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Identificação e avaliação dos riscos psicossociais

numa unidade Industrial Produtora de Antibióticos

Catarina Vanessa Miranda Grilo

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Química

Mestrado Integrado em Engenharia Química

Orientadores

Prof.ª Doutora Maria Fernanda do Nascimento Neves de Carvalho (IST)

Eng.ª Maria Cecília da Silva Ganilho (EMPRESA)

Júri

Presidente: Prof.ª Doutora Maria Joana Castelo-Branco de Assis Teixeira Neiva


Correia

Orientador: Eng.ª Maria Cecília da Silva Ganilho

Vogal: Prof. Doutor Sebastião Manuel Tavares da Silva Alves

Junho de 2019
Declaração
Declaro que o presente documento é um trabalho original da minha autoria e que cumpre todos
os requisitos do Código de Conduta e Boas Práticas da Universidade de Lisboa.
Agradecimentos
Em primeiro lugar, quero agradecer aos meus pais por todo o esforço que fizeram por mim ao
longo do meu percurso académico, e da minha vida. Sem o vosso apoio e carinho não teria conseguido,
por isso, do fundo do meu coração obrigada por acreditarem sempre em mim. Este trabalho é dedicado
a vocês.

À professora e orientadora Fernanda Carvalho, que me incutiu o gosto pela segurança industrial,
agradeço toda a sua disponibilidade e aconselhamento essenciais ao longo destes meses.

À EMPRESA pela oportunidade que me deu de poder realizar este trabalho, em especial à
orientadora Cecília Ganilho agradeço toda a disponibilidade e acompanhamento durante o estágio e
após o mesmo. Aos meus companheiros de gabinete, que me ajudaram e motivaram sempre que foi
necessário.

Ao meu irmão, aos meus avós e aos familiares mais próximos, por sempre se preocuparem e
estarem lá para mim.

Aos meus amigos do técnico, por fazerem destes anos os melhores da minha vida.

Aos amigos de sempre, obrigada por todo o apoio, mesmo quando alguns estavam a mais de
300 km, nunca deixaram de estar presentes.

À minha família do taekwondo, por serem um refúgio nos dias maus e por me manterem sempre
motivada.

Por fim, a ti Ricardo, por seres um pilar na minha vida e por me dares tanta força.

iii
Resumo e Palavras-chave
Os riscos psicossociais relacionados com o trabalho, considerados como riscos emergentes,
surgiram a par das mudanças significativas que ocorreram no mundo do trabalho. Com a crescente
consciencialização deste tema, foi necessário por parte das entidades empregadoras inserir estes
riscos nas avaliações de riscos efetuadas.

Este estudo tem como principal objetivo identificar e avaliar os riscos psicossociais aos quais os
trabalhadores estão expostos nesta unidade industrial, com base na sua perceção dos mesmos. Para
tal foram utilizados dois métodos: o QARPIS – Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e
Identificação de Situações de Risco – e o FPSICO – Fatores Psicossociais.

Para identificar os riscos psicossociais foram distribuídos a todos os trabalhadores questionários


com base nos dois métodos. No total, foram analisados 150 questionários por género, setor e função
do trabalhador. A avaliação dos riscos foi feita com base em matrizes estabelecidas de forma a
classificar cada fator em estudo em “risco muito elevado”, “risco elevado”, “risco moderado” ou “situação
adequada”.

Após a identificação dos fatores de risco psicossociais com níveis de risco mais elevados serão
sugeridas algumas medidas de prevenção e controlo dos mesmos.

Palavras-chave: riscos psicossociais; FPSICO; QARPIS; prevenção; avaliação de riscos.

iv
Abstract and Keywords
Work-related psychosocial risks, considered as emerging risks, have emerged alongside the
significant changes that have occurred in the world of work. Along with the growing awareness of this
issue, it was necessary for the employers to include these risks in the risk assessments.

The aim of this study is to identify and evaluate the psychosocial risks to which the workers are
exposed in this industrial unit, based on their own perception. Two methods were used: QARPIS -
Psychosocial Risk Assessment Questionnaire and Identification of Risk Situations - and FPSICO -
Psychosocial Factors.

In order to identify the psychosocial risks, questionnaires based on the two methods were
distributed to all workers. In total, 150 questionnaires were analyzed by gender, sector and employee
function. The risk assessment was based on established matrices in order to classify each factor as
"very high risk", "high risk", "moderate risk" or "appropriate situation".

After identifying the psychosocial risk factors associated to higher risk levels, some prevention
and control measures will be suggested.

Keywords: psychosocial risks; FPSICO; QARPIS; prevention; risk assessment.

v
Lista de Siglas
ACT – Autoridade para as Condições do Trabalho

AESST – Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho

APIs – Active Pharmaceutical Ingredients

ATEX – Atmosfera Explosiva

COPSOQ – Copenhagen Psychosocial Questionnaire

CTS – Comissão Técnica de Segurança

DAS – Departamento de Ambiente e Segurança

DP – Desvio Padrão

EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual

FDA - Food and Drug Administration

FPSICO – Fatores Psicossociais

INSHT - Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo

INSL – Instituto Navarro de Saúde Laboral

INSST - Instituto Nacional de Seguridad y Salud en el Trabajo

MHRA - Medicines and Healthcare products Regulatory Agency

NC – Nível de Cansaço

QARPIS – Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e Identificação de Situações de


Risco

SST – Segurança e Saúde no Trabalho

TSSST – Técnico Superior de Segurança e Saúde no Trabalho

vi
Conteúdo
Declaração ..................................................................................................................................... ii

Agradecimentos ............................................................................................................................ iii

Resumo e Palavras-chave ............................................................................................................ iv

Abstract and Keywords ..................................................................................................................v

Lista de Siglas ............................................................................................................................... vi

Índice de Figuras ........................................................................................................................... ix

Índice de Tabelas .......................................................................................................................... xi

1. Introdução ............................................................................................................................ 1

1.1. Caracterização da empresa ............................................................................................ 1

1.2. A segurança e saúde no trabalho em Portugal ............................................................... 2

1.3. Riscos Psicossociais ....................................................................................................... 3

1.3.1. Stress Ocupacional.................................................................................................. 5

1.3.2. Burnout .................................................................................................................... 6

1.3.3. Assédio no Trabalho ................................................................................................ 7

2. Metodologias de avaliação de Riscos Psicossociais no Trabalho ...................................... 8

2.1. COPSOQ ......................................................................................................................... 9

2.2. QARPIS ......................................................................................................................... 10

2.3. FPSICO ......................................................................................................................... 13

3. Método de trabalho ............................................................................................................ 16

3.1. Escolha das metodologias ............................................................................................. 16

3.2. Caracterização da amostra ........................................................................................... 17

4. Resultados e Discussão .................................................................................................... 21

4.1. Género ........................................................................................................................... 21

4.1.1. Género Feminino ................................................................................................... 21

4.1.2. Género Masculino.................................................................................................. 22

4.1.3. Comparação entre fatores ..................................................................................... 23

4.2. Setor .............................................................................................................................. 27

4.2.1. Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento Financeiro e Produção e


Planeamento 27

4.2.2. Engenharia ............................................................................................................ 29

vii
4.2.3. Investigação e Desenvolvimento ........................................................................... 30

4.2.4. Destilaria ................................................................................................................ 31

4.2.5. Limpeza ................................................................................................................. 32

4.2.6. Armazém Geral...................................................................................................... 33

4.2.7. Transformações Não Estéreis ............................................................................... 35

4.2.8. Manutenção ........................................................................................................... 36

4.2.9. Serviços e Central de Vapor .................................................................................. 37

4.2.10. Ambiente e Segurança .......................................................................................... 38

4.2.11. Garantia da Qualidade .......................................................................................... 39

4.2.12. Controlo da Qualidade e Microbiologia ................................................................. 40

4.2.13. Síntese Química .................................................................................................... 41

4.2.14. Fermentação Piloto................................................................................................ 43

4.2.15. Comparação entre fatores ..................................................................................... 44

4.3. Função ........................................................................................................................... 49

4.3.1. Administrativo ........................................................................................................ 49

4.3.2. Analista .................................................................................................................. 50

4.3.3. Chefe de Setor/Departamento ............................................................................... 51

4.3.4. Chefe de Turno ...................................................................................................... 52

4.3.5. Encarregado .......................................................................................................... 53

4.3.6. Operador de Produção .......................................................................................... 54

4.3.7. Técnico .................................................................................................................. 55

4.3.8. Comparação entre fatores ..................................................................................... 56

4.4. Assédio Moral ................................................................................................................ 60

4.5. Considerações Finais .................................................................................................... 61

5. Conclusões ........................................................................................................................ 63

6. Bibliografia ......................................................................................................................... 66

Anexos ........................................................................................................................................ 68

Anexo I – Questionário ............................................................................................................ 68

Anexo II – Folheto Informativo ................................................................................................ 84

viii
Índice de Figuras
Figura 1 – Esquema da Interligação de Riscos Psicossociais (Adaptado de [7]) ........................ 7
Figura 2 – Fases de Avaliação dos Fatores de Risco Psicossocial (adaptado de [7]) ................. 8
Figura 3 – Gráfico circular representativo da distribuição de idades da amostra ....................... 18
Figura 4 – Gráfico circular representativo das habilitações literárias da amostra ...................... 19
Figura 5 – Nível de cansaço antes de uma jornada de trabalho ................................................ 20
Figura 6 - Nível de cansaço depois de uma jornada de trabalho ............................................... 20
Figura 7 – Comparação dos resultados para o fator Participação, Implicação e Responsabilidade
............................................................................................................................................................... 24
Figura 8 - Comparação dos resultados para o fator Gestão do Tempo ..................................... 24
Figura 9 - Comparação dos resultados para o fator Formação, Informação e Comunicação .... 24
Figura 10 - Comparação dos resultados para o fator Coesão de Grupo .................................... 24
Figura 11 - Comparação dos resultados para o fator “Tempo de Trabalho” .............................. 25
Figura 12 - Comparação dos resultados para o fator “Autonomia” ............................................ 25
Figura 13 - Comparação dos resultados para o fator “Carga de Trabalho” ................................ 25
Figura 14 - Comparação dos resultados para o fator “Exigências Psicológicas” ....................... 25
Figura 15 - Comparação dos resultados para o fator “Variedade e Conteúdo do Trabalho” ..... 26
Figura 16 - Comparação dos resultados para o fator “Participação e Supervisão” .................... 26
Figura 17 - Comparação dos resultados para o fator “Interesse pelo Trabalhador e
Compensação” ...................................................................................................................................... 26
Figura 18 - Comparação dos resultados para o fator “Desempenho de Papéis” ....................... 26
Figura 19 - Comparação dos resultados para o fator “Relações e Apoio Social” ...................... 26
Figura 20 - Comparação dos resultados para o fator Participação, Implicação e Responsabilidade
............................................................................................................................................................... 45
Figura 21 – Comparação dos resultados para o fator Formação, Informação e Comunicação . 45
Figura 22 - Comparação dos resultados para o fator Gestão de Tempo ................................... 45
Figura 23 - Comparação dos resultados para o fator Coesão de Grupo .................................... 45
Figura 24 - Comparação dos resultados para o fator Tempo de Trabalho................................. 46
Figura 25 - Comparação dos resultados para o fator Autonomia ............................................... 46
Figura 26 - Comparação dos resultados para o fator Carga de Trabalho .................................. 47
Figura 27 - Comparação dos resultados para o fator Exigências Psicológicas.......................... 47
Figura 28 - Comparação dos resultados para o fator Variedade e Conteúdo do Trabalho ........ 47
Figura 29 - Comparação dos resultados para o fator Participação e Supervisão ...................... 47
Figura 30 - Comparação dos resultados para o fator Interesse pelo Trabalhador e Compensação
............................................................................................................................................................... 48
Figura 31 - Comparação dos resultados para o fator Desempenho de Papéis.......................... 48
Figura 32 - Comparação dos resultados para o fator Relações e Apoio Social ......................... 48
Figura 33 - Comparação dos resultados para o fator Participação, Implicação e Responsabilidade
............................................................................................................................................................... 56
Figura 34 - Comparação dos resultados para o fator Formação, Informação e Comunicação.. 56

ix
Figura 35 - Comparação dos resultados para o fator Gestão de Tempo ................................... 57
Figura 36 - Comparação dos resultados para o fator Coesão do Grupo .................................... 57
Figura 37 - Comparação dos resultados para o fator Tempo de Trabalho ................................. 58
Figura 38 - Comparação dos resultados para o fator Autonomia ............................................... 58
Figura 39 - Comparação dos resultados para o fator Carga de Trabalho .................................. 58
Figura 40 - Comparação dos resultados para o fator Exigências Psicológicas.......................... 58
Figura 41 - Comparação dos resultados para o fator Variedade e Conteúdo do Trabalho ........ 59
Figura 42 - Comparação dos resultados para o fator Participação e Supervisão ...................... 59
Figura 43 - Comparação dos resultados para o fator Interesse pelo Trabalhador e Compensação
............................................................................................................................................................... 59
Figura 44 - Comparação dos resultados para o fator Desempenho de Papéis.......................... 59
Figura 45 - Comparação dos resultados para o fator Relações e Apoio Social ......................... 60
Figura 46 – Resultados do QARPIS para o Assédio Moral ........................................................ 61

x
Índice de Tabelas
Tabela 1 – Principais fatores indutores de riscos psicossociais (adaptado de [11]) .................... 5
Tabela 2 – Grelha de classificação do QARPIS (adaptado de [13]) ........................................... 11
Tabela 3 - Grelha de classificação do QARPIS (continuação) [13]].............................................. 12
Tabela 4 – Classificação de cada área-chave em função da pontuação obtida ........................ 12
Tabela 5 – Fatores, parâmetros e respetivos itens do FPSICO [13]] ........................................... 13
Tabela 6 – Classificação da área-chave “Assédio Moral” em função da pontuação obtida ....... 16
Tabela 7 – Níveis de Risco ......................................................................................................... 17
Tabela 8 – Taxas de resposta por setor ..................................................................................... 18
Tabela 9 - Resultados do QARPIS associados ao género feminino .......................................... 21
Tabela 10 - Resultados do FPSICO associados ao género feminino ........................................ 22
Tabela 11 - Resultados do QARPIS associados ao género masculino ...................................... 22
Tabela 12 - Resultados do FPSICO associados ao género masculino ...................................... 23
Tabela 13 - Resultados do QARPIS no departamento de Direção Fabril, Recursos Humanos,
Departamento Financeiro e Produção e Planeamento ......................................................................... 28
Tabela 14 - Resultados do FPSICO no departamento de Direção Fabril, Recursos Humanos,
Departamento Financeiro e Produção e Planeamento ......................................................................... 28
Tabela 15 – Resultados do QARPIS no departamento de Engenharia ...................................... 29
Tabela 16 – Resultados do FPSICO no departamento de Engenharia ...................................... 29
Tabela 17 - Resultados do QARPIS no setor de Investigação e Desenvolvimento ................... 30
Tabela 18 - Resultados do FPSICO no setor de Investigação e Desenvolvimento ................... 31
Tabela 19 - Resultados do QARPIS no setor da Destilaria ........................................................ 31
Tabela 20 - Resultados do FPSICO no setor da Destilaria ........................................................ 32
Tabela 21 - Resultados do QARPIS no setor da Limpeza.......................................................... 33
Tabela 22 - Resultados do FPSICO no setor da Limpeza .......................................................... 33
Tabela 23 - Resultados do QARPIS no setor do Armazém Geral .............................................. 34
Tabela 24 - Resultados do FPSICO no setor do Armazém Geral .............................................. 34
Tabela 25 - Resultados do QARPIS no setor das Transformações Não Estéreis ..................... 35
Tabela 26 - Resultados do FPSICO no setor das Transformações Não Estéreis ...................... 35
Tabela 27 - Resultados do QARPIS no setor da Manutenção ................................................... 36
Tabela 28 - Resultados do FPSICO no setor da Manutenção ................................................... 37
Tabela 29 - Resultados do QARPIS no setor Serviços e Central de Vapor ............................... 37
Tabela 30 - Resultados do FPSICO no setor Serviços e Central de Vapor ............................... 38
Tabela 31 - Resultados do QARPIS no departamento de Ambiente e Segurança .................... 38
Tabela 32 - Resultados do FPSICO no departamento de Ambiente e Segurança .................... 39
Tabela 33 - Resultados do QARPIS no setor da Garantida da Qualidade ................................. 40
Tabela 34 - Resultados do FPSICO no setor da Garantida da Qualidade ................................. 40
Tabela 35 - Resultados do QARPIS nos setores do Controlo da Qualidade e Microbiologia .... 41
Tabela 36 - Resultados do FPSICO nos setores do Controlo da Qualidade e Microbiologia .... 41
Tabela 37 - Resultados do QARPIS no setor da Síntese Química ............................................ 42

xi
Tabela 38 - Resultados do FPSICO no setor da Síntese Química ............................................. 42
Tabela 39 - Resultados do QARPIS no setor da Fermentação Piloto ........................................ 43
Tabela 40 - Resultados do FPSICO no setor da Fermentação Piloto ........................................ 44
Tabela 41 - Resultados do QARPIS referentes à função de administrativo ............................... 49
Tabela 42 - Resultados do FPSICO referentes à função de administrativo ............................... 50
Tabela 43 - Resultados do QARPIS referentes à função de analista ......................................... 50
Tabela 44 - Resultados do FPSICO referentes à função de analista ......................................... 51
Tabela 45 - Resultados do QARPIS referentes à função de chefe de setor/departamento ....... 51
Tabela 46 - Resultados do FPSICO referentes à função de chefe de setor/departamento ....... 52
Tabela 47 - Resultados do QARPIS referentes à função de chefe de turno .............................. 52
Tabela 48 - Resultados do FPSICO referentes à função de chefe de turno .............................. 53
Tabela 49 - Resultados do QARPIS referentes à função de encarregado ................................. 53
Tabela 50 - Resultados do FPSICO referentes à função de encarregado ................................. 54
Tabela 51 - Resultados do QARPIS referentes à função de operador de produção ................. 54
Tabela 52 - Resultados do FPSICO referentes à função de operador de produção .................. 55
Tabela 53 - Resultados do QARPIS referentes à função de técnico .......................................... 55
Tabela 54 - Resultados do FPSICO referentes à função de técnico .......................................... 56
Tabela 55 – Fatores associados a um nível de risco não adequado por género ....................... 61
Tabela 56 - Fatores associados a um nível de risco não adequado por setor/departamento.... 62
Tabela 57 - Fatores associados a um nível de risco não adequado por função ........................ 62

xii
1. Introdução
1.1. Caracterização da empresa
Fundada em 1960 esta é uma empresa produtora de Ingredientes Ativos Farmacêuticos (APIs)
para a posterior utilização na produção de medicamentos. Localizada a 30km a norte de Lisboa, exporta
anualmente cerca de 90% da sua produção para a América, Médio e Extremo Oriente, e União
Europeia.

Adquirida por um grupo espanhol em 2016, a EMPRESA tem a capacidade de produzir APIs,
nomeadamente produtos enquadrados no grupo das tetraciclinas, tanto por processos biológicos (i.e.
fermentação) como por síntese química, o que a torna única na indústria farmacêutica. Os processos
de produção são complexos e com riscos elevados, entre os quais aqueles que resultam da interação
dos operadores com os sistemas de trabalho e processos produtivos, sendo que em muitas das zonas
de produção estão presentes atmosferas explosivas (ATEX).

Em finais dos anos 70 iniciou-se a criação de um serviço de Segurança e Saúde no Trabalho


(SST) nas instalações da EMPRESA. Esta preocupação deu-se com o início do funcionamento das
instalações para produção de antibióticos via semissintética. Foi neste período que se deu início à
identificação de perigos e avaliação de riscos inicial da instalação e processos produtivos que levaram
à obrigação de utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) – como por exemplo,
máscaras de pós, óculos e fatos descartáveis.

