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MEDIEVALlA
Impresso no Brasil, março de 2013
Título original: nroTPEílTIKOl: nrm; EAMINAl: - KAHMENTOl: l:TPflMATEm;
Copyright©
Editor
Edson Manoel de Oliveira Filho
Gerente editorial
Juliana Rodrigues de Queiroz
Produção editorial
Liliana Cruz 1 Sandra Silva 1 William C. Cruz
Revisão
Geisa Mathias de Oliveira
Diagramação
André Cavakante Gimenez / Estúdio É
Impressão
Cromosete Gráfica e Editora
KE<l>AAAION A 1 CAPÍTULO I
Apresentação do Logos divino e seu cântico novo ................................. 22 I 23
KE<l>AAAION B 1 CAPÍTULO II
A demolição dos mistérios e dos mitos gregos ....................................... 38 I 39
KE<l>AAAION E 1 CAPÍTULO V
As ideias sobre deus segundo a filosofia grega ................................... uo 1UI
KE<l>AAAION Z 1 CAPÍTULO VI
Alguns filósofos sentiram-se inspirados pela verdade ......................... n6 I u7
KE<l>AAA!ON 1 1CAPÍTULO IX
Deus nos exorht por meio de seu Logos ............................................ 1 54 1 T 55
KE<l>AAAION K 1CAPÍTULO X
Todos os homens devem ouvir e acatar a uoz da verdade ...................1 64 1 r 65
KE<l>A:\AION A 1CAPÍTULO XI
A parousía do Logos di11ino e sua beneficência .................................. 1 94 1 r9 5
Sidney Silveira 1
1
Sidney Silveira é integrante da Società Jnternazionale Tommaso d'Aquino (Seção Brasil) e do Angelic~m -
Instituto Brasileiro de Filosofia e de Estudos Tomistas.
2
"Para supor que a filosofia é inútil, seria útil estabelecer [filosoficamente] a afirmação de sua inutilidaden
(Clemente de Alexandria, Strómata, l, 2, 19.1).
1
Clemente foi pioneiro na defesa da tese de que a filosofia é uma espécie de preâmbulo racional da fé:• Anres
da vinda do Senhor, a filosofia era necessária para a justificação dos gregos; agora. no entanto, é proveitosa
para a religião e constitui uma propedêutica para quem pretende aderir à fé mediante demonstração
racional" (Strómata, l, V, 28.1). Vale aqui apenas fazer uma precisão teológica que es.:apa ao texto de
Clemente: é evidente que as verdades de fé não podem ser demonstradas, mas tão somente cridas - num
ato de anuência do fiel católico à autoridade da Sagrada Escritura. Assim, por exemplo, não se pode provar
metafisicamente a Virgindade Perpétua de Maria, nem o pecado de Adão, er:c. A füosofia pode, no entanto,
oferecer os preâmbulos racionais que assentarão os chamados moti1'0s de credihílid.lde da fé.
~ Em Alexandria - que foi durante muito tempo o principal polo cultural do Império Romano - tlott!k.~u
no começo do século li uma comunidade de estudos do .:ristianismo cuja remota fundação se atribuía,~
acordo com a tradição oral, a São Marcos, o Evangelista. Tratava·se de uma escola catequética destinada
à educação dos gentios conversos, e que recebeu o nome de Dídaskaleíon. Segundo Eusebio de CHarcia
(História Eclesiástica, V, 1O), essa escola ganhou em importância no ano de 180, quando São Panreno,
mestre de Clemente de Alexandria, assumiu a sua direção. Cf. Eusebio de Cea.reia, Historia Ec/#siástic11, l.
l7 1
- APRESENTAÇÃO -
Textos, versão espanhola, introdução e notas de Argimiro Velasco Delgado, O.P. [Texto bilíngue: grego/
espanhol], 2. rev. Madri, Biblioteca de Autores Cristianos - BAC, 1997, p. 89-90, 301-03.
1 Cf. Clemente de Alexandria, Strómata, 1, 1, 708. É importante advertir que, apesar de valer-se da filosofia,
o Alexandrino deixa claro que alguns homens tidos por filósofos não o são, na verdade. A este respeito, são
conhecidas as suas diatribes contra os sofistas e, também, contra Epicuro, que, como veremos na presente
edição do Protréptico, é considerado um grande ímpio. Numa passagem muito conhecida dos estudiosos de
sua obra, adverte Clemente:" A arte da sofística, que os gregos praticaram com afinco, constitui uma [espécie]
de habilidade da imaginação, posto que mediante discursos pomposos [ela) persuade como verdadeiro o que
é falso. Com efeito, a sofística dá origem à retórica para convencer, e à erística para vencer as discussões. Pois
muito bem: essas artes, se são praticadas após (o estudo da] filosofia, são mais prejudiciais que quaisquer
outras" (Clemente de Alexandria, Strómata, l, 8, 39.1).
6 Clemente de Alexandria, StrómJJta, l, 13, 756; VI, 5, 261.
1
Cf. Pierre-Thomas Camelot, O.P., lntroduction à l'l!.tude de la Conaissa"ce Mystiq11e chei Clhlt.m
d'Alexandrie. Paris, Éditions du Cerf, 1945, p. 28-30.
9
Cf. Guillermo Fraile, Historia de la Filosofia, Tomo li - EI Judaismo y la Filosofia. E/ Cristiani#no Y ld
Filosofía. E/ Islam y la Filosofia. Madri, Biblioteca de Autores Cristianos · BAC, 1969, p. 121.
1
° Cf. Sanctissimi Domini Nostri Benedicti Pap~ XIV. Bullarum, Tom11S Secundus. Vohatt11" VI, CMM
apendice, editio nova, summo Studio castigota. Melchlinie, 1827, p. 128-33.
l9 1
- APRESENTAÇÃO._
11
Cf. Claudio Moreschini e Enrico Norelli, Histoire de la Littérature Chrétienne Ancienne Grecque et
Latine. Genebra, Labor et Fides, 2000, p. 204-08. Ver também: Johannes Quasten, Patrología. Tomo l.
Hasta el Concilio de Nicea. Madri, Biblioteca de Autores Cristianos - BAC, p. 264-68.
u Uma aproximada ideia da influência do marcionismo nos primeiros séculos cristãos pode ser inferida do
número de padres, de apologetas e de pensadores que escreveram contra Marcião e seus seguidores: Justino,
Mártir ( t 10-162?) que o ataca em sua primeira Apologia; Irineu de Lião (130-202), em Contra Heréticos;
Tertuliano (160-220?), em Contra Marcião; Hipólito de Roma (170?-235), em Refutações de Todas as
Heresias; Epifânio de Salamina (315-403?), que em alguns escritos reconstitui toda a "Bíblia" marcionista;
etc. Sobre o marcionismo, ver: Di:i:íonario Del/'Eresie, Degli Errori e Degli Scismi, Tomo Terzo. Venezia,
Presso G.F. Garbo, t 771, p. 277-91.
u Para uma compreensão dos conceitos de equivocidade, unívocidade e analogia, ver Paulo Faitanin, "0
Mal Como Perda do Bem". ln: Tomás de Aquino, Sobre o Mal. Rio de Janeiro, Sétimo Selo, 2006, p. XXIV.
•~ Em sentido estrito, o Magistério da Igreja é o carisma participado por Cristo ao papa e aos bispos para
que preservem intacta, até o fim dos tempos, a doutrina do Evangelho. "Ide e ensinai a todas as nações"
(euntes ergo docete omnes gentes, Mateus XVIII, 19). A indefectibilidade da Igreja está intrinsecamente
ligada à solidez doutrinal do ensinamento do Magistério eclesiástico, que possui a seguinte subdivisão:
t - Órgãos autênticos: a) o papa sozinho, em quem reside a suprema autoridade apostólica; b) o papa e
os bispos reunidos em Concílio; e) os bispos (mestres ex officio) dispersos pelo mundo quando fazem uma
declaração comum acerca de algum aspecto da doutrina revelada; d) os bispos sozinhos, quando legislam no
1 10 1
- APRESENTAÇÃO -
âmbito de suas dioceses. 2 - Órgãos subsidiários: a) Papais: Congregações Romanas, Comis.ções Ponrifkias,
delegados apostólicos; b) Episcopais: Conselhos de Presbíteros, Comissões Diocesanas, curas, páro.."OS, etc.
Para que situemos bem a ação do Magistério com relação à suspeita de heterodoxia de Clemente, hasta
frisar que uma de suas funções multisseculares sempre foi a de preservar o Corpo Místiço de quai~q~r
doutrinas que, próxima ou distantemente, pudessem representar um perigo para a fé. Como dizia o famoso
adágio, Roma locuta, causa finita: se o Magistério se pronunciou solenemente, dando a sua palavra final, .
assunto encerrado. No caso de Clemente, como se frisou, apesar de presen:ar-se o valor filosófico inrrim1a'O
de suas obras e os piedosos elogios constantes do Martirológio, o Magistério retirou-o dos cânones por !'Mio
da bula Postquam intelleximus, não obstante continue ele sendo um padre da Igreja.
' 5 Clemente de Alexandria, Pedagogo, 1, 1, 3-2, 1.
111 Clemente de Alexandria, Pedagogo, 1, 3, 3.
1 ti 1
- APRESENTAÇÃO -
,. "Esses são os arquétipos de vossa sensualidade; essa é a teologia da arrogância; essas são as lições dos
vossos deuses, que praticam convosco a concupiscência. 'Aquilo que se deseja, nisso se crê', diz o orador
ateniense !Demóstenes]. Vós tendes ainda outras imagens semelhantes: pequenos deuses Pãs, jovens nuas,
sátiros embriagados, falos em ereção, que vossas pinturas exibem abertamente, mesmo condenados pela
intemperança. Hoje, não vos envergonhais de contemplar, com a população inteira, as pinturas que
representam as posturas mais indecorosas; ainda bem que as guardais corno ex-voto, como naturalmente
o fazeis com as imagens de vossos deuses (... ). Nós denunciamos vossa indulgência a todas essas coisas
indecentes, condenando não apenas a prática, mas também o ato de vê-las e ouvi-las. Vossos ouvidos se.
prostituíram, vossos olhos cometeram adultério, e o mais estranho ainda: vosso olhar cometeu adultério
antes mesmo dos amplexos libidinosos" (Clemente de Alexandria, Protréptico, VI, 61, 1-3).
11
O sincretismo é uma espécie forçada de amálgama que gera aparente compatibilidade entre os conceitos e
crenças díspares que lhe servem de matéria. Neste sentido, o sincretismo é pura e simplesmente uma mescla
deturpadora. Assim, por exemplo, algumas religiões afro-brasileiras "transformaram" santos católicos em
entidades de suas crenças como se fossem a mesma coisa. Vemos o eco distante da aplicação da ideia de
sincretismo à obra de Clemente de Alexandria no clássico Manuel de Philosophíe Ancienne, de Charles
Renouvier (1815-1905); para este pensador francês, os alexandrinos deveriam ser considerados "os últimos
dos antigos e os primeiros dos antiquários na Antiguidade", e neles haveria urna espécíe,de sincretismo. Cf.
Charles Renouvier, Manuel de Phílosophie Ancienne, Tome l. Paris, Elibron Classics, 2003, p. 40-50. Depois
de Renouvier. alguns estudiosos aplicaram esta ideia indiscriminadamente a todos os representantes da
Escola de Alexandria, inclusive ao nosso autor.
1'Clemente de Alexandria, Protréptico, XI, 2. É verdade que a exortação de Clemente não implica a
destruição completa da cultura precedente, mas a sua cristianização. Mas, por silenciar com relação
a certos costumes sociais então em voga, alguns autores acabaram por ver no Alexandrino um esforço de
1 I2. 1
- APRESENTAÇÃO -
harmonização (ou conciliação) entre a fé cristã e o saber pagão, o que também nos parece excessivo, pe!os
motivos anteriormente expostos.
1
°Cf. Marcelo Merino Rodríguez, El Protréptico (lntroclucción). Madri, Editorial Ciudad Nueva, 2008, p. 18.
11
Paolo Siniscalco, II Cammino di Cristo nell'/mpero Romano. Bari (Itália), 1987, p. 108-31.
lql
- APRE~ENTAÇÃO -
22
Clemente de Alexandria, Protréptico, X, 3.
21 Clemente de Alexandria, Protréptico, XII.
24 O estilo de um autor cristão dos primeiros séculos possui dois componentes principais, de acordo com
Fontaine: a) a tradição literária que recebe por sua educação e leituras; b) o seu engenho. Cf. Jacques
Fontaine, Aspects et Problémes de la Prose d'Art Latine au II/' Siécle. Turin, 1968, p. 19. A valoração do
estilo de Oemente de Alexandria há de levar em conta estes dois fatores, dado ser uma perfeita mescla deles.
1 14 1
NOTA PRÉVIA DA TRADUTOR.A
Rita Codá
11~ 1
- NOTA PRÉVIA DA TRADUTORA -
1] 6 1
- NOTA PRÉVIA DA TRADUTORA -
fui
CAPÍTULO l
[r]
[ 2]
1. 'Eµol. µtv Ot>V ÕOKOUO'\V ó epç.KlOÇ E)CElVOÇ bpq>EUÇ Kat ó 0rif3a.'loç KCXt
ó Mnth>µva'loç, ãvõpEç 'ttvi:ç; ouK ãvõpeç, àno:r11Ào\ yeyovÉvm, npocrx~µatt l
µoumKJ1ç Àuµ11váµEVot 'tOV J3iov, evtéxvcp 'tlVt YOT\'tEÍ<;l õmµovfuvtEÇ eiç 1
Õmq>Ôopáç, ÜJ}pw; opyuiÇov'tEÇ, nÉv1'T\ eKÔEtáÇov'tEÇ, rouç c:Xvt'>pwnouç E7tt '
1 14 1
l
- CAPITULO l -
1. Cc)111c) pLrdestes crer em mitos vazios e supor que a música encanta animais
selvagens? I)or c)utr<) ladc), a face única e resplandecente da verdade, como me pa-
rece, apresent<1-se, (liante de vossos olhos, carregada de desconfiança. Com efeito,
() Citéron, () Hélic<)n, os montes de ()drissa e da Trácia, telestérios 1 e mistérios da
errância, foram sacralizados pelos mistérios e cantados em hinos.
2. Eu mesm<), apesar de serem mitos, mal SL1porto ver tantas desgraças toma-
das como assunt<) de tragédias; mas, para vós, os registros de desgraças tornaram-
-se peças de teatro, e os atores, espetáculo de satisfação. Mas, em verdade, os
espetáculos teatrais e os poetas dos concursos das Lineias, já completamente em-
briagados, quandc> coroadc)s de hera e estra11hamente enlouquecidos pela iniciação
báquica, encerremo-los, juntamente com os sátiros, o tíaso das Mênades 2 e o resto
do core> dos demônic>s, n(> Hélicon e no Citéron do passado; façamos descer do
alto dos céus, sobre a santa montanha de Deus, a verdade com a luminosíssima
sabedoria e o santo coro dos profetas.
3. Que esta verdade faça resplandecer ao mais longe possível sua luz brilhan-
te, ilumine de todas as partes aqueles que estão mergulhados nas trevas, que liberte
os homens do erro, estendendo sua mão direita toda poderosa - o entendimento -
para a salvação deles; os que se irão livrar e levantar a cabeça abandonarão o Héli-
con e o Citéron para habitar Sião: ''Pois de Sião sairá a Lei, e de Jerusalém o Logos
do Senhor'' ,3 Logos celeste, o verdadeiro vencedor coroado no teatro do mundo.
4. Mas o meu Eunômio canta não no modo de Terpandro, nem no de Cépion,
nem no modo frígio, nem no lídio, nem no dório; ele canta segundo o modo eterno
da nova harmonia, a que traz o nome de Deus, o cântico novo, o cântico dos Le-
vitas, ''que dissipa a angústia, suaviza a cólera e faz esquecer todos os males'':• um
remédio doce, verdadeiro e persuasivo, temperado pelo canto.
[3J
1. Aquele trácio - Orfeu, mais o tebano e o metimnense parecem-me homens
que não são homens, por serem enganadores, sob o pretexto da música ultrajaram
a vida e, possessos por uma artística magia que conduz à perda - celebrando os mis-
térios da violência e divinizando o luto -, foram os primeiros a conduzir os homens
!ouç àpnm.:nKoi.'Jç. Aíllo1 õi: Kal. ÇúÀa oí. Ü<ppoveç· rrpoç ÕE Ka'i Àrncov
clVatCH}lltÓtf püÇ U.Vt}pCü7tOÇ àyvoÍq. ~E~Cf.7ttl0l[!~VOÇ.
2. Máp1uç nµ'iv 7tpü<prrniCTi rrapÍTm <pmv1í. cruvcpõoç àÀ11ltda.ç, TOUÇ E:v àyvoÍ<t
Kat àvoíq. Katatnpt~tµÉvouç oiKrf.Ípoucru: «Õuvatoç yàp ó ôeoç EK tfov ÀÍltcov
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à idolatria. Sim, com pedras e madeira, isto é, com estátuas e pinturas, foram eles os
prin1eir<)S a i11stituir o mais torpe dos costumes, constrangendo esta bela liberdade
dos cidadà<)S da terra à m:1is ínfima servidão, através de cânticos e encantamentos.
2. De t<1I natureza não é absolutamente o meu cantor, pois ele vem para abolir
a gra11de e am<1rga escravidão dos demônios tirânicos e, transportando-nos sob o
jt1go doce e humano da piedade, exorta aos céus aqueles que se haviam precipitado
sobre a terra.
1. Apenas pela verdade ele abrandou os mais difíceis animais como nunca
existiram - os homens: aves como os frívolos, serpentes como os embusteiros,
leões como os violentos, porcos como os voluptuosos, lobos como os ladrões.
Pedras e madeira, os insensatos; mais insensível que as pedras é o homem mergu-
lhado na ignorância.
2. Que a voz dos profetas venha testemunhar por nós, em harmonia com a
verdade, piedosa para com aqueles qt1e foram consumidos pela ignorância e pela
insensatez. ''Deus é capaz de suscitar destas pedras filhos a Abraão."' Ele, tendo
misericórdia da grande ignorância e do endurecimento da alma daqueles que se
tornaram pedras em relação à verdade, fez germinar uma semente de piedade, sen-
sível à virtude, entre as nações oriundas das pedras e que puseram sua fé em pedras.
3. Aliás, a certos homens peçonhentos e inconstantes, hipócritas e embarga-
dores da justiça, Ele os chamou de ''raça de víboras''; mas se alguma dentre essas
víboras vier a arrepender-se, acolhendo o Logos, torna-se ''um homen1 de Deus''. 6
'
Ele chama os outros de ''lobos'' recobertos com pele de ovelhas, referindo-se, meta-
foricamente, àqueles que, sob a forma de homens, não são senão impostores. Pois a
todos esses [animais] violentíssimos e a essas espécies de ''pedras'', este cântico novo
pôde transformá-los em homens civilizados.
4. ''Pois, de fato, éramos outrora insensatos, indóceis, errantes, escra"·izados
pelos prazeres e pelas paixões, vivendo no mal e na inveja, execrados, odiando uns
aos outros'', como diz a carta do Apóstolo:''( ... ) mas quando a bondade e o amor
de Deus, Nosso Senhor, aparecer, Ele nos salvará, não por nossas obras de justiça~
mas segundo sua misericórdia'' .1 Vede quão poderoso é o cântico novo: de pedras
ele fez homens; de animais selvagens também fez homens. Aqueles que, de cena
1&7 1
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[51
1. Toutó tOl l<:at to nâv fKOCT~lr)CTEV f~l~!EÀÔ>ç 1\al rfov O"tOlXfl(l)\I tnv
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ÔlC((p(l)VlO.V ElÇ rá~l\' E\'f!ElVE m.Jµ<prnvíaç. Í\'a õn oÀoç 1't>crµoç aut<'"!) ápµovía
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(6)
1 18 1
- CAPITULO l -
forma, estavam mortos, que não faziam parte da essência da vida, tão somente
escutararn este cântico e tornaram-se redivivos.
