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Os quatro elementos:
Incluo nos quatro elementos os Arcanjos ou Devas, de cada direção. Em um
primeiro momento, talvez isto possa soar de forma estranha ao contexto do
livro. Porém, um “olhar” mais aguçado e menos crítico do praticante da Arte,
portanto um pagão, a princípio um ser destituído de preconceitos que é uma
das Leis da Grande Mãe, ou seja, a não distinção de cor, raça ou credo não
terá a menor dificuldade em discernir o motivo da colocação dos Arcanjos
neste livro. E saberá de antemão, que os mesmos pertencem ao poder e a
força da magia e que nela estão inclusos por serem Seres de Luz anteriores ao
Advento do Cristianismo. São seres que nasceram antes da formação do
planeta, e seguem veredas paralelas de evolução. Enquanto nós evoluímos
para a Luz, Eles evoluem na Luz.
Ar.
Direção: Leste
Rege: A mente, todos os trabalhos psíquicos, intuitivos e mentais.
Conhecimento, aprendizagem abstrata, teoria, montanhas expostas ao vento,
planícies, praias ventosas, picos de montanhas altas, torres altas, vento e
respiração.
Hora: Amanhecer.
Estação: Primavera.
Tempo: Ousar.
Animal: Águia.
Cores: Branco, amarelo vivo, carmim, branco azulado, pasteis.
Signos do Zodíaco: Gêmeos/ Libra/ Aquário. Ferramentas: Athame (punhal),
Espada, Incensário, Turíbulo, Varinha.
Athame : É uma faca ritualística. De preferência com cabo preto e lâmina de
fio duplo. Em seu cabo pode ser gravado os símbolos mágicos. A Athame é
utilizada para traçar círculos, exorcizar o mal e as forças negativas. Controlar
e banir os espíritos elementais, e guardar e direcionar a energia durante os
rituais. (a Athame substitui a espada).
A Faca da Arte deve ter se possível o cabo branco. É utilizada somente para
trabalhos dentro da magia, tais como: colher ervas, cortar varetas, frutas,
sagrar o pão ou bolos ritualísticos. Gravar runas e outros símbolos mágicos
em velas e talismãs.
Espada: É um objeto de defesa durante as cerimônias evocativas. Não deve
ser usada para atacar. A Espada é um reservatório de força e energia que pode
ser sacada à vontade, mas é necessário que você aprenda a especificar o seu
objetivo. O poder não tem critérios, segue sempre aqueles apontados pela
pessoa que o orienta.
Turíbulo: É um incensório. Normalmente feito de alumínio, onde você
queima ervas e resinas sobre as brasas incandescentes. É uma peça presa por
três correntes, com furos nas laterais e na tampa.
Varinha: É um bastão fino de madeira, feito de um galho de árvore. Símbolo
da força, da vontade e do poder mágico. Deve ter aproximadamente 50 cm de
comprimento. Ela representa o elemento Ar e é utilizada para invocar as
salamandras em determinados tipos de rituais, traçar círculos, desenhar
símbolos mágicos, direcionar a energia e mexer bebidas no caldeirão.
Espíritos ou Elementais do Ar: Silfos, Zéfiros Fadas do Ar e Elfos. Os Silfos
são governados pelo seu Rei Paralda. Vivem na mais alta montanha da Terra.
Fluxo de energia: Energia total, mas em reuso; proteção, fortalecimento e
prevenção.
Energias da terra em transformação, tomadas de decisão, assumir a
responsabilidade pelos eventos atuais. Trabalhar as inconsistências pessoais.
Cores: laranja e verde dourado.
Fadas e Elfos: habitam o mundo das árvores, flores, ventos, brisas e
montanhas.
Cores: verde, marrom e rosa.
Fluxo de energia: Energia criativa potencial.
Propagação, intuição. Contato com fadas e outros seres sobrenaturais.
Fortalecimento da ligação com os seres e os protetores sobrenaturais que nos
rodeiam. Energia que flui dos Deuses dos Bosques e das árvores.
Fadas domésticas: das plantas caseiras. Principalmente das “azedinhas”.
Cores: azul claro, violeta.
Fluxo de energia: Energia que trabalha em direção à superfície, purificação,
crescimento, cura. Amar a si mesmo. Aceitar a responsabilidade por erros
passados. Perdoar a si mesmo e planejar o futuro.
Arcanjo do Ar: Rafael: arcanjo do Resplendor que Cura.
É líder dos poderes. Sua missão é a de curar a terra e, através dele a terra
proporciona um abrigo para os humanos, a quem também cura. Dirige raios
espirituais para hospitais, instituições e lares onde esses raios curativos se
fazem necessários. Rafael está ligado ao intelecto, curiosidade e instrução nas
ciências.
É o guardião e tesoureiro dos talentos criativos. Seu símbolo é uma Espada
ou Seta bem afiada. Traz consigo um frasco de ouro contendo bálsamo.
Sua hora é o amanhecer.
Cores: verdes suaves e todas as tonalidades do azul.
Símbolo do quadrante Leste: Círculo com um ponto no centro.
O vento do leste se chama Euros.
O sentido é o olfato.
A joia o Topázio.
Incensos: Olíbano, gálbano, lírio, lavanda, verbena e
casca de laranja.
Plantas: Mirra, amor-perfeito, olíbano, prímula, verbena, violeta, milefólio,
carvalho, rainha dos prados, gerânios.
Animais: Pássaros, especialmente a águia e o falcão. Árvore: Álamo tremedor
(choupo branco).
As Deusas (entre muitas) são:
Aradia: Filha da Deusa Diana. Regente da Lua e da
Terra.
Ariannhord: Deusa galesa da Lua, do amor, da
sexualidade e da fertilidade. Padroeira dos nascimentos. Cardéia: Deusa
romana. Guardiã da vida doméstica,
protetora das portas e das crianças contra os espíritos
malignos.
Noitu: Deusa brasileira, protetora dos animais
selvagens.
Nut: Deusa egípcia do céu estrelado.
Usas: Deusa hindu da alvorada e do crepúsculo. (semelhante à Nut).
Os Deuses (entre muitos) são:
Shu: Egípcio - Deus do Ar.
Toth: Egípcio - Deus da sabedoria e da escrita. Mercúrio: Romano – Deus da
comunicação e das
viagens, mensageiro dos deuses, padroeiro dos comerciantes.
Enlil: Sumeriano - Deus do Ar, das tempestades e das montanhas.
Dagda: Irlandês - O Deus mais antigo dos Tuatha-didanann
Trabalho ritual com o Ar: Aurora, nascer do sol. Objetivos: conhecimento,
inspiração, audição, harmonia, liberdade, revelação da verdade, encontrar
coisas perdidas, movimento, capacidades psíquicas.
Fogo.
Direção: Sul.
Rege: A energia, o espírito, o calor, a chama, o sangue, a seiva, a vida, a
vontade, a cura, a destruição, a purificação, as fogueiras, as lareiras, as
chamas das velas, o sol, os desertos, os vulcões, as erupções, as explosões.
Hora: Meio-dia.
Estação: Verão.
Tempo: Estado cinético da matéria. Querer.
Animal: Leão.
As cores do elemento fogo são: Vermelho, dourado, laranja, branco (luz do
sol do meio-dia).
Signos do Zodíaco: Áries, Leão e Sagitário.
Ferramentas: Turíbulo, bastão, lança.
Turíbulo: É um vaso suspenso por pequenas correntes, usado em diversas
religiões para nele queimar-se o incenso; incensório.
Lança: É considerada uma expressão fálica, traduz também um simbolismo
solar, axial, ígneo e Yang. É como um eixo, pilar ou raio solar que representa
a ação da essência sobre a substância indiferenciada, a atividade celeste.
Bastão: O bastão é um galho reto de aproximadamente 60 a 90 cm. É um
emblema de poder e força. É chamado de bastão do poder. Pense no cetro de
um rei. A maioria dos santos, eremitas e profetas são representados com
algum tipo de bastão.
No ritual, a função do “bastão” é a de ampliar a vontade, dar mais força ao
desejo ou imaginação do mago. É como apontar um dedo. O dedo acusador, o
dedo que se move para trazer alguém até você, o dedo sacudido para castigar.
O raio laser é um exemplo perfeito de bastão ou baqueta mágica que tanto
pode destruir quanto curar.
Espíritos do fogo: Salamandras.
As salamandras são governadas pelo seu Rei Djin.
São os elementos ígneos do elemento fogo, constituídos pelas partículas mais
sutis da esfera ígnea. As salamandras são os espíritos mais altos na hierarquia
Elemental, descritos pela tradição como formas globulares que voam
rapidamente pelos céus, deixando uma esteira luminosa. São longas, finas e
enxutas.
Estes espíritos são atraídos por: velas, lâmpadas, incenso e o próprio fogo.
Símbolos deste elemento: relâmpagos, vulcões, arcoíris, sol e estrelas.
Trabalho ritual: verão, meio-dia.
Fluxo de energia: liberdade, mudança, percepção, visão, iluminação,
aprendizagem, amor, vontade, paixão, sensualidade, energia, autoridade,
cura, destruição, purificação.
Arcanjo do Fogo:
Michael: Príncipe da Luz. Seu nome é um grito de batalha. É o capitão do
exército celestial. Líder dos arcanjos. O “senhor” do caminho. O matador do
dragão das intenções malignas. Guardião dos lugares santos e governante do
céu. Arcanjo do meio-dia, vestido com armadura, com escudo e ornamento. É
o arcanjo que limpa as pessoas, grupos ou localidades da discórdia e do mal.
Representa o correto, a justiça, a honra e a verdade. É o mestre da energia e
do equilíbrio.
Seu elemento é o fogo.
A estação o verão.
A sua ferramenta é a lança.
As cores são: Verde bandeira, azuis vividos, dourado e vermelho rosado.
Seu dia é o domingo.
O planeta é o Sol.
O símbolo do quadrante Sul: Triângulo perfeito. O nome do vento Sul é
Notos.
O sentido do Fogo é a Visão.
A joia é a Opala.
Os incensos são: Olíbano, copal, aloés, benjoim,
louro e açafrão.
As plantas são: Alho, hibisco, mostardeira, urtiga, cebola, pimenta malagueta
e papoulas vermelhas.
A árvore é a Amendoeira.
Os animais são: Dragões, leões, cavalos e cobras.
As Deusas (entre muitas) são:
Brigth: Tríplice deusa celta, presidindo a cura, as artes e a magia. Padroeira
do fogo e do lar. Héstia: Deusa grega, padroeira da lareira e da
família. Guardiã do fogo sagrado.
Pele: Deusa havaiana do fogo vulcânico, da sexualidade e da magia.
Vesta: Deusa romana, protetora do lar e da lareira. Guardiã da chama
sagrada.
Os Deuses (entre muitos) são:
Agni: Deus do fogo – hindu. Filho de Diaus (deus dos céus) e de Prithvi
(deusa da terra).
Héfaistos: Grego. Deus ferreiro e artesão.
Hórus: Egípcio. O sol nascente.
Prometeus: Deus grego. O vidente.
Vulcano: Romano. Deus do fogo e do trabalho com metais.
Trabalho ritual com o Fogo: Verão, meio-dia. Objetivos: Liberdade,
mudança, visão, percepção, iluminação, aprendizagem, amor, vontade,
paixão, sexualidade, energia, autoridade, cura, destruição, purificação.
Terra.
Direção: Norte.
Rege: o corpo, o crescimento, a natureza, o sustento, o ganho material, o
dinheiro, a criatividade, o nascimento, a morte, o silêncio, os abismos, as
grutas, as cavernas, os bosques, o campo, as rochas, as pedras eretas, as
montanhas, o cristal, as joias, o metal, os ossos e as construções.
Hora: Meia-noite.
Estação: Inverno.
Tempo: Inércia. Calar.
Animal: Touro.
Signos do Zodíaco: Touro, Virgem e Capricórnio.
Ferramentas: Pentagrama/ Pentáculo / Pedra.
O Pentagrama: é uma estrela de cinco pontas. Ele representa os quatro
antigos e místicos elementos a saber: Fogo, Água, Ar e Terra, elevados pelo
Espírito. É o símbolo do homem encarnado na terra. É também o símbolo
pagão mais popular utilizado em magia cerimonial.
O Pentáculo: é um disco chato feito de madeira, cera, metal ou argila. Ostenta
a estrela mística de cinco pontas (pentagrama) e é usado em cerimônias
mágicas e encantamentos para representar a energia feminina e o elemento
terra. É usado para invocar os elementais da terra (gnomos) e para proteger
objetos consagrados tais como: amuletos, ervas, cristais e etc.
A Pedra: em meio à magia é conhecida como, a Pedra
Fundamental ou Pedra Angular. Ambas possuem o mesmo sentido, ou seja,
este é o elemento essencial que dá existência àquilo que se chama de
fundamento da construção e é apenas através desta base que se torna possível
a caminhada em direção à Pedra Filosofal, a capacidade de transformar
elementos densos em sutis, ou a lapidação da pedra bruta a fim de mostrar o
brilho do diamante que até então se mantinha oculto.
Ela a pedra, possuí várias formas e diversas interpretações dentro de uma
vasta simbologia. Pode ser quadrada, simbolizando o tabuleiro no qual nós
nos movimentamos, ou somos pelos Deuses movimentados. Pode ser redonda
representando o eterno girar da roda da vida. Oval em uma clara alusão de
que a vida vem do Ovo Cósmico, ou retangular a nos remeter para portas de
entrada e saída Entre os Mundos. Basta que pensemos em sepulturas... A
pedra representa o altar sobre o qual depositamos nossas oferendas. É
também o símbolo daquele que guarda os conhecimentos ocultos no ventre da
Terra. Por isso o conhecimento é um fardo pesado. E por tudo que foi
exposto, é temeroso e de certa forma até irresponsável, movimentar as forças
da magia sem o devido preparo. Sem uma base sólida que é a própria
essência da pedra.
Espíritos da terra: Gnomos e Dríades, governados por seu rei Gob.
Os gnomos são a consciência das pedras preciosas, dos minerais e da própria
terra.
São atraídos por: Sais e pós.
Dríades: São os espíritos da natureza ou ninfas das florestas e das árvores.
Algumas atuam apenas em bosques, vales e árvores. Outras podem ser
encontradas próximas à água. Outras pertencem às montanhas e grutas.
Normalmente seus poderes de proteção se estendem às áreas ao redor do seu
domínio principal.
As dríades concedem o dom da profecia e dos oráculos. Curam enfermos,
cuidam das flores e animais silvestres da área e protegem os campos e os
rebanhos.
Arcanjo da Terra: Uriel.
É o arcanjo que simboliza o fogo de Deus ou o rosto de Deus. Inspira e
fornece ideias a escritores e professores. É o arcanjo da interpretação e da
salvação.
Símbolo do arcanjo Uriel: Um pergaminho nas mãos. Uriel é o líder dos
Serafins que manifestam a Glória de Deus. É o alquimista que proporciona
ideias transformadoras para a realização de objetivos, especialmente as dos
desencorajados e fracos. Está associado com as Artes e com a Música em
particular.
Uriel, o arcanjo do planeta Terra, é uma figura morena, com uma capa verde
escura.
Ele alimenta a quem tem fome, conforta o animal ferido e compartilha as
lágrimas da terra.
A sua estação é o Inverno.
Seu dia é o sábado.
Sua hora é o entardecer.
Os tons são: verdes, marrons, e preto.
O símbolo do quadrante Norte: Quadrado perfeito. O sentido do elemento
Terra é o Tato.
A joia é o cristal de rocha e o sal.
O incenso é o de benjoim ou estiracáceas. As plantas são: Confrei, hera,
grãos, cevada, aveias,
milho, arroz, trigo, centeio.
A árvore é o Carvalho.
Os animais são: A vaca, o touro, o bisão, as cobras
da terra e o veado.
As Deusas (entre muitas) são:
Ceres: Deusa romana da fertilidade da terra, da agricultura e dos cereais.
Protetora das mulheres, da maternidade e da vegetação.
Demeter: Deusa grega da fertilidade da terra, da agricultura e dos cereais.
Cerridwen: Deusa celta dos grãos, da inspiração e da sabedoria. Detentora do
caldeirão da Transmutação.
Gaia: O ser primordial. A criadora da vida, o poder supremo, a própria Terra,
a mãe dos Titãs, das Moiras, das Eríneas e das Musas.
Os Deuses (entre muitos) são:
Adônis: Grego. Tornou-se o símbolo da vegetação que morre no inverno
(descendo ao submundo e juntandose a Perséfone) e regressa à Terra na
primavera (para juntar-se a Afrodite).
Arawn: Gales. Era o deus da vingança, do terror e da guerra. Era o senhor da
morte, governando o submundo, uma terra conhecida como Annwn, para
onde os homens iriam depois de mortos.
Rongo, Orongo: Polinésio. Filho de papa ou Mãe Terra. Era um deus da
fertilidade, da agricultura, da guerra e do inferno, além de patrono da música.
Era amplamente venerado na época das colheitas.
Dionísio: Era o Deus grego dos ciclos vitais, das festas, do vinho, da insônia,
mas, sobretudo, da intoxicação que funde o bebedor com a deidade. Filho de
Zeus e da princesa Semele, foi o único Deus olimpiano filho de uma mortal,
o que faz dele uma divindade grega atípica.
Cernunnos: O Deus Cornudo. O lado masculino e ativo da Natureza. Deus da
fertilidade.
Trabalho ritual com a Terra: Noite, meia-noite, inverno.
Objetivos: riqueza, tesouros, renúncia da vontade egoísta, toque, empatia,
incorporação, negócio, prosperidade, emprego, estabilidade, sucesso,
fertilidade, dinheiro.
Água
Direção: Oeste.
Rege: Emoções, sentimentos, amor, coragem, ousadia, tristeza, o oceano, as
marés, lagos, lagoas, córregos e rios, nascentes e poços, intuição, a mente
inconsciente, o útero, a geração e a fertilidade.
Hora: Crepúsculo.
Estação: Outono.
Tempo: Espaço. Saber.
Animal: Homem.
As cores do Oeste são: Azul, verde-azulado, verde, cinza, índigo, preto.
Signos do Zodíaco: Câncer, Escorpião e Peixes.
Espíritos ou Elementais da Água: Ondinas, Ninfas, Sereias, Fadas dos lagos,
das fontes, charcos e rios. São governadas pelo seu Rei: Niksa.
Estes espíritos são atraídos por: Água, loções e
soluções.
Cores: cinzento ou azul.
Direção: Oeste.
Utensílios mágicos: Caldeirão, taça, espelhos e o mar.
Símbolos: Oceanos, lagos, rios, poços, fontes, charcos, chuva, chuviscos e
nevoeiro.
Nome do vento Oeste: Zéfiros.
Ferramentas: Cálice (Graal). Concha do Mar.
O cálice pode ser feito praticamente de qualquer material. Prata, bronze,
ouro, barro, pedra-sabão, alabastro, cristal, madeira...
O cálice simboliza a Deusa e a fertilidade, e relaciona-se ao elemento água.
Normalmente contém água, mas pode conter a bebida ritual a ser sorvida
durante o rito.
Arcanjo da Água: Gabriel.
Significa a força de Deus – Arcanjo da Anunciação. Preside o Paraíso.
É aquele que se senta ao lado esquerdo de Deus. Geralmente traz como
símbolo, um lírio, ramo de oliveira ou tocha. É portador das boas noticias, e
produtor de mudanças, entre elas, a misericórdia e a verdade. O amor é o seu
grande fator de força. É o graal do amor e o arcanjo da transformação
vibracional.
Estação: Outono.
Dia: segunda-feira.
Cores: branco e, tons de verde e azul suaves.
Símbolo do Oeste: Meia Lua.
Sentido: Paladar.
Joia: Água marinha
Incenso: Mirra.
Plantas: Samambaias, lótus, juncos, algas marinhas,
nenúfares e todas as plantas aquáticas.
Árvore: Salgueiro.
Animais: Golfinhos e botos, peixes, focas, mamíferos
marinhos, cobras d’água e aves do mar.
Deusas: (entre muitas) são:
Arthemis: Grega. Deusa caçadora. Garbosa filha da noite. A governante da
floresta noturna. Deusa prateada que nos empresta seu arco e flecha.
Ísis: Egípcia. Deusa que desce do negro céu estrelado, com seus pés de prata,
filha de Nut, que governa os fluxos da vida. Sorri e nos abençoa com o som
de sua harpa. A visão de sua beleza nos ofusca.
Ariannhord: Galesa. Senhora da Lua, vestida de verde e prata. Reside em um
castelo de prata em uma praia iluminada pela Lua. Aro de prata no céu da
noite. Filha da beleza e da alegria.
Freya: Nórdica. Deusa do amor e da alegria. Condutora das almas.
Afrodite: Grega. Personificação da beleza física, do amor e da sexualidade.
Usa roupas diáfanas.
Tiamat: Caldeia. Deusa das águas primordiais.
Iemanjá: Brasileira. Deusa Sereia do Mar. Senhora da Vida.
Oxum: Ioruba. Deusa da água doce, do amor, da beleza e da sexualidade.
Os Deuses (entre muitos) são:
Dylan: Galês. Deus do Mar. Filho de Ariannhord e do irmão desta (Guydion).
Dylan é conhecido como o filho da Onda. Desposou a Senhora do Lago, de
quem teve uma filha Viviane, ou Nimue, esposa de Merlin.
Ea: Caldeu. Deus da água, da sabedoria e da magia.
Netuno: Romano. Deus do Mar.
Poseidon: Grego. O que faz a terra tremer. Cavalga o mar com uma biga
puxada por cavalos. Os golfinhos são a ele consagrados.
Trabalho ritual com a Água: Outono, pôr do sol. Objetivos: plantas, cura,
emoções, paladar, olfato, absorção, comunhão com o espiritual, purificação,
subconsciente, amor, emoções, prazer, amizades, casamento, fertilidade,
felicidade, sono, sonhos, o psíquico.
Quinto Elemento – Éter (espírito).
Direção: Centro e circunferência, através e em volta. Acima, abaixo e ao
redor. Mundo Entre os Mundos.
Rege: Transcendência, transformação, mudança, todos os lugares e nenhum
lugar. Dentro e fora, o vazio. Imanência.
Hora: Além do tempo. O tempo é somente um. Estação: A Roda que Gira.
Cores: Transparente, branco e preto.
Ferramenta: Caldeirão.
Para nós, o caldeirão representa a Deusa, essência da fertilidade e do eterno
feminino.
O caldeirão pode ser de barro, mas normalmente é de ferro fundido que
combina, simbolicamente, as influências dos quatro antigos e místicos
elementos e representa o ventre divino da Deusa Mãe. É utilizado para vários
propósitos. Nele, as coisas se transformam. O grão se torna alimento, a raiz
vira remédio. Fervemos poções, queimamos incenso e guardamos carvão,
flores, grãos, ervas ou outros elementos mágicos.
Sentido: Audição.
Incenso: Almícega.
Plantas: Visgo.
Árvore: Amendoeira.
Animal: Esfinge.
Deusas: Todas as Deusas do Céu, da Lua e das
Estrelas.
Deuses: Akasha – (registro Akashico).
A Tríade da Má Interpretação.
De tudo quanto é usado dentro da bruxaria, os três elementos, ou objetos mais
temidos pelos leigos e motivo de avassaladoras superstições são: Os Chifres,
a Vassoura e o Caldeirão.
Os chifres nada mais são do que o elemento representativo do Deus como o
Sagrado Masculino. O chifre é o símbolo daquilo que liga a nossa mente ao
mundo superior. Portanto símbolo de Reis, poder e autoridade daquilo que
advém da Luz transformando o conhecimento em sabedoria para o
crescimento da humanidade, dando a ela o pão da sustentação, seja do
alimento material ou do alimento espiritual.
Eles, os chifres ou os cornos do Deus da Natureza não tem nenhuma ligação
com as forças satânicas, criadas por alguns obtusos representantes da Igreja
Católica por uma questão de conveniência sem se ater a incoerência do que
faziam. O próprio Jesus Cristo é representado como o “Cordeiro” de Deus, e
o cordeiro, têm chifres!!!
A vassoura é um instrumento de purificação, portanto, associada ao elemento
Água. Ao varrer as impurezas ela harmoniza um ambiente. Limpa,
transforma, transmuta. Ela que é um instrumento tão benéfico e parte
integrante da vida de todos, transformou-se em algo temido, motivo de
grandes superstições...
A vassoura da bruxa! Bruxas voando em suas vassouras... De onde vem esse
medo tão insano a atormentar mentes humanas em pleno século XXI? Na era
da mais avançada tecnologia? Do preconceito, da falta de conhecimento que
gera a estagnação das mentes humanas.
A vassoura é composta de cerdas unidas a um cabo, geralmente de madeira.
O cabo é o símbolo fálico do Deus e as cerdas representam o útero da Deusa.
Nela, na vassoura, temos a união dos aspectos masculinos e femininos, e as
bruxas já sabiam desde a mais remota antiguidade, que se você se une ao
Deus e a Deusa, é possível voar para regiões inalcançáveis para a maioria dos
seres humanos. Entrar em contato com outras dimensões e descobrir que é no
êxtase da união entre Deus e Deusa que a vida é gerada.
Ora, as bruxas honravam o Deus e a Deusa, mas não podiam expor seus
cálices e bastões sob o risco de serem queimadas nas fogueiras da Santa
Inquisição, por isso ocultaram neste objeto tão simples o seu segredo e
prosseguiram bailando, voando com suas vassouras, nas noites de Luas
Cheias.
O caldeirão. Símbolo da vida.
Ah, este temido e incompreendido instrumento, no qual as bruxas cozinham
as criancinhas!!!
Santa ignorância! Não é do feitio das bruxas cozinhar crianças. Bruxas não
são canibais. Ademais quem queimava seres humanos em praça pública não
eram as bruxas e sim, os Inquisidores da Santa Madre Igreja.
Bruxas fervem, aquecem, cozinham em seus caldeirões – o ventre da Deusa –
alimentos e poções, ou seja, os aspectos mágicos das transformações. Para as
bruxas o caldeirão é o símbolo do conhecimento inesgotável, da regeneração,
da gestação e tudo o mais que for dito é pura especulação.
E, assim, unindo a Tríade composta pelo chifre, pelo caldeirão e pela
vassoura podemos chegar a uma maior compreensão do Sol, da Lua e da
Terra. Sendo que os chifres nos rementem ao poder doador de vida que vem
do Sol. O caldeirão nos remete ao brando conforto da Lua na qual os
mistérios da vida são elaborados e a vassoura o poder da Deusa e do Deus
manifestados na Terra.
Encontrando os objetos sagrados:
Antes de adquirir seus instrumentos de poder, seja confeccionando, ou
comprando, entre em contato com cada um deles através de breves
meditações.
Para cada objeto use um dia da semana. Assim, no girar de uma lunação,
você terá conquistado astralmente seus objetos mágicos e entrado em contato
com os elementos dos quais são feitos. Depois, é
só dar tempo ao tempo, e a peça destinada a sua pessoa virá ao seu encontro
quando menos esperar.
Você pode determinar um dia específico da semana para estas meditações, ou
trabalhar nos dias mais adequados a cada elemento. Bem como, ninguém será
contra, se você decidir por realizar todas as meditações na mesma semana.
Particularmente falando, considero que uma meditação por semana é a mais
adequada. Durante a meditação a pessoa entra em um estado alterado de
consciência e ao voltar para o plano material necessita de um tempo para
elaborar as informações que ainda irão submergir.
Taça (segunda-feira), Athame (terça-feira), Varinha (quarta-feira)
Pentagrama (quinta-feira), Caldeirão (sábado).
Vamos iniciar pelo Leste em busca da varinha de comando. Ela se encontra
nas Terras da Primavera situada no quadrante Leste do planeta.
A Varinha:
Reserve a noite de uma quarta-feira. Nada te impede de trabalhar durante o
dia, porém a noite nos traz o grande benefício do universo psíquico. Dos
sonhos, do repouso, do entregar-se sem temor nos braços do silêncio. O que é
mais propício ao contato com o Mundo Entre os Mundos que é para onde
iremos, em busca de cada instrumento mágico.
