los, esses artistas de criações
abjetas! Nenhum dentre eles fez alguma imagem que respirasse, nem tirou da terra
a plasticidade de uma carne delicada. Quem fez fluir a medula ou solidificou os
ossos? Quem estendeu os nervos, quem inflou as veias? Quem verteu nelas sangue
ou quem revestiu de pele a carne? 170 Onde algum deles fez olhos que veem? Quem
soprou uma alma? Quem lhe deu a justiça? Quem lhe prometeu a eternidade?
3. Só o criador do universo, o "pai-criador excelente" 171 modelou uma tal
estátua animada: nós, os homens; enquanto o vosso Olímpio, imagem de uma
imagem, e tão discordante da verdade, é uma obra estúpida, de mãos áticas.
4. De fato, a imagem de Deus é o seu Logos (e esse divino Logos é filho
legítimo da inteligência, luz arquetípica da luz), e imagem do Logos é o homem
verdadeiro, a inteligência que está no homem, e que, por isso, se diz ter sido criado
"à imagem" de Deus e "à sua semelhança", 172 comparado ao divino Logos pela
inteligência de seu coração e, por conseguinte, razoável. Mas as estátuas de figuras
humanas são apenas uma imagem terrena do homem tal qual se vê, nascido da
terra; elas aparecem como uma reprodução efêmera, bem distante da verdade.

1. Porém não é outra coisa senão loucura, parece-me, preencher uma vida
devotada com tamanho zelo ao culto da matéria. Esse costume, transmitido por
uma opinião vazia, vos deu o gosto da escravidão e de uma atividade irracional.
2. A ignorância é a causa dessas espécies de leis ilegítimas, dessas representa-
ções enganosas, é ela que provê a raça humana de divindades funestas e de ídolos
odiosos, imaginando toda sorte de demônios; ela imprimiu naqueles que lhe obe-
decem o estigma de uma longa morte.
3. Recebei, pois, a água racional, banhai-vos, vós que ainda estais sujos; pu-
rificai-vos, vós mesmos, do hábito, aspergindo em vós gotas da verdade: é preciso
subirdes puros aos céus. Tu és homem, isso é o que há de mais universal, procura,
pois, teu criador; tu és filho, isso é o que há de mais particular, reconhece teu pai.
4. Entretanto, ainda persistes em teus pecados, após seres consumidos pelos
prazeres? A quem o Senhor dirá: "O reino dos céus é vosso?". 17·1 Ele é vosso, se

llXORTAÇÃO AOS GklGOS

1 177 1
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"Eoú, to oin'iov alirnú Kal. EÇ,aipt:-rov Kat i81wµanKov rcapà tà
aÀÀ.a Çéi>a KatElÀTjµµÉvot, aÜtapKEÇ EcpÓÕtov aiwvrov, ttrncn:pnav,
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4. fEcÓpyn, <paµÉv, ti yt:ropyoç d. à"A.Àà yvcúôt -cov l'tt:ov yt:ropycúv, rn1
1tÀEl"l ó tf\ç vau-clÀÍaç Epwv' cXÀ.Àà tOV oupávwv K'U~EpV~TT)V rcapaKaÀfuv·
crtpa'tEtJÓµEvÓv <JE Ka-cEÍÀT\q>EV ~ yvcúmç· wú ÕÍKma crriµaivovwç aKoDE
cn pa uwou.

[ 101]

1. Ka"ánt:p ouv Kápcp 1ca.\ µÉôn ~E~CXPT\µÉvo1 àvav~\JICX"CE Kal


Ôtaj3À.É\jlUV"CEÇ oÀÍyov EVVO~ÔTJ'tE, TÍ ÔÉÀ.oU<JlV Úµ'iv Ot 1tpO<JKUVoÚµEVOl
À.ÍÔOl Kat éi 1tEpl t~V ÜÂ.TJV KEVO<J1tOÚÔcoç ôanavâtE' Eiç &yvomv lKat]
to
'tCx xpflµcxta lCUl tOV j3Íov WÇ Çf}v Úµfuv ElÇ t'}ávatov KCXtCXV<XÀtO'KELE,
UPOTPEOTflC.(Jt nrot EA..\HNAl

1 1 7R 1
- CAPITULO X -

quiserdes, quando houverdes optado por Deus; ele é vosso, se quiserdes apenas
crer e seguir o essencial da mensagem, como os ninivitas que, por terem escutado,
obtiveram, graças ao seu sincero arrependimento, a ventura da salvação, em lugar
da opressão que os ameaçava. 174

(100]

1. Como, pois, dizem, subir aos céus? "O caminho" é o Senhor: i 7s "estreito"
' '
mas "que parte dos céus"; estreito, mas que conduz aos céus; estreito e desprezado
sobre a terra; largo e adorado nos céus. 176
2. De resto, aquele que não ouviu falar do Logos tem, na sua ignorância, moti-
vo para que se lhe perdoe o erro; mas aquele cujos ouvidos foram tocados pela men-
sagem e que não escutou em sua alma, leva a responsabilidade de uma desobediência
voluntária; e quanto mais parecer consciente, tanto mais seu conhecimento lhe fará
mal, porque este conhecimento o condenará, por não ter escolhido o melhor; pois,
naturalmente, enquanto homem, ele foi feito para a familiaridade com Deus.
3. Assim como não devemos constranger o cavalo a trabalhar, nem o touro
a caçar, mas empregarmos cada um naquilo para que nasceu, da mesma maneira
nós convidamos o homem, nascido para a contemplação do céu, m como uma ver-
dadeira "planta celeste", 178 ao conhecimento de Deus; nós o fazemos ver o que lhe
é próprio, o que o caracteriza e o distingue dos outros animais, e o aconselhamos
a se munir dum salvo-conduto suficiente para a eternidade: a piedade, vivendo
religiosamente.
4. Trabalha, dizemos, se és agricultor, mas conhece a Deus cultivando a terra;
navega, tu que tens gosto pela navegação, mas invoca o piloto celeste; se o conhe-
cimento de Deus te encontrou no meio do exército, escuta, pois, o general que
comanda a justiça.

[101]

1. Corno se um profundo sono ou a embriaguez vos entorpecesse, recobrai


os vossos sentidos e, vendo agora com clareza, pensai um pouco a respeito do que
querem de vós as pedras que adorais e a madeira a qual dispensais um zelo vão;
por ignorância, consumis vossos bens e precipitais vossos meios de sobrevivência,

llXORTAÇÃO AOS GRIGOS

1 179 1
._ K 1 <1> ., ·' 1 1 ri ~ K ,..

touto ~1Óvov n1ç ~unaío.ç úi.1úw rÀ.rriõoç ÓJpÚµrvot tC.i n:Épm;. o1iõf:
rxúroi.JÇ ol'oí tf ()vtfç OlK1ElpO.l, ÚÀ).: oúfü'. tolÇ K<HFÀHOCTlV {ipâç t~ç
rrÀr(v11ç fIT 1 n'1ôr lOI Jtf í l~FCTltm yÍ V rcq~f. 0'1JVI) Ôr íq. KCt: i-:fl Õt:IScniÀ.(t)pfVOt,
11; àrrqpTl)j.lf\'Ol n1n~aípno1 j.tfxpt t~ç fcrxénqç àvarrvol1ç riç àn:c;>Àttav
Úrrocpf pro0c
2. ··t.)n tt) <pcüç t;)uÍÀvt}fv ri..; Tov KÓ0puv Kal 11yú1n10uv o'i av1~pc1>1t01
µâÀ.Ào\' Tt> crl>.:Ótoç i1 r(i <pfoç ... l:Çov CÍ.rropcY.Çmn}m n'x l-i.moôc;)\' rfi crrntqpÍ<t
K<X 1 tt)V rucpov KO. t ún· rrÀotJtov "ª1 rov <pójfov, rmcp0qyopr.vouç to
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n:ÀÚÇopo 1:

3. Ou ~oÚÀEm~r ouv ràç <panacríaç raúraç Krvàç àrroppÍ'lfaV'tEÇ tfl


OUVT\ÔElÇ'- O:Utf\ àn:otáÇo:crt~m, l\EVOOoÇÍq. f7ttÀ.É yovtEÇ'

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1102}

l. Tí yàp ~yrtcrÔE. Ü) ãvôp(ú]tüt. -rov Túxrnva 'Epµilv Kat -rov ÀvÔoKÍÔou


Ko:l. rov .A.µÚf\tov: -:-H mxvri tq) 811Àovon ÀÍÔouç, éócrrrrp Kal. tov 'Epµ~v. 'ílç
fü: oÜK EOtl ôro; naÀwç l((xl cúç oÜK ECHl ÔEOÇ nÍplÇ, à.À.À.à rrá011 áÉpoov KUl
VE<j>WV' Kat O\' tpÓnov OUK Ecrn \' nµÉ.pa ôróc;, oufü: µ~v oufü: EVtautàç ouÔE
xpóvoç ó fK toÚtrnv auµnÃ11poÚµrvoç, oÜtwç OUOE ~À.lOÇ OUOE crcÀ.~Vl), oiç
EKO:crtov tfuv nponpT\µÉvwv Õt0piÇnm.
2. Tic; av ouv t~V rüôuvav KO:l t~V KÓÀo:crtv Kal t~V ÕÍKTlV KCXl t~V
vɵEatV EU q>povmv \moÀ.Ú~Ol ôwúç; OUÔE yàp ouô' EplVUÇ OUÔE µoí:pat
ouõE: t:͵o:pµÉ.vTJ, rnd µriõE: noÀ.nEÍo: µf\ÕE õóÇo: µT\ÕE JtÀoutoç t>rnl, ov Kat
Çroypáq>ot rnq>À.Üv Emfü:tKvÚoumv·
3. Ei fü: aiõfo Kat Epwta Kat àq>poÕÍtT\V EKt}náÇetr, àKoÀou~oúvrwv
auto'iç aiaxúvTJ 1m\ Ópµ~ KCtl KÚÀ.Àoç KO.l cruvoucria. OÜKO'UV Et' &v EÍKÓ"CWÇ
Ü7tvoç Kal ôávatoç ôero Õ\Õuµáove nap' Úµív voµÍÇ01vto, 7tÚ~11 taum JtEpt

nrorrtUHKUl HPOt t.AAHSA1

1 11!0 1
- CAPITULO X -

como a vossa própria vida, em direção à morte: esse é o único termo que encon-
trareis para a vossa vã esperança; não sois capazes de sentir compaixão de vós
mesmos, mas àqueles que se apiedam de vós, por causa de vossos erros, também
não estais dispostos a lhes obedecer, pois sois escravos de costumes perversos, aos
quais permaneceis tão presos que suportais deliberadamente a vossa destruição até
o último suspiro.
2. "É que a luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à luz" ,179
quando eles podiam se livrar daquilo que é obstáculo à salvação: o orgulho, a
riqueza, o medo, repetindo essas palavras poéticas:

Para onde devo levar essa abundante riqueza? Eu mesmo, para


onde devo seguir? 180

3. Não quereis, pois, rejeitar essas vãs fantasias, renunciar ao próprio hábito
e dizer à vã opinião:

Adeus, sonhos falsos, não éreis nada. 181

[102]

1. O que acreditais ser, ó homens? Hermes Ticão, aquele de Andócido, e


Hermes Amieto? Não é evidente a todos que vós os vedes como pedras, assim
como Hermes também? Portanto, o halo não é um deus, o arco-íris não é uma
divindade, mas sim estados do ar e das nuvens; da mesma forma o dia não é um
deus, nem o mês, nem o ano, nem o tempo composto de elementos, assim como
o sol e a lua também não são deuses, eles apenas determinam os fenômenos
supracitados.
2. Quem, pois, se pensas de maneira justa, tomaria por deuses a correção, o
castigo, a pena e a vingança? Esses também não são deuses como as Erínias? Nem
o destino, nem a sorte que reparte os destinos, nem o governo, nem a glória, nem a
riqueza (a qual os pintores nos apresentam como cega) são deuses.
3. Se divinizai o pudor, o amor, o prazer, é preciso fazer acompanhá-lo s tam~
bém a vergonha, a paixão, a beleza e as relações sexuais! Também não existe ne-
nhuma razão para que o sono e a morte passem, entre vós, por dois deuses gêmeos~

IXORTAÇÃO AOS GRBGOS


1 J 8t 1
-r:à. Ç0a <n>~tBCTívovnx <p1JCTtKfoç· oú8r p11v KT,fHX oubl'. r'1µappÉv11v ouôlõ ~toÍpo.ç
i}ràç l'.\'ÕÍKlúÇ t:pflTf. .
.+ Ei ôi: ~'.pi..;
Krxl. prí.x11 oú úrní. o-l>ôl: Apqç oúõi: 'Ev11(;). "En tE <ei> aí
àcr1po:n:o:1 Krx1 ot npm>vol l\Ut nÍ. ()~t~ 1 )ot o\, t~roí. nfoç rt) rrúp Kal to l>Õülp
l~rol: ntôç õl: l\(Y.l oi. ÔHfCTCTOVH'Ç KO'.l OÍ Kop~W.1 Ôll{ lHXl~OÇ cxépoc; YEYEV1Wl'.VOt;
'Q Ôf Tll\' HJXll\' Ôft)\' Àfy{I)\' K(Xl !lj\' n:pfo;t\' ÀfYfHú ÚrÓv.

