Você está na página 1de 3

Beatriz Rodrigues dos Santos, 71768

Steve Smallman, A Ovelhinha que Veio para o Jantar

a. Identifique as categorias essenciais da narrativa na história A


Ovelhinha que Veio para o Jantar.

As categorias essenciais desta narrativa ficcional (conto) são divididas em:


espaço; tempo; ação; personagens; narrador e modos de apresentação.

O espaço é o lugar em que a narrativa acontece. É importante não só para


situar o leitor quanto ao local, mas, também, para a elaboração dos personagens.
Existem três tipos de espaços. O espaço físico em que a história se passa
principalmente na casa quente e segura do lobo, mas tem um curto momento que
decorre numa floresta gelada e cheia de neve. O espaço psicológico em que a
ovelhinha é uma personagem carinhosa, frágil, indefesa, com frio e que precisava de
um sítio para se abrigar; e o lobo que já era velhinho e queria um ensopado de
borrego. O espaço social, em que a ovelhinha era a presa e o lobo o predador.

O tempo desta narrativa acontece no passado. Podemos comprová-lo quando o


narrador diz «o lobo lembrou-se de pôr a ovelhinha»; «o lobo ofereceu à ovelhinha»;
«a ovelhinha devorou a cenoura»; entre outros. O tempo da narrativa diz respeito,
também, ao desencadear das ações, neste caso, acontece durante a noite, à hora de
jantar. Nesta narrativa, temos o tempo cronológico, ou seja, é a sucessão de
acontecimentos. O tempo psicológico, referente a como os personagens sentem o
tempo. Por fim, o tempo de discurso, em que, o narrador conta a ordem dos
acontecimentos, podendo começar pelo início, meio e fim. Neste conto é fácil
identificar momentos de tempo psicológico quando o narrador diz «os soluços da
ovelhinha não tardaram a passar e ela adormeceu num instante (…)» o tempo que se
passou para o lobo e para a ovelhinha obviamente não foi o mesmo tempo para os
leitores. Outro exemplo, quando o narrador diz «Passado muito, muito tempo, o velho
lobo…», apesar de ter sido muito tempo para o lobo, para os leitores não ocorreu esse
tempo todo.
Beatriz Rodrigues dos Santos, 71768

A ação envolve tudo que as personagens fazem na narrativa. Inclui não só os


movimentos, mas também aquilo que falam e pensam no decorrer da história. No
início do conto o lobo estava farto de comer a sopa de legumes e queria comer uma
ovelhinha, que estava com frio. No final, o lobo preocupa-se com a ovelhinha,
promete-lhe que não a come e a ovelhinha mostra confiar nele. Nesta narrativa, a ação
principal é quando o lobo decide não comer a ovelhinha, mas sim cuidar dela, as ações
secundárias, são quando a ovelhinha chega a casa do lobo; quando o lobo decide fazer
um ensopado de borrego; quando decide expulsar a ovelhinha de casa e quando lhe
deu uma sopa de legumes. Podemos concluir que, no final, foi uma ação fechada. O
lobo e a ovelhinha manifestaram confiança mútua e conseguiram viver em sintonia.

Personagens

A personagem principal é o lobo porque o conto centra-se principalmente na


sua fome e desejo. Supera os seus instintos de comer a ovelhinha a partir do momento
que ela lhe deu um beijo. No final acaba por demonstrar preocupação quando ela vai
para a floresta e alivio quando vê que ela está bem. A personagem secundária é a
ovelhinha. Esta personagem é importante no desencadear do conto e na mudança do
lobo. O corvo acaba por ser figurante, pois só aparece na imaginação do lobo.

O lobo é uma personagem-tipo, ou seja, individual, pois ao início apresenta ser


um predador e é, também, uma personagem modelada, pois acaba por não comer a
ovelhinha tornando-se seu amigo. A ovelhinha é uma personagem individual e uma
personagem plana, ou seja, apesar de ter medo do lobo demonstra confiança desde o
início ao fim do conto.

Narrador

Nesta narrativa, o narrador desempenha um papel não participante,


apresentando uma narração objetiva, isto é, nunca dá a sua opinião. É omnisciente.
Beatriz Rodrigues dos Santos, 71768

Modos de Apresentação

Nesta narrativa, podemos observar narração e diálogo. A narração acontece no


passado: “era”; “foi”; “pensou”; “estava”, são alguns dos exemplos. Existe um discurso
direto entre o lobo e a ovelhinha, mas quando o lobo expulsa a ovelhinha, ocorre um
monólogo. Em todos os modos de apresentação, a descrição é muito importante, não
só para pormenorizar o conto, mas também, para o leitor ter uma visão mais clara, de
forma a se entender mais facilmente os acontecimentos, por exemplo, «Lá fora a noite
era escura e fria».

b. Tendo em conta a fábula de Esopo, que transformações reconhece


nas personagens do conto de Steve Smallmann? Que interpretação lhes
atribui?

Nesta fábula, conseguimos observar que o lobo para tentar comer o


cordeiro, acusou-o de imensas coisas, mas o cordeiro arranjou sempre forma de
se justificar. O que esta fábula quer transmitir é que alguém vai sempre tentar
arranjar uma razão para praticar algo errado.

No conto do lobo e da ovelhinha, ele apenas queria comê-la por ter


fome, mas acaba por ficar amigo da ovelhinha e cuidar dela.

Nestas duas narrativas, observamos dois lobos com personalidades


diferentes. Enquanto um tentava arranjar “desculpas” para comer o cordeiro, o
outro queria comer a ovelhinha por ter fome.

Você também pode gostar