A partir de 1982 foi constituída uma comissão técnica de segurança composta por elementos da
administração e chefes de setor que reunia quinzenalmente para seguimento e discussão de todos os
procedimentos internos que surgiam setor a setor em prol da segurança fabril. Cada setor tinha um
técnico de engenharia responsável por implementar e dar cumprimento a todo o normativo aprovado
por esta comissão. Durante este período foi dada especial atenção à proteção coletiva tendo sido
implementadas melhorias na instalação (aumento do número de renovações de ar ambiente por setor),
que permitiram que o ar respirável dentro das zonas produtivas ficasse menos saturado com as
substâncias químicas usadas e a criação de cabinas de insonorização nos setores onde o nível de
ruído fosse superior a 85 dB devido ao funcionamento os equipamentos e máquinas.

Durante este período foi disponibilizado um técnico de engenharia, que integrou uma equipa
multidisciplinar do Ministério do Interior, com o objetivo de definir normas e regras de segurança para
aprovação na Assembleia da República.

A partir dos anos 90 foi constituído um Departamento de Ambiente e Segurança (DAS)


estruturado no conhecimento existente e constituído por dois engenheiros com especialização nas
áreas de química e ambiente, simultaneamente com formação de Segurança Higiene e Saúde no
Trabalho, dois encarregados, um corpo de bombeiros constituído por chefes de turno e quatro
bombeiros em permanência no terreno, uma equipa de primeiros socorros chefiada por um dos
encarregados e pessoal para trabalhar na EPTARI. Foi também elaborado o primeiro Plano de
Emergência Fabril constituído por Planos de Emergência Setoriais que foi presente à Autoridade para

1
as Condições do Trabalho (ACT) local, discutido com o Serviço Nacional de Bombeiros e integrado no
Plano de Emergência Municipal.

Após 2016 houve uma reestruturação do DAS, passando a ser composto por três TSSST de
nível VI, tendo sido implementadas inúmeras melhorias no campo de segurança e saúde,
nomeadamente formações mensais sobre diversos temas de SST extensíveis a todos os colaboradores
que contribui para uma melhor informação e formação no que respeita aos riscos a que estão expostos.
Relativamente ao uso de EPI’s encontra-se implementada uma prática de teste e obtenção das opiniões
dos trabalhadores sobre o grau de satisfação destes. Nos processos produtivos foram implementados
alguns sistemas de segurança nos equipamentos e máquinas para uma maior proteção dos
operadores.

Pode-se verificar uma crescente consciencialização para com a SST na empresa ao longo dos
anos, e posteriores melhorias neste aspeto.

Atualmente a EMPRESA, é aprovada pela FDA (Food and Drug Administration), autoridade
norte-americana, pela INFARMED do MHRA (Medicines and Healthcare products Regulatory Agency)
e por outras entidades reguladoras internacionais.

1.2. A segurança e saúde no trabalho em Portugal


A Segurança e Saúde no Trabalho, surge com o decorrer da história do trabalho, não como um
pressuposto inicial, mas sim como uma necessidade social associada ao lado negro dessa história.

Em Portugal, o direito à SST encontra-se abrangido pelo Código do Trabalho, Artigo 281º [1]. Este
explicita que todos os trabalhadores têm direito à prestação de trabalho em condições de segurança e
saúde, cabendo ao empregador assegurar estas condições em todos os aspetos relacionados com o
trabalho, através da aplicação de medidas preventivas, mobilizando meios necessários e tendo em
conta os princípios gerais de prevenção e da organização de serviços de segurança e saúde no trabalho
em conformidade com a lei.

A Autoridade para as Condições do Trabalho é um serviço do Estado que tem como objetivo
principal a promoção da melhoria das condições de trabalho através do controlo do cumprimento do
normativo laboral e pelo incentivo da segurança e saúde no trabalho em todos os sectores de atividade
públicos e privados. [2] Esta é um dos focos principais da SST em Portugal.

Para além da ACT, também a AESST (Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho)
tem um papel fundamental na consciencialização das questões da SST em Portugal. Esta tem como
objetivo tornar os locais de trabalho na Europa mais seguros, saudáveis e produtivos [3]. Uma das
formas de o fazer foi o delineamento da ”Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho
2015-2020 – «Por um trabalho seguro, saudável e produtivo»” (ENSST 2015-2020) [4]. A ENSST 2015-
2020 tem definidos objetivos gerais, estratégicos e objetivos específicos. Os objetivos gerais passam
por prevenir e reduzir o número e gravidade dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais, por
promover a saúde, o bem-estar dos trabalhadores, bem como a sua capacidade de trabalho e por
fomentar a inovação, qualidade e eficiência. Como objetivos estratégicos tem definidos: a promoção da

2
qualidade de vida no trabalho e a competitividade das empresas; a diminuição do número de acidentes
de trabalho em 30% e a taxa de incidência de acidentes de trabalho em 30% e a diminuição dos fatores
de risco associados às doenças profissionais. Por fim, tem seis objetivos específicos: o
desenvolvimento e implementação de políticas públicas de SST; melhoria da prevenção das doenças
profissionais e dos acidentes de trabalho; apoio na implementação da STT nas empresas (em particular
as micro, pequenas e médias); promoção da informação, formação, participação e cooperação nos
locais de trabalho; promoção do cumprimento da legislação em matéria da STT e, por último, o
fortalecimento da cooperação internacional na matéria de SST. [4] De modo a verificar que as medidas
estão a ser implementadas, há a monitorização em três distintas alturas (inicial, intercalar e final).

Também a APSEI – Associação Portuguesa de Segurança – tem um papel fundamental na


representação das empresas e profissionais de segurança conta incêndio, segurança eletrónica e
segurança e saúde no trabalho. [5]

Este tipo de organizações têm sido fundamentais no estudo e implementação de medidas


preventivas no âmbito da SST.

1.3. Riscos Psicossociais


O aparecimento de novos riscos, normalmente denominados de riscos emergentes, está
relacionado com a ampliação ou atenuação destes em termos de relevância social. A falta de
visibilidade ou hipervisibilidade dos riscos pode levar a situações de negligência ou de conflito, pelo
que é necessário fazer uma avaliação dos riscos e tomar medidas para diminuir o nível de risco.

Segundo a AESST, os riscos psicossociais decorrem de deficiências na conceção, organização


e gestão do trabalho, bem como de um contexto social de trabalho problemático, podendo ter efeitos
negativos a nível psicológico, físico e social tais como stress relacionado com o trabalho, esgotamento
ou depressão. [6] Este tipo de riscos englobam o stresse ocupacional, o bullying, o burnout, a violência
no trabalho, o assédio moral e sexual entre outros.

Durante as últimas duas décadas [7], os riscos psicossociais têm vindo ganhar dimensões nas
avaliações de riscos efetuadas nas empresas. Isto deve-se ao trabalho desenvolvido por instituições
como a AESST e a Eurofound (Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de
Trabalho), de maneira a consciencializar a importância dos mesmos.

Sendo considerado um risco emergente, esta visibilidade profissional e social é explicada por um
conjunto de fatores [8] como:

i) Alteração dos valores e pressupostos da legislação laboral – há uma crescente


liberalização das relações laborais, podendo suscitar a precariedade e individualização;
ii) Constante evolução tecnológica e consecutiva alteração do conteúdo e natureza laboral
– diminuição da necessidade de mão-de-obra e maior exigência das qualificações
profissionais e académicas;
iii) Oscilação dos ciclos socioeconómicos – rentabilidade económica das organizações e
segurança contratual das/os trabalhadoras/es;
iv) Alteração dos espaços de trabalho e do seu significado – confusão das dimensões
profissionais e pessoais;

3
v) Mudança do contexto da massa laboral – feminização, envelhecimento e diversidade
cultural;
vi) Novas formas de organização do trabalho – aumento da intensidade do trabalho e da
carga mental;
vii) Evolução do conhecimento técnico-científico;
viii) Reformulação do papel assumido pela ciência.

A prevalência de visões que assumem que os riscos psicossociais não são possíveis de
quantificar e avaliar como os restantes riscos ocupacionais (riscos físicos, químicos, entre outros) limita
a sua gestão a nível organizacional.

Na União Europeia, estima-se que o stress laboral esteja na origem de 50% a 60% do absentismo
laboral, o que resulta não só no sofrimento humano como também, por consequência, tem um impacto
negativo na economia das organizações. Já em Portugal, estima-se que 2 em cada 10 trabalhadores
sofram de problemas de saúde psicológica. [9]

Por essa razão, legalmente foi necessário estabelecer a obrigação por parte das organizações
de fazer avaliações de riscos psicossociais. De acordo com o ponto 2 da alínea f), artigo 15º, lei
nº102/2009, faz parte das obrigações gerais do empregador [10] assegurar nos locais de trabalho, que
as exposições aos agentes químicos, físicos e biológicos e aos fatores de risco psicossociais não
constituem risco para a segurança e saúde do trabalhador. Parte destas obrigações é também a
adaptação do trabalho ao homem, especialmente no que se refere à conceção dos postos de trabalho,
à escolha de equipamentos de trabalho e aos métodos de trabalho e produção, com vista a,
nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os riscos psicossociais
segundo o ponto 2 da alínea g), artigo 15º, lei nº102/2009 .

Como atividades proibidas ou condicionadas [10], o Artigo 48º diz que são proibidas ou
condicionadas aos trabalhadores as atividades que envolvam a exposição aos agentes químicos,
físicos e biológicos ou outros fatores de natureza psicossocial que possam causar efeitos genéticos
hereditários, efeitos prejudiciais não hereditários na progenitura ou atentar contra as funções e
capacidades reprodutoras masculinas ou femininas, suscetíveis de implicar riscos para o património
genético, referidos na presente lei ou em legislação específica, conforme a indicação que constar dos
mesmos.

De acordo com a legislação vigente é necessária a intervenção nas organizações de forma a


identificar e avaliar os riscos psicossociais de forma a diminuir os níveis de risco associados. Para esta
avaliação, é necessário conhecer os fatores que podem induzir riscos psicossociais. Estes são vários,
tais como o conteúdo, sobrecarga e ritmo do trabalho, a autonomia, as relações interpessoais, o horário
de trabalho, a responsabilidade, o desenvolvimento profissional, entre outros. Com maior detalhe, estes
encontram-se agrupados na Tabela 1.

4
Tabela 1 – Principais fatores indutores de riscos psicossociais (adaptado de [11])

Principais Fatores de Riscos Psicossociais


Conteúdo do trabalho Falta de variedade ou curtos ciclos de trabalho, trabalho fragmentado ou
sem sentido, falta de uso de aptidões técnicas, indefinição do trabalho,
exposição contínua dos trabalhadores durante a jornada de trabalho
Ritmo e carga de Carga de trabalho mal distribuída, trabalho rotineiro, altos níveis de
trabalho pressão, exposição contínua a prazos
Horário de trabalho Turnos noturnos, horários inflexíveis, trabalho suplementar imprevisível,
horas sem pausas, longos períodos sem sociabilização
Participação e Pouca participação na tomada de decisões, falta de controlo sobre o ritmo,
Supervisão carga e horários (entre outros) de trabalho
Ambiente e Aptidão e manutenção de equipamento; condições precárias como falta de
Equipamentos espaço, iluminação deficiente, ruído elevado, etc
Cultura organizacional Comunicação fraca ou insuficiente, falta de apoio na resolução de
e funções problemas e no desenvolvimento pessoal, definição insuficiente ou
desacordo em objetivos organizacionais
Relações Solidão por obrigação associada ao posto de trabalho, más relações com
interpessoais no superiores, conflitos interpessoais, falta de suporte social
trabalho
Papel na organização Ambiguidade de papéis, conflito de papéis, responsabilidade por pessoas
Desenvolvimento Incerteza ou instabilidade de carreira, despromoções ou promoções
profissional excessivas, salário insuficiente, insegurança laboral, situação laboral
desvalorizada
Equilíbrio trabalho- Demandas conflituosas de trabalho, problemas de dualidade de carreira
casa

1.3.1. Stress Ocupacional


O stress no trabalho acontece quando há um desequilíbrio entre as exigências colocadas pelo
ambiente de trabalho e os recursos físicos e mentais do trabalhador. Embora a experiência do stress
seja psicológica, este afeta também a saúde física do trabalhador.

O stress pode surgir por várias razões, tais como: fatores intrínsecos ao trabalho, papel na
organização, relações no trabalho, desenvolvimento da carreira, clima e estrutura organizacional e
fontes extra organizacionais. Como consequências, podem ocorrer doenças cardiovasculares e/ou
psicológicas ou absentismo, e a nível organizacional podem ocorrer acidentes de trabalho e/ou apatia.
[8]

Atualmente, na União Europeia, 50% a 60% dos dias de trabalho perdidos podem ser associados
ao stress relacionado com o trabalho e a riscos psicossociais. Cerca de 28% dos trabalhadores
europeus admitiram que a exposição a riscos psicossociais afetou o seu bem-estar mental. Em média,

5
51% dos trabalhadores considera que o stresse relacionado com o trabalho é comum no seu local de
trabalho. Consequentemente, os custos totais associados a perturbações de saúde mental, mesmo que
não estejam relacionadas diretamente com o trabalho, são de cerca de 240 mil milhões de euros por
ano. [12]

Tendo em conta as consequências do stress, há alguns moderadores do seu impacto. Ou seja,


estes moderadores podem ajudar o indivíduo que está a passar por situações de stress a atenuar a
esta influência negativa na sua saúde física e mental. Como moderadores tem-se a condição física
(lida-se melhor com o stress possuindo uma boa condição física), aspetos demográficos e profissionais
(idade, sexo, raça, ocupações, apoio social, etc), aspetos psicológicos (traços de personalidade), a
apreciação cognitiva das situações (crenças, otimismo, etc) e a resistência (valorização da mudança,
adaptabilidade). [8] O stress pode ser uma causa de exaustão profissional (burnout).

1.3.2. Burnout
O burnout é definido como sendo um “estado de exaustão física, emocional e mental provocado
por um longo envolvimento em situações exigentes.” [8] Tal como referido anteriormente, este é causado
pela exposição constante ao stress, e não apenas causado por um evento traumático.

Possui três distintas dimensões:

i) Exaustão emocional – está associada à sensação de inadequação e de exaustão física


e emocional. Tendo em conta os fatores em estudo na temática dos riscos psicossociais,
os que mais influenciam esta dimensão são a carga de trabalho e os conflitos
interpessoais;
ii) Dimensão da despersonalização – associada à atitude negativa/indiferença perante o
trabalho excessivo, vista como resposta auto defensiva. Esta está relacionada com as
exigências psicológicas (no âmbito dos fatores em estudo associados aos riscos
psicossociais);
iii) Diminuição da autoeficácia e da realização pessoal e profissional – associado ao
sentimento de incompetência a falta de produtividade no trabalho. Este está ligado à falta
de eficácia de lidar com as exigências do trabalho, podendo ser agravado pela falta de
apoio (quer pessoal, quer profissional).

Atualmente, o burnout está definido em 12 distintos estágios [8]:

1) Necessidade de se afirmar;
2) Dedicação intensificada;
3) Descuramento com as necessidades pessoais;
4) Recalque de conflitos;
5) Reinterpretação dos valores;
6) Negação de problemas;
7) Comportamento antissocial;
8) Mudanças evidentes de comportamento;
9) Despersonalização;
10) Vazio interior;
11) Depressão;
12) Síndrome do esgotamento profissional – estado de emergência.

Como tal, a exaustão profissional é algo que pode ser detetado, através de uma identificação de
riscos psicossociais e de uma preocupação recorrente com este tipo de situações.

6
1.3.3. Assédio no Trabalho
Segundo a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego, o assédio no trabalho é um
comportamento indesejado (gesto, palavra, atitude, etc.) praticado com algum grau de reiteração e
tendo como objetivo ou o efeito de afetar a dignidade da pessoa ou criar um ambiente intimidativo,
hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.

O assédio está dividido em dois tipos: o assédio moral e o assédio sexual. O assédio moral
acontece através de ataques físicos ou verbais, podendo abranger violência física e/ou psicológica. Por
sua vez, o assédio sexual ocorre quando os comportamentos indesejados são de caracter sexual,
sejam eles de natureza física ou verbal.

O assédio não é um comportamento isolado, mas sim um conjunto de acontecimentos. Apesar


de um facto isolado poder ser grave (até pode ser considerado crime) não se trata de uma situação de
assédio. Este não deve ser confundido com situações de conflitos pontuais no posto de trabalho, por
pressão associada a cargos de alta responsabilidade ou com a aproximação romântica entre colegas
(ou envolvendo superiores hierárquicos) livremente recíproca.

Qualquer pessoa, independentemente do seu posto de trabalho, pode ser vítima de assédio
moral ou sexual, por superiores hierárquicos, colegas de trabalho, fornecedores, prestadores de serviço
ou clientes. Tendo isto em conta, de forma a prevenir este tipo de situações, é necessário que a
entidade empregadora proíba o assédio tal como está estipulado no 29º Artigo do Código do Trabalho.

O assédio, seja ele moral ou sexual, pode resultar em stress ocupacional e, consequentemente,
levar a uma situação de burnout.

Figura 1 – Esquema da Interligação de Riscos Psicossociais (Adaptado de [7])

Estes riscos psicossociais estão interligados e podem ser consequência uns dos outros. Por esse
motivo prevenir um deles, pode significar também prevenir os restantes.

7
2. Metodologias de avaliação de Riscos Psicossociais no
Trabalho
São várias as metodologias já testadas que podem ser utilizadas para identificar e avaliar riscos
psicossociais. De uma maneira geral, para uma avaliação de riscos pode ser utilizado o seguinte
esquema geral, composto por várias e sequenciadas fases que pode ser seguido, independente da
metodologia utilizada (Figura 2).

Seleção da Aplicação da
Identificação dos
metodologia e metodologia e
fatores de risco
técnicas técnicas

Seguimento e Elaboração e Análise dos


controlo das implementação resultados e
medidas de um plano de reporte das
implementadas intervenção conclusões

Figura 2 – Fases de Avaliação dos Fatores de Risco Psicossocial (adaptado de [7])

Analogamente ao esquema, também a AESST propõe uma estratégia de abordagem dos riscos
psicossociais e do stress relacionado com o trabalho. [12] Esta passa por um processo com cinco
distintas fases:

1. Preparação - esta fase encontra-se dividida por partes. Primeiro há uma decisão de
quem irá liderar o projeto, após isso avaliam-se os recursos disponíveis.
Posteriormente decide-se como e quando manter os trabalhadores informados e,
finalmente, o que vai acontecer e quando.
2. Avaliação de riscos – nesta fase identificam-se os riscos no(s) local(is) de trabalho e,
posteriormente, decide-se onde atuar primeiro.
3. Planeamento de ações – nesta fase são acordadas as ações que serão tomadas para
eliminar ou reduzir o risco. Após isso, é criado um plano de ação com as prioridades
de implementação bem definidas.
4. Implementação das ações.
5. Avaliação – na fase de avaliação avalia-se se os objetivos previamente definidos foram
atingidos ou não, e as causas. A posteriori, revê-se todo o ciclo da avaliação de riscos
e podem ser sugeridas novas medidas de planeamento e implementação de ações.

Quanto a métodos de avaliação de riscos psicossociais, atualmente Espanha é um dos países


mais dinâmicos no que diz respeito à criação e aplicação de metodologias de avaliação de riscos
psicossociais. Os principais métodos utilizados em Espanha [13] são os seguintes:

▪ Método ISTAS21 (COPSOQ);


▪ Questionário RED-WONT (Recursos, Emoções e Exigências Laborais);
▪ Metodologia Prevenlab-Psicossocial;
▪ Bateria de Avaliação Psicossocial para PME (Bateria MCMutual-UB);
▪ Método MPF – Mini Psychosocial Factors;
▪ Métodos INERMAP;
▪ Bateria UNIPSICO;
▪ DECORE – Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais;
▪ Método MARC-UV;

8
▪ Método de Avaliação de Riscos Psicossociais (FPSICO);
▪ Metodologia Geral de Riscos (MGER 2.0);
▪ Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e Identificação de Situações de Risco
(QARPIS).

