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Curso Umbanda e Sexualidade | Por Marina Nagel

Orixás

Na Umbanda Sagrada temos sete Pais Orixás e sete Mães Orixás, divididos nas sete
linhas de Umbanda. As sete linhas representam as principais virtudes, as principais
qualidades divinas. Em cada linha, um pai e uma mãe formam um par polarizado,
masculino e feminino. Um deles é irradiador e o outro esgotador dos desequilíbrios ligados
a cada qualidade, características essas não vinculadas ao gênero.

Os seres com polaridade masculina terão energias retas, com exceção dos fatorados por
Oxumaré que têm seu poder representado por curvas, característica que mostra sua
qualidade vinculada ao reequilíbrio do campo emocional dos seres, quando desequilibrados
no amor.

Os seres com polaridade feminina terão energias curvas, com exceção dos imantados por
Iansã na origem, que têm seu poder representado por retas, pelos raios, característica que
mostra seu lado guerreiro, forte, esgotador dos desequilíbrios no campo da Lei.

Como já estudamos, cada leva de seres criados em Deus é imantada por um desses
Orixás, recebendo suas características e sua polaridade, qualidades que estes seres terão
desde sua saída até seu retorno ao Criados. Esse é o nosso Orixá Ancestral, aquele que
será o responsável por nossa coroa, a força de nosso espírito ao longo de todas as nossas
encarnações.

E no caminho de crescimento, evolução e retorno, vamos aprender todas as outras


qualidades, incorporando-as ao nosso ser, até que sejamos inteiros, completos, unos com
a força universal criadora. E para aprender as outras qualidades, a cada encarnação
teremos uma outra força como responsável por nossa personalidade, pelo nosso mental,
nos ensinando de frente aquilo que temos que aprender para evoluir; assim como teremos
uma outra força adjunta, sempre de polaridade oposta à de frente, responsável pelo
reequilíbrio do nosso emocional. Esses são os Orixás de Frente e Juntó.

As sete linhas são representadas na Umbanda Sagrada pelas qualidades da Fé, Amor,
Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração. Vamos entender agora quais as
características de feminino e masculino que cada um desses pais e mães nos enquanto
ancestrais e aquilo que eles vêm nos ensinar quando estão de frente.

As mães Orixás e seus arquétipos

Cada uma das sete mães Orixás traz um ou mais arquétipos de feminino para sua filha,

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seja na característica de sua alma, ou no Orixás


que ela precisa aprender e vivenciar nessa
encarnação. Vejamos uma a uma:

Logunã ou Oyá Tempo


Mãe Logunã atua no aspecto absorvente e equilibrador da falta ou excesso de Fé
(fanatismo. É forte, séria, corretiva. Representa principalmente os aspectos da mulher
intelectual e da guerreira. Suas filhas no ancestre herdarão essas características, sendo,
em sua intimidade, mais introspectivas, sérias, corretas, lutadoras, parecendo ter uma
alma velha. De frente, mãe Logunã vem ensinar suas filhas a se voltarem para a
espiritualidade e a lutarem pelas coisas do espírito, a entenderem e buscarem a sabedoria
que só o encontro de Deus dentro de nós traz.

Oxum
Mamãe Oxum é a irradiadora natural do amor. Ela tem a força conceptiva. É doce, meiga,
cuidadora, sensual. É a mãe da prosperidade. Representa principalmente o aspecto da
amante, e em segundo plano da mãe. Suas filhas no ancestre terão sua delicadeza,
fragilidade, paciência e amor. De frente, ela vem ensinar suas filhas a serem mais
amorosas, compreensivas, a saberem cuidar com o coração, com empatia, assim como
ensina o amor-próprio, o cuidado consigo mesma, a beleza e a sensualidade.