[5] •
[6]
1. O que quer, então, esse instrumento, o Logos de qeus, o Senhor, e seu cânti·
co novo? Abrir os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos, conduzir os paralítiçm
[7]
1. Atnoç youv ó À.Óyoç, ó Xp1crtóç, Kcx\ wu dvm náÀ.m iiµâç (nv yà.p ev
'-'Eé!>}, Ka\ wu E-ti dvm (vuv ÕD e7tr<pávTJ àv11pron0lç) -autoç ouwç ó À.Óyoç, ó
µÓvoç ܵq>ro, "eóç 'tE Ka\ ãv"p{l)1tOÇ, ánávtwv iiµ'iv cxt'.noç àya"&v· nap' oÚ to
E-0 Çftv EKÔ1Õao'KÓµEvo1 dç àiõwv ÇmDv napaneµnÓµe"ª·
2. Katà. yà.p tOV ôrnnfowv EKElVOV .tou KUpÍOu ànócrwÀ.ov «Íl xáptÇ
~ tOU ÔEOU crrotf\pt0ç 7tÔ.<JtV àv"pwnotç E7tE<páv11, nmõeúoucrcx nµâç,
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K<Xt ÔlKaÍcoç Ka1 ruoE~Ô>ç ÇfiowµEv ev têp vuv cxi&v1, npooõexóµevot tl,v ,
1 JO 1
l
1
--
- CArfTuLo I -
ou os errantes à justiça, mostrar Deus aos homens insensatos, fazer cessar a cor-
rupção, vencer a morte, reconciliar com o Pai os filhos desobedientes.
2. Esse instrumento de Deus ama os homens: o Senhor apieda-se, instruí,
exorta, adverte, salva, protege, promete-nos uma recompensa por nosso apren-
dizado da esperança de salvação: o reino dos céus. Tudo isso com a única in-
tenção de nos salvar. O mal se nutre da perda dos homens; a verdade, por seu
turno, como a abelha, não prejudica nada do que existe, apenas se alegra por
sua salvação.
3. Tendes, pois, a promessa, tendes a filantropia. Tomai parte desta graça.
E quanto ao meu cântico salvífico, não o concebais como novo, como móveis ou
como uma casa, pois ele já existia "antes da aurora'', e "no início havia o Logos,
e o Logos estava em Deus, e Deus era o Logos" .9 A errância, porém, é antiga, en-
quanto a verdade parece algo novo.
4. Se, pois, cabras lendárias ensinaram os antigos frígios, se poetas escreve-
ram sobre os arcádios antelunares ou se a terra dos egípcios, como querem os
sonhadores, foi a primeira a produzir deuses e homens, não houve, entretanto,
nenhum deles sequer que houvera existido antes do mundo; mas antes da criação
do mundo, nós, que devíamos ~xistir nele, fomos anteriormente gerados por Deus,
nós, criaturas racionais do Logos-Deus, por meio do qual existimos desde o início,
porque "no início havia o Logos".
5. Como o Logos existe desde o início, ele era e é o princípio divino de todas
as coisas; mas como agora recebe o nome outrora consagrado e que é digno de sua
força - Cristo -, eu o chamo de Cântico Novo.
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[8]
j 3i J
esperando a bem-aventurada promessa e aparição da glória do Grande Deus e
Nosso Salvador, .Jesus Cristo" . 10
3. Este é o Cântico Novo, que agora vem brilhar em nós, aparição do Logos
que estava no início e que pré-existia, pois apareceu agora aquele que pré-existia
como Salvador; ele apareceu, aquele que, no Ser, era mestre, pois "o Logos estava
em Deus"; e ele apareceu, aquele por quem tudo foi criado. Como demiurgo, ele
deu a vida no início, ao mesmo tempo em que criava; depois, como mestre, ele en-
sinou a bem viver, para que procurássemos, mais tarde, como Deus, a vida eterna.
4. Mas não é, pois, agora, a primeira vez que ele se apieda de nossos erros, mas
desde o princípio, desde o começo; porém, hoje, já perdidos, ele apareceu para nos
salvar. Pois o réptil perverso, por charlatanismo, parece-me, ainda escraviza e mal-
trata os homens, torturando-os como aqueles bárbaros que atavam - dizem - seus
prisioneiros a cadáveres, para que, amarrados, ambos tombassem em decomposição.
5. Esse dragão, tirano perverso, fez-se mestre daqueles a quem, desde o nascimen-
to, amarrou com o liame miserável da superstição; a pedras, a carcaças de madeira; a
imagens ou ídolos do mesmo gênero fez, como dizem, oferendas vivas em honra dos
mortos e os encerrou, destarte, em tumbas, até que eles apodrecessem com os já mortos.
6. De modo semelhante, também é única a charlatã que desencadeou a morte
desde as origens - Eva - e ainda continua arruinando muitos homens. Nós não te-
mos, para isso, senão um único protetor, um só auxílio, o Senhor, que, primitivamen-
te, nos advertiu de maneira profética e que, agora, nos exorta claramente à salvação.
[8]
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2. «Eul}do.ç 7totfrn:: ú1.; óõouç; Kupiou». f1 póõpoµoç ·1(l)ávvriç; Kat h cprov~
1tpÓÕpoµo:; toú /...Ó·fou. q>ow~ 7tctpo.KÂ.TJHK~, npoEtotµáÇoucra dç; <J(l)tnpia.v,
<j>(J)V~ 1tpO'tpÉ'.1tO\J<JU rlÇ KÀTJpOVOµtaV OUpayfuv· Ôl' ~V h CT't'Elpü. KUl EpliµOÇ
ãyovoç oul\Én. Tuútriv µot 't~V KUOq>opiav npoeôfomcrrv Õ.ytÉÀO'lJ (pcovií·
~póõpoµoç; ~v KÕ.Kf.ÍVT\ i:o'Ü KUpiou, crtr\pav Eua.n1::A.1ÇoµÉvri yuva'l Ka, Ó>ç
'Jroúvvl)ç TI,v Epl)µov.
1 \4 1
-CAPITULO t-
corpos doentes, cobre uns com cataplasmas, limpa e banha outros, intervém com o
ferro, cauteriza aqui e ali, noutro lugar amputa alguns pela serra, quando ainda é
possível curar o homem como um todo ou apenas um de seus membros.
3. O Salvador é polifônico e engenhoso a respeito da salvação dos homens:
ameaçando, adverte; injuriando, converte; lamentando, apieda-se; salmodiando,
exorta; fala através da sarça ardente (os hebreus tinham necessidade de sinais e
prodígios) e intimida os homens com o fogo, fazendo sair chamas da coluna, sinal
de graça e de medo, a um só tempo: caso se obedeça, tem-se a luz; caso se desobe-
deça, tem-se o fogo. E como a carne [do homem] é mais valiosa que uma coluna e
uma sarça, são os profetas que, depois disso, se fazem ouvir; é Ele, o Senhor, que
fala pela boca de Isaías, de Elias e dos profetas.
4. Mas se tu não crês nos profetas e aceitas, ao contrário, mitos, charlatães
e o fogo, Ele, o Senhor, a ti te falará como "aquele que é semelhante a Deus, mas
que não usufrui deste privilégio, fazendo-se inútil a si próprio" .12 Esse Deus com-
passivo deseja ardentemente salvar os homens; é Ele, agora, o Logos, que te fala
claramente, desmascarando a tua incredulidade; sim, eu digo, o Logos de Deus
tornado homem, a fim de que tu ainda aprendas, por meio de outro homem, como
um homem pode vir a ser Deus.
1. Não é estranho, ó amigos, Deus sempre nos exortar à virtude, e nós nos
esquivarmos de seu auxílio, desprezando a salvação? Não era verdade, também,
que João nos exortava à salvação e se tornou, por inteiro, a voz que exorta? Per-
guntemos, pois, a ele: Quem és tu dentre os homens? Ele não dirá ser Elias e negará
ser o Cristo; mas confirmará que é a voz que clama no deserto. Mas quem é João?
A guisa de exemplo, permito-me dizer que é a voz do Logos exortativo que clama
no deserto. O que clamas, ó voz? Di-lo também a nós! "Tornai retos os caminhos
do Senhor." 13
2. João é o precursor, e sua voz é a precursora do Logos, voz que encoraja, voz
preparadora da salvação, voz que exorta à herança dos céus. Por meio desta voz, a
estéril e solitária não mais ficarão sem descendentes. A voz do anjo me profetizou
essa gravidez; essa voz também era precursora do Senhor, mensageira da boa-nova
à estéril, assim como João o fora à solidão do deserto.
IHI
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3. ü1à taÚtT)V t0Ívuv toú À<hou tllV <p(l)V~V ll <JtEtpa fUtEKVfl Kat ~
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4. A~t<pw youv rç te.1.ur<'>v àyayoucru. n'x !pwvc't í1 ypmpl1 mx<p11víÇE1 to
rtâv· «ÀKoucrátw ~ ou TÍKtoucra· pqÇÚrn) <p<uv11v í1 ouK <;)ÔÍvoucra. on
rrÀfÍova tà TÉK\'CX. tftç Epfiµou ~tâÀ.Ànv i1 rftç rxoúm1ç Ú>V (xvôpa.» 'Hµlv
E.ÜT)yyEÀÍÇEto ãyyEÀoç. íwãç rrpoutprnEv ·1rnúvv11ç vo~crm Tov yEmpyóv,
Slltilcrm TOV avôpa.
5. Etç yàp Kat ó aüroç o-íJroç, ó rilç crtdpaç àvfip, ó t~ç Epfiµou yEmpyÓç,
Ó TTtÇ l'.>ríaç ʵrrÀficraç ôuváµrwç Kat T~v crtfÍpav Kal. t~v Ep1iµov. 'Errd
yàp JtOÀ)..à tà tÉKVf.i. tftç EÜyEVOUÇ, ãrtmç ÔE ~V ôtà àrtEÍ ltEtaV ~ rroÀÚrrmç
àvÉKaltEv ·E~paía yuvfi, ~ <HE'ipa tov ãvõpa Àaµ~ávE1 Kat ~ ifpriµoç tov
y.Ewpyóv· Etta 11 µEv Kaprrfov, 11 OE mcrtfuv, ã.µ<pw OE µ T]tÉpEç füà tov ÀÓyov·
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- CAPITULO 1 -
3. Com efeito, através dessa voz do Logos, a estéril, feliz, concebe, e o deser-
to produz frutos. Essas duas vozes precursoras do Senhor, a do anjo e a de João,
dizem-nos enigmaticamente que a salvação está oculta nelas, como se, após a epi-
fania do Logos, colhêssemos o fruto da salvação: a vida eterna.
4. Ambas as vozes, por certo, convergem para uma só, e as Escrituras expli-
cam claramente todo o pensamento: "Que escute aquela que é estéril; que ela faça
retumbar a sua voz, sem sentir as dores do parto, porque a prole da solitária será
maior do que a da que tem marido" . 14 O anjo nos anunciou a boa-nova; João nos
exorta a pensar no lavrador, isto é, a procurar o marido.
5. O marido da mulher estéril e o lavrador do deserto são um único e um
mesmo ser: aquele que saciou a força divina - a estéril e o deserto. De fato, muitos
são os filhos da mulher de boa raça; por outro lado, a mulher hebreia, que desde
o início tivera muitos filhos, agora se encontra sem nenhum, por causa de sua
incredulidade; a estéril, por sua vez, recebe um marido, e o deserto um lavrador;
em seguida, o deserto dá frutos; a estéril, fiéis; ambos fecundados pelo Logos. Não
obstante, ainda hoje sobrevivem a estéril e o deserto: são os infiéis.
[10)
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Kai touç ncrEtt ttapà to'iç noÀÀo'iç; tn1µ11µÉvouç E'.yyacrtptµÚ'Ôouç·
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nÀ.ávnç àKpátou 1rnPeut~pw· cruvɵrtopot -ríiaÕE -ríiç YOT\tEÍaç atyf.Ç ai
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ÕtôacncÓµevot.
I 3H 1
CAPÍTULO II
(II]
1. Não vos ocupeis, pois, com santuários ímpios, nem com fendas crô-
nicas plenas de histórias inverossímeis, nem com o caldeirão de Tesprócia,
nem com a trípode de Cirra, nem com o bronze de Dodona. Abandonai aos
velhos mitos um velho tronco de carvalho, venerado pelas areias do deserto,
e o oráculo que ali mesmo se deteriora juntamente com esta própria árvore.
Por certo também silenciaram a fonte de Castália e a outra, a de Colofô-
nio, igualmente feneceram os mananciais proféticos, desprovidos de vapores
subterrâneos, como se demonstrou posteriormente, desapareceram com seus
próprios mitos.
2. Narram-nos, ainda, a respeito de outros oráculos, ou melhor, de lugares
de delírios, oráculos inúteis, [como] o de Claros, o de Píton, o de Dídimo, o de
Anfiareu, o de Apolo, o de Anfíloco; mas se desejais, interrogai, ao pé destes orá-
culos, aqueles que observam e interpretam prodígios, os que interpretam o voo
e o canto das aves, e os que interpretam os sonhos. Levai para colocar perto do
Píton, a um só tempo, todos esses adivinhos que usam farinha de trigo em seus
vaticínios, os que usam cevada, e os ventríloquos, ainda hoje venerados pelas
multidões. Que se abandonem, pois, às trevas os telestérios egípcios e a necro-
mancia dos tirrenos!
3. Loucura, tudo isso, como verdadeiramente são os sofismas dos homens
incrédulos e as casas de jogos de pura ilusão. Companheiras dessas fascinações
enganosas são as cabras adestradas à adivinhação e os corvos amestrados por
homens, para proferir oráculos a outros homens!
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[I 3]
l. Kaí µ01 ÕüKEl rà opyw KCX.l tà. µucrt~pw õc'iv ÊtuµoÀoyc'iv, 1à µEv cXJtO
tÍ)Çopyilç tTJÇ i1T')OUÇ t~Ç rrpoç '1Ía )'E)'EVf\µÉVT\Ç. tà ÕE àJto WU µÚcrouç toÚ
cruµpE~T\KÓwç rrEpl. 1ov il1Óvucrov· Ei fü: Kal. àno Muoúvróç nvoç À.HtKOÚ, ov
Êv KUVT\YÍ<! õwqn'k.1.p~vm À.rtoÀÀÓÕropoç .À.Éyn, oü cpl}óvoç· Úµ&v ÕcõóÇacrm1
tà µu<H~pm f7tttuµPícp nµft.
2. Oápccrtt õ€ Kat Õ..À.Àwç µul}~p1á cro1 voE'iv à.v11crt0txoliv-cwv -rfuv
ypaµµátWV 1à µucrt~plCl· \}llpE'ÜOUCJl yàp tl KO:l aÀÀOl ttVÉÇ, àtàp Õ~
1Wl oí µu\}ot o\ to\OlÔE 8p~KWV toUÇ pappaplKWtCÍ.touç, <l>puymv toUÇ
àvorito1á.touç. ·EÀÃ.~vwv rouç Õncr1õaiµovaç.
3. 'b.À.otto ODV ó t~O'ÔE apÇaç 1-flç àrt<Í'tllÇ àvôpcórtotç, El"CE ó ~á.põavoç.
ó Mlltpoç \}Effiv KataÕEiÇaç tà µucr1~pw., e1-re 'Hniwv, ó 1à r~µol}p<!Kwv
Õpym Kat tEÀHCtÇ imocr-c11crá.µevoç, ti'.tE ó <l>puÇ EKE'ivoç ó Míõaç, ó Jtapà wu
bôplicrou µm,Ó>V, f7tft 1a õwõo-Üç to'iç únotnayµÉvo1ç evtExvov àJtátriv.
4. ot, yáp µe ó K linptoç ó v11mcó111ç K tv'Üpac; rtapcrndcrm not' ãv, tà m:pl
riiv Àcppoôíu1v µazM'wta Õpyw. ex
vuKtoç fiµÉp~ rrapaõo\ivm toÂ.µ~cra.ç,
cptÂ.onµoúµevoç fü:tá.crm 7tÓpv11v noÀÍttôa.
1 40 1 j
- - CAPITULO li -
[12]
[13]
1. "'Hôq ÕÉ. 1\at yà.p KatpÓç. aurà. Úµcôv tà opyta rÇrÃÉyÇw àrrárr1ç K<Xt
1 4i 1
- CAPITULO li -
5. Já outros dizem que foi Melampo, filho de Amitaão, quem teria transportado
do Egito para a Grécia as festas de Deméter, a celebração do luto. Eu diria mesmo que
todos estes foram a causa primeira do mal, pais de mitos ímpios e de uma superstição
funesta, semente do vício e da corrupção - estes mistérios -, implantados na vida.
[r 5]
1. Os mistérios de Deo não são outra coisa senão a união amorosa de Zeus
com sua mãe Deméter, e a ira (eu não sei o que dizer: sua mãe ou sua mulher?),
digamos, de Deo, a quem se atribui o nome de Brimo, pelas súplicas de Zeus, a taça
de fel, a extração do coração e a ação abominável. Os frígios realizam esses ritos
em honra de Átis, de Cibele e dos Coribantes.
2. Divulgaram, à meia-voz, como Zeus, após ter amputado os testículos de um carnei-
ro, levou-os e os lançou no âmago do seio de Deméter, punindo-se a si mesmo, de maneira
mentirosa, por sua união violenta e impudica, como se ele houvesse castrado a si próprio.
3. É supérfluo apresentar os símbolos dessa iniciação. Eu sei que eles leva~vos-ão ao
riso, através de suas representações, mesmo se não sentirdes vontade de rir: "Eu comi so-
bre o tímpano; do címbalo bebi; levei os vasos sagrados, precipitei-me no leito nupcial".
Esses símbolos não são verdadeiros atos de violência? Os mistérios não sio uma chalaça?
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1. Tí o, El Kal tà ÊrrÍÂ.01 rm rrpocn'.}E í11v; KUEl ~LEV í1 L'.1u11í n1 p. cxvrnpÉ<pt:rn. t
OE i1 Kóp11, µÍyvmm 8' authç ó '(fVVlWaÇ OlJtuCTl Zr\.>ç -rn CJ)fpE<pánn, -rn lOlCf
ltuyatpÍ, µnà rhv ~uirÉpa r~v '111ó), ÊKÀcn~Óµrvoç rou rrpotÉpou ~tÚcrouç,
mui1p Kat cpl1opEUÇ KÓp11ç ó Zn'.iç. Kat pÍyvutm 8páKC1)V yEvów:voç, oç ílv
f.Àqxltdç.
2. La~o.ÇÍCúV '(OUV µU<Hflpl(J)V crÚp~OÀOV TOtÇ µUOWLÉVOlÇ Ó ÔlcX KÓÂ.JtOU
l}fóç· õpáKrov ÕÉ Êcrnv oÜrnç. ÕtEÀxÓ~tEvoç tou KÓÀrrou twv tEÀouµÉv(J)v,
EÀEYX,OÇ àKpacriaç L'.tÓç.
3. KuE'i Kal. í1 <l>EpÉc.pana rro.18a raupóµopc.pov· Ü:µÉÀEt, cp11crí ttç rron11nç
ElOCOÀlKÓÇ,
... wupoç
1 44 1
- CAPITULO li -
[I 6)
l. Que tal se eu continuasse o relato? Deméter, por seu turno, dá à luz; Core
cresce; Zeus une-se, novamente e, desta vez, com Feréfata, "a engendrada por ele"',
sua própria filha, depois de ter feito o mesmo com sua mãe Deméter, esquecido do
primeiro crime; Zeus, pai e corruptor da menina, uniu-se a ela transformado em
dragão, dando demonstração do que ele era.
2. Por isso o passe simbólico para os iniciados nos mistérios de Sabásio é a
expressão "o deus que perpassa o seio"; é essa tal serpente que se faz penetrar no
seio dos iniciados, testemunho da debilidade de Zeus.
