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Oxalá
Oxalá é o Trono Natural da Fé e seu campo de atuação preferencial é a religiosidade dos seres, aos
quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da fé individual e suas irradiações geradoras de
sentimentos de religiosidade.
Fé! Eis o que melhor define o Orixá Oxalá. Sim, amamos irmãos na fé em Oxalá. O nosso amado Pai
da Umbanda é o Orixá irradiador da fé em nível planetário e multidimensional. Oxalá é sinônimo de fé. Ele é
o Trono da Fé que, assentado na Coroa Divina, irradia a fé em todos os sentidos e a todos os seres. Comentar
Oxalá é desnecessário porque ele é a própria Umbanda. Logo, vamos nos afixar nas suas qualidades, atributos
e atribuições.
QUALIDADES: As qualidades de Oxalá são, todas elas, mistérios da Fé, pois ele é o Trono Divino
irradiador da Fé. Nada ou ninguém deixa de ser alcançado por suas irradiações estimuladoras da fé e da
religiosidade. Seu alcance ultrapassa o culto dos Orixás, pois a religiosidade é comum a todos os seres
pensantes. Jesus Cristo é um Trono da Fé de nível intermediário dentro da hierarquia de Oxalá. E o mesmo
acontece com Buda e outras divindades manifestadoras da fé, pois muitos Tronos Intermediários já se
humanizaram para falar aos homens como homens e , assim, melhor estimularem a fé em Deus. Todas as
divindades irradiam a fé. Mas os Tronos da hierarquia de Oxalá são mistérios da Fé e irradiam-na o tempo
todo.
ATRIBUTOS: Os atributos de Oxalá são cristalinos, pois é através da essência cristalina que suas
irradiações nos chegam, imantando-nos e despertando em nosso íntimo os virtuosos sentimentos de fé. Saibam
que a essência cristalina irradiada pelo Divino Trono Essencial da Fé é neutra quando irradiada. Mas como
tudo se polariza em dois tipos de magnetismos, então o pólo positivo e irradiante é Oxalá e o pólo negativo e
absorvente é Oiá. Oxalá irradia fé o tempo todo e Oiá absorve as irradiações religiosas desordenadas vibradas
pelos religiosos deseiquilibrados. Ela se contrapõe a ele porque a atuação dela é no sentido de absorver os
excessos religiosos vibrados pelos seres que se excedem nos domínios da fé. Já Oxalá irradia fé e estimula a
religiosidade o tempo todo, a todos.
ATRIBUIÇÕES: As atribuições de Oxalá são as de não deixar um só ser sem o amparo religioso dos
mistérios da Fé. Mas nem sempre o ser absorve suas irradiações quando está com a mente voltada para o
materialismo desenfreado dos espíritos encarnados. É uma pena que seja assim, porque os próprios seres se
afastam da luminosa e cristalina irradiação do divino Oxalá... e entram nos gélidos domínios da divina Oiá, a
Senhora do Tempo e dos eguns negativados nos aspectos da fé.
OFERENDAS: Oxalá é oferendado com velas brancas, frutas, côco verde, mel e flôres. Os locais para
oferendá-lo são aqueles que mais puros se mostram, tais como: bosques, campinas, praias limpas, jardins
floridos, etc. Já os regentes dos pólos negativos da linha da Fé não se abrem ao plano material e não são
invocados ou oferendados.
Oxum
Oxum é o Trono irradiador do Amor Divino e da Concepção da Vida em todos os sentidos. Como “Mãe da
Concepção” ela estimula a união matrimonial, e como Trono Mineral ela favorece a conquista da riqueza
espiritual e a abundância material.
A Orixá Oxum é o Trono Regente do pólo magnético irradiante da linha do Amor e atua na vida dos
seres estimulando em cada um os sentimentos de amor, fraternidade e união.
Seu elemento é o mineral e, junto com Oxumaré, forma toda uma linha vertical cujas vibrações,
magnetismo e irradiações planetárias multidimensionais atuam sobre os seres e os estimula os sentimentos de
amor e acelera a união e a concepção.
Na Coroa Divina, a Orixá Oxum e o Orixá Oxumaré surgem a partir da projeção do Trono do Amor,
que é o regente do sentido do Amor.
Oxum assume os mistérios relacionados à concepção de vidas porque o seu elemento mineral atua nos
seres estimulando a união e a concepção.
Todos devem saber que a água é o melhor condutor das energias minerais e cristalinas. Por esta sua
qualidade única, surgem diversos tipos de água, sendo que a água “doce” dos rios é a melhor rede de
distribuição de energias minerais que temos na face da Terra. E o mar é o melhor irradiador de energias
cristalinas.
Saibam que a energia irradiada pelo mar é cristalina e a energia irradiada pelos rios é mineral. E
justamente neste ponto, surgem confusões quando confundem a Orixá Oxum com Yemanjá.
A energia mineral está presente em todos os seres e também em todos os vegetais. E por isto Oxum
também está presente na linha do Conhecimento, pois sua energia cria a “atração” entre as células vegetais
carregadas de elementos minerais. Já em nível mental, a atuação pelo conhecimento é uma irradiação
carregada de essências minerais ou de sentimento típicos de Oxum, a concepção em si mesma.
Saibam que a Ciência dos Orixás é tão vasta quanto divina, e está na raiz do todo o saber, na origem de
todas as criações divinas e na natureza de todos os seres. É na Ciência dos Orixás que as lendas se
fundamentam, e não o contrário. Leiam e releiam estes comentários até entenderem esta magnífica ciência
divina e apreenderem suas chaves interpretadoras da ciência dos entrecruzamentos. Se conseguirem estas duas
coisas, temos certeza que daí por diante entenderão porque a rosa vermelha é usada como presente pelos
namorados e a rosa branca é usada é usada pelos filhos quando presenteiam suas mães. Ou porque se oferece
rosas vermelhas para oferendar pomba-gira, rosas brancas para Yemanjá e rosas amarelas para oferendar
Oxum, ou rosas “cor de rosa” para as crianças (Erês).
Saibam que, se todas são rosas, no entanto os pigmentos que as distinguem são os condutores de
“minerais” e de energias minerais. Para um leigo, todas são rosas. Mas para um conhecedor, cada rosa é um
mistério em si mesma. E o mesmo acontece com cada cor, certo?
Logo, o mesmo acontece com cada Orixá Intermediário, que são mistérios dos Orixás Maiores.Saibam
também que todo jardim com muitas roseiras é irradiador de essências minerais que tornam o ambiente um
catalisador natural das irradiações de amor da divindade planetária que, amorosamente, chamamos de Mamãe
Oxum.Outra coisa que recomendo aos Umbandistas é: por que vocês, ao invés de oferecerem rosas às suas
Oxuns, não plantam perto das cachoeiras mudas de roseiras? As rosas murcham e logo apodrecem. Mas uma
muda de roseira cresce, floresce, embeleza e vivifica o santuário natural dessas nossas mães do Amor.
Oferenda: Velas brancas, azuis e amarelas; flores, frutos e essência de rosas; champagne e licor de
cereja, tudo depositado as pé de uma cachoeira.
OXÓSSI
Oxóssi é o caçador por excelência, mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o
doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do
saber religioso.
O Orixá Oxóssi é tão conhecido que quase dispensa um comentário. Mas não podemos deixar de fazê-
lo, pois falta o conhecimento superior que explica o campo de atuação das hierarquias deste Orixá regente do
pólo positivo da linha do Conhecimento.
O fato é que o Trono do Conhecimento é uma divindade assentada na Coroa Divina, é uma
individualização do Trono das Sete Encruzilhadas e em sua irradiação cria os dois pólos magnéticos da linha
do Conhecimento. O Orixá Oxóssi rege o pólo positivo e a Orixá Obá rege o pólo negativo.
Oxóssi vibra conhecimento e Obá absorve as irradiações desordenadas dos seres regidos pelos
mistérios do Conhecimento.
Oxóssi está nos vegetais e Obá está em sua raiz, como a terra fértil onde eles crescem e se multiplicam.
OFERENDA: Velas brancas, verdes e rosa; cerveja, vinho doce e licor de caju; flores do campo e
frutas variadas, tudo depositado em bosques e matas
Xangô
Xangô é o Orixá da Justiça e seu campo preferencial de atuação é a razão, despertando nos seres o
senso de equilibrio e eqüidade, já que só conscientizando e despertando para os reais valores da vida a
evolução se processa num fluir contínuo.
O Trono Regente Planetário se individualiza nos sete Tronos Essenciais, que projetam-se energética,
magnética e vibratoriamente e criam sete linhas de forças ou irradiações bipolarizadas, pois surgem dois pólos
diferenciados em positivo e negativo, irradiante e absorvente, ativo e passivo, masculino e feminino, universal
e cósmico.
Uma dessas projeções é a do Trono da Justiça Divina que, ao irradiar-se, cria a linha de forças da
Justiça, pontificada por Xangô e Egunitá (divindade natural cósmica do Fogo Divino).
Na linha elemental da Justiça, ígnea por excelência, Xangô e Egunitá são os pólos magnéticos opostos.
Por isto eles se polarizam com a linha da Lei, que é eólica por excelência.
Logo, Xangô polariza-se com a eólica Iansã e Egunitá polariza-se com o eólico Ogum, criando duas
linhas mistas ou linhas regentes do Ritual de Umbanda Sagrada.
O Orixá Xangô é o Trono Natural da Justiça e está assentado no pólo positivo da linha do Fogo
Divino, de onde se projeta e faz surgir sete hierarquias naturais de nível intermediário, pontificadas pelos
Xangôs regentes dos pólos e níveis vibratórios intermediários da linha de forças da Justiça Divina.
Estes sete Xangôs são Orixás Naturais; são regentes de níveis vibratórios; são multidimensionais e são
irradiadores das qualidades, dos atributos e das atribuições do Orixá maior Xangô.
Eles aplicam os aspectos positivos da justiça divina nos níveis vibratórios positivos e polarizam-se
com os Xangôs cósmicos, que são os aplicadores dos aspectos negativos da justiça divina. Como, na
Umbanda, quem lida com os regentes desses aspectos são os Exús e as Pomba-Giras.
Os Xangôs intermediários, tal como todos os Orixás Intermediários, possuem nomes mântricos que
não podem ser abertos ao plano material. Muitos os chamam de Xangô da Pedra Branca, Xangô Sete
Pedreiras, Xangô dos Raios, etc. Enfim, são nomes simbólicos para os mistérios regidos pelos Orixás Xangôs
Intermediários. Só que quem usa estes nomes simbólicos não são os regentes dos pólos magnéticos da linha da
Justiça, e sim os seus intermediadores, que foram “humanizados” e regem linhas de caboclos que manifestam-
se no Ritual de Umbanda Sagrada comandando as linhas de trabalhos de ação e reação. Eles são os
aplicadores “humanos” dos aspectos positivos da justiça divina.
Logo, se alguém disser: “Eu incorporo o Xangô tal”, com certeza está incorporando o seu Xangô
individual, que é um ser natural de 6° grau vibratório, ou um espírito reintegrado às hierarquias naturais
regidas por estes Xangôs. Nem no Candomblé se incorpora um Xangô de nível intermediário ou qualquer
outro Orixá desta magnitude. O máximo que se alcança, em nível de incorporação, é um Orixá de grau
intermediador. Mas no geral, todos incorporam seu Orixá individual natural, ou um espírito reintegrado às
hierarquias naturais e, portanto, um irradiador de um dos aspectos do seu Orixá maior.
Xangôs da Pedra Branca, Xangôs da Pedra Preta, Xangôs das Sete Pedreiras, Xangô das Sete
Montanhas, etc.
Que são todos eles, Orixás Intermediadores e regentes de subníveis vibratórios ou regentes de pólos
energo-magnéticos cruzados por muitas correntes eletromagnéticas, onde atuam como aplicadores dos
mistérios maiores, mas já em pólos localizados em subníveis vibratórios. E todos estes Xangôs
intermediadores são regentes de imensas linhas de trabalho, ação e reação. Ou não é verdade que temos
caboclos da Pedra Branca, da Pedra Preta, do Fogo, etc.?
Meditem muito sobre o que aqui comentei, pois em se tratando de Orixás, é preciso conhecê-lo a partir
da ciência divina ou nos perdemos no abstracionismo e na imaginação humana. Reflitam bastante e depois
consultem seus mentores espirituais acerca do que aqui estou ensinando, irmão em Oxalá.
Oferenda: Velas brancas, vermelhas e marrom; cerveja escura, vinho tinto e licor de ambrosia; flores
diversas, tudo depositado em uma cachoeira, montanha ou pedreira.
OGUM
Ogum é o Orixá da Lei e seu campo de atuação é a linha divisória entre a razão e a emoção. É o Trono
Regente das milícias celestes, guardiãs dos procedimentos dos seres em todos os sentidos.
Ogum é sinônimo de lei e ordem e seu campo de atuação é a ordenação dos processos e dos
procedimentos. O Trono da Lei é eólico e, ao projetar-se, cria a linha pura do ar elemental, já com dois pólos
magnéticos ocupados por Orixás diferenciados em todos os aspectos. O pólo magnético positivo é ocupado
por Ogum e o pólo negativo é ocupado por Iansã. Esta linha eólica pura dá sustentação a milhões de seres
elementais do ar, até que eles estejam aptos a entrar em contato com um segundo elemento. Uns têm como
segundo elemento o fogo, outros têm na água seu segundo elemento, etc.
Portanto, na linha pura do “ar elemental” só temos Ogum e Iansã como regentes.
Mas se estes dois Orixás são aplicadores da Lei (porque sua natureza é ordenadora), então eles se
projetam e dão início às suas hierarquias naturais, que são as que nos chegam através da Umbanda. Os Orixás
regentes destas hierarquias de Ogum e Iansã são Orixás Intermediários ou regentes dos níveis vibratórios da
linha de forças da Lei.
Saibam que Oxalá tem sete Orixás Intermediários positivos e tem outros sete negativos, que são seus
opostos, e tem sete Orixás neutros; Oxum tem sete Orixás intermediárias positivas e tem outras sete negativas,
que são suas opostas; Oxóssi tem sete Orixás intermediários positivos, sete negativos, que são seus opostos, e
tem sete outros que formam uma hierarquia vegetal neutra e fechada ao conhecimento humano material;
Xangô tem sete Orixás intermediários positivos e tem sete negativos, que são seus opostos.
E o mesmo acontece com Obaluayê e Yemanjá. Agora, Ogum e Iansã são os regentes do mistério
“Guardião” e suas hierarquias não são formadas por Orixás opostos em níveis vibratórios e pólos magnéticos
opostos, como acontece com outros. Não, senhores! Ogum e Iansã formam hierarquias verticais retas ou
seqüenciais, sem quebra de “estilo” , pois todos os Oguns, sejam os regentes dos pólos positivos, dos neutros
ou tripolares, ou dos negativos, todos atuam da mesma forma e movidos por um único sentido: aplicadores da
Lei!
Todo Ogum é aplicador natural da Lei e todos agem com a mesma inflexibilidade, rigidez e firmeza,
pois mão se permitem uma conduta alternativa. Onde estiver um Ogum, lá estarão os olhos da Lei, mesmo que
seja um “caboclo” de Ogum, avesso às condutas liberais dos freqüentadores das tendas de Umbanda, sempre
atento ao desenrolar dos trabalhos realizados, tanto pelos médiuns quanto pelos espíritos incorporadores.
Dizemos que Ogum é, em si mesmo, os atentos olhos da Lei, sempre vigilante, marcial e pronto para
agir onde lhe for ordenado.
OFERENDA: Velas brancas, azuis e vermelhas; cerveja, vinho tinto licoroso; flores diversas e cravos,
depositados nos campos, caminhos, encruzilhadas, etc.
Obaluaiyê
Obaluaiyê é o Orixá que atua na Evolução e seu campo preferencial é aquele que sinaliza as passagens
de um nível vibratório ou estágio da evolução para outro.
O Orixá Obaluaiyê é o regente do pólo magnético masculino da linha da Evolução, que surge a partir
da projeção do Trono Essencial do Saber ou Trono da Evolução.
O Trono da Evolução é um dos sete Tronos essenciais que formam a Coroa Divina regente do planeta,
e em sua projeção faz surgir, na Umbanda, a linha da Evolução, em cujo pólo magnético positivo, masculino e
irradiante, está assentado o Orixá Natural Obaluaiyê, e em cujo pólo magnético negativo, feminino e
absorvente está assentada a Orixá Nanã Buruquê. Ambos são Orixás de magnetismo misto e cuidam das
passagens dos estágios evolutivos.
Ambos são Orixás terra-água (magneticamente, certo?). Obaluaiyê é ativo no magnetismo telúrico e
passivo no magnetismo aquático. Nanã é ativa no magnetismo aquático e passiva no magnetismo telúrico.
Mas ambos atuam passivamente, o outro atua ativamente
Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e Obaluaiyê estabelece o cordão energético que une o
espírito ao corpo (feto), que será recebido no útero materno assim que alcança o desenvolvimento celular
básico (órgãos físicos).
É o mistério “Obaluaiyê” que reduz o corpo plasmático do espírito até que fique do tamanho do corpo
carnal alojado no útero materno. Nesta redução, o espírito assume todas as características e feições do seu
novo corpo carnal, já formado.
Muito associam o divino Obaluaiyê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura
mesmo! Mas Obaluaiyê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o “Senhor das Passagens” de um plano
para outro, de uma dimensão para a outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa.
Espero que os Umbandistas deixem de temê-lo e passem a amá-lo e adorá-lo pelo que ele realmente é:
um Trono Divino que cuida da evolução dos seres, das criaturas e das espécies, e que esqueçam as abstrações
dos que se apegaram a alguns de seus aspectos negativos e os usam para assustar seus semelhantes.
Estes manipuladores dos aspectos negativos do Orixá Obaluaiyê certamente conhecerão os Orixás
cósmicos que lidam com o negativo dele. Ao contrário dos tolerantes Exús da Umbanda, estes Obaluaiyês
cósmicos são intolerantes com quem invoca os aspectos negativos do Orixá maior Obaluaiyê para atingir seus
semelhantes. E o que tem de supostos “pais de Santo” apodrecendo nos seus pólos magnéticos negativos só
porque deram mau uso aos aspectos negativos de Obaluaiyê... Bem, deixemos que eles mesmos cuidem de
suas lepras emocionais. Certo?
Oferenda: Velas brancas e brancas/pretas; vinho rosé licoroso, água potável; coco fatiado coberto com
mel e pipocas; rosas, margaridas e crisântemos, tudo depositado no cruzeiro do cemitério, á beira-mar ou á
beira de um lago.
Yemanjá
O fato é que o Trono Essencial da Geração assentado na Coroa Divina projeta-se e faz surgir, na
Umbanda, a linha da Geração, em cujo pólo magnético positivo está assentada a Orixá Natural Yemanjá, e em
cujo pólo magnético negativo está assentado o Orixá Omulu.
Yemanjá, a nossa amada Mãe da Vida é a água que vivifica e o nosso amado pai Omulu é a terra que
amolda os viventes. Como dedicamos um comentário extenso ao Orixá Omulu, vamos nos concentrar em
Yemanjá.
Yemanjá rege sobre a geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente. Ela
se projeta e faz surgir sete pólos magnéticos ocupados por sete Yemanjás intermediarias, que são as regentes
dos níveis vibratórios positivos e são as aplicadoras de seus aspectos, todos positivos, pois Yemanjá não
possui aspectos negativos.
Estas sete Yemanjás são intermediárias e comandam incontáveis linhas de trabalho dentro da
Umbanda. Suas Orixás intermediadoras estão espalhadas por todos os níveis vibratórios positivos, onde atuam
como mães da “criação”, sempre estimulando nos seres os sentimentos maternais ou paternais.
Todas atuam a nível multidimensional e projetam-se também para a dimensão humana, onde têm
muitas de suas filhas estagiando. Todas têm suas hierarquias de Orixás Yemanjás intermediadoras, que regem
hierarquias de espíritos religados às hierarquias naturais.
OFERENDA: Velas brancas; azuis e rosas; champagne, calda de ameixa ou de pêssego, manjar, arroz-doce e
melão; rosas e palmas brancas, tudo depositado à beira-mar.
ORIXÁS CÓSMICOS
Oiá
Oiá é a orixá do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o religioso, onde ela atua como
ordenadora do caos religioso
O “Tempo” é a chave do mistério da Fé regido pela nossa amada mãe Oiá, porque é na eternidade do
tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. A orixá Oiá forma um pólo magnético
vibratório e energético oposto ao do orixá Oxalá, e ambos regem a linha da Fé, que é a primeira das Sete
Linhas de Umbanda, que são as sete irradiações divinas do nosso Criador. Logo, o campo de atuação de nossa
amada mãe Oiá é o campo da fé, onde flui a religiosidade dos seres, todos em continua evolução.
Oiá é a regente cósmica da linha da Fé, e tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os espíritos
que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.
“Tempo”, eis as qualidades, atributos e atribuições negativas de Oiá, de que tanto falamos e alertamos
aos supostos pais de Santo ou magos negros que recorrem ao “Tempo” para prejudicar seus semelhantes com
seus ebós sujos e suas magias negras. Oiá é a orixá regente do pólo negativo da linha da Fé, que é a primeira
das Sete Linhas de Umbanda e, com Oxalá assentado em seu pólo positivo, dão sustentação a todas as
manifestações da fé e dão amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos e guiados pelos princípios divinos
estimuladores da evolução religiosa dos seres.
Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que têm a
coroa regida por outros orixás), então sua vidaentra em parafuso e só deixará de rodar quando esgotar tudo de
desregrado e desvirtuado que nela existia. Isto é Oiá, amados filhos dos orixás! Mãe religiosa por sua
excelência divina, mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal atributo junto dos espíritos
humanos é o de esgotar o lobo sanguinário que oculta-se por baixo da pele de cordeiro.
Enquanto Oxalá é irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos de Oxalá são extrovertidos, os de
Oiá são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles uma certa
“beatitude” 9já que, das mães divinas, ela é a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os
seus filhos relapsos. Isto é Oiá, amados filhos das nossas amadas mães divinas!
Se ela é assim, é porque ela é a orixá que, junto com Oxalá, rege a primeira linha de Umbanda, que é a
linha da Religiosidade. Logo, os filhos de Umbanda, que têm em Oxalá o divino Pai da Fé, também devem
cultuar a divina mãe Oiá. Com ele no pólo positivo e ela no pólo negativo, forma-se o par dos orixás excelsos
que regem a linha da Fé e estimulam a religiosidade nos seres.
Oxumaré
Oxumaré é o orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação
dos seres, em todos os aspectos.
Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da
Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que na linha do Amor ou da Concepção forma com ele a
segunda linha de Umbanda. O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos orixás, é
que ele simboliza a renovação. Isto é verdadeiro. E o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, ou parte
macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade. É inadmissível que uma divindade planetária tenha essas
qualidades bissexuais, que só acontecem em seres com disfunções genéticas que provocam má formação, ou
dupla formação, dos órgãos sexuais, e em seres com desequilíbrios emocionais ou conscienciais que fazem
com que, psiquicamente, eles troquem seus sinais mentais e invertam sua sexualidade.
Portanto, não tem sustentação alguns médiuns, com seus sinais sexuais trocados, alegarem que são
homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por seis meses é macho e por seis meses
é fêmea.
Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas qualidades, atributos e
atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos conduzir pelo caminho reto. Bastará um pouco de bom
senso para detectar, nesta caracterização negativa de Oxumaré, uma justificativa de seres com desequilíbrios
emocionais, mentais, conscienciais ou genéticos, já que uma divindade é de natureza positiva ou negativa,
ativa ou passiva e masculina ou feminina, mas nunca possui as duas em si mesma.
Logo, que cultue um Oxumaré andrógino aquele que é desprovido do bom senso, certo? “Quem não
souber valorizar a religiosidade que o libertará da terra, então que pague caro pela religiosidade que o
aprisionará num diletantismo materialista!” Saibam que é isto que tem feito, e muito bem, este nosso irmão
cósmico encarnado que, após ser afastado da Umbanda, criou todo um culto cuja doutrina, ao invés de pregar
os valores maiores de Jesus Cristo, tem pregado, religiosamente, os seus próprios valores da “mais valia”. E
também tem cobrado de seus fiéis seguidores o justo preço que ele estipulou: tudo o que puder tirar deles para
usar em seu próprio benefício, ou de sua “igreja. Que pague para cultuar Deus quem não aprendeu a amá-Lo e
adorá-Lo de graça! Certo?
Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás , e a renovação continua, mas em todos os aspectos e em
todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não aconteceu por
acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete
Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador. Oxumaré é a renovação do
amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a
irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme.
“Irmãos, quando eu freqüentava a Umbanda, eu fornicava, traia minha esposa e irmãos, gastava meu
ordenado no jogo e nas bebidas, mentia, mas desde que me converti e me entreguei a Jesus, tudo em minha
vida mudou. Hoje vivo para minha esposa e filhos, e para Jesus!”. Sem dúvida, concordamos nós. Mas...
porque o mesmo irmão não ouviu os conselhos recebidos nos centros de Umbanda, que, se seguidos
corretamente, o teriam conduzido pelo caminho reto? Não, ele não só não deu ouvidos às orientações dos
guias e dos pais e mães espirituais, como deu vazão ao seu emocional e deu início ao mau uso do que aprendia
dentro de uma religião magística por excelência, quando solicitava aos exus que fechassem os caminhos de
seus desafetos em todos os campos da vida, além de pedir outras coisas, tais como: mulher, dinheiro, posses,
etc. E ele não diz que nasceu numa família católica e cristã, mas porque era um relapso para as coisas da fé,
foi até a Umbanda para ver se nela se emendava. Como não conseguiu, logo acabou retomando ao
reformatório religioso de Jesus Cristo.
Pois é isto o que são as igrejas evangélicas: reformatórios religiosos onde nosso amado mestre Jesus
recolhe os que nasceram sob sua irradiação luminosa, mas não souberam captá-la da forma passiva como ela é
passada pela Igreja Católica. Ele, que é bondade, amor e misericórdia, os conduz às divindades naturais (que
são os orixás), os conduz ao espiritismo e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma onde suas
naturezas ativas absorvam irradiações luminosas.
Mas, quando vê que eles não se adaptam em nenhuma delas, ativa seu pólo cósmico, e um de seus
aspectos negativos logo os arrasta para um de seus reformatórios religiosos, para que eles voltem a trilhar o
caminho reto. E se o aspecto negativo ativado não conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá,
mesmo depois de desencarnar.
Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo, tem
um mistério escuro chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde
transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem
aos caminhos da morte. Bem, já falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe
Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório que dá formação à segunda linha de Umbanda,
que é a linha do Amor ou da Concepção.
Oxumaré
Oxumaré é o Orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação
dos seres, em todo os aspectos.
...Oxumaré e Oxum formam a segunda linha de Umbanda, a linha do Amor e da Concepção.
...Oxumaré, é a renovação contínua, mas em todos os aspectos e em todos os sentidos da vida de um ser.
Oxumaré irradia as sete cores, que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete Linhas de
Umbanda. E atua nas sete irradiações como elemento renovador.
...Oxumaré está na linha da Fé como elemento renovador da religiosidade dos seres. Oxumaré está na linha da
Concepção como renovador do amor na vida dos seres, na do conhecimento como renovador dos conceitos,
teorias e fundamentos, na linha da justiça como renovador dos juízos, na Lei como renovador das ordenações
que acontecem de tempos em tempos, na linha da Evolução como a renovação das doutrinas religiosas, que
aperfeiçoam o saber e aceleram a evolução dos seres e na linha da geração como renovação, ou o próprio
reencarne.
...Um dos campos preferenciais de Oxumaré é o religioso, pois se alguém não está evoluindo em uma religião
ou doutrina, ele, que é o pólo negativo da linha do Amor e da Concepção que tem em seu pólo positivo a orixá
Oxum, começa a atuar de forma intensa e emocional sobre a vida do ser, anulando em seu íntimo toda a
atração que ele sentia pela sua religião e induzindo-o a procurar outra doutrina, que o recolocará no caminho
reto da evolução e da religiosidade.
...A Orixá Oxum é amor em todos os sentidos. Oxumaré é a renovação do amor na vida dos seres. E onde o
amor cedeu lugar a paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a irradiação de Oxum e inicia-se a dele,
que é diluidora tanto da paixão como do ciúme. Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e
o conduz, emocionalmente, a outra religião, cuja doutrina auxiliará o ser a evoluir no caminho reto.
...Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré, que em seu aspecto negativo, tem um
mistério chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde transitam todos os
seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem aos caminhos da
morte.
...O mistério “Sete Cobras” é um dos aspectos negativos do divino Oxumaré, que é em si mesmo o arco-íris ou
as sete irradiações divinas.
...A conotação “serpente” ou “cobra” não são conotações referente a réptil, mas sim simbolizada as qualidades
afins com os campos vibratórios dos orixás.
...No aspecto positivo assumem cores irradiantes, no aspecto negativo assumem cores absorventes, todas afins
com as faixas onde são retidos os seres que emocionalizam suas vidas até um grau afim com o pólo negativo
dos orixás cósmicos.
...No ritual de Umbanda Sagrada o divino Oxumaré rege o mistério “Arco-íris” e tem todas uma hierarquia
positiva de caboclos (as) Arco-íris; tem uma hierarquia mista, que em seu aspecto negativo forma a linha de
exus Sete Cobras e em seu aspecto positivo forma a linha de caboclos Sete Cobras.
...Quando um ser une-se a alguém que não lhe é afim e não consegue sutilizar suas energias para que elas
fluam naturalmente para seu mental, então Oxumaré entra em sua vida como elemento cósmico que começará
por diluir a união desequilibrada, direcionando-o para uma das faixas vibratórias sob sua regência na linha de
forças da Concepção (de energias), e ali o reterá até que, naturalmente ele descarregue-se do acúmulo
negativo de energias viciadas que o estão paralisando e negativando.
...É uma atuação lenta e sutil, pois é natural, e o ser tem que ser preservado, tanto mental quanto
energeticamente senão se fecha em si mesmo e torna-se impermeável a irradiações que lhe chega o tempo
todo. Se isso acontecer, o ser se transformará numa aberração em si mesmo.
...Este Orixá atua preferencialmente, através do emocional, ao qual envia estímulos cristalinos que vão
diluindo os acúmulos de energias minerais, que são pesadas e chegam mesmo a paralisar o ser, que não
consegue deslocar-se de um lugar para outro. É um processo sutil, emocional, e visa equilibrar os seres
desequilibrados e emocionados.
...Oxumaré,quando uniões estão desequilibradas, as rompe e dilui o amor (irradiações minerais) no espaço e
no tempo (Oxalá - Oyá). Com isto feito, as energias diluídas formam o "arco-íris".
...Oxumaré retira dos seres as energias condensadas e as vai diluindo até que eles se sintam "vazios" no amor
e comecem a procurar um novo par,para voltarem a sentir plenos no amor.
...Simbolicamente representamos Oxumaré com o arco-íris,pois suas sete cores simbolizam as sete cores dos
sete sentidos da vida, que são:o Amor, a Fé, o Conhecimento, a Razão, a Lei, o Saber, a Geração.Muitas são
as formas de amor e amamos em muitos sentidos.Mas o arco-íris tem outra interpretação e pode simbolizar as
energias que vibramos através dos sentimentos.
Fonte: http://povodeluz.blogspot.com/2009/09/oxumare.html
Obá
Obá é a orixá que aquieta e densifica o racional dos seres, já que seu campo preferencial de atuação é o
esgotamento dos conhecimentos desvirtuados.
Comentar sobre nossa amada mãe Obá é motivo de satisfação, pois, nas lendas, resumem sua
existência ao papel de esposa repudiada por Xangô. Mas, justiça lhe seja feita, as lendas vêm sendo repetidas a
tanto tempo, e às vezes de forma tão empobrecida pelas transmissões orais que, até como lendas, deixam a
desejar e mostram como é deficiente o conhecimento sobre o campo de ação dos orixás.
Saibam que a orixá Obá que nós conhecemos e aprendemos a amar e reverenciar é uma divindade
regida pelos elementos terra e vegetal, e forma com Oxóssi a terceira linha de Umbanda Sagrada, que rege o
Conhecimento. Oxóssi está assentado no pólo positivo e irradiante desta linha e Obá está assentada em seu
pólo negativo ou cósmico, que é absorvente.
Esta lenda, na verdade, refere-se a um rei que, como herdeiro das qualidades de Xangô, tinha várias
esposas, que também se apresentavam como herdeiras das qualidades das orixás femininas. E, se o que esta
lenda conta é verdade, no entanto só se refere a personagens humanos que eram tidos na conta de semideuses.
Mas é só, porque esta história de orixá disputar pelejas tipicamente humanas e carnais, está mais para coisas
humanas de que mistérios divinos. E, não tenham dúvidas de que os orixás são mistérios divinos que foram,
em muitos casos, descaracterizados pelas próprias lendas, que visam eternizá-los na mente e nos corações
humanos.
Saibam que Obá é uma orixá cósmica cujo elemento original é a terra, pois ela é orixá telúrica por
excelência e atua nos seres através do terceiro sentido da vida, que é o Conhecimento, que desenvolve o
raciocínio e a capacidade de assimilação mental da realidade visível, ou somente perceptível, que influencia
nossa vida e evolução continua. Já o seu segundo elemento é o vegetal. Enquanto o orixá Oxóssi, o mitológico
caçador, estimula a busca do conhecimento (evolução), Obá atrai e paralisa o ser que está se desvirtuando
justamente porque assimilou de forma viciada os conhecimentos puros.
O culto à orixá Obá iniciou-se a quatro milênios atrás com a irradiação simultânea de uma de suas
qualidades ou aspectos, a várias partes do mundo, quando, então, ela se humanizou.
E se nossa amada mãe Obá já recolheu boa parte de seus filhos encantados que se espiritualizaram,
muitos ainda estão evoluindo nos dois lados da dimensão humana.
Muitos dos seus filhos são, hoje e na Umbanda, alguns dos mais silenciosos exus e das mais discretas
pomba-giras, dos mais aguerridos caboclos e caboclas, resolutos nas suas ações, precisos nos seus conselhos, e
não são de muita conversa quando sentem que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns
ou pelas pessoas que os consultam.
Agora, deixando os aspectos individuais ou comentários de apoio, o fato é que nossa amada mãe Obá é
uma divindade planetária, regente do pólo negativo da linha do Conhecimento, que é a terceira linha de forças
de Umbanda Sagrada.
Ela e Oxóssi formam esta linha e atuam em pólos opostos: enquanto ele estimula a busca do
conhecimento, ela paralisa os seres que se desvirtuaram justamente porque adquiriram conhecimentos
viciados, distorcidos ou falsos.
O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como divindade cósmica responsável por paralisar os
excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, uma de suas funções é paralisar os
conhecimentos viciados e aquietar os seres antes que cometam erros irreparáveis.
O ser que está sendo atuado por Obá começa a desinteressar-se pelo assunto que tanto o atraia e torna-
se meio apático, alguns até perdendo sua desvirtuada capacidade de raciocinar.
Então, quando o ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, ai ela o
conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar no sentido de redirecioná-lo na linha reta do
conhecimento.
É certo que esta atuação que descrevemos é a que Obá realiza através do seu aspecto positivo ou
luminoso, por onde fluem suas qualidades, atributos e atribuições positivas.
Mas como todo orixá cósmico, ela também possui seus aspectos negativos, que ativa sempre que é
preciso acelerar a paralisação de um ser que, com seus conhecimentos, está prejudicando muitas pessoas e
atrapalhando suas evoluções pois está induzindo-as a seguirem em uma direção contrária à que a Lei Maior
reservou-lhes.
Saibam que todas as doutrinas religiosas rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a
silenciosa atuação de nossa amada mãe Obá.
Vasto é o campo de atuação de nossa amada mãe Obá e aqui não dá para mostrá-lo todo. Mas
acreditamos que os filhos de Umbanda já entenderam onde e quando ela atua.
E, porque ela atua de forma silenciosa e vai paralisando os seres que dão mau uso ao dom do raciocino
e aos conhecimentos adquiridos, e atua preferencialmente no campo religioso, então está na hora de resgatar
os aspectos luminosos dessa amada mãe cósmica e lançar no lixo religioso a lenda que denigre sua imagem
humana, pois foi por amor a nós, espíritos humanos, que ela se humanizou e ajudou a acelerar nossa evolução.
Que fiquem propagando sua falsa humanização os que um dia haverão de conhecer as verdades sobre
Obá, mas nos domínios de seus aspectos negativos
Egunitá
Egunitá é o Orixá Cósmico aplicador da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente
desequilibrados
Fogo, eis o mistério de nossa amada mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que
purifica os excessos emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Os hindus nos legaram
uma divindade cósmica do fogo, punidora das falhas, dos erros e das paixões humanas por excelência. Kali,
no panteão hindu, é uma divindade temida e evitada por todos os que desconhecem seu mistério e o porquê de
sua existência em oposição à de Agni, o Senhor do Fogo Divino, do fogo da Fé.?
O fato é que todas as irradiações divinas, enquanto são apenas essências, são neutras. Mas quando se
condensam e dão origem aos elementos, ai se polarizam em todos os sentidos e assumem naturezas bem
distintas. Pois aí, no fogo, surgem Agni e Kali. Ele é o fogo em seu aspecto positivo e ela o é em seu aspecto
negativo, ou o fogo da purificação das ilusões humanas. Agni é o fogo da fé e Kali é o fogo das paixões
humanas. Agni é pólo masculino e Kali é pólo feminino. Agni é passivo e irradiante e Kali é ativa e atratora.
Agni ilumina o ser e Kali o toma rubro. Agni é o raio dourado e Kali é o raio rubro. Agni é a serpente
flamigea da Fé e Kali é a serpente rubra da paixão. Agni é a chama que aquece e Kali é o braseiro que queima.
Esperamos que tenham entendido que, se recorremos às divindades hindus Agni e Kali, foi para
mostrar como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas formas de nos alcançar e de nos
estimular ou de nos paralisar; de acelerar ou paralisar nossa evolução; de estimular nossa fé ou de esgotar
nossos emocionais desequilibrados.
Agora, coloquem no lugar de Agni o nosso amado orixá Xangô e no lugar de Kali a nossa amada mãe
Egunitá e teremos os mesmos aspectos divinos, mas irradiados por divindades humanizadas em solo africano.
Teremos a linha pura do fogo elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes tanto consomem os
vícios quanto estimulam o sentimento de justiça, que são as qualidades, atributos e atribuições de Xangô e
Egunitá: aplicar a Justiça Divina em todos os sentidos da vida!
Afinal, ou entendemos as divindades a partir da ciência ou até o ano 3000 d.C. ainda estaremos
adorando-as somente através dos fenômenos da natureza. E não é isto que elas desejam de nós, e não foi para
isto que deram inicio à sua renovação através da Umbanda, certo? Nossa mãe Egunitá é fogo puro e suas
irradiações cósmicas absorvem o ar pois seu magnetismo é negativo e atrai este elemento, com o qual se
energiza e se irradia até onde houver ar para dar-lhe esta sustentação energética e elemental.
Como Egunitá (fogo) é feminina, ela se polariza com Ogum (ar), que é masculino e lhe dá a
sustentação do elemento que precisa, mas de forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações acontecem
de forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou. Se ela polarizasse com Iansã, suas
energias não seriam irradiadas porque aconteceria uma propagação delas na forma de labaredas, já que as duas
são de magnetismo e elemento feminino. Eis ai a chave das polarizações, que obedecem a uma ordenação das
irradiações através dos magnetismos.
O inverso acontece com Ogum, que é passivo e só se torna ativo em seu segundo elemento, que é o
fogo que o alimenta, aquecendo-o e energizando suas irradiações. Ogum, enquanto aplicador da Lei, atua nos
campos da justiça como aplicador das sentenças.
Logo, se Ogum absorver o fogo de Xangô, que também é passivo em seu magnetismo, este fogo só irá
consumir o ar de Ogum e não irá gerar a energia ígnea que fluiria como calor através das irradiações retas do
seu magnetismo, que é passivo. Ogum é passivo no magnetismo eólico e ativo em seu segundo elemento, que
é o fogo que energiza (aquece) o ar. Ogum irradia em linha reta (irradiação continua). Xangô irradia em linha
reta (irradiação continua). Iansã irradia em espirais (irradiação circular). Egunitá irradia por propagação
(irradiação propagada). Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se tornam ativas no ar (raios);
Egunitá polariza com Ogum, e suas irradiações por propagação magnética assumem a forma de fachos
flamejantes.
Observem que Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver Ogum,
Xangô e Iansã, que são os outros três orixás que também se polarizam e criam campos específicos de duas das
Sete Linhas de Umbanda. Ela é cósmica (negativa) e seu primeiro elemento é o fogo, que se polariza com seu
segundo elemento que é o ar. Portanto, como o fogo é o elemento da linha da Justiça, ela é uma divindade que
aplica a Justiça Divina na vida dos seres. E, porque o ar é o seu segundo elemento, que a alimenta e energiza e
é o elemento da linha da Lei, ela é uma divindade que aplica a justiça como agente ativa da Lei e consome os
vícios emocionais e os desequilíbrios mentais dos seres.
Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais transformam
os seres em tormentos para seus semelhantes. As divindades têm uma função a realizar e nós sempre seremos
beneficiários de sua atuação. Quando nos paralisam, também estão nos ajudando, pois estão evitando que
continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto sem retorno. Ela é a executora da Justiça
Divina nos campos da Lei, regidos por Ogum no pólo positivo da linha pura da Lei.
Iansã
Iansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seus campo preferencial de
atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão
de forma menos “emocional”.
No comentário sobre o orixá Egunitá já abordamos nossa amada mãe lansã. Logo, aqui seremos breves
em nosso comentário sobre ela, que também foi analisada no capitulo reservado ao orixá Ogum. Como
dissemos antes, lansã, em seu primeiro elemento, e ar e forma com Ogum um par energético onde ele rege o
pólo positivo e é passivo pois suas irradiações magnéticas são retas. lansã é negativa e ativa, e suas irradiações
magnéticas são circulares ou espiraladas. Observem que lansã se irradia de formas diferentes: é cósmica
(ativa) e é o orixá que ocupa o pólo negativo da linha elemental pura do ar, onde polariza com Ogum. Já em
seu segundo elemento ela polariza com Xangô, e atua como o pólo ativo da linha da Justiça, que é uma das
sete irradiações divinas.
Na linha da Justiça, lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela
atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos.
lansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os
seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só
então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta
da evolução.
As energias irradiadas por lansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o
emocional, acelerando suas vibrações. Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é
redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta da evolução, então uma de suas sete
intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser e o retém em um dos campos
de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha
descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.
Nossa amada mãe Iansã possui vinte e uma lansãs intermediárias, que são assim distribuídas: Sete
atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos pólos positivos, onde entram
como aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da orixá
planetária Iansã. Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam os orixás regentes dos pólos
negativos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo seus princípios, recorrendo aos aspectos negativos
da orixá planetária Iansã. Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias, onde, regidas pelos
princípios da Lei, ou direcionam os seres para as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas
negativas.
Enfim, são vinte e uma orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda.
Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe
lansã intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é ela
quem envia ao tempo os eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade. lansã do Tempo, não tenham dúvidas,
tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo onde
serão esgotados.
Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los a
um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é
necessário. E isto o Tempo faz muito bem! Já lansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de
nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito conhecida, porque atua preferencialmente sobre os
espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como vida é geração e Omulu atua
no pólo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos que
atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.
Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do orixá Omulu, que rege sobre o lado de “baixo” do
campo santo. Mas também são muito conhecidas as lansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar,
das Cachoeiras e dos Ventos (lansã pura). As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam
através das irradiações inclinadas dos outros orixás, quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas.
Temos: • uma Iansã do Ar. • uma Iansã Cristalina. • uma lansã Mineral. • uma Iansã Vegetal. • uma lansã
Ígnea. • uma lansã Telúrica. • uma lansã Aquática. Bom, só por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa
amada regente feminina do ar, já deu para se ter uma idéia do imenso campo de ação do mistério “Iansã”.
O fato é que ela aplica a Lei nos campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com
suas irradiações espiraladas, que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e
suas consciências desordenadas! Não vamos nos alongar mais, pois muito já foi dito e escrito sobre a
“Senhora dos Ventos”.
Nanã
A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua
decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada.
A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é de
natureza cósmica pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas
irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que
tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais. Nanã forma com
Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na passagem do plano
espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que
irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e
Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos “terra-água”. Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia
energia elemental telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e
a mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna “úmida”. Já Nanã, atua de forma inversa: seu
magnetismo absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra
e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.
Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com
processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá
reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já adormecido, até
o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado .
Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde que
ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê, que é o “Senhor das
Passagens” de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui
todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na
carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à
velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela
adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma
encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a
sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando
tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Nas “linhas da vida”, encontramos os orixás atuando através
dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da vida dos seres.
Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque onde um de
seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o principal aspecto em uma
linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares com todos os outros treze orixás, mas
sem nunca perder suas qualidades “água-terra”. Já em seus aspectos negativos, bem, como a Umbanda não
lida com eles, que os comente quem lidar, certo?
Omulú
Omulú é o orixá que rege a morte, ou no instante da passagem do plano material para o plano espiritual
(desencarne)
É com tristeza que temos visto o temor dos irmãos umbandistas quando é mencionado o nome do
nosso amado Pai Omulu. E no entanto descobrimos que este medo é um dos frutos amargos que nos foram
legados pelos ancestrais semeadores dos orixás em solo brasileiro, pois difundiram só os dois extremos do
mais caridoso dos orixás, já que Omulu é o guardião divino dos espíritos caídos. O orixá Omulu guarda para
Olorum todos os espíritos que fraquejaram durante sua jornada carnal e entregaram-se à vivenciação de seus
vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga ninguém, pois estas ações são atributos da Lei Divina, que
também não pune ou castiga. Ela apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne. E se alguém
semeou ventos, que colha sua tempestade pessoal, mas amparado pela própria Lei, que o recolhe a um dos sete
domínios negativos, todos regidos pelos orixás cósmicos, que são magneticamente negativos. E Tatá Omulu é
um desses guardiões divinos que consagrou a si e à sua existência, enquanto divindade, ao amparo dos
espíritos caídos perante as leis que dão sustentação a todas as manifestações da vida..
Esta qualidade divina do nosso amado pai foi interpretada de forma incorreta ou incompleta, e o que
definiram no decorrer dos séculos foi que Tatá Omulu é um dos orixás mais “perigosos” de se lidar, ou um
dos mais intolerantes, e isto quando não o descrevem como implacável nas suas punições.
Ele, na linha da Geração, que é a sétima linha de Umbanda, forma um par energético, magnético e
vibratório com nossa amada mãe Yemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os
princípios que dão sustentação às manifestações da vida. Em Tatá Omulu descobri o amor de Olorum, pois é
por puro amor que uma divindade consagra-se por inteiro ao amparo dos espíritos caídos. E foi por amor a nós
que ele assumiu a incumbência de nos paralisar em seus domínios, sempre que começássemos a atentar contra
os princípios da vida. Enquanto a nossa mãe Yemanjá estimula em nós a geração, o nosso pai Omulu nos
paralisa sempre que desvirtuamos os atos geradores.
Mas esta “geração” não se restringe só à hereditariedade, já que temos muitas faculdades além desta,
de fundo sexual. Afinal, geramos idéias, projetos, empresas, conhecimentos, inventos, doutrinas,
religiosidades, anseios, desejos, angústias, depressões, fobias, leis, preceitos, princípios, templos, etc. Temos a
capacidade de gerar muitas coisas, e se elas estiverem em acordo com os princípios sustentados pela
irradiação divina, que na Umbanda recebe o nome de “linha da Geração” ou “sétima linha de Umbanda”,
então estamos sob a irradiação da divina mãe Yemanjá, que nos estimula.
Mas, se em nossas “gerações”, atentarmos contra os princípios da vida codificados como os únicos
responsáveis pela sua multiplicação, então já estaremos sob a irradiação do divino pai Omulu, que nos
paralisará e começará a atuar em nossas vidas, pois deseja preservar-nos e nos defender de nós mesmos, já que
sempre que uma ação nossa for prejudicar alguém, antes ela já nos atingiu, feriu e nos escureceu, colocando-
nos em um de seus sombrios domínios. Ele é o excelso curador divino pois acolhe em seus domínios todos os
espíritos que se feriram quando, por egoísmo, pensaram que estavam atingindo seus semelhantes. E, por amor,
ele nos dá seu amparo divino até que, sob sua irradiação, nós mesmos tenhamos nos curado para retomarmos
ao caminho reto trilhado por todos os espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses.
Todos somos dotados dessa faculdade, já que todos somos multiplicadores da vida, seja em nós
mesmos, através de nossa sexualidade seja nas idéias, através de nosso raciocínio, assim como geramos
muitas coisas que tornam a vida uma verdadeira dádiva divina. Tatá Omulu, em seu pólo positivo, é o curador
divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente. Se orarmos a ele quando estivermos enfermos ele
atuará em nosso corpo energético, nosso magnetismo, campo vibratório e sobre nosso corpo carnal, e tanto
poderá curar-nos quanto nos conduzir a um médico que detectará de imediato a doença e receitaria medicação
correta.
O orixá Omulu atua em todos os seres humanos, independente de qual,. seja a sua religião. Mas esta
atuação geral e planetária processa-se através de, uma faixa vibratória especifica e exclusiva, pois é através
dela que fluem as irradiações divinas de um dos mistérios de Deus, que nominamos de “Mistério da Morte”.
Tatá Omulu, enquanto força cósmica e mistério divino, é a energia que se condensa em torno do fio de prata
que une o espírito e seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o
outro.
Neste caso ele não se apresenta como o espectro da morte coberto com manto e capuz negro,
empunhando o alfanje da morte que corta o fio da vida. Esta descrição é apenas uma forma simbólica ou
estilizada de se descrever a força divina que ceifa a vida na carne. Na verdade, a energia que rompe o fio da
vida na carne é de cor escura, e tanto pode parti-lo num piscar de olhos quando a morte é natural e fulminante,
como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o espírito, que já entrou em
desarmonia vibratória porque a passagem deve ser lenta, induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma
passiva.
O orixá Omulu atua em todas as religiões e em algumas é nominado de “Anjo da Morte” e em outras
de divindade ou “Senhor dos Mortos”. No antigo Egito ele foi muito cultuado e difundido e foi dali que
partiram sacerdotes que o divulgaram em muitas culturas de então. Mas com o advento do Cristianismo seu
culto foi desestimulado já que a religião cristã recorre aos termos “anjo” e “arcanjo” para designar as
divindades. Logo, nada mais lógico do que recorrer ao arquétipo tão temido do “Anjo da Morte”, todo coberto
de preto e portando o alfanje da morte, para preencher a lacuna surgida com o ostracismo do orixá ou
divindade responsável por este momento tão delicado na vida dos seres.
O culto a Tatá Omulu surgiu entre os negros levados como escravos ao antigo Egito, que o
identificaram como um orixá e o adaptaram às suas culturas e religiões. Com o tempo, ele foi, a partir desse
sincretismo, assumindo sua forma definitiva, até que alcançou o grau de divindade ligada à morte, à medicina
e às doenças. Já em outras regiões da África, este mistério foi assumindo outras feições e outros orixás
semelhantes surgiram, foram cultuados e se humanizaram. “Humanizar-se” significa que o orixá ou a
divindade assumiu feições humanas, compreensíveis por nós e de mais fácil assimilação e interpretação. Tatá
Omulu não vibra menos amor por nós do que qualquer um dos outros orixás e está assentado na Coroa Divina,
pois é um dos Tronos de Olorum, o Divino Criador. Atotô, meu pai!
OUTROS
OS PRETOS VELHOS
São espíritos de velhos africanos que foram trazidos para o Brasil como escravos e que trabalham na
Umbanda como símbolos da fé e da humildade. Seus trabalhos são de ajuda aqueles que estão em dificuldade
material ou emocional, sendo que, o seu trabalho se desenvolve mais para o lado emocional e físico, das
pessoas que os procuram, sendo chamados, carinhosamente de psicólogos dos aflitos.