[ I O}]

1. Ei ôn OU\' rnúruw OlJÔf f\' 1}roç dvu.t voµ íÇnm OUÔE µnv fKclV(l)V
-r:&v xr1poKµ1)Hü\' KO'.l àvmcr1}1ínov 7tÀCTCT~lcXHl)V, rrpÓvolO'. OÉ nç n:rpt nµâç
KaTa<patVfTal ÕuváµEWÇ lJftKT,Ç, ÀElITftu.t OUÔfV lZt,ÀO ll LOlHO ÓµoÀOyflV,
on ãpu OVHúÇ µÓvoç EcHl Tf KO'.l lHpÉcrTqKfV b µÓvoç OVHOÇ -\mápxrnv t'}t:óç.
ÀAÀà yàp ~Lavõpayópav ~ tl aÀÀo <pápµaKOV 1tf7tCOKÓCHV àvt'}pwn:ou; EOtKatE
Ol O'.VOT\TOl'
2. l1roç õi: Ú~t'iv àvavil'+mt õoíq n:oú wuõr rnú Ürrvou Kat cruvtÉvm
ôd.w µ118!: xpucrov i1 ÀÍÔov i1 õ€v8pov ~ rrpâstv ~ rráôoç ~ vócrnv ~ cpó~ov
ivõá.ÀÀrcnko lúÇ t'}eóv. "'Tpl.ç yàp µÚp10Í Etcrtv" Ó)Ç àJ. rit'}ffiç "E7tl xt'}ovl
1touÀuj3onipn õaíµovrç" ouK "cu'.távm:ot" ou8E: µ~v t'}v11rní (ouôr yàp
aicrô~crrwç, '\va Kat t'}avárnu. µnnÀ~<pacrtv), ÀÍÔlVOt õi: Kat ÇúÀtvot
Õ€cr1tÓtal à.vôpórnwv, új3píÇovtrç Kat n:apacrnovôouvtEÇ tov 13iov Õtà 1~ç
cruv11 ôdw;.
3. "'H yfi 8€ t0u KUpÍou," cpricrÍ. "Kat to rrÀ~pwµa aut~ç"· €tta tÍ rnÀµ~ç
E.v w\ç t0u KUpiou tpucpfov àyvor\v tov 8rcrn:ó111v; KaráÀrrnE t~v yl1v 1~v
o
Eµ~v, E.pó <JOl ó KÚpwç, µ~ l}ÍYllÇ rnu Üôarnç f,yffi àva8íõroµt, tCÔV KaprtCÔV
WV fYW yEropyro, µ~ µttaÀáµj3ave· à1tÓÔoç. ÜvÔpW1tE, tà tpücpcla 1cp l'.tt:qr
E1tÍyvwôí crou tOV 8rcrrró1riv· 1810v d 1tÀácrµa 'tOÚ ôrnu· 'tO ÔE OlKEloV auwu
1tÔlÇ av i:v8ÍKWÇ àAAÓtptov yÉvono; To yàp cX1tTJÀÀotptroµÉvov crn:pÓµevov

'tftç oiKElÓ'tl)toç cr-tÉpnm tilç àAril1daç.


4. ~H yàp oux n
Ntól3ri tpÓ1tOV nvá, µéiÀ.Àov fü: 'í.va µucHtKCÓti:.pov
7tpoç Úµfo; ànoqn'}ÉyÇroµm, yuvmKoç tf\ç ·'Ef3paíaç ÔÍKT\v (Arot EKÚÀouv
au'tTlV oi 1tCt.Â.alOl) Eiç àvmcrô11aiav µna.1pÉ1tEOÔE; AEÀtÔroµÉv11v mÚtTJV
na.pEtÀ:JÍq>a.µEv ti)v yuvcx'ix:a füà. to !:oõóµmv i:pâv· !:oõoµirm fü: oi. ãôrnt 1mi
oi. 7tpoç ti)v àcri{3Etav imcrtpEq>ÓµEvot crKÀTlpoKápôtoí tE Kai ~ÀÍÕtot.

11POHUITIKOt llPtlt f..\AKNU


- CAPITULO X -

quando são apenas acidentes naturais entre os animais viventes; e já não tendes
razão para chamar de deuses a morte violenta, a sorte e 0 destino.
4. Se a discórdia e o combate não são deuses, então Ares e Belona também
não o são. Se os relâmpagos, os raios, as chuvas não são deuses, como 0 fogo e a
água seriam deuses? Como seriam ainda deuses as estrelas cadentes e os cometas,
nascidos de uma modificação do ar? Que aqueles que denominam a fortuna como
deusa façam o mesmo com a atividade humana!

1. Se se acredita que absolutamente nada disso é deus, e que nenhuma dessas figu-
ras insensíveis feitas pela mão do homem também não o são, mas que apenas manifes-
tam certa providência do poder divino, é preciso reconhecer uma coisa: que Deus existe
e subsiste realmente só, aquele que, só, é realmente Deus. Mas, em verdade, em vossa in-
sensatez, assemelhai-vos a homens que beberam mandrágora ou qualquer outro veneno.
2. Que Deus vos faça recobrar os sentidos, após o sono, e compreendê-Lo, e
não mais considerar como deuses o ouro, a pedra, a árvore, a atividade humana,
o sofrimento, a doença ou o medo. "Pois existe" verdadeiramente "sobre a terra
fecunda três vezes dez mil demônios" - não "imortais'', 182 nem mesmo mortais
(eles não compartilham do sentimento de serem mortais, tampouco da morte): de
pedras e de madeira, eles são mestres dos homens; graças ao costume, eles subme-
tem os viventes à sua violência e a suas traições.
11
3. "A terra pertence ao Senhor", diz a Escritura, "e tudo o que ela encerra"; u
como, então, ousas viver prazerosamen te nos bens do Senhor e esquecer o dono
de tudo isso? Deixa minha terra~ dir-te-á o Senhor, não toques na água que eu faço
jorrar, não tires a tua parte dos frutos que eu cultivo! Paga, ó homem, teu alimento
a Deus; reconhece teu mestre; és a obra própria de Deus; como aquilo que lhe per-
tence pessoal e equitativamen te pode se tornar propriedade de outro? Aquele que
é alienado perde, ao mesmo tempo que seus bens, a verdade.
4. Não, de certa forma, como Níobe, mas antes, para anunciar mais a lingua-
gem de nosso mistério, como aquela mulher hebreia (a quem os antigos chamavam
de Lot), não passastes por uma insensibilidade estúpida? Sabemos que essa mulher
184

foi transformada em pedra porque amava Sodoma; ora, os sodomitas são os ateus e
os endurecidos de coração e de inteligência, e que se voltam para a impiedade.

IXO!tTAÇÃO AOS GRllGOI

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ÔlKatO<JD\'llV i-:aÀOD\'W. OUTf Tll\' xá.p1v Tll\I ãvüJltfv Cl7rfKÔEXÓµrvo1 oÜtE t~V
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3. ou yrxp TCl<JtfDOU<Jl np l~fq) OUOf EKµavôó:voucrt TYJV õúva~ttV aurnú.
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4. bµµCÍ.túJ\' µf:v OU\' ~ rri\pmm:; KO:l -rfiç àKo~ç ~ KWtp(l)<JtÇ àÀyEtvotÉpa
Jtapà tàç Àomà:; TOU ITO\'llPOU n:/1.fOVEÇíaç· ~ µf:v yà.p autÔJV àcpflpritm t~Ç
oupa.víou rrpoOÓ\jlEWÇ, ~ 8f: tf]:; l}fiaç µal}i\crEWÇ E<JtÉplitat.

1. Yµêlç ôf: npoç --r~v àÀ.i\fü:w.v àvártripot Kat tucpÂ.ot µf:v tov vouv, Kwq>ot
fü: 't~:V cr{NE<JtV OVTEÇ OUK àÀ.yÓtE, OUK àyavaKtEltE, OD TOV oupavov iõóv Kal
tOV 'tOU o\ipavoú 7tOlJl't~V fJtfl}uµÍ\crU.tE, ouõf: TOV tfuv m:Xvt(l)V ô11µwupyov
KClt JtCLtÉpa àKoúcrm Kat µal}civ E:ÇEÇT\'tlÍcratE, tnv npouÍptcnv tft monlPÍÇ'.
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O\>VU\j!UvtEÇ.
2. EµJtoÕrov yàp fo1<um oufü:v 'tq> <J7tE1JÕOV'tl 7tpoç yvfucrt V -ÔEOU, OUK
cX1tatÔEucría, ou 1tEVÍ.a, OUK àõoÇÍ.a, OUK ÚK'tflµocrúvrr ouÕÉ 'ttÇ TllV OVt<OÇ
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t011tUV'tOÇ µâÂ.Àov 10\rto ElPT\'tat'

UPOlPFllí1~01 UP'f>t [.\,\H~.\l


- CAPITULO X -

1. Considerai que uma voz vinda de Deus vos fala: "não acrediteis que pe-
dras, pedaços de madeira, pássaros, serpentes sejam sagrados e os homens não o
,
se1am " JRI b , . conce he1. os h omens como essencia lmente sagrados, e
; · em ao contrario,
os animais e as pedras pelo que são.
2. Entre os homens, os pobres infelizes creem que Deus grita pela voz do cor-
vo e do pombo, e guarda silêncio pelas palavras do homem, e prestam honras ao
corvo como a um mensageiro de Deus, enquanto perseguem o homem de Deus,
que não crocita nem grasna, mas fala, creio eu, razoavelmente; eles se encarregam
de submeter à morte desumanamente aquele que os instrui por amor ao homem,
quando os chama à justiça; tampouco acolhem a graça que vem do alto, nem
evitam o castigo.
3. Com efeito, eles não creem em Deus, nem procuram conhecer seu poder.
O amor de Deus pela humanidade é inefável, e imenso seu ódio pelo mal. Sua có-
lera alimenta o castigo que pesa sobre o pecado, mas seu amor pela humanidade
espalha benefícios sobre o arrependimento. O mais lamentável é ser privado da
ajuda que vem de Deus.
4. Assim, a obnubilação da vista e o enfraquecimento da audição são mais
penosos que os outros invasores do espírito mal: o primeiro eleva os homens à
vida celeste, o segundo os priva do conhecimento de Deus.

[105]

1. Vós, porém, sendo mutilados diante da verdade, cegos de espírito e surdos


de inteligência não sofreis nem vos indignais com isso, não desejais ver o céu e
aquele que o fez, não procurastes ouvir e conhecer "6 criador e o pai de todas as
coisas'', 186 não juntastes vossa vontade ao desejo de salvação!
2. Pois nenhum obstáculo impede a caminhada daquele que se apressa rumo
ao conhecimento de Deus, nem a falta de instrução, nem a pobreza, nem a obscu-
ridade de sua condição, nem a indigência. Ninguém, todavia, pode se vangloriar
de ter trocado a sabedoria essencialmente verdadeira "ferindo o adversário com o
bronze" 187 ou o ferro, pois nada é mais justo do que essas palavras:

O homem bom em todo lugar é um salvador! 188

llXOllTAÇÃ.O AOS GRIJGOS

1 18J 1
., f\ f-. tf) .\ ,\ ' 1 tJ \ 1\ .,._

3. l) yàp TOl> 8n:aÍol> ÇqÀ(l)níç. C1JÇ av tülJ àvn·óro1h; rpu0tr1ç. 0À1yo0r1íç,


Ot>K E\' cxÀÀ(iJ Tl\'l i1 f\' (t.ÚTi~) '"'(l.t 1ttT) l~ffi'l TO pO:K<Yptov l~l)CT<XllpÍcHY.Ç. ~~VÔ<X ou

cr~ç. oú AncrtiÍç. ou rrc1pca1í.;. Ú.ÀÀ • ú nÜ\' à'{m16)v àíõ1uç óm1ír.