3. Feréfata também dá à luz um filho tauriforme, como, acertadamente, diz
um poeta dos ídolos:
(... )o touro
é o pai do dragão, e o pai do touro é o dragão, na
montanha, boiadeiro, o teu aguilhão secreto,( ... )
[18]
[21}
1. Taut' fon tà KpÚ<pta. tfuv Aôrtvaicov µucnfipw.. Tautá tot Kat bp<pEUÇ
àvcxypá<pEt. ílapa.ôiícmµm oÉ OOl a\nà 'tOU bp<pÉcoç tà ETtl), '{v' exnc; µáptupa
tr)Ç avmcrxuvttaç tov µucrta.yo:ryov·
- ' I \ I
[20]
[:z.r]
1. São estes, pois, os mistérios secretos dos atenienses! Orfeu vos descreve
tudo isso. E eu vos citarei os próprios versos do Cantor da Trácia, para que renhais
o mistagogo 26 como testemunha dessa indecência:
t. AÇw µE:v ouv vuKtoç tà tEÀÉowxm Kal. nupoc; Kat tou «~teyaÀ~wpoç>\
µâÀÀov ÔE µamtÓ<ppovoc; 'Epcxt'}nôfov 8~µou, n:poç ÔE KU.l t&v aÀÀcov
'EÀ.À~V(J)V, oücrnvo:ç «µÉvn tEÀEUt~(JaVtcXÇ acrcra OUÔE EÀn:ovtm.»
2. Tim õ~ µavtEÚnm 'HpáKÀEttoç ó ·Eq>Écrtoç; «NuKtmÓÀ.otç, µáy0tç.
~áqOlç, À~vmç. ~1Úcr-m1ç», rnÚtotç UJtEtÀE'l tà µnà -ôá.vawv, toÚto1ç ,
µavtEÚEtm to núp· «tà yàp voµ1ÇÓµEva Katà àvt'}pcónouç µucn~pia
. '
avtEpúXHt µuouvtal.~>
~
3. NÓµoç ouv KO'.l unÓÀTJ'lflÇ KEV~ KO'.t toU ÔpcXKOVtOÇ tà µucrt~pw: àrrátn
tÍç Ecrnv ôpnmcrnoµÉ\·11, tàç àµu~touç ÕvtúlÇ µu~crnç Kat tàç àvopy1ácrwuç
n:ÀEtCtÇ EÜcrE~Eict vóôcp npocrtprnoµÉv(J)v.
4. Otm o[ KO:t ai. KtcHm µucrnKai· Õêl yàp ànoyuµv&crm tà ãyw.
O'.UtWV KO.l tà ÜppTJtO. EÇEl1tflV. 0U IJT)Cmµat tCXUtO'. KCXt 7tUpaµtÔEÇ K<Xl
toÀ.ÚJtCll KO.t 1tÓ1ta.Va. 1tOÀUÓµq>aÀ.a XÓVÕpül tE ÚÀÔlV KO'.t ÔpÓ.K(J)V, ÕpytOV
ô1ovúcrou Baocró.pou; Olixl. õe
poml. npoç to'icrõc Ka.1 Kpá.õm vá.pt'}11KÉ.c; tE
Kat KlHOl, 7tpoç fü: KUl q>i}o1ç KCXt µT,K(J)VfÇ; Taut' E<HlV aut&v tà ayw.
5. Kai. npocrÉtt tilc; 8ɵ18oç tà ànópprita crúµ~oÀ.a opíyavov. ÀÚxvoç,
Çicpoç. Ktdç )'\>VmKe'ioç, o
E:onv dHpT,µroç Kat µucrttKWÇ Ú7te1v µÓpwv
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6. "Q tilç E:µ<i>avoúç à.vmcrxvvtiaç. DÓ.Àm µE:v àvôpro7totÇ
crroq>povoÚ<JlV E1tllCÓ.Àuµµa ~õovftç v\.iÇ nv crt(J)JtOOµÉvrr vuvl. ÔE 'tOlÇ
µuouµÉvo1ç 7tEtpa tftç àKpacriaç vúÇ E:crn À.a.À.ouµÉv11, Kat tà 7tÜp eÀ.Éy;(El
tà ná.ôri Õt~Õouxoúµevov.
2. Eis as palavras do passe, o sinal secreto, dos mistérios de Elêusis: "Eu jejuei,
bebi o cíceon, retirei de dentro da corbelha, após tê-lo manipulado, repus no vaso,
e do vaso para a corbelha ".Belo espetáculo, pois, e conveniente a uma deusa!
[22]
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- CAPITULO li -
(23]
1. São esses os mistérios dos ateus. Eu chamo, com razão, de ateus aqueles
que, de fato, ignoram o verdadeiro Deus, que veneram despudoradamente uma
criança despedaçada pelos titãs, uma mulher desesperada e as partes verdadeira-
mente proibidas, pelo pudor, de ser mencionadas; possessos por uma dupla impie-
dade: a primeira é a que os faz ignorar Deus, não reconhecendo como Deus aquele
que verdadeiramente o é; a outra, a segunda, é este erro de atribuir existência
àqueles que não a têm, chamando de deuses aqueles que, em realidade, não o são,
ou mesmo nunca existiram, pois tão somente obtiveram um nome!
2. Por isso o Apóstolo, em verdade, nos explicava dizendo: "Vós éreis foras-
teiros a respeito dos pactos da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo".
1. Muitas graças advieram ao rei dos Citas (um certo Anácarsis). Tendo este um
súdito que reproduzira na Cítia os mistérios de Cízico, em honra da mãe dos deuses,
batendo nos tambores, fazendo retinir os címbalos e trazendo atadas ao pescoço
certas insígnias dos sacerdotes de Deméter, crivou-o de flechas, por ele ter-se tomado
efeminado entre os gregos e por ter ensinado aos citas essa moléstia.
2. Por causa dessas coisas (de modo algum ocultarei a verdade), chega a es-
pantar-me a maneira como trataram de ateus a Evêmero de Agrigento, Nicanor de
Chipre, Diágoras e Hípon de Meios e, com eles, aquele famoso cireneu (Teodoro
era o seu nome) e tantos outros afora, por terem levado uma vida sábia e por terem
tido uma visão mais penetrante do que o restante dos homens, ao verem os erros
concernentes a esses deuses, foram chamados de ateus; se eles não conceberam a
própria verdade, ao menos pressentiram o erro; é uma semente não pequena pron·
ta para germinar aquele que, se voltando para a verdade, mantém acesa a chama
da inteligência.
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J. <O\' Ú ~LÉv 1 tç n:n~1ryyué!- rní:ç Ai yurc1Í otç, '"ri t~Foiiç voµ íÇri:r. µ~
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- CAPÍTULO II -
E ainda isso:
Ó suporte terrena!, tu que tens teu trono sobre a terra, o que quer
que sejas, é-nos difícil contemplar-te.' 1
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1. 01 ~tf.v yà.p f\n~i'.·úlç á.µqi! r~v oúpavou MO'.v rurm<;')µfvo1 Ka! Õ~irt
µóvn rrrn1cnrnKt)ffÇ nüv Ô.CiÚpwv nxç K1v1í0nç im1~rÓlµrvo1 i:·ôuúwrnáv '
U: Krtl rÇn~flfl.<Jm'. l~fO\JÇ à rnt1 Ôt:\v ovopCXCJfXVTfÇ WDÇ Úcrrr.puç, Kat
npocrn:úvrimxv Í)Àtuv. (oç ·1 vúoí. K<xt CH:'.À1Ív riv. c'1)Ç <t:>púyrç·
2. 0·1 õi: rfov à yÍ(ç <.puo~1ivc1>\' rni>ç; íudp01.iç Õprrróprvot Kaprrouç
dT)W TO\' CTlTO\'. Ct)Ç Àt~T]V((lül, Jo."ftl ótÓVUCJO\' T~V aµrrrÀov. O>Ç 8q~ato1,
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rrpoc:nnopnicrctv.
3. A/cli.01 rà.ç; àµot~àç rilç KaKÍm; f:rrtCTKon:~crav1Eç ÔEOJtotOD<n ràç
àvnõóm:tç n:pocrKuvouvTfÇ Kat n'xç cruµ<.popáç. 'Evn:tn~E'.V n'xç 'Epwúaç Kat
tàç EuµEvíõaç ffo.Àet.~tvaiouç 1'f Kal. Opocnpon:aiouç. õf: ÀÀ.ácrrnpaç rn
àvcrnrnÀ.ÚKCt.<Jl\' Ol àµ<.pl. tTJV O"KT]VTJV 7tüllFCXÍ.
4. <1>1Àocróqiwv õf- ~õ11 nvi:ç Kat aurnl. µnà. 1ouç rrotT]nKouç rcúv f:v Úµ\v
1
7tm~fuv àvi::tÕwÀon:oto11m tÚnouç tÔv <l>Ó~ov 1wl. rov "EpüHa Kal. tnv Xapàv
KUl rnv 'D.n:íõa. (ócrrrEp àµÉÀ.El KO'.l 'EmµEvÍÕT)Ç ó rmÀ.moç "'YPpEWÇ Kal
AvmÕEÍaç Àô1ív11cn v àvcrnt~cro.ç pwµoúç·
5. o't fü: f:Ç aürcôv Ópµc;)µEvot tfuv npayµánov EKÔEOUVtat w\ç àvôpc.ónotç
Kal cH.oµawçfuç àvarrÀátwvmt . .1ÍKT] ttç Kat KÀ.wôw Kat AÓ.xêc:nç Ka.1. Atporroç
KUl EiµapµÉvT). AuÇ,ro tE KUl 8aÀÀ.ro, ai AHlKCXÍ.
6. ·•EKtoÇ ecrtlv ElCJT)'(llttKOÇ tpÓ7tOÇ ÚitÚtT)Ç, ÔEfuv 7tEpl1tülY\'ttKÓÇ. Km'}' OV
àpn~µoum ôrnuç w\Jç ÔroÕEKa· wv Kal. ôrnyovíav 'Hcrioôoç ~ÕEt tnv aútou,
1m1. ooa ÔrnÀ.oye'i "Dµripoç.
7. TeÀ.rnmíoç of: ÚnoÀ.EÍitEtm (Éittà yàp oí. anav'têÇ o{rrot 1pÓitot) ó àno
tilç fü:taç e\iepyrniaç 1ftç Eiç i:ouç à.vôpómouç Kcnay1voµÉvl)ç Ópµroµevoç. Tov '
yàp e\iepynouvm µ~ ouvtÉvtEÇ ÔEov à.vÉ7tÀ.acráv n vaç CJüHT)paç i'.ltocrKoÚpouç
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[26]
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- CAPITULO ([ -
2. "Nós éramos, pois, de certa maneira, filhos da ira, juntamente com os de-
mais; Deus, porém, que é rico em misericórdia, por causa do grande amor que nos
consigna, fez-nos reviver com o Cristo, quando já estávamos mortos por nossos
erros." Pois o "Logos vivo" e sepultado com Cristo elevou-se a Deus. Porém os que
ainda permanecem incrédulos, chamam-se "filhos da ira", alimentados pela cólera.
Por outro lado, nós não somos mais frutos da cólera; uma vez afastados do erro,
celebramos agora a verdade.
3. Por isso, seguramente, nós, então filhos da ilegalidade, tornamo-nos, pela
filantropia do Logos, filhos de Deus. Mas, a vós, também, o vosso poeta Empédo-
cles de Agrigento fez alusão:
5. Essas coisas nos recomenda a Sibila - poeta e profetisa. Eis, também, o que
a verdade nos ordena, quando retira a máscara da turba dos deuses, essas máscaras
horríveis e aterradoras, convencendo, por sinonímias, esses produtos da imaginação.
[28]
1S91
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i·1r\ n:O.crt d1v ílCÍ.ÀÀavwç KcÚ Tt mvíõoç t~ç hKrnvou. ~ tt)V n:a Úp<x oucrcrEP&ç
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(Evrnuôn õ1) ouKÉtt n:apfü:'.voç i1 Aôqvâ). Õi::Úrrpov rv Kp1Ítn tt>V K Úp~avtoç,
tpitov tov ~ll)Ç K<Xt tÉmptov tc'w ÀpKáõa. tov ItÀqvou· Nópwç o{itoç KÉKÀTltat
rto.pc'x À pKÚcrt v· Ên:\ toÚto1ç tÓv A íBuv KataÀÉyi:: t tàv Àµ.pwvoç· ó or L\Íouµoç
e> ypaµµani-.:Óç toÚtotç EKTOV en:t<pÉpn tov Máyvqwç.
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4. Il(icro1 Kal. vuv f.\n:ÓÀÀ.coveç. àvapíôµqto1 i}vri101. KcÚ Ên:ÍKqpoí nveç
Õ.vôprnn:ot. Eicriv. oí napan:ÀqcrÍolÇ totç npoetp1wévotç ÊKrÍvotç KEKÀqµÉvo1;
1. Ti õ' ri' 001 10uc; rtoÀÀouç efaot~lt ÀcrKÀYJn:wuç 11 wuç 'Epµâç touç
àpul)µouµÉvouç i) 10uç ll<paicnouç wuç µui}oÀoyouµÉvouç; M~ Kat rreptttoç
dvm õósro tà.ç àKo(.t.ç úµ&v totç noÀÀotç toÚtotç ÊntKÀ:ÜÇffiv 6vóµcrn1v; AM'
a'í ye rratpiõi::ç aútouç Kat ai thvm Kat oi ~Íot, rrpoç ÕÉ ye Kat oí tácpot
àvôpc;mouç yqovómç ÕleÀÉnoucrtv.
2. 'í\pqç youv ó Kat napà 10'iç n:ourcatç, Ú)ç o'lóv te, 1enµ1wévoç.
1"º1
- CAPITULO li -
mãe; a quinta é filha de Palas e da oceânida Titânis, que, após ter imolado impiedo-
samente o pai, adornou-se com a pele deste, como se fosse um tosão de ovelha.
3. Quanto a Apolo, Aristóteles nomeia um primeiro como sendo filho de
Hefesto e de Atena (nesse caso Atena não era mais virgem?!); um segundo nasceu
em Creta e era filho de Cirbas; um terceiro, filho de Zeus; e o quarto era natural
da Arcádia, filho de Sileno, cognominado Nômio, pelos arcádios; além desses, ele
enumera um Apolo Líbio, filho de Amon; e o gramático Dídimo acrescenta a isso
tudo um sexto: o filho de Magoes.
4. Mas, agora, quantos Apoios existem? Inumeráveis mortais, homens perecí-
veis, chamados pelo mesmo nome que aqueles acima citados.
este "inconstante" e "hostil" era, como diz Eficarmo, espartano; mas Sófocles o
acreditava da Trácia; outros,. da Arcádia.
3. Homero diz ter sido Ares prisioneiro durante treze meses:
4. Muitas honras aos cários, que lhe sacrificam seus cães. Os citas, por sua
vez, não cessam de imolar seus asnos, como diz Apolodoro~ e também Calímaco:
[30}
1. ''Exnç 1\"Ul impóv. ouxl. xaÀKÉa µÓvov EV ~Eo'iç· ó õi:: iatpoç qnÀ.Ú.pyupoç
i)v, ÀcrKÀT]rrtoç Õvoµa autcp. Kaí crm tov crov rrapm'}~croµm rronrrí1v, tov
BoHÚtlOV nívóapov·
1 6i l
-- - CArfTULO II -
5. Hefesro, por sua vez, o qual Zeus precipita do Olimpo, "do divino um-
bral", tendo caído em Lemnos, aí se tomou ferreiro, aleijado dos pés, "a coxear,
afanoso, sobre as pernas recurvadas e inseguras" .Js
1. Vós tendes também, entre vossos deuses, um médico, não apenas um fer-
reiro; mas este médico era amante do dinheiro: Asclépio era o seu nome. Eu porei,
agora, diante de ti o teu poeta, o beócio Píndaro:
Ele também foi seduzido pelo esplêndido salário, ouro a reluzir em suas
mãos; de suas mãos, pois, o Cronida lançou, contra os dois (o raio), pri-
vando-lhes do peito o alento, e o raio reluzente precipitou-lhes o destino. 39
2. E também Eurípides:
1 "J 1
._., K 1, '" .\ .\ \ r l1 N B ·.-
1. AKOÚEtE õl) o~v tfuv na.p' uµ'iv ~Efuv touç eprotaç KCY.l tàç na.paôóÇouç
tftç CtKpa.cría.ç µuÔoÀoyÍaç Ka.t tpa.Úµata m'.l1:fuv Kat ôrnµà Kat yÉÀ.omxç KCXl
µáxaç ÔotJÀEÍa.ç tE ifn Ka.1 crtJµnócrm cruµnÂ.oKáç t' a.ti Ka.1 ÔÚKpua. Ka.I. miÔ'TI
Kat µcxxÃ.cOOaç ~õováç.
1 64 1
- CAPITULO li -
6. Isso nada mais são que mentiras poéticas; Homero é 0 mais digno de fé, ao
falar dos dois Dióscuros, e quando diz que Héracles também é apenas um ídolo;
um ser humano, Héracles, o autor de grandes trabalhos!
7. Homero sabe que Héracles é um homem mortal; Jerônimo, o filósofo,
também nos pinta o seu retrato: pequeno, cabelos eriçados, vigoroso; Dicéarco,
porém, o faz rijo como um toro de madeira, robusto e nervoso, escuro, nariz adun-
co, olhos brilhantes. Esse Héracles viveu 52 anos e terminou sua vida com honras
fúnebres numa pira no monte Eta.
[31]
[3 2.]
2. KÚÀEt µol tO\' flocrnôw Kal tOV xopuv tCoV ÕtE(pl}rtp~lfVCl)V í.m' atrtoli,
ti)v Àµqn tpi tqv. 1!1v À~rn~tcÓvqv. t11v ÀÀÓrri1v, t11v MrÀavírm11v. thv ÀÀ.Kuóvriv,
t~v 'trrrrol}Úriv. t~V XtÓVll\', tCl.Ç aÀÀaç tàç ~Lupím;· Êv alç õl1 Kat toCTaÚta1ç
oÜcrmç Ett rnu ílocrnôc7woç ú~uüv Êcrn:voxrnpfrro tr1. rcú1'Jri.
3. KÚÀn µot Kc"tt ràv ÀrrÓJ,Àco· <l>oíBóç Êcrnv ou1oç 1rni µávnç izyvoç Ka\
crúµpouÀo; àym%ç· à/...!: oú taliw. í1 ItEpóm1 ÀÉyn OtJÕE 11 Al'ôoucm ou8[ ~
n
Àpmvóri ouõf: ZEuÇÍrrrn1 ouõr Íl ílpoltóq ou8( í1 Mápm1a00: oÚÕ( ·y,~rnÚÀrr n
ilÚ<.pvfl yà.p ÊÇécpuyE ~tÓv111w1 rov ~1ávnv Ka1 rhv <ptfopr1.v.
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4. AÜtÓç tE ó ZEuç Êrrt rrâmv ~KÉtw. «nathp» Km'J' Ú~tâç ~<(1.võpfuv tf
ÔEfov tE»' wcrolito~ rrEpl tà àcppo8íma ÊÇEzÚl}fl, wç ÊmôuµE'lv ~1(v rra.cr&v.
ÊKn:À11poliv 81: Eiç rrácraç t~v Êrrn'JuµÍav. 'Evrn͵rcÀato youv yuvmKÓW oux
~ttov ~ aiycí'Jv o8µomtfov tpáyoç.
~. Kal f7t 0
2. Façam-me vir Poseidão e o coro das que foram seduzidas por ele: Anfitrite,
Amímone, Álope, Melânipe, Alcíone, Hipótoe, Quione e uma multidão de outras.
Com tantas outras quantas eram, o vosso Poseidão ainda andava em apuros por
causa de suas paixões.
3. Chamem-me também Apolo: este que é o Febo, o sagrado adivinho e no-
bilíssimo conselheiro. Mas não é isso o que dizem dele Estérope Etussa Arsínoe
' ' '
Zêuxipe, Prótoe, Marpessa, tampouco Hipsópile; apenas Dafne, de fato, escapou
do adivinho e da desonra.
4. E venha agora, antes de tudo, o próprio Zeus, o "pai dos homens e dos deu-
ses", segundo vós próprios! Este se entrega prodigamente aos prazeres afrodisíacos,
desejando todas e com todas saciando seu desejo. Não obstante, o bode de Tmuite
se satisfaz muito mais com as suas cabras do que Zeus com todas as suas mulheres.
