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Cantigas de Abertura de

Mesa

Estas são umas das cantigas mais importantes e fortes do Catimbó. É


com elas que se abrem os trabalhos e preparam a roda para a vinda
dos mestres

Bate asa e canta o galo


dizendo cristo nasceu
cantam os anjos nas alturas
Rei dos índios
Gloria lá no céu se deu.
Gloria no céu se deu

Lá nas portas da Jurema


abre a mesa e da licença
Santa Tereza
para os mestres passar.
Oh minha Santa Tereza
pelo amor a meu Jesus
abre a mesa e da licença
Oh Santa Tereza
pelo irmão João da Cruz
Por deus eu lhe chamo
por Deus eu mandei chamar
[ mestre tal ] da Jurema
Oh rei dos índios
para vir trabalhar.
Eu andei, eu andei, eu andei
Eu andei, eu andei, vou andar
7 anos passei foi em terra
outros 7 passei foi no mar
O jurema preta senhora rainha
É dona da cidade mas a chave é minha
O tupirãnauê o tupirãnauá
sou filho da Jurema
e venho trabalhar

Muito se ouve falar sobre as cantigas da Jurema Sagrada mas essas


entonações esses cânticos são muito importantes para a chegada de
nossos mestres, é onde o discípulo vai abrindo seus chakras
espirituais deixando assim suas forças e energias fazerem parte de
um único corpo. Então devemos estar preparados para essa missão,
que é tão rica em conhecimento e rica na pureza da verdade..

Jurema Sagrada
Este é um contexto histórico embasado em pesquisas e pesquisadores que
tem curiosidade de conhecer melhor o nosso culto chamado jurema.
Quero mostrar um ponto sobre a jurema, mas também a visão de uma
forma geral sobre o culto, unificando um pouco da minha história e
conhecimento. Falando da jurema do mestre Jose de Òsanyin – “Mestre
folhinha”, “Maria de Mavambo” do Maranhão, “Mestre Mostardinha de
Recife”.
O culto da Jurema é uma prática religiosa de tradição indígena,
especialmente das tribos do Nordeste, vinculado à árvore do mesmo nome
(jurema), a qual possui seu habitat no agreste e caatinga nordestina.
Durante os períodos de grande estiagem, a jurema se destaca do resto da
vegetação nativa pelo fato de manter-se exuberante, resistente à falta de
água.
A cultuação e utilização de partes desta árvore, durante os rituais religiosos
dos nativos brasileiros, podem ser constatadas nos escritos de Oliveira (1942
apud Bastide, 1985), Cascudo (1978), Herckmam (1982), Nascimento (1994),
Mota (1987) e Vandezande (1975), os quais referem-se à confecção de uma
bebida sagrada a partir da casca, tronco e raízes da referida planta.
Quando ingerida, acredita-se que tal bebida possui a propriedade de
transportar os homens para o mundo do além, possibilitando a
comunicação com os seres que lá habitam.
O culto da jurema difundiu-se dos sertões e agrestes nordestinos em
direção às grandes cidades do litoral, tendo o símbolo sagrado da árvore da
jurema, originado na cultura indígena, sincretizando- se com elementos da
magia européia (Através de Marcos Salles), do catolicismo e da matriz
africana, conforme já apontava Cascudo (1978) e Bastide (1985). A partir
desse amálgama de tradições, formou-se o Catimbó na Paraíba, Recife,
Maceió e Natal, caudatário, sobretudo, dos rituais indígenas centrados na
jurema (cf. Brandão e Rios, 1998). Nesse sentido, concordo com Nascimento
(1994) quando considera o Catimbó como variante de práticas mágico-
religiosas cuja origem se localizaria em processos de transformação
cultural, experimentados por populações indígenas em contato secular com
a sociedade envolvente.
Em suas pesquisas, Fernandes (1938), tratando sobre a formação do
Catimbó, evidencia a existência na Paraíba de práticas feiticeiras de 1740,
através de uma ordem régia endereçada ao governador da capitania,
informando que feiticeiros e índios foram presos e mortos por praticarem
magias condenadas pela Igreja Católica.
Asé em seus caminhos.

Magia Brasileira Catimbó

Magia Brasileira tem muita força, mas poucos conhecem esta magia
por que acham que ela esta ligada as religiões que aqui estão. Quem
conhece o Catimbó e seus encantamentos,sabe que esta ligada a
prática de magia baseada no Cristianismo, onde apóia toda a sua
doutrina religiosa. O Catimbó não inventa deuses ou os importa da
África porque não faz parte das religiões afro-brasileiras. O Catimbó
não é afro, não é Umbanda e muito menos Candomblé.