Para cada uma destas meditações é importante que você esteja em um local
tranquilo. Se puder ser no seu local sagrado, melhor. Mas, se quiser e puder
realizar as meditações junto à natureza, melhor ainda. Porém, a maioria das
pessoas, não têm acesso assim, tão facilmente, aos locais de poder da
natureza. Então vamos nos basear em uma meditação feita entre quatro
paredes.
Ao longo deste dia procure fazer refeições leves. Nada que pese em demasia.
Modere seus pensamentos e as suas atitudes. Desligue todos os aparelhos de
comunicação. Tome um bom banho, e vista uma roupa limpa e confortável e
dirija-se ao seu local de poder.
Ao lado de um copo com água, coloque um incenso, uma vela, e ainda, algo
para comer. Pode ser uma fruta. Caso sinta que te seja apropriado, coloque
uma música, de fundo, próprias para meditações. Instrumentais são as mais
adequadas.
Acenda a vela e o incenso. Fique na penumbra. Em pé, no centro do local
sagrado, feche os olhos e com o poder da sua mente, imagine um círculo de
proteção se formando ao seu redor. Este círculo tem uma energia azul
prateada.
Ele se apresenta como se fosse um fio ou um cordão. Essa energia pulsa
como se fossem chamas de uma fogueira. O círculo começa a se firmar no
Leste do seu espaço sagrado e vai se estendendo em direção ao Sul, passando
pelo Oeste, seguindo pelo Norte e se fecha no Leste de onde principiou.
Relaxe.
Veja, com os olhos da mente, um Guardião chegando em cada portal. No
Leste pode ser uma águia, no Sul um leão, no Oeste uma serpente do mar e
no Norte um touro. Mas, nada impede que você visualize os elementais ou
Senhores e Senhoras de cada direção.
Relaxe.
Volte-se fisicamente para cada uma das direções e faça uma pequena
invocação. Em tendo dificuldade em criar a tua própria invocação neste
primeiro momento, espelhe-se no exemplo abaixo.
Fique de frente para o Leste.
─ Salve Águia Dourada do amanhecer. Peço a vossa proteção e a sabedoria
para realizar, sem interferências, este meu ritual. Digo que é para o meu bem
e de todos os envolvidos e que venho em busca da evolução e da
compreensão dos mistérios da vida.
Fique de frente para o Sul.
─ Salve Leão Vermelho do calor do meio dia. Peço a vossa proteção e o
espírito da honra, para realizar, sem interferências, este meu ritual. Digo que
é para o meu bem e de todos os envolvidos e que venho em busca da
evolução e da compreensão dos mistérios da vida.
Fique de frente para o Oeste.
─ Salve Serpentes do Mar. Peço a vossa proteção aliada ao dom de
compartilhar, para realizar, sem interferências, este meu ritual. Digo que é
para o meu bem e de todos os envolvidos e que venho em busca da evolução
e da compreensão dos mistérios da vida.
Fique de frente para o Norte.
─ Salve Touro Negro da Luz da Meia Noite. Peço a vossa proteção e o
discernimento necessário, para realizar, sem interferências, este meu ritual.
Digo que é para o meu bem e de todos os envolvidos e que venho em busca
da evolução e da compreensão dos mistérios da vida.
Relaxe.
Eleve seus braços em forma de taça e diga:
─ O círculo está fechado.
Encontro-me entre os mundos, frente ao véu dos mistérios.
Estou além dos limites do tempo, onde Deus e Deusa são um só. Diante dos
quais me comprometo a ver a centelha divina em toda a sua criação. Posso
trabalhar em perfeito amor e em perfeita confiança.
Relaxe.
Desça suavemente seus braços.
Sente-se de frente para o quadrante Leste do seu local sagrado. Às suas costas
o Oeste. Procure uma posição confortável. O importante é que a sua coluna
esteja ereta. Caso você tenha dificuldade em se sentar no chão, por favor,
utilize uma cadeira.
O primeiro instrumento a ser buscado é aquele que está ligado ao elemento
Ar, ou seja, a nossa respiração. O doce alento das nossas vidas. Quem de nós
vive sem o ar?
Assim que se sentir confortável, feche os olhos, centre-se e faça a ancoragem
a seguir.
Inspire e expire com suavidade. Repita várias vezes. Enquanto inspira e
expira vá soltando todos os pontos de tensão em seu corpo.
Tendo encontrado a serenidade, veja ou imagine raízes saindo da sola dos
seus pés e da base da sua coluna e se infiltrando na terra.
Continue a inspirar e a expirar e veja, ou imagine que você está deixando o
seu corpo físico no local em que se encontra.
Agora, você está subindo em direção ao topo de uma escarpa. Na beira de um
abismo. Lá é dia. O sol está nascendo e você está entrando em contato com a
sua mente, abrindo-se para novas dimensões. Você sabe que pode aprender e
ensinar cada dia mais e mais... percebe que a mente é livre... o pensamento
pode ir aonde você quiser... em sua mente você pode criar ou destruir. Você é
o teu juiz e o teu algoz...
Conforme avança em direção ao penhasco o vento brinca com os seus
cabelos e você vê um saquinho de pano caído no chão. Apanhe-o e sem o
abrir, prossiga a sua jornada.
Neste momento, você se encontra no topo da escarpa. Sinta a liberdade... olhe
a amplidão do universo...o horizonte... a paisagem que se desenrola a sua
frente. Você se sente leve, livre, feliz, e dentro desta felicidade, você a
expressa rindo... cantando... dançando... rodopiando.
Quando achar que foi o bastante, pare. Firme-se no chão.
Abra as pernas e estique os braços no formato do pentagrama, como se
estivesse buscando os pontos cardeais... Uma forte lufada de vento vem em
sua direção e te envolve... o vento passa por e através de você... Apenas uma
brisa suave e perfumada permanece e você adquire a consciência de que
nossas palavras são as sementes que iremos colher amanhã, quando os frutos
do que semeamos germinarem...
Abra o saquinho que encontrou no caminho. Ele está repleto de sementes.
Respire e comece a espalhar ao vento as suas sementes... De uma destas
sementes, germinará a árvore da qual você colherá a sua varinha de comando.
Que as suas sementes sejam:
As palavras de amor do Oeste.
De firmeza e perseverança do Norte
De conforto e justiça do Sul
Da sabedoria e lucidez do Leste.
Assim que você atira a última semente ao vento e, se vira para retornar se
depara com um Guardião. Um Elfo. Pousada nas costas da sua mão esquerda
está uma águia dourada e em sua mão direita ele segura uma varinha de
comando que a sua mente registra imediatamente.
O olhar do Elfo é hipnotizador. Não há como fugir dele. A única saída é olhar
dentro dos olhos do Guardião.
E assim que você o faz ele diz:
─ Quando adquirires o poder da visão da águia, a sabedoria e o discernimento
necessários para a passagem do conhecimento, eu lhe entregarei a sua varinha
de comando. Antes é necessário que a semente da árvore que hoje plantastes
germine forte e sadia, para retirá-la de um dos seus galhos. Vá em paz. Que
você possa ser tão firme quanto a rocha, tão maleável quanto a água, tão
brilhante quanto o fogo e tão leve quanto o ar.
Neste instante ele some e ao olhar para o chão, você a vê. É uma replica da
varinha que o Elfo portava.
Abaixe-se e apanhe a varinha. Sinta-a em suas mãos... o poder que dela
emana e que principia a se mesclar a você... perceba o quanto a sua percepção
se expande... o quão longe você consegue ver, com os olhos da mente.
Neste processo, a varinha se dilui em suas mãos. Mas você sabe que ela está
impregnada na tela da sua mente. Que basta o seu pensamento para acioná-la.
Agora, de posse da varinha no campo mental e astral, principie o seu retorno.
Desça lentamente da escarpa. Volte para o seu local de poder.
Inspire e expire.
Ainda de olhos fechados, recolha as suas raízes. Não é nada difícil, elas
simplesmente vão voltar para dentro de você.
Mantenha os olhos fechados. Toque o seu corpo. O seu rosto. Se abrace.
Movimente seus pés. Tome consciência do local em que você está. Seu
templo. Seu local de poder. Sinta os cheiros. Ouça os sons ao redor. Conte
lentamente. Um, dois, três. E abra os olhos.
Na sequência coma um pedaço de pão, ou fruta e sorva alguns goles de água.
Agradeça à sua maneira cada um dos guardiões. Faça isto no sentido inverso,
ou seja: Leste, Norte, Oeste, Sul. Agora veja o círculo de proteção se
recolhendo na mesma direção e se abrindo ao retornar ao Leste.
Apague a vela se assim o desejar.
Aqui você pode dizer:
─ O círculo está aberto, mas não rompido. Possa a
paz da Deusa estar em todos os corações. Feliz foi este encontro. Feliz seja
esta partida e feliz seja o nosso reencontro novamente.
Retorne às suas atividades rotineiras.
No decorrer deste e dos próximos dias, fique atenta aos seus pensamentos.
Anote percepções e insights.
Preste atenção no ato de inspirar e expirar. Pare diante de uma porta ou janela
e sinta o vento de encontro ao seu corpo. Ao caminhar pelas ruas, talvez um
redemoinho lhe traga uma pena de algum pássaro. Guarde-a. É um presente
dos ares para você. Talvez você comece a ouvir mais pássaros chilreando do
que achava possível... Ou até se deparar com flautistas no meio da rua...
A Taça.
Reserve a noite de uma segunda-feira para ir em busca da sua Taça, que é
conhecida como o Graal.
A taça se encontra nas Terras do Outono situada no quadrante Oeste do
planeta.
Siga todas as instruções do rito do Leste, que é o básico para se trabalhar com
magia.
Assim que tiver completado o rito de abertura do seu trabalho, sente-se de
frente para o Oeste. Suas costas deverão estar protegidas pelo Leste.
Inspire e expire. Relaxe. Feche os olhos.
Jogue as suas raízes para a terra.
Continue neste processo de inspirar e expirar até que se sinta pronta para ver
o seu corpo ficando no espaço sagrado e o seu espírito deixando o lugar.
Você está diante de um longo e arenoso caminho de uma praia deserta. O Sol
principia a se pôr. É o entardecer de um lindo dia.
Comece a caminhar. Pise firme, porém coloque toda a leveza da sua alma
neste caminhar. Sinta a maciez da terra no contato com os seus pés... as
cavidades que vão se formando conforme você pisa esse solo macio, o útero
da Grande Mãe... Observe as conchas ao longo da praia... Ouça o canto das
gaivotas... Lá longe, no alto mar, baleias e golfinhos brincam.
Vá se aproximando da margem, mas não entre na água. Apenas deixe que as
ondas banhem seus pés descalços e continue a caminhar. Observe os
rochedos em forma de um grande útero. Enquanto caminha, você se aproxima
de uma bela mata.
Peça licença para adentrá-la, dizendo que você não veio para ferir e que,
portanto, não quer ser ferido.
Entre na mata... vá afastando os galhos, abrindo caminho. Ouça o som da
vida que fervilha no interior da mata. Olhe para as árvores. Preste atenção aos
ninhos presos em seus galhos... ninhos são taças que contém a vida...
Enquanto caminha, você ouve o som da água escorrendo em algum lugar da
mata. Caminhe em direção a esse som. Ele te leva de encontro a um riacho.
Siga pela margem do riacho e, enquanto você caminha, observe como é o
fluir dessa água... é um fluir constante. Observe como a água ultrapassa
qualquer obstáculo... ora contornando, ora passando por baixo ou por cima...
em outros momentos, insistindo até vencer o obstáculo.
E lá na frente você vê uma linda cascata... aproximese dela. Atravesse o véu
d’água. Atrás dele existe a porta de uma caverna, e uma nova paisagem se
descortina diante dos seus olhos. Em algum lugar, depois do portal de água,
encontra-se a sua taça. Vá buscá-la. Ela lhe pertence e apenas você poderá
encontrá-la.
Tão logo a encontre, agradeça, deixando algo em seu lugar. Este
agradecimento poderá ser um fio do seu cabelo, por exemplo.
Tem uma pedra diante de você. Sente-se ali e observe por alguns instantes a
sua taça.
Agora, comece a voltar... atravesse o véu... saia da água e venha para a
margem... siga rio acima. Aqui ele vai se afunilando, tornando-se apenas um
veio de água.
Embrenhe-se na mata... galhos e folhas secas vão se quebrando conforme
você pisa e vem saindo em direção ao terreno arenoso e deserto da praia
agora iluminada pela luz da Lua.
Quando você dá um passo em direção à praia, uma linda mulher surge diante
de você. É uma Guardiã das Vozes das Nascentes. Ela tem em mãos um belo
jarro de prata repleto da mais pura e cristalina água.
Pare diante dela e eleve a sua taça para que ela a encha com essa água
poderosamente energizada. Também conhecida como “água viva” por ser a
fonte da vida.
Traga a taça até os seus lábios e beba alguns goles, percebendo o quanto esta
água te purifica. Agora, jogue o restante da água em si mesma, a partir do
topo de sua cabeça, como uma cascata.
Olhe dentro dos olhos da guardiã. Neles está gravada uma mensagem. A
mensagem de que o segredo da água é a capacidade de mergulhar fundo nas
emoções sem se perder. Emergir. Atravessar todos os portais e retornar para o
ventre da mãe, a fim de ressurgir renascido e fortalecido dessas águas, rumo à
evolução.
Inspire e expire. Comece a voltar para o seu local sagrado.
Recolha as suas raízes. Lentamente vá abrindo os olhos. Toque o seu rosto...
seu corpo... tome consciência do local em que você se encontra.
Sem pressa, levante-se e agradeça as quatro direções. Abra o círculo mágico.
Coma e beba alguma coisa e retorne a seus afazeres habituais.
Ao longo dos dias que se seguirem, preste atenção as suas emoções. Pode ser
que os seus sonhos se tornem mais vívidos do que eram. Preste atenção
especial à sua intuição. Quando for tomar um copo de água, não o faça de
modo mecânico. Sorva o líquido como quem sorve um licor especial. Sinta a
água em sua boca, descendo por sua garganta. Que sabor tem a água agora?
Continua como era dantes ou algo mudou após a meditação?
Ao entrar debaixo do chuveiro, sinta como a água escoa purificando o seu
corpo, restaurando a sua energia. A água limpa, lava, leva, purifica,
transforma e transmuta. Preste atenção em tudo que tenha o formato de uma
taça, de uma bacia... Tudo que lembre o útero da Grande Mãe.
O Pentagrama.
Reserve a noite de uma quinta-feira para se encontrar com o seu pentagrama.
Este instrumento se encontra nas terras do Inverno. No quadrante Norte do
planeta.
Proceda conforme instruções anteriores e, com tudo providenciado, dê início
ao rito de abertura de seu trabalho.
Desta vez você se sentará de frente para o Norte. Suas costas estarão sendo
protegidas pelos poderes do Sul.
Feche os olhos. Inspire e expire até se sentir em um estado de relaxamento
total.
É noite. A Lua brilha no céu e a sua luz é mais do que suficiente para te
conduzir com segurança. Neste momento, você se vê no campo, diante de um
vasto pomar. Árvores frutíferas de todas as espécies estão carregadas.
Algumas de flores, outras do próprio fruto... pare diante da árvore que mais
lhe atrair. Observe como é o tronco dessa árvore... sua folhagem... suas
raízes... toque o fruto. Apenas toque e sinta-o... é firme, consistente, macio?
Qual é a sua cor? Qual o aroma que dele exala?
Continue a caminhar. Diante de você surge um vasto gramado verde.
Coloque seu pé na grama, dê um passo, depois outro passo. Foque a sua
atenção em seus pés. Qual é a sensação de andar na grama?
Olhe ao seu redor... você está se aproximando da mata. Aqui a temperatura
começa a mudar e o frescor da mata te acolhe. Entre na mata... vá afastando
os galhos dos arbustos mais baixos... abra caminho... observe os musgos nos
galhos das árvores... os cipós que pendem aqui e acolá.
Vá caminhando... ouça o som de galhos secos que se quebram conforme você
caminha... ouça o canto dos pássaros. Um ou outro animal cruza o seu
caminho. Não tenha medo. Apenas olhe para o animal e siga o seu caminho.
Você não está ali para feri-lo, portanto não será ferido.
Ao longo do caminho você se desvia de um pântano... continue... aqui você
esta passando diante de uma cabana de pau a pique, coberta de sapé e começa
a sair da mata fechada.
Agora você avista uma enorme formação rochosa. Vá até lá e comece a
contornar, passe em frente da entrada de uma caverna e continue a contornar.
Em algum lugar desta rocha estará o seu pentagrama. Procure-o. Pode ser que
ele esteja no topo, ou preso em alguma fenda, ou no solo.
Quando encontrar o seu pentagrama, agradeça a Mãe Terra. Apanhe-o e, no
local em que ele estava, deixe um presente. Pode ser uma moeda, um fio do
seu cabelo, um pedaço da sua unha, enfim, qualquer coisa.
Observe o seu pentagrama. De que ele é feito? De ferro? De madeira? De
argila? Qual sensação este objeto te passa?
De posse do seu objeto mágico, comece a voltar. Refaça o caminho. Entre na
mata... passe pela cabana... contorne o pântano... venha saindo da mata em
direção ao campo verdejante.
Na borda do pomar, você se depara com a guardiã do portal Norte. Em suas
mãos está uma cesta de vime cheia de frutas, grãos e ouro.
Pare diante dela. A guardiã sorri e te oferece a cesta. Mas, antes de apanhar a
cesta você deposita o seu pentagrama no centro da mesma e olha dentro dos
olhos da guardiã. No fundo destes olhos você lê a mensagem...
A mensagem de que deve conscientizar-se de que acima de tudo está o
caminho da busca espiritual. E que esta busca o cerca da abundância e
riqueza da terra, da qual você faz parte. Que você merece tudo quanto a terra
tiver de melhor... O pentagrama brilha no centro da cesta mostrando que
quando caminhamos com passos firmes e de coração aberto, somos
protegidos pela magia em nossa caminhada terrena. De que se não
transgredirmos a lei da confiança em nós mesmos, obteremos todos os bens
materiais de que necessitamos para a nossa evolução espiritual.
Apanhe a cesta com uma reverência. Agradeça e volte para cá.
Inspire e expire. Tome consciência do seu corpo, do local em que você se
encontra. Toque seu rosto, seu corpo. Permita-se um longo e caloroso abraço.
Há quanto tempo você não se toca, não se acaricia? Há quanto tempo você
deixou de ouvir a voz do seu corpo?
Conte até três e abra os olhos.
Quando sentir que é o momento, encerre o seu trabalho conforme já foi
explicado, e retorne a seus afazeres mundanos.
Ao longo dos dias que se seguirem preste atenção em como você está se
movimentando. Qual é a consciência que você tem do seu corpo agora. É a
mesma de antes da meditação ou algo está se modificando dentro e fora de
você?
Se for possível, procure fazer um passeio junto à natureza. Um bosque, um
jardim. Abrace uma árvore. Pode parecer ridículo, mas não é. Nosso corpo
pertence a Terra.
Encoste a sua coluna no tronco de uma árvore. Procure sentir a força que ela
emana. Pode ser que você olhe para o chão e que uma pedrinha comum te
chame a atenção. É um presente da Terra para você. Tire os sapatos e pise na
terra, na grama. Não tem como? Tá. Entendo. Passe em uma floricultura e
compre um quilo de terra vegetal. Chegando em casa, espalhe a terra sobre
um jornal e fique alguns momentos sobre a mesma. Sentindo a energia que
ela emana, e ao mesmo tempo absorvendo as energias que estão te
sobrecarregando. Quando achar que foi o bastante, guarde a terra para futuras
trocas de energia. Enfim esteja atento ao seu corpo e ao corpo da Terra. A
Grande Mãe.
A Athame.
Reserve a noite de uma terça-feira para ir em busca da sua athame.
Este objeto se encontra nas terras do Verão, no quadrante Sul do planeta.
Providencie tudo que for necessário para a realização deste trabalho.
Assim que tiver concluído todo o rito de abertura, sente-se de frente para o
Sul. As suas costas deverão estar protegidas pelo Norte.
Inspire e expire e quando achar que é o momento adequado deixe seu corpo
no local sagrado e permita que o seu espírito te conduza para fora.
Você está diante de uma porta e terá de atravessar pela cortina de fogo.
Muna-se de coragem e caminhe com passos decididos, assim como os leões
atravessam os aros de fogo. Ao atravessar a porta, você percebe que não foi
tão difícil assim, e para extasiado e deslumbrado diante da árida beleza do
deserto. Seus olhos ofuscam com a luz solar. O ar é tão quente que chega a
formar ondulações.
Comece a atravessar o deserto. Um calor abrasador vem das entranhas da
terra e te envolve... Da sua testa, gotas de suor começam a pingar... sua
garganta resseca. Apesar da sede, você prossegue caminhando pelo deserto.
Seus pés afundam na areia quente e fina. Adiante estão as dunas. É preciso
atravessá-las... caminhar por estas areias é difícil, mas você prossegue e vê ao
longe, muito distante, uma caravana de camelos que vai se perdendo no
horizonte.
Neste caminhar, você se aproxima de outra paisagem que lembra as caatingas
do nosso nordeste... as árvores secas, a terra quebradiça com as suas enormes
rachaduras. Um ou outro arbusto, desolado, perdido na paisagem do sertão. E
você caminha. O sol queimando a pele... a garganta seca... o vento que
castiga o corpo já tão cansado de tão longa caminhada. A caminhada de
muitas e muitas vidas. O passar e o repassar por este mesmo local e o sol,
guardião perene e indiferente a te acompanhar, sereno e sem julgamentos em
sua jornada, aguardando a hora do seu despertar, da sua tomada de
consciência.
Você prossegue caminhando, passando agora por nuvens de fumaça, vindas
de uma queimada. O fogo fascina e amedronta... o fogo seduz e seus olhos se
perdem nas imensas labaredas... as salamandras dançam, se contorcem ao
vento... e suas línguas de fogo vão lambendo o pouco que ainda resta para ser
queimado desta árida paisagem...
Neste momento você se aproxima de um vulcão em erupção. É o mais belo e
terrível de todos os espetáculos que já se apresentaram aos seus olhos... Da
boca do vulcão, enormes lavas jorram e deslizam como serpentes de fogo a se
contorcerem em enormes veios colina abaixo. Rios de fogo... então, você
verifica que uma fenda está se abrindo na terra, e de dentro dela, aparece um
metal derretendo... você olha para esse metal. Ao lado, caído no chão, tem
um alforje. Várias formas estão ali dentro. Formas de athames e punhais...
Escolha a forma que mais se adapta a você e reserve-a.
À sua frente encontra-se uma pedra côncava, que lembra uma concha. Use-a
para retirar o metal derretido do veio e comece a forjar a sua faca.
Caminhe pelo espaço em busca do material que necessitar... procure a
empunhadura da sua athame. Montea...
Agora você carrega consigo a sua athame e começa a voltar para o aqui e
agora.
O vulcão vai ficando cada vez mais para trás... e você atravessa a densa
cortina de fumaça... passa novamente pelo incêndio, agora praticamente
extinto, e vem se aproximando das dunas, caminhando pelas areias do deserto
com o seu vento sibilante, cortante.
Vem se aproximando da porta de fogo. Diante dela encontra-se um guardião
do Sul. É um homem de cabelos vermelhos, rosto belo e austero. Ele
transmite a sensação de extrema segurança, vontade e coragem.
Pare diante dele e receba o escudo que ele te oferece. Não é necessário que
ele diga qualquer coisa. Você sabe o que está implícito neste escudo. É uma
arma para que você se defenda da “tentação” de ferir para que jamais venha a
ser ferido. Pegue o escudo. Olhe dentro dos olhos deste guardião, entenda e
compreenda a mensagem ali gravada. Quando caminhamos dentro da justiça,
sem transgredir as Leis Divinas da Natureza, nós nos mantemos equilibrados.
Portanto, a reação das nossas ações, nos leva cada vez mais em direção à luz
maior da criação, dentro da qual nos sentimos independentes e íntegros.
Agradeça o guardião. Toque a cortina de fogo com o seu athame. As chamas
penetram o interior da lâmina conferindo poder a ela. Atravesse a porta.
Inspire, expire. Tome consciência do seu corpo, do local em que você se
encontra. Toque seu rosto, seu corpo. Recolha suas raízes. Conte até três e
abra os olhos.
Encerre seu trabalho conforme instruções anteriores e volte aos seus afazeres.
Nos dias seguintes fique atento aos seus padrões de comportamento. Observe
o seu combustível de criação e destruição. Você é uma pessoa vaidosa?
Orgulhosa? Seu amor é possessivo? Negativo? Você é uma pessoa tirânica?
A quantas anda a sua coragem? A sua vontade? A sua força? Você honra a
sua palavra?
Ao longo destes dias procure caminhar ao sol. Preste atenção às chamas. Se
possível faça uma pequena fogueira.
Caso não possa, sugiro um exercício para manter a chama da vida ardendo
dentro de ti.
No seu local de poder, proceda como de costume.
Sente-se no centro deste local e diante de você acenda uma vela laranja,
branca ou vermelha.
Fixe seus olhos na chama da vela por alguns momentos e então entoe a
litania, sentindo a força e poder de cada palavra. Não é preciso gritar. Os
Deuses não são surdos. Mas fale em um tom normal.
O fogo arde... Consome.
A chama se eleva... Oscila.
Volta a firmar-se.
E, no ventre da Mãe, tudo se transforma. E, quando for chegado o tempo.
Cada um terá, na medida do seu merecimento, o que
é seu de direito.
O fogo arde... Consome.
Para que a Deusa “dobre” os Orgulhosos. Para que a Deusa “cure” os
Feridos. Para que a Deusa “ampare” os Necessitados.
O fogo arde... Consome.
A chama se eleva... Oscila.
O fogo arde e a Deusa nos Aquece. O fogo arde e a Deusa nos Purifica. O
fogo arde e a Deusa nos Centraliza. O fogo arde e a Deusa traz o bálsamo
para as nossas
vidas.
A chama arde e se eleva do Fogo da Terra. Dentro do círculo de Pedras. E, no
fim, o Produtor de todas as coisas é o verbo, Que é dito na hora sagrada.
Assim é e assim será; hoje e sempre!
Olhe novamente para a chama da vela. Depois feche os olhos. Sinta a energia
da Deusa. Pense nas palavras que foram ditas.
Inspire e expire. Toque seu rosto. Seu corpo. Abra os olhos.
Apague a vela. Com um abafador ou com seus dedos umedecidos com a sua
saliva. Jamais assopre.
Repita o exercício por nove dias, se te for conveniente. No último dia, deixe a
vela terminar de queimar.
Coma uma bolacha e tome uma xícara de chá, ou um copo de suco e volte as
suas atividades.
Caldeirão. Quinto elemento, o Éter.
Reserve a noite de um sábado para realizar esta meditação. Evite os três
primeiros dias da Lua Minguante.
Caso você não pertença a nenhum grupo (coven) e queira se autodedicar à
Deusa para trilhar os caminhos do Paganismo, eis o momento.
Optando pela autodedicação é conveniente ler este guia até o fim, ou ir direto
ao final do mesmo para se orientar quanto a “Importância dos Altares”.
Organize o seu espaço sagrado conforme instruções anteriores.
Acrescente um pequeno buque de flores ao lado de uma almofada
posicionada no centro do espaço. Pode ser um botão de rosa branca. Ao lado
da flor deixe três velas: uma branca, uma preta e uma vermelha e três
castiçais ou pires de café para firmar as velas.
Capriche em seu banho de higiene e jogue um banho de cheiro pelo corpo.
Para o banho de cheiro use pétalas de rosa branca, folhas de manjericão, nove
gotas de leite, nove gotas de mel, nove gotas de lavanda.
Use roupas claras e confortáveis.
Inicie o seu trabalho ritual, conforme molde anterior.
Ligue o seu aparelho de som e deixe uma música suave tocando.
Sente-se na almofada que se encontra no centro do ambiente. (caso tenha
dificuldades para se sentar ao chão, faça uso de uma cadeira ou banquinho).
Feche os olhos e busque o seu estado de mente alterada através da respiração.
