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ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ

ANA LUIZA RIBEIRO BARBOSA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS

ITAJUBÁ - MG
2013
ANA LUIZA RIBEIRO BARBOSA

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS

Trabalho de pesquisa do Programa de


Bolsa de Iniciação Científica (PROBIC)
desenvolvido com apoio da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (FAPEMIG).

Orientador: Prof. Dr. José Vitor da Silva


Coorientador: Daniel Rodrigues Machado

ITAJUBÁ – MG
2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)
Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB 6/2777

© reprodução autorizada pela autora

B238a Barbosa, Ana Luiza Ribeiro.


Avaliação da qualidade de vida de pessoas idosas /
Ana Luiza Ribeiro Barbosa. - 2013.
90 f.

Orientador: Profº. Dr. José Vitor da Silva.


Trabalho de Pesquisa (Programa de Bolsa de Inicia-
ção Científica - PROBIC/FAPEMIG)-Escola de Enferma-
gem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, 2013.

1. Pessoa idosa. 2. Avaliação. 3. Qualidade de vida.


I. Título.

NLM: ZWT 100


DEDICATÓRIA

Dedico a Deus principalmente, por ter me guiado e me dado sabedoria


durante a realização desta pesquisa. Também dedico aos meus pais Thoribio e
Ivone pelo amor incondicional que têm a minha pessoa, pelo esforço que fazem para
me proporcionar um futuro melhor, por me guiarem para o caminho correto, por me
ensinarem a honestidade, a humildade e o respeito e por nunca me abandonarem
mesmos nos momentos de sofrimento e angústias. A eles devo a pessoa que me
tornei e tenho muito orgulho de chamá-los de pai e mãe.

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço a Deus, por ter me dado à vida, saúde e


condições para enfrentar e superar todos os obstáculos encontrados em meu
caminho.
Ao professor José Vitor da Silva, pela orientação valiosa, disponibilidade,
compreensão, apoio e parceria na construção deste estudo.
Às pessoas idosas que participaram deste estudo e confiaram nas minhas
palavras e na confiabilidade deste estudo.
Aos colegas da EEWB que me indicaram pessoas idosas para a realização da
coleta dos dados deste estudo, em especial as minhas amigas Letícia Lino e Sabina
Goulart que muito me auxiliaram.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais pelo apoio
financeiro deferido.
RESUMO

O estudo teve como objetivos identificar as características pessoais, familiares,


sociais, econômicas e de saúde das pessoas idosas residentes em Itajubá, MG e
avaliar a qualidade de vida destas pessoas idosas. A amostra foi de 130 idosos com
60 anos ou mais, tanto do gênero masculino quanto do feminino, residentes nas
comunidades urbana e rural da cidade de Itajubá, MG. A abordagem foi quantitativa,
do tipo descritivo, de campo e transversal. O tipo de amostragem foi não
probabilístico do tipo conveniência. Utilizaram-se os seguintes instrumentos: 1)
Questionário de avaliação mental; 2) Caracterização biossocial, familiar, econômica
e de saúde; 3) Questionário Whoqol-Old; 4) Questionário Whoqol-Bref. Observou-se
que 56,92% dos participantes eram do sexo feminino, 79,23% professavam a
religião Católica, 47,69% eram casados, 80% tinham filhos, a média de idade foi de
76,43 anos. A média de filhos foi de 3,75 filhos. 34,62% dos idosos disseram que a
sua saúde está “ótima”. 36,15% informaram que tem outras doenças, mas a
hipertenção arterial foi a mais prevalente com 19,23%, 70,77% fazem uso de
medicação contínua e 48,46% elegeram o filho como o possível cuidador.
Considerando o questionário whoqol old, observou-se que o domínio mais
comprometido foi Funcionamento do Sensorial com média = 12,02 (Desvio
Padrão=3,64). O fator que mais qualifica a Qualidade de Vida foi a Intimidade, tendo
média = 16,26 (Desvio Padrão = 2,65). No questionário do Whoqol-bref o domínio
que mais comprometeu a Qualidade de Vida foi o “Físico” com média = 27,08
(Desvio Padrão= 3,78) e o que menos comprometeu foi “Relações Sociais” com
média= 11, 43 (Desvio Padrão= 2,27). Conclui-se que no geral a Qualidade de Vida
foi avaliada pelas pessoas idosas como “Bom” e “Muito Bom”.

Palavras-chave: Pessoa idosa. Avaliação. Qualidade de Vida.


ABSTRACT

The purpose of this study was identify the personal, familiar, social, economic and
the health characteristics of elderly people living in Itajubá MG and to evaluate their
quality of life. The sample was 130 elderly with 60 years old or more, both the
masculine and feminine gender, residents in urban and rural communities of Itajubá
city MG. The approach was quantitative, descriptive, field and transversal. The
sample wasn´t probabilistic convenience type. The following instruments used were:
1) mental evaluation questioners 2) Characterization of the Biosocial, familiar
economic and health factors 3) Whoqol-Old questionnaire 4) Whoqol-bref
questionnaire. 56,92% of the participants were women, 79,23% professed Catholic
religion, 47,69% were married, 80% had children, the average age were 76,43 years
old. The average of children were 3,75, about 34,62% reported that their health are
“Great”. 36,15% reported other disease, but arterial hypertension was the disease
more reported with 19,23%, 70,77% make continuous use of drugs and 48,46%
elected their son or daughter as possible caregiver. Taking into Whoqol-Old
questionnaire account was observed that sensorial function was the most
undermined dominion as average = 12,02 (DS=3,64). The intimacy was the factor
that most qualifies the Life Quality having 16,26 as average (DS= 2,65).In Whoqol-
bref questionnaire the “bodily” was the most undermined dominion as average =
27,08 (SD= 3,78) and “social relationship” was the least undermined having = 11, 43
as average ( DS= 2,27). It concludes that in general Life quality was evaluated by
elderly people like “Good” or “Very Good”

Keywords: Elderly people. Evaluation. Life qualiy.


LISTA DE FIGURAS

Figura – 1 Modelo de Qualidade de Vida na Velhice.............................................23


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classificação conceitual dos domínios WHOQOL


OLD............................................................................................................................38

Quadro 2 - Classificação conceitual “total” dos domínios WHOQOL


OLD............................................................................................................................38

Quadro 3 - Classificação conceitual do domínio “Físico” do WHOQOL-


BREF..........................................................................................................................39

Quadro 4 - Classificação conceitual do domínio “Psicológico” do WHOQOL-


BREF..........................................................................................................................39

Quadro 5 - Classificação conceitual do domínio “Relações Sociais” do


WHOQOLBREF.........................................................................................................39

Quadro 6 - Classificação conceitual do domínio ”Meio Ambiente” do WHOQOL


BREF..........................................................................................................................39

Quadro 7 - Classificação conceitual “total” dos domínios do WHOQOL-


BREF..........................................................................................................................40
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características pessoais das pessoas idosas residentes em Itajubá-


MG 2012. (n=130)......................................................................................................42

Tabela 2 - Características familiares das pessoas idosas residentes em


Itajubá- MG 2012. (n=130)........................................................................................43

Tabela 3 - Média de tendência central relacionados às características pessoais


e familiares de pessoas idosas residentes em Itajubá- MG 2012.
(n=130).......................................................................................................................44

Tabela 4 - Características econômicas das pessoas idosas residentes em


Itajubá- MG 2012. ( n=130).......................................................................................45

Tabela 5 - Características do estado de saúde das pessoas idosas residentes


em Itajubá- MG 2012. ( n=130).................................................................................46

Tabela 6 - Informações sobre doenças crônicas, tratamento e indicação de


cuidador das pessoas idosas residentes em Itajubá- MG 2012.
(n=130).......................................................................................................................47

Tabela 7 - Características da saúde física das pessoas idosas residentes em


Itajubá- MG 2012. (n=130)........................................................................................48

Tabela 8 - Dados referentes aos domínios do WHOQUOL OLD, aplicado em


idosos de Itajubá-MG 2012. (n=130).......................................................................49

Tabela 9 - Dados referentes aos 4 domínios do WHOQUOL BREF (1- Físico; 2-


Psicológico; 3- relações sociais; 4- Meio ambiente.) aplicados em pessoas
idosas residentes em Itajubá-MG 2012.
(n=130).......................................................................................................................49
Tabela 10 - Total de escore do WHOQUOL OLD e do WHOQUOL BREF,
aplicados em pessoas idosas residentes em Itajubá-MG 2012.
(n=130).......................................................................................................................50
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ESF-Estratégia Saúde da Família


Ex - Exemplo
MG - Minas Gerais
QV - Qualidade de Vida
UBS – Unidade Básica de Saúde
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 15
1.1 JUSTIFICATIVA......................................................................................... 16
1.2 OBJETIVOS............................................................................................... 19

2 MARCO CONCEITUAL............................................................................. 20
2.1 QUALIDADE DE VIDA............................................................................... 20
2.1.1 Qualidade de Vida na Velhice................................................................. 22
2.1.2 Instrumentos de Qualidade de Vida....................................................... 27
2.1.3 Avaliação da Qualidade de Vida na População Idosa.......................... 28

3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA............................................................. 32
3.1 CENÁRIO DO ESTUDO............................................................................ 32
3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO................................................................ 33
3.3 PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM E CRITÉRIOS DE
ELEGIBILIDADE........................................................................................ 34
3.4 COLETA DE DADOS................................................................................. 35
3.4.1 Procedimentos de Coleta de Dados....................................................... 35
3.4.2 Instrumentos de Coleta de Dados.......................................................... 35
3.4.3 Instrumentos de Coleta de Dados.......................................................... 36
3.5 PRÉ-TESTE............................................................................................... 40
3.6 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISES DOS DADOS........................................... 41
3.7 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS................................................... 41
3.8 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA........................................................ 41

4 RESULTADOS.......................................................................................... 42
4.1 CARACTERÍSTICAS BIOSSOCIAIS, FAMILIAR, ECONÔMICA E DE
SAÚDE DOS INTEGRANTES DO ESTUDO............................................. 42
4.2 RESULTADOS REFERENTES QUALIDADE DE VIDA DOS
PARTICIPANTES DO ESTUDO................................................................ 48
5 DISCUSSÃO.............................................................................................. 51
6 CONCLUSÕES.......................................................................................... 58

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 59

REFERÊNCIAS......................................................................................... 60

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido............. 63

ANEXO A - Questionário de Avaliação Mental...................................... 65

ANEXO B - Caracterização biossociais, familiares, de saúde............. 66

ANEXO C – Instrumento Whoqol-Old..................................................... 74

ANEXO D - Utilização do Whoqol- Old................................................... 79

ANEXO E – Instrumento Whoqol Bref-Abreviado................................. 84

ANEXOF - Parecer Consubstanciado N° 797/2011................................ 89


15

1 INTRODUÇÃO

Devido um aumento da expectativa de vida, ouve uma elevação significativa


entre as pessoas idosas na sociedade. A velhice dada como um fenômeno natural, é
hoje um fenômeno social, cultural, econômico, denominado envelhecimento
populacional. Na velhice, ter uma vida saudável significa manter ou restaurar a
autonomia e a independência, portanto qualificar a autonomia e a independência é
uma forma de avaliar a sua saúde e a qualidade de vida.
A qualidade de vida refere-se à satisfação da pessoa em relação a sua vida,
levando em consideração diversos fatores, sendo os mais comuns à saúde, família,
trabalho, religião, espiritualidade, lazer, assim como o meio ambiente onde vive e os
aspectos sociais e financeiros.
O propósito deste trabalho foi avaliar a qualidade de vida de pessoas idosas,
vivendo em seus domicílios, na cidade de Itajubá, MG.
Com os resultados desta pesquisa, poderão ser estabelecidos intervenções e
programas de saúde, que possam proporcionar a melhoria da qualidade de vida
frente aos infortúnios da vida das pessoas idosas.
O interesse pela temática surgiu a partir de um convite feito pelo meu orientador
para realizar com ele um trabalho de iniciação científica.
O convite realizado despertou-me para estudar e entender melhor as questões
que envolvem o viver da pessoa idosa. Associado a isso, comecei a trabalhar como
cuidadora de pessoa idosa e tive a oportunidade de entrar em contato com a sua
realidade de vida e conhecer mais de perto e de forma concreta como é o seu viver
no dia a dia. Esses dois acontecimentos foram marcantes, estimulantes e posso
dizer até mesmo motivadores, para me dedicar totalmente ao entendimento do
processo do envelhecimento, que requer não só conhecimento, mas também
envolvimento e sensibilidade.
A coleta de dados para a pesquisa de iniciação científica foi para mim um
momento muito valioso, pois tive a oportunidade de estabelecer vínculos com muitos
idosos, que têm muita necessidade de conversar, receber e dar atenção. Descobrir
que posso ser útil a cada um deles, de diversas maneiras me despertou muito o
interesse de aprofundar e realizar estudos que abranjam esse público. Sinto que
esses conhecimentos e essa vivência serão muito importantes na minha vida
16

profissional, porque estou tendo a oportunidade de entender e cuidar melhor da


pessoa idosa.