4. Apa Ol>V fil\'l'.>Hl)Ç (;}µOÍ(l)(n1r tolÇ (Í<pfCTlV l:t-:fÍ\'DIÇ. OlÇ HX 0nu n:poç rouç
Ko:n:rrc!8ovtaç àrroKÉKÀflcno:1. "t-}w1<\; yà.µ UlJtotç.'' <pq0lv í1 ypmrií. ''Kmà
T~\' Ó~toÍ<1)<Jl v mil ;ÍlpFO)Ç. én0r1 cúrní8oç r:wcp~ç i-:o: 1. l.3uoúm1ç tÚ (1rn cxút~ç,
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EtÇ oupavÓ\'. ôcrn~1ácrc1.TE. ITCJ.ÚcracrÔE KaprJ.OOKOUVTEÇ HÚV Ol KO:Íwv T~V
nrÉpvav Ka.I. ··t~v óôov tf)ç àÀ11ôEic1.ç'' EµrroôiÇovtEç· cppÓvtµot yÉvrn~E
Kat àp/...a~E\.;·
3. táxo. nou ó KÚptoç émÀÓn1w.; Úµ'iv ôwpTÍcrnm rrtEpÓv (rrupfocrm
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tOUÇ oupavoúç. Móvov ÊÇ OÀT\Ç Kapôiaç µttavoftcr(J)µEv' éoç oAn Kapõí~
Ôuv11tn)vm xwpilcrm tov 'ÔEÓV.
4. •·'EJ..nicraTE E7t' autÓv ... cp11cri. "nô.cm cruvay(J)y~ Ào:ou, EXXfE'tE Êvromov
ainou nácra.; ràç Kapôiuç Úµfuv.'' npoç wuç nvoliç tfiç rrov11píaç ÀÉyff ÊÀeÓ
KCll ÔtKUlO<JÚVT\Ç 1tÂ.T\pOl" JtlCJ'tE\JCTOV, avÔpcmtE. Õ:vt~pÓl1t(t) KO:t 'ÔEqY n:ÍcrtEUO'OV,
Õ.vôpcmtE. 't~) naÔÚVtl Kat 7tpOO'KUVOUµÉvcp, ÔEq) Çfuvn mcrtEÚ<H1'tE oi ÕODÀOl
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5. návn:ç ãvôp(J)1tüt mcrteÚcratE µÓvq> tcp náv'tú>V à.v'Ôp(Ómov ôeqr
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'tOV fü:óv' exnç ti) V ÇffiTÍV.

OPOfPtíl rJK01 flf'()t f.AAllS"t

I 1 H6 1
- CAPITULO X -

3. O homem zeloso da justiça, mesmo sendo amante daquilo que não é neces-
sário, ele próprio não teme a necessidade, ele não confia o tesouro de sua felicidade
a nenhum outro que não ao próprio Deus, lá onde não existe traças, nem bandi-
dos, nem piratas, 189 mas apenas o eterno distribuidor de bens.
4. É natural que sejais, pois, comparados a essas víboras cujos ouvidos são
moucos à voz dos encantadores. "O coração deles", diz a Escritura, "é semelhante
à serpente que fecha os ouvidos e não escuta a voz dos encantadores". 190

[ro6]

1. Deixai-vos, ao menos, curar a vossa selvageria, por meio desses encan-


tamentos e acolhei o nosso Logos; expeli o veneno letal, a fim de que vos seja
permitido, ao máximo possível, despojar-se da morte, como as cobras se despojam
de sua velhice. Escutai-me, não tapai os ouvidos, nem vos esquiveis de ouvir, mas
deixai cair em vosso espírito o que se vos diz.
2. É bom o remédio da imortalidade; 191 cessai, enfim, de se arrastar como
serpentes: "Os inimigos do Senhor lamberão a poeira", 192 diz a Escritura. Erguei a
cabeça de cima da terra em direção aos espaços etéreos, olhai para o céu, admirai-o,
cessai de espiar o calcanhar dos justos e de obstruir "o caminho da verdade", sede
prudentes e inocentes.
3. Logo o Senhor vos dará a asa da simplicidade (pois ele quer que os filhos
da terra tenham asas), para que possam abandonar vossos antros e habitar os céus.
Apenas repetimos, de todo o nosso coração, a fim de podermos, de todo o nosso
coração, receber Deus.
4. "Esperai nele, vós que sois toda a assembleia do povo, colocai diante de sua
face os vossos corações"; 193 assim ele fala àqueles que são vazios de malícia; ele se
apieda e os cobre de justiça; crê, ó homem, no homem-deus; crê, ó homem, naquele
que sofreu e que é adorado.
5. Crede, vós que sois escravos, naquele que estava morto e que é deus vivo;
crede, vós homens todos, no único Deus de todos os homens; crede e recebei
como recompensa a salvação: "procurai a Deus e vossa alma viverá", 194 Aquele
que procura Deus trabalha em favor de sua própria salvação; achaste Deus,
possuis a vida.

IXORTAÇÃO AOS GRl!GOS

1 187 1
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1. Z11T~(5(0~1n· o\iv, 'ívc1 Kc1.I Ç1ícrrnµrv. O µ1cn~oç


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2. TaÚH1Ç. Ol~Lm. TCiÇ l}ríaç ypmpàç rvanomppay1craµÉvouç XP~ !D
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µÉpoç. ()p~tü\' n: 1~v a\n~v àKÚ~tova crrnnlPÍaç crocpÍav voµÍÇnv·
3. 81' i1v Úya0ot ~tfv rraTÉpt:ç tÉK-vrnv oi np rra1pl. rrpocr8r8paµ11KÓ1t:ç,
àycxl}o\ 8€ yovEUCTlV ui.o\ oi. TO\' ui.ov VEVOJlKÓn:ç, àya0ol. ÔE avÔpEÇ yuvmKCÔV
oí µrµv11~1Év01 rou vuµcpíou. àymfol. ÔE oiKETCÚv fü:crnó1m oí 1nç foxán1ç
8ouÀEÍm; À.rÀ. Dtpú)µÉvol.

[108]

l. "n µaKapuÓ1rpa 1nç EV àv0pómotç rrÀÚVT]Ç 1à 0T]pía· r.mvɵHm T~V


ãyvotav. roç Úµt:lç. oux ÚJtoKpÍvnm ÔE "!~V àÀ.~0EtaV' OUK E<Hl nap. au1o'iç
KoÀ.áKo)V yÉvTJ, ou 8nm8mµovoúow ix0úrç, ouK ri800À.0Àa1pE11à Õpvra, fva
µÓvov fK1tÀ~HETat TOV oupavóv. EJ!El 'ÔEOV voncrm µ~ 8úva1m à1tT]ÇtroµÉva.
tol> À.Óyou.
2. Eh' OUK aicrxúvE<JÔE K<Xl TCÚV àÀ.Óyrnv crcpâç autouç àÀ.oyrntÉpouç
7tE7tOtTJKÓ1rç, o'1. 8tà 10cr0Útoov ~ÀtKtCÚv [v à0rÓtTJTt Ka1atÉ1p1cp0r; na'iõrç
yEyÓvarE, Elta µEtpáKta. Eltf1 E<pTJ~Ol, d1a ãv8prç, XPTJO'TOl 8e ou8ÉnotE.
3. K&.v 10 yfipaç aiÕÉcrÔTJ'!E, [nl. õucrµa'lç rou ~Íou yrvóµrvot <J(J)(ppoviícmn:,
Kâv en1 1ÉÀEt rnu ~íou 1ov 'ÔEov [JtíyvoHr, cúç õn
to tÉÀoç úµ'iv tou ~íou àpxnv
àvaÃá(301 O'{l)t11píaç. fTJpÓ:cratE 1tpoç 8nmõmµovíav, vfo1 àcptKEO'ÔE 1tpoç
ÔEOO'É~E\CXV' 1t<XtÕaç àKCÍKOUÇ frKplVEl ÔEÓÇ.
4. n µi:v oiiv Alh)va'loç TOlÇ LÓÂ.ú>voç É7tÉcr'Ôoo vÓµotç Kat ó ApyE\oç 'tOlÇ
4>oprovÉroç Kat ó L1tapt1á111ç to'lç ADKoÚpyou, ri OE crEau1ov àvaypcÍ<pnç tou
ÔEo\J, o-Upavoç µÉv 001 i) 1tatpÍç, ó õi: 'ÔEoç voµoÔÉtTJç.

I 1 HR I
- CAPITULO X -

[107]

1. Procuremos, para que possamos viver. A recompensa para aquele que en-
controu é a vida ao pé de Deus. "Que eles vivam na alegria e se rejubilem em ti, to-
dos aqueles que te procuram, e digam sem cessar: Glória a Deus!" 195 É um belo hino
a Deus o homem imortal, constituído pela justiça, no qual as sentenças da verdade
são escritas. Onde, de fato, é preciso averbar a justiça senão numa alma virtuosa?
Onde inscrever a caridade? Onde inscrever o pudor? Onde inscrever a doçura?
2. Tais são, no meu entender, os caracteres divinos que os homens têm de
imprimir em sua alma; eles devem considerar a sabedoria como um bom ponto
de partida para qualquer etapa a respeito dos caminhos da vida; devem ver, nessa
mesma sabedoria, o porto da salvação, ao abrigo das tempestades.
3. É ela que faz daqueles que se abrigaram em torno do Pai bons pais para
seus filhos; daqueles que conheceram o Filho bons filhos para seus pais; daqueles
que se lembram do Esposo bons maridos para suas mulheres; daqueles que se ali-
jaram da pior das escravidões bons patrões para seus domésticos.

[108]

1. Ah! Mais felizes são os animais selvagens que aqueles que, entre os homens, são
vítimas do erro: os animais permanecem na ignorância, como vós, entretanto não refu-
tam a verdade; não há, entre eles, raças de aduladores; os peixes não são absoluramenre
supersticiosos, nem os pássaros idólatras; uma única coisa lhes foi interditada: o céu, por-
que não podem conhecer Deus, não tendo sido julgados dignos de pos.suir inteligência.
2. Não vos envergonhais, então, de terdes vos tomado mais irracionais que os
animais irracionais, vós que passastes tanto tempo na impiedade? Vós fostes crian-
ças, depois adolescentes, depois efebos, depois homens, sem jamais serdes virtuosos!
3. Respeitai, ao menos, a vossa velhice; no ocaso da vida, tomai-vos sábios; mesmo
no fim da vida, conhecei Deus, para que o fim de vossa existênóa ceda lugar ao início de
vossa salvação. Envelheceis, se continuardes voltados para a superstição; rejuvenesceis,
se quiserdes atingir a verdadeira religião; são as crianças inocentes que Deus admitirá.
4. Que o ateniense siga as leis de Sólon, o argivo as de Foroneu, o espanano
as de Licurgo, mas vós próprios sois inscritos como penencentes a Deus, que vossa
pátria seja o céu, e Deus o vosso legislador.

IXOITAÇÃO AOI CHIGOS


1 189 1
,,,., 1\ 1 <i' ,, ,\ ,, 1 (l ~ 1\ -

5. Tivrç ÔE 1mt oi vóµo1: ··ou 1povEÚcrnç. ou µ01xcúcrr1ç. oú rrm8o<pôop1ícrnç,


oü KÀhvnç. o\) \jlrt>8wmpnJp11crnç. cf.ycmí10nç KÚp1ov t(w 1}róv mrn." Eicr1
()( 1\CXl toÚHOV HX mxpo:rrÀqp<;>µ<t.ta. ÀtJyt01 vóµo1 l\Cf.l ayw1 Àt)yo1 i::v m)w!ç
ryypacpÓµrvo1 trt.lÇ KapOÍmç· "àyamím~tÇ tOV rrÀ11crÍov <JOlJ CtlÇ <Jf<XUtÓv", Kat
'"T0 TÚ7tTOVTÍ O"f Et.; TllV <JICXYtWa rrápfXf Kat Tll\' CXÀÀllV"', KO'.l ''otJK ErtlÔUµÍ)CTElÇ,
€mthlµi~ yc'xp µóvn µrµoíxnllmç."

(ro9]

l. nócrq) youv aµnvov TOlÇ àvôpómo1ç rnü rnnávnv tW\I rmôuµ1cúv


àpx~v µ118r rml}wir'lv r1}ÉÀr1v Ct)V ~lll 8ó: AÀÀ' ÚµE'lç ~LEV TO aucnripov
1'TlÇ crwtripíaç ÚrroµÉvnv ou Kapn:pón:. Km}éLrrEp õe tfuv cr1tiwv w!ç
yÀuKÉmv hõó~1rôa Õ!à t~v Ànón1rn. t~ç í18ov~ç rrponµwvtEÇ, iéhm fü:
hµ&ç Kat Úy1áÇn tà rr1Kpà tpaxúvov-ra t~v afoôricrtv. à/..),à Touç àcrÔEVEÍ:Ç
1'àv cr-róµaxov pó)Vvucr1v ~ rwv cpapµáKwv a\HHTlPÍa, oünoç ~ÕE1 µrv Kat
yapyaÀiÇn í1 crnv~ÔE!a. à).À.. ~ ~lEV ElÇ TO ~ápal}pov Úll}fÍ, n cruv~\}fl(l, ~
n
ÔE ElÇ oupavàv àváyn, àA.í1l}na. «tpaxEí:a» µrv 1à rrpfutov, «àf..).: àym'}~
'
KOU püT pocpoç».
n
2. K'Ctl O'Eµv~ µrv '(lJVatKWVÍ: tlÇ aÜn1, crc;l<ppcov ÔE n yepouaia· ouÕÉ fon
ôucrrtpÓ<n to.; OUÔE àõúvcnoç ÀH~ElV. ÜÀÀ' E<Jtl V Eyyutátco EVOl KOÇ hµ&v, n
<pll<HV aiv1 HÓµEvo.; ó rrávaocpoç Mcoucrnç. Tpl<Jl toí:ç KO'.Ô' nµâç EVÔWILCüµÉvT)
µÉpE<n, «XEPO"l KCll crtÓµan Kat Kapõi~.»
3. LÚµ~oÀ.ov rnuto yv~mov tp1al. totç 7tâcrt cruµ7tÀllpouµÉvriç tilç
àÃ11"eia.;, ~o\JÀn Kat rtpáÇEt Kat ÀÓycp µnõr yàp 1ÓÕE õdµmve, µ~ cre Tà
7tOÀ.À.à K'Cf.l f1tl1Ep7tll <paVtaÇÓµEVCX ÜcpÉÀ.1lTO'.l O'ücpÍaç· CXUtàÇ ÉKWV Ú7tEp~~O'tl
'tàv À.fipov 'tllÇ <JUVll~ElO'.Ç, KCX~ÚrtEp KCXl oÍ. 7tatÔEÇ tà à.t}Úpµata ÜvÔpEÇ
yevÓµEVOl àrtÉppl\j/CXV.