Sua paciência em escutar os problemas e aflições dos consulentes, fazem deles as entidades mais
procuradas na Umbanda, são chamados de Vovôs e Vovós da Umbanda.
Também usam ervas em seus trabalhos de magia e principalmente para rezar pessoas doentes e
crianças que estão com mal olhado, suas rezas são conhecidas como poderosas, usam também de patuás,
saquinhos que são depositados elementos de magia e que os consulentes usam no corpo para proteção.
Da mesma forma que os Caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual, jogando
sua fumaça sobre a pessoa que esta recebendo o passe
BAIANOS:
...Os fundadores da Umbanda são caboclo e preto-velho, que no astral fizeram escola, com o tempo se
assentaram ao seu lado outros povos de trabalho, vemos hoje muito bem assentados dentro do contexto
Umbandista as figuras do boiadeiro, marinheiro, baiano e cigano além das crianças, exú e pomba-gira.
... Todos são excelentes trabalhadores e cada “grupo de trabalho” tem a sua maneira de atuar, no astral
a linha de trabalho (povo a que pertence) e o nome que eles carregam representa respectivamente o grau e a
força em que a entidade guia está assentada.
...
No caso os Baianos formam uma corrente de entidades que ao desencarnar, apesar da afinidade com o culto ao
Orixá (muitos foram sacerdotes), não tinham o grau de preto-velho, estabeleceram uma egrégora de
trabalhadores do astral que com o tempo reconhecida pela Umbanda passaram a ter a oportunidade do
trabalho ativo e incorporante, acharam por bem batizar como linha dos Baianos como homenagem a origem
dos primeiros formadores desta corrente e a Terra que tão bem acolheu o Orixá no Brasil.
... São muito ativos, despachados e descontraídos. Bons orientadores e doutrinadores, tem facilidade
em lidar com o desmanche dos trabalhos de kimbanda e magia negra. Usam colares de cocos e sementes.
Tendo na sua forma de trabalhar muito das qualidades de Iansã, por serem movimentadores e irrequietos,
combinam esta forma de trabalhar com sua natureza onde cada um se mostra regido por um Orixá diferente
assim trazendo para a gira a força das sete linhas da Umbanda.
...Suas oferendas podem ser feitas ao pé de um coqueiro ou no ponto de força do Orixá que rege o
baiano a ser oferendado. Gostam de festas e comidas típicas da Bahia e batida de coco.
...Como comprimento dizemos simplesmente: “É da Bahia meu Pai... Salve a Bahia” ou simplesmente
“Salve os baianos”.
BOIADEIROS
Para algumas correntes de pensamento umbandista, esses espíritos já foram Exus e, numa transição dos
seus graus evolutivos, hoje se manifestam como caboclos boiadeiros.
...Essa é a interpretação mais aceitável, pois muitos desse espíritos que hoje se manifestam nesta linha de
trabalhos espirituais realmente já trabalharam sob a irradiação do mistério Exu,que os acolheu e direcionou,
pois na Umbanda Sagrada Exu é mais um dos seus graus evolutivos.
...Mas muitos desses caboclos boiadeiros nunca foram Exus e sim, atuam nas linhas cósmicas dos
sagrados orixás e são regidos por Ogum e por Oyá e seus campos de ação são os caminhos (Ogum) e o tempo
ou as Campinas (Oiá).
...São espíritos hiper-ativos que atuam como refreadores do baixo-astral e são aguerridos,
demandadores e rigorosos quando tratam com espíritos trevosos.
...O símbolo dos boiadeiros é o laço e o chicote, que são suas armas espirituais e são verdadeiros
mistérios, tal como são as espadas, as flechas e outras “armas” usadas pelos espíritos que atuam como
refreadores das investidas das hostes sombrias formadas por espíritos do baixo-astral.
...É uma linha muito poderosa e muito numerosa no mundo espiritual e seus caboclos atuam nas sete
linhas de Umbanda.
...Eles são descritos como Caboclos da Lei que atuam no tempo ou Caboclos do Tempo que atuam na
irradiação da lei.
Os Boiadeiros fazem parte de um dos “Povos de Umbanda” que se apresentam nos terreiros. É uma
linha de trabalho tão importante quanto caboclos, pretos-velhos, baianos, ciganos, marinheiros, etc.
...Constituem uma linha intermediária e uma homenagem ao povo sofrido que vivem nos campos.
Muitas entidades em sua fase de evolução, transitando das linhas de trabalho da esquerda para a direita,
encontram na forma de atuação como boiadeiros um ótimo recurso para fazerem essa transição. Podemos
assim dizer que alguns boiadeiros já estiveram atuando como exús no passado.
...É uma linha muito amparada pelos Orixás Yansã e Oiá-Tempo, pois, na sua forma de apresentação
os boiadeiros costumam com seus laços criar verdadeiras espirais nas quais “laçam” eguns e quiumbas
paralisados em seus negativos e que perturbam a paz dos encarnados.
...Os boiadeiros em geral são alegres e costumam com seus brados de “ô boi” trazerem a descontração
e fazem poderosos descarregos enquanto dançam.
...A saudação aos boiadeiros é “marranbá che tuá”, ou simplesmente “salve os boiadeiros”.
...Por ser uma linha diversa, muitos praticantes não obtém o conhecimento de seus trabalhos e
procedimentos pautados no bom senso, conta-se que em alguns terreiros menos esclarecidos alguns médiuns
na manifestação desta linha “incorporam” o “boi”, outros o “boiadeiro” e então o terreiro torna-se um
verdadeiro “rodeio” com os médiuns laçando-se uns aos outros numa verdadeira pantomima!!!
...O importante é que em todas as práticas mediúnicas nos pautemos pela ética, onde as entidades
manifestantes como Guias Espirituais sempre vem para trabalhar prestando a caridade e os médiuns sempre
devem poder se responsabilizar por todo o trabalho que suas entidades realizam em terra.
...Os Boiadeiros respondem à todo terreiro que traz uma doutrina voltada para a prática do amor e da
caridade com humildade e devoção, e o que existir de ruim por aí, boiadeiro aparecerá apenas para laçar e
levar embora...
AS CRIANÇAS
Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da
aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em
qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez.
O MISTÉRIO POMBAGIRA
O mistério Pomba-Gira é regido por uma divindade cósmica que tanto gera quanto irradia o fator
desejo.
Saibam que esses fatores, vigor (Exu) e desejo (Pomba-Gira), se completam e criam as condições
ideais para que a Umbanda tenham seus recursos mágicos e cármicos, também eles, atuando através de linhas
de força horizontais ou inclinadas, e dispensa a ativação direta dos Tronos Cósmicos ou dos aspectos
negativos dos regentes das linhas de Umbanda.
Saibam também que nem Exu natural nem Pomba-Gira Natural seguem a mesma linha de direção
evolutiva dos espíritos, pois eles seguem outra orientação e direcionamento.
Pomba-Gira natural é um ser cuja presença desperta o desejo, porque é irradiadora natural desse fator
divino. Só que esse fator não se limita ao sexo, e destina-se a todos os sentidos da vida, pois só desejando, um
ser empreende alguma coisa ou toma alguma iniciativa em algum sentido.
Portanto, o desejo, é um fator divino fundamental em nossa vida, pois nós o absorvemos por todos os
setes chacras principais e também pelos secundários.
O desejo só existe porque Deus assim quis e ele não se manifesta só através do sexo, pois sentimos o
desejo de aprender, de viajar, de conversar, de nos divertir, de comer determinado alimento ou de vestir
determinada roupa, etc.
O mistério Pomba-Gira é em si neutro, e pode ser ativada com oferenda ritual, pois é elemento mágico,
assim como pode ser ativada pela Lei Maior porque é agente cármica, esgotadora de emocionais apassionados
ou despertadora de desejo em seres apáticos.
Entendam que Deus criou tudo, também gerou o desejo como uma de suas qualidades ou fatores, pois
sem vibrarmos o desejo, nada desejaremos e nos tornaremos apáticos, desinteressados e nos paralisaremos.
Logo, Deus, que tudo sabe, cuidou deste aspecto de nossa vida e gerou o desejo como um de seus
fatores, assim como gerou uma divindade cósmica que tanto o gera como o irradia a tudo e a todos.
Essa divindade de Deus também formou sua hierarquia divina, que chega até nós no nosso nível terra
como as exuberantes Pomba-Giras, que são regidas por um Trono Cósmico feminino cujo nome mântrico é
Ma-hor-iim-yê, ou Mahór yê, Senhora Guardiã dos Mistérios do desejo, que polariza horizontalmente com o
Trono Cósmico Guardião dos Mistérios do Vigor.
Logo Pomba-Gira polariza com Exu. E o desejo, unindo-se com o vigor, cria nos seres as condições
ideais que os ativarão em todos os sentidos e os induzirão a assumir com vigor e paixão as empreitadas mais
temerárias.]
Mas, caso sejam ativados e usados indevidamente, ai perdem suas grandezas e se tornam paixões
devastadoras e vigores atormentadores para quem der uso a eles, pois são em si mistérios, e, como tal, voltam-
se contra quem lhes der mau uso. Aí subjugam essa pessoa, induzem-na aos maiores destinos e aberrações até
lançá-la num tormento alucinante, delirante e bestificante, cuja finalidade é levá-la à loucura em todos os
sentidos.
Saibam que muitas pessoas que abandonaram a Umbanda e o Candomblé e, todos confusos,
atrapalhados e perseguidos por hordas de espíritos obsessores, estão entre as que achavam que Pomba-Gira e
Exu eram seus escravos e os atenderiam inconseqüentemente. Mas como começaram a pagar o preço ainda
aqui, correram para o abrigo das seitas salvacionistas, e dali se voltam contra estes mistérios cósmicos,
acusando-os de “demônios”.
Pomba-Gira não se auto ativa contra ninguém, ou alguém a ativa ou isso quem faz é a Lei Maior.
E tanto pode ser ativada para ajudar quanto para esgotar o desejo em todos os sentidos da vida de uma
pessoa, quanto só num sentido onde está se excedendo e se desviando de sua evolução reta e contínua.
Não foi aberto para a dimensão material o mistério Exu feminino. Logo, quem descreve Pomba-Gira
como Exu fêmea não sabe nada sobre este outro mistério da Umbanda.
São entidades em evolução, seu trabalho é dirigido, principalmente a defesa dos seus médiuns e a
defesa do terreiro, porém, são muito procurados para resolver os problemas da vida sentimental e material.
Costumam trabalhar com velas, charutos, cigarros, bebidas fortes, punhais em seus pontos riscados,
pembas brancas, pretas e vermelhas . Devido ao seu temperamento forte e alegre costumam atrair bastante os
consulentes , principalmente pôr que quando falam que vão ajudar certamente o farão.
Ciganos
Os mistérios desse povo nômade, ronda também as Giras de Umbanda. A presença dessas entidades é
rara, mas quando chegam trazem com eles todos os mistérios da magia. Mas não uma magia trabalhada apenas
nas ervas e sim na destreza com que lidam com o astral, com seus punhais, suas cartas, bola de cristal,
adivinhações, são verdadeiramente os "mágicos" da Umbanda, que em seus atendimentos conseguem
hipnotizar seu consulente. São sutis, delicados, amorosos, práticos.
Gostam da dança embaladas pelos Banjos, da comida farta, gostam de reunir sua "Compania" em volta de
suas fogueiras, ou seja, gostam da fartura e da liberdade.
Por não criar raízes, o povo cigano existe inclusive nos dias de hoje, em diversas partes do mundo. Na
Umbanda, se manifestam ciganos que são de origem oriental, como também ciganos de outras partes do
mundo, inclusive brasileiros.
Se a Umbanda é uma religião nova, seus valores religiosos fundamentais são ancestrais e foram
herdados de culturas religiosas anteriores ao Cristianismo.
A Umbanda tem na sua base de informação os cultos afros, os cultos nativos, a doutrina espírita kardecista, a
religião católica e um pouco da religião oriental (budismo e hinduísmo) e também da magia, pois é uma
religião magística por excelência o que a distingue e a honra, porque dentro dos seus templos a magia é
combatida e anulada pelos espíritos que neles se manifestam incorporando nos seus médiuns.
Dos elementos formadores das bases da Umbanda surgiram as sua principais correntes religiosas, as
quais interpretamos assim:
1ª Corrente: Formada pelos espíritos nativos que aqui viviam antes da chegada dos estrangeiros
conquistadores. Esses espíritos já conheciam o fenômeno da mediunidade de incorporação, pois o xamanismo
multimilenar já era praticado pelos seus pajés em suas cerimônias. Eles já acreditavam na imortalidade do
espírito, na existência do mundo sobrenatural e na capacidade de “os mortos” interferirem na vida dos
encarnados. Também acreditavam na existência de divindades associadas a aspectos da natureza e da Criação
Divina. Tinham um panteão ao qual temiam, respeitavam e recorriam sempre que se sentiam ameaçados pela
natureza, pelos inimigos ou pelo mundo sobrenatural. Também acreditavam na existência de espíritos
malignos e de demônios infernais, mas sem a elaboração da religião cristã que aqui se estabeleceu.
2ª Corrente: Os cultos de nação africana, sem contato com os nativos brasileiros, tinham essas
mesmas crenças, só que mais elaboradas e muito bem definidas. Seus sacerdotes praticavam rituais e magias
para equilibrar as influências do mundo sobrenatural sobre o mundo terreno e também para equilibrar as
pessoas.
Acreditavam na imortalidade dos espíritos e no poder deles sobre os encarnados, chegando mesmo a
criar um culto para eles (o culto de egungum dos povos nigerianos).
Também cultuavam os ancestrais por meios de ritos elaboradíssimos e que perduram até hoje, pois são
um dos pilares de suas crenças religiosas.
Sua cultura era transmitida oralmente de pai para filho, na forma de lendas, preservando
conhecimentos muito antigos, como a criação do mundo, dos homens e até eventos análogos ao dilúvio
bíblico.
A Umbanda herdou dos cultos de nação afro o seu vasto panteão Divino e tem no culto às divindades
de Deus um dos seus fundamentos religiosos, tendo desenvolvido rituais próprios do religamento do
encarnado com sua divindade.
O panteão Divino dos cultos afros era pontificado por um Ser Supremo e povoado por divindades quês
são os executores e manifestadores Dele junto aos seres humanos, assim como são seus auxiliares Divinos que
o ajudaram na concretização do mundo material, demonstrando-nos que, de forma simples, tinham uma noção
exata, ainda que limitada por fatores culturais, da forma como se nos mostra Deus e seu universo Divino.
3ª Corrente: Formada pelos kardecistas de mesa, que incorporavam espíritos de índios, de ex-
excravos negros, de orientais, etc. Criaram a corrente denominada “Umbanda Branca”, nos moldes espíritas,
mas na qual aceitavam a manifestação de caboclos, pretos-velhos e crianças.
Esta corrente pode ser descrita como um meio termo entre o espiritismo, os cultos nativos e os afros,
pois se fundamenta na doutrina cristã, mas cultua valores religiosos herdados dos índios e negros.
Não abre seus cultos com cantos e atabaques, mas sim com orações a Jesus Cristo. As suas sessões são
mais próximas dos kardecistas que das umbandistas genuínas, que usam cantos, palmas e atabaques. Seus
membros se identificam como Espíritas de Umbanda.
4ª Corrente: A magia é comum a toda a humanidade e as pessoas recorrem a ela sempre que se
sentem ameaçadas por fatores desconhecidos ou pelo mundo sobrenatural, principalmente pela atuação de
espíritos malignos e por processos de magia negra ou negativa.
Dentro da Umbanda, o uso da magia branca ou magia positiva se disseminou de forma tão abrangente
que se tornou parte da religião, sendo impossível separar os trabalhos religiosos espirituais puros dos trabalhos
espirituais mágicos. Muitas pessoas desconhecem a magia classificada como magia religiosa. Mas esta nada
mais é que a fusão da religião com a magia.
Estas são as principais correntes religiosas e doutrinarias que formam as bases da Umbanda. E isso
sem falarmos do sincretismo religioso, pela qual a religião católica nos forneceu as suas imagens que,
colocadas em nossos altares, facilitaram o processo de transição de católicos para a Umbanda.
A estrutura religiosa espiritual da Umbanda já está pronta e só falta ser estruturada aqui, no plano
material, para dar-lhe uma feição uniforme, quando seus valores religiosos e seus fundamentos Divinos serão
definitivos, deixando de mudar ao sabor das suas correntes mais expressivas.
Os mensageiros espirituais nos alertam que esta estruturação deve ser feita de forma lenta e muito bem
pensada. Nós temos certeza de que no futuro a Umbanda terá uma feição religiosa muito bem definida, pois
suas correntes formadoras se unificarão e se uniformizarão, fortalecendo a Umbanda como religião.
Texto extraído do livro do autor “Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada - A Religião dos
mistérios - Um hino de amor à vida”. - Editora Madras
Rubens Saraceni, Umbanda
Fonte: http://povodeluz.blogspot.com/2009/05/as-quatro-correntes-de-umbanda.html
Observando a forma como surgem os centros de Umbanda e conversando com muitas pessoas que
dirigem seus centros, cheguei a algumas conclusões aqui expostas e que, espero, não despertem reações
negativas mas sim levem todos à reflexão. Só isto é o que desejo, e nada mais.
a) foram solicitados pelos seus guias espirituais para que abrissem suas casas.
d) todos só assumiram missão tão espinhosa após seus guias afiançarem-lhes que tinham essa missão e
que teriam todo o apoio do astral para levá-la adiante e ajudarem muitas pessoas.
e) todos sentiam então que lhes faltava uma preparação adequada para poderem fazer um bom trabalho
como dirigente espiritual.
f) todos confiavam nos seus guias espirituais e no magnífico trabalho que eles realizavam em benefício
das pessoas.
g) todos, sem exceção, só levaram adiante tal missão porque acreditaram nos seus guias.
h) todos se sentem gratos aos seus guias por tê-los instruído quando pouco ou quase nada sabiam sobre
tantas coisas que compõem o exercício da mediunidade e sobre sua missão de dirigir uma tenda de Umbanda.
i) mas todos ainda acham que há algo a ser aprendido e acrescentado ao seu trabalho, mesmo já tendo
muitos anos de atividade como dirigente e de já haver formado médiuns que hoje também já montaram e
dirigem suas próprias casas.
j) e todos acreditam que sempre é tempo de aprenderem um pouco mais e não têm vergonha de ouvir o
que outros dirigentes têm a dizer.
Bem, só com essas observações acima já temos um retrato fiel dos dirigentes umbandistas, e
posso afirmar com convicção algumas conclusões a que cheguei:
b) o sacerdote de Umbanda (a pessoa que deve dirigir um centro e comandar os trabalhos espirituais)
não é feito por ninguém; ele já traz desde seu nascimento essa missão.
d) só consegue dirigir uma tenda quem traz essa missão pois esta também é dos guias espirituais.
e) mesmo não se sentindo preparado para tão digno trabalho, no entanto, a maioria crê nos seus guias e
leva adiante sua incumbência.
f) mesmo não sabendo muito sobre como dirigir uma tenda os guias suprem essa nossa deficiência e
vão nos ensinando coisas muito práticas que, com o passar dos anos, se tornam um riquíssimo aprendizado.
g) todos gostariam de se preparar melhor para o exercício sacerdotal, ainda que já sejam ótimos
dirigentes espirituais.
h) todos lêem muito sobre a Umbanda e procuram nas leituras informações que os auxiliem no seu
sacerdócio.
i) muitos fazem vários cursos holísticos para expandirem seus horizontes e a compreensão do que lhe
foi reservado pela espiritualidade.
j) todos gostariam de ter alguém (uma escola, uma federação, uma pessoa) que pudesse responder
certas dúvidas que vão surgindo no decorrer do exercício da sua missão.
Bem, o que deduzi é que ninguém faz um dirigente espiritual porque só o é ou só o será quem receber
essa missão dos seus guias espirituais.
Mas, se assim é na Umbanda, no entanto o exercício do sacerdócio pode ser organizado, graduado e
direcionado por uma "escola", e isto facilita muito porque traz confiança e orientações fundamentais ao
dirigente espiritual.
Devíamos ter na Umbanda mais escolas preparatórias tradicionais que auxiliassem as pessoas que
trazem essa missão, tornando mais fácil as coisas para elas.
E, lamentavelmente, além de só termos alguns cursos voltados para esse campo, ainda assim quem
ousou montá-los é injustamente acusado de charlatão, embusteiro, aproveitador e outros termos pejorativos.
Eu mesmo, só porque montei um "colégio" sob orientação espiritual e só porque psicografei algumas
dezenas de livros de Umbanda (muitos ainda não publicados) já sofri todo tipo de discriminação, de calúnia,
de ofensas e de acusações que espero que cessem, pois os umbandistas acabarão por entender que todas as
religiões têm escolas preparatórias dos seus sacerdotes.
Só assim, com todos aprendendo as mesmas diretrizes e doutrina umbandista, a nossa religião
conseguirá organizar-se e expurgar do seu meio os espertalhões que têm feito coisas condenáveis e cujos atos
têm refletido negativamente sobre o trabalho sério de todos os verdadeiros umbandistas.
Fonte: O texto acima faz parte do livro Tratado Geral de Umbanda / Rubens Saraceni / Ed. Madras
e foi publicado na edição de Julho do Jornal de Umbanda Sagrada
Ela é sincrética e absorveu conceitos, posturas e preceitos cristãos, indígenas e afros, pois estas três
culturas religiosas estão na sua base teológica e são visíveis ao bom observador.
Uma data é o marco inicial da Umbanda: a manifestação do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas no
médium Zélio Fernandino de Morais ocorrida no ano de 1908, diferenciando-a do espiritismo e dos cultos de
nação Candomblé de então.
A Umbanda tem suas raízes nas religiões indígenas, africanas e cristã, mas incorporou conhecimentos
religiosos universais pertencentes a muitas outras religiões.
Umbanda é o sinônimo de prática religiosa e magística caritativa e não tem a cobrança pecuniária como
uma de suas práticas usuais. Porém, é licito o chamamento dos médiuns e das pessoas que freqüentam seus
templos no sentido de contribuírem para a manutenção deles ou para a realização de eventos de cunho
religioso ou assistencial aos mais necessitados.
A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de orixás e não tem nessa prática
legitima e tradicional do Candomblé um dos seus recursos ofertatórios às divindades, pois recorre às
oferendas de flores, frutos, alimentos e velas quando as reverencia.
A Umbanda não aceita a tese defendida por alguns adeptos dos cultos de nação que diz que só com a
catulagem de cabeça e só com o sacrifício de animais é possível as feituras de cabeça (coroação do médium) e
o assentamento dos orixás, pois, para a Umbanda, a fé é o mecanismo íntimo que ativa Deus, suas divindades
e os guias espirituais em beneficio dos médiuns e dos freqüentadores dos seus templos.
A Umbanda não é uma seita, e sim um religião, ainda meio difusa devido à aceitação maciça de médiuns
cujas formações religiosas se processaram em outras religiões e cujo usos e costumes vão sendo diluídos
muito lentamente para não melindrar os conceitos e as posturas religiosas dos seus novos adeptos, adquiridos
fora da Umbanda, mas respeitados por ela.
A Umbanda não apressa o desenvolvimento doutrinário dos seus fiéis, pois tem no tempo e na espiritualidade
dois ótimos recursos para conquistar o coração e a mente dos seus fiéis.
A Umbanda tem na mediunidade de incorporação a sua maior fonte de adeptos, pois a mediunidade independe
da crença religiosa das pessoas e, como a maioria das religiões, condena os médiuns ou segrega-os, taxando-
os de pessoas possessas ou desequilibradas, então a Umbanda não tem que se preocupar, pois sempre será
procurada pelas pessoas possuidoras de faculdades mediúnicas, principalmente a de incorporação.
A Umbanda tem de preparar muito bem os seus sacerdotes para que estes acolham em seus templos todas as
pessoas possuidoras de faculdades mediúnicas e as auxiliem no desenvolvimento delas, preparando-as para
que futuramente se tornem, também elas os seus futuros sacerdotes.
A Umbanda tem na mediunidade de incorporação o seu principal mecanismo de prática religiosa, pois,
com seus médiuns bem preparados, assiste seus fiéis, auxilia na resolução de problemas graves ou
corriqueiros, todos tratados com a mesma preocupação e dedicação espiritual e sacerdotal.
A Umbanda é uma religião espírita e espiritualista. Espírita porque está, em parte, fundamentada na
manifestação dos espíritos guias. E espiritualista porque incorporou conceitos e práticas espiritualistas
(referentes ao mundo espiritual), tais como magias espirituais e religiosas, culto aos ancestrais Divinos, culto
religioso aos espíritos superiores da natureza, culto aos espíritos elevados ou ascencionados e que retornam
como guias-chefes, para auxiliar a evolução das pessoas que freqüentam os templos de Umbanda.
A Umbanda, por ser sincrética, não alimenta em seu seio segregacionismo religioso de nenhuma espécie
e vê as outras religiões como legitimas representantes de Deus. E vê todas como ótimas vias evolutivas
criadas por Ele para acelerarem a evolução da humanidade.
A Umbanda não adota práticas agressivas de conversão religiosa, pois acha estes procedimentos uma
violência consciencial contra as pessoas, preferindo somente auxiliar quem adentrar em seus templos. O
tempo e o auxílio espiritual desinteressado ou livre de segundas intenções tem sido os maiores atrativos dos
fiéis umbandistas.
A Umbanda crê que sacerdotes que exigem a conversão ou batismo obrigatório de quem os procura (pois só
assim poderão ser auxiliados por eles e por Deus) com certeza são movidos por segundas intenções e, mais dia
menos dia, as colocarão para quem se converteu para serem auxiliados por eles. (Veja famosos pastores
mercantilistas eletrônicos ou alguns supostos sacerdotes de cultos que vivem dos boris e dos ebós que
recomendam incisivamente aos seus fiéis, tornando-os totalmente dependentes dessas práticas caso queiram
algum auxílio espiritual ou religioso).
A Umbanda prega que os espíritos elevados (os seus espíritos guias) são dotados de faculdades e poderes
superiores ao senso comum dos encarnados e tem neles um dos seus recursos religiosos e magísticos,
recorrendo a eles em suas sessões de trabalho e tendo neles um dos seus fundamentos religiosos.
A Umbanda prega que as divindades de Deus (os orixás) são seres Divinos dotados de faculdades e
poderes superiores aos dos espíritos e tem nelas um dos seus fundamentos religiosos, recomendando o
culto a elas e a prática de oferendas como uma das formas de reverenciá-las, já que são indissociadas da
natureza terrestre ou Divina de tudo o que Deus criou.
A Umbanda prega a existência de um Deus único e tem nessa sua crença o seu maior fundamento religioso,
ao qual não dispensa em nenhum momento nos seus cultos religiosos e, mesmo que reverencie as divindades,
os espíritos da natureza e os espíritos ascencionados (os guias-chefes), não os dissocia D'Ele, o nosso Pai
Maior e nosso Divino Criador.
Fonte: Texto extraído do livro "Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada" de Rubens Saraceni.
Também conhecidas como fio de contas no candomblé, na Umbanda são simplesmente conhecidas como
"guias". São colares ritualísticos confeccionados sob instrução exclusiva das entidades cujas características
variam de falange a falange, orixá a orixá. A utilização de colares ritualísticos, remonta aos tempos mais
antigos, visto que as civilizações astecas, incas, maias, índios, africanos, etc... já as os utilizavam, não apenas
como adorno mas sim como proteção.
A Umbanda segue os preceitos da magia e da imantação de vibrações e energias! Cada guia é um objeto
pessoal, intransferível, e cuja preparação deve ser feita sob as instruções mais rigorosas das próprias
entidades, sejam elas na sua imantação, sejam elas no número de contas, sejam elas na utilização de cores. São
pontos de apoio de chamadas de vibrações para cada médium, são pontos de atração das entidades e servem
muitas das vezes como escudo e sintonização das vibrações. Ajudam nas vibrações dos chacras e em suas
aberturas, atiçam a freqüência vibracional de cada entidade ou falange.
Uma das muitas dúvidas que existem pelos iniciados é com relação a sua confecção, que pode ser de várias
maneiras, dependendo da casa em que cada médium está inserido, pela instrução das entidades ou até mesmo
pela maneira de trabalho que destina sua finalidade. Existem guias feitas de fios de nylon, fios de algodão,
contas de louça as, contas de fibras naturais, sementes, etc...
Existem também guias de aço, que geralmente são utilizadas com a finalidade única de "proteção", até mesmo
pelo seu material ser de natureza isolante, só muito utilizadas em trabalhos de cambonagem, onde o cambono
recebe influência diversas de vibrações próximos aos médiuns que trabalham juntos às suas entidades. É
importante ressaltar no entanto, que cada "casa" ou "terreiro" tem a sua própria maneira de trabalhar e que não
existem regras específicas, ou diria receitas ... cada caso é um caso.
A seguir algumas dúvidas e explanações com relação a este tema bastante interessante e que é de suma
importância para a perfeita magia dos trabalhos.
SARACENI, Rubens. O cavaleiro da estrela guia: o início da saga. São Paulo: Madras.
SARACENI, Rubens. O cavaleiro da estrela guia: a saga continua. São Paulo: Madras.
SARACENI, Rubens. O cavaleiro da estrela guia: a saga completa. São Paulo: Madras.
SARACENI, Rubens. O Código da escrita mágica simbólica. São Paulo: Madras, 2003.
SARACENI, Rubens. Os Decanos: os fundadores, mestres e pioneiros da Umbanda. São Paulo: Madras,
2003.
SARACENI, Rubens. Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada. São Paulo: Madras, 2001.
SARACENI, Rubens. A escrita mágica dos Orixás. São Paulo: Cristalis, 2000.
SARACENI, Rubens. Gênese Divina de Umbanda Sagrada. São Paulo: Madras, 2000.
SARACENI, Rubens. Guardião das sete cruzes. São Paulo: Madras, 2003.
SARACENI, Rubens. Guardião das sete encruzilhadas. São Paulo: Madras, 2005.
SARACENI, Rubens. O Guardião dos sete portais. São Paulo: Madras, 2005.
SARACENI, Rubens. Iniciação à escrita mágica divina: a magia simbólica dos Tronos de Deus. São
Paulo: Madras.
SARACENI, Rubens. Lendas da Criação: a saga dos Orixás. São Paulo: Madras, 2005.
SARACENI, Rubens. Livro da vida: as marcas do destino. São Paulo: Madras, 2002.
SARACENI, Rubens. Livro de Exu: o mistério revelado. São Paulo: Madras, 2005.
SARACENI, Rubens. A magia divina dos elementais. São Paulo: Madras, 2004.
SARACENI, Rubens. A magia divina das velas: o livro das sete chamas sagradas. São Paulo: Madras.
SARACENI, Rubens. A magia divina dos gênios: a força dos elementais da natureza. São Paulo: Madras.
SARACENI, Rubens. As sete linhas de evolução e ascensão do espírito humano. São Paulo: Madras, 2005.
SARACENI, Rubens. Tratado geral de Umbanda: as chaves interpretativas teológicas. São Paulo:
Madras.
SARACENI, Rubens. Umbanda Sagrada: religião, ciência, magia e mistérios. São Paulo: Madras, 2003.
Oxalá
Na primeira linha de Umbanda nós temos o orixá do branco, da paz, da fé, da compreensão e da
compaixão. Sincretizado com Jesus, Pai Oxalá rege o sentido da fé nos seres desenvolvendo sua
atuação dentro do fator universal que segundo o estudo de Pai Rubens Saraceni é o amparo divino que toda
pessoa que vibra positivamente no campo da regência do orixá obtém.
Dentro desse entendimento Oxalá corresponde ao espaço, a plenitude, é a primeira qualidade de Deus
e sendo assim é também o orixá da criação. O filósofo e matemático francês René Descartes indagou durante
seus estudos que só existimos porque pensamos – a afamada frase “Penso, logo existo”.
Sendo assim, nós concebemos nossa realidade a partir do momento em que ela se torna nossa verdade
e por conseguinte creditamos fé à ela. Na criação é esse o papel de Pai Oxalá, irradiar nos seres a
capacidade de ter fé nas coisas e congrega-las em prol de um objetivo.
Pai Alexandre Cumino explica sobre esse mistério no curso Orixás na Umbanda dizendo que Pai
Oxalá une as pessoas em uma mesma verdade ou doutrina e dá o exemplo de quem está à frente de um
templo ou de uma religião. “Imagine, se todos estão no mesmo barco estão agregados. Agora,
estaremos congregados a partir do momento em que remarmos todos para o mesmo lugar, por isso somos
congregados em torno da umbanda, estamos congregados na Umbanda.”
Por isso além de emanar de si a fé, a Pai Oxalá também credita-se o magnetismo congregador que está
em tudo e em todos transitando em todos os outros mistérios e linhas de Umbanda.
Sem fé não há amor, sem amor não há um conhecimento real e verdadeiro, sem conhecimento não se
aplica a justiça, sem justiça não existe lei, da mesma forma sem esses sentidos não existe evolução e muito
menos geração.
Simbolismos
A cor de Pai Oxalá que simboliza a paz também expressa a união de todas as cores (linhas de
umbanda) que como sabemos se fundem originando o branco. O opaxorô também é um dos elementos que
compõe a simbologia do orixá; o cajado ornamentado traz na maioria de suas representações uma pomba
branca no topo reforçando o conceito de paz, harmonia e boa nova.
Conexão com esse mistério
Todo lugar é ponto de força de Pai Oxalá pois seu mistério – como dito – está relacionado ao espaço,
por isso para a realização de oferendas é recomendado lugares calmos e/ou campos abertos onde sua energia
vibra com mais intensidade.
Para as oferendas é comum o uso de velas brancas ou douradas e frutas de polpa branca como coco
verde, pêra, melão e etc. Mel e vinho branco também são bem-vindos! Quanto as flores dê preferência para as
de cor branca com ênfase nas rosas.
As pedras desse orixá são o cristal ou o quartzo que remetem a pureza e a transparência dessa regência.
Hoje muitos terreiros rendem suas preces à Oxalá em razão do sincretismo com Jesus Cristo (falamos
sobre isso o texto: Oxalá é Jesus?), então à todos os leitores do Blog Umbanda EAD desejamos nosso Feliz
Natal, que a fé nunca nos falte.. que nosso ser, nesse novo ano que virá permaneça preenchido com a plenitude
emanada de Pai Oxalá.
Para encerrar esse texto destacamos uma frase de Pai Rodrigo Queiroz sobre o mistério da Fé na
Umbanda:
É uma força,
mas um mistério
Logunã faz par com Oxalá na primeira linha de Umbanda e juntos agem diretamente sob tudo o que
compreendemos como realidade. Se somos algo, somos porque acreditamos em algo. Entendemos,
compreendemos e depositamos nossa fé nessa realidade e como acreditamos que ela seja.
Essa compreensão de nós e do mundo é mistério de Mãe Logunã. Vocês já ouviram a frase “o mundo
não é como ele é, o mundo é como você vê”? Pois bem, quando dizemos isso, estamos vislumbrando o
mistério dessa Orixá, que em sua atuação também compreende o nosso sentido de tempo.
Tempo este que nos garante a certeza do ontem, do hoje e do amanhã, e é contando a história dos
tempos que o homem consegue se organizar perante a vida. É sob essa contagem que vivemos diariamente,
desde os milésimos de segundos até as eras de todos os universos.
O tempo se prova todos os dias, desde as formas com o qual nossa pele vai se moldando até a máxima
expressão em seu deleite: a sabedoria.
Pra nós, na Umbanda tempo é Mãe, é a face feminina de Olorum temida pelos enganadores da fé…
Sim, Mãe Logunã como primeira linha de Umbanda e acentada no mistério da fé é a responsável por negativar
os que se utilizam da fé alheia para ludibriar, manipular, extorquir e garantir lucros a si.
Revelada por Pai Benedito de Aruanda à Rubens Saraceni, o mistério de Logunã, anteriormente
chamada de Oiá-Tempo é segundo Pai Alexandre Cumino “o próprio espaço-tempo onde tudo se manifesta,
portanto é uma divindade atemporal, não estando sujeito a ele, mas regendo o seu sincronismo“.
Nos estudos de Pai Rubens Saraceni sobre esse mistério ele traz que é comum as filhas de Mãe Logunã
apreciar as coisas religiosas, o estudo, a música suave, um pouco de isolamento, conversas construtivas, a
companhia de pessoas discretas e de homens maduros, reservados e amorosos.
Como uma “Orixá nova” a atuação de Logunã sob a vida dos seres além de pouco compreendida
também é pouco tratada pelos segmentos de Umbanda, sendo sua presença mais notada dentro da vertente que
se disseminou como Umbanda Sagrada.
De acordo com a literatura de Mestre Rubens Saraceni, Logunã já teve seu culto largamente praticado
nas antigas religiões africanas, mas assim como aconteceu com centenas de outros Orixás o rito em torno
dessa divindade foi se perdendo e isso se deve a inúmeras razões, dentre elas, a explicação de quê tais cultos
foram se degradando, dissipando-se do seu sentido positivo e promovendo a prática banalizada, o que resultou
no cessar do acesso a esse mistério às civilizações.
Mãe Logunã então é uma Orixá que se recolheu em seu mistério por muitos anos e muitos anos e que
volta a se manifestar – agora na Umbanda – há pouco mais de 10 anos.
Em mim eu sinto todos os Orixás e então Pai Benedito de Aruanda revela Logunã e eu acendo apenas
uma vela e coloco um copo de água e eu sinto….eu sinto Logunã na minha pele, na minha alma e ninguém
precisa me dizer se ela existe ou não, eu sinto e é aqui que eu avalio se ela existe na minha vida.
Texto
Júlia Pereira
Imagem
Retirada da internet
Logunedé
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Logunedé
Logunedé ou Logun Ede, do iorubá Lógunède, é um orixá africano que, na maioria dos mitos,
costuma ser apresentado como filho de Oxum Ipondá e Oxóssi Ibualama, do iorubá Ibùalámo. Segundo as
lendas, vive seis meses nas matas caçando com Oxóssi e seis meses nos rios pescando com Oxum. É cultuado
na nação Ijexá como sua mãe, mas também nas nações Queto e Efan, sendo o seu culto muito difundido no
Rio de Janeiro.
No entanto, existem outras versões acerca de sua filiação. Se, na maioria dos mitos, Logunedé surge como
filho de Oxum e Oxóssi, em outros, um pouco mais raros, aparece como filho de Ogum e Iansã. Há, ainda, histórias que
contam a lenda de Logunedé como filho desses quatro orixás, apresentando-o como nada mais, nada menos, que uma
representação dos orixás gêmeos, Ibeji. Por isso é um dos orixas mais belos da religião
Descrição
Simultaneamente caçador e pescador, Logunedé é o herdeiro dos axés de Oxum e Oxóssi, que se
fundem e se mesclam como mistério da criação. Trata-se de um orixá que tem a graça, a meiguice e a faceirice
de Oxum e a alegria e a expansão de Oxóssi. Se Oxum confere a Logunedé axés sobre a sexualidade, a
maternidade, a pesca e a prosperidade, Oxóssi lhe passa os axés da fartura, da caça, da habilidade, do
conhecimento.
Essa característica de unir o feminino de Oxum ao masculino de Oxóssi, muitas vezes, o leva a ser
representado como uma criança, um menino pequeno ou adolescente, formando mais uma tríade sagrada na
história das religiões. Com Logunedé, completa-se o triângulo iorubá "pai, mãe e filho" que também se repete
nas trilogias católica (Pai, Filho e Espírito Santo), egípcia (Ísis, Osíris e Hórus), hindu e tantas outras.
Como símbolo da pureza, muitas vezes Logunedé também é visto como um ser andrógino. Ao
contrário do que muitos pensam, Logun Edé não é de características masculina e feminina, não é bissexual.
Na verdade, possui uma grande relação com Oxum, sua mãe, e com Erinlé, seu pai, trazendo, consigo, a
personalidade desses dois orixás e algumas características marcantes, mas nada que o transforme em um
hermafrodita que, durante seis meses, é Oboró, e durante seis meses, Ìyábá, como algumas pessoas assim o
dizem e usam deste artifício para denotações homossexuais.
Existem templos para Logun Ede em Ilesa, seu lugar de origem, onde, em alguns itans, é citado como
um corajoso e poderoso caçador com coragem relacionada à de um leopardo. É casado com três esposas. De
culto diferenciado e totalmente ligado ao culto a Òsun, é um orixá de extremo bom gosto. Seus objetos devem
permanecem junto aos assentos de Osun e, sempre quando agradado, devemos agradar sua mãe. Tem
predileção ao dourado, é um orixá muito vaidoso, é considerado o mais elegante de todos os orixás.
De Oxum, sua mãe, Logun Edé herdou o lado belo e vaidoso. Pois Oxum lança mão de seu dom
sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada. Deusa da fertilidade, na Nigéria é
dela o rio que leva o seu nome e, no Brasil, dela são as águas doces dos lagos, fontes e rios. Água que mata a
sede dos humanos e da terra, que, assim, se torna fecunda e fornece os alimentos essenciais à vida. Oxum
menina dengosa, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma
personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da
vida. Com seus atributos, ela dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos.
De Erinlé, seu pai, herdou o dom da caça, pois Erinlé é da família dos Odé e seus símbolos são o ofá, a
lança de caça e o ogue. Erinlé é a representação do desenvolvimento do homem, conhece os segredos da caça,
também símbolo de prosperidade e formação de comunidades. Ele busca o alimento com coragem e é
considerado o guerreiro das matas, é corajoso, viril e Logun Edé tem estas características, é um orixá
guerreiro.
Mas se, em várias tradições, ele é considerado um orixá masculino, em algumas é confundido com a
homossexualidade ou a bissexualidade, o que ocorre quando se interpreta ao pé da letra o mito que afirma
viver Logunedé seis meses como homem e seis meses como mulher. Na verdade, a interpretação mais aceita
seria que essa se trata de uma metáfora para falar dos axés herdados por ele de seus pais, Oxum e Oxóssi.
Após ser abandonado e viver com Ogum, aprende, com ele, as artes da guerra e da metalurgia. É coroado por
Iansã como o príncipe dos orixás. É amigo íntimo de Yewá: seriam eles os orixás que se complementam,
considerados o par perfeito.
Bibliografia
LOPES, Nei. Logunedé, santo menino que velho respeita. São Paulo: Pallas.
De Lima e Silva, Mariana. Ọmọ Mímọ , o filho do amor Um estudo sobre os filhos de Lóògùn Ẹdẹ.
Tese de doutorado. Brasília: UnB, 2013.
Obaluaiyê
Obaluaiyê é o Orixá que atua na Evolução e seu campo preferencial é aquele que sinaliza as passagens
de um nível vibratório ou estágio da evolução para outro.
O Orixá Obaluaiyê é o regente do pólo magnético masculino da linha da Evolução, que surge a partir
da projeção do Trono Essencial do Saber ou Trono da Evolução.
O Trono da Evolução é um dos sete Tronos essenciais que formam a Coroa Divina regente do planeta,
e em sua projeção faz surgir, na Umbanda, a linha da Evolução, em cujo pólo magnético positivo, masculino e
irradiante, está assentado o Orixá Natural Obaluaiyê, e em cujo pólo magnético negativo, feminino e
absorvente está assentada a Orixá Nanã Buruquê. Ambos são Orixás de magnetismo misto e cuidam das
passagens dos estágios evolutivos.
Ambos são Orixás terra-água (magneticamente, certo?). Obaluaiyê é ativo no magnetismo telúrico e
passivo no magnetismo aquático. Nanã é ativa no magnetismo aquático e passiva no magnetismo telúrico.
Mas ambos atuam passivamente, o outro atua ativamente
Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e Obaluaiyê estabelece o cordão energético que une o
espírito ao corpo (feto), que será recebido no útero materno assim que alcança o desenvolvimento celular
básico (órgãos físicos).
É o mistério “Obaluaiyê” que reduz o corpo plasmático do espírito até que fique do tamanho do corpo
carnal alojado no útero materno. Nesta redução, o espírito assume todas as características e feições do seu
novo corpo carnal, já formado.
Muito associam o divino Obaluaiyê apenas com o Orixá curador, que ele realmente é, pois cura
mesmo! Mas Obaluaiyê é muito mais do que já o descreveram. Ele é o “Senhor das Passagens” de um plano
para outro, de uma dimensão para a outra, e mesmo do espírito para a carne e vice-versa.
Espero que os Umbandistas deixem de temê-lo e passem a amá-lo e adorá-lo pelo que ele realmente é:
um Trono Divino que cuida da evolução dos seres, das criaturas e das espécies, e que esqueçam as abstrações
dos que se apegaram a alguns de seus aspectos negativos e os usam para assustar seus semelhantes.
Estes manipuladores dos aspectos negativos do Orixá Obaluaiyê certamente conhecerão os Orixás
cósmicos que lidam com o negativo dele. Ao contrário dos tolerantes Exús da Umbanda, estes Obaluaiyês
cósmicos são intolerantes com quem invoca os aspectos negativos do Orixá maior Obaluaiyê para atingir seus
semelhantes. E o que tem de supostos “pais de Santo” apodrecendo nos seus pólos magnéticos negativos só
porque deram mau uso aos aspectos negativos de Obaluaiyê... Bem, deixemos que eles mesmos cuidem de
suas lepras emocionais. Certo?
Oferenda: Velas brancas e brancas/pretas; vinho rosé licoroso, água potável; coco fatiado coberto com
mel e pipocas; rosas, margaridas e crisântemos, tudo depositado no cruzeiro do cemitério, á beira-mar ou á
beira de um lago.
Yemanjá
O fato é que o Trono Essencial da Geração assentado na Coroa Divina projeta-se e faz surgir, na
Umbanda, a linha da Geração, em cujo pólo magnético positivo está assentada a Orixá Natural Yemanjá, e em
cujo pólo magnético negativo está assentado o Orixá Omulu.
Yemanjá, a nossa amada Mãe da Vida é a água que vivifica e o nosso amado pai Omulu é a terra que
amolda os viventes. Como dedicamos um comentário extenso ao Orixá Omulu, vamos nos concentrar em
Yemanjá.
Yemanjá rege sobre a geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente. Ela
se projeta e faz surgir sete pólos magnéticos ocupados por sete Yemanjás intermediarias, que são as regentes
dos níveis vibratórios positivos e são as aplicadoras de seus aspectos, todos positivos, pois Yemanjá não
possui aspectos negativos.
Estas sete Yemanjás são intermediárias e comandam incontáveis linhas de trabalho dentro da
Umbanda. Suas Orixás intermediadoras estão espalhadas por todos os níveis vibratórios positivos, onde atuam
como mães da “criação”, sempre estimulando nos seres os sentimentos maternais ou paternais.
Todas atuam a nível multidimensional e projetam-se também para a dimensão humana, onde têm
muitas de suas filhas estagiando. Todas têm suas hierarquias de Orixás Yemanjás intermediadoras, que regem
hierarquias de espíritos religados às hierarquias naturais.
OFERENDA: Velas brancas; azuis e rosas; champagne, calda de ameixa ou de pêssego, manjar, arroz-doce e
melão; rosas e palmas brancas, tudo depositado à beira-mar.
ORIXÁS CÓSMICOS
Oiá
Oiá é a orixá do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o religioso, onde ela atua como
ordenadora do caos religioso
O “Tempo” é a chave do mistério da Fé regido pela nossa amada mãe Oiá, porque é na eternidade do
tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. A orixá Oiá forma um pólo magnético
vibratório e energético oposto ao do orixá Oxalá, e ambos regem a linha da Fé, que é a primeira das Sete
Linhas de Umbanda, que são as sete irradiações divinas do nosso Criador. Logo, o campo de atuação de nossa
amada mãe Oiá é o campo da fé, onde flui a religiosidade dos seres, todos em continua evolução.
Oiá é a regente cósmica da linha da Fé, e tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os espíritos
que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.
“Tempo”, eis as qualidades, atributos e atribuições negativas de Oiá, de que tanto falamos e alertamos
aos supostos pais de Santo ou magos negros que recorrem ao “Tempo” para prejudicar seus semelhantes com
seus ebós sujos e suas magias negras. Oiá é a orixá regente do pólo negativo da linha da Fé, que é a primeira
das Sete Linhas de Umbanda e, com Oxalá assentado em seu pólo positivo, dão sustentação a todas as
manifestações da fé e dão amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos e guiados pelos princípios divinos
estimuladores da evolução religiosa dos seres.
Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que têm a
coroa regida por outros orixás), então sua vidaentra em parafuso e só deixará de rodar quando esgotar tudo de
desregrado e desvirtuado que nela existia. Isto é Oiá, amados filhos dos orixás! Mãe religiosa por sua
excelência divina, mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal atributo junto dos espíritos
humanos é o de esgotar o lobo sanguinário que oculta-se por baixo da pele de cordeiro.
Enquanto Oxalá é irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos de Oxalá são extrovertidos, os de
Oiá são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles uma certa
“beatitude” 9já que, das mães divinas, ela é a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os
seus filhos relapsos. Isto é Oiá, amados filhos das nossas amadas mães divinas!
Se ela é assim, é porque ela é a orixá que, junto com Oxalá, rege a primeira linha de Umbanda, que é a
linha da Religiosidade. Logo, os filhos de Umbanda, que têm em Oxalá o divino Pai da Fé, também devem
cultuar a divina mãe Oiá. Com ele no pólo positivo e ela no pólo negativo, forma-se o par dos orixás excelsos
que regem a linha da Fé e estimulam a religiosidade nos seres.
Oxumaré
Oxumaré é o orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação
dos seres, em todos os aspectos.
Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da
Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que na linha do Amor ou da Concepção forma com ele a
segunda linha de Umbanda. O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos orixás, é
que ele simboliza a renovação. Isto é verdadeiro. E o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, ou parte
macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade. É inadmissível que uma divindade planetária tenha essas
qualidades bissexuais, que só acontecem em seres com disfunções genéticas que provocam má formação, ou
dupla formação, dos órgãos sexuais, e em seres com desequilíbrios emocionais ou conscienciais que fazem
com que, psiquicamente, eles troquem seus sinais mentais e invertam sua sexualidade.
Portanto, não tem sustentação alguns médiuns, com seus sinais sexuais trocados, alegarem que são
homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por seis meses é macho e por seis meses
é fêmea.
Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas qualidades, atributos e
atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos conduzir pelo caminho reto. Bastará um pouco de bom
senso para detectar, nesta caracterização negativa de Oxumaré, uma justificativa de seres com desequilíbrios
emocionais, mentais, conscienciais ou genéticos, já que uma divindade é de natureza positiva ou negativa,
ativa ou passiva e masculina ou feminina, mas nunca possui as duas em si mesma.
Logo, que cultue um Oxumaré andrógino aquele que é desprovido do bom senso, certo? “Quem não
souber valorizar a religiosidade que o libertará da terra, então que pague caro pela religiosidade que o
aprisionará num diletantismo materialista!” Saibam que é isto que tem feito, e muito bem, este nosso irmão
cósmico encarnado que, após ser afastado da Umbanda, criou todo um culto cuja doutrina, ao invés de pregar
os valores maiores de Jesus Cristo, tem pregado, religiosamente, os seus próprios valores da “mais valia”. E
também tem cobrado de seus fiéis seguidores o justo preço que ele estipulou: tudo o que puder tirar deles para
usar em seu próprio benefício, ou de sua “igreja. Que pague para cultuar Deus quem não aprendeu a amá-Lo e
adorá-Lo de graça! Certo?
Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás , e a renovação continua, mas em todos os aspectos e em
todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não aconteceu por
acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete
Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador. Oxumaré é a renovação do
amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a
irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme.