A consciência que nos tira do aqui e agora e que nos leva para o limiar dos
sonhos. Entre os Mundos.
Inspire e expire. Quantas vezes necessitar. Relaxe. Sinta a presença do seu
guardião (ã) pessoal. Confie. É uma presença reconfortante. É uma energia
que te apoia e te dá segurança.
Permita que a melodia te envolva.
Você se vê subindo em direção ao infinito, e aporta dentro de uma bola de luz
dourada.
No interior desta bola, existe uma porta. Aproxime-se. Abra a porta. Você se
depara com paisagens já conhecidas das vivências anteriores. As terras do
Leste, Oeste, Norte e Sul. Este é o seu local de poder no campo astral.
Forme-o de maneira nítida, porque aqui você virá em todas as situações de
que necessitar.
Nada tema. Seu guardião (ã) está contigo, porém ele (a) permanecerá na
porta. Apenas você sairá.
Coragem!
De um passo e caminhe pelo seu espaço colocando mentalmente, tudo quanto
acredita que deveria existir em seu local de poder... Porém há um local que
você ainda não conhece... trata-se de um círculo de pedras.
Encontre-o... vá até o círculo. Adentre. Sente-se em uma das pedras. Observe
a natureza ao seu redor... olhe o horizonte... as nuvens que começam a se
tingir de vermelho. O Sol está se pondo.
Uma deliciosa e perfumada brisa vem em seu encontro e te envolve... A noite
vem caindo e uma bela Lua começa a surgir por detrás das árvores.
Você ouve o uivo de um lobo...
A Lua começa a derramar uma tênue luz prateada e tudo ao seu redor é
envolto por uma névoa azulada...
Então, você volta o seu olhar para o centro do círculo e se depara com uma
das mais belas senhoras... Esta é a Deusa da Terra. Imponente e bela como só
Ceridween o sabe ser... ela segura em suas mãos um caldeirão e olha para
você. Sorri e deposita o caldeirão no chão, no centro do círculo. Em seguida
Ela eleva os braços para a Lua, formando uma grande taça, como se
recolhesse o fluído da Lua e o despeja dentro do caldeirão.
Suas mãos se movimentam traçando símbolos de poder sobre o caldeirão... na
sequência, ela ergue o capuz de seu manto cobrindo a cabeça e se retira... tão
silenciosa quanto veio. Você a vê sumindo por uma longa trilha de pedras em
direção às colinas...
Agora você está só. Levante-se da pedra e caminhe até o centro do círculo.
Apanhe o caldeirão com ambas as mãos. Eleve-o acima da sua cabeça em
agradecimento e traga-o até a altura do seu ventre...
De posse do seu caldeirão, comece a voltar... venha passando pelos mesmos
locais que te levaram ao círculo de pedras...
Parado (a) diante da bola dourada encontra-se o seu guardião (ã) pessoal. Ele
(a) tem uma chave em suas mãos e a entrega a você. É a chave deste lugar.
Do seu local de poder.
Olhe mais uma vez para o seu local de poder e atravesse a porta da bola
dourada.
Vocês se sentam em posição de lótus. Um diante do outro. Ele (a) faz um
delicado gesto com as mãos e estende uma caixa para você. Ao abri-la você
vê, extasiada (o), todos os seus objetos de poder. A varinha conquistada nas
terras da primavera no Leste, a taça encontrada nas terras do outono no Oeste,
a athame fabricada nas terras do verão no Sul e o pentagrama que te foi dado
nas terras do inverno no Norte. Ao seu lado o caldeirão que a Deusa te
concedeu.
Olhe dentro dos olhos do seu guardião (ã) e receba dele (a) o seu nome
mágico. Este é o seu nome iniciático e que deve ser usado com critério. Um
nome a ser guardado e pronunciado apenas entre Irmãos da Arte. Melhor que
poucos o conheçam. É o seu nome de poder.
Inspire e expire.
Lentamente abra os olhos.
Aqui você saiu do mundo astral e irá trabalhar no mundo material, porém
continua “Entre os Mundos”.
Prepare-se para a autodedicação. Reflita se é isto o que de fato você deseja
fazer. Em sendo uma resposta positiva prossiga.
Coloque as três velas diante de você formando um triângulo. A branca no
ápice do triângulo, a vermelha na ponta direita e a preta na ponta esquerda.
Acenda uma de cada vez. Se possível com o mesmo fósforo.
A branca para a face jovem da Deusa.
A vermelha para a face senhora da Deusa.
A preta para a face anciã da Deusa.
Você partiu da vela branca, passou para a vermelha e chegou à vela preta,
complete o triângulo voltando para a branca e faça um círculo com seus
dedos no sentido horário.
Diga em voz alta:
─ Neste dia que não é um dia. Nesta noite que não é uma noite. Neste lugar
que se encontra em todos os lugares, também eu me encontro Entre os
Mundos frente à face da Deusa. Eu (diga seu nome de batismo) doravante
assumindo o nome de (diga seu nome iniciático) venho diante de vós ó Mãe
de todas as Mães me dedicar de corpo e alma ao teu serviço.
Abençoe os meus pés que me trouxeram até aqui. Que eu jamais pise em
falso. Que as pedras do caminho jamais firam os meus pés.
Abençoe os meus joelhos que se curvam diante de vós e apenas diante
daquilo que é sagrado.
Abençoe o meu ventre para que eu possa gerar além de apenas filhos físicos.
Que haja fecundidade de ideias, objetivos e propósitos limpos da maldade.
Abençoe o centro de poder do meu corpo. Este local no qual bate o meu
coração e que ele me guie sempre, pelo caminho do meio.
Abençoe a minha garganta para que aquilo que eu disser venha de encontro
aos teus desígnios. Que eu saiba abençoar e que jamais tenha de amaldiçoar.
Abençoe a minha cabeça. A ti eu a dedico e digo que, nenhum mortal; nada,
nem ninguém terão poder sobre a minha cabeça além de ti ó Grande Mãe.
Feche os olhos e sinta a energia da Grande Mãe emanando para você. Te
recebendo e te consagrando. Sinta o ar passando por você. Depois do ar uma
chuva mansinha lavando o teu corpo. Depois da chuva o calor do fogo te
aquecendo e, por último, você se diluindo no corpo da terra.
Reabra os olhos e faça a Litania das Feiticeiras.
A chama arde, se eleva.
Transforma e transmuta.
O fogo aquece.
A chama arde, se eleva.
As cabeleiras da Deusa bailam, se retorcem, rodopiam e Dançam a dança da
vida.
Sob a terra Mãe e
Sob as quatro direções.
A brisa sopra no arrepio das árvores a canção do esplendor, Espalhando sob a
terra Mãe as sementes de um novo tempo,
No qual ainda viveremos em Amor
Com a luz da Lua derramando-se sobre as nossas cabeças, Sabendo e
acreditando que apenas teremos o melhor, Quando formos melhores.
E a chama arde, se eleva,
Transforma e transmuta
Em seu canto sibilante todas as lágrimas de dor. E, no fluir da vida,
As águas passam,
Bravias ou mansas
Pelos veios da vida, levando o desamor. E a chama arde, se eleva,
Transforma e transmuta
Na melodia incessante das quatro direções, Era após Era,
Fogo, Terra, Água e Ar.
Aqui eu vejo tudo se transformar,
Em um novo tempo,
Em um novo dia,
Em uma nova vida,
Sentada ao lado do fogo no inverno,
Sabendo que não tenho opção,
E ainda assim sei que,
Escolherei sempre
Como a cantiga deve ser feita.
Em amor e em alegria.
Pelo poder de três vezes três, em nome da Grande Mãe e do Pai Natureza eu
(diga seu nome iniciático) digo que assim está feito.
Que assim é, e assim será.
Hoje e sempre!
Entre os Mundos e em todos os Mundos.
E, à Deusa, eu entrego estas flores como prova do meu compromisso.
Respire. Fique algum tempo em silêncio.
Coma uma fatia de pão e tome alguns goles de água
ou suco.
Agradeça à Deusa. Faço-o com as suas palavras.
Deixe que as velas terminem de queimar. Caso tenha algum
receio, peça permissão à Deusa e as apague.
Agradeça aos guardiões de cada portal.
Abra o círculo e volte as suas atividades normais. No dia seguinte, caso
possa, entregue as flores em
algum riacho. Em sendo inviável, deposite-as aos pés de
alguma árvore.
Daqui pra frente é com você e a Deusa. Se você tiver de pertencer a algum
grupo ou iniciar o seu próprio grupo, ela irá providenciar. Tudo que for seu
de direito chegará a você. Até mesmo este livro que não caiu por acaso em
suas mãos. E, assim como este, outros virão.
Abençoada (o) seja você e o seu caminhar pelas trilhas e veredas que nos
levam ao encontro da Deusa.
─ Muito bem filha. ─ A voz disse e ela se sobressaltou.
─ Ui. Ah, desculpa Velha Mãe. Estava tão distraída...
─ Eu sei. Já vais fechar o Baú?
─ É no que estou pensando Mãe. Até aqui está bom, não é mesmo?
─ Terminou o giro da Roda? Eu não sabia que você me celebrava apenas no
quarto em cruz! Tenho a impressão de que ias um pouco mais além...
─ Ah! Como? Oh, sim. Claro. A Senhora está coberta de razão. Vou falar
sobre o giro da Roda. É que estou cansada e queria se possível, dormir um
pouco e retomar amanhã.
─ Deste mesmo ponto?
─ Deste mesmo ponto se a Senhora não se importar?!
─ Não, não. Tudo bem, como diz você. Eu tenho a eternidade pela frente.
Pode ir dormir. Também vou tirar um cochilo.
No dia seguinte, já descansada, ela retornou ao Baú e se deparou com algo
emergente. Percebeu que antes de entrar no Giro da Roda, era preciso falar de
uma certa trindade muito básica dentro da magia. Pegou uma folha e um
papel. Nele desenhou um triângulo e se pôs a discorrer:
Sol.
Lua. Terra.
Dá para falar da Magia dos Antigos sem dissertar sobre a tríade que a
movimentou, movimenta e a movimentará por todo o sempre? Sinceramente?
Não dá!
Hoje, temos muitas informações e não desconhecemos a influência dos
planetas em nosso sistema solar e, em nossas vidas. Porém, lá atrás no
passado, quando tudo principiou o homem mantinha um contato profundo e
quase que restrito com a tríade que lhe era acessível. Esta tríade era, e ainda é
composta pelo corpo da Terra, a mãe natureza, pela alma da Lua, senhora das
marés da vida e pelo Sol, espírito daquele que é o pai doador de vida.
A Terra é o ventre da Mãe que a todos acolhe e a todos alimenta. Dela
retiramos o nosso sustento ainda hoje, e naqueles tempos passados isto era
compreendido como a Mãe está feliz ou a Mãe está infeliz. Se a colheita era
abundante, isto significava que Ela generosamente estava abençoando a
todos. Se os meios de sustentação se tornavam escassos, isto queria dizer que,
o homem não estava honrando adequadamente a Mãe. E para agradá-la, os
homens das cavernas passaram o cultuá-la em seus pontos de força com
singelas oferendas que ao longo da evolução humana foram se transformando
em lindos festivais. Rituais, hoje, celebrados pelas mais diversas vertentes do
paganismo e conhecidos como Sabbats.
Naqueles tempos idos, os homens amavam, respeitavam e, porque não dizer,
também temiam a força e o poder daquele corpo (terra) sobre o qual viviam.
Sim, a terra podia ser acolhedora, protetora e nutridora, mas também podia
ser estéril e catastrófica. Na esterilidade o alimento se tornava escasso o que
levava muitos a subnutrição e a morte. Na catástrofe tudo podia virar de
ponta cabeça, e aqui insiro um texto que foi por mim escrito nesta atualidade:
“A terra, cansada, deitou-se para descansar sem nenhuma outra intenção. A
não ser esta, a de tirar um cochilo... Estirou as pernas, esticou os braços. Não
estava de acordo com o que queria. Buscando uma posição mais confortável,
virou-se de lado. Não gostou. Buscou outra posição, um tanto inusitada. Mas
ela queria provar o novo. Apalpou o travesseiro e deitou de bruços, passando
os braços, ao redor do mesmo. Macio. Em sua acomodação não percebeu o
desassossego dos seres a se movimentarem sobre seu corpo. Então, neste dia
de vinte e dois de abril de dois mil e oito, a terra tremeu no hemisfério Sul, e
o povo assustado, de olhos arregalados, corações descompassados percebeu
que a vida sobre a terra, não é nem um pouco segura. Afinal, não existe "terra
firme".”.
Daí você pode indagar: - Qual o significado da Terra na Magia? A resposta é
simples.
Só possuímos um corpo carnal por um único fato, estamos encarnados!
Vivendo da Terra e sobre a Terra. Nosso corpo pertence à Terra. Dela viemos
enquanto carne e ossos e para Ela retornaremos na forma de pó. É Ela, a
Terra, quem nos fornece estabilidade e o poder de concretizar nossos sonhos
e objetivos. Imantados pelo poder telúrico que é captado pelo nosso chacra
básico conseguimos obter recursos para a nossa sobrevivência. Nestes
recursos estão inclusos a manifestação dos nossos desejos, a felicidade, e a
tão temida e ao mesmo tempo desejada, prosperidade.
O que é energia telúrica? Sem entrar em maiores detalhes e de forma bastante
resumida, trata-se de uma corrente elétrica oriunda da parte interna da terra,
de baixa frequência e que percorre o planeta. Movimenta-se debaixo da terra
e nos oceanos. Captando e armazenando adequadamente esta energia
podemos movimentar grandes marés de poder
Por falar em marés de poder, a Lua é de suma importância tanto na prática da
magia quanto em nossas vidas rotineiras. (mágica por natureza) Se a Terra é o
nosso corpo, a Lua é a nossa alma através da qual expressamos as nossas
emoções. Os nossos sentimentos. A Lua encanta, fascina e amedronta o
homem, desde os primórdios dos tempos quando ainda se vivia dentro das
cavernas. A Lua é a luz que brilha na escuridão nos proporcionando descanso
após um dia exaustivo, e, é nesta “escuridão” e apenas nela que podemos
entrar em contato com a Senhora dos Mistérios, a detentora do Fogo Lunar
no qual reside o poder feminino. O poder da germinação, da criação.
A Lua afeta toda e qualquer forma de vida existente na terra. Nenhum de nós
consegue sair ileso da sua influência, e dos seus poderes. Ela é a guardiã das
memórias do inconsciente coletivo. Nela estão registradas todas as
informações da nossa origem, das nossas vidas passadas e a dos nossos
ancestrais. Fugir da Lua equivale a fugir das águas que compõem o nosso ser.
Somos setenta por cento compostos de líquidos e não de massa corporal.
Setenta por cento se constitui uma maioria, portanto, domina sobre trinta por
cento, a minoria do qual somos compostos.
Ela não é apenas a regente das marés do mar, mas também das que ocorrem
em muitos assuntos do dia-a-dia e dos “ocultos”. É Ela, a Lua quem rege a
mulher com o seu ciclo menstrual, ainda hoje provocando medo nos seres
masculinos.
Afinal, que bicho estranho é este que sangra todos os meses e nem por isso
morre? Qual é o “poder” que este ser detém?
Essa irrequieta Dama da Noite ora Nova a nos instigar os novos começos,
depois Crescente para que iniciemos a caçada daquilo que desejamos, se
tornando Cheia com o intuito de que realizemos os nossos ideais e que, por
fim, Míngua nos balanços do céu, nos proporcionando o poder de trazer à
tona os segredos profundos com o objetivo de nos levar de encontro à
sabedoria, não é uma Dama qualquer. É a dona e senhora dos fluxos e
refluxos da vida, tanto física quanto espiritual. Regente da inspiração, dos
segredos, dos sonhos, da poesia, intuição e capacidade mediúnica.
Planeta ou satélite, tanto faz, a Lua exerce um papel fundamental em nossas
vidas. O que seria da vida sobre a Terra sem a Lua para abrandar o fogo puro
do Sol sobre as nossas cabeças? Almas torradas!
Sim, porque o Sol é uma bola incandescente que representa o nosso espírito.
Se a Lua domina o nosso interior, o Sol domina o nosso exterior, ou seja, a
personalidade. Ele é o grande doador do ouro, tanto o ouro da matéria, quanto
o ouro do universo espiritual.
Este “ouro” alquímico nada mais é do que a pedra bruta lapidada, ou seja, a
transformação de nós mesmos, de seres embrutecidos para seres cuja nobreza
de coração auxilia na abertura de consciência dos seres humanos.
Sem Sol não há vida. Tudo que se movimenta sobre a Terra fenece, mas o
excesso de Sol, também cega, seca a capacidade assimilativa do que é
benéfico para nós, daquilo que não conjumina com o nosso crescimento.
Assim, nos tempos idos, nossos ancestrais honravam a Terra, a Lua e o Sol
ainda que, apenas subconscientemente falando, eles não desconheciam a
suma importância desta tríade transformada em Divindades. A Grande Mãe e
o Pai Maior.
Como a Mãe é a contraparte do Pai, portanto feminina, carrega consigo a
dualidade que é o lado escuro e o lado claro. À noite e o dia. A parte ativa e a
parte passiva de um mesmo aspecto Terra Mãe, Avó Lua. Se os antigos
honravam esta tríade, quem somos nós para deixar de prestar tributos à forma
e a força da Grande Mãe e do Pai Maior do qual e para o qual os nossos
espíritos convergem?
A Grande Mãe e o giro da Roda.
A mãe esteve esquecida. Por muitos e muitos séculos. Ela nunca se afastou
de nós. Fomos nós que a relegamos ao esquecimento. E mesmo em nosso
esquecimento ela nos amparou. Como Grande Mãe, abnegada e compassiva.
Nos momentos em que caíamos, Ela nos dava a mão, erguendo-nos do chão e
nos carregando no colo nos momentos mais difíceis da nossa jornada.
Quando sentíamos medo, era a sua voz quem nos encorajava. Quando o frio
enregelava nossas almas doentes, em seu manto ela nos abrigava, e nos
curava. Quando nos tornávamos embrutecidas, era Ela quem nos suavizava.
E mesmo assim, nós mulheres, que tínhamos o dever de manter a Grande
Mãe em seu lugar de direito a renegamos. Permitimos dentro das nossas
fraquezas que o Patriarcado se impusesse. Aceitamos o jugo. Permitimos que
o feminino fosse subjugado, castrado e dominado. O aspecto masculino
passou a prevalecer. Com ele a degradação do planeta e o desequilíbrio
humano. Esquecemos que Ela é o “Sagrado Feminino” presente em cada uma
de nós. Permitimos que Ela fosse deportada para as regiões sombrias do
exílio.
A mãe sabia que um dia voltaria a fazer parte das nossas vidas. Ela tinha
consciência do nosso redespertar. Um dia suas filhas clamariam aos quatro
cantos do mundo por sua presença. Porque a Deusa não é uma estrutura
paralela ao Deus Pai. A Deusa é o Mundo e consequentemente a Mãe de
Deus.
Hoje a Deusa, ressurge como a fênix. Reassume dia a dia o seu lugar de
direito. Voltamos a cultuá-la. E a cultuamos em tudo aquilo que existe de
belo na natureza. Volvemos novamente nossos olhos repletos de gratidão a
essa que é a nossa Mãe, sem nos esquecermos da sua contraparte o Deus.
É importante informar que o culto à Grande Mãe, ou Deusa Mãe, antecede a
todos os outros cultos de Deusas no antigo Egito e na Grécia.
A sua origem é remota. Perde-se no tempo. Deriva de uma cultura Matriarcal
mais antiga. Muito mais antiga. Seu culto foi iniciado por algumas mulheres
pertencentes a determinados Clãs que ainda viviam nas cavernas. Muito antes
de conhecermos as deusas por essa atual profusão de nomes.
Ela é a “mãe” do Deus. Que por sua vez, é seu filho e seu amante.
Como Mãe do Universo, seus poderes são os de uma Deusa Tríplice. Essa
Deusa carrega em si as características de amante, mãe, nutridora, vingadora e
consoladora. Jovem, Senhora e Anciã. Senhora que rege tudo o que existe na
Vida e na Morte.
Ao longo do giro da Roda da Vida, a Deusa vai assumindo determinados
aspectos que nos fazem perceber os movimentos da vida passando. A
evolução da Natureza, e a nossa própria transformação.
Em cada uma das direções da Roda do Ano, nos deparamos com uma das
faces da Deusa a nos impulsionar para uma nova tomada de consciência em
nossas vidas.
No Solstício do Outono, por volta do dia 30/04 onde o ciclo se encerra e
reinicia através de Samhain, no mundo dos Celtas, Morrighan, a Rainha
Negra, a Senhora da Magia, viúva capaz de compreender o sofrimento
humano — e mãe, por carregar em seu ventre escuro seu futuro filho, como
semente de luz, e nos obriga a olhar para o Sol Poente, em busca dos
mistérios interiores. Aqui nós contemplamos posicionados a noroeste os
lagos do Oeste.
No festival do fogo, celebramos o domínio das trevas. A Deusa do outono
pode ser Hécate. Do panteão Grego. Senhora da lua minguante, rainha da
noite e da magia, guardiã dos caminhos e senhora da sabedoria. Guardiã das
encruzilhadas da vida. Senhora do mundo subterrâneo e dos mortos.
O que importa é que no Solstício do Outono, a Deusa se manifesta como
consoladora dos mortos e provedora de uma nova vida, sejam eles “seres” ou
“sonhos”.
A Deusa caminha e entra no Solstício do Inverno, chamado de Yule por volta
do dia 21/06. Assistimos a Regeneração da Terra. O tempo de mudanças. E o
nascimento da criança Divina.
A Deusa assume a plenitude de seu aspecto de Mãe. Nele, Cerridween
enquanto Ventre do Tempo. Senhora do caldeirão da sabedoria e da
regeneração - nos obriga a olhar para o norte em busca da Luz nos Reinos
Astrais. Resgatando os nossos sonhos e o desejo de “iniciar algo”. Neste
momento é Ela quem concede a força e o poder ao seu Filho amado.
A Deusa do Inverno pode assumir as características das Moiras – Deusas
gregas. As que Tecem os destinos, determinando a vida e a morte dos
homens, cortando o fio no momento certo. São elas, as tecelãs da vida, que
dão vida à Criança Divina.
Prosseguindo no ciclo da vida, a Deusa caminha para Imbolc. O Equinócio
do Inverno, por volta de 31/07. Onde celebramos o aumento da Luz e a
derrota do Inverno. E, Brighid a Deusa do Fogo, noiva do Sol, nos obriga a
olhar para o Nordeste em busca da purificação e do cumprir das promessas
que fizemos a nós mesmos ou aos outros. Ela nos incita a “enterrar” as
agruras do inverno, trabalhando a limpeza e a purificação. Somente assim
estaremos prontos para acender o fogo sagrado em nossos altares.
Aqui, Deus e Deusa são jovens, cheios de energia e promessas, e a natureza e
a vida, desabrocham.
A Deusa pode assumir os aspectos de Héstia. Deusa grega. Padroeira da
lareira e da família. Guardiã do fogo sagrado.
O importante é orar à Deusa, solicitando a cura de nossos males. Formulando
novos planos e novos projetos.
No girar da roda da vida, a Deusa Dana caminha para o Equinócio da
Primavera. Ostara, por volta do dia 21/09. E nós a seguimos em direção ao
Leste. Onde as noites e os dias são iguais. O equinócio vernal festeja a
ressurreição da luz, o aquecimento da terra, a germinação das sementes, o
desabrochar da vegetação. A renovação da vida. O equilíbrio e a harmonia
que devemos buscar em nós mesmos.
É o noivado dos Deuses. Eles se encontram em total e perfeito equilíbrio. As
energias da luz e das trevas, masculina e feminina são iguais.
Dana, enquanto donzela abençoa e promove a fertilidade das plantas e da
terra.
A Deusa pode assumir os aspetos de Flora – Deusa romana da primavera, das
flores, da alegria e dos prazeres da juventude. Deusa das sementes, das flores
e dos frutos.
Mais um giro na roda da vida, e a Deusa caminha para o sudeste, de encontro
ao Solstício da Primavera, Beltane, por volta de 31/10. Aqui, Ela é a Deusa
Blodeweed. - Senhora do Amor.
Estamos diante do auge da vitalidade e vigor. Prontos para o Casamento
Sagrado, no qual Deus e Deusa abençoam a fertilidade humana e animal.
Neste solstício, é tempo dos nossos desejos se casarem com o prazer.
Nada impede que a Deusa assuma os aspectos de Afrodite, Deusa grega.
Senhora do Amor. Protetora das uniões legítimas. Padroeira do casamento.
Mais um passo. A Deusa se volta para o Sul e caminha para se transformar
em Ariannhord no Solstício do Verão, e realizar Litha por volta de 21/12,
onde a Deusa se encontra com o ápice e o declínio do Sol na noite mais curta
e no dia mais longo do ano.
Toda a natureza frutifica. A Deusa está grávida e o Deus começa a mudar sua
face à medida que o Sol se distancia e a luz enfraquece. Aqui somos
convidados a encarar nossos medos e a encontrar os meios que propiciem a
regeneração.
Ariannhord pode ser vista como Rhea, a Deusa primal, a Grande Mãe Terra,
criadora de todos os seres, Deusa da vegetação e dos novos ciclos. Filha de
Gaia e Urano. Esposa de Cronos e mãe dos deuses gregos.
Os passos da Deusa nos levam agora em direção ao Sudoeste em busca do
Equinócio do Verão. A morte do Sol, o tempo da espera, a primeira colheita
que vem de Lammas por volta do dia 02/02. Ela assume o nome de Aine.
Este é o tempo da avaliação das nossas colheitas. Incluindo os sucessos e os
fracassos. E Aine nos aconselha a busca do “conhecimento”.
“Deus e Deusa presidem sobre a colheita, mas ele se sacrifica, morrendo,
quando os grãos são colhidos”.
Nada impede que a Deusa de Lammas seja vista como Ceres, Deusa romana
da fertilidade da terra, guardiã da agricultura e dos cereais, bem como de
todos os frutos da terra. Protetora das mulheres, da maternidade e da
vegetação.
E a Deusa caminha para o Oeste, indo de encontro ao Equinócio do Outono,
para viver Mabom. Por volta de 21/03. Assumindo o nome de Cerridween.
Luz e trevas em equilíbrio. Trevas avançando. Armazenamento do que se
colheu. Caminhamos para o tempo da aridez ou escassez.
A meta indicada pela Deusa é o mergulho em busca da beleza interior.
Tempo de agradecer todos os frutos, os doces ou os
amargos provenientes dos aprendizados, sem pedir nada nesta ocasião. O
tema é a gratidão à Mãe Terra, a nutridora. Podemos demonstrar nossa
gratidão à Mãe através de orações, oferendas e rituais. Voltando nossos
pensamentos para a cura do planeta.
Tempo de recolhimento, introspecção e reavaliação pessoal.
Aqui a Deusa pode ser vista como Perséfone, Deusa Grega, Senhora do
mundo Avernal. A consoladora dos mortos. Rainha do mundo subterrâneo.
Filha de Demeter e esposa de Hades. Deusa mãe, das Fúrias.
E, no girar da roda... A Deusa é uma, e mil ao mesmo tempo... Só assim se
compreende as diversas faces pelas quais se dá a conhecer.
Podemos vê-la em muitas faces:
Como Gaia, ela é o ser primordial, a criadora da vida.
Enquanto Luna, ela é a Deusa Romana. Reguladora dos meses e das estações
do ano.
Como Yemanjá, ela é a Deusa Ioruba. Senhora do mar e da lua. Protetora das
mulheres e das crianças.
Como Sekmet, ela é a Deusa Leoa. A grande devoradora e curadora da
essência da vida correndo nas veias dos homens. O sangue.
Como Deusa da vingança ela é Morrighan, em seu aspecto de senhora das
fontes da vida a oeste.
Como Rhiannon, ela é a Deusa dos encantamentos. Senhora das cantigas dos
pássaros das asas negras do Leste.
Enquanto Isis, a mãe egípcia, ela é a grande feiticeira, a que tece os
encantamentos. A que nos confere o poder do verbo. Senhora do céu, da
terra, da lua, da vida e da morte.