Desta listagem de métodos, apenas o COPSOQ não foi originalmente desenvolvido em Espanha,
apesar da versão ISTAS21 ser a adaptação espanhola do mesmo. Para além dos métodos listados, é
importante referir a existência de mais alguns métodos, como é o caso do QPSNordic (Questionário
para Fatores Psicológicos e Sociais no Trabalho), que considera parâmetros a nível organizacional,
social, das tarefas e a nível individual. Também em Portugal, docentes da Universidade Fernando
Pessoa e da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [14]

desenvolveram um método denominado de Inquérito Saúde e Trabalho (INSAT) que tem como objetivo
os trabalhadores auferirem as suas considerações sobre as condições e características do espaço de
trabalho.

2.1. COPSOQ
O COPSOQ – Copenhagen Psychosocial Questionnaire (Questionário Psicossocial de
Copenhaga), é um questionário elaborado originalmente na Dinamarca que permite avaliar vários
fatores de risco psicossociais com base numa vasta gama de conceitos, teorias e aspetos.

Embora seja um conceito multidimensional, o COPSOQ acaba por se focar maioritariamente em


aspetos ligados ao stresse no trabalho. Este identifica o stresse como sendo uma consequência de
elevadas exigências no trabalho e baixo apoio social. Permitiu identificar as causas do absentismo por
doença entre os trabalhadores dinamarqueses. [15]

Atualmente, é um dos questionários mais populares ligado à avaliação dos riscos psicossociais.
Reformulado em 2007 (COPSOQ II) possui três distintas versões:

i) Versão curta (23 dimensões e 40 perguntas): está destinada para autoavaliação dos
trabalhadores ou para locais de trabalho cujo número de trabalhadores seja inferior a 30.
ii) Versão média (28 dimensões e 87 perguntas): encontra-se predisposta para ser utilizada
para profissionais da saúde ocupacional, sendo a versão mais recorrente para a
avaliação de riscos psicossociais nos casos de locais de trabalho com mais que 30
trabalhadores.
iii) Versão longa (41 dimensões e 128 perguntas): esta versão é utilizada para fins de
investigação.

Em Portugal, o COPSOQ II foi originalmente traduzido pelo Instituto de Letras e Ciências


Humanas da Universidade do Minho, sendo depois analisada a sua tradução e contextualizada por
docentes da área. [15]

Os itens do COPSOQ II encontram-se concebidos através de escalas do tipo Likert (escala que
permite ao inquirido responder à questão, especificando o nível de concordância) de 5 pontos, como
por exemplo: 1- Nunca ou quase nunca; 2- Raramente; 3- Às vezes; 4- Frequentemente; 5- Sempre.
Também existem alguns itens em escala invertida (por terem a ordem de resposta inversa à dos
restantes).

Para cada escala existem as respetivas dimensões:

9
▪ Exigências laborais: exigências quantitativas, ritmo de trabalho, exigências cognitivas,
exigências emocionais e exigências de esconder emoções.
▪ Organização do trabalho e conteúdo: influência no trabalho, possibilidades de
desenvolvimento, variação no trabalho, significado do trabalho e compromisso face ao
trabalho.
▪ Relações sociais e liderança: previsibilidade, recompensas (reconhecimento),
transparência do papel laboral desempenhado, conflito de papéis laborais, qualidade da
liderança, apoio social de superiores e apoio social de colegas.
▪ Interface trabalho-indivíduo: insegurança laboral, satisfação laboral, conflito
trabalho/família e conflito família/trabalho.
▪ Valores no local de trabalho: confiança vertical, confiança horizontal, justiça e respeito,
comunidade social no trabalho e responsabilidade social.
▪ Personalidade.
▪ Saúde e bem-estar: saúde geral, stress, burnout, problemas em dormir, stress somático,
stress cognitivo e sintomas depressivos.
▪ Comportamentos ofensivos.

2.2. QARPIS
O questionário denominado como Factores Psicosociales: Identificación de Situaciones de
Riesgo, originalmente elaborado pelo Instituto Navarro de Saúde Laboral (INSL) é, em português, o
Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e Identificação de Situações de Risco (QARPIS).

Este surgiu como uma forma de ajudar na identificação das condições dos postos de trabalho
que podem afetar a saúde das pessoas no ambiente laboral. Pode ser utilizado na avaliação de postos
de trabalho onde é necessária uma visão geral da organização do ponto de vista dos riscos
psicossociais. [16]

É um questionário confidencial, que considera várias áreas-chave dentro da temática dos riscos
psicossociais. As áreas onde surjam classificações inadequadas serão o ponto de arranque para
avaliações de risco mais exaustivas. Assim, permite obter uma ideia geral da organização de maneira
a que os aspetos inadequados possam ser identificados e melhorados.

Este é um método dirigido a qualquer tipo de setor ou empresa, sendo ideal como avaliação
inicial. No entanto, embora a sua aplicação e análise seja relativamente fácil, não deve ser confundido
com um método simplista. É quantitativo na medida em que, devido às questões que fazem parte do
questionário, como qualitativo na medida em que, para cada questão, há a possibilidade dos inquiridos
fazerem comentários.

O QARPIS possui 30 questões de escolha múltipla, cada uma com uma área opcional reservada
a comentários e quatro áreas-chave distintas:

i) participação, implicação e responsabilidade;


ii) formação, informação e comunicação;
iii) gestão do tempo;
iv) coesão do grupo.

Participação, implicação e responsabilidade está relacionado com o grau de liberdade e


independência do trabalhador em controlar e organizar o trabalho e métodos a utilizar e em tomar
decisões (por exemplo, escolha de férias ou de turnos de trabalho). Engloba aspetos como autonomia,
iniciativa, supervisão, controlo sobre as tarefas, entre outros.

10
Formação, informação e comunicação encontra-se ligado ao grau de interesse que a
organização demonstra pelos trabalhadores, a facilidade com que transmite as informações e
formações necessárias ao desempenho das tarefas por parte dos trabalhadores. Abrange aspetos
como o fluxo de informação, equilíbrio funções-cargo, nível de formação, isolamento e reconhecimento.

Gestão do tempo está associada ao nível de autonomia provida ao trabalhador de maneira a


decidir como organizar o ritmo de trabalho, as suas pausas e férias consoante as necessidades
pessoais. Este está ligado ao ritmo e carga de trabalho, entre outros.

Coesão de grupo, tal como o nome indica, está correlacionado com as relações interpessoais e
de trabalho entre os membros do grupo. Aspetos como clima social, cooperação, ambiente de trabalho
e resolução de conflitos estão associados a esta área-chave.

A matriz de avaliação do QARPIS encontra-se estabelecida e está descrita nas Tabelas 2 e 3.

Tabela 2 – Grelha de classificação do QARPIS (adaptado de [13])

Participação, Implicação e Responsabilidade Formação, Informação e Comunicação


Valor correspondente a cada Valor correspondente a cada
Pergunta pergunta Pergunta pergunta
A B C D A B C D E
1 5 3 3 0 4 5 3 1 0 -
2 5 5 3 0 5 5 3 3 0 -
8 3 4 1 0 11 5 3 3 0 -
9 5 3 0 - 16 5 3 3 0 -
13 5 2 0 - 17 5 5 5 2 0
18 5 5 3 0 24 5 2 2 0 -
19 5 3 3 0 26 5 3 3 0 -
20 5 3 1 0 Coesão do Grupo
25 5 3 1 0 6 0 1 3 5 -
Gestão do Tempo 7 5 3 0 0 -
3 5 3 1 0 12 5 3 1 0 -
10 5 5 2 0 21 4 2 0 - -
14 0 5 5 5 23 5 3 1 0 -
15 0 0 4 - 27 0 3 3 5 -
22 5 5 3 0

11
Tabela 3 - Grelha de classificação do QARPIS (continuação) [13]]

Assédio Moral (Burnout)


Valor correspondente a cada
Pergunta pergunta
A B
28 1 0
29 1 0
30 1 0

Posteriormente à atribuição de pontuações a cada questão, para cada área-chave são somadas
as pontuações respetivas e, dependendo do valor, são avaliadas como “Muito Inadequado”,
“Inadequado”, “Adequado” ou “Muito Adequado”. Para cada área-chave as pontuações
correspondentes a cada classificação encontram-se na Tabela 4.

Tabela 4 – Classificação de cada área-chave em função da pontuação obtida

Muito Muito
Fator Inadequado Adequado
Inadequado Adequado
Participação, implicação
27 a 44 18 a 26 9 a 17 0a8
e responsabilidade
Formação, informação e
22 a 35 14 a 21 7 a 13 0a6
comunicação
Gestão do tempo 15 a 24 10 a 14 5a9 0a4
Coesão de grupo 18 a 29 11 a 17 6 a 10 0a5

Para este método, os autores fazem algumas sugestões de medidas que poderão ser
implementadas de maneira a melhorar cada uma das áreas chaves consoante as necessidades. No
caso da Participação, Implicação e Responsabilidade sugerem medidas como: evitar a supervisão
excessiva por parte dos sistemas de controlo/supervisores (a nível de trabalho, tempo, horário, etc);
sensibilizar os trabalhadores para a importância das tarefas que realizam; proporcionar aos
trabalhadores, dentro do possível, um maior controlo sobre as próprias tarefas. Para a Formação,
Informação e Comunicação recomendam medidas como: proporcionar ao trabalhador informação clara
das tarefas que devem desempenhar, bem como os métodos, tempos, quantidade e qualidade
esperados; garantir que os meios de transmissão de informação sejam claros de maneira a evitar a
distorção desta. No âmbito da Gestão do Tempo algumas das medidas indicadas são: adequar o
volume do trabalho proposto em função do tempo designado; estabelecer sistemas que permitam ao
trabalhador conhecer o seu rendimento, o trabalho pendente e o tempo disponível para o executar. Por
fim, para a Coesão de Grupo sugerem medidas como: prestar especial atenção ao apoio social que os
trabalhadores recebem dos seus superiores hierárquicos; estabelecer métodos bem definidos para a
resolução de conflitos interpessoais. [17]

12
2.3. FPSICO
O método de avaliação de fatores psicossociais FPSICO, foi elaborado pelo do INSHT (Instituto
Nacional de Seguridad e Higiene en el Trabajo), atualmente INSST (Instituto Nacional de Seguridad y
Salud en el Trabajo) [18], que à semelhança do questionário abordado no ponto 2.2., pode ser utilizado
independentemente do tamanho ou atividade da empresa.

Através do FPSICO é possível obter os resultados dos trabalhadores tanto a nível individual
como a nível coletivo. No entanto, não é recomendado que se façam caracterizações pessoais devido
à natureza da informação que é obtida. Por este motivo, normalmente este tipo de questionário é
respondido de uma forma anónima.

Esta ferramenta foi desenvolvida com o intuito de poder ser respondida tanto através de formato
informático como em formato de papel.

Possui 44 perguntas: algumas de escolha múltipla, outras de escala de Likert e também algumas
de escala invertida. No total possui 89 itens e abrange 9 fatores de risco distintos (Tabela 5):

i) tempo de trabalho;
ii) autonomia;
iii) variedade e conteúdo do trabalho;
iv) carga de trabalho;
v) participação e supervisão;
vi) interesse pelo trabalhador e compensação;
vii) exigências psicológicas;
viii) relações e apoio social;
ix) desempenho de papéis.
Tabela 5 – Fatores, parâmetros e respetivos itens do FPSICO [13]]

Fatores Parâmetros
Tempo de Trabalho ❖ Trabalhar aos sábados (Item 1)
❖ Trabalho aos domingos e feriados (Item 2)
❖ Tempo de descanso semanal (Item 5)
❖ Compatibilidade da vida de trabalho com a vida
social (Item 6)
Autonomia ❖ Autonomia temporal
→ Possibilidade de atender a assuntos
pessoais (Item 3)
→ Distribuição de pausas regulamentadas
(Item 7)
→ Adoção de pausas não regulamentadas
(Item 8)
→ Determinação do ritmo de trabalho (Item 9)
❖ Autonomia decisória
→ Atividades e tarefas (Item 10 a)
→ Distribuição de tarefas (Item 10 b)
→ Distribuição do espaço de trabalho (Item 10
c)
→ Métodos, procedimentos e protocolos (Item
10 d)
→ Quantidade de trabalho (Item 10 e)
→ Qualidade do trabalho (Item 10 f)
→ Resolução de incidências (Item 10 g)
→ Distribuição de turnos (Item 10 h)

13
Carga de Trabalho ❖ Pressões de tempo
→ Tempo designado para a tarefa (Item 23)
→ Tempo de trabalho com rapidez (Item 24)
→ Aceleração do ritmo de trabalho (Item 25)
❖ Esforço de atenção
→ Tempo de atenção (Item 21)
→ Intensidade da atenção (Item 22)
→ Atenção sobre múltiplas tarefas (Item 27)
→ Interrupções (Item 30)
→ Efeito das interrupções (Item 31)
→ Previsibilidade das tarefas (Item 32)
❖ Quantidade e dificuldade da tarefa
→ Quantidade de trabalho (Item 26)
→ Dificuldade do trabalho (Item 28)
→ Necessidade de ajuda (Item 29)
→ Trabalho fora do horário habitual (Item 4)
Exigências Psicológicas ❖ Exigências cognitivos
→ Competências necessárias (Item 33a até
33e)
❖ Exigências emocionais
→ Requisitos de interação com pessoas (Item
33f)
→ Ocultação de emoções perante chefias (Item
34)
→ Exposição a situações de impacto emocional
(Item 35)
→ Exigências de resposta emocional (Item 36)
Variedade e Conteúdo do Trabalho ❖ Trabalho rotineiro (Item 37)
❖ Sentido do trabalho (Item 38)
❖ Contribuição do trabalho (Item 39)
❖ Reconhecimento do trabalho (Item 40)
Participação e Supervisão ❖ Grau de participação (Item 11)
❖ Controlo exercido por chefia direta (Item 12)
Interesse pelo trabalhador e ❖ Informação proporcionada ao trabalhador (Item 13)
❖ Facilidades para o desenvolvimento profissional
Compensação
(Item 41)
❖ Valorização da formação (Item 42)
❖ Equilíbrio entre esforço e recompensas (Item 43)
❖ Satisfação com o salário (Item 44)
Desempenho de papéis ❖ Ambiguidade de papéis (Item 14)
❖ Conflito de papéis (Item 15a até d)
❖ Sobrecarga de papéis (Item 15f)
Relações e apoio social ❖ Apoio social instrumental de distintas fontes (Item
16)
❖ Qualidade das relações (Item 17)
❖ Exposição a conflitos interpessoais (Item 18a)
❖ Exposição a situações de violência (Item 18b até
18d)
❖ Gestão da empresa das situações de conflito (Item
19)
❖ Exposição a discriminação (Item 20)

O fator tempo de trabalho engloba distintos aspetos que estão relacionados com a distribuição e
organização do tempo ao longo de cada dia de trabalho e de cada semana. Avalia o impacto do tempo
e trabalho, considerando os períodos de descanso que a atividade permite e ainda a relação vida social-
trabalho.

14
A autonomia está relacionada com a capacidade do trabalhador em gerir e tomar decisões
relativas ao seu próprio trabalho. Está dividida em duas componentes diferentes: a autonomia temporal
que está relacionada com a liberdade concebida ao trabalhador para gerir as suas pausas, ritmo de
trabalho, etc; a autonomia alusiva à decisão de tarefas a realizar, à sua distribuição, aos métodos, entre
outros.

O fator carga de trabalho está relacionado com a quantidade/intensidade de trabalho que está
atribuída ao trabalhador. Avalia a carga de trabalho a partir dos seguintes aspetos: pressões de tempo
(está relacionado com os tempos designados às tarefas, a velocidade e a necessidade de acelerar o
ritmo em certos momentos); nível de atenção; quantidade e dificuldade da tarefa.

As exigências psicológicas são avaliadas tanto as de natureza emocional como as de natureza


cognitiva. Estas referem-se à natureza das exigências que são feitas ao longo do trabalho. As
exigências psicológicas cognitivas estão associadas ao grau de esforço intelectual para o desempenho
das tarefas. Por outro lado, as exigências psicológicas emocionais estão associadas a situações onde
o desempenho da tarefa afeta as emoções que o trabalhador pode sentir, como, por exemplo, o esforço
de ocultar emoções.

O fator variedade e conteúdo do trabalho engloba a sensação de que o trabalho tem um


significado em si mesmo para o trabalhador no conjunto da empresa e para a sociedade no geral, para
além da compensação económica.

O fator participação e supervisão reconhece as possíveis formas de controlo sobre o trabalho. A


participação explora os distintos níveis de implicação, intervenção e colaboração que o trabalhador
mantém. Por sua vez, a supervisão está associada à valorização que o trabalhador faz do controlo que
os superiores imediatos exercem sobre os diversos aspetos de execução do trabalho.

O interesse pelo trabalhador e compensação está associado com o grau de preocupação de


caráter pessoal e a longo prazo pelo trabalhador. Engloba conceitos fundamentais como formação,
promoções, desenvolvimento da carreira e informação sobre os mesmos. Ainda dentro deste fator é
considerado o equilíbrio trabalho-recompensas.

O fator desempenho de papéis considera os problemas que possam derivar da definição das
tarefas de cada posto de trabalho. Engloba três aspetos principais: clareza de papéis, conflito de papéis
e sobrecarga de papéis.

Por fim, o fator relações e apoio social refere-se aos aspetos relacionados com as condições de
trabalho que derivam das relações que se estabelecem entre as pessoas no ambiente de trabalho. [18]

15
3. Método de trabalho
De forma a realizar a identificação e avaliação dos riscos psicossociais definiu-se uma
metodologia de trabalho. Como tal, avançou-se com a construção de um questionário abrangente,
podendo assim ser preenchido por todos os trabalhadores. Este foi utilizado como ferramenta principal
de trabalho e, não obstante à sua utilização, foram feitas observações livres com o objetivo de conseguir
enquadrar as respostas obtidas e também, posteriormente, poderem ser feitas propostas de melhoria
contextualizadas em função das necessidades e dos postos de trabalho.

3.1. Escolha das metodologias


A escolha da primeira metodologia, QARPIS, como ferramenta de trabalho neste estudo foi feita
com base na facilidade de resposta às questões do questionário e a intuitiva interpretação dos
resultados, com base na matriz de análise. Embora se trate de um questionário em que as respostas
são feitas com base nas opções sugeridas, para cada questão existe um campo opcional de
observações, onde o inquirido pode justificar ou clarificar a sua opção em caso de necessidade.

Com base nas matrizes apresentadas nas Tabelas 2, 3 e 4, e recorrendo à ferramenta Excel,
construiu-se uma folha onde se introduziram todos os resultados dos questionários e
consequentemente, se traduziram os resultados.

No caso de falta de resposta a alguma das questões, a pontuação é determinada consoante o


contexto do inquirido. Isto pode ser feito com base no setor, na atividade profissional ou,
preferencialmente, no campo “Comentários” caso este esteja preenchido.

Dado que a matriz não avalia quantitativamente o fator “Assédio Moral”, as pontuações
associadas para cada classificação estão dispostas na seguinte tabela:

Tabela 6 – Classificação da área-chave “Assédio Moral” em função da pontuação obtida

Fator Muito Inadequado Inadequado Adequado Muito Adequado


Assédio Moral 3 2 1 0

No caso da segunda metodologia, FPSICO, esta foi escolhida com base no equilíbrio entre a
complexidade dos fatores que a compõem e o número de questões do questionário. Tendo em conta o
método escolhido anteriormente, este é um bom complemento. Juntando os dois métodos ter-se-ão
resultados bastante específicos de maneira a identificar mais facilmente os fatores de risco mais
problemáticos.

De forma a analisar os resultados obtidos no questionário do FPSICO recorreu-se à ferramenta


Excel onde foram colocadas as respostas dos vários itens e, posteriormente agrupadas por cada um
dos nove fatores. Para as diferentes opções de resposta, a cada item foram associadas diferentes
níveis de risco: muito elevado, elevado, moderado e situação adequada. Tendo isto em conta, os
resultados estão dispostos através da percentagem de resposta para cada pergunta. Esta matriz foi
adaptada de forma a ser possível obter os resultados adequados.