“Irmãos, quando eu freqüentava a Umbanda, eu fornicava, traia minha esposa e irmãos, gastava meu
ordenado no jogo e nas bebidas, mentia, mas desde que me converti e me entreguei a Jesus, tudo em minha
vida mudou. Hoje vivo para minha esposa e filhos, e para Jesus!”. Sem dúvida, concordamos nós. Mas...
porque o mesmo irmão não ouviu os conselhos recebidos nos centros de Umbanda, que, se seguidos
corretamente, o teriam conduzido pelo caminho reto? Não, ele não só não deu ouvidos às orientações dos
guias e dos pais e mães espirituais, como deu vazão ao seu emocional e deu início ao mau uso do que aprendia
dentro de uma religião magística por excelência, quando solicitava aos exus que fechassem os caminhos de
seus desafetos em todos os campos da vida, além de pedir outras coisas, tais como: mulher, dinheiro, posses,
etc. E ele não diz que nasceu numa família católica e cristã, mas porque era um relapso para as coisas da fé,
foi até a Umbanda para ver se nela se emendava. Como não conseguiu, logo acabou retomando ao
reformatório religioso de Jesus Cristo.
Pois é isto o que são as igrejas evangélicas: reformatórios religiosos onde nosso amado mestre Jesus
recolhe os que nasceram sob sua irradiação luminosa, mas não souberam captá-la da forma passiva como ela é
passada pela Igreja Católica. Ele, que é bondade, amor e misericórdia, os conduz às divindades naturais (que
são os orixás), os conduz ao espiritismo e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma onde suas
naturezas ativas absorvam irradiações luminosas.
Mas, quando vê que eles não se adaptam em nenhuma delas, ativa seu pólo cósmico, e um de seus
aspectos negativos logo os arrasta para um de seus reformatórios religiosos, para que eles voltem a trilhar o
caminho reto. E se o aspecto negativo ativado não conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá,
mesmo depois de desencarnar.
Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo, tem
um mistério escuro chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde
transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem
aos caminhos da morte. Bem, já falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe
Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório que dá formação à segunda linha de Umbanda,
que é a linha do Amor ou da Concepção.
Obá
Obá é a orixá que aquieta e densifica o racional dos seres, já que seu campo preferencial de atuação é o
esgotamento dos conhecimentos desvirtuados.
Comentar sobre nossa amada mãe Obá é motivo de satisfação, pois, nas lendas, resumem sua
existência ao papel de esposa repudiada por Xangô. Mas, justiça lhe seja feita, as lendas vêm sendo repetidas a
tanto tempo, e às vezes de forma tão empobrecida pelas transmissões orais que, até como lendas, deixam a
desejar e mostram como é deficiente o conhecimento sobre o campo de ação dos orixás.
Saibam que a orixá Obá que nós conhecemos e aprendemos a amar e reverenciar é uma divindade
regida pelos elementos terra e vegetal, e forma com Oxóssi a terceira linha de Umbanda Sagrada, que rege o
Conhecimento. Oxóssi está assentado no pólo positivo e irradiante desta linha e Obá está assentada em seu
pólo negativo ou cósmico, que é absorvente.
Esta lenda, na verdade, refere-se a um rei que, como herdeiro das qualidades de Xangô, tinha várias
esposas, que também se apresentavam como herdeiras das qualidades das orixás femininas. E, se o que esta
lenda conta é verdade, no entanto só se refere a personagens humanos que eram tidos na conta de semideuses.
Mas é só, porque esta história de orixá disputar pelejas tipicamente humanas e carnais, está mais para coisas
humanas de que mistérios divinos. E, não tenham dúvidas de que os orixás são mistérios divinos que foram,
em muitos casos, descaracterizados pelas próprias lendas, que visam eternizá-los na mente e nos corações
humanos.
Saibam que Obá é uma orixá cósmica cujo elemento original é a terra, pois ela é orixá telúrica por
excelência e atua nos seres através do terceiro sentido da vida, que é o Conhecimento, que desenvolve o
raciocínio e a capacidade de assimilação mental da realidade visível, ou somente perceptível, que influencia
nossa vida e evolução continua. Já o seu segundo elemento é o vegetal. Enquanto o orixá Oxóssi, o mitológico
caçador, estimula a busca do conhecimento (evolução), Obá atrai e paralisa o ser que está se desvirtuando
justamente porque assimilou de forma viciada os conhecimentos puros.
O culto à orixá Obá iniciou-se a quatro milênios atrás com a irradiação simultânea de uma de suas
qualidades ou aspectos, a várias partes do mundo, quando, então, ela se humanizou.
E se nossa amada mãe Obá já recolheu boa parte de seus filhos encantados que se espiritualizaram,
muitos ainda estão evoluindo nos dois lados da dimensão humana.
Muitos dos seus filhos são, hoje e na Umbanda, alguns dos mais silenciosos exus e das mais discretas
pomba-giras, dos mais aguerridos caboclos e caboclas, resolutos nas suas ações, precisos nos seus conselhos, e
não são de muita conversa quando sentem que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns
ou pelas pessoas que os consultam.
Agora, deixando os aspectos individuais ou comentários de apoio, o fato é que nossa amada mãe Obá é
uma divindade planetária, regente do pólo negativo da linha do Conhecimento, que é a terceira linha de forças
de Umbanda Sagrada.
Ela e Oxóssi formam esta linha e atuam em pólos opostos: enquanto ele estimula a busca do
conhecimento, ela paralisa os seres que se desvirtuaram justamente porque adquiriram conhecimentos
viciados, distorcidos ou falsos.
O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como divindade cósmica responsável por paralisar os
excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, uma de suas funções é paralisar os
conhecimentos viciados e aquietar os seres antes que cometam erros irreparáveis.
O ser que está sendo atuado por Obá começa a desinteressar-se pelo assunto que tanto o atraia e torna-
se meio apático, alguns até perdendo sua desvirtuada capacidade de raciocinar.
Então, quando o ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, ai ela o
conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar no sentido de redirecioná-lo na linha reta do
conhecimento.
É certo que esta atuação que descrevemos é a que Obá realiza através do seu aspecto positivo ou
luminoso, por onde fluem suas qualidades, atributos e atribuições positivas.
Mas como todo orixá cósmico, ela também possui seus aspectos negativos, que ativa sempre que é
preciso acelerar a paralisação de um ser que, com seus conhecimentos, está prejudicando muitas pessoas e
atrapalhando suas evoluções pois está induzindo-as a seguirem em uma direção contrária à que a Lei Maior
reservou-lhes.
Saibam que todas as doutrinas religiosas rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a
silenciosa atuação de nossa amada mãe Obá.
Vasto é o campo de atuação de nossa amada mãe Obá e aqui não dá para mostrá-lo todo. Mas
acreditamos que os filhos de Umbanda já entenderam onde e quando ela atua.
E, porque ela atua de forma silenciosa e vai paralisando os seres que dão mau uso ao dom do raciocino
e aos conhecimentos adquiridos, e atua preferencialmente no campo religioso, então está na hora de resgatar
os aspectos luminosos dessa amada mãe cósmica e lançar no lixo religioso a lenda que denigre sua imagem
humana, pois foi por amor a nós, espíritos humanos, que ela se humanizou e ajudou a acelerar nossa evolução.
Que fiquem propagando sua falsa humanização os que um dia haverão de conhecer as verdades sobre
Obá, mas nos domínios de seus aspectos negativos
Egunitá
Egunitá é o Orixá Cósmico aplicador da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente
desequilibrados
Fogo, eis o mistério de nossa amada mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que
purifica os excessos emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Os hindus nos legaram
uma divindade cósmica do fogo, punidora das falhas, dos erros e das paixões humanas por excelência. Kali,
no panteão hindu, é uma divindade temida e evitada por todos os que desconhecem seu mistério e o porquê de
sua existência em oposição à de Agni, o Senhor do Fogo Divino, do fogo da Fé.?
O fato é que todas as irradiações divinas, enquanto são apenas essências, são neutras. Mas quando se
condensam e dão origem aos elementos, ai se polarizam em todos os sentidos e assumem naturezas bem
distintas. Pois aí, no fogo, surgem Agni e Kali. Ele é o fogo em seu aspecto positivo e ela o é em seu aspecto
negativo, ou o fogo da purificação das ilusões humanas. Agni é o fogo da fé e Kali é o fogo das paixões
humanas. Agni é pólo masculino e Kali é pólo feminino. Agni é passivo e irradiante e Kali é ativa e atratora.
Agni ilumina o ser e Kali o toma rubro. Agni é o raio dourado e Kali é o raio rubro. Agni é a serpente
flamigea da Fé e Kali é a serpente rubra da paixão. Agni é a chama que aquece e Kali é o braseiro que queima.
Esperamos que tenham entendido que, se recorremos às divindades hindus Agni e Kali, foi para
mostrar como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas formas de nos alcançar e de nos
estimular ou de nos paralisar; de acelerar ou paralisar nossa evolução; de estimular nossa fé ou de esgotar
nossos emocionais desequilibrados.
Agora, coloquem no lugar de Agni o nosso amado orixá Xangô e no lugar de Kali a nossa amada mãe
Egunitá e teremos os mesmos aspectos divinos, mas irradiados por divindades humanizadas em solo africano.
Teremos a linha pura do fogo elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes tanto consomem os
vícios quanto estimulam o sentimento de justiça, que são as qualidades, atributos e atribuições de Xangô e
Egunitá: aplicar a Justiça Divina em todos os sentidos da vida!
Afinal, ou entendemos as divindades a partir da ciência ou até o ano 3000 d.C. ainda estaremos
adorando-as somente através dos fenômenos da natureza. E não é isto que elas desejam de nós, e não foi para
isto que deram inicio à sua renovação através da Umbanda, certo? Nossa mãe Egunitá é fogo puro e suas
irradiações cósmicas absorvem o ar pois seu magnetismo é negativo e atrai este elemento, com o qual se
energiza e se irradia até onde houver ar para dar-lhe esta sustentação energética e elemental.
Como Egunitá (fogo) é feminina, ela se polariza com Ogum (ar), que é masculino e lhe dá a
sustentação do elemento que precisa, mas de forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações acontecem
de forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou. Se ela polarizasse com Iansã, suas
energias não seriam irradiadas porque aconteceria uma propagação delas na forma de labaredas, já que as duas
são de magnetismo e elemento feminino. Eis ai a chave das polarizações, que obedecem a uma ordenação das
irradiações através dos magnetismos.
O inverso acontece com Ogum, que é passivo e só se torna ativo em seu segundo elemento, que é o
fogo que o alimenta, aquecendo-o e energizando suas irradiações. Ogum, enquanto aplicador da Lei, atua nos
campos da justiça como aplicador das sentenças.
Logo, se Ogum absorver o fogo de Xangô, que também é passivo em seu magnetismo, este fogo só irá
consumir o ar de Ogum e não irá gerar a energia ígnea que fluiria como calor através das irradiações retas do
seu magnetismo, que é passivo. Ogum é passivo no magnetismo eólico e ativo em seu segundo elemento, que
é o fogo que energiza (aquece) o ar. Ogum irradia em linha reta (irradiação continua). Xangô irradia em linha
reta (irradiação continua). Iansã irradia em espirais (irradiação circular). Egunitá irradia por propagação
(irradiação propagada). Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se tornam ativas no ar (raios);
Egunitá polariza com Ogum, e suas irradiações por propagação magnética assumem a forma de fachos
flamejantes.
Observem que Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver Ogum,
Xangô e Iansã, que são os outros três orixás que também se polarizam e criam campos específicos de duas das
Sete Linhas de Umbanda. Ela é cósmica (negativa) e seu primeiro elemento é o fogo, que se polariza com seu
segundo elemento que é o ar. Portanto, como o fogo é o elemento da linha da Justiça, ela é uma divindade que
aplica a Justiça Divina na vida dos seres. E, porque o ar é o seu segundo elemento, que a alimenta e energiza e
é o elemento da linha da Lei, ela é uma divindade que aplica a justiça como agente ativa da Lei e consome os
vícios emocionais e os desequilíbrios mentais dos seres.
Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais transformam
os seres em tormentos para seus semelhantes. As divindades têm uma função a realizar e nós sempre seremos
beneficiários de sua atuação. Quando nos paralisam, também estão nos ajudando, pois estão evitando que
continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto sem retorno. Ela é a executora da Justiça
Divina nos campos da Lei, regidos por Ogum no pólo positivo da linha pura da Lei.
Iansã
Iansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seus campo preferencial de
atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão
de forma menos “emocional”.
No comentário sobre o orixá Egunitá já abordamos nossa amada mãe lansã. Logo, aqui seremos breves
em nosso comentário sobre ela, que também foi analisada no capitulo reservado ao orixá Ogum. Como
dissemos antes, lansã, em seu primeiro elemento, e ar e forma com Ogum um par energético onde ele rege o
pólo positivo e é passivo pois suas irradiações magnéticas são retas. lansã é negativa e ativa, e suas irradiações
magnéticas são circulares ou espiraladas. Observem que lansã se irradia de formas diferentes: é cósmica
(ativa) e é o orixá que ocupa o pólo negativo da linha elemental pura do ar, onde polariza com Ogum. Já em
seu segundo elemento ela polariza com Xangô, e atua como o pólo ativo da linha da Justiça, que é uma das
sete irradiações divinas.
Na linha da Justiça, lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela
atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos.
lansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os
seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só
então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta
da evolução.
As energias irradiadas por lansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o
emocional, acelerando suas vibrações. Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é
redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta da evolução, então uma de suas sete
intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser e o retém em um dos campos
de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha
descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.
Nossa amada mãe Iansã possui vinte e uma lansãs intermediárias, que são assim distribuídas: Sete
atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos pólos positivos, onde entram
como aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da orixá
planetária Iansã. Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam os orixás regentes dos pólos
negativos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo seus princípios, recorrendo aos aspectos negativos
da orixá planetária Iansã. Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias, onde, regidas pelos
princípios da Lei, ou direcionam os seres para as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas
negativas.
Enfim, são vinte e uma orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda.
Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe
lansã intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é ela
quem envia ao tempo os eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade. lansã do Tempo, não tenham dúvidas,
tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo onde
serão esgotados.
Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los a
um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é
necessário. E isto o Tempo faz muito bem! Já lansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de
nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito conhecida, porque atua preferencialmente sobre os
espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como vida é geração e Omulu atua
no pólo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos que
atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.
Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do orixá Omulu, que rege sobre o lado de “baixo” do
campo santo. Mas também são muito conhecidas as lansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar,
das Cachoeiras e dos Ventos (lansã pura). As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam
através das irradiações inclinadas dos outros orixás, quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas.
Temos: • uma Iansã do Ar. • uma Iansã Cristalina. • uma lansã Mineral. • uma Iansã Vegetal. • uma lansã
Ígnea. • uma lansã Telúrica. • uma lansã Aquática. Bom, só por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa
amada regente feminina do ar, já deu para se ter uma idéia do imenso campo de ação do mistério “Iansã”.
O fato é que ela aplica a Lei nos campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com
suas irradiações espiraladas, que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e
suas consciências desordenadas! Não vamos nos alongar mais, pois muito já foi dito e escrito sobre a
“Senhora dos Ventos”.
Nanã
A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua
decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada.
A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é de
natureza cósmica pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas
irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que
tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais. Nanã forma com
Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na passagem do plano
espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que
irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e
Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos “terra-água”. Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia
energia elemental telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e
a mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna “úmida”. Já Nanã, atua de forma inversa: seu
magnetismo absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra
e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.
Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com
processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá
reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já adormecido, até
o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado .
Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde que
ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê, que é o “Senhor das
Passagens” de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui
todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na
carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à
velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela
adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma
encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a
sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando
tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Nas “linhas da vida”, encontramos os orixás atuando através
dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da vida dos seres.
Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque onde um de
seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o principal aspecto em uma
linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares com todos os outros treze orixás, mas
sem nunca perder suas qualidades “água-terra”. Já em seus aspectos negativos, bem, como a Umbanda não
lida com eles, que os comente quem lidar, certo?
Omulú
Omulú é o orixá que rege a morte, ou no instante da passagem do plano material para o plano espiritual
(desencarne)
É com tristeza que temos visto o temor dos irmãos umbandistas quando é mencionado o nome do
nosso amado Pai Omulu. E no entanto descobrimos que este medo é um dos frutos amargos que nos foram
legados pelos ancestrais semeadores dos orixás em solo brasileiro, pois difundiram só os dois extremos do
mais caridoso dos orixás, já que Omulu é o guardião divino dos espíritos caídos. O orixá Omulu guarda para
Olorum todos os espíritos que fraquejaram durante sua jornada carnal e entregaram-se à vivenciação de seus
vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga ninguém, pois estas ações são atributos da Lei Divina, que
também não pune ou castiga. Ela apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne. E se alguém
semeou ventos, que colha sua tempestade pessoal, mas amparado pela própria Lei, que o recolhe a um dos sete
domínios negativos, todos regidos pelos orixás cósmicos, que são magneticamente negativos. E Tatá Omulu é
um desses guardiões divinos que consagrou a si e à sua existência, enquanto divindade, ao amparo dos
espíritos caídos perante as leis que dão sustentação a todas as manifestações da vida..
Esta qualidade divina do nosso amado pai foi interpretada de forma incorreta ou incompleta, e o que
definiram no decorrer dos séculos foi que Tatá Omulu é um dos orixás mais “perigosos” de se lidar, ou um
dos mais intolerantes, e isto quando não o descrevem como implacável nas suas punições.
Ele, na linha da Geração, que é a sétima linha de Umbanda, forma um par energético, magnético e
vibratório com nossa amada mãe Yemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os
princípios que dão sustentação às manifestações da vida. Em Tatá Omulu descobri o amor de Olorum, pois é
por puro amor que uma divindade consagra-se por inteiro ao amparo dos espíritos caídos. E foi por amor a nós
que ele assumiu a incumbência de nos paralisar em seus domínios, sempre que começássemos a atentar contra
os princípios da vida. Enquanto a nossa mãe Yemanjá estimula em nós a geração, o nosso pai Omulu nos
paralisa sempre que desvirtuamos os atos geradores.
Mas esta “geração” não se restringe só à hereditariedade, já que temos muitas faculdades além desta,
de fundo sexual. Afinal, geramos idéias, projetos, empresas, conhecimentos, inventos, doutrinas,
religiosidades, anseios, desejos, angústias, depressões, fobias, leis, preceitos, princípios, templos, etc. Temos a
capacidade de gerar muitas coisas, e se elas estiverem em acordo com os princípios sustentados pela
irradiação divina, que na Umbanda recebe o nome de “linha da Geração” ou “sétima linha de Umbanda”,
então estamos sob a irradiação da divina mãe Yemanjá, que nos estimula.
Mas, se em nossas “gerações”, atentarmos contra os princípios da vida codificados como os únicos
responsáveis pela sua multiplicação, então já estaremos sob a irradiação do divino pai Omulu, que nos
paralisará e começará a atuar em nossas vidas, pois deseja preservar-nos e nos defender de nós mesmos, já que
sempre que uma ação nossa for prejudicar alguém, antes ela já nos atingiu, feriu e nos escureceu, colocando-
nos em um de seus sombrios domínios. Ele é o excelso curador divino pois acolhe em seus domínios todos os
espíritos que se feriram quando, por egoísmo, pensaram que estavam atingindo seus semelhantes. E, por amor,
ele nos dá seu amparo divino até que, sob sua irradiação, nós mesmos tenhamos nos curado para retomarmos
ao caminho reto trilhado por todos os espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses.
Todos somos dotados dessa faculdade, já que todos somos multiplicadores da vida, seja em nós
mesmos, através de nossa sexualidade seja nas idéias, através de nosso raciocínio, assim como geramos
muitas coisas que tornam a vida uma verdadeira dádiva divina. Tatá Omulu, em seu pólo positivo, é o curador
divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente. Se orarmos a ele quando estivermos enfermos ele
atuará em nosso corpo energético, nosso magnetismo, campo vibratório e sobre nosso corpo carnal, e tanto
poderá curar-nos quanto nos conduzir a um médico que detectará de imediato a doença e receitaria medicação
correta.
O orixá Omulu atua em todos os seres humanos, independente de qual,. seja a sua religião. Mas esta
atuação geral e planetária processa-se através de, uma faixa vibratória especifica e exclusiva, pois é através
dela que fluem as irradiações divinas de um dos mistérios de Deus, que nominamos de “Mistério da Morte”.
Tatá Omulu, enquanto força cósmica e mistério divino, é a energia que se condensa em torno do fio de prata
que une o espírito e seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o
outro.
Neste caso ele não se apresenta como o espectro da morte coberto com manto e capuz negro,
empunhando o alfanje da morte que corta o fio da vida. Esta descrição é apenas uma forma simbólica ou
estilizada de se descrever a força divina que ceifa a vida na carne. Na verdade, a energia que rompe o fio da
vida na carne é de cor escura, e tanto pode parti-lo num piscar de olhos quando a morte é natural e fulminante,
como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o espírito, que já entrou em
desarmonia vibratória porque a passagem deve ser lenta, induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma
passiva.
O orixá Omulu atua em todas as religiões e em algumas é nominado de “Anjo da Morte” e em outras
de divindade ou “Senhor dos Mortos”. No antigo Egito ele foi muito cultuado e difundido e foi dali que
partiram sacerdotes que o divulgaram em muitas culturas de então. Mas com o advento do Cristianismo seu
culto foi desestimulado já que a religião cristã recorre aos termos “anjo” e “arcanjo” para designar as
divindades. Logo, nada mais lógico do que recorrer ao arquétipo tão temido do “Anjo da Morte”, todo coberto
de preto e portando o alfanje da morte, para preencher a lacuna surgida com o ostracismo do orixá ou
divindade responsável por este momento tão delicado na vida dos seres.
O culto a Tatá Omulu surgiu entre os negros levados como escravos ao antigo Egito, que o
identificaram como um orixá e o adaptaram às suas culturas e religiões. Com o tempo, ele foi, a partir desse
sincretismo, assumindo sua forma definitiva, até que alcançou o grau de divindade ligada à morte, à medicina
e às doenças. Já em outras regiões da África, este mistério foi assumindo outras feições e outros orixás
semelhantes surgiram, foram cultuados e se humanizaram. “Humanizar-se” significa que o orixá ou a
divindade assumiu feições humanas, compreensíveis por nós e de mais fácil assimilação e interpretação. Tatá
Omulu não vibra menos amor por nós do que qualquer um dos outros orixás e está assentado na Coroa Divina,
pois é um dos Tronos de Olorum, o Divino Criador. Atotô, meu pai!
OUTROS
OS PRETOS VELHOS
São espíritos de velhos africanos que foram trazidos para o Brasil como escravos e que trabalham na
Umbanda como símbolos da fé e da humildade. Seus trabalhos são de ajuda aqueles que estão em dificuldade
material ou emocional, sendo que, o seu trabalho se desenvolve mais para o lado emocional e físico, das
pessoas que os procuram, sendo chamados, carinhosamente de psicólogos dos aflitos.
Sua paciência em escutar os problemas e aflições dos consulentes, fazem deles as entidades mais
procuradas na Umbanda, são chamados de Vovôs e Vovós da Umbanda.
Também usam ervas em seus trabalhos de magia e principalmente para rezar pessoas doentes e
crianças que estão com mal olhado, suas rezas são conhecidas como poderosas, usam também de patuás,
saquinhos que são depositados elementos de magia e que os consulentes usam no corpo para proteção.
Da mesma forma que os Caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual, jogando
sua fumaça sobre a pessoa que esta recebendo o passe
BAIANOS:
...Os fundadores da Umbanda são caboclo e preto-velho, que no astral fizeram escola, com o tempo se
assentaram ao seu lado outros povos de trabalho, vemos hoje muito bem assentados dentro do contexto
Umbandista as figuras do boiadeiro, marinheiro, baiano e cigano além das crianças, exú e pomba-gira.
... Todos são excelentes trabalhadores e cada “grupo de trabalho” tem a sua maneira de atuar, no astral
a linha de trabalho (povo a que pertence) e o nome que eles carregam representa respectivamente o grau e a
força em que a entidade guia está assentada.
...
No caso os Baianos formam uma corrente de entidades que ao desencarnar, apesar da afinidade com o culto ao
Orixá (muitos foram sacerdotes), não tinham o grau de preto-velho, estabeleceram uma egrégora de
trabalhadores do astral que com o tempo reconhecida pela Umbanda passaram a ter a oportunidade do
trabalho ativo e incorporante, acharam por bem batizar como linha dos Baianos como homenagem a origem
dos primeiros formadores desta corrente e a Terra que tão bem acolheu o Orixá no Brasil.
... São muito ativos, despachados e descontraídos. Bons orientadores e doutrinadores, tem facilidade
em lidar com o desmanche dos trabalhos de kimbanda e magia negra. Usam colares de cocos e sementes.
Tendo na sua forma de trabalhar muito das qualidades de Iansã, por serem movimentadores e irrequietos,
combinam esta forma de trabalhar com sua natureza onde cada um se mostra regido por um Orixá diferente
assim trazendo para a gira a força das sete linhas da Umbanda.
...Suas oferendas podem ser feitas ao pé de um coqueiro ou no ponto de força do Orixá que rege o
baiano a ser oferendado. Gostam de festas e comidas típicas da Bahia e batida de coco.
...Como comprimento dizemos simplesmente: “É da Bahia meu Pai... Salve a Bahia” ou simplesmente
“Salve os baianos”.
BOIADEIROS
Para algumas correntes de pensamento umbandista, esses espíritos já foram Exus e, numa transição dos
seus graus evolutivos, hoje se manifestam como caboclos boiadeiros.
...Essa é a interpretação mais aceitável, pois muitos desse espíritos que hoje se manifestam nesta linha de
trabalhos espirituais realmente já trabalharam sob a irradiação do mistério Exu,que os acolheu e direcionou,
pois na Umbanda Sagrada Exu é mais um dos seus graus evolutivos.
...Mas muitos desses caboclos boiadeiros nunca foram Exus e sim, atuam nas linhas cósmicas dos
sagrados orixás e são regidos por Ogum e por Oyá e seus campos de ação são os caminhos (Ogum) e o tempo
ou as Campinas (Oiá).
...São espíritos hiper-ativos que atuam como refreadores do baixo-astral e são aguerridos,
demandadores e rigorosos quando tratam com espíritos trevosos.
...O símbolo dos boiadeiros é o laço e o chicote, que são suas armas espirituais e são verdadeiros
mistérios, tal como são as espadas, as flechas e outras “armas” usadas pelos espíritos que atuam como
refreadores das investidas das hostes sombrias formadas por espíritos do baixo-astral.
...É uma linha muito poderosa e muito numerosa no mundo espiritual e seus caboclos atuam nas sete
linhas de Umbanda.
...Eles são descritos como Caboclos da Lei que atuam no tempo ou Caboclos do Tempo que atuam na
irradiação da lei.
Os Boiadeiros fazem parte de um dos “Povos de Umbanda” que se apresentam nos terreiros. É uma
linha de trabalho tão importante quanto caboclos, pretos-velhos, baianos, ciganos, marinheiros, etc.
...Constituem uma linha intermediária e uma homenagem ao povo sofrido que vivem nos campos.
Muitas entidades em sua fase de evolução, transitando das linhas de trabalho da esquerda para a direita,
encontram na forma de atuação como boiadeiros um ótimo recurso para fazerem essa transição. Podemos
assim dizer que alguns boiadeiros já estiveram atuando como exús no passado.
...É uma linha muito amparada pelos Orixás Yansã e Oiá-Tempo, pois, na sua forma de apresentação
os boiadeiros costumam com seus laços criar verdadeiras espirais nas quais “laçam” eguns e quiumbas
paralisados em seus negativos e que perturbam a paz dos encarnados.
...Os boiadeiros em geral são alegres e costumam com seus brados de “ô boi” trazerem a descontração
e fazem poderosos descarregos enquanto dançam.
...A saudação aos boiadeiros é “marranbá che tuá”, ou simplesmente “salve os boiadeiros”.
...Por ser uma linha diversa, muitos praticantes não obtém o conhecimento de seus trabalhos e
procedimentos pautados no bom senso, conta-se que em alguns terreiros menos esclarecidos alguns médiuns
na manifestação desta linha “incorporam” o “boi”, outros o “boiadeiro” e então o terreiro torna-se um
verdadeiro “rodeio” com os médiuns laçando-se uns aos outros numa verdadeira pantomima!!!
...O importante é que em todas as práticas mediúnicas nos pautemos pela ética, onde as entidades
manifestantes como Guias Espirituais sempre vem para trabalhar prestando a caridade e os médiuns sempre
devem poder se responsabilizar por todo o trabalho que suas entidades realizam em terra.
...Os Boiadeiros respondem à todo terreiro que traz uma doutrina voltada para a prática do amor e da
caridade com humildade e devoção, e o que existir de ruim por aí, boiadeiro aparecerá apenas para laçar e
levar embora...
AS CRIANÇAS
Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da
aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em
qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez.
Ciganos
Os mistérios desse povo nômade, ronda também as Giras de Umbanda. A presença dessas entidades é
rara, mas quando chegam trazem com eles todos os mistérios da magia. Mas não uma magia trabalhada apenas
nas ervas e sim na destreza com que lidam com o astral, com seus punhais, suas cartas, bola de cristal,
adivinhações, são verdadeiramente os "mágicos" da Umbanda, que em seus atendimentos conseguem
hipnotizar seu consulente. São sutis, delicados, amorosos, práticos.
Gostam da dança embaladas pelos Banjos, da comida farta, gostam de reunir sua "Compania" em volta de
suas fogueiras, ou seja, gostam da fartura e da liberdade.
Por não criar raízes, o povo cigano existe inclusive nos dias de hoje, em diversas partes do mundo. Na
Umbanda, se manifestam ciganos que são de origem oriental, como também ciganos de outras partes do
mundo, inclusive brasileiros.
Observem que queremos chamar a tenção dos leitores para o fato de que em um século de existência a
Umbanda já avançou muito em seus aspectos teóricos e práticos e, no entanto, sempre haverá espaço para
novos livros e conceitos, porque ela é uma religião de fato e uma fonte inesgotável de conceitos e
informa¬ções. Tanto isso é verdade que jamais deixaremos de ter novos livros sobre a religião umbandista,
nos quais os autores estarão reavivando a fé dos leitores, abordando aspectos ritualís¬ticos e conceitos
doutrinários, sempre movidos pelo intuito de elucidar, escla¬recer e instruir as novas gerações umbandistas.
Sim, as novas gerações são as grandes levas de pessoas possuidoras de mediunidade de incorporação
que adentram diariamente os templos de Umbanda, ávidas por informações acerca do universo divino da sua
nova religião.
"Filhos, não temam as críticas cujo intuito é destruir a Umbanda porque elas não prosperarão, já que a
cada novo dia milhares de espíritos reencarnam e muitos deles já trazem abertas as suas faculdades
mediúnicas, faculdades essas que os conduzirão ao encontro das religiões espíritas ou mediúnicas, tais como o
espiritismo, a Umbanda e o Candomblé.
"Filhos, a Umbanda é maior que todos os umbandistas juntos, pois ela é uma religião, e, como tal,
sempre abrigará novos fiéis, mostrando a todos que é em si um mistério de Deus, apto a abrigar em seu seio
(templos) quantos a procurarem e a adotarem como sua 'guia terrena' nos caminhos que nos conduzem a
Deus".
Pai Benedito também nos alertava sempre sobre o fato de que, caso alguém quisesse se arvorar em
"papa" da Umbanda ou chamasse para si a posse dela, dos seus conceitos e da sua doutrina, logo se veria tão
assoberbado que se calaria e se recolheria ao silêncio sepulcral do seu íntimo, já que a Umbanda não tem um
dono ou um papa.
"Filhos, a Umbanda é uma religião mediúnica e, como tal, dispensa templos suntuosos, pois onde
houver um médium lá estará um dos seus 'templos vivos', através do qual a religião fluirá em todo o seu
esplendor. Portanto, sejam bons e bem esclarecidos médiuns, porque serão a religião".
Tantas coisas foram ditas a nós por Pai Benedito de Aruanda que é impossível recordar todas neste
momento em que escrevo a apresentação deste livro.
Mas se de algumas me recordo é para salientar a sapiência desse nosso amado irmão Preto-Velho que
sempre nos alertava:
"Filhos, Deus é a verdade e a fonte divina de todos os mistérios. Só Ele realmente sabe! Quanto a nós,
espíritos mensageiros e médiuns, so¬mos apenas intérpretes d´Ele e dos Seus mistérios, dos quais temos nossa
versões e nada mais".
Se relembro os alertas de Pai Benedito de Aruanda, dados quando ele psicografava através de mim, é
porque ele sempre foi um crítico ardente de muitos dos comentários sobre os orixás.
Ele não poupava ninguém quando o assunto era os orixás e até nos dizia:
"Filhos, hoje estão surgindo pessoas, cheias de soberbia e sapiência, arvorando-se em arautos do saber
sobre os orixás, tal como faziam os missionários cristãos, que saiam pelo mundo catequizando a torto e a
direito pessoas cuja religiosidade simples não resistia diante das suas citações em 'latim' feitas muito mais para
impressionar as 'massas ignorantes' que pelo seu conteúdo".
"Lembrem-se",
"que orixá é mistério de Deus! E, como tal, assume as feições humanas que lhe dermos. Mas lembrem-
se também: Existe uma Ciência Divina que explica os mistérios dos orixás de forma científica e, em vez de
recorrer aos seus aspectos míticos, os decifra e os ensina através das qualidades divinas que cada um deles é
em si mesmo".
"Na 'ciência divina' está a chave para decifrar os mistérios dos orixás, filhos de Umbanda!"
"Na ciência divina existe uma ciência dos entrecruzamentos que nos explica cada orixá cultuado nas
religiões africanas puras ou afro-brasileiras."
Pai Benedito sabia das coisas que nós não conhecíamos, mas que o tempo se encarregou de nos
mostrar.
Recentemente (março de 2000) ganhei um livro intitulado Orixás da Bahia, de autoria de Elyette
Guimarães de Magalhães e, para minha surpresa, encontrei uma descrição sobre o orixá Logum Edé, a qual
transcrevo na íntegra:
"Este grande orixá, filho de Ibualama ou Inlé – uma 'qualidade' de Oxossi, como dizem os afro-
haitianos – e da Oxum cognominada Yeyê Ponda ou mais simplesmente Oxum Ipondá, participa de modo
muito imediato tanto da natureza como da própria condição de seu pai e de sua mãe, cujos caracteres reúne (os
mais opostos inclusive) e em cujos domínios alterna. Assis é que de seis e seis meses, conforme os mitos,
deixa de ser o másculo caçador habitante dos bosques, onde captura e mata os animais selvagens dos quais se
nutre, para mudar-se em bela ninfa vaidosa e cheia de requebros, senhora das águas doces de cujos peixes ora
se alimenta – e vice versa. Poderíamos mesmo dizer que Logum Edé é, de fato, numa só pessoa e
sucessivamente, Ibualama e Oxum".
Deduzimos que Logum-Edé é o nosso amado Pai Oxossi do amor, da união e da concepção da vida,
aos qual descrevemos assim:
Observem que, se ressaltei o caso do orixá Logum Edé, já que O Código da Umbanda foi escrito em
1994 e só em março de 2000 este livro me chegou às mãos, e o código é obra mediúnica de diversos espíritos
(Pai Benedito inclusive), também em maio de 2000, durante uma aula de teologia de Umbanda, mestre
Anaanda nos revelou que o orixá Ewá é uma "Iemanjá" intermediária, regente de uma faixa vibratória
horizontal em cujas pontas estão Iemanjá e Ogum, fato esse que a torna impulsiva como todo Iemanjá e
aguerrida como todo Ogum, levando muitos a identificarem-na como uma "Iansã".
A ciência divina nos ensina que Ewá é uma divindade intermediária de Iemanjá, que atua sob a
irradiação de Ogum como geradora de uma vibração, energia e magnetismo criadores do caráter e amoldadora
da moral dos seres sob sua influência.
Cremos que esses dois exemplos já são suficientes para que os nossos leitores entendam o objetivo da
nossa Teogonia de Umbanda.
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Rubens Saraceni
Rubens Saraceni nasceu em 1951, e há mais de 25 anos exerce
sua mediunidade e faz seus estudos no campo da
espiritualidade. Seus inúmeros livros já publicados são
psicografados, ditados e orientados pelos Mestres da Luz. Sua
jornada, segundo conta, foi iniciada no espiritismo de "mesa
branca", passando posteriormente para a umbanda, onde se
tornou babalorixá.
Quais noções?
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topo
Rubens Saraceni
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Rubens Saraceni: Hoje nós temos um convidado muito especial, nosso querido Pai Élcio de Oxalá,
com um trabalho reconhecido no Brasil e no exterior, que hoje nos deixa a sua biografia. Gostaria que o
senhor deixasse registrado um histórico de quando veio essa coisa de Umbanda e da curimba que tomaram
essa proporção tão grande.
Pai Élcio: Comecei a trabalhar na Umbanda em 1950. Tinha 14 anos e a minha mãe, que era católica,
não aceitava que a gente falasse de espiritismo, dizia: “- Nossa Senhora, feitiçaria!” Mas eu tinha uma missão
para cumprir. Continuei a ir escondidinho da minha mãe. Sempre dava um jeitinho de ir na minha mesa
branca, tomar um passe, receber a orientação dos mentores...
Pai Élcio: Por volta dos meus 18 anos, estando na maioridade, pude ir pela primeira vez em um
terreiro e foi aí que eu consegui saber que se tratava de uma coisa mais séria, que tinha mesmo haver comigo e
não dava para dispensar a espiritualidade. Foi em um Templo de Umbanda chamado Padre José de Alencar
que já nem existe mais.
Rubens Saraceni: Aconteceu lá o que acontece com 90% dos centros de Umbanda. Quando os
dirigentes desencarnam dificilmente tem um herdeiro já aceito pelos outros médiuns para assumir
pacificamente os trabalhos. Então, a maioria desses médiuns, às vezes com vinte, trinta anos de trabalho,
abrem suas próprias casas e começam construir toda uma estrutura novamente. Então, particularmente, não sei
se melhor seria permanecer a estrutura, ou se é melhor dissolvê-la e cada um começar um novo trabalho
renovado.
Pai Élcio: De minha parte, acho que deveria ser mantida aquela estrutura. Teríamos tantas histórias
boas para relatar! Sou testemunha de fatos maravilhosos que aconteceram lá, e hoje, isso se perdeu no tempo,
pois não existe qualquer registro. Lembro-me de uma entidade que baixava lá, e se que se apresentava como
um padre. Certa vez, depois da passagem dele, veio um mentor daquela casa e ele então, pegou uma garrafa
branca com água e colocou um pano escuro atrás e fazendo aparecer dentro da garrafa, uma pessoa que estava
fazendo mal para a outra. A gente via bem o rosto!
Rubens Saraceni: Pena que não ficaram registros dessas coisas. O propósito desse programa é
justamente resgatar essas memórias para enriquecer a Umbanda nas gerações futuras. Vamos voltar no tempo.
Onde o senhor nasceu?
Rubens Saraceni: E como veio essa coisa do gosto pela música, pela curimba e pelo atabaque?
Pai Élcio: Por volta de 1975 eu fui apresentado a um Baluarte, Sebastião Campos que dirigia a
Federação Espírita de São Paulo. Ele fazia umas reuniões aos domingos lá e eu era convidado. Lá, ele cantava
o hino da Federação, eu o aprendi e comecei a cantá-lo, e muitas pessoas ficaram admiradas. Fui chegando
devagar na casa, e aí foi começando meu primeiro trabalho. Lá conheci também Olívio Biquete.
Rubens Saraceni: O senhor possui uma voz privilegiada. Como foi seu contato com a curimba, e
tornar-se o curimbeiro oficial da Umbanda?
Pai Élcio: Me convidaram para estar na Festa de Ogum realizada por Pai Jamil no Ibirapuera. Quando
vi a imagem de Ogum se aproximando e o pessoal jogando flores, eu disse: “- Oh meu Deus! Quem me dera
poder estar lá em cima cantando para o meu Pai Ogum!” As coisas começaram por aí. No ano seguinte, meu
Pai Ogum me chamou lá para cima. Me apresentou pai Milton Fernandes e eu ingressei na Curimba dele, a
primeira escola de curimba do Brasil.
Rubens Saraceni: Muito importante esse registro. Já falamos de Sebastião Campos e agora Pai Milton
Fernandes, sobre o qual temos pouca coisa documental, apesar de muitos o terem conhecido e se beneficiado
do trabalho dele. Pai Élcio de Oxalá é presidente da escola de Curimba Élcio de Oxalá que já formou sei lá
quantas pessoas. Vamos falar um pouco sobre os pontos cantados.
Pai Élcio: O ponto cantado é que determina a hora em que nós devemos chamar as entidades. Às
vezes, por falta de conhecimento, o coitado do nosso irmãozinho que está na frente de uma curimba, na hora
que a entidade bate no peito e diz que vai para Aruanda ele canta: “Oxalá mandou; Ele mandou buscar...” E o
caboclo então, dá uma olhadinha pra ele e na sua educação maravilhosa dá uma volta, um abraço em cada um.
E ele continua cantando. Aí o caboclo abraça todo mundo e vai embora sem ponto. E às vezes nem se percebe
que se canta um ponto de chamada na hora da subida. É muito importante saber as colocações, a hora que
deve-se cantar, ou não. Senão a gente acaba confundindo as entidades.
Rubens Saraceni: O trabalho de Umbanda tem toda uma seqüência que começa pelo canto de
defumação, abertura de trabalho, hino da Umbanda, canto para Oxalá, canto para as linhas de Orixá. Às vezes
alguns cantam na abertura para a esquerda também, aí vem o canto de chamada, firmeza do Orixá da casa.
Pai Élcio: Louvações... Se a gente quiser fazer uma saudação a Oxalá, a gente está cantando para o Pai
Maior, que é uma entidade máxima na nossa espiritualidade, para o qual eu acredito não ter ponto de chamada
nem de subida. Quem é que vai mandar Oxalá embora? Ele não vai, ele está!
Rubens Saraceni: Ele está o tempo todo. Não conheço um ponto de subida de Oxalá, só de louvação.
Nunca tinha prestado atenção. São interessantes essas coisas sobre os pontos cantados porque existem pontos
aos quais recorremos, como os de descarrego, que tem de ser um ponto forte de chamamento do poder através
da música.
Pai Élcio: O ponto cantado é uma prece. A firmeza do terreiro é o ponto cantado.
Rubens Saraceni: Eu já vi casos em que se percebe uma sobrecarga muito grande no centro, e então o
Guia mandar cantar um ponto de tal Orixá. A gente sabe que é um ponto de descarga e então à medida que vai
cantando aquele ponto, tudo muda. A falange daquele Orixá desce como que envolvendo toda aquela carga
negativa e indo embora.
Pai Élcio: Uma vibração fora de série! Eu costumo recomendar às pessoas. Muitas vezes o dirigente
está ocupado durante os trabalhos e uma irmãzinha passa mal na assistência, às vezes é a primeira vez que está
lá. Está super carregada de cargas negativas, se sentiu mal e caiu lá. Aí todo mundo diz: “Canta um ponto para
o Pai Ogum pra levantar aquela irmãzinha!”
Rubens Saraceni: O conhecimento hoje dos pontos dentro da Umbanda graças ao seu trabalho e de outras
pessoas está começando a se disseminar. Temos à nossa disposição livros com os pontos cantados de
Umbanda, com as letras, sem a música. Os pontos tem um fundamento por trás. Hoje não temos muitos CDs,
mas houve um tempo que havia muitos Long Plays à nossa disposição. O senhor chegou a gravar LPs não é?
Pai Élcio: Sim. Eu gravei a minha primeira música há muito tempo, que falava assim: “Meu pai,
caminha com eu agora; Meu pai, caminha com eu agora; Sou filho seu pequenino; Minha missão é tão grande;
Valei-me Nossa Senhora; Valei-me Jesus menino”. Essa foi a minha primeira gravação. Certa vez, eu estava
numa festividade e a Preta Velha chorou. Eu estava cantando para ela e as lágrimas desciam. Aí o cabone veio
me perguntar o motivo e eu lhe disse:“- Sabe meu filho, esse ponto tem um fundamento tão grande... tão
grande, que a Preta Velha realmente memorizou muita coisa através dele. O ponto era o seguinte:
Fio se suncê precisar; É só pensar na vovó que ela vem te ajudar; Fio se suncê precisar; É só pensar na
vovó que ela vem te ajudar;
Pense numa pisada longa zifinho; Lá no seu jacutá; Numa casinha branca zifinho; Que a vovó tá lá;
Sentada num banquinho tosco zifinho; Com a sua rosária na não; Pense na Preta Velha zifinho;
Fazendo oração; Pense na Preta Velha zifinho; Fazendo oração.
Rubens Saraceni: Esse é antigo. sim. São pontos como este que não sabemos como cantá-lo no centro
porque nos falta a melodia.
Pai Élcio: O J.B. de Carvalho foi um dos que mais nos trouxe pontos de raiz.
Rubens Saraceni: Eu tenho vários discos do J.B. de Carvalho. Só não tenho mais a vitrolinha para tocá-
los. (risos). Nós conhecemos o Pai Élcio só como Pai Élcio de Oxalá e não nos preocupamos com o
sobrenome mas é Élcio Xavier não é? Fale-nos como foram esses trinta e poucos anos cantando a Umbanda.
Pai Élcio: Eu era muito ligado à matéria, gostava de um bolero, era cantor de samba, cantor da noite e
tal. Mas veio o momento de me desligar de tudo isso. Quando minha Preta Velha desceu e falou que à partir
daquele momento estava começando um novo trabalho, parei com tudo e ingressei na escola de Curimba Pai
Milton Fernandes. Um homem maravilhoso, muito bom de coração e de espiritualidade. Quando ele faleceu,
eu fiquei junto com a filha dele fazendo um trabalho junto com a escola. Foi lá onde eu comecei a ter uma sala
para dar aulas de canto e ali eu formei vários alunos. Naquele tempo, só tinha a Escola de Curimba Milton
Fernandes, nascendo depois a Escola de Curimba Pombinho Branco que era de Demétrios Domingues. Depois
conheci o Severino Sena que foi meu aluno e de lá nós formamos a Escola de Curimba Élcio de Oxalá.
Rubens Saraceni: Uma caminhada. O senhor tem noção de quantos cantores, curimbeiros, tocadores de
atabaque já formou ao longo desses anos?
Rubens Saraceni: Hoje são promovidos vários concursos de pontos cantados de Umbanda. No passado
esse tipo de evento existia?
Pai Élcio: Nós não tínhamos quase eventos em São Paulo e Minas. Eventos públicos somente festa de
São Cosme e Damião, a de Ogum que o Pai Jamil fazia no Ibirapuera e a Festa de Oxóssi realizada por Joana
Amparato que era do Primado de Umbanda. A Escola de Curimba Milton Fernandes fez o primeiro Festival
de Curimba onde participaram vários curimbeiros, várias casas, vários terreiros. Hoje a nossa Umbanda teve a
felicidade de ter Pai Rubens e outros dirigentes que começaram a fazer outros eventos.
Rubens Saraceni: Hoje estão sendo mostradas as coisas boas. Porque não é só o trabalho pesado de
segurar carga das pessoas, a Umbanda é alegria, é confraternização, emanação, é vibração. E a Umbanda tem
seu fundamento no ponto cantado, uma das suas forças atuantes através da música. Durante os trabalhos
alguns médiuns ficam meio envergonhados de cantar meio alto e desafinar, então cantam baixinho, para si.
Mas eu sempre digo que quando se for cantar não devemos nos preocupar com a voz, porque o ato de enunciar
o Orixá ali, traz a vibração para pessoa e a beneficia.
Pai Élcio: Não precisa ter a voz bonita basta firmeza que o seu canto chega até lá.
Rubens Saraceni: É o sentimento naquelas palavras. É como uma oração, se ela é repetida porque foi
decorada não tem valor. Mas se é feita pela alma, pelo coração a divindade é acessada e retorna. Entre LPs e
CDs, quantos o senhor já gravou?
Rubens Saraceni: Qual a grande dificuldade para mantê-los num mercado fechado, como o
umbandista?
Pai Élcio: Paga-se um preço alto para a gravadora lançar os cds, e existem irmãos nossos que pegam o
cd original e fazem cópias piratas vendendo-as por um preço lá embaixo. O original fica encalhado por muito
tempo e isso dificulta dar prosseguimento ao trabalho. Em vez de fazer dois, três planos, conseguimos fazer
um e quando termina a gente nem pensa mais em fazer o próximo.
Rubens Saraceni: Hoje a figura do pirata está aí, atrás de uma máquina imprimindo qualquer coisa e
tirando a possibilidade de se construir uma indústria genuína. Mas a gente sabe que o senhor não pára mesmo
com todos as dificuldades. O que nós podemos esperar?
Pai Élcio: Eu estou no Estúdio Sólon e agora em março se Deus quiser estaremos lançando um novo
trabalho. Eu e a Conceição da Jurema estamos gravando dez faixas cada um, ao todo, o cd terá vinte faixas. O
que eu posso adiantar é que tem surpresa e surpresa boa. O lançamento está marcado para o último sábado do
mês de março.
Pai Élcio: Eu tive a oportunidade há dois anos atrás de fazer o lançamento em Portugal e na França.
Hoje a Umbanda lá é muito bonita, parece que a gente anda em São Paulo. Eles levam a espiritualidade com
muita fé e seriedade.
Rubens Saraceni: Nosso abraço aos irmãos de Portugal e da França. Nosso programa é transmitido por
lá também e com certeza eles devem assistir a esse seu depoimento que nós vamos guardar na videoteca de
Umbanda para ficar disponibilizado para sempre!
Escrever sobre Exú Mirim se faz necessário nesse momento porque, desde que psicografei o livro
Lendas da Criação - A Saga dos Orixás, sua importância na Criação e na Umbanda mostraram-se
maior do que imaginava-se.
Não temos escritos abundantes a nossa disposição que ensinem-nos sobre esse Orixá ou que fundamente-o
com Mistério Religioso.
Essa falta de textos esclarecedores e fundamentais das suas manifestações religiosas nesse primeiro
século de existência da Umbanda deixou Exú Mirim à própria sorte, ou seja: a vagos comentários sobre seus
manifestadores que pouco ou nada esclareceram sobre eles e ao que vieram! Inclusive, por terem sido
descritos como "espíritos de moleques de rua", cada um incorporava-o com os típicos procedimentos de
crianças mal-educadas, encrenqueiras, bocudas, chulas, etc.
Foram tantos os disparates cometidos que é melhor esquecê-los e reconstruir todo um novo
conhecimento sobre o Orixá Exú Mirim, antes que ele deixe de ser incorporado e relegado ao esquecimento,
como já foi feito com muitos dos Orixás que, por falta de informações corretas e fundamentadoras, deixaram
de ser cultuados aqui no Brasil.
Nas Lendas da Criação, Exú Mirim assumiu uma função e importância que antes nos eram
desconhecidas. A função é a de fazer regredir todos os espíritos que atentam contra os princípios da vida e
contra a paz e a harmonia entre os seres. A importância e a de que, sem Exú Mirim nada se pode ser feito na
Criação sem sua concordância. Com Exú, dizia-se que "sem ele não se faz nada". Já, com Exú Mirim, "sem
ele nem fazer nada é possível".
Vamos por partes para entendermos sua importância e fundamentá-lo, justificando sua presença na
Umbanda.
1) Cada Orixá é um dos estados da Criação. Um é a Fé, outro é a Lei, outro é o Amor, e assim por
diante, independente de suas interpretações religiosas.
3) Muitos são os estados da Criação e cada um é regido por um Orixá e é guardado e mantido por
todos os outros, pois se um desaparecer (recolher-se em Deus), tal como numa escada, ficará faltando um
degrau, e tal como numa escala de valores, estará faltando um grau que separe o seu anterior do seu posterior.
4) Quando a Umbanda iniciou-se no plano material, logo surgiu uma linha espiritual ocupada por
espíritos infantis amáveis, bonzinhos, humildes, respeitosos e que chamavam todos(as) de titios e titias ao se
dirigirem às pessoas ou aos Orixás e guias espirituais. Também chamavam os pretos(as) velhos(as) de vovô e
de vovó. Até aí tudo bem!