[IIO]

1. Táxe1 µ(v õ~ àvu1tEp~Â~tcp euvoiq. tE EÚ1tpocritcp ~ 8úvaµtç ~ ttEi:iCT,


EmÀ.áµvacra t~V yllV <JCJ>tllPlOU cmÉpµa.tOÇ evÉ1t:Àll<JE rtâv. OU yàp â.v oÜtCOÇ to
Ev oÀ.Íycp xpóvcp, tO<JOU1'0V (pyov CXVE'U ,'}fiai:; KOµtôflç eÇ~vUCJEV ó KÚptoç, O\j/El
KClta<ppovoÚµevoç, (pycp rtpo01rnvo'Úµevoç, Ó Km'}á.pcnoç Kat crwt~ptoç K<Xt

nrOTPEtlllKOL '"''1. E"AltNAl

1 '90 1
- CAPITULO X -

5. E quais são essas leis? - "Não matarás, não cometerás adultério, não cor-
romperás as crianças, não roubarás, não darás falsos testemunhos, amarás o Se-
nhor teu Deus." m E há seus complementos, leis razoáveis e santas razões gravadas
no próprio coração: "Amarás teu próximo como a ti mesmo" ,197 e "Aquele que te
esbofeteia uma das faces, dá-lhe a outra", 198 e "Não cobiçarás, pois apenas pelo
desejo, cometes adultério!" 199

1. Como vale mais para os homens, antes de obter o objeto de seus desejos,
nem ao menos começar por se permitir ao desejo daquilo que é proibido? Não ten-
des, pois, a coragem de suportar o que a salvação tem de austero; do mesmo modo,
entre nossos alimentos, usufruímos daqueles que são doces e os preferimos pela
suavidade do prazer, enquanto as coisas amargas, ásperas ao paladar, curam-nos
e trazem-nos a saúde; o sabor amargo dos remédios fortifica o estômago daqueles
que são fracos, assim como o costume nos é agradável e nos adula, assim como nos
empurra ao abismo, ao passo que a verdade nos faz subir ao céu, "rude" no início,
mas, finalmente, "excelente nutriz para os rapazes" .200
2. É um gineceu pleno de virtudes, é um senado pleno de sabedoria; ela não é
de difícil acesso nem impossível de ser atingida; ao contrário, ela é absolutamente
próxima, ela habita em nós, como sugere o sapientíssimo Moisés: ela se encontra,
diz ele, nessas três partes do nosso ser, "nas mãos, na boca e no coração" .201
3. Isso é um autêntico símbolo, já que a verdade não se realiza senão em três etapas:
vontade, ação e palavra. Também não tenhas medo de ser desviado da sabedoria, por
tantas sugestões encantadoras: negligenciarás, por tua própria vontade, a conversa fútil
e o costume, como as crianças que, ao se tornarem adultos, rejeitam seus brinquedos.

[IIO)

1. Com uma rapidez inigualável e uma benevolência afável, o poder divino


iluminou a terra e a todos saciou com a semente da salvação. Pois, jamais, sem
a providência divina, essa obra imensa não teria sido consumada em tão pouco
tempo pelo Senhor, desprezado pela aparência mas adorado pela obra, o Logos
divino, o purificador, o salvador e pacificador; ele apareceu em todo o esplendor,

l!XORTAÇÃO AOS GllGOI


1 191 1
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3. ·rv1icrwç yàp ~v àyctl\'tCJtTlÇ 1.:ai rnu rrÀÚcr~iawç crnvcxywvrcmí.;. tcXXHHa
fü· riç n:àvrrt..; c:tvl1pc;movç Õtaõoltrtç Jânov ÍlÀÍol! r~ 11.ur~.; ri.varrÍÀaç r~ç
n:C<tptKÍlÇ (3ouÀ.1Ícrf(l)Ç. pifcrrn h~ilv rn:ÉÀap~1r. rov 11róv. ()11t·v TE~\' autoç Kat
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1 191 1
- CAPITULO X -

como sendo realmente Deus, tendo sido feito igual ao mestre do universo, porque
era seu filho e porque "o Logos estava em Deus" .202
2. Quando a primeira anunciação foi feita, não acreditaste, nem quando ele
tomou para si a máscara do homem e se revestiu de carne, para desempenhar o
drama da salvação da humanidade.
3. Ele era o autêntico ator desse drama, associando-se ao esforço do jogo de
sua criatura. Mui rapidamente ele se difundiu entre os homens, elevando-se mais
rápido que o sol, pela própria vontade de seu pai; com muito gosto ele nos ilumi-
nou, produzindo, por meio de sua doutrina e pelos sinais que deu, o próprio Deus
como testemunho de sua origem e de sua personalidade, ele, o Logos, arauto da
paz, nosso mediador e nosso salvador, fonte vivificante, pacificadora; ele se difun-
diu sobre toda a superfície da terra, fazendo, agora, de tudo, por assim dizer, um
oceano de bens.

l!ltORTAÇÃO AOS GltlOOI

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1 '94 1
CAPÍTUL O X l

~ A parousía do Logos divino e sua beneficência ~

[III]

1. Examina um pouco, pois, se tu o queres, a beneficência divina, desde seu


início. Quando o primeiro homem, no paraíso, brincava livre, era ele, ainda, a pe-
quena criança de Deus; quando, sucumbido pela volúpia (a serpente, que se arrasta
sobre o ventre, é a alegoria da volúpia, o vício terrestre, voltado para a matéria),
deixou-se seduzir por seus desejos; a criança se torna homem e, na sua desobediên-
cia e indocilidade para com seu pai, envergonhava-se de Deus. Tal foi a força da
volúpia: o homem que, por sua simplicidade, era livre, achou-se preso a seus erros.
2. Mais uma vez o Senhor quis libertá-lo de seus liames - aprisionado pela
carne - (que divino mistério!), ele subjugou a serpente e reduziu à servidão o tira-
no, a morte, e - o mais paradoxal - a esse homem perdido pela volúpia, prisioneiro
da corrupção, ele, por seus braços estendidos, o mostrou liberto.
3. Ó maravilha plena de mistério! O Senhor é escutado, e o homem é ressus-
citado; aquele que havia caído do paraíso, recebe, por sua obediência, uma recom-
pensa ainda maior: os céus.

[112)

1. Portanto, parece-me que, depois que o próprio Logos veio do céu para nós,
já não há necessidade de irmos a nenhuma escola humana, nem nos preocuparmos
com Atenas e o restante da Grécia, tampouco com a jônia. Se, de fato, o mestre nos
proveu de todas as coisas por seu santo poder - com a criação, a salvação, apieda-
de, com suas leis, suas profecias e seus ensinamentos-, esse mestre, agora, tudo nos
ensina, e o universo já se tornou, por meio do Logos, uma Atenas e uma Grécia.

EXORTAÇÃO AOS Glll!GOS

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1 1116 1
- CAPITULO XI -
11
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2. Não acrediteis, pois, no mito poético que representa Minos, de Creta, com
laços familiares com Zeus; não deixeis de crer em nós, que nos tornamos discípu-
los de Deus, receptáculos da única e verdadeira sabedoria, a qual os maiores filóso-
fos apenas entreviram; mas os discípulos de Cristo a receberam e a proclamaram.
3. E o Cristo inteiro, por assim dizer, não se divide: ele não é bárbaro, nem
judeu, nem grego, nem masculino, nem feminino; é o homem novo, transformado
pelo Espírito Santo de Deus. 2º3

1. De resto, os outros conselhos e princípios são ínfimos e se aplicam apenas


a questões particulares: como casar-se, ocupar-se da política, ter filhos ... Só a re-
ligião é uma exortação universal e serve, sem dúvida alguma, para a vida inteira,
que, em toda circunstância, em toda oportunidade, dirige para o fim mais impor-
tante: a vida; é visando a esse objetivo único que é preciso viver, para vivermos
sempre; a filosofia, como diziam os antigos, é uma deliberação prolongada, que
procura obter o amor eterno pela sabedoria. "Ora, o mandamento do Senhor bri-
lha ao longe, iluminando os olhos." 204
2. Recebe o Cristo, recebe a faculdade de ver, recebe a tua luz,205

para que bem reconheças Deus e o homem. 206

"Doce" é o Logos que nos iluminou, "mais que o ouro e a pedra preciosa; ele
é mais desejado que o mel e a cera". 207 Como, pois, não seria desejado aquele que
iluminou a mente enterrada nas trevas e que deu acuidade aos "olhos, porta-luz
da alma" ?208
3. Do mesmo modo que, "se o sol não existisse, o universo seria só noite,
por causa dos outros astros", 209 assim, também, se nós não tivéssemos conhecido
o Logos e não tivéssemos sido iluminados por ele, nada nos distinguiria das aves
voláteis que se alimentam do trigo, sevadas na escuridão e alimentadas para mone.
4. Recebamos a luz, a fim de que recebamos Deus; recebamos a luz e nos
tornemos discípulos do Senhor. Pois ele prometeu isso a seu Pai: "Eu farei
conhecer o teu nome aos meus irmãos; no meio da assembleia, entoarei hinos
em teu louvor" . 21 ° Canta teus hinos e me faz conhecer teu Pai, Deus; tuas

IXORTAÇÃO o\OS GIUQO!


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KcctaK€KÀn0µévo1.; ÊÇrÃuµ\j1rv Í)À.Íou KC(ÔapÜnEpov. Çrnílç r~ç fvw.uJa
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2. To cpfoç ÊKEl\'O çú)~ f(Jtl\' ài810ç. !(('(l 00'0'. µnEÍÀ11<pEV aliwu. Çl).
h vu~ bE EÚJ.Cf.~Eí:'tm 'tU 41cúç K<1l 8úvouaa Õtà ràv <pÚ~ov n:apa.xwpE'i tl)
~µÉpçx KDpto\.!· -rà. rrávu1. ~1foç ci.Ko͵rrrnv 'fÉyovrv irn.1. Ti ÕÚGtç riç àva.wÀ~v
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Jtf p lfO''!Jl KEV.

3. Totrto Ti KtÍmç i1 Kmvli f3i::~oiJÀq-ro'.t' ó yrJ.p r.à n:ávra 1ca\~tn:m:Úcov


"Õlx:mocrúvriç ~À.to.;" à' tCTT1; n:rptn:oÀc'l -r~v àvJpcorrÓtT]W., -rc>v rcmi:po:
µlµoÚµEVOÇ. OÇ .. Êrtt rrávr.a; CJVÚp<.;)rtODÇ àvu.tÉÀÀEt '!OV ÍÍÀLOV a.UWU", KO:l
KaTet.\\JTKáÇn -r~v ÕpÓcrov T~·ç àÃ11úriu.ç.
4. ofHOÇ i:~V ÔD<ilV flÇ rlVC1.TOJ.~V prníyo.yEV KCY.t TOV \}ÚvaTOV ElÇ Çro~V
àvacr"CCJ.\JpWafl, f.Çaprtácw..; ÕE 't~Ç Ô:rtWÀEÍa.ç TOV ri.vJpc1mov rtpOO'EKpɵr.t.crfV
ai'ÔÉpt, µnaqnHEÚú)V T~v <p'Ôopàv c:iç à<pôu.pcrío:v KO:t yilv ~tnaf3Ó'.ÀÀow dç
ol>pet.vo{Jç, ó rnú 'ÔfOU YEúlpyÓç, "ÕEÇtà miµo.í Vú>V' Àaouç 8' EJil epyov'' àya\Jov
"'Ê·rdpmv, µ1µvf1cn:o>v ~1Ótoto" àA11-ô1vo'\J, K<Xt -càv µÉyu.v oVHúÇ 1ml tkí:ov Kat
àvmpc.ctpEtüV 10U 1tCHpOÇ KJ.~pov za.ptÇÚ~tEVOÇ n~tí:v, oupu.vÍcp ÕtÕaCTKO:À.lÇt'.
"Eo1to1fuv tov ãvl~pcmtov, "Õtõouç vÓµoti; dç t~v õ1ávo1av Cfutfuv Kat E:rtl.
KClpÕtf.tV ypÚ.<j>OOV autoÚç."
5. Tívaç ÚrtO"'fpÓ:<pEt vóµouç: ''Ott. návtEÇ rl'crovw.t tov t1ct)\I àrr(_1 µ1Kpuü
eroç µqáAo\), tmt '{At:roç", <!>TlOlV Ó ÔEÓÇ, "~croµm auto\ç 1ml tfov áµapttÔ>V
a\rtfuv o1' µi) µvnat>fu."
- CAPÍTULO XI

palavras me salvarão, teu cântico me instruirá. Até agora, eu vivi errante,


procurando por Deus.
5. Mas, depois que me iluminaste, Senhor, e eu encontrei Deus, por meio de
ti, e de ti recebo o Pai, eu me torno teu coerdeiro, já que tu não te envergonhas
de teu irmão. 211