1.1 JUSTIFICATIVA

A velhice acarreta uma série de transformações biopsíquicas no ser humano. À


medida que a saúde, o estilo de vida e as perspectivas dos indivíduos se modificam
e requerem maior atenção com o transcorrer dos anos. (PASCHOAL, 2006). É
também uma etapa da vida que se caracteriza, pela ocorrência de sentimentos
positivos e negativos. Há momentos em que o envelhecimento se evidencia por
“sensação do dever cumprido”, “realização”, “momento de desfrutar a vida” e
também por perdas relacionadas com a família, saúde, cônjuge, trabalho, posição
social e outra mais, assim como por frustrações, insatisfação, falta de
reconhecimento social e medo da morte. (PASCHOAL, 2006).
A dualidade destas conotações, evidenciadas anteriormente, tem suas origens
no processo de viver de cada pessoa. O contexto familiar, social, cultural, religioso,
político, e de saúde são os principais responsáveis tanto pelos sentimentos positivos
quanto pelos negativos na velhice. A maneira como a pessoa vivenciou, enfrentou e
superou, ou não, suas adversidades ao longo da vida, terá repercussão no seu
envelhecimento. Portanto a velhice é um fenômeno de caráter estrutural,
multidimensional ou multifatorial. (PASCHOAL, 2006).
O fenômeno qualidade de vida tem também múltiplas dimensões, como por
exemplo, a física, a psicológica e a social, comportando cada uma, vários aspectos.
Entre eles, a saúde percebida e a capacidade funcional são variáveis importantes
que devem ser avaliadas, assim como o bem-estar subjetivo, caracterizadas pela
satisfação pessoal. (PASCHOAL, 2006).
A longevidade tem implicações importantes para a qualidade de vida,
podendo trazer problemas, com consequências sérias nas diferentes dimensões da
vida humana, física, psíquica e social. As pessoas idosas se defrontam com novas
necessidades que exigem adaptação e espaço na sociedade contemporânea, para
que se viva mais e com qualidade de vida. Essa busca pela qualidade de vida tem
recebido crescente interesse da sociedade e em especial dos trabalhadores da área
da saúde, em face da responsabilidade desses em promover a saúde, para que a
população alcance maior longevidade com qualidade de vida. (PASCHOAL, 2006).
17

Este mesmo autor menciona que estudar a qualidade de vida entre pessoas
idosas se justifica, considerando que o envelhecimento é um fenômeno paradoxal.
De um dado, pode ser considerado o resultado do desenvolvimento das sociedades,
prova cabal das vitórias do ser humano sobre os percalços e adversidades da
natureza. Por outro lado, o envelhecimento populacional é visto como um problema
pela maioria dos governantes, políticos, planejadores e, até mesmo, pelas pessoas
em geral. O motivo desse paradoxo é que ele pode ter uma contrapartida de
fracasso, pois os anos ganhos a mais na sobrevida podem significar anos de
sofrimento e infelicidade, um tempo de perdas, incapacidades e dependência.
(PASCHOAL, 2006).
Especificamente para a sociedade, há demandas difíceis a serem resolvidas
como a aposentadoria, atenção à saúde, socialização e participação social, dentre
outros. Assim, o envelhecimento e a possibilidade de sobrevida aumentada
trouxeram a necessidade de se avaliar a qualidade dessa sobrevida (NÉRI, 2011).
O desafio que se propõe às pessoas e à sociedade é conseguir sobrevida
cada vez maior, com qualidade de vida cada vez melhor, para que os anos vividos
em idade avançada sejam plenos de significados e dignidade. Por outro lado, o seu
oposto resulta em uma velhice patológica, dependente de história de
desenvolvimento e de envelhecimento, que é marcada por influências genético-
biológicas, psicológicas e socioculturais, algumas das quais podem ser controladas
pelas tecnologias. (NÉRI, 2011).
A transição demográfica da população mundial têm gerado demandas aos
serviços previdenciários, de saúde e de assistência social. (NÉRI, 2011).
A longevidade, cada vez maior no ser humano, acarreta uma situação
ambígua, vivenciada por muitas pessoas, sendo idosas ou não o desejo de viver
cada vez mais e, ao mesmo tempo, o temor de viver com incapacidade e
dependência é frequente entre as pessoas.
O aumento da idade aumenta a chance de ocorrência de doenças e de
prejuízos à funcionalidade física, psíquica e social. Mais anos vividos podem ser
anos de sofrimento para as pessoas e suas famílias, anos marcados por doenças,
com sequelas, declínio funcional, aumento da dependência, isolamento social e
depressão. No entanto, se as pessoas envelhecerem com autonomia e
independência, com boa saúde física, desempenhando papéis sociais,
18

permanecendo ativas e desfrutando de senso de significado pessoal, a qualidade de


vida poderá ser muito boa. (PASCHOAL, 2006).
Em nosso país, os idosos apesar de serem pessoas com possibilidades
menores de uma vida digna, dada não apenas à imagem social da velhice, vista
como época de perdas, incapacidade, decrepitude, impotência, dependência, mas
também pela situação objetiva de aposentadoria insuficiente, analfabetismo,
oportunidades que lhes foram negadas, desqualificação tecnológica e exclusão
social. Mesmo em situações tão adversas, encontram-se pessoas idosas que se
sentem felizes e se dizem contentes com suas vidas. (PASCHOAL, 2006).
Segundo Pinto et.al., (2009), a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima
que, entre 1950 e 2025, o número de idosos no Brasil deverá aumentar 15 vezes, o
Brasil será o sexto país em contingente de idosos, em 2025, com cerca de 32
milhões de pessoas com 60 anos ou mais. A Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios, de 2001, refere que um e meio milhão de idosos encontram-se
fragilizados no país. Entende-se por idosos fragilizados aqueles com mais de 75
anos ou os com mais de 65 anos portadores de algum tipo de comprometimento
funcional.
Tradicionalmente, o atendimento em saúde era focalizado no diagnóstico e
tratamento, sendo o resultado medido por meio de dois indicadores objetivos:
morbidade e mortalidade.
Nas últimas décadas ocorreu uma mudança de enfoque e o resultado das
condutas dos profissionais tem sido avaliado, também, por meio de variáveis
subjetivas, que incorporam as percepções das pessoas em relação ao seu bem-
estar e a sua qualidade de vida. As ciências da saúde abrangem, hoje, conceitos
que há tempos vinham sendo discutidos por diversos profissionais.
Foram acrescentadas às medidas clínicas e objetivas, outras, de caráter
subjetivo, em que a pessoa é chamada a opinar sobre a qualidade global de sua
vida, ou sobre aspectos particulares, tais como saúde, sexualidade, memória,
capacidade funcional e outros. O fato de se encontrar satisfeitos com esses
aspectos poderá significar melhor qualidade de vida. (NÉRI, 2011).
Diante do que foi exposto: Como está à qualidade de vida das pessoas idosas
residentes em Itajubá, MG?
19

1.2 OBJETIVOS

Os objetivos deste estudo foram:

- Identificar as características pessoais, familiares, sociais, econômicas e de saúde


das pessoas idosas residentes em Itajubá, MG.
- Avaliar a qualidade de vida de pessoas idosas residentes em Itajubá, MG.
20

2 MARCO CONCEITUAL

O marco conceitual neste trabalho vem abordar sobre a qualidade de


vida, qualidade de vida na velhice, instrumentos utilizados para avaliar a qualidade
de vida, qualidade de vida na população idosa.

2.1. QUALIDADE DE VIDA

Segundo Freitas, et.al. (2011), qualidade de vida (QV) é uma expressão


comumente utilizada, mas possui multiplicidade de conceitos, pois está submetida a
múltiplos pontos de vista que tem variado de época para época, de país para país,
de cultura para cultura, de classe social para classe social e até mesmo de individuo
para individuo, mas que também varia de individuo para um mesmo individuo,
conforme o decorrer do tempo e como função de estados emocionais e da
ocorrência de eventos cotidianos, socio-históricos e ecológicos.
Para Gordia et.al. (2011), o conceito de QV é vago, multidimensional e
amorfo, se reveste de grande complexidade, dada a subjetividade que representa
para cada pessoa ou grupo social, podendo representar felicidade, harmonia, saúde,
prosperidade, ganho de salário digno, ter amor e família, poder conciliar lazer e
trabalho, ter liberdade de expressão, ter segurança. Estes mesmos autores afirmam
que o termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências
e valores de indivíduos e coletividades. Pode-se dizer também que a QV de uma
população depende de suas condições de existência, do seu acesso a certos bens e
serviços econômicos e sociais como, emprego e renda, educação básica,
alimentação adequada, acesso a bons serviços de saúde, saneamento básico,
habitação, transporte de boa qualidade, mortalidade infantil, taxa de evasão escolar,
nível de escolaridade, taxa de violência (suicídios, homicídios, acidentes), nível de
poluição, dentre outros.
Embora todos esses indicadores fossem importantes para avaliar e comparar
a QV entre países, regiões e cidades, esses indicadores não eram suficientes para
medir a qualidade de vida de indivíduos. Parecia necessário avaliar a qualidade de
vida percebida pelas pessoas e o quanto estavam satisfeitas ou insatisfeitas com a
qualidade de suas vidas, sendo assim a opinião individual passou a ser valorizada.
Denominou-se esse novo conceito de qualidade de vida subjetiva, em contraposição
21

ás condições objetivas, que qualificariam a vida das pessoas. (FREITAS, et.al.,


2011)
A expressão QV possui raízes em duas culturas: oriental e ocidental. Nota-se
sua presença na antiga filosofia chinesa referente à sua arte, literatura, filosofia e
medicina tradicional, bem como, nas forças positivas e negativas representadas
pelas definições de Yin e Yang, as quais, em equilíbrio, representam boa QV. Na
perspectiva ocidental, observa-se a QV inicialmente relacionada com a visão
aristotélica, a qual descrevia a felicidade como certo tipo de atividade íntegra da
alma, algo como se sentir completo e realizado, ou seja, com boa QV. Há indícios
de que o termo QV surgiu pela primeira vez na literatura médica por volta de 1930.
(GORDIA et.al., 2011). No entanto, por alguns anos o termo foi esquecido e
reapareceu em 1960, quando Elkington escreveu um editorial intitulado “Medicina e
Qualidade de Vida” (FREITAS et.al., 2011), e ainda foi reforçado quando o
presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, em 1964, declarou que o bem-
estar da população não poderia ser medido através do balanço dos bancos
financeiros e sim através da QV que era proporcionada às pessoas. (GORDIA et.al.,
2011).
No contexto da atenção à saúde, a partir dos anos de 1970, o uso aumentado
do termo na pesquisa social foi seguido por um incremento de seu uso em ensaios
clínico, particularmente nas áreas de oncologia, reumatologia e psiquiatria,
chegando-se a conclusão que uma vida longa não era necessariamente uma boa
vida, e pesquisadores enfatizam que o interesse médico pela QV era devido ao
sucesso em se prolongar a vida e pela compreensão equivocada de que os
pacientes querem viver e não meramente sobreviver. (FREITAS et.al., 2011).
No Brasil este termo passou a ter importância significativa na ultima década
do século 20, mais precisamente no ano de 1992. (FREITAS et.al., 2011).
Contudo, foi no final do século XX, mais especificamente na década de 90,
que a QV passou a integrar de forma mais intensa os discursos informais entre as
pessoas e a mídia em geral. Observou-se um grande avanço na quantidade e
qualidade de investigações científicas que visavam um maior entendimento sobre a
QV e sua relação com questões sociais, culturais e biológicas. Na década de 1990 a
Organização Mundial da Saúde reuniu especialistas sobre saúde e QV de diversas
regiões do mundo para formar um grupo de estudos com a finalidade de aumentar o
22

conhecimento científico da área e de desenvolver instrumentos de avaliação dentro


de uma perspectiva transcultural. (GORDIA et.al., 2011)
A Organização Mundial de Saúde define QV como "a percepção do indivíduo
sobre sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele
vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.
(MOREIRA et.al., 2011)

2.1.1 Qualidade de Vida na Velhice

A Qualidade de vida na velhice é um fenômeno que chama a atenção


atualmente, dos demógrafos, geriatras e gerontólogos sociais. No domínio da
pesquisa, cada vez mais cresce o interesse pela caracterização das variáveis que
determinam uma boa QV na velhice nos domínios físico, psicológico e social, bem
como pela identificação das noções vigentes sobre qual o significado desse conceito
entre a população idosa. Nota-se também o interesse dos diversos autores em
relação à construção de instrumentos de medida de QV. No âmbito da intervenção,
aumenta a consciência de que é importante identificar e promover condições que
permitam a ocorrência de uma velhice longa e saudável, com uma relação custo-
benefício favorável para indivíduos e instituições sociais, num contexto de igualdade
de distribuição de bens e oportunidades sociais (NÉRI, 2001).
Em qualquer momento do ciclo de vida e em qualquer sociedade, QV é um
fenômeno de várias faces e, assim, é mais bem descrito por intermédio de um
construto multidimensional. A avaliação das características dos seus vários domínios
tem como referência critérios biológicos, psicológicos, espirituais e sociais aplicados
às relações atuais, passadas e prospectivas de indivíduos, grupos humanos e
sociedade com o ambiente físico e social. Nessa avaliação, são também levados em
conta valores individuais e sociais a respeito do que é normal e do que é tido como
desejável, agradável ou ideal quanto ao bem-estar subjetivo e objetivo (NÉRI, 2001).
Esta mesma autora comenta também que há três elementos centrais nessa
visão de multidimensionalidade de QV apresentada. O primeiro é que a QV na
velhice depende de muitos elementos em interação, tais como os biológicos,
psicológicos, sociais e espirituais. O segundo é que a QV na velhice é produto de
uma história interacional, ou seja, vai-se delineando a medida que indivíduos e
sociedades se desenvolvem. O terceiro elemento a ser destacado é que a avaliação
23

da QV envolve comparação com critérios objetivos e subjetivos, associados a


normas e a valores sociais e individuais, igualmente sujeitos a alterações no
decorrer do tempo.
Ela menciona ainda que as condições objetivas podem ser verificadas por
observadores externos, mediante parâmetros conhecidos e replicáveis. Podem ser
citados como exemplos: as competências comportamentais do indivíduo; as
condições físicas do ambiente; a disponibilidade de serviços de saúde, lazer e
educação; o nível de renda; as características da rede de relações informais; os
índices de urbanização e de alfabetização da sociedade; os padrões sociais de
morbidade e mortalidade para as várias faixas de idade; e as condições de trabalho.
Com relação às condições subjetivas, Néri (2001) diz que, são verificadas de
modo indireto com base em relatos dos indivíduos e nas opiniões que vigoram no
grupo sobre as condições objetivas de que se dispõe sobre o grau que lhes parece
satisfatório e sobre seus efeitos no bem-estar individual e coletivo. Esta
multiplicidade de critérios reflete no grande número de disciplinas que concorrem
para a definição do construto.
Lawton (1991), construiu um modelo de qualidade de vida na velhice, de
natureza multidimensional, amplamente conhecido na literatura gerontológica
internacional, em que a multiplicidade de aspectos e as influências inerentes ao
fenômeno são representadas em quatro dimensões inter-relacionadas. O referido
modelo encontra-se na Figura 1.

Figura 1 - Modelo de Qualidade de Vida na Velhice

Fonte: Transcrito de Neri (2001).