16
Por fim, tanto para o questionário QARPIS como para o FPSICO, o nível de risco para cada fator
é determinado segundo o seguinte perfil valorativo [18]:

Tabela 7 – Níveis de Risco

Percentil obtido Nível de Risco


Percentil ≥ 85% Muito Elevado
75% ≤ Percentil < 85% Elevado
65% ≤ Percentil < 75% Moderado
Percentil < 65% Situação Adequada

Fora as razões indicadas, estes questionários foram escolhidos por serem uma combinação que,
a nível de complexidade, se assemelha ao COPSOQ, que é uma das ferramentas mais utilizadas neste
tipo de avaliação de riscos.

Na sua totalidade, o questionário elaborado é de fácil compreensão e resposta, o que possibilitou


o preenchimento de forma individual e independente pelos trabalhadores.

O questionário encontra-se dividido em três distintos blocos:

▪ Bloco A – Dados Socioprofissionais: Neste bloco encontram-se perguntas de caráter


pessoal, mas não identificativo, que visam a enquadrar o trabalhador;
▪ Bloco B – Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e Identificação de
Situações de risco (QARPIS);
▪ Bloco C – Método de Avaliação de Fatores Psicossociais (FPSICO).

O questionário entregue aos trabalhadores encontra-se disposto no Anexo I.

3.2. Caracterização da amostra


O Bloco A do questionário tem como finalidade caracterizar os colaboradores da empresa em
aspetos como: género, idade, habilitações académicas, atividade profissional, número médio de horas
diárias de trabalho, trabalho por turnos, doenças ou lesões e problemas em dormir. Também são
consideradas questões que visam a perceber se o posto do trabalhador foi alvo a uma avaliação de
riscos (ou se o trabalhador tem conhecimento dessa avaliação), se alguma vez teve formação sobre
riscos psicossociais e o nível de cansaço antes e depois de uma jornada de trabalho.

Na totalidade foram distribuídos 163 questionários, tendo sido preenchidos e devolvidos 150
questionários, o que equivale a uma taxa de resposta global de 92%. As taxas de resposta por setor,
encontram-se na Tabela 8.

17
Tabela 8 – Taxas de resposta por setor

Setor Taxa de Resposta (%)


Direção Fabril, Departamento
Financeiro, Produção e Planeamento 100
e Recursos Humanos
Engenharia 100
Investigação e Desenvolvimento 100
Limpeza 100
Destilaria 100
Armazém Geral 100
Transformações Não Estéreis 100
Central de Vapor 100
Ambiente e Segurança 82
Garantia da Qualidade 86
Controlo da Qualidade 56
Microbiologia 100
Síntese Química 98
Fermentação Piloto 100

As idades dos inquiridos vão dos 22 aos 63 anos, sendo que, a média de idades é de 40,1 anos
(DP=10,7). Contabilizadas 43 respostas do género feminino, o que equivale a uma percentagem de
29% da população total, a média de idades é também de 39,7 anos (DP=11,7), sendo que as idades
variam entre os 22 e os 61 anos. Já para o género masculino (71% do total dos inquiridos) as idades
variam entre os 22 e os 63 anos, e a média é de 40,4 anos (DP=10,3). A distribuição das idades da
amostra encontra-se representada no gráfico circular (Figura 3).

11% 10%

≤25
20% 26-35
25%
36-45
46-55
≥56

34%

Figura 3 – Gráfico circular representativo da distribuição de idades da amostra

18
As habilitações literárias da população em estudo encontram-se representadas no gráfico circular
da seguinte figura.

3% 3% 2%

15%
16% Até 1º Ciclo
2º Ciclo
3º Ciclo
Secundário
18%
Licenciatura
Mestrado
Doutoramento
43%

Figura 4 – Gráfico circular representativo das habilitações literárias da amostra

Considerando os três meses anteriores à distribuição dos questionários, no geral a média de


horas diárias de trabalho é de 8,2 horas (DP=0,5). Já para o género feminino, a média é de 8,4 (DP=0,6)
e para o género masculino de 8,1 (DP=0,4).

Relativamente ao trabalho por turnos, verificou-se que 50% do total dos inquiridos trabalha por
turnos, sendo que 96% destes trabalham por turnos rotativos e os restantes 4% trabalham em regime
de turnos fixo. Quanto ao género feminino, 4% dos trabalhadores que fazem turnos são do género
feminino e 7% do total das trabalhadoras fazem turnos. Já em relação ao género masculino, 96% dos
trabalhadores que fazem turnos são do género masculino e 67% do total dos trabalhadores do género
masculino trabalham por turnos.

No que se refere a doenças e/ou lesões, 14% afirmaram que possuíam pelo menos uma das
hipóteses, sendo que 33% são do género feminino e os restantes 67% do género masculino. No que
diz respeito ao género feminino, 16% das trabalhadoras possuem uma doença e/ou lesão.
Relativamente ao género masculino, 13% do total dos trabalhadores deste género possuem uma
doença e/ou lesão.

Quanto a problemas em dormir, 28% afirma ter problemas em dormir e 43% dos trabalhadores
que têm problemas em dormir dizem ser devido a turnos. Por outro lado, 37% dos trabalhadores que
trabalham por turnos dizem ter problemas em dormir. Quanto ao género feminino, 17% dos
trabalhadores que têm problemas em dormir são do género feminino e 16% do total das trabalhadoras
têm problemas em dormir. Já em relação ao género masculino, 83% dos trabalhadores que têm
problemas em dormir são do género masculino e 33% do total dos trabalhadores do género masculino
afirmam ter problemas em dormir.

19
Quanto à avaliação de riscos, 57% dos trabalhadores afirmam que o seu posto de trabalho foi
submetido a uma avaliação de riscos e apenas cerca de 33% do total tiveram acesso à ficha de riscos
do seu posto de trabalho. Dos trabalhadores que afirmaram ter acesso à ficha de riscos, 18% diz que
os riscos psicossociais constam da ficha, 35% diz que não e 43% não sabe identificar.

Por último, o nível de cansaço antes e depois da jornada de trabalho, numa escala de 0 a 10,
encontra-se representado sob a forma de gráfico circular, representado nas Figuras 5 e 6.

7% 5%

23%

27%
0≤NC<4
4≤NC<7
NC≥7

66%
72%

Figura 5 – Nível de cansaço antes de uma Figura 6 - Nível de cansaço depois de uma
jornada de trabalho jornada de trabalho

Como se pode verificar, antes de uma jornada de trabalho, a maioria dos trabalhadores sente
um nível de cansaço (NC) inferior ou igual a 3. No entanto, ainda há uma parcela significativa (27%) de
trabalhadores que sentem cansaço entre 4 e 6 antes de iniciar a jornada de trabalho, o que pode ser
sinónimo, por exemplo, de problemas em dormir.

Analogamente, o nível de cansaço depois de uma jornada de trabalho enquadra-se


maioritariamente igual ou acima de 7.

Por último, a média de cansaço antes de uma jornada de trabalho é de 3 (DP=2) e depois de
uma jornada de trabalho é de 7 (DP=2).

20
4. Resultados e Discussão
Numa primeira análise, os resultados dos questionários são avaliados com base na função do
trabalhador, no setor em que trabalha e no seu género. Desta forma, estes são elementos passíveis de
comparação que traduzirão resultados concordantes e passíveis de obter conclusões coerentes.

Todos os valores que forem referidos estarão assinalados a negrito nas tabelas.

4.1. Género
A distinção por género foi feita de modo a poder comparar os resultados, tendo em conta que
cerca de um terço da população total da amostra é do género feminino. Será interessante fazer esta
comparação para compreender se há diferenças entre géneros no que diz respeito à exposição a riscos
psicossociais.

4.1.1. Género Feminino


Com um total de 43 questionários respondidos por parte do género feminino, este corresponde
a 29% da população total da amostra.

QARPIS
Na seguinte tabela, encontram-se os resultados obtidos do questionário QARPIS associados ao
género feminino.

Tabela 9 - Resultados do QARPIS associados ao género feminino

Classificação (%)
Feminino Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 14 44 33 9
Responsabilidade
Formação, Informação e 2 16 49 33
Comunicação
Gestão do Tempo 2 35 60 2
Coesão do Grupo 0 21 28 51

Observando a tabela acima, pode-se verificar que os as percentagens estão maioritariamente


entre a classificação de “Adequado” e “Muito Adequado”. O fator cuja soma dos valores de “Muito
Inadequado” e “Inadequado” é o valor maior incide na Participação, Implicação e Responsabilidade,
correspondendo a um total de 58%.

FPSICO
Na Tabela 10 encontram-se os resultados obtidos do questionário FPSICO para o género
feminino.

21
Tabela 10 - Resultados do FPSICO associados ao género feminino

Risco (%)
Feminino Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 2 12 27 59
Autonomia 10 25 21 45
Carga de Trabalho 13 31 41 16
Exigências Psicológicas 6 21 32 41
Variedade e Conteúdo do Trabalho 8 14 32 47
Participação e Supervisão 14 28 26 31
Interesse pelo Trabalhador e 16 23 25 36
Compensação
Desempenho de Papéis 0 6 49 44
Relações e Apoio Social 4 7 17 72

Observando a tabela, pode-se perceber que os valores obtidos para cada fator em estudo estão
maioritariamente associados a um nível de risco entre o “Adequado” e o “Moderado”.

4.1.2. Género Masculino


O número total de inquiridos do género masculino foi de 103, o que corresponde a um total de
71% do total da amostra.

QARPIS
Os resultados do questionário QARPIS associados ao género masculino encontram-se dispostos
na Tabela 11, sob a forma de percentagem.

Tabela 11 - Resultados do QARPIS associados ao género masculino

Classificação (%)
Masculino Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 25 52 21 2
Responsabilidade
Formação, Informação e 6 21 34 39
Comunicação
Gestão do Tempo 18 50 31 2
Coesão do Grupo 3 25 50 22

Tal como é possível observar na tabela acima, a soma dos valores associados a uma
percentagem de risco “Muito Inadequado” e “Inadequado” para os fatores Participação, Implicação e
Responsabilidade e Gestão de Tempo, são de 78% e 67%, respetivamente. Através do perfil valorativo
referido anteriormente (ver capítulo “3.1. Escolha das metodologias”), pode-se verificar que esses
parâmetros estão associados a um nível de risco elevado e moderado, respetivamente.

FPSICO
Para o género masculino, os resultados associados ao questionário FPSICO encontra-se na
seguinte tabela.

22
Tabela 12 - Resultados do FPSICO associados ao género masculino

Risco (%)
Masculino Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 16 22 22 41
Autonomia 17 37 22 24
Carga de Trabalho 12 29 41 18
Exigências Psicológicas 7 17 32 44
Variedade e Conteúdo do Trabalho 10 20 34 37
Participação e Supervisão 25 23 18 33
Interesse pelo Trabalhador e 14 32 21 32
Compensação
Desempenho de Papéis 3 10 50 37
Relações e Apoio Social 8 11 20 61

Através da análise dos resultados apresentados na Tabela 12 podemos verificar que existem
alguns dos fatores em estudo que apresentam valores mais elevados associados a uma percentagem
de risco “Muito Elevado” e “Elevado”, como é o caso do fator “Autonomia”, que perfaz um total de 54%.
Apesar de, através do perfil valorativo este estar associado a um nível de risco adequado, é um fator a
ter em conta nas considerações finais.

4.1.3. Comparação entre fatores


Por forma a observar os resultados de uma maneira comparativa entre os dois géneros, foram
representados individualmente os diversos fatores do QARPIS e do FPSICO para cada género.

23
QARPIS
Os resultados associados a cada fator do método QARPIS encontram-se representados
graficamente nas Figuras 7 a 10.

100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem
70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Inadequado Adequado Muito Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado Inadequado Adequado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Feminino Masculino Feminino Masculino

Figura 7 – Comparação dos resultados para o fator Figura 9 - Comparação dos resultados para o fator
Participação, Implicação e Responsabilidade Formação, Informação e Comunicação

100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

70%
Percentagem

70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Inadequado Adequado Muito Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado Inadequado Adequado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Feminino Masculino Feminino Masculino

Figura 8 - Comparação dos resultados para o fator Figura 10 - Comparação dos resultados para o fator
Gestão do Tempo Coesão de Grupo

Tal como se pode verificar, percentagens de risco associadas a “Muito Inadequado” e


“Inadequado” para o género masculino são superiores para qualquer um dos fatores em estudo
representados, comparativamente ao género feminino.

Os fatores Participação, Implicação e Responsabilidade e Gestão do Tempo são os que possuem


percentagens mais altas associadas a um tipo de risco “Muito Inadequado” e “Inadequado”.

24
FPSICO
Os resultados associados a cada fator do método FPSICO encontram-se representados
graficamente nas figuras 11 a 17.

100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem
70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Feminino Masculino Feminino Masculino

Figura 11 - Comparação dos resultados para o fator Figura 13 - Comparação dos resultados para o fator
“Tempo de Trabalho” “Carga de Trabalho”

100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem

70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Feminino Masculino Feminino Masculino

Figura 12 - Comparação dos resultados para o fator Figura 14 - Comparação dos resultados para o fator
“Autonomia” “Exigências Psicológicas”

25
100% 100%
90% 90%
Percentagem 80% 80%

Percentagem
70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Feminino Masculino Feminino Masculino

Figura 15 - Comparação dos resultados para o fator Figura 18 - Comparação dos resultados para o fator
“Variedade e Conteúdo do Trabalho” “Desempenho de Papéis”

100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

70% Percentagem 70%


60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Feminino Masculino Feminino Masculino

Figura 16 - Comparação dos resultados para o fator Figura 19 - Comparação dos resultados para o fator
“Participação e Supervisão” “Relações e Apoio Social”

100%
90%
80%
Percentagem

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Avaliação do Risco

Feminino Masculino

Figura 17 - Comparação dos resultados para o fator


“Interesse pelo Trabalhador e Compensação”

Tal como se pode verificar pelos gráficos representados nas figuras anteriores, contrariamente
ao que acontece para o QARPIS, nem sempre as percentagens de risco associadas a “Muito Elevado”
e “Elevado” para o género masculino são superiores às obtidas para o género feminino.

26
Só no fator Carga de Trabalho as percentagens associadas a um nível de risco “Muito
Inadequado” e “Inadequado” são ambas superiores para o género feminino em relação ao género
masculino. Isto acontece pois cerca de 7% da população do género masculino ocupa altos cargos de
chefia, e para o género feminino a percentagem é superior, atingindo os 16%. Entenda-se como altos
cargos de chefia os diretores, chefes de setor e de departamento e supervisores de produção.

Analisando fator a fator, a Autonomia associada ao género masculino apresenta como soma das
percentagens de risco “Muito Elevado” e “Elevado” um valor de 54%. Este é o maior valor para estes
fatores. Isto acontece dado que a grande maioria de operadores de produção são do género masculino,
onde a autonomia é bastante limitada.

Pelo lado positivo, os fatores “Relações e Apoio Social” e “Desempenho de Papéis” são os que
possuem valores associados a um menor nível de risco, para ambos os géneros.

4.2. Setor
O setor define um conjunto de condições semelhantes para a maioria dos trabalhadores. Tendo
em conta que existem setores que englobam poucos trabalhadores, não fazendo sentido serem
avaliados de forma singular. Desta forma, consideraram-se os seguintes setores: direção fabril,
departamento financeiro, produção e planeamento e recursos humanos; engenharia; investigação e
desenvolvimento; armazém geral; controlo de qualidade e microbiologia; destilaria; fermentação piloto;
garantia da qualidade; limpeza; manutenção e central de vapor; ambiente e segurança; síntese química;
transformações não estéreis. A aglomeração de alguns setores fez-se com base na semelhança de
funções e horários.

4.2.1. Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento Financeiro e Produção e


Planeamento
São vários os departamentos aqui agrupados. Todos estes, na generalidade, têm como função
assegurar e gerir todos os aspetos da empresa, a nível organizacional, financeiro, de recursos humanos
e processual. Em nenhum destes setores existe trabalho por turnos.

QARPIS
Os resultados para o segundo bloco do questionário encontram-se compilados na Tabela 13,
sob a forma de percentagem para cada uma das áreas-chave.

27
Tabela 13 - Resultados do QARPIS no departamento de Direção Fabril, Recursos Humanos,
Departamento Financeiro e Produção e Planeamento

Direção Fabril, Recursos Classificação (%)


Humanos, Departamento Muito Inadequado Adequado Muito
Financeiro e Produção e Inadequado Adequado
Planeamento
Participação, Implicação e 15 38 31 15
Responsabilidade
Formação, Informação e 15 23 15 46
Comunicação
Gestão do Tempo 8 8 69 15
Coesão do Grupo 0 31 38 31

Tal como se pode observar, é para a área-chave de Participação, Implicação e


Responsabilidade, que a soma das percentagens de “Muito Inadequado” e “Inadequado” é maior. Estes
resultados advêm do grau de responsabilidade atribuído a estes setores. Para as restantes áreas-
chave, pode-se verificar que os resultados se apresentam inseridos, maioritariamente entre o grau de
classificação “Adequado” e o “Muito Adequado”.

FPSICO
Para o FPSICO os resultados encontram-se compilados na Tabela 14. Estes estão agrupados
por fatores e por níveis de risco, em percentagem.

Tabela 14 - Resultados do FPSICO no departamento de Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento


Financeiro e Produção e Planeamento

Direção Fabril, Recursos Risco (%)


Humanos, Departamento Muito Elevado Moderado Adequado
Financeiro e Produção e Elevado
Planeamento
Tempo de Trabalho 0 13 23 64
Autonomia 2 23 24 52
Carga de Trabalho 25 38 28 9
Exigências Psicológicas 7 20 34 38
Variedade e Conteúdo do Trabalho 6 17 32 45
Participação e Supervisão 13 24 29 34
Interesse pelo Trabalhador e 17 20 25 38
Compensação
Desempenho de Papéis 3 4 51 42
Relações e Apoio Social 7 7 19 67

Observando os resultados para estes setores, o fator Carga de Trabalho é o que tem a maior
percentagem de risco “Muito Elevado” e “Elevado” – 63%. Isto vai de encontro ao que foi dito em relação
aos resultados do QARPIS para estes setores. Embora o valor deste fator esteja associado, através do
perfil valorativo, a uma situação adequada este encontra-se no limiar (65%), por isso é necessário ter
em conta este valor nas considerações finais.

28
4.2.2. Engenharia
Este setor tem como função encontrar soluções a nível de toda a instalação fabril, de modo a
satisfazer as necessidades dos setores. Além de acompanhar a implementação das soluções a
engenharia garante o correto funcionamento (por exemplo, acompanhar a instalação de equipamentos
e classificar e validar de uma forma periódica, garantido a qualidade de acordo com as normas
aplicadas).

QARPIS
Os resultados referentes às diferentes áreas chave associadas à parte QARPIS do questionário
encontram-se agrupadas sob a forma de percentagem na Tabela 15.

Tabela 15 – Resultados do QARPIS no departamento de Engenharia

Classificação (%)
Engenharia Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 20 40 40 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 0 60 40
Comunicação
Gestão do Tempo 0 40 60 0
Coesão do Grupo 0 20 40 40

Através da tabela, é possível notar que a área-chave com percentagens mais elevadas é a
Participação, Implicação e Responsabilidade, com mais de metade das respostas consideradas abaixo
do patamar “Adequado” – 60% - que, apesar de estarem associadas ao patamar “nível de risco
adequado” tendo em conta o perfil valorativo, está no limiar do mesmo pelo que é necessário ter este
dado em conta. A par dos setores vistos anteriormente, esta classificação poderá ser justificada pelo
grau de responsabilidade associado a este setor.

FPSICO
Os resultados referentes ao último bloco do questionário encontram-se compilados na seguinte
tabela, também sob a forma de percentagem.

