Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias
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Sobre o autor
Marcus Nóbrega Gomes Júnior
• Engenheiro Civil (UEM)
• Mestrando em Engenharia Hidráulica e
Saneamento pela USP em São Carlos
Marcus adora planilhas eletrônicas. No ano de 2018 escolheu seguir carreira
acadêmica na área de Engenharia de Recursos Hídricos. Entretanto, sempre
gostou muito de Estruturas, Projetos e Planejamentos. Desse modo pensou
que a melhor forma de continuar sempre em desenvolvimento contínuo
nessas áreas seria entregando conteúdos. A maneira que ele encontrou de
entregar esses conteúdos foi criando um canal no youtube e um site.
www.engenheiroplanilheiro.com.br
www.youtube.com.br/engenheiroplanilheiro
Assim, ele espera contribuir trazendo conteúdos e planilhas para facilitar sua
vida e te dar um maior entendimen to sobre Engenharia Civil.
Equipe Engenheiro Planilheiro – Hidráulica e Hidrologia
Eng. Marcus marcusnobrega.engcivil@gmail.com
Designer Nathanael contato@nathabonfim59.com
2
 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

Índice
Problema: Chuva Crítica de 2015................................................................4
Como resolver o problema de enchentes?.........................................5
Estudos de viabilidade espacial..................................................................6
Concepção quanto à posição no curso..................................................7
Estudos Hidrológicos e Hidráulicos..........................................................7
Restrições e condições de projeto............................................................8
1º Estudo – Blocos alternados TR = 100 anos......................................8
2º Estudo – Evento Real - 2015......................................................................11
Conclusão...................................................................................................................12
Planilha Water_SpreadSheet__v1...............................................................13

Falta Você sabe a Como a

conteúdos importância engenharia
de Recursos da distribuição lida com os
Hídricos na temporal da riscos das
internet! chuva? enchentes?

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 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

Estudo de caso – São Carlos

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 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

Chuva crítica de estudo Problema: Chuva Crítica

500
Hidrogramas e Hietogramas

0
de 2015
400
• Uma chuva que causou grandes danos a uma região

Precipitação [mm]
10
Vazão Precipitação
Vazão [m³/s]

300 importante de São Carlos, causando prejuízos que

20
200
ultrapassam facilmente centenas de milhares de reais.
Além disso, essa foi uma chuva que impactou fortemente a
30
100 bacia pois o solo encontrava-se em condições mais úmidas,
0 40 uma vez que nos dias anteriores choveu bastante;
00:05:00
02:00:00
03:55:00
05:50:00
07:45:00
09:40:00
11:35:00
13:30:00
15:25:00
17:20:00
19:15:00
21:10:00
23:05:00
01:00:00
02:55:00
04:50:00
06:45:00
08:40:00
10:35:00
12:30:00
14:25:00
16:20:00
18:15:00
20:10:00
22:05:00
• Sempre é interessante avaliar uma obra hidráulica
Horário tomando o ponto de vista de um evento real (chuva),
simulando a resposta de sua obra (método chuva-vazão).
Na verdade, obter dados de vazão em eventos críticos é
uma situação bem rara e, portanto, muitos dos projetos
de drenagem são feitos com modelos que transformam a
chuva em vazão.

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 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

Como resolver o
problema de enchentes?
Técnicas Compensatórias pode ser
uma solução!

Ponto crítico: Rotatória do

Cristo – São Carlos - SP
1

Possíveis locais de implantação

2

Bacias de detenção

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 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

Estudos de viabilidade espacial

-00000, 00000

1,3ha 2,5ha

0,017% da área da bacia 0,032% da área da bacia

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 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

Concepção quanto à Estudos Hidrológicos e

posição no curso Hidráulicos
• Reservatório pode ser online; Distribuição temporal da
precipitação
• Reservatório pode ser offline;
• Blocos alternados (geralmente superdimensiona);
• Como a região que sofre com • Evento real.
inundações é na confluência dos rios
Monjolinho com Mineirinho, que é na
Características da Bacia
região do Cristo, uma solução seria
captar a água por vertedores laterais Variável Valor
na região do cristo (1) e levá-la para uma Área 76,8km²
bacia mais à jusante (2). Isso preveniria tc 2,1h
danos na região do Cristo, transferindo
CNmédio 77
os risco para uma região mais resiliente.

No dia anterior ao evento, choveu cerca de 40mm,

sendo o CN, portanto, classificado como III categoria,
devendo ser recalculado!