24

O modelo de Lawton (1991), está assim estruturado:


1 - Competência comportamental: traduz o desempenho das pessoas frente às
diferentes situações de sua vida e, portanto, depende do potencial de cada um, de
suas experiências e condições de vida, dos valores agregados durante o curso da
vida e do desenvolvimento pessoal, que, por sua vez, é influenciado pelo contexto
histórico-cultural.
Representa a avaliação socionormativa do funcionamento do indivíduo no
tocante à saúde, funcionalidade física, cognição, comportamento social e utilização
do tempo. É referenciada a normas e parâmetros clínicos, bioquímicos e
comportamentais e comporta vários graus de objetividade na observação. As
medidas de capacidade funcional são as mais utilizadas.
2 - Condições ambientais: dizem respeito ao contexto físico, ecológico e ao
construído pelo homem, que influi e dá as bases para a competência adaptativa
(emocional, cognitiva e comportamental).
A QV na velhice tem relação direta com a existência de condições ambientais
que permitam aos idosos desempenhar comportamentos biológicos e psicológicos
adaptativos. Guardam relação direta com o bem-estar percebido. Para que as
pessoas se sintam adaptadas ao ambiente, é necessário que este seja compatível
com as capacidades físicas e com as competências comportamentais delas, ou seja,
o ambiente construído deve oferecer aos idosos adequadas condições de acesso,
manejo, conforto, segurança, variabilidade, interesse e estética. Isto inclui a
disponibilidade de instrumentos, equipamentos e adaptações construtivas nas
cidades, organizações e nas residências entre outras.
Quando os idosos gozam de independência e autonomia, eles próprios
podem providenciar arranjos para que o seu ambiente se torne mais seguro, variado
e interessante, como por exemplo, mudança da disposição dos móveis e melhora da
iluminação. Se eles já não dispõem de possibilidades de manejo do próprio
ambiente físico, é necessário que os membros das famílias ou das instituições por
eles frequentadas cuidem desses aspectos.
A adoção de providências que visem facilitar e promover a interação física,
social e psicológica do idoso com o ambiente pode melhorar a sua QV real e
percebida. Essas providências proporcionam a ele e ao seu contexto, segundo Néri
(2001), as seguintes possibilidades:
x Compensação de disfuncionalidades sensoriais e psicomotoras.
25

x Prevenção da ocorrência de incapacidade gerada por acidentes, insegurança e


medo.
x Prevenção de depressão proveniente ou acentuada por desestruturação
ambiental e por despersonalização por parte de outros.
x Fornecimento de estímulo e desafios que promovam o funcionamento físico e
Psicossocial.
x Promoção da autonomia e independência, ou seja, o ambiente deve oferecer
condições adequadas à vida das pessoas.
3 - Qualidade de vida percebida: reflete a avaliação da própria vida, influenciada
pelos valores que o idoso foi agregando e pelas expectativas pessoais e sociais.
Refere-se à avaliação subjetiva que cada pessoa faz do seu funcionamento
em qualquer domínio das competências comportamentais. É o conteúdo primário da
QV percebida, ou seja, essa dimensão compreende uma estrutura interna que corre
em paralelo com a competência comportamental. Porém, se esta é avaliada por
critérios objetivos, a QV percebida é, por definição, um elemento subjetivo. As
medidas mais comumente contempladas pela pesquisa dessa dimensão são: saúde
percebida, doenças relatadas, consumo de medicamentos, dor e desconforto,
alterações percebidas na cognição e auto-eficácia nos domínios físico e cognitivo.
Igualmente, a pessoa avalia as condições de seu ambiente físico e social, assim
como a eficácia de suas ações nesse ambiente.
4 - Bem-estar subjetivo: significa a satisfação com a própria vida, satisfação global
e específica em relação a certos aspectos da vida; reflete as relações entre
condições objetivas (ambientais), competência adaptativa e percepção da própria
QV. É mediada pelos antecedentes pessoais (históricos, genéticos e sócio-
econômico-cultural), pela estrutura de traços e personalidade e pelos seus
mecanismos de autorregulação (senso de significado pessoal, sentido de vida,
religiosidade/transcendência, senso de controle, senso de eficácia pessoal e de
adaptabilidade).
A constatação de que os indicadores objetivos não representam
completamente a experiência de QV dos indivíduos e populações levou os
estudiosos a investirem em indicadores subjetivos. Os autores reconhecem que,
para conhecer a experiência de QV, é necessário ir diretamente ao indivíduo, para
ouvir dele como a vida lhe parece. Isso obriga o pesquisador a adentrar o domínio
das percepções, das expectativas, dos sentimentos e dos valores.
26

Esse domínio, de acordo com Néri (2001), reflete a avaliação pessoal sobre o
conjunto e a dinâmica das relações entre as três áreas precedentes (competência
comportamental, condições ambientais e qualidade de vida percebida). Isso significa
que o senso de bem-estar subjetivo não resulta do simples cômputo das
competências, possibilidades e satisfações. Há três aspectos centrais na avaliação
do bem-estar subjetivo:
1- Pertence ao âmbito de experiência privada.
2- As medidas de bem-estar subjetivo incluem tanto avaliação global quanto
avaliações particulares, referenciadas a domínios, tais como saúde física e cognitiva,
sexualidade, relações sociais e familiares, assim como espiritualidade.
3- O bem-estar subjetivo inclui medidas cognitivas e emocionais. Dentre as
primeiras, as mais conhecidas são a satisfação global com a vida e a satisfação
referenciada a domínios selecionados. Entre as segundas, as mais comuns são as
medidas emocionais ou afetivas, referenciadas a valores positivos e negativos.
As avaliações dessa natureza dependem do “self”, cuja continuidade permite
analisar as experiências pessoais de uma perspectiva temporal e comparativa. A
sua continuidade é mantida na velhice, mesmo na presença de dependência. Um
aspecto essencial do bem-estar subjetivo é a capacidade de acomodação às perdas
e de assimilação de informações positivas sobre o “self”. O senso de alta eficácia e o
senso de “agência” podem sofrer alterações quando a fragilidade aumenta e a
dependência se faz presente, mas os idosos preservam a capacidade de
desenvolver estratégias compensatórias de natureza emocional, que lhes permite
manter o equilíbrio.
Finalmente, Néri (2001) enfatiza que:

As evidências disponíveis sobre a heterogeneidade das experiências de velhice


sugerem que seja abandonada a noção de que a qualidade de vida é um fenômeno
unidimensional. Assim, o uso exclusivo de critérios sociodemográficos, políticos,
médicos, epidemiológicos, ecológicos, ou subjetivos deve ser visto como insuficiente
e reducionista para definir o que é qualidade de vida na velhice.

O foco na abrangência e na profundidade da vida toda, na dinâmica das


interações que os indivíduos estabelecem com o ambiente, na historicidade deles e
de grupos sociais, assim como na variabilidade das experiências de velhice e
envelhecimento, conduz à preferência pelas noções de multidimensionalidade e de
multivariação do conceito de QV na velhice. Ambos os termos, ou seja,
27

multidimensionalidade e multivariação podem ser analisados sob o ponto de vista


metodológico e estatístico que as disciplinas que estudam a velhice têm à sua
disposição. (NÉRI, 2001).

2.1.2 Instrumentos de Qualidade de Vida

Segundo Pereira, Teixeira e Santos (2012), inúmeras são as formas de


avaliação da qualidade de vida, mas estudiosos defendem que muitos instrumentos
poderiam ser substituídos pela simples avaliação de cada um sobre seu estado na
vida, sendo que muitos instrumentos são utilizados devido à falta de conceitos sobre
o tema. É de suma importância a perspectiva da população a ser avaliada e não
apenas a visão de um observador. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é
uma das formas mais tradicionais de se avaliar qualidade de vida em grandes
populações. Este tem por objetivo ser um indicador sintético de qualidade de vida e
está alicerçado na noção de capacidades, ou seja, numa leitura ampliada do
conceito de desenvolvimento humano no qual, por exemplo, saúde e educação são
dimensões importantes para a expansão das capacidades dos indivíduos. Assim,
uma análise crítica deste indicador é sempre importante, pois este poderia estar
mais relacionado com o crescimento e menos com o desenvolvimento que seria um
conceito mais amplo considerando mudanças histórias da sociedade.
Os instrumentos para avaliação da qualidade de vida variam de acordo com a
abordagem e objetivos do estudo. Instrumentos específicos como o Medical
Outcomes Study Questionaire 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) utilizado
para avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde e o WHOQOL é utilizado
para avaliação da qualidade de vida geral. (PEREIRA; TEIXEIRA; SANTOS, 2012).
O SF-36 é um instrumento do tipo genérico criado por Ware e Sherbourne,
originalmente na língua inglesa norte-americana. No Brasil, teve sua tradução e
validação cultural. O instrumento é constituído de 36 itens, fornecendo pontuação
em oito dimensões da qualidade de vida: capacidade funcional, limitação por
aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, aspectos
emocionais e saúde mental. A pontuação varia de 0 (pior resultado) a 100 (melhor
resultado). (PEREIRA; TEIXEIRA; SANTOS, 2012).
O WHOQOL foi desenvolvido pelo grupo chamado World Health Organization
Quality of Life e traduzido e validado para o Brasil por um grupo de pesquisadores
28

na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e tem por objetivo avaliar a qualidade
de vida geral das pessoas em diferentes culturas. Foram validadas duas versões do
instrumento. (PEREIRA; TEIXEIRA; SANTOS, 2012).
A versão longa “WHOQOL-100” considera seis domínios para análise: físico,
psicológico, nível de independência, relações sociais, ambiente e aspectos
espirituais/religião/ crenças pessoais. A versão curta “WHOQOL Bref” considera
quatro domínios (físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente) para análise
da qualidade de vida. Amplamente utilizado pelas diversas áreas de conhecimento,
o WHOQOL tem especial destaque na área da saúde considerando a necessidade
de ampliação nas avaliações em saúde de grupos e sociedades. O WHOQOL
apresenta uma vantagem de permitir a comparação de seus resultados entre
diferentes populações por ser validado de forma similar para muitos países e
apresentar uma abordagem multicultural.
Instrumentos como o SF-36 e o WHOQOL apresentam as vantagens de
serem instrumentos que já tiveram sua validade e qualidades psicométricas
atestadas além de permitirem a comparação com outros estudos. No entanto, esses
instrumentos trazem consigo limitações importantes, pois ao propor indicadores
deixam de avaliar as especificidades de cada sujeito em cada contexto de avaliação
(PEREIRA; TEIXEIRA; SANTOS, 2012).

2.1.3 Avaliação da Qualidade de Vida na População Idosa

Algumas características de velhice tornam os idosos particularmente


susceptíveis ao uso acrítico de medidas de qualidade de vida. (PASCHOAL, 2006).
Entre elas, Grimley-Evans (1992) menciona a diminuição da adaptabilidade biológica
associada ao envelhecimento com redução das reservas fisiológicas dos órgãos e
sistemas do organismo, e a consequente redução da capacidade de manter a
homeostase. Há, também, redução da adaptabilidade social, ocasionada pela
aposentadoria e pela perda de poder aquisitivo, além do isolamento social devido à
perda de familiares e amigos e da redução do suporte social.
Existe um desnível entre jovens e velhos nas sociedades contemporâneas em
constante transformação, em que os juízos de valores dos jovens podem ser
estranhos às pessoas idosas, nascidos e criados em outro contexto cultural e
29

tecnológico. Assim, os mais velhos podem não se familiarizar com conceitos e


situações que os jovens enfrentam sem dificuldades (PASCHOAL, 2006).
Além disso, as sociedades ocidentais incorporaram vários preconceitos que
dificultam a vida dos idosos, como por exemplo: a) os valores dos idosos são,
necessariamente, antiquados e, dessa forma, são inferiores; b) os idosos são menos
habilidosos para fazer julgamentos e críticas; c) têm menor valor que os jovens e,
por isso, precisam de menor atenção; d) a capacidade de desfrutar dos prazeres da
vida diminui inevitavelmente à medida que se envelhece (PASCHOAL, 2006). Outro
preconceito que pode ser agregado a estes é a concepção de que os idosos
dominam menos a tecnologia atual do que os jovens, como por exemplo, o
computador.
Os próprios idosos adotam esses preconceitos e podem, muito facilmente,
subvalorizar-se, ou então tentar corresponder àquilo que acreditam que se espera
deles.
Há outras questões que afetam a confiabilidade dos instrumentos de
avaliação de QV, quando aplicados à velhice. Geralmente, os idosos têm mais
dificuldades do que os jovens quanto a trabalhar conceitos de probabilidade e tomar
decisões. Isso pode afetar o seu desempenho em testes, assim como a opinião que
têm sobre a situação, o medo de errar e a expectativa sobre a qual a resposta
esperada em questões que pedem valoração de estados de saúde ou de satisfação
(PASCHOAL, 2006).
Por outro lado, Grimley-Evans (1992) também comenta que avaliar QV em
idosos implica lidar com questões éticas relacionadas ao aspecto profissional: qual o
direito do pesquisador ou do profissional de saúde em intervir para melhorar uma
situação, se os idosos relatam estar satisfeitos? Qual é o limite da intervenção,
considerando-se a relação custo-benefício para o idoso?
Alguns fatores são críticos à manutenção da integridade, da independência e
da autonomia de uma pessoa. Existem grandes diferenças individuais entre os
idosos, mais que em qualquer outro grupo etário. São diferenças em quase todos os
tipos de características, tais como as físicas, mentais, psicológicas, saúde e
socioeconômicas, o que torna as conclusões a respeito de QV e do cuidado
necessário muito individualizadas. (PASCHOAL, 2006).
É frequente se deparar com idosos que permanecem bastante saudáveis e
com boa habilidade funcional até anos tardios, mantendo estáveis suas
30

características físicas, mentais, de personalidade e sociais. Se há hábitos e estilos


saudáveis, ausência de doença importante e situação comprometedora, haverá
adaptabilidade e reserva funcional suficiente para a maioria das atividades
(PASCHOAL, 2006).
Os idosos podem adquirir incapacidades em quaisquer dos domínios citados
anteriormente (físico, mental psicológico, condições de saúde, e socioeconômico) e
isto pode não haver recuperação. Determinadas doenças crônico-degenerativas
podem levar à incapacidade, minando as reservas funcionais e levando à
deterioração funcional. É verdade que adaptações e modificações ambientais podem
ser feitas, além de reabilitação e uso de próteses e órteses que podem restaurar e
compensar as perdas funcionais, manter a atividade e, assim, contribuir para o bem-
estar do idoso, sua família e sociedade. Quando o idoso fica dependente, o grande
desafio é saber respeitar a sua individualidade e a sua autonomia (PASCHOAL,
2006).
Estereótipos em relação à velhice podem comprometer a possibilidade de
uma QV melhor. Em nosso meio, a velhice está associada a perdas, incapacidade,
dependência, impotência, doença, decrepitude, desajuste social, baixos
rendimentos, solidão, viuvez, cidadania de segunda classe e assim por diante. O
idoso é chato, rabugento, implicante, triste, demente e oneroso. São generalizadas
características de alguns para todos os idosos. Essa visão estereotipada, aliada à
dificuldade de distinguir entre senescência e senilidade, leva à negação da velhice
ou à negligência de suas vontades, necessidades e desejos. Em parte e por esses
motivos, as pessoas idosas tendem a ignorar sintomas (por exemplo, tristeza, dor ou
cansaço), ou então, os sintomas são ignorados pelos profissionais da área da
saúde. Muitos destes tentam explicar os sintomas ou as queixas trazidos pelos
idosos como fazendo parte do processo natural do envelhecimento, o que se traduz
em omissão e em negligência, impedindo tratamento, reabilitação e adaptação
(ORY; COX, 1994), com conseqüências negativas para a vida e sua qualidade.
Assim, muitas pessoas idosas não se queixam de incontinência urinária por
vergonha ou por considerarem normal e acostumam-se com ela, apesar de ser
causa de isolamento social e, secundariamente, de depressão. Esta, por sua vez,
que é causa de grande sofrimento humano, muitas vezes não é tratada e nem
diagnosticada, porque existe o preconceito de que “os idosos são um pouco tristes
mesmo” (PASCHOAL, 2006).
31

O envelhecimento é um processo que todos devem aprender a controlar, para


que o resultado final seja o melhor possível. Que caminho escolher, para que, ao
final da existência, ao avaliar a vida, se esteja plenamente satisfeito, sentindo-se
como ser íntegro e realizado, com a sensação de que ainda se tem um lugar no
mundo, onde se possa continuar desenvolvendo como partícipe de seu destino,
ativo na sociedade, integrado à humanidade e ao cosmos. Eis um grande desafio
(PASCHOAL, 2006).
32

3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

A trajetória metodológica deste trabalho é composta pelo cenário do estudo,


delineamento do estudo, participantes, amostra e amostragem e critérios de
elegibilidade, coleta de dados.