Como Ariadne, ela é a que fia as estrelas da criação entre os mundos solar e
lunar.
Enquanto Bastit, ela é a deusa gata da sedução, em seu aspecto de Senhora
onde se mescla com Afrodite da Sensualidade e Perséfone, Rainha do amor
implícito na morte.
Como Deusa da cura e da iluminação ela é Isis, Brigth e Astart.
E assim prosseguimos ligando todas as Deusas em uma só Deusa.
Já o Deus Cornudo, é aquele que abre os portões da vida e da morte, o
masculino, o aspecto ativo da natureza. O Deus do submundo.
Esta é a forma mais antiga do Deus que o planeta Terra já conheceu.
A contraparte feminina do Deus Cornudo é a Deusa da Lua. A mais antiga da
terra. É a Mãe primordial que tudo cria. O lado passivo e feminino da
natureza como Deusa do nascimento.
Em Beltane, ela se veste de sensualidade e é então Bastit, a Deusa Gata do
erotismo.
Perséfone, senhora dos encantos que seduz Hades – O Senhor da escuridão.
Ariannhord, a Deusa Lua. Aquela que seduz o senhor das matas verdes.
E desde o princípio das eras, quem seduziu a quem?
Segundo o mito celta:
Em Beltane, o homem deus, busca na mulher deusa o seu complemento físico
e divino. A Deusa, saí à procura do caçador em cada portal do reino. Rejeita
alguns, aceita outros, porém, apenas um deles será o seu escolhido. Ela então,
se transforma no cervo branco que só se deixa ser pego pelo “verdadeiro”
candidato à Campeão da Terra. O que foi escolhido pela Deusa por sua
perfeição física e moral e com habilidades para ser o rei, o Guardião da Terra,
a Deusa em sua Soberania. A cabeça do cervo branco é entregue à Deusa, que
o recompensa tornando-se sua esposa. E para que a terra mantenha-se em
equilíbrio e a vida germine, a Deusa Soberania deverá ser fecundada pelo
campeão escolhido por ela, na cama de flores, de onde a vida emerge,
sempre!
Os oito Sabbats da Roda do Ano e da Vida, girando no
Hemisfério Sul.
Lammas ou Lughnassadh
É o Equinócio do Verão.
Ocorre por volta do dia 02 de fevereiro no hemisfério Sul e por volta de 01 de
agosto no hemisfério Norte.
Simboliza a morte do Sol. É o tempo da espera e de se fazer a primeira
colheita.
Sua cor é o preto.
A direção da roda é o Sudoeste.
O elemento é o Fogo ativando a Água.
São reverenciados ─ entre muitos Deuses, uma vez que aqui depende do
panteão de cada seguimento da tradição. ─ Lugh e Morrigan.
Lugh é o Deus da Luz. Da Luminosidade advinda do Sol. Deus de muitos
talentos. É um jovem guerreiro perito no manuseio da Lança. Aquela que
tanto cura quanto fere.
Foi um dos filhos do amor proibido de um jovem Tuatha com uma moça
Foimore. E, por este fato, foi lançado ao mar por Balor seu avô. Lugh é
resgatado por Mannanan Mac Lir, que o levou para ser criado por Tailtui, sua
mãe adotiva, que é homenageada no festival de Lughnassadh.
Morrigan , a Grande Rainha, é a Deusa Corvo das batalhas. A Ceifeira. Mãe
da vida e da morte. Patrona das sacerdotisas e das feiticeiras, é a Deusa dos
rios, lagos, e de todas as águas doces e frescas. Ela representa a renovação. A
morte que dá lugar a uma nova vida, e não necessariamente, a morte física
pertinente à visão do povo do Ocidente.
Neste Sabbat a busca é direcionada ao conhecimento, aqui simbolizado pelo
pão que alimenta a mente, o corpo e o espírito.
Dentro deste conhecimento trabalhamos com os amuletos direcionados à
prosperidade. Sendo que; o significado de prosperidade, para as bruxas e
bruxos, vai além dos valores meramente materiais.
As luzes que guiam os praticantes da arte dentro deste período do girar da
roda, vêm das chamas das velas, cuja cor é o laranja. Cor que induz à
criatividade, à união de forças e à inspiração.
O perfume que recende no ambiente vem do incenso de jasmim.
O altar é decorado com flores do campo e ramos de trigo.
A bebida que se entorna na taça, é o vinho tinto ou o suco de uva.
Frutas são bem vindas, e neste período, destacamos os cachos de uva por ser
a mesma, símbolo da imortalidade dentro dos conhecimentos iniciáticos da
alma que experimenta a transformação.
Grãos não podem e nem deve faltar. Devem ser colocados ao redor do altar,
ou em uma cumbuca de madeira. Todos os tipos de grãos são aceitos. O
destaque é para o milho em grãos ou em espiga.
O banho mais adequado é o de hortelã e o chá ideal é o da casca da laranja.
Quanto à pedra, podendo optar, fique com a ágata de fogo. É uma pedra
consagrada à justiça, amizade e à vitalidade. Desperta a força tanto física,
quanto psíquica. Tão vitais a este período de suspensão da energia solar, aqui
enfraquecendo para dar vez ao poder da concepção das novas formas.
Para ter uma ideia mais clara e objetiva deste período, volte a sua mente para
o passado remoto. Imagine esta cena, enquanto lê o trecho a seguir, e será
possível compreender muito do significado deste Sabbat:
O doce, das polpas da goiaba, com os nacos das maçãs, borbulha no tacho,
sobre o qual, a colher de pau, descansa momentaneamente atravessada nas
bordas. Ali perto, no milharal, espigas de milho são colhidas para o bolo, e o
sacrifício que será feito aos Deuses desta estação. Homens, mulheres e
crianças as colhem, com a satisfação da colheita, estampada em seus
semblantes. Agora desanuviados.
Em meio ao terreiro, comum à todas as casas da aldeia, a fogueira das
madeiras sagradas está montada. Aguardando a noite, e o fogo, que será
ateado as achas, besuntadas, com a gordura dos patos selvagens. Em meio ao
fogo que se elevará servindo de farol, para os caminhos do Deus, iluminar, a
fim de que Ele possa, entre a luz e a escuridão do mundo, caminhar, o pão
(corpo do Deus) será atirado. Este sacrifício é para que o fogo transmute, e
leve para muito longe da aldeia, os males, as pragas que assolam as
plantações...
Depois os filhos da Deusa irão partilhar do pão e do vinho, e ao redor da
fogueira irão celebrar. Dançando a dança da vida, e da morte, em honra e
glória à Mãe Terra que os alimenta, e ao Deus Pai Sol que lhes concede a
vida.
Em uma das casas, desta antiga aldeia, eu, uma das muitas representantes da
Deusa, encontro-me deitada. Resvalando para o mundo dos sonhos. A visão
surge em uma fração de segundos, após rasgar as cortinas do tempo, nos
mundos entre os mundos. Uma imponente Lua cheia surge por entre os
pinheiros, vestida de nuvens, e nela a Deusa caminha... Ouço nitidamente o
que a Deusa diz:
─ Caminho pelas alamedas floridas e vou em direção aos campos, onde os
homens colhem os primeiros frutos da sua plantação.
Enquanto caminho, inexoravelmente serena e resoluta em direção à colina,
percebo que o Sol que me banha e me fertiliza já não é tão intenso assim... ao
longo do caminho vou recolhendo as flores da minha echarpe, das quais fiz
um tapete, por onde Ele pisou a fim de vir aos meus braços, e começo a me
despir do meu vestido vermelho...
Sento-me passivamente na relva e, do topo da colina, observo calada o
horizonte. O céu e as nuvens tingidas pela sua força vital se esvaindo...
Ele acabou de deitar-se comigo. Eu precisava da sua energia, da sua vida para
que uma nova vida pudesse crescer em mim. E, para que isto pudesse ocorrer,
Ele, gentilmente, através da união dos nossos corpos transferiu sua força para
mim.
Então, observo o manto da noite chegando. Deste momento em diante Ele
brilhará com menos intensidade e a minha sombra será mais... mais
magnética, visto que é no escuro que a vida é preparada.
Alcunharam-me de a Ceifeira Cruel, entretanto eu me visto de negro. Meu
coração encontra-se enlutado e, enquanto o embalo sem vida em meus
braços, eu lamento e choro a sua partida.
As águas, que vertem dos meus olhos, vão aos poucos restituindo vida ao
corpo inanimado de meu eterno filho e esposo, que neste momento é o
próprio pai natureza, o pão que nutre os corpos e os espíritos.
Sou a Senhora das Trevas, e o sou, porque Ele me abandonou. Ele reinou
supremo, mas agora, a noite chegou. Deste momento em diante, o poder da
sua luz irá diminuir até o frio Solstício de Inverno assolar o mundo.
Minhas lágrimas banham o corpo deste homem cujo espírito me deixou... Ele
viaja para as terras do verão, enquanto a sua semente dorme, novamente, em
meu ventre. Lamento sua perda, e, no entanto, celebro por saber que no
coração da escuridão do Solstício do Inverno Ele renascerá como meu filho.
Enquanto me separo do meu amado e entrego seu corpo a terra, busco ensinar
aos homens, quais atos ou sacrifícios podem aliviar danos ou evitar perdas
em suas plantações. Incito meus filhos a caminharem pelos campos para
procurarem os primeiros frutos da safra.
─ Há amoras negras nos arbustos? ─ a Deusa indaga.
─ A amoreira está carregada Velha Mãe. ─ ela responde. ─ Os galhos
vergam gentilmente sob o seu suave peso e posso apanhá-las sem maiores
esforços. ─ Antes disto, ou seja, antes de entrares em contato com o poder da
amora, como tu te sentias filha?
─ Desprotegida. Vulnerável. Presa fácil dos opressores visíveis ou invisíveis.
A amoreira me trouxe proteção. Também me sentia temerosa das dores da
velhice. A senhora sabe que todo velho está propenso a padecer dos males do
reumatismo, da gota, da artrite, não é?
─ É! Deveras. Os velhos estão sujeitos a estes males. Concordo. O que mais
aprendestes com a amora?
─ Que, se estivermos com inflamações da garganta, o suco da amora, quente
e adoçado com mel, surte ótimos resultados.
─ Fale-me um pouco sobre os morangos. O que sabes sobre tão doces frutos?
─ Ah, Velha Mãe! ─ ela falou com um sorriso nos lábios. ─ O morango é
utilizado em poções de amor desde o princípio dos tempos. E, como a mesma
mão que dá, é a mesma mão que tira, também as poções feitas com os
morangos, se prestam a curar os males dos corações despedaçados pelas
desilusões amorosas.
─ Estas poções curativas são preparadas em qualquer lua?
─ A melhor das luas para estes casos é a Lua que míngua, de preferência em
seus três primeiros dias.
─ Como você vê o milho? ─ a Deusa quis saber.
─ Humm. Algo delicioso. ─ ela riu. ─ Desculpe-me Velha Mãe. ─
acrescentou em seguida. ─ O milho pertence ao Senhor e a Senhora das
Matas. É o símbolo da prosperidade e da fartura. Faz parte da nossa
alimentação desde as mais remotas eras, e é o sustento financeiro de muitos
agricultores. Pratos e mais pratos são elaborados a partir do milho, entre eles,
a famosa Polenta. A espiga inteira, ainda verde e com as cascas entreabertas,
quando pendurada acima da porta da cozinha, atraí fartura de alimentos. O
povo antigo extraia do milho a bebida fermentada, por nós hoje conhecida,
como Aluá. A água do milho branco é usada na forma de banhos para
acalmar a mente conturbada de uma pessoa. Suas folhas são manipuladas por
feiticeiras, para enviar a boa sorte para aqueles que caem em seu agrado. O
sabugo é manejado em trabalhos de magia, para que uma pessoa saia
vitoriosa em uma luta. Bem como, seus grãos torrados e trabalhados dentro
da magia, permitem que um processo judicial seja arquivado, caindo no
esquecimento... por assim dizer. O chá do cabelo do milho, por ser diurético,
auxilia nas doenças dos rins, além de fazer baixar a pressão arterial. Há muito
mais para ser dito sobre o milho, Velha Mãe, mas penso que por hora é o
bastante.
─ Por enquanto basta. ─ a Deusa anuiu seguida de outra indagação. ─ Ao
olhar para os campos, prontos, para a primeira colheita do ciclo, diga-me,
como isto se assemelha as vossas vidas?
─ Que este é o período da colheita das nossas ações em todos os níveis. Que
os campos, aqui descritos, vão além do ato de tombar a terra como faz o
camponês. Hoje, compramos nossos suprimentos alimentícios nos mercados
da vida, para abastecer as nossas dispensas. E que não! Não é apenas deste
tipo de colheita a qual a senhora se refere, mas sim de tudo quanto foi por
nós, plantado. Em nossa vida pessoal, familiar e social. O que fizemos de
bom e de ruim neste e nos ciclos anteriores. Que temos direito a recompensas
pelo nosso esforço. Sabendo que para colher, algo deve ser sacrificado. Que o
calor e a luz devem ceder lugar ao inverno. Que devemos olhar, com outros
olhos, para aquilo que consideramos o lado oculto da vida. Já que é, através
do mergulho, para dentro da nossa escuridão interior, que residem todos os
nossos temores e receios, para os quais devemos olhar com consciência e,
acalentados nos braços silenciosos da noite, para que assim a Luz que nos
orienta e guia volte a brilhar.
A Deusa complementou:
─ Coloquem frutos e pão ainda frescos em vossos altares. Façam com que a
chama de uma vela laranja arda até Mabom. Suas taças deverão conter o
vinho tinto ou o suco das uvas. Em meio às flores do campo, não se
esqueçam dos ramos de trigo, e permitam que o aroma do incenso de jasmim
embriague as suas almas. Escrevam e exponham, os seus medos e obstáculos,
em um papel e queimem-no na chama da vela dizendo:
─ Enquanto esta vela queima que estas situações e circunstâncias
desapareçam. Que se percam nos labirintos sombrios de tal forma que me
libertem. Que se transmutem. Que se transformem através desta chama
crescente de iluminação.
Segure o pão em suas mãos e antes de depositá-lo no altar diga:
─ Agora o Sol se desvanece. O milho será ceifado. Assim o Deus morre
novamente. Ele é a própria vida, e o seu espírito, penetra no milho e em todas
as plantações. Em todas as colheitas. Na transformação de si mesmo Ele
renasce, porque a vida jamais morre.
─ Depois, coma do pão da sabedoria e partilhe dele com seus familiares e
amigos. Lembrem-se! Dentre todos os grãos, o milho é o principal e que de
todos os frutos, o cacho de uvas não deve faltar. Daqui em diante, deixem-me
prosseguir em meu lamento pelo meu amado enquanto, no topo da colina,
com as palavras sagradas, teço a vida do filho que em meu ventre Ele
plantou. Aqui, permanecerei até que Ele venha me buscar em Mabom,
quando voltarei a falar com vocês. Até lá, caminhem envolvidos pelo meu
manto de onde recebem o meu amor. Abençoados sejam.
Mabom
É o Equinócio do Outono.
Ocorre por volta do dia 21de março no hemisfério Sul e por volta de 21 de
setembro no hemisfério Norte.
Estamos dentro do período da colheita embora nossos passos nos levem de
encontro à aridez. Portanto, este é o tempo de “armazenar” já que temos
adiante todo um inverno para atravessar.
Sua cor é o roxo.
A direção da roda é a do Oeste.
O elemento é a Água.
Dentro do caldeirão, o fogo arde.
Aqui o Rei Sol transforma-se no Senhor das
Sombras.
São reverenciados ─ entre muitos Deuses, uma vez que aqui depende do
panteão de cada seguimento da tradição. ─ Hades e Perséfone.
Hades é o Senhor dos mortos e do mundo inferior. Sua imagem foi distorcida
ao longo dos anos pelo fato de as pessoas temerem a morte. Difundiu-se a
imagem de um Deus mal, cruel e ciumento. Porém Perséfone discorda. Para
ela Hades é um príncipe, por ser um homem educado e bondoso.
Perséfone é a Deusa da terra e da agricultura. Deusa Mãe das Fúrias. Rainha
do mundo Avernal. Detentora dos segredos das sombras, Perséfone vigia as
almas dos que fazem a travessia para o mundo dos mortos.
Neste sabbat, mergulhamos em busca da beleza interior.
Dentro deste conhecimento trabalhamos com os amuletos que se prestam a
afastar/ banir, coisas indesejáveis.
As luzes que orientam os praticantes da Arte, neste período do girar da roda,
vêm das chamas das velas cuja cor é o verde para Ela e o marrom para Ele.
Verde para que a fertilidade da Deusa gere em nós a abundância dos bons
sentimentos, e assim, traga sorte em nossas empreitadas. Marrom, para que o
Deus nos conceda proteção e nos dê solidez e estabilidade em nossos
projetos.
O incenso é o de lírio para Ela e benjoim para Ele. Querendo fazer uso de
uma essência em um réchaud, melhor optar pela mirra, por ser ela a árvore
responsável pela purificação do ambiente, enquanto seus vapores geram
proteção.
A pedra é o lápis-lazúli. Ideal para este período em que necessitamos
despertar em nós a confiança e a segurança, tão essenciais em nossas tomadas
de decisões. De reavaliação da nossa conduta. O lápis-lazúli trabalha o nosso
campo mental, gerando a clareza das ideias e o autocontrole em nossas
decisões. Por ser a pedra que contém a Alma dos Deuses dentro dela, é uma
facilitadora da nossa capacidade de percepção das mensagens de outros
planos da existência.
O altar é decorado com flores brancas. Podem ser lírios, angélicas ou
narcisos.
A taça deve receber vinho branco ou água da fonte.
Dentre as frutas, ofertamos a romã para Ela e o figo para Ele.
As ervas são o eucalipto, hortelã ou cipreste.
As oferendas são de milho. Pipocas estouradas (sem sal) e depositadas em
cumbucas de madeira. Ou colares de pipoca ─ passe a linha em uma agulha e
vá trespassando as pipocas. ─ decorando o ambiente.
Os banhos indicados são: os de lírio branco, ou angélicas para as mulheres e
hortelã ou eucalipto para os homens.
─ É madrugada. Perdi o sono. Da sacada do meu quarto, olho a Lua que
cresce no céu. Sei que a distância é ilusória. Eu a sinto em mim, a Lua
crescendo em minha fronte. Meu corpo está banhado por sua luz prateada... A
respiração da Lua é a minha respiração... neste momento somos uma única
pulsação no universo.
A Deusa suspira. Leva a mão até o coração como se sentisse uma opressão no
peito. Em seu rosto habita uma tristeza difusa. Seus olhos pousam em mim e
entre nós desenvolve-se uma forte e profunda telepatia, e Ela diz:
─ Meu amado. Quero estar contigo e o quero longe de mim... quando penso
em ti, a saudade é medonha. Dói, no corpo e na alma... e, no instante seguinte
se torna raiva. Fúria. Quero tornar-me um ciclone, um mar revolto, um
vulcão em erupção e destruí-lo... Arrancá-lo de uma vez por todas de dentro
de mim, para não mais ter de mergulhar em você.
De onde vem essa fúria? Vem do fato de você ter me deixado sozinha no topo
da colina, onde observo a tarde do outono chegando. É uma tarde cinzenta
dentro da qual um frio gélido me abraça... como poderia ser quente, se você
guarda o frio da morte? Ao longe, vejo as árvores perdendo as folhas e
colorindo de marrom o tapete de relva verde... Olho para as folhas de figueira
caídas no chão e percebo, que o meu vestido preto, está assumindo o mesmo
tom das folhas do outono. Perdido, distante, meu olhar busca o horizonte, e
tudo quanto vejo são os últimos matizes da sua força vital se esvaindo...
tingindo as nuvens. Envolvo-me em um autoabraço, pois um arrepio
percorreu o meu corpo, no mesmo instante em que as lágrimas principiam a
jorrar dos meus olhos... e neste instante a neve começa a cair. Digame meu
amado, são dos meus olhos que a neve brota, ou é do frio da tua alma? Lá em
baixo, caminhando pelo prado, um homem segue tocando um violino... A
suave melodia chega até a mim como um convite para segui-lo pela
imensidão do universo. Acaricio meu ventre bojudo e tudo quanto posso
dizer é que te amo, pela simples razão de teres permitido que a tua vida
gerasse outra vida em mim... então, o amor mescla-se com a fúria. Tu me
obrigas a morrer... a mergulhar. E, neste mergulho, estou só. Você apenas me
contempla. Distante... Resignada, levanto-me e começo a descer pelas trilhas
da colina. Percorro a estrada que serpenteia e aproximo-me da caverna... Com
o ventre crescendo, tudo quanto me resta, é entrar na caverna e ir em direção
ao grande salão, no qual nenhum sinal de vida é encontrado. Deito-me no
chão. As horas vão passando e começo a experimentar a solidão do mundo.
Vivo as dores dos homens na esperança de que eles aprendam a aliviar as
suas cargas... Experimento o gosto acre da inveja a gerar no ser humano, o
pesar pela felicidade do outro. O mesquinho desejo de possuir aquilo que ao
outro pertence. A dissimulação enervantemente enjoativa da mentira,
transmutada em verdade. O amargor da desesperança. A carniça do ciúme. O
veneno letal da arrogância e o dispendioso consumo do mel a lambuzar tolas
vaidades.
O tempo passa... Lembro-me das vilezas do ser humano e contorço-me em
lancinantes náuseas, embora prossiga depositando a esperança de que um dia
estes seres despertem. Abro os portais do tempo, e as cenas, que um dia virão
se descortinam diante de mim. Conheço todos os segredos da humanidade e
sei para onde ela caminha...
No grande salão da caverna, alguém está parado diante de mim. Alguém que
me fará ver as realidades ocultas. Olho para este imponente senhor vestido de
negro. Meu coração se acelera e estendo minha mão em direção à mão que
ele me oferece. Estou em paz. Conheço este homem. É meu noivo eterno que
veio me buscar, e quando eu me deitar em seus braços, por um momento
viveremos o equilíbrio. Posso dormir tranquila, envolta por seus braços, pois
na morte, caminho para o renascimento. Embora eu veja a tristeza que assola
em seus olhos e sinta o peso do fardo que ele carrega, sei que na inspiração e
expiração de nossos corpos, ele encontra alento e me concede esperança...
Nele encontro a oportunidade de mudanças, de purificação e de transmutação.
Em mim, ele encontra a oportunidade de se voltar para o seu coração, no qual
reside a fonte do amor e assim experimentar o sentimento.
Levanto-me amparada por ele, e começamos a caminhar em direção ao
interior da caverna, onde um grande salão fracamente iluminado por círios
nos aguarda. É lá que nós estaremos. Na câmara mortuária, mergulhados em
busca da nossa beleza interior. É lá que ele me fará conhecer o segredo do
Narciso e que eu provarei da Romã. A fruta da morte, que é a vida!
─ Diga-me filha, o que foi que entendestes com este meu enunciado?
─ Que este tempo, o tempo da colheita, é o período de avaliar tanto os ganhos
quanto as perdas. De analisar os porquês. Porque ganhamos e porque
perdemos. Se de fato foi um ganho quando nos julgamos vitoriosos ou se na
verdade perdemos... Se de fato compreendemos que para ganhar algo temos
de abrir mão de algumas coisas... ─ Que mais tens a me dizer?
─ Ah Velha Mãe! Este é o tempo no qual a escuridão vence o Sol que
enfraquece.
─ Por qual motivo isto ocorre filha?
─ Para que assim, como as serpentes, aprendamos a nos torcer mansamente
em direção ao ponto silencioso.
─ Que ponto é este do qual tu falas?
─ Falo da noite mais sombria. Aquela que se dará no Solstício do Inverno.
Até lá devemos nos purificar. Transmutar aquilo que é inferior em nosso ser.
Superar obstáculos, que em sua maioria, somos nós mesmos a nos impor.
Determinar valores e tomar decisões com relação a nossa vida, tanto física
quanto espiritual. Se, as oportunidades não surgirem espontaneamente, então
depende de nós, o ato de criar as ocasiões favoráveis para a colheita das
nossas recompensas, lançando boas sementes para o amanhã.
─ Por falar em sementes, que me dizes do figo e da romã?
─ Todas as frutas, minha Velha Mãe, são símbolos da fartura e da
prosperidade, e, cada uma delas guarda em si um segredo pertencente aos
Deuses. Segredos esses, nem sempre revelados... De vez em quando, um
Deus ou uma Deusa, entreabre a cortina dos mistérios e nos permite um breve
vislumbre do conhecimento daquilo que a eles pertence. Assim é com o figo
e a romã. A romã simboliza a fecundidade, seja na geração de uma prole ou
no campo das ideias e projetos.
─ Dizem que a romã é a fruta da morte que é a vida. Como isto se explica?
─ O fato é que vida e morte são um único lado da mesma moeda. No instante
primeiro em que uma mulher concebe um ser em seu ventre, ela o condena a
morte. Não há morte sem vida e não há vida sem morte. Mas, enquanto há
vida, o consumo da romã aumenta a resistência do organismo, principalmente
em casos de doenças degenerativas, como a Osteoporose e a AIDS, por
exemplo. É indicada para os males cardíacos, reduzindo o colesterol. O chá
de suas cascas é um antibiótico natural, que auxilia na cura de gripes. Usado
em gargarejos combate as infecções de garganta. Suas raízes são utilizadas no
combate a vermes, como a solitária. A fruta combate a impotência sexual e
auxilia no aumento da ereção masculina.
Já o figo, tanto o fruto quanto a árvore, simbolizam a abundância. Como
símbolo da imortalidade da alma, ele representa o conhecimento oculto e era
utilizado em rituais iniciáticos, para que o neófito recebesse a devida
iluminação para atravessar os portais dos mundos superiores. É usado para
aliviar a dor e curar as feridas, tanto do corpo quanto da alma. No plano
físico, o figo atenua inflamações e combate as afecções das vias respiratórias.
─ Diga-me filha, qual será o teu trabalho dentro deste período?
─ Será o de buscar o equilíbrio entre os opostos que me regem enquanto ser
humano. De enxergar sem temores, tanto a luz quanto a escuridão.
─ E o que farás enquanto medita?
─ Um colar de sementes e o pendurarei em um dos galhos de alguma árvore,
como forma de gratidão aos Seres da Natureza. Confeccionarei em um tecido
marrom, um sachê para a boa sorte.
─ Como irás rechear teu amuleto?
─ Com folhas de figueira e eucalipto misturadas às sementes de romã, grãos
de milho e pétalas de angélica.
─ Te lembras de mais alguma coisa que não deve faltar?
─ Ah, sim. O que não deve faltar é o ato de inscrever, uma, ou mais runas de
bons presságios na casca de uma batata doce, e em seguida, enterrá-la para
atrair prosperidade.
─ Isto é tudo?
─ Não Velha Mãe. Há mais um ato a ser observado por nós. O ato de
pendurar uma réstia de alho na cozinha, para afastar a negatividade. A mesma
deve permanecer até o próximo Mabom e este alho não deve ser usado.
A Deusa complementa:
─ Deixo contigo filha, o segredo do Narciso, que vai além do mero
entorpecimento causado pela vaidade humana. Isto ocorre dentro da noite
escura da alma, no momento em que o ser mergulha profundamente em seu
poço sombrio; e ali desperta do sono tomando consciência de si mesmo e
perante a si mesmo, e experimenta os seus dramas humanos. Ou seja, os
dramas da individualidade.
Ela reverenciou a Deusa com a qual voltaria a falar em Samhain e foi em
busca da essência da flor do Narciso...
Samhain
Solstício do Outono.
Ocorre por volta de 30 de abril no hemisfério Sul e no dia 31 de outubro no
hemisfério norte.
Aqui, o ciclo se encerra e reinicia.
Vida e morte. Saudamos o Senhor da Morte, que é o Senhor da Vida, e a
Deusa Tríplice, dentro do círculo do “renascimento”, em seu aspecto de
Senhora dos Mistérios.
São reverenciados ─ entre muitos Deuses, uma vez que aqui depende do
panteão de cada seguimento da tradição. ─ Morrighan e Arawnn.