5) Mas logo começaram a "baixar" uns espíritos infantis briguentos, encrenqueiros, mal-educados,
intrometidos, chulos e que dirigiam -se às pessoas com desrespeito chamando-os disso e daquilo, tais como:
seu pu.., sua p..., seu v...., seu isso e sua aquilo, certo? E quando inquiridos, se apresentavam como "exús"
mirins, os exús
infantis da Umbanda numa equivalência com um exú infantil ou um erê da esquerda existente no Candomblé
de raiz nigeriana.
6) Exú Mirim assumiu o arquétipo que foi construído para ele: o de menino mal! E tudo ficou por aí
com ninguém se questionando sobre tão controvertida entidade incorporadora em seus médiuns, pois ele
diziam que todo médium tem na sua esquerda um Exú Mirim além de um e Exú e uma Pomba Gira.
7) De meninos mal educados, como tudo que "começa mal" tende a piorar, eis que as incorporações de
entidades Exús Mirins começaram a ser proibidas nos centros de Umbanda devido a vazão de desvios íntimos
dos médiuns que eles extravasavam quando incorporavam nos seus.
8) De mal vistos, para pior, essa linha de trabalhos espirituais, (onde cada médium tem o seu Exú
Mirim), quase desapareceu e só restaram as incorporações e os atendimentos de um ou outro Exu Mirim
"muito bom" mesmo no ato de ajudar pessoas.
b) Vamos deixar Exú Mirim quieto e vamos trabalhar só com linhas espirituais doutrináveis e
possíveis de serem controladas dentro de limites aceitáveis.
10) Exú Mirim praticamente desapareceu das manifestações Umbandistas porque suas incorporações
fugiam do controle dos dirigentes e seus gestos e palavrões envergonhavam a todos.
11) Como é característica humana negar tudo o que não pode controlar e ocultar tudo o que
"envergonha", o mesmo foi feito com Exú Mirim, que existe, mas não é recomendável que incorpore em seus
médiuns. Certo?
Errado, dizemos nós, porque muitos médiuns já ajudaram a muitas pessoas com seus exús mirins
doutrinadíssimos e nem um pouco influenciados pela personalidade "oculta" de quem os incorporavam.
Todos se adaptam a regras comportamentais se seus aplicadores forem rigorosos tanto com os médiuns
quanto com quem incorporar neles.
O melhor exemplo começa com as incorporações comportadas de quem dirige os trabalhos espirituais.
E uma boa orientação sobre as entidades ajuda muito porque, o que os médiuns internalizarem sobre elas será
o regularizador das entidades.
Agora se, por acaso, o dirigente adota um comportamento discutível, aí seus médiuns o seguirão
intuitivamente, pois o tomam como exemplo a ser seguido.
Agora, quando o dirigente incorpora seu Exú Mirim e este, por ser do "chefe", faz micagens, caretas,
gestos obscenos, atira coisas nas pessoas, xinga-as e fala palavrões, aí tudo se degenera e seus médiuns
procederão da mesma forma porque, em suas mentes e inconscientes é assim que seus Exús Mirins devem
comportar-se quando incorporados.
Essa foi uma das razões para o ostracismo e que foi relegada a linha dos Exus Mirins. E isto, sem
falarmos em supostos Exús Mirins que quando incorporavam ou ainda incorporam por aí afora, pegam ou lhe
são dados saquinhos de papel que ficam cheirando, como se fossem as infelizes crianças de rua viciadas em
cheira "cola de sapateiro".
Certos comportamentos, devemos debitar ao arquétipo errôneo construído por pessoas desinformadas
sobre essa linha de trabalhos espirituais Umbandistas.
5) Por um processo osmótico espiritual, refletem o inconsciente de seus médiuns, tal como acontece
com Exú e Pomba Gira. Logo, são nossos refletores naturais.
6) Gostam de beber as bebidas mais agradáveis ao paladar dos seus médiuns, sejam elas alcoólicas ou
não.
7) Apreciam frutas ácidas e doces "duros", tais como: rapadura, pé de moleque, quebra queixo,
cocadas secas e balas "ardidas" (de menta ou hortelã).
8) Se bem doutrinados prestam inestimáveis trabalhos de auxilio aos freqüentadores dos centros de
Umbanda.
9) Não aprovam ser invocados e oferendados em trabalhos de demandas e magias negativas contra
pessoas.
10) Toda vez que seus médiuns os ativam para prejudicar os seus desafetos seus Exus Mirins se
enfraquecem automaticamente já aconteceram inúmeros casos de médiuns que ficaram sem seus verdadeiros
Exus Mirins porque os usaram tanto contra seus desafetos que eles ficaram tão fracos que foram aprisionados
e kiumbas oportunistas tomaram seus lugares junto aos seus médiuns, passando daí em diante a criar
problemas para suas vítimas que ainda acreditavam que estavam incorporando seus verdadeiros Exús Mirins.
11) Eles raramente pedem seus assentamentos ou firmezas permanentes e preferem ser oferendados
periodicamente na natureza, tal como as crianças da direita.
12) Se bem doutrinados e colocados a serviço dos freqüentadores dos centros umbandistas, realizam
um trabalho caritativo único e insubstituível.
Vamos resgatar os Exus Mirins da Umbanda e libertá-los do falso arquétipo que mentes e consciências
distorcidas criaram para eles?
Exú Meia-Noite
"O sábio uso do contato com o plano espiritual pode trazer-lhes a sabedoria para escolher a direção que
tomará ao andar nos momentos de escuridão, os encaminhando novamente para o plano da luz, eis que
então respeitem e exercitem a humildade de ouvir e aprender, pois sempre que o fizerem estarão dando
uma chance a vocês mesmos."
Sr.MN
"Respeitem o desconhecido e dê-lhe o espaço necessário para não lhes oferecer nenhuma ameaça, pois
o fazendo terão seu espaço preservado, afastando assim qualquer chance de serem injustiçados ou feridos pela
influência alheia, apeguem-se na fé sempre, e confiem nos guias que guardarem no coração, pois jamais
faltarão com quem os montiver guardados consigo."
Sr.MN
"Caridade é um exercício, não um dom, ela existe para ser praticada, e quanto mais dedicar-se a ela
mais próximo estarás de alcançar a humildade, e quando esta experimentar, entendarás um pouco mais sobre
vida, e aqui sim, quando neste ponto chegar, poderás VIVER, e provar na plenitude o que foi criado para
você."
Sr.MN
Exu da Meia Noite,pertence à linha das almas ,é chefe de falange. Pertence a linha negativa de Xangô,
sendo serventia de Xangô Da Pedra Preta. Bebe licor, marafo, conhaque, uísque, Fuma charutos, cigarrilhas,
trabalha muito com as moças bonitas (como são chamadas as pomba-giras). Uma de suas visões astrais é de
um homem, com uma longa capa escura em volto de si. Sua guia é preto e branco, mas muito trabalham com
vermelho e preto também. Trabalha com velas vermelhas, pretas, brancas, mas principalmente com as
vermelhas.
Sua história é de que em sua última encarnação ele foi um rico barão,viveu em Santos. Aos 40 anos,
foi a Portugal procurar uma esposa, que tinha 14 anos; casou-se com ela. Em sua noite de núpcias, a moça não
sangrou como ele esperava. Porém ele sabia que ela era virgem. Contudo, ficou furioso com isso. Armou uma
cilada pra ela, dizendo que ela tinha o traído. Então ela fugiu com índios, sendo que ele para procurá-la
chegou a matar quase uma tribo inteira. Quando ele a encontrou, ela tinha um filho dele.
Voltou a ficar com ela, depois de um tempo, o filho dele morreu. Não demorando muito tempo,
tiveram outro filho, que teve o mesmo destino do outro, falecendo depois de alguns anos. Ele com remorso,
contou a história para sua esposa do que ele tinha armado; ela novamente o largou. Ele, doente, foi morrendo
aos poucos em cima de uma cama; não comia, não tinha força sequer para se levantar. Morreu aos poucos...
Fonte: http://povodeluz.blogspot.com/2009/03/exu-meia-noite.html
Magia
Magia
Inicialmente, o que é magia? Entre tantas interpretações, magia é o ato de evocar poderes e
mistérios de Deus e colocá-los em ação. Do mesmo jeito que a ciência evoca os “poderes” da física – que é
um mistério da natureza – e os põe em ação através da engenharia. Da teoria elétrica sai a engenharia que
fabrica computadores. Analogamente, da teoria divina sai a magia.
Assim, percebemos que a magia, contrariamente à religião, não obriga os seus adeptos a crerem em
determinados dogmas para serem aceitos como magos. Ninguém é obrigado a crer na – ou mesmo entender -
física para utilizar de seus benefícios : quantos de nós usamos telefones celulares sem sequer saber o que se
passa por trás de todo esse mecanismo? E só por causa disso, a física deixaria de funcionar? É claro que não!
A física funciona independente de nossa crença ou entendimento. Assim também o é com a magia.
Deste modo, a magia “x” não é rival nem se acha dona da verdade em relação à magia “y”. Apenas
abordam conceitos diferentes mas não obrigatoriamente divergentes.
No entanto, a magia trabalha com o íntimo de cada ser, com suas faculdades mentais a saber : fé, ou
força de vontade, e moralidade – ou polarização.
Talvez me perguntem : “mas você não disse agora há pouco que magia não é religião?” Exatamente!
Eu posso ser um mago umbandista, um mago católico (como Eliphas Levi), um mago muçulmano, um mago
judeu (os cabalistas) ou até mesmo – pasmem! – um mago ateu. Se bem que os magos ateus são aqueles
magos inconscientes de seu próprio poder de realização.
Ora, então o que é fé? Fé é a crença ou certeza de que algo agirá conforme suas aspirações mesmo sem
ter como provar o fato.
Moralidade, ou polarização, é a tendência a um dos grandes pólos universais : yin ou yang, luz ou trevas, bem
ou mal.
Assim temos várias combinações : uma pessoa com muita fé, porém negativa, acaba se tornando um
poderoso mago das trevas. Uma pessoa com pouca fé, porém positiva, acaba se tornando um medíocre mago
da luz. E por aí vai.
Chegamos então ao divisor de águas, pois o mago de verdade - ou seja, aquele sintonizado com as
Forças Supremas - é aquele que utiliza a sua fé poderosa conforme os desígnios da Lei Maior e da Justiça
Divina.
O que diz a Lei Maior? “Cada um pode semear o que quiser, mas com certeza colherá os frutos de suas
semeaduras, sejam doces ou amargos.”
O que diz a Justiça Divina? “Quem deve paga, quem merece recebe.”
Como não é nosso propósito ensinar a polaridade negativa – pois o mundo já está cheio dela e por
causa dela o mundo já está de “saco cheio” – ensinaremos então um pouco da Magia Divina em um outro
artigo.
Fonte:
trechos do livro:
Magia Divina das Velas
Autor: Rubens Saraceni
Editora: Madras
Médium de Umbanda
...O médium de Umbanda, ainda que muitos não o valorize, é o ponto chave do ritual de Umbanda no
plano material.
...E por sê-lo, deve merecer dos filhos de Fé já maduros (iniciados) toda atenção, carinho e respeito
quando adentram no espaço interno das tendas, pois é mais um filho da Umbanda que é "dado" à luz. E tal
como quando a generosa mãe dá à luz mais um filho, onde tanto o pai quanto os irmãos se acercam do recém-
nascido e o cobrem de bênçãos, amor, carinho e... compreensão para com seus choros, o novo filho de Fé
ainda é uma criança que veio à luz e precisa de amparo e todos os cuidados devido à sua ainda frágil
constituição íntima e emocional.
...Do lado espiritual, todo o apoio lhe é dado, pois nós, os espíritos guias deles, sabemos que este é o
período em que mais frágil se sente um ser que traz a mediunidade.
...Para um médium iniciante, este é um momento único em sua vida, e também um período de
transição, onde todos os seus valores religiosos anteriores de nada lhe valem, pois outros valores lhe estão
sendo apresentados.
...Para todos os seres humanos este é um período extremamente delicado em suas vidas. E não são
poucos os médiuns que se decepcionam com a falta de compreensão para com sua fragilidade diante do novo
e do ainda desconhecido.
...É tão comum uma pessoa dotada de forte mediunidade e de grandes medos, ser vista como "fraca" de
cabeça pelos já "tarimbados" médiuns. Mas estes não param para pensar um pouco no que realmente
incomoda o novo irmão e, com isto, o Ritual de Umbanda Sagrada vê mais um dos seus recém-nascidos filhos
perecer na maior angustia, e socorre-se a outros rituais que primam pela ignorância do mundo espiritual e
sufocam nos seus fieis, seus mais elementares dons naturais.
...Muitos apregoam que tantos e tantos brasileiros são umbandista, e que isto demonstra o vigor da
religião umbandista. Mas, infelizmente, isto não é verdade, e só serve para diminuir o que poderia ser uma
grande verdade.
...Vários milhões de brasileiros já assumiram suas mediunidades por completo e são médiuns
praticantes, que incorporam regularmente seus guias dentro das tendas onde trabalham, ou nas suas reuniões
mais intimas em suas próprias casas.
...Mas alguns milhões de filhos de Fé com um potencial mediúnico magnífico já foram perdidos para
outros rituais, porque os diretores das tendas não deram a devida atenção ao "fator médium" do ritual de
Umbanda, assim como não atentaram para o fato de que aqueles que lhes são apresentados pelos guias
zeladores dos novos médiuns, se lhes são enviados, o são pelo próprio espírito universal e universalista que
anima a Umbanda Sagrada, e que é o seu espírito religioso, que no lado espiritual tem meios sutis de atuar
sobre um filho de Fé, mas no lado material depende fundamentalmente dos pais e mães no Santo, animadores
materiais desse corpo invisível, mas ativo e totalmente religioso.
...É tão comum vermos médiuns já "iniciados" que não tem a menor noção da existência desse corpo
religioso umbandista que se move através do plasma universal que é Deus, é fé e é religiosidade. "Eu sou filho
de tal orixá...", e pronto! Sua fé acaba a partir daí, e sua ligação com este plasma divinizado numa religião fica
restrito a isto: "Eu sou filho de tal orixá".
...Incorpora seus guias, estes trabalham, e maravilhosamente, pois estão em comunhão total com este
espírito ativo que é o corpo religioso umbandista, corpo este que assume a forma de orixás ou de seus pontos
de forças, mas que não deixam de irradiar essa energia divina chamada "Fé".
...O ritual é aberto a todas as manifestações, mas o lado material ( médiuns) tem de ser esclarecido de
que as manifestações só acontecem por causa desse espírito religioso invisível conhecido por Ritual de
Umbanda Sagrada, e que fora dele não há manifestações, mas tão somente possessões espirituais.
...É este espírito invisível que sustenta todas as manifestações, quando em nome da Umbanda Sagrada
são realizados.
...Houve um tempo em que os orixás foram sincretizados com santos católicos, pois aí a concretização
do ritual aconteceria. As imagens "mascaravam" a verdade oculta e as perseguições religiosas, políticas e
policiais foram abrandadas.
...Mas, atualmente, isto já não é preciso como meio de expansão da Umbanda Sagrada. Hoje já existe
liberdade suficiente para que todos digam abertamente: "Sou um filho de Fé, sou um filho de Umbanda!".
...Mas para que isso possa ser realmente dito, é chegado o tempo de a Umbanda deixar de perder seus
filhos recém-nascidos para religiões que ainda recorrem a princípios medievais, quando não obscurantistas.
...Há de ser criada uma forte linha de fé doutrinadora dos sentimentos religiosos dos filhos de Fé, pois
só assim a Umbanda Sagrada sairá do interior das tendas e dos lares e abarcará, num movimento abrangente e
envolvedor, os milhões de irmãos que afluem às tendas ou aos médiuns à procura de uma palavra de consolo,
conforto ou esclarecimento.
...É chegado o momento de todos os médiuns, diretores espirituais, dirigentes espirituais e pais e mães
no Santo, imprimirem aos seus trabalhos mais uma vertente da Umbanda Sagrada: a doutrinação dos irmãos e
irmãs que afluem às tendas nos dias de trabalho.
...É preciso uma conscientização dos pais e mães no Santo de que os necessitados, os aflitos, os
carentes afluirão não só às tendas de Umbanda, mas também a todas as outras portas abertas onde há uma
promessa, um vislumbre de socorro imediato. ...Mas só aquelas portas que, a par do socorro imediato,
oferecerem uma luz para toda a vida, alcançarão seu real objetivo, pois a par do imediato também oferecem o
bem duradouro, que é a fé forte numa religião. E a Umbanda Sagrada é uma religião!
...Por isso ela tem de sair das tendas e conquistar corações dos que a ela afluem nos dias de trabalho, e
conquistar o respeito e a confiança de todos os cidadãos no seu trabalho de doutrinação e salvação de almas.
...Nós temos acompanhado com carinho e atenção os irmãos umbandistas que têm oferecido a maior
parte de suas vidas a esta necessidade da religião umbandista – abençoados sãos estes verdadeiros filhos de
Umbanda, mas temos acompanhado a vida de todos os pais e mães no Santo e temos visto que bloqueiam a si
próprios e às suas potencialidades doutrinadoras dentro da Umbanda Sagrada, quando limitam a si e sua
religião aos trabalhos dentro de suas tendas, quando os seus guias incorporam e trabalham.
...Limitam-se só a isto e limitam à própria religião umbandista, pois não concedem a si próprios as
qualidades que seus orixás lhes mostram que são possuidores. Muitos filhos de Fé, movidos de nobres e
dignificantes intenções, buscam nas línguas a explicação do termo "Umbanda". Alguns chegam a mergulhar
no passado ancestral em busca do real significado desta palavra.
...Nada a opor de nossa parte, mas melhor fariam e mais louvável aos olhos dos orixás seriam seus
esforços, caso já tivessem atinado com o real e verdadeiro sentido do termo "Umbanda".
...Umbanda significa: o sacerdócio em si mesmo, na m'banda, no médium que sabe lidar tanto com os
espíritos quanto com a natureza humana. Umbanda é o portador das qualidades, atributos e atribuições que lhe
são conferidas pelos Senhores da natureza; os orixás! Umbanda é o veiculo de comunicação entre os espíritos
e os encarnados, e só um Umbanda está apto a incorporar tanto os do Alto, quanto os do Embaixo, assim
como os do Meio, pois ele é, em si mesmo, um templo.
...Umbanda é o veiculo, pois trazem em si os dons naturais, pelos quais os encantados da natureza
falam aos espíritos humanos encarnados.
...Umbanda é o sacerdote atuante, que traz em si todos os recursos dos templos de tijolo, pedras ou
concreto armado.
...Umbanda é o mais belo dos templos, onde Deus mais aprecia ser manifestado, ou mesmo onde mais
aprecia estar: no intimo do ser humano.
...Umbandas foram os primeiros espíritos dos sacerdotes, que aos poucos foram criando para si, no
intimo dos médiuns filhos de Santo já preparados para recebe-los, uma linha tão poderosa, mas tão poderosa
que realizavam curas milagrosas nos freqüentadores dos terreiros de "macumba".
...Umbandas eram os pretos-velhos que baixavam nas "mesas brancas" e faziam revelações que não só
deixavam admirados quem os ouviam, mas encantavam também.
...Umbanda era o inicio do rompimento da casca grossa da rituália de culto aos eguns (os sacerdotes) já
no outro lado da vida.
...Umbanda o sacerdócio; embanda, o chefe do culto; Umbanda, o ritual aberto do culto dos ancestrais.
...Umbanda, onde na banda do "Um", mais um todos nós somos, pois tudo o que nos cerca, através de
nós pode se manifestar.
...Umbanda, na banda do "Um" , um todos são e sempre serão, desde que limpem seus templos íntimos
dos tabus a respeitos dos orixás e os absorvam através da luz divina que irradiam seus mistérios. Daí em
diante, serão todos "mais um", plenos portadores dos mistérios dos orixás.
...Na Umbanda, o médium não é esvaziado, mas tão somente enriquecido com a riqueza espiritual de
todos os orixás.
...Umbanda é sacerdócio na mais completa acepção da palavra, pois coloca o médium na posição de
"doador" das qualidades de seus orixás, que impossibilitados de falarem diretamente ao povo, falam a partir
de seus templos humanos: os filhos de Fé!
...Despertem para esta verdade, pais e mês de Santo! Olhem para todos os que chegam até vocês, não
como seres perturbados, mas sim como irmãos em Oxalá que desejam dar "passagem" às forças da natureza
que lhes chegam, mas encontram seus templos (mediunidade) ocupados por escolhos inculcados neles, através
de séculos e séculos que estiveram afastados de seus ancestrais orixás. Não inculquem mais escolhos dizendo
a eles que tem orixá brigando pela cabeça deles, ou que exu está cobrando alguma coisa.
...Tratem os filhos que Olorum, o Incriado, lhes envia com o mesmo amor, carinho e cuidados que
devotam a seus filhos encarnados.
...Cuidem deles; transmitam a eles amor aos orixás, pois orixá é o amor do Criador às Suas criaturas.
...Ensinem-lhes que, na lei de Oxalá, ninguém é superior a ninguém, pois na banda do "Um", mais um
todos são.
...Mostrem-lhes que orixá é um santo, mas é mais do que isso: orixá é a natureza divina se
manifestando de forma humana, para os espíritos humanos.
...Não percam tempo tentando contar lendas do tempo de cativeiro, quando irmãos de cultos diferentes,
raças diferentes e formações as mais diversas possíveis, eram reunidos numa só senzala e evitavam a mistura
dos orixás com medo de perderem seus últimos vestígios humanos: seus "santos"de cabeça e de fé. O tempo
da escravidão já é passado e Umbanda é liberdade de manifestação dos orixás através dos seus veículos
naturais; os médiuns.
...Ensinem-lhes que, se estão aptos a incorporarem o "seu" pai de cabeça, também estão aptos a serem
as moradas de todos os outros "pais", pois orixá é antes de qualquer coisa e acima de tudo, isto: senhora da
cabeça. é senhor da coroa luminosa que paira em torno do mental purificado do filho de Fé já liberto dos
escolhos que o mantinham acorrentado e escravizado a tabus e dogmas religiosos, que antes de tudo visavam
impedi-lo de ser mais um na banda do "Um", e mantê-lo na eterna dependência da vontade dos carnais
senhores dos cultos ao Criador, onde um é o pastor e os restantes, só rebanho, ovelhas mesmo!
...Digam que na banda do "Um", o rebanho é composto só de pastores, pois "Umbanda" é sacerdócio.
...Esclareçam ao filho recém-chegado que se sente incomodado, que isto não é nada ruim, pois há todo
um santuário aprisionado em seu intimo que está tentando explodir através de sua mediunidade magnífica.
...Conversem demoradamente com ele e procurem mostrar-lhe que Umbanda não é a panacéia para
todos os males do corpo e da matéria, mas sim o aflorar da espiritualização sufocada por milênios e milênios
de ignorância e descaso para com as coisas do espírito.
...Expliquem que pode fazer o que quiser com seu corpo material, mas deve preservar sua coroa
(cabeça), pois é nela que a luz dos orixás lhe chega e o liberta dos vícios da carne e do materialismo brutal.
...Ensinem-lhe que, como templos, deve manter limpo seu íntimo, pois nesse íntimo há uma centelha
divina animada pelo fogo divino que a tudo purifica, e que o purificará sempre que entregar sua coroa ao seu
orixá. Instrua-os com seu mentor guia chefe, irmãos e irmãs (pais e mães de Santo).
...Estabeleçam um dia da semana ou do mês dedicado exclusivamente a um guia doutrinador que lhe
falará da Umbanda a partir da visão mais acurada desta religião, em que os fiéis são mais que fiéis: são
"meios" onde toda uma gama magnífica de seres de altíssima evolução se manifestam como humildes pretos-
velhos, garbosos mas amáveis caboclos, inocentes crianças ou humanos exus e pombas-giras. Sim porque nós
conhecemos irmãos exus que possuem muito mais luz do que vocês imaginam. E se preferem atuar como
exus, é porque assim, bem humanos, chegam mais rápido até onde desejam: aos consulentes sofredores e
veículos de espíritos sofredores afins.
...Ensinem aos médiuns que eles trazem consigo mesmo todo um templo já santificado e que nele se
assentam os orixás sagrados. E que através desse templo muitas vozes podem falar, e serem ouvidas pois
Umbanda provem de Embanda: sacerdote!
...E o médium é um sacerdote, um embanda, um Umbanda, ou mais um na banda do um, a Umbanda!
Fonte: http://povodeluz.blogspot.com/2009/02/medium-de-umbanda.html
O Natal na Umbanda
Estamos em Dezembro, um mês mágico que altera o estado de espírito das pessoas, principalmente dos
umbandistas, que já comemoraram Yemanjá, Yansã e Oxum no começo dele.
Ainda temos o dia 25, quando a cristandade comemora o nascimento do Mestre Jesus no mundo todo e temos
o dia 31, quando todos comemoram a passagem do ano com uma explosão de alegria e votos de que o ano que
começará seja de paz, saúde e prosperidade.
Para os umbandistas a comemoração do natal cristão é algo natural, até porque a maioria dos seus seguidores e
médiuns praticantes veio da religião cristã. Inclusive, muitos umbandistas seguem uma corrente doutrinária
denominada Umbanda Cristã, muito parecida com o Espiritismo Kardecista.
Na maioria dos seus centros os umbandistas colocam em seus altares a imagem do Mestre Jesus no seu degrau
mais alto, prestando-lhe uma reverencia e adoração sublime devido seu sincretismo com o Orixá Oxalá, o
maior dos orixás cultuados na Umbanda.
Esse respeito e reverencia ao Mestre Jesus enobrece ainda mais a umbanda, a mais tolerante das religiões
existentes no Brasil, já que ela acolhe em seus centros os seguidores de todas as outras com amar e respeito,
sem constrangê-los com perguntas sobre a religião que seguem e sim, os auxiliam onde elas não podem ou
seus sacerdotes não sabem como lidar: a Mediunidade e os problemas espirituais de fundo karmático!
Seus dirigentes e médiuns, assim como todos os Guias Espirituais, acolhem os seguidores de outras religiões
como irmãos e os auxiliam como podem e da melhor forma possível, livrando-os de suas perturbações de
fundo espiritual, auxiliando-os na cura de suas doenças, auxiliando-os a conseguirem um emprego, quebrando
demandas das quais são vitimas, etc.
E isso sem perguntar-lhes quais as suas religiões, sem atribuir às suas crenças religiosas a causa de suas
dificuldades e nem os obrigando a se converterem para que, aí sim, sejam ajudados pelos sagrados Orixás e
pelos Guias Espirituais de Umbanda.
Não vemos isso acontecer nas outras religiões, onde o usual, assim que sabem a religião de quem adentra em
seus templos é ir alertando-os ou acusando-os de seguirem uma religião errada, ou pagã, ou do diabo, etc.
Nesse aspecto a Umbanda é única e insuperável porque todos os umbandistas acreditam que Deus é único,
esta presente na vida de todos e em todas as religiões, não importando a forma que usam para cultuá-lo e
adorá-lo. Inclusive, é comum aos seguidores das outras religiões regirem com palavras ofensivas à nossa
religião e à nossa pessoa assim que ficam sabendo que seguimos a religião Umbanda, dando a entender que só
eles cultuam e adoram Deus.
Essa postura intolerante por parte da maioria dos seguidores de outras religiões para conosco, os umbandistas,
provavelmente é uma decepção para o mestre Jesus, que não fundou nenhuma religião e não pregou a
intolerância, mas vê entre os seus seguidores uma reação não fraterna aos seus irmãos em Deus que professam
outras crenças religiosas.
Os umbandistas seguem a Umbanda, mas respeitam todas as outras religiões e a crença dos seus seguidores e
não temem entrar em suas igrejas porque nesse quesito estão anos-luz à frente dos demais, já que sabe que só
há um Deus, criador de tudo e de todos e existem suas divindades, espalhadas entre as muitas religiões
existentes na face da terra, com Jesus Cristo incluído entre elas e ao qual respeitam e amam.
No dia em que todas as religiões e todos os seus seguidores pensarem e agirem como prega a Umbanda e os
umbandistas nesse mundo haverá mais fraternidade verdadeira e menos miséria, doenças, crimes, racismo e
intolerância.
Mas isso talvez seja esperar demais dessa humanidade pecadora que discrimina seus semelhantes só porque
seguem uma religião diferente, ainda que todos saibam que só há um Deus e que todos somos seus filhos...
que todos somos irmãos perante Ele, o nosso Divino Criador!
Por ser como são e por amarem e respeitarem o Mestre Jesus os umbandistas comemoram o Natal e lhe
rendem merecida homenagem, pois, pelo menos nessa data cristã os cristãos de fato se mostram mais fraternos
e tolerantes.
Oxalá
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Se procura pelo filme português homônimo, veja Oxalá (filme).
Oxalá é a grafia de duas palavras homônimas da língua portuguesa, uma de origem árabe, que vem da
expressão árabe "'in sha' allh", cujo significado é “se Deus quiser”, que é utilizada como interjeição para
expressar o desejo que algo aconteça. É sinónimo de "tomara" ou "queira Deus".[1] A outra palavra vem do
iorubá Òrìsànlá, nome de um orixá também conhecido como Obatalá.[2]
Índice
1 Oxalá na Umbanda
2 Etimologia
3 Arquétipo
4 Lenda: Oxalá e o saco da criação
5 Lenda: A viagem de Oxalufan
6 África
7 Brasil
8 Referências
9 Ver também
10 Ligações externas
Oxalá na Umbanda
Oxalá, Orixalá, Orixaguinã, Gunocô ou Obatalá[2] é o orixá associado à criação do mundo e da
espécie humana. Apresenta-se de várias maneiras (qualidades) sendo as duas principais qualidades: a forma
jovem, em que Oxalá é chamado de Oxaguiã e seus símbolos são uma idá (espada), um pilão de metal branco
e um escudo. Na sua forma idosa, Oxalá é chamado Oxalufã e seu símbolo é um cajado de metal chamado
opaxorô.
A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul no candomblé e somente branco no
batuque do RGS; a de Oxalufam é somente branco de gossa em ambos. O dia consagrado para oxalá moço é a
sexta-feira e o domingo para oxalá velho e oxalá de orumilaia. Sua saudação é èpao, èpa bàbá! Oxalá é
considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os orixás do panteão africano. Simboliza a
paz, é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana. Oxalá significa luz (oxa) branca (alá); É
calmo, sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os orixás e todas as nações. A Oxalá
pertencem os olhos que veem tudo.
Etimologia
"Oxalufã", "Oxaguiã" e "Obatalá" são termos procedentes da língua iorubá.[3]
Não confundir com o homônimo oxalá , palavra da língua portuguesa utilizada como interjeição para
expressar o desejo que algo aconteça. É sinônimo de "tomara" ou "queira Deus". Esta palavra tem origem na
expressão árabe in shaa Allaah, cujo significado é “se Deus quiser”. Em espanhol teve desenvolvimento
semelhante e deu origem à palavra ojalá, exatamente com o mesmo significado de oxalá em português.
Arquétipo
As pessoas de Oxalá são calmas, responsáveis, reservadas e de muita confiança. Rejeitam a violência
em todas as suas formas. Seus ideais são levados até o fim, mesmo que todas as pessoas sejam contrárias a
suas opiniões e projetos. Gostam de dominar e liderar as pessoas. São muito dedicados, caprichosos,
mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser respeitados.
Perdoam facilmente, sabem ver que sentimentos negativos só atrasam. Sabem conquistar com seu jeitinho
elegante e sincero. São calmos e dóceis, andam com a postura reta, que representa sua natural elegância. Tem
gostos caros e apreciam um bom vinho. São extremamente teimosos e orgulhosos. Porém gostam muito de
trabalhar e ajudar os necessitados, são muitas vezes defensores dos injustiçados, dos fracos e dos oprimidos.
Pensam muito, e avaliam metodicamente cada situação, quando desanimam, não há o que os faça voltar atrás.
São excelentes pais de família e líderes natos.
Lenda: Oxalá e o saco da criação
Olodumaré entregou a Oxalá o saco da criação para que ele criasse o mundo. Essa missão, porém, não
lhe dava o direito de deixar de cumprir algumas obrigações para outros Orixás e Exu, aos quais ele deveria
fazer alguns sacrifícios e oferendas. Oxalá pôs-se a caminho apoiado em um grande cajado, o Paxorô. No
momento em que deveria ultrapassar a porta do Orun, encontrou-se com Exu que, descontente porque Oxalá
se negara a fazer suas oferendas, resolveu vingar-se, e provocou-lhe uma sede intensa. Oxalá não teve outro
recurso senão o de furar a casca de um tronco de um dendezeiro para saciar sua sede.
Era o vinho de palma, também conhecido como emu e oguro, o qual Oxalá bebeu intensamente.
Bêbado, não sabia onde estava e caiu adormecido. Apareceu, então, Olófin Odùduà, que, vendo o grande orixá
adormecido, roubou-lhe o saco da criação e, em seguida, foi à procura de Olodumaré para mostrar o que
achara e contar em que estado Oxalá se encontrava. Olodumaré disse, então, que "se ele está neste estado, vá
você a Odùduà, vá você criar o mundo". Odùduà foi, então, em busca da criação e encontrou um universo de
água, e aí deixou cair do saco o que estava dentro. Era terra. Formou-se então um montinho que ultrapassou a
superfície das águas.
Ficheiro:Assentamento de Oxaguian e Oxalufan Orossi.JPG
Assentamentos de Oxaguian e Oxalufan no candomblé do Ile Ase Ijino Ilu Orossi
Então ele colocou a galinha cujos pés tinham cinco garras. Ela começou a arranhar e a espalhar a terra
sobre a superfície da água; onde ciscava, cobria a água, e a terra foi alargando cada vez mais, o que em yoruba
se diz Ile'nfê, expressão que deu origem ao nome da cidade Ilê-Ifê. Odùduà ali se estabeleceu, seguido pelos
outros orixás, e tornou-se, assim, rei da terra. Quando Oxalá acordou, não encontrou mais o saco da criação.
Despeitado, procurou Olodumaré, que por sua vez proibiu-o, como castigo a Oxalá e toda sua família, de
beber vinho de palma e de usar azeite de dendê. Mas como consolo lhe deu a tarefa de modelar no barro o
corpo dos seres humanos nos quais he, Olodumaré insuflaria a vida.etc
Lenda: A viagem de Oxalufan
Um dia Oxalufam, que vivia com seu filho Oxaguiam, velho e curvado por sua idade avançada,
resolveu viajar a Oyo em visita a Xangô, seu outro filho. Foi consultar um babalaô para saber acerca da
viagem. O adivinho recomendou-lhe não seguir viagem. Ela seria desastrosa e acabaria mal. Mesmo assim,
Oxalufam, por teimosia, resolveu não renunciar à sua decisão. O adivinho aconselhou-o, então, a levar
consigo três panos brancos, limo-da-costa ou sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe
pedissem no caminho e não reclamar de nada, acontecesse o que acontecesse. Seria uma forma de não perder
a vida.
Em sua caminhada, Oxalufam encontrou Exu três vezes. Três vezes Exu solicitou ajuda ao velho rei
para carregar seu fardo, que acabava derrubando em cima de Oxalufam. Três vezes Oxalufam ajudou Exu,
carregando seus fardos imundos. E, por três vezes, Exu fez Oxalufam sujar-se de sal, azeite de dendê e carvão.
Três vezes suportou calado as armadilhas de Exu. Três vezes foi Oxalufam ao rio mais próximo lavar-se e
trocar suas vestes. Finalmente chegou a Oió. Na entrada da cidade, viu um cavalo perdido, que ele reconheceu
como o cavalo que havia presenteado a Xangô.
Tentou amansar o animal para amarrá-lo e devolvê-lo ao filho. Mas, neste momento, chegaram alguns
súditos do rei à procura do animal perdido. Viram Oxalufam com o cavalo e pensaram tratar-se do ladrão do
animal. Maltrataram-no e prenderam-no. Ele, sempre calado, deixou-se levar prisioneiro.
Mas, por estar um inocente no cárcere, em terras do Senhor da Justiça, Oyó viveu por longos sete anos
a mais profunda seca. As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o reino. Xangô,
desesperado, procurou um babalaô, que consultou Ifá, descobrindo que um velho sofria injustamente como
prisioneiro, pagando por um crime que não cometera.
Xangô correu para a prisão. Para seu espanto, o velho prisioneiro era seu pai Oxalufam. Xangô
ordenou que trouxessem água do rio para lavar o rei. O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se de branco,
e que todos permanecessem em silêncio, pois era preciso, respeitosamente, pedir perdão a Oxalufam. Xangô
vestiu-se também de branco e encarregou Airá de carregar o velho rei nas costas. Levou-o para as festas em
sua homenagem e todo o povo saudava Oxalá e Xangô. Depois Oxalufam voltou para casa levado por Airá e,
quando chegou seu filho, Oxaguiam ofereceu um grande banquete em celebração pelo retorno do pai.
África
Obatalá, Osala, Osalufon, Osagiyan e Osa-Popo, todos eles denominados Òrìsà funfun (branco),
devido à cor que os simboliza, a branca. Obatalá e Odudua são associados de diversas maneiras nos mitos da
criação.
Bàbá Epe
Orixa Oko
Lejúgbè
Ajàgúnán
Òsàfuru
Elémòsó
AkajaPriku
Òsàìgbò
Indako
Bàbá Talabí
Bàbá Àjàlé
Orixa-Nlá
Obatalá
Odudua
Oxalufan
Oxaguian
Orixá okô
Brasil
Oxalá, Obatalá, Orixalá, Orixa-Nlá. Oxalá é um nome genérico de vários Òrìxá funfun (branco),
como são chamados diversos Orixás africanos no Brasil relacionados à cor branca e à criação do mundo. Os
filhos de Oxalá têm algumas restrições (ewo, quizila):
De acordo com as lendas, Oxalá embriagou-se várias vezes com vinho de palma, fato que tornou a
bebida alcoólica uma das restrições. Por causa de outra lenda, em que Exú suja suas roupas brancas por três
vezes com sal, azeite de dendê e carvão, estes elementos também se tornaram restrição aos filhos de Oxalá.
Nenhuma comida de Oxalá leva sal ou dendê. Um filho de Oxalá jamais deverá usar roupas pretas ou
vermelhas, por serem essas as cores de Exu. Também em função das lendas, o dia de Oxalá é a sexta-feira.
No candomblé, tanto no Brasil quanto em outros países, todos os iniciados e frequentadores costumam
vestir-se de branco em homenagem a Oxalá. Os filhos de Oxalá não comem comida de sal e muitos adotaram
não comer carne na sexta-feira (somente peixe). Contudo, também se acredita que esse costume tenha relação
com a Igreja Católica e o sincretismo de Oxalá com o Senhor do Bonfim na Bahia, costume também adotado
pelos restaurantes em que nas sextas-feiras servem a pescada branca com molho de camarão.
Logunã
Mãe cósmica, ou seja ativa em seu mistério, onde todos os seres influenciados por seu axé são
redirecionados a tomada de novas ações, é em si a particularidade de Deus que corresponde ao campo da fé.
Logunã faz par com Oxalá na primeira linha de Umbanda e juntos agem diretamente sob tudo o que
compreendemos como realidade. Se somos algo, somos porque acreditamos em algo. Entendemos,
compreendemos e depositamos nossa fé nessa realidade e como acreditamos que ela seja.
Essa compreensão de nós e do mundo é mistério de Mãe Logunã. Vocês já ouviram a frase “o mundo
não é como ele é, o mundo é como você vê”? Pois bem, quando dizemos isso, estamos vislumbrando o
mistério dessa Orixá, que em sua atuação também compreende o nosso sentido de tempo.
Tempo este que nos garante a certeza do ontem, do hoje e do amanhã, e é contando a história dos
tempos que o homem consegue se organizar perante a vida. É sob essa contagem que vivemos diariamente,
desde os milésimos de segundos até as eras de todos os universos.
Viver em si já é mistério de Mãe Logunã. Vivemos o tempo, contamos meticulosamente o tempo e se
os homens não se afenizam em inúmeras questões, entrando em confronto por mínimas convicções, há algo
que nenhum deles o nega..
O tempo se prova todos os dias, desde as formas com o qual nossa pele vai se moldando até a máxima
expressão em seu deleite: a sabedoria.
Pra nós, na Umbanda tempo é Mãe, é a face feminina de Olorum temida pelos enganadores da fé…
Sim, Mãe Logunã como primeira linha de Umbanda e acentada no mistério da fé é a responsável por negativar
os que se utilizam da fé alheia para ludibriar, manipular, extorquir e garantir lucros a si.
Revelada por Pai Benedito de Aruanda à Rubens Saraceni, o mistério de Logunã, anteriormente
chamada de Oiá-Tempo é segundo Pai Alexandre Cumino “o próprio espaço-tempo onde tudo se manifesta,
portanto é uma divindade atemporal, não estando sujeito a ele, mas regendo o seu sincronismo“.
Nos estudos de Pai Rubens Saraceni sobre esse mistério ele traz que é comum as filhas de Mãe Logunã
apreciar as coisas religiosas, o estudo, a música suave, um pouco de isolamento, conversas construtivas, a
companhia de pessoas discretas e de homens maduros, reservados e amorosos.
Como uma “Orixá nova” a atuação de Logunã sob a vida dos seres além de pouco compreendida
também é pouco tratada pelos segmentos de Umbanda, sendo sua presença mais notada dentro da vertente que
se disseminou como Umbanda Sagrada.
De acordo com a literatura de Mestre Rubens Saraceni, Logunã já teve seu culto largamente praticado
nas antigas religiões africanas, mas assim como aconteceu com centenas de outros Orixás o rito em torno
dessa divindade foi se perdendo e isso se deve a inúmeras razões, dentre elas, a explicação de quê tais cultos
foram se degradando, dissipando-se do seu sentido positivo e promovendo a prática banalizada, o que resultou
no cessar do acesso a esse mistério às civilizações.
Mãe Logunã então é uma Orixá que se recolheu em seu mistério por muitos anos e muitos anos e que
volta a se manifestar – agora na Umbanda – há pouco mais de 10 anos.
Em mim eu sinto todos os Orixás e então Pai Benedito de Aruanda revela Logunã e eu acendo apenas
uma vela e coloco um copo de água e eu sinto….eu sinto Logunã na minha pele, na minha alma e ninguém
precisa me dizer se ela existe ou não, eu sinto e é aqui que eu avalio se ela existe na minha vida.
Pai Alexandre Cumino durante a Jornada Teologia de Umbanda
Em um sincretismo Santa Clara, encontramos seu dia de comemoração no rito umbandista no mesmo
dia que marcou o falecimento da santa católica conhecida por sua fé fervorosa em Jesus Cristo e que mesmo
nascida de família nobre, opta – segundo sua história – por abandonar família e um casamento promissor para
servir a caridade e o atendimento aos menos favorecidos.
Texto
Júlia Pereira
Imagem
Retirada da internet
Logunedé
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Logunedé
Yemanjá
Yemanjá é o Trono feminino da Geração e seu campo preferencial de atuação é no amparo à
maternidade.
Yemanjá é por demais conhecida e não nos alongaremos ao comentá-la.
O fato é que o Trono Essencial da Geração assentado na Coroa Divina projeta-se e faz surgir, na
Umbanda, a linha da Geração, em cujo pólo magnético positivo está assentada a Orixá Natural Yemanjá, e em
cujo pólo magnético negativo está assentado o Orixá Omulu.
Yemanjá, a nossa amada Mãe da Vida é a água que vivifica e o nosso amado pai Omulu é a terra que
amolda os viventes. Como dedicamos um comentário extenso ao Orixá Omulu, vamos nos concentrar em
Yemanjá.
Yemanjá rege sobre a geração e simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente. Ela
se projeta e faz surgir sete pólos magnéticos ocupados por sete Yemanjás intermediarias, que são as regentes
dos níveis vibratórios positivos e são as aplicadoras de seus aspectos, todos positivos, pois Yemanjá não
possui aspectos negativos.
Estas sete Yemanjás são intermediárias e comandam incontáveis linhas de trabalho dentro da
Umbanda. Suas Orixás intermediadoras estão espalhadas por todos os níveis vibratórios positivos, onde atuam
como mães da “criação”, sempre estimulando nos seres os sentimentos maternais ou paternais.
Todas atuam a nível multidimensional e projetam-se também para a dimensão humana, onde têm
muitas de suas filhas estagiando. Todas têm suas hierarquias de Orixás Yemanjás intermediadoras, que regem
hierarquias de espíritos religados às hierarquias naturais.
OFERENDA: Velas brancas; azuis e rosas; champagne, calda de ameixa ou de pêssego, manjar, arroz-doce e
melão; rosas e palmas brancas, tudo depositado à beira-mar.
ORIXÁS CÓSMICOS
Oiá
Oiá é a orixá do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o religioso, onde ela atua como
ordenadora do caos religioso
O “Tempo” é a chave do mistério da Fé regido pela nossa amada mãe Oiá, porque é na eternidade do
tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. A orixá Oiá forma um pólo magnético
vibratório e energético oposto ao do orixá Oxalá, e ambos regem a linha da Fé, que é a primeira das Sete
Linhas de Umbanda, que são as sete irradiações divinas do nosso Criador. Logo, o campo de atuação de nossa
amada mãe Oiá é o campo da fé, onde flui a religiosidade dos seres, todos em continua evolução.
Oiá é a regente cósmica da linha da Fé, e tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os espíritos
que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.
“Tempo”, eis as qualidades, atributos e atribuições negativas de Oiá, de que tanto falamos e alertamos
aos supostos pais de Santo ou magos negros que recorrem ao “Tempo” para prejudicar seus semelhantes com
seus ebós sujos e suas magias negras. Oiá é a orixá regente do pólo negativo da linha da Fé, que é a primeira
das Sete Linhas de Umbanda e, com Oxalá assentado em seu pólo positivo, dão sustentação a todas as
manifestações da fé e dão amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos e guiados pelos princípios divinos
estimuladores da evolução religiosa dos seres.
Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que têm a
coroa regida por outros orixás), então sua vidaentra em parafuso e só deixará de rodar quando esgotar tudo de
desregrado e desvirtuado que nela existia. Isto é Oiá, amados filhos dos orixás! Mãe religiosa por sua
excelência divina, mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal atributo junto dos espíritos
humanos é o de esgotar o lobo sanguinário que oculta-se por baixo da pele de cordeiro.
Enquanto Oxalá é irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos de Oxalá são extrovertidos, os de
Oiá são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles uma certa
“beatitude” 9já que, das mães divinas, ela é a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os
seus filhos relapsos. Isto é Oiá, amados filhos das nossas amadas mães divinas!
Se ela é assim, é porque ela é a orixá que, junto com Oxalá, rege a primeira linha de Umbanda, que é a
linha da Religiosidade. Logo, os filhos de Umbanda, que têm em Oxalá o divino Pai da Fé, também devem
cultuar a divina mãe Oiá. Com ele no pólo positivo e ela no pólo negativo, forma-se o par dos orixás excelsos
que regem a linha da Fé e estimulam a religiosidade nos seres.
Oxumaré
Oxumaré é o orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação
dos seres, em todos os aspectos.
Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da
Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que na linha do Amor ou da Concepção forma com ele a
segunda linha de Umbanda. O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos orixás, é
que ele simboliza a renovação. Isto é verdadeiro. E o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, ou parte
macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade. É inadmissível que uma divindade planetária tenha essas
qualidades bissexuais, que só acontecem em seres com disfunções genéticas que provocam má formação, ou
dupla formação, dos órgãos sexuais, e em seres com desequilíbrios emocionais ou conscienciais que fazem
com que, psiquicamente, eles troquem seus sinais mentais e invertam sua sexualidade.
Portanto, não tem sustentação alguns médiuns, com seus sinais sexuais trocados, alegarem que são
homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por seis meses é macho e por seis meses
é fêmea.
Seres humanos com má-formações emocionais, mentais, genéticas ou conscienciais, no afã de se
justificarem, passam às divindades suas vicissitudes humanas e não atentam para um detalhe fundamental:
com seus desequilíbrios, estão desfigurando divindades planetárias que existem no mundo desde que Deus o
criou, que são imutáveis em sua natureza, seja ela masculina ou feminina, e que regem alguns sentidos dos
seres humanos, mas também regem outras dimensões planetárias paralelas à dimensão humana da vida.
Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas qualidades, atributos e
atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos conduzir pelo caminho reto. Bastará um pouco de bom
senso para detectar, nesta caracterização negativa de Oxumaré, uma justificativa de seres com desequilíbrios
emocionais, mentais, conscienciais ou genéticos, já que uma divindade é de natureza positiva ou negativa,
ativa ou passiva e masculina ou feminina, mas nunca possui as duas em si mesma.
Logo, que cultue um Oxumaré andrógino aquele que é desprovido do bom senso, certo? “Quem não
souber valorizar a religiosidade que o libertará da terra, então que pague caro pela religiosidade que o
aprisionará num diletantismo materialista!” Saibam que é isto que tem feito, e muito bem, este nosso irmão
cósmico encarnado que, após ser afastado da Umbanda, criou todo um culto cuja doutrina, ao invés de pregar
os valores maiores de Jesus Cristo, tem pregado, religiosamente, os seus próprios valores da “mais valia”. E
também tem cobrado de seus fiéis seguidores o justo preço que ele estipulou: tudo o que puder tirar deles para
usar em seu próprio benefício, ou de sua “igreja. Que pague para cultuar Deus quem não aprendeu a amá-Lo e
adorá-Lo de graça! Certo?
Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás , e a renovação continua, mas em todos os aspectos e em
todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não aconteceu por
acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete
Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador. Oxumaré é a renovação do
amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a
irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme.
Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a outra
religião, cuja doutrina o auxiliará a evoluir no caminho reto. Ou não é comum os testemunhos dados pelos
neo-convictos no púlpito dos pastores mercantilistas, que dizem quase todos isto:
“Irmãos, quando eu freqüentava a Umbanda, eu fornicava, traia minha esposa e irmãos, gastava meu
ordenado no jogo e nas bebidas, mentia, mas desde que me converti e me entreguei a Jesus, tudo em minha
vida mudou. Hoje vivo para minha esposa e filhos, e para Jesus!”. Sem dúvida, concordamos nós. Mas...
porque o mesmo irmão não ouviu os conselhos recebidos nos centros de Umbanda, que, se seguidos
corretamente, o teriam conduzido pelo caminho reto? Não, ele não só não deu ouvidos às orientações dos
guias e dos pais e mães espirituais, como deu vazão ao seu emocional e deu início ao mau uso do que aprendia
dentro de uma religião magística por excelência, quando solicitava aos exus que fechassem os caminhos de
seus desafetos em todos os campos da vida, além de pedir outras coisas, tais como: mulher, dinheiro, posses,
etc. E ele não diz que nasceu numa família católica e cristã, mas porque era um relapso para as coisas da fé,
foi até a Umbanda para ver se nela se emendava. Como não conseguiu, logo acabou retomando ao
reformatório religioso de Jesus Cristo.
Pois é isto o que são as igrejas evangélicas: reformatórios religiosos onde nosso amado mestre Jesus
recolhe os que nasceram sob sua irradiação luminosa, mas não souberam captá-la da forma passiva como ela é
passada pela Igreja Católica. Ele, que é bondade, amor e misericórdia, os conduz às divindades naturais (que
são os orixás), os conduz ao espiritismo e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma onde suas
naturezas ativas absorvam irradiações luminosas.
Mas, quando vê que eles não se adaptam em nenhuma delas, ativa seu pólo cósmico, e um de seus
aspectos negativos logo os arrasta para um de seus reformatórios religiosos, para que eles voltem a trilhar o
caminho reto. E se o aspecto negativo ativado não conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá,
mesmo depois de desencarnar.
Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo, tem
um mistério escuro chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde
transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem
aos caminhos da morte. Bem, já falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe
Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório que dá formação à segunda linha de Umbanda,
que é a linha do Amor ou da Concepção.
Obá
Obá é a orixá que aquieta e densifica o racional dos seres, já que seu campo preferencial de atuação é o
esgotamento dos conhecimentos desvirtuados.