[33]
1671
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(jf~ElV. ·Ívu Kal ãvôpEÇ YE\!lÍ<J0\'1o:I ftKÓva rropvrím; rvcxpy~ rouç ôrn~ç
7tapaÀ.a~L~Ó'.VOV1fÇ.
7. ÀÀÀ' Ol ~lf.V ã.ppfVfÇ UUtolÇ 10JV lJr<ÔV lcrúlÇ ~LÓVül ~Hül><H 7tEpl tà
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I l\H 1
- CAPÍTULO II -
5 · Com efeito, vossos deuses não poupam sequer os meninos: um foi amante
de um certo Hilas, outro de Jacinto, outro de Pélops, mais outro de Crísipo, e Zeus
1
de Ganimedes.
6. Eis os deuses que vossas mulheres devem adorar! Que elas lhes implorem para
que seus maridos sejam tais quais essas divindades: saudáveis de espírito, para que
possam rivalizar com esses deuses! Vossos filhos devem habituar-se a venerá-los, a
fim de tornarem-se homens, recebendo, como herança, os vossos deuses, a imagem
diáfana da devassidão.
7. Porém, dentre os deuses, apenas os machos usufruem da isotimia da
concupiscência?
"Mas as deusas, estas permanecem, por pudor, cada uma em sua morada", 44
diz Homero; as deusas se indignam, em sua majestade, ao verem Afrodite após ter
cometido adultério.
8. Pois, de fato, elas se entregam ao adultério, mas com muito mais ardor,
quando proibidas de cometer adultério: Eos com Titono, Selene com Endimíone,
Nereis com Eaco, Peleu com Tétis, Jasião com Deméter, e Adônis com Feréfata.
9. Afrodite, uma vez possuída por Ares, passou a Ciniras, depois se casou com
Anquises, em seguida arma uma emboscada para Faetonte, ama Adônis, disputa
com "a deusa de olhos bovinos", e, depois de se despojarem de suas vestimentas, por
uma maçã, as deusas se apresentam nuas a um pastor que deve julgar a beleza delas.
[34]
1t.91
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rrapÉÇnv u\.11~). Ei à.vaÇn'.iÇm. (ÍpKC~) rncrrco0áµrvo; t~v 1mÓ<J)'.ECi\V.
4. Mal~(~)V am1prv· rrra.vÍ"jÀÔf\' o:liô1ç· oü K(HUAo.µ~Ô.VEl tov
npÓcruµVO\' (ftn}vJÍl\fl yÓ'.p )· Ct<jlOG!OÚpEVOÇ T(o Êpmnfl Ó ÍitÓVüCWÇ fTCl
To µvriµóov Óppq. Kílt rro.crx1rr1~c KÀÓ'.Õov oliv cnn:Í"jç. ÜJÇ ETU;(EV. E-xrrµÜw
ÚvÕpEÍou µopiou CTKEt,áÇnm tpÓrrov r<pÉÇnai TE ti[> r:Àáôcp, t~v í.rnócrxrnn·
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1 70 1
- CAPITULO li -
também fúnebres esses jogos atléticos - como me parece - e os oráculos, e tanto estes
quanto aqueles se tornaram instituições públicas.
2. Os mistérios de Agra e de Halimonte da Ática restam circunscritos a Ate-
nas, mas os certames, assim como as faloforias em honra de Dioniso, uma vergo-
nha universal, infestaram ignominiosamente a vida.
3. Dioniso, por sua vez, desejando descer ao Hades, ignorava, pois, o caminho;
um certo tipo, de nome Prósimno, promete-lho indicar mas não sem um preço: um
salário nada interessante, mas que pareceu interessantíssimo a Dioniso. A recom-
pensa - o salário - era entregar-se aos prazeres do amor, o que muito alegrou Dio-
niso; o acordo deixa o deus excitado e este promete cumprir a promessa, se volta~
e, todo fervoroso, sela o pacto com um juramento.
4. Uma vez informado, ele se vai; volta depois e não encontra Prósimno (pois este
havia morrido); ansioso por cumprir o voto feito, Dioniso vai até ao túmulo do aman-
te e aí se deixa dominar pela libido: corta, a esmo, um galho de figueira, dá-lhe a forma
do membro viril e em cima disso se senta para consumar a promessa feita ao morto.
5. Como recordação mística deste sofrimento, nas cidades dedicam-se falos a
Dioniso: "se não fosse para Dioniso que se faz o cortejo e se canta um hino às par-
tes pudibundas, excluir-se-ia um ato de extrema falta de vergonha", diz Heráclito,
"é preciso, por conseguinte, identificar Hades e Dioniso, para que se celebrem as
Bacanais e as Lineias", não tanto pela embriaguez do corpo, creio eu, como pela
ignominiosa iniciação na concupiscência.
1. Está bem claro que esses vossos deuses eram não apenas escravo.s de suas próprias
paixões, mas também carregavam o próprio jugo da escravidão, antes mesmo daqueles
a quem os lacedemônios chamavam de hilotas: Apolo, na casa de Adrneto, em Feres;
Héracles, em Sardes, na casa de Ônfale; Laomedonte teve, corno empregados, Poseidão
e Apolo, este último como servo inábil, sequer capaz de obter a liberdade junto ao seu
primeiro senhor; com isso, os dois erigiram as muralhas de Úion, em benefício dos frígios.
2. Homero não se envergonha de dizer que Atena acompanhava Odisseu, tal
qual "uma lâmpada de ouro em suas mãos"; sobre Afrodite, nós lemos que, seme-
lhante a uma servazinha libertina, ela andava carregando Helena numa pequena litei-
ra e a colocava diante de seu sedutor, como que para provocar o amplexo dos dois.
1 71 1
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1 71 1
- CAPITULO li -
3. Paníasis, além desses relatos, narra muitos outros a respeito de deuses que
serviram aos homens; eis como ele discorre:
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1741
- CAPITULO II -
[37]
1. Nobre personagem, esse Zeus profético, protetor dos hóspedes e dos su-
plicantes, pleno de mansuetude, fonte de todos os oráculos, vingador de crimes!
É muito antes o oposto: o injusto, o criminoso, o imoral, o sacrílego, o misantropo,
o violento, o corruptor, o adúltero, o libertino! Ainda bem que esse Zeus só existiu
enquanto realmente existiu como homem; agora, até os vossos mitos - segundo me
parecem - também já envelheceram.
2. Zeus não é mais serpente, nem cisne, nem águia, nem homem ardente de amor;
não é mais um deus volátil, nem pederasta, nem apaixonado, nem usa mais da violênci~
e, no entanto, ainda existem muitas mulheres belas e mais graciosas do que Leda; mais
esbeltas do que Sêmele; adolescentes mais belos e educados do que o boiadeiro frígio.
3. Onde está agora aquela famigerada águia? Onde está o cisne? Onde está
Zeus, ele mesmo? Envelheceu junto com suas asas; com certeza não é porque se
haja arrependido de suas aventuras eróticas, tampouco porque tenha aprendido
os ensinamentos da prudência e da temperança. Nós vos desvelamos o mito: Leda
morreu, morreu o cisne, morreu a águia ... Procuras o teu Zeus? Então não te ocu-
pes do céu, mas sim da terra.
4. Os cretenses falar-te-ão dele, junto aos quais ele está sepultado, como diz
Calímaco em seus hinos:
Portanto (não te irrites), Zeus morreu, assim como Leda, como o cisne, como
a águia, como os homens sedutores, como o dragão.
[3 8]
1 7J 1
- Kr·~1"11os li -
1 71. 1
- CAPITULO li -
[39]
1. Tu acreditas que esses fatos que te expomos são tirados de textos fraudu-
lentos? Não reconheces, pois, teus próprios escritores, os quais eu trago aqui como
testemunhas de tua incredulidade, vós, ó infortunados, que preenchestes toda a vos-
sa vida com objetos ridículos e ímpios, tornando-a deveras impossível de suportar?
2. Não se venera, em Argos, um Zeus Careca, e em Chipre outro Zeus Vinga-
dor? Os argivos não fazem oblações a uma Afrodite Períbaso; os atenienses a uma
Afrodite Cortesã; os siracusanos a uma Afrodite Calípige, a qual o poeta Nicandro
imputa o epíteto de "a de belas nádegas"?
3. Agora eu silencio a respeito de Dioniso Khoiropsálas, o libertino. Os habi-
tantes de Sícion o adoram como protetor das mulheres enlouquecidas pelo furor
erótico, iniciador ignominioso, que se tornou o guardião venerável das partes ver-
gonhosas. Tais são os deuses que zombam dos deuses; mais ainda, zombam deles
próprios e se ultrajam a si próprios.
4. E, por acaso, são os gregos - que adoram esses deuses - melhores que os
egípcios que adoram, nas aldeias e nas cidades, animais irracionais? Os animais
irracionais, ao menos, não são adúlteros, nem concupiscentes, tampouco buscam
1771
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9. Oüfü: µ~v I.aµÍrov ÊKÀ~croµm (rrpó~atov, roç <j)JlO'lV Eucpopírov.
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1 7H 1
- CAPITULO li -
prazeres contra a sua natureza. Mas será ainda necessário dizer alguma coisa a
respeito dos gregos, quando já foram suficientemente desmascarados?
5. Em verdade, os egípcios - de quem eu me lembrei agora - possuem uma
grande variedade de cultos, entre eles, os sienitas veneram o fagro, um peixe; os
habitantes de Elefantina, o maiote (outro peixe); os de Oxírinco, o peixe que leva
o mesmo nome que o da terra deles; os heracleopolitanos, o icneuno; os saítas e os
tebanos, a ovelha; os licopolitanos, o lobo; os cinopolitanos, o cão; os habitantes
de Mênfis, Ápis; os de Mendes, o bode.
6. E vós, que em tudo sois melhores do que os egípcios (eu hesito em dizer:
piores), não cessais de rir diariamente deles. Quais são, pois, as vossas posturas a
respeito dos animais irracionais? Entre vós, os tessalonicenses honram as cegonhas,
em obediência a uma tradição; os tebanos, o peixe-gato, por causa do nascimen-
to de Héracles. E o que dizem, ainda, os tessálios? Estes veneram as formigas -
dizem - porque aprenderam que Zeus se havia metamorfoseado em formiga para
se unir à filha de Clétor - Eurimedusa - e engendrar Mirmidão.
7. Pólemon narra que os habitantes das cercanias da Trôade cultuam os ratos
de sua região, os quais eles chamam de "esmíntios", porque roem as cordas dos arcos de
seus inimigos; e de Esmíntio, palavra que alude a esses ratos, eles sobrenomeiam Apolo.
8. Heráclides, em seu livro Fundações dos Santuários em Torno de Acarnânia,
diz que lá, onde se encontram o promontório Áctio e o templo de Apolo Áctio,
imolava-se um boi às moscas.
9. Também não olvidarei os sâmios (que, como diz Euforião, veneram uma
ovelha), nem os sírios da Fenícia, dentre os quais uns cultuam as pombas, outros
os peixes, e com tanta magnificência quanto os eleenses, em relação a Zeus.
1. Pois bem, uma vez que não são deuses esses seres a quem vós rendeis culto,
parece-me, portanto, conveniente examinar se eles não seriam demônios engaja*
dos, como vós dizeis, numa segunda categoria. Se, de fato, são demônios, são, por
conseguinte, companheiros da gula e da luxúria.
2. Encontram-se, pois, assim, livre e indiscriminadamente, nas cidades, esses
demônios regionais, reverenciados como objetos de culto: Menédeme, entre os
citnienses; Calistágoras, entre os tenienses; Ânio, entre os délios; Astrábaco, entre
1791
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1!lo1
- CAPITULO li -
3. Se esses são, pois, vossos guardiões, não o são pela benevolência que sen-
tem por vós, mas presos à vossa ruína; como aduladores, eles perseguem o que lhes
mantém a vida, atraídos pela fumaça (dos sacrifícios). Esses mesmos demônios, de
alguma maneira, reconhecem a sua gula:
Libações e a fumaça odorífica das vítimas são o que nós temos como recompensa,'°
dizem eles.
4. Que outra linguagem teriam - se pudessem ter uma - os deuses do Egito, por
exemplo, os gatos e as doninhas, senão a de Homero e dos poetas, amiga do odor dos
sacrifícios e da gastronomia? Eis o que são, para vós, os demônios, os vossos deuses, e
também todos aqueles a quem chamais de semideuses, como se dissesse semiasno: pois,
de fato, vós não tendes carência de nomes para essas criaturas compostas de impiedade.
f42]
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3. Taupot fü: to €1'.)voç. oi nEpt t~v Taupuç~v XEppóv11crov Kato1Kouvtcç,
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Ê7ttmKÓtú>V, autÍKCI. µái..a tn TatlptKn KO:taltÚo\.lcrtV ÀptɵtÕt• w.Úmç crou
tàç {)ucriaç Eupmi811ç rnl. <JK1lvf1ç tpaycpÕEt.
4. Móv1µoç õ' ÍotopEt EV tn Tfov 8auµacrioov L\.IVO:YCOYTI EV néAAn tílç
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5. J\.\.IK'tÍouç yàp (Kpl)tÔ>v ÔE [l}voç dcrl.v ou"COt) ÀvnKÀEÍÔflÇ f_v NÓcrt0tÇ
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Óµoiav npooáyEtv \h.1criav ôo><JÍÕaç ÀÉyEl'
6. <l>coKaóç õé (oufü: yàp auwuç napmtɵ\jloµm) --toútollç CTtltfoKÃ:nç ev
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1 K2 1
CAPÍT ULO l l l
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[43J
[43]
1. Que estultícia, ó homens, vós que sois os mais sábios dos animais! Nós
fugimos dos animais selvagens! Se, por acaso, nos deparamos com um urso ou um
leão, nós nos desviamos deles,
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TÍlÇ 1tt>pàç ÔOKtµÓ:CH:'.lÇ.
através do Hális até a fogueira. É assim que esses demônios que amam os homens
guiam-nos em direção ao fogo.
4. Tu, porém, ó homem, mais solidário e mais sincero que Apolo, tem pieda-
de daquele que está atado à pira; tu, Sólon, vaticina a verdade; e tu, Ciro, apaga
essa fogueira! Por certo, mesmo no momento extremo, tu te tornaste sábio, ó
Creso, tendo aprendido com o sofrimento: é um ingrato aquele que veneras. Ele
se apodera do salário e, de posse do ouro, volta a mentir. "Considera o termo":
não é o demônio, mas sim o homem que te fala. Sólon não profere oráculos am-
bíguos, em suas palavras há apenas a verdade, ó bárbaro; disso, em cima da pira,
tiveste a prova.
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- CAPITULO 111 -
Quanto a vós, se não vos resta nenhum laivo de vergonha de tais audácias,
é porque, enfim, não sois senão cadáveres que, de fato, depositaram sua fé em
cadáveres:
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CAPÍTULO IV
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~ A natureza dos deuses gregos ~
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- CAPITULO IV -
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2. Uns contam que ela foi enviada, como dádiva de gratidão, pelos sinopeus
a Ptolomeu Filadelfo, rei do Egito; este os cativou quando, consumidos pela fome,
conseguiram trigo do Egito; esta xoana era uma estátua de Plutão. Ptolomeu, ten-
do-a recebido, assentou-a sobre a acrópole que, naquela época, era denominada
Racótis, lá onde também se venera o santuário de Sarápis, nos limites de seus do-
mínios. Ptolomeu, por sua vez, mandou transportar e sepultar, nesse mesmo lugar,
Bléstique, sua concubina, que morrera em Canope.
3. Outros dizem, porém, que Sarápis era um ídolo do Ponto, que foi transpor-
tado para Alexandria, com honras magníficas. Apenas Isidoro diz que a estátua foi
levada de Selêucia, perto de Antioquia, cujos habitantes se achavam na penúria e
que foram saciados por Ptolomeu.
4. Aliás, Atenodoro, filho de Sándon, querendo atribuir a Sarápis uma antiga
tradição - não sei como -, cai em contradição, argumentando que essa estátua
era simplesmente bem-acabada; ele diz que Sesóstris, rei do Egito, depois de ter
subjugado a maior parte dos povos da Hélade, retornou ao Egito, levando consigo
artistas habilidosos.
S. O próprio Sesóstris lhes encomendou uma estátua, suntuosa e finamente
trabalhada, de Osíris, seu ancestral, que foi esculpida pelo artista Briáxis, não o
ateniense, mas por outro, homônimo, que usou, em seu trabalho, diversas maté-
rias misturadas. Havia, de fato, limalha de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de
chumbo e também de estanho; nenhuma das pedras preciosas do Egito lhe faltava:
fragmentos de safira, de hematita, de esmeralda e, enfim, de topázio.
6. Tendo polido a estátua inteira e a mesclado, tingiu-a de azul, motivo pelo
qual a estátua tornou-se mais negra. Com as drogas que restaram do embalsama-
mento de Osíris e Ápis, esse artista modelou o seu Sarápis, cujo nome faz alusão
ao fato de ter em comum honras e objetos fúnebres, tornando-se Osirápis, síntese
de Osíris e Ápis.
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[50]
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- CAPITULO IV -
[50]
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- CAPITULO IV -
[51]
1991
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tà àyÚÀµata Ürrcp Êcrtt\'. "'Ecrnv yixp é1)Ç à)..ql}foç to ãya.Àµa Ü/...11 vEKpà n:xví1:0u
xnpl. µEµopcpwµÉv1r ~~t'iv 8r oúx ÜÀ11ç aicr1~11tnç uicrt3-1rcóv, voriràv 8i: ro &yaÀ.~1á
Êcrttv. N01rcóv. ODK aicr11}riróv Êcrn lto ayaÀµa 1l) fü:Óç, ó µÓvoç OV't(l)Ç fü:óç.
5. Há vários animais que não possuem nem visão, nem audição, nem voz,
como é o caso da espécie das ostras; entretanto elas vivem, crescem e sofrem as
influências da lua; por outro lado, as estátuas rudes são inúteis, inertes, insensíveis,
são fixadas, cravadas, fundidas, lixadas, polidas, esculpidas.
6. Os fabricantes de estátuas "aviltam a argila'', 59 constrangendo a própria
natureza da terra e persuadindo seus semelhantes à idolatria por meio da arte; esses
"fabricantes de deuses" adoram não deuses e demônios, mas a argila e a arte, que
são, de fato, essas suas estátuas. Uma estátua nada mais é que matéria morta plas-
mada pelas mãos de um artista; para nós, ao contrário, a estátua da divindade é uma
concepção do espírito, não um objeto sensível, feito de matéria sensível. Espiritual e
não sensível é o único e verdadeiro Deus.
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111; ,)\p1É~118oc; ÕEÚLEpov ~tnct A~wÇóva; Kat toi:v ·Pcóµn KamtÓ)Âtov
f7!l\'EVɵfltal 1tOl. . ÀÚK1ç· ODK àúcrxno ÕE ou8E toU f\' ÀÀEÇav8pÉrov rrÓÂEl
Io:pámõo.; Ír poli.
3. Aô~vrim yàp rnú ~1ovúcrou tou ·EÀEuÔEpÉú)Ç 1mt~pEl\j!E -rov
vEC;J\'. Ka\ t()v Êv ~fÀ<poí; wu ArrÓÀÀoJvoç n:pÓtEpov l)prra<JEV ÔÚEÀ.Âa.
errEHa i)cpÓ'.\'lCTE rrúp cr(l)cppuvouv. Toutó 001 n:pooíµwv Err18EÍKvutm cbv
Ú7tl<JX\'Elt0'.l TO rrup.
4. Oi. ÔE -rfov àyaÃ.µáHJ)\' 811µ wupyo\ oü Ôt>CTW1tODCíl V Úµéúv rnuç
Eµq>pova.; -rfi.; ÜÀflç Kaw.cppovêlv: 'ü µi:v Aôrivaí:o.; cl>nôía.; [rr\ n{> ÕaKtÚÀ.cp
toü ~lo.; rnl> bl. uµrriou Êrrqpá\jfaç «no.v-rápKflÇ KaÀÓç»· ou yàp KaÀ.oç
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5. ó npo.ÇnÉÀT\Ç ÕÉ. ioç nocriôumo.; EV H/) 7tEpt Kvíõou Õtacra<pÓ,
to t'Í\.; Àcppoôi -rriç &.yaÀµa 1fiç Kv lôio.ç Ka1acrKEUÚ.Çrnv 1q) Kpa·rí vriç -rílç
EpooµÉVflÇ flÔEl rtapmtJ.~OlOV 1tE7tOl flKEV U.U't~V. '{V' fxOU:V Ol ÔEtÀ.CY.LOl tnv
n paÇnÉl.. OllÇ Epo)µÉVT)V 7tpOCTKUVElV.
