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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

PÓS GRADUAÇÃO EM SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Resenha Crítica de Caso O Sistema Previdenciário Francês: Prestes a se


aposentar?

Brenda Mirelly Almeida Nunes

Trabalho da disciplina: Saúde Mental do


Trabalhador e na Terceira Idade

Tutor: Prof. Ralph Ribeiro Mesquita

Remanso

2021

1
O Sistema Previdenciário Francês: Prestes a se aposentar?

Brenda Mirelly Almeida Nunes1

Erik Israelewitz, Le Monde. O Sistema Previdenciário Francês: Prestes a se


aposentar?”. Harvard Business School. 1995. Pag 799-143.
Disponível em:
http://pos.estacio.webaula.com.br/Biblioteca/Acervo/Basico/PG0082/
Biblioteca_60037/Biblioteca_60037.pdf
Acesso em: 10 de fevereiro 2021

Apresentação do Artigo
O artigo “O Sistema Previdenciário Francês: Prestes a se aposentar?” faz o
recorde da situação atual de desenvolvimento da política pública brasileira de saúde
mental infantil e juvenil com foco nos Centros de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil
e na rede intersetorial potencial de atenção à saúde mental infantil e juvenil que
engloba outras políticas relacionadas à criança e ao adolescente em âmbito
nacional.
Muito se fala sobre reforma previdenciária, e após o presidente francês Nicolas
Sarkozy sancionar a reforma, comprovou-se que a necessidade não é
exclusivamente do sistema previdenciário brasileiro. Sofrendo as consequências da
crise dos suprimes de 2009 e do envelhecimento da população fenômeno também
conhecido como “papy boom” (explosão do número de vovôs – em francês “papy”), a
França, país com menor idade de aposentadoria – 60 anos contra 65 do Brasil e
outros países europeus como Inglaterra e Alemanha - o presidente francês propôs
uma medida de reforma do sistema previdenciário, aumentando o tempo de
contribuição social de 60 para 62 anos. Em contrapartida, os trabalhadores
franceses saíram em protesto nas ruas pedindo a redução dos anos de contribuição
de 60 para 55 anos, como forma de redução do desemprego no país.
O objetivo da reforma aprovada pela Assembleia Nacional e sancionada por
Sarkozy, é de evitar a falência do sistema previdenciário que já apresenta um déficit

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Bacharel em Psicologia, pós graduada em Psicologia Hospitalar, pós graduanda em Saúde Mental e
Atenção Psicossocial. Email: psi.brendaalmeida@gmail.com

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de 32 bilhões de euros e de acordo com o Ministério do trabalho pode chegar a 102
bilhões em 2050. Segundo o governo com a reforma, espera-se até o ano que vem
uma redução do déficit público de 8% para 6%. Outra motivação é o pacote de
medidas para reduzir a dívida pública que atingirá 82,9% do PIB esse ano, e
restaurar a credibilidade da zona do euro depois da crise grega. Mas a população
francesa mantém seu posicionamento inicial e já convocou uma nova mobilização
para o dia 23 de novembro.
A reforma requerida pelo sistema previdenciário brasileiro, segundo estudiosos do
assunto, é bem diferente da francesa. Apesar de também enfrentar o problema do
envelhecimento da população, o sistema brasileiro apresenta um tempo de
contribuição suficiente para que os gastos sejam cobertos. Os principais aspectos
criticados pelos estudiosos é a incorporação de grandes grupos à previdência social
após a constituição de 1988 e a alta tributação sobre a contratação formal de
trabalhadores.
Para a primeira crítica os estudiosos defendem a divisão da previdência social, e
da assistência social, pois os grupos pertencentes aos beneficiários da assistência
social, que recebem transferências de renda, nunca contribuíram e usufruem dos
benefícios, contribuindo para o déficit na conta da previdência. De acordo com Raul
Velloso, economista e pesquisador do assunto, dos 20 milhões de aposentados e
pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) apenas seis milhões são
trabalhadores aposentados que contribuíram toda a sua vida ativa para a
Previdência. Para o segundo ponto a proposição é a redução da alta carga dos
tributos sobre a contratação formal, pois 45% dos trabalhadores brasileiros estão na
informalidade e usufruem de alguma forma de benefícios da previdência sem
contribuir com tal.
A presidente eleita Dilma Rouseff e seu partido PT (Partido dos Trabalhadores)
defendem a criação de um sistema previdenciário básico único, tanto para
trabalhadores do setor privado, como para trabalhadores do setor público, além de
fixar um piso e um teto para as aposentadorias e ainda implantar um programa
voluntário de previdência complementar.
O sistema previdenciário brasileiro como a maioria dos que foram criados na
década de 20 é o denominado Regime Geral da Previdência Social (RGPS), ou

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regime de simples partição, pois apresenta uma simples divisão, fazendo com que
os trabalhadores ativos do setor privado custeiem os aposentados. E para um bom
funcionamento, do sistema a contribuição paga pelos trabalhadores ativos deve se
equiparar aos benefícios dos trabalhadores inativos, para o equilíbrio do sistema.
Mas de acordo com os dados apresentados anteriormente não é o que ocorre, o
sistema que no início apresentava superávit e teve verba aplicada em outras áreas
como a construção de Brasília, hoje apresenta um déficit público relevante, o que
mostra sua exaustão.
Considerações Finais
De acordo com as propostas apresentadas pelo ministro da Previdência e pelo
PT, fica claro que o objetivo principal é reduzir o déficit do sistema previdenciário e
introduzir uma equidade de tratamento para os beneficiários potenciais, permitindo
ainda uma maior transparência entre nas contas da Previdência, e separando os
benefícios da assistência social. Mas ainda assim são consideradas medidas que
apresentam uma solução temporária, pois de acordo com exemplos de reformas
internacionais e transições do sistema de repartição simples para um regime de
capitalização com contribuição definida, a única solução permanente seria
individualizar contribuição e benefícios o que eliminaria o problema também nos
estados e municípios que atualmente estão à margem das discussões, mas
enfrentam problemas não menos graves que os da esfera federal.

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