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PANDEMIA DE CORONAVÍRUS
PABLO GUIMÓN
Wuhan, na China, em 15 de janeiro. Ao ver uma alerta de segurança sobre o novo coronavírus,
decidiu ir ao médico.
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Diante do histórico da viagem, o Departamento Estadual de Saúde foi avisado e repassou o alerta Últimas notícias
aos Centros do Prevenção e Controle de Doenças (CDC), que recomendaram a coleta de sobre o
coronavírus e a
amostras para exames. As amostras foram colhidas, o paciente foi mandado para casa, com a crise política no
orientação de ficar em isolamento, e no dia seguinte o CDC confirmou o resultado positivo para a Brasil
covid-19. Ordenou-se a internação hospitalar do paciente.
Hidroxicloroquin
“Quando chegou ao hospital, tinha sintomas de covid-19: febre, tosse, cansaço, diarreia”, recorda tratamento
experimental e
o médico George Díaz, diretor do departamento de doenças infecciosas do Centro Médico
arma na “guerra
Regional Providence, em Everett (Estado de Washington). Mas no sexto dia de internação, o 10º cultural” de
da doença, desenvolveu uma pneumonia grave e precisou receber um suplemento de oxigênio. Bolsonaro e
Trump
Em seguida, decidiu-se autorizar o tratamento compassivo com um medicamento experimental.
O remdesivir já foi utilizado, há quase quatro meses, para tratar aquele primeiro paciente confirmado com covid-19
nos Estados Unidos. Díaz afirma que partiu do CDC a sugestão de administrar o fármaco experimental como
tratamento em caráter compassivo. O caso foi publicado na revista New England Journal of Medicine. Desde então,
Díaz trabalha para a Gilead em um ensaio clínico com pacientes com pneumonia provocada pelo coronavírus.
“Nesse ponto, os especialistas do CDC sugeriram, e consideramos o uso de remdesivir. Não havia sido usado com
pacientes de covid-19, mas sim testado em voluntários saudáveis durante o surto de ebola. O fármaco parecia
seguro, mas infelizmente não se revelou muito eficaz contra a doença causada pelo vírus do ebola. Ao menos
podíamos oferecer certa segurança ao paciente. Adicionalmente, havia estudos recentemente publicados sobre o
uso do redemsivir em modelos animais e pareciam reduzir o efeito do vírus. Por essas razões, os pacientes
aceitaram receber o remdesivir. A Gilead e a FDA foram capazes de nos proporcionar isso para uso compassivo.
Pela proximidade da Gilead com Seattle, foi possível começar a administrá-lo antes de 24 horas.”
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No dia seguinte, o estado clínico do paciente havia melhorado. “Encontrava-se muito melhor, sua febre baixou de
39 graus para 37, e foi possível tirar o oxigênio. Seis dias após a primeira dose, teve alta”, contou o médico.
A experiência de Díaz coincide em linhas gerais com os resultados do teste clínico da agência norte-americana de
doenças infecciosas, ligada ao NIH, cujos resultados preliminares foram divulgados na semana passada. “O tempo
de recuperação com pacientes de covid se reduz em quatro dias aproximadamente”, afirma. “Em nosso estudo
estamos vendo também que os pacientes que recebem este medicamento têm uma mortalidade mais reduzida que
pacientes que não o recebem, estamos na fase primária de pesquisa e esperamos mandá-lo em breve para a
publicação”. Estes testes não têm um grupo de controle, a única forma de confirmar que os benefícios observados
se devem ao fármaco.
Tratamento precoce
A chave, observa, é administrar o medicamento “nos primeiros 10 dias de sintomatologia”. “O que aprendemos é
que o tratamento precoce, quando o paciente desenvolve pneumonia, é o tempo ideal”, explica. E afirma haver
“poucos efeitos secundários substanciais”. “O principal é a náusea em menos de 10% dos pacientes”, acrescenta.
A dificuldade em elaborar uma vacina contra o coronavírus fez as atenções se voltarem para possíveis tratamentos
da doença que ele provoca. O remdesivir é um dos mais promissores, ao lado dos antimaláricos cloroquina e
hidroxicloroquina. Mas sua aprovação emergencial nos Estados Unidos foi cercada de certa controvérsia. Os
padrões científicos exigem que os resultados dos ensaios clínicos sejam realizados com grupos de controle e
revistos por especialistas independentes. Os dados positivos do remdesivir procedem dos ensaios clínicos da
Gilead e do NIH, estudos ainda incompletos cujos resultados preliminares só foram publicados por causa da
urgência em encontrar um tratamento.
Esta situação de incerteza no aspecto médico veio acompanhada com fortes altas da Gilead na Bolsa a cada
anúncio positivo sobre seu fármaco, embora alguns deles não fossem demonstrados nem comprovados por
especialistas independentes.
Mas há um estudo revisto por especialistas independentes, feito na China e publicado a semana passada pela
revista The Lancet, que conclui que o remdesivir não oferece nenhuma vantagem aos doentes hospitalizados com
covid. Foram detectados efeitos positivos, mas o valor estatístico não era relevante, pois o ensaio não foi capaz de
recrutar um número representativo de contagiados. “Expressaram preocupação sobre a validade de seus
resultados por dois fatores: o recrutamento deficiente e que os pacientes admitidos estavam mais doentes e
tinham esperado mais do que o desejado antes que o estudo começasse”, explica Díaz.
“Por sorte, temos um medicamento que funciona em determinados pacientes”, acrescenta o médico. Mas alerta
que deve ser usado apropriadamente . E a perspectiva de uma melhora no tratamento, adverte Díaz, não deve
“servir como desculpa” para relaxar a vigilância. “Gente de todo o mundo tem que seguir asASSINE
diretrizes deFAÇA
controle
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da infecção que aconselham a distância social, porque esse é o tratamento mais eficaz que temos contra a covid-19
neste momento”, conclui.
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