Dedicado a Deusa Morrighan – Em seu aspecto de idosa. A majestosa
Rainha Negra.
E a Arawn ─ Deus de Annwn, o mundo subterrâneo dos mortos, ou o Outro
Mundo como é conhecido entre os Celtas. Arawn é um deus solar. Caçador.
Está relacionado à prosperidade e à fertilidade. É aquele que sai em sua
caçada selvagem na noite de Samhain, sendo ainda o Deus que conduz as
almas perdidas de volta para o Outro Mundo, afim de que vivam em paz e
alegria.
Neste sabbat, caminhamos em busca dos mistérios interiores com o propósito
de abater tudo aquilo que se tornou um peso morto em nossas vidas.
Sua cor é o azul escuro.
A direção da roda é o Noroeste.
O elemento é a Água ativando a Terra.
As velas são a preta para a Deusa e a laranja para o
Deus.
A vela preta é utilizada para o controle das situações. Para trabalharmos com
sensatez e prudência diante dos nossos desejos, e para desvendar mistérios.
A vela da cor laranja, neste sabbat, assume o aspecto de facilitadora da
comunicação que se faz necessária no trânsito Entre os Mundos.
O incenso é o sândalo para Ele e o de acácia para Ela.
Querendo, podemos oferecer três tipos de bebida. Uma taça contendo leite,
uma taça contendo vinho e outra contendo água.
A pedra é ônix, por ser indicada para a concentração e a proteção contra as
forças oponentes. Auxilia-nos a encontrar a melhor maneira de agir diante das
decisões que precisam ser tomadas. Esta pedra estabelece a harmonia entre o
corpo e a alma.
A essência será a de salvia para purificar o local sagrado. É utilizada para a
proteção afastando as energias intrusas e os maus espíritos. Seus fluidos
geram no indivíduo o equilíbrio de suas forças.
Nossas frutas serão maçãs e romãs ornadas em uma cesta com galhos de
cipreste.
Para os banhos, os homens farão uso da erva hortelã pimenta e as mulheres se
banharão com as flores de margaridas brancas.
De nosso altar retiraremos a cumbuca de pipocas e em seu lugar ofertaremos
avelãs.
Poderemos ofertar em nossa taça um chá de maçã, cravo e canela e será o
mesmo que nós também sorveremos.
Nesta noite ofertaremos balas para os Elfos. Nós as depositaremos nos
batentes das janelas. Já para quem mora em edifícios, pode se valer de uma
banqueta, posicionada diante de uma janela, e sobre a mesma fazer a
oferenda. No dia seguinte, você pode optar entre distribuir estas balas para as
crianças ou depositar as mesmas aos pés de algum arvoredo.
Colocaremos fatias de gengibre e leite nos vasos de plantas, em gratidão às
fadas. Traremos para casa um vaso de trevos de quatro folhas, do qual
retiraremos um para carregar em nossa carteira.
Na noite de Samhain antes de realizarmos o sabbat, ergueremos um altar aos
nossos mortos queridos. Nele colocaremos fotos, objetos de estimação
daquele ou daqueles que se foram. Principalmente, para os que partiram no
ano anterior. Colocaremos um prato com bolo ou o alimento preferido do
finado. Uma taça com a bebida preferida do mesmo ou simplesmente água.
Acenderemos uma vela laranja e colocaremos flores. Tudo isso como
oferenda aos mortos e passaremos algum tempo recordando a memória de
amigos e parentes que se foram.
E a Deusa fala:
─ Neste momento em que olho para o espelho, sou a senhora dos mistérios.
Estou só. Todos se foram. No entanto, em algum lugar, entre os mundos,
jamais nos separamos... Caminho, pelos longos corredores deste antigo
castelo. Medieval. Nas paredes, archotes acesos, iluminam o corredor e
sombras deslizam por ele. Meus passos ressoam no silêncio espectral.
Enquanto caminho, envolta por meu manto escuro, sinto o peso dos anos
alquebrando o meu corpo, que ontem foi jovem e vigoroso. A neve caiu sobre
os meus cabelos e os sulcos da terra e dos rios, hoje, habitam a minha face.
Lentamente, vou subindo os degraus dessa ampla escadaria. Empurro a
pesada porta de carvalho, e entro em um amplo cômodo. Nele, há um esquife.
Este é o mirante, para o qual, me dirijo sempre que preciso observar o ciclo
da vida, e tecer os sonhos da humanidade.
Neste aposento, proliferam indefinidamente portas e janelas. Posso escolher
aquela que quero abrir, pois tudo o que aconteceu, acontece neste exato
momento.
Caminho até uma das sacadas. Firmo minhas mãos na balaustrada e olho para
o horizonte. Vejo os campos de trigo, balouçando ao sabor dos ventos
outonais. Me vejo menina, correndo pelos campos. E Ele, alegre, correndo
comigo... Tecendo a vida, e o sonho, ao meu lado... Depois, somos jovens e
indomados. E Ele, caça o Gamo-Rei, ornando a sua cabeça com a galhada do
mesmo. E, como Ele é jovem, belo, másculo e sedutor, e eu, ávida por novos
caminhos, me deito no altar do sacrifício, e a ele me entrego, sem nenhum
pudor ou conceito de pecado, posto que a união entre homem e mulher, é pela
Deusa abençoada.
Na outra janela, sou a Deusa Fértil, e Ele vivencia a sua plena maturidade. O
desejo é intenso. A tensão entre nós se intensifica. Com os ventos
equinociais, nós nos tornamos caóticos. Selvagens, para ser mais exata.
Caminhamos então para a Grande União, na qual dançaremos a dança da
vida. A dança do amor, ao lado da fogueira que arde, eternamente, no círculo
de pedras. Respiro... E agora me vejo senhora. Caminhando sedutoramente
vestida de vermelho, pelas alamedas floridas, e Ele, caminhando para os
meus braços. Como é belo! E como do seu corpo másculo emana a força da
virilidade... E, quando nos campos floridos, nós nos enlaçarmos, unindo os
nossos corpos e almas, eu pergunto: — Quem seduziu a quem, desde o início
das Eras? Observo a colina... Eu me encontro lá... Vestida de negro.
Pranteando o meu amado. Ele me deixou... viajou para outras terras, e nesta
viagem não me era permitido acompanhá-lo... Por isso me deixei raptar, e fui
com Ele para as profundezas da terra, a fim de encontrarmos o equilíbrio.
Nele, eu me purifico e me transmuto. E, em mim, Ele se volta para o seu
coração e experiência o amor. Porém, antes que Ele visse o meu rosto se
enrugando e o meu corpo perdendo o viço da juventude, ergui-me dos seus
braços e o deixei no amplo salão da caverna subterrânea e vim para o mirante
tecer outro sonho e provocar o breve ponto de equilíbrio entre nós. Parece-
me, contudo, que em algum lugar, muito distante, eu me esqueci de colocar
um dos ingredientes deste encantamento, e então... Quando sou jovem, Ele é
infinitamente velho. E quando sou velha, é ele quem se torna infinitamente
jovem, como nesse momento, em que na minha face senhora, Ele se prepara
para vir ao mundo, como bebê, na noite mais longa do ano. Aqui, oculto
minha face, não permitindo que ele olhe para o meu rosto envelhecido. Fecho
as portas e janelas do mirante. Acendo um círio em meu altar, para iluminar a
trilha dos mortos, por onde eu mesma deverei me guiar. Caminho para o
esquife que me aguarda no centro do salão. Deitome e viajo para o mundo
dos “não nascidos”, para que Ele reveja a minha face jovem e, novamente,
reinicie o ciclo da vida ao meu lado.
A Deusa indaga:
─ Como é que você traduz o que acabou de ouvir dos meus lábios, filha?
─ Entendi que aqui, a “morte” implica em “renascimento”. Neste período,
tudo fica “suspenso”, e a natureza descansa para a preparação da “nova” vida.
No dia de Samhain, também conhecido como Halloween, os ventos outonais
empurram as nuvens, trazendo as cores enfumaçadas do entardecer. Estamos
diante do “Festival do Retorno dos Mortos”. Podemos sentir, com mais força,
a presença psíquica dos que já morreram, mas que ainda continuam
conectados conosco. Ainda se preocupando, cuidando de nós. Mas, nós, por
mais saudades que estejamos sentido, não devemos chamá-los de volta. Não
devemos perturbá-los em sua nova jornada. Devemos reverenciar... com
amor, alegria e gratidão as suas memórias e deixar por conta deles, se querem
ou se podem se aproximar de nós, de acordo com a evolução de cada um,
posto que ninguém se modifica de uma hora para a outra, só porque morreu.
Não temos o direito de interferir, por egoísmo da nossa parte, no processo
evolutivo pelo qual todos nós passamos entre as encarnações. O portal de
Samhain nos coloca de sobreaviso para o Inverno. E para enfrentar o Inverno
das nossas vidas, temos que tomar decisões. E acima de tudo, devemos
decidir pelo que é melhor para as nossas vidas. Este é o tempo de avaliarmos
os nossos estoques. Teremos alimentos suficientes para atravessarmos o
Inverno? Mas para qual Inverno devemos nos preparar; se já não vivemos
mais na Era das Cavernas? Se os supermercados estão abarrotados de
alimentos?
E a Deusa esclarece:
─ Preste atenção, filha. A primavera é o início da vida. O verão é o auge da
vida. O outono é a maturidade da vida. O inverno, a velhice da vida. ─ E a
Deusa continua ─ Agora, diga-me menina, qual é o segredo da Avelã?
─ O fruto, Velha Mãe, simboliza a sabedoria concentrada advinda do
conhecimento e oferece o dom da fertilidade tanto à mulher quanto aos
campos. Já a árvore, sempre esteve associada aos bruxos por seus diversos
poderes. Suas folhas são usadas em encantamentos mágicos ligados à
proteção e a cura. Os antigos se valiam de varinhas da aveleira para encontrar
água e tesouros enterrados. Existe um poço chamado de “Poço de Conla” que
para os Celtas é a fonte de onde nasce a sabedoria primordial. Este poço
consiste de cinco correntes de água rodeadas por nove aveleiras sagradas.
Desta fonte correm cinco regatos de água no qual vivem os salmões, que se
alimentam das avelãs. Aquele que beber dos cinco regatos onde as aveleiras
flutuam, adquire o pleno domínio e conhecimento de todas as artes e ofícios.
Caminhar com um bastão de aveleira é caminhar na certeza da orientação
quando nos deparamos com as encruzilhadas da vida. Além de aprender com
esta madeira a arte da retidão unida à flexibilidade, a consistência da leveza
necessária ao equilíbrio entre as forças antagônicas, sejam elas internas ou
externas por ser a aveleira a árvore da reconciliação.
─ Podemos nos separar agora. ─ a Deusa disse. ─ Lembre-se, cada decisão
que você tomar hoje, será a preparação do seu amanhã. O que você colheu
hoje é o fruto do que foi por você plantado ontem. Assim sendo, semeie boas
sementes neste momento, para colher doces frutos amanhã. Voltaremos a
conversar em Yule. Até lá, Feliz Ano Novo!!!
─ Que assim seja Velha Mãe! ─ ela respondeu no momento em que
reverenciava a Deusa.
Yule
É o Solstício do Inverno.
Este é o período dos nascimentos. Quando o desejo começa a surgir.
Ocorre por volta de 21 de junho no hemisfério Sul. E 21 de dezembro no
hemisfério Norte. Costuma ser a noite mais longa do ano.
Sua cor é o azul claro.
A direção da roda é o Norte.
O elemento é a Terra.
Dedicado a Cerridween em seu aspecto de Grande Mãe. Deusa da Lua.
Senhora da Morte e do renascimento e a Cernunnos, em seu aspecto de Deus
do Mundo subterrâneo e do plano astral na faixa de vibração da reencarnação.
Aquele que virá para trazer a virilidade e a fertilidade para a terra, como Pai
Natureza.
Neste sabbat a busca é a da Luz nos Reinos Astrais. O que pode se dar tanto
no nível onírico, quanto em estado alterado de consciência conhecido como
transe.
Dentro deste período, mais especificamente na noite de Yule, nós enquanto
bruxas (os), devemos ser, antes de tudo, curandeiras (os), da cura centrada em
nós mesmos, da cura para os outros e da grande cura que é a Cura do Planeta
Terra. Se ainda não a temos, é a noite de providenciar a Sacola ou Bolsa de
Poder.
A sacola de poder é por nós confeccionada manualmente. Pode ter o tamanho
que a pessoa desejar. ─ Um saquinho para ser pendurado no pescoço. Uma
bolsinha para se carregar na cintura, ou uma mochila. Tudo vai depender dos
objetos sagrados a serem ali guardados. ─ O importante, é que a sacola de
poder seja feita de tecido. Se for um pano rústico, melhor ainda. E o que
guardar nesta sacola? Tudo aquilo que para você tiver a conotação de cura e
proteção. Tudo aquilo que lhe concede poder, uma folha que o vento lhe
trouxe. Uma pedra que você encontrou enquanto caminhava por estradas de
terra. Uma concha que as águas do mar esqueceram nas areias da praia. Um
galhinho de alecrim. Folhas de salvia. Um pedacinho de carvão. Um
pedaçinho de canela. Pétalas de alguma flor que você ganhou. Um frasquinho
contendo água. Por que água? Dizem os antigos que a vida brotou da
primeira gota de água que derreteu do gelo, sob a ação do fogo. A água está
diretamente ligada à Lua, que é quem rege as marés da vida, dentro das quais
está o inconsciente que contém os poderes psíquicos do homem. E um destes
poderes é o da purificação. Ou seja, curar-se.
Para imantar seus objetos de poder a serem guardados dentro da sacola basta
segurá-los na concha da sua mão. Um a um e assoprar três vezes sobre o
mesmo dizendo: “Com o halito da minha vida te concedo vida”.
Para quem já tem a sacola de poder basta abri-la e refazê-la.
As cores das velas são a branca e a vermelha. Branca para Ela. Vermelha
para Ele.
Dentre os incensos pode-se optar pelo olíbano, rosas ou sândalo.
A bebida na taça é o vinho ou o leite.
As frutas são a laranja e o pêssego.
A laranja é a fruta que faz com que o espírito se sinta aconchegado, por banir
as energias negativas trazendo uma sensação de conforto e serenidade.
E é o pêssego, que traz a harmonia, ativando a memória do espírito
amadurecido e pronto para viajar no tempo fora do tempo.
Os banhos são os de alecrim para os homens e rosas brancas para as
mulheres.
O chá... Pode-se optar pela canela ou erva cidreira.
As flores são as rosas brancas e vermelhas ornadas com galhos de cipreste ou
azevinho.
A verdura, caso queira, é a alface. Uma planta lunar.
Essência, canela. Por ser restauradora das forças, gerando a alegria do
otimismo que todo nascimento produz.
A pedra, Granada, cujo significado é Grão. A granada nos dá vitalidade, o
que por si só, renova em nós a paixão pela vida. Proporciona criatividade,
ousadia e coragem. Ela nos ensina a lidar com os nossos desejos e emoções.
Ouço a voz da Deusa:
─ Caminho por entre os vales, seguindo uma longa trilha de terra, e vejo à
minha frente uma colina. Cada passo que dou, nesta estrada, faz com que o
outono vá ficando para trás, e me levando de encontro aos ventos gelados do
inverno. Passo a passo, enquanto caminho com a inabalável tranquilidade dos
lagos em meu olhar, os ventos gelados despertam em minhas sementes a
necessidade de encontrar outros campos, para que outra terra as faça
germinar.
Começo a subir vagarosamente para o topo da colina que se assemelha ao
meu ventre redondo. Acomodo-me entre as raízes entrelaçadas de três
frondosas árvores. Enquanto meus olhos se perdem pelos vales, olho,
embevecida, o pôr do sol tingindo de róseo o horizonte, e aguardo que a mais
longa e fria noite, me envolva em seu manto. Pelas contrações em meu
ventre, sei que Ele está por vir. Assim como sei que isto se dará, quando
finalmente a noite estender os seus longos braços e principiar a recolher seu
manto escuro. Enquanto aguardo a dor que irá dilacerar a minha carne, para
que Ele possa nascer, e o sangue que escoará por entre as minhas coxas,
manchando de vermelho a relva onde me deito, vou sonhando o futuro que
hoje virá, neste flutuar, entre a vida e a morte.
Olho para as três árvores que me dão abrigo no leito formado pelo vão de
suas raízes... Sei que são os meus três aspectos. Um deles, me alerta do
quanto me esqueci da fêmea em mim, enquanto me tornava mãe. Me alerta,
de que este é o período do amor sim, porém, não apenas o amor que permite
que o leite escorra dos meus seios, irrigando a terra para nutri-lo. Deverei ir
além da mãe e me tornar novamente a mulher amante, buscando o amor por
mim e para mim. Deverei caminhar pelas estradas labirínticas da vida em
direção ao palácio de Arianrhord, em busca da beleza da Deusa Virgem que
jamais deverei deixar de ser. Serei guiada pelas doces canções dos pássaros
de Rhiannon, que me dará a fórmula do encantamento da sedução. Fórmula
tatuada nas brancas asas das aves a sobrevoarem descuidadas os vales...
Sedução que não pertence aos homens... e sim à fúria apaixonada das
divindades, cuja Deusa vestida de vermelho aguarda serena do lado de lá da
margem, que Ele cruze o rio e com Ela caminhe na direção de um novo
tempo.
Enquanto Deusa Anciã, eu morri em Samhain, para que a minha face Senhora
pudesse dar à luz ao meu filho e consorte nesta noite em que, ironicamente,
no ato do parto em si, volto a sucumbir para que a minha face Jovem renasça.
Neste ponto da roda da vida, a minha face Jovem, da Senhora que sou, e que
ainda amamenta seu filho, também é um bebê, que começa a se desenvolver
junto com Ele, para que em Imbolc possamos nos tornar noivos, novamente.
Por mais paradoxal que isto possa parecer, assim é, e assim sempre será. Em
mim, tudo ocorre em todos os tempos, e em nenhum dos tempos, uma vez
que sou Atemporal.
─ Então é isto? ─ ela indagou à Deusa e prosseguiu. ─ Devemos trilhar as
vielas dos sonhos e trabalhar com os conhecimentos que a tua face Anciã nos
proporcionou?
─ Sim. ─ a Deusa respondeu. ─ Vocês foram conduzidos aos Reinos das
Sombras pelo Senhor do mundo subterrâneo, para se depararem com a
sabedoria oculta em minha face Anciã. Foram guiados para o Outro Mundo
por Ele, o temido Senhor da Escuridão, que outro propósito não teve, além de
levá-los a um período de hibernação em seus próprios reinos interiores que
devem entrar em expansão. Isto se dará quanto mais profundamente vocês
mergulharem, sem temores, nos Reinos Astrais.
─ E é isto que significa afastar as brumas ou as cortinas que toldam nossa
visão, Velha Mãe?
─ Sim, este é o sentido e esta é a ideia. A ideia de fazer com que
compreendam a passagem tanto física quanto espiritual. Tanto o nascimento
quanto a morte. Tanto a luz quanto a escuridão. É crucial que entendam, que,
apenas quando se atinge o ponto mais escuro, é que se torna possível retornar,
dando continuidade à vida. ─ e a Deusa concluiu. ─ A semente da Luz, filha,
encontra-se guardada dentro da Escuridão. Agora vá, e celebre a alegria de
partilhar o alimento que nutre o corpo e a alma, com aqueles que lhe são
caros.
Imbolc
Equinócio do Inverno.
Ocorre por volta de 31 de julho no hemisfério Sul e por volta de 01 de
fevereiro no hemisfério Norte.
Sua cor é o verde.
A direção da roda é o Nordeste.
O elemento é a Terra mesclada com o Ar.
O caldeirão deve conter terra em seu interior, sobre a
qual se acendem as velas.
Esta é a época de iniciar projetos. De cumprir as promessas. É o tempo da
Purificação.
Dedicado à Deusa Brigth. Que é uma Deusa Tríplice por corresponder às três
classes da sociedade celta. Brigth preside a cura através da herbologia.
Preside as artes e a magia, sendo ainda padroeira do fogo pela sua habilidade
com a forja. É venerada pelos poetas, ferreiros e médicos.
As cores de Brigth são o vermelho, o laranja e o verde. O vermelho é o fogo
da forja. O laranja, por ser Brigth a Noiva do Sol. E o verde, por ser Ela a
Deusa da cura e da prosperidade.
Neste período, a busca é direcionada para a cura das feridas internas.
É época de se trabalhar com amuletos que visem a purificação e a proteção.
Um deles é a confecção da cruz de Brigth através do entrelaçar das palhas do
milho.
O outro, é bem mais simples. Basta confeccionar um saquinho de pano na cor
verde. O tamanho é irrelevante. O que importa é com o quê você ira rechea-
lo, e você o fará, com as ervas da purificação. As mais indicadas são: o pinho,
o junípero, o cedro, o alecrim, folhas de bambu picadas, a lavanda, o
manjericão ou o hissopo. Você pode usar todas as citadas, ou apenas uma.
Melhor que sejam três, já que Brigth é a Deusa Tríplice.
A Vela deve ser verde, por simbolizar a generosidade da natureza. Por
representar as fontes e ervas que curam. Por ser este, o aspecto de Brigth aqui
invocado.
Os incensos mais adequados são: os de cânfora, cedro, junípero ou
manjericão.
A bebida mais apropriada é o leite.
Os banhos mais adequados a esta época são os de pétalas de rosas ou jasmim.
Um dos melhores chás para este período é o de alecrim, por estar diretamente
ligado ao Sol, cujo elemento é o fogo. O alecrim além de restituir as nossas
energias perdidas e trazer de volta o ânimo, ele é também um chá de
purificação.
Essências de mitra, lavanda ou cravo.
Flores nos tons amarelos ou na cor rosa, ou ambos os tons.
Alimentos a base de leite.
A Pedra mais indicada é o âmbar, por estar ligada à motivação, ao sucesso,
proteção e sexualidade. O âmbar desperta em nós a alegria de viver através da
cura das nossas feridas internas. E tem ainda, a função de afastar os maus
espíritos. Caso o âmbar seja difícil de ser encontrado, você sempre poderá
optar entre o jaspe vermelho ou o quartzo rosa para substituí-lo.
Este é o sabbat que marca o final do resguardo da Deusa, após ter dado à luz
seu filho Deus em Yule.
A Deusa é despertada do seu sono, através da luz dos dias que vão se
tornando gradativamente mais longos. Seu filho é agora um jovem sedutor.
Sua sedução é magnética e pode ser sentida através do morno calor dos dias a
se estenderem até mais tarde.
Esse calor fertiliza a terra, ou seja, a Deusa, e concede bondosamente às
sementes, o longo período que elas necessitam para a sua germinação.
Dentro do movimento da germinação da semente, também nós devemos nos
transformar através do ato de purificação. Devemos nos desvencilhar do
velho, para ceder espaço ao novo em nossas vidas.
Ela está diante das três faces da Deusa, e uma das faces diz:
─ Nesta Lua das Tempestades, o vento do oeste espreguiçou. Hora de acordar
e movimentar. Soprou sem muita certeza. Será que já era de fato hora exata
de trabalhar?
Na dúvida, optou por não carregar em demasia seu sopro inicial. Apenas o
necessário para os ares esfriar.
Também o Sol, deparou-se com um dilema. Deveria ser tórrido ou incipiente?
Optou por tirar folga. Tinha esse direito. Férias acumuladas, desde o início da
criação. Deu permissão ao dia para ser como bem entendesse. E o dia,
preguiçoso, mas muito bem resolvido - desses tipos que nunca necessitam de
terapeutas -, tratou de apresentar-se como bem quis. Cinzento. E, Ela a
senhora equinocial, não bateu palmas no portão. Não tocou a campainha.
Tampouco bateu à porta. Para Ela, portão não havia. Campainha inexistia. E
porta para que?
Brigth chegou, envolta em uma onda de fragrâncias. Mistura de olíbano,
sândalo, cravo e canela e de quebra um pouco de jasmim.
Uma tiara de âmbar ornando-lhe a fronte. Um colar de jaspe sanguíneo,
enfeitando-lhe o colo. Não trouxe bagagem.
─ Precisava?
─ Penso que não!
─ Novas folhas vão surgir. E antes que o vento as
leve, um novo manto Brigth irá tecer. Talvez Ela mescle cores na trama do
tecido. Amarelo, laranja, vinho, um pouco do rosa... e verde, é claro. O verde
Ela o usará em seus mais variados tons. Tenho certeza! Ela sempre usa. Ano
após ano. Mas sempre um manto novo. Em folha. De modo que ela entrou
com a roupa do corpo.
─ Compreendo.
─ O inverno é a estação da renovação. Para que prosseguir, arrastando
estação adentro uma bagagem estufada de peças desnecessárias?
Atravessou o vão onde se supõe deve existir uma porta. Afinal. Pode não
parecer, mas isto é uma casa.
E o fez sem pedir licença. "De casa", Ela assim se considera.
Começou a ladainha pelo armário de roupas. Escancarou as portas. Foi
tirando os vestidos. Um a um. Olhando com cautela.
─ Esse? ─ Brigth indagou.
─ Há três anos sem usar. ─ ela respondeu ─ Doa. ─ isto foi dito de forma
incisiva, enquanto
retirava o outro cabide. ─ Este? ─ Brigth quis saber. ─ Dois anos se
passaram. ─ Ela meneou a cabeça
em confirmação.
─ Doa. Este aqui? Você usou exatamente há um ano. Doa. ─ Brigth não
perdoou.
Nada satisfeita; prosseguiu. Guardava um. Tirava
dois.
─ Ai meu Jesus Cristinho! Vou ficar sem roupa! ─ Não vai não! E quem é
Ele?
─ Jesus? Nunca ouviu falar dele?
─ Não!
─ Ora essa Senhora, Jesus é o Deus dos Cristãos.
Quer dizer... O homem Jesus se preparou para receber a
essência do Cristo. É tido como um dos Deuses
Sacrificados.
─ Ah, agora sim. Sei quem é. Jehova Aloah va Daath. ─ Dizem os antigos
que Ele é o Deus Branco. ─ E é! É o Deus Branco da Luz, Solar, do Meio
Dia. ─ A Senhora pode traduzir, por favor?
─ Ele é o Médico dos Médicos por ser o Deus que se
manifesta na mente do Sol. Este vestido você usou quando? ─ Não lembro
senhora...
─ Doando.
Finalmente Ela se deu por feliz e fechou a porta do
guarda-roupa
A pilha de doação? Imensa!
Passou para a cômoda e fez o mesmo. Inclusive com
peças íntimas e roupas de dormir.
Saciada, passou para a sapateira. Foi tirando os pares.
─ Salto alto. Você não usa mais. Doa.
─ Mas... este eu usei quando fui madrinha de
casamento do meu irmão caçula!
─ Por isso mesmo. Faz muito tempo. Doa. Ok! Vou discutir?
─ Essa bolsa está encostada há quantos anos? ─ Vou saber?
─ Doa.
Determinada a ir até as últimas consequências,
seguiu adiante. Acostumada com a casa. Passou para o
outro cômodo. Foi abrindo as gavetas da escrivaninha.
Removendo os papéis. Antigos. Pilhas e mais pilhas. ─ Que é isso?
─ Isso? É... Bem. Parece um simples papel de sonho
de valsa... Mas não é. Recordação do meu primeiro
paquera.
─ Nem namorado foi?!
─ Não.
─ Então joga. Joga não. Recicla.
Sequer a cozinha ela perdoou. Alguns utensílios, já
sem muito uso, até permiti que fossem para a caixa de
doação. Lépida, agarrei a colher de pau e a panela de barro. ─ Essa eu não
dou, não vendo e não alugo. Não tem
conversa. Agora se a Senhora quiser doar o ferro de passar,
tudo bem.
─ Por que o ferro de passar? Está em bom estado. ─ Por isso mesmo. Quase
não uso.
─ Você não gosta de roupas passadas?
─ Das roupas passadas eu gosto. Não gosto é de
passar. Entro em transe. Já me queimei várias vezes. ─ Sei. Mas ele fica. Faz
parte dos apetrechos de uma
casa civilizada.
─ Tudo bem. Usarei o mínimo possível.