Comentar sobre nossa amada mãe Obá é motivo de satisfação, pois, nas lendas, resumem sua
existência ao papel de esposa repudiada por Xangô. Mas, justiça lhe seja feita, as lendas vêm sendo repetidas a
tanto tempo, e às vezes de forma tão empobrecida pelas transmissões orais que, até como lendas, deixam a
desejar e mostram como é deficiente o conhecimento sobre o campo de ação dos orixás.
Saibam que a orixá Obá que nós conhecemos e aprendemos a amar e reverenciar é uma divindade
regida pelos elementos terra e vegetal, e forma com Oxóssi a terceira linha de Umbanda Sagrada, que rege o
Conhecimento. Oxóssi está assentado no pólo positivo e irradiante desta linha e Obá está assentada em seu
pólo negativo ou cósmico, que é absorvente.
Esta lenda, na verdade, refere-se a um rei que, como herdeiro das qualidades de Xangô, tinha várias
esposas, que também se apresentavam como herdeiras das qualidades das orixás femininas. E, se o que esta
lenda conta é verdade, no entanto só se refere a personagens humanos que eram tidos na conta de semideuses.
Mas é só, porque esta história de orixá disputar pelejas tipicamente humanas e carnais, está mais para coisas
humanas de que mistérios divinos. E, não tenham dúvidas de que os orixás são mistérios divinos que foram,
em muitos casos, descaracterizados pelas próprias lendas, que visam eternizá-los na mente e nos corações
humanos.
Saibam que Obá é uma orixá cósmica cujo elemento original é a terra, pois ela é orixá telúrica por
excelência e atua nos seres através do terceiro sentido da vida, que é o Conhecimento, que desenvolve o
raciocínio e a capacidade de assimilação mental da realidade visível, ou somente perceptível, que influencia
nossa vida e evolução continua. Já o seu segundo elemento é o vegetal. Enquanto o orixá Oxóssi, o mitológico
caçador, estimula a busca do conhecimento (evolução), Obá atrai e paralisa o ser que está se desvirtuando
justamente porque assimilou de forma viciada os conhecimentos puros.
O culto à orixá Obá iniciou-se a quatro milênios atrás com a irradiação simultânea de uma de suas
qualidades ou aspectos, a várias partes do mundo, quando, então, ela se humanizou.
E se nossa amada mãe Obá já recolheu boa parte de seus filhos encantados que se espiritualizaram,
muitos ainda estão evoluindo nos dois lados da dimensão humana.
Muitos dos seus filhos são, hoje e na Umbanda, alguns dos mais silenciosos exus e das mais discretas
pomba-giras, dos mais aguerridos caboclos e caboclas, resolutos nas suas ações, precisos nos seus conselhos, e
não são de muita conversa quando sentem que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns
ou pelas pessoas que os consultam.
Agora, deixando os aspectos individuais ou comentários de apoio, o fato é que nossa amada mãe Obá é
uma divindade planetária, regente do pólo negativo da linha do Conhecimento, que é a terceira linha de forças
de Umbanda Sagrada.
Ela e Oxóssi formam esta linha e atuam em pólos opostos: enquanto ele estimula a busca do
conhecimento, ela paralisa os seres que se desvirtuaram justamente porque adquiriram conhecimentos
viciados, distorcidos ou falsos.
O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como divindade cósmica responsável por paralisar os
excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, uma de suas funções é paralisar os
conhecimentos viciados e aquietar os seres antes que cometam erros irreparáveis.
O ser que está sendo atuado por Obá começa a desinteressar-se pelo assunto que tanto o atraia e torna-
se meio apático, alguns até perdendo sua desvirtuada capacidade de raciocinar.
Então, quando o ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, ai ela o
conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar no sentido de redirecioná-lo na linha reta do
conhecimento.
É certo que esta atuação que descrevemos é a que Obá realiza através do seu aspecto positivo ou
luminoso, por onde fluem suas qualidades, atributos e atribuições positivas.
Mas como todo orixá cósmico, ela também possui seus aspectos negativos, que ativa sempre que é
preciso acelerar a paralisação de um ser que, com seus conhecimentos, está prejudicando muitas pessoas e
atrapalhando suas evoluções pois está induzindo-as a seguirem em uma direção contrária à que a Lei Maior
reservou-lhes.
Saibam que todas as doutrinas religiosas rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a
silenciosa atuação de nossa amada mãe Obá.
Vasto é o campo de atuação de nossa amada mãe Obá e aqui não dá para mostrá-lo todo. Mas
acreditamos que os filhos de Umbanda já entenderam onde e quando ela atua.
E, porque ela atua de forma silenciosa e vai paralisando os seres que dão mau uso ao dom do raciocino
e aos conhecimentos adquiridos, e atua preferencialmente no campo religioso, então está na hora de resgatar
os aspectos luminosos dessa amada mãe cósmica e lançar no lixo religioso a lenda que denigre sua imagem
humana, pois foi por amor a nós, espíritos humanos, que ela se humanizou e ajudou a acelerar nossa evolução.
Que fiquem propagando sua falsa humanização os que um dia haverão de conhecer as verdades sobre
Obá, mas nos domínios de seus aspectos negativos
Egunitá
Egunitá é o Orixá Cósmico aplicador da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente
desequilibrados
Fogo, eis o mistério de nossa amada mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que
purifica os excessos emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Os hindus nos legaram
uma divindade cósmica do fogo, punidora das falhas, dos erros e das paixões humanas por excelência. Kali,
no panteão hindu, é uma divindade temida e evitada por todos os que desconhecem seu mistério e o porquê de
sua existência em oposição à de Agni, o Senhor do Fogo Divino, do fogo da Fé.?
O fato é que todas as irradiações divinas, enquanto são apenas essências, são neutras. Mas quando se
condensam e dão origem aos elementos, ai se polarizam em todos os sentidos e assumem naturezas bem
distintas. Pois aí, no fogo, surgem Agni e Kali. Ele é o fogo em seu aspecto positivo e ela o é em seu aspecto
negativo, ou o fogo da purificação das ilusões humanas. Agni é o fogo da fé e Kali é o fogo das paixões
humanas. Agni é pólo masculino e Kali é pólo feminino. Agni é passivo e irradiante e Kali é ativa e atratora.
Agni ilumina o ser e Kali o toma rubro. Agni é o raio dourado e Kali é o raio rubro. Agni é a serpente
flamigea da Fé e Kali é a serpente rubra da paixão. Agni é a chama que aquece e Kali é o braseiro que queima.
Esperamos que tenham entendido que, se recorremos às divindades hindus Agni e Kali, foi para
mostrar como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas formas de nos alcançar e de nos
estimular ou de nos paralisar; de acelerar ou paralisar nossa evolução; de estimular nossa fé ou de esgotar
nossos emocionais desequilibrados.
Agora, coloquem no lugar de Agni o nosso amado orixá Xangô e no lugar de Kali a nossa amada mãe
Egunitá e teremos os mesmos aspectos divinos, mas irradiados por divindades humanizadas em solo africano.
Teremos a linha pura do fogo elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes tanto consomem os
vícios quanto estimulam o sentimento de justiça, que são as qualidades, atributos e atribuições de Xangô e
Egunitá: aplicar a Justiça Divina em todos os sentidos da vida!
Afinal, ou entendemos as divindades a partir da ciência ou até o ano 3000 d.C. ainda estaremos
adorando-as somente através dos fenômenos da natureza. E não é isto que elas desejam de nós, e não foi para
isto que deram inicio à sua renovação através da Umbanda, certo? Nossa mãe Egunitá é fogo puro e suas
irradiações cósmicas absorvem o ar pois seu magnetismo é negativo e atrai este elemento, com o qual se
energiza e se irradia até onde houver ar para dar-lhe esta sustentação energética e elemental.
Como Egunitá (fogo) é feminina, ela se polariza com Ogum (ar), que é masculino e lhe dá a
sustentação do elemento que precisa, mas de forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações acontecem
de forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou. Se ela polarizasse com Iansã, suas
energias não seriam irradiadas porque aconteceria uma propagação delas na forma de labaredas, já que as duas
são de magnetismo e elemento feminino. Eis ai a chave das polarizações, que obedecem a uma ordenação das
irradiações através dos magnetismos.
O inverso acontece com Ogum, que é passivo e só se torna ativo em seu segundo elemento, que é o
fogo que o alimenta, aquecendo-o e energizando suas irradiações. Ogum, enquanto aplicador da Lei, atua nos
campos da justiça como aplicador das sentenças.
Logo, se Ogum absorver o fogo de Xangô, que também é passivo em seu magnetismo, este fogo só irá
consumir o ar de Ogum e não irá gerar a energia ígnea que fluiria como calor através das irradiações retas do
seu magnetismo, que é passivo. Ogum é passivo no magnetismo eólico e ativo em seu segundo elemento, que
é o fogo que energiza (aquece) o ar. Ogum irradia em linha reta (irradiação continua). Xangô irradia em linha
reta (irradiação continua). Iansã irradia em espirais (irradiação circular). Egunitá irradia por propagação
(irradiação propagada). Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se tornam ativas no ar (raios);
Egunitá polariza com Ogum, e suas irradiações por propagação magnética assumem a forma de fachos
flamejantes.
Observem que Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver Ogum,
Xangô e Iansã, que são os outros três orixás que também se polarizam e criam campos específicos de duas das
Sete Linhas de Umbanda. Ela é cósmica (negativa) e seu primeiro elemento é o fogo, que se polariza com seu
segundo elemento que é o ar. Portanto, como o fogo é o elemento da linha da Justiça, ela é uma divindade que
aplica a Justiça Divina na vida dos seres. E, porque o ar é o seu segundo elemento, que a alimenta e energiza e
é o elemento da linha da Lei, ela é uma divindade que aplica a justiça como agente ativa da Lei e consome os
vícios emocionais e os desequilíbrios mentais dos seres.
Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais transformam
os seres em tormentos para seus semelhantes. As divindades têm uma função a realizar e nós sempre seremos
beneficiários de sua atuação. Quando nos paralisam, também estão nos ajudando, pois estão evitando que
continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto sem retorno. Ela é a executora da Justiça
Divina nos campos da Lei, regidos por Ogum no pólo positivo da linha pura da Lei.
Iansã
Iansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seus campo preferencial de
atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão
de forma menos “emocional”.
No comentário sobre o orixá Egunitá já abordamos nossa amada mãe lansã. Logo, aqui seremos breves
em nosso comentário sobre ela, que também foi analisada no capitulo reservado ao orixá Ogum. Como
dissemos antes, lansã, em seu primeiro elemento, e ar e forma com Ogum um par energético onde ele rege o
pólo positivo e é passivo pois suas irradiações magnéticas são retas. lansã é negativa e ativa, e suas irradiações
magnéticas são circulares ou espiraladas. Observem que lansã se irradia de formas diferentes: é cósmica
(ativa) e é o orixá que ocupa o pólo negativo da linha elemental pura do ar, onde polariza com Ogum. Já em
seu segundo elemento ela polariza com Xangô, e atua como o pólo ativo da linha da Justiça, que é uma das
sete irradiações divinas.
Na linha da Justiça, lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela
atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos.
lansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os
seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só
então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta
da evolução.
As energias irradiadas por lansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o
emocional, acelerando suas vibrações. Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é
redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta da evolução, então uma de suas sete
intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser e o retém em um dos campos
de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha
descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.
Nossa amada mãe Iansã possui vinte e uma lansãs intermediárias, que são assim distribuídas: Sete
atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos pólos positivos, onde entram
como aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da orixá
planetária Iansã. Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam os orixás regentes dos pólos
negativos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo seus princípios, recorrendo aos aspectos negativos
da orixá planetária Iansã. Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias, onde, regidas pelos
princípios da Lei, ou direcionam os seres para as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas
negativas.
Enfim, são vinte e uma orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda.
Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe
lansã intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é ela
quem envia ao tempo os eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade. lansã do Tempo, não tenham dúvidas,
tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo onde
serão esgotados.
Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los a
um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é
necessário. E isto o Tempo faz muito bem! Já lansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de
nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito conhecida, porque atua preferencialmente sobre os
espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como vida é geração e Omulu atua
no pólo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos que
atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.
Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do orixá Omulu, que rege sobre o lado de “baixo” do
campo santo. Mas também são muito conhecidas as lansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar,
das Cachoeiras e dos Ventos (lansã pura). As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam
através das irradiações inclinadas dos outros orixás, quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas.
Temos: • uma Iansã do Ar. • uma Iansã Cristalina. • uma lansã Mineral. • uma Iansã Vegetal. • uma lansã
Ígnea. • uma lansã Telúrica. • uma lansã Aquática. Bom, só por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa
amada regente feminina do ar, já deu para se ter uma idéia do imenso campo de ação do mistério “Iansã”.
O fato é que ela aplica a Lei nos campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com
suas irradiações espiraladas, que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e
suas consciências desordenadas! Não vamos nos alongar mais, pois muito já foi dito e escrito sobre a
“Senhora dos Ventos”.
Nanã
A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua
decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada.
A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é de
natureza cósmica pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas
irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que
tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais. Nanã forma com
Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na passagem do plano
espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que
irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e
Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos “terra-água”. Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia
energia elemental telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e
a mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna “úmida”. Já Nanã, atua de forma inversa: seu
magnetismo absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra
e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.
Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com
processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá
reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já adormecido, até
o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado .
Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde que
ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê, que é o “Senhor das
Passagens” de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui
todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na
carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à
velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela
adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma
encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a
sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando
tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Nas “linhas da vida”, encontramos os orixás atuando através
dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da vida dos seres.
Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque onde um de
seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o principal aspecto em uma
linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares com todos os outros treze orixás, mas
sem nunca perder suas qualidades “água-terra”. Já em seus aspectos negativos, bem, como a Umbanda não
lida com eles, que os comente quem lidar, certo?
Omulú
Omulú é o orixá que rege a morte, ou no instante da passagem do plano material para o plano espiritual
(desencarne)
É com tristeza que temos visto o temor dos irmãos umbandistas quando é mencionado o nome do
nosso amado Pai Omulu. E no entanto descobrimos que este medo é um dos frutos amargos que nos foram
legados pelos ancestrais semeadores dos orixás em solo brasileiro, pois difundiram só os dois extremos do
mais caridoso dos orixás, já que Omulu é o guardião divino dos espíritos caídos. O orixá Omulu guarda para
Olorum todos os espíritos que fraquejaram durante sua jornada carnal e entregaram-se à vivenciação de seus
vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga ninguém, pois estas ações são atributos da Lei Divina, que
também não pune ou castiga. Ela apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne. E se alguém
semeou ventos, que colha sua tempestade pessoal, mas amparado pela própria Lei, que o recolhe a um dos sete
domínios negativos, todos regidos pelos orixás cósmicos, que são magneticamente negativos. E Tatá Omulu é
um desses guardiões divinos que consagrou a si e à sua existência, enquanto divindade, ao amparo dos
espíritos caídos perante as leis que dão sustentação a todas as manifestações da vida..
Esta qualidade divina do nosso amado pai foi interpretada de forma incorreta ou incompleta, e o que
definiram no decorrer dos séculos foi que Tatá Omulu é um dos orixás mais “perigosos” de se lidar, ou um
dos mais intolerantes, e isto quando não o descrevem como implacável nas suas punições.
Ele, na linha da Geração, que é a sétima linha de Umbanda, forma um par energético, magnético e
vibratório com nossa amada mãe Yemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os
princípios que dão sustentação às manifestações da vida. Em Tatá Omulu descobri o amor de Olorum, pois é
por puro amor que uma divindade consagra-se por inteiro ao amparo dos espíritos caídos. E foi por amor a nós
que ele assumiu a incumbência de nos paralisar em seus domínios, sempre que começássemos a atentar contra
os princípios da vida. Enquanto a nossa mãe Yemanjá estimula em nós a geração, o nosso pai Omulu nos
paralisa sempre que desvirtuamos os atos geradores.
Mas esta “geração” não se restringe só à hereditariedade, já que temos muitas faculdades além desta,
de fundo sexual. Afinal, geramos idéias, projetos, empresas, conhecimentos, inventos, doutrinas,
religiosidades, anseios, desejos, angústias, depressões, fobias, leis, preceitos, princípios, templos, etc. Temos a
capacidade de gerar muitas coisas, e se elas estiverem em acordo com os princípios sustentados pela
irradiação divina, que na Umbanda recebe o nome de “linha da Geração” ou “sétima linha de Umbanda”,
então estamos sob a irradiação da divina mãe Yemanjá, que nos estimula.
Mas, se em nossas “gerações”, atentarmos contra os princípios da vida codificados como os únicos
responsáveis pela sua multiplicação, então já estaremos sob a irradiação do divino pai Omulu, que nos
paralisará e começará a atuar em nossas vidas, pois deseja preservar-nos e nos defender de nós mesmos, já que
sempre que uma ação nossa for prejudicar alguém, antes ela já nos atingiu, feriu e nos escureceu, colocando-
nos em um de seus sombrios domínios. Ele é o excelso curador divino pois acolhe em seus domínios todos os
espíritos que se feriram quando, por egoísmo, pensaram que estavam atingindo seus semelhantes. E, por amor,
ele nos dá seu amparo divino até que, sob sua irradiação, nós mesmos tenhamos nos curado para retomarmos
ao caminho reto trilhado por todos os espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses.
Todos somos dotados dessa faculdade, já que todos somos multiplicadores da vida, seja em nós
mesmos, através de nossa sexualidade seja nas idéias, através de nosso raciocínio, assim como geramos
muitas coisas que tornam a vida uma verdadeira dádiva divina. Tatá Omulu, em seu pólo positivo, é o curador
divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente. Se orarmos a ele quando estivermos enfermos ele
atuará em nosso corpo energético, nosso magnetismo, campo vibratório e sobre nosso corpo carnal, e tanto
poderá curar-nos quanto nos conduzir a um médico que detectará de imediato a doença e receitaria medicação
correta.
O orixá Omulu atua em todos os seres humanos, independente de qual,. seja a sua religião. Mas esta
atuação geral e planetária processa-se através de, uma faixa vibratória especifica e exclusiva, pois é através
dela que fluem as irradiações divinas de um dos mistérios de Deus, que nominamos de “Mistério da Morte”.
Tatá Omulu, enquanto força cósmica e mistério divino, é a energia que se condensa em torno do fio de prata
que une o espírito e seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o
outro.
Neste caso ele não se apresenta como o espectro da morte coberto com manto e capuz negro,
empunhando o alfanje da morte que corta o fio da vida. Esta descrição é apenas uma forma simbólica ou
estilizada de se descrever a força divina que ceifa a vida na carne. Na verdade, a energia que rompe o fio da
vida na carne é de cor escura, e tanto pode parti-lo num piscar de olhos quando a morte é natural e fulminante,
como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o espírito, que já entrou em
desarmonia vibratória porque a passagem deve ser lenta, induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma
passiva.
O orixá Omulu atua em todas as religiões e em algumas é nominado de “Anjo da Morte” e em outras
de divindade ou “Senhor dos Mortos”. No antigo Egito ele foi muito cultuado e difundido e foi dali que
partiram sacerdotes que o divulgaram em muitas culturas de então. Mas com o advento do Cristianismo seu
culto foi desestimulado já que a religião cristã recorre aos termos “anjo” e “arcanjo” para designar as
divindades. Logo, nada mais lógico do que recorrer ao arquétipo tão temido do “Anjo da Morte”, todo coberto
de preto e portando o alfanje da morte, para preencher a lacuna surgida com o ostracismo do orixá ou
divindade responsável por este momento tão delicado na vida dos seres.
O culto a Tatá Omulu surgiu entre os negros levados como escravos ao antigo Egito, que o
identificaram como um orixá e o adaptaram às suas culturas e religiões. Com o tempo, ele foi, a partir desse
sincretismo, assumindo sua forma definitiva, até que alcançou o grau de divindade ligada à morte, à medicina
e às doenças. Já em outras regiões da África, este mistério foi assumindo outras feições e outros orixás
semelhantes surgiram, foram cultuados e se humanizaram. “Humanizar-se” significa que o orixá ou a
divindade assumiu feições humanas, compreensíveis por nós e de mais fácil assimilação e interpretação. Tatá
Omulu não vibra menos amor por nós do que qualquer um dos outros orixás e está assentado na Coroa Divina,
pois é um dos Tronos de Olorum, o Divino Criador. Atotô, meu pai!
OUTROS
OS PRETOS VELHOS
São espíritos de velhos africanos que foram trazidos para o Brasil como escravos e que trabalham na
Umbanda como símbolos da fé e da humildade. Seus trabalhos são de ajuda aqueles que estão em dificuldade
material ou emocional, sendo que, o seu trabalho se desenvolve mais para o lado emocional e físico, das
pessoas que os procuram, sendo chamados, carinhosamente de psicólogos dos aflitos.
Sua paciência em escutar os problemas e aflições dos consulentes, fazem deles as entidades mais
procuradas na Umbanda, são chamados de Vovôs e Vovós da Umbanda.
Também usam ervas em seus trabalhos de magia e principalmente para rezar pessoas doentes e
crianças que estão com mal olhado, suas rezas são conhecidas como poderosas, usam também de patuás,
saquinhos que são depositados elementos de magia e que os consulentes usam no corpo para proteção.
Da mesma forma que os Caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual, jogando
sua fumaça sobre a pessoa que esta recebendo o passe
BAIANOS:
...Os fundadores da Umbanda são caboclo e preto-velho, que no astral fizeram escola, com o tempo se
assentaram ao seu lado outros povos de trabalho, vemos hoje muito bem assentados dentro do contexto
Umbandista as figuras do boiadeiro, marinheiro, baiano e cigano além das crianças, exú e pomba-gira.
... Todos são excelentes trabalhadores e cada “grupo de trabalho” tem a sua maneira de atuar, no astral
a linha de trabalho (povo a que pertence) e o nome que eles carregam representa respectivamente o grau e a
força em que a entidade guia está assentada.
...
No caso os Baianos formam uma corrente de entidades que ao desencarnar, apesar da afinidade com o culto ao
Orixá (muitos foram sacerdotes), não tinham o grau de preto-velho, estabeleceram uma egrégora de
trabalhadores do astral que com o tempo reconhecida pela Umbanda passaram a ter a oportunidade do
trabalho ativo e incorporante, acharam por bem batizar como linha dos Baianos como homenagem a origem
dos primeiros formadores desta corrente e a Terra que tão bem acolheu o Orixá no Brasil.
... São muito ativos, despachados e descontraídos. Bons orientadores e doutrinadores, tem facilidade
em lidar com o desmanche dos trabalhos de kimbanda e magia negra. Usam colares de cocos e sementes.
Tendo na sua forma de trabalhar muito das qualidades de Iansã, por serem movimentadores e irrequietos,
combinam esta forma de trabalhar com sua natureza onde cada um se mostra regido por um Orixá diferente
assim trazendo para a gira a força das sete linhas da Umbanda.
...Suas oferendas podem ser feitas ao pé de um coqueiro ou no ponto de força do Orixá que rege o
baiano a ser oferendado. Gostam de festas e comidas típicas da Bahia e batida de coco.
...Como comprimento dizemos simplesmente: “É da Bahia meu Pai... Salve a Bahia” ou simplesmente
“Salve os baianos”.
Texto Extraído Do Jus – Jornal De Umbanda Sagrada
BOIADEIROS
Para algumas correntes de pensamento umbandista, esses espíritos já foram Exus e, numa transição dos
seus graus evolutivos, hoje se manifestam como caboclos boiadeiros.
...Essa é a interpretação mais aceitável, pois muitos desse espíritos que hoje se manifestam nesta linha de
trabalhos espirituais realmente já trabalharam sob a irradiação do mistério Exu,que os acolheu e direcionou,
pois na Umbanda Sagrada Exu é mais um dos seus graus evolutivos.
...Mas muitos desses caboclos boiadeiros nunca foram Exus e sim, atuam nas linhas cósmicas dos
sagrados orixás e são regidos por Ogum e por Oyá e seus campos de ação são os caminhos (Ogum) e o tempo
ou as Campinas (Oiá).
...São espíritos hiper-ativos que atuam como refreadores do baixo-astral e são aguerridos,
demandadores e rigorosos quando tratam com espíritos trevosos.
...O símbolo dos boiadeiros é o laço e o chicote, que são suas armas espirituais e são verdadeiros
mistérios, tal como são as espadas, as flechas e outras “armas” usadas pelos espíritos que atuam como
refreadores das investidas das hostes sombrias formadas por espíritos do baixo-astral.
...É uma linha muito poderosa e muito numerosa no mundo espiritual e seus caboclos atuam nas sete
linhas de Umbanda.
...Os Orixás que regem o mistério boiadeiros são Ogum e Oyá.
...Eles são descritos como Caboclos da Lei que atuam no tempo ou Caboclos do Tempo que atuam na
irradiação da lei.
Os Boiadeiros fazem parte de um dos “Povos de Umbanda” que se apresentam nos terreiros. É uma
linha de trabalho tão importante quanto caboclos, pretos-velhos, baianos, ciganos, marinheiros, etc.
...Constituem uma linha intermediária e uma homenagem ao povo sofrido que vivem nos campos.
Muitas entidades em sua fase de evolução, transitando das linhas de trabalho da esquerda para a direita,
encontram na forma de atuação como boiadeiros um ótimo recurso para fazerem essa transição. Podemos
assim dizer que alguns boiadeiros já estiveram atuando como exús no passado.
...É uma linha muito amparada pelos Orixás Yansã e Oiá-Tempo, pois, na sua forma de apresentação
os boiadeiros costumam com seus laços criar verdadeiras espirais nas quais “laçam” eguns e quiumbas
paralisados em seus negativos e que perturbam a paz dos encarnados.
...Os boiadeiros em geral são alegres e costumam com seus brados de “ô boi” trazerem a descontração
e fazem poderosos descarregos enquanto dançam.
...A saudação aos boiadeiros é “marranbá che tuá”, ou simplesmente “salve os boiadeiros”.
...Por ser uma linha diversa, muitos praticantes não obtém o conhecimento de seus trabalhos e
procedimentos pautados no bom senso, conta-se que em alguns terreiros menos esclarecidos alguns médiuns
na manifestação desta linha “incorporam” o “boi”, outros o “boiadeiro” e então o terreiro torna-se um
verdadeiro “rodeio” com os médiuns laçando-se uns aos outros numa verdadeira pantomima!!!
...O importante é que em todas as práticas mediúnicas nos pautemos pela ética, onde as entidades
manifestantes como Guias Espirituais sempre vem para trabalhar prestando a caridade e os médiuns sempre
devem poder se responsabilizar por todo o trabalho que suas entidades realizam em terra.
...Os Boiadeiros respondem à todo terreiro que traz uma doutrina voltada para a prática do amor e da
caridade com humildade e devoção, e o que existir de ruim por aí, boiadeiro aparecerá apenas para laçar e
levar embora...
....Salve todos os Boiadeiros!
Texto Extraído Do Jus – Jornal De Umbanda Sagrada
(Christiane Pastor E Alexandre Cumino )
AS CRIANÇAS
Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da
aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em
qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez.
O MISTÉRIO POMBAGIRA
Com a permissão da Divina Mahor-yê, Trono Guardião do Mistério Pomba-Gira no Ritual de
Umbanda Sagrada.
O mistério Pomba-Gira é regido por uma divindade cósmica que tanto gera quanto irradia o fator
desejo.
Saibam que esses fatores, vigor (Exu) e desejo (Pomba-Gira), se completam e criam as condições
ideais para que a Umbanda tenham seus recursos mágicos e cármicos, também eles, atuando através de linhas
de força horizontais ou inclinadas, e dispensa a ativação direta dos Tronos Cósmicos ou dos aspectos
negativos dos regentes das linhas de Umbanda.
Saibam também que nem Exu natural nem Pomba-Gira Natural seguem a mesma linha de direção
evolutiva dos espíritos, pois eles seguem outra orientação e direcionamento.
Pomba-Gira natural é um ser cuja presença desperta o desejo, porque é irradiadora natural desse fator
divino. Só que esse fator não se limita ao sexo, e destina-se a todos os sentidos da vida, pois só desejando, um
ser empreende alguma coisa ou toma alguma iniciativa em algum sentido.
Portanto, o desejo, é um fator divino fundamental em nossa vida, pois nós o absorvemos por todos os
setes chacras principais e também pelos secundários.
O desejo só existe porque Deus assim quis e ele não se manifesta só através do sexo, pois sentimos o
desejo de aprender, de viajar, de conversar, de nos divertir, de comer determinado alimento ou de vestir
determinada roupa, etc.
O mistério Pomba-Gira se manifesta na Umbanda através de seres naturais ou de espíritos
incorporados às suas hierarquias ativas, pois são elementos mágicos que podem ser ativados por qualquer
pessoa, desde que o faça dentro de um ritual codificado como correto pelo Ritual de Umbanda Sagrada, assim
como são agentes cármicas, pois podem ser ativadas pela Lei Maior.
O mistério Pomba-Gira é em si neutro, e pode ser ativada com oferenda ritual, pois é elemento mágico,
assim como pode ser ativada pela Lei Maior porque é agente cármica, esgotadora de emocionais apassionados
ou despertadora de desejo em seres apáticos.
Entendam que Deus criou tudo, também gerou o desejo como uma de suas qualidades ou fatores, pois
sem vibrarmos o desejo, nada desejaremos e nos tornaremos apáticos, desinteressados e nos paralisaremos.
Logo, Deus, que tudo sabe, cuidou deste aspecto de nossa vida e gerou o desejo como um de seus
fatores, assim como gerou uma divindade cósmica que tanto o gera como o irradia a tudo e a todos.
Essa divindade de Deus também formou sua hierarquia divina, que chega até nós no nosso nível terra
como as exuberantes Pomba-Giras, que são regidas por um Trono Cósmico feminino cujo nome mântrico é
Ma-hor-iim-yê, ou Mahór yê, Senhora Guardiã dos Mistérios do desejo, que polariza horizontalmente com o
Trono Cósmico Guardião dos Mistérios do Vigor.
Logo Pomba-Gira polariza com Exu. E o desejo, unindo-se com o vigor, cria nos seres as condições
ideais que os ativarão em todos os sentidos e os induzirão a assumir com vigor e paixão as empreitadas mais
temerárias.]
Mas, caso sejam ativados e usados indevidamente, ai perdem suas grandezas e se tornam paixões
devastadoras e vigores atormentadores para quem der uso a eles, pois são em si mistérios, e, como tal, voltam-
se contra quem lhes der mau uso. Aí subjugam essa pessoa, induzem-na aos maiores destinos e aberrações até
lançá-la num tormento alucinante, delirante e bestificante, cuja finalidade é levá-la à loucura em todos os
sentidos.
Saibam que muitas pessoas que abandonaram a Umbanda e o Candomblé e, todos confusos,
atrapalhados e perseguidos por hordas de espíritos obsessores, estão entre as que achavam que Pomba-Gira e
Exu eram seus escravos e os atenderiam inconseqüentemente. Mas como começaram a pagar o preço ainda
aqui, correram para o abrigo das seitas salvacionistas, e dali se voltam contra estes mistérios cósmicos,
acusando-os de “demônios”.
Pomba-Gira não se auto ativa contra ninguém, ou alguém a ativa ou isso quem faz é a Lei Maior.
E tanto pode ser ativada para ajudar quanto para esgotar o desejo em todos os sentidos da vida de uma
pessoa, quanto só num sentido onde está se excedendo e se desviando de sua evolução reta e contínua.
Não foi aberto para a dimensão material o mistério Exu feminino. Logo, quem descreve Pomba-Gira
como Exu fêmea não sabe nada sobre este outro mistério da Umbanda.
Parte do texto retirado do Livro: “ UMBANDA SAGRADA” - Rubens Saraceni.
São entidades em evolução, seu trabalho é dirigido, principalmente a defesa dos seus médiuns e a
defesa do terreiro, porém, são muito procurados para resolver os problemas da vida sentimental e material.
Costumam trabalhar com velas, charutos, cigarros, bebidas fortes, punhais em seus pontos riscados,
pembas brancas, pretas e vermelhas . Devido ao seu temperamento forte e alegre costumam atrair bastante os
consulentes , principalmente pôr que quando falam que vão ajudar certamente o farão.
Ciganos
Os mistérios desse povo nômade, ronda também as Giras de Umbanda. A presença dessas entidades é
rara, mas quando chegam trazem com eles todos os mistérios da magia. Mas não uma magia trabalhada apenas
nas ervas e sim na destreza com que lidam com o astral, com seus punhais, suas cartas, bola de cristal,
adivinhações, são verdadeiramente os "mágicos" da Umbanda, que em seus atendimentos conseguem
hipnotizar seu consulente. São sutis, delicados, amorosos, práticos.
Gostam da dança embaladas pelos Banjos, da comida farta, gostam de reunir sua "Compania" em volta de
suas fogueiras, ou seja, gostam da fartura e da liberdade.
Não criam raiz, vão onde está a fortuna.
Por não criar raízes, o povo cigano existe inclusive nos dias de hoje, em diversas partes do mundo. Na
Umbanda, se manifestam ciganos que são de origem oriental, como também ciganos de outras partes do
mundo, inclusive brasileiros.
São especialistas em resolver problemas financeiros e também amorosos.
Uma dica para que sempre haja fartura. : Pegue uma taça grande, e preencha ela com grãos de arroz, milho,
sementes de gira sol, folhas de louro, moedas douradas. Depois de enfeitado acenda uma vela amarela ao lado
do copo, e batize o copo com o nome de um (a) cigano(a), e peça que haja sempre muita fartura e muita
riqueza em sua vida. E sempre que tiver moedas douradas, complete o copo.
Fonte: texto retirado do Livro: “ UMBANDA SAGRADA” - Rubens Saraceni
ubens Saraceni
> Apresentação a Teogonia de Umbanda
O texto abaixo é a primeira parte da apresentação do livro "Orixás - Teogonia de Umbanda", de
Rubens Saraceni - 2002 - Editora Madras
Observem que queremos chamar a tenção dos leitores para o fato de que em um século de existência a
Umbanda já avançou muito em seus aspectos teóricos e práticos e, no entanto, sempre haverá espaço para
novos livros e conceitos, porque ela é uma religião de fato e uma fonte inesgotável de conceitos e
informa¬ções. Tanto isso é verdade que jamais deixaremos de ter novos livros sobre a religião umbandista,
nos quais os autores estarão reavivando a fé dos leitores, abordando aspectos ritualís¬ticos e conceitos
doutrinários, sempre movidos pelo intuito de elucidar, escla¬recer e instruir as novas gerações umbandistas.
Sim, as novas gerações são as grandes levas de pessoas possuidoras de mediunidade de incorporação
que adentram diariamente os templos de Umbanda, ávidas por informações acerca do universo divino da sua
nova religião.
Pai Benedito de Aruanda, M. L. , já nos dizia:
"Filhos, não temam as críticas cujo intuito é destruir a Umbanda porque elas não prosperarão, já que a
cada novo dia milhares de espíritos reencarnam e muitos deles já trazem abertas as suas faculdades
mediúnicas, faculdades essas que os conduzirão ao encontro das religiões espíritas ou mediúnicas, tais como o
espiritismo, a Umbanda e o Candomblé.
Pai Benedito também dizia:
"Filhos, a Umbanda é maior que todos os umbandistas juntos, pois ela é uma religião, e, como tal,
sempre abrigará novos fiéis, mostrando a todos que é em si um mistério de Deus, apto a abrigar em seu seio
(templos) quantos a procurarem e a adotarem como sua 'guia terrena' nos caminhos que nos conduzem a
Deus".
Pai Benedito também nos alertava sempre sobre o fato de que, caso alguém quisesse se arvorar em
"papa" da Umbanda ou chamasse para si a posse dela, dos seus conceitos e da sua doutrina, logo se veria tão
assoberbado que se calaria e se recolheria ao silêncio sepulcral do seu íntimo, já que a Umbanda não tem um
dono ou um papa.
Pai Benedito também nos dizia:
"Filhos, a Umbanda é uma religião mediúnica e, como tal, dispensa templos suntuosos, pois onde
houver um médium lá estará um dos seus 'templos vivos', através do qual a religião fluirá em todo o seu
esplendor. Portanto, sejam bons e bem esclarecidos médiuns, porque serão a religião".
Tantas coisas foram ditas a nós por Pai Benedito de Aruanda que é impossível recordar todas neste
momento em que escrevo a apresentação deste livro.
Mas se de algumas me recordo é para salientar a sapiência desse nosso amado irmão Preto-Velho que
sempre nos alertava:
"Filhos, Deus é a verdade e a fonte divina de todos os mistérios. Só Ele realmente sabe! Quanto a nós,
espíritos mensageiros e médiuns, so¬mos apenas intérpretes d´Ele e dos Seus mistérios, dos quais temos nossa
versões e nada mais".
Logo, caso lhes digam:
Esta é a verdade final sobre Deus e sobre seus mistérios – fiquem alertas porque ali estará alguém
fazendo proselitismo em causa própria ou é um mero especulador.
Se relembro os alertas de Pai Benedito de Aruanda, dados quando ele psicografava através de mim, é
porque ele sempre foi um crítico ardente de muitos dos comentários sobre os orixás.
Ele não poupava ninguém quando o assunto era os orixás e até nos dizia:
"Filhos, hoje estão surgindo pessoas, cheias de soberbia e sapiência, arvorando-se em arautos do saber
sobre os orixás, tal como faziam os missionários cristãos, que saiam pelo mundo catequizando a torto e a
direito pessoas cuja religiosidade simples não resistia diante das suas citações em 'latim' feitas muito mais para
impressionar as 'massas ignorantes' que pelo seu conteúdo".
"Lembrem-se",
alertava-nos Pai Benedito,
"que orixá é mistério de Deus! E, como tal, assume as feições humanas que lhe dermos. Mas lembrem-
se também: Existe uma Ciência Divina que explica os mistérios dos orixás de forma científica e, em vez de
recorrer aos seus aspectos míticos, os decifra e os ensina através das qualidades divinas que cada um deles é
em si mesmo".
"Na 'ciência divina' está a chave para decifrar os mistérios dos orixás, filhos de Umbanda!"
alertava-nos Pai Benedito de Aruanda, M. L.
"Na ciência divina existe uma ciência dos entrecruzamentos que nos explica cada orixá cultuado nas
religiões africanas puras ou afro-brasileiras."
Pai Benedito sabia das coisas que nós não conhecíamos, mas que o tempo se encarregou de nos
mostrar.
Recentemente (março de 2000) ganhei um livro intitulado Orixás da Bahia, de autoria de Elyette
Guimarães de Magalhães e, para minha surpresa, encontrei uma descrição sobre o orixá Logum Edé, a qual
transcrevo na íntegra:
"Este grande orixá, filho de Ibualama ou Inlé – uma 'qualidade' de Oxossi, como dizem os afro-
haitianos – e da Oxum cognominada Yeyê Ponda ou mais simplesmente Oxum Ipondá, participa de modo
muito imediato tanto da natureza como da própria condição de seu pai e de sua mãe, cujos caracteres reúne (os
mais opostos inclusive) e em cujos domínios alterna. Assis é que de seis e seis meses, conforme os mitos,
deixa de ser o másculo caçador habitante dos bosques, onde captura e mata os animais selvagens dos quais se
nutre, para mudar-se em bela ninfa vaidosa e cheia de requebros, senhora das águas doces de cujos peixes ora
se alimenta – e vice versa. Poderíamos mesmo dizer que Logum Edé é, de fato, numa só pessoa e
sucessivamente, Ibualama e Oxum".
Na ciência dos entrecruzamentos, discutida parcialmente no nosso livro O Código da Umbanda, já
vimos surgirem orixás intermediários a partir dos cruzamentos das irradiações verticais com as correntes
horizontais (faixas vibratórias), e ali todos foram identificados por nomes simbolizadores dos seus campos de
ação nos domínios divinos.
Deduzimos que Logum-Edé é o nosso amado Pai Oxossi do amor, da união e da concepção da vida,
aos qual descrevemos assim:
- 2º Oxossi: é o Oxossi do amor ou o Oxossi mineral, também denominado Oxossi do conhecimento
genético. Ele surge a partir do 2º pólo magnético, que é formado no entrecruzamento com a corrente
eletromagnética mineral, regida pelo orixá Oxum (orixá da concepção e do amor) com a 3º irradiação vertical,
regida por Oxossi.
É impressionante como a descrição mítica e a científica se encaixam no caso de Logum Edé e do 2º
Oxossi ou "Oxossi do amor", e se alguém ainda duvidar de que são uma só divindade, então nada podemos
fazer além de recomendar isto: dêem tempo ao tempo para esclarecer o que não nos foi possível.
Observem que, se ressaltei o caso do orixá Logum Edé, já que O Código da Umbanda foi escrito em
1994 e só em março de 2000 este livro me chegou às mãos, e o código é obra mediúnica de diversos espíritos
(Pai Benedito inclusive), também em maio de 2000, durante uma aula de teologia de Umbanda, mestre
Anaanda nos revelou que o orixá Ewá é uma "Iemanjá" intermediária, regente de uma faixa vibratória
horizontal em cujas pontas estão Iemanjá e Ogum, fato esse que a torna impulsiva como todo Iemanjá e
aguerrida como todo Ogum, levando muitos a identificarem-na como uma "Iansã".
A ciência divina nos ensina que Ewá é uma divindade intermediária de Iemanjá, que atua sob a
irradiação de Ogum como geradora de uma vibração, energia e magnetismo criadores do caráter e amoldadora
da moral dos seres sob sua influência.
Cremos que esses dois exemplos já são suficientes para que os nossos leitores entendam o objetivo da
nossa Teogonia de Umbanda.
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Rubens Saraceni
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Leiam também do autor:
Rubens Saraceni
-> Apresentação a Teogonia de Umbanda
-> Entrevista de Rubens Saraceni para a Revista Sexto Sentido
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Rubens Saraceni: O conhecimento hoje dos pontos dentro da Umbanda graças ao seu trabalho e de outras
pessoas está começando a se disseminar. Temos à nossa disposição livros com os pontos cantados de
Umbanda, com as letras, sem a música. Os pontos tem um fundamento por trás. Hoje não temos muitos CDs,
mas houve um tempo que havia muitos Long Plays à nossa disposição. O senhor chegou a gravar LPs não é?
Pai Élcio: Sim. Eu gravei a minha primeira música há muito tempo, que falava assim: “Meu pai,
caminha com eu agora; Meu pai, caminha com eu agora; Sou filho seu pequenino; Minha missão é tão grande;
Valei-me Nossa Senhora; Valei-me Jesus menino”. Essa foi a minha primeira gravação. Certa vez, eu estava
numa festividade e a Preta Velha chorou. Eu estava cantando para ela e as lágrimas desciam. Aí o cabone veio
me perguntar o motivo e eu lhe disse:“- Sabe meu filho, esse ponto tem um fundamento tão grande... tão
grande, que a Preta Velha realmente memorizou muita coisa através dele. O ponto era o seguinte:
Fio se suncê precisar; É só pensar na vovó que ela vem te ajudar; Fio se suncê precisar; É só pensar na
vovó que ela vem te ajudar;
Pense numa pisada longa zifinho; Lá no seu jacutá; Numa casinha branca zifinho; Que a vovó tá lá;
Sentada num banquinho tosco zifinho; Com a sua rosária na não; Pense na Preta Velha zifinho;
Fazendo oração; Pense na Preta Velha zifinho; Fazendo oração.
Rubens Saraceni: Esse é antigo. sim. São pontos como este que não sabemos como cantá-lo no centro
porque nos falta a melodia.
Pai Élcio: O J.B. de Carvalho foi um dos que mais nos trouxe pontos de raiz.
Rubens Saraceni: Eu tenho vários discos do J.B. de Carvalho. Só não tenho mais a vitrolinha para tocá-
los. (risos). Nós conhecemos o Pai Élcio só como Pai Élcio de Oxalá e não nos preocupamos com o
sobrenome mas é Élcio Xavier não é? Fale-nos como foram esses trinta e poucos anos cantando a Umbanda.
Pai Élcio: Eu era muito ligado à matéria, gostava de um bolero, era cantor de samba, cantor da noite e
tal. Mas veio o momento de me desligar de tudo isso. Quando minha Preta Velha desceu e falou que à partir
daquele momento estava começando um novo trabalho, parei com tudo e ingressei na escola de Curimba Pai
Milton Fernandes. Um homem maravilhoso, muito bom de coração e de espiritualidade. Quando ele faleceu,
eu fiquei junto com a filha dele fazendo um trabalho junto com a escola. Foi lá onde eu comecei a ter uma sala
para dar aulas de canto e ali eu formei vários alunos. Naquele tempo, só tinha a Escola de Curimba Milton
Fernandes, nascendo depois a Escola de Curimba Pombinho Branco que era de Demétrios Domingues. Depois
conheci o Severino Sena que foi meu aluno e de lá nós formamos a Escola de Curimba Élcio de Oxalá.
Rubens Saraceni: Uma caminhada. O senhor tem noção de quantos cantores, curimbeiros, tocadores de
atabaque já formou ao longo desses anos?
Pai Élcio: Cerca de 300 ou 400 Ogãs.
Rubens Saraceni: Hoje são promovidos vários concursos de pontos cantados de Umbanda. No passado
esse tipo de evento existia?
Pai Élcio: Nós não tínhamos quase eventos em São Paulo e Minas. Eventos públicos somente festa de
São Cosme e Damião, a de Ogum que o Pai Jamil fazia no Ibirapuera e a Festa de Oxóssi realizada por Joana
Amparato que era do Primado de Umbanda. A Escola de Curimba Milton Fernandes fez o primeiro Festival
de Curimba onde participaram vários curimbeiros, várias casas, vários terreiros. Hoje a nossa Umbanda teve a
felicidade de ter Pai Rubens e outros dirigentes que começaram a fazer outros eventos.
Rubens Saraceni: Hoje estão sendo mostradas as coisas boas. Porque não é só o trabalho pesado de
segurar carga das pessoas, a Umbanda é alegria, é confraternização, emanação, é vibração. E a Umbanda tem
seu fundamento no ponto cantado, uma das suas forças atuantes através da música. Durante os trabalhos
alguns médiuns ficam meio envergonhados de cantar meio alto e desafinar, então cantam baixinho, para si.
Mas eu sempre digo que quando se for cantar não devemos nos preocupar com a voz, porque o ato de enunciar
o Orixá ali, traz a vibração para pessoa e a beneficia.
Pai Élcio: Não precisa ter a voz bonita basta firmeza que o seu canto chega até lá.
Rubens Saraceni: É o sentimento naquelas palavras. É como uma oração, se ela é repetida porque foi
decorada não tem valor. Mas se é feita pela alma, pelo coração a divindade é acessada e retorna. Entre LPs e
CDs, quantos o senhor já gravou?
Pai Élcio: Cerca de 14.
Rubens Saraceni: Qual a grande dificuldade para mantê-los num mercado fechado, como o
umbandista?
Pai Élcio: Paga-se um preço alto para a gravadora lançar os cds, e existem irmãos nossos que pegam o
cd original e fazem cópias piratas vendendo-as por um preço lá embaixo. O original fica encalhado por muito
tempo e isso dificulta dar prosseguimento ao trabalho. Em vez de fazer dois, três planos, conseguimos fazer
um e quando termina a gente nem pensa mais em fazer o próximo.
Rubens Saraceni: Hoje a figura do pirata está aí, atrás de uma máquina imprimindo qualquer coisa e
tirando a possibilidade de se construir uma indústria genuína. Mas a gente sabe que o senhor não pára mesmo
com todos as dificuldades. O que nós podemos esperar?
Pai Élcio: Eu estou no Estúdio Sólon e agora em março se Deus quiser estaremos lançando um novo
trabalho. Eu e a Conceição da Jurema estamos gravando dez faixas cada um, ao todo, o cd terá vinte faixas. O
que eu posso adiantar é que tem surpresa e surpresa boa. O lançamento está marcado para o último sábado do
mês de março.
Rubens Saraceni: E o senhor lança o seu CD só no Brasil Pai Élcio?
Pai Élcio: Eu tive a oportunidade há dois anos atrás de fazer o lançamento em Portugal e na França.
Hoje a Umbanda lá é muito bonita, parece que a gente anda em São Paulo. Eles levam a espiritualidade com
muita fé e seriedade.
Rubens Saraceni: Nosso abraço aos irmãos de Portugal e da França. Nosso programa é transmitido por
lá também e com certeza eles devem assistir a esse seu depoimento que nós vamos guardar na videoteca de
Umbanda para ficar disponibilizado para sempre!
Fonte : Jornal de Umbanda Sagrada
Exu-Mirim
Escrever sobre Exú Mirim se faz necessário nesse momento porque, desde que psicografei o livro
Lendas da Criação - A Saga dos Orixás, sua importância na Criação e na Umbanda mostraram-se
maior do que imaginava-se.
Não temos escritos abundantes a nossa disposição que ensinem-nos sobre esse Orixá ou que fundamente-o
com Mistério Religioso.
Essa falta de textos esclarecedores e fundamentais das suas manifestações religiosas nesse primeiro
século de existência da Umbanda deixou Exú Mirim à própria sorte, ou seja: a vagos comentários sobre seus
manifestadores que pouco ou nada esclareceram sobre eles e ao que vieram! Inclusive, por terem sido
descritos como "espíritos de moleques de rua", cada um incorporava-o com os típicos procedimentos de
crianças mal-educadas, encrenqueiras, bocudas, chulas, etc.
Foram tantos os disparates cometidos que é melhor esquecê-los e reconstruir todo um novo
conhecimento sobre o Orixá Exú Mirim, antes que ele deixe de ser incorporado e relegado ao esquecimento,
como já foi feito com muitos dos Orixás que, por falta de informações corretas e fundamentadoras, deixaram
de ser cultuados aqui no Brasil.
Nas Lendas da Criação, Exú Mirim assumiu uma função e importância que antes nos eram
desconhecidas. A função é a de fazer regredir todos os espíritos que atentam contra os princípios da vida e
contra a paz e a harmonia entre os seres. A importância e a de que, sem Exú Mirim nada se pode ser feito na
Criação sem sua concordância. Com Exú, dizia-se que "sem ele não se faz nada". Já, com Exú Mirim, "sem
ele nem fazer nada é possível".
Vamos por partes para entendermos sua importância e fundamentá-lo, justificando sua presença na
Umbanda.
1) Cada Orixá é um dos estados da Criação. Um é a Fé, outro é a Lei, outro é o Amor, e assim por
diante, independente de suas interpretações religiosas.
2) Por serem estados, são indispensáveis, insubstituíveis e imprescindíveis á harmonia e ao equilíbrio
do todo. O Estado da matéria considerado "frio" só é possível por causa da existência do estado "quente" e
ambos na escala celsus indica os dois estados das temperaturas. Sem um não seria possível dizer se algo está
frio ou
quente; se algo é doce ou amargo, se algo é bom ou ruim, etc. É a esse tipo de "estado" que nos referimos e
não a um território geográfico, certo?
3) Muitos são os estados da Criação e cada um é regido por um Orixá e é guardado e mantido por
todos os outros, pois se um desaparecer (recolher-se em Deus), tal como numa escada, ficará faltando um
degrau, e tal como numa escala de valores, estará faltando um grau que separe o seu anterior do seu posterior.
4) Quando a Umbanda iniciou-se no plano material, logo surgiu uma linha espiritual ocupada por
espíritos infantis amáveis, bonzinhos, humildes, respeitosos e que chamavam todos(as) de titios e titias ao se
dirigirem às pessoas ou aos Orixás e guias espirituais. Também chamavam os pretos(as) velhos(as) de vovô e
de vovó. Até aí tudo bem!
5) Mas logo começaram a "baixar" uns espíritos infantis briguentos, encrenqueiros, mal-educados,
intrometidos, chulos e que dirigiam -se às pessoas com desrespeito chamando-os disso e daquilo, tais como:
seu pu.., sua p..., seu v...., seu isso e sua aquilo, certo? E quando inquiridos, se apresentavam como "exús"
mirins, os exús
infantis da Umbanda numa equivalência com um exú infantil ou um erê da esquerda existente no Candomblé
de raiz nigeriana.