Tabela 16 – Resultados do FPSICO no departamento de Engenharia

Risco (%)
Engenharia Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 0 5 25 70
Autonomia 5 29 25 40
Carga de Trabalho 24 36 29 11
Exigências Psicológicas 2 10 26 62
Variedade e Conteúdo do Trabalho 9 23 46 23
Participação e Supervisão 16 25 25 33
Interesse pelo Trabalhador e 26 56 13 5
Compensação
Desempenho de Papéis 0 11 60 29
Relações e Apoio Social 2 18 25 55

29
Através da observação dos resultados, os fatores associados a um maior risco são a Carga de
Trabalho e Interesse pelo Trabalhador e Compensação. A Carga de Trabalho está diretamente
associada com e exigência dos cargos neste setor. Por outro lado, o risco associado ao fator Interesse
pelo Trabalhador e Compensação revela a falta de agrado por parte dos trabalhadores com a relação
entre o esforço e as recompensas. Este fator apresenta uma percentagem de 82% associada a um
risco “Muito Elevado” e “Elevado” no seu todo, que, através do perfil valorativo se traduz num nível de
risco elevado.

4.2.3. Investigação e Desenvolvimento


O setor de Investigação e Desenvolvimento tem como função desenvolver trabalhos teóricos ou
experimentais com o objetivo de introduzir novos métodos, processos ou tecnologias no processo
produtivo.

QARPIS
Os resultados referentes às diferentes áreas chave associadas à parte QARPIS do questionário
encontram-se agrupadas sob a forma de percentagem na Tabela 17.

Tabela 17 - Resultados do QARPIS no setor de Investigação e Desenvolvimento

Classificação (%)
Investigação e Desenvolvimento Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 14 43 43 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 14 29 57
Comunicação
Gestão do Tempo 14 29 57 0
Coesão do Grupo 0 14 43 43

Tendo em conta os dados apresentados na tabela, verifica-se que para o departamento de


Investigação e Desenvolvimento as diversas áreas-chave apresentam resultados maioritariamente
classificados entre o “Adequado” e o “Muito Adequado”. Novamente, o fator que apresenta uma maior
percentagem nas classificações de “Muito Inadequado” e “Inadequado” (57%) é a Participação,
Implicação e Responsabilidade.

FPSICO
Para a parte do questionário FPSICO, os resultados encontram-se agrupados na Tabela 18.

30
Tabela 18 - Resultados do FPSICO no setor de Investigação e Desenvolvimento

Risco (%)
Investigação e Desenvolvimento Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 4 18 14 64
Autonomia 6 38 23 32
Carga de Trabalho 3 40 42 16
Exigências Psicológicas 8 15 26 50
Variedade e Conteúdo do Trabalho 12 16 39 33
Participação e Supervisão 18 14 38 30
Interesse pelo Trabalhador e 14 38 14 34
Compensação
Desempenho de Papéis 4 8 49 39
Relações e Apoio Social 1 20 13 66

Tendo em conta os valores da Tabela 18, os resultados são concordantes com os resultados
apresentados anteriormente para o método QARPIS. De uma maneira geral os resultados são bastante
favoráveis para este setor, dado que a maioria se enquadra numa situação adequada ou associados a
uma percentagem risco moderado.

4.2.4. Destilaria
O setor da destilaria tem como principais atividades realizar a destilação dos efluentes (resíduos)
resultantes da produção, por forma a poderem ser recuperados e serem um resíduo valorizável que
possa ser reutilizado noutro tipo de indústria. É neste setor que se realiza a descarga de solventes para
o fornecimento em linha aos setores produtivos e a carga dos solventes destilados para serem
encaminhados para o operador de resíduos.

Os operadores da destilaria trabalham por turnos rotativos, de segunda-feira a sexta-feira. Este


é um setor que possui apenas quatro trabalhadores (um encarregado e três operadores de produção),
sendo que o operador durante o turno não pode abandonar o posto de trabalho por não ter qualquer
tipo de substituto.

QARPIS
Os resultados referentes ao QARPIS encontram-se agrupados na Tabela 19.

Tabela 19 - Resultados do QARPIS no setor da Destilaria

Classificação (%)
Destilaria Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 50 50 0 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 50 0 50 0
Comunicação
Gestão do Tempo 0 50 50 0
Coesão do Grupo 0 50 50 0

31
Analisando os resultados obtidos, nenhum resultado se encontra na escala do “Muito Adequado”.
Ao contrário do setor anterior, este demonstra resultados associados a um maior nível de risco. Isto
poderá ser devido a tratar-se um tipo de trabalho isolado, principalmente no turno da noite. O fato de
os trabalhadores não poderem abandonar o posto de trabalho, inclusive na hora da refeição, também
é um dos motivos para estes resultados. O fator Participação, Implicação e Responsabilidade apresenta
uma percentagem de risco de “Muito Inadequado” e “Inadequado” de 100%, o que se traduz num nível
de risco de risco muito elevado.

FPSICO
Os resultados para o FPSICO encontram-se agrupados na Tabela 20.

Tabela 20 - Resultados do FPSICO no setor da Destilaria

Risco (%)
Destilaria Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 19 0 0 81
Autonomia 32 30 23 15
Carga de Trabalho 7 18 41 34
Exigências Psicológicas 17 17 23 44
Variedade e Conteúdo do Trabalho 11 7 39 43
Participação e Supervisão 57 7 23 14
Interesse pelo Trabalhador e 56 25 13 6
Compensação
Desempenho de Papéis 23 14 27 36
Relações e Apoio Social 13 5 5 78

Tal como se pode verificar na tabela acima, os fatores com os resultados associados a um maior
nível de risco são a Autonomia, a Participação e Supervisão e Interesse pelo Trabalhador e
Compensação. No entanto, apenas o Interesse pelo Trabalhador e Compensação, possuindo 81% de
respostas associadas a “Muito Elevado” e “Elevado”, apresenta um nível de risco elevado através do
seu perfil valorativo. Ambos os outros dois fatores mencionados encontram-se no limiar do nível de
risco adequado: Autonomia com 62% e Participação e Supervisão com 64% de respostas associadas
a um risco superior ou igual a elevado. Estes resultados encontram-se em concordância com os
resultados anteriormente referidos para o QARPIS.

4.2.5. Limpeza
O setor da limpeza engloba todas as tarefas de limpezas para a manutenção e conservação das
instalações, tendo em conta as necessidades de cada área e setor. Este é composto apenas por
elementos do género feminino.

QARPIS
Os resultados obtidos para este setor referentes ao segundo bloco do questionário, encontram-
se agrupados na seguinte tabela.

32
Tabela 21 - Resultados do QARPIS no setor da Limpeza

Classificação (%)
Limpeza Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 0 0 60 40
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 20 80 0
Comunicação
Gestão do Tempo 0 20 80 0
Coesão do Grupo 0 0 0 100

Através da observação dos resultados, verifica-se que este setor apresenta resultados que se
distribuem maioritariamente pelas classificações de “Adequado” e “Muito Adequado”.

FPSICO
Para a terceira e última parte do questionário, o bloco C, os resultados referentes ao setor da
limpeza encontram-se agrupados na seguinte tabela.

Tabela 22 - Resultados do FPSICO no setor da Limpeza

Risco (%)
Limpeza Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 0 0 50 50
Autonomia 18 20 2 60
Carga de Trabalho 2 7 63 28
Exigências Psicológicas 5 24 20 51
Variedade e Conteúdo do Trabalho 14 0 0 86
Participação e Supervisão 16 35 20 29
Interesse pelo Trabalhador e 28 0 40 33
Compensação
Desempenho de Papéis 2 0 64 35
Relações e Apoio Social 4 0 24 73

Por observação direta da tabela apresentada, pode-se verificar que embora positivos, mais
detalhadamente pode-se visualizar que existem fatores que traduzem resultados menos positivos. Mais
especificamente a Participação e Supervisão, que apresenta uma percentagem de risco “Muito
Elevado” e “Elevado” de 51%, no entanto este fator está associado a um nível de risco adequado.

4.2.6. Armazém Geral


Este setor é responsável pela gestão, armazenamento, receção de todas as matérias primas e
outros materiais necessários ao funcionamento da empresa, garantindo a produção e o funcionamento
dos restantes setores. Na receção das matérias primas, realiza ainda amostragens das mesmas, sendo
estas são encaminhadas para o Controlo de Qualidade que realiza a análise e validação das matérias
primas de forma a assegurar a qualidade e confirmar os parâmetros exigidos para a produção.

33
QARPIS
Na próxima tabela, encontram-se os resultados associados à parte QARPIS do questionário,
para o setor do Armazém Geral.

Tabela 23 - Resultados do QARPIS no setor do Armazém Geral

Classificação (%)
Armazém Geral Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 20 80 0 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 40 0 60
Comunicação
Gestão do Tempo 0 60 40 0
Coesão do Grupo 0 60 0 40

Pode-se verificar que o fator Participação, Implicação e Responsabilidade possui 100% das
respostas distribuídas entre o “Muito Inadequado” e o “Inadequado”, o que está associado a um nível
de risco muito elevado. Este nível de risco está relacionado com a responsabilidade que recai sobres
estes trabalhadores em não existirem falhas de matérias para a produção, associada à continuidade
desta.

FPSICO
Os resultados associados ao FPSICO para o setor do Armazém Geral encontram-se na Tabela
24.

Tabela 24 - Resultados do FPSICO no setor do Armazém Geral

Risco (%)
Armazém Geral Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 0 0 21 79
Autonomia 18 35 24 24
Carga de Trabalho 7 33 54 6
Exigências Psicológicas 3 32 42 22
Variedade e Conteúdo do Trabalho 14 37 34 14
Participação e Supervisão 9 47 9 35
Interesse pelo Trabalhador e 18 48 13 23
Compensação
Desempenho de Papéis 0 13 58 29
Relações e Apoio Social 7 22 29 42

Neste caso, o Interesse pelo Trabalhador e Compensação é o fator que, com 65% das respostas
distribuídas entre o risco “Muito Elevado” e o “Elevado”, encontra-se associado a um nível de risco
moderado e está em concordância com o resultado obtido no QARPIS, para o fator Participação,
Implicação e Responsabilidade.

34
4.2.7. Transformações Não Estéreis
Este é um dos setores produtivos da empresa. Este setor trabalha por turnos com descanso aos
fins-de-semana.

QARPIS
Os resultados para o QARPIS, encontram-se na Tabela 25.

Tabela 25 - Resultados do QARPIS no setor das Transformações Não Estéreis

Classificação (%)
Transformações Não Estéreis Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 33 40 27 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 33 27 40
Comunicação
Gestão do Tempo 27 47 27 0
Coesão do Grupo 7 13 53 27

Através da observação, pode-se concluir que os áreas-chave mais problemáticas são a


Participação, Implicação e Responsabilidade e a Gestão do Tempo, totalizando ambas uma
percentagem de 73% associada às classificações de “Muito Inadequado” e “Inadequado”. Estes fatores
estão associados, através do perfil valorativo, a um nível de risco elevado.

Estes valores obtidos devem-se à carga de trabalho inconstante que os operadores de produção
têm.

FPSICO
Os resultados obtidos para o método FPSICO encontram-se agrupados na seguinte tabela.

Tabela 26 - Resultados do FPSICO no setor das Transformações Não Estéreis

Transformações Não Estéreis Risco (%)


Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 0 8 43 48
Autonomia 15 48 27 9
Carga de Trabalho 1 13 51 35
Exigências Psicológicas 10 22 31 37
Variedade e Conteúdo do Trabalho 10 29 36 26
Participação e Supervisão 28 25 20 27
Interesse pelo Trabalhador e 8 31 25 36
Compensação
Desempenho de Papéis 1 5 47 47
Relações e Apoio Social 10 10 20 60

Através da observação dos resultados do método FPSICO para este setor, pode-se observar
que, embora na grande maioria os resultados possuam uma maior distribuição para as situações de
risco moderado ou situação adequada, a Autonomia apresenta 64% das respostas distribuídas entre o

35
risco “Muito Elevado” e o “Elevado”. Apesar deste valor se encontrar associado a um nível de risco
adequado, deve-se ter em consideração dado que está no limiar do patamar (65%) do seu perfil
valorativo.

4.2.8. Manutenção
Este setor está encarregue pela manutenção de qualquer tipo de equipamento consoante a
necessidade. É composto por serralheiros, eletricistas e instrumentistas e ainda conta com a presença
de empresas externas. Os trabalhadores externos não foram contemplados com o questionário. Os
trabalhadores deste setor organizam as suas tarefas de acordo com as prioridades e exigências da
fábrica.

QARPIS
Os resultados do QARPIS para este setor encontram-se compilados na Tabela 27, sob a forma
de percentagem.

Tabela 27 - Resultados do QARPIS no setor da Manutenção

Classificação (%)
Manutenção Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 14 43 29 14
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 29 0 71
Comunicação
Gestão do Tempo 14 71 14 0
Coesão do Grupo 0 14 43 43

Através da análise dos resultados da tabela acima, o fator Gestão do Tempo tem associados
85% das respostas enquadradas no “Muito Inadequado” e “Inadequado”, sendo por isso classificado
com um nível de risco muito elevado. Os resultados obtidos estão relacionados com a diversidade de
tarefas e a urgência na resolução das mesmas. Existe outro fator a considerar, para justificar os
resultados obtidos, o imprevisto sem hora definida que origina uma disponibilidade muito grande por
parte dos trabalhadores deste setor.

FPSICO
Os resultados para o questionário FPSICO encontram-se na agrupados na tabela abaixo.

36
Tabela 28 - Resultados do FPSICO no setor da Manutenção

Risco (%)
Manutenção Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 7 4 32 57
Autonomia 5 30 17 48
Carga de Trabalho 35 27 23 14
Exigências Psicológicas 2 8 44 45
Variedade e Conteúdo do Trabalho 2 20 20 57
Participação e Supervisão 13 29 29 30
Interesse pelo Trabalhador e 25 47 7 20
Compensação
Desempenho de Papéis 1 24 57 18
Relações e Apoio Social 4 13 19 64

Por observação dos valores da tabela, os pontos mais preocupantes são a Carga de Trabalho
(62% associados ao risco “Muito Elevado” e “Elevado”) e o Interesse pelo Trabalhador e Compensação
(72%). No entanto, através do perfil valorativo apenas o Interesse pelo Trabalhador e Compensação
está associado a um nível de risco moderado.

4.2.9. Serviços e Central de Vapor


Este setor é responsável por assegurar que as unidades de produção de vapor e ar comprimido
estão em funcionamento e produzem as quantidades necessárias para os setores produtivos de API’s.

O setor funciona com cinco turnos rotativos e folgas também rotativas, podendo os trabalhadores
trabalhar os fins-de-semana. À semelhança do setor da destilaria, os trabalhadores não podem
abandonar o posto de trabalho por se encontrar apenas um elemento a trabalhar por turno.

QARPIS
Os resultados associados ao QARPIS estão dispostos na Tabela 29.

Tabela 29 - Resultados do QARPIS no setor Serviços e Central de Vapor

Classificação (%)
Central de Vapor Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 20 80 0 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 20 80 0
Comunicação
Gestão do Tempo 0 60 40 0
Coesão do Grupo 0 60 40 0

Como se pode observar, o fator Participação, Implicação e Responsabilidade possui 100% de


respostas associadas às classificações de “Muito Inadequado” e “Inadequado”, como tal está associado
a um nível de risco muito elevado tendo em conta o perfil valorativo. Este risco está relacionado com a

37
com a constante permanência dos operários no posto de trabalho e com o isolamento face às restantes
0instalações da unidade fabril.

FPSICO
Para o setor Serviços e Central de Vapor, os resultados associados ao FPSICO encontram-se
agrupados na Tabela 30.

Tabela 30 - Resultados do FPSICO no setor Serviços e Central de Vapor

Risco (%)
Central de Vapor Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 20 50 10 20
Autonomia 20 19 13 48
Carga de Trabalho 2 15 44 39
Exigências Psicológicas 0 17 23 60
Variedade e Conteúdo do Trabalho 51 6 9 34
Participação e Supervisão 49 22 4 25
Interesse pelo Trabalhador e 30 33 18 20
Compensação
Desempenho de Papéis 0 8 41 51
Relações e Apoio Social 16 4 13 67

No caso do questionário FPSICO, os fatores associados a um risco mais elevado são o Tempo
de Trabalho e a Participação e Supervisão. Contando com percentagens de risco associadas a “Muito
Elevado” e “Elevado” de 70% e 72%, respetivamente, ambos estes fatores estão associados a um nível
de risco moderado. Estes resultados são concordantes com os obtidos para o QARPIS.

4.2.10. Ambiente e Segurança


Este departamento está encarregue de todas as questões relacionadas com o ambiente e a
segurança ligados à empresa. A distribuição de equipamentos de proteção individuais (EPI’s) e a
verificação de requisitos aplicáveis das licenças ambientais são exemplos de tarefas associadas a este
departamento.

QARPIS
Os resultados do QARPIS associados a este departamento encontram-se agrupados na tabela
seguinte.

Tabela 31 - Resultados do QARPIS no departamento de Ambiente e Segurança

Classificação (%)
Ambiente e Segurança Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 33 56 11 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 22 44 33
Comunicação
Gestão do Tempo 11 56 22 11
Coesão do Grupo 11 56 33 0

38
Através da análise dos resultados pode-se verificar que três dos quatro fatores em estudo
apresentam classificações entre o “Muito Inadequado” e o “Inadequado” acima dos 65%. A
Participação, Implicação e Responsabilidade com 89% está associado a um nível de risco muito
elevado. Já a Gestão do Tempo e Coesão do Grupo, ambos com 67% estão associados a um nível de
risco moderado.

Tendo em conta que este é um setor que acumula uma grande responsabilidade com um elevado
número de tarefas, os resultados são um reflexo disto.

FPSICO
Os resultados para o FPSICO encontram-se agrupados, sob a forma de percentagem, na tabela
seguinte.

Tabela 32 - Resultados do FPSICO no departamento de Ambiente e Segurança

Risco (%)
Ambiente e Segurança Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 14 11 19 56
Autonomia 9 30 27 35
Carga de Trabalho 25 38 24 13
Exigências Psicológicas 5 22 40 33
Variedade e Conteúdo do Trabalho 8 15 34 42
Participação e Supervisão 18 25 28 28
Interesse pelo Trabalhador e 15 29 23 33
Compensação
Desempenho de Papéis 1 14 72 14
Relações e Apoio Social 7 17 27 49

Ao contrário dos resultados obtidos anteriormente, para o FPSICO, não existe nenhum fator com
percentagem de risco “Elevado” ou “Muito Elevado” acima de 65%. No entanto, a Carga de Trabalho
apresenta um valor de 63%, que apesar de estar associado a um nível de risco adequado, está no
limiar, sendo necessário encontrar o equilíbrio entre os fatores identificados no QARPIS como
Participação, Implicação e Responsabilidade que apresenta um nível de risco muito elevado e o fator
Gestão de Tempo e a Carga de Trabalho do FPSICO.

4.2.11. Garantia da Qualidade


O departamento da garantia de qualidade é responsável pela verificação do cumprimento de
todas as normas e procedimentos envolvidos no sistema de gestão da qualidade. Este setor é
maioritariamente composto por técnicos.

QARPIS
Os resultados para o QARPIS encontram-se agrupados na seguinte tabela, sob a forma de
percentagem.

39
Tabela 33 - Resultados do QARPIS no setor da Garantida da Qualidade

Classificação (%)
Garantia da Qualidade Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 0 33 50 17
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 17 33 50
Comunicação
Gestão do Tempo 0 50 50 0
Coesão do Grupo 0 0 50 50

Observando os resultados obtidos através do QARPIS para este setor podemos verificar que a
grande maioria dos resultados se encontra entre uma classificação de “Adequado” ou “Muito
Adequado”.

FPSICO
Para o departamento da Garantia de Qualidade, os resultados associados ao FPSICO
encontram-se agrupados na Tabela 34.