Obá
Mãe Obá é o poder absorvedor dos desequilíbrios no campo do Conhecimento. Ela é forte,
dura, lutadora, centrada. Ela é o poder que equilibra nossa mente. Representa
principalmente os arquétipos da guerreira e da intelectual. Suas filhas no ancestre serão
fechadas, determinadas, corretas, lutadoras, centradas e bastante diretas em suas falas;
muito mentais e pouco afetivas. De frente, ela vem ensinar suas filhas a acreditarem mais
em si mesmas, a lutarem por seus ideais, a falarem o que pensam sem medo, a aceitarem
seu lado masculino e sua força, mas sem deixar de lado sua feminilidade.

Egunitá ou Oro Iná


Mãe Egunitá é a absorvedora natural dos desequilíbrios no campo emocional, aqueles que
nos fazem esquecer e perder nossa razão, nosso equilíbrio e nosso senso de Justiça. Ela
é o fogo consumidor, guerreira, exuberante, forte, apaixonada. Representa principalmente
os arquétipos da guerreira e da amante. Suas filhas ancestrais terão em sua alma esse
fogo, sendo extrovertidas, falantes, fortes, lutadoras, sensuais e sedutoras. De frente, ela
vem ensinar suas filhas a saírem do casulo, a se mostrarem mais para o mundo, perdendo
o medo e a insegurança, além de ensinar que sua sensualidade é um grande poder, quando
utilizado com razão, equilíbrio e justiça.

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Iansã Orixás
Mãe Iansã é o poder que absorve os desequilíbrios no campo da Lei. Ela é a grande
guerreira, a tempestade e a ventania, que mudam tudo de lugar até estarmos no caminho
certo. Representa principalmente o arquétipo da guerreira e, em segundo plano, da
intelectual e da amante. Suas filhas no ancestre serão extrovertidas, guerreiras, corretas,
inquietas, ágeis, com capacidade para fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas
precisando sempre de foco e concentração. De frente, ela vem ensinar suas filhas a saírem
do lugar, a pararem de esperar que os outros façam por elas, a lutarem pelo que acreditam,
a usarem sua força pelo que é certo, mas principalmente a lutarem por si mesmas.

Nanã
Mãe Nanã Buroquê absorve e esgota todos os negativismos que nos impedem de crescer e
evoluir. Ela é o poder ativo no campo da Evolução, uma avó sábia, amorosa, mas dura e
correta. Representa os arquétipos da mãe e da intelectual, pois traz a sabedoria. Suas
filhas ancestrais são lentas, cuidadosas, amorosas, introspectivas, mas também corretas e
bravas quando necessário. De frente, ela vem ensinar a viver com mais calma, a dar valor
para o que realmente é importante, a buscar a sabedoria do espírito, a olhar mais para o
outro do que para si mesmo, mostrando que para crescer é preciso deixar nossos apegos e
nosso sofrimento pra trás, aprendendo com cada situação que a vida nos oferece.

Iemanjá
Mãe Iemanjá é a irradiadora natural da energia geradora e criadora da vida. Ela é a grande
mãe, o poder da água, o mar em sua imensa fonte de criatividade e vida. Representa o
arquétipo da mãe, mas que também sabe ser sábia, guerreira e amante quando necessário.
Suas filhas no ancestre são amorosas, choronas, apegadas, cuidadoras, mas fortes e
capazes de realizar tudo o que precisarem. De frente, ela vem ensinar o cuidado, o amor
incondicional de mãe, a força que faz parte de nós mas pensamos não ter, assim como
ensina suas filhas a dizerem não quando necessário e a não quererem carregar o mundo
nas costas!

Lembro apenas que o Orixá de Juntó também acrescentará características à personalidade.


E que os Orixás Naturais que nos acompanham nessa encarnação são mistos, quer dizer,
possuem mais de um elemento em sua formação, então possuem um campo de atuação
que poderá alterar o arquétipo apresentado acima. Por exemplo, uma Oxum Apará é uma
Oxum mista, uma Oxum jovem, forte e guerreira, pois seu poder é o Amor, mas seu campo
de atuação é a Lei.