3.1 CENÁRIO DO ESTUDO

Este estudo teve como cenário a cidade de Itajubá, no que tange aos seus
diversos bairros, tanto da zona urbana quanto da rural onde vivem as pessoas
idosas. Diante disso, serão apresentadas a seguir informações:
O município de Itajubá está localizado no sul de Minas Gerais, sua população
é de 90.658 habitantes, das quais 44.488 são homens e 46. 169, mulheres. O
número de idosos acima de 60 anos é aproximadamente de 11.459 habitantes.
Dessa população 82.761 pessoas residem em zona urbana e 7.896, na zona rural
(IBGE, 2010)
Por outro lado, a cidade de Itajubá liga-se a 15 municípios vizinhos, aos quais
dá apoio e cooperação na busca de desenvolvimento sustentável. Juntos formam
um dos maiores PIBs de Minas Gerais (SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO, 2007).
O atendimento prestado à saúde, relativo à rede básica, articula-se por meio de
6 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 2 policlínicas, 12 equipes de Estratégias de
Saúde da Família (ESF) que atendem a zona urbana e 2 ESF que atendem a zona
rural. A rede básica de saúde funciona de segunda a sexta-feira, no horário das 7
horas às 18 horas, com exceção de 2 UBS que funcionam no horário das 7 às
13horas. (SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO, 2007).
As atenções secundárias e terciárias são desenvolvidas pelo Hospital Escola,
Santa Casa de Misericórdia de Itajubá, Hospital Odontomed, Saúde CEAM e o
Pronto Atendimento Adulto e Infantil da Unimed. (SECRETARIA DA
COMUNICAÇÃO, 2007).
Devido a sua boa malha viária, a cidade é o núcleo urbano mais importante da
microrregião, pois permite a concentração e distribuição de bens e serviços para os
municípios circunvizinhos. Possui empresas de grande e médio porte, que geram
aproximadamente 2.500 empregos, assim é considerado um dos maiores Distritos
Industriais do Sul de Minas. O comércio varejista é bem diversificado e possui 400
33

comércios registrados na Associação comercial da cidade. Na agropecuária, o


principal produto produzido em larga escala é a banana. (SECRETARIA DA
COMUNICAÇÃO, 2007).
Do ponto de vista de educação, Itajubá é reconhecida como o melhor pólo de
ensino da região. Conta com diversos estabelecimentos de ensino fundamental e
médio, assim como escolas técnicas. Quanto às instituições de ensino superior, a
cidade conta com cinco Faculdades, um Centro Universitário e uma Universidade
Federal, que oferecem cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de exatas,
humanas e biológicas (biomédicas), além de centros de pesquisa e
desenvolvimento, incubadora de empresas de base tecnológica e institutos
especializados, sendo um deles de astrofísica. (SECRETARIA DA COMUNICAÇÃO,
2007).

3.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Este estudo foi de abordagem quantitativa, do tipo descritivo, de campo e


transversal.
A abordagem da pesquisa quantitativa é utilizada quando se tem o
instrumento de medida utilizável e válido, deseja-se assegurar a objetividade e
credibilidade dos achados, os instrumentos não colocam em risco a vida humana, a
questão proposta indica a preocupação com quantificação, quando se necessita
comparar eventos, ou quando for desejado replicar estudos. (POLIT; BECK;
HUNGLER, 2004).
Gil (2010) esclarece que as pesquisas descritivas propõem descrição das
características de determinada população ou fenômeno e estabelecimento de
relações entre variáveis.
De acordo com Polit, Beck e Hungler (2004), a pesquisa descritiva é
adequada para se estudar os fenômenos naturais, nele se descrevem as relações
existentes entre as variáveis, sem a preocupação de se chegar até as causas que as
produzem.
O estudo de campo basicamente é desenvolvido por meio da observação
direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para
captar suas explicações e interpretações do que ocorre no grupo (GIL, 2010).
34

De acordo ainda com o autor acima mencionado, o estudo de campo


apresenta algumas vantagens em relação, principalmente, aos levantamentos.
Como é desenvolvido no próprio local em que ocorrem os fenômenos, seus
resultados costumam ser mais confiáveis. E como o pesquisador apresenta nível
maior de participação, torna-se maior a probabilidade dos sujeitos oferecerem
respostas mais confiáveis.
O inquérito transversal é o estudo de um único ponto no tempo. Os dados são
colhidos em um determinado e único momento do tempo. Tem as vantagens de
serem relativamente rápidos e fáceis de realizar (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).

3.3 PARTICIPANTES, AMOSTRA E AMOSTRAGEM E CRITÉRIOS DE


ELEGIBILIDADE.

Segundo Polit, Beck e Hungler (2004), o participante do estudo é a pessoa que


contribui com a informação.
A população de estudo foi representada por pessoa idosa com 60 anos ou
mais, tanto do gênero masculino quanto do feminino, residentes nas comunidades
urbana e rural da cidade de Itajubá, MG.

Uma questão importante na condução e avaliação de uma pesquisa é o


tamanho da amostra, ou a quantidade de sujeitos da mesma. Ainda que não
exista qualquer equação que possa responder automaticamente à
indagação acerca do tamanho necessário para uma amostra, os
pesquisadores costumam ser esclarecidos a fazer uso da maior possível.
Quanto maior a amostra, maior probabilidade existe de ela ser mais
representativa na população (POLIT; BECK; HUNGLER, 2004).

Para este estudo adotou-se uma amostra de 130 idosos considerando a


disponibilidade de tempo e recuso da pesquisadora.
O tipo de amostragem foi não probabilístico do tipo conveniência. Segundo
Polit, Beck e Hungler (2004), a amostragem de conveniência acarreta o uso das
pessoas mais convenientes disponíveis como participantes do estudo. A amostra por
conveniência não compreende, necessariamente, pessoas conhecidas dos
pesquisadores.
Os critérios de inclusão consistiram em pessoas idosas que:
- Concordaram em participar do estudo.
35

- Eram capazes de comunicar-se verbalmente, isto é, lúcidos e não portadores de


desordens cognitivas. Para certificar-se se eles atendiam a este critério, foi utilizado
o Questionário de Avaliação Mental, descrito no item sobre instrumentos.
- Eram residentes na cidade de Itajubá, MG.
- Possuíam idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Os critérios de exclusão foram:


- Não concordaram em participar do estudo.
- Não eram capazes de comunicar-se verbalmente, isto é, lúcidos e não portadores
de desordens cognitivas.
- Não eram residentes na cidade de Itajubá, MG.
- Não possuíam idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

3. 4 COLETA DE DADOS

A coleta de dados deste trabalho é composta pelo procedimento da coleta


de dados e os instrumentos que foram utilizados, sendo Questionário de avaliação
mental, Caracterização biossocial, familiar, econômica e de saúde, Questionário
Whoqol-Old, Questionário Whoqol-bref.

3.4.1 Procedimento da coleta de dados

Esta etapa foi desenvolvida nos diversos bairros das zonas urbana e rural, da
cidade de Itajubá, MG, por ser o município onde a autora deste estudo desempenha
suas atividades acadêmicas enquanto graduanda de enfermagem.

3.4.2 Período de coleta de dados

As pessoas idosas foram localizadas nos diversos bairros da cidade, sendo


rural e urbano, nos seus domicílios, assim como em praças públicas, locais de
trabalho, encontros sociais e religiosos ou em outros considerados adequados ao
convívio delas. Nestes 1° encontro, foram agendados os dias, horários e locais das
entrevistas.
36

Para a identificação dos bairros, foi utilizado o mapa de delimitação de área


existente na Prefeitura Municipal e a escolha deles foi de acordo com o critério de
maior viabilidade de acesso.
Em seguida, foram desenvolvidos os seguintes procedimentos:
1- Agendamento do dia, hora e local para a realização da entrevista.
2- Esclarecimento quanto ao estudo e seus objetivos.
3- Retirada de possíveis duvidas.
4- Apresentação e explicação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Apêndice A) que deve ser assinado ou ter a aposição da impressão digital do
polegar direito, caso o participante não saiba assinar seu nome.
5- Anuência do participante.
Foram tomados todos os cuidados para que a pessoa idosa sinta-se à vontade,
não fique cansada e que a entrevista ocorra em local privado, sem barulho e
interferências externas.
A entrevista foi estruturada direta, na qual o entrevistador leu para o
entrevistado cada item do instrumento com as suas possíveis opções de respostas,
identificou a resposta do entrevistado e a registrou no respectivo instrumento.

3.4.3 Instrumentos de Coleta de Dados

Para o presente estudo foram utilizados quatro instrumentos:


1 - Questionário de avaliação mental (Anexo A): proposto por Khan, em 1960, de
domínio público e que consiste em 10 perguntas que analisam basicamente a
orientação têmporo-espacial, e a memória para os fatos tardios, possibilitando
avaliar se o idoso sofre ou não de uma síndrome mental orgânica. O respondente
deve acertar, no mínimo, sete do total das dez perguntas, conforme menciona o seu
autor (VENTURA; BORTINO, 1992).

2 - Caracterização biossocial, familiar, econômica e de saúde (Anexo B):


constituído por questões fechadas, relacionadas às características pessoais,
familiares, sociais, econômicas e de saúde. O instrumento foi elaborado por Silva;
Kimura (2003) e encontra-se em Anexo B.
37

3 - Questionário Whoqol-Old (Anexo C): é um instrumento de domínio público


destinado à avaliação da qualidade de vida de pessoas idosas. Ele foi elaborado sob
os auspícios do Grupo de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde
(Grupo WHOQOL) e a sua elaboração foi conduzida pelo pesquisador Marcelo P.
Fleck. Está composto por 24 itens divididos em seis facetas: “Funcionamento do
sensório” (FS); “Autonomia” (AUT); “Atividades passadas, presentes e futuras”
(PPF); “Participação social” (PSO), “Morte e morrer” (MEM) e “Intimidade” (INT).
Cada uma das facetas possui quatro itens, portanto, para todas as facetas o escore
dos valores possíveis pode variar de 4 a 20, desde que todos os itens de uma faceta
tenham sido respondidos. Os escores dessas seis facetas ou os valores dos 24
itens podem ser combinados para produzir um escore geral (“global”), para a
qualidade de vida em adultos idosos, denotado como o “escore total” do WHOQOL-
OLD.
A faceta “Funcionamento do Sensório” avalia o funcionamento sensorial e o
impacto da perda das habilidades sensoriais na qualidade vida. A faceta
“Autonomia” refere-se à independência na velhice e, portanto, descreve até que
ponto se é capaz de viver de forma autônoma e tomar suas próprias decisões. A
faceta “Atividades Passadas, Presentes e Futuras” descreve a satisfação sobre
conquistas na vida e coisas a que se anseia. A faceta “Participação Social” delineia
a participação em atividades do cotidiano, especialmente na comunidade. A faceta
“Morte e Morrer” relaciona-se a preocupações, inquietações e temores sobre a morte
e morrer, ao passo que a faceta “Intimidade” avalia a capacidade de se ter relações
pessoais e íntimas. Os procedimentos para pontuação, utilização, interpretação e
usos recomendados encontram-se em Anexo D.
Quando se usa um instrumento específico de qualidade de vida, deve-se
também utilizar um genérico, para que se avalie a qualidade de vida no contexto
geral e específico (PASCHOAL, 2006). Diante disto, será utilizado também, o
instrumento genérico de qualidade de vida denominado Questionário Whoqol-bref.
As Escalas Whoqol-old e Whoqol-bref são de domínio público e por isto não há
necessidade de solicitar-se autorização para uso.
Para melhor avaliação da QV realizou-se para cada um dos domínios uma
classificação conceitual que se encontra abaixo:
38

Quadro 1 - Classificação conceitual dos domínios WHOQOL-OLD

Escores Classificação
4 ------------6,7 Péssimo
6,8 ------------9,4 Ruim
9,5 ------------12,2 Regular
12,3 ------------14,8 Bom
14,9 ------------17,5 Muito Bom
17,6 ------------20,2 Ótimo
Fonte: Da autora

Quadro 2 - Classificação conceitual “total” dos domínios WHOQOL-OLD

Escores Classificação
24 ------------40 Péssimo
41 ------------56 Ruim
57 ------------72 Regular
73 ------------88 Bom
89 ------------104 Muito Bom
105 ------------120 Ótimo
Fonte: Da autora

4- Questionário Whoqol-bref (Anexo E): é uma versão abreviada do Whoqol 100.


Trata-se de uma escala genérica de qualidade de vida composta por 26 itens
relacionados à avaliação subjetiva do indivíduo no tocante aos aspectos que
interferem em sua vida. Por tratar-se de um construto multidimensional, este
instrumento de medida da qualidade de vida abrange quatro domínios: físico,
psicológico, relações sociais e meio ambiente. Ele tem como finalidade saber como
a pessoa se sente a respeito de sua qualidade de vida, saúde e outras áreas de sua
vida. A versão em português utilizada neste estudo foi validada por Fleck et al. no
ano de 2000 (Anexo E) (PASCHOAL, 2006).
Para melhor avaliação da QV realizou-se para cada um dos domínios uma
classificação conceitual que se encontra abaixo:
39

Quadro -3 Classificação conceitual do domínio “Físico” do WHOQOL-BREF

Escores Classificação
7 ------------12 Péssimo
12,1 ------------17 Ruim
17,1 ------------22 Regular
22,1 ------------27 Bom
27,1 ------------32 Muito Bom
32,1 ------------37 Ótimo
Fonte: Da autora

Quadro - 4 Classificação conceitual do domínio “Psicológico” do WHOQOL-BREF

Escores Classificação
6 ------------10,1 Péssimo
10,2 ------------14,2 Ruim
14,3 ------------18,3 Regular
18,4 ------------22,4 Bom
22,5 ------------26,5 Muito Bom
26,6 ------------30,6 Ótimo
Fonte: Da autora

Quadro -5 Classificação conceitual do domínio “Relações Sociais” do WHOQOL-BREF

Escores Classificação
3 ------------4,6 Péssimo
4,7 ------------6,2 Ruim
6,3 ------------7,8 Regular
7,9 ------------9,4 Bom
9,5 ------------11 Muito Bom
11,1 ------------12,6 Ótimo
Fonte: Da autora
40

Quadro - 6 Classificação conceitual do domínio “Meio Ambiente” do WHOQOL-BREF

Escores Classificação
8 ------------13,8 Péssimo
Escores Classificação
13,9 ------------19,6 Ruim
19,7 ------------25,4 Regular
25,5 ------------31,2 Bom
31,3 ------------37 Muito Bom
37,1 ------------ 42,8 Ótimo
Fonte: Da autora

Quadro -7 Classificação conceitual “total” dos domínios do WHOQOL-BREF.

Escores Classificação
26 ------------ 43,3 Péssimo
43,4 ------------ 60,6 Ruim
60,7 ------------ 77,9 Regular
78 ------------ 95,2 Bom
95,3 ------------112,5 Muito Bom
112,6 ------------129,8 Ótimo
Fonte: Da autora

3.5 PRÉ-TESTE


Lakatos e Marconi (2010), mencionam que a principal função do pré-teste é


testar o instrumento de coleta de dados, permitindo a identificação de ambiguidades
nas questões, existência de perguntas supérfluas e possível inadequação na ordem
das questões. Mencionam ainda, que o pré-teste deverá ser realizado com a
amostra equivalente entre 5% a 10% da amostra definitiva.
O pré-teste foi realizado com 20 pessoas idosas localizadas em seus
domicílios, praças públicas, locais de trabalho, igrejas ou em outros locais
oportunos, ou seja, onde normalmente eles se encontram. Elas não fizeram parte da
amostra, porém, estavam de acordo com os critérios de elegibilidade.
41

Após a realização do pré-teste, não houve alguma alteração nos instrumentos


aplicados, pois não houve dificuldade de entender o conteúdo dos instrumentos. O
tempo médio da entrevista foi de 20 minutos.