Tabela 34 - Resultados do FPSICO no setor da Garantida da Qualidade

Risco (%)
Garantia da Qualidade Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 0 25 29 46
Autonomia 2 11 27 61
Carga de Trabalho 9 44 38 9
Exigências Psicológicas 7 14 36 43
Variedade e Conteúdo do Trabalho 2 14 29 55
Participação e Supervisão 13 22 23 42
Interesse pelo Trabalhador e 4 17 22 57
Compensação
Desempenho de Papéis 2 2 38 59
Relações e Apoio Social 0 5 9 86

Como se pode observar, também através do FPSICO para este setor podemos verificar que a
grande maioria dos resultados se encontra entre uma classificação de “Moderado” ou “Adequado”.
Tendo isto em conta, para este setor estão associados níveis de risco adequados.

4.2.12. Controlo da Qualidade e Microbiologia


O controlo da qualidade e a microbiologia estão encarregues responsável por analisa e controlar
os produtos nas várias fases do processo de forma a verificar o cumprimento das especificações. Estes
setores são compostos por técnicos e analistas, podendo haver trabalho em regime de turnos.

QARPIS
Os resultados para referentes ao QARPIS para estes setores encontram-se na Tabela 35.

40
Tabela 35 - Resultados do QARPIS nos setores do Controlo da Qualidade e Microbiologia

Classificação (%)
Controlo da Qualidade e
Microbiologia Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 15 69 15 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 8 15 62 15
Comunicação
Gestão do Tempo 8 46 46 0
Coesão do Grupo 0 23 23 54

Através da análise dos resultados obtidos, verifica-se que o fator Participação, Implicação e
Responsabilidade apresenta um valor de 84% associada às classificações de “Muito Inadequado” e
“Inadequado”, sendo de risco elevado. O fato de a maioria dos trabalhadores destes departamentos
serem analistas reflete o nível de risco associado, em virtude de estarem obrigados a seguir
documentos técnicos com regras rígidas e pré-definidas.

FPSICO
Os resultados associados ao FPSICO encontram-se agrupados na seguinte tabela:

Tabela 36 - Resultados do FPSICO nos setores do Controlo da Qualidade e Microbiologia

Risco (%)
Controlo da Qualidade e
Microbiologia Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 8 19 29 44
Autonomia 18 21 24 36
Carga de Trabalho 14 26 40 21
Exigências Psicológicas 8 20 33 39
Variedade e Conteúdo do Trabalho 5 15 37 44
Participação e Supervisão 12 27 29 32
Interesse pelo Trabalhador e 18 26 25 30
Compensação
Desempenho de Papéis 0 9 31 60
Relações e Apoio Social 4 6 17 72

Com base nos resultados obtidos para o FPSICO, para este setor podemos verificar que a grande
maioria dos resultados se encontra entre uma classificação de “Moderado” ou “Adequado”. Tendo isto
em conta, para este setor estão associados níveis de risco adequados. No entanto, tendo em conta
que a taxa de resposta associada a este setor foi baixa, estes resultados podem não espelhar a
realidade deste setor.

4.2.13. Síntese Química


A síntese química é o maior setor produtivo da empresa. Os operadores deste setor trabalham
por turnos rotativos, com seis dias de trabalho intercalados com dois dias de descanso.

41
QARPIS
Os resultados referentes ao QARPIS, encontram-se agrupados sob a forma de percentagem na
Tabela 37.

Tabela 37 - Resultados do QARPIS no setor da Síntese Química

Classificação (%)
Síntese Química Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 33 50 17 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 5 19 50 26
Comunicação
Gestão do Tempo 26 45 29 0
Coesão do Grupo 2 26 50 21

Tal como se pode observar, os parâmetros em estudo que estão associados a maiores
percentagens de risco “Muito Inadequado” e “Inadequado” são a Participação, Implicação e
Responsabilidade e a Gestão do Tempo, contado com 83% e 71%, respetivamente.

A Participação, Implicação e Responsabilidade está então associada a um nível de risco elevado.


Isto acontece devido à maioria dos elementos deste setor serem operadores de produção, e como tal
fazem horários pré estipulados e seguem documentos técnicos de trabalho definidos, diminuindo a sua
implicação e participação.

A Gestão de Tempo está associada a um nível de risco moderado, o que acontece devido a ser
um trabalho de produção com várias fases inconstantes e imprevisíveis em alguns casos. Tendo isso
em conta, a gestão do tempo é um fator difícil de controlar.

FPSICO
Os resultados do FPSICO encontram-se agrupados na tabela seguinte:

Tabela 38 - Resultados do FPSICO no setor da Síntese Química

Risco (%)
Síntese Química Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 24 33 17 26
Autonomia 22 42 17 19
Carga de Trabalho 10 35 42 12
Exigências Psicológicas 8 15 35 42
Variedade e Conteúdo do Trabalho 9 20 36 36
Participação e Supervisão 33 22 10 36
Interesse pelo Trabalhador e 10 28 26 36
Compensação
Desempenho de Papéis 3 12 54 31
Relações e Apoio Social 8 10 21 61

42
Como se pode observar, dos fatores em estudo do FPSICO, aquele que tem uma maior
percentagem associada a um risco “Muito Elevado” e “Elevado” é a Autonomia, com 64%. Com base
no perfil valorativo, este fator encontra-se no limiar do risco adequado, não esquecendo que as suas
tarefas se encontram definidas e são estanques.

4.2.14. Fermentação Piloto


A fermentação piloto é também um dos setores produtivos da empresa. Este é composto por
alguns técnicos e operadores de produção, sendo que estes trabalham por turnos rotativos.

QARPIS
Para este setor, os resultados do QARPIS encontram-se na Tabela 39.

Tabela 39 - Resultados do QARPIS no setor da Fermentação Piloto

Classificação (%)
Fermentação Piloto Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 0 62 38 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 15 8 77
Comunicação
Gestão do Tempo 0 69 31 0
Coesão do Grupo 0 0 69 31

Como se pode observar através da tabela, a Participação, Implicação e Responsabilidade e a


Gestão do Tempo são os fatores com uma maior percentagem de risco “Muito Inadequado” e
“Inadequado” associada. Com 62% a Participação, Implicação e Responsabilidade está associada a
um nível de risco adequado, no entanto, com este valor está no limiar deste patamar e por esse motivo,
é um fator a ter em consideração. Já a Gestão de Tempo, com 69%, está associada a um nível de risco
moderado.

FPSICO
Os resultados para o FPSICO encontram-se agrupados, sob a forma de percentagem, na
seguinte tabela:

43
Tabela 40 - Resultados do FPSICO no setor da Fermentação Piloto

Risco (%)
Fermentação Piloto Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 25 16 18 41
Autonomia 9 38 32 20
Carga de Trabalho 7 21 51 20
Exigências Psicológicas 4 18 24 53
Variedade e Conteúdo do Trabalho 5 14 40 41
Participação e Supervisão 5 33 26 36
Interesse pelo Trabalhador e 5 28 19 48
Compensação
Desempenho de Papéis 0 5 43 52
Relações e Apoio Social 8 5 14 72

Analisando os resultados, para o FPSICO podemos verificar que a grande maioria dos resultados
se encontra entre uma classificação de “Moderado” ou “Adequado”. Tendo isto em conta, para este
setor estão associados níveis de risco adequados.

4.2.15. Comparação entre fatores


Para comparar os resultados entre setores de uma maneira mais intuitiva, foram representados
individualmente os diversos fatores do QARPIS e do FPSICO para cada setor.

QARPIS
Os resultados associados a todos os setores, separados para cada fator do método QARPIS
encontram-se representados graficamente nas Figuras 20 a 23.

44
100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem
70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Inadequado Adequado Muito Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado Inadequado Adequado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

DE ID Limpeza DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP SQ FP

Figura 20 - Comparação dos resultados para Figura 22 - Comparação dos resultados para
o fator Participação, Implicação e Responsabilidade o fator Gestão de Tempo

100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem

70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Inadequado Adequado Muito Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado Inadequado Adequado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

DE ID Limpeza DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP SQ FP

Figura 21 – Comparação dos resultados Figura 23 - Comparação dos resultados para


para o fator Formação, Informação e Comunicação o fator Coesão de Grupo

Note-se que, o significado das legendas das imagens é o seguinte: DE – Engenharia; TNEs –
Transformações Não Estéreis; DAS- Ambiente e Segurança; SQ – Síntese Química; ID – Investigação
e Desenvolvimento; DF, RH, PP e Financeiro – Direção Fabril, Recursos Humanos, Planeamento e

45
Produção e Departamento Financeiro; GQ – Garantia da Qualidade; FP – Fermentação Piloto; CQ e
Microbiologia – Controlo da Qualidade e Microbiologia.

No geral, os fatores com maiores percentagens de resposta associadas ao “Muito Inadequado”


e “Inadequado” são a Participação, Implicação e Responsabilidade e a Gestão de Tempo, como já era
esperado tendo em conta a análise dos resultados por setor.

Para a Participação, Implicação e Responsabilidade os setores com maiores níveis de risco


associados são a destilaria, o armazém geral e a central de vapor. Dado que este fator está relacionado
com o grau de liberdade e independência do trabalhador, estes setores são os que apresentam
cenários mais desfavoráveis devido ao trabalho isolado ou à falta de autonomia em tomar decisões
e/ou no controlo sobre as tarefas.

Já no caso da Gestão do Tempo, os setores com maiores níveis de risco associados são a
fermentação piloto, a síntese química, as transformações não estéreis e a manutenção. Este fator está
relacionado com a capacidade dos trabalhadores em gerir as tarefas ao longo da jornada de trabalho.
Nos setores associados à produção este é uma tarefa complicada de gerir, bem como no setor da
manutenção, tendo em conta a imprevisibilidade das tarefas.

FPSICO
Os resultados associados a todos os setores, separados para cada fator do método FPSICO
encontram-se representados graficamente nas Figuras 24 a 32.

100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem

70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco
DE ID Limpeza
DE ID Limpeza
Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral
Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral
TNEs Manutenção Central de Vapor TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP SQ FP

Figura 24 - Comparação dos resultados para Figura 25 - Comparação dos resultados para
o fator Tempo de Trabalho o fator Autonomia

46
100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem
70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

DE ID Limpeza DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP SQ FP

Figura 26 - Comparação dos resultados para Figura 28 - Comparação dos resultados para
o fator Carga de Trabalho o fator Variedade e Conteúdo do Trabalho

100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem

70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

DE ID Limpeza DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP SQ FP

Figura 27 - Comparação dos resultados para Figura 29 - Comparação dos resultados para
o fator Exigências Psicológicas o fator Participação e Supervisão

47
100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem
70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

DE ID Limpeza DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP SQ FP

Figura 30 - Comparação dos resultados para o fator Figura 32 - Comparação dos resultados para o fator
Interesse pelo Trabalhador e Compensação Relações e Apoio Social

100%
90%
80%
Percentagem

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Avaliação do Risco

DE ID Limpeza

Destilaria DF, RH, PP e Financeiro Armazém Geral

TNEs Manutenção Central de Vapor

DAS GQ CQ e Microbiologia

SQ FP

Figura 31 - Comparação dos resultados para o fator


Desempenho de Papéis

Note-se que, o significado das legendas das imagens é o seguinte: DE – Engenharia; TNEs –
Transformações Não Estéreis; DAS- Ambiente e Segurança; SQ – Síntese Química; ID – Investigação
e Desenvolvimento; DF, RH, PP e Financeiro – Direção Fabril, Recursos Humanos, Planeamento e
Produção e Departamento Financeiro; GQ – Garantia da Qualidade; FP – Fermentação Piloto; CQ e
Microbiologia – Controlo da Qualidade e Microbiologia.

48
Através dos gráficos pode-se verificar que os fatores que apresentam percentagens mais
elevadas associadas a um risco “Muito Elevado” ou “Elevado” são a Autonomia, a Carga de Trabalho,
a Participação e Supervisão.

A Autonomia apresenta valores mais elevados para os setores onde a maioria são operadores
de produção, pelo que têm uma autonomia mais limitada. A par da Autonomia, também a Participação
e Supervisão apresenta valores de risco associados para estes setores.

No caso da Carga de Trabalho, este fator já engloba setores como a Garantia da Qualidade, a
Engenharia e até a Manutenção.

Apesar destes, há setores que se diferenciam com picos na classificação de risco muito elevado,
como é o caso da Central de Vapor para o fator Variedade e Conteúdo do Trabalho.

4.3. Função
A comparação dos resultados obtidos relativamente à função do trabalhador é importante no
contexto de riscos psicossociais para possibilitar a visualização da existência (ou não) de discrepâncias
entre postos de trabalho e, em caso positivo, quais são.

4.3.1. Administrativo
A função de um administrativo passa por acompanhar e ajudar na gestão do departamento ao
qual pertence.

QARPIS
Os resultados do QARPIS para a função de administrativo na empresa encontram-se agrupados
na Tabela 41, sob a forma de percentagem.

Tabela 41 - Resultados do QARPIS referentes à função de administrativo

Classificação (%)
Administrativo Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 25 38 25 13
Responsabilidade
Formação, Informação e 13 25 25 38
Comunicação
Gestão do Tempo 0 25 63 13
Coesão do Grupo 0 25 38 38

Tal como se pode observar através da tabela acima, o fator que tem maior percentagem de
“Muito Inadequado” e “Inadequado” é a Participação, Implicação e Responsabilidade, com 63%. Tendo
em conta o perfil valorativo, esta é uma situação associada a um risco adequado, no entanto, é
necessário ter em conta que a percentagem associada está no limiar deste patamar.

FPSICO
Os resultados do FPSICO encontram-se dispostos na Tabela 42.

49
Tabela 42 - Resultados do FPSICO referentes à função de administrativo

Risco (%)
Administrativo Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 0 0 3 97
Autonomia 7 38 15 40
Carga de Trabalho 19 29 37 15
Exigências Psicológicas 10 28 27 35
Variedade e Conteúdo do Trabalho 11 23 34 32
Participação e Supervisão 15 43 17 24
Interesse pelo Trabalhador e 27 29 21 24
Compensação
Desempenho de Papéis 0 2 66 32
Relações e Apoio Social 8 6 17 69

Como se pode observar, também através do FPSICO para este setor podemos verificar que a
grande maioria dos resultados se encontra entre uma classificação de “Moderado” ou “Adequado”.
Tendo isto em conta, para este setor estão associados níveis de risco adequados.

4.3.2. Analista
O analista tem como função a realização de testes laboratoriais de modo a poder verificar se as
características do produto se encontram dentro das especificações. Esta função enquadra-se
sobretudo no setor do Controlo da Qualidade.

QARPIS
Os resultados do QARPIS para esta função encontram-se na tabela seguinte:

Tabela 43 - Resultados do QARPIS referentes à função de analista

Classificação (%)
Analista Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 29 57 14 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 14 57 29
Comunicação
Gestão do Tempo 0 71 29 0
Coesão do Grupo 0 14 29 57

Como se pode verificar, os fatores com classificações mais altas de “Muito Inadequado” e
“Inadequado” são a Participação, Implicação e Responsabilidade a Gestão do Tempo. Com
percentagens de 86% e 71%, respetivamente, estes fatores estão associados a um nível de risco muito
elevado e moderado.

FPSICO
Os resultados do FPSICO encontram-se agrupados na Tabela 44.

50
Tabela 44 - Resultados do FPSICO referentes à função de analista

Risco (%)
Analista Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 11 29 25 36
Autonomia 23 33 20 23
Carga de Trabalho 11 28 39 23
Exigências Psicológicas 8 16 34 42
Variedade e Conteúdo do Trabalho 0 13 44 44
Participação e Supervisão 10 27 24 39
Interesse pelo Trabalhador e 6 15 35 44
Compensação
Desempenho de Papéis 0 9 32 59
Relações e Apoio Social 7 7 9 77

Observando os resultados, vê-se que a maioria dos resultados se enquadra na classificação de


risco “Moderado” e “Adequado”.

4.3.3. Chefe de Setor/Departamento


O chefe de setor/departamento tem como função gerir, acompanhar e manter informado o seu
setor e departamento. Esta é uma função com um nível de responsabilidade acima das funções já
mencionadas anteriormente.

QARPIS
Os resultados do QARPIS para o a função de chefe de setor/departamento encontram-se
agrupados na Tabela 45.

Tabela 45 - Resultados do QARPIS referentes à função de chefe de setor/departamento

Classificação (%)
Chefe de Setor/Departamento Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 0 50 40 10
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 20 20 60
Comunicação
Gestão do Tempo 0 50 40 10
Coesão do Grupo 0 20 30 50

Observando os resultados obtidos, pode-se verificar que todos os fatores se enquadram num
nível de risco adequado.

FPSICO
Por sua vez, os resultados do FPSICO encontram-se na tabela seguinte.

51
Tabela 46 - Resultados do FPSICO referentes à função de chefe de setor/departamento

Risco (%)
Chefe de Setor/Departamento Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 0 18 23 60
Autonomia 3 15 17 65
Carga de Trabalho 16 42 35 7
Exigências Psicológicas 4 18 43 34
Variedade e Conteúdo do Trabalho 4 13 29 54
Participação e Supervisão 3 14 40 43
Interesse pelo Trabalhador e 9 25 24 43
Compensação
Desempenho de Papéis 1 8 53 38
Relações e Apoio Social 6 9 19 65

Mais uma vez, os resultados do FPSICO para esta função estão todos associados a um nível de
risco adequado. Ainda assim, com 58% a Carga de Trabalho é o fator que apresenta uma maior
percentagem associada às classificações de “Muito Elevado” e “Elevado”.

4.3.4. Chefe de Turno


O chefe de turno tem como função principal organizar e distribuir as tarefas dos operadores do
seu turno, ajudando-os com as mesmas.

QARPIS
Os resultados do QARPIS para a função de chefe de turno encontram-se na tabela abaixo:

Tabela 47 - Resultados do QARPIS referentes à função de chefe de turno

Classificação (%)
Chefe de Turno Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 35 47 18 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 18 18 35 29
Comunicação
Gestão do Tempo 18 59 24 0
Coesão do Grupo 6 12 65 18

Como se pode observar, os fatores que têm associados percentagens superiores de


classificação “Muito Inadequado” e “Inadequado” são a Participação, Implicação e Responsabilidade e
a Gestão do Tempo. Ambos os fatores com 82% e 76%, respetivamente, estão associados a um nível
de risco elevado.

FPSICO
Os resultados do FPSICO encontram-se agrupados, sob a forma de percentagem, na Tabela 48.

52
Tabela 48 - Resultados do FPSICO referentes à função de chefe de turno

Risco (%)
Chefe de Turno Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 31 18 19 32
Autonomia 17 40 22 23
Carga de Trabalho 9 26 48 18
Exigências Psicológicas 7 13 37 44
Variedade e Conteúdo do Trabalho 9 22 33 36
Participação e Supervisão 27 30 15 29
Interesse pelo Trabalhador e 19 35 19 28
Compensação
Desempenho de Papéis 3 12 53 31
Relações e Apoio Social 9 12 22 56

Analisando os resultados, observa-se que a maioria se enquadra na classificação de risco


“Moderado” e “Adequado”.

4.3.5. Encarregado
O encarregado tem como função passar o trabalho para os chefes de turno e tomar decisões
referentes ao mesmo, quando necessário.

QARPIS
Os resultados do QARPIS encontram-se dispostos na Tabela 49.

Tabela 49 - Resultados do QARPIS referentes à função de encarregado

Classificação (%)
Encarregado Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 10 60 20 10
Responsabilidade
Formação, Informação e 0 10 20 70
Comunicação
Gestão do Tempo 10 70 20 0
Coesão do Grupo 0 40 40 20

Mais uma vez, os fatores que têm associados percentagens superiores de classificação “Muito
Inadequado” e “Inadequado” são a Participação, Implicação e Responsabilidade e a Gestão do Tempo.
Com 70% a PIR está associada a um nível de risco moderado e, com 80%, a GT está associada a um
nível de risco elevado.