1. Ponhamos fim, ponhamos fim, pois, ao esquecimento da verdade! Despoje-


mo-nos da ignorância e da obscuridade que impedem, como uma venda, os nossos
olhos de contemplar aquele que é verdadeiramente Deus, fazendo, antes de tudo,
chegar até Ele esta aclamação: "Salve, ó luz!" .212 Do céu, uma luz brilhou para nós,
que estávamos nas trevas e aprisionados à sombra da morte: luz mais diáfana que
o sol, mais doce que a vida aqui na terra. 213
2. Essa luz é a vida eterna, e tudo que dela participa vive; assim como a noite
reverencia a luz, o medo desaparece, cedendo lugar ao dia do Senhor. Tudo setor-
na luz perfeita, e o Ocidente se transforma em Oriente.
3. Isso é o que se concebe como "criatura nova"; 214 pois "o sol da justiça " 215
que cavalga de um lado a outro do universo, visita igualmente toda a humanidade,
imitando seu Pai, "o qual eleva, sobre todos os homens, o seu sol" 216 e destila o
rocio da verdade.
4. Foi ele quem mudou o Ocidente em Oriente, a morte em vida, ao se
deixar crucificar; foi ele quem tirou o homem da perdição para prendê-lo
ao éter; ele transplanta a corrupção para que ela se torne incorruptibilidade,
ele transforma a terra em céu, o lavrador de Deus, "que dissemina os sinais
favoráveis, que exorta os povos à obra" do bem, "lembrando o modo de
viver" 217 segundo a verdade; ele nos agracia com a herança do Pai, verda-
deiramente grande, divina e inalienável; ele diviniza o homem, por meio de
um ensinamento celestial, "dando leis à sua inteligência e inscrevendo-as em
seu coração".
5. Que leis Ele averbou? "Que todos conheçam a Deus, do menor ao
maior, e Eu lhes serei propício", diz Deus, "e Eu não guardarei na memória os
seus erros". 218

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l EXORTAÇÃO AOS GRIGO&
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µ<Í.l~(l)~lf\' a\JTlW ..l\'U. .lÀrn)(; 0· Ún:oOfopf\' KO'.l pTJ .')FO~lf\'f!J plCTl~ll\' ruxÚptCTTOV,
E11ITE il~flU\'. otÓ\' n fVOÍ 11:\0\' 1TllV flJCTÍ'f)ucxv l T<T) Ôr~) ú1; f\'TO:Ú Ôfl. t~VOl Kll<Jfú)Ç.

0Àiy11.; n:ÍcrffC1J.; yl1v crot 8í8cnm 1!1v rncH1tin1v yrwpyÓ\'. ÜÕ(t)p rrívrw Kat ÜÀÀo
7tÀ.EÍ: \'. àÉpa àva.rtVElV. 7tUp \>rtollpyftV. KÓ<JpOV Ol Kfl\'' EVTEU{)EV rlÇ OUpCXVUUÇ
à.rrotKÍav crn:Íf. . acrôaí crot crnyr:q<;Jptp.:n·· -cà ~1ry&Àn tcxu-ca KO.t rncrauTá. crot
ÔliµWllPYlÍ~l(XTO. KCÚ XCt.pÍcr~tarn. OÀÍyllÇ JT:lCítECOÇ ~lf~ltm'hüKfV.
2. Et 1} • oi ~1~:v rn'iç yÚqcn rrrmcrtflll\:Ótrç Tà rrrpíarrrn: i<al -càç f.rramõàç
ÚJÇ CH1H11píouç 8~1}rv àrro8ÉxovTm. ÚµEí:ç fü: ou ~oÚÀf<JÔE 1ov oúpávwv auTov
7tEplcX'\j/CHJl'1c1t. tO\' (J(l)!~pa ÀÓyov. K<Xl TD f.mr8n rnu t}rou 7!l<J1"EÚ<JaVTEÇ
àrtaÀÀo.yi1vm ~lfV rro:t}cf'JV. a 8~ \JfUX~Ç vÓcrot, ànocrnacrô~vm ÔE áµaptÍaç;
0ávawç yàp àí8wç á~taptÍa.
3. "'H tÉÀEOV vw8o1 Kat rn<pÀot Kaôárrr p oí crrrÓ'.ÀaKEÇ oÚÕEv ã.J..). .o ~
E-crôiovn:ç f.v crKÓnp 8wnâcrôr. nEp1Ka1appÉovn:ç -cn cpôopÇl. A"AÃ.' fonv,
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4. Aaµ\j/Ó'.teo ouv f.v tq) àrroKEKpuµµÉv<p wu àvôpómou, rv -cft 1mpõíq, to
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nÀ11críov, t7tÀJÍp<OOE rilv evtoÀ.lÍV, 1:0 éil}À.ov EmÇritrt, t~V E1tayyEÀ.Íav ànattrl.

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-cov àyaôov JtotµÉva ó àyaôoç ànécrtnÀEv ÔEÓç· émÃ.CÓoaç õi: ó À.Óyoç tfiv

OPOTrERTlkOl OPOl EAAHNAl

1 100 1
- CArfTULo.X! -

[n5]

1. Recebamos as leis da vida, obedeçamos à exortação de Deus, aprendamos


a conhecê-lo, para que Ele nos seja benévolo; paguemo-lhe o tributo não pela ne-
cessidade, mas agradecidos e com docilidade, como um aluguel [a piedade] pago a
Deus, por nossa morada aqui na terra. Ele te dará

ouro por bronze, uma hecatombe por nove bois,m

por um pouco de fé, a terra imensa para cultivares; a água para beberes e o mar
para navegares, o ar para respirares, o fogo para te servires, o mundo para habita-
res; daqui, tu podes partir para colonizar os céus; essas coisas grandiosas, obras e
favores consideráveis, ser-te-ão cedidas por um pouco de fé.
2. Aqueles que creem em embusteiros, recebem, como meios de salvação, seus
amuletos e seus encantamentos, e vós não quereis vos submeter ao próprio Logos
Celeste, o Logos salvador, e abandonar-vos ao carisma de Deus, para que ele vos
liberte das paixões, que são as doenças da alma, e não serdes levado pelo pecado?
O pecado é a morte eterna.
3. Enfim, néscios e cegos, assim como as toupeiras, vós viveis sem nada fazer
além de comer na escuridão, fluindo na corrupção. Mas, ela existe, a verdade exis-
te, essa verdade que gritou que "saindo das trevas, a luz brilhará" .220
4. Que essa luz brilhe, pois, no âmago do homem, no seu coração, e que os raios
do conhecimento se elevem para manifestar e tornar resplandecente o homem escondido
em seu íntimo, o discípulo da luz, familiar e coerdeiro de Cristo, principalmente agora
que a criança honorável e piedosíssima veio adorar o nome de seu Pai, nome venerável
dentre os veneráveis, que comanda seu filho com benevolência e o exorta à salvação.
5. Aquele que lhe obedece, ganha vantagens em tudo: ele segue Deus, ele obe-
dece seu Pai, e, no meio dos que erram, ele ama a Deus, ama o próximo, cumpre os
mandamentos, procura obter o prêmio, ele reclama a promessa.

[116]

1. Está, desde sempre, estabelecido por Deus salvar o rebanho humano. Por
isso o bom Deus enviou o Bom Pastor. Ora, o Logos desnuda a verdade diante dos

IXOITAÇÃO AOS GUGOI


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4. Taunx. T)µ(f)\' 1à orrÀa Tà ãrprnTa· t0Út0tç EÇorrÀtcrÓ:µEVOl
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àµElj3ÓµEvot tàç EUrrotÍc.(ç EÚÂ.oyímç 1m1 Tov l}Eov Tcp l}Eicr yEpaipovtrç ÀÓy(p.
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µtµrrr~v Óµou Kat ôepam:u-c~v yrvÉm}o.1· ou yàp µtµE'lcrl}ai nç ouv~crnm rov
'ÔEOV Ti fü' O)V ócriwç ÔEparrEÚ<JEl ouô' a-Ú ÔEpmtEÚElV Kal crÉPElv 11 µ1µ0ÚµEvoç.
2. 'byÉ tot oupávwç J<at Ôctoç OVtCJ)Ç Epú>; ta.útn rrpocryiveta.l tOlÇ àvôpcOJtOlÇ,
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Õtav fv autjl 7to'\J tjl 'lfUXD ovtooç KCl.AOV -\mo mu t}EÍou ÀÓyou àvaÇú)1tUpoÚµevov
EKMµ1tElV õuv11~· 1ml. 'tO µÉ'ytO"tOV aµa tqJ PouÀril}Tivm yvricríooç crw\}ílvat to
auv-tpÉxn. ÓµoÇuyoúvtrov, Ó>; erroç dm:ív, rrpompfoeooç KO'.t Çwf\ç.
3. Totyápw1 µÓVT\ a.Üt11 ~ tílç à/...nôdaç rrpotporr~ wíç mcrt01áto1ç
à.neÍKaatm t&v q>tÂ.(l)V µÉxp1 tflç t.oxó:r11ç àvanvoflç no.paµÉvot><.m Kat
7tap0.1t0µ1tÜÇ aya1'il OÂ.q> KCll teÀEl<fl tqJ tf\ç 'Jf\JXTlÇ 1tVt:Úµan tOlÇ ElÇ oupavov
à.mx.Ípo'l>O't yivoµÉv11. Ti &tí OE 7tp<YtpÉrtúl~ Icm~vaí O"E cnúyoµm. Touto XptotOÇ
JloÚÀ.ttm· évl. ÀÓy<p ÇOJÍlv aot xapiÇetm.

llPOTPfnTJKrn nYQL f~,\lf~A!

1J,OJ,1
- CAPITULO XI -

homens, para mostrar-lhes a excelsitude da salvação, ou melhor, para que estan-


do eles arrependidos, sejam julgados. Essa é a proclamação da justiça: boa-nova,
quando se obedece; julgamento, quando se desobedece.
2. Mas eis a trombeta altissonante que ressoa para convocar os soldados e
anunciar o combate; Cristo, que entoou fortemente o seu peã de paz até às extre-
midades da terra, não reunirá, então, seus soldados? Ele, em verdade, convocou, ó
homem, por seu sangue e por sua palavra, um exército que não derrama sangue, e
o conduziu ao reino do céu.
3. A trombeta de Cristo é o seu Evangelho; ele a faz ressoar, e nós a es-
cutamos. Tomemos as armas da paz, "revestindo-nos com o peitoril da justiça",
segurando o escudo da fé, cingindo a cabeça com o elmo da salvação e "afiando
a espada do espírito, que é a palavra de Deus" .221 É assim que o Apóstolo, pacifi-
camente, dispõe para a batalha.
4. Tais são as armas que nos tornam invulneráveis; assim armados, prepara-
mo-nos para o combate contra o Mal; aniquilemos seus traços inflamáveis com o
golpe úmido de nossas espadas batizadas pelo Logos. Retribuamos os seus bene-
fícios com ações de graça e louvores, e bendigamos a Deus por seu Logos divino.
"Enquanto tu ainda estás falando, ele diz: Aqui estou." 222

1. Ó santo e bem-aventurado poder, que faz de Deus nosso concidadão! Vale


muito mais, e é preferível, tornar-se o imitador e o servidor do melhor dos seres;
pois ninguém poderá imitar ·o Deus a quem se serve piedosamente, nem servi-lo e
honrá-lo senão imitando-o.
2. De fato, o amor celestial e verdadeiramente divino ocorre aos homens, quan-
do a verdadeira beleza, reanimada pelo Logos divino, pode brilhar em sua alma.
E o mais importante é que, passo a passo com essa vontade sincera, caminha a ação
soteriológica; a escolha, por assim dizer, está atrelada ao mesmo jugo que a vida.
3. Por isso, essa exortação da verdade assemelha-se aos mais fiéis dos amigos,
posto que ela nos é fiel até o último alento, e tornou-se, para aqueles que vão para
o céu, uma boa companhia para a alma, em sua plena e derradeira exalação. Pc>r
que te exorto? Para que te apresses em salvar-te. Isso é o que Cristo quer; com uma
única palavra, ele te presenteia com a vida.

llXORTAÇÃO AOS GUGOS


1 Ul 1
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4. Kal. tÍç fCHl\' ouroç: Máfü: O'UvtÓ~l(l)Ç' À,(Jyoç ÚÀ.qÚElf,(Ç, À.Óyoç


(i<tlltapcricxç, ó àvayrvvcúv TO\' avúp(l)ITO\' flÇ cxÀ~ÚfHY.\' aúrov àvw:pÉp(l}V, TO
KÉv'tpov T~Ç crnnqpiaç, ó rÇEl~aúvc1)\' T~\' <.pt'l-opr't.v, ó fKbl(;)K(J)V TO\' l'l-Ú.vmov, ó
EV àvt}pc;mo1.; üll\'.OÕoµ1icra.; VfWV, 'íva f\' àvúpcôrrn1:.; i.8púcrn rov út<>v.
5. Ayv1<:rnv rov VEC;}\'. 1w.1. ràç í18nvà.; K<Xt n\.; pçn'l-uµinç él'1cmrp ã.vúoç
Et.plWEPOV KO.Tf,(Àtµm:xvE àvɵcµ l(('f.t mJpl. CH1><.ppocn'.iv11ç fü: wu.; Kaprrouç
yEÜ)pytl<JO\' f~ttppÓV(l)Ç. Kal O"Hl.UTtl\' cX 1"pOÚl \' 1O\' lY\'ÚõtlfüO\' tiµ ÚH~. omoç
OUK €pyov µÓvov, CtÀÀà KCJ.t xá.pi:.; n:;
roú úrnl>· rrprrrn OE aµ<.p(I) T~) Xp10rou
yvÚ)piµcp. 1':at ~amÀ.rÍaç ãÇwv <.pav~vm Ka\ ~amÀEÍet.ç Kan1Ç,1cúcrúm.