6. <l>púvri ÔE ÓrtT)vÍKa ~v'ÔEl Ti f:-raipo. Ti E>rcrma.K~, oi. Çooypá.cpo1 rrávTEÇ
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- CAPITULO IV -
[5 3]
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1 104 1
- CAPITULO IV -
1. A partir disso, creio eu, os antigos reis, que desprezavam todos esses mi-
tos, eles próprios se proclamavam, deliberadamente, deuses, pois não havia nada
a temer da parte dos homens; com isso, eles ensinam que também aqueles - os
deuses - foram proclamados imortais graças à sua glória. Ceix, filho de Aiolo, foi
nomeado Zeus, por sua mulher Akíone, e esta, por sua vez, foi chamada Hera,
por seu marido.
2. Ptolomeu IV foi chamado de Dioniso; o mesmo fez Mitrídate do Ponto,
autodenominando-se Dioniso; Alexandre, por seu turno, queria passar por filho de
Amon e ser representado com cornos pelos escultores de estátuas, apressado que
estava em ultrajar a beleza do rosto humano.
3. Os reis não foram, de fato, os únicos, particulares também adornaram-se a
si próprios com apelidos divinos, como é o caso do médico Menécrates, apelidado
de Zeus. É necessário ainda que eu cite Alexarco, sábio gramático que, segundo
Aristo de Salamina, representava a si próprio como Hélio?
4. E preciso mencionar Nicágoras? Este pertencia a uma família natural de
Zeleia e viveu no tempo de Alexandre. Fazendo-se passar por Hermes, tomou em-
prestado para si as vestes do deus, como ele próprio o testemunha.
5. Mas, que necessidade há desses exemplos, quando povos inteiros e cidades
habitadas, insinuando-se na adulação, depreciam os mitos que dizem respeito aos
deuses, atribuindo a si próprios - simples homens - a condição de ser semelhante
aos deuses, imbuídos de glória e pondo à votação, entre eles próprios, honras des-
mesuradas? Então, o macedônio de Pela, Filipe, filho de Amintas, que decretou ser
adorado em Cinosargo, ele que, "com a clavícula quebrada e a perna estropiada",
teve ainda um olho amputado.
6. Depois é a vez de Demétrio, que também se proclama deus; lá onde desceu
do cavalo, quando entrou em Atenas, há um santuário de Demétrio Kataibátes
e altares por toda parte; inclusive os atenienses lhe engendraram um casamento
com Atena, mas ele desdenhou da deusa, por não poder desposar uma estátua;
ele subiu, então, a acrópole levando consigo a cortesã Lâmia e lá, na "alcova"
de Atena, une-se à hetaíra, mostrando à vetusta virgem as posturas obscenas da
jovem cortesã.
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- CAPITULO IV -
[5 5]
1. Que não haja, de modo algum, indignação, ao verdes Hípon querer imor-
talizar sua própria morte; este tal Hípon mandou gravar em seu próprio túmulo
este dístico elegíaco:
Tu nos manifestas bem, Hípon, o erro humano! Se, quando falavas, eles não
acreditavam em ti, que se tornem agora, depois de estares morto, teus discípulos!
2. Eis o oráculo de Hípon. Meditemos, pois, sobre ele: aqueles que são adorados
entre vós e que, na vida real, outrora foram homens, morreram depois; mas o mito e o
tempo cobriram-nos de honras. Portanto, é de praxe menosprezar, de algum modo,
o presente, porque se convive com ele. Enquanto o passado, que imediatamente se distan-
cia das provas e se põe à parte, na obscuridade do tempo, é coberto de glória pela ficção;
por um lado, desconfiam do presente; por outro, enchem-se de admiração pelo passado.
3. Assim, certamente, os antigos mortos, enaltecidos e venerados pela autori-
dade que o tempo consigna ao erro, são considerados deuses por seus sucessores.
Prova disso são os vossos mistérios, os vossos panegíricos, os liames, as feridas e
as lágrimas dos vossos deuses:
5. Como, pois, ainda são tidos como deuses, ídolos e demônios, esses espíritos
verdadeiramente infames e concupiscentes, reconhecidos por todos como terrestres e
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1 108 1
- CAPITULO IV -
1. Eis os vossos deuses: ídolos, sombras e, com eles, essas criaturas "coxas, en-
rugadas e caolhas", as Suplicantes, filhas de Tersites, e não de Zeus; a mim me parece
muito engraçado o que diz Bíon a esse respeito: "Como poderia ser correto os homens
implorarem belos filhos a Zeus, quando nem a si próprio ele pode conceder tal coisa?".
2. Que impiedade! Enterrastes a substância absoluta, o quanto pudestes;
aquilo que é puro e santo sepultastes nos túmulos, depois de terdes despojado o
divino de sua verdadeira e real substância.
3. Por que, então, atribuístes honras divinas àqueles que não são deuses? Por
que, tendo abandonado o céu, venerastes a terra? Que outra coisa é o ouro, a prata, o
aço, o ferro, o cobre, o marfim, as pedras preciosas senão terra e produtos oriundos da
terra? Não são, por acaso, filhos da mesma mãe, a terra, todas essas coisas que vedes?
4. Por que, então, ó homens vãos e frívolos (e eu ainda repetirei mais vezes),
após haverdes blasfemado contra o "lugar supraceleste", fostes contra a piedade do
solo, plasmando deuses terrestres e indo em busca dessas criaturas, em vez de vos en-
dereçardes ao Deus incriado, caindo, por conseguinte, nas profundezas das trevas?
5. O mármore de Paros é belo, mas ele ainda não é Poseidão; belo é o marfim,
mas ainda não é Zeus Olímpico; a matéria sempre carece da arte, enquanto Deus
não necessita da arte. A arte se apresentou, e a matéria ganhou forma; e se a rique-
za da substância faz disso um objeto de que se pode tirar lucros, é unicamente a
forma que a torna digna de veneração.
6. As vossas estátuas são de ouro, madeira, pedra e, se remontardes aos pri-
mórdios, de terracota; seja do que for, recebeu do artista a forma. Eu, por minha
vez, ocupo-me de andar sobre a terra e não de adorá-la; pois não me é concedido,
em momento algum, depositar as esperanças de minh'alma em coisas inanimadas.
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- CAPITULO IV -
[58]
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cera ou de argila; sereis vós, então, piores que os macacos, cultuando quadros e
míseras estatuetas de pedra, de madeira, de ouro e de marfim?
2. Os artesãos, que vos fazem esses jogos funestos, são os escultores, criadores
de estátuas, os pintores, os artistas e os poetas que introduziram a multidão de coi-
sas dessa espécie: nos campos, os Sátiros e os Pãs; nas florestas, as Ninfas Orêiades
e Hamadríades e, ainda, perto das águas, dos rios e das fontes, as Náiades; perto
do mar, as Nereidas.
3. Aliás, as Magas, por sua vez, se vangloriavam de ter, a serviço de sua im-
piedade, demônios como serviçais, atuando como domésticos, e que foram redu-
zidos à escravidão por força da magia. Há, ainda, a memória dos casamentos, das
procriações, dos adultérios e fornicações de vossos deuses, tudo isso cantado pelos
poetas, assim como seus banquetes e seu riso descomedido na embriaguez do vi-
nho são postos nas comédias; todas essas coisas me estimulam a lançar um esgar,
quando, em verdade, gostaria de calar-me. Ai de mim, que impiedade!
4. Fizestes do céu uma cena; o divino tornou-se, para vós, uma peça de teatro;
representastes em comédia o que é santo, com máscaras de demônio; pela supersti-
ção, transformastes em dramas satíricos a verdadeira piedade divina.
2. Cessa teu canto, ó Homero! Ele não é belo, ele ensina o adultério; nós e
nossos ouvidos repudiamos o adultério, pois nós somos - nós - os portadores da
imagem de Deus, e nessa estátua viva e animada, que é o homem, há uma imagem
que habita conosco, que nos aconselha, que nos faz companhia, que vive junto a
nós, que tem misericórdia de nós e sofre mais do que nós. Nós somos oblações
feitas a Deus por Cristo.
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[61]
3. "Nós, a raça escolhida, o real sacerdócio, nação santa, povo eleito, que
outrora não era um povo, mas que agora é o povo de Deus";64 nós que, segundo
- nao
Joao, - somos "d as pro f un dezas ,, ,65 mas apren demas com aqueles que vieram
do alto, aqueles que meditaram a economia divina, aqueles que nos exercitaram "a
andar segundo uma nova maneira de vida" .66
(60]
1. Mas não são essas as ideias da maioria dos homens; rejeitando o pudor
e o medo, suas casas representam a impudicícia dos demônios. Eles ornamentam
suas alcovas com certas pequenas pinturas, penduradas no alto das paredes, como
se fossem quadros votivos, acreditando ser a concupiscência um ato de piedade.
2. Deitados em seus leitos, unidos pelo amplexo, olham para aquela Afrodite
nua, submissa ao amante; também mandam pintar, em suas alcovas, a ave apaixo-
nada pela feminilidade, voando em torno de Leda, e concebem a gravura como um
signo da libertinagem de Zeus.
[61]
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àcrtÉprov xopÓv, JtapaÀÓ-(coç toÚtouç ôrnuç \moÀ.aµl}ávovtEÇ, tà opyava toU
1. Segundo a Sibila, apenas são, por assim dizer, realmente "felizes" aqueles
2. Com efeito, é-nos claramente proibido produzir uma arte leviana. "Não
farás imagens" - diz o profeta - "de tudo quanto existe no alto dos céus, nem de
tudo quanto existe cá embaixo, sobre a terra" .68
3. Acaso conceberíamos como deuses a Deméter de Praxíteles, sua Core e seu
místico Íaco, assim como as obras de Lisipo e aquelas de Apeles, cuja estrutura de
madeira é revestida de aparência da glória divina? Vós insistis em fazer a estátua
tão bela quanto possível, mas não insistis - por insensibilidade - em vos tornardes,
vós próprios, semelhantes às vossas estátuas, disso não vos ocupais!
4. Em todo caso, a palavra do profeta, numa linguagem clara e concisa, cen-
sura essa atitude, quando diz: "Todos os deuses das nações são ídolos de demô-
nios; mas Deus fez os céus" 69 e as coisas que nele estão.
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"Por seu Logos, foram eles solidamente estabelecidos, e, pelo sopro de sua boca,
fez-se toda a força deles." 7º
2. A arte, por seu turno, produz casas, navios, cidades, retratos; mas, quanto
a Deus, como poderíamos dizer tudo quanto Ele fez? Olhai o universo inteiro,
é obra sua: o céu, o sol, os anjos, os homens são "obras de seus dedos". 71 Quão
grande é o poder de Deus!
3. Apenas por sua vontade Ele criou o mundo, pois só Deus o criou, uma vez
que só Ele é realmente Deus; por sua simples vontade, Ele cria e apenas por meio
dela, fez surgir tudo quanto existe.
4. Nisso o coro dos filósofos desafina, reconhecendo que verdadeiramente
o homem foi feito para a contemplação do céu, mas adoram eles os fenômenos
celestes e o que seus olhos apreendem. Se, de fato, as obras que estão no céu não
são obras humanas, foram, no mínimo, criadas por homens.
5. Que algum dentre vós não adore o sol, mas que direcione seus desejos
ao criador do sol; que ele não divinize o universo, mas que procure o criador do
mundo! Existe, pois, como se pode ver, apenas um refúgio para aquele que deseja
chegar às portas da salvação: é a sabedoria divina; lá, como num asilo sagrado, o
homem não mais será tentado por nenhum dos demônios e rapidamente andará
rumo à salvação.
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CAPÍTUL O V
1UI1
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rou japFÍou rnú l2xou eimw1icrn~1Évou. oç rrpfornc; r~ç À.cppoõín1ç Àva'1nõoç
te) ÜyaÀµu. cl\'U.crti\cmç E\' Bc1~uÀÓ)\'l Kal Ioúcrmç KCÚ 'EK~cnó:.vo1ç ílÉpcrmç
Ka\ BÓ:.Ktpo1ç Kat ~ctµu.crK0 Kat Iápõrntv ÚrrÉÕttÇE crÉ~nv.
4. "üµoÀ.uyoÚvto)V rnívuv o1 <ptÀ.Ócro<pot rouç ÕtÓWJKÓ:.Àouç -rouç mp&v
f1Épcmç ~ Icrnpowxrnç ~ MÓ:.youç. rrap' (ov T~v ài}eÓTYJta twv ac:pacrµÍrov
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- CAPITULO V -
[66]
1. Entre os outros filósofos que, tendo ido além dos elementos, pesquisaram
algo mais elevado e mais importante, alguns celebram o infinito, como Anaximan-
dro (que era de Mileto), Anaxágoras de Clazômena e o ateniense Arquelau. F..st'es
dois últimos puseram a inteligência acima do infinito; por outro lado, o milésio
1n31
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~lHIÓ""P' toç. 'ü ycxp rn1 Kporniv1<).rqç AÀt-:~tu.Íwv 1~rn\1ç <~)rro 10-liç àcr-r:fpaç dvm
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(Ku).x11õóvw.; oiirnç) rrrrrt pf·v t~rot>ç ro1)ç rrÀav~mç. Üyõoov OE 1ov roi:Ó:vt(l)V
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3. Oliôf: µi1v tot>Ç àrrà tfiç Iro&.; rro:prÀrÚcroµm 01à rrúm1ç ÜÀ.qç KCXt 81à
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4. Oliõh· OE oiwn xaÀrnov fVmu1'a yi::vÓ~lEVOÇ KlXl tfov EK tOU ni::prnátou
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KÓcrµou tnv \JIUX~" \}t:ov úrroÀctµ~ávwv cxt'.noç aútép rrEpmt:Ípttm. 'O yÓ:p tot
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- CAPITULO V -
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CAPÍTULO V l
1. Uma grande turba me vem à mente, como espectros, apresentando-se como hós-
pedes divinos, de silhueta insólita, narrando seus mitos com a fantasia de mulher velha;
é preciso, pois, recomendar muito aos homens que escutem tais discursos, com os quais,
nem às nossas crianças, quando estão a chorar, temos por hábito acalmá-las. Como se
diz, temos medo de fazer crescer, juntamente com as crianças, a impiedade declarada
por esses pretensos sábios, que nada mais sabem sobre o verdadeiro do que um bebê.
2. Por que, em nome da verdade, mostrais, tragados pela onda que se desfaz
em turbilhões desordenados, aqueles que acreditam na vossa filosofia? Por que en-
cher a minha vida de imagens vãs que representam, como deuses, os ventos e o ar,
o fogo e a terra, as pedras, a madeira ou o ferro, o mundo cá embaixo e também os
astros errantes? Realmente, aos homens que caíram no erro, por meio dessa fami-
gerada astrologia - não digo ser astronomia -, ela fala dos fenômenos celestes e os
ludibria. Eu aspiro ao mestre dos ventos, ao mestre do fogo, ao criador do mundo,
ao iluminador do sol, não às obras de Deus.
[68]
1 117 1
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1 1 .t8 l
- CAPITULO VI -
2. É bom, pois, que Platão profira a verdade; mas não te desanimes: lança-
-te comigo em busca do bem, pois a todos os homens em geral, principalmente
àqueles que passam seu tempo dedicando-se aos estudos, foram concedidos al-
guns eflúvios divinos.
3. Graças a isso, mesmo a contragosto, eles reconhecem que Deus é uno,
imperecível e eterno, que Ele está no alto, em torno da abóbada celeste, em seu
observatório próprio e particular.
diz Eurípides. 72
4. Parece-me que Menandro, de fato, errou quando disse aqui:
Pois o sol não mostraria jamais quem é o verdadeiro Deus, mas sim o Lo-
gos salutar que é o sol da alma, e que só ele, saindo das profundezas da mente,
ilumina o olhar; 74
5. daí Demócrito dizer, não sem razão, que "alguns, dentre os homens sen-
satos, elevam suas mãos e chamam de Zeus tudo o que agora, nós, os gregos,.
chamamos de ar; este sabe tudo, dá e separa tudo, ele é o rei de tudo" .75 Por
este mesmo motivo, Platão, também pensando em Deus, fala enigmaticamente:
"Todas as coisas existem em torno do rei do universo, e isso é a causa de tudo
o que é belo". 76
1 u9 I
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- CAPITULO VI -
uma medida grande e uma medida pequena; terás, portanto, um peso verdadeiro e jus-
77
to para ti"; ele apenas concebia Deus como o peso, a medida e o número do universo,
3. pois as imagens da injustiça e da iniquidade foram representadas pela casa, pelo
saco e, por assim dizer, pelas imundícies da alma; mas a única medida justa, o único e
verdadeiro Deus, que é sempre igual a Ele mesmo, mede e pesa tudo, uma vez que detém
e mantém firmemente, por sua justiça, como numa balança, a natureza do universo.
4. "Deus, segundo um antigo relato, que contém o começo, o fim e o meio de
todas as coisas, vai direto ao seu objetivo, fazendo as coisas acontecerem segundo
sua natureza; a justiça, vingadora daqueles que abandonaram a lei divina, é sem-
pre acompanhada por Deus." 78
1. Donde vem, Platão, essa alusão à verdade? Donde te vêm subsídios para
essa abundância de discursos em que vaticinas sobre religião? - Das raças mais
sábias dentre os bárbaros - diz ele. Eu conheço, pois, teus mestres, embora dese-
jasses ocultá-los: a geometria aprendeste ao pé dos egípcios, a astronomia junto
aos babilônios, dos trácios recebeste os sábios cânticos encantatórios, os assírios
também te ensinaram muitas coisas, mas para as Leis, ao menos aquelas que são
verdades também para a glória de Deus, os próprios hebreus [te] ajudaram,
2. aqueles que, nem por vãs ilusões, honraram as obras dos ho-
mens; que sejam elas de ouro, bronze, prata ou marfim, nem den·
tre aquelas de madeira ou pedra, imagens de efêmeros mortais,
como fazem os homens, na frivolidade de seu querer; mas que, ao
contrário, elevam ao céu as mãos puras, tendo, desde a manhã,
deixado o leito e sempre purificando na água o seu corpo; eles
veneram apenas o deus imortal que sempre os protege de tudo."'
l rpl
- CAPITULO VI -
2. Antístenes não pensou como um cínico, mas sim como um célebre discí-
pulo de Sócrates, quando disse que "Deus não parece com nada, e que ninguém o
pode conhecer a partir de uma imagem" .80
3. Xenofonte de Atenas, por sua vez, teria escrito, em termos precisos, a res-
peito da verdade, testemunhando-a como Sócrates, se ele não tivesse tido medo do
veneno de Sócrates; mas ele não fez nenhuma alusão a isso. Ele disse: "Aquele que
abala e acalma todas as coisas, que se manifesta como um ser grande e poderoso,
quem é ele em sua forma? - invisível; o sol, que parece ser todo brilhante, não parece
permitir também que o vejam, mas se alguém o contemplar, ele o priva da visão" .81
4. De que fonte advém a sabedoria do filho de Grilo? É evidente que da parte
da profetisa dos hebreus, quando ela emite este oráculo:
1. Cleante de Pédaso, filósofo estoico, expõe não uma teogonia poética, mas sim
uma verdadeira teologia. Ele não ocultou o conhecimento que tinha a respeito de Deus:
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áÃ.~~nav Õ1JVaµÉvq.J.
l rql
- CAPITULO VI -
3. Este trecho nos ensina claramente - penso - o que é Deus, e como o senso
comum e o hábito tornam escravos aqueles que os seguem sem procurar por Deus.