É uma ligação de antigas tradições cristas ligada a Salomão e Mestre


Marcos Salles, aonde encontramos um pouco da magia européia e
dos encantados da Hungria, povos ciganos entre outros. O Catimbó
não é uma religião, mas pode ser classificado como uma seita
derivada do catolicismo, por mais imprecisa que possa parecer esta
definição. Apesar de católico é uma prática espírita porque trabalha
com a incorporação de almas de pessoas já falecidas e é neste
sentido que se afasta da religião base.

Ele pode se parecer um pouco com a Umbanda, mas, nem um pouco


com o Candomblé.

A semelhança com a Umbanda é devido ao trabalho com entidades


incorporadas, mas a incorporação do catimbó fica longe de ser igual
da umbanda e muito mais ainda do candomblé. Entretanto, os
Mestres do Catimbó possuem uma teatralidade de incorporação
muito típica e discreta, e o Catimbó esta longe do trabalho de palco
da Umbanda. Outra infeliz coincidência é a presença da entidade Zé
Pelintra que no Catimbó é dito como mestre e na Umbanda é muito
cultuado como Exu e malandro devendo perceber que Zé pelintra não
é Exú e sim um Catimbozeiro Mestre, Como também Mestre Preá não
é Baiano ou Exú, esta confusão acaba fazendo com que as pessoas
acreditem que umbanda é a mesma coisa que catimbó e não é, e
também devemos perceber que não é um candomblé de caboclo
como muitas propagam por ai, esta confusão acaba trazendo certa
bagunça dentro da seita do catimbó. Catimbó não é Umbanda!

O Catimbó tem uma raiz indígena que foi se perdendo com o tempo.
Não há dúvidas que o Catimbó é xamanista com muitas práticas de
pajelança que acabam entrando na jurema e no catimbó como
forma de força para divindades que passam pelo tronco da ciência,
mas, não é baseado em Caboclos e sim em Mestres, apesar de os
Caboclos também terem participação. O Catimbó não é muito
diferente ou melhor do que estes cultos que citamos, não podemos
dizer inclusive que suas entidades sejam de nível superior, pelo
contrário, sob o ponto de vista espírita kardecista são ainda entidades
de baixa energia e que guardam muitas referências como a última
vida que tiveram em “terra fria”.

Então podemos entender que o catimbó tem sua própria pratica e


iniciação dentro da sua seita. Catimbó não é só bebida e fumo, tem
muitas coisas que muitos filhos do catimbó não sabem devido ao
pouco conviveu com seus mestres ou padrinhos, então devem
conhecer a ciência através da consagração e da semente plantada
ao corpo de seus filhos que é onde começa a verdadeira ciência do
conhecer e aprender, no sentido espiritual e humano.

Consulta de Cabloco
Para o culto dos caboclos quaisquer que sejam suas origens, nos
casos de consultas, perguntas e confirmações todas elas devem ser
através de uma maçã, onde ela é cortada ao meio, como se fosse
consultar com um Obi, as sementes são retiradas, e em cima de um
prato branco virgem e/ou em cima de areia nova colhida em beira de
rio de água limpa e/ou beira de mar. Então o primeiro passo a seguir
é saber qual a origem do caboclo a ser assentado: origem rio, origem
mar, ou origem mato.

Caso a origem seja mato: O processo será o seguinte, em seu


assentamento levará como elemento principal um coco de sapucaia,
e dentro um ota colhido em mata, e ao redor de sua talha que deverá
ser de alça, colocar vários cocos de dendezeiro pendurados.

Caso a origem seja rio: O processo será o seguinte, em seu


assentamento os elementos principais serão a areia colhida em rio
limpo, e ter juntado seixos do próprio rio.

Caso a origem seja mar: O processo será o seguinte, em seu


assentamento os elementos principais serão os seguintes, areia
colhida em mar limpo, e uma estrela do mar de cinco pontas.

Ainda em seus assentos poderão levar elementos como: 1 ou 3


cabaças pequenas, presas na alça da talha, sempre utilizando para
prender elementos como cipó e/ou palha da costa, 1 coité, 1 quartinha
de barro, 1 talha com alça, 1 alguidar grande, suas guias (contas de
caboclo ) flechas e bodoque e penas de peru.
Nos casos de assentamentos de Caboclo da linha de Boiadeiro, Laje
Grande e Mineiro. Deverá levar sempre elementos como: Cordas, Cipó,
Elemento de couro e 1 Pata de boi.

E todos estes elementos serão lavados em água de Jurema, e todos


elementos arrumados dentro do alguidar por cima da areia.

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