3.6 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISES DOS DADOS

Os dados foram inseridos, eletronicamente, em um banco de dados próprio,


elaborado a partir do programa computacional Excel, versão 2007.
Para a análise dos dados, foi utilizada a estatística descritiva por meio da
frequência absoluta e relativa para as variáveis categóricas, assim como das
medidas de tendência central para as variáveis contínuas.

3.7. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Os resultados foram apresentados por meio de tabelas, considerando os


critérios metodológicos e a natureza dos dados.

3.8. ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

Os aspectos éticos do presente estudo obedeceram à Resolução 196/96, do


Ministério da Saúde, respeitando-se os princípios da autonomia e da privacidade. O
respondente do estudo poderia deixar de participar da pesquisa a qualquer
momento, se assim o desejasse. Para comprovar a sua participação, ele teve que
assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A). Os dados
foram colhidos após a aprovação do estudo pelo Comitê de Ética em Pesquisa, da
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, da cidade de Itajubá, MG, sob o parecer
consubstanciado n° 797/2011 (Anexo F).
42

4 RESULTADOS

Os resultados do presente trabalho são apresentados em duas partes


distintas. Na primeira, são exibidos os dados relacionados com as características
biossociais, familiar, econômica e de saúde. Na segunda são evidenciados os
resultados relacionados à Qualidade de Vida utilizando os instrumentos WHOQOL
OLD e WHOQOL- BREF.

4.1 CARACTERÍSTICAS BIOSSOCIAIS, FAMILIAR, ECONÔMICA E DE SAÚDE


DOS INTEGRANTES DO ESTUDO.

As características biossociais, familiar, econômica e de saúde dos


entrevistados do estudo são encontrados nas Tabelas enumeradas de 1 a 7.

Tabela 1 – Características pessoais das pessoas idosas residentes em Itajubá- MG 2012.


(n=130)

Variáveis Frequência Frequência


Absoluta Relativa
Gênero
Masculino 56 43,08%
Feminino 74 56,92%
Religião
Católica 103 79,23%
Evangélica 18 13, 85%
Espírita 2 1,54%
Nenhuma 7 5,38%
Sabe ler e
escrever
Sim 117 90,00%
Não 13 10,00%

Escolaridade
Sem escolaridade 15 11,54%
Ens. Fund. compl. 9 6,92%
(continua)
43

Tabela 1 – Características pessoais das pessoas idosas residentes em Itajubá- MG 2012.


(n=130)
Conclusão

Variáveis Frequência Frequência


Absoluta Relativa
Ens. Fund. incomp. 65 50,00%
Ens. Med. compl. 16 12,31%
Ens.Med.incomp. 5 3,85%
Ens. Sup. compl. 17 13,08%
Ens. Sup. incomp. 3 2,31%

Fonte: Instrumento de Pesquisa

Observou-se que 56,92% dos participantes eram do sexo feminino, 79,23


professavam a religião Católica, 90% sabiam ler e escrever, 50% possuía o ensino
fundamental incompleto.

Tabela 2 – Características familiares das pessoas idosas residentes em Itajubá- MG 2012.


(n=130)

Variáveis Frequência Frequência


Absoluta Relativa
Estado Conjugal
Solteiro (a) 26 20,00%
Casado (a) 62 47,69%
Morando junto 2 1,54%
Viúvo (a) 33 25,38%
Divorciado (a) 6 4,62%
Não responde 1 0,77%
Filhos
Sim 104 80,00%
Não 26 20,00%
Tipo Familiar
Nuclear 98 75,38%
(continua)
44

Tabela 2 – Características familiares das pessoas idosas residentes em Itajubá- MG 2012.


(n=130)
(conclusão)

Variáveis Frequência Frequência


Absoluta Relativa
Extensa 23 17,69%
Variante(morando 9 6,92%
sozinho)

Fonte: Instrumento de Pesquisa

Verificou - se que 47,69% eram casados, 80% tinham filhos e 75,38%


pertenciam à família nuclear.

Tabela 3 – Média de tendência central relacionados às características pessoais e familiares de


pessoas idosas residentes em Itajubá- MG 2012. (n=130).

Variáveis Média Mediana Desvio Valor Valor Amplitude


padrão Máximo Mínimo

Idade 76,43 73 7,45 60 91 31


N° de filhos 3,75 3 2,3 1 10 9

Fonte: Instrumento de Pesquisa

Constatou-se que as idades variaram entre 60 e 91 anos, e a média foi de


76,43 anos. O número de filhos variou de 1 a 10 filhos com uma média de 3,75 filhos
por casal.
45

Tabela 4 – Características econômicas das pessoas idosas residentes em Itajubá- MG 2012.


(n=130)

Frequência Frequência
Variáveis Absoluta Relativa
Situação de trabalho
Empregado 8 6,15
Trabalha por conta própria 2 1,54%
Desempregado 13 10,00%
Aposentado(a), mas continua trabalhando 19 14,62%
Aposentado(a) e deixou de trabalhar 78 60,00%
Aposentado (licença ou auxilio doença) 2 1,54%
Atividade não remunerada 8 6,15%
Rendimento total mensal
Até dois salários mínimos 60 46,15%
De 2 a 4 salários mínimos 42 32,31%
De 4 a 6 salários mínimos 17 13,08%
De 6 a 8 salários mínimos 3 2,31%
De 8 a 10 salários mínimos 7 5,38%
Mais de 10 salários mínimos 1 0,77%
Nº pessoas que vivem com a renda
Somente uma pessoa 35 26,92%
Duas a três pessoas 77 59,23%
Quatro a cinco pessoas 13 10,00%
Seis a sete pessoas 5 3,85%

Fonte: Instrumento de Pesquisa

Observou-se que 60% dos idosos eram aposentados e deixaram de trabalhar,


46,15% possuíam a renda mensal de até dois salários mínimos e o número de
pessoas que vivem dessa renda sendo de duas a três pessoas é de 59,23%.
46

Tabela 5- Características do estado de saúde das pessoas idosas residentes em Itajubá- MG


2012. (n=130).

Variáveis Frequência Frequência


Absoluta Relativa
Sua saúde está:
Ótima 45 34,62%
Boa 22 16,92%
Regular 40 30,77%
Ruim 16 12,31%
Péssima 7 5,38%
Comparando com último ano, sua
saúde está:
Muito melhor 22 16,92%
Melhor 57 43,85%
Mesma coisa 39 30,00%
Pior 12 9,23%

Comparando com pessoas da


mesma idade, sua saúde está:
Muito melhor 38 29,23%
Melhor 82 63,08%

Pior 7 5,38%
Não sabe 3 2,31%

Fonte: Instrumento de Pesquisa

Constatou-se que 34,62% dos idosos disseram que a sua saúde está ótima;
em relação ao ano anterior 43,85% dos idosos disseram que sua saúde está melhor
e comparando com outras pessoas da mesma idade, 63,08% dos idosos disseram
que a saúde está melhor.
47

Tabela 6 – Informações sobre doenças crônicas, tratamento e indicação de cuidador das


pessoas idosas residentes em Itajubá- MG 2012. (n=130)

Variáveis Frequência Frequência


Absoluta Relativa
Portador de doença crônica
Bronquite 3 2,31%
Hipotireoidismo 4 3,07%
Hipertenção Arterial 25 19,23%
Diabetes Mellitus 14 10,77%
Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial 14 10,77%
Outras doenças 47 36,15%
Não tem doenças 38 29,23%
Tempo que é portador (anos)
50 a 100 meses 31 23,85%
100 a 250 meses 42 32,31%
250a 400 meses 21 16,15%
Não sabe 36 27,69%
Toma remédio
Sim 92 70,77%
Não refere tipo de medicamento 38 29,23%
Se doente ou incapacitado, quem cuidaria
do senhor (a)
Nenhuma 19 14,62%
Esposo (a) 23 17,69%
Filho (a) 63 48,46%
Outra pessoa 9 6,92%
Pessoa fora da família 16 12,31%

Fonte: Instrumento de Pesquisa

Evidenciou-se que 36,15% dos participantes informaram que têm outras


doenças crônicas, além destas apresentadas nos resultados, mesmo assim a
doença mais prevalente foi a hipertenção com 19,23%; 32,31% disseram que são
portadores de doença crônica de 100 a 250 meses; 70,77% disseram que fazem uso
48

de medicação contínua e 48,46% elegeram o filho como o possível cuidador se caso


ficar doente ou incapacitado.
Tabela 7 – Características da saúde física das pessoas idosas residentes em Itajubá-MG 2012.
(n=130).

Variáveis Frequência Frequência


Absoluta Relativa

Exercício físico
Sim 74 56,92%
Não 56 43,08%
Frequência
Diariamente 43 33,08%
Três vezes por semana 9 6,92%
Duas vezes por semana 16 12,31%
Uma vez por semana 6 4,62%
Tipo do exercício
Caminhada 35 26,92%
Andar de bicicleta 11 8,46%
Jogar futebol 1 0,77%
Outro 27 20,77%

Fonte: Instrumento de Pesquisa

Registrou-se que 56,92% dos idosos praticavam atividade física; 33,08%


realizam diariamente e o tipo de atividade física que prevaleceu foi a caminhada com
26,92%.

4.2 RESULTADOS REFERENTES QUALIDADE DE VIDA DOS PARTICIPANTES


DO ESTUDO.

As informações referentes aos resultados da Qualidade de vida encontram-se


nas Tabelas de 8 a 10.
49

Tabela 8 – Dados referentes aos domínios do WHOQOL OLD, aplicado em pessoas idosas
residentes em Itajubá-MG 2012. (n=130).

Variáveis Média Mediana Desvio Valor Valor Amplitude


padrão Máximo Mínimo
Funcionamento
12,02 10,0 3,64 7,0 20,0 13,0
sensorial
Autonomia 15,95 16,0 2,58 8,0 20,0 12,0
Atividades
passadas,
presentes e
15,67 16,0 2,68 8,0 20,0 12,0
futuras
Participação social 15,56 16,0 2,65 4,0 20,0 16,0
Morte e Morrer 15,87 17,0 4,43 4,0 20,0 16,0
Intimidade 16,26 16,0 2,65 4,0 20,0 16,0

Fonte: Instrumento de Pesquisa

De acordo com a classificação realizada em relação ao conjunto de domínios,


no quadro n° 1, que se encontra na página 32, observou-se que o domínio mais
comprometido foi Funcionamento do Sensorial, considerada como “regular”, com
média = 12,02 (Desvio Padrão=3,64). O fator que mais qualifica a Qualidade de Vida
foi a Intimidade, considerada como “muito bom”, tendo média = 16,26 (Desvio
Padrão = 2,65).

Tabela 9 – Dados referentes aos 4 domínios do WHOQOL-BREF ( 1- Físico; 2 – Psicológico; 3-


Relações Sociais; 4- Meio Ambiente.) aplicados em pessoas idosas residentes em Itajubá-MG
2012. (n=130)

Variáveis Média Mediana Desvio Valor Valor


Padrão Mínimo Máximo Amplitude
Físico 27,08 27,0 3,78 17,0 35,0 18,0
Psicológico 23,63 24,0 3,4 12,0 30,0 18,0
Relações Sociais 11,43 12,0 2,27 5,0 15,0 10,0
Meio Ambiente 31,95 32,0 4,5 21,0 40,0 19,0

Fonte: Instrumento de Pesquisa


50

De acordo com a classificação realizada em relação ao conjunto de domínios,


nos quadros n° 3, 4, 5 e 6 que se encontram nas páginas 33 e 34, o domínio “Físico”
foi considerado como “muito bom”, com média = 27,08 (Desvio Padrão= 3,78), e o
domínio “Relações Sociais” foi considerada como “ótimo”, com média = 11, 43
( Desvio Padrão= 2,27).

Tabela 10 – Total de escore do WHOQOL OLD e do WHOQOL-BREF, aplicados em pessoas


idosas residentes em Itajubá-MG, 2012, (n=130).

Variáveis Média Mediana Desvio Valor Valor Amplitude


Padrão Mínimo Máximo
Total WHOQOL 91,36 90,0 10,81 58,0 119,0 61,0
OLD
Total WHOQOL 94,1 92,5 11,02 62,0 118,0 56,0
BREF

Fonte: Instrumento de Pesquisa

De acordo com a classificação conceitual no quadro n° 7, página 34, a


Qualidade de Vida geral (Whoqol Bref) foi considerada “Bom” com média= 94,1
(Desvio Padrão= 11,02) e a Qualidade de vida específica (Whoqol Old) no quadro n°
2, página 32, foi considerada “Muito Bom” com média= 91,36 (Desvio Padrão=
10,81).
51

