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Introdução............................................................................................................... 3
Revisão da literatura ............................................................................................... 4
Implicações para a Educação Musical ..................................................................... 6
Conclusão ................................................................................................................ 9
Referências bibliográficas ..................................................................................... 10
Introdução
Numa das nossas aulas com a docente foi-nos proposto um trabalho de grupos para
realizar. Para ajudar a cada grupo escolher um tema a professora disponibilizou vários livros com
inúmeros temas.
Nós, escolhemos o tema imaginação e criatividade na audição musical pois, era um dos
temas que estava num dos livros. Também, anteriormente, já tínhamos realizado um exercício
acerca deste conteúdo com a docente e, portanto, achamos que era interessante aprofundar um
pouco mais.
Como queremos ser um dia professoras era bom saber ou ter uma pequena noção do que
os indivíduos pensam ou sentem dependendo de cada música.
No nosso trabalho vai ser feita uma referência de vários estudos de psicólogos da música
como Sloboda, O’Neill, Ivaldi, Frith, Hargreaves Colman e Behne acerca da audição musical.
Posteriormente vão ser referidos os pontos mais importantes que este tema tem para a
Educação Musical, como por exemplo, a imaginação e criatividade das crianças. Neste capítulo,
também iremos dar a conhecer um trabalho prático realizado acerca deste tema e os seus
resultados.
Em suma, terá uma conclusão onde iremos relatar as nossas maiores facilidades e
dificuldades.
Revisão da literatura
Existem diferentes formas de ouvir música, no entanto, estas formas e situações têm
mudado significativamente nos últimos dois séculos, e esta mudança tem-se vindo a acelerar nas
últimas décadas juntamente com a evolução da tecnologia.
No ano de 1800, a única forma de ouvir uma obra musical era ir assistir a uma
performance ao vivo o que significa que a maior parte das pessoas ouviu certas peças apenas
poucas vezes durante as suas vidas.
O percurso da audição musical sofreu grandes mudanças quando foi inventado os
gravadores que deram origem ao som gravado.
Estudos de Sloboda, O’Neill e Ivaldi comprovam que os adultos de hoje em dia
experienciam música de diversas formas pelo menos durante 40% das suas vidas (enquanto
acordados).
Segundo Simon Frith, a música tornou-se uma banda sonora da vida.
Pesquisas feitas no ramo da psicologia da música mostram que a música no que toca a
efeitos terapêuticos (ex: redução da dor), causa resultados muito melhores se a música tiver sido
selecionada pelo próprio paciente.
Diversos autores e pesquisadores tentaram identificar estilos individuais da audição
musical, apesar de que este termo tem sido usado de diferentes maneiras. Isto refletiu-se no estudo
de Hargreaves e Colman, que fazia distinção entre:
“objetivo-analítico” (descrição de factos);
“afetivo” (emotivo);
“associativas” (ligado a objetos extra-musicais) respostas à música entre outros...
Em 1997, Behne produziu uma descrição mais elaborada dos diferentes tipos de audição
musical que tenta ir ao encontro da noção alemã “Musikerleben” que se refere à suma de
processos psíquicos que acompanham a experiência musical em situações em que a música é o
foco de interesse: quando uma pessoa não só ouve, mas também escuta e aprecia música.
Neste estudo, Behne desenvolveu um questionário que foi distribuído a 1224 pessoas
entre os 11 e os 20 anos de idade, que o levou a propor nove tipos diferentes de estilos de audição,
nomeadamente:
“compensatório” (muda de humor);
“concentrado” (fechar os olhos);
“emotivo” (prestam atenção aos tipos de sentimentos expressos através da
música);
“distante” (distanciar a letra da música);
“vegetativo” (assumem uma postura corporal diferente);
“sentimental” (que nos desperta várias sensações como rir, chorar...);
“associativo” (associar a música a imagens mentais);
“estimulante” (gosto pela audição dessas músicas num volume elevado);
“difuso” (em que a nossa atenção está dividida pelos diferentes aspetos dessa
música).
Este estudo estava dependente do contexto social e cultural das pessoas e do contexto
temporal em que ouviam as músicas, pois as nossas respostas à música são determinadas por
diferentes propriedades da música em si, pelo ouvinte e pela situação em que se encontra a ouvir
música.
Implicações para a Educação Musical
Como era de esperar, em algumas músicas, existem respostas idênticas e outras que são
mais divergentes. Como prova disso apresentaremos mais a baixo algumas das respostas referente
a cada música.
“Alguém perdido, em completa tristeza por algo que se passou. Caminha sem ânimo,
sem um destino em mente”
“Uma tristeza de nível muito profundo, momento de reflexão.”
“Uma certa frustração ou incerteza embora contida.”
“Este tema leva-me numa viagem de constante ansiedade e resolução.”
“Boa disposição, descontração. Toda a gente sabe que os homens são feios, é uma piada
por si, por isso só pode trazer um bom estado de espírito.”
“Imagino uma casa de família com discussões entre marido, sua mulher e amante.”
“Claramente uma brincadeira, apela à gargalhada.”
“Transmite um momento de alegria e boa disposição.”
“Um cenário de guerra, onde surge de tudo um pouco. Havendo contrastes de climas,
possíveis avanços e recuos das tropas.”
“Soldados medievais à espera do sinal para atacarem, suspense, últimos ajustes...
Imagens de cavaleiros em slow motion.”
“Sensação de potência.”
“Bastante poder e loucura”
Conclusão
Em suma, este trabalho reflete acerca do tema da imaginação e criatividade na criação de
imagens mentais durante a audição de música.
A imaginação tem um papel muito importante na cognição e na forma como atribuímos
sentido à nossa experiência musical.
Através de experiências sensório-motoras, surgem estruturas que são pré-conceituais,
chamadas de imagens mentais.
As nossas formas de pensamento que utilizamos para dar sentido à nossa realidade, são
criações da nossa imaginação, pois a “imaginação é a nossa capacidade de organizar
representações mentais dentro de unidades coerentes de sentido.” (Johnson, 1987)
Uma das nossas maiores dificuldades foi encontrar documentos ou livros que abordassem
este assunto de maneira a conseguirmos ter mais informação para aprofundar a imaginação e a
criatividade na audição musical.
No entanto, foi uma tarefa muito fácil conseguir ter um público que estivesse disponível
para realizar a nossa parte prática do trabalho, o que fez com que nos desse uma visão mais ampla
acerca do que as pessoas pensam ou imaginam enquanto ouvem música.
Referências bibliográficas
CASARI, I. (2016) Cognição musical e imaginação: construindo os sentidos da
execução musical. Simpósio brasileiro de pós-graduados em música. UNIRIO/PPGM Tese de
doutoramento.