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Os pais Orixás e seus arquétipos Orixás


Os seres fatorados em Deus pelos pais Orixás também trarão, de forma intrínseca, suas
características em suas almas. De frente, esses pais vêm ensinar as características
masculinas, de força e direção, para os filhos ou filhas que precisam nascer sob sua
proteção. Vamos conhecer cada um deles:

Oxalá e Oxaguian
O grande pai, primeiro Orixá da criação, é Oxalá, irradiador natural da Fé, congregador e
magnetizador. Ele é sábio, que traz a sabedoria do espírito, a representação da paz e da
esperança. Seus arquétipos principais são o do pai e do intelectual. Na sua forma jovem,
Oxaguian, ele se manifesta como um guerreiro. As características maduras do pai e sábio
ficam mais secundárias, mas continuam fazendo parte do seu arquétipo. É o mesmo Oxalá
da Fé, mas ainda com a força do jovem, que está lutando para crescer. Seus filhos
ancestrais são congregadores, com um magnetismo pessoal muito forte. Possuem uma
natureza tranquila, introspectiva, que busca conhecer o porquê das coisas, sendo um
grande estudioso dos mistérios da vida. De frente, Oxalá vem despertar em seu filho a Fé,
o conhecimento mais profundo sobre a alma, além de trazer equilíbrio entre o espiritual e o
material.

Oxumaré
Nas linhas mais afro de Umbanda, que misturam fundamentos do Candomblé, Oxumaré é
considerado um Orixá com dois sexos, metade homem e metade mulher. Na Umbanda
Sagrada, Oxumaré é um Orixá de energia masculina, mas que trabalha no campo
emocional dos seres, renovando os sentimentos negativos, ao mesmo tempo em que traz
alegria e prazer pela vida. Seu símbolo é o arco-íris. Seu arquétipo principal é o do amante.
Seus filhos no ancestre são extrovertidos, brincalhões, alegres, movimentadores,
renovadores, sedutores. De frente, ele vem ensinar seus filhos a terem mais amor-próprio,
a não se apegarem a pessoas e situações que não servem mais, a usarem seu charme e
poder de sedução para alcançarem seus objetivos, mas sem deixar a honestidade, o amor,
o respeito e a ética de lado.

Oxóssi
Pai Oxóssi é o Orixá da cura e do conhecimento. Seu poder vem do elemento vegetal e é a
representação da simplicidade, da força, da confiança e da honestidade. Seus arquétipos
são o do guerreiro e o do intelectual. Seus filhos no ancestre são extrovertidos, inquietos,
lutadores, corajosos, curiosos e verdadeiros. De frente, Oxóssi vem ensinar seus filhos a
não desistirem diante das dificuldades, a lutarem pelo que acreditam, a conhecerem o
máximo que puderem para absorverem tudo o que a vida tem a oferecer, a terem

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Orixás
persistência, apesar da necessidade constante de movimento e da dificuldade de lidar com
as rotinas, a serem mais simples, a valorizarem o que é natural e serem menos apegados
às coisas da matéria.

Xangô
Pai Xangô é o grande rei, aquele que representa a balança da Justiça, o equilibrador da
razão humana. Seus arquétipos principais são o do pai, do intelectual e do amante. Ele é
forte, mas prefere ter o poder e a condição de mandar do que ir à luta ele mesmo. Seus
filhos ancestrais são introspectivos, mas gostam de ser o centro das atenções e de dar a
última palavra; eles são fortes, grandes pais e grandes amantes; naturalmente equilibram e
resolvem situações de conflito. De frente, Xangô vem ensinar seus filhos a serem mais
calmos, a usarem mais a razão e serem menos orgulhosos, a serem bons pais e bons
maridos, não dando vazão ao impulso de conquistar e ter, a serem justos e bondosos,
enxergando mais a necessidade do outro do que a sua própria crença de certo e errado.