1 to4 1
- CAPITULO XI -

4. E qual é essa palavra? Aprende-a concisamente: O Logos da verdade, o


Logos da incorruptibilidade, aquele que regenera o homem, elevando-o até a ver-
dade, o aguilhão da salvação, o que expulsa a corrupção, o que desterra a morte,
aquele que, dentro de cada homem, constrói um templo, para que, em cada ho-
'
mem, ele instale Deus.
5. Purifica esse templo, abandona ao vento e ao fogo os prazeres e a frivoli-
dade, como flores efêmeras; cultiva prudentemente os frutos da temperança e tu
mesmo te consagra a Deus, como premissas dos frutos, a fim de que sejas não ape-
nas obra, mas também dom de Deus. Duas coisas convêm a um familiar de Cristo:
mostrar-se digno do reino e ser julgado digno desse reino.

lllOITAÇÃO AOI GUOOI

1 •os 1
K E <l> A A A O N M

[I 18 j

1. <l»ÜywµE\' OU\' 1~V (JUV~~nav. <pÚy(l)µEv ofov &icpav xaÀrn~v ~


Xapúl3fü~(I).; àrrEtÀ~v ~ Inp~vaç µufüKé.tç· ãnn ràv &v~pomov, ú)ç Ü:Àrtl}Eiac;
àrrorpÉm:t, ànáyn 1T)ç Çwf)ç. nayiç Êcntv, 13ápal}póv E<HtV, 13ól}poc; Êari,
ÀÍXVOV ECHlV KUKOV Ti O"UV~ÔEtCXº

KEÍvou µev 1mrtvou i..:c.ú 1çÚ~mtoç ei..:i:o.:; EEp'fE ví']a.

2. <l>€Úywµev' (0 cruvvau-rm, <pr{rfWitfV 10 1rnµa 10U10, 7tUp EpEÚyEmt,


vficróç, ECHt rrovripà O<HOlÇ Kat VEKpOlÇ O"EO"WpEuµ.ÉvT], ~ÕEt ÕE EV autn
7tüpVlÔtOV ropatOV, ~ÔOV~, JtUVÔ~µq) 1EpnÓµEVOV µOUO"litjl.

ÔEup' ãy' icóv. nof..úmv' bõ\JoEu. µÉya 1...-uôoç Axmwv,


vfta Karácnrioov. ºíva ÔEwtÉpriv Õn' ài..:oúonç.

3. 'E7tmv€l crE, c1 vaünx, Kal noÀ.uÚµvritov ÀÉyEt, Kat tà KDÕoc; t&v


'EÀ.À.Í\voov Ti 7tÓpvri O"q>En:píÇnm. €acrov au-r~v fJttvɵecrl}m tOUÇ V€Kpoúc;,
1tVElJµÚ CTOl OUpÚVlOV 13oTJÔfÍ· 7tÚptÔt 't~V TtÔOV~V, 13olJKOÀ.fr

µTJÔE "(\JV~ <JE vÓov ITTlyOOtÓÃ.oç rÇwmtátro.


a\µúk Ko>tÍÂ.À.o\J<Ja. tÓJv Ôl<P<ÍJ<Ja 1caÃ.1~v.

4. napÚ7tÂ.El tiiv ci>õ~v, ôávatov €pyáÇ€tat• €àv El~ÉÀTIÇ µÓvov,


VEVlKT}K<XÇ 1iiv cX7tOOÂ.ElUV tcat te!> ÇÚÀ.cp 7tpocrfü:Õt:µÉvoç ánÚCHlÇ ECTTI tllÇ

OPOTPEll TIKOt fl'''l Ct\AHNAt

1Z.061
CAPÍTULO X l l

~ É preciso aceitar o Logos de Deus ~

[n8]

1. Fujamos, pois, desse costume, fujamos como de um promontório difícil, ou


da ameaça de Caribde, ou das sereias míticas; ele estrangula o homem, ele o desvia
da verdade, ele o afasta da vida, é uma armadilha, é um precipício, é um poço, o
hábito é um mal devorador:

Longe dessa fumaça e dessas ondas ancora a tua nau! 223

2. Fujamos, meus companheiros de navegação, fujamos dessas ondas, elas


expelem fogo; há uma ilha maligna, com ossos amontoados e cadáveres, aí canta
uma bela cortesã; é a volúpia se divertindo com uma música vulgar:

Vem por aqui, célebre Odisseu, grande glória dos aqueus,


ancora a tua nau, para escutares uma voz mais divina.u4

3. Ela te lisonjeia, ó navegante, ela anuncia a tua glória; essa prostituta se


apropria daquele que é o orgulho dos helenos; deixa-a infestar a ilha de cadáveres,
o sopro celeste vem em teu auxílio; rechaça a volúpia, ela ludibria:

Que nenhuma mulher, sem longo vestido, a mente te engane,


charlando com sedução, teu celeiro buscando.w

4. Navega para além desse recanto, artesão da morte; basta que tu queiras
e terás vencido a perdição, preso ao madeiro, tu te livrarás de toda corrupçio;

IXOllTAÇÃO AOS auaos


1 &07 I
..,,. J\. I· rp .-\ i \ 1 f) '( f\:1 ...,

c.pl}op&ç Àt:Àu~tivo.;. Kuj3rpví1cTEt <'.H' Ó ÀÓyoç (1 ·wl> l>rol>, KC/.t H>tÇ À.1pfo1
KCn:topplCTCl H-;)\' oÚpu:v(i'w Tll n:vr\Jpo. tl) aywv· 1<nr ~l01l t-.:O:ton:n·{)(i'flÇ tt>V
ÔftW l(ft.t rn!ç ÚyÍ01ç ri-:rívo1ç tEÀ.rcrü1ícrn pucnqríotç Knt n';°w l·v uúpu.votç
àrroÀo:ÚCTflÇ rf.n:oKFKpupµÉV(!)V. TÔ)V fpüt tFTllPl)~ll'\1(1)\'. ·:<fl o\'m· ODÇ lll(()l1CTfV
OUtf E:rrl. i-:apOÍav à\'Él311)' nvóç.

~O'.KXEÚWV °tÀt:yf\' nç EtÔC.;)À.otç. àyvoíq. ~Ln'}Ú(t)\' f.(KpáHp f.yc'u 8' a.\nàv


oiKtfÍpm~n 1mpo1vo1>vw. Kal. tov oÜtw mxpo:vool>vw. rnt crctrr1ipíav
rrupaK0:)1.fCTCH~ll CT(t)<ppovoí.Jcmv, on
KCXl KÚptoÇ ~lfHXVOHXV fx~to:pHuÀ.oÜ KO'.l
ouxl. l}ó:vcnov àcmáÇnm.

(I 19]

1. "'HKE, J) mJ.parrt...11Ç. ~tn t%pmp crKripurrÓµEvoç, µn Kuúp àvaõoúµEvoç,


pt'ljlov ti1v ~tÍtpav. pt'lfOV rnv vEBpiõa, crmcppóvricrov· ÔEÍSm crot tov ÀÓyov
KCll toÚ ÀÓyou tà ~lU<Hl)pla, Katà tnv crnv ÔlTjyoÚµEYOÇ ElKÓVa. 'bpoç fCHl
toúto l}Eéµ 7tE<ptÀf\µÉ:vov, ou tpaycpõímç ÚlÇ K t t~mpcov ÚrtOKE͵Evov, àt...t...à w'iç
àÀ.11 \}EÍClÇ àvaKEl~tfVOV Ôpáµacrt \', OpOÇ vqcpÓ:ÀlOV, áyvaÍ.Ç ÜÀatÇ CTÚ<JKlOV"
~ai<xeúoum ÕE Êv aut0 oux ai IEµfÀllÇ ''i:fiç KEpauvíaç" à.ÕEÀcpaL aí
µmvá8Eç, ai 8úcmyvov KpEavoµÍav µuoúµevm, à"AÀ' ai toú ÔEoÚ l}uyai:Épeç,
a.Í. àµváfü:ç ai K<XÀ.aÍ. tCx OEµVCx toÚ ÀÓyou l~ECT7ttÇoucrm opyta, XOPOV
àyEÍpouam cHÓ<ppova.
2. "O xopoç oí 8tKalOl, to ~crµa ܵvoç E<J'tl toú rrávtwv ~acrtÀÉwç·
'ljláÀ.Àoumv aí. KÓpm, ôoÇáÇoumv ãyyEÀOt, rrpo<pfii:m ÀaÀoúcrtv, ~xoç
cri:ÉÀ.Àftat µo\Jmi<fiç. 8pÓµq> 'tOV t'Hacrov ÔlWKOU<H V. <J7tEÚ8oum Voi KEKÀTWÉVOl
1tatÉpa JtoôoúvtEÇ àJtoÀ.a~E'iv.
3. "'HKÉ µoi, J> npÉo~u. Kal. crú. tàç Eh1J3aç Àmo)V Kal. tnv µavtt'Kilv
Kal. tiiv ~aKx1Kiiv ànoppÍ'ljlaç npoç àÀnôEtav xnpaywyou· iooú crot i:o
Ç,úÃ.ov e1tEpetOEO'Ôat õiôwµi· 07tEUOOV, TEtpEO'lCX, 1tt(JtE'l.><JOV" O'l/El. XptO''tOÇ
imÀ.Ó:µ1tEt cpatÕpÓtEpov 'Í'\ÀÍOu, Õt' ov o<p\,aÀ.µot i:u<pÀÔlv àva~ÀÉ.noumv· vúÇ
. O'E cpeúl;etcx.1, 7tUp cpo!3-r1ôiícrua:t, t'távawç oixncrE'tat' O'l/El 'tOUÇ oupavoúç, c1
yépov. Ó EhíJktç µ'1 f}Ãinrov.

IJPOTPCll'fl~Ol íl'<!t ~~Mll'/AI

1 .t08 1
- CAPITULO XII -

o Logos de Deus será o teu piloto, e o Espírito Santo te fará ancorar nos portos
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1
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celestes; então, tu contemplarás o meu Deus e serás iniciado nesses santos misté-
rios; tu, por fim, usufruirás, nos céus, dos bens secretos, dos bens que, por mim,
são guardados, "os quais nenhum ouvido humano escutou falar, e que não vieram
do coração de nenhum mortal" .226

5. Em verdade, eu creio ver dois sóis e duas Tebas,227

dizia um bacante para os ídolos, embriagado de pura arrogância; eu teria piedade


das desordens de sua embriaguez, assim como daquele que perde a razão; eu o
convidaria para a salvação que cura o espírito, porque também o Senhor ama a
conversão do pecador e não a sua morte.

1. Vem, ó insensato, mas não te apoiando no tirso, nem coroado de loureiro;


lança por terra a tua mitra, a tua nébrida, torna-te sensato; eu te mostrarei o Logos e
os seus mistérios, para discorrer segundo as vossas imagens. Eis a montanha amada
por Deus, ela não é, como o Citéron, palco de tragédias, mas consagrada aos dramas
da verdade; ela é uma montanha de temperança, obumbrada por florestas de pureza;
nela, as irmãs de Sêmele, "a fulminada por um raio de Zeus",228 as mênades, não
celebram Baco, as iniciadas na impura repartição das carnes; mas as filhas de Deus,
as puras e belas ovelhas, que revelam os sagrados mistérios do Logos, formam um
coro cheio de sabedoria.
2. O coro são os justos; o cântico é o hino do rei de todas as coisas; as jovens
dedilham a lira, os anjos entoam os hinos de glória, os profetas falam, a ressonân-
cia da música se difunde, segue-se o tíaso, correndo a toda a brida; os que foram
chamados, apressam-se, desejosos por receber o Pai.
3. Vem a mim, ó ancião, deixa Tebas, tu, também! Abandona o vatidnio
e o culto de Baco, deixa-te levar, pela mão, à verdade; vê, eu te dou o madeiro
para te apoiares; apressa-te, Tirésias, crê: Tu verás! O Cristo brilha mais que o
sol; por meio dele, os olhos dos cegos recobram a vista, a noite fugirá de ti,
o fogo se amedrontará, a morte se afastará; tu verás os céus, 6 ancião, tu que
não vês Tebas.