E esse foi o seu procedimento, desde as primeiras
horas da manhã, até o princípio do anoitecer. Hora do
inverno. Aliás, sua hora preferida.
─ Vamos ver o quintal. ─ Ela intimou.
Segui seu rastro com um risinho maroto nos lábios.
Sabia que Ela teria uma surpresa.
─ Oh! Que maravilha! Canteiros bem cuidados. Ervas
e temperos de várias espécies. Árvores frutíferas. Vasos
suspensos por correntes. Orquidário organizado. Roseiras
florindo. Pássaros chilreando nos galhos. Muito bem. Aqui
não temos que nos desfazer de nada.
Claro que não, pensei. Trabalhei neste quintal por três
dias consecutivos. Incluindo o dia de descanso (domingo)
inteiro. Por qual motivo Ela haveria de encontrar uma erva
daninha sequer? Ou uma pedrinha fora do lugar? ─ Ora veja! Um balanço
preso ao galho da
mangueira. Sugestivo. Posso?
─ Ele é todo, seu, Senhora.
Ao sentar-se Ela viu a guirlanda de flores e fitas
amarelas pendurada em um dos galhos do robusto arbusto
da mirra.
─ Linda guirlanda! Foi você quem fez?
─ Sim. É um presente para a Senhora. Nela, nesta guirlanda, coloquei toda a
minha gratidão. Por todos os frutos que colhi neste ano. Os bons, eu celebrei.
Os amargos, eu adocei. Os tristes, eu vivi e deles retirei o
aprendizado e os dispensei.
─ Presente aceito. Mais do que aceito. Vi também
que organizastes as achas para uma fogueira...
─ Quando eu atear o fogo nestas achas de pinheiros
e a fumaça se espalhar, quero nela me purificar. Enterrar
todas as negatividades que me cercam. Sejam elas,
geradas a partir de mim mesma ou a mim enviadas por
oponentes.
─ Ages adequadamente. Este é o período próprio
para esta ação. E depois disto o que farás?
─ Manterei o teu círio ardendo até Ostara. ─ Com qual objetivo manterás o
fogo da minha lareira
aceso?
─ Para que a Senhora me traga Luz durante essas,
escuras, e frias noites. Para que a Senhora me inspire na
preparação do futuro.
─ Do teu futuro?
─Não apenas do meu futuro Senhora, mas sim do
futuro do Planeta. Futuro este no qual não sei se estou
inclusa, mas que com certeza os que vierem após mim
estarão.
─ O que projetas para o futuro da Terra?
─ A "restauração" do nosso planeta Senhora. ─ Se tivesses este poder como
tu o farias? ─ Como já venho fazendo Senhora. Procurando
introduzir as sementes do amor, nos corações endurecidos.
Procurando fazer com que as pessoas entendam que
devemos "amar" e "respeitar" nossa Mãe Terra... E para
tanto, é necessário que deixemos as belas frases de lado, e
que arregacemos as mangas... Limpar, cuidar, despoluir e preservar o nosso
planeta é obrigação de cada um de nós. Todos nós e, isto é inquestionável,
somos "responsáveis" pela destruição de nossa casa. Já passou da hora, e
muito, de tomarmos consciência de que a nossa casa não se restringe apenas e
tão somente às quatro paredes que nos protegem. Nossa casa é o quarteirão
onde vivemos, o nosso bairro, a nossa cidade, o nosso estado, o nosso país os
outros países e todos os estados e cidades, e bairros, e vilas e ruas de todos os
países, posto que todos eles estejam contidos dentro da mesma Terra que nos
acolhe. Então, onde é a sua casa? ─ indago e respondo ─ A minha casa é o
planeta no qual vivo, e, portanto é nosso dever preservar a casa que
deixaremos para os nossos filhos, netos, bisnetos, tataranetos... E quem pode
garantir que não estaremos de volta ao palco desta vida na forma de nosso
ta tataraneto?
─ Lance as tuas sementes para as quatro direções e
deixe que o tempo se incumba de fazê-las germinar. ─ Posso?
Brigth sorriu abrindo as mãos em um gesto de
expansão.
─ Por favor!
─ Que haja flores e pássaros nas terras a Leste. Que
o ar volte a ser puro, como um dia o foi.
─ Que assim seja. ─ Brigth respondeu.
─ Que haja flores e lindos corcéis nas terras ao Sul.
Que a chama sagrada jamais se extinga, assim como no
princípio.
─ Que assim se faça. ─ Brigth determinou. ─ Que haja flores e peixes nas
terras a Oeste. Que os
rios corram livres e limpos, exatamente como os são, os
fluírem de suas nascentes.
─ Assim é. ─ Brigth concordou.
─ Que haja flores e campos fartos e que a vida fervilhe nas terras a Norte.
Que a semente desabroche, cresça e floresça.
Para que nenhuma criança doravante venha a conhecer a fome ou a sede.
─ Assim será. Um dia... ─ Brigth aquiesceu.
Na linha do horizonte, o céu tingiu-se de um vermelho esmaecido.
E tudo na natureza manteve-se suspenso. Na quietude da hora sagrada em que
os sinos da igreja badalavam a Hora Mariana, caminhei até a pequena
fogueira. Pedi permissão para as achas de lenha explicando por qual motivo
elas iriam queimar. Ateei fogo. Quando a chama se elevou, atirei um punhado
de sal ao fogo, e fui varrendo de meu corpo, com a vassoura de ervas, para
dentro das chamas, todas as minhas limitações.
Brigth me perguntou.
─ O que estais a banir da tua vida?
─ O medo, a culpa, a baixa autoestima, o sentimento
de inadequação, entre outras coisas minha Senhora. ─ O que abres com este
ato?
─ Espaço para o novo em minha vida. Abro espaço
para que novas possibilidades criativas sejam realizadas. Com isto, agrego
energia aos meus planos, determinando o ressurgimento da ação que
impulsiona a vida.
Ela aguardou serena até que a última negatividade fosse removida através dos
gestos de banir e perguntou: ─ Tens algo a me oferecer?
─ Sim.
Caminhei até o canteiro de ervas, no qual havia deixado a taça, dentro da qual
iria lhe servir a bebida. Entornei o líquido da jarra para o interior da taça, e
com ela transbordando, me aproximei de Brigth.
─ Por favor, Senhora, aceite. Trago-lhe o leite. ─ Com isto simbolizas que o
Inverno está findando e que a Primavera se aproxima?
─ Sim. E com este gesto, também quero lhe dizer que em Seu nome, eu abro
caminho. Limpando e varrendo, preparo um novo lugar, através do qual, a
Tua luz e beleza hão de gerar em mim e em todos nós a inspiração que nos
guiará por novos caminhos e novas ideias. Que o Teu poder de cura e
transformação nos alcancem até que possamos atingir o ponto de ser e
espalhar alegria.
─ Que assim seja! ─ Ela respondeu.
E a noite caiu... Percebi que não mais deveria importuná-la. Mas sim,
permitir que Ela permanecesse ali,
sentada no balanço, pelo tempo que lhe aprouvesse, contemplando as estrelas
e decidindo quais folhas usaria em seu novo manto.
Retirei-me de mansinho e fui acender o círio no altar. Consciente da presença
de Brigth, fiz a prece dos antigos:
Brigth minha mãe;
Na presença do meu povo,
Desde o começo da vida.
Na visão dos Deuses e dos não deuses. Em homenagem a imensa
generosidade do Universo, Eu agradeço pela minha parte.
Em amor e alegria, sabendo que no amanhecer de cada dia, Eu me torno uma
nova mulher,
Assumindo em mim, os aspectos de Brigth. Deusa forte e destemida.
Assim, vou cuidar da lareira.
Como Brigth, a mãe adotiva o faria;
Mantendo acesa a chama da fé que me guia. Que o nome sagrado da mãe
adotiva, Esteja sobre a lareira.
Alimentando o fogo sagrado que cura, afastando a doença e,
Restaurando a integridade.
E que seu nome esteja sobre o gado e sobre todos os animais da terra.
Estando ainda sobre os poços que nutrem a vida... Na chama que forja que
molda e tempera. Chama no caldeirão que alimenta e cura. Chama na mente
que incita e inspira... Que seu nome sagrado esteja sobre todo este lar, em
bênçãos,
E sobre todos os lares da terra.
Hoje e sempre!
─ Assim é e assim será! E em todos os invernos, estarei sempre contigo.
Assim tem sido desde o princípio. ─ A Deusa afirmou.
Ostara
Equinócio da Primavera.
Ocorre por volta de 21 de setembro no Hemisfério Sul e por volta de 21 de
março no Hemisfério Norte.
Sua cor é o amarelo ouro.
A direção da roda é o Leste.
O elemento é o Ar.
Neste período o caldeirão contém água em seu
interior.
São reverenciados ─ entre muitos Deuses, uma vez que aqui, depende do
panteão de cada seguimento da tradição ─ Rhiannon e Cernunnos.
Rhiannon ─ A “Grande Rainha”. Senhora das aves e dos cavalos. Deusa dos
encantamentos, da fertilidade e do Submundo. ─ Senhora das cantigas dos
pássaros das asas negras do leste. Monta um veloz cavalo branco.
Cernunnos ─ O “Deus de chifres”. Senhor dos animais, domésticos ou
selvagens. Deus da Natureza. Deus da Fertilidade e da Abundância. É aquele
que reflete as estações do ano, em seu um ciclo anual de vida, morte e
renascimento.
Este é o tempo de buscar o equilíbrio entre os opostos, sejam eles internos ou
externos, uma vez que a atmosfera que nos cerca é a de renovação,
regeneração, expectativas e esperanças. É o tempo propício para retirar do
baú das nossas mentes, os sonhos e projetos inacabados e dar a eles a
oportunidade de se concretizarem. O mais sábio é que se inicie com coisas
pequenas e simples de executar, como ir assistir aquela apresentação da
orquestra xis, por exemplo.
No equinócio da primavera, noite e dia têm igual duração. Escuridão e Luz
são exatamente iguais e isto quer dizer, que os poderes masculinos e
femininos são exatamente iguais. Daqui em diante, o dia dominará a noite, ou
seja, os dias serão mais longos e as noites mais curtas.
Abra portas e janelas e dê permissão para que os ventos invadam a sua casa.
Que os Silfos façam os sinos dos ventos badalarem, trazendo momentos de
felicidade para o seu lar.
Ouça músicas alegres. Cante e dance sem medo de ser feliz.
Aqui, são confeccionados amuletos de fertilidade. E, isto vai muito além da
capacidade de “conceber” ou “gerar” filhos. Falamos da fertilidade enquanto
“fecundação” do espírito. Da “capacidade” de produzir muito. Do poder de
assimilar ideias. Da habilidade mental.
Acendem-se velas nas cores amarela para Ele por ser considerada pelos
antigos a cor do princípio animador da vida, especialmente, sobre os estados
mentais. E o rosa para Ela. A cor rosa parece trazer, em sua obviedade, a
significação do amor. Mas aqui, não estamos falando do amor, impetuoso do
vermelho, e sim daquele que foi pelo branco diluído. Estamos falando da cor
rosa que significa modéstia. O rosa, como a cor que representa a beleza, a
alegria, a esperança, o amor e a moralidade. Esta cor é o emblema das
virtudes idealizadas, da gentileza, da afeição e do romance.
Uma das atividades deste sabbat é o ato de sair para passear pelo campo,
recolhendo flores para ornamentar a casa. Mas, para quem mora longe do
campo, pode passear por um jardim, parques ou reservas florestais. Na volta
do passeio, que por si só, já configura a celebração da Natureza e da Vida,
passe em uma floricultura e compre um buque de flores do campo.
Flores: do campo.
Bebidas: cerveja ou vinho tinto.
Frutas: variadas, morangos, amoras, uvas e laranjas,
entre outras.
Grãos: milho.
Banho: manjericão (amor) e cravo da índia
(prosperidade).
Chás: casca de maçãs ou folhas de melissa. Essência: jasmim, rosas ou
morango.
É tradição neste sabbat, organizar em uma cesta de vime, os ovos pintados. O
Ovo é o símbolo primordial da formação do mundo, portanto, ele representa
o potencial da vida e o novo início.
Para participar desta energia renovadora da vida é preciso compreender o
sentido da Primavera, indo além daquilo que ocorre na natureza. Buscando o
que ela, a Primavera, representa em nossas vidas. Esta estação é o
combustível que nos impulsiona a ir adiante. Espiritualmente, Ostara marca a
transição entre a introspecção de Imbolc e as novas iluminações que Beltane
trará.
E, por esta razão, você pode querer meditar sobre o sentido da Primavera,
montando uma cesta de ovos coloridos. Você pode optar entre pintar muitos
ovos, ou apenas três. Ainda que você queira pintar muitos ovos, três deles são
especiais, e merecem maior concentração da sua parte. Um deles é o “ovo
oferenda ao planeta”, o outro é o “ovo presente”, e o terceiro é o seu ovo.
O primeiro a ser pintado é o “ovo do planeta”, para que a Mãe seja generosa
para com todos os filhos da Terra. Este trabalho, ou seja, o de pintar o “ovo
do planeta” deve ser feito em nome de todos os povos. Independente de raça,
cor ou credo. Enquanto nele trabalha, você deve se concentrar no que gostaria
que todos os seres humanos tivessem e que viessem a conquistar. Vá
projetando no “ovo oferenda do planeta”, o mundo que você quer deixar para
os seus filhos e netos. Que mundo deseja reencontrar quando um dia você
voltar a habitar a terra, em uma outra vida, em um novo corpo, de uma nova
maneira.
Este ovo deverá ser entregue junto à natureza, no prazo de até três dias. Pode
ser em um jardim, parque, ou ao lado de uma bela árvore em alguma rua pela
qual você esteja transitando.
O segundo ovo a ser pintado é o “ovo presente” a uma pessoa querida. E a ela
deve ser entregue, desde que a pessoa querida comungue da sua crença. Caso
contrário, evite criar atritos. Em se tratando de alguém que acredita, e que te
deu permissão para tanto, porém o ato da entrega em si, se torna difícil por
várias razões, entre elas o fato de a pessoa morar em outra cidade... Trabalhe
a sua intenção de bons fluidos para a pessoa por você escolhida, mas
incumba-se de entregar o ovo. Poderá fazê-lo quando da entrega do “ovo
oferenda do planeta”.
Proceda da mesma forma que a do primeiro ovo, só que agora, emanando
amor e procurando transmitir apenas coisas boas a essa pessoa, ou pessoas, se
por ventura você resolveu presentear uma família.
Lembre-se, tudo aquilo que desejamos ao outro, retorna a nós.
Tendo terminado de pintar o “ovo presente”, coloqueo dentro de uma
cestinha. (caso queira, forre o fundo da cestinha com pétalas de flores, ou
papel picado). Você terá até sete dias para entregar o ovo à pessoa por você
escolhida, caso ela o tenha aceitado, ou entregar junto com o “ovo oferenda”
na natureza.
O terceiro e último ovo a ser pintado é o seu. Aqui, penso que você saberá
muitíssimo bem o que projetar.
Ao concluir a pintura do seu ovo, coloque-o perto do prato onde arde a vela
da Deusa. Depois, ele deverá ser colocado em seu altar, ou em algum lugar
que para você seja também sagrado. Este ovo permanecerá em seu altar até o
próximo Ostara, quando será substituído.
─ Nossa. Que lindo! Amei. Também quero fazer. Mas, para fazer é preciso
saber... ─ você pode questionar.
─ Compreendo. ─ a autora te responde ─Vamos ao como fazer: É simples.
Para produzir basta que você cozinhe os ovos. Quantos desejar.
─ Oi? Não sabe cozinhar ovos? Não acredito! É a coisa mais fácil do mundo!
Bem mais simples do que fritar ovos. Pegue uma caneca, destas que se usa
para ferver a água para o chá ou café. Coloque os ovos no fundo da mesma.
Junte água, uns três dedos de água acima dos ovos. Pingue algumas gotas de
vinagre. Uma colher de chá de vinagre é o bastante. Leve a caneca ao fogão e
acenda o fogo. Após a água levantar fervura, diminua o fogo e marque de dez
a quinze minutos. Desligue o fogo. Deixo-os esfriar. Retire os ovos e seque-
os.
Você ira precisar de canetas hidrocor de várias cores. Uma almofada ou um
tapetinho para se sentar. Diante de você, coloque o caldeirão com água e
flores,
boiando em seu interior. (Ah, não tem caldeirão de ferro? Use uma bacia de
ágatha ou uma tigelinha de louça).
Coloque uma vela comum de um lado do caldeirão na cor rosa, simbolizando
a Deusa. E do outro lado uma vela na cor amarela, simbolizando o Deus.
Diante do caldeirão, coloque uma pequena cumbuca de barro, com um pouco
de terra em seu interior. O ovo “oferenda do planeta” deve ser depositado
nela.
Atrás do caldeirão, coloque uma cestinha de vime. Nela, você irá depositar o
“ovo presente” da pessoa querida.
Ao lado da cumbuca de barro crie um pequeno nicho com as pétalas de
algumas flores. É aí, na cama de flores, que você irá depositar o seu ovo. No
decorrer deste período, caso aconteça do ovo cair e se quebrar, não entre em
pânico. Acidentes acontecem e a Deusa não está de mal com você. Recolha e
coloque no lixo. Simples assim!
Estando com tudo preparado. Sente-se diante do caldeirão. Feche os olhos e
acalme a sua mente através da respiração. Inspire e expire várias vezes.
Sentindo-se relaxada (o), medite sobre o sentido da Primavera e sobre o ato
que você está prestes a praticar.
Ainda de olhos fechados, comece a murmurar o nome da Deusa. Dê
permissão a si para que um cântico brote dos seus lábios, ainda que a letra do
cântico não faça sentido. Não se importe. Liberte o cântico. Permita o seu
nascimento.
Este deverá ser o cântico da sua alma, para a alma da Deusa. Ou então, dê
permissão para que um som brote de você. O importante é que seja um som
alegre.
Quando achar que foi o bastante, abra os olhos e acenda as velas. Permita que
uma singela oração aflore para cada vela que você acender.
Por exemplo: Ao acender a vela da Deusa, diga algo mais ou menos assim:
─ A chama que neste momento arde, cresce e se eleva, é a chama da
celebração para a Deusa que nos conforta e alegra. Abençoada Mãe, rainha
das flores, dos brotos e dos ramos, que a luz rosa do meu amor te alcance
através desta chama.
Ao acender a vela do Deus diga:
─ Esta, é a Luz que vem do Deus. O livre e indomado Senhor. Aquele que
traz calor e amor. Concedei-me inspiração e alegria, neste momento em que
contigo partilho da nova vida.
Assim que as chamas brilharem, principie o seu trabalho de decoração dos
ovos, através do ato mágico.
Caso você tenha algum problema que te impeça de sentar-se no chão, não se
preocupe. O tampo da sua mesa será o corpo da terra, e você poderá trabalhar
sentada (o), confortavelmente, em uma cadeira. O único senão, é que a mesa
deve estar limpa e vazia, de qualquer outro objeto que não tenha haver com o
rito.
Se você assim o desejar, poderá preparar uma pequena cesta de palha, em
agradecimento aos Deuses. Nela, serão colocadas frutas variadas, grãos,
folhas, fitas coloridas e ovos cozidos.
A cesta deve ser levada para junto da natureza, no prazo de até três dias. O
ideal é que a mesma seja depositada aos pés de uma árvore. Durante este ato,
é adequado que se peça aos Deuses que lhe tragam a alegria, a fartura e a
saúde. E que isto também seja levado a todos os povos da terra, independente
de raça, cor ou credo.
Aqui abro um pequeno, parênteses para falar da preservação da natureza e do
não desperdício dos alimentos.
A cesta indicada é a de palha que é consumida pela própria terra. Transforma-
se em adubo, bem como as folhas.
As frutas e demais alimentos, com certeza serão aproveitados. Senão por
alguma pessoa faminta que por ali transite, o será pelos pássaros e animais.
Entretanto, se for da sua preferência, leve consigo uma folha de papel de
seda, e transfira o conteúdo da cesta para o papel. Leve de volta para a sua
casa, a cesta, ou deposite-a em algum cesto de reciclagem.
Você poderá questionar-se quanto à validade dos ovos cozidos, caso venham
a ser consumidos por um mendigo, por exemplo. É uma dúvida pertinente de
quem se preocupa com as reações das suas ações, e que por morar em
grandes cidades, optou por fazer a oferenda em um parque público. Sugiro
que leve consigo uma pazinha de jardim. Cave um buraco próximo à árvore
por você escolhida e enterre os ovos. Deixe a mostra apenas os demais itens.
O fato é que doravante temos a obrigação de despertar um novo
conhecimento sobre a Terra. Uma nova consciência das necessidades da Mãe
Terra. E nada mais próprio do que despertar esta consciência dentro deste
festival da nova vida, pelo ovo, aqui simbolizada.
No topo da colina há um acampamento de nômades. As tendas estão
armadas. Encostada no carroção, a matriarca da trupe descansa. Ao seu lado
uma menina tece um colar de contas.
Lá em baixo, caminhando pelos prados relvados um dos ciganos segue,
tocando o seu alaúde. E a velha cigana diz ao ouvir a melodia:
─ Lá vem ELA , a flor mais BELA!
─ Quem é ela? ─ a menina cigana indaga. ─ Dona PRIMAVERA... ─ a
cigana informa ─ A Deusa
Jovem, encanto e fascínio do Príncipe do Sol.
─ Conte-me a história deste príncipe. ─ a menina
cigana lhe pede.
─ Conto. Conto sim! ─ a matriarca da trupe concorda.
Seus olhos se voltam para as nuvens e ela inicia o relato. ─
Foi assim que tudo se deu:
Cansado dos dias sombrios e das noites frias, Ele
confabulou com o Senhor dos Ventos. Este, entendendo as
necessidades daquele, aliou-se ao Pretendente da Deusa. Insuflou o ar em
seus pulmões e soprou na direção dos quatro cantos da Terra. Seus Ventos
equinociais a princípio, trouxeram o caos, as chuvas e as tempestades, os
raios e as trovoadas, mas por fim, venceram e varreram para longe
os dias gelados.
A Deusa, ainda sonolenta, remexe-se em sua cama
relvada. Talvez fosse bom dormir mais um pouco... Só até a
chuva passar. É compreensível esse seu desejo. Toda noiva
aguarda ansiosa a noite de núpcias e dela foge, ao mesmo
tempo, diante do mistério da Geração da Vida.
Mas Ele, o Príncipe do Sol, vai despertá-la com seu
calor abrasador, e Ela novamente se erguerá da escuridão
na qual mergulhou ao longo do inverno.
Ao despertar Ela se erguerá e pela Terra irá caminhar. Nesse caminhar, flores
cairão de seu manto fértil,
embelezando e perfumando a vida. Seus passos a levarão
de encontro ao Príncipe do Sol, que por Ela aguarda no topo
da colina.
Ele, jovem, vigoroso e sedutor a tomará em seus
braços. Sequioso dos beijos e dos poderes da Jovem Deusa
Primavera.
Entrelaçados, Eles se entregam à dança. À dança da
vida. À dança do amor. O bailado do Deus e da Deusa
transformam a tristeza que assolou os filhos da Terra em
alegria. Substituindo o desespero pela esperança. A miséria
em abundância.
Felizes, eles abrirão as portas e as janelas do Mundo
para que o Ar possa renovar as energias estagnadas dos
dias úmidos e sombrios do inverno.
ELA depositará flores do campo em todos os
cômodos da sua gigantesca casa. As flores atrairão as
borboletas e os pássaros.
ELE trará para o interior do seu imenso lar, as
cornucópias repletas de brotos e frutas, e de muitos cachos
de uvas. Tão apreciadas pela Deusa.
Inebriados com o aroma do jasmim crescendo pelas
sebes que cercam a Terra, Deusa e Deus caminham
ouvindo o som das flautas em meio às campinas. Por onde ELES passam tudo
desperta sob o toque
sedutor dos Deuses impulsionando a vida. Exortando os
homens a retirarem de seus baús os sonhos, os projetos
incubados e a colocá-los em prática. No rastro dos Deuses
as flores desabrocham e “ovos” nos ninhos prometem a
sequência da beleza da vida.
E dos lábios da Deusa, ouvimos a prece:
─ Filhos da Terra, amem e respeitem a vida em todas as formas de expressão
por mim criada, se querem merecer de mim a Dádiva de uma Nova Vida. Se,
desejam mesas fartas e camas confortáveis. Se, querem crianças felizes e
velhos saudáveis. Saibam que, Eu transformo tudo o que toco. E tudo o que
Eu toco se transforma. Em uma nova vida, em um novo amanhecer. Que a
alegria da Primavera contamine e ilumine o seu Ser! Ó filhos da Mãe Terra.
Beltane.
Solstício da Primavera
Ocorre por volta de 31 de outubro no hemisfério Sul e 30 de abril no
hemisfério Norte.
Festival do fogo ─ Domínio da Luz/ Sagrada união. Tempo do desejo de
casar-se com o prazer.
Direção da roda – Sudeste.
Elemento: Ar ativando o Fogo.
Dedicado aos Deuses Bel e Blodeweed
Blodeweed cuja pronuncia é (blad─u─i:d) ─ Deusa celta das flores, do amor
e da magia. Também conhecida como a Deusa dos Nove Aspectos das Ilhas
Ocidentais do Paraíso. A representação dessa Deusa é a coruja
Bel/Belenus ─ Seu nome significa “brilhante”. Ele é o Deus do Sol e do
Fogo. Grande Deus. Bel rege a ciência, a cura, a colheita, a vegetação, as
fontes quentes, o sucesso, a fertilidade e o gado.
Aqui, a Deusa assume o aspecto de fertilizadora e o Deus, o de fecundador.
A Deusa indaga:
─ Caminhamos para Beltane. O que isto significa para ti, filha?
─ Que este é o tempo do desejo, o de casar-se com o prazer, Velha Mãe. Não
apenas do prazer sensual, mas sim, do prazer advindo da alegria e do
contentamento em ver realizado os nossos desejos.
─ Fale-me sobre isto, filha.
─ Beltane é de fato um sabbat centrado na sexualidade, e disto não podemos
fugir. Assim como não podemos negar que nascemos da união física dos
nossos pais durante o ato sexual. Desta mesma forma nasceram e nascerão os
nossos filhos.
─ Talvez seja melhor que Ela, a minha Face Jovem, fale a este respeito.
─ Parece-me mais prudente, mais sábio, que Ela mesma fale, Velha Mãe.
─ Eu sou a Face Jovem,edo topo da colina na qual me encontro, eu Deusa,
observo que Luz e Sombra se equilibram. Que o dia e a noite, possuem a
mesma extensão. Porém, a luz se eleva, com isto dizendo sem dizer que Ele,
o Jovem Deus, permeado de força, vigor, poder e energia, rompeu as
correntes do Inverno.
Meu filho deixou de ser o “Jovem Sedutor”. Transformou-se em um
verdadeiro homem.
Dentro dele habita toda a potência da natureza masculina, e ele deseja a
Jovem Deusa ardentemente, pois só assim, Ele de fato, pode ser o Pai de toda
a Vida. O Pai Natureza. Oh não! Não me compreenda mal. Entre nós não
existe a concepção do “incesto”. Somos Deuses, lembra? E este é um dos
nossos mistérios guardados dentro do Fogo Criador. Da fusão alquímica e
mágica da água e do fogo. E é na primavera, que os dois polos se fundem
para conceber uma nova vida.
Se nos fazemos valer da imagem do homem e da mulher, é para que melhor
nos compreendam. E sim, neste período toda a Natureza pulsa com essa
energia. A energia sexual que movimenta a vida e da qual toda a vida é
oriunda. E, para completar a canção da vida, realizar os sonhos e projetos dos
homens, eu Deusa, substituirei a minha veste. Vou descer pelas encostas da
colina vestida de verde, para ir ao encontro Dele.
Meus pés, me levarão em direção às campinas, que já se encontram floridas.
De lá seguirei para a clareira na qual, meus filhos e filhas terrenos, fixaram as
fitas brancas e vermelhas no topo do mastro enfeitado com uma guirlanda e,
com eles, dançarei ao redor do May pole até que seja chegado o momento de
atear o fogo na grande fogueira das nove árvores sagradas.