4. Também não dissimularei em torno dos seguidores de Pitágoras, que di-
zem: "Deus é único, ele não está, como alguns supõem, fora da organização do
universo, mas nela própria, todo inteiro, no ciclo inteiro, observando todo o por-
vir, misturando tudo nele, existindo eternamente, obreiro de suas próprias ativi-
dades e forças, iluminador de todos os corpos celestes e pai de tudo, inteligência e
animação do ciclo inteiro, movimento de todas as coisas" .85
5. Tudo isso que eles escreveram, também por inspiração divina - e que nós
explicamos -, é suficiente para levar ao conhecimento de Deus aqueles que, mesmo
com pouca capacidade, são capazes de considerar a verdade.
1. "hw <5€ hµlv (ou yct.p mnupKE'i µÓvov í1 cpt/1.ocro<pÍa) à)..). . à. rnl
autn rrotrittKn h rrrp\ to 'jffUÔo...; tcf. rrávta llCTXOÀ.riµrvri. µÓÀtÇ 7tOtE
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t(ll µ1v U.E't 1tpÔHÚ\' tr mi \ícrtaW\' í/....árn:ovwt·
[74]
1 116 f
CAPÍTULO V 1 l
[73]
1. Que venha também a nós (já que a Filosofia só não é suficiente) a pró-
pria poesia que emprega todo o seu tempo em torno da ficção; ela virá, a duras
penas, testemunhar, ao menos uma vez, a verdade, ou mais ainda: confessar a
Deus a transgressão de seus mitos. Que compareça o primeiro poeta, qualquer
um que se queira.
2. Arato, por sua vez, pensa que o poder divino perpassa todas as coisas:
Olirncr1 ~lfV ~811 Kat rrapo:KEK1v8uvrnµÉvw; irri. 1~ç <JKT)V~Ç 1hv àÃ.~Ôflav
wiç ÔfaHt.Í:; rrupflmíyuyEv.
3. b SE: (-)pqKlOÇ ÍEpoqiávn1ç; Kf.( l ITOl 'l Thç a~w. ó TOU Oiáypou Ópq>EVÇ, µuà
1l)v núv Õpyiow ÍEpo<pavTiav Kat uôv EiÕCÓÀ.wv 1hv 0coÀoyíav, rraÀ1vcpõiav
clÀlll~ElO:Ç ricráyn. TOV ÍEpov OVT(l)Ç O\j/É ITOtE. oµmç 8' o'Í'Jv ~8cov AÓyov·
Orfeu chegou, portanto, a entender, com o tempo, que ele andou a errar:
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2. MÉvav8poç youv ó KwptKci-; €v 'Hv1óxcp lrv 'Yrro~oÀ1wxícpl rc{) õpó:µan
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4. nál..tv ÕE ó aÜtoç KwµcpÕt01tülOÇ EV 'IEpEÍq. ti{> õpáµan xaÀrnat\1(1)\1
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ETtt<pl}EyyÓµEvo; i:µcppóvwç
1 1 4'> 1
- CAPITULO VII -
[75]
1. Agora eu creio que parece claro a todos que, fazer ou dizer alguma coisa sem o
Logos da verdade, é algo completamente semelhante a andar sem ter pés. Mesmo com
tantas provas, estais confundidos, em relação à salvação e a respeito de vossos deuses,
os quais são ridicularizados pelos poetas, em suas comédias, por meio da verdade.
2. Assim, Menandro, o comediógrafo, na peça O Cocheiro, escreve:
Ôç µrnoµ!pÚÀou; EÕpw;
Õtú.érxrov,
6. "Hõrt fü: Ev "Irovi téi> õpáµa.n yuµvft til KE<paÀ.n EKKUKÀ.e'i téi> ôEátpcp
'tOOÇ ~eoúç·
1 141. 1
- CAPITULO Vil -
Por exemplo, Atena é "mosca de cachorro" ,95 Hefesto é o "aleijado das duas per-.
nas" 96 e Helena diz a Afrodite:
[Licurgo],
certa vez, perseguia as amas de Dioniso Menômeno, 98 sobre o
sagrado Nisa; e todas, ao mesmo tempo, lançaram por terra suas
insígnias, constrangidas pelo assassino Licurgo. 99
contestando:
6. Já na peça Íon, ele apresenta aos espectadores os deuses com a face des-
coberta:
1 IH 1
- K r q, 1 .1 , 1 " ·' li
11441
- CAPITULO VII -
Como é justo que vós, que haveis fixado aos mortais suas leis,
acusei-nos de injustiça? Se - é evidente que isso não acontecerá,
eu apenas teço uma hipótese - os homens um dia vos punirem
por vossas uniões amorosas, tu, Apolo, assim como Poseidão e
Zeus, o senhor do céu, para pagar vossas iniquidades, será preci-
so esvaziar os vossos templos. 1º2
l IH 1
K E <P A A A O N e
[77j
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2. AÜtÍKa youv ~ rrpo<p~nç Íiµ'lv c!crárw rrpÓHT] Ii~uÀÀa -co ~crµa ro
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3. ev\Jfox; mpÓÕpa 't~V µev cirrá.tllV àrreucÓ:Çü\JCJa fql <JKÓtet, tfiv OE: toU
1'eou yvfu<:nv TtÀÍ<p 1m1 q>(r)ft, Õ.µq>w fü: napafü:µÉvri tft crvyKpicrn tTiv rKÀorfiv
[77]
1 148 1
- CAPITULO VIII -
termos, ela ensina como proceder na escolha; pois a mentira não se distingue da
verdade pela simples comparação, mas pelo emprego da verdade é que ela é expul-
sa e posta em fuga.
[79]
.3. ''En 8r KUt 81à 'Hcm'to1J (Kut mún1v c1.rroµvri~to\Tl10rn mn t11v 1prnv~v)·
«fy<.;) fl~ll. fYC;) riµL». tpq0Ív. «Ó Kl!p!OÇ ó À(Y.Àfov ÔtKmonÚVllV K(/.l cl.VCY.:'('(fÀÀrnv
cmo
CXÀlÍl~nnv· CTU\'ÚX 1}11 tf K(l. l í1 t-:ftf' ~01!Àfl!CTO'.(íl~f éY.p(f.. oi (;(~)Ç()µrvot téõv
El~VW\'. ÜDK k:"(\'(l)(J(I.\' oí ui'povn:ç tÔ sÚÀu\' yf..{1µ~m CY.Úttt)\'. l((fl rrpoCTFUXÓ~tfVOl
l~fütÇ o'\ ot• CíC;)CTOl>CTl v ct.trroúç."
4. Ett~· Úrro~áç «Êyc;J». q>110ív. (•t) t'lróç, KCl.t OllK rcn1 rrÀ~v Eµou
õi...-moç. Ku\ m1HllP ODK rcnt n:ÚpfÇ rµol:l- i.:·m<npc'.Hp11tr rrpóç µE mi
crc1>l11ícrEcrt~f oi àrr· raxrnoD r~.; y~ç. 'Eycó Eip1 ó 1~r<'>ç KCY.t ouK f.cntv
aÀÀoç· K((t' f~IC(l)!OlJ OpVÚ(I).»
5. To!~ 8[ Ei8mÀoÀárpmç ÓDCTXEpaÍvfl Àfy(l)v «TÍv1 ÓJµo1wcratE KÚpwv; ~
1lVl ÓpüH;>~tatl Ú>po1Ó>O'C.t.Tf aútóv: Mh flKÓVcY. EitülllCífV tÉKtúJV, ~ xpucrnxóoç
XCt>VEÚcraç XPtJ<JlOV n:EptEXPÚ<J(t)O'fV autóv;» Kul. rà Êrrt rn-Úrntç.
6. Mi1 ouv f.n Úµú; EiÕ(l)f,oÀárpm: À.À.À.à Kàv vuv cpu/1.áÇacrfü: i:àç
àrtnÀáç· oÀoÀ.ÚÇEl yàp tà yÀ.urrtà Kal tà ;(Elporwi111a, µâÀÀ.ov fü: Ol Ert'
autoíç 1tEITOltJÓn::ç. àvaícrl'h1to..; yàp ~ ÜAll ''En <jH)CTlV' «Ó KÚplOÇ <JELO'El
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vocrcrtav.»
[8ol
1 r 50 1
- CAPITULO Vil! -
3. E agora, por intermédio de Isaías (eu quero vos lembrar também essas pa-
lavras): "Eu sou, eu sou", diz ele, "o Senhor que anuncia a justiça e fala a verdade;
reuni-vos e vinde; deliberai juntos, vós que, dentre as nações, estais salvos. Não
têm nenhum conhecimento aqueles que, dentre vós, se dirigem a uma escultura de \
madeira e adoram os deuses que não os salvarão". l
4. Logo depois, abaixo, ele diz: "Eu sou Deus e, além de mim, não há justo
nem salvador; volvei a mim e sereis salvos, vós que vindes dos confins da terra. Eu
sou Deus, e não há outro; eu juro sobre mim mesmo". 113
5. Indignado com os idólatras, ele diz: "Que coisa fizestes para retratar o Se-
nhor? Ou melhor, que aparência destes a Ele? Não é uma imagem que um artesão
fez? Um ourives não derreteu o ouro para dourá-la?". 114 E assim por diante.
6. Não sois, ainda, idólatras? Mas, agora, tomai cuidado com as ameaças;
as estátuas e as obras feitas por mãos humanas lançarão gritos agudos, ou seja,
aqueles que depositaram nelas sua confiança, pois a matéria é insensível. Ainda diz
[Isaías]: "O Senhor abalará as cidades habitadas e tomará em suas mãos, como um
ninho, a terra inteira" .11 5
[80)
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- CAPITULO VIII -
1
5. Agora compreendeis, ó homens, ouvindo o bem-aventurado salmista, Davi: l
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"Guardai a lição; que jamais o Senhor se encolerize, e que vós não pereçais fora
do caminho da justiça, quando, de súbito, sua cólera se acenderá. Felizes são todos
aqueles que depositam Nele a sua confiança" .121
[81]
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CAPÍTUL O l X
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1 1 ~ 6 1
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- CAPITULO IX -
1. Entretanto, quanto mais ímpios são alguns, mais filantrópico Deus se mos-
tra a estes; ele quer, de fato, que, em vez de escravos, nós nos tornemos filhos; mas
muitos desdenham de tornarem-se filhos. Ó tamanha insensatez! Vós vos envergo-
nhais do Senhor!
2. Ele promete a liberdade, e vós ireis vos refugiar na servidão. Ele oferece a
salvação, e vós vos precipitais na condição humana. Ele nos presenteia com a vida
eterna, e vós esperais pacientemente o castigo, vós vislumbrais primeiramente "o
fogo que o senhor preparou para o diabo e seus anjos". 134
3. Por isso, diz o bem-aventurado Apóstolo: "Eu venho testemunhar o Se-
nhor: Não erreis como erram os gentios, na vaidade do espírito; eles têm a inteli-
gência obscurecida e são estrangeiros na vida de Deus, pela ignorância existente
neles e pelo endurecimento de seus corações; tornaram-se insensíveis pelo escár-
nio, eles próprios se dão a todas as espécies de práticas de impureza e cupidez". 135
4. 'H Õt' ÔOKtµcmÍ<X TlÇ fCTtl V fl l~ÚÀ.FIÇ ~w.1}El V, TÓ ay1Úv <JOl ITVEUµo.
rÇll)'lÍ<'l"f!O: 1. "KU l flÔOV T<X l~pyo: wn1:· <pq<Jl_ ..1"fCTCTO:pctKOV1H Frll' Ôltl rrpomÚXt~l<JU
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1 1 ~ H 1
- CAPÍTULO IX -
4. Se quereis aprender qual é esta prova, o Espírito Santo vos explicará:"( ... )
e eles viram as minhas obras", diz ele, "durante quarenta anos; por isso eu me
irritei contra essa geração e disse: eles sempre cometem erro, em seus corações;
eles não reconheceram os meus caminhos, como jurei em minha ira; jamais eles
entrarão no meu remanso". i J 7
5. Vede a ameaça! Vede a exortação! Vede o castigo! Por que ainda transfor-
mamos a graça em ira e não recebemos o Logos, com os ouvidos bem abertos, e
damos hospitalidade a Deus em nossas almas puras? Grande é, em verdade, a graça
de sua promessa, se, hoje, escutarmos a sua voz; e esse "hoje" se estende a cada
novo dia, de maneira que se dirá por longo tempo: hoje. 138
6. Até o final dos tempos durarão o hoje e a possibilidade de aprender; e nessa
consumação, o verdadeiro dia, o dia contínuo de Deus, faz-se igual à eternidade.
Obedeçamos sempre a voz do divino Logos, pois esse hoje é infinito, é a imagem
da eternidade; o dia é o símbolo da luz, e o Logos é a luz dos homens, com a qual
somos iluminados por Deus.
[8 5]
1. É natural que a graça seja abundante para aqueles que creram e que obede-
ceram, mas aos incrédulos e errantes de coração, que não reconhecem os caminhos
do Senhor, os quais joão recomendava fazer retos e preparar, que contra eles Deus
se irritou e os ameaça.
2. É a realização mesmo da ameaça que sobreveio, enigmaticamente, aos anti-
gos hebreus errantes: dizem que eles não entraram no lugar do descanso por causa
de sua falta de fé, antes de se submeterem, deliberadamente, ao sucessor de Moisés,
e antes de terem aprendido, por uma experiência tardia, que não podiam ser salvos
senão pela fé em jesus.
3. Por ser filantrópico, o Senhor convida todos os homens "para o conheci-
mento da verdade", 139 ele, o que enviou o Paráclito. Em que consiste, pois, esse
conhecimento? É a piedade, "a piedade que serve para tudo", segundo São Paulo,
"porque tem a promessa da vida presente e da vida futura" .140
4. Ó homens, por quanto compraríeis a salvação eterna, se esta estivesse à
venda? Nem o Pactolo 141 inteiro, o mítico rio de ouro, pagaria o preço equivalente
à salvação.
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Jtâ.v f.pyov àyaltàv f.ÇT)ptT)µÉvoç.»
3. OUK ãv nç O~'túlÇ EKJtÀayEÍT\ -r&v aÀÀrnv áyícov -ràç rrpotponàç roç
CtU1'0V tOV KÚpwv 'tOV <ptÀávltp(l)1t0V' oufü:v yàp àÀÀ' ~ rnurn Epyov µÓvov
fO'tlV autc{) aq>Çrnltm tOV avltpC1mov. BoÇt youv em:iywv EtÇ <J(l)TI]pÍav
CXU1'0Ç «~yytKEV ~ PacrtÀEÍa t&v oupavÔ>V'>> E1tlCHpÉ<pEl touç àvltpcónouç
7tÂ.T\<nÚÇovta; Te{> <pÓ~cp.
4. Taú1n KrÚ ó àJtócrtoÂ.oç tou Kl1pÍou mxpaKaÂ.Ô>V wuç MaKEÕÓvaç
ÉpµrivE'1ç yivnm tf\ç ltcíaç <po>vf\ç. «Ó KÚptoç ~Y'ftKEV» À.Éywv, «EVÂ.aPElcrôe
µ-f\ KatCJ.Â.f\<pl}foµE.V KEVOÍ.» ·y µE\ç OE f.Ç tOO'OUtoV cXÔECtÇ, µâÂ.Â.ov fü: Cimcrtol,
µÍ\1'E autéi> JtEtÔÓµEvot te{> KupÍq> µ~n: téi'> na.úÃ.cp, KCt.l tauta linl:p Xptcrtou
OEOµÉvq>.
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- CAPITULO IX -
[86]
1881
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q>Ó~ov l\"\.Jptol> 61óú.Çc•> t1p(1.ç.» EtTCJ. c;JÇ iíõri rrrm0Tr11K(,m crnvróµ(l)ç ÊmÀÉyn
«TÍÇ f(HI\' CT\'l'}pomoç Ll l'}fÀ(•)\' Çcmív. à.yum7w -íwrra.; iorív cxym~Ó.ç»: 'H~irlç
f-crµEv. cp~crnwv. oi. rr1.ycxôou rrpocrKuv11w.L oi. rfov c!.yr1.úfov Ç11Àrnmí.
2 . .~ KOÚ<Jccrr ouv «oÍ µctKpáv ... cúoúo-aTE «oÍ 'c:yyÚç»· oÜK àrrEKpÚ~q ttvàç
ó À.Óyoç- cpfoç fCTTl Küt\'Ó\'. frrtÀÓ.~l7tEl n:âmv àv1'}pc;mo1.;· ouôrl.:; KtµµÉptoç êv
ÀÓ·tqr 0rri:Úm.·>~lE\' i:iç morripím·. E-rrl. r11v mxÀ1yyn'E0Íav· ElÇ µÍo:v à:yám1v
CT\.J\'CQ.Ô~vm oi. rroÀÀot KCHà rhv T~Ç µovo:Ôtl\"~Ç oúcríaç EVO>CTtV crrrrúcrwµrv.
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µovàôa.
3. ·H fü: ÊK rro/1.Àc'Dv iivrncrtç ÊK rroÀucpmvíaç 1ml. Õtacmopô:ç Ó:p~wvíav
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À.ÓyqJ ÉrroµÉVT\. Êrr· aür~v rhv r1.À~Ônav àvarrauo~1Évri, «À~~â>> ÀÉyoucra «Ó
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- CAPITULO IX -
[881
1 164 1
CAPÍTULO X
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ÔêO(Jf~flÇ àym~~; T~Ç à.µ01~~; TfÚÇO\'T(l.t Tàym%v tFnµqKllTfÇ. oí (fr fK rcôv
rvm·ricr)\' ITl)\'llPOt r~.; 1mnxÀÀi'1Àou nµrnpÍaç. K<xt rc~ yE ãpxovn r~ç KO.KÍaç
ÊITJÍPTllT<Xl KÓÀumç.
2. Arrni\.EI youv autq) ó rrpolp~TllÇ Zcqapíaç '"Êmn~ti'icrm EV <JOl o
rKÀcÇáµi:vo; rr1v ·IêpoumJ/,~µ · o\1K i8ou rntn:o 8aÀoç i:ÇE0ITa0~1Évoç rKnupóç:"
Tiç o-Uv €n ro1ç <xvttpÚ)1t01ç ÕpEÇtç i:;yKnrm ttavárou Ê"xoucríou: Ti 8€ Hp 8aÀqi
rcp lJO'.\'CHll<.pÓpcp TOÚTC!) 7rpOCTITE<j)EÚyamv. µElt. OU KaTacpÀql}~crovtm, eÇov
P1êovm KaÀfoç Karà tôv ttróv. ou Katà 10 f:!ttoç:
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2. Ka1 ra-Ura ópfovtEÇ ifn ruqiÀÓntETf Kat oux1 npoç rov 8Ecrnót11v
"tOOV náv-roov KUl KÚptov tfov oÀoov àva~ÀÉ\j/EtE: Oüx1 8€ Kata<pfÚÇrnl}f,
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\hipÍOv Ép1tT\<J'tlKOV TtfplX,clVOl t~> VEO'ttCp,
1 1 6f. 1
- CAPITULO X -
E não sabeis o que é mais verdadeiro do que tudo: que os homens bons e
piedosos obterão, por terem honrado o bem, bens equivalentes; os maus, ao con-
trário, receberão uma sentença proporcional, e que sobre a cabeça do príncipe do
mal é erguido o castigo.
2. O profeta Zacarias o ameaça assim: "Que possa te punir aquele que elegeu
Jerusalém! Vê, não é isso um tição tirado do fogo?" .149 Que desejo os homens ain-
da encontram, pois, numa morte voluntária? Por que se lançam sobre essa tocha
mortífera que os consumirá, enquanto poderiam levar uma vida bela, segundo a
vontade de Deus, não de acordo com seus costumes?
3. Pois Deus nos agraciou com a vida, ao passo que o mau costume, após a
partida daqui debaixo, mistura ao castigo um vazio arrependimento, e "mesmo o
fraco de espírito sabe, por tê-lo experimentado" ,150 que a superstição leva à perda,
mas a verdadeira piedade salva.