BXORTAÇÃO AOS OltlGOS


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[120!

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rnu..; oúpo.vou.; Ka\ 1óv t'l-rov i:·rrorctrt>om, (í.ytoç yívown ~1uo{1w·voç, 'u0 pu<po.vtrl
fü· <.) KÚpt0..; KO:t t()v ~túcmiv 0<ppuyíÇrm1 tpwtuywyéilv, KCÚ n:npmít'}nai tcp
rccn:pl tcw rrEmcnT\i1':(mx uifocn nwoúµrvov.
2. Tnu1a tfov EJ..t<-Ôv µucrnwí(!)v 1(1. f3m--:xrúµa1cc ri f30ÚÀr1. 1m't cr-U µuou,
KCÚ xopr{10flÇ ~tn' àyyÉÀrnv àµq:il. tàv àyÉvvqwv Kül àvc;)Àu'}pov Kat µÓvov
ovtco..; t'}Eóv. cru\'llJ..tvo\ivrnc; i,µí:v wu fü:ou ÀÓyou. Al<5wç otnos '1i1cro\ic;, de; ó
µÉya.ç ci.pxu·pc-U..; \}rnu tE f\'OÇ rn1i O'.Útoli Kat mnpóç, úrrf:p àvl}póm(,t)v cüxnm
KCJ.t àvúpc;motç Êy1n·Ài::Únm ··KÉKÀ\HL ~nJpÍa cpuÀa". µaÀÀov õf: ocro1 tfuv
Cx\'l'}pc;m(1)\' Àoyn:oÍ. Kat f3ápf3apot KCl.l .,EÀÀqVEÇ' 10 TCUV àvl}pÚmWV yÉvoç
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ãpa:tE -cov Çuyóv µou €cp' úµfo; Kat µáôEtE àn:' i:µou, on n:paúç t:iµt Ka1 -can:etvoç
tj1 Kap8i<f, Kat eúp~m:n: àvánaucnv 1a\ç 'l'uxa\ç Úµ&v· Óyàp Çuyóç µou XPll<HOÇ
KCt.t 'tO q>optiov µou EÀ.a<ppÓv E<Htv."

[12 l]

l. L1tEÚaroµev, ÕpC͵(J)µev. ih ôeo<ptÂ.fi Ka l ôeod KEÀ.a tou Â.Óyou


[éivltpomot] àyCÍÀ.µcncx· crneúaroµev, õpáµcoµev, &.proµev tov Çuyov

n,OTPEllTIKfJl 11P01 I i\AHNAt

1 21 o 1
- CAPITULO XII -

[120]

1. Ó mistérios verdadeiramente santos! Ó luz diáfana! Levo tochas para con-


templar Deus e os céus; torno-me santo ao ser iniciado: o Senhor é o hierofante e
marca o iniciado com o sinal da cruz, conduzindo-o à luz e apresenta ao Pai aquele
que creu, para que Ele o guarde eternamente.
2. Essas são as festas báquicas dos meus mistérios; se tu o queres, recebe
tu, também, a iniciação e tomarás parte com os anjos, em torno do Deus único e
verdadeiro, incriado e imortal, enquanto o Logos de Deus se unirá a nossos hinos.
Esse é o eterno Jesus, o único e sumo sacerdote do Deus único, também seu pai; ele
roga pelos homens e os exorta: "Escutai, tribos inumeráveis" ,229 ou melhor, todos
os que, dentre os homens, são racionais, bárbaros e gregos; eu conclamo toda a
raça humana, sendo eu o criador, pela vontade do Pai.
3. Vinde a mim para que recebas um posto sob as ordens do Deus único e do
único Logos de Deus; não sois, apenas pela razão, superiores aos animais irracio-
nais, mas, dentre todos os mortais, só a vós eu dou o direito de usufruir da imor-
talidade. Pois eu quero, eu quero dividir convosco essa graça e me encarregar de
toda beneficência: a imortalidade! Eu vos agracio com o Logos, o conhecimento
de Deus; eu me dou, por inteiro, a mim mesmo.
4. Isso é o que eu sou, isso é o que Deus quer, isso é uma sinfonia, é a harmonia
do Pai, é o Filho, é o Cristo, é o Logos de Deus, o braço do Senhor, a força do uni-
verso, a vontade do Pai. Ó vós todos que sois imagens, mas nem todas semelhantes,
eu vos quero corrigir, segundo o arquétipo, para que vos torneis semelhantes a mim.
5. Eu vos ungirei com o unguento da fé, por meio do qual vós vos despojareis
da corrupção, e eu vos mostrarei a forma pura da justiça, através da qual chegareis
até Deus. "Vinde a mim todos os que estão fatigados e carregados, e eu vos farei
repousar; tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou doce e humilde
de coração; e vós encontrareis repouso para vossas almas; pois o meu jugo é suave
e meu fardo é leve." 23 º

[121)

1. Apressemo-nos, corramos, nós que amamos e somos a imagem do Lo-


gos; apressemo-nos, corramos, tomemos o seu jugo, persigamos a imortalidade;

IXOl\TAÇÃO AOS GlllQOS


1UI1
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rcpoç fü: J(Ul ~µâç 'tO KÚ.ÀÀlff'COV téúv K'tlWcX't(l)V µEµaÔTlKÓtaç OV'tCXÇ auwu,
cr<pâç aüwuç ErcttpÉ7tnv iép ÔEq), àyarc&v1aç KÚpwv iov trEov Ka.110\rto Jtap'
o/..ov 'tOV Bíov epyov ~youµÉvouç.
3. Ei fü: ··1rntvà 1à <pÍÀffiv", trrnqnÀ~ç ÔE ó ãvôpomoç (Kal yàp ouv <pÍÀ.oç
tép 'ÔEép, µE<J\.tEÚovtoç wu ÀÓyo'\)), yívnm õi) oi'>v tà, Jtávto: ·rnu àvôpcúrcou,
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à.v'ÔpCÚ1tO\>.
4. 'tlpa oi'>v ~µ\v µÓvov 'ÔrncrEl3f\ tov Xptcrnavov EtJtEÍV ttÀ.0Úcr1Úv tE Kat
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Kat mcrtEÚEtv "ÕÍKmov Kat ocr10v µEtà <ppov~crEffiç'' yEvÓµEvov útto Xp1crwu
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llFOTPlllllKOl 11YOI EAAllNAl

•J•1:;: f 1U 1
- CAPITULO XII -

amemos o Cristo, o Bom Auriga dos homens; ele conduziu o potro junto ao ca-
valo velho e, depois de juntar a parelha humana, ele conduz o carro em direção
à imortalidade, apressando-se em chegar a Deus, para realizar, com clareza, o
que enigmaticamente ele anunciou: primeiramente entrou em Jerusalém, agora,
elevando-se aos céus, oferece ao Pai o grandioso espetáculo do filho eterna-
mente vencedor.
2. Sejamos, pois, ambiciosos das coisas belas e sejamos homens que amam
a Deus, e adquiramos os maiores dos bens: Deus e a vida. O Logos é salutífero;
tenhamos confiança nele e nunca desejemos a prata e o ouro, nem a glória, mas
sim o Logos da verdade.
3. Com efeito, não agrada a Deus, quando menosprezamos as coisas que são
dignas de valor e preferimos a arrogância da insensatez, da ignorância, da frivoli-
dade e da idolatria, assim corno o excesso de impiedade.

[122)

1. Os filhos dos filósofos, de fato, consideram não ser impiedade e perversi-


dade todas as coisas quantas praticam os ignorantes, e os concebem a todos como
loucos, atestando, destarte, a própria ignorância como uma espécie de loucura.
2. A razão entende que não se pode hesitar a respeito de qual destas
duas coisas é a melhor: ser sensato ou ser louco. Segurando tenazmente a
verdade, é preciso que, com todas as forças, sigamos a Deus, segundo o bom
senso, e crer que tudo é dele, como realmente o é; além disso, é necessário
que, reconhecendo-nos como a mais bela de suas obras, nós nos confiemos a
Deus, amando-o como nosso Senhor e que co.nsideremos isso como obra de
toda a nossa vida.
3. E, se "entre amigos os· bens são comuns" 231 e, por outro lado, o homem é
amigo de Deus (e, verdadeiramente, ele o é, por intermédio do Logos), todas as
coisas, agora, se tornam patrimônio do homem, pois tudo pertence a Deus, e todas
as coisas são comuns a esses dois amigos: Deus e o homem.
4. Agora, podemos dizer que só o cristão é piedoso, rico, sensato e nobre e,
por conseguinte, uma imagem semelhante a Deus; e podemos, ainda, dizer e crer
que, tornado, por Cristo Jesus, "justo e santo, com a inteligência" ,111 ele é, de certa
maneira, agora, semelhante a Deus.

IXOll.TAÇÃO AOS OllGOI


1 u3 I
..,. t\ ~ 1t1 , , ., 1 ,, .,. M -..

1. OllK àrtm.:plin:trmt yo\Jv (> n:pO(PJÍTllÇ T~V XlÍptV ÀÉ.y<•>\'. "'rycÚ rllWV cÍn
l}fol fCHE Krtl \JlOt 1..i\lflCHOlJ ITcJ\'ff.;." 'Hpfiç y<Í.p. hpàç ft<mrrwí11rw 1'0'.l hpó'>v
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2. 'AÀ.tç ot~Lat HÔ\' ÀÓyrnv. Ei 1\Ul ~1co.:poTÉprn rrpo~À0o\' tmti <ptÀt-xvl}p(l)rrtaç
o n rrE p EtXO\' ÊK ôroli ÊKXÉ'rnv. c1)i:; rÍ.v Ên:I To ~1Éywrnv i:wv àyn1~cov. i:11v crnnqpiav.
napaKCÚ.(-;-)\'' n:Ept yúp TOl tf)i:; n:o.liÀu:v oiJ8o.~tn ou8cx~LÔ>Ç EXOlJCTT]Ç Çrnftç OUK
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Çroi)v ànwÀEÍÇ<.

llPOfPf.llltkOI llVOt fHllNht


- CAPITULO XII -

1. O profeta, aliás, não dissimula essa graça, dizendo: "Eu disse que vós
sois deuses e todos são filhos do Altíssimo" .233 Ele nos adotou e quer ser, apenas
por nós, chamado de Pai, e não por aqueles que não creem. E eis o que ele tem
para nós, seguidores de Cristo: semelhantes aos nossos desejos são as nossas
palavras; as nossas palavras aos nossos atos; os nossos atos à nossa vida; é com-
pletamente boa a vida dos homens que reconheceram o Cristo.
2. Creio ter falado o suficiente; e se me alonguei, foi por amor à humanidade,
estendendo aquilo que muito obtive de Deus, corno se eu vos exortasse ao maior
dos bens, a salvação; pois, quando se trata da vida que jamais e em absoluto terá
fim, as palavras, em certas circunstâncias, não cessarão de fazer-se de hierofantes.
Para vós ainda vos resta uma última chance de escolher: o julgamento ou a graça;
quanto a mim próprio, eu creio que não há como hesitar sobre qual dos dois é o
preferível, nem como comparar, equitativamente, a vida com a perdição.

UOll.TAÇÃO AóS OUOOS


1us1
NOTA s

1
Lugar onde se faziam as iniciações nos mistérios. Na Ática, o telestérío mais famoso se encontrava 00
templo de Deméter, no subúrbio de Elêusis. (N. T.)
1
As mênades (µmváõi:ç) - as loucas - eram as bacantes, mulheres que faziam parte dos tíasos dionisíacos.
(N.T.)
.i Isaías 2,3.
' Odisseia, IV, 221.
5 Mateus 3,9 (ou Lucas 3,8).
6
Expressão oriunda do apóstolo Paulo.
7 Tito 33,5.
8
Citação de autor desconhecido.
'João 1,1.
10
Tito 2,11-13.
11
Efésios 2,2.
11 Filipenses 2,6-7.
13
Isaías 40,3 (tb. Mateus 3,3; Marcos 1,3; Lucas 3,4; e João, 1,23).
14
Isaías 54, 1.
tS Clemente faz, aqui, alusão aos iniciados nos mistérios báquicos, através da indumentária. (N. T.)
16
João 10,9.
17
Mateus 11,27.
18
Homofagia, no ritual dionisíaco, é a ação de comer as carnes cruas das vitimas sacrificais. (N. T.)
19
'Oçyia: ritos secretos, mistérios, cerimônia religiosa, sacrifícios. (N. T.)
10
Orfeu.
21
Mfyapa: buracos feitos na terra para lançar os leitões durante as Tesmofórias. (N. T.)
u 0eaµo!pópta (Thesmophória) deriva de thesmóphoros (legislador/legisladora). Este vocábulo é cornpoaro
por duas palavras: thesmós (lei, regulamento, costume) e phorós (o que leva adiante, o que condm).
Era uma festa em honra de Deméter (A Legisladora) e de Dioniso (O Legislador), por anronomásia;
skirophória traz o radical de Skíra (festa das sobrinhas, guarda-sóis), era uma celebração em louvor de
Palas Arena; arretophoría, por sua vei., contém o radical de árrttvs (não dito, não pronunciado, secrcro)
mais o radical de phorós e o sufixo -ia, formador de substantivo feminino. Este processo de formação de
't.
palavra é comum aos três substantivos citados. (N. T.)
1J Hino Órfico, fr. 34.