Ogum
Pai Ogum é o Orixá que representa o poder da Lei Divina. Forte e correto, segue seus
instintos na manutenção da ordem e na luta pelos ideais de igualdade e justiça. Seus
principais arquétipos são o do Guerreiro e o do amante. Seus filhos no ancestre são líderes
naturais, de natureza combativa, corajosos, extrovertidos, determinados, amigos,
apaixonados e conquistadores. De frente, Ogum vem ensinar seus filhos a lidarem com seu
ego, a valorizar mais as qualidades alheias (olhando menos para as limitações), a serem
líderes justos e amantes cuidadosos, a cuidarem de sua aparência, sem se tornarem
vaidosos, a defenderem aqueles que estão abaixo dele e lutarem pelas causas certas, a
serem menos impulsivos, aprendendo a pensar antes de reagir às situações.

Obaluayê
Pai Obaluayê é o Orixá da cura, da transformação interior, das passagens, do
renascimento. O grande avô cuidadoso, paciente e sábio. Seus principais arquétipos são o
do pai e do intelectual. Seus filhos no ancestre parecem ter uma alma velha, sendo
calmos, recatados, introspectivos, emocionais, cuidadosos, compassivos, carinhosos,
curandeiros naturais. De frente, ele vem ensinar uma vida com mais compaixão, com
menos pressa; seus filhos gostam de rotina e de tranquilidade e devem aproveitar essa
tendência para olharem mais para dentro e transmutarem as sombras que ainda afligem
sua alma. São amantes carinhosos e preocupados. São cuidadores, mas não podem
esquecer de cuidar de si mesmos, aprendendo a dar limites e dizer não.

Omolu
Pai Omolu em muitas linhas de Umbanda é considerado o mesmo Orixá que Obaluayê. Na
Umbanda Sagrada, eles trabalham energias diferentes.

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Obaluayê cuida da transformação da alma, Orixás


da passagem de um estágio para o outro da
evolução. Já Omolu é o Orixá da morte, dos encerramentos, aquele que corta e esgota
tudo o que não nos serve mais. Ele está na linha da geração, pois tudo precisa morrer para
nascer de novo. Seu arquétipo principal é o do intelectual. Seus filhos no ancestre são
muito voltados para dentro, calados, desconfiados, frios, distantes; cuidam sem se
envolver de forma emocional. De frente, Omolu ensina seus filhos a não terem apegos,
mesmo que precisem sempre se sentir seguros, principalmente no lado financeiro; são
muito racionais e às vezes parecem indiferentes aos sentimentos alheios, pois seu jeito de
cuidar é fazendo o que é preciso, e pronto. Sentem pouco desejo sexual. Uma encarnação
regida por Omolu é de fechamento de ciclos.

Exu e Pombagira

Exu e Pombagira são forças tripolares, ele masculino e ela feminina, mas ambos
trabalhando como imantadores, neutralizadores e esgotadores em seus campos de
atuação. Exu é a potência, a vitalidade. Pombagira é o desejo, a vontade. Suas forças
vibram nos chackras mais baixos, mais ligados à terra e ao nosso estado de encarnados.
A força da vitalidade está no chakra básico e no umbilical, e o desejo está no umbilical e
no plexo solar.

Um homem, ao ver uma mulher ou um homem que ele considera gostosa ou gostoso,
sente logo atração, tesão. Ele não deseja necessariamente aquela pessoa, apenas fica
excitado com o que vê. Essa é a sua potência sexual, sua vitalidade mais básica, agindo
de forma instintiva. Essa é uma representação clássica do que o mistério Exu representa
dentro do campo energético masculino. Sua principal força está ligada à energia sexual,
mas Exu não é só isso. Exu vitaliza e desvitaliza todos os tipos de energia, em todas as
áreas.