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Restrições e condições de 1º Estudo – Blocos

projeto alternados TR = 100 anos
• À jusante há apenas 2 tubos de 2,0m em concreto,
sugerindo vazão incompatível à jusante. Além disso,
1ª Hipótese: - Tormenta padronizada
isso pode gerar remanso à montante; com distribuição em blocos
• Vamos considerar um vertedor com soleira mínima
de 6,0m, como uma imposição do nosso projeto; alternados com TR = 100 anos e
• Vamos considerer também a altura máxima do
reservatório, por questões construtivas, limitada à duração de 2h e 10min
5,0m;
Hietograma pelo método dos blocos alternados – São Carlos SP
• Por fim vamos considerar a soleira do vertedor na
cota 4,0m, dando pelo menos 1,0m de carga para Tempo [min]
eventos maiores.

100
105
110
115
120
125
130
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
5
0,0

Intensidade de precipitação [mm/h]

Qual a melhor relação cota volume definida 50,0
para minimizar o volume e maximizar o
amortecimento? 100,0

150,0
Em projetos reais essa é uma pergunta que deve ser 200,0
respondida. Utilizando-se um modelo hidráulico de
propagação de vazão e definindo métricas como um fator de 250,0
amortecimento da vazão de cheia e minimização do volume 300,0
do reservatório, pode-se definir um problema de otimização! Hietograma de chuva - Blocos alternados Equação IDF

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1º Estudo – Blocos alternados TR = 100 anos

Separação do escoamento Chuva Efetiva
Hietograma de chuva excedente e total 0,00

efetiva [mm]
Precipitação
25,00

10,00
20,00
Volume [mm]

15,00 20,00
Escoamento superficial Precipitação Escoamento superficial
10,00

5,00
Hidrograma de projeto
0,00 700
0,08
0,33
0,58
0,83
1,08
1,33
1,58
1,83
2,08
2,33
2,58
2,83
3,08
3,33
3,58
3,83
4,08
4,33
4,58
4,83
5,08
5,33
5,58
5,83
6,08
6,33
6,58
6,83
7,08
7,33
7,58
7,83
8,08
8,33
600
Tempo [h]
500

Vazão [ m³/s]
400
300
200
ISSO SIMPLESMENTE É UM ABSURDO! 100
0
0 2 4 6 8 10
Tempo [h]

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1º Estudo – Blocos
alternados TR = 100 anos
$
A solução com blocos alternados e chuva de 100 anos
superdimensiona a obra. Um estudo de viabilidade
econômica relacionando prejuízos associados com custos de
implantação/manutenção da obra hidráulica pode ser feito
para escolher o tempo de retorno ideal para a bacia.

$
TRideal

• Os benefícios podem ser avaliados como o valor poupado

pelo controle das cheias;

• Os custos devem levar em conta o valor presente líquido

TRideal TR da obra considerando implantação, manutenção e perda
sob taxa mínima de atratividade.

O tempo de retorno ideal deve ser tal que maximiza a Tem dúvidas de como calcular isso? Temos uma planilha
diferença entre Benefícios e Custos gratuita e um vídeo no nosso canal explicando, acesse e
entenda!

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 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

2º Estudo – Evento Real -

Indicadores
2015 Reservatório
• Definindo o reservatório como toda área completa de 2,5ha N.A máximo 4,95m Ef.
e prismático, obtém-se baixíssimas capacidades de vazão Diferença 0,04m
de escoamento comparadas com a vazão de referência
Tpico 3,42h 7,3%
máxima afluente, que é 300m³/s.
Qmáx 264,89m³/s 31%
• Isso indica claramente que para atenuações de pico Condição OK
razoáveis, será necessário utilizar mais área para a bacia
Vertedouro
de detenção ou captar offline apenas a vazão que passa
de determinável nível estabelecido em projeto, como por Qmáx 19,21 m³/s
exemplo, o nível médio da chuva de 50 anos.
Carga 1,45 m
Tpico 3,42 h
Simulação com 4 galerias de 2m, um vertedor de 6m de soleira na cota
4,0m. O reservatório foi considerado prismático com área de 2,5ha. Orifício

Qmáx 245,68 m³/s

Carga 3,70 m
Tpico 3,42 h

Houve overtopping para o evento real simulado com

reservatório de 2,5ha de área e 4 galerias de 2,0m como
orifício e vertedor de emergência na altura 4,0m com
soleira de 6,0m.