Sei que neste momento, o de fazer a chama se elevar meus filhos invocarão
por Bel, e devo estar ali, pronta para com Ele pular a fogueira a cada vez que
um dos meus filhos o fizer. Eles o farão para se livrarem da má sorte, das
negatividades e assim atrair a fertilidade para as suas vidas.
Assim, eu Deusa e ele Deus, seguimos unidos, criando e sustentando a vida,
provocando mudanças, abrindo o véu, entre os mundos, para lhes dar o
impulso do qual necessitam para que possam expressar em suas vidas, um
novo mundo. Um mundo repleto de possibilidades.
─ Parece-me adequado acrescentar aquela antiga informação, não é filha? ─ a
Velha Mãe induziu.
─ Antiga informação??? ─ ela uniu as sobrancelhas, no franzido da testa,
enquanto passava os dedos pelos cabelos ─ Ah tá! Já sei qual é:
─ Vais falar?
─ Obviamente! Trata-se de um assunto muito importante... Este é o melhor
dia para honrar o Guardião da casa, ou seja, do local onde você vive. Ele é o
espírito daquela edificação. Ele existe independente do número de pessoas
que ali habitam. Existe, independentemente da sua anuência ou não. O
guardião da casa é a “aura” que dela emana. Como anda o ambiente em que
você vive? Leve ou opressor? Se for opressor, é a forma como este espírito
está te comunicando que algo não vai bem, e, neste caso, há necessidade de
alterações no ambiente. Desde uma boa faxina até a mudança de atitudes,
crenças e valores. Tua e dos demais.
Com certeza você já adentrou casas ou lugares que oprimem. Qual é o motivo
se todas são moradias? O motivo é simples. As pessoas que ali convivem,
emanam sentimentos negativos. Nem sempre isto ocorre porque assim o
desejam, mas sim, porque naquele ambiente, coisas ruins estão acontecendo
ou já aconteceram, como dores inesperadas por partidas abruptas, longos
períodos de doenças ou acidentes. Pessoas que se deixam levar pela onda do
pessimismo, atraindo assim, as correntes malfazejas. Se, é isto o que está
acontecendo, é hora de “curar” o ambiente. E este espírito, o Guardião do lar,
colabora para a manutenção do bem estar das pessoas, quando devidamente
honrado. O que eu quero dizer com “devidamente honrado”? Aqui o termo
honrado assume o aspecto de perfeitamente “ouvido, percebido, sentido”. Ele
não tem outra maneira de te alertar. Apenas te fazer entender que ele existe e
que necessita da sua colaboração para afastar essa nuvem sombria. Sim, este
Guardião pode assumir uma forma. Pode se apresentar como um Elfo ou uma
Fada, por exemplo. E nada vai impedir que ele, assuma a forma de um Anjo,
se isto estiver mais próximo da crença daquela pessoa ou pessoas que ali
habitam.
A guirlanda – ou tiara - é feita com as flores sempre viva para as mulheres e
de folhas para os homens. É trançada em honra à Deusa, enquanto lhe
pedimos que não nos deixe faltar bons sentimentos, boas amizades e felizes
parcerias. Que saibamos doar amor sem pedi-lo em troca, mas que nos
conceda a honra de amarmos e de sermos amadas (os). Também solicitando a
Ela que a beleza faça sempre parte das nossas vidas. Seja interior ou exterior,
dependendo de como cada um, vê esse quesito chamado beleza.
Pode-se, também, tecer uma “trança de poder”, pedindo cura em todos os
níveis da vida, amor, prosperidade, alegria, sucesso e harmonia. Etc.
No caso da trança de poder, as cores das fitas ou fios são o branco, vermelho
e amarelo. No final da trança, prenda duas alianças. Símbolos da união do
Deus e da Deusa ou, na pior das hipóteses, da harmonia dos aspectos
masculinos e femininos, em si mesma (o).
Pendure a trança e a guirlanda - ou apenas o que foi confeccionado- em
algum ponto acima do seu altar, e vinte e oito dias após o ritual, entregue-os
junto à natureza, caso assim o deseje. Nada te impede de manter o ornamento
em seu local de poder ou preso a uma árvore até o próximo Beltane, quando
deverá ser substituído.
Seu caldeirão - ou até mesmo um tachinho - deverá conter uma vela acesa em
seu interior ou o próprio fogo feito com álcool, para que você possa dançar ao
redor do mesmo e, depois da dança, pular sobre ele para afastar as coisas que
você considera ruins. (isto deve ser feito após ter concluído a confecção da
guirlanda e da trança, ou da sua escolhida).
─ Ah sim, preciso te fazer uma pergunta, Velha Mãe. ─ Faça.
─ Supondo que a pessoa que estiver lendo queira
realizar o rito, porém não tem conhecimento para tanto? ─ Ensine!
─ Sim, Senhora. Com a vossa permissão lá vou eu...
Beltane é um ritual que costuma ser celebrado ao redor de uma fogueira. Para
tanto, é preciso que seja um local aberto. De preferência junto ao campo.
Acontece que, a grande maioria das pessoas, reside longe dos campos. Sem
falar naqueles que habitam apartamentos. Estes não poderão celebrar
Beltane?
─ Claro que sim, filha! Tudo é uma questão de adaptação... se não podemos
acender uma fogueira, nada nos impede de fazer o fogo com álcool, ou uma
vela.
Para realizar este rito em seu lar. Sozinhos ou acompanhados irão precisar do
material abaixo.
Elemento representativo do sabbat – par de alianças. Estatueta simbólica –
casal de noivos. Opcional.
Uma vela branca para honrar o Guardião da casa. Pode ser uma vela de sete
dias.
Uma vela comum vermelha e outra branca. Linha ou fita de cetim.
Álcool ou uma vela laranja simbolizando a fogueira de
Beltane, através da qual você irá pular. Este fogo deve ser aceso em um
recipiente que suporte calor. E deve ser colocado um pouco mais distante do
centro no qual você estará trabalhando. A melhor direção é o Sudoeste.
Flor de – Blodeweed - (blad─u─i: d) ─ Lírios ou angélicas. Em último caso,
use palmas de Santa Rita.
Para a confecção da guirlanda, use os talos das sempre vivas para fazer o aro
de acordo com a medida da sua cabeça. Caso opte por tecer a sua guirlanda
com outro tipo de flores, como margaridinhas, por exemplo, faça o aro com
um arame flexível. Cubra o aro com fita de cetim e ao chegar ao ponto inicial
do aro, coloque um buque de flores. O galhinho da flor deve estar tombado
no aro. Passe a fita no caule da flor e prossiga nesta ordem até o final.
Arremate dando um laço ou um nó.
Essência de rosa, para untar a vela branca do guardião do lar, da Deusa e do
Deus, os seus pulsos, tornozelos, e no centro do peito.
Incenso de almíscar. Ou bergamota.
Flores vermelhas no altar. (ou o local em que você irá trabalhar e
convencionou como sendo seu altar, naquele momento, que pode ser o chão
da sala ou cozinha. Estejam à vontade). Galhos de louro no altar. (opcional).
Pedra – quartzo rosa, malaquita ou a aventurina (quartzo verde). Qualquer
uma destas pedras está dentro do espírito deste sabbat. Cada uma delas, à sua
maneira cumpre a função da afetividade.
Alimentos – frutas vermelhas. Sorvetes e mousses. Bebidas – ponche de
vinho com frutas, ou licores. Ou suco de uva.
Banho para as mulheres: ─ use pétalas de rosas, folhas de manjericão, uma
maçã bem vermelha, da qual se extrairá a casca e cravos da índia. Acrescente
flores de angélica e gotas de essência de flor de laranjeira. Já para os homens
aconselho o banho de folhas de louro, cravo-da-índia e gotas de essência de
almíscar.
Material necessário para a realização deste ritual:
Toalha – branca sobreposta por outra vermelha. (você poderá optar por cobrir
o local apenas com folhas).
Fitas para o laço do arremate da guirlanda. (fininhas e nas cores amarela e
rosa).
Uma batata doce. Palitos de dentes. Uma vasilha de vidro transparente.
Uma jarra com água.
Para o nicho:
Caldeirão.
Cinco botões de rosas, na cor vermelha.
Um botão de rosa branco.
Folhagens.
Um belo cacho de uvas rosada.
Uma taça com suco de morango.
Um potinho de creme de maçã. (receita abaixo)
(opcional).
No dia do ritual, prepare o seu banho. Enquanto aguarda que a água do banho
fique na temperatura ideal, que é do estado morno para o frio, aproveite para
fazer o doce deste ritual.
Em uma panela à parte faça, com a polpa da maçã, um delicioso creme.
Coloque as fatias da maçã em uma panela. Acrescente um pouco de água.
Regue com leite condensado, deixe levantar fervura, abaixe o fogo e mexa até
derreter a maçã. Desligue o fogo e transfira o creme para uma cumbuca de
louça. Salpique com um pouco de canela em pó. Reserve.
Vamos ao ritual de Beltane:
Tome o seu banho normal e em seguida o banho de cheiro. Vista uma roupa
limpa, leve, colorida e confortável.
Este é o dia de honrarmos o Deus Bel e a Dama do Bosque Verde e das
Flores – Blodeweed - (blad─u─i: d).
Tempo de honrar o guardião da casa.
Saindo do seu banho, dirija-se ao local escolhido para montar o altar.
Prepare um nicho com folhagens, no centro dele deposite o caldeirão e verta
água nele.
Sente-se no chão.
Agora apanhe o vasilhame de vidro e coloque-o ao seu lado. Espete a batata
com os palitos de dentes. Para cada palito espetado faça um pedido. Coisas
relacionadas ao seu lar, do tipo: ─ Que neste lar jamais haja dor. Que nenhum
intruso aqui possa um dia pisar. Que haja harmonia
- assim por diante.
Sugiro um máximo de quatro palitos. Tendo feito isto, deposite a batata na
vasilha e verta água.
Levante-se carregando a vasilha com o símbologuardião e deposite-o no local
que você escolheu deixá-lo para que as ramas possam crescer. (um local onde
haja certa claridade. Pode ser sobre a geladeira por ex). (caso estejam em
mais de uma pessoa e que não morem na casa onde está sendo realizado o
ritual, elas devem mentalizar o local da sua residência no qual irá depositar a
vasilha e levar a batata preparada para casa). Lá chegando, a pessoa em
questão deve colocar a vasilha no local prédeterminado, verter água, acender
a vela branca e dizer:
─ Querido Deus, querida Deusa. Senhor e Senhora da Primavera. Venho
diante de vós para vos apresentar o guardião deste lar. É o ser especial que
convidei para minha residência como protetor. Honro este espírito no símbolo
do seu ser. Grandiosos que sois Deusa e Deus abençoem o guardião deste lar.
E, às vossas bênçãos, acrescento a minha gratidão.
Caso você queira, poderá manter este arranjo ao longo de todo o ano. Para
isto, basta substituir a batata quando esta brotar e depois fenecer. Por favor,
recicle a água ao menos duas vezes por semana.
Agora retorne ao altar. Sente-se, e com serenidade apanhe a primeira rosa
vermelha. Quebre o talo e coloque-a junto do caldeirão (do lado de fora sobre
o nicho) em direção ao Leste e diga:
─ Ao Senhor e Senhora, guardiães das terras da primavera eu dedico esta
rosa.
Evoco-vos, Poderosos Senhores do Ar, para que presenciem este rito e
guardem este círculo.
Sul: (coloque a segunda rosa) ─ Ao Senhor e Senhora, guardiães das terras do
verão eu dedico esta rosa. Evoco-vos, Poderosos Senhores do Fogo, para que
presenciem este rito e guardem este círculo.
Oeste: (coloque a terceira rosa) ─ Ao Senhor e Senhora, guardiães das terras
do outono eu dedico esta rosa. Evoco-vos, Poderosos Senhores da Água, para
que presenciem este rito e guardem este círculo.
Norte: (coloque a quarta rosa) ─ Ao Senhor e Senhora, guardiães das terras
do inverno eu dedico esta rosa. Evoco-vos, Poderosos Senhores da Terra,
para que presenciem este rito e guardem este círculo.
Agora feche os olhos e veja um círculo de luz azul brilhante formando-se ao
seu redor e ganhando todo o ambiente em que você se encontra. Abra os
olhos e diga:
Este círculo foi traçado.
Com o poder dos guardiões por todo lado. Entre os Mundos e em Todos os
Mundos Encontro-me no meio,
Com proteção eu nada receio.
Apanhe a quinta rosa vermelha e quebre o talo. Deposite-a nas águas do
caldeirão:
─ Saudações à Deusa das coisas selvagens, das árvores, dos céus e das águas.
Convoco-vos, querida Senhora Blodeweed - (blad─u─i: d) das flores
encantadas, para que aqui estejais comigo.
Apanhe o botão de rosa branco. Quebre o talo e deposite-o nas águas do
caldeirão:
─ Saudações a ti senhor. Honra e glória ao Príncipe do Sol. Que o gamo rei
encontre a linda corsa branca e que da sagrada união nasça à esperança de um
novo tempo. Convoco-vos, para que estejais comigo.
Do lado sul, acenda as velas. Primeiro a vela vermelha de Blodeweed -
(blad─u─i: d), em seguida a vela branca do Deus Bel.
─ E a chama do amor se eleva. Ao elevar-se se faz presente entre Deusa e
Deus espalhando-se por toda criação.
Do lado oeste, deposite a taça com o suco de morango.
Do lado norte, deposite o potinho com o creme de maçã, caso o tenha feito.
Do contrário, deposite uma maçã.
Do lado leste, deposite o incenso e acenda-o. Após diga:
─ Este é um tempo que não é um tempo, num lugar que não é um lugar, num
dia que não é um dia. Estou no limiar entre os mundos, frente ao véu dos
Mistérios. Que os Antigos me ajudem e protejam na minha viagem mágica.
Que assim seja!
Caso tenha optado por fazer apenas a trança de poder este é o momento.
Agora, se você decidiu que irá fazer ambas, comece com a trança. Ao
concluí-la deixe-a diante de você e passe para a guirlanda. Dedique-se de
corpo e alma. Ela representa aquilo que cobrirá sua cabeça ao longo de todo
um ano. Portanto, muito cuidado com seus pensamentos. Escolha uma frase
para ir repetindo enquanto prepara a guirlanda, como se fosse uma litania
para não permitir que a sua mente vagueie por pensamentos inadequados.
Pode ser algo mais ou menos assim: “Tecendo a teia da vida. Teço no tear da
Deusa, a minha canção. Canção que fala de amor e alegria. E de paz nos
corações”.
Ao concluir o arranjo, faça um laço, com as fitas, amarela e rosa.
Representativas da união do Deus e da Deusa.
Eleve a guirlanda acima do ventre da mãe onde boiam as rosas, branca e
vermelha e diga o que nascer do teu coração. Caso não surja nenhuma
inspiração diga:
Linda Deusa da face dos Encantos, Que abençoastes este altar.
Invoco tua presença Senhora;
Para que derrame sua luz sobre estas flores. Ungindo com elas a minha
cabeça, para que teu poder feminino me ilumine hoje e sempre!
Coloque a guirlanda em sua cabeça.
Acenda a representação da sua fogueira, que será feita através da vela laranja
ou do álcool. Que deve estar posicionada mais para o Sudeste. Apanhe a
trança, caso a tenha feito. Se for de tamanho suficiente amarre-a ao redor da
cintura. Em não sendo, mantenha-a em suas mãos.
Tão logo a chama se eleve, pule a fogueira para atrair a boa sorte. Dizendo:
─ Para trás, para trás, bem longe ficou a tristeza.
Na sequência, dance. A música que você quiser dançar. Mas dance para você
mesma (o). Dance para a Deusa. Dance para o Deus. E dance por um amor.
Uma única música é suficiente. Mas se você quiser dançar mais vezes, fique à
vontade.
Quando a música terminar, sente-se diante do caldeirão, e coma o creme de
maçã. (ou a maçã). Coma alguns bagos do cacho de uva e beba do suco de
morangos.
Fique com os Deuses pelo tempo que achar conveniente. Quando achar que
foi o bastante, despeça-se deles honrando cada uma das direções.
Norte ─ Ó. Poderes da Terra. Senhor e Senhora, eu agradeço a vossa
presença e vos dou as minhas bênçãos. Partam em paz.
Oeste ─ Ó. Poderes da Água. Senhor e Senhora, eu agradeço a vossa
presença e vos dou as minhas bênçãos. Partam em paz.
Sul ─ Ó. Poderes do Fogo. Senhor e Senhora, eu agradeço, a vossa presença e
vos dou as minhas bênçãos. Partam em paz.
Leste ─ Ó. Poderes do Ar. Senhor e Senhora, eu agradeço a vossa presença e
vos dou as minhas bênçãos. Partam em paz.
Pouse seus olhos na chama das velas e diga: ─ A todos os seres e poderes do
visível e do invisível; partam em paz. Que possa haver harmonia entre nós.
Sempre!
Os meus agradecimentos e as minhas bênçãos a este ritual.
Feche os olhos e veja o círculo de luz se abrindo ao seu redor. Dissipando-se.
Reabra os olhos e diga:
─ O círculo deste ritual está aberto. Porém jamais será rompido. Contudo
resta um círculo. À minha volta e através de mim flui sempre o seu poder
mágico.
Pendure o que confeccionou no local por você escolhido. E depois que as
velas se apagarem você poderá desfazer o nicho. Despetale as rosas e
coloque- as para secar. - para futuros banhos - Use sempre que necessitar
movimentar a energia amorosa dentro de você. Não tem que ser
necessariamente para um encontro afetivo com alguém. Pode ser para você
mesma (o). Às vezes, nós nos esquecemos de nos amar, e assim, passamos a
fazer coisas contra nós mesmas (os).
Neste sabbat você pode querer dançar ao som de músicas ciganas, fique à
vontade.
Litha
Solstício de Verão
Ocorre por volta de 21 de dezembro no hemisfério Sul e 21 de junho no
hemisfério Norte.
É um sabbat dedicado ao Rei Sol e a Rainha do Verão Aine.
Aine é uma Deusa solar celta. Rainha das Fadas.
Caminhamos para o solstício de verão, que marca o dia mais longo do ano.
Este é o momento em que o Sol está no auge de seu poder e a criação está
mais ativa. O solstício de Verão marca o ponto médio da metade iluminada
do ano. Os temas dessa estação são crescimento, frutificação, abundância e
força.
Sua posição na roda é o Sul, o domínio do calor, fogo e criatividade.
Seu elemento é o Fogo.
O solstício do Verão é a Festa Pagã que marca o nascimento da “Criança
Divina”, tanto externa quanto interna. Daí esta festa ter sido absorvida pela
igreja católica, (e de ter sido mantida sempre no dia 25 de dezembro). O
número vinte e cinco (25) traz em si o número cabalístico sete (7). O número
sete representa o contato com os nossos irmãos das estrelas, e o dever de nos
ajudarmos mutuamente, tanto no que tange a encontrar direções a serem
seguidas e principalmente os seres que fazem parte de nossos laços afetivos,
pois o nascimento de Jesus é um dos nascimentos da criança divina, tanto
quanto o é o nascimento dos Deuses Pagãos que vieram para a terra e são
conhecidos como os Deuses Sacrificados da Árvore da Vida.
E Litha nada mais é, do que a própria celebração do Natal, quer dizer, luzes
decorando as casas, velas acesas, o compartilhar do alimento com aqueles a
quem amamos, e a busca da harmonia e da felicidade. Litha é literalmente o
calor humano. A princípio, a Ceia e o almoço de Natal, possuem esse
objetivo. O propósito de fazer com que as pessoas encontrem amor e “calor
humano” entre aqueles que escolheram para compartilhar sua jornada terrena,
vendo além da aparência, e dos defeitos, a luz inerente a cada ser humano.
Olhar sem temor para os nossos medos, buscando socorro no Deus Sol que
nos concede força e coragem para curar e transformar. Enquanto nos curamos
e crescemos, damos a oportunidade, para que o outro, também cresça em
amor e em beleza. Este é o sentido de Litha, defender a Mãe Terra e toda a
sua criação, na qual nós humanos, estamos inclusos, independente de raça,
cor ou credo.
Aqui somos tais e quais uma leoa abusando de suas garras para defender a
sua prole.
E a Deusa diz:
Eu, (Deusa) neste ponto da Roda, trajo um lindo e longo vestido vermelho,
colado ao corpo. Através dele, minhas curvas se insinuam e dos meus poros
exala a sensualidade que habita dentro da força da mulher, (Deusa) cuja face
aqui a ser trabalhada é a da Senhora, em toda a sua exuberância.
Do meu pescoço, uma echarpe de flores vivas e coloridas, cai graciosamente,
lembrando uma cascata que jorra ao longo do corpo, como se desenhasse o
contorno do meu destino... recolher lembranças... levar vida... como a flor da
vida que brota no topo da minha cabeça. Ajoelho-me, estendo os braços e
aguardo que Ele caminhe em minha direção para chegarmos à culminação do
nosso amor.
Ele é um homem no máximo de sua força e virilidade, e eu, sou a Rainha do
Verão. Juntos, somos um homem e uma mulher no topo do amor e perfeição
física. E, quando Ele ouvir e aceitar o meu chamado que começou em
Beltane, e caminhar em minha direção e novamente se entregar em meus
braços para a fusão de nossas almas, (e Ele virá, pois o caminho o traz até
mim), então o Sol desta grande celebração, como também do ano da terra,
começará a minguar, dando início à jornada interior. Ao reino do pós-vida, às
“Terras do Verão”. Assim, em mim (a Deusa Vermelha) Ele (o Deus) é
transformado interiormente, no momento exato em que unir sua glândula
pineal, sede da energia masculina – Sol - à minha glândula pituitária, sede da
energia feminina – Lua.
Neste momento, permitirei por um breve período, que os quatro planos da
vida entrem em sintonia – o espiritual, o mental, o astral e o etérico, através
do grande casamento místico, o da união do masculino e do feminino, que se
dará através dos chacras da coroa e frontal. Aqui, abrirei uma nova
compreensão da nossa verdadeira essência, e darei passagem ao nascimento
da Criança Divina dentro dele.
Eu, Deusa, apanho a echarpe de flores e as espalho ao longo do caminho que
Ele percorre em minha direção... Ao deitar em meus braços, Ele conhecerá o
amor total. Então, inspirado pelo amor que conheceu através de mim,
começará uma nova busca, e zarpará para a Ilha do Renascimento. Enquanto
Deus do Sol, ele minguará no mundo exterior para ganhar forças em seus
reinos interiores como o Rei da Noite e voltará aos meus braços em Lammas,
transformado em “Pão da Vida”.
Exteriormente, na natureza, o poder do Deus penetrará o grão, e o Sol
amadurece o que a Terra produz.
Nesta época, sou beleza e abundância. Presido acima da transformação do
Deus, pois o que acontece com Ele é pelo nosso amor. E é neste êxtase
partilhado, que Ele se torna outro e eu sou a satisfação completa com as
folhas verdes e as flores multicoloridas do alto verão. Sou alegria, amor e
paixão. Sou afinal, abundante e em mim, Ele se realiza.
As flores de Litha são o Girassol para o Deus, Bico de Papagaio e Copo de
leite para a Deusa.
Velas: verde, vermelha, e branca. (uma de cada, comuns).
Uma vela de sete dias Branca.
Incenso de mirra, benjoim ou sândalo.
Caldeirão.
Galhos de louro, verdes. Ao menos oito galhos.
Taça com água.
Ervas para o banho: flores de angélica, lavanda e verbena para as mulheres e
alecrim, louro e pétalas de girassol para os homens.
Uma muda de erva da sua preferência plantada em um vaso.
Taça com vinho tinto.
Bolo de natal (tem um que é perfeito para esse propósito e que pode ser
encontrado em diversas marcas. Bolo de frutas cristalizadas).
Fitas de cetim (finas) na cor verde e vermelha. O suficiente para dar um laço.
Uma chapa de ferro ou uma frigideira ou um prato de barro.
Álcool. Vinagre e sal grosso.
Um papel no qual se escreverá as palavras misérias, dissabores, opressões,
angústias, erros, injustiças, e ou fracassos.
Tome seu banho normal, seguido do banho de ervas após o qual, deve-se
passar a essência de violeta nos pulsos, tornozelos, plexo solar e na parte
superior das costas, perto da cabeça. A essência de violeta auxilia no
equilíbrio psíquico facilitando a liberação das emoções de forma serena.
Use roupas claras e limpas. Estampas coloridas ou cores alegres são bem
vindas, desde que sejam claras. O local do rito também deve estar limpo.
Organize seu altar que será no local escolhido para realizar o seu ritual. Pode
se o seu altar fixo, sobre uma mesa, ou no chão.
Coloque o caldeirão no centro do local determinado. Ao redor dele espalhe as
folhas de um dos galhos de louro.
Em direção ao Sul, coloque as duas velas, a verde e a vermelha e a taça
contendo o vinho.
Na direção Oeste, coloque a taça contendo água.
Na direção Leste, coloque o incenso ou a muda de hortelã - para quem não
pode usar incenso.
Na direção Norte, coloque a flor por você escolhida e o vasinho com a erva
plantada, mais o bolo.
Deixe os itens abaixo em um local próximo de você.
Uma chapa de ferro, ou uma frigideira ou um prato de barro.
Álcool. Vinagre e sal grosso.
O papel no qual se anotou as palavras para serem queimadas.
Antes de se sentar diga:
─ Abençoado seja este círculo de sabbat. Em nome das quatro direções. Do
Fogo, da Terra, da Água e do Ar. Em nome da primeira colheita das ervas de
poder. Poder de curar, banir e afastar. Em nome do Deus e da Deusa. Em
nome dos mundos acima, abaixo e ao redor de tudo. Que assim seja.
Sente-se na direção norte, para poder ficar de frente para o sul e assim
receber o calor emanado pelo sol em seu auge.
(Para quem optou por trabalhar no chão, use um pequeno tapete ou uma
almofada para ficar mais confortável).
Feche os olhos e medite por alguns instantes sobre o rito que você está para
executar e no sentido do verão em sua vida. Não apenas no que tange ao que
ocorre na natureza, mas naquilo que ele representa em nossas vidas.
Acenda o incenso escolhido.
─ Assim como a fumaça se eleva e se expande; que também meus
pensamentos se tornem leves, e que a minha mente se abra para as verdades
ainda veladas.
Acenda as velas verde e vermelha e diga o que lhe vier à mente, ou pronuncie
as palavras abaixo:
─ Eu celebro o ápice do verão com este rito. O rito mágico do nascimento
que nos traz a Criança Divina.
Pelo Deus e pela Deusa, fomos gerados. E o poder do Sol a tudo banha.
Aquecendo a terra que produz mais vida. A Natureza vibra.
Este é o momento de relegar ao passado os problemas que não foram
solucionados. Agora é hora de purificação.
Pelo fogo do Sol,
Queimo agora todas as frustrações, Tudo o que fere. Todos os infortúnios. O
mal,
Queimem agora.
No poder transmutador das forças do Sol
Coloque o papel no centro da frigideira, derrame um pouco de vinagre,
coloque álcool e sete punhadinhos de sal grosso. Não use em demasia. Ateie
o fogo e vire-se de costas enquanto tudo queima e diga:
─ Purifique-me! Purifique-me! Purifique-me! Eu os elimino pelos poderes da
Deusa e do Deus! Eu os elimino pelos poderes do Sol, da Lua e das
Estrelas.
Eu os elimino pelos poderes da Terra, do Ar, do Fogo
e da Água.
Faça uma pausa e prossiga:
─ Ó graciosa Deusa, Ó Gracioso Deus, Nesta noite mágica de verão, peço
que carreguem minha vida com alegria e contentamento. Ajudem-me a
comungar com as energias suspensas no ar encantado da noite.
Apanhe a frigideira, cujo fogo já deve ter se extinguido e a leve para fora.
Para o quintal ou área de serviço.
Ao retornar, sorva um gole da água da taça e recoloquea de volta.
Apanhe a vela branca e acenda-a com a chama das velas verde e vermelha.