1. Que se vejam, dentre vós, os servidores dos ídolos, com a cabeleira suja,
roupas ensebadas e esfarrapadas, de maneira aviltante, eles ignoram os banhos,
suas unhas são garras de animais selvagens, muitos deles são até castrados; eles
mostram, pelos fatos, que os recintos consagrados aos ídolos são túmulos ou pri-
sões: esses tipos me parecem chorar e não honrar os deuses, e levar uma vida mais
digna de piedade do que digna da verdadeira piedade.
2. E vendo todas essas coisas, ainda permaneceis cegos e não ireis volver vos-
sos olhos ao mestre de todas as coisas e senhor do universo? Não ireis vos refugiar,
para escapar dessas prisões, junto à piedade vinda dos céus?
3. Pois Deus, em seu grande amor pela humanidade, prendeu-se ao homem,
como uma mãe-pássaro que, quando seu filhote cai do ninho, voa em direção a ele;
e se uma serpente vem a devorá-lo,
Ó õ( ~fOÇ n:rnh~1 l\rtl Çqtrl TO rrÀÚcrpu KUt ifi.w.1 r<'i rrrtp<Í.rrnilµcz KUl ÕtcÓKt:t til
\}1wio\' "'°ª; Tll\' \'fOTTl>V u.ulhÇ (XVfY.À11.~1i)ú,·n [rr\ ri1v 1'nÀ1cY.\' àvwn~vm rrapopµéúv.
1 168 1
-CAPITULO X-
Deus Pai também procura sua criatura e a cura de sua queda, persegue a besta
selvagem e recolhe de novo o pequeno, encorajando-o a voar novamente para o ninho.
1. Os cães, uma vez perdidos, reconhecem os odores e reencontram sua mãe, seguin-
do-a pela pista; os cavalos, depois de jogarem por terra seu cavaleiro, obedecem, algumas
vezes, a um único assovio de seu mestre; "o boi, diz Deus, conhece o dono, e o asno a
manjedoura de seu dono, mas Israel não me conhece". 152 Que fez, então, o Senhor? Ele
não lhe guardou rancor, ele ainda se apieda, ele solicita ainda seu arrependimento.
2. Eu quero vos perguntar: Não achais estranho que vós, homens, que sois
criaturas de Deus, sejais escravos de outro senhor, mesmo que sirvais, em lugar do
rei, ao tirano, em lugar do bem, ao mal?
3. Quem, pois, em nome da verdade, sendo sensato, abandona o bem para se
prender ao mal? Quem, pois, se priva de Deus para viver com os demônios? Quem,
podendo ser filho de Deus, sente prazer em ser escravo? Ou melhor, podendo ser
cidadão do céu, persegue as trevas, quando lhe é permitido cultivar o paraíso, per-
correr o céu e tomar parte na fonte vivificante e pura, seguindo, através dos ares, o
traço da nuvem luminosa e, como Elias, contemplando a chuva que traz a salvação?
4. Mas existe gente que chafurda, como vermes da terra, em tomo dos pântanos
e dos lamaçais, a zona do prazer, indo e vindo, néscios e inúteis, consumidos pela con-
cupiscência, são alguns homens-porcos. Os porcos, por sua vez, dizem, "sentem prazer
na lama", mais do que na água pura e, segundo Demócrito, "amam a imundície".m
5. Não nos deixemos, pois, não nos deixemos escravizar e não vivamos em
pocilgas; mas sim como autênticos "filhos da luz";IH alcemos a vista em direção à
luz e a contemplemos atentamente, e o Senhor não nos convencerá de que somos
bastardos, como o sol faz com as águias.
[93]
1. Arrependamo-nos, pois, convertamo-nos da ignorância à ciência, da de-
mência à sabedoria, do deboche à prudência, da injustiça à justiça, da impiedade
para com Deus.
1 r69 1
.,. t\._ • 111 \ \ \ t ti N K '""'-·
1 170 1
- CAPITULO X -
1. É essa a herança que nos põe em mãos o eterno testamento, pelo qual Deus
nos assegura a dádiva eterna. Esse pai que nos ama com ternura, que é realmente
pai, não cessa de nos exortar, de nos admoestar, de nos educar, de amar, ele tam-
bém não cessa de nos salvar; e ele nos dá os melhores conselhos: "Sede justos, diz o
Senhor; vós que tendes sede, vinde até a água, e vós todos que não tendes dinheiro,
ide ao mercado, comprai e bebei sem dinheiro" . 157
2. Ele nos convida ao banho, à salvação, à iluminação, dizendo quase aos gritos: Eu
te dou a terra, o mar e o céu, meu filhinho, e te gratifico com todos os animais que aí se
encontram! Apenas, meu petiz, tem sede de teu pai; Deus te será mostrado gratuitamen-
te: a verdade não é objeto de tráfico; ele te dá também os pássaros, os peixes e os animais
que existem sobre a terra; 158 tudo isso o Pai criou para que te deleites com gratidão.
3. O bastardo comprará a preço de prata: é um filho da perdição, 159 ele, que prefere
"servir Mammon";160 mas a ti, Deus te confia os bens, digo: a ri, o filho legítimo que ama
seu pai, filho pelo qual ele ainda trabalha, a quem unicamente ele faz essa promessa, di-
zendo: "e a terra não será vendida definitivamente". Com efeito, ela não está condenada à
sua própria perda: "pois toda a terra me pertence", 161 e ela também é tua, se ra.-ebes Deus..
4. Eis por que a Escritura tem razão ao anunciar essa boa-nova àqueles que
creram: "Os santos do Senhor herdarão a glória de Deus e o seu poder". - Que
glória, ó bem-aventurado? Di-me! - "Aquela que os olhos não viram e os ouvidos
não escutaram, que não subiu até o coração do homem. E eles se rejubilarão no
reino de seu Senhor, pela eternidade, amém!" 162
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1 1 74 1
-CAPÍTULO X-
não vos deixeis, por vergonha, surpreender a respeito do nome [de Cristo} "que
prejudica imensamente os homens" 165 desviando-os da salvação.
3. Após sermos despojados aos olhos de todos, lutamos nobremente no es-
tádio da verdade; o santo Logos discerne o prêmio, e o mestre do universo é o
agonoteta. Não é, pois, pequena a recompensa que nos é proposta: a imortalidade!
4. Não vos preocupeis mais, mesmo que seja pouco, com o que dizem de vós
algumas pessoas do populacho que se arrasta nas praças públicas, coreutas ímpios
da superstição, cuja ignorância e loucura empurram-nos em direção ao abismo,
fabricantes de ídolos e adoradores de pedras; são esses os que ousaram divinizar
homens, dando o 13º lugar entre os deuses a Alexandre da Macedônia, "de quem
a Babilônia mostrou o cadáver" . 166
[97]
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1 176 1
- CAPITULO X -
própria terra! Uma profecia diz que os feitos daqui de baixo irão mal quando se
puser a fé em estátuas.
2. Que eles venham, eu não cessarei de chamá-los, esses artistas de criações
abjetas! Nenhum dentre eles fez alguma imagem que respirasse, nem tirou da terra
a plasticidade de uma carne delicada. Quem fez fluir a medula ou solidificou os
ossos? Quem estendeu os nervos, quem inflou as veias? Quem verteu nelas sangue
ou quem revestiu de pele a carne? 170 Onde algum deles fez olhos que veem? Quem
soprou uma alma? Quem lhe deu a justiça? Quem lhe prometeu a eternidade?
3. Só o criador do universo, o "pai-criador excelente" 171 modelou uma tal
estátua animada: nós, os homens; enquanto o vosso Olímpio, imagem de uma
imagem, e tão discordante da verdade, é uma obra estúpida, de mãos áticas.
4. De fato, a imagem de Deus é o seu Logos (e esse divino Logos é filho
legítimo da inteligência, luz arquetípica da luz), e imagem do Logos é o homem
verdadeiro, a inteligência que está no homem, e que, por isso, se diz ter sido criado
"à imagem" de Deus e "à sua semelhança", 172 comparado ao divino Logos pela
inteligência de seu coração e, por conseguinte, razoável. Mas as estátuas de figuras
humanas são apenas uma imagem terrena do homem tal qual se vê, nascido da
terra; elas aparecem como uma reprodução efêmera, bem distante da verdade.
1. Porém não é outra coisa senão loucura, parece-me, preencher uma vida
devotada com tamanho zelo ao culto da matéria. Esse costume, transmitido por
uma opinião vazia, vos deu o gosto da escravidão e de uma atividade irracional.
2. A ignorância é a causa dessas espécies de leis ilegítimas, dessas representa-
ções enganosas, é ela que provê a raça humana de divindades funestas e de ídolos
odiosos, imaginando toda sorte de demônios; ela imprimiu naqueles que lhe obe-
decem o estigma de uma longa morte.
3. Recebei, pois, a água racional, banhai-vos, vós que ainda estais sujos; pu-
rificai-vos, vós mesmos, do hábito, aspergindo em vós gotas da verdade: é preciso
subirdes puros aos céus. Tu és homem, isso é o que há de mais universal, procura,
pois, teu criador; tu és filho, isso é o que há de mais particular, reconhece teu pai.
4. Entretanto, ainda persistes em teus pecados, após seres consumidos pelos
prazeres? A quem o Senhor dirá: "O reino dos céus é vosso?". 17·1 Ele é vosso, se
1 177 1
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[ 101]
1 1 7R 1
- CAPITULO X -
quiserdes, quando houverdes optado por Deus; ele é vosso, se quiserdes apenas
crer e seguir o essencial da mensagem, como os ninivitas que, por terem escutado,
obtiveram, graças ao seu sincero arrependimento, a ventura da salvação, em lugar
da opressão que os ameaçava. 174
(100]
1. Como, pois, dizem, subir aos céus? "O caminho" é o Senhor: i 7s "estreito"
' '
mas "que parte dos céus"; estreito, mas que conduz aos céus; estreito e desprezado
sobre a terra; largo e adorado nos céus. 176
2. De resto, aquele que não ouviu falar do Logos tem, na sua ignorância, moti-
vo para que se lhe perdoe o erro; mas aquele cujos ouvidos foram tocados pela men-
sagem e que não escutou em sua alma, leva a responsabilidade de uma desobediência
voluntária; e quanto mais parecer consciente, tanto mais seu conhecimento lhe fará
mal, porque este conhecimento o condenará, por não ter escolhido o melhor; pois,
naturalmente, enquanto homem, ele foi feito para a familiaridade com Deus.
3. Assim como não devemos constranger o cavalo a trabalhar, nem o touro
a caçar, mas empregarmos cada um naquilo para que nasceu, da mesma maneira
nós convidamos o homem, nascido para a contemplação do céu, m como uma ver-
dadeira "planta celeste", 178 ao conhecimento de Deus; nós o fazemos ver o que lhe
é próprio, o que o caracteriza e o distingue dos outros animais, e o aconselhamos
a se munir dum salvo-conduto suficiente para a eternidade: a piedade, vivendo
religiosamente.
4. Trabalha, dizemos, se és agricultor, mas conhece a Deus cultivando a terra;
navega, tu que tens gosto pela navegação, mas invoca o piloto celeste; se o conhe-
cimento de Deus te encontrou no meio do exército, escuta, pois, o general que
comanda a justiça.
[101]
1 179 1
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1102}
1 11!0 1
- CAPITULO X -
como a vossa própria vida, em direção à morte: esse é o único termo que encon-
trareis para a vossa vã esperança; não sois capazes de sentir compaixão de vós
mesmos, mas àqueles que se apiedam de vós, por causa de vossos erros, também
não estais dispostos a lhes obedecer, pois sois escravos de costumes perversos, aos
quais permaneceis tão presos que suportais deliberadamente a vossa destruição até
o último suspiro.
2. "É que a luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à luz" ,179
quando eles podiam se livrar daquilo que é obstáculo à salvação: o orgulho, a
riqueza, o medo, repetindo essas palavras poéticas:
3. Não quereis, pois, rejeitar essas vãs fantasias, renunciar ao próprio hábito
e dizer à vã opinião:
[102]
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1. Ei ôn OU\' rnúruw OlJÔf f\' 1}roç dvu.t voµ íÇnm OUÔE µnv fKclV(l)V
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KaTa<patVfTal ÕuváµEWÇ lJftKT,Ç, ÀElITftu.t OUÔfV lZt,ÀO ll LOlHO ÓµoÀOyflV,
on ãpu OVHúÇ µÓvoç EcHl Tf KO'.l lHpÉcrTqKfV b µÓvoç OVHOÇ -\mápxrnv t'}t:óç.
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3. "'H yfi 8€ t0u KUpÍou," cpricrÍ. "Kat to rrÀ~pwµa aut~ç"· €tta tÍ rnÀµ~ç
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E1tÍyvwôí crou tOV 8rcrrró1riv· 1810v d 1tÀácrµa 'tOÚ ôrnu· 'tO ÔE OlKEloV auwu
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quando são apenas acidentes naturais entre os animais viventes; e já não tendes
razão para chamar de deuses a morte violenta, a sorte e 0 destino.
4. Se a discórdia e o combate não são deuses, então Ares e Belona também
não o são. Se os relâmpagos, os raios, as chuvas não são deuses, como 0 fogo e a
água seriam deuses? Como seriam ainda deuses as estrelas cadentes e os cometas,
nascidos de uma modificação do ar? Que aqueles que denominam a fortuna como
deusa façam o mesmo com a atividade humana!
1. Se se acredita que absolutamente nada disso é deus, e que nenhuma dessas figu-
ras insensíveis feitas pela mão do homem também não o são, mas que apenas manifes-
tam certa providência do poder divino, é preciso reconhecer uma coisa: que Deus existe
e subsiste realmente só, aquele que, só, é realmente Deus. Mas, em verdade, em vossa in-
sensatez, assemelhai-vos a homens que beberam mandrágora ou qualquer outro veneno.
2. Que Deus vos faça recobrar os sentidos, após o sono, e compreendê-Lo, e
não mais considerar como deuses o ouro, a pedra, a árvore, a atividade humana,
o sofrimento, a doença ou o medo. "Pois existe" verdadeiramente "sobre a terra
fecunda três vezes dez mil demônios" - não "imortais'', 182 nem mesmo mortais
(eles não compartilham do sentimento de serem mortais, tampouco da morte): de
pedras e de madeira, eles são mestres dos homens; graças ao costume, eles subme-
tem os viventes à sua violência e a suas traições.
11
3. "A terra pertence ao Senhor", diz a Escritura, "e tudo o que ela encerra"; u
como, então, ousas viver prazerosamen te nos bens do Senhor e esquecer o dono
de tudo isso? Deixa minha terra~ dir-te-á o Senhor, não toques na água que eu faço
jorrar, não tires a tua parte dos frutos que eu cultivo! Paga, ó homem, teu alimento
a Deus; reconhece teu mestre; és a obra própria de Deus; como aquilo que lhe per-
tence pessoal e equitativamen te pode se tornar propriedade de outro? Aquele que
é alienado perde, ao mesmo tempo que seus bens, a verdade.
4. Não, de certa forma, como Níobe, mas antes, para anunciar mais a lingua-
gem de nosso mistério, como aquela mulher hebreia (a quem os antigos chamavam
de Lot), não passastes por uma insensibilidade estúpida? Sabemos que essa mulher
184
foi transformada em pedra porque amava Sodoma; ora, os sodomitas são os ateus e
os endurecidos de coração e de inteligência, e que se voltam para a impiedade.
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1. Considerai que uma voz vinda de Deus vos fala: "não acrediteis que pe-
dras, pedaços de madeira, pássaros, serpentes sejam sagrados e os homens não o
,
se1am " JRI b , . conce he1. os h omens como essencia lmente sagrados, e
; · em ao contrario,
os animais e as pedras pelo que são.
2. Entre os homens, os pobres infelizes creem que Deus grita pela voz do cor-
vo e do pombo, e guarda silêncio pelas palavras do homem, e prestam honras ao
corvo como a um mensageiro de Deus, enquanto perseguem o homem de Deus,
que não crocita nem grasna, mas fala, creio eu, razoavelmente; eles se encarregam
de submeter à morte desumanamente aquele que os instrui por amor ao homem,
quando os chama à justiça; tampouco acolhem a graça que vem do alto, nem
evitam o castigo.
3. Com efeito, eles não creem em Deus, nem procuram conhecer seu poder.
O amor de Deus pela humanidade é inefável, e imenso seu ódio pelo mal. Sua có-
lera alimenta o castigo que pesa sobre o pecado, mas seu amor pela humanidade
espalha benefícios sobre o arrependimento. O mais lamentável é ser privado da
ajuda que vem de Deus.
4. Assim, a obnubilação da vista e o enfraquecimento da audição são mais
penosos que os outros invasores do espírito mal: o primeiro eleva os homens à
vida celeste, o segundo os priva do conhecimento de Deus.
[105]
1 18J 1
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1 ro6J
I 1 H6 1
- CAPITULO X -
3. O homem zeloso da justiça, mesmo sendo amante daquilo que não é neces-
sário, ele próprio não teme a necessidade, ele não confia o tesouro de sua felicidade
a nenhum outro que não ao próprio Deus, lá onde não existe traças, nem bandi-
dos, nem piratas, 189 mas apenas o eterno distribuidor de bens.
4. É natural que sejais, pois, comparados a essas víboras cujos ouvidos são
moucos à voz dos encantadores. "O coração deles", diz a Escritura, "é semelhante
à serpente que fecha os ouvidos e não escuta a voz dos encantadores". 190
[ro6]
1 187 1
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[108]
I 1 HR I
- CAPITULO X -
[107]
1. Procuremos, para que possamos viver. A recompensa para aquele que en-
controu é a vida ao pé de Deus. "Que eles vivam na alegria e se rejubilem em ti, to-
dos aqueles que te procuram, e digam sem cessar: Glória a Deus!" 195 É um belo hino
a Deus o homem imortal, constituído pela justiça, no qual as sentenças da verdade
são escritas. Onde, de fato, é preciso averbar a justiça senão numa alma virtuosa?
Onde inscrever a caridade? Onde inscrever o pudor? Onde inscrever a doçura?
2. Tais são, no meu entender, os caracteres divinos que os homens têm de
imprimir em sua alma; eles devem considerar a sabedoria como um bom ponto
de partida para qualquer etapa a respeito dos caminhos da vida; devem ver, nessa
mesma sabedoria, o porto da salvação, ao abrigo das tempestades.
3. É ela que faz daqueles que se abrigaram em torno do Pai bons pais para
seus filhos; daqueles que conheceram o Filho bons filhos para seus pais; daqueles
que se lembram do Esposo bons maridos para suas mulheres; daqueles que se ali-
jaram da pior das escravidões bons patrões para seus domésticos.
[108]
1. Ah! Mais felizes são os animais selvagens que aqueles que, entre os homens, são
vítimas do erro: os animais permanecem na ignorância, como vós, entretanto não refu-
tam a verdade; não há, entre eles, raças de aduladores; os peixes não são absoluramenre
supersticiosos, nem os pássaros idólatras; uma única coisa lhes foi interditada: o céu, por-
que não podem conhecer Deus, não tendo sido julgados dignos de pos.suir inteligência.
2. Não vos envergonhais, então, de terdes vos tomado mais irracionais que os
animais irracionais, vós que passastes tanto tempo na impiedade? Vós fostes crian-
ças, depois adolescentes, depois efebos, depois homens, sem jamais serdes virtuosos!
3. Respeitai, ao menos, a vossa velhice; no ocaso da vida, tomai-vos sábios; mesmo
no fim da vida, conhecei Deus, para que o fim de vossa existênóa ceda lugar ao início de
vossa salvação. Envelheceis, se continuardes voltados para a superstição; rejuvenesceis,
se quiserdes atingir a verdadeira religião; são as crianças inocentes que Deus admitirá.
4. Que o ateniense siga as leis de Sólon, o argivo as de Foroneu, o espanano
as de Licurgo, mas vós próprios sois inscritos como penencentes a Deus, que vossa
pátria seja o céu, e Deus o vosso legislador.