5 DISCUSSÃO

Ao observar-se a relação de gênero das pessoas idosas pesquisadas


residentes em Itajubá, MG, encontrou-se predominância no sexo feminino em
relação ao masculino, a média da idade foi 76,43 anos.
Segundo IBGE 2007, as mulheres representam mais da metade da população
brasileira, sendo aproximadamente 96 milhões. Em 2000 manteve-se a tendência
histórica de predominância feminina na população total sendo para cada 100
mulheres havia 96,93 homens.
Embora nasçam mais homens do que mulheres morrem menos mulheres do
que homens. A porcentagem de homens que morrem entre os 10 e 50 anos é maior
do que a de mulheres, sendo esta diferença devido às mortes por causas violentas,
principalmente entre os mais jovens (IBGE, 2007).
A vida média ao nascer das mulheres é de 75,8 anos, e para os homens é de
68,7 anos. O aumento da esperança de vida ao nascer em combinação com a
queda da taxa de fecundidade resulta no aumento da população idosa
principalmente a feminina. Outros fatores responsáveis por essa diferenciação são o
estilo de vida, aspectos genéticos, cuidados com a saúde e outros (IBGE, 2007).
A maioria das pessoas idosas entrevistadas informaram que professavam a
religião católica. Este fato pode ser justificado por nosso país ter sido colonizado
pelos jesuítas e portugueses ( ESCOLA BRASIL, 2012).
A presença da Igreja Católica começou a se intensificar a partir de 1549, com
a chegada dos jesuítas da Companhia de Jesus, que formaram vilas e cidades, cujo
caso mais célebre é a cidade de São Paulo. Vários outros grupos de clérigos
católicos vieram também à colônia portuguesa com a missão principal de
evangelizar os indígenas (ESCOLA BRASIL, 2012).
Em relação à escolaridade, percebeu-se que a maioria dos entrevistados
sabiam ler e escrever, mas possuíam o ensino fundamental incompleto. Segundo
Lima (2006), os pais de antigamente queriam ver os filhos trabalhando ainda
crianças e os estudos ficavam em segundo plano, além disso, residiam em
localidades afastadas e rurais, onde dificultava os estudos.
O estado civil prevalente foi casado, o tipo de família foi a nuclear e a grande
maioria possuía filhos, sendo uma média de 3 a 4 filhos por casal. A possível
explicação para estes fatos seria o significado e a importância que o casamento
52

possuía, pois antigamente os valores religiosos prevaleciam de forma intrínseca na


cultura e o modo de viver das pessoas, as quais se mantinham mais fiéis ao
casamento, tendo-o como uma instituição sagrada. (SILVA, 2003)
A aposentadoria foi apontada como a principal situação de trabalho atual,
podendo ser explicado pelo fato que os participantes estavam em uma faixa etária
que possuíam direito a tal benefício previdenciário. Segundo Brasil (2013), têm
direito ao benefício os trabalhadores urbanos do gênero masculino a partir dos 65
anos e do feminino a partir dos 60 anos de idade. Os trabalhadores rurais podem
pedir aposentadoria por idade com cinco anos a menos: a partir dos 60 anos,
homens, e a partir dos 55 anos, mulheres.
A maioria das pessoas idosas entrevistadas informou que vive com uma
renda mensal de até dois salários mínimos e desta renda vivem de duas a três
pessoas. Segundo o IBGE (2010), as pessoas idosas aposentadas recebem em
média aposentadoria, cujos valores oscilam muito, pois estes dependem de diversos
fatores, entretanto a classe média e média baixa recebem cerca de 2 a 4 salários
mínimos no que se refere à aposentadoria. Diante disso os participantes do estudo
se encontram dentro do nível médio de aposentadoria estabelecido as pessoas
idosas brasileiras.
De acordo com a percepção de saúde das pessoas idosas entrevistadas, a
opção que se destacou foi a “ótima”, em relação ao ano anterior os idosos disseram
que sua saúde está “melhor” e comparando com outras pessoas da mesma idade
disseram que a saúde está “melhor”. A possível explicação para esses resultados é
que por mais complicada que seja a saúde na velhice devido ao surgimento das
doenças crônicas as pessoas idosas estão satisfeitas com o estado de saúde atual.
Segundo Alves; Rodrigues (2005), pesquisadores afirmam que vários fatores
influenciam na percepção de saúde. Um deles é a idade, onde pessoas idosas
acima de 85 anos avaliam a sua saúde melhor do que as pessoas idosas entre 65 à
74 anos. Outro fator é o gênero onde as mulheres avaliam sua saúde pouco menos
positiva que os homens. Um fato que influencia na percepção de saúde é o contexto
familiar onde o idoso que vive sozinho tem uma tendência a experimentar piores
condições de saúde, pois normalmente o suporte familiar ocasiona nas pessoas
idosas uma sensação de cuidado e respeito, mas nem sempre os idosos recebem o
apoio que necessitam.
53

Analisando o resultado acerca de doenças crônicas não transmissíveis,


observou-se que durante a pesquisa foram mencionadas várias doenças diferentes
entre as pessoas idosas, sendo que algumas tinham mais de uma doença, mas a
hipertenção foi a doença mais prevalente entre os idosos, o tempo que o idoso é
portador da doença é de 100 a 250 meses;
Segundo Alves, et.al., (2007), apesar do processo de envelhecimento não
estar, necessariamente, relacionado a doenças e incapacidades, as doenças
crônico-degenerativas são frequentemente encontradas entre os idosos . Assim, a
tendência atual é termos um número crescente de indivíduos idosos que, apesar de
viverem mais, apresentam maiores condições crônicas. E o aumento no número de
doenças crônicas está diretamente relacionado com maior incapacidade funcional,
mesmo assim, o que mais os acometia era a hipertenção arterial. De acordo com
Carvalho (2004), a prevalência da hipertenção aumentou, sobretudo entre mulheres,
negros e idosos. Constatou-se que mais de 50% das pessoas entre 60 a 69 anos e
aproximadamente três quartos da população acima de 70 anos são afetados.
Os idosos constituem a população mais acometida pelas doenças crônicas,
pois essas patologias elevam-se com a idade. Esse aumento parece dever-se a
interação entre fatores genéticos predisponentes, alterações fisiológicas do
envelhecimento e fatores de risco modificáveis como tabagismo, ingestão alcoólica
excessiva, sedentarismo, consumo de alimentos não saudáveis e
obesidade. (CARVALHO, 2004)
A doença é um evento que causa fragilidade, insegurança e ansiedade na
pessoa idosa, por isso a presença de um familiar é capaz de acalmar e minimizar
esses efeitos. Isto ficou claro quando as pessoas idosas entrevistadas elegeram
como possível cuidador o filho. (CARVALHO, 2004)
A maioria das pessoas idosas informaram que fazem uso de medicamentos,
alguns utilizam para controle de doenças crônicas e outros fazem uso de
suplementos vitamínicos e homeopáticos, embora não haja essa informação
explicitamente no instrumento de coleta de dados.
Segundo Costa, et.al., (2008) devido o aumento da população de idosos se
observa aumento do consumo de medicamentos por essa população. A maioria
utiliza, pelo menos, um medicamento por dia, e cerca de um terço consome cinco ou
mais simultaneamente. O uso de medicamentos por idosos traz como consequência
54

um equilíbrio entre risco e o benefício. Assim, os mesmos medicamentos que podem


prolongar a vida do idoso podem fazê-lo às custas da sua qualidade de vida.
O problema não pode ser atribuído somente ao seu consumo, mas, também,
à irracionalidade de seu uso. Talvez a questão que se deve atentar é se há acesso
maior a medicamentos ou se um excesso estaria por trás desse uso irracional, que
expõe a pessoa idosa a riscos potenciais. (COSTA, et.al., 2008)
Pesquisadores observaram que entre os medicamentos administrados a
idosos, 16,2% eram indicados por amigos, vizinhos, farmacêuticos, visto que no
total, 8,7% eram de suplementos vitamínicos, 8,4% eram analgésicos e 6,1% eram
psicolépticos. São vários os fatores que levam à polifarmácia, entre os quais se
destacam: acesso facilitado a medicamentos, características do médico e do
paciente, bem como a reduzida frequência de uso de meios não farmacológicos.
(COSTA, et.al., 2008)
Evitar a polifarmácia é de importância significativa, pois quanto maior o
número de medicamentos utilizados maior é a chance de interações
medicamentosas. Todos os fatores citados, combinados às peculiaridades da
farmacocinética e da farmacodinâmica do organismo do idoso, tornam esse grupo
muito suscetível ao desenvolvimento de reações adversas, o que estatisticamente
se manifesta em 10% a 20% das causas de suas internações hospitalares agudas.
(COSTA, et.al., 2008)
Dos idosos que praticavam atividade física, a mais frequente foi à caminhada,
o que justifica-se por ser uma atividade fácil e acessível. Safons; Pereira (2007)
dizem que caminhar constitui em uma das mais naturais prática de exercício físico
por ser uma atividade simples e facilmente controlável, sem a necessidade de
equipamentos especiais e pode ser praticada por qualquer pessoa
A QV neste trabalho foi mensurada por meio dos instrumentos Whoqol Old e
por Whoqol-Bref.
O primeiro instrumento a ser aplicado foi Whoqol Old, no total a qualidade de
vida avaliada pelos participantes foi “muito bom”. O domínio que mais contribui para
um aumento da QV das pessoas idosas participantes é a “intimidade”, que foi
avaliada com “muito bom”, isto pode estar relacionado ao fato de que o
relacionamento amoroso está satisfatório, é um sinal de que o amor cultivado ao
longo da vida matrimonial está sendo preservado. Para Moraes, et.al., (2011), entre
os mitos encontra-se o de que o idoso não mais vivencia sua sexualidade, como se
55

o envelhecimento carregasse consigo o desinteresse pela vida e a sexualidade


fosse inerente ao jovem. É importante notar que a sexualidade não se resume ao
coito, com a única finalidade de procriação, ela vai muito mais além, trata-se de um
misto de prazer, comunicação e amor entre duas pessoas como uma forma de
conhecimento do seu corpo e do corpo do outro, fortificando os laços de união de
um casal. Existem outras formas do idoso vivenciar sua sexualidade, como um longo
abraço, um beijo carinhoso e carícias. Estes são comportamentos que estão
intimamente relacionados com a sexualidade; a intimidade é a demonstração de
ternura pela pessoa amada; a sensualidade presente nas várias formas de
comunicação; um toque de carinho nas mãos, no rosto de quem se gosta; tocar seu
corpo e descobrir que ainda existe prazer para ser explorado.
Já o domínio que menos contribui para a QV dos participantes é o
funcionamento sensorial, que foi avaliado como “regular” e está relacionado com a
diminuição ou perda dos sentidos como por exemplo a visão, audição, olfato,
paladar e tato. Segundo Lima (2007), os órgãos dos sentidos humanos são
estruturas bastantes complexas, nos quais se processam mecanismos vitais para a
sobrevivência da espécie.
O mesmo autor afirma que os órgãos dos sentidos para o homem estão
relacionados a inúmeras formas de exploração tais como: olhar, escutar, cheirar,
provar, palpar, o que mantém uma significação ao ciclo de vida. O envelhecimento é
um processo biológico natural, possui limitações próprias da idade e diminuição da
sensibilidade dos órgãos do sentido, ou seja, a senilidade dos cinco sentidos.
O instrumento do Whoqol-Bref foi o segundo instrumento aplicado, no total a
qualidade de vida foi avaliada pelas pessoas idosas participantes como “bom”.
O domínio físico foi avaliado pelos participantes como “muito bom”. Neste
domínio é importante considerar a capacidade funcional como um fator de impacto
na qualidade de vida em idosos. A capacidade funcional, atualmente, surge como
um novo paradigma de saúde para as pessoas idosas, e o envelhecimento saudável
passa a ser visto como uma interação multidimensional entre saúde física e mental,
independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência
econômica. A qualidade de vida na velhice tem sido associada a questões de
independência e autonomia, e a dependência do idoso resulta das alterações
biológicas (incapacidades) e de mudanças nas exigências sociais. (LIMA, 2007)
56

O domínio funcional assume grande relevância no conceito multidimensional


de qualidade de vida, devendo ser medido juntamente com o estado de saúde
quando se deseja avaliar a qualidade de vida em idosos. Dessa forma, o bem-estar
do idoso seria resultado do equilíbrio entre as diversas dimensões da capacidade
funcional, sem significar ausência de problemas em todas as dimensões, tendo em
vista que o bem-estar pode ser atingido por muitos, independentemente da presença
ou não de enfermidades. (LIMA, 2007)
O domínio psicológico foi avaliado como “muito bom”. Segundo Pereira
(2006), devem-se considerar as alterações psicológicas pelas quais passam as
pessoas idosas, de forma a minimizar os efeitos dessas transformações decorrentes
da idade na qualidade de vida desses sujeitos. As avaliações subjetivas da
qualidade de vida em idosos devem preocupar-se com o que acontece a pessoa nas
diferentes etapas do envelhecimento, desde mudanças físicas até a desvalorização
social consequente da aposentadoria, considerando qual seu sentimento e
entendimento dessas situações, seus ganhos e perdas psicológicas, suas
frustrações e aspirações. A qualidade de vida do idoso compreende a consideração
de diversos critérios de natureza biológica, psicológica e socioestrutural, pois vários
elementos são apontados como determinantes ou indicadores de bem-estar na
velhice: longevidade, saúde biológica, saúde mental, satisfação, controle cognitivo,
competência social, produtividade, eficácia cognitiva, status social, continuidade de
papéis familiares e ocupacionais e continuidade de relações informais com amigos.
O domínio de Relações sociais foi avaliado como “ótimo”, Segundo Carneiro
(2006), a pessoa que tem uma conduta interpessoal efetiva é capaz de desenvolver
redes sociais de apoio, que operam como um dos fatores mais relevantes na
recuperação e prevenção dos problemas de saúde mental. Portanto, a capacidade
de interagir socialmente é fundamental para o idoso, para conquistar e manter redes
de apoio social e, consequentemente, garantir melhor qualidade de vida.
O domínio de Meio Ambiente foi avaliado como “muito bom” pelos
participantes. Segundo Pereira (2006), o ambiente físico em que o idoso está
inserido pode determinar a dependência ou não da pessoa. Dessa forma, é mais
provável que um idoso esteja física e socialmente ativo se puder ir andando com
segurança à casa de seus vizinhos, ao parque ou tomar o transporte local. Idosos
que vivem em ambientes inseguros são menos propensos a saírem sozinhos e,
portanto, estão mais susceptíveis ao isolamento e à depressão, bem como a ter
57

mais problemas de mobilidade e pior estado físico, o que vem a influenciar a


qualidade de vida, quanto mais ativo o idoso, maior sua satisfação com a vida e,
consequentemente, melhor sua qualidade de vida.
58

6 CONCLUSÕES

Os objetivos desse estudo permitiram as seguintes conclusões:

Predominantemente os participantes da pesquisa eram do sexo feminino, no


tocante à religião a maioria professava a religião Católica, a maior parte sabia ler e
escrever, e tinha o ensino fundamental incompleto. Evidenciou - se que a maioria
eram casados, tinham filhos e pertenciam à família nuclear. Constatou-se que as
idades variaram entre 60 e 91 anos, e a média foi de 76,43 anos. O número de filhos
variou de 1 a 10 filhos com uma média de 3,75 filhos por casal. Observou-se que a
maior proporção das pessoas idosas eram aposentados e deixaram de trabalhar, a
maioria possuía a renda mensal de até dois salários mínimos e o número de
pessoas que vive dessa renda era de duas a três pessoas. Detectou-se que a
maioria das pessoas idosas disse que a sua saúde está ótima, em relação ao ano
anterior disse que sua saúde está melhor e comparando com outras pessoas da
mesma idade as pessoas idosas disse que a saúde está melhor. Constatou-se que a
maioria dos participantes informou que tem outras doenças crônicas, além destas
apresentadas nos resultados, mesmo assim a doença mais prevalente foi a
hipertenção arterial, sendo portador de doença crônica em torno de 100 a 250
meses; a grande maioria disse que faz uso de medicação contínua e elege o filho
como o possível cuidador se caso ficar doente ou incapacitado. Registrou-se que a
maior proporção dos idosos praticava atividade física sendo realizada diariamente e
o tipo de atividade física que prevaleceu foi à caminhada.
Observou-se que no instrumento WHOQOL OLD, o domínio que mais
contribuiu para a QV dos participantes é “Intimidade” sendo classificado como “Muito
Bom” já o domínio que menos contribui para a QV dos participantes é o
“Funcionamento do Sensorial” que foi classificado como “regular”
Com a aplicação do WHOQOL BREF, o domínio melhor avaliado pelos
participantes foi “Relações Sociais” sendo classificado como “ótimo” e domínio
“Físico”, “Psicológico” e “Meio Ambiente” foram classificados pelos participantes
como “muito bom”.
Conclui-se que no geral a Qualidade de Vida foi avaliada pelas pessoas
idosas como “Bom” e “Muito Bom”.
59