FPSICO
Para o FPSICO os resultados estão agrupados na seguinte tabela:

53
Tabela 50 - Resultados do FPSICO referentes à função de encarregado

Risco (%)
Encarregado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 13 23 15 50
Autonomia 4 31 38 27
Carga de Trabalho 25 38 27 9
Exigências Psicológicas 2 18 48 33
Variedade e Conteúdo do Trabalho 6 17 31 46
Participação e Supervisão 13 17 41 29
Interesse pelo Trabalhador e 9 22 28 42
Compensação
Desempenho de Papéis 0 10 63 27
Relações e Apoio Social 9 10 19 62

Observando os resultados, vê-se que a maioria dos resultados se enquadra na classificação de


risco “Moderado” e “Adequado”.

4.3.6. Operador de Produção


O operador de produção abrange todos os tipos de operadores da empresa (limpeza, produção,
eletricistas, etc).

QARPIS
Os resultados do QARPIS para a função de operador de produção encontram-se dispostos na
Tabela 51.

Tabela 51 - Resultados do QARPIS referentes à função de operador de produção

Classificação (%)
Operador de Produção Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 28 52 17 3
Responsabilidade
Formação, Informação e 3 25 48 25
Comunicação
Gestão do Tempo 22 45 32 2
Coesão do Grupo 2 28 42 29

Os fatores que têm associados percentagens superiores de classificação “Muito Inadequado” e


“Inadequado” são a Participação, Implicação e Responsabilidade e a Gestão do Tempo. O fator PIR,
contando com 80% está associado a um nível de risco elevado. Já o fator GT, com 67% está associado
a um nível de risco moderado.

FPSICO
Os resultados do FPSICO para esta função encontram-se agrupados, sob a forma de
percentagem, na seguinte tabela:

54
Tabela 52 - Resultados do FPSICO referentes à função de operador de produção

Risco (%)
Operador de Produção Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 16 25 22 37
Autonomia 23 41 14 22
Carga de Trabalho 8 23 45 24
Exigências Psicológicas 9 20 26 45
Variedade e Conteúdo do Trabalho 14 19 29 38
Participação e Supervisão 32 27 8 32
Interesse pelo Trabalhador e 17 28 22 33
Compensação
Desempenho de Papéis 4 9 47 40
Relações e Apoio Social 8 10 17 65

Os resultados do FPSICO para esta função estão todos associados a um nível de risco
adequado. O fator Autonomia é o que apresenta uma maior percentagem associada às classificações
de “Muito Elevado” e “Elevado”, apresentando no total 64% está associado a um nível de risco
adequado, no entanto encontra-se no limiar deste patamar segundo o perfil valorativo.

4.3.7. Técnico
O técnico tem conhecimentos específicos na área em que trabalha, tendo como responsabilidade
identificar normas aplicáveis, elaborar documentos, implementar soluções para a melhoria continua e
assegurar que a atividade da empresa se desenvolve dentro dos regulamentos aplicáveis.

QARPIS
Os resultados do QARPIS para a função de técnico encontram-se dispostos na Tabela 53.

Tabela 53 - Resultados do QARPIS referentes à função de técnico

Classificação (%)
Técnico Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado
Participação, Implicação e 14 46 39 0
Responsabilidade
Formação, Informação e 4 18 32 46
Comunicação
Gestão do Tempo 4 36 61 0
Coesão do Grupo 4 21 43 32

Como se pode verificar através da tabela, para esta função, todos os fatores em estudo do
QARPIS apresentam a maioria da sua distribuição de respostas entre classificações de “Adequado” e
“Muito Adequado”. Com 60% a Participação, Implicação e Responsabilidade é o fator que apresenta
uma maior percentagem associada às classificações de “Muito Inadequado” e “Inadequado”.

FPSICO
Os resultados do FPSICO, encontram-se agrupados, sob a forma de percentagem, na seguinte
tabela:

55
Tabela 54 - Resultados do FPSICO referentes à função de técnico

Risco (%)
Técnico Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Tempo de Trabalho 1 11 34 54
Autonomia 4 22 39 35
Carga de Trabalho 12 39 39 10
Exigências Psicológicas 4 13 38 45
Variedade e Conteúdo do Trabalho 5 17 42 37
Participação e Supervisão 13 21 35 31
Interesse pelo Trabalhador e 9 39 20 32
Compensação
Desempenho de Papéis 0 11 49 40
Relações e Apoio Social 1 12 24 63

Novamente, por análise dos resultados dispostos na tabela pode-se verificar que a maioria dos
resultados se enquadra na classificação de risco “Moderado” e “Adequado”.

4.3.8. Comparação entre fatores


Para comparar os resultados entre funções de uma maneira mais intuitiva (por exemplo, entre
cargos de chefia e cargos de operado de produção), foram representados individualmente os diversos
fatores do QARPIS e do FPSICO para cada função.

QARPIS
Os resultados associados a todas as funções, separados para cada fator do método QARPIS
encontram-se representados graficamente nas Figuras 33 a 36.

100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem

70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Inadequado Adequado Muito Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado Inadequado Adequado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Administrativo Analista Administrativo Analista


Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno
Encarregado Operador de Produção Encarregado Operador de Produção
Técnico Técnico

Figura 33 - Comparação dos resultados para o fator Figura 34 - Comparação dos resultados para o fator
Participação, Implicação e Responsabilidade Formação, Informação e Comunicação

56
100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem
70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Inadequado Adequado Muito Muito Inadequado Adequado Muito
Inadequado Adequado Inadequado Adequado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Administrativo Analista Administrativo Analista


Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno
Encarregado Operador de Produção Encarregado Operador de Produção
Técnico Técnico

Figura 35 - Comparação dos resultados para o fator Figura 36 - Comparação dos resultados para o fator
Gestão de Tempo Coesão do Grupo

Como se pode verificar, à semelhança do que foi verificado para cada uma das funções
individualmente, os fatores com maiores percentagens de “Muito Inadequado” e “Inadequado”
associadas são a Participação, Implicação e Responsabilidade e a Gestão de Tempo.

No caso da Participação, Implicação e Responsabilidade, as funções com os valores mais


elevados são as de analista, de chefe de turno e de operador de produção. Sendo este um fator
relacionado com autonomia, iniciativa e supervisão, estes valores associados aos operadores de
produção e analistas são justificados pela necessidade de seguir metodologias e procedimentos já
estipulador. No caso dos chefes de turno, para além de terem uma responsabilidade acrescida,
acontece o mesmo que nos casos anteriores.

Para o caso da Gestão de Tempo, as funções com os valores mais elevados são as de analista,
de chefe de turno e de encarregado. Tendo em conta que este fator está associado ao ritmo e carga
de trabalho e nível de autonomia para escolher, por exemplo, período de férias conforme as
necessidades pessoais, e dado que estes são três funções diretamente ligadas com a produção o nível
de risco associado encontra-se ligado a estes motivos.

FPSICO
Os resultados associados a todas as funções, separados para cada fator do método FPSICO
encontram-se representados graficamente nas Figuras 37 a 44.

57
100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem
70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Administrativo Analista Administrativo Analista


Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno
Encarregado Operador de Produção Encarregado Operador de Produção
Técnico Técnico

Figura 37 - Comparação dos resultados para Figura 39 - Comparação dos resultados para
o fator Tempo de Trabalho o fator Carga de Trabalho

100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem

70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Administrativo Analista Administrativo Analista


Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno
Encarregado Operador de Produção Encarregado Operador de Produção
Técnico Técnico

Figura 38 - Comparação dos resultados para Figura 40 - Comparação dos resultados para
o fator Autonomia o fator Exigências Psicológicas

58
100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem
70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Administrativo Analista Administrativo Analista


Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno
Encarregado Operador de Produção Encarregado Operador de Produção
Técnico Técnico

Figura 41 - Comparação dos resultados para Figura 43 - Comparação dos resultados para
o fator Variedade e Conteúdo do Trabalho o fator Interesse pelo Trabalhador e Compensação

100% 100%
90% 90%
80% 80%
Percentagem

Percentagem

70% 70%
60% 60%
50% 50%
40% 40%
30% 30%
20% 20%
10% 10%
0% 0%
Muito Elevado Moderado Adequado Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado Elevado
Avaliação do Risco Avaliação do Risco

Administrativo Analista Administrativo Analista


Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno
Encarregado Operador de Produção Encarregado Operador de Produção
Técnico Técnico

Figura 42 - Comparação dos resultados para Figura 44 - Comparação dos resultados para
o fator Participação e Supervisão o fator Desempenho de Papéis

59
100%
90%
80%
Percentagem

70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Muito Elevado Moderado Adequado
Elevado
Avaliação do Risco

Administrativo Analista
Chefe de Setor/Departamento Chefe de Turno
Encarregado Operador de Produção
Técnico

Figura 45 - Comparação dos resultados para


o fator Relações e Apoio Social

No seguimento das figuras anteriores, pode-se concluir que os fatores do FPSICO que têm
maiores percentagens associadas a “Muito Elevado” e “Elevado” são a Carga de Trabalho, a Autonomia
e a Participação e Supervisão.

No caso da Carga de Trabalho e da Autonomia, as funções com valores mais altos associados
a este fator são: analista, chefe de turno e operador de produção. Tendo em conta que são três funções
ligadas diretamente à produção, a obrigação de seguir metodologias e procedimentos influencia
diretamente estes resultados. Também a carga de trabalho a que estão expostos é superior.

Para a Participação e Supervisão, as funções com valores mais altos associados a este fator
são: administrativo, chefe de turno e operador de produção. Dado que este fator está relacionado com
as formas de controlo sobre o trabalhador, estas são funções constantemente supervisionadas, daí
possuírem maiores percentagens de “Muito Elevado” e “Elevado” associadas.

4.4. Assédio Moral


Isoladamente, o QARPIS possui uma área-chave denominada de Assédio Moral, que agrupa
apenas três questões (28, 29 e 30 do questionário, ver ANEXO I).

Como tal, os resultados encontram-se no gráfico de barras da Figura 46.

60
100%
90%
80% 73%
70%
Percentagem
60%
50%
40%
30% 25%
20%
10% 3% 0%
0%
Muito Adequado Adequado Inadequado Muito Inadequado
Classificação

Figura 46 – Resultados do QARPIS para o Assédio Moral

Através da observação dos resultados, pode-se verificar que a grande maioria dos resultados
(97%) se encontra entre as classificações de “Muito Adequado” e “Adequado”. Como tal, verifica-se
que este fator se encontra adequado e não será necessária uma avaliação complementar mais
exaustiva.

4.5. Considerações Finais


Nas tabelas seguintes, encontram-se compilados os fatores em estudo associados a níveis de
risco não adequados por género, setor e função, respetivamente.

Tabela 55 – Fatores associados a um nível de risco não adequado por género

Fator Género
Participação, Implicação e Responsabilidade Feminino, Masculino
Gestão do Tempo Masculino

61
Tabela 56 - Fatores associados a um nível de risco não adequado por setor/departamento

Fator Setor/Departamento
Participação, Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento Financeiro, Produção e
Implicação e Planeamento, Engenharia, Investigação e Desenvolvimento, Destilaria,
Responsabilidade Armazém Geral, Transformações Não Estéreis, Central de Vapor,
Ambiente e Segurança, Controlo da Qualidade, Síntese Química,
Fermentação Piloto
Gestão do Tempo Transformações Não Estéreis, Manutenção, Ambiente e Segurança,
Síntese Química, Fermentação Piloto
Coesão do Grupo Ambiente e Segurança
Tempo de Trabalho Central de Vapor
Autonomia Destilaria, Transformações Não Estéreis, Síntese Química
Carga de Trabalho Direção Fabril, Recursos Humanos, Departamento Financeiro, Produção e
Planeamento, Engenharia, Manutenção, Ambiente e Segurança
Participação e Central de Vapor
Supervisão
Interesse pelo Engenharia, Destilaria, Armazém Geral, Manutenção
Trabalhador e
Compensação

Tabela 57 - Fatores associados a um nível de risco não adequado por função

Fator Função
Participação, Implicação e Administrativo, Analista, Chefe de Turno, Encarregado,
Responsabilidade Operador de Produção
Gestão de Tempo Encarregado, Operador de Produção
Autonomia Operador de Produção
Carga de Trabalho Chefe de Setor/Departamento

Como se pode verificar através das Tabelas 55, 56 e 57, os fatores que estão associados a níveis
de risco não adequados são, no caso do QARPIS a Participação, Implicação e Responsabilidade, a
Gestão do Tempo e a Coesão do Grupo e, no caso do FPSICO, são o Tempo de Trabalho, a Autonomia,
a Carga de Trabalho, a Participação e Supervisão e o Interesse pelo Trabalhador e Compensação.

62
5. Conclusões
Após a interpretação e discussão de resultados, verificou-se que cerca de um terço da população
em estudo é do género feminino e que 72% do total desta população apresenta um nível de cansaço
igual ou superior a 7 após a jornada de trabalho, o que pode indicar exaustão.

Verificou-se que fatores como a Formação, Informação e Comunicação, a Coesão de Grupo,


Desempenho de Papéis e Relações e Apoio Social estão associados a situações adequadas.

Os fatores de risco psicossocial são a Participação, Implicação e Responsabilidade, a Gestão do


Tempo, a Autonomia, a Carga de Trabalho e o Interesse pelo Trabalhador. Todos estes fatores de risco
estão interligados e, como tal, ao trabalhar um deles a influencia sobre os outros é inevitável. Por
exemplo, ao definir corretamente a carga e trabalho ao longo da jornada de trabalho, estaremos
também a melhorar o campo “Gestão do Tempo”. Embora sejam cinco os fatores considerados de
risco, a prevenção dos riscos psicossociais passa por todos os fatores e, como tal, de seguida
apresentam-se algumas recomendações e sugestões de melhoria para cada um dos fatores abordados
tanto para o QARPIS, como para o FPSICO.

De seguida, encontram-se as recomendações e sugestões de melhoria para o caso do QARPIS.

Participação, Implicação e Responsabilidade:

→ Evitar a supervisão excessiva por parte dos sistemas de controlo, proporcionando ao


trabalhador, sempre que possível, um maior controlo sobre as próprias tarefas;
→ Sensibilizar os trabalhadores para a importância das tarefas que realizam.

Formação, Informação e Comunicação:

→ Assegurar uma informação clara das tarefas que devem desempenhar, bem como os
métodos, tempos, quantidade e qualidade esperados;
→ Proporcionar uma formação a toda a cadeia hierárquica sobre gestão do tempo e
liderança, fomentando a participação dos trabalhadores;
→ Garantir que os meios de transmissão da informação sejam claros de modo a evitar a
distorção da informação.

Gestão do Tempo:

→ Estabelecer um sistema que permita ao trabalhador conhecer o rendimento, o trabalho


pendente e o tempo disponível para o realizar, nas funções onde for adequado.

Coesão do Grupo:

→ Prestar atenção ao apoio social que os trabalhadores recebem dos seus superiores
hierárquicos.

Analogamente, as recomendações e sugestões de melhoria no caso do FPSICO são as


seguintes:

63
Tempo de trabalho:

→ Criação de mecanismos que permitam a participação dos trabalhadores na organização


de horários de trabalho/dias de descanso.

Autonomia:

→ Manter os objetivos a alcançar claros, permitindo ao trabalhador estabelecer o seu ritmo


de trabalho;
→ Prestar atenção em particular aos postos de trabalho onde o ritmo de trabalho é imposto
por fatores externos.

Carga de Trabalho:

→ Avaliar se os tempos designados a cada tarefa são adequados em função da sua


dificuldade, quantidade e alocação de recursos;
→ Adaptar a carga de trabalho, tanto física como mental, às capacidades do trabalhador.

Exigências Psicológicas:

→ Fomentar o trabalho de equipa e a comunicação entre trabalhadores e chefias;


→ Reduzir as exigências psicológicas no trabalho, com recurso à política de combate ao
stress, assédio moral e assédio sexual.

Variedade e Conteúdo do Trabalho:

→ Reconhecer adequadamente o trabalho realizado;


→ Proporcionar tarefas que impliquem desafios, utilizando as competências dos
trabalhadores, evitando o trabalho monótono.

Participação e Supervisão:

→ Flexibilizar progressivamente a supervisão, promovendo a responsabilidade individual


sempre que possível;
→ Criação de indicadores de desempenho que reconheçam o trabalho, especialmente no
caso dos postos de trabalho isolados.

Interesse pelo Trabalhador e Compensação:

→ Manter o trabalhador informado sobe as políticas estratégicas da empresa e


oportunidades de desenvolvimento profissional;
→ Assegurar uma oferta de formação contínua e adequada ao objetivo profissional.

Desempenho de Papéis:

→ Definir as funções e competências esperadas para cada posto de trabalho, de uma forma
clara;

64
→ Estabelecer uma comunicação clara, garantindo que as informações são bem
compreendidas.

Relações e Apoio Social:

→ Contribuir para um ambiente de trabalho amistoso, garantindo que as pessoas são


tratadas de forma justa e não são discriminadas;
→ Reforço da divulgação a todos os trabalhadores e colaboradores externos da empresa
do documento “Código de Boa Conduta para a Prevenção e Combate ao Assédio no
Trabalho”;
→ Eliminar a concorrência entre trabalhadores e/ou departamentos, promovendo o espírito
de equipa.

Uma medida generalista foi o desenvolvimento de um folheto para distribuição pelos


trabalhadores com o intuito da divulgação do estudo.

Este estudo contribuiu para uma identificação e avaliação da exposição dos trabalhadores aos
riscos psicossociais. Contribuiu também para a consciencialização por parte dos trabalhadores da
temática em estudo e para o desenvolvimento de medidas preventivas que visam o bem-estar dos
mesmos, dado que até ao momento não tinha sido feita nenhum tipo de avaliação de riscos
psicossociais.

Após a implementação das medidas de prevenção e controlo dos riscos psicossociais deverá ser
realizada uma nova avaliação de risco, de modo a entender o impacto das mesmas na redução do nível
de risco dentro da organização.

65
6. Bibliografia
[1] Artigo 281º do Código do Trabalho: Princípios gerais em matéria de segurança e saúde no
trabalho; Livro I; Título II; Capítulo IV – Prevenção e reparação de acidentes de trabalho e doenças
profissionais.

[2] Quem somos. ACT. Disponível em: <http://www.act.gov.pt/(pt-


PT)/SobreACT/QuemSomos/Paginas/default.aspx>. Acesso em: 20 de abril de 2019.

[3] O que fazemos. EU-OSHA. Disponível em: <https://osha.europa.eu/pt/about-eu-osha/what-we-


do>. Acesso em: 9 de outubro de 2018.

[4] Estratégias SST. EU-OSHA. Disponível em <https://osha.europa.eu/pt/safety-and-health-


legislation-osh-strategies>. Acesso em: 17 de outubro de 2018.

[5] O que fazemos. APSEI. Disponível em < https://www.apsei.org.pt/apsei/ambito-organizacao/>.


Acesso em: 19 de abril de 2019.

[6] Riscos psicossociais e stresse no trabalho. EU-OSHA. Disponível em:


https://osha.europa.eu/pt/themes/psychosocial-risks-and-stress. Acesso em: 17 de outubro de 2018.

[7] Neto, H. e Areosa J., Arezes P. (2014). Riscos Psicossociais no Trabalho: Enquadramento
Conceptual In Neto H., Areosa J. e Arezes J. (Eds) - Manual sobre Riscos Psicossociais no Trabalho,
Porto: Civeri Publishing. Pp. 5-47.

[8] Neto, H. (2016). Avaliação e Gestão de Riscos Psicossociais no Trabalho. RICOT. Disponível em:
<http://www.ricot.com.pt>. Acesso em 17 de outubro de 2018.

[9] Ordem dos psicólogos Portugueses (2015). Enquadramento Legal da Saúde Ocupacional em
Portugal – A Figura do Psicólogo do Trabalho. Lisboa.

[10] Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro. PGDL. Disponível em:


<http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=1158&tabela=leis>. Acesso em: 23 de
abril de 2019.

[11] Organization, World Health, Health Impact of Psychosocial Hazards at Work: An Overview
(2010). Disponível em: https://www.who.int/occupational_health/publications/hazardpsychosocial/en/.
Acesso em: 4 de dezembro de 2019.