(ro9]
[IIO]
1 '90 1
- CAPITULO X -
5. E quais são essas leis? - "Não matarás, não cometerás adultério, não cor-
romperás as crianças, não roubarás, não darás falsos testemunhos, amarás o Se-
nhor teu Deus." m E há seus complementos, leis razoáveis e santas razões gravadas
no próprio coração: "Amarás teu próximo como a ti mesmo" ,197 e "Aquele que te
esbofeteia uma das faces, dá-lhe a outra", 198 e "Não cobiçarás, pois apenas pelo
desejo, cometes adultério!" 199
1. Como vale mais para os homens, antes de obter o objeto de seus desejos,
nem ao menos começar por se permitir ao desejo daquilo que é proibido? Não ten-
des, pois, a coragem de suportar o que a salvação tem de austero; do mesmo modo,
entre nossos alimentos, usufruímos daqueles que são doces e os preferimos pela
suavidade do prazer, enquanto as coisas amargas, ásperas ao paladar, curam-nos
e trazem-nos a saúde; o sabor amargo dos remédios fortifica o estômago daqueles
que são fracos, assim como o costume nos é agradável e nos adula, assim como nos
empurra ao abismo, ao passo que a verdade nos faz subir ao céu, "rude" no início,
mas, finalmente, "excelente nutriz para os rapazes" .200
2. É um gineceu pleno de virtudes, é um senado pleno de sabedoria; ela não é
de difícil acesso nem impossível de ser atingida; ao contrário, ela é absolutamente
próxima, ela habita em nós, como sugere o sapientíssimo Moisés: ela se encontra,
diz ele, nessas três partes do nosso ser, "nas mãos, na boca e no coração" .201
3. Isso é um autêntico símbolo, já que a verdade não se realiza senão em três etapas:
vontade, ação e palavra. Também não tenhas medo de ser desviado da sabedoria, por
tantas sugestões encantadoras: negligenciarás, por tua própria vontade, a conversa fútil
e o costume, como as crianças que, ao se tornarem adultos, rejeitam seus brinquedos.
[IIO)
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1 191 1
- CAPITULO X -
como sendo realmente Deus, tendo sido feito igual ao mestre do universo, porque
era seu filho e porque "o Logos estava em Deus" .202
2. Quando a primeira anunciação foi feita, não acreditaste, nem quando ele
tomou para si a máscara do homem e se revestiu de carne, para desempenhar o
drama da salvação da humanidade.
3. Ele era o autêntico ator desse drama, associando-se ao esforço do jogo de
sua criatura. Mui rapidamente ele se difundiu entre os homens, elevando-se mais
rápido que o sol, pela própria vontade de seu pai; com muito gosto ele nos ilumi-
nou, produzindo, por meio de sua doutrina e pelos sinais que deu, o próprio Deus
como testemunho de sua origem e de sua personalidade, ele, o Logos, arauto da
paz, nosso mediador e nosso salvador, fonte vivificante, pacificadora; ele se difun-
diu sobre toda a superfície da terra, fazendo, agora, de tudo, por assim dizer, um
oceano de bens.
1 IJ! 1
K E <l> A A A O N A
[ r 11]
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1 '94 1
CAPÍTUL O X l
[III]
[112)
1. Portanto, parece-me que, depois que o próprio Logos veio do céu para nós,
já não há necessidade de irmos a nenhuma escola humana, nem nos preocuparmos
com Atenas e o restante da Grécia, tampouco com a jônia. Se, de fato, o mestre nos
proveu de todas as coisas por seu santo poder - com a criação, a salvação, apieda-
de, com suas leis, suas profecias e seus ensinamentos-, esse mestre, agora, tudo nos
ensina, e o universo já se tornou, por meio do Logos, uma Atenas e uma Grécia.
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1 1116 1
- CAPITULO XI -
11
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2. Não acrediteis, pois, no mito poético que representa Minos, de Creta, com
laços familiares com Zeus; não deixeis de crer em nós, que nos tornamos discípu-
los de Deus, receptáculos da única e verdadeira sabedoria, a qual os maiores filóso-
fos apenas entreviram; mas os discípulos de Cristo a receberam e a proclamaram.
3. E o Cristo inteiro, por assim dizer, não se divide: ele não é bárbaro, nem
judeu, nem grego, nem masculino, nem feminino; é o homem novo, transformado
pelo Espírito Santo de Deus. 2º3
"Doce" é o Logos que nos iluminou, "mais que o ouro e a pedra preciosa; ele
é mais desejado que o mel e a cera". 207 Como, pois, não seria desejado aquele que
iluminou a mente enterrada nas trevas e que deu acuidade aos "olhos, porta-luz
da alma" ?208
3. Do mesmo modo que, "se o sol não existisse, o universo seria só noite,
por causa dos outros astros", 209 assim, também, se nós não tivéssemos conhecido
o Logos e não tivéssemos sido iluminados por ele, nada nos distinguiria das aves
voláteis que se alimentam do trigo, sevadas na escuridão e alimentadas para mone.
4. Recebamos a luz, a fim de que recebamos Deus; recebamos a luz e nos
tornemos discípulos do Senhor. Pois ele prometeu isso a seu Pai: "Eu farei
conhecer o teu nome aos meus irmãos; no meio da assembleia, entoarei hinos
em teu louvor" . 21 ° Canta teus hinos e me faz conhecer teu Pai, Deus; tuas
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- CArfTULo.X! -
[n5]
por um pouco de fé, a terra imensa para cultivares; a água para beberes e o mar
para navegares, o ar para respirares, o fogo para te servires, o mundo para habita-
res; daqui, tu podes partir para colonizar os céus; essas coisas grandiosas, obras e
favores consideráveis, ser-te-ão cedidas por um pouco de fé.
2. Aqueles que creem em embusteiros, recebem, como meios de salvação, seus
amuletos e seus encantamentos, e vós não quereis vos submeter ao próprio Logos
Celeste, o Logos salvador, e abandonar-vos ao carisma de Deus, para que ele vos
liberte das paixões, que são as doenças da alma, e não serdes levado pelo pecado?
O pecado é a morte eterna.
3. Enfim, néscios e cegos, assim como as toupeiras, vós viveis sem nada fazer
além de comer na escuridão, fluindo na corrupção. Mas, ela existe, a verdade exis-
te, essa verdade que gritou que "saindo das trevas, a luz brilhará" .220
4. Que essa luz brilhe, pois, no âmago do homem, no seu coração, e que os raios
do conhecimento se elevem para manifestar e tornar resplandecente o homem escondido
em seu íntimo, o discípulo da luz, familiar e coerdeiro de Cristo, principalmente agora
que a criança honorável e piedosíssima veio adorar o nome de seu Pai, nome venerável
dentre os veneráveis, que comanda seu filho com benevolência e o exorta à salvação.
5. Aquele que lhe obedece, ganha vantagens em tudo: ele segue Deus, ele obe-
dece seu Pai, e, no meio dos que erram, ele ama a Deus, ama o próximo, cumpre os
mandamentos, procura obter o prêmio, ele reclama a promessa.
[116]
1. Está, desde sempre, estabelecido por Deus salvar o rebanho humano. Por
isso o bom Deus enviou o Bom Pastor. Ora, o Logos desnuda a verdade diante dos
àÀ.111'cwv ronÇr rnls àvl~p(;)rt:OlÇ t\) ;_;\jlOÇ tí1.; CT<•rn1piu.:;, L;n:rn.:; 11 pnr1.vo1ícm.VTEÇ
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JloÚÀ.ttm· évl. ÀÓy<p ÇOJÍlv aot xapiÇetm.
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- CAPITULO XI -
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- CAPITULO XI -
1 •os 1
K E <l> A A A O N M
[I 18 j
1Z.061
CAPÍTULO X l l
[n8]
4. Navega para além desse recanto, artesão da morte; basta que tu queiras
e terás vencido a perdição, preso ao madeiro, tu te livrarás de toda corrupçio;
c.pl}op&ç Àt:Àu~tivo.;. Kuj3rpví1cTEt <'.H' Ó ÀÓyoç (1 ·wl> l>rol>, KC/.t H>tÇ À.1pfo1
KCn:topplCTCl H-;)\' oÚpu:v(i'w Tll n:vr\Jpo. tl) aywv· 1<nr ~l01l t-.:O:ton:n·{)(i'flÇ tt>V
ÔftW l(ft.t rn!ç ÚyÍ01ç ri-:rívo1ç tEÀ.rcrü1ícrn pucnqríotç Knt n';°w l·v uúpu.votç
àrroÀo:ÚCTflÇ rf.n:oKFKpupµÉV(!)V. TÔ)V fpüt tFTllPl)~ll'\1(1)\'. ·:<fl o\'m· ODÇ lll(()l1CTfV
OUtf E:rrl. i-:apOÍav à\'Él311)' nvóç.
(I 19]
1 .t08 1
- CAPITULO XII -
o Logos de Deus será o teu piloto, e o Espírito Santo te fará ancorar nos portos
l
.
r
1
\
\
celestes; então, tu contemplarás o meu Deus e serás iniciado nesses santos misté-
rios; tu, por fim, usufruirás, nos céus, dos bens secretos, dos bens que, por mim,
são guardados, "os quais nenhum ouvido humano escutou falar, e que não vieram
do coração de nenhum mortal" .226
[120!
[12 l]
1 21 o 1
- CAPITULO XII -
[120]
[121)
[ 122J
•J•1:;: f 1U 1
- CAPITULO XII -
amemos o Cristo, o Bom Auriga dos homens; ele conduziu o potro junto ao ca-
valo velho e, depois de juntar a parelha humana, ele conduz o carro em direção
à imortalidade, apressando-se em chegar a Deus, para realizar, com clareza, o
que enigmaticamente ele anunciou: primeiramente entrou em Jerusalém, agora,
elevando-se aos céus, oferece ao Pai o grandioso espetáculo do filho eterna-
mente vencedor.
2. Sejamos, pois, ambiciosos das coisas belas e sejamos homens que amam
a Deus, e adquiramos os maiores dos bens: Deus e a vida. O Logos é salutífero;
tenhamos confiança nele e nunca desejemos a prata e o ouro, nem a glória, mas
sim o Logos da verdade.
3. Com efeito, não agrada a Deus, quando menosprezamos as coisas que são
dignas de valor e preferimos a arrogância da insensatez, da ignorância, da frivoli-
dade e da idolatria, assim corno o excesso de impiedade.
[122)
1. OllK àrtm.:plin:trmt yo\Jv (> n:pO(PJÍTllÇ T~V XlÍptV ÀÉ.y<•>\'. "'rycÚ rllWV cÍn
l}fol fCHE Krtl \JlOt 1..i\lflCHOlJ ITcJ\'ff.;." 'Hpfiç y<Í.p. hpàç ft<mrrwí11rw 1'0'.l hpó'>v
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à.µcpt~Ú.ÀÀl'lV cXÇtfu. JtÓtcpOV a~lflVOV fl.'lHOl\'' oufü: ~l~V CTUyKplVECT\}m l}ɵtÇ
Çroi)v ànwÀEÍÇ<.
1. O profeta, aliás, não dissimula essa graça, dizendo: "Eu disse que vós
sois deuses e todos são filhos do Altíssimo" .233 Ele nos adotou e quer ser, apenas
por nós, chamado de Pai, e não por aqueles que não creem. E eis o que ele tem
para nós, seguidores de Cristo: semelhantes aos nossos desejos são as nossas
palavras; as nossas palavras aos nossos atos; os nossos atos à nossa vida; é com-
pletamente boa a vida dos homens que reconheceram o Cristo.
2. Creio ter falado o suficiente; e se me alonguei, foi por amor à humanidade,
estendendo aquilo que muito obtive de Deus, corno se eu vos exortasse ao maior
dos bens, a salvação; pois, quando se trata da vida que jamais e em absoluto terá
fim, as palavras, em certas circunstâncias, não cessarão de fazer-se de hierofantes.
Para vós ainda vos resta uma última chance de escolher: o julgamento ou a graça;
quanto a mim próprio, eu creio que não há como hesitar sobre qual dos dois é o
preferível, nem como comparar, equitativamente, a vida com a perdição.
1
Lugar onde se faziam as iniciações nos mistérios. Na Ática, o telestérío mais famoso se encontrava 00
templo de Deméter, no subúrbio de Elêusis. (N. T.)
1
As mênades (µmváõi:ç) - as loucas - eram as bacantes, mulheres que faziam parte dos tíasos dionisíacos.
(N.T.)
.i Isaías 2,3.
' Odisseia, IV, 221.
5 Mateus 3,9 (ou Lucas 3,8).
6
Expressão oriunda do apóstolo Paulo.
7 Tito 33,5.
8
Citação de autor desconhecido.
'João 1,1.
10
Tito 2,11-13.
11
Efésios 2,2.
11 Filipenses 2,6-7.
13
Isaías 40,3 (tb. Mateus 3,3; Marcos 1,3; Lucas 3,4; e João, 1,23).
14
Isaías 54, 1.
tS Clemente faz, aqui, alusão aos iniciados nos mistérios báquicos, através da indumentária. (N. T.)
16
João 10,9.
17
Mateus 11,27.
18
Homofagia, no ritual dionisíaco, é a ação de comer as carnes cruas das vitimas sacrificais. (N. T.)
19
'Oçyia: ritos secretos, mistérios, cerimônia religiosa, sacrifícios. (N. T.)
10
Orfeu.
21
Mfyapa: buracos feitos na terra para lançar os leitões durante as Tesmofórias. (N. T.)
u 0eaµo!pópta (Thesmophória) deriva de thesmóphoros (legislador/legisladora). Este vocábulo é cornpoaro
por duas palavras: thesmós (lei, regulamento, costume) e phorós (o que leva adiante, o que condm).
Era uma festa em honra de Deméter (A Legisladora) e de Dioniso (O Legislador), por anronomásia;
skirophória traz o radical de Skíra (festa das sobrinhas, guarda-sóis), era uma celebração em louvor de
Palas Arena; arretophoría, por sua vei., contém o radical de árrttvs (não dito, não pronunciado, secrcro)
mais o radical de phorós e o sufixo -ia, formador de substantivo feminino. Este processo de formação de
't.
palavra é comum aos três substantivos citados. (N. T.)
1J Hino Órfico, fr. 34.
2
• 'h:poq>â.vn1ç: aquele que lida com a~ coisas sagradas; o que revela o secreto; pontífice máximo: de hiercís
(sagr,1do, Ji\·ino, augusto, consagrado ;Jos deuses); faí110 (mostrar, tornar visível, anunciar, acusar,
manifestar). (N. T.)
2' K1111:cwv: behida feita de uma mistura de farinha, água e uma espécie de menta, segundo um hino homi'rico
à Dcméter.
l• Mucnayuiyóç: sacerdote encarregado da iniciaç:io nos mistérios. (N. T.)
l" Hi,,o (>rfico, fr. 52.
H Báucmpoç ou Buucrapr.úç, um dos epítetos de Dioniso, por causa da longa túnica lídia (Racmcípa) usada
pelas Mên,1Jes ou R.1eantes.
l• "Jm.-xoç: nome místico de Dioniso, qu.rndo invocado nos mistérios órficos.
''' Eurípedes, fr. 935 (citado também nos Strúm.ita V, 14.114, 1).
11
Idem, Troian.1s, 884 ss .
.11 Empédocles, fr. 145.
33
Oráculos Sibi/i,,os, fr. 1, 23-25 e 27.
14
Ilíada, V, 31 e 455.
15
· llíada, V, 385-387.
"'Calímaco, fr. 187-188.
-•~Ibidem.
'
11
llíada, xvm, 411.
"Píndaro, Pítica, Ili, 97 e 100-105.
40
Eurípedes, Alceste, 3 ss.
" Ilíada, Ili, 243 ss.
41
Kypria, fr. 5.
43
Ilíada, 1, 528-530.
•• Odisseia, Vlll, 324.
•~ Paníasis, Heracleia, fr. 16.
46
Calímaco, Hino a Zeus, 8 ss.
47
Odisseia, XIX, 163 e IV, 63.
48
Hesíodo, Trabalhos e os Dias. 252 ss.
49
Autor de~onhecído.
so Ilíada, IV, 49.
1
~ Ilíada, III, 33-35.
52
Autor de~onhecido.
n Odisseia, XX, 351 ss.
54
Bpttoo;: estátua primitiva feita em madeira. (N. T.)
jj Oráculos Sibilinos, 4, 4-7.
36
Ibidem, 5, 294 e 296-297.
57
Ibidem, 5, 484-485 e 487-488.
l 118 1
1
" Heráclito, fr. 5.
5• Ilíada, XXIV, 54.
60 Hípon, fr. 2.
61
Ibidem, XVI, 433-4 34.
•
2
Ibidem, I, 221-2 22.
6
.1 Odisseia, VIII, 266-2 70.
64 Pedro 2,9 ss.
65
João 8,23 e 3,31.
66
Romanos 6,4.
67
Oráculos Sibilinos, 4, 24 e 27-30.
68
Êxodo 20,4; Deute ronôm io 5,8.
69 Salmo 95,5.
70
Ibidem, 32,6.
71
Ibidem, 8,4.
72
Eurípides, fr. 1129.
73
Menandro, fr. 609.
74
Platão, República, VII, 533 d.
75
Demócrito, fr. 30.
76
Carta II, 312 e.
77
Deuteronômio 25, 13-15 .
78
Platão, Leis, IV, 715 e-716 a.
79
Oráculos Sibilinos, 3, 586-5 88; 590-594.
80
Antístenes, fr. 24.
81
Memoráveis, IV, 3, 13 ss.
82
Oráculos Sibilinos, fr. 1, 10-13.
83
Cleante, fr. 75 (ed. Pearson)
84
Idem, fr. 101.
85
Pitágoras, Sent., 35 (ed. Mullach, Fr. Phil.Graec, 1).
86
Arato, Phaen., 13-15 .
87
Hesíodo, fr. 195 (ed. Rzach).
88
Eurípides, fr. 941.
89
Pseudo-Sófocles, fr. 1025.
90
Orfeu, fr. 246.
Oráculos Sibilinos, 3, 624 ss.
91
92
Menandro, fr. 102.
Antístenes, fr. 70 (ed. Mullach).
93
HO Ibidem, 4,8.
em que Midas nele se
141 Rio da Lídia que, segundo o mito, arrastava pepitas de ouro, desde o momento
banhou, e cujas águas curavam todos os males. (N. T.)
()S GRIGOS
lllCOllTAÇ ÃO A
l:uil
-NOTAS-
P• João 3, 19.
no Odisseia, XIII, 203 ss.
•R• Eurípides, Ifigênia na Táurida. 569.
m Hesíodo, Trabalhos e os Dias, 252 ss; cf. Protréptico, 41.
m Salmo 23,1 (1Coríntios10,25).
•M Cf. Gênesis 19,26.
ns Platão, Minos, 319 a.
186
Piarão, Timeu, 28 c.
117
Cf. Ilíada, VIII, 534.
m Menandro, fr. 786 .
.,. Cf. Mateus 6,20 ss.
100
Salmo 57,5 ss.
m Cf. Inácio de Antioquia, Aos Efésios, 20, 2.
192
Salmo 71,9.
191
Salmo 61,9.
194
Salmo 68,33.
1's Salmo 69,5.
'" Deuteronômio 6,5 e Mateus 22,37, etc.
197 Levítico 19,18 e Mateus 19,19, etc.
199 Lucas 6,29.
'"' Cf. Mateus 5,28.
200 Cf. Odisseia, IX, 27.
201 Cf. Deuteronômio 30,14.
202 joão 1, 1.
zoJ Cf. Coríntios 1,13; Gálatas 3,28 e 6,15; Efésios 4,24; Colossenses 3,9-11.
1:u~1
-NOTAS-
20 1 Trata-se de um tríplice recebimento, por parte da alma: Cristo, a faculdade de ver os inteligíveis com
clareza e a própria luz, realidades que, em Clemente, estão conectadas. (N. E.)
211• Ilíada, V, 128.
zu7 Salmo 18, 11.
2°• Piarão, Time11, 45 b.
20 9 Her<íclíto, fr. 99 (Diels).
wi Salmo 21,23.
211 Cf. Romanos 8,17 e Hebreus 2, 11.
rn Cf. Ésquilo, Agamêmnon, 22, 508.
1 :U.\ 1
ÜADOS [NTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICA(,:ÃO (CIP)
(C;\MARA BRASILEIRA DO LIVRO, SP, BRASIL)
13-01602 CDD-239