IXOaTAÇÃO AOS GU1!01


1:U11
- NOTA\ -

2
• 'h:poq>â.vn1ç: aquele que lida com a~ coisas sagradas; o que revela o secreto; pontífice máximo: de hiercís
(sagr,1do, Ji\·ino, augusto, consagrado ;Jos deuses); faí110 (mostrar, tornar visível, anunciar, acusar,
manifestar). (N. T.)
2' K1111:cwv: behida feita de uma mistura de farinha, água e uma espécie de menta, segundo um hino homi'rico
à Dcméter.
l• Mucnayuiyóç: sacerdote encarregado da iniciaç:io nos mistérios. (N. T.)
l" Hi,,o (>rfico, fr. 52.
H Báucmpoç ou Buucrapr.úç, um dos epítetos de Dioniso, por causa da longa túnica lídia (Racmcípa) usada
pelas Mên,1Jes ou R.1eantes.
l• "Jm.-xoç: nome místico de Dioniso, qu.rndo invocado nos mistérios órficos.
''' Eurípedes, fr. 935 (citado também nos Strúm.ita V, 14.114, 1).
11
Idem, Troian.1s, 884 ss .
.11 Empédocles, fr. 145.
33
Oráculos Sibi/i,,os, fr. 1, 23-25 e 27.
14
Ilíada, V, 31 e 455.
15
· llíada, V, 385-387.
"'Calímaco, fr. 187-188.
-•~Ibidem.

'
11
llíada, xvm, 411.
"Píndaro, Pítica, Ili, 97 e 100-105.
40
Eurípedes, Alceste, 3 ss.
" Ilíada, Ili, 243 ss.
41
Kypria, fr. 5.
43
Ilíada, 1, 528-530.
•• Odisseia, Vlll, 324.
•~ Paníasis, Heracleia, fr. 16.
46
Calímaco, Hino a Zeus, 8 ss.
47
Odisseia, XIX, 163 e IV, 63.
48
Hesíodo, Trabalhos e os Dias. 252 ss.
49
Autor de~onhecído.
so Ilíada, IV, 49.
1
~ Ilíada, III, 33-35.
52
Autor de~onhecido.
n Odisseia, XX, 351 ss.
54
Bpttoo;: estátua primitiva feita em madeira. (N. T.)
jj Oráculos Sibilinos, 4, 4-7.
36
Ibidem, 5, 294 e 296-297.
57
Ibidem, 5, 484-485 e 487-488.

l!XORTAÇÃO AOS GREGOS

l 118 1
1
" Heráclito, fr. 5.
5• Ilíada, XXIV, 54.
60 Hípon, fr. 2.
61
Ibidem, XVI, 433-4 34.

2
Ibidem, I, 221-2 22.
6
.1 Odisseia, VIII, 266-2 70.
64 Pedro 2,9 ss.
65
João 8,23 e 3,31.
66
Romanos 6,4.
67
Oráculos Sibilinos, 4, 24 e 27-30.
68
Êxodo 20,4; Deute ronôm io 5,8.
69 Salmo 95,5.
70
Ibidem, 32,6.
71
Ibidem, 8,4.
72
Eurípides, fr. 1129.
73
Menandro, fr. 609.
74
Platão, República, VII, 533 d.
75
Demócrito, fr. 30.
76
Carta II, 312 e.
77
Deuteronômio 25, 13-15 .
78
Platão, Leis, IV, 715 e-716 a.
79
Oráculos Sibilinos, 3, 586-5 88; 590-594.
80
Antístenes, fr. 24.
81
Memoráveis, IV, 3, 13 ss.
82
Oráculos Sibilinos, fr. 1, 10-13.
83
Cleante, fr. 75 (ed. Pearson)
84
Idem, fr. 101.
85
Pitágoras, Sent., 35 (ed. Mullach, Fr. Phil.Graec, 1).
86
Arato, Phaen., 13-15 .
87
Hesíodo, fr. 195 (ed. Rzach).
88
Eurípides, fr. 941.
89
Pseudo-Sófocles, fr. 1025.
90
Orfeu, fr. 246.
Oráculos Sibilinos, 3, 624 ss.
91

92
Menandro, fr. 102.
Antístenes, fr. 70 (ed. Mullach).
93

"'Men andro , fr. 245, 2-6 (ed. C. A. F. m, 7o).


.-_os GRBGO S
exoRT AÇÃO
i l I 9 1
-NOTAS-

·~ lUada, XXI, 394 e 421.


"" Ilíada, I, 607.
" Ilíada, III, 407.
u Enlouquecido. (N. T.)
~· Ilíada, Vl, 132-134.
100
Eurípides, Heracles e Alceste.
101
Eurípides, fr. 907.
rni fon, 442- 447.
103
Oráculos Sibilinos, fr. 1, 28-35.
HM Jeremias 23,23 ss.
105
]saias 40, 12.
106
Isaías 64,1 e66, 1.
.
107
Cf. Jeremias 8,2; 41(v11/gata: 34),20; 4,26
1011
Cf. ]saías 51,6; Mateus 24,25.
Hl" Isaías 40,8.
110
Deuteronômio 32,3 9
111 Amós 11,12.
112
Cf. Oseias 13,4 e Salmo 8,4.
113
Isaías 45,1 9 ss.
114
Ibidem, 40, 18 ss.
ni Ibidem, 10, 14.
116 Provérbios 8,22.
117
Ibidem, 2,6
118
Ibidem, 6,9.
119
Jeremias 10, 12.
12
º Deut eron ômio 6,4.
121 Salmo 2, 12.
•U Salm o 4,3.
123 Rom anos 1,21 ss.
124 Gênesis 1, 1.
us 24,2 9; Isaía s 34,4; Salmo 103,2; Joel 2,10.
'" Cf. lsaía s 13,1 0; Ezequiel 32,7; Mate
u' Mate us 5,18 ou Lucas 16,1 7.
127 Cf. Isaías 1,20 .
us Provérbios 3,11
12' Odisseia, II, 47.
uo Mate wi 18,3 ou João 3,5.
m }txpressão provavelmente toma
da de Lucas 2,49.

UCOR TAÇÃ O AOS GREG OS


1 uol
1u Cf. Mateus 3, 17; Marcos 1,11; Lucas 3,22; João 1,34.
1JJ Cf. Hebreus 12,22 ss.
1J• Mateus 25,41.
1.H Efésios 4,17-19.
u• Ibidem, 5, 14.
1J7 Hebreus 3,7-ll.
11s Cf. Hebreus 3,7- 13.
139 1 Timóteo 2,4.

HO Ibidem, 4,8.
em que Midas nele se
141 Rio da Lídia que, segundo o mito, arrastava pepitas de ouro, desde o momento
banhou, e cujas águas curavam todos os males. (N. T.)

142 1 Timóteo 4,10.


14J Cf. Platão, República X, 611 d.
1« 2 Timóteo 3, 14 ss.
145 Ibidem, 3, 16 ss.
146 Mateus4 ,17.
141 Ester 9,10; Daniel 9,7; Isaías 57,19; Efésios 2,17.
4
1 8 Sófocles, fr. 863.
149 Zacarias 3,2.
15
º Hesíodo, Trabalhos e os Dias, 218.
151
Ilíada, II, 315.
152
Isaías 1,3.
153
Demócrito, fr. 147 (Díels).
154
Efésios 5,8.
155
Isaías 54,17.
156
Cf. Mateus 6,19-20.
157
Isaías 54,17; 55,1.
158
Cf. Gênesis, 1,28.
159
João 17,12; 2 Tessalonicenses 2,3.
16
°Cf. Mateus 6,24; Lucas 16,13.
161
Levítico 25,23.
162
Cf. 1 Coríntios 2,9.
163
Deuteronômio 30,15.
164
lsaías 1, 19 ss; 33,11.
16
i Ilíada, XXIV, 4 5; Trabalhos e os Dias, 318.
166
Oráculos Sibilinos, 5, 6.
167
Cf. Fr. Hist. Gr., II, p. 86.

()S GRIGOS
lllCOllTAÇ ÃO A
l:uil
-NOTAS-

••• Platão, Teeteto, 176 b e.


••• Sófocles, fr. 760 (Nam;k), 844 (Pearson).
1
"' Cf. Jó 10, l 1.
Pi Píndaro. Cf. fr. 57.
2
" Cf. Gênesis 1,26.
173
Cf. Mateus 5,3 e 1O; Lucas 6,20.
174
Cf. Jonas 3,5.
17
~ João 14,6.
1 6
" Cf. Mateus 7, 13 ss; João 3, 13 e 31.
I"":" Cf. Prntréptico, 63,4.
i>s Cf. Platão, T1rneu, 90 a.

P• João 3, 19.
no Odisseia, XIII, 203 ss.
•R• Eurípides, Ifigênia na Táurida. 569.
m Hesíodo, Trabalhos e os Dias, 252 ss; cf. Protréptico, 41.
m Salmo 23,1 (1Coríntios10,25).
•M Cf. Gênesis 19,26.
ns Platão, Minos, 319 a.
186
Piarão, Timeu, 28 c.
117
Cf. Ilíada, VIII, 534.
m Menandro, fr. 786 .
.,. Cf. Mateus 6,20 ss.
100
Salmo 57,5 ss.
m Cf. Inácio de Antioquia, Aos Efésios, 20, 2.
192
Salmo 71,9.
191
Salmo 61,9.
194
Salmo 68,33.
1's Salmo 69,5.
'" Deuteronômio 6,5 e Mateus 22,37, etc.
197 Levítico 19,18 e Mateus 19,19, etc.
199 Lucas 6,29.
'"' Cf. Mateus 5,28.
200 Cf. Odisseia, IX, 27.
201 Cf. Deuteronômio 30,14.
202 joão 1, 1.
zoJ Cf. Coríntios 1,13; Gálatas 3,28 e 6,15; Efésios 4,24; Colossenses 3,9-11.

204 Salmo 18,9.

!XOllTAÇÃO AOS GREGOS

1:u~1
-NOTAS-

20 1 Trata-se de um tríplice recebimento, por parte da alma: Cristo, a faculdade de ver os inteligíveis com
clareza e a própria luz, realidades que, em Clemente, estão conectadas. (N. E.)
211• Ilíada, V, 128.
zu7 Salmo 18, 11.
2°• Piarão, Time11, 45 b.
20 9 Her<íclíto, fr. 99 (Diels).
wi Salmo 21,23.
211 Cf. Romanos 8,17 e Hebreus 2, 11.
rn Cf. Ésquilo, Agamêmnon, 22, 508.

213 Cf. Isaías 9,2; Mateus 4,16; Lucas 1,79.


11 4 Cf. Gálatas 6,15.
1 15 Malaquias 4,2.
116 Mateus 5,45.
217 Cf. Arato, Phaen., 6 ss.
11s Jeremias 38(vulgata: 31),33-34; Hebreus 8,10-12.
219 Ilíada, VI, 236.
22 º 2 Coríntios 4,6.
221 Cf. Efésios 6,14-17; 1Tessalonicenses5,8; Isaías 59,17.
211 Isaías 58,9.
223 Odisseia, XII, 219 ss.
224 Ibidem, XII, 184 ss.
225 Hesíodo, Trabalhos e os Dias, 373 ss.
226 1 Coríntios 2,9.
227 Eurípides, Bacantes, 918 ss.
m Ibidem, 6 e 26.
229
Ilíada, XVII, 220.
130
Mateus 11,28-30.
131
Cf. Platão, Pedro, 279 e e Leis, V, 739 e.
232
Platão, Teeteto, 176 b.
233
Salmo 81,6.

l!XORTAÇÃO AOS GREGOS

1 :U.\ 1
ÜADOS [NTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICA(,:ÃO (CIP)
(C;\MARA BRASILEIRA DO LIVRO, SP, BRASIL)

Clemente, Alexandria, ca. 150-215.


Exortação aos gregos/ de Clemente de Alexandria; tradução
Rita de Cássia Codá dos Santos. - São Paulo: É Realizações, 2013.
- (Medievalia)

Título original: Protreptikos pros Ellenas: exhortation to the greeks.


ISBN 978-85-8033-123-3

1. Apologética 2. Cristianismo 3. Filosofia 4. Teologia


1. Título

13-01602 CDD-239

ÍNDICES PARA CATÁLOGO SISTEMÁTICO:


1. Apologética: Teologia dogmática cristã 239

Este livro foi impresso pela


Cromosete Gráfica e Editora
para É Realizações, em março
de 2013. Os tipos usados são
da família Sabon Lt Std e Trajan
Regular. O papel do miolo é
off white norbrite 66g, e o da
capa, cartão supremo 250g.

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