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Jurema Sagrada
Este é um contexto histórico embasado em pesquisas e pesquisadores que
tem curiosidade de conhecer melhor o nosso culto chamado jurema.
Quero mostrar um ponto sobre a jurema, mas também a visão de uma
forma geral sobre o culto, unificando um pouco da minha história e
conhecimento. Falando da jurema do mestre Jose de Òsanyin – “Mestre
folhinha”, “Maria de Mavambo” do Maranhão, “Mestre Mostardinha de
Recife”.
O culto da Jurema é uma prática religiosa de tradição indígena,
especialmente das tribos do Nordeste, vinculado à árvore do mesmo nome
(jurema), a qual possui seu habitat no agreste e caatinga nordestina.
Durante os períodos de grande estiagem, a jurema se destaca do resto da
vegetação nativa pelo fato de manter-se exuberante, resistente à falta de
água.
A cultuação e utilização de partes desta árvore, durante os rituais religiosos
dos nativos brasileiros, podem ser constatadas nos escritos de Oliveira (1942
apud Bastide, 1985), Cascudo (1978), Herckmam (1982), Nascimento (1994),
Mota (1987) e Vandezande (1975), os quais referem-se à confecção de uma
bebida sagrada a partir da casca, tronco e raízes da referida planta.
Quando ingerida, acredita-se que tal bebida possui a propriedade de
transportar os homens para o mundo do além, possibilitando a
comunicação com os seres que lá habitam.
O culto da jurema difundiu-se dos sertões e agrestes nordestinos em
direção às grandes cidades do litoral, tendo o símbolo sagrado da árvore da
jurema, originado na cultura indígena, sincretizando- se com elementos da
magia européia (Através de Marcos Salles), do catolicismo e da matriz
africana, conforme já apontava Cascudo (1978) e Bastide (1985). A partir
desse amálgama de tradições, formou-se o Catimbó na Paraíba, Recife,
Maceió e Natal, caudatário, sobretudo, dos rituais indígenas centrados na
jurema (cf. Brandão e Rios, 1998). Nesse sentido, concordo com Nascimento
(1994) quando considera o Catimbó como variante de práticas mágico-
religiosas cuja origem se localizaria em processos de transformação
cultural, experimentados por populações indígenas em contato secular com
a sociedade envolvente.
Em suas pesquisas, Fernandes (1938), tratando sobre a formação do
Catimbó, evidencia a existência na Paraíba de práticas feiticeiras de 1740,
através de uma ordem régia endereçada ao governador da capitania,
informando que feiticeiros e índios foram presos e mortos por praticarem
magias condenadas pela Igreja Católica.
Asé em seus caminhos.
Magia Brasileira tem muita força, mas poucos conhecem esta magia
por que acham que ela esta ligada as religiões que aqui estão. Quem
conhece o Catimbó e seus encantamentos,sabe que esta ligada a
prática de magia baseada no Cristianismo, onde apóia toda a sua
doutrina religiosa. O Catimbó não inventa deuses ou os importa da
África porque não faz parte das religiões afro-brasileiras. O Catimbó
não é afro, não é Umbanda e muito menos Candomblé.
O Catimbó tem uma raiz indígena que foi se perdendo com o tempo.
Não há dúvidas que o Catimbó é xamanista com muitas práticas de
pajelança que acabam entrando na jurema e no catimbó como
forma de força para divindades que passam pelo tronco da ciência,
mas, não é baseado em Caboclos e sim em Mestres, apesar de os
Caboclos também terem participação. O Catimbó não é muito
diferente ou melhor do que estes cultos que citamos, não podemos
dizer inclusive que suas entidades sejam de nível superior, pelo
contrário, sob o ponto de vista espírita kardecista são ainda entidades
de baixa energia e que guardam muitas referências como a última
vida que tiveram em “terra fria”.
Consulta de Cabloco
Para o culto dos caboclos quaisquer que sejam suas origens, nos
casos de consultas, perguntas e confirmações todas elas devem ser
através de uma maçã, onde ela é cortada ao meio, como se fosse
consultar com um Obi, as sementes são retiradas, e em cima de um
prato branco virgem e/ou em cima de areia nova colhida em beira de
rio de água limpa e/ou beira de mar. Então o primeiro passo a seguir
é saber qual a origem do caboclo a ser assentado: origem rio, origem
mar, ou origem mato.