6) Exú Mirim assumiu o arquétipo que foi construído para ele: o de menino mal! E tudo ficou por aí
com ninguém se questionando sobre tão controvertida entidade incorporadora em seus médiuns, pois ele
diziam que todo médium tem na sua esquerda um Exú Mirim além de um e Exú e uma Pomba Gira.
7) De meninos mal educados, como tudo que "começa mal" tende a piorar, eis que as incorporações de
entidades Exús Mirins começaram a ser proibidas nos centros de Umbanda devido a vazão de desvios íntimos
dos médiuns que eles extravasavam quando incorporavam nos seus.
8) De mal vistos, para pior, essa linha de trabalhos espirituais, (onde cada médium tem o seu Exú
Mirim), quase desapareceu e só restaram as incorporações e os atendimentos de um ou outro Exu Mirim
"muito bom" mesmo no ato de ajudar pessoas.
9) Então ficou assim decidido, mais ou menos, por muitos:
a) Exú Mirim existe, é mal educado e incontrolável e de difícil doutrinação.
b) Vamos deixar Exú Mirim quieto e vamos trabalhar só com linhas espirituais doutrináveis e
possíveis de serem controladas dentro de limites aceitáveis.
10) Exú Mirim praticamente desapareceu das manifestações Umbandistas porque suas incorporações
fugiam do controle dos dirigentes e seus gestos e palavrões envergonhavam a todos.
11) Como é característica humana negar tudo o que não pode controlar e ocultar tudo o que
"envergonha", o mesmo foi feito com Exú Mirim, que existe, mas não é recomendável que incorpore em seus
médiuns. Certo?
Errado, dizemos nós, porque muitos médiuns já ajudaram a muitas pessoas com seus exús mirins
doutrinadíssimos e nem um pouco influenciados pela personalidade "oculta" de quem os incorporavam.
Todos se adaptam a regras comportamentais se seus aplicadores forem rigorosos tanto com os médiuns
quanto com quem incorporar neles.
O melhor exemplo começa com as incorporações comportadas de quem dirige os trabalhos espirituais.
E uma boa orientação sobre as entidades ajuda muito porque, o que os médiuns internalizarem sobre elas será
o regularizador das entidades.
Agora se, por acaso, o dirigente adota um comportamento discutível, aí seus médiuns o seguirão
intuitivamente, pois o tomam como exemplo a ser seguido.
Em inúmeras observações, vimos os médiuns repetindo seus dirigentes e, inclusive, com as
incorporações e danças dos guias incorporados neles. Essa assimilação natural ou intuitiva é um indicador de
que o exemplo que vem "de cima" ainda é um dos melhores reguladores comportamentais.
Agora, quando o dirigente incorpora seu Exú Mirim e este, por ser do "chefe", faz micagens, caretas,
gestos obscenos, atira coisas nas pessoas, xinga-as e fala palavrões, aí tudo se degenera e seus médiuns
procederão da mesma forma porque, em suas mentes e inconscientes é assim que seus Exús Mirins devem
comportar-se quando incorporados.
Essa foi uma das razões para o ostracismo e que foi relegada a linha dos Exus Mirins. E isto, sem
falarmos em supostos Exús Mirins que quando incorporavam ou ainda incorporam por aí afora, pegam ou lhe
são dados saquinhos de papel que ficam cheirando, como se fossem as infelizes crianças de rua viciadas em
cheira "cola de sapateiro".
Certos comportamentos, devemos debitar ao arquétipo errôneo construído por pessoas desinformadas
sobre essa linha de trabalhos espirituais Umbandistas.
1) Não são espíritos humanos, em hipótese alguma.
2) Exús Mirins são seres encantados da natureza provenientes da sétima dimensão à esquerda da que
nós vivemos.
3) A irreverência ou má educação comportamental não é típico deles na dimensão onde vivem.
4) São naturalmente irrequietos e curiosos, mas nunca intrometidos ou desrespeitadores.
5) Por um processo osmótico espiritual, refletem o inconsciente de seus médiuns, tal como acontece
com Exú e Pomba Gira. Logo, são nossos refletores naturais.
6) Gostam de beber as bebidas mais agradáveis ao paladar dos seus médiuns, sejam elas alcoólicas ou
não.
7) Apreciam frutas ácidas e doces "duros", tais como: rapadura, pé de moleque, quebra queixo,
cocadas secas e balas "ardidas" (de menta ou hortelã).
8) Se bem doutrinados prestam inestimáveis trabalhos de auxilio aos freqüentadores dos centros de
Umbanda.
9) Não aprovam ser invocados e oferendados em trabalhos de demandas e magias negativas contra
pessoas.
10) Toda vez que seus médiuns os ativam para prejudicar os seus desafetos seus Exus Mirins se
enfraquecem automaticamente já aconteceram inúmeros casos de médiuns que ficaram sem seus verdadeiros
Exus Mirins porque os usaram tanto contra seus desafetos que eles ficaram tão fracos que foram aprisionados
e kiumbas oportunistas tomaram seus lugares junto aos seus médiuns, passando daí em diante a criar
problemas para suas vítimas que ainda acreditavam que estavam incorporando seus verdadeiros Exús Mirins.
11) Eles raramente pedem seus assentamentos ou firmezas permanentes e preferem ser oferendados
periodicamente na natureza, tal como as crianças da direita.
12) Se bem doutrinados e colocados a serviço dos freqüentadores dos centros umbandistas, realizam
um trabalho caritativo único e insubstituível.
Vamos resgatar os Exus Mirins da Umbanda e libertá-los do falso arquétipo que mentes e consciências
distorcidas criaram para eles?
Exú Meia-Noite
"O sábio uso do contato com o plano espiritual pode trazer-lhes a sabedoria para escolher a direção que
tomará ao andar nos momentos de escuridão, os encaminhando novamente para o plano da luz, eis que
então respeitem e exercitem a humildade de ouvir e aprender, pois sempre que o fizerem estarão dando
uma chance a vocês mesmos."
Sr.MN
"Respeitem o desconhecido e dê-lhe o espaço necessário para não lhes oferecer nenhuma ameaça, pois
o fazendo terão seu espaço preservado, afastando assim qualquer chance de serem injustiçados ou feridos pela
influência alheia, apeguem-se na fé sempre, e confiem nos guias que guardarem no coração, pois jamais
faltarão com quem os montiver guardados consigo."
Sr.MN
"Caridade é um exercício, não um dom, ela existe para ser praticada, e quanto mais dedicar-se a ela
mais próximo estarás de alcançar a humildade, e quando esta experimentar, entendarás um pouco mais sobre
vida, e aqui sim, quando neste ponto chegar, poderás VIVER, e provar na plenitude o que foi criado para
você."
Sr.MN
Exu da Meia Noite,pertence à linha das almas ,é chefe de falange. Pertence a linha negativa de Xangô,
sendo serventia de Xangô Da Pedra Preta. Bebe licor, marafo, conhaque, uísque, Fuma charutos, cigarrilhas,
trabalha muito com as moças bonitas (como são chamadas as pomba-giras). Uma de suas visões astrais é de
um homem, com uma longa capa escura em volto de si. Sua guia é preto e branco, mas muito trabalham com
vermelho e preto também. Trabalha com velas vermelhas, pretas, brancas, mas principalmente com as
vermelhas.
Sua história é de que em sua última encarnação ele foi um rico barão,viveu em Santos. Aos 40 anos,
foi a Portugal procurar uma esposa, que tinha 14 anos; casou-se com ela. Em sua noite de núpcias, a moça não
sangrou como ele esperava. Porém ele sabia que ela era virgem. Contudo, ficou furioso com isso. Armou uma
cilada pra ela, dizendo que ela tinha o traído. Então ela fugiu com índios, sendo que ele para procurá-la
chegou a matar quase uma tribo inteira. Quando ele a encontrou, ela tinha um filho dele.
Voltou a ficar com ela, depois de um tempo, o filho dele morreu. Não demorando muito tempo,
tiveram outro filho, que teve o mesmo destino do outro, falecendo depois de alguns anos. Ele com remorso,
contou a história para sua esposa do que ele tinha armado; ela novamente o largou. Ele, doente, foi morrendo
aos poucos em cima de uma cama; não comia, não tinha força sequer para se levantar. Morreu aos poucos...
História relatada no Livro Guardião da Meia Noite
Fonte: http://povodeluz.blogspot.com/2009/03/exu-meia-noite.html
Magia
Magia
Inicialmente, o que é magia? Entre tantas interpretações, magia é o ato de evocar poderes e
mistérios de Deus e colocá-los em ação. Do mesmo jeito que a ciência evoca os “poderes” da física – que é
um mistério da natureza – e os põe em ação através da engenharia. Da teoria elétrica sai a engenharia que
fabrica computadores. Analogamente, da teoria divina sai a magia.
Assim, percebemos que a magia, contrariamente à religião, não obriga os seus adeptos a crerem em
determinados dogmas para serem aceitos como magos. Ninguém é obrigado a crer na – ou mesmo entender -
física para utilizar de seus benefícios : quantos de nós usamos telefones celulares sem sequer saber o que se
passa por trás de todo esse mecanismo? E só por causa disso, a física deixaria de funcionar? É claro que não!
A física funciona independente de nossa crença ou entendimento. Assim também o é com a magia.
Deste modo, a magia “x” não é rival nem se acha dona da verdade em relação à magia “y”. Apenas
abordam conceitos diferentes mas não obrigatoriamente divergentes.
No entanto, a magia trabalha com o íntimo de cada ser, com suas faculdades mentais a saber : fé, ou
força de vontade, e moralidade – ou polarização.
Quanto maior a sua fé na magia, mais ela se intensifica.
Quanto maior a sua moralidade, mais ela se polariza.
Talvez me perguntem : “mas você não disse agora há pouco que magia não é religião?” Exatamente!
Eu posso ser um mago umbandista, um mago católico (como Eliphas Levi), um mago muçulmano, um mago
judeu (os cabalistas) ou até mesmo – pasmem! – um mago ateu. Se bem que os magos ateus são aqueles
magos inconscientes de seu próprio poder de realização.
A magia não te obriga a crer, você crê por si mesmo na magia.
Ora, então o que é fé? Fé é a crença ou certeza de que algo agirá conforme suas aspirações mesmo sem
ter como provar o fato.
Moralidade, ou polarização, é a tendência a um dos grandes pólos universais : yin ou yang, luz ou trevas, bem
ou mal.
Assim temos várias combinações : uma pessoa com muita fé, porém negativa, acaba se tornando um
poderoso mago das trevas. Uma pessoa com pouca fé, porém positiva, acaba se tornando um medíocre mago
da luz. E por aí vai.
Chegamos então ao divisor de águas, pois o mago de verdade - ou seja, aquele sintonizado com as
Forças Supremas - é aquele que utiliza a sua fé poderosa conforme os desígnios da Lei Maior e da Justiça
Divina.
O que diz a Lei Maior? “Cada um pode semear o que quiser, mas com certeza colherá os frutos de suas
semeaduras, sejam doces ou amargos.”
O que diz a Justiça Divina? “Quem deve paga, quem merece recebe.”
Como não é nosso propósito ensinar a polaridade negativa – pois o mundo já está cheio dela e por
causa dela o mundo já está de “saco cheio” – ensinaremos então um pouco da Magia Divina em um outro
artigo.
Fonte:
trechos do livro:
Magia Divina das Velas
Autor: Rubens Saraceni
Editora: Madras
Médium de Umbanda
...O médium de Umbanda, ainda que muitos não o valorize, é o ponto chave do ritual de Umbanda no
plano material.
...E por sê-lo, deve merecer dos filhos de Fé já maduros (iniciados) toda atenção, carinho e respeito
quando adentram no espaço interno das tendas, pois é mais um filho da Umbanda que é "dado" à luz. E tal
como quando a generosa mãe dá à luz mais um filho, onde tanto o pai quanto os irmãos se acercam do recém-
nascido e o cobrem de bênçãos, amor, carinho e... compreensão para com seus choros, o novo filho de Fé
ainda é uma criança que veio à luz e precisa de amparo e todos os cuidados devido à sua ainda frágil
constituição íntima e emocional.
...Do lado espiritual, todo o apoio lhe é dado, pois nós, os espíritos guias deles, sabemos que este é o
período em que mais frágil se sente um ser que traz a mediunidade.
...Para um médium iniciante, este é um momento único em sua vida, e também um período de
transição, onde todos os seus valores religiosos anteriores de nada lhe valem, pois outros valores lhe estão
sendo apresentados.
...Para todos os seres humanos este é um período extremamente delicado em suas vidas. E não são
poucos os médiuns que se decepcionam com a falta de compreensão para com sua fragilidade diante do novo
e do ainda desconhecido.
...É tão comum uma pessoa dotada de forte mediunidade e de grandes medos, ser vista como "fraca" de
cabeça pelos já "tarimbados" médiuns. Mas estes não param para pensar um pouco no que realmente
incomoda o novo irmão e, com isto, o Ritual de Umbanda Sagrada vê mais um dos seus recém-nascidos filhos
perecer na maior angustia, e socorre-se a outros rituais que primam pela ignorância do mundo espiritual e
sufocam nos seus fieis, seus mais elementares dons naturais.
...Muitos apregoam que tantos e tantos brasileiros são umbandista, e que isto demonstra o vigor da
religião umbandista. Mas, infelizmente, isto não é verdade, e só serve para diminuir o que poderia ser uma
grande verdade.
...Vários milhões de brasileiros já assumiram suas mediunidades por completo e são médiuns
praticantes, que incorporam regularmente seus guias dentro das tendas onde trabalham, ou nas suas reuniões
mais intimas em suas próprias casas.
...Mas alguns milhões de filhos de Fé com um potencial mediúnico magnífico já foram perdidos para
outros rituais, porque os diretores das tendas não deram a devida atenção ao "fator médium" do ritual de
Umbanda, assim como não atentaram para o fato de que aqueles que lhes são apresentados pelos guias
zeladores dos novos médiuns, se lhes são enviados, o são pelo próprio espírito universal e universalista que
anima a Umbanda Sagrada, e que é o seu espírito religioso, que no lado espiritual tem meios sutis de atuar
sobre um filho de Fé, mas no lado material depende fundamentalmente dos pais e mães no Santo, animadores
materiais desse corpo invisível, mas ativo e totalmente religioso.
...É tão comum vermos médiuns já "iniciados" que não tem a menor noção da existência desse corpo
religioso umbandista que se move através do plasma universal que é Deus, é fé e é religiosidade. "Eu sou filho
de tal orixá...", e pronto! Sua fé acaba a partir daí, e sua ligação com este plasma divinizado numa religião fica
restrito a isto: "Eu sou filho de tal orixá".
...Incorpora seus guias, estes trabalham, e maravilhosamente, pois estão em comunhão total com este
espírito ativo que é o corpo religioso umbandista, corpo este que assume a forma de orixás ou de seus pontos
de forças, mas que não deixam de irradiar essa energia divina chamada "Fé".
...O ritual é aberto a todas as manifestações, mas o lado material ( médiuns) tem de ser esclarecido de
que as manifestações só acontecem por causa desse espírito religioso invisível conhecido por Ritual de
Umbanda Sagrada, e que fora dele não há manifestações, mas tão somente possessões espirituais.
...É este espírito invisível que sustenta todas as manifestações, quando em nome da Umbanda Sagrada
são realizados.
...Houve um tempo em que os orixás foram sincretizados com santos católicos, pois aí a concretização
do ritual aconteceria. As imagens "mascaravam" a verdade oculta e as perseguições religiosas, políticas e
policiais foram abrandadas.
...Mas, atualmente, isto já não é preciso como meio de expansão da Umbanda Sagrada. Hoje já existe
liberdade suficiente para que todos digam abertamente: "Sou um filho de Fé, sou um filho de Umbanda!".
...Mas para que isso possa ser realmente dito, é chegado o tempo de a Umbanda deixar de perder seus
filhos recém-nascidos para religiões que ainda recorrem a princípios medievais, quando não obscurantistas.
...Há de ser criada uma forte linha de fé doutrinadora dos sentimentos religiosos dos filhos de Fé, pois
só assim a Umbanda Sagrada sairá do interior das tendas e dos lares e abarcará, num movimento abrangente e
envolvedor, os milhões de irmãos que afluem às tendas ou aos médiuns à procura de uma palavra de consolo,
conforto ou esclarecimento.
...É chegado o momento de todos os médiuns, diretores espirituais, dirigentes espirituais e pais e mães
no Santo, imprimirem aos seus trabalhos mais uma vertente da Umbanda Sagrada: a doutrinação dos irmãos e
irmãs que afluem às tendas nos dias de trabalho.
...É preciso uma conscientização dos pais e mães no Santo de que os necessitados, os aflitos, os
carentes afluirão não só às tendas de Umbanda, mas também a todas as outras portas abertas onde há uma
promessa, um vislumbre de socorro imediato. ...Mas só aquelas portas que, a par do socorro imediato,
oferecerem uma luz para toda a vida, alcançarão seu real objetivo, pois a par do imediato também oferecem o
bem duradouro, que é a fé forte numa religião. E a Umbanda Sagrada é uma religião!
...Por isso ela tem de sair das tendas e conquistar corações dos que a ela afluem nos dias de trabalho, e
conquistar o respeito e a confiança de todos os cidadãos no seu trabalho de doutrinação e salvação de almas.
...Nós temos acompanhado com carinho e atenção os irmãos umbandistas que têm oferecido a maior
parte de suas vidas a esta necessidade da religião umbandista – abençoados sãos estes verdadeiros filhos de
Umbanda, mas temos acompanhado a vida de todos os pais e mães no Santo e temos visto que bloqueiam a si
próprios e às suas potencialidades doutrinadoras dentro da Umbanda Sagrada, quando limitam a si e sua
religião aos trabalhos dentro de suas tendas, quando os seus guias incorporam e trabalham.
...Limitam-se só a isto e limitam à própria religião umbandista, pois não concedem a si próprios as
qualidades que seus orixás lhes mostram que são possuidores. Muitos filhos de Fé, movidos de nobres e
dignificantes intenções, buscam nas línguas a explicação do termo "Umbanda". Alguns chegam a mergulhar
no passado ancestral em busca do real significado desta palavra.
...Nada a opor de nossa parte, mas melhor fariam e mais louvável aos olhos dos orixás seriam seus
esforços, caso já tivessem atinado com o real e verdadeiro sentido do termo "Umbanda".
...Umbanda significa: o sacerdócio em si mesmo, na m'banda, no médium que sabe lidar tanto com os
espíritos quanto com a natureza humana. Umbanda é o portador das qualidades, atributos e atribuições que lhe
são conferidas pelos Senhores da natureza; os orixás! Umbanda é o veiculo de comunicação entre os espíritos
e os encarnados, e só um Umbanda está apto a incorporar tanto os do Alto, quanto os do Embaixo, assim
como os do Meio, pois ele é, em si mesmo, um templo.
• Umbanda é sinônimo de poder ativo.
• Umbanda é sinônimo de curador.
• Umbanda é sinônimo de conselheiro.
• Umbanda é sinônimo de intermediador.
• Umbanda é sinônimo de filho de Fé.
• Umbanda é sinônimo de sacerdote.
• Umbanda é a religiosidade do religioso.
...Umbanda é o veiculo, pois trazem em si os dons naturais, pelos quais os encantados da natureza
falam aos espíritos humanos encarnados.
...Umbanda é o sacerdote atuante, que traz em si todos os recursos dos templos de tijolo, pedras ou
concreto armado.
...Umbanda é o mais belo dos templos, onde Deus mais aprecia ser manifestado, ou mesmo onde mais
aprecia estar: no intimo do ser humano.
...Umbandas foram os primeiros espíritos dos sacerdotes, que aos poucos foram criando para si, no
intimo dos médiuns filhos de Santo já preparados para recebe-los, uma linha tão poderosa, mas tão poderosa
que realizavam curas milagrosas nos freqüentadores dos terreiros de "macumba".
...Umbandas eram os caboclos índios que dominavam os quiumbas e libertavam os espíritos
encarnados de obsessores vingativos e perseguidores.
...Umbandas eram os pretos-velhos que baixavam nas "mesas brancas" e faziam revelações que não só
deixavam admirados quem os ouviam, mas encantavam também.
...Umbandas eram os exus e pombas-giras brincalhões, debochados e francos, tanto quanto os
encarnados, pois falavam a estes de igual para igual, e com isso iam rompendo o temor dos filhos de Santo
para com seus "santos".
...Umbanda era o inicio do rompimento da casca grossa da rituália de culto aos eguns (os sacerdotes) já
no outro lado da vida.
...Umbanda o sacerdócio; embanda, o chefe do culto; Umbanda, o ritual aberto do culto dos ancestrais.
...Umbanda, onde na banda do "Um", mais um todos nós somos, pois tudo o que nos cerca, através de
nós pode se manifestar.
...Umbanda, na banda do "Um" , um todos são e sempre serão, desde que limpem seus templos íntimos
dos tabus a respeitos dos orixás e os absorvam através da luz divina que irradiam seus mistérios. Daí em
diante, serão todos "mais um", plenos portadores dos mistérios dos orixás.
...Na Umbanda, o médium não é esvaziado, mas tão somente enriquecido com a riqueza espiritual de
todos os orixás.
...Umbanda provém de "m'banda", o sacerdote, o curador.
...Umbanda é sacerdócio na mais completa acepção da palavra, pois coloca o médium na posição de
"doador" das qualidades de seus orixás, que impossibilitados de falarem diretamente ao povo, falam a partir
de seus templos humanos: os filhos de Fé!
...Despertem para esta verdade, pais e mês de Santo! Olhem para todos os que chegam até vocês, não
como seres perturbados, mas sim como irmãos em Oxalá que desejam dar "passagem" às forças da natureza
que lhes chegam, mas encontram seus templos (mediunidade) ocupados por escolhos inculcados neles, através
de séculos e séculos que estiveram afastados de seus ancestrais orixás. Não inculquem mais escolhos dizendo
a eles que tem orixá brigando pela cabeça deles, ou que exu está cobrando alguma coisa.
...Tratem os filhos que Olorum, o Incriado, lhes envia com o mesmo amor, carinho e cuidados que
devotam a seus filhos encarnados.
...Cuidem deles; transmitam a eles amor aos orixás, pois orixá é o amor do Criador às Suas criaturas.
...Ensinem-lhes que, na lei de Oxalá, ninguém é superior a ninguém, pois na banda do "Um", mais um
todos são.
...Mostrem-lhes que orixá é um santo, mas é mais do que isso: orixá é a natureza divina se
manifestando de forma humana, para os espíritos humanos.
...Não percam tempo tentando contar lendas do tempo de cativeiro, quando irmãos de cultos diferentes,
raças diferentes e formações as mais diversas possíveis, eram reunidos numa só senzala e evitavam a mistura
dos orixás com medo de perderem seus últimos vestígios humanos: seus "santos"de cabeça e de fé. O tempo
da escravidão já é passado e Umbanda é liberdade de manifestação dos orixás através dos seus veículos
naturais; os médiuns.
...Ensinem-lhes que, se estão aptos a incorporarem o "seu" pai de cabeça, também estão aptos a serem
as moradas de todos os outros "pais", pois orixá é antes de qualquer coisa e acima de tudo, isto: senhora da
cabeça. é senhor da coroa luminosa que paira em torno do mental purificado do filho de Fé já liberto dos
escolhos que o mantinham acorrentado e escravizado a tabus e dogmas religiosos, que antes de tudo visavam
impedi-lo de ser mais um na banda do "Um", e mantê-lo na eterna dependência da vontade dos carnais
senhores dos cultos ao Criador, onde um é o pastor e os restantes, só rebanho, ovelhas mesmo!
...Digam que na banda do "Um", o rebanho é composto só de pastores, pois "Umbanda" é sacerdócio.
...Esclareçam ao filho recém-chegado que se sente incomodado, que isto não é nada ruim, pois há todo
um santuário aprisionado em seu intimo que está tentando explodir através de sua mediunidade magnífica.
...Conversem demoradamente com ele e procurem mostrar-lhe que Umbanda não é a panacéia para
todos os males do corpo e da matéria, mas sim o aflorar da espiritualização sufocada por milênios e milênios
de ignorância e descaso para com as coisas do espírito.
...Expliquem que pode fazer o que quiser com seu corpo material, mas deve preservar sua coroa
(cabeça), pois é nela que a luz dos orixás lhe chega e o liberta dos vícios da carne e do materialismo brutal.
...Ensinem-lhe que, como templos, deve manter limpo seu íntimo, pois nesse íntimo há uma centelha
divina animada pelo fogo divino que a tudo purifica, e que o purificará sempre que entregar sua coroa ao seu
orixá. Instrua-os com seu mentor guia chefe, irmãos e irmãs (pais e mães de Santo).
...Estabeleçam um dia da semana ou do mês dedicado exclusivamente a um guia doutrinador que lhe
falará da Umbanda a partir da visão mais acurada desta religião, em que os fiéis são mais que fiéis: são
"meios" onde toda uma gama magnífica de seres de altíssima evolução se manifestam como humildes pretos-
velhos, garbosos mas amáveis caboclos, inocentes crianças ou humanos exus e pombas-giras. Sim porque nós
conhecemos irmãos exus que possuem muito mais luz do que vocês imaginam. E se preferem atuar como
exus, é porque assim, bem humanos, chegam mais rápido até onde desejam: aos consulentes sofredores e
veículos de espíritos sofredores afins.
...Ensinem aos médiuns que eles trazem consigo mesmo todo um templo já santificado e que nele se
assentam os orixás sagrados. E que através desse templo muitas vozes podem falar, e serem ouvidas pois
Umbanda provem de Embanda: sacerdote!
...E o médium é um sacerdote, um embanda, um Umbanda, ou mais um na banda do um, a Umbanda!
Parte do texto retirado do Livro: " O CÓDIGO DE UMBANDA"
Obra psicografada por Rubens Saraceni.
Fonte: http://povodeluz.blogspot.com/2009/02/medium-de-umbanda.html
O Natal na Umbanda
Estamos em Dezembro, um mês mágico que altera o estado de espírito das pessoas, principalmente dos
umbandistas, que já comemoraram Yemanjá, Yansã e Oxum no começo dele.
Ainda temos o dia 25, quando a cristandade comemora o nascimento do Mestre Jesus no mundo todo e temos
o dia 31, quando todos comemoram a passagem do ano com uma explosão de alegria e votos de que o ano que
começará seja de paz, saúde e prosperidade.
Para os umbandistas a comemoração do natal cristão é algo natural, até porque a maioria dos seus seguidores e
médiuns praticantes veio da religião cristã. Inclusive, muitos umbandistas seguem uma corrente doutrinária
denominada Umbanda Cristã, muito parecida com o Espiritismo Kardecista.
Na maioria dos seus centros os umbandistas colocam em seus altares a imagem do Mestre Jesus no seu degrau
mais alto, prestando-lhe uma reverencia e adoração sublime devido seu sincretismo com o Orixá Oxalá, o
maior dos orixás cultuados na Umbanda.
Esse respeito e reverencia ao Mestre Jesus enobrece ainda mais a umbanda, a mais tolerante das religiões
existentes no Brasil, já que ela acolhe em seus centros os seguidores de todas as outras com amar e respeito,
sem constrangê-los com perguntas sobre a religião que seguem e sim, os auxiliam onde elas não podem ou
seus sacerdotes não sabem como lidar: a Mediunidade e os problemas espirituais de fundo karmático!
Seus dirigentes e médiuns, assim como todos os Guias Espirituais, acolhem os seguidores de outras religiões
como irmãos e os auxiliam como podem e da melhor forma possível, livrando-os de suas perturbações de
fundo espiritual, auxiliando-os na cura de suas doenças, auxiliando-os a conseguirem um emprego, quebrando
demandas das quais são vitimas, etc.
E isso sem perguntar-lhes quais as suas religiões, sem atribuir às suas crenças religiosas a causa de suas
dificuldades e nem os obrigando a se converterem para que, aí sim, sejam ajudados pelos sagrados Orixás e
pelos Guias Espirituais de Umbanda.
Não vemos isso acontecer nas outras religiões, onde o usual, assim que sabem a religião de quem adentra em
seus templos é ir alertando-os ou acusando-os de seguirem uma religião errada, ou pagã, ou do diabo, etc.
Nesse aspecto a Umbanda é única e insuperável porque todos os umbandistas acreditam que Deus é único,
esta presente na vida de todos e em todas as religiões, não importando a forma que usam para cultuá-lo e
adorá-lo. Inclusive, é comum aos seguidores das outras religiões regirem com palavras ofensivas à nossa
religião e à nossa pessoa assim que ficam sabendo que seguimos a religião Umbanda, dando a entender que só
eles cultuam e adoram Deus.
Essa postura intolerante por parte da maioria dos seguidores de outras religiões para conosco, os umbandistas,
provavelmente é uma decepção para o mestre Jesus, que não fundou nenhuma religião e não pregou a
intolerância, mas vê entre os seus seguidores uma reação não fraterna aos seus irmãos em Deus que professam
outras crenças religiosas.
Os umbandistas seguem a Umbanda, mas respeitam todas as outras religiões e a crença dos seus seguidores e
não temem entrar em suas igrejas porque nesse quesito estão anos-luz à frente dos demais, já que sabe que só
há um Deus, criador de tudo e de todos e existem suas divindades, espalhadas entre as muitas religiões
existentes na face da terra, com Jesus Cristo incluído entre elas e ao qual respeitam e amam.
No dia em que todas as religiões e todos os seus seguidores pensarem e agirem como prega a Umbanda e os
umbandistas nesse mundo haverá mais fraternidade verdadeira e menos miséria, doenças, crimes, racismo e
intolerância.
Mas isso talvez seja esperar demais dessa humanidade pecadora que discrimina seus semelhantes só porque
seguem uma religião diferente, ainda que todos saibam que só há um Deus e que todos somos seus filhos...
que todos somos irmãos perante Ele, o nosso Divino Criador!
Por ser como são e por amarem e respeitarem o Mestre Jesus os umbandistas comemoram o Natal e lhe
rendem merecida homenagem, pois, pelo menos nessa data cristã os cristãos de fato se mostram mais fraternos
e tolerantes.
Ọba é palavra da língua Yoruba que designa rei. Ọba é também um dos epítetos do orixá Xangô
(em Yoruba Xangô)(não confundir Obá, rei, soberano ( oba ), com o orixá Obá ( Òbà), que é uma das
esposas de Xangô). Segundo a mitologia, Xangô teria sido o quarto rei da cidade de Oyó, que foi o mais
poderoso dos impérios Yorubas. Depois de sua morte, Xangô foi divinizado, como era comum acontecer
com os grandes reis e heróis daquele tempo e lugar, e seu culto passou a ser o mais importante da sua
cidade, a ponto de o rei de Oyó, a partir daí, ser o seu primeiro sacerdote.
Não existem registros históricos da vida de Şàngó na Terra, pois os povos africanos tradicionais
não conheciam a escrita, mas o conhecimento do passado pode ser buscado nos mitos, transmitidos
oralmente de geração a geração. Assim, a mitologia nos conta a história de Şàngó, que começa com o
surgimento dos povos Yorubas e sua primeira capital, Ilê-Ifé, fala da fundação de Oyó e narra os
momentos cruciais da vida de Xangô:
Num tempo muito antigo, na África, houve um guerreiro chamado Odudua, que vinha de uma
cidade do Leste, e que invadiu com seu exército a capital de um povo então chamado ifé. Quando
Odudua se tornou seu governante, essa cidade foi chamada Ilê-Ifé. Odudua teve um filho chamado
Acambi, e Acambi teve sete filhos, e seus filhos ou netos foram reis de cidades importantes. A primeira
filha deu-lhe um neto que governou Egbá, a segunda foi mãe do Alaqueto, o rei de Queto, o terceiro
filho foi coroado rei da cidade de Benim, o quarto foi Orungã, que veio a ser rei de Ifé, o quinto filho foi
soberano de Xabes, o sexto, rei de Popôs, e o sétimo foi Oraniã, que foi rei da cidade Oyó, mais tarde
governada por Xangô.
Esses príncipes governavam as cidades que mais tarde foram conhecidas como os reinos que
formam a terra dos Yorubas, e todos pagavam tributos e homenagens a Odudua. Quando Odudua
morreu, os príncipes fizeram a partilha dos seus domínios, e Acambi ficou como regente do reino de
Odudua até sua morte, embora nunca tenha sido coroado rei. Com a morte de Acambi, foi feito rei
Oraniã, o mais jovem dos príncipes do império, que tinha se tornado um homem rico e poderoso. O obá
Oraniã foi um grande conquistador e consolidou o poderio de sua cidade.
Um dia Oraniã levou seus exércitos para combater um povo que habitava uma região a leste do
império. Era uma guerra muito difícil, e o oráculo o aconselhou a ficar acampado com os seus
guerreiros num determinado sítio por certo tempo antes de continuar a guerra, pois ali ele haveria de
muito prosperar. Assim foi feito e aquele acampamento a leste de Ifé tornou-se uma cidade poderosa.
Essa próspera povoação foi chamada cidade de Oyó e veio a ser a grande capital do império fundado
por Odudua. O rei de Oyó tinha por título Alafim, termo que quer dizer o Senhor do Palácio de Oyó.
Com a morte de Oraniã, seu filho Ajacá foi coroado terceiro Aláàfìn de Oyó. Ajaká, que tinha o
apelido de Dadá, por ter nascido com o cabelo comprido e encaracolado, era um homem pacato e
sensível, com pouca habilidade para a guerra e nenhum tino para governar. Dadá-Ajaká tinha um
irmão que fora criado na terra dos nupes, também chamados tapas, um povo vizinho dos Yorubas. Era
filho de Oraniã com a princesa Iamassê, embora haja quem diga que a mãe dele foi Torossi, filha de
Elempê, o rei dos nupes. Esse filho de Oraniã tinha o nome Xangô, e era o grande guerreiro que
governava kossô, pequena cidade localizada nas cercanias da capital Oyó.
Xangô um dia destronou o irmão Ajacá-Dadá, e o exilou como rei de uma pequena e distante
cidade, onde usava uma pequena coroa de búzios, chamada coroa de Baiani.
Xangô foi assim coroado o quarto Alafim de Oyó, o obá da capital de todas as grandes cidades
Yorubas.
Xangô procurava a melhor forma de governar e de aumentar seu prestígio junto ao seu povo.
Conta-se que, para fortalecer seu poder, Xangô mandou trazer da terra dos baribas um composto
mágico, que acabaria, contudo, sendo sua perdição. O rei Xangô, que depois seria conhecido pelo
cognome de o Trovão, sempre procurava descobrir novas armas para com elas conquistar novos
territórios. Quando não fazia a guerra, cuidava de seu povo. No palácio recebia a todos e julgava suas
pendências, resolvendo disputas, fazendo justiça. Nunca se quietava. Pois um dia mandou sua esposa
Iansã ir ao reino vizinho dos baribas e de lá trazer para ele a tal poção mágica, a respeito da qual
ouvira contar maravilhas. Iansã foi e encontrou a mistura mágica, que tratou de transportar numa
cabacinha.
A viagem de volta era longa, e a curiosidade de Iansã sem medida. Num certo momento, ela
provou da poção e achou o gosto ruim. Quando cuspiu o gole que tomara, entendeu o poder do
poderoso líquido: Iansã cuspiu fogo!
Xangô ficou entusiasmadíssimo com a nova descoberta. Se ele já era o mais poderoso dos
homens, imaginem agora, que tinha a capacidade de botar fogo pela boca. Que inimigo resistiria? Que
povo não se submeteria? Xangô então passou a testar diferentes maneiras de usar melhor a nova arte,
que certamente exigia perícia e precisão.
Num desses dias, o obá de Oyó subiu a uma elevação, levando a cabacinha mágica, e lá do alto
começou a lançar seus assombrosos jatos de fogo. Os disparos incandescentes atingiam a terra
chamuscando árvores, incendiando pastagens, fulminando animais. O povo, amedrontado, chamou
aquilo de raio. Da fornalha da boca de Xangô, o fogo que jorrava provocava as mais impressionantes
explosões. De longe, o povo escutava os ruídos assustadores, que acompanhavam as labaredas expelidas
por Xangô. Aquele barulho intenso, aquele estrondo fenomenal, que a todos atemorizava e fazia correr,
o povo chamou de trovão.
Mas, pobre Xangô, a sorte foi-lhe ingrata. Num daqueles exercícios com a nova arma, o obá
errou a pontaria e incendiou seu próprio palácio. Do palácio, o fogo se propagou de telhado em telhado,
queimando todas as casas da cidade. Em minutos, a orgulhosa cidade de Oyó virou cinzas.
Gbaca chamou Xangô à luta e o venceu, humilhou Xangô e o expulsou da cidade. Para manter-se
digno, Xangô foi obrigado a cometer suicídio. Era esse o costume antigo. Se uma desgraça se abatia
sobre o reino, o rei era sempre considerado o culpado. Os ministros lhe tiravam a coroa e o obrigavam
a tirar a própria vida.
Cumprindo a sentença imposta pela tradição, Xangô se retirou para a floresta e numa árvore se
enforcou.
Mas ninguém encontrou seu corpo e logo correu a notícia, alimentada com fervor pelos seus
partidários, que Xangô tinha sido transformado num orixá. O rei tinha ido para o Orum, o céu dos
orixás. Por todas as partes do império os seguidores de Xangô proclamavam:
Desde então, quando troa o trovão e o relâmpago risca o céu, os sacerdotes de Xangô entoam: O
rei não se enforcou! Ọba ko so! Obá Kossô! O rei não se enforcou.
Na Umbanda
Xangô é sincretizado com São Jerônimo, São Pedro, São João Batista, cujo poder se manifesta na
pedreira, é o Senhor da justiça. Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado
tanto protege seus filhos das injustiças como os pune quando as cometem, bem como, a Estrela de 6
pontas cujo símbolo é em si o poder equilibrador do Universo. Quando Deus Criou os Estados
exteriores da Criação, o Primeiro foi o vazio(Exu), o Segundo estado foi o Espaço em si mesmo(Oxalá) e
o Quarto Estado da Criação exterior foi o equilíbiro de tudo e de todos(Xangô)
Como em Olorum, não se pode dizer quem foi o primeiro a ser exteriorizado, nós umbandistas
preferimos amá-los e ponto final. Tudo se trata de ângulos de visões religiosas, pois o poder de Olorum
que equilibra todo o Universo que faz par com o estado purificador (Kali-yê) é chamado de Xangô na
religião umbandista, ou seja, na Umbanda não o adoramos como um deus com características humanas,
mas sim, como o poder equilibrador de Olorum manifestado em seu exterior.
Oferenda Básica
Comidas - quiabos picados em rodelas e levemente cozidos, rabada cozida com cebolas cortadas
em rodelas
Frutas - abacaxi, melão, manga, melancia, figo, caqui, laranja, goiaba vermelha
Ao continuarmos a análise das diversas combinações dos Orixás encontramos o Orixá Xangô
atuando principalmente no equilíbrio das diversas forças. Xangô é o Orixá que está associado ao
estudo, discernimento, e consequentemente a justiça. Observando a natureza vemos a pedreira entre a
terra e o mar, impondo limites, pois a água salgada não germina a terra, mantendo, portanto o
equilíbrio ecológico. Encontramos também sua manifestação natural através do trovão.
Existem inúmeras qualidades de Şàngó, mas não estão relacionados as combinações de outras
forças mas ao equilíbrio das mesmas (poderíamos ousar afirmar que está seria a principal função deste
Orixá em nível de natureza), assim temos:
Xangô Kâo - É o principal e mais cultuado como dirigente desta linha. Também conhecido como
xangô Velho. Vibra na cor marrom escuro, simbolizando a pedra antiga na qual foi assentada a justiça,
evidenciando a sabedoria. Ele atua na pedreira sobre a qual está assentado o campo florido que recebe
as obrigações de Oxalá.
Xangô Àfọnjá, o Bãlẹ̀ (governante) da cidade de Ìlọrin. Àfọnjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo,
quer dizer líder do exército do império. Segundo a história de Oyo, no início do século dezenove, Oyo
era governada pelo rei Awole, ele possuía aliados que eram espécies de Generais, que lhe davam todo o
tipo de apoio mantendo assim o podes absoluto sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia
um desses generais resolveu se rebelar contra Oyo e se unir com os inimigos, esse general se chamava
Àfọnjá que era conhecido como Kakanfo de Ìlọrin. Declarou-se independente de Oyo. Com isso o Rei de
Oyo Awole se envenenou para não ver o desmembramento do Império. Àfọnjá traíu o Império Iorubá,
mas quando os rebeldes assumiram o poder Àfọnjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que
se um homem traiu seu antigo rei ele voltaria a trair tantos outros.
Ọbá Kuso ou Ọbá Kosô- Título que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kosô nos arredores de
Oyo, tornando-se seu Rei. Título dado também a Agọnjú, irmão gêmeo de Xangô quando de sua
chegada em Oyo foi aclamado como o Rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.
Şàngó Lubê - Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser
traduzido como Senhor Abastado.
Xangô Irù ou Barù - Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o
culto de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus primordial Jakutá sobre a terra,senhor
dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destroir a capital do
Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida, adentrando na terra.
Xangô Ajakà - Também entitulado Bayaniym - O pai me escolheu, que faz referência a ele por
ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
Xangô Agọnjú - Ele representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação
dos Vulcões.
Ayrá Intile - É o filho rebelde de Ọbàtálá. Ayrá Intilé foi um filho muito difícil, causando
dissabores a Ọbàtálá. Um dia, Ọbàtálá juntou-se a Odudua e ambos decidiram pregar uma reprimenda
em Intilé. Estava Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e
levaram seu cavalo branco. Ayrá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu
cavalo predileto, saiu no encalço. Na perseguição encontrou Ọbàtálá e tentou enfrentá-lo. O velho não
se fez de rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela
primeira vez Ayrá Intilé havia se submetido a alguém. Ayrá tinha sempre ao pescoço colares de contas
vermelhas. Foi então que Ọbàtálá desfez os colares de Ayrá Intilé e alternou as contas encarnadas com
as contas brancas de seus próprios colares. Ọbàtálá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco.
Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Ọbàtálá fez com
que Ayrá Intilé o levasse de volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Nesta qualidade,
Ayrá Intilé dá a seu devoto um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo,
moralista, decidido.
Ayrá Ibonã - É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho
de cada ano, acontece a fogueira de Ayrá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as
brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia.
Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando
com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do
povoado, lá estava Ayrá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas
escaldantes das fogueiras. Nessa qualidade, os seguidores de Ayrá têm espírito jovem, perigoso,
violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.
Ayrá Osi - É o eterno companheiro de Oxoguiã. Um dia, passando Oşoguian pelas terras onde
vivia Ayrá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de
batalhas. Sem que Oxoguiã se desse conta, Ayrá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos
guerreiros de Oxoguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos
ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxoguiã observava a disputa do
alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um
de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oşoguian interpelou seu
soldado e para sua surpresa deparou-se com Ayrá que chorava de medo, implorando seu perdão, por
haver enganado o grande guerreiro branco. Oşoguian, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de
Ayrá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Ayrá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem
voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a
arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas. Os filhos de Ayrá Osi- são
considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se enganar pela
impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e sentimentais. São
muitas as invocações ou qualidades de xango, que, como vimos, se juntas às outras tantas de Ayrá. Em
diferentes países e regiões da diáspora africana em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há
diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do
tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá. Muitas foram esquecidas, outras
ganharam novos significados. Cada qualidade é representada por diferentes cores e outros atributos, de
modo que, pelas vestes, contas e ferramentas, ritmos e danças, é possível identificar a qualidade que
está sendo festejada, principalmente no barracão de festas dos terreiros. Não só por esses aspectos, mas
também pelas oferendas votivas e pelos animais que são sacrificados em favor da divindade.
PONTOS DE XANGÔ
Segue abaixo alguns dos pontos cantados para Xangô. São pontos que demonstram a sabedoria,
a força e a justiça desse Orixá.
PONTO 01
===========//===========
PONTO 02
Xangô é um corisco,
Xangô é um corisco,
Levanta de madrugada!
Levanta de madrugada!
============//============
PONTO 03
Saravá Xangô!
Saravá Xangô!
=============//===========
PONTO 04
=============//==========
PONTO 05
Xangô é Rei,
É Rei Nagô!
Xangô é Rei,
É Rei Nagô!
============//=================
PONTO 06
Na pedreira de Xangô
============//==================
PONTO 07
É pura e é verdadeira!
===========//============
PONTO 08
Lá na pedreira!
Na cachoeira!
Lá na pedreira!
Na cachoeira!
=========//=========
PONTO 09
Kaô!
======//=======
PONTO 10
========//=======
PONTO 11
Lê lelê o kaô
Lê lelê o kaô
Lê lelê é de vangolé
Lê Lelê kaô
=======//======
PONTO12
================//=================
PONTO 13
=================//==============
PONTO 14
==================//===============
PONTO 15
Justiça verdadeira!
Justiça verdadeira!
Xangô
Xangô é sincretizado com São Jerônimo, São Pedro, São João Batista, cujo poder se manifesta na
pedreira, é o Senhor da justiça. Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado
tanto protege seus filhos das injustiças como os pune quando as cometem, bem como, a Estrela de 6
pontas cujo símbolo é em si o poder equilibrador do Universo. Quando Deus Criou os Estados
exteriores da Criação, o Primeiro foi o vazio(Exu), o Segundo estado foi o Espaço em si mesmo(Oxalá) e
o Quarto Estado da Criação exterior foi o equilíbiro de tudo e de todos(Xangô)
Como em Olorum, não se pode dizer quem foi o primeiro a ser exteriorizado, nós umbandistas
preferimos amá-los e ponto final. Tudo se trata de ângulos de visões religiosas, pois o poder de Olorum
que equilibra todo o Universo que faz par com o estado purificador (Kali-yê) é chamado de Xangô na
religião umbandista, ou seja, na Umbanda não o adoramos como um deus com características humanas,
mas sim, como o poder equilibrador de Olorum manifestado em seu exterior.
Oferenda Básica
Bebidas - Cerveja Preta
Comidas - quiabos picados em rodelas e levemente cozidos, rabada cozida com cebolas cortadas
em rodelas
Fitas - Branca e Marrom
Frutas - abacaxi, melão, manga, melancia, figo, caqui, laranja, goiaba vermelha
Libação - Vinho tinto seco
Licor - Licor de Chocolate
Linhas - Branca e Marrom
Pembas – branca, marrom e vermelha.
Toalhas ou panos - marrons
Velas - Branca e Marrom
Sua saudação é "Kaô Kabecile"
Ao continuarmos a análise das diversas combinações dos Orixás encontramos o Orixá Xangô
atuando principalmente no equilíbrio das diversas forças. Xangô é o Orixá que está associado ao
estudo, discernimento, e consequentemente a justiça. Observando a natureza vemos a pedreira entre a
terra e o mar, impondo limites, pois a água salgada não germina a terra, mantendo, portanto o
equilíbrio ecológico. Encontramos também sua manifestação natural através do trovão.
Existem inúmeras qualidades de Şàngó, mas não estão relacionados as combinações de outras
forças mas ao equilíbrio das mesmas (poderíamos ousar afirmar que está seria a principal função deste
Orixá em nível de natureza), assim temos:
Xangô Kâo - É o principal e mais cultuado como dirigente desta linha. Também conhecido como
xangô Velho. Vibra na cor marrom escuro, simbolizando a pedra antiga na qual foi assentada a justiça,
evidenciando a sabedoria. Ele atua na pedreira sobre a qual está assentado o campo florido que recebe
as obrigações de Oxalá.
Xangô Àfọnjá, o Bãlẹ̀ (governante) da cidade de Ìlọrin. Àfọnjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo,
quer dizer líder do exército do império. Segundo a história de Oyo, no início do século dezenove, Oyo
era governada pelo rei Awole, ele possuía aliados que eram espécies de Generais, que lhe davam todo o
tipo de apoio mantendo assim o podes absoluto sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia
um desses generais resolveu se rebelar contra Oyo e se unir com os inimigos, esse general se chamava
Àfọnjá que era conhecido como Kakanfo de Ìlọrin. Declarou-se independente de Oyo. Com isso o Rei de
Oyo Awole se envenenou para não ver o desmembramento do Império. Àfọnjá traíu o Império Iorubá,
mas quando os rebeldes assumiram o poder Àfọnjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que
se um homem traiu seu antigo rei ele voltaria a trair tantos outros.
Ọbá Kuso ou Ọbá Kosô- Título que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kosô nos arredores de
Oyo, tornando-se seu Rei. Título dado também a Agọnjú, irmão gêmeo de Xangô quando de sua
chegada em Oyo foi aclamado como o Rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.
Şàngó Lubê - Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser
traduzido como Senhor Abastado.
Xangô Irù ou Barù - Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o
culto de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus primordial Jakutá sobre a terra,senhor
dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destroir a capital do
Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida, adentrando na terra.
Xangô Ajakà - Também entitulado Bayaniym - O pai me escolheu, que faz referência a ele por
ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
Xangô Agọnjú - Ele representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação
dos Vulcões.
Qualidades de Xangô Ayrá
Em alguns terreiros cultua-se um grupo de qualidades de xangô que recebe o nome de Ayrá.
Também se acredita que Ayrá seja um orixá diferente de xangô e que participa de alguns de seus mitos.
O mais comum é considerar-se Ayrá como um xangô branco. Vejamos algumas das qualidades de
Xangô Ayrá.
Ayrá Intile - É o filho rebelde de Ọbàtálá. Ayrá Intilé foi um filho muito difícil, causando
dissabores a Ọbàtálá. Um dia, Ọbàtálá juntou-se a Odudua e ambos decidiram pregar uma reprimenda
em Intilé. Estava Intilé na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e
levaram seu cavalo branco. Ayrá Intilé percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu
cavalo predileto, saiu no encalço. Na perseguição encontrou Ọbàtálá e tentou enfrentá-lo. O velho não
se fez de rogado, gritou com Intilé, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção. Pela
primeira vez Ayrá Intilé havia se submetido a alguém. Ayrá tinha sempre ao pescoço colares de contas
vermelhas. Foi então que Ọbàtálá desfez os colares de Ayrá Intilé e alternou as contas encarnadas com
as contas brancas de seus próprios colares. Ọbàtálá entregou a Intilé seu novo colar, vermelho e branco.
Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho. E para terminar o mito, Ọbàtálá fez com
que Ayrá Intilé o levasse de volta a seu palácio pelo rio, carregando-o em suas costas. Nesta qualidade,
Ayrá Intilé dá a seu devoto um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo,
moralista, decidido.
Ayrá Ibonã - É considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho
de cada ano, acontece a fogueira de Ayrá, rito em que Ibonã dança acompanhado de Iansã, pisando as
brasas incandescentes. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia.
Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando
com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do
povoado, lá estava Ayrá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas
escaldantes das fogueiras. Nessa qualidade, os seguidores de Ayrá têm espírito jovem, perigoso,
violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.
Ayrá Osi - É o eterno companheiro de Oxoguiã. Um dia, passando Oşoguian pelas terras onde
vivia Ayrá Osi, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de
batalhas. Sem que Oxoguiã se desse conta, Ayrá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos
guerreiros de Oxoguiã, misturando-se aos soldados do rei de Ejibô. No caminho encontraram inimigos
ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra. Oxoguiã observava a disputa do
alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um
de seus soldados estava de cócoras, escondido atrás da pedra. Sorrateiramente Oşoguian interpelou seu
soldado e para sua surpresa deparou-se com Ayrá que chorava de medo, implorando seu perdão, por
haver enganado o grande guerreiro branco. Oşoguian, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de
Ayrá Osi. No entanto, como punição pela mentira de Ayrá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem
voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a
arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas. Os filhos de Ayrá Osi- são
considerados jovens guerreiros, lutam pelo que querem, mas as vezes deixam-se enganar pela
impetuosidade. São calmos, não tidos a trabalhos intelectuais, são amorosos, alegres e sentimentais. São
muitas as invocações ou qualidades de xango, que, como vimos, se juntas às outras tantas de Ayrá. Em
diferentes países e regiões da diáspora africana em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há
diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do
tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá. Muitas foram esquecidas, outras
ganharam novos significados. Cada qualidade é representada por diferentes cores e outros atributos, de
modo que, pelas vestes, contas e ferramentas, ritmos e danças, é possível identificar a qualidade que
está sendo festejada, principalmente no barracão de festas dos terreiros. Não só por esses aspectos, mas
também pelas oferendas votivas e pelos animais que são sacrificados em favor da divindade.