Uma mulher, quando vê um homem ou uma mulher que acha interessante, logo sente
desejo. Não necessariamente pela pessoa em si, mas pelo o que ela representa, pelos
atributos que ela mostra. É natural para o feminino desejar: alguém, algo, qualquer coisa.
Mas isso não significa que sintamos tesão ou fiquemos excitadas. Essa força da vontade e
do desejo é a representação do mistério Pombagira agindo dentro de nós. Pombagira
aumenta, equilibra ou esgota o desejo em relação a tudo, até mesmo pela própria vida.

O mistério Exu vibra nos homens ligado aos órgãos sexuais e reprodutores e, mais
profundamente, nos próprios hormônios masculinos. Assim como Pombagira vibra nas
mulheres nos órgãos sexuais e reprodutores e em todo o sistema endócrino/hormonal. É
por meio desses sistemas que eles nos vitalizam, potencializam, e despertam o desejo, a

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vontade e a sedução! Nossos guias atuamOrixás


de dentro pra fora em nós para que estejamos
em equilíbrio.

Dentro do terreiro, essas duas forças trabalham justamente com as energias mais densas,
ligadas aos planos negativos da existência. São eles que cortam e desmancham os
trabalhos mais pesados, que encaminham eguns e quiumbas, que esgotam o que há de
negativo dentro e fora de nós.

No campo da sexualidade, Exu atua trazendo vitalidade e potência, ou diminuindo essa


potência quando ela está em desequilíbrio. Exu não incorpora para ficar bêbado, nem para
transar com as pombagiras, e muito menos para assediar pessoas que estejam na
assistência da casa sob a desculpa que precisa tocar nos órgãos sexuais de alguém (ou
coisa pior) para fazer descarrego. Esses absurdos acontecem por causa dos desequilíbrios
e maldade dos médiuns. Exu não tem livre-arbítrio, então faz o que é solicitado. Mas se
esses comportamentos fora da Lei, maldosos, começam a ser repetitivos, Exu é afastado
do médium, que passa a trabalhar com quiumbas se passando por guia de Umbanda. Exu,
na Umbanda, é guia de Lei e trabalha para ajudar o próximo.

Já Pombagira atua dentro do terreiro como intensificadora, equilibradora ou esgotadora do


desejo. Ela vem para nos ensinar a sedução, a sexualidade equilibrada, o desejo vivido
com amor e respeito; vem para curar as dores que temos no campo sexual ou do amor. Ela
atrai o amor, quando esse amor fará bem para os dois. Mas Pombagira, dentro da
Umbanda, não tira o marido ou a mulher de ninguém, pois estará agindo contra a Lei Maior.
Mas se você tem um relacionamento que não lhe serve mais, que está lhe trazendo dor e
sofrimento, é Pombagira quem irá esgotar o desejo na relação e esgotar o cordão que lhe
prende em emoções que já podem ser consideradas destrutivas. Ah... e Pombagira não
incorpora para seduzir ninguém dentro do terreiro e nem para dar em cima de nenhum
médium ou consulente. Isso também é desequilíbrio que seu cavalo traz consigo e precisa
resolver.

Pombagira como curadora da sexualidade, reensinando o amor

Pombagira é a grande força curadora de nossa sexualidade, tanto no plano material, quanto
nos planos negativos da existência. Dentro de nós, Exu e Pombagira atuam ambos em
seus campos, sempre que necessário. Fora de nós, se um homem está cometendo abusos
no campo sexual, quem vai agir para paralisar esse processo de violência é Exu. Assim
como Exu é a energia chamada para os casos de impotência sexual. Mas em praticamente
todos os outros casos, quem atua é Pombagira.

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Em nosso plano, Pombagira: Orixás


- Desperta o desejo em todos os campos da vida (inclusive pela própria vida)
- É a melhor força contra a depressão
- Nos ensina a viver a sexualidade com plenitude
- Diminui a vontade, quando estamos abusando dela e querendo mais do que precisamos
- Aumenta nossa força atrativa, aumentando nossa capacidade de conquistar quem
amamos
- Esgota as ligações que não servem mais no campo sexual e amoroso
- Equilibra o desejo nos homens e mulheres que estão viciados em sexo
- Traz o desejo para as mulheres que não sentem prazer ou vontade de fazer sexo

No plano espiritual, os seres que desencarnam com desequilíbrios nos chakras básico e
umbilical, por regra, caem nos domínios de Pombagira. Todos os casos de violência,
morte, estupro, vão para o campo de Exu, pois só Exu vai desvitalizar toda a maldade, até
que esses seres se arrependam dos atos cometidos. Mas aquelas e aqueles que abusaram
da própria sexualidade, assim como as mulheres que foram violentadas e não conseguiram
superar o trauma, precisam recomeçar no campo de Pombagira. São essas guardiãs que
vão reequilibrar os sexos machucados ou destruídos e reensinar o amor. Tanto homens
quanto mulheres reaprendem, no plano espiritual, a sentir prazer e a dar e receber carinho
por meio do mistério de Pombagira. Para muitas mulheres que foram violentadas, o ódio
sentido pelos homens as impede de recomeçar a usar sua sexualidade com outros
homens. São as Pombagiras que vão agir no sétimo sentido da vida curando, no períspirito,
todo o aparelho sexual violentado, equilibrando as emoções negativadas. Assim como os
homens que abusaram da energia sexual, ou que também foram violentados e anularam o
prazer em seus campos, também vão se curar no campo de Pombagira.

Então como dizer que Pombagira é uma prostituta ou que incorpora para deixar suas filhas
e filhos safados? O sexo é sagrado quando vivido com amor, por amor e para o amor. Se
Pombagira desbloqueia nosso desejo e nos ensina a viver a sexualidade com plenitude,
cabe a nós trazer essa energia para dentro de nossos relacionamentos, sempre com amor
e respeito. Que tenhamos mais informação e consciência e que vivamos a espiritualidade
por meio de nosso sagrado para que não desvirtuemos essas poderosas forças que atuam
em nosso auxílio.

Firmeza de pombagira
Se você não trabalha na Umbanda e precisa da ajuda de Pombagira, busque as giras de
esquerda de um terreiro sério e de sua confiança. Um lugar que faz amarração e que cobra
por atendimentos de Umbanda não é um lugar sério. Diante de uma Pombagira incorporada,
explique sua situação e peça seu auxílio. Ela saberá o que fazer.

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Orixás
Se for algo simples, como equilibrar o desejo em você mesmo, você pode fazer a firmeza
abaixo. Lembrando que Exu e Pombagira devem ser firmados do lado de fora de casa. Se
você mora em apartamento, dê preferência para fazer a firmeza na varanda ou na
lavanderia.

Se você já é médium de Umbanda e precisa que sua Pombagira atue com mais força em
seu campo, faça a firmeza abaixo, ou coloque mais elementos na firmeza de esquerda que
você já possui.

Material
- Vela palito vermelha
- Taça com espumante rosê
- Cigarrilha
- Rosa Vermelha

Acenda a vela e coloque-a juntamente com a cigarrilha e a rosa vermelha. Pode colocar
três ou sete rosas se achar necessário. Acenda a cigarrilha, bata palmas três vezes e
repita três vezes: Laroyê, Pombagira; Pombagira é Mojubá. Dê três baforadas com a
cigarrilha e peça aquilo que necessita. Lembrando que você receberá de acordo com a sua
necessidade e merecimento. E nem sempre aquilo que queremos é o melhor pra nós.
Confie em sua Pombagira, pois ela lhe dará exatamente o que é melhor pra você. Se você
não souber o nome de sua Pombagira, peça para o mistério em si, ou simplesmente “para a
minha Pombagira”, isso não fará diferença!

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