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As pessoas idosas, em decorrência do processo natural de envelhecimento e


do impacto que causa em suas vidas, requerem cuidados que atendam suas
necessidades, considerando as diversas dimensões do ser humano.
Como foi observado ao longo da pesquisa, diversas pessoas idosas possuem
doenças crônicas, sendo que muitos tem mais de uma doença. O aparecimento de
doenças crônicas nesta etapa da vida não está necessariamente relacionado com o
processo do envelhecimento, mas está relacionado também com os hábitos de vida
nas décadas passadas e na atual. Sendo assim o enfermeiro deve prestar um
cuidado especial a essa população, na orientação e no acompanhamento do estado
de saúde que exige, na maioria das vezes, mudanças nos hábitos de vida.
As doenças crônicas tornam as pessoas idosas mais fragilizadas, implicando
em um acompanhamento contínuo pela equipe de saúde. O enfermeiro por ser o
profissional que mantém uma relação mais estreita com a comunidade, deve
atentar-se para a continuidade do cuidado e para a necessidade de promover
corresponsabilização e coparticipação da família na atenção as pessoas idosas.
Muitas incapacidades decorrentes das doenças crônicas podem interferir nas
relações sociais comprometendo significativamente a qualidade de vida dos idosos.
Muitas vezes são os familiares que auxiliam os idosos, sendo imprescindível
serem abordados durante as orientações.
No total geral a qualidade de vida dos idosos foi avaliada, pelos participantes,
como “bom” e “muito bom” , porém nos chama atenção para a avaliação do
funcionamento dos sentidos, que foi “regular”, pois estes podem interferir
diretamente no estabelecimento e manutenção das redes de apoio social.
Por ouro lado o fator intimidade foi considerado “muito bom”, sendo o domínio
que mais qualifica a qualidade de vida. Recomenda-se que outros estudos desta
natureza sejam realizados para confirmar os dados encontrados nesta pesquisa,
porem q sejam efetuados com amostras maiores e com outras realidades.
60

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63

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

PESQUISA: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS


SEGUNDO FAIXA ETÁRIA E GÊNERO

Eu, Ana Luiza Ribeiro Barbosa, acadêmica de enfermagem, juntamente


com José Vitor da Silva, professor da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz,
estamos realizando uma pesquisa para saber como está à qualidade de vida das
pessoas com 60 anos ou mais residentes nos bairros da zona urbana e rural desta
cidade.
Sabe-se que atualmente, o número de pessoa idosas é cada vez maior e que
elas estão vivendo mais, porém, o mais importante não é viver mais, mas que o
tempo vivido seja com satisfação do ponto de vista pessoal, familiar, profissional e
social.
Diante do que explicamos acima, o objetivo deste estudo é verificar entre as
pessoas com 60 anos ou mais, como está sua qualidade de vida.
A importância deste estudo é para informar à sociedade e aos profissionais da
área de saúde como estão as pessoas idosas em relação à qualidade vida, assim
como esta pesquisa poderá levantar situações que poderão ser realizadas, para
melhorar os anos de vida das pessoas idosas.
Para isso, precisamos que o(a) senhor(a) concorde em participar de uma
entrevista, respondendo a quatro questionários, sendo o primeiro sobre as
capacidades mentais; o segundo se refere as suas características pessoais,
familiares, econômicas e de saúde; o terceiro e o quarto versam a respeito da
qualidade de vida da pessoa idosa, ou seja, o quanto ela está satisfeita com a vida.
Embora pareçam ser muitos questionários, eles são simples e pequenos,
porém se o(a) senhor(a) se cansar, poderá parar e terminar de respondê-los em
outro momento, de acordo com as suas possibilidades e vontade.
Esclarecemos que as informações obtidas serão mantidas em sigilo e que
o(a) senhor(a), em momento algum, será identificado(a) pelo nome. Todas as
informações obtidas por meio dos questionários ficarão sob a nossa
responsabilidade e trabalharemos com elas de forma global, isto é, reunindo os
dados de todos os participantes do estudo. É importante informar também, que a
participação é estritamente voluntária, ou seja, o(a) senhor(a) é livre de aceitar ou
64

não o convite que lhe fazemos e mesmo tendo aceitado- o, a qualquer momento
deste estudo, poderá desistir e pedir para retirar a sua participação.
Este termo de consentimento é o documento que comprova a permissão
do(a) senhor(a). Precisamos da sua assinatura ou da impressão digital do polegar
direito para oficializar o seu consentimento.
Para outras informações e retirar dúvidas que possam futuramente surgir, o
(a) senhor(a) poderá utilizar o telefone do Comitê de Ética em Pesquisa, da Escola
de Enfermagem Wenceslau Braz, desta cidade e que é o seguinte: (035) 3622-
0930, ramal 310. O horário do funcionamento do Comitê de Ética em Pesquisa é de
segunda a sexta feira, no horário das 7h às 11h e das 13h às 17h.
Agradecemos desde já sua valiosa colaboração e colocamo-nos à disposição,
para outros esclarecimentos que se fizerem necessários.
A seguir, será apresentada uma Declaração e, se o(a) senhor(a) estiver de
acordo com o conteúdo dela, após sua leitura e concordância, deverá assiná-la ou
colocar sua impressão digital, conforme já lhe foi explicado anteriormente.
DECLARAÇÃO
Declaro para devidos fins, que entendi tudo que me foi explicado a respeito
desta pesquisa, estou ciente do seu objetivo, assim como do seu desenvolvimento,
questionários e da entrevista a qual serei submetido.

Diante disso confirmo minha participação nesta pesquisa e, para isto, lavro a
minha assinatura abaixo ou registro a impressão do polegar direito.

Itajubá,____/____/_____

Nome do participante:_____________________________________________

Assinatura do(a) participante:_______________________________________

Assinatura da entrevistadora:_______________________________________
65

ANEXO A - Questionário de Avaliação Mental

ITENS CERTO ERRADO

1-Qual o nome deste lugar? ( ) ( )

2-Onde está localizado (endereço)? ( ) ( )

3-Que dia é hoje (data do mês)? ( ) ( )

4-Em que mês estamos? ( ) ( )

5-Em que ano estamos? ( ) ( )

6-Qual é sua idade? ( ) ( )

7-Qual é o dia do seu nascimento? ( ) ( )

8-Qual é o ano do seu nascimento? ( ) ( )

9-Qual é o presidente do Brasil? ( ) ( )

10-Quem era o presidente antes dele? ( ) ( )


66

ANEXO B - Caracterização Biossocial, Familiar, Econômica e de Saúde

INSTRUÇÕES: Leia cada uma das perguntas ao (à) entrevistado (a) e faça
um currículo ou coloque um x no número de identificação do (a) respondente, assim
como preencha as questões abertas.

Data de realização da entrevista_____________________


Local da entrevista: Itajubá, MG: bairro urbano ( ) bairro rural ( )

I – INFORMAÇÕES GERAIS

1- Quantos anos o Sr. tem?

1. _________anos.

2- Qual é a data do seu nascimento?

1. ____/____/______

2. N.S./ N.R. – não sabe/ não responde ( )

3- O Sr. pratica alguma religião (ões)?

1. Sim_____________Qual_____________?

2. Não ( )

3. N.S./N.R. ( ).

4- O Sr. sabe ler?

1. Sim ( )

2. Não ( )
67

3. N.S./N.R. ( )

5- O Sr. sabe escrever?

1. Sim ( )

2. Não ( )

3. N.S./N.R. ( )

6- Qual é a sua escolaridade?

1. Sem escolaridade ( )

2. Ensino fundamental completo ( )

3. Ensino fundamental incompleto ( )

4. Ensino médio completo (cientifico, técnico ou equivalente) ( )

5. Ensino médio incompleto (cientifico, técnico ou equivalente) ( )

6. Curso superior completo ( )

7. Curso superior incompleto ( )

8. N.S./ N.R. ( )

7- Atualmente qual é o seu estado civil?

1. Solteiro ( )

2. Casado ( )
68

3. Morando junto ( )

4. Viúvo ( )

5. Divorciado/separado ( )

6. N.S./ N.R. ( )

8- O Sr. tem filhos?

1. Sim_________Quantos ?________

2. Não ( )

3. N.S./N.R. ( )

9- Qual é o tipo da sua família?

1. Nuclear ( )

2. Extensa ( )

3. Forma familiar variante________________________(especifique)

10- Qual é a sua situação atual de trabalho?

1. Empregado ( )

2. Trabalha por conta própria ( )

3. Desempregado ( )
69

4. Aposentado, mas continua trabalhando ( )

5. Aposentado e deixou de trabalhar ( )

6. Aposentado (licença ou auxílio-doença) ( )

7. Atividade não remunerada ( )

8. outra:_____________________________(especifique)

11- Qual é o total mensal de rendimentos das pessoas que vivem na sua
residência?

1. Rendimento mensal liquido: R$__________________________.

2. Número de salário mínimo:________.

3. N.S./N.R. ( )

4. N. A. ( )

12- Quantas pessoas, incluindo o Sr.,vivem com esse rendimento familiar?

1._____________________ pessoas.

2. N.S./N.R. ( )
3. N.A. ( )

II- SAÚDE FÍSICA

13- Em geral o Sr. diria que sua saúde está:


70

1. Ótima ( )

2. Muito boa ( )

3. Boa ( )

4. Regular ( )

5. Ruim ( )

6. Péssima ( )

7. N.S./N.R. ( )

14- Em comparação com o último ano, o Sr. diria que sua saúde hoje é:

1. Muito melhor ( )

2. Melhor ( )

3. Mesma coisa ( )

4. Pior ( )

5. N.S/ N.R. ( )

15- Em comparação com as outras pessoas de sua idade, o Sr. diria que sua
saúde está:

1. Muito melhor ( )

2. Melhor ( )
71

3. Pior ( )

4. N.S./ N.R. ( )

16- O Sr. é portador de alguma doença crônica?

1. Sim ( ) Qual?________________________________

2. Não ( )

3. N.S./N.R. ( )

17- Há quanto tempo o Sr. é portador dessa doença?

1. ____________meses.

2. ____________anos.

3. N.S./N.R. ( )

4. N.A. ( )

18- 0 Sr. toma remédios com freqüência?

6 Sim ( )

7 Não ( )

8 N.S./N.R. ( )
72

19- No caso de o Sr. ficar doente ou incapacitado, que pessoa poderia cuidar
do Sr.?

1. Nenhuma ( )

2. Esposa/companheira ( )

3. Filho(a) ( )

4. Outros parentes:
_______________________________________(especifique)

5. Outra pessoa fora da


família:______________________________(especifique)

6. N.S./N.R. ( )

20- O Sr. faz algum tipo de exercício físico?

9 Sim ( )

10 Não ( )

11 N.S./N.R ( )

21- Quais os tipos de exercícios físico o Sr. executa? (marcar os dois mais
freqüentes)

1. Caminhada ( )

2. Andar de bicicleta ( )

3. Correr ( )
73

4. Jogar futebol ( )

5. Natação ( )

6. Outros_______________________________________________(especifique
)

7. N.A ( )

22- Com que freqüência o Sr. faz exercícios físicos?

1. Diariamente ( )

2. Três vezes por semana ( )

3. Duas vezes por semana ( )

4. Uma vez por semana ( )


5. Outra____________________________________________(especifique)

6. N.S./N.R. ( )

7. N.A ( )
74

ANEXO C – Instrumento Whoqol-Old

Instruções
Este questionário pergunta a respeito dos seus pensamentos, sentimentos e
sobre certos
aspectos de sua qualidade de vida, e aborda questões que podem ser importantes
para você
como membro mais velho da sociedade.
Por favor, responda todas as perguntas. Se você não está seguro a respeito de
que resposta dar a uma pergunta, por favor, escolha a que lhe parece mais
apropriada. Esta pode ser muitas vezes a sua primeira resposta.
Por favor tenha em mente os seus valores, esperanças, prazeres e
preocupações. Pedimos que pense na sua vida nas duas últimas semanas.
Por exemplo, pensando nas duas últimas semanas, uma pergunta poderia ser :
O quanto você se preocupa com o que o futuro poderá trazer?
Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente
menos
1 2 3 4 5
Você deve circular o número que melhor reflete o quanto você se preocupou com o
seu futuro durante as duas últimas semanas. Então você circularia o número 4 se
você se preocupou com o futuro “Bastante”, ou circularia o número 1 se não tivesse
se preocupado “Nada” com o futuro.
Por favor, leia cada questão, pense no que sente e circule o número na escala que
seja a melhor resposta para você para cada questão.
Muito obrigado(a) pela sua colaboração!
As seguintes questões perguntam sobre o quanto você tem tido certos sentimentos
nas últimas duas semanas.
old_01 Até que ponto as perdas nos seus sentidos (por exemplo, audição, visão,
paladar, olfato, tato), afetam a sua vida diária?
Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente
menos
1 2 3 4 5
75

old_02 Até que ponto a perda de, por exemplo, audição, visão, paladar, olfato, tato,
afeta a sua capacidade de participar em atividades?
Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente
menos
1 2 3 4 5

old_03 Quanta liberdade você tem de tomar as suas próprias decisões?


Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente
menos
1 2 3 4 5

old_04 Até que ponto você sente que controla o seu futuro?
Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente
menos
1 2 3 4 5

old_05 O quanto você sente que as pessoas ao seu redor respeitam a sua
liberdade?
Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente
menos
1 2 3 4 5

old_06 Quão preocupado você está com a maneira pela qual irá morrer?
Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente
menos
1 2 3 4 5

old_07 O quanto você tem medo de não poder controlar a sua morte?
Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente
menos
1 2 3 4 5

old_08 O quanto você tem medo de morrer?


76

Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente


menos
1 2 3 4 5

old_09 O quanto você teme sofrer dor antes de morrer?


Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente
menos
1 2 3 4 5

As seguintes questões perguntam sobre quão completamente você fez ou se


sentiu apto a
fazer algumas coisas nas duas últimas semanas.

old_10 Até que ponto o funcionamento dos seus sentidos (por exemplo, audição,
visão, paladar,olfato, tato) afeta a sua capacidade de interagir com outras pessoas?
Nada Muito pouco Médio Muito Completamente
1 2 3 4 5

old_11 Até que ponto você consegue fazer as coisas que gostaria de fazer?

Nada Muito pouco Médio Muito Completamente


1 2 3 4 5

old_12 Até que ponto você está satisfeito com as suas oportunidades para continuar
alcançando outras realizações na sua vida?
Nada Muito pouco Médio Muito Completamente
1 2 3 4 5

old_13 O quanto você sente que recebeu o reconhecimento que merece na sua
vida?
Nada Muito pouco Médio Muito Completamente
1 2 3 4 5
77

old_14 Até que ponto você sente que tem o suficiente para fazer em cada dia?
Nada Muito pouco Médio Muito Completamente
1 2 3 4 5

As seguintes questões pedem a você que diga o quanto você se sentiu satisfeito,
feliz ou bem sobre vários aspectos de sua vida nas duas últimas semanas.
old_15 Quão satisfeito você está com aquilo que alcançou na sa vida?
Muito Insatisfeito Nem satisfeito nem Satisfeito Muito
insatisfeito Insatisfeito satisfeito

1 2 3 4 5

old_16 Quão satisfeito você está com a maneira com a qual você usa o seu tempo?
Muito Insatisfeito Nem satisfeito nem Satisfeito Muito
insatisfeito Insatisfeito satisfeito

1 2 3 4 5

old_17 Quão satisfeito você está com o seu nível de atividade?