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 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

Conclusão
• Não há milagre. Para atenuação de picos de cheia em
chuvas muito volumosas, os reservatórios de detenção vão
ter que pagar com maiores áreas;

• Aumentar o calibre dos dispositivos hidráulicos diminui

o volume útil do reservatório, mas aumenta a vazão de
pico. Se o objetivo é minimizar o volume do reservatório
e maximizar o amortecimento, esse problema pode ser Piscinão do Pacaembu - SP
abordado com uma função multi-objetivo;
• Estudos para verificação da capacidade hidráulica do
• O custo de implantação de reservatórios de detenção
sistema à jusante da técnica devem ser feitos para definir a
cresce rapidamente com a altura do reservatório,
meta de vazão máxima efluente do reservatório;
que tende a encarecer pelos custos de escavação e
escoramento, além das estruturas da fundação;
• Em chuvas de menos volume e intensidade, o reservatório
de detenção não mitigará os efeitos por suas estruturas
• Soluções descentralizadas como técnicas compensatórias
de extravasão serem mitigadoras, na verdade, para as
de controle na fonte podem ser a peça chave para a
chuvas maiores. Observa-se isso já no repique do evento de
redução de custos e aumento da segurança contra
projeto;
enchentes;
• Esse reservatório tem uma área de drenagem mais de 30x
superior que o dimensionado por Canholi perto do estádio
do Pacaembu.

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 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

Exercicíos

Técnicas Compensatórias

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 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

Planilha
Water_SpreadSheet__v1
Exemplo 01) Calcule uma biorretenção (jardim de chuva)
para uma casa que tem 150m² de área e que, em seu jardim,
tem disponível 5m² com um solo de porosidade igual a 35%.
Determine a altura mínima do reservatório supondo vazão
de pré urbanização máxima igual à 0,625L/s. Verifique se é
possível atender essa vazão de restrição na área disponível.

Abrir Planilha – IDF SÃO CARLOS

Obs.: Discutir tempo de esvaziamento

Para receber a resposta desse exercício, executado na

planilha Water_Spreadsheet, envie um e-mail para mim
que te passo o memorial de cálculo.

marcusnobrega.engcivil@gmail.com

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 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

Planilha
Water_SpreadSheet__v1
Exemplo 02) Uma bacia sofreu com uma impermeabilização Exemplo 03) Projete uma bacia de detenção para a chuva
desenfreada nos últimos anos. Hoje conta com 25% de sua de 25 anos e 1h em São Carlos para uma área de drenagem
área com CN = 75, 35% com CN = 85, 20% com CN = 50 e 20% de 2km² e CN = 80 com discretização temporal de 5 min e
com CN = 98. Sabe-se também que seu talvegue principal tempo de concentração igual a 40min. Estude possibilidades
tem 3,7km e sua área de drenagem é de 5,1km². Além disso, para a área da bacia e o diâmetro do orifício.
a declividade média do talvegue é de 15m/km. O coeficiente
médio de rugosidade de manning da bacia é de 0,022.
Dimensione uma bacia de detenção para atenuar uma cheia
de 50 anos de período de retorno e 1h de duração.

Dados adicionais

IDF – K = 2500, b = 27,096, c = 0,912

Discretização temporal: 5min
Área máxima disponível = 10ha Executar na planilha
Amortecimento mínimo = 80%

Para receber a resposta desse exercício, executado na

planilha Water_Spreadsheet, envie um e-mail para mim
que te passo o memorial de cálculo

marcusnobrega.engcivil@gmail.com
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 Estudo Básico – Bacia de detenção para controle de cheias

Funcionalidades
1) Construção de IDFs;
2) Cálculo do risco de falha hidrológica;
3) Curve Number médio;
4) Cálculo do tempo de concentração por 9 métodos distintos;
5) Cálculo da precipitação máxima provável (PMP);
6) Traçado do hidrograma unitário e de projeto para um bloco de chuva;
7) Cálculo da vazão de projeto pelo método SCS mixado com o método
racional;
8) Vazão de projeto pelo método racional;
9) Ábacos de bolso para determinação da vazão de projeto e do coeficiente de
runoff;
10)Distribuição temporal por blocos alternados;
11) Distribuição temporal por Yen e Chow;
12) Cálculo de micro bacias de retenção ou detenção pelo método da curva
envelope;
13) Cálculo de micro bacias de retenção pelo método do bioretention manual;
14) Cálculo de vazões de projeto em canais trapezoidais;
15) Cálculo de vazões em canais retangulares;
16) Cálculo de vazões em canais circulares;
17) Dimensionamento hidráulico de bacias de detenção em forma prismática;
18) Dimensionamento hidráulica de bacias de detenção com curva
cotavolume variável;
19) Hidrograma de projeto SCS sob convolução de diversos blocos de chuva.

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