PONTOS DE XANGÔ
Segue abaixo alguns dos pontos cantados para Xangô. São pontos que demonstram a sabedoria,
a força e a justiça desse Orixá.
PONTO 01
Meu Pai Xangô deixa essa pedreira aí,
Meu Pai Xangô deixa essa pedreira aí,
A Umbanda está lhe chamando,
Deixa essa pedreira aí!
A Umbanda está lhe chamando,
Deixa essa pedreira aí!
===========//===========
PONTO 02
Xangô é um corisco,
Que nasceu da trovoada!
Xangô é um corisco,
Que nasceu da trovoada!
Ele mora na pedreira,
Levanta de madrugada!
Ele mora na pedreira,
Levanta de madrugada!
Longe, bem longe aonde o sol raiou,
Longe, bem longe aonde o sol raiou,
Saravá Umbanda, ô Saravá Xangô!
Saravá Umbanda, ô Saravá Xangô!
============//============
PONTO 03
Escureceu, a noite chegou!
Escureceu, a noite chegou!
Firma ponto na pedreira,
Saravá Xangô!
Firma ponto na pedreira,
Saravá Xangô!
Saravá Xangô, ô Saravá Xangô!
Saravá Xangô, ô Saravá Xangô!
=============//===========
PONTO 04
No alto daquela pedreira,
Tem um livro que é de Xangô!
No alto daquela pedreira,
Tem um livro que é de Xangô!
Kaô, Kaô, Kaô Kabecile!
Kaô, Kaô, Kaô Kabecile!
=============//==========
PONTO 05
Xangô é Rei,
É Rei Nagô!
Xangô é Rei,
É Rei Nagô!
Ô bate palma pra coroa de Xangô
Ô bate palma pra coroa de Xangô
Ô bate palma pra coroa de Xangô
Ô bate palma pra coroa de Xangô
============//=================
PONTO 06
Fui buscar um lírio branco,
Na pedreira de Xangô
Trouxe também outras flores,
Que meu Pai abençoou,
Quem gostar de lindas flores,
E ainda não achou,
Vai buscá-las com carinho,
Na linda primavera de meu Pai Xangô!
Vai buscá-las com carinho,
Na linda primavera de meu Pai Xangô!
============//==================
PONTO 07
“Xangô na Umbanda é Juiz”!
A lei de Xangô é sagrada!
Filho de Xangô é feliz!
Tem sempre defesa firmada!
Filho de Xangô é feliz!
Tem sempre defesa firmada!
Xangô a sua Justiça,
É pura e é verdadeira!
Sem ódio e sem cobiça,
Leva todo mal pra pedreira!
Sem ódio e sem cobiça,
Leva todo mal pra pedreira!
Xangô tem nos ombros o peso,
Da sua pedreira sagrada!
Xangô tem nos ombros o peso,
Da sua pedreira sagrada!
Xangô nós te pedimos,
Que nos dê seu perdão!
Xangô nós te pedimos,
Não deixa seus filhos em vão!
Xangô nós te pedimos,
Não deixa seus filhos em vão!
===========//============
PONTO 08
Pedra rolou Pai Xangô,
Lá na pedreira!
Segura pedra meu Pai,
Na cachoeira!
Pedra rolou Pai Xangô,
Lá na pedreira!
Segura pedra meu Pai,
Na cachoeira!
Tenho meu corpo fechado,
Xangô é meu protetor,
Tenho meu corpo fechado,
Xangô é meu protetor
Afirma ponto meu filho,
Pai de cabeça chegou!
=========//=========
PONTO 09
Ô Gino olha a sua banda,
Ô Gino olha o seu gongá!
Ô Gino olha a sua banda,
Ô Gino olha o seu gongá!
Aonde o rouxinol cantava,
Aonde Xangô morava,
Aonde o rouxinol cantava,
Aonde Xangô morava,
Ele Gino da cobra coral
Ele Gino da cobra coral
Ele Gino da cobra coral
Kaô!
======//=======
PONTO 10
Xangô, Xangô, Xangô,
Xangô Kaô meu Pai!
Foi o Senhor quem falou
“Filho de Xangô não cai.”
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PONTO 11
Lê lelê o kaô
Lê lelê o kaô
Lê lelê é de vangolé
Lê Lelê kaô
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PONTO12
Dizem que Xangô mora na pedreira,
Mas não é lá sua morada verdadeira!
Dizem que Xangô mora na pedreira,
Mas não é lá sua morada verdadeira!
Xangô mora numa cidade de Luz,
Onde mora Santa Bárbara, Oxumarê e Jesus!
Xangô mora numa cidade de Luz,
Onde mora Santa Bárbara, Oxumarê e Jesus!"
================//=================
PONTO 13
Xangô morava nas pedreiras,
Viveu escrevendo em uma pedra,
Ele escreveu a Justiça.
Quem deve paga, quem merece recebe!
Ele escreveu a Justiça.
Quem deve paga, quem merece recebe!"
=================//==============
PONTO 14
Meu pai São João Batista, ele é Xangô!
Ele é o dono do meu destino até o fim!
Meu pai São João Batista, ele é Xangô!
Ele é o dono do meu destino até o fim!
O dia que me faltar a fé no meu Senhor
Que role essa pedreira sobre mim!
O dia que me faltar a fé no meu Senhor
Que role essa pedreira sobre mim!
==================//===============
PONTO 15
Pedra rola da pedreira,
Em cima de quem errou,
Justiça quem faz e ele,
Porque ele é Xangô!
Pedra rola da pedreira,
Em cima de quem errou,
Justiça quem faz e ele,
Porque ele é Xangô!
Com seu leão do lado,
Com seu machado na mão,
Ele corta mironga,
Pra seus filhos, da proteção.
Justiça maior é do meu Pai Xangô!
Justiça verdadeira!
O seu brado é tão alto,
Que escoa na pedreira!
Pedra rola da pedreira,
Em cima de quem errou,
Justiça quem faz e ele,
Porque ele é Xangô!
Pedra rola da pedreira
Encima de quem errou
Justiça quem faz e ele
Porque ele é Xangô!
Com seu leão do lado,
Com seu machado na mão,
Ele corta mironga,
Pra seus filhos, da proteção.
Justiça maior é do meu Pai Xangô!
Justiça verdadeira!
O seu brado é tão alto,
Que escoa na pedreira!
Pedra rola da pedreira
Encima de quem errou
Justiça quem faz e ele
Porque ele é Xangô!
Obaluaê/Omulú
Obaluaê, também conhecido como Omulú, Xapanã e associado Orixá da Cura, das doenças, das
pestes.
É sincretizado com São Lázaro, o santo que voltou dos mortos e com São Roque, o santo que fora
contaminado com uma peste, se curou e é invocado na cura de epidemias e doenças contagiosas.
Na Umbanda São Roque e São Lázaro passaram a ser sincretizados com Obaluaê, Orixá
que possui os mesmos atributos, ou seja, senhor dos mortos e curador das pestes.
Já Obaluaê é um Orixá que teve seu culto iniciado na África, chegando ao Brasil e
demais países da América Latina por intermédio dos negros escravos. Sendo
posteriormente adotado como Orixá na Umbanda.
Uma dúvida muito comum entre os irmãos Umbandistas é se Obaluaê e Omulú é o mesmo Orixá
ou são Orixás distintos. A resposta é afirmativa ao primeiro entendimento. Falar em Obaluaê ou
Omulú é falar no mesmo Orixá.
Obaluayê - Yorùbá Ọbalúwaìye é uma flexão dos termos: Ọba (rei) – Olúwa (senhor) – Ayé
(terra), ou seja, “Rei, senhor da Terra”. São também comuns as variações gráficas Ọbalúwaìye,
Obaluaê e Abaluaê.
Omulu - Yorùbá Ọmọlú também é uma flexão dos termos: Ọmọ (filho) – Olúwa (senhor), que
quer dizer “Filho do Senhor”.
Ọbalúwaìye, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Ọmọlú o mais velho, é o sábio, o
feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência. No cotidiano significam a mesma
coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesa força da natureza.
Na Umbanda, o culto é feito a Ọbalúwaìye, que se desdobra com o nome de Ọmọlú (os nomes se
referem as fases míticas, onde o mesmo deus seria mais jovem ou mais velho). Orixá originário do
Daomé. É um Orixá sombrio, tido entre os Yorubanos como severo e terrível, caso não seja
devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através
de gestos humildes, honestos e leais.
Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e Ọbalúwaìye estabelece o cordão energético que
une o espírito ao corpo (feto), que será recebido no útero materno assim que alcançar o
desenvolvimento celular básico (órgãos físicos).
Ambos os nomes surgem quando nos referimos à esta figura, seja Ọmọlú seja Ọbalúwaìye. Para
a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis,
referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns
babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que representam
tipos diferentes do mesmo Orixá.
Um dos mais temidos Orixás, comanda as doenças e, consequentemente, a saúde. Assim como
sua mãe Nanã, tem profunda relação com a morte. Tem o rosto e o corpo cobertos de palha da costa,
em algumas lendas para esconder as marcas da varíola, em outras já curado não poderia ser olhado de
frente por ser o próprio brilho do sol. Seu símbolo é o Xaxará - um feixe de ramos de palmeira
enfeitado com búzios.
Seu dia do ano é 02 de novembro (juntamente com o dia de finados) - 17 de dezembro (em razão
do sincretismo com São Lázaro) e 16 de Agosto (em razão do sincretismo com São Roque).
Suas cores são o Preto e Branco. (No candomblé além dessas cores, usa-se também o vermelho).
Seu símbolo é o Xaxará. (Espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro,
enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como
"varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais.).
Suas oferendas levam pipoca (que representa a transformação entre a vida e morte) estourada
no azeite de dendê e sem sal; velas brancas e pretas; flores brancas e água. São entregues,
preferencialmente, no cruzeiro do cemitério.
Também se manifestam falangeiros de Obaluaê, uma manifestação mais densa, entidades que
chegam curvadas e que geralmente tem sua cabeça coberta por um pano branco. São espíritos ligados
diretamente à Obaluaê.
Em termos mais estritos, Ọbalúwaìye é a forma jovem do Orixá Xapanã, enquanto Ọmọlú é sua
forma velha. Como porém, Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não
devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente, a forma Ọbalúwaìye é a que mais
se vê.
Ponto 01
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Ponto 02
Seu Omulú é,
Seu Omulú é,
Seu Omulú é,
Seu Omulú é,
Seu Omulú é,
OFERENDA: Velas brancas; azuis e rosas; champagne, calda de ameixa ou de pêssego, manjar, arroz-doce e
melão; rosas e palmas brancas, tudo depositado à beira-mar.
Yemanjá
Iemanjá é a Senhora dos Mares, dos Oceanos e da fecundidade. É tida como mãe de todos os orixás,
isso porque, a própria ciência confirma que toda a vida existente na terra, teve sua origem nos oceanos.
O nome Iemanjá deriva da palavra Yorubá Yemonja "Yèyé omo ejá" que significa "Mãe cujos filhos
são peixes". É uma divindade oriunda da nação de Egbé, nação esta Yoruba onde existe o rio Iemanjá.
Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora da Conceição da Praia e com Nossa Senhora dos
Navegantes. Entretanto, diversamente do que ocorre com os outros Orixás, a imagem de Iemanjá não está
fortemente relacionada a imagem das santas católicas. A Imagem de Iemanjá mais difundida, é a de uma
mulher morena vestida com uma manto azul da cor do mar e enfeitada com pérolas e uma coroa com estrela
do mar.
Essa imagem teve origem no Brasil. Conta-se que foi objeto de uma visão de uma médium durante um
trabalho de praia, que, ao olhar para o mar teve a benção de ver a mãe sereia andando sobre as águas.
A partir de então, essa imagem passou a ser a mais vendida não só Brasil, como no mundo. Em
consequência, Iemanjá passou a ser a Orixá mais popular do Brasil, atraindo adeptos não só da Umbanda e do
Candomblé, mas também de outras religiões.
É comum ver na noite do dia 31 de dezembro, diversas pessoas de outras religiões jogando flores,
perfumes e champanhe ao mar, pedindo proteção e bênçãos de Iemanjá para o ano vindouro.
Iemanjá também é conhecida por: Mãe d´água, Janaína, Iara, Sereia, Princesa do Mar, Marbô, Inaê,
Mucunã, Rainha do Mar, Rainha das Águas, entre tantos outros.
À Iemanjá sempre é pedido proteção, para que leve para as profundezas dos oceanos, toda energia
negativa, toda demanda e todo mau espírito. Iemanjá por ser mãe, traz o conforto, a segurança e o amor na
vida dos filhos de fé.
As cores de Iemanjá são o azul e o branco.
Suas oferendas levam velas azuis e brancas, champanhe, flores, perfumes, espelhos e pentes. São
entregues, preferencialmente no mar.
Seu dia da semana é o Sábado.
Seu dia do ano é o dia 02 de fevereiro (ou 8 de dezembro se sincretizada com N.Sª da Conceição da
Praia).
Sua saudação é Odoìyá! Odo (rio) Ìyá (mãe) ou Odofiaba!
Da linha de Iamanjá originam diversos espíritos, dentre caboclos, baianos, falangeiros e Exus.
São entidades ligadas fortemente com o mar e com a praia.
Características dos filhos de Iemanjá
Pelo fato de Iemanjá ser a Criação, sua filha normalmente tem um tipo muito maternal. Aquela que
transmite a todos a bondade, confiança, grande conselheira. É mãe. Sempre tem os braços abertos para acolher
junto de si todos aqueles que a procuram. A porta de sua casa sempre está aberta para todos, e gosta de tutelar
pessoa. Tipo a grande mãe. Aquela mulher amorosa que sempre junta os filhos dos outros com os seus. O
homem filho de Iemanjá carrega o mesmo temperamento: é o protetor. Cuida de seus tutelados com muito
amor. Geralmente é calmo e tranquilo, exceto quando se sente ameaçado na perda de seus filhos, isto porque
não divide isto com ninguém. É sempre discreto e de muito bom gosto. Veste-se com muito capricho. É franco
e não admite a mentira. Normalmente fica zangado quando ofendido e o que tem como ajuntó o orixá Ògún,
torna-se muito agressivo e radical. Diferente é quando o ajuntó é Oxóssi, aí sim, é pessoa calma, tranquila, e
sempre reage com muita tolerância. O maior defeito do filho de Iemanjá é o ciúme. É extremamente ciumento
com tudo que é seu, principalmente das coisas que estão sob sua guarda. Gostam de viver num ambiente
confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as
demais da comunidade de que fazem parte. Apreciam o luxo, as joias caras e os tecidos vistosos e bons
perfumes. Entretanto, não possuem a mesma vaidade coquete de Oxum, sempre apresentando uma idade
maior, mais responsável e decidido do que os filhos da Oxum. A força e a determinação fazem parte de suas
características básicas, assim como o sentido de amizade, sempre cercada de algum formalismo. Apesar do
gosto pelo luxo, não são pessoas ambiciosas nem obcecadas pela própria carreira, detendo-se mais no dia a
dia, sem grandes planos para atividades em longo prazo. Pela importância que dá a retidão e à hierarquia,
Iemanjá não tolera mentira e a traição. Assim sendo, seus filhos demoram a confiar em alguém, e quando
finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro círculo de amigos, deixam de ter restrições,
aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de
perdoar as pequenas falhas humanas. Não esquecem uma ofensa ou traição, sendo raramente esta mágoa
esquecida. Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem
esquecê-las jamais. Fisicamente, existe uma tendência para a formação de uma figura cheia de corpo, um
olhar calmo, dotada de irresistível fascínio (o canto da sereia). Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e
sinuosos, os de Iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca
diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade
e do companheirismo.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e
costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas
onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano.
Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do
cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande
capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são qualidades em Iemanjá,
como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a
vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Gostam de testar as pessoas.
Qualidades
São 16 as qualidades, e por possuírem características tão próprias, há quem chegue a considerar que se
trata de orixás individuais (independentes) das outras qualidades. Aqui, no entanto, e por não haver concenso
quanto a esta questão, e muito estudo e pesquisa ser ainda necessário, vai encarar como qualidades de um
único orixá, tal como fazemos com todos os outros.
Yèmọnja Asdgba ou Soba: É a mais velha, manca de uma perna devido a uma luta com Èşù,
rabugenta, e feiticeira, fala de costas, gosta de fiar seu cristal. Comanda as caçadas mais profundas do oceano,
tem afinidade com Nanã. Veste branco.
Yèmọnja Akurá: Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algas
marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro. Come com Nanã.
Yèmọnja Ataramaba: Nessa forma ela está no colo de seu pai Olóòkun.
Yèmọnja Ataramogba ou Iyáku: Vive na espuma da ressaca da maré.
Yèmọnja Ayio: Muito velha. Veste sete anáguas para se proteger. Vive no mar e descansa nas lagoas.
Come com Ọ̀ṣun e Nanã.
Yèmọnja Iya Masemale ou Iamasse: É a mãe de Şàngó e quem cuidou de Òşùmàrè. Esposa de Oranian
e muito festejada durante as festas consagradas a seu filho Şàngó. As suas contas são branco leitosas, rajadas
de vermelho e azul.
Yèmọnja Iyemoyo, Awoyó; Yemuo; Yá Ori ou Iemowô: É uma das mais velha, possui ligação com
Òşàlà, o seu fundamento está no ori, representa a vida, pode curar doenças da cabeça. Veste branco e cristal.
Yèmọnja Konla: O seu mito conta que ela afoga os pescadores.
Yèmọnja Maleleo ou Maiyelewo: Esta Yèmọnja vive no meio do oceano no lugar onde se encontram
as sete correntes oceânicas.
Yèmọnja Odo: Tem aproximação com Ọ̀ṣun, e vive na água doce sendo muito feminina e vaidosa.
Yèmọnja Ogunté: Considerada a nova guerreira, dona da espada, esposa de Ògún ferreiro (Alagbedé) e
mãe de Ògún Akorô e Oxóssi. O seu nome significa aquela que contém Ògún. Vive perto das praias, no
encontro das águas com as pedras. Traz na cintura um facão e todas as ferramentas de Ògún. Veste branco;
azul marinho, cristal, ou verde e branco.
Yèmọnja Olosá: Come com Ọ̀ṣun e Nanã. Veste verde-clara e suas contas são branco cristal. É a
Yèmọnja mais velha da terra de Egbado. Ná Africa é cultuada como uma divindade feminina das lagoas onde
desaguam vários rios.
Yèmọnja Oyo: Benéfica, muito feminina, saudada na cerimónia do Padê, veste de branco, rosa e azul
claro.
Yèmọnja Saba: Fiadeira de algodão, Sabá ou Iyasabá é a esposa de Orunmilá, divindade do oráculo
iorubano, e como ele detém o poder sobre o Ifá. Isto é celebrado no mito em que Orunmilá, saindo para
trabalhar em outras terras, demora-se a retornar e sua mulher, Yèmọnja Sabá começa a passar dificuldades
financeiras. Burlando as ordens do marido, ela apanha o oráculo e começa a atender todas as pessoas que
corriam à sua casa, Orunmila tomou conhecimento de que havia em sua cidade, uma mulher adivinha que
estava arrebanhando muitos clientes. Intrigado, Orunmilá disfarçou-se e foi em busca da tal mulher, que, para
seu espanto, era Yèmọnja. Irado, levou a esposa à corte de Olodumaré para que suas atitudes fossem julgadas.
Olodumaré decidiu que, a partir daquele dia, visto o desempenho de Yèmọnja no manuseio de Ifá, todos os
adivinhos deveriam fazer reverências a ela e que ela responderia através dos cauris, trazendo suas mensagens
aos homens. Orunmilá, mesmo contrariado, submete-se à decisão do deus supremo. Yèmọnja Sabá é
conhecida também por escutar apenas de um dos ouvidos. Quando ocorre sua possessão no terreiro em algum
de seus filhos, vêem-se vários filhos de santo apostando entre si para saber através de qual ouvido a divindade
estará escutando naquele dia. Precisam saber disso, para que seus pedidos sejam ouvidos e atendidos.
Iemanjá Sessu, Sesu, Iyasesu ou Susure: Ligada à gestação. Voluntariosa e respeitável, mensageira de
Olóòkun, o deus do mar. Vive nas águas sujas do mar e é muito esquecida e lenta. Come com Obaluaiyê e
Ògún. Além do próprio assentamento, tem que se assentar Ọ̀ṣun e Obaluaiyê. Veste branco, verde água e suas
contas branco cristal. Tão temível quanto Sabá, Yèmọnja Sessu participa da cerimônia do axexé (àṣẹ̀ṣẹ̀: rito
funerário) pois vive nas profundezas, assim como Nanã, que abre a terra para receber os mortos.
Yèmọnja Yinaé ou Malelé: Aquela que os filhos sempre serão peixes. Também conhecida como
Marabô, mora nas águas mais profundas. É a sereia, ligada à reprodução dos peixes; vem sempre a beira do
mar apanhar as suas oferendas; está ligada a Òşàlà e Exú.
PONTOS DE IEMANJÁ
Seguem abaixo alguns dos pontos mais cantados para reverenciar a Rainha do Mar!
PONTO 01
"Retira a jangada do mar,
Mãe d'agua mandou avisar!
Que hoje não pode pescar,
Pois hoje tem festa no mar!
Ê,ê,ê,ê, ê, ê Iemanjá!
Ela é, ela é a Rainha do mar!
Ê,ê,ê,ê, ê, ê Iemanjá!
Ela é, ela é a Rainha do mar!
Traz pentes, traz espelhos,
ôôôô
Pra ela se enfeitar!
ôôôô
Traz flores, traz perfumes,
Feito a cor do mar!"
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PONTO 02
Mãe d'agua Rainha das ondas, sereia do mar!
Mãe d'agua seu canto é bonito quando faz luar!
Mãe d'agua Rainha das ondas, sereia do mar!
Mãe d'agua seu canto é bonito quando faz luar!
É bonito o canto de Iemanjá!
Sempre faz o pescador chorar!
Ele escuta a mãe d'agua cantar!
Vai com ela profundo do mar!
Vai com ela profundo do mar!
Ê, Iemanjá!
Ê, Iemanjá!
Rainha das ondas sereia do mar!
Rainha das ondas sereia do mar!
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PONTO 03
Iemanjá, é a Rainha do mar! êê
Iemanjá, é a Rainha do mar!
Iemanjá, é a Rainha do mar! êê
Iemanjá, é a Rainha do mar!
Salve o Povo de Aruanda!
Salve meu Pai Oxalá!
Salve Oxossi,
Salve os guias!
Salve Ogum Beira-Mar, Iemanjá!
Iemanjá, é a Rainha do mar! êê
Iemanjá, é a Rainha do mar!
Iemanjá, é a Rainha do mar! êê
Iemanjá, é a Rainha do mar!
Vai ter festa na ribeira,
Vai ter festa no canzuá!
Vai ter ponto a noite inteira!
E vai ter muitas flores no mar, pra Iemanjá!
Iemanjá é a Rainha do mar! Ê
Iemanjá é a Rainha do mar! ...
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PONTO 04
"Meu irmão, quando ouvir!
Ao longe um lindo cantar!
São os anjos do céu!
Ou a sereia do mar...
Meu irmão, quando ouvir!
Ao longe um lindo cantar!
São os anjos do céu!
Ou a sereia do mar..
Todo mundo se admira,
Quando escuta cantar!
Quanto mais eles ouvissem,
Sereia canta no mar!"
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PONTO 05
"Sereia, sereia,
Rainha do Mar!
Sereia, sereia,
Mamãe Iemanjá!
Sereia, Sereia,
Rainha do mar!
Sereia, sereia,
Vem descarregar!"
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PONTO 06
Saia do mar linda sereia!
Saia do mar venha brincar na areia!
Saia do mar sereia bela!
Saia do mar venha brincar com ela!
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PONTO 07
A onda do mar rolou!
A onda do mar rolou!
A onda do mar rolou!
A onda do mar rolou!
Saravá a Rainha do mar!
Saravá a Rainha do mar!
Saravá a Rainha do mar!
Saravá a Rainha do mar!
Mamãe Iemanjá!"
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PONTO 08
"A marola do mar vai levando,
Iemanjá é quem vai navegando,
e a marola do mar vai levando,
Iemanjá é quem vai navegando..."
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PONTO 09
"No fundo do mar tem pedra,
debaixo da pedra tem areia,
debaixo d'areia tem conchinha,
debaixo conchinha mãe sereia!
ô tem areia, ô tem areia,
ô tem areia no fundo do mar, tem areia!
ô tem areia, ô tem areia,
ô tem areia no fundo do mar, tem areia!
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PONTO 10
"Eu fui na beira da praia!
Pra ver, o balanço do mar!
Eu vi, seu retrato na areia,
me lembrei da sereia,
comecei a chamar!
Ô Janaina vem ver,
Ô Janaina vem cá,
receber suas flores,
que venho lhe ofertar!
Ô Janaina vem ver,
Ô Janaina vem cá,
receber suas flores,
que venho lhe ofertar!
Yemanjá
Iemanjá é a Senhora dos Mares, dos Oceanos e da fecundidade. É tida como mãe de todos os orixás,
isso porque, a própria ciência confirma que toda a vida existente na terra, teve sua origem nos oceanos.
O nome Iemanjá deriva da palavra Yorubá Yemonja "Yèyé omo ejá" que significa "Mãe cujos filhos
são peixes". É uma divindade oriunda da nação de Egbé, nação esta Yoruba onde existe o rio Iemanjá.
Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora da Conceição da Praia e com Nossa Senhora dos
Navegantes. Entretanto, diversamente do que ocorre com os outros Orixás, a imagem de Iemanjá não está
fortemente relacionada a imagem das santas católicas. A Imagem de Iemanjá mais difundida, é a de uma
mulher morena vestida com uma manto azul da cor do mar e enfeitada com pérolas e uma coroa com estrela
do mar.
Essa imagem teve origem no Brasil. Conta-se que foi objeto de uma visão de uma médium durante um
trabalho de praia, que, ao olhar para o mar teve a benção de ver a mãe sereia andando sobre as águas.
A partir de então, essa imagem passou a ser a mais vendida não só Brasil, como no mundo. Em
consequência, Iemanjá passou a ser a Orixá mais popular do Brasil, atraindo adeptos não só da Umbanda e do
Candomblé, mas também de outras religiões.
É comum ver na noite do dia 31 de dezembro, diversas pessoas de outras religiões jogando flores,
perfumes e champanhe ao mar, pedindo proteção e bênçãos de Iemanjá para o ano vindouro.
Iemanjá também é conhecida por: Mãe d´água, Janaína, Iara, Sereia, Princesa do Mar, Marbô, Inaê,
Mucunã, Rainha do Mar, Rainha das Águas, entre tantos outros.
À Iemanjá sempre é pedido proteção, para que leve para as profundezas dos oceanos, toda energia
negativa, toda demanda e todo mau espírito. Iemanjá por ser mãe, traz o conforto, a segurança e o amor na
vida dos filhos de fé.
Suas oferendas levam velas azuis e brancas, champanhe, flores, perfumes, espelhos e pentes. São
entregues, preferencialmente no mar.
Seu dia do ano é o dia 02 de fevereiro (ou 8 de dezembro se sincretizada com N.Sª da Conceição da
Praia).
Da linha de Iamanjá originam diversos espíritos, dentre caboclos, baianos, falangeiros e Exus.
Pelo fato de Iemanjá ser a Criação, sua filha normalmente tem um tipo muito maternal. Aquela que
transmite a todos a bondade, confiança, grande conselheira. É mãe. Sempre tem os braços abertos para acolher
junto de si todos aqueles que a procuram. A porta de sua casa sempre está aberta para todos, e gosta de tutelar
pessoa. Tipo a grande mãe. Aquela mulher amorosa que sempre junta os filhos dos outros com os seus. O
homem filho de Iemanjá carrega o mesmo temperamento: é o protetor. Cuida de seus tutelados com muito
amor. Geralmente é calmo e tranquilo, exceto quando se sente ameaçado na perda de seus filhos, isto porque
não divide isto com ninguém. É sempre discreto e de muito bom gosto. Veste-se com muito capricho. É franco
e não admite a mentira. Normalmente fica zangado quando ofendido e o que tem como ajuntó o orixá Ògún,
torna-se muito agressivo e radical. Diferente é quando o ajuntó é Oxóssi, aí sim, é pessoa calma, tranquila, e
sempre reage com muita tolerância. O maior defeito do filho de Iemanjá é o ciúme. É extremamente ciumento
com tudo que é seu, principalmente das coisas que estão sob sua guarda. Gostam de viver num ambiente
confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as
demais da comunidade de que fazem parte. Apreciam o luxo, as joias caras e os tecidos vistosos e bons
perfumes. Entretanto, não possuem a mesma vaidade coquete de Oxum, sempre apresentando uma idade
maior, mais responsável e decidido do que os filhos da Oxum. A força e a determinação fazem parte de suas
características básicas, assim como o sentido de amizade, sempre cercada de algum formalismo. Apesar do
gosto pelo luxo, não são pessoas ambiciosas nem obcecadas pela própria carreira, detendo-se mais no dia a
dia, sem grandes planos para atividades em longo prazo. Pela importância que dá a retidão e à hierarquia,
Iemanjá não tolera mentira e a traição. Assim sendo, seus filhos demoram a confiar em alguém, e quando
finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro círculo de amigos, deixam de ter restrições,
aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de
perdoar as pequenas falhas humanas. Não esquecem uma ofensa ou traição, sendo raramente esta mágoa
esquecida. Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem
esquecê-las jamais. Fisicamente, existe uma tendência para a formação de uma figura cheia de corpo, um
olhar calmo, dotada de irresistível fascínio (o canto da sereia). Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e
sinuosos, os de Iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca
diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade
e do companheirismo.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e
costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas
onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano.
Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do
cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande
capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são qualidades em Iemanjá,
como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a
vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Gostam de testar as pessoas.
Qualidades
São 16 as qualidades, e por possuírem características tão próprias, há quem chegue a considerar que se
trata de orixás individuais (independentes) das outras qualidades. Aqui, no entanto, e por não haver concenso
quanto a esta questão, e muito estudo e pesquisa ser ainda necessário, vai encarar como qualidades de um
único orixá, tal como fazemos com todos os outros.
Yèmọnja Asdgba ou Soba: É a mais velha, manca de uma perna devido a uma luta com Èşù,
rabugenta, e feiticeira, fala de costas, gosta de fiar seu cristal. Comanda as caçadas mais profundas do oceano,
tem afinidade com Nanã. Veste branco.
Yèmọnja Akurá: Vive nas espumas do mar, aparece vestida com lodo do mar e coberta de algas
marinhas. Muito rica e pouco vaidosa. Adora carneiro. Come com Nanã.
Yèmọnja Ataramaba: Nessa forma ela está no colo de seu pai Olóòkun.
Yèmọnja Ayio: Muito velha. Veste sete anáguas para se proteger. Vive no mar e descansa nas lagoas.
Come com Ọ̀ṣun e Nanã.
Yèmọnja Iya Masemale ou Iamasse: É a mãe de Şàngó e quem cuidou de Òşùmàrè. Esposa de Oranian
e muito festejada durante as festas consagradas a seu filho Şàngó. As suas contas são branco leitosas, rajadas
de vermelho e azul.
Yèmọnja Iyemoyo, Awoyó; Yemuo; Yá Ori ou Iemowô: É uma das mais velha, possui ligação com
Òşàlà, o seu fundamento está no ori, representa a vida, pode curar doenças da cabeça. Veste branco e cristal.
Yèmọnja Maleleo ou Maiyelewo: Esta Yèmọnja vive no meio do oceano no lugar onde se encontram
as sete correntes oceânicas.
Yèmọnja Odo: Tem aproximação com Ọ̀ṣun, e vive na água doce sendo muito feminina e vaidosa.
Yèmọnja Ogunté: Considerada a nova guerreira, dona da espada, esposa de Ògún ferreiro (Alagbedé) e
mãe de Ògún Akorô e Oxóssi. O seu nome significa aquela que contém Ògún. Vive perto das praias, no
encontro das águas com as pedras. Traz na cintura um facão e todas as ferramentas de Ògún. Veste branco;
azul marinho, cristal, ou verde e branco.
Yèmọnja Olosá: Come com Ọ̀ṣun e Nanã. Veste verde-clara e suas contas são branco cristal. É a
Yèmọnja mais velha da terra de Egbado. Ná Africa é cultuada como uma divindade feminina das lagoas onde
desaguam vários rios.
Yèmọnja Oyo: Benéfica, muito feminina, saudada na cerimónia do Padê, veste de branco, rosa e azul
claro.
Yèmọnja Saba: Fiadeira de algodão, Sabá ou Iyasabá é a esposa de Orunmilá, divindade do oráculo
iorubano, e como ele detém o poder sobre o Ifá. Isto é celebrado no mito em que Orunmilá, saindo para
trabalhar em outras terras, demora-se a retornar e sua mulher, Yèmọnja Sabá começa a passar dificuldades
financeiras. Burlando as ordens do marido, ela apanha o oráculo e começa a atender todas as pessoas que
corriam à sua casa, Orunmila tomou conhecimento de que havia em sua cidade, uma mulher adivinha que
estava arrebanhando muitos clientes. Intrigado, Orunmilá disfarçou-se e foi em busca da tal mulher, que, para
seu espanto, era Yèmọnja. Irado, levou a esposa à corte de Olodumaré para que suas atitudes fossem julgadas.
Olodumaré decidiu que, a partir daquele dia, visto o desempenho de Yèmọnja no manuseio de Ifá, todos os
adivinhos deveriam fazer reverências a ela e que ela responderia através dos cauris, trazendo suas mensagens
aos homens. Orunmilá, mesmo contrariado, submete-se à decisão do deus supremo. Yèmọnja Sabá é
conhecida também por escutar apenas de um dos ouvidos. Quando ocorre sua possessão no terreiro em algum
de seus filhos, vêem-se vários filhos de santo apostando entre si para saber através de qual ouvido a divindade
estará escutando naquele dia. Precisam saber disso, para que seus pedidos sejam ouvidos e atendidos.
Iemanjá Sessu, Sesu, Iyasesu ou Susure: Ligada à gestação. Voluntariosa e respeitável, mensageira de
Olóòkun, o deus do mar. Vive nas águas sujas do mar e é muito esquecida e lenta. Come com Obaluaiyê e
Ògún. Além do próprio assentamento, tem que se assentar Ọ̀ṣun e Obaluaiyê. Veste branco, verde água e suas
contas branco cristal. Tão temível quanto Sabá, Yèmọnja Sessu participa da cerimônia do axexé (àṣẹ̀ṣẹ̀: rito
funerário) pois vive nas profundezas, assim como Nanã, que abre a terra para receber os mortos.
Yèmọnja Yinaé ou Malelé: Aquela que os filhos sempre serão peixes. Também conhecida como
Marabô, mora nas águas mais profundas. É a sereia, ligada à reprodução dos peixes; vem sempre a beira do
mar apanhar as suas oferendas; está ligada a Òşàlà e Exú.
PONTOS DE IEMANJÁ
Seguem abaixo alguns dos pontos mais cantados para reverenciar a Rainha do Mar!
PONTO 01
Ê,ê,ê,ê, ê, ê Iemanjá!
Ê,ê,ê,ê, ê, ê Iemanjá!
ôôôô
ôôôô
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PONTO 02
Ê, Iemanjá!
Ê, Iemanjá!
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PONTO 03
Salve Oxossi,
Salve os guias!
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PONTO 04
Ou a sereia do mar...
Ou a sereia do mar..
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PONTO 05
"Sereia, sereia,
Rainha do Mar!
Sereia, sereia,
Mamãe Iemanjá!
Sereia, Sereia,
Rainha do mar!
Sereia, sereia,
Vem descarregar!"
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PONTO 06
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PONTO 07
Mamãe Iemanjá!"
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PONTO 08
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PONTO 09
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PONTO 10
me lembrei da sereia,
comecei a chamar!
ORIXÁS CÓSMICOS
Oiá
Oiá é a orixá do Tempo e seu campo preferencial de atuação é o religioso, onde ela atua como
ordenadora do caos religioso
O “Tempo” é a chave do mistério da Fé regido pela nossa amada mãe Oiá, porque é na eternidade do
tempo e na infinitude de Deus que todas as evoluções acontecem. A orixá Oiá forma um pólo magnético
vibratório e energético oposto ao do orixá Oxalá, e ambos regem a linha da Fé, que é a primeira das Sete
Linhas de Umbanda, que são as sete irradiações divinas do nosso Criador. Logo, o campo de atuação de nossa
amada mãe Oiá é o campo da fé, onde flui a religiosidade dos seres, todos em continua evolução.
Oiá é a regente cósmica da linha da Fé, e tempo é o vazio cósmico onde são retidos todos os espíritos
que atentam contra os princípios divinos que sustentam a religiosidade na vida dos seres.
“Tempo”, eis as qualidades, atributos e atribuições negativas de Oiá, de que tanto falamos e alertamos
aos supostos pais de Santo ou magos negros que recorrem ao “Tempo” para prejudicar seus semelhantes com
seus ebós sujos e suas magias negras. Oiá é a orixá regente do pólo negativo da linha da Fé, que é a primeira
das Sete Linhas de Umbanda e, com Oxalá assentado em seu pólo positivo, dão sustentação a todas as
manifestações da fé e dão amparo a todos os “sacerdotes” virtuosos e guiados pelos princípios divinos
estimuladores da evolução religiosa dos seres.
Quando Oiá “vira no tempo”, seja contra um seu filho direto quanto um seu filho indireto (que têm a
coroa regida por outros orixás), então sua vidaentra em parafuso e só deixará de rodar quando esgotar tudo de
desregrado e desvirtuado que nela existia. Isto é Oiá, amados filhos dos orixás! Mãe religiosa por sua
excelência divina, mas mãe rigorosa por sua natureza cósmica, cujo principal atributo junto dos espíritos
humanos é o de esgotar o lobo sanguinário que oculta-se por baixo da pele de cordeiro.
Enquanto Oxalá é irradiante, Oiá é absorvente, e enquanto os filhos de Oxalá são extrovertidos, os de
Oiá são introspectivos e até um tanto tímidos, pois a natureza forte de sua mãe divina exige deles uma certa
“beatitude” 9já que, das mães divinas, ela é a mais ciumenta por seus filhos amados e a mais rigorosa com os
seus filhos relapsos. Isto é Oiá, amados filhos das nossas amadas mães divinas!
Se ela é assim, é porque ela é a orixá que, junto com Oxalá, rege a primeira linha de Umbanda, que é a
linha da Religiosidade. Logo, os filhos de Umbanda, que têm em Oxalá o divino Pai da Fé, também devem
cultuar a divina mãe Oiá. Com ele no pólo positivo e ela no pólo negativo, forma-se o par dos orixás excelsos
que regem a linha da Fé e estimulam a religiosidade nos seres.
Oxumaré
Oxumaré é o orixá que rege sobre a sexualidade e seu campo preferencial de atuação é o da renovação
dos seres, em todos os aspectos.
Oxumaré é um dos orixás mais conhecidos, e no entanto é o mais desconhecido dos orixás dentro da
Umbanda, pois os médiuns só cultuam a orixá Oxum, que na linha do Amor ou da Concepção forma com ele a
segunda linha de Umbanda. O aspecto positivo de Oxumaré, que nos chega através das lendas dos orixás, é
que ele simboliza a renovação. Isto é verdadeiro. E o aspecto mais negativo é que ele é andrógino, ou parte
macho e parte fêmea. Mas isto não é verdade. É inadmissível que uma divindade planetária tenha essas
qualidades bissexuais, que só acontecem em seres com disfunções genéticas que provocam má formação, ou
dupla formação, dos órgãos sexuais, e em seres com desequilíbrios emocionais ou conscienciais que fazem
com que, psiquicamente, eles troquem seus sinais mentais e invertam sua sexualidade.
Portanto, não tem sustentação alguns médiuns, com seus sinais sexuais trocados, alegarem que são
homossexuais porque são filhos de Oxumaré e que ele é um orixá que por seis meses é macho e por seis meses
é fêmea.
Seres humanos com má-formações emocionais, mentais, genéticas ou conscienciais, no afã de se
justificarem, passam às divindades suas vicissitudes humanas e não atentam para um detalhe fundamental:
com seus desequilíbrios, estão desfigurando divindades planetárias que existem no mundo desde que Deus o
criou, que são imutáveis em sua natureza, seja ela masculina ou feminina, e que regem alguns sentidos dos
seres humanos, mas também regem outras dimensões planetárias paralelas à dimensão humana da vida.
Logo, desumanizaram uma divindade que humanizou algumas de suas qualidades, atributos e
atribuições somente para acelerar nossa evolução e nos conduzir pelo caminho reto. Bastará um pouco de bom
senso para detectar, nesta caracterização negativa de Oxumaré, uma justificativa de seres com desequilíbrios
emocionais, mentais, conscienciais ou genéticos, já que uma divindade é de natureza positiva ou negativa,
ativa ou passiva e masculina ou feminina, mas nunca possui as duas em si mesma.
Logo, que cultue um Oxumaré andrógino aquele que é desprovido do bom senso, certo? “Quem não
souber valorizar a religiosidade que o libertará da terra, então que pague caro pela religiosidade que o
aprisionará num diletantismo materialista!” Saibam que é isto que tem feito, e muito bem, este nosso irmão
cósmico encarnado que, após ser afastado da Umbanda, criou todo um culto cuja doutrina, ao invés de pregar
os valores maiores de Jesus Cristo, tem pregado, religiosamente, os seus próprios valores da “mais valia”. E
também tem cobrado de seus fiéis seguidores o justo preço que ele estipulou: tudo o que puder tirar deles para
usar em seu próprio benefício, ou de sua “igreja. Que pague para cultuar Deus quem não aprendeu a amá-Lo e
adorá-Lo de graça! Certo?
Oxumaré, tal como revela a lenda dos orixás , e a renovação continua, mas em todos os aspectos e em
todos os sentidos da vida de um ser. Sua identificação com Dá, a Serpente do Arco-íris, não aconteceu por
acaso, pois Oxumaré irradia as sete cores que caracterizam as sete irradiações divinas que dão origem às Sete
Linhas de Umbanda. E ele atua nas sete irradiações como elemento renovador. Oxumaré é a renovação do
amor na vida dos seres. E onde o amor cedeu lugar à paixão, ou foi substituído pelo ciúme, então cessa a
irradiação de Oxum e inicia-se a dele, que é diluidora tanto da paixão como do ciúme.
Ele dilui a religiosidade já estabelecida na mente de um ser e o conduz, emocionalmente, a outra
religião, cuja doutrina o auxiliará a evoluir no caminho reto. Ou não é comum os testemunhos dados pelos
neo-convictos no púlpito dos pastores mercantilistas, que dizem quase todos isto:
“Irmãos, quando eu freqüentava a Umbanda, eu fornicava, traia minha esposa e irmãos, gastava meu
ordenado no jogo e nas bebidas, mentia, mas desde que me converti e me entreguei a Jesus, tudo em minha
vida mudou. Hoje vivo para minha esposa e filhos, e para Jesus!”. Sem dúvida, concordamos nós. Mas...
porque o mesmo irmão não ouviu os conselhos recebidos nos centros de Umbanda, que, se seguidos
corretamente, o teriam conduzido pelo caminho reto? Não, ele não só não deu ouvidos às orientações dos
guias e dos pais e mães espirituais, como deu vazão ao seu emocional e deu início ao mau uso do que aprendia
dentro de uma religião magística por excelência, quando solicitava aos exus que fechassem os caminhos de
seus desafetos em todos os campos da vida, além de pedir outras coisas, tais como: mulher, dinheiro, posses,
etc. E ele não diz que nasceu numa família católica e cristã, mas porque era um relapso para as coisas da fé,
foi até a Umbanda para ver se nela se emendava. Como não conseguiu, logo acabou retomando ao
reformatório religioso de Jesus Cristo.
Pois é isto o que são as igrejas evangélicas: reformatórios religiosos onde nosso amado mestre Jesus
recolhe os que nasceram sob sua irradiação luminosa, mas não souberam captá-la da forma passiva como ela é
passada pela Igreja Católica. Ele, que é bondade, amor e misericórdia, os conduz às divindades naturais (que
são os orixás), os conduz ao espiritismo e a muitas outras doutrinas para ver se encontram uma onde suas
naturezas ativas absorvam irradiações luminosas.
Mas, quando vê que eles não se adaptam em nenhuma delas, ativa seu pólo cósmico, e um de seus
aspectos negativos logo os arrasta para um de seus reformatórios religiosos, para que eles voltem a trilhar o
caminho reto. E se o aspecto negativo ativado não conseguir reconduzi-los ainda na carne, não desistirá,
mesmo depois de desencarnar.
Renovação, eis a palavra chave que bem define o divino Oxumaré que, em seu aspecto negativo, tem
um mistério escuro chamado por nós de “Sete Cobras” ou “Sete Caminhos Tortuosos”, que é por onde
transitam todos os seres que saíram do caminho reto e entraram nos desvios da vida, que sempre conduzem
aos caminhos da morte. Bem, já falamos sobre vários aspectos do nosso pai Oxumaré e de nossa amada mãe
Oxum, que formam um par energético, magnético, vibratório que dá formação à segunda linha de Umbanda,
que é a linha do Amor ou da Concepção.
Obá
Obá é a orixá que aquieta e densifica o racional dos seres, já que seu campo preferencial de atuação é o
esgotamento dos conhecimentos desvirtuados.
Comentar sobre nossa amada mãe Obá é motivo de satisfação, pois, nas lendas, resumem sua
existência ao papel de esposa repudiada por Xangô. Mas, justiça lhe seja feita, as lendas vêm sendo repetidas a
tanto tempo, e às vezes de forma tão empobrecida pelas transmissões orais que, até como lendas, deixam a
desejar e mostram como é deficiente o conhecimento sobre o campo de ação dos orixás.
Saibam que a orixá Obá que nós conhecemos e aprendemos a amar e reverenciar é uma divindade
regida pelos elementos terra e vegetal, e forma com Oxóssi a terceira linha de Umbanda Sagrada, que rege o
Conhecimento. Oxóssi está assentado no pólo positivo e irradiante desta linha e Obá está assentada em seu
pólo negativo ou cósmico, que é absorvente.
Esta lenda, na verdade, refere-se a um rei que, como herdeiro das qualidades de Xangô, tinha várias
esposas, que também se apresentavam como herdeiras das qualidades das orixás femininas. E, se o que esta
lenda conta é verdade, no entanto só se refere a personagens humanos que eram tidos na conta de semideuses.
Mas é só, porque esta história de orixá disputar pelejas tipicamente humanas e carnais, está mais para coisas
humanas de que mistérios divinos. E, não tenham dúvidas de que os orixás são mistérios divinos que foram,
em muitos casos, descaracterizados pelas próprias lendas, que visam eternizá-los na mente e nos corações
humanos.
Saibam que Obá é uma orixá cósmica cujo elemento original é a terra, pois ela é orixá telúrica por
excelência e atua nos seres através do terceiro sentido da vida, que é o Conhecimento, que desenvolve o
raciocínio e a capacidade de assimilação mental da realidade visível, ou somente perceptível, que influencia
nossa vida e evolução continua. Já o seu segundo elemento é o vegetal. Enquanto o orixá Oxóssi, o mitológico
caçador, estimula a busca do conhecimento (evolução), Obá atrai e paralisa o ser que está se desvirtuando
justamente porque assimilou de forma viciada os conhecimentos puros.
O culto à orixá Obá iniciou-se a quatro milênios atrás com a irradiação simultânea de uma de suas
qualidades ou aspectos, a várias partes do mundo, quando, então, ela se humanizou.
E se nossa amada mãe Obá já recolheu boa parte de seus filhos encantados que se espiritualizaram,
muitos ainda estão evoluindo nos dois lados da dimensão humana.
Muitos dos seus filhos são, hoje e na Umbanda, alguns dos mais silenciosos exus e das mais discretas
pomba-giras, dos mais aguerridos caboclos e caboclas, resolutos nas suas ações, precisos nos seus conselhos, e
não são de muita conversa quando sentem que o conhecimento que trazem não é assimilado por seus médiuns
ou pelas pessoas que os consultam.
Agora, deixando os aspectos individuais ou comentários de apoio, o fato é que nossa amada mãe Obá é
uma divindade planetária, regente do pólo negativo da linha do Conhecimento, que é a terceira linha de forças
de Umbanda Sagrada.
Ela e Oxóssi formam esta linha e atuam em pólos opostos: enquanto ele estimula a busca do
conhecimento, ela paralisa os seres que se desvirtuaram justamente porque adquiriram conhecimentos
viciados, distorcidos ou falsos.
O campo onde Obá mais atua é o religioso. Como divindade cósmica responsável por paralisar os
excessos cometidos pelas pessoas que dominam o conhecimento religioso, uma de suas funções é paralisar os
conhecimentos viciados e aquietar os seres antes que cometam erros irreparáveis.
O ser que está sendo atuado por Obá começa a desinteressar-se pelo assunto que tanto o atraia e torna-
se meio apático, alguns até perdendo sua desvirtuada capacidade de raciocinar.
Então, quando o ser já foi paralisado e teve seu emocional descarregado dos conceitos falsos, ai ela o
conduz ao campo de ação de Oxóssi, que começará a atuar no sentido de redirecioná-lo na linha reta do
conhecimento.
É certo que esta atuação que descrevemos é a que Obá realiza através do seu aspecto positivo ou
luminoso, por onde fluem suas qualidades, atributos e atribuições positivas.
Mas como todo orixá cósmico, ela também possui seus aspectos negativos, que ativa sempre que é
preciso acelerar a paralisação de um ser que, com seus conhecimentos, está prejudicando muitas pessoas e
atrapalhando suas evoluções pois está induzindo-as a seguirem em uma direção contrária à que a Lei Maior
reservou-lhes.
Saibam que todas as doutrinas religiosas rígidas e rigorosas com seus adeptos têm a sustentá-las a
silenciosa atuação de nossa amada mãe Obá.
Vasto é o campo de atuação de nossa amada mãe Obá e aqui não dá para mostrá-lo todo. Mas
acreditamos que os filhos de Umbanda já entenderam onde e quando ela atua.
E, porque ela atua de forma silenciosa e vai paralisando os seres que dão mau uso ao dom do raciocino
e aos conhecimentos adquiridos, e atua preferencialmente no campo religioso, então está na hora de resgatar
os aspectos luminosos dessa amada mãe cósmica e lançar no lixo religioso a lenda que denigre sua imagem
humana, pois foi por amor a nós, espíritos humanos, que ela se humanizou e ajudou a acelerar nossa evolução.
Que fiquem propagando sua falsa humanização os que um dia haverão de conhecer as verdades sobre
Obá, mas nos domínios de seus aspectos negativos
Egunitá
Egunitá é o Orixá Cósmico aplicador da Justiça Divina na vida dos seres racionalmente
desequilibrados
Fogo, eis o mistério de nossa amada mãe Egunitá, regente cósmica do Fogo e da Justiça Divina que
purifica os excessos emocionais dos seres desequilibrados, desvirtuados e viciados. Os hindus nos legaram
uma divindade cósmica do fogo, punidora das falhas, dos erros e das paixões humanas por excelência. Kali,
no panteão hindu, é uma divindade temida e evitada por todos os que desconhecem seu mistério e o porquê de
sua existência em oposição à de Agni, o Senhor do Fogo Divino, do fogo da Fé.?
O fato é que todas as irradiações divinas, enquanto são apenas essências, são neutras. Mas quando se
condensam e dão origem aos elementos, ai se polarizam em todos os sentidos e assumem naturezas bem
distintas. Pois aí, no fogo, surgem Agni e Kali. Ele é o fogo em seu aspecto positivo e ela o é em seu aspecto
negativo, ou o fogo da purificação das ilusões humanas. Agni é o fogo da fé e Kali é o fogo das paixões
humanas. Agni é pólo masculino e Kali é pólo feminino. Agni é passivo e irradiante e Kali é ativa e atratora.
Agni ilumina o ser e Kali o toma rubro. Agni é o raio dourado e Kali é o raio rubro. Agni é a serpente
flamigea da Fé e Kali é a serpente rubra da paixão. Agni é a chama que aquece e Kali é o braseiro que queima.
Esperamos que tenham entendido que, se recorremos às divindades hindus Agni e Kali, foi para
mostrar como um mesmo elemento possui dois pólos, duas naturezas, duas formas de nos alcançar e de nos
estimular ou de nos paralisar; de acelerar ou paralisar nossa evolução; de estimular nossa fé ou de esgotar
nossos emocionais desequilibrados.
Agora, coloquem no lugar de Agni o nosso amado orixá Xangô e no lugar de Kali a nossa amada mãe
Egunitá e teremos os mesmos aspectos divinos, mas irradiados por divindades humanizadas em solo africano.
Teremos a linha pura do fogo elemental, cujas energias incandescentes e flamejantes tanto consomem os
vícios quanto estimulam o sentimento de justiça, que são as qualidades, atributos e atribuições de Xangô e
Egunitá: aplicar a Justiça Divina em todos os sentidos da vida!
Afinal, ou entendemos as divindades a partir da ciência ou até o ano 3000 d.C. ainda estaremos
adorando-as somente através dos fenômenos da natureza. E não é isto que elas desejam de nós, e não foi para
isto que deram inicio à sua renovação através da Umbanda, certo? Nossa mãe Egunitá é fogo puro e suas
irradiações cósmicas absorvem o ar pois seu magnetismo é negativo e atrai este elemento, com o qual se
energiza e se irradia até onde houver ar para dar-lhe esta sustentação energética e elemental.
Como Egunitá (fogo) é feminina, ela se polariza com Ogum (ar), que é masculino e lhe dá a
sustentação do elemento que precisa, mas de forma passiva e ordenada. Só assim suas irradiações acontecem
de forma ordenada e alcançam apenas o objetivo que ela identificou. Se ela polarizasse com Iansã, suas
energias não seriam irradiadas porque aconteceria uma propagação delas na forma de labaredas, já que as duas
são de magnetismo e elemento feminino. Eis ai a chave das polarizações, que obedecem a uma ordenação das
irradiações através dos magnetismos.
O inverso acontece com Ogum, que é passivo e só se torna ativo em seu segundo elemento, que é o
fogo que o alimenta, aquecendo-o e energizando suas irradiações. Ogum, enquanto aplicador da Lei, atua nos
campos da justiça como aplicador das sentenças.
Logo, se Ogum absorver o fogo de Xangô, que também é passivo em seu magnetismo, este fogo só irá
consumir o ar de Ogum e não irá gerar a energia ígnea que fluiria como calor através das irradiações retas do
seu magnetismo, que é passivo. Ogum é passivo no magnetismo eólico e ativo em seu segundo elemento, que
é o fogo que energiza (aquece) o ar. Ogum irradia em linha reta (irradiação continua). Xangô irradia em linha
reta (irradiação continua). Iansã irradia em espirais (irradiação circular). Egunitá irradia por propagação
(irradiação propagada). Xangô polariza com Iansã, e suas irradiações passivas se tornam ativas no ar (raios);
Egunitá polariza com Ogum, e suas irradiações por propagação magnética assumem a forma de fachos
flamejantes.
Observem que Lei e Justiça são inseparáveis e para comentarmos Egunitá temos de envolver Ogum,
Xangô e Iansã, que são os outros três orixás que também se polarizam e criam campos específicos de duas das
Sete Linhas de Umbanda. Ela é cósmica (negativa) e seu primeiro elemento é o fogo, que se polariza com seu
segundo elemento que é o ar. Portanto, como o fogo é o elemento da linha da Justiça, ela é uma divindade que
aplica a Justiça Divina na vida dos seres. E, porque o ar é o seu segundo elemento, que a alimenta e energiza e
é o elemento da linha da Lei, ela é uma divindade que aplica a justiça como agente ativa da Lei e consome os
vícios emocionais e os desequilíbrios mentais dos seres.
Os vícios emocionais tornam os seres insensíveis à dor alheia. Os desequilíbrios mentais transformam
os seres em tormentos para seus semelhantes. As divindades têm uma função a realizar e nós sempre seremos
beneficiários de sua atuação. Quando nos paralisam, também estão nos ajudando, pois estão evitando que
continuemos trilhando um caminho que nos conduzirá a um ponto sem retorno. Ela é a executora da Justiça
Divina nos campos da Lei, regidos por Ogum no pólo positivo da linha pura da Lei.
Iansã
Iansã é a aplicadora da Lei na vida dos seres emocionados pelos vícios. Seus campo preferencial de
atuação é o emocional dos seres: ela os esgota e os redireciona, abrindo-lhes novos campos por onde evoluirão
de forma menos “emocional”.
No comentário sobre o orixá Egunitá já abordamos nossa amada mãe lansã. Logo, aqui seremos breves
em nosso comentário sobre ela, que também foi analisada no capitulo reservado ao orixá Ogum. Como
dissemos antes, lansã, em seu primeiro elemento, e ar e forma com Ogum um par energético onde ele rege o
pólo positivo e é passivo pois suas irradiações magnéticas são retas. lansã é negativa e ativa, e suas irradiações
magnéticas são circulares ou espiraladas. Observem que lansã se irradia de formas diferentes: é cósmica
(ativa) e é o orixá que ocupa o pólo negativo da linha elemental pura do ar, onde polariza com Ogum. Já em
seu segundo elemento ela polariza com Xangô, e atua como o pólo ativo da linha da Justiça, que é uma das
sete irradiações divinas.
Na linha da Justiça, lansã é seu aspecto móvel e Xangô é seu aspecto assentado ou imutável, pois ela
atua na transformação dos seres através de seus magnetismos negativos.
lansã aplica a Lei nos campos da Justiça e é extremamente ativa. Uma de suas atribuições é colher os
seres fora-da-Lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional, mental e consciência, para, só
então, redirecioná-lo numa outra linha de evolução, que o aquietará e facilitará sua caminhada pela linha reta
da evolução.
As energias irradiadas por lansã densificam o mental, diminuindo seu magnetismo, e estimulam o
emocional, acelerando suas vibrações. Com isso, o ser se torna mais emotivo e mais facilmente é
redirecionado. Mas quando não é possível reconduzi-lo à linha reta da evolução, então uma de suas sete
intermediárias cósmicas, que atuam em seus aspectos negativos, paralisam o ser e o retém em um dos campos
de esgotamento mental, emocional e energético, até que ele tenha sido esgotado de seu negativismo e tenha
descarregado todo o seu emocional desvirtuado e viciado.
Nossa amada mãe Iansã possui vinte e uma lansãs intermediárias, que são assim distribuídas: Sete
atuam junto aos pólos magnéticos irradiantes e auxiliam os orixás regentes dos pólos positivos, onde entram
como aplicadoras da Lei segundo os princípios da Justiça Divina, recorrendo aos aspectos positivos da orixá
planetária Iansã. Sete atuam junto aos pólos magnéticos absorventes e auxiliam os orixás regentes dos pólos
negativos, onde entram como aplicadoras da Lei segundo seus princípios, recorrendo aos aspectos negativos
da orixá planetária Iansã. Sete atuam nas faixas neutras das dimensões planetárias, onde, regidas pelos
princípios da Lei, ou direcionam os seres para as faixas vibratórias positivas ou os direcionam para as faixas
negativas.
Enfim, são vinte e uma orixás lansãs intermediárias aplicadoras da Lei nas Sete Linhas de Umbanda.
Como seus campos preferenciais de atuação são os religiosos, não é de se estranhar que nossa amada mãe
lansã intermediária para a linha da Fé nos campos do Tempo seja confundida com a própria Oiá, já que é ela
quem envia ao tempo os eguns fora-da-Lei no campo da religiosidade. lansã do Tempo, não tenham dúvidas,
tem um vasto campo de ação e colhe os espíritos desvirtuados nas coisas da Fé, enviando-os ao Tempo onde
serão esgotados.
Mas, não tenham dúvidas, antes ela tenta reequilibrá-los e redirecioná-los, só optando por enviá-los a
um campo onde o magnetismo os esvazia quando vê que um esgotamento total em todos os sete sentidos é
necessário. E isto o Tempo faz muito bem! Já lansã Bale, do Bale, ou das Almas, é outra intermediária de
nossa mãe maior lansã que é muito solicitada e muito conhecida, porque atua preferencialmente sobre os
espíritos que desvirtuam os princípios da Lei que dão sustentação à vida e, como vida é geração e Omulu atua
no pólo negativo da linha da Geração, então ela envia aos domínios de Tatá Omulu todos os espíritos que
atentaram contra a vida de seus semelhantes ao desvirtuarem os princípios da Lei e da Justiça Divina.
Logo, seu campo escuro localiza-se nos domínios do orixá Omulu, que rege sobre o lado de “baixo” do
campo santo. Mas também são muito conhecidas as lansãs intermediárias Sete Pedreiras, dos Raios, do Mar,
das Cachoeiras e dos Ventos (lansã pura). As outras assumem os nomes dos elementos que lhes chegam
através das irradiações inclinadas dos outros orixás, quando surgem as Iansãs irradiantes e multicoloridas.
Temos: • uma Iansã do Ar. • uma Iansã Cristalina. • uma lansã Mineral. • uma Iansã Vegetal. • uma lansã
Ígnea. • uma lansã Telúrica. • uma lansã Aquática. Bom, só por esta amostra dos múltiplos aspectos de nossa
amada regente feminina do ar, já deu para se ter uma idéia do imenso campo de ação do mistério “Iansã”.
O fato é que ela aplica a Lei nos campos da Justiça Divina e transforma os seres desequilibrados com
suas irradiações espiraladas, que o fazem girar até que tenham descarregado seus emocionais desvirtuados e
suas consciências desordenadas! Não vamos nos alongar mais, pois muito já foi dito e escrito sobre a
“Senhora dos Ventos”.
Yansã
Iansã é Orixá Guerreira, senhora das almas, dos ventos, das tempestades, dos raios e
relâmpagos.
Iansã é um Orixá que teve seu culto nascido na Nigéria, mais especificamente nas margens do
Rio Niger. Curiosidade é que nome "Iansã" é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz
referência ao entardecer, Iansã = "A mãe do céu rosado" ou "A mãe do entardecer". Assim, falar em
Oyá ou Iansã é falar do mesmo Orixá.
O culto à Iansã chegou ao Brasil juntamente com os negros escravos. Certamente pela
semelhança na regência das tempestades e relâmpagos, além de empunhar uma espada na mão,
Iansã passou a ser sincretizada com Santa Bárbara.
Iansã também é tida como a senhora dos Eguns (mortos). Por isso, assim como saudamos
Obaluaê no campo santo, também devemos saudar Iansã.
Por ser um Orixá Guerreira, seu símbolo é o raio e a Espada. (Apenas por título de
curiosidade, no candomblé, além da espada o símbolo de Iansã é o Irukerê, uma espécie de chicote
feito com cauda de búfalo, o qual tem por finalidade conduzir os Eguns).
Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Yansã, ela surge quando incorporada a seus
filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, e ao mesmo tempo feliz. Ela sabe amar, e
gosta de mostrar seu amor e sua alegria contagiantes da mesma forma desmedida com que
exterioriza sua cólera.
Como a maior parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente pelos iorubás, é a divindade
de um rio conhecido internacionalmente como rio Níger, ou Ọya, pelos africanos, isso, porém, não
deve ser confundido com um domínio sobre a água.
A figura de Yansã sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais do
panteão mitológico africano, se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao
homem, pois está presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como
nos caminhos cheios de risco e de aventura - enfim, está sempre longe do lar; Yansã não gosta dos
afazeres domésticos.
Yansã é a Senhora dos Eguns (espíritos dos mortos), os quais controla com um rabo de cavalo
chamado Eruexim - seu instrumento litúrgico durante as festas, uma chibata feita de rabo de um
cavalo atado a um cabo de osso, madeira ou metal.
É ela que servirá de guia, ao lado de Ọbalúwaìye, para aquele espírito que se desprendeu do
corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Comanda também a falange
dos Boiadeiros.
Duas lendas se formaram, a primeira é que Yansã não cortou completamente relação com o
ex-esposo e tornou-se sua amante; a segunda lenda garante que Yansã e Ògún, tornaram-se
inimigos irreconciliáveis depois da separação.
Deusa da espada do fogo, dona da paixão, da provocação e do ciúme. Paixão violenta, que
corrói que cria sentimentos de loucura, que cria o desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o
clímax. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase está apaixonada, tem a
presença e a regência de Yansã, que é o orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria
em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúme
doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão propriamente dita. É a falta de medo das
consequências de um ato impensado no campo amoroso. Yansã rege o amor forte, violento.
As oferendas para Iansã levam velas e flores amarelas, espadas de Iansã (igual as espadas de
São Jorge, mas com as bordas amarelas), bebidas doces, frutas (em especial o melão) e acarajé. São
entregues, preferencialmente em bambuzais e pedreiras.
Seu dia da semana é a Quarta-Feira, dia que divide com o Orixá Xangô.
Pontos cantados:
Yansã
Iansã é Orixá Guerreira, senhora das almas, dos ventos, das tempestades, dos raios e
relâmpagos.
Em razão do sincretismo religioso, a imagem de Iansã está fortemente associada à imagem de
Santa Bárbara, a Santa nascida no Século III e tida como protetora contra os relâmpagos e
tempestades.
Iansã é um Orixá que teve seu culto nascido na Nigéria, mais especificamente nas margens do
Rio Niger. Curiosidade é que nome "Iansã" é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz
referência ao entardecer, Iansã = "A mãe do céu rosado" ou "A mãe do entardecer". Assim, falar em
Oyá ou Iansã é falar do mesmo Orixá.
O culto à Iansã chegou ao Brasil juntamente com os negros escravos. Certamente pela
semelhança na regência das tempestades e relâmpagos, além de empunhar uma espada na mão,
Iansã passou a ser sincretizada com Santa Bárbara.
Iansã também é tida como a senhora dos Eguns (mortos). Por isso, assim como saudamos
Obaluaê no campo santo, também devemos saudar Iansã.
Por ser um Orixá Guerreira, seu símbolo é o raio e a Espada. (Apenas por título de
curiosidade, no candomblé, além da espada o símbolo de Iansã é o Irukerê, uma espécie de chicote
feito com cauda de búfalo, o qual tem por finalidade conduzir os Eguns).
A cor de Iansã usada na Umbanda é o Amarelo. (No candomblé e em alguns tipos de
umbanda "traçada" (que misturam candomblé com umbanda) usam-se as cores vermelha, marron e
rosa).
Yansã é um Orixá feminino muito famoso no Brasil, sendo figura das mais populares entre os
mitos da Umbanda e do Candomblé em nossa terra e também na África, onde é predominantemente
cultuada sob o nome de Ọya. Ọya recebeu de Şàngó o título de YÀSÁN (ìyá = senhora + ọsan =
tarde), que quer dizer, a senhora das tardes, pois chegava sempre as tardes, linda e esvoasante com
sua roupa de fogo.É um dos Orixás do Candomblé que mais penetrou no sincretismo da Umbanda,
talvez por ser o único que se relaciona, na liturgia mais tradicional africana, com os espíritos dos
mortos (Eguns), que têm participação ativa na Umbanda, enquanto são afastados e pouco cultuados
no Candomblé. Em termos de sincretismo, costuma ser associada à figura católica de Santa Bárbara.
Yansã costuma ser saudada após os trovões, não pelo raio em si (propriedade de Şàngó ao qual ela
costuma ter acesso), mas principalmente porque Yansã é uma das mais apaixonadas amantes de
Xangô, e o senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo tempo,
ela é a senhora do vento e, consequentemente, da tempestade.
Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Yansã, ela surge quando incorporada a seus
filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua espada, e ao mesmo tempo feliz. Ela sabe amar, e
gosta de mostrar seu amor e sua alegria contagiantes da mesma forma desmedida com que
exterioriza sua cólera.
Como a maior parte dos Orixás femininos cultuados inicialmente pelos iorubás, é a divindade
de um rio conhecido internacionalmente como rio Níger, ou Ọya, pelos africanos, isso, porém, não
deve ser confundido com um domínio sobre a água.
A figura de Yansã sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais do
panteão mitológico africano, se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao
homem, pois está presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como
nos caminhos cheios de risco e de aventura - enfim, está sempre longe do lar; Yansã não gosta dos
afazeres domésticos.
É extremamente sensual, apaixona-se com freqüência e a multiplicidade de parceiros é uma
constante na sua ação, raramente ao mesmo tempo, já que Yansã costuma ser íntegra em suas
paixões; assim nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus
arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de
mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. É o Orixá do arrebatamento, da paixão.
Foi esposa de Ògún e, posteriormente, a mais importante esposa de Şàngó. é irrequieta,
autoritária, mas sensual, de temperamento muito forte, dominador e impetuoso. É dona dos
movimentos (movimenta todos os Orixás), em algumas casas é também dona do teto da casa, do Ilê.
Yansã é a Senhora dos Eguns (espíritos dos mortos), os quais controla com um rabo de cavalo
chamado Eruexim - seu instrumento litúrgico durante as festas, uma chibata feita de rabo de um
cavalo atado a um cabo de osso, madeira ou metal.
É ela que servirá de guia, ao lado de Ọbalúwaìye, para aquele espírito que se desprendeu do
corpo. É ela que indicará o caminho a ser percorrido por aquela alma. Comanda também a falange
dos Boiadeiros.
Duas lendas se formaram, a primeira é que Yansã não cortou completamente relação com o
ex-esposo e tornou-se sua amante; a segunda lenda garante que Yansã e Ògún, tornaram-se
inimigos irreconciliáveis depois da separação.
Yansã é a primeira divindade feminina a surgir nas cerimônias de cultos afro-brasileiros.
Deusa da espada do fogo, dona da paixão, da provocação e do ciúme. Paixão violenta, que
corrói que cria sentimentos de loucura, que cria o desejo de possuir, o desejo sexual. É a volúpia, o
clímax. Ela é o desejo incontido, o sentimento mais forte que a razão. A frase está apaixonada, tem a
presença e a regência de Yansã, que é o orixá que faz nossos corações baterem com mais força e cria
em nossas mentes os sentimentos mais profundos, abusados, ousados e desesperados. É o ciúme
doentio, a inveja suave, o fascínio enlouquecido. É a paixão propriamente dita. É a falta de medo das
consequências de um ato impensado no campo amoroso. Yansã rege o amor forte, violento.
As oferendas para Iansã levam velas e flores amarelas, espadas de Iansã (igual as espadas de
São Jorge, mas com as bordas amarelas), bebidas doces, frutas (em especial o melão) e acarajé. São
entregues, preferencialmente em bambuzais e pedreiras.
Seu dia da semana é a Quarta-Feira, dia que divide com o Orixá Xangô.
Seu dia do ano é o 04 de dezembro.
Sua saudação é "Epa hei ou Eparrei Iansã/Oyá!"
Pontos cantados:
Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã tem um leque de penas
Pra abanar em dia de calor
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô
Iansã mora nas pedreiras
Eu quero ver meu pai Xangô
Nanã
A orixá Nanã rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua
decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada.
A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é de
natureza cósmica pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas
irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que
tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais. Nanã forma com
Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na passagem do plano
espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que
irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e
Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos “terra-água”. Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia
energia elemental telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e
a mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna “úmida”. Já Nanã, atua de forma inversa: seu
magnetismo absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra
e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.
Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com
processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá
reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já adormecido, até
o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado .
Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde que
ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê, que é o “Senhor das
Passagens” de um plano para outro.
Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui
todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na
carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à
velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal.
Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela
adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma
encarnação.
Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a
sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando
tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Nas “linhas da vida”, encontramos os orixás atuando através
dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da vida dos seres.
Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque onde um de
seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o principal aspecto em uma
linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares com todos os outros treze orixás, mas
sem nunca perder suas qualidades “água-terra”. Já em seus aspectos negativos, bem, como a Umbanda não
lida com eles, que os comente quem lidar, certo?
Omulú
Omulú é o orixá que rege a morte, ou no instante da passagem do plano material para o plano espiritual
(desencarne)
É com tristeza que temos visto o temor dos irmãos umbandistas quando é mencionado o nome do
nosso amado Pai Omulu. E no entanto descobrimos que este medo é um dos frutos amargos que nos foram
legados pelos ancestrais semeadores dos orixás em solo brasileiro, pois difundiram só os dois extremos do
mais caridoso dos orixás, já que Omulu é o guardião divino dos espíritos caídos. O orixá Omulu guarda para
Olorum todos os espíritos que fraquejaram durante sua jornada carnal e entregaram-se à vivenciação de seus
vícios emocionais. Mas ele não pune ou castiga ninguém, pois estas ações são atributos da Lei Divina, que
também não pune ou castiga. Ela apenas conduz cada um ao seu devido lugar após o desencarne. E se alguém
semeou ventos, que colha sua tempestade pessoal, mas amparado pela própria Lei, que o recolhe a um dos sete
domínios negativos, todos regidos pelos orixás cósmicos, que são magneticamente negativos. E Tatá Omulu é
um desses guardiões divinos que consagrou a si e à sua existência, enquanto divindade, ao amparo dos
espíritos caídos perante as leis que dão sustentação a todas as manifestações da vida..
Esta qualidade divina do nosso amado pai foi interpretada de forma incorreta ou incompleta, e o que
definiram no decorrer dos séculos foi que Tatá Omulu é um dos orixás mais “perigosos” de se lidar, ou um
dos mais intolerantes, e isto quando não o descrevem como implacável nas suas punições.
Ele, na linha da Geração, que é a sétima linha de Umbanda, forma um par energético, magnético e
vibratório com nossa amada mãe Yemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os
princípios que dão sustentação às manifestações da vida. Em Tatá Omulu descobri o amor de Olorum, pois é
por puro amor que uma divindade consagra-se por inteiro ao amparo dos espíritos caídos. E foi por amor a nós
que ele assumiu a incumbência de nos paralisar em seus domínios, sempre que começássemos a atentar contra
os princípios da vida. Enquanto a nossa mãe Yemanjá estimula em nós a geração, o nosso pai Omulu nos
paralisa sempre que desvirtuamos os atos geradores.
Mas esta “geração” não se restringe só à hereditariedade, já que temos muitas faculdades além desta,
de fundo sexual. Afinal, geramos idéias, projetos, empresas, conhecimentos, inventos, doutrinas,
religiosidades, anseios, desejos, angústias, depressões, fobias, leis, preceitos, princípios, templos, etc. Temos a
capacidade de gerar muitas coisas, e se elas estiverem em acordo com os princípios sustentados pela
irradiação divina, que na Umbanda recebe o nome de “linha da Geração” ou “sétima linha de Umbanda”,
então estamos sob a irradiação da divina mãe Yemanjá, que nos estimula.
Mas, se em nossas “gerações”, atentarmos contra os princípios da vida codificados como os únicos
responsáveis pela sua multiplicação, então já estaremos sob a irradiação do divino pai Omulu, que nos
paralisará e começará a atuar em nossas vidas, pois deseja preservar-nos e nos defender de nós mesmos, já que
sempre que uma ação nossa for prejudicar alguém, antes ela já nos atingiu, feriu e nos escureceu, colocando-
nos em um de seus sombrios domínios. Ele é o excelso curador divino pois acolhe em seus domínios todos os
espíritos que se feriram quando, por egoísmo, pensaram que estavam atingindo seus semelhantes. E, por amor,
ele nos dá seu amparo divino até que, sob sua irradiação, nós mesmos tenhamos nos curado para retomarmos
ao caminho reto trilhado por todos os espíritos amantes da vida e multiplicadores de suas benesses.
Todos somos dotados dessa faculdade, já que todos somos multiplicadores da vida, seja em nós
mesmos, através de nossa sexualidade seja nas idéias, através de nosso raciocínio, assim como geramos
muitas coisas que tornam a vida uma verdadeira dádiva divina. Tatá Omulu, em seu pólo positivo, é o curador
divino e tanto cura alma ferida quanto nosso corpo doente. Se orarmos a ele quando estivermos enfermos ele
atuará em nosso corpo energético, nosso magnetismo, campo vibratório e sobre nosso corpo carnal, e tanto
poderá curar-nos quanto nos conduzir a um médico que detectará de imediato a doença e receitaria medicação
correta.
O orixá Omulu atua em todos os seres humanos, independente de qual,. seja a sua religião. Mas esta
atuação geral e planetária processa-se através de, uma faixa vibratória especifica e exclusiva, pois é através
dela que fluem as irradiações divinas de um dos mistérios de Deus, que nominamos de “Mistério da Morte”.
Tatá Omulu, enquanto força cósmica e mistério divino, é a energia que se condensa em torno do fio de prata
que une o espírito e seu corpo físico, e o dissolve no momento do desencarne ou passagem de um plano para o
outro.
Neste caso ele não se apresenta como o espectro da morte coberto com manto e capuz negro,
empunhando o alfanje da morte que corta o fio da vida. Esta descrição é apenas uma forma simbólica ou
estilizada de se descrever a força divina que ceifa a vida na carne. Na verdade, a energia que rompe o fio da
vida na carne é de cor escura, e tanto pode parti-lo num piscar de olhos quando a morte é natural e fulminante,
como pode ir se condensando em torno dele, envolvendo-o todo até alcançar o espírito, que já entrou em
desarmonia vibratória porque a passagem deve ser lenta, induzindo o ser a aceitar seu desencarne de forma
passiva.
O orixá Omulu atua em todas as religiões e em algumas é nominado de “Anjo da Morte” e em outras
de divindade ou “Senhor dos Mortos”. No antigo Egito ele foi muito cultuado e difundido e foi dali que
partiram sacerdotes que o divulgaram em muitas culturas de então. Mas com o advento do Cristianismo seu
culto foi desestimulado já que a religião cristã recorre aos termos “anjo” e “arcanjo” para designar as
divindades. Logo, nada mais lógico do que recorrer ao arquétipo tão temido do “Anjo da Morte”, todo coberto
de preto e portando o alfanje da morte, para preencher a lacuna surgida com o ostracismo do orixá ou
divindade responsável por este momento tão delicado na vida dos seres.
O culto a Tatá Omulu surgiu entre os negros levados como escravos ao antigo Egito, que o
identificaram como um orixá e o adaptaram às suas culturas e religiões. Com o tempo, ele foi, a partir desse
sincretismo, assumindo sua forma definitiva, até que alcançou o grau de divindade ligada à morte, à medicina
e às doenças. Já em outras regiões da África, este mistério foi assumindo outras feições e outros orixás
semelhantes surgiram, foram cultuados e se humanizaram. “Humanizar-se” significa que o orixá ou a
divindade assumiu feições humanas, compreensíveis por nós e de mais fácil assimilação e interpretação. Tatá
Omulu não vibra menos amor por nós do que qualquer um dos outros orixás e está assentado na Coroa Divina,
pois é um dos Tronos de Olorum, o Divino Criador. Atotô, meu pai!
Obaluaê/Omulú
Obaluaê, também conhecido como Omulú, Xapanã e associado Orixá da Cura, das doenças, das
pestes.
É sincretizado com São Lázaro, o santo que voltou dos mortos e com São Roque, o santo que fora
contaminado com uma peste, se curou e é invocado na cura de epidemias e doenças contagiosas.
Na Umbanda São Roque e São Lázaro passaram a ser sincretizados com Obaluaê, Orixá
que possui os mesmos atributos, ou seja, senhor dos mortos e curador das pestes.
Já Obaluaê é um Orixá que teve seu culto iniciado na África, chegando ao Brasil e
demais países da América Latina por intermédio dos negros escravos. Sendo
posteriormente adotado como Orixá na Umbanda.
Uma dúvida muito comum entre os irmãos Umbandistas é se Obaluaê e Omulú é o mesmo Orixá
ou são Orixás distintos. A resposta é afirmativa ao primeiro entendimento. Falar em Obaluaê ou
Omulú é falar no mesmo Orixá.
Obaluayê - Yorùbá Ọbalúwaìye é uma flexão dos termos: Ọba (rei) – Olúwa (senhor) – Ayé
(terra), ou seja, “Rei, senhor da Terra”. São também comuns as variações gráficas Ọbalúwaìye,
Obaluaê e Abaluaê.
Omulu - Yorùbá Ọmọlú também é uma flexão dos termos: Ọmọ (filho) – Olúwa (senhor), que
quer dizer “Filho do Senhor”.
Ọbalúwaìye, o mais moço, é o guerreiro, caçador, lutador. Ọmọlú o mais velho, é o sábio, o
feiticeiro, guardião. Porém, ambos têm a mesma regência e influência. No cotidiano significam a mesma
coisa, têm a mesma ligação e são considerados a mesa força da natureza.
Na Umbanda, o culto é feito a Ọbalúwaìye, que se desdobra com o nome de Ọmọlú (os nomes se
referem as fases míticas, onde o mesmo deus seria mais jovem ou mais velho). Orixá originário do
Daomé. É um Orixá sombrio, tido entre os Yorubanos como severo e terrível, caso não seja
devidamente cultuado, porém Pai bondoso e fraternal para aqueles que se tornam merecedores, através
de gestos humildes, honestos e leais.
Nanã decanta os espíritos que irão reencarnar e Ọbalúwaìye estabelece o cordão energético que
une o espírito ao corpo (feto), que será recebido no útero materno assim que alcançar o
desenvolvimento celular básico (órgãos físicos).
Ambos os nomes surgem quando nos referimos à esta figura, seja Ọmọlú seja Ọbalúwaìye. Para
a maior parte dos devotos do Candomblé e da Umbanda, os nomes são praticamente intercambiáveis,
referentes a um mesmo arquétipo e, correspondentemente, uma mesma divindade. Já para alguns
babalorixás, porém, há de se manter certa distância entre os dois termos, uma vez que representam
tipos diferentes do mesmo Orixá.
Um dos mais temidos Orixás, comanda as doenças e, consequentemente, a saúde. Assim como
sua mãe Nanã, tem profunda relação com a morte. Tem o rosto e o corpo cobertos de palha da costa,
em algumas lendas para esconder as marcas da varíola, em outras já curado não poderia ser olhado de
frente por ser o próprio brilho do sol. Seu símbolo é o Xaxará - um feixe de ramos de palmeira
enfeitado com búzios.
Seu dia da Semana é a Segunda - Feira.
Seu dia do ano é 02 de novembro (juntamente com o dia de finados) - 17 de dezembro (em razão
do sincretismo com São Lázaro) e 16 de Agosto (em razão do sincretismo com São Roque).
Suas cores são o Preto e Branco. (No candomblé além dessas cores, usa-se também o vermelho).
Seu símbolo é o Xaxará. (Espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro,
enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como
"varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais.).
Suas oferendas levam pipoca (que representa a transformação entre a vida e morte) estourada
no azeite de dendê e sem sal; velas brancas e pretas; flores brancas e água. São entregues,
preferencialmente, no cruzeiro do cemitério.
Também se manifestam falangeiros de Obaluaê, uma manifestação mais densa, entidades que
chegam curvadas e que geralmente tem sua cabeça coberta por um pano branco. São espíritos ligados
diretamente à Obaluaê.
Em termos mais estritos, Ọbalúwaìye é a forma jovem do Orixá Xapanã, enquanto Ọmọlú é sua
forma velha. Como porém, Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não
devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente, a forma Ọbalúwaìye é a que mais
se vê.
A figura de Ọmọlú/Ọbalúwaìye, assim como seus mitos, é completamente cercada de mistérios e
dogmas indevassáveis. Em termos gerais, a essa figura é atribuído o controle sobre todas as doenças,
especialmente as epidêmicas. Faz parte da essência básica vibratória do Orixá tanto o poder de causar a
doença como o de possibilitar a cura do mesmo mal que criou.
Sua saudação é "Atotô Obaluaê!"
Ponto 01
Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!
Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!
E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!
E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!
Atotô Obaluaê, Atotô babá!
Atotô Obaluaê, Atotô é Orixá!
Atotô Obaluaê, Atotô babá!
Atotô Obaluaê, Atotô é Orixá!
Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!
Meu Pai Oxalá é o Rei, venha me valer!
E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!
E o velho Omulú, Atotô Obaluaê!
======//=====
Ponto 02
Ele é um grande Orixá,
Ele é o chefe da Calunga,
Ele é seu Atotô, Obaluaê!
Ele é seu Atotô, Obaluaê!
Ele é um grande Orixá,
Ele é o chefe da Calunga,
Ele é seu Atotô, Obaluaê!
Ele é seu Atotô, Obaluaê!
Seu Omulú é,
Seu Omulú é,
Seu Omulú é,
Seu Omulú é Orixá!
Seu Omulú é,
Seu Omulú é,
Seu Omulú é,
Seu Omulú é Orixá!
OUTROS
OS PRETOS VELHOS
São espíritos de velhos africanos que foram trazidos para o Brasil como escravos e que trabalham na
Umbanda como símbolos da fé e da humildade. Seus trabalhos são de ajuda aqueles que estão em dificuldade
material ou emocional, sendo que, o seu trabalho se desenvolve mais para o lado emocional e físico, das
pessoas que os procuram, sendo chamados, carinhosamente de psicólogos dos aflitos.
Sua paciência em escutar os problemas e aflições dos consulentes, fazem deles as entidades mais
procuradas na Umbanda, são chamados de Vovôs e Vovós da Umbanda.
Também usam ervas em seus trabalhos de magia e principalmente para rezar pessoas doentes e
crianças que estão com mal olhado, suas rezas são conhecidas como poderosas, usam também de patuás,
saquinhos que são depositados elementos de magia e que os consulentes usam no corpo para proteção.
Da mesma forma que os Caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual, jogando
sua fumaça sobre a pessoa que esta recebendo o passe
Uma entidade que conversa bastante, com voz calma e mansa, caminha bem
arcada e lentamente, apresenta-se em trajes humildes e dá bronca como
toda boa velha Iyabá - esta é Vó Cambinda de todas as nações!
Ela é uma entidade que não deixou de ser "babá" de seus sinhozinhos e da
molecada da senzala.
Cambinda representa esse apanhado de negras que trabalharam nas
Quem possui em sua Tenda uma "Vó Cambinda" zele dela com amor e respeito,
porque ela trabalha com dedicação, mas é exigente com seus filhos. Ela é
"nega de uma palavra só e quando diz que não quer mais e não faz, nega
véia não faz!" - palavras de Vovó Cambinda.
...Essa é a interpretação mais aceitável, pois muitos desse espíritos que hoje se manifestam nesta linha de
trabalhos espirituais realmente já trabalharam sob a irradiação do mistério Exu,que os acolheu e direcionou,
pois na Umbanda Sagrada Exu é mais um dos seus graus evolutivos.
...Mas muitos desses caboclos boiadeiros nunca foram Exus e sim, atuam nas linhas cósmicas dos
sagrados orixás e são regidos por Ogum e por Oyá e seus campos de ação são os caminhos (Ogum) e o tempo
ou as Campinas (Oiá).
...São espíritos hiper-ativos que atuam como refreadores do baixo-astral e são aguerridos,
demandadores e rigorosos quando tratam com espíritos trevosos.
...O símbolo dos boiadeiros é o laço e o chicote, que são suas armas espirituais e são verdadeiros
mistérios, tal como são as espadas, as flechas e outras “armas” usadas pelos espíritos que atuam como
refreadores das investidas das hostes sombrias formadas por espíritos do baixo-astral.
...É uma linha muito poderosa e muito numerosa no mundo espiritual e seus caboclos atuam nas sete
linhas de Umbanda.
...Os Orixás que regem o mistério boiadeiros são Ogum e Oyá.
...Eles são descritos como Caboclos da Lei que atuam no tempo ou Caboclos do Tempo que atuam na
irradiação da lei.
Os Boiadeiros fazem parte de um dos “Povos de Umbanda” que se apresentam nos terreiros. É uma
linha de trabalho tão importante quanto caboclos, pretos-velhos, baianos, ciganos, marinheiros, etc.
...Constituem uma linha intermediária e uma homenagem ao povo sofrido que vivem nos campos.
Muitas entidades em sua fase de evolução, transitando das linhas de trabalho da esquerda para a direita,
encontram na forma de atuação como boiadeiros um ótimo recurso para fazerem essa transição. Podemos
assim dizer que alguns boiadeiros já estiveram atuando como exús no passado.
...É uma linha muito amparada pelos Orixás Yansã e Oiá-Tempo, pois, na sua forma de apresentação
os boiadeiros costumam com seus laços criar verdadeiras espirais nas quais “laçam” eguns e quiumbas
paralisados em seus negativos e que perturbam a paz dos encarnados.
...Os boiadeiros em geral são alegres e costumam com seus brados de “ô boi” trazerem a descontração
e fazem poderosos descarregos enquanto dançam.
...A saudação aos boiadeiros é “marranbá che tuá”, ou simplesmente “salve os boiadeiros”.
...Por ser uma linha diversa, muitos praticantes não obtém o conhecimento de seus trabalhos e
procedimentos pautados no bom senso, conta-se que em alguns terreiros menos esclarecidos alguns médiuns
na manifestação desta linha “incorporam” o “boi”, outros o “boiadeiro” e então o terreiro torna-se um
verdadeiro “rodeio” com os médiuns laçando-se uns aos outros numa verdadeira pantomima!!!
...O importante é que em todas as práticas mediúnicas nos pautemos pela ética, onde as entidades
manifestantes como Guias Espirituais sempre vem para trabalhar prestando a caridade e os médiuns sempre
devem poder se responsabilizar por todo o trabalho que suas entidades realizam em terra.
...Os Boiadeiros respondem à todo terreiro que traz uma doutrina voltada para a prática do amor e da
caridade com humildade e devoção, e o que existir de ruim por aí, boiadeiro aparecerá apenas para laçar e
levar embora...
....Salve todos os Boiadeiros!
Texto Extraído Do Jus – Jornal De Umbanda Sagrada
(Christiane Pastor E Alexandre Cumino )
Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para
todos os fins.
Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça
com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem
vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido
é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou
feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de
torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo
e cigarro de palha.
Nas caminhadas tocava seu berrante e sua viola cantando sempre uma
modinha para sua amada, que ficava na janela do sobrado, pois os
grandes donos das fazendas não permitiam a mistura de empregados com a
patroa.
Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua
finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de
incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é
praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens
de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características
deles.
Crianças na Umbanda
Crianças (Erês) são entidades cultuadas na Umbanda, Seu culto é sincretizado com os santos
gêmeos Cosme e Damião, Crispim e Crispiniano.
Por ocasião da festa, a 27 de setembro, os terreiros distribuem doces e fazem uma mesa farta
para as crianças que incorporam nos médiuns. As cores são azul claro e rosa. As entidades possuem
diversos pontos de atuação. Cachoeiras, praias, matas, lajedos e há até algumas traçadas com exus, o
que resulta num exu-mirim ou Criança da Esquerda.
As oferendas normalmente são feitas em jardins e são sempre doces, refrigerantes, além de
frutas. Quando incorporam nos terreiros, são brincalhões, travessos, meigos e chorões. São entidades de
grande atuação e força espiritual. Sempre se comenta nos terreiros que quando uma criança faz um
trabalho, só ela tem o poder de tirar. Também têm grande poder de cura.
É a alegria que contagia a Umbanda. Descem nos terreiros simbolizando pureza, inocência e
singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podemos pedir-lhes ajuda para
os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles
não atendem pedidos dessa natureza. São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram
por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos
terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena),
por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por
brinquedos e doces.Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem
específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás, sendo extremamente respeitados pelos
caboclos e pelos pretos-velhos. É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a
mentalidade infantil. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa,
tem sempre que ser tutelada.
É a única linha em que a comida de santo (Amalás), leva tempero especial (açúcar). É conhecido
nos terreiros de Nação e Candomblé, como (ÊRES ou IBEJI). Na representação nos pontos riscados,
Ibeji é livre para utilizar o que melhor lhe aprouvera,linha de Ibeji é tão independente quanto à linha
de Exu
Exemplos de crianças:
Rosinha da Praia,Mariazinha da beira da Praia,Pedrinho da Praia,Jorginho,Pedrinho da
Mata,Caboclinho da Mata,Mariazinha da Mata,Joãozinho da Pedra Branca,Zezinho do
Lajedo,Bentinha,Mariazinha,Julinha,Joãozinho,Camponesa,Raio de sol,
Rosinha,Malandrinho,Joãozinho da Mata,Aninha,Crispim do
Cantua,Zezé,Zezinho,Joaninha,Juquinha,Ritinha,Paulinho.
OS EXUS /OS MISTÉRIOS “EXU” E “POMBAGIRA”: O
MISTÉRIO EXU
Trazido da África como Orixá, logo se destacou como o mensageiro dos outros Orixás, sendo
oferendado sempre em primeiro lugar para que não atrapalhasse e nem criasse confusão durante a engira, tinha
na África como símbolo um falo ereto, representando o seu vigor, sim esta é a chave da correta interpretação
de seu mistério pois enquanto “elemento” é ele quem vitaliza os demais, não se assenta exatamente em uma
linha de Umbanda, mas para ela se manifesta em todas dando a sustentação para as linhas de esquerda
masculina pois todos Orixás e Guias tem seus Exús correspondentes, Exús de Oxalá , de Oxúm, de Yansã, de
Omulú...., logo são vitalizadores ou desvitalizadores da fé , do amor, da ordem, da geração......e pasmem não
trabalham por “desejo” ou “vontade própria” e sim pela vontade da lei maior e de seus consulentes, e é aí que
entra seu par natural Pomba-Gira esbanjando desejos e vontades, que por si só não se realizam sem a
vitalidade. Elas trazem este elemento do desejo para nossas vidas, desejo de viver, trabalhar, estudar....
Cada um de nós médiuns tem pelo menos três Exús , um Guardião da nossa esquerda que raramente se
manifesta e tem relação com nosso Orixá Ancestral, um Exú de trabalho que normalmente incorporamos com
relação ao Orixá de Juntó , e um natural que nunca incorporamos relacionado ao Orixá de Frente.
Já quem não trabalha tem apenas o natural que não incorpora e atua através de terceiros pela lei maior .
Campo de atuação de Exú é vasto, visto que responde religiosamente e magisticamente.
“Sem Exú na Umbanda não se faz nada” uma vez que não aprendemos a lidar com as forças das trevas,
para o nosso próprio bem, por vez quem as manipula é Exú e Pomba-gira através da Lei Maior .
Respondem por nomes simbólicos, das suas linhas de trabalho, os quais revela seu campo de atuação e
a qual Orixá respondem através da Lei onde:
Exú 7montanhas, 7= sete linhas, montanha = xangô, trabalha nos sete sentidos da vida pela justiça de
xangô.
Exú corta-fogo, corta = espada, fogo = xangô, ordenando os campos da justiça.
Exú sete encruzilhadas, sete encruzilhadas é fator de oxalá para as sete linhas, logo é um Exú que
trabalha nos sete sentidos da vida através da sua fé e convicções.
Todos eles atuando no sentido de vitalizar ou desvitalizar o que se encontra em seu campo de atuação.
Texto Extraído Do Jus – Alexandre Cumino
O MISTÉRIO POMBAGIRA
Com a permissão da Divina Mahor-yê, Trono Guardião do Mistério Pomba-Gira no Ritual de
Umbanda Sagrada.
O mistério Pomba-Gira é regido por uma divindade cósmica que tanto gera quanto irradia o fator
desejo.
Saibam que esses fatores, vigor (Exu) e desejo (Pomba-Gira), se completam e criam as condições
ideais para que a Umbanda tenham seus recursos mágicos e cármicos, também eles, atuando através de linhas
de força horizontais ou inclinadas, e dispensa a ativação direta dos Tronos Cósmicos ou dos aspectos
negativos dos regentes das linhas de Umbanda.
Saibam também que nem Exu natural nem Pomba-Gira Natural seguem a mesma linha de direção
evolutiva dos espíritos, pois eles seguem outra orientação e direcionamento.
Pomba-Gira natural é um ser cuja presença desperta o desejo, porque é irradiadora natural desse fator
divino. Só que esse fator não se limita ao sexo, e destina-se a todos os sentidos da vida, pois só desejando, um
ser empreende alguma coisa ou toma alguma iniciativa em algum sentido.
Portanto, o desejo, é um fator divino fundamental em nossa vida, pois nós o absorvemos por todos os
setes chacras principais e também pelos secundários.
O desejo só existe porque Deus assim quis e ele não se manifesta só através do sexo, pois sentimos o
desejo de aprender, de viajar, de conversar, de nos divertir, de comer determinado alimento ou de vestir
determinada roupa, etc.
O mistério Pomba-Gira se manifesta na Umbanda através de seres naturais ou de espíritos
incorporados às suas hierarquias ativas, pois são elementos mágicos que podem ser ativados por qualquer
pessoa, desde que o faça dentro de um ritual codificado como correto pelo Ritual de Umbanda Sagrada, assim
como são agentes cármicas, pois podem ser ativadas pela Lei Maior.
O mistério Pomba-Gira é em si neutro, e pode ser ativada com oferenda ritual, pois é elemento mágico,
assim como pode ser ativada pela Lei Maior porque é agente cármica, esgotadora de emocionais apassionados
ou despertadora de desejo em seres apáticos.
Entendam que Deus criou tudo, também gerou o desejo como uma de suas qualidades ou fatores, pois
sem vibrarmos o desejo, nada desejaremos e nos tornaremos apáticos, desinteressados e nos paralisaremos.
Logo, Deus, que tudo sabe, cuidou deste aspecto de nossa vida e gerou o desejo como um de seus
fatores, assim como gerou uma divindade cósmica que tanto o gera como o irradia a tudo e a todos.
Essa divindade de Deus também formou sua hierarquia divina, que chega até nós no nosso nível terra
como as exuberantes Pomba-Giras, que são regidas por um Trono Cósmico feminino cujo nome mântrico é
Ma-hor-iim-yê, ou Mahór yê, Senhora Guardiã dos Mistérios do desejo, que polariza horizontalmente com o
Trono Cósmico Guardião dos Mistérios do Vigor.
Logo Pomba-Gira polariza com Exu. E o desejo, unindo-se com o vigor, cria nos seres as condições
ideais que os ativarão em todos os sentidos e os induzirão a assumir com vigor e paixão as empreitadas mais
temerárias.]
Mas, caso sejam ativados e usados indevidamente, ai perdem suas grandezas e se tornam paixões
devastadoras e vigores atormentadores para quem der uso a eles, pois são em si mistérios, e, como tal, voltam-
se contra quem lhes der mau uso. Aí subjugam essa pessoa, induzem-na aos maiores destinos e aberrações até
lançá-la num tormento alucinante, delirante e bestificante, cuja finalidade é levá-la à loucura em todos os
sentidos.
Saibam que muitas pessoas que abandonaram a Umbanda e o Candomblé e, todos confusos,
atrapalhados e perseguidos por hordas de espíritos obsessores, estão entre as que achavam que Pomba-Gira e
Exu eram seus escravos e os atenderiam inconseqüentemente. Mas como começaram a pagar o preço ainda
aqui, correram para o abrigo das seitas salvacionistas, e dali se voltam contra estes mistérios cósmicos,
acusando-os de “demônios”.
Pomba-Gira não se auto ativa contra ninguém, ou alguém a ativa ou isso quem faz é a Lei Maior.
E tanto pode ser ativada para ajudar quanto para esgotar o desejo em todos os sentidos da vida de uma
pessoa, quanto só num sentido onde está se excedendo e se desviando de sua evolução reta e contínua.
Não foi aberto para a dimensão material o mistério Exu feminino. Logo, quem descreve Pomba-Gira
como Exu fêmea não sabe nada sobre este outro mistério da Umbanda.
Parte do texto retirado do Livro: “ UMBANDA SAGRADA” - Rubens Saraceni.
São entidades em evolução, seu trabalho é dirigido, principalmente a defesa dos seus médiuns e a
defesa do terreiro, porém, são muito procurados para resolver os problemas da vida sentimental e material.
Costumam trabalhar com velas, charutos, cigarros, bebidas fortes, punhais em seus pontos riscados,
pembas brancas, pretas e vermelhas . Devido ao seu temperamento forte e alegre costumam atrair bastante os
consulentes , principalmente pôr que quando falam que vão ajudar certamente o farão.
Ciganos
Os mistérios desse povo nômade, ronda também as Giras de Umbanda. A presença dessas entidades é
rara, mas quando chegam trazem com eles todos os mistérios da magia. Mas não uma magia trabalhada apenas
nas ervas e sim na destreza com que lidam com o astral, com seus punhais, suas cartas, bola de cristal,
adivinhações, são verdadeiramente os "mágicos" da Umbanda, que em seus atendimentos conseguem
hipnotizar seu consulente. São sutis, delicados, amorosos, práticos.
Gostam da dança embaladas pelos Banjos, da comida farta, gostam de reunir sua "Compania" em volta de
suas fogueiras, ou seja, gostam da fartura e da liberdade.
Não criam raiz, vão onde está a fortuna.
Por não criar raízes, o povo cigano existe inclusive nos dias de hoje, em diversas partes do mundo. Na
Umbanda, se manifestam ciganos que são de origem oriental, como também ciganos de outras partes do
mundo, inclusive brasileiros.
São especialistas em resolver problemas financeiros e também amorosos.
Uma dica para que sempre haja fartura. : Pegue uma taça grande, e preencha ela com grãos de arroz, milho,
sementes de gira sol, folhas de louro, moedas douradas. Depois de enfeitado acenda uma vela amarela ao lado
do copo, e batize o copo com o nome de um (a) cigano(a), e peça que haja sempre muita fartura e muita
riqueza em sua vida. E sempre que tiver moedas douradas, complete o copo.
Fonte: texto retirado do Livro: “ UMBANDA SAGRADA” - Rubens Saraceni.
Mãe Iemanjá
“Que a luz da vida os abençoe e ampare enquanto viverem no meio carnal, pois assim poderão amparar a muitos que estão a sua
volta”
A Mãe da Vida – criativa e geradora- é a Mãe Iemanjá, criada e gerada pelo Divino Criador, Olorum, para ser um principio doador e
amparador da vida. Ela atua com intensidade na geração dos seres, das criaturas e das espécies. As características marcantes da Mãe
Iemanjá são o amor maternal, a criatividade e a geração. Ela simboliza o amparo, a maternidade, amparando-os, encaminhando-os,
protegendo-os até que tenham suas consciências despertadas e estejam aptos a prosseguir. A criatividade de Mãe Iemanjá torna os seres,
criaturas e espécies capazes de se adaptarem as condições e meios diversos. A geração irradia essa qualidade a tudo e a todos,
concedendo-lhes a condição de se fundirem, para se multiplicar e se repetir. Iemanjá é a amada Mãe da Vida, pois gera vida em si mesma e
sustenta o nascimento. Ela é a água que reaviva os sentimentos e umidifica os seres, tornando-os fecundos na criatividade. Ela rege o
mar, que é um santuário natural, um altar aberto a todos. Por isso, é chamada de Rainha do Mar, para onde tudo é levado, para ser
purificado e depois devolvido. Água é vida. A energia salina das Sete Águas Divinas de Mãe Iemanjá cura as enfermidades do espírito,
queima larvas astrais resistentes e irradia energias purificadoras para o nosso organismo. O mar é alimentador da vida e irradiador de
energias que purificam o planeta e o mantém imantado. Ao mar, se dirigem milhares de espíritos após o desencarne, a procura de paz. Lá
encontram um campo vasto para viver em paz.
O trono feminino da geração, Mãe Iemanjá, está presente nas varias culturas universais, na Umbanda é sincretizada com Nossa
senhora dos Navegantes. Na Grécia é Tétis deusa do oceano.