Muito Insatisfeito Nem satisfeito nem Satisfeito Muito
insatisfeito Insatisfeito satisfeito

1 2 3 4 5

old_18 Quão satisfeito você está com as oportunidades que você tem para participar
de atividades da comunidade?
Muito Insatisfeito Nem satisfeito nem Satisfeito Muito
insatisfeito Insatisfeito satisfeito

1 2 3 4 5

old_19 Quão feliz você está com as coisas que você pode esperar daqui para
frente?
78

Muito infeliz Infeliz Nem feliz nem infeliz Feliz Muito feliz

1 2 3 4 5

old_20 Como você avaliaria o funcionamento dos seus sentidos (por exemplo,
audição, visão,paladar, olfato, tato)?
Muito ruim Ruim Nem ruim Boa Muito boa
nem boa
1 2 3 4 5

As seguintes questões se referem a qualquer relacionamento íntimo que você


possa ter. Por favor, considere estas questões em relação a um companheiro ou
uma pessoa próxima com a qual você pode compartilhar (dividir) sua intimidade mais
do que com qualquer outra pessoa em sua vida.
old_21 Até que ponto você tem um sentimento de companheirismo em sua vida?
Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente
menos
1 2 3 4 5

old_22 Até que ponto você sente amor em sua vida?


Nada Muito pouco Mais ou Bastante Extremamente
menos
1 2 3 4 5

old_23 Até que ponto você tem oportunidades para amar?


Nada Muito pouco Médio Muito Completamente
1 2 3 4 5

old_24 Até que ponto você tem oportunidades para ser amado?
Nada Muito pouco Médio Muito Completamente
1 2 3 4 5
VOCÊ TEM ALGUM COMENTÁRIO SOBRE O QUESTIONÁRIO?
79

ANEXO D - Utilização do Whoqol- Old

1. Pontuação
Para pontuar o questionário corretamente, a seguinte lista de pontuação tem
de ser administrada (veja a Tabela 7).
(a) Basicamente, escores altos representam uma alta qualidade de vida, escores
baixos representam uma baixa qualidade de vida;
(b) Categorização dos itens nas escalas apropriadas. Para itens expressos
positivamente, pode-se aplicar a classificação acima, na qual valores mais elevados
representam uma melhor qualidade de vida. Para itens expressos negativamente, o
escore tem de ser recodificado (veja abaixo);
(c) Recodificação dos itens expressos negativamente, isto é, cada item
identificado com um “*” na lista de pontuação tem de ser recodificado de modo que
os valores numéricos atribuídos sejam invertidos: 1 = 5, 2 = 4, 3 = 3, 4 = 2, 5 =1. Ao
fazer a recodificação, os escores altos em itens expressos positivamente refletirão
uma qualidade de vida mais elevada. Os valores unidirecionais podem ser
subsequentemente adicionados para produzir os escores somados de acordo com a
lista de pontuação do módulo WHOQOL-OLD (Tabela 7);
(d) A utilização da lista de pontuação (veja abaixo) também é necessária para se
identificar quais itens pertencem a uma faceta. Os itens a serem recodificados (veja
etapa c) são marcados com um asterisco;
(e) A soma dos itens que pertencem a uma faceta produz o escore bruto da
faceta (EBF). Sua amplitude situa-se entre o mais baixo valor possível (número de
itens (n) x 1) e o mais alto valor possível (número de itens (n) x 5) da respectiva
faceta. Para o módulo WHOQOL-OLD, cada uma das seis facetas inclui 4 itens,
assim os valores dos escores brutos mais baixos o possível e mais altos o possível
são iguais em todas as facetas (amplitude de 4 a 20);
(f) A comparação dos escores entre as facetas é possibilitada ao se comparar
diretamente os escores brutos das facetas. Visto que todas as facetas incluem 4
itens com o mesmo formato de pontuação e classificação, não é necessária a
transformação dos escores brutos (desde que todos os itens por faceta tenham sido
respondidos);
(g) Caso o escore bruto da faceta seja dividido pelo número de itens na faceta, o
escore (médio) padronizado da faceta (EPF) pode ter qualquer valor decimal entre 1
80

e 5. O valor 1 representa uma avaliação da qualidade de vida a mais baixa possível


e o valor 5 uma avaliação da qualidade de vida a mais alta possível para o indivíduo;
(h) A transformação de um escore bruto para um escore transformado da escala
(ETE) entre 0 e 100 possibilita expressar o escore da escala em percentagem entre
o valor mais baixo
possível (0) e o mais alto possível (100). Para se obter o escore transformado da
faceta (ETF) (0-100), pode-se aplicar a seguinte regra de transformação: ETF = 6,25
x (EBF – 4).
(i) A produção do escore total do WHOQOL-OLD envolve a adição dos escores
das facetas de uma pessoa usando todos os itens (ao invés dos itens da faceta
somente) do questionário (mais uma vez prestando atenção ao procedimento de
recodificação – veja os passos “b” e “c”). Os itens podem ser adicionados para
formar um escore bruto total (conforme o passo “e”, mas usando todos os itens), um
escore (médio) padronizado total (conforme o passo “g”, mas usando todos os itens),
ou um escore transformado total (0-100) (conforme o passo “h”, mas usando todos
os itens).
(j) A acumulação dos valores de mais de uma pessoa – p.ex., uma faixa etária
especial – pode ser realizada simplesmente se somando os escores das facetas
e/ou os escores totais de cada indivíduo naquela amostra (a nível de escore bruto,
médio/padronizado ou transformado) e dividindo o resultado respectivo através do
número de participantes para produzir o escore médio do grupo correspondente.
O método de pontuação manual acima pode ser facilitado ao se utilizar uma
máscara de pontuação que pode ser facilmente produzida a partir da lista de
pontuação (veja o passo “d”). Além disso, o arquivo de sintaxe do SPSS (disponível
em separado) pode ser utilizado para a computação automática dos escores totais e
das facetas. Para trabalhar com estes, os dados individuais devem ser inseridos no
computador e identificados por vários nomes e rótulos, os quais são também
sugeridos para o programa incluso. Ao se analisar o módulo WHOQOL-OLD, os
escores das facetas e os escores totais devem ser calculados de acordo com a
seguinte lista (incluindo os números de itens para o módulo WHOQOL-OLD; veja a
tabela 7).
81

Tabela 7
Funcionamento do Sensório (FS) old_01* old_02* old_10* old_20
(4 itens)

Autonomia (AUT) old_03 old_04 old_05 old_11


(4 itens)

Atividades Passadas, presentes e futures (PPF) old_12 old_13 old_15 old_19


(4 items)

Participação Social (PSO) old_14 old_16 old_17 old_18


(4 itens)

Morte e Morrer (MEM) old_06* old_07* old_08* old_09*


(4 itens)

Intimidade (INT) old_21 old_22 old_23 old_24


(4 itens)

Escore Total (OLD) old_01* old_02* old_03 old_04 old_05 old_06* old_07* old_08*
old_09* old_10* old_11 old_12 old_13 old_14 old_15 old_16 old_17 old_18 old_19
old_20 old_21 old_22 old_23 old_24
(24 itens)

Nota: * Itens com escore reverso.

2. Interpretação
Os valores obtidos nos escores das facetas individuais do módulo WHOQOL-
OLD e no escore total do mesmo representam uma avaliação empírica da qualidade
de vida dos adultos idosos a partir do ponto de vista do respondente. Até que dados
de amostras-padrão nacionais representativas estejam disponíveis para o módulo
WHOQOL-OLD, os resultados do Teste de Campo do WHOQOL-OLD (n = 5566)
deverão ser utilizados como dados de referência preliminares para pessoas mais
velhas (60 anos ou mais). Para os valores de referência dos escores das facetas e
82

escores totais do WHOQOL-OLD, todos os escores foram linearmente


transformados numa amplitude de 0 a 100.

3. Como utilizar o questionário


Ao ser completado, a abrangência do preenchimento do questionário deve ser
verificada e a identificação do formulário deve ser registrada. O uso dos dados para
fins de pesquisa não é recomendado quando mais de 20% dos itens estiverem
faltando (veja Grupo WHOQOL, 1998- a,1998-b). Os dados podem ser inseridos no
computador para facilitar a pontuação (em projetos de pesquisa) ou se pode realizar
uma pontuação manual de acordo com o procedimento de pontuação descrito
acima. Os questionários estão disponíveis nas diferentes idiomas do projeto. O
instrumento WHOQOL-OLD em Português pode ser encontrado em arquivo
separado.

4. Aplicação – usos recomendados


O módulo WHOQOL-OLD pode ser usado numa ampla variedade de estudos
incluindo investigações transculturais, epidemiologia populacional, monitoramento de
saúde, desenvolvimento de serviços e estudos de intervenção clínica em que
questões sobre a qualidade de vida sejam cruciais. O módulo WHOQOL-OLD
permitirá a avaliação do impacto da prestação do serviço e de diferentes estruturas
de atendimento social e de saúde sobre a qualidade de vida, especialmente na
identificação das possíveis conseqüências das políticas sobre qualidade de vida
para adultos idosos e uma compreensão mais clara das áreas de investimento para
se obter melhores ganhos na qualidade de vida. A estimativa do impacto de
intervenções físicas e psicológicas sobre uma gama de problemas físicos e
psiquiátricos relacionados à velhice poderá ser acessada. Estudos transversais entre
diferentes serviços ou tratamentos e estudos longitudinais de intervenções podem
ser avaliados com o WHOQOL-OLD. Além disso, a abordagem transcultural ímpar
do desenvolvimento do instrumento significa que se podem fazer comparações entre
diferentes culturas (Power et al., 1999). Os exigentes padrões de desenvolvimento
de instrumento utilizados para o WHOQOL-OLD significam que tais comparações
correm menos risco de viés cultural; a metodologia WHOQOL (Grupo WHOQOL
1998-b) oferece uma abordagem adequadamente de desenvolvimento de
83

instrumento que proporciona uma validade transcultural para a avaliação da


qualidade de idosos.
84

ANEXO E - Instrumento Whoqol Bref-Abreviado

Versão em Português
Instruções
Este questionário é sobre como você se sente a respeito de sua qualidade de
vida, saúde e outras áreas de sua vida. Por favor, responda a todas as questões.
Se você não tem certeza sobre que resposta dar em uma questão, por favor,
escolha entre as alternativas a que lhe parece mais apropriada. Esta, muitas vezes,
poderá ser sua primeira escolha.
Por favor, tenha em mente seus valores, aspirações, prazeres e preocupações.
Nós estamos perguntando o que você acha de sua vida, tomando como referência
as duas últimas semanas. Por exemplo, pensando nas últimas duas semanas, uma
questão poderia ser:

nada muito médio muito completamente


pouco

Você recebe dos outros o 1 2 3 4 5


apoio de que necessita?

Você deve circular o número que melhor corresponde ao quanto você recebe dos
outros o apoio de que necessita nestas últimas duas semanas. Portanto, você deve
circular o número 4 se você recebeu "muito" apoio como abaixo.

nada muito médio muito completamente


pouco
Você recebe dos outros o 1 2 3 4 5
apoio de que necessita?

Você deve circular o número 1 se você não recebeu "nada" de apoio.

Por favor, leia cada questão, veja o que você acha e circule no número e lhe parece
a melhor resposta.
85

muito Ruim nem ruim boa muito


ruim nem boa boa
1 Como você avaliaria sua 1 2 3 4 5
qualidade de vida?
muito Insatisf nem satisfei muito
insatisfe eito satisfeito to satisfeito
ito nem
insatisfeit
o
2 Quão satisfeito(a) você 1 2 3 4 5
está com a sua saúde?

As questões seguintes são sobre o quanto você tem sentido algumas coisas nas
últimas duas semanas.

nada muito mais ou bastant extremament


pouco menos e e

3 Em que medida você acha 1 2 3 4 5


que sua dor (física) impede
você de fazer o que você
precisa?
4 O quanto você precisa de 1 2 3 4 5
algum tratamento médico
para levar sua vida diária?
5 O quanto você aproveita a 1 2 3 4 5
vida?
6 Em que medida você acha 1 2 3 4 5
que a sua vida tem sentido?
7 O quanto você consegue se 1 2 3 4 5
concentrar?
8 Quão seguro(a) você se 1 2 3 4 5
sente em sua vida diária?
86

9 Quão saudável é o seu 1 2 3 4 5


ambiente físico (clima,
barulho, poluição,
atrativos)?

As questões seguintes perguntam sobre Quão completamente você tem sentido ou


é capaz de fazer certas coisas nestas últimas duas semanas.
nada Muito médio muito completamente
pouco
10 Você tem energia 1 2 3 4 5
suficiente para seu dia-
adia?
11 Você é capaz de aceitar 1 2 3 4 5
sua aparência física?
12 Você tem dinheiro 1 2 3 4 5
suficiente para satisfazer
suas necessidades?
13 Quão disponíveis para 1 2 3 4 5
você estão as
informações que precisa
no seu dia-a-dia?
14 Em que medida você tem 1 2 3 4 5
oportunidades de
atividade de lazer?

As questões seguintes perguntam sobre Quão bem ou satisfeito você se sentiu a


respeito de vários aspectos de sua vida nas últimas duas semanas.
Muito ruim Nem ruim bom Muito bom
ruim nem bom
15 Quão bem você é capaz 1 2 3 4 5
de se locomover?

Muito insatisfeit Nem satisfeit Muito


87

insatisfeit o satisfeito o satisfeito


o Nem
insatisfeito
16 Quão satisfeito(a) 1 2 3 4 5
você está com o
seu sono?
17 Quão satisfeito(a) 1 2 3 4 5
você está com sua
capacidade de
desempenhar as
atividades do dia-a-
dia?
Quão satisfeito(a) 1 2 3 4 5
18 você está com sua
capacidade para o
trabalho?
19 Quão satisfeito(a) 1 2 3 4 5
você está consigo
mesmo?
20 Quão satisfeito(a) 1 2 3 4 5
você está com suas
relações pessoais
(amigos, parentes,
conhecidos, colegas)?
21 Quão satisfeito(a) 1 2 3 4 5
você está com sua
vida sexual?
22 Quão satisfeito(a) 1 2 3 4 5
você está com o
apoio que você recebe
de seus
amigos?
88

23 Quão satisfeito(a) 1 2 3 4 5
você está com as
condições do local
onde mora?
24 Quão satisfeito(a) 1 2 3 4 5
você está com o
seu acesso aos
serviços de saúde?
25 Quão satisfeito(a) 1 2 3 4 5
você está com o
seu meio de
transporte?

As questões seguintes referem-se a com que freqüência você sentiu ou


experimentou certas coisas nas últimas duas semanas.

nunc Alguma Freqüentem Muito sempr


a s vezes ente freqüente e
mente
26 Com que freqüência você 1 2 3 4 5
tem sentimentos negativos
tais como mau humor,
desespero,ansiedade,
depressão?

OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO


89

ANEXO F - Parecer Consubstanciado N° 797/2011


90

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