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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PARA PREQUESTIONAR: NECESSIDADE OU

MITO? MITO!

Advogado Superior
Nem sempre será necessário opor embargos de declaração contra acórdão para
prequestionar e depois entrar com Recurso Especial. Na maioria das vezes não é necessário.
Vai depender do teor do acórdão e da sua estratégia processual. Dependendo do
teor do acórdão, mesmo que fosse o caso de opor embargos, você poderá não opor.
Hipóteses de oposição dos embargos (art. 1022 CPC)
-Obscuridade
- contradição (partindo de uma premissa chega a uma conclusão totalmente
diferente)
- omissão
- erro material

Há raras jurisprudências que admitem a oposição de embargos declaratórios em


caso de erro de fato (significa a hipótese remota de a partir de uma situação de fato haver uma
conclusão equivocada – não é aplicar entendimento inaplicável ou interpretação equivocada).
Na maioria das vezes os embargos de declaração possuem finalidade protelatória
(colocar genericamente sem indicar o que está omisso, por ex.) , mas nem sempre será.
No caso do Resp o que está por trás é o prequestionamento (pré-análise), isto
é, a análise prévia de uma questão pelo juízo de origem.
Não é obrigatório entrar com embargos antes do Resp (art. 105, III, CF, art. 102,
II – RESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO, diz que compete ao STJ e ao STF
julgar “causas decididas” – abrange a ideia de prequestionamento.
4 espécies de prequestionamento:
1) Prequestionamento explícito ou expresso: segundo o art. 10 do CPC não
é cabível... Ele falou qual o artigo violado. “Segundo o princípio da não surpresa estabelecido
no art. 10 do CPC, é necessário.
2) Prequestionamento implícito: eu falo do conteúdo normativo mesmo
sem citar o dispositivo no qual está aquele conteúdo. Ocorre a análise normativa mesmo sem
fazer referência ao dispositivo. Se o TJ fala “de acordo com o princípio da não surpresa...”
decidiu sobre a matéria, sem citar o artigo. O presquestionamento implícito sempre foi aceito
pelo STJ, significa que o tribunal julgou a matéria mesmo sem dizer o artigo violado.
3) Prequestionamento numérico: fazer referência do dispositivo legal não
é obrigatório, segundo o STJ. É diferente do explícito.
Os embargos de declaração possui natureza integradora. Não confunda com a
Súmula n.º 281 DO STJ. Não vai se esgotar os recursos por ele.
1) Quais hipóteses tornam interessantes os Embargos de Declaração do
ponto de vista da técnica processual?
A) Afins de facilitar tese penal, postergar o trânsito em julgado, ganhar
tempo para execução penal, tempo de prescrição.
b) Pode querer prazo, pesquisar mais para desenvolver seu RESP.
PREPARE ELE ANTES DO PRAZO.
c) Há interesse de agir num momento em que há a Pretensão resistida – ao
verificar no acórdão que há uma omissão e ela será importante pra você para o julgamento.
Como você vai alegar vício de omissão no RESP se no Tribunal você não entrou com o
embargos de declaração? Se vc não entrou com o EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, não
terá oportunidade de alegar violação ao art. 1022 no RESP. Faltaria ainda falta de interesse
recursal.

A tese de afronta ao art. 1022 não é preliminar recursal. Ele é mérito do RESP.
O RESP tem fundamentação vinculada; a hipótese de prequestionamento ficto
só existe se alegar ofensa ao art. 1022 e para isso tem que ter oposto embargos de declaração
na origem.

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