[12] Trabalhadores saudáveis, empresas prósperas — Guia prático para o bem-estar no trabalho. EU-
OSHA. Disponível em: https://osha.europa.eu/pt/tools-and-publications/publications/healthy-workers-
thriving-companies-practical-guide-wellbeing/view. Acesso em: 17 de dezembro de 2018.

[13] Neto, H. (2014). Metodologias agregadas de avaliação de riscos psicossociais In Neto H.,
Areosa J. e Arezes J. (Eds) - Manual sobre Riscos Psicossociais no Trabalho, Porto: Civeri Publishing.
Pp. 295-332.

66
[14] Barros-Duarte, C., Cunha L. e Lacomblez M. (2007). INSAT - uma proposta metodológica para
análise dos efeitos das condições de trabalho sobre a saúde. Laboreal, Volume III: pp 54-62.

[15] Neto, H. e Areosa J., Arezes P. (2014). Versão Portuguesa do Copenhagen Psychosocial
Questionnaire – COPSOQ II In Silva C., Bem-Haja P., Amaral V., et al. (Eds) - Manual sobre Riscos
Psicossociais no Trabalho, Porto: Civeri Publishing. Pp. 347-369.

[16] Lahera, M., Nogareda, C. (2009). El método del INSL para la identificación y evaluación de
factores psicosociales. Instituto Nacional de Seguridad e Higiene el el Trabajo. Disponível em:
http://www.insht.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/FichasTecnicas/NTP/Ficheros/821a921/840
%20web%20.pdf. Acesso em: 2 de janeiro de 2019.

[17] Lahera, M., Yerro, J. (2002). Factores Psicossociales: Identificación de situaciones de riego.
Instituto Navarro de Salud Laboral. Disponível em:
https://w3.ual.es/GruposInv/Prevencion/evaluacion/procedimiento/F.%20Factores%20Psicosociales.p
df. Acesso em: 2 de janeiro de 2019.

[18] Bilbao, J., Cuixart C. (2012). Factores psicosociales: metodologia de evaluación. Instituto
Nacional de Seguridad e Higiene el el Trabajo. Disponível em:
http://www.insht.es/InshtWeb/Contenidos/Documentacion/NTP/NTP/926a937/926w.pdf. Acesso em 11
de janeiro de 2019.

67
Anexos
Anexo I – Questionário
Bloco A – Dados Socioprofissionais

1. Sexo:
Masculino
Feminino
2. Idade: ___
3. Habilitações Académicas: __________________________________________
4. Atividade Profissional:
Administrativo
Analista
Chefe de Departamento
Chefe de Setor
Chefe de Turno
Contabilista
Diretor
Eletricista
Encarregado
Fogueiro
Operador de produção (armazém, laboratório, lavagem, limpeza, etc.).
Serralheiro
Supervisor de produção
Técnico
5. Número médio de horas diárias de trabalho (tome por referência os últimos 3 meses):
__________________
6. Faz turnos?
Não
Sim.
Fixos
Rotativos
7. Padece de alguma doença ou lesão?
Não
Sim. Qual(is)? ______________________________________________
8. Tem problemas em dormir?
Não
Sim. Porquê? ______________________________________________
9. O seu posto de trabalho foi alvo de uma avaliação de riscos?
Não
Sim
10. Teve acesso à ficha de riscos do seu posto de trabalho?
Não
Sim.
11. No caso de ter respondido afirmativamente à questão 10, nesta ficha de riscos constavam
fatores de risco psicossociais?
Não
Sim
Não sei identificar
12. Alguma vez teve formação sobre riscos psicossociais do trabalho dada pela empresa?
Não.
Sim. Qual(is)? ______________________________________________

68
13. De 0 a 10, onde 0 representa nada cansado/a e 10 representa extremamente cansado/a,
indique o nível geral de cansaço que costuma sentir antes de uma jornada/dia de trabalho?
_____________
14. De 0 a 10, onde 0 representa nada cansado/a e 10 representa extremamente cansado/a,
indique o nível geral de cansaço que costuma sentir depois de uma jornada/dia de trabalho?
_____________

Bloco B – Questionário de Avaliação de Riscos Psicossociais e Identificação de


Situações de risco (QARPIS)

PARA AS QUESTÕES SEGUINTES SELECIONE COM UMA CRUZ (X) UMA E APENAS UMA ALÍNEA COMO
RESPOSTA. CASO TENHA ALGUMA DÚVIDA OU INDECISÃO EM RELAÇÃO À RESPOSTA QUE DEVE COLOCAR,

UTILIZE O ESPAÇO REFERENTE ÀS OBSERVAÇÕES PARA EXPOR A MESMA.

1. Dispõe de liberdade para decidir como fazer o seu trabalho?


Não
Sim,
ocasionalmente
quando a tarefa o permite
é a prática habitual

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

2. Existe um procedimento de atenção às sugestões e/ou reclamações efetuadas pelas/os


trabalhadoras/es?
Não
Sim,
mas não se utiliza
utiliza-se ocasionalmente
utiliza-se habitualmente

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

3. Tem possibilidade de exercer controlo sobre o seu ritmo de trabalho?


Não
Sim,
ocasionalmente
habitualmente
posso adiantar para depois ter descanso

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

69
4. Dispõe de informação e meios necessários para exercer o seu trabalho?
Não
Sim,
ocasionalmente
habitualmente
sempre

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

5. Na entrada de novas/os trabalhadoras/es existe informação sobre riscos gerais e específicos


dos postos de trabalho que vão ocupar?
Não
Sim,
oralmente
por escrito
por escrito e oralmente

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

6. Quando necessita de ajuda ou tem dúvidas, recorre a quem?


Colega de posto de trabalho
Pessoa designada
Chefia
Não tem essa opção

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

7. Quando há situações de conflitualidade entre trabalhadores, estas procuram-se resolver de


maneira aberta e clara?
Não
Sim,
com a intervenção de chefias
entre as pessoas envolvidas
mediante outros procedimentos

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

70
8. Pode escolher os seus dias de férias?
Não, a empresa tem períodos fixos
Não, são distribuídos os períodos sem ter em conta a necessidade dos trabalhadores
Sim, podendo-se ou não conceder a exigência do trabalhador
Sim, os trabalhadores organizam os períodos, tendo em conta a necessidade do
serviço.

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

9. Intervém e/ou corrige os incidentes no seu posto de trabalho (produtos, equipamentos, etc.)?
Não, é função de uma chefia ou pessoa encarregada
Sim, mas apenas nos incidentes menores
Sim, em qualquer incidente

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

10. Tem a possibilidade de realizar pausas, dependendo do esforço (físico e/ou mental) exigido
pela tarefa?
Não, devido à continuidade do processo
Não, por outras causas
Sim, as estabelecidas
Sim, segundo as necessidades

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

11. Utilizam-se meios formais para transmitir informações e comunicações aos trabalhadoras/es?
Não
Sim,
palestras, reuniões
comunicações escritas
meios orais e escritos

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

71
12. Em termos gerais, o ambiente de trabalho possibilita relações amistosas?
Não
Sim,
às vezes
habitualmente
sempre

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

13. A atuação das chefias intermédias a respeito das/os subordinadas/os são:


Unicamente marca os objetivos individuais a alcançar pelo trabalhador
Colabora com o trabalhador na consecução de fins
Fomenta a consecução de objetivos em equipa

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

14. É possível recuperar-se de atrasos (compensações)?


Não
Sim,
durante as pausas
aumentando o ritmo de trabalho
aumentado a jornada de trabalho

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

15. Qual é o critério de remuneração do/a trabalhador/a?


Salário por hora (fixo)
Salário mais prémio coletivo
Salário mais prémio individual

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

16. São fornecidas instruções precisas às/aos trabalhadoras/es sobre o modo correto e seguro de
realizar as tarefas?
Não
Sim,
de forma oral
de forma escrita
de ambas as formas

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

72
17. Tem a possibilidade de falar durante a realização do seu trabalho?
Não, pela minha localização
Não, por outros motivos
Sim, algumas palavras
Sim, conversações mais largas

Observações:

_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

18. As chefias intermédias receberam formação para o desempenho das suas funções?
Não
Sim,
apesar de não terem ocorrido mudanças significativas no estilo de comando
algumas chefias mudaram o seu estilo significativamente
a maioria modificou o seu estilo de comando

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

19. Existe a possibilidade de organizar o trabalho em equipa?


Não
Sim,
quando a tarefa o permite
em função do tempo disponível
sempre

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

20. Controla o resultado do seu trabalho e pode corrigir erros ou defeitos cometidos?
Não
Sim,
ocasionalmente
habitualmente
qualquer erro

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

73
21. Organizam-se, de forma espontânea, eventos em que participa a maioria das/os
trabalhadoras/es?
Não
Sim,
uma ou duas vezes ao ano
várias vezes ao ano

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

22. Pode parar o trabalho e ausentar-se do seu posto?


Não, devido ao processo produtivo
Não, por outros motivos
Sim, com um substituto
Sim, sem qualquer substituição

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

23. Em geral, existe um bom clima no local de trabalho?


Não
Sim,
ocasionalmente
habitualmente
sempre

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

24. Recebe informação suficiente sobre os resultados do seu trabalho?


Informa-se pela tarefa desempenhada (quantidade e qualidade)
Informa-se os resultados alcançados em relação aos objetivos que tem designados
Informa-se pelos objetivos alcançados pela empresa
É incentivado a participar no estabelecimento de metas

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

25. Tem opção de mudar o posto e/ou tarefa ao longo da sua jornada de trabalho?
Não
Muda-se excecionalmente
Sim, existe rotação de forma habitual
Sim, muda-se consoante a consideração do trabalhador

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

74
26. Antes da introdução de novas tecnologias, nova maquinaria e/ou novos métodos de trabalho,
é instruída/o de maneira a adaptar-se às novas situações?
Não
Sim,
oralmente
por escrito
oralmente e por escrito

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

27. Que tipo de relações são as habituais na empresa?


Relações de colaboração para o trabalho e relacionamentos pessoais positivos
Relações pessoais positivas sem colaborações
Apenas relações de colaboração para o trabalho
Nem relações pessoais, nem relações de colaboração para o trabalho

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

28. Para os problemas que acontecem num departamento/serviço costuma ser culpada alguma
pessoa em concreto?
Sim
Não

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

29. Aumentaram as baixas de origem psicológica de longa duração?


Sim
Não

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

30. Existe alguma pessoa que está a ser alvo de assédio, ignorada ou excluída do grupo de
trabalho em virtude de características físicas ou pessoais?
Sim
Não

Observações:
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________

75
Bloco C – Método de Avaliação de Fatores Psicossociais (FPSICO)

NOS ITENS APRESENTADOS A SEGUIR SINALIZE A SUA RESPOSTA COM UMA CRUZ (X), ATENDENDO À
ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO APRESENTADA

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca

1 2 3 4
1. Trabalha aos sábados?
2. Trabalha aos domingos e feriados?
3. Tem a possibilidade de ter dias ou horas livres para
resolver assuntos pessoais?
4. Com que frequência tem que trabalhar mais tempo
do que o horário normal (fazer horas extras ou levar
trabalho para casa)?
5. Dispõe de pelo menos 48 horas consecutivas de
descanso semanal?
6. O seu horário laboral permite que tenha tempo livre
para a família e amigas/os?
7. Pode decidir quando realizar as pausas previstas
por lei (refeições)?
8. Durante a jornada de trabalho e fora das pausas
previstas na lei, pode parar o seu trabalho e fazer
uma pausa quando precisa?
9. Pode marcar o seu próprio ritmo de trabalho ao
longo do dia de trabalho?

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca

1 2 3 4
10. No seu trabalho, pode tomar decisões relativas:
a. Ao que deve fazer (atividades e tarefas).
b. À distribuição das tarefas ao longo do dia de
trabalho.
c. À distribuição do ambiente direto do seu local de
trabalho (móveis, objetos, maquinaria,
ferramentas, etc.).
d. Como tem de fazer o seu trabalho (método,
protocolos, procedimentos, etc.).
e. À quantidade de trabalho que tem de fazer.
f. À qualidade de trabalho que realiza.
g. À resolução de situações anormais ou incidências
que ocorrem no seu trabalho.
h. À distribuição de turnos rotativos (se não fizer
turnos, não responda).

76
Escala de avaliação:

1- Eu decido autonomamente; 2- Sou consultado sobre as decisões; 3- Apenas recebo


informação das decisões; 4- Nenhuma participação (limitado a fazer)

1 2 3 4
11. Que nível de participação tem nos seguintes
aspetos do seu trabalho:
a. Introdução de mudanças nas equipas e materiais.
b. Introdução de mudanças na forma de trabalhar.
c. Lançamento de novos e melhores produtos ou
serviços.
d. Reestruturação ou reorganização de
departamentos ou áreas de trabalho.
e. Mudanças na direção ou nas chefias.
f. Contratação ou incorporação de novos
empregados.
g. Elaboração de normas de trabalho.

Escala de avaliação:

1- Não intervém; 2- Insuficiente; 3- Adequada; 4- Excessiva

12. Como avalia a supervisão que a sua chefia 1 2 3 4


direta exerce sobre os seguintes aspetos do seu
trabalho:
a. O método para realizar o trabalho.
b. A planificação do trabalho.
c. O ritmo de trabalho.
d. A qualidade do trabalho realizado.

Escala de avaliação:

1- Não há informação; 2- Insuficiente; 3- Adequada; 4- Excessiva

1 2 3 4
13. Como avalia o grau de informação que lhe
proporciona a sua organização sobre os
seguintes aspetos:
a. As possibilidades de formação.
b. As possibilidades de promoção.
c. Os requisitos para ocupar lugares de promoção.
d. A situação económico-financeira da organização.

77
Escala de avaliação:

1- Muito clara; 2- Clara; 3- Pouco clara; 4- Nada clara

14. Para realizar o seu trabalho, como avalia a 1 2 3 4


informação que recebe sobre os seguintes
aspetos:
a. O que deve fazer (funções, atribuições e
competências).
b. Como deve fazer o trabalho (métodos,
procedimentos, protocolos de trabalho).
c. A quantidade de trabalho que se espera que faça.
d. A qualidade do trabalho que se espera que faça.
e. O tempo atribuído para realizar o trabalho.
f. A responsabilidade do posto de trabalho (erros ou
defeitos imputáveis ao seu desempenho).

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca

1 2 3 4
15. Assinale com que frequência acontecem as
seguintes situações no seu trabalho:
a. Atribuem-lhe tarefas que não pode realizar por não
terem recursos humanos ou materiais.
b. Para executar algumas tarefas tem que ignorar os
métodos estabelecidos.
c. Exigem-lhe tomar decisões ou realizar coisas com
as quais não concorda (conflito moral, legal,
emocional, etc.).
d. Recebe instruções contraditórias (uns mandam
uma coisa, outros outra).
e. Exigem-lhe responsabilidades ou tarefas que não
entram nas suas funções e que deveriam ser
realizadas por outras pessoas.

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Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca;


5- Não tenho ou não existem outras pessoas

16. Tem que realizar um trabalho delicado 1 2 3 4 5


ou complicado e deseja ajuda ou
apoio, pode contar com:
a. Suas/seus chefes.
b. Suas/seus companheiras/os.
c. Suas/seus subordinadas/os.
d. Outras pessoas que trabalham na
empresa

Escala de avaliação:

1- Boas; 2- Regulares; 3- Más; 4- Não tenho companheiras/os


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17. Como considera que são as relações com as
pessoas com que tem de trabalhar.

Escala de avaliação:

1- Raras vezes; 2- Com frequência; 3- Constantemente; 4- Não existem

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18. Com que frequência acontecem no seu
trabalho:
a. Conflitos interpessoais (conflitos entre pessoas no
local de trabalho).
b. Situações de violência física.
c. Situações de violência psicológica (ameaças,
insultos, retiradas de atribuições).
d. Situações de assédio sexual.

19. Na sua empresa, face a situações de conflito entre trabalhadoras/es: (escolher


apenas uma opção)
a. Deixa-se que sejam as pessoas implicadas a resolver o problema.
b. Pede-se às chefias que tratem de encontrar uma solução para o problema.
c. Existe um procedimento formal de atuação definido.
d. Não sei.

79
Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Acontece muitas vezes; 3- Algumas/poucas vezes; 4-


Nunca ou raramente

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20. Sente-se discriminado no seu ambiente de


trabalho? (por razões de idade, sexo, religião, raça,
etc.)
21. Ao longo da jornada de trabalho, quanto tempo
deve manter uma exclusiva atenção no seu
trabalho?
22. Em geral, como considera a atenção que deve
manter para realizar o seu trabalho?
23. O tempo que dispõe para realizar o seu trabalho é
suficiente e adequado?
24. A execução da sua tarefa exige-lhe que trabalhe
com rapidez?
25. Com que frequência tem que acelerar o ritmo de
trabalho?
26. Em geral, a quantidade de trabalho que tem é
excessiva?
27. Tem de atender a várias tarefas ao mesmo tempo?
28. O trabalho que realiza é difícil e complicado?
29. No seu trabalho tem de realizar tarefas muito
difíceis que necessite de pedir conselhos ou ajuda
a alguém?
30. No seu trabalho tem que interromper a tarefa que
está a fazer para realizar outra não prevista?
31. Caso existam interrupções, estas alteram
seriamente a execução do seu trabalho?
32. A quantidade de trabalho que tem costuma ser
irregular e imprevisível?

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca

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33. Em que medida o seu trabalho exige:
a. Aprender coisas novas ou métodos novos.
b. Adaptação a novas situações.
c. Tomar iniciativa.

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d. Ter boa memória.
e. Ser criativo.
f. Tratar diretamente com pessoas que não estão
empregadas na organização (fornecedores,
colaboradores, etc.).

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca;


5- Não tenho ou não trato

34. No seu trabalho, com que frequência 1 2 3 4 5


tem que ocultar as suas emoções e
sentimentos face
a. Suas/seus chefes.
b. Suas/seus subordinadas/os.
c. Suas/seus companheiras/os.
d. Às pessoas que não trabalham na
empresa (fornecedores, colaboradores,
etc.).

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca

1 2 3 4

35. No seu trabalho está exposto a situações que o


podem afetar emocionalmente?
36. No seu trabalho, com que frequência se espera que
dê uma resposta aos problemas emocionais e
pessoais dos colegas (ou colaboradores, etc.)?
37. O trabalho que realiza é rotineiro (repetitivo)?

38. Em geral, considera que as tarefas que realiza têm sentido? (escolher apenas uma
opção)
a. Muito.
b. Bastante.
c. Pouco.
d. Nada.

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39. Como contribui o seu trabalho para o todo da organização? (escolher apenas uma
opção)
a. Não é muito importante.
b. É importante.
c. É muito importante.
d. Não sei.

Escala de avaliação:

1- Sempre ou quase sempre; 2- Com frequência; 3- Às vezes; 4- Nunca ou quase nunca;


5- Não tenho ou não trato

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40. Em geral, o seu trabalho é
reconhecido ou apreciado por:
a. Suas/seus chefes.
b. Suas/seus companheiras/os.
c. As pessoas que não trabalham na
empresa (clientes, colaboradores, etc.).
d. A sua família e amigas/os.

41. A empresa facilita-lhe o desenvolvimento profissional (promoções, plano de carreira,


etc.)? (escolher apenas uma opção)
a. Adequadamente.
b. Regularmente.
c. Insuficientemente.
d. Não existe possibilidade de desenvolvimento.

Escala de avaliação:

1- Muito adequada; 2- Suficiente; 3- Insuficiente em alguns casos; 4- Totalmente


insuficiente

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42. Como define a formação que é proporcionada pela


organização.
43. Em geral, qual a correspondência entre o esforço
que faz no seu trabalho e as recompensas que
recebe.

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44. Considerando os deveres e responsabilidades do seu trabalho, está satisfeito com o
salário que recebe? (escolher apenas uma opção)
a. Muito satisfeito.
b. Satisfeito.
c. Insatisfeito.
d. Muito insatisfeito.

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Anexo II – Folheto Informativo

EMPRESA?

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