Levante-se. Volte-se para o Leste e pergunte:
─ Ó Senhor e Senhora do Ar, poderes do amanhecer, eu busco o Recém-
nascido. Ele se encontra dentro dos vossos domínios?
Eles, o Senhor e a Senhora do Ar, respondem: ─Siga a estrela brilhante até a
caverna oculta. Volte-se para o sul e diga:
─ Ó Senhor e Senhora do Fogo, poderes do meio-dia eu
busco o Recém-nascido. Estará ele dentro dos seus domínios?
Eles, o Senhor e a Senhora do Fogo, respondem:
─Siga a estrela cadente até a caverna oculta.
Volte-se para o oeste e diga:
─ Ó Senhor e Senhora da Água, poderes do crepúsculo eu busco o Recém-
nascido. Acaso ele encontra-se dentro dos seus domínios?
Eles, o Senhor e a Senhora da Água, respondem.
─ Siga a estrela guia até a caverna oculta.
Volte-se para o norte e pergunte:
─ Ó Senhor e Senhora da Terra, poderes da meia-noite eu busco o Recém-
nascido. Estará ele dentro dos seus domínios?
Eles, o Senhor e a Senhora da Terra, respondem:
─ Siga a estrela de luz até a caverna oculta.
Abaixe-se e firme a vela branca dentro do caldeirão, em seguida sente-se e
diga:
─ Eu busquei por toda parte, e em todas as direções pelo Recém-nascido, mas
não consegui encontrá-lo. E a Grande Mãe pediu para que eu ouvisse suas
palavras de sabedoria:
─ Filha (o). Para que buscar fora o que está dentro de ti?
Busque a Sagrada Criança de Luz dentro da caverna oculta em seu coração,
pois para sempre ela estará lá, e não fora.
Feche os olhos e procure pela sua criança interior. Reveja você em sua
infância. Correndo, brincando, fazendo peraltices, se lambuzando de doces,
até mesmo brigando com as outras crianças. Seu primeiro dia de aula. Puxe
pela memória e veja-se dando os primeiros passos, balbuciando as primeiras
palavras, sons. Veja-se engatinhando. Vá mais longe ainda, veja o seu
nascimento e você sendo entregue, enrolada (o) em mantas, nos braços de sua
mãe, o sorriso dela e seu pai se colocando ao lado da sua mãe. As pessoas
que acorreram para lhe dar as boas vindas a este mundo. Os singelos
presentes que trouxeram ao recémnascido. À Criança Divina de Luz, que é
você!
Abra os olhos e erga seus braços em saudação e diga: ─ Encontrei a Criança!
Para onde quer que eu vá, ela irá sempre comigo. Glória e Honra ao Senhor
da Luz!
Glória e Honra a Deusa!
Junte sete galhos de louro e amarre-os com uma fita vermelha e outra verde.
Pendure-o no local que achar mais conveniente. O ideal é que seja na porta da
cozinha para atrair fartura ao longo do ano.
Volte para o círculo e sente-se.
Coma uma ou mais fatias de bolo e sorva quantos cálices de vinho tinto
desejar, em honra aos deuses antigos e a todas as Crianças de Luz que
caminham pela Terra.
Tendo celebrado o seu banquete de verão, acenda a vela de sete dias branca,
(na chama do caldeirão) com a ajuda de um incenso ou de uma varinha. Se
usar o incenso, deixe-o queimar até o fim. E diga: ─ Honra e glória a Aine
(pronuncia-se o-ne); a fada rainha. Que nos traga boas colheitas. Pelo poder
do Sol que se eleva. Pela chama do meio-dia e pelo poder da noite que
escurece, o meu escudo é forte, a minha armadura segura. Trato de manter
acesa a chama da lareira da ordem das sacerdotisas.
Leve a vela para o seu altar. Caso assim o deseje, esta será a cor da vela que
devera manter acesa em nome de Aine, até Lammas do próximo ano.
Volte ao círculo e se posicione no norte. Despeça-se do Deus e da Deusa.
Volte-se para cada uma das direções e agradeça. Comece pelo Oeste. E
quando chegar ao norte; caminhe para o oeste, apanhe a taça contendo água e
tome mais dois goles. Depois molhe as mãos e respingue pelo seu corpo,
começando pelo topo da cabeça. Recoloque a taça no lugar e no dia seguinte,
desmonte tudo.
Os Esbats.
O Povo Antigo, principalmente os Celtas, celebravam não apenas os Sabbats,
mas também os Esbats cuja palavra (Esbat) deriva do verbo esbattre, em
Francês arcaico, e significa “alegrar-se”.
Os motivos para celebrar um Esbat, vão além das treze Luas Cheias do ano.
Um Esbat pode ser realizado por um motivo de alegria ou de tristeza.
Mas, os Esbats não são realizados apenas nas Luas Cheias? Não! Cada fase
da Lua determina um tipo de poder da Deusa.
Durante os Esbats, reverenciamos a força vital criativa, geradora e
mantenedora do universo. Força esta, que se manifesta como a Grande Mãe.
O auge do poder da Deusa ocorre no primeiro dia da lua cheia, ou plenilúnio
e se estende até o terceiro dia, a partir do qual, começa a perder força para dar
a vez a sua outra face. Quando esta força se faz presente e pulsante na Terra,
é o momento mais adequado para se realizar rituais de cura e trabalhos
mágicos.
Durante um Esbat procuramos ser imantadas com a energia da Deusa.
Primeiro visamos essa união com a Deusa para melhor compreendermos os
seus mistérios. Segundo, imantar o espaço sagrado com a energia mágica da
Deusa - esse espaço sagrado não se restringe ao local onde o ritual está sendo
realizado. E em terceiro, buscar o equilíbrio dos ritmos lunares das mulheres
e o aumento da fertilidade, física e mental. Importante, ao nos fundirmos com
a energia da Deusa, isto se torna em um ato espiritual e sagrado, e isto jamais
deve ser utilizado com fins egoístas.
Em seu canto de poder, sentada no chão, pernas cruzadas em posição de
lótus, e voltada para a direção Leste. - Isto é uma sugestão, você pode
trabalhar sentada diante de uma mesa se assim o preferir, embora isto não
combine muito com minha visão pessoal de uma bruxa trabalhando.
Diante de você deve estar:
Forrando o chão, uma pequena toalha na cor que mais lhe agradar. No centro
da mesma, o caldeirão. Encostado nele, o athame. Ao lado dele e na direção
Oeste, uma taça contendo leite ou água.
Na direção Leste, um aromatizador exalando a essência que mais se adequar
ao seu pedido.
Na direção Sul, a vela que tiver de ser firmada no dia.
Na direção Norte, um pratinho sobre o qual será depositada a fruta ou frutas
do ritual, bem como os grãos.
Uma pedra representando a Deusa. (pode ser uma água marinha, uma sodalita
ou até mesmo uma pequena drusa de cristal transparente).
Uma pequena drusa de ametista para transmutar as impossibilidades, ou os
obstáculos. Aquilo que possa dificultar a realização do nosso desejo. É
importante manter a ametista a esquerda do seu corpo.
Uma pedra negra para barrar as intromissões. Será sempre conveniente ter em
mãos, pétalas de flores (frescas) tais como: rosas, margaridas, primaveras e
etc. Bem como ter alguma fruta, tipo: morangos, cachos de uvas rosadas,
maçãs, peras, e etc.
Também é importante que se tenha em mãos ervas, tais como, por exemplo:
anis estrelado, manjericão, alfazema, alecrim, jasmim, e etc.
Grãos variados, tipo: arroz, milho, girassol, ervilha, lentilha, e etc.
Obviamente na cozinha de toda e qualquer feiticeira que se preze deve existir,
potes, contendo os mais variados “temperos” que são os ingredientes
potencializadores dos encantamentos lançados ao mundo astral. Os assim
conhecidos como: açafrão, gengibre, canela, cravo, louro em pó e em folhas e
por ai adiante.
Tenha também em mãos: mel, vinho tinto, algum licor. Especialmente os de
menta. E isso sem falar nas fitas coloridas!
─ Puxa vida, que saco! Vou trabalhar com todos estes ingredientes acima de
uma só vez? ─ perguntará alguém mais desesperada, então, responderei:
─ Certamente que não. Mas serão utilizados na medida em que cada Deusa
exigir o que mais lhe convém para o seu propósito. Assim sendo trate de se
munir com as ferramentas necessárias. Ou seja, faça um balanço de ha
quantas anda o seu estoque de “ingredientes bruxescos”.
Esbat da Lua Nova.
É o momento de criar a “fundação” dos nossos desejos. De Semear. Sementes
de plantas ou de novos projetos e atitudes.
Se nós vamos trabalhar com a Lua Nova, porque estaremos “semeando” algo,
a face da Deusa é a da Jovem, portanto a cor da sua vela será o branco.
O seu número para oferendas será o três e o tempo de trabalho será o de nove
dias.
Suas pedras de poder citadas acima.
A essência é jasmim, sândalo, ou lótus.
Metal ─ prata. Pode ser um anel seu.
Erva ─ Camomila, Artemísia (nada de beber o chá),
Jasmim.
Fruta ─ Coco, banana ou pera. (escolha uma ou utilize as três). (o coco deve
ser fresco, estar sem casca e deve ser ofertado em nacos. A banana
descascada e ofertada em fatias, ou melhor dizendo, em rodelas. A pera
partida ao meio. No sentido vertical).
(no prato em que se vai colocar a fruta, neste caso da Deusa Lunar, podemos
forra-lo com folhas de agrião, entremeadas com fatias de pepino. (sem
casca)).
O líquido é o leite. (ele deverá ser substituído a cada três dias).
Flor ─ copo de leite. ─ Essa é de fato a flor que melhor representa a Deusa.
Agora, é obvio que não desconheço a dificuldade de encontrá-la. Então
sugiro trabalhar com outra flor branca. Ex: rosa branca, camélia branca, lírio
branco, calêndula branca e até mesmo violetas brancas.
Grão ─ arroz.
Deusa com a qual você irá trabalhar ─ Dana. (pronuncia─se Thana). A Deusa
Mãe Irlandesa, guardiã do conhecimento, protetora das famílias e tribos,
regente da terra, da água e das constelações. Deusa da prosperidade e
abundância.
Ou qualquer Deusa da Lua que seja do seu agrado.
Realizando o Esbat:
Limpe e organize o seu espaço sagrado.
Tome seu banho normal, seguido de um banho de rosas brancas com gotas de
leite e essência de jasmim (ou lavanda).
Escreva em um pedaço de papel a sua intenção. (um novo projeto, ou
mudança de atitude em relação a algo ou a alguém).
Sente-se diante do caldeirão (de costas para o Oeste) e entre em sintonia com
o trabalho que irá realizar. Acenda a vela do aromatizador e a vela branca
representativa da Deusa.
Apanhe a ametista que já se encontra do seu lado esquerdo. Traga-a para a
sua frente. Coloque as palmas de suas mãos sobre a ametista para que ela
possa remover qualquer energia contrária ao seu propósito. Feche os olhos.
Permita que a pedra sugue todas as suas dúvidas. Quando sentir que está
pronta, abra os olhos e devolva a pedra no lugar em que ela deve ficar.
─ Abençoada Mãe Dana (Thana) venha a mim neste momento e permita-me
honrá-la em amor e alegria. Que a verdadeira sabedoria e conhecimento,
comigo caminhem hoje e sempre. Aceite minha singela oferenda.
(coloque a oferenda no prato. As frutas e folhas). Derrame o leite na taça. ─
você pode falar durante esse momento, palavras que venham
espontaneamente. Apanhe a taça com ambas as mãos e vá elevando-a acima
de sua cabeça. Feche os olhos.
Veja a Lua brilhando no céu... Os raios prateados jorrando em direção à sua
taça. Imantando-a.
Lentamente, vá descendo a taça em direção ao seu terceiro olho. Pare. Inspire
e expire. A Lua agora brilha no centro da sua testa. Diga:
─ Vem a mim neste momento, ó doce mãe do aro de prata. Daí-me a vossa
inspiração. Que a minha mente se abra à vossa verdade. A verdade eterna
guardada pelos Deuses Antigos, dos quais sou filha. E como vossa filha, ó
Grande Mãe reclamo o direito dessa minha herança divina. Permita que o
poder da Deusa flua através de você. Movimente a taça e a encoste em seus
lábios dizendo: ─ Que minhas palavras sejam as da sabedoria. Que eu me
cale se estiver entre descrentes.
Movimente a taça e a encoste em seu coração: ─ Que o meu coração jamais
se afaste de vós. Que vos busque sempre e em todas as minhas vidas.
Movimente a taça e a encoste em seu ventre: ─ Que eu sirva sempre ao santo
graal. O ventre da Mãe. Que minhas mãos se ergam em bênçãos.
Que meus pés trilhem, com firmeza, as trilhas e veredas dos vossos secretos
caminhos.
Que meus joelhos se verguem aos vossos desígnios. Que a estrada se abra à
minha frente.
Que o vento sopre levemente às minhas costas. Que o sol brilhe morno e
suave sobre minha face. Que a chuva caia de mansinho em meus campos.
Que eu caminhe com leveza, amor e gratidão. Possa a Deusa, guardar-me
sempre, nas palmas de suas mãos.
Deposite a taça no lugar de onde a retirou. Agora coloque o seu pedido no
interior do caldeirão.
Apanhe a pedra representativa da Deusa (citada na introdução dos Esbats) e
segurando-a entre as suas mãos, com as palmas voltadas para cima, repouse-
as dois dedos abaixo do umbigo.
Feche os olhos e vá mergulhando, cada vez mais e mais para dentro de si
mesma (o). Dentro do grande vazio, elabore o seu propósito. Veja-o. Sinta-o.
Aquilo que você pediu já está acontecendo. A sua oração foi ouvida.
Abra os olhos e deposite a pedra dentro do caldeirão, em cima do seu pedido.
Potencialize regando com as seguintes ervas camomila, artemísia e jasmim.
Salpique com arroz e diga:
─ Pelo poder de três vezes três. Em nome de Dana, a Grande Mãe, este
propósito está cumprido. Assim é e assim será.
Agradeça e saia do local. Coma alguma coisa. Disperse a energia. Vá assistir
TV, por exemplo.
Deixe a vela queimar até o fim. Após o término da mesma, leve o caldeirão
para o seu altar, junto com a taça. A oferenda de flores e frutas poderá ser
entregue ao pé de alguma árvore, ou então aguarde até o terceiro dia, no qual
você poderá colocar no lixo.
Nos oito dias subsequentes você irá até o seu altar, e depois de acender uma
vela branca para a Deusa Dana (Thana), apanhe a taça com ambas as mãos e
vá elevandoa acima da sua cabeça. Feche os olhos.
Veja a Lua brilhando no céu... os raios prateados jorrando em direção à sua
taça. Imantando-a. Lentamente vá descendo a taça em direção ao seu terceiro
olho. Pare. Inspire e expire. A Lua agora brilha no centro da sua testa.
─ “Vem a mim neste momento, ó doce mãe do aro de prata. Daí-me a vossa
inspiração”. Que a minha mente se abra à vossa verdade. A verdade eterna
guardada pelos Deuses Antigos, dos quais sou filha. E como vossa filha ó
Grande Mãe, reclamo o direito dessa minha herança divina.
(só até ai). Agradeça e volte a sua rotina.
No nono dia do rito, após ter puxado a Lua para você, retire a pedra do
interior do caldeirão e queime o papel com as ervas ali depositadas no
primeiro dia, incluindo o arroz.
Quando o fogo apagar, diga:
─ Está feito. Em nome de Dana (Thana), assim o é!
Esbat da Lua Crescente.
O ritual envolverá um pedido de amor, prazer, artes, harmonia, atração,
amizade, escrita, inspiração, expansão do intelecto, casamento, fertilidade,
compaixão, beleza ou harmonia espiritual.
Escolha uma das alternativas acima. Faça o seu pedido por escrito.
Deusa ─ Arianrhord. Pronuncia (Ari-na-rod)
Cor ─ verde ou rosa. (velas comuns).
Trabalho ─ cinco dias.
Essência ─ de rosas, para o aromatizador.
Metal ─ cobre.
Direção ─ Oeste.
Caldeirão dentro do qual se acenderá a vela pelos cinco dias consecutivos.
Flor ─ rosas cor de rosa ou brancas. Cinco botões e mais uma rosa para ser
despetalada.
Um prato branco, dentro do qual se colocará o
pedido. Cascas de
maçã, secas. Tomilho em pó.
Taça com água. (a ser trocada todos os dias). Pedra ─ turmalina rosa, jade, ou
âmbar.
Erva ─ hortelã. (para o banho do 1° dia de trabalho). Frutas ─ framboesa,
morangos ou banana da terra.
Organize o seu local de trabalho conforme instruções anteriores, para o
trabalho com as Deusas.
Jamais se esqueça da importância da higiene, tanto do seu local sagrado,
quanto de si mesma.
Sente-se diante do caldeirão, de frente para o Oeste, e entre em sintonia com
o trabalho que irá realizar.
Acenda a vela do aromatizador e a vela representativa da Deusa.
Coloque as palmas de suas mãos sobre a ametista para que ela possa remover
qualquer energia adversa ao seu propósito. Feche os olhos. Permita que a
pedra sugue todas as suas dúvidas. Quando sentir que está pronta, abra os
olhos e devolva a pedra no lugar em que ela deve ficar.
Faça a prece:
─ Salve ó Mãe que habitas o castelo do aro de prata. Guardiã das Estrelas.
Senhora da Lua
Ó doce mãe serena, orientai-me.
Permita que meus pés caminhem pela praia de Caer; No mundo da Aurora
Borealis.
Abra os vossos portões e me acolha em seu castelo. Dai-me a dádiva desta
audiência... (fazer o pedido). Senhora do Aro de Prata, Mãe Arianrhord
abençoaime.
Apanhe a pedra representativa da Deusa (citada na introdução dos Esbats) e
segurando-a entre as suas mãos, as palmas voltadas para cima, repouse-as
dois dedos abaixo do umbigo.
Feche os olhos e vá mergulhando, cada vez mais e mais, para dentro de si
mesma. Dentro do grande vazio, elabore o seu propósito. Veja-o. Sinta-o.
Aquilo que você pediu já está acontecendo. A sua oração foi ouvida.
Abra os olhos e deposite a pedra em cima do seu pedido.
Potencialize regando com tomilho em pó, cascas secas de maçã e pétalas de
rosas dizendo:
─ Pelo poder de três vezes três. Em nome de Arianrhord, a Grande Mãe, este
propósito está cumprido. Assim é e assim será.
Agradeça e saia do local. Coma alguma coisa. Disperse a energia. Vá passear,
por exemplo.
Deixe a vela queimar até o fim.
Refaça o mesmo rito por mais quatro dias.
Feliz contato com Arianrhord
Esbat da Lua Minguante.
Objetivo: expulsar a raiva, o conflito, a agressividade e todas as
negatividades que possamos estar gerando, com percepção das mesmas ou
não. Banir de nós as palavras que “cortam” tais como, sarcasmo, críticas etc.
Intuito: trazer o vigor, o autointeresse, a cordialidade, a saúde física,
emocional e ou mental, a correta ambição, aquela que nos faz corajosas para
enfrentar os obstáculos, a que nos dá força para seguir adiante em nossas
metas, em nossos projetos.
Propício para: entrar em contato com nossa força interior, aprender a lidar
com a nossa raiva ou medo. Administrar a agressividade ou a desistência.
Descobrir e liberar emoções reprimidas ou bloqueios energéticos.
Deusa ─ Badb (Baid) “Fervente”. Aspecto maternal da Deusa Tripla.
Associada ao caldeirão, aos corvos e às gralhas. Vida, sabedoria, inspiração,
iluminação.
Direção ─ voltada para o Sul. (costas para o Norte).
Vela ─ vermelha. (21comuns) Serão utilizadas três de cada vez por sete dias.
Metal ─ ferro ou aço. (o caldeirão é de ferro).
Pedra ─ hematita ou ágata de fogo.
Frutas ─ vermelhas. Três. Ou uma de todas as que você escolher. (morango,
manga, goiaba vermelha, amora, melancia, uva rosada, e etc.).
Pimentas vermelhas, rabanete e gengibre. (três de cada). (gengibres
pequenos).
Flores ─ cravos vermelhos ou dálias vermelhas.
Ervas ─ mostarda, hortelã pimenta, carqueja, assa-fétida, manjericão,
salsaparrilha, estragão, carqueja. (verifique as três mais fáceis de encontrar).
Essência de cravo, ou de oloés, para o aromatizador e para untar as velas da
Deusa.
Caso consiga ─ um vaso de cactos. Pequenino. (deverá ser colocado ao Sul).
Cálice com vinho tinto, para a oferenda. O vinho deverá ser trocado a cada
três dias.
Cálice com água.
Arroz com açafrão, broa de milho, ou bolo com ervadoce.
(pode ser comido em honra à Deusa. Um ou os três itens).
Chá ─ gengibre, cravo e canela. (bebida a ser utilizada no início do ritual).
Banho ─ de hortelã.
Athame ─ com a ponta voltada para o sul.
Roupa ─ em tons vermelhos ou rosa.
Toalha para forrar o chão (opcional) branca sobreposta por outra vermelha.
Música ─ caso queira ─ marciais.
Lápis e papel.
Um prato de barro.
Organize seu espaço sagrado conforme instrução para o trabalho com as
Deusas.
Neste trabalho você deverá colocar três (03) velas vermelhas ao redor do
caldeirão. A ponta do triângulo direcionada para o sul.
Tome o seu banho normal, seguido do banho de hortelã.
Adentre o seu espaço sagrado.
Tome uma xícara do chá previamente preparado. Sentese e relaxe através da
respiração por alguns momentos. Quando sentir que foi o bastante, levante-se
e soe o sino três (03) vezes.
Acenda a vela do aromatizador ao Leste. (inspire e expire). Relaxe.
Acenda as velas ao redor do caldeirão. (sente-se)
Feche os olhos e comece a murmurar o nome de Badb (baid). Deixe o cone
de poder crescer... Se ele se tornar um cântico, não reprima, deixe-o vir.
Mergulhe no cone e sinta a energia da Deusa.
Assim que o arrepio percorrer o seu corpo, pergunte-se: ─ O que me aflige
realmente?
Visualize uma bola de energia vermelha trazendo à tona qualquer energia
bloqueada ou raiva reprimida. Abra os olhos e anote no papel tudo que
passou pela sua cabeça. (ou pelo menos tudo do que você se lembrar).
Após isto, queime o papel na chama da vela cujo ápice do triângulo está
voltado para o Sul, e deixe que o mesmo se torne em cinzas sobre o prato de
barro. Enquanto o papel queima diga: ─ Liberto-me de toda a raiva, de todos
os sentimentos e pensamentos ruins que me intoxicam e canalizo minha
energia para fins construtivos.
Assim que a chama do papel se apagar, empunhe seu athame e entoe:
─ Abençoada Badb (baid).
Vós que teceis a teia,
Vós que nos ensina a destruir nossas limitações,
Me ajude a sair da estagnação e a materializar os meus sonhos.
Badb (baid). Badb (baid). Badb (baid).
Formosa dama das cabeleiras de fogo.
Abençoada mãe que produz a vida.
Daí-me sabedoria para compreender os mistérios dos caminhos mágicos.
Concedendo-me o dom das ideias criativas, junto com a força e o poder de
realizá-las.
Que eu plante, ó mãe, sementes de alegria em minha vida.
Badb (baid). Badb (baid). Badb (baid).
Que teu riso me alcance e minha alegria se espalhe pelo mundo.
Que contigo eu dance, sem medo de lutar ao teu lado;
Por tudo aquilo que é meu de direito.
Recoloque o athame no lugar.
Segure a pedra hematita ou ágata de fogo em sua mão esquerda.
Apanhe um papel e anote três coisas que de fato e verdadeiramente você
queira ver concretizada.
Deposite seu pedido no interior do caldeirão e cubra-o com as três ervas que
você escolheu usar.
Sobre as ervas, pingue nove (09) gotas da essência que você usou para o
aromatizador.
Quebre um cravo vermelho ou dália e deposite sobre as ervas.
Diga:
─ Em nome de Badb (Baid) que os poderes do Ar despertem meus desejos.
(assopre três vezes para dentro do caldeirão).
Que os poderes do Fogo aticem a chama de minha vontade. (imponha sua
mão esquerda sobre o caldeirão e visualize o fogo fluindo dela em direção ao
caldeirão).
Que os poderes da Água carreguem rapidamente, através de poucos dias, o
meu pedido. (Pingue gotas de água sobre o caldeirão)
Que os poderes da Terra concretizem meu pedido. Deposite a pedra que está
em sua mão, dentro do caldeirão, ao lado da flor.
Em nome de Badb (Baid), pelo poder da terra e do fogo, da água e do ar, eu
digo que assim é e assim será! Encantamento lançado, desejo realizado.
Pelo poder de três vezes três a face de Badb (Baid) por mim foi honrada.
Inspire e expire, diversas vezes. Sinta a energia da Deusa se dissipando,
deixando-a e partindo. Caso fique algum resquício, firme as suas raízes e
solte a energia para o interior da terra.
Em seguida, coma em honra a Deusa. (o arroz com açafrão, a broa de milho,
ou o bolo com erva-doce).
Você pode beber um pouco do vinho, mas não o da taça da Deusa. Coloque
outro para você.
Tendo compartilhado do alimento, agradeça a força e o poder que a Deusa lhe
permitiu gerar e volte às suas atividades corriqueiras.
Nos dias seguintes, acenda as três velas, que você untou com a essência e
diga:
─ Em Honra a Badb (Baid) as chamas ardem.
Desde o princípio e por todo o sempre.
Que assim seja!
No último dia, após acender as três velas, retire a pedra do interior do
caldeirão e ateie fogo para que seu encantamento seja devidamente entregue.
Quando as chamas se apagarem, desfaça-se do material utilizado para o
mesmo. Menos das pedras, obviamente. Elas deverão ser lavadas e reservadas
para futuros trabalhos.
3ª Mercúri
o
4ª
Marte Júpiter Vênus Saturno Sol Lua
Lua Marte Mercúri o
Júpiter Vênus Saturno Sol
5ª Saturno Sol Lua Marte Mercúri o
Júpiter Vênus
6ª Júpiter Vênus Saturno Sol Lua Marte Mercúri o
7ª Marte Mercúrio Júpiter Vênus Saturno Sol Lua
8ª Sol Lua Marte Mercúri o
Júpiter Vênus Saturno
9ª Vênus Saturno Sol Lua Marte Mercúri o
Júpiter
10
ª Mercúri
o
11
ª Lua
o
14
ª Marte
15
ª Sol Mercúrio Júpiter Vênus Saturno Sol Lua
Lua Marte Mercúri o
Júpiter Vênus Saturno
16
ª Vênus Saturno Sol Lua Marte Mercúri o
Júpiter
17
ª Mercúri
o
18
ª Lua
Júpiter Vênus Saturno Sol Lua Marte
Marte Mercúri o
Júpiter Vênus Saturno Sol
19 ª
Saturno Sol Lua Marte Mercúri o
Júpiter Vênus
20 ª
Júpiter Vênus Saturno Sol Lua Marte Mercúri o
21 ª
Marte Mercúri Júpiter Vênus Saturn o o Sol Lua
22 ª
Sol Lua Marte Mercúri Júpiter o
Vênus Saturno
23 ª
Vênus Saturno Sol Lua Marte Mercúri Júpiter o
24 ª
Mercúri Júpiter Vênus
o
Círculo Mágico.
Como montar um círculo mágico?
A delimitação do espaço sagrado, costuma se dar através da formação do
círculo mágico, ou círculo de proteção, buscando um maior conforto para que
se possa trabalhar. Principalmente para os iniciantes.
Ele pode ser montado de diversas formas, entre elas a forma física que é a
mais utilizada. Geralmente este círculo é feito com uma corda. No entanto,
pode-se delimitar o espaço circular com pedras, sal, fubá e ou gravetos.
No campo mental basta traça-lo com o apoio e a visualização de chamas
criando barreiras ao redor do local.
Inicia-se a criação do círculo sempre em sentido horário, e para abrir o
